Arq-Idvol 57 1544124290
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INTRODUÇÃO
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prevenção melhoram a qualidade de vida do paciente, e o manejo com materiais e
educação continuada para a equipe de enfermagem tem o custo menor do que os
fins terapêuticos.
Considerando as dificuldades presentes no desenvolvimento de meios para
prevenir o evento adverso citado e a falta de qualificação do profissional enfermeiro
para melhorar o atendimento fornecido ao paciente, verificou-se a necessidade de
uma investigação detalhada sobre a assistência de enfermagem ao paciente com
risco de adquirir a Lesão por Pressão, por meio de um estudo baseado em revisões
bibliográficas.
O presente estudo tem com objetivo geral identificar as principais ações do
enfermeiro no cuidado integral visando à prevenção da lesão por pressão, visando
especificar sobre o assunto, descrevendo a fisiopatologia da lesão por pressão,
evidenciar as classificações existentes e as escalas de avaliação diária utilizadas no
cuidado com o paciente e por último elencar os principais diagnósticos de
enfermagem no cuidado com o paciente com alto risco para desenvolvimento da
lesão por pressão.
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2. METODOLOGIA
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3. DESENVOLVIMENTO
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Figura 1 Fisiopatologia da Lesão por Pressão
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3.2 FATORES DE RISCO INTRÍNSECOS E EXTRÍNSECOS
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sujidades como urina e fezes, aumenta a irritação e o aumento do risco de infecção
alterando a barreira de proteção da pele. O processo de higiene deve ser cuidadoso
e a utilização de agentes que minimizem a irritação e que promovam e mantenham a
secura da pele por mais tempo possível (BRASIL, 2013).
Cardoso, Caliri e Hass (2004) relatam que a idade quanto mais avançada,
torna-se um fator de risco para o desenvolvimento de LPP, devido as modificações
ocorridas no sistema tegumentar, assim como a piora da perfusão periférica e da
circulação, devido as doenças crônicas, prejudicando assim a cicatrização da pele,
sendo responsável também pela diminuição da resistência tegumentar.
O uso de medicamentos também irá interferir na cicatrização de feridas,
agindo também na resistência tegumentar assim como a idade, proporcionando o
aparecimento de lesões (ROCHA, BARROS, 2007; FRISOLI et al, 1995)..
O termo Lesão por Pressão deve ser adotado pelos profissionais da área da
saúde, para que a descrição destas lesões possam ser fieis para ser diferenciadas
de lesões de pele integral e lesionadas. (IBSP, 2016)
Mesmo com a presença dos fatores de risco para o desenvolvimento deste
agravo de saúde, a LPP tende a acometer pessoas em processo saúde/doença, que
apresentam uma resposta metabólica diminuída e movimentação na maioria das
vezes restrita ou impossibilitada, e o surgimento da lesão gera danos adicionais a
este organismo (ROCHA, BARROS, 2007).
Quando comparamos os dados do estudo sobre fatores de risco, podemos
correlacionar complicações decorrentes de doenças crônicas como, por exemplo,
doenças cardiovasculares, com a possibilidade de maior risco de internações por
maior gravidade e consequentemente destaca-se como fator de risco para o
aparecimento de LPP.
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taxa de prevalência de 2% a 28% de pessoas com LPP; Paciente internado em
setores de internação, a taxa de prevalência é de 10% a 18%.
No Brasil estudos demostram uma prevalência de 27% a 39% de paciente
que desenvolveram a LPP em ambientes hospitalares (BLANES; FERREIRA, 2014;
ROCHA; BARROS, 2014; CUDDIGAN et al, 2009)
Os desenvolvimentos das LPP na área corpórea são comuns em
aéreas de proeminências ósseas, onde há contato com superfícies que
proporcionem o surgimento de pontos de pressão nas proximidades dos ossos,
sendo ela maior que a pressão vascular.
Estudos trazem a incidência da localização das lesões, e quando
avaliado em áreas com maior acometimento, a região sacral apresenta maior
variação de aparecimento de lesões podendo variar de 29,5% a 35,8%, de acordo
com os estudos, seguido da região do calcâneo com incidência variando entre
19,5% e 27,8%. A região trocantérica ocupa o terceiro lugar, com incidência entre
8,6% e 13,7%. Outros locais com acometimento menos frequentes, incidência entre
6% e 1% incluem pernas, pés, maléolos, glúteos, escápulas, região isquiática e
cotovelo. As lesões também podem ser vistas em regiões menos comuns como:
região occipital, apófises vertebrais, orelhas, joelho, região genital, mão, arcos
costais, antebraço, mama, nariz e abdômen, todos com incidência inferior a 1%8,
sendo resultado da ação extrínseca de algum dispositivo de saúde (BLANES;
FERREIRA, 2014; ROCHA; BARROS, 2014; DOMANSKY E BORGES, 2014;
CALIRI, 2012)
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Figura 2 Locais para desenvolvimento de Lesões por Pressão
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parda, a identificação por modificação de coloração é dificultada pela
coloração da pele (SANTOS, 2007; NPUAP, 2016).
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Fonte NPUAP, 2016
• Lesão por pressão estágio 3: perda de camadas totais da pele, possibilitando
a visualização da camada adiposa. Apresenta, na maioria das vezes,
presença de tecido de granulação e bordas soltas, deslocamento de pele e
tunelização são comuns. Sua profundidade e área comprometida irão variar
conforme a região corporal, podendo assim, desenvolver feridas profundas.
Lesões com presença de esfacelo ou escaras em seu leito, são classificadas
como LPP não estadiável (SANTOS, 2007; NPUAP, 2016).
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Figura 6 Estágio 4- Perda totais de camadas da pele e perda tissular
Figura 7 Lesão por pressão não estadiável- Perda totais de camadas não
visíveis
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• Lesão por pressão Tissular Profunda-deslocamento vermelho escura, marrom
ou púrpura, persistente e que não embranquece: Apresentam a característica
de pele integra ou lesionada, destacando o leito da ferida com coloração
vermelha escura ou um flictema com sangue. Normalmente causam dor ao
paciente, acompanhado de mudança de temperatura e mudança de coloração
de pele, coloração mais escura. É resultado de pressão intensa e por longo
tempo, podendo evoluir rapidamente abrangendo regiões teciduais ou
tissulares (SANTOS, 2007; NPUAP, 2016).
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condição de saúde, porém a LPP pode provocar danos superficiais ou profundos no
sistema tegumentar, gerando assim complicações decorrentes do avanço da lesão
como a infecção que resulte em sepse, presença de tecido necrótico, aumento da
resposta inflamatória do organismo debilitando mais o paciente, podendo até
influenciar nas funções de órgãos nobres e ossos (JORGE; DANTAS, 2003; RABEH,
2001).
Quando comparado os custos financeiros, os gastos aumentam para as
instituições de saúde, para os governantes e também para as famílias, sendo
necessário o conhecimento prévio dos riscos para o desenvolvimento da mesma
(JORGE; DANTAS, 2003; CALIRI; 2002).
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normalmente juntam-se a ausência de mudança de decúbito para o surgimento de
LPP. (DELISA; GANS, 2002; SMELTZER; BARE, 2005)
Os diagnósticos de enfermagem em relação a prevenção de LPP, consiste
basicamente na observação e avaliação constante e diária as alterações da pele,
identificação dos paciente com alto risco de desenvolvimento das lesões, mudança
de decúbito para alivio da pressão e melhoria na circulação sanguínea, estímulos
para deambulação precoce, manutenção da higiene do paciente e do leito
(POTTER, PERRY 2011).
Em relação à mudança de decúbitos, os estudos não trazem horários ou
rotinas que deve ser realizado o presente cuidado, porém sabe-se que 2 horas
continuas de pressão é o máximo que um tecido, estando com sua circulação
sanguínea sem comprometimentos, consegue suportar sem que haja maiores
prejuízos. A definição de intervalo para a mudança de decúbito deve variar de forma
individual para cada paciente com suas peculiaridades (BLANES; FERREIRA, 2014;
ROCHA; BARROS, 2014; DOMANSKY E BORGES, 2014; CALIRI, 2012).
Como medidas de cuidado e meio facilitador para a mudança de decúbito,
existe uma ferramenta, o relógio de decúbito, que indica qual horário e em qual
posição os pacientes devem estar, visando um protocolo e uma unificação do
cuidado em cada instituição (BLANES; FERREIRA, 2014; ROCHA; BARROS, 2014;
DOMANSKY E BORGES, 2014; CALIRI, 2012).
Figura 9 Relógio de mudança de decúbito
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Fonte NPUAP, 2016
Figura 10 Mudança de posições
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por todo o mundo, e no Brasil, sua tradução e sua validação, foi realizada em 1999.
Ela é útil pois auxilia na avaliação diária e simples do risco de desenvolvimento de
LPP, visando o desenvolvimento da Sistematização da Assistência de Enfermagem
de uma maneira completa, integral e individual (PARRANHOS, SANTO; 1999).
O uso da escala auxilia o enfermeiro na identificação e classificação do
paciente desde a sua admissão, norteando as medidas de prevenção no cuidado
com os agravos de saúde, sendo que a efetividade da avaliação através deste
instrumento seja o mais comum, clara e com concordância entre todos os
profissionais que irão atender o paciente, identificando os pontos vulneráveis e que
dependem de maior atenção (FERREIRA, CALLIL, 2001; RABEH, 2001).
As ações de avaliação e cuidados diários proporciona para o paciente um
cuidado seguro que minimize riscos, e a instituição, os cuidados que visam a
prevenção são visivelmente mais baratos do que quando comparados aos cuidados
necessários para o tratamento do surgimento da LPP e de suas complicações
(COSTA, 2013).
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
As ações preventivas para o LPP tem sido foco devido sua importância frente
aos indicadores de qualidade de atendimento e serviços de saúde, resultando assim
em um atendimento integral e humanizado aos pacientes com risco elevado para
desenvolvimento deste agravo de saúde.
Nota-se, a partir da pesquisa realizada, que as ações de prevenção do
surgimento das lesões por pressão devem ser atualizadas, visando estratégias que
proponham a melhoria da qualidade da assistência ao paciente, resultando assim,
em uma diminuição de tempo de internação e os custos referentes aos cuidados
específicos do tratamento das LPP.
A LPP é um agravo de saúde, e por meio deste estudo, nota-se a
necessidade da implantação de instrumentos que facilitem o planejamento de
cuidado com o paciente com alto índice de desenvolvimento do presente agravo,
sendo necessário o investimento em capacitação aos enfermeiros e equipe
multiprofissional, para educar, continuamente, sobre a necessidade da atenção e do
cuidado preventivo da presente lesão.
Em relação a equipe de enfermagem, cabe ao enfermeiro identificar e
classificar o paciente em sua admissão e diariamente para a execução de medidas
que visem a melhoria na qualidade de vida do paciente.
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REFERÊNCIAS
COSTA MP, Sturtz G, COSTA FPP, FERREIRA MC, BARROS Filho TEP.
Epidemiologia e tratamento das úlceras de pressão: experiência de 77 casos.
Acta Ortop Bras. 2005;13(3):124-33
CUDDIGAN, J., AYELLO, E. A., & SUSSMAN, C. (Eds.) (2001). Pressure ulcers in
America: Prevalence, incidence, and implications for the future. Reston, VA:
National Pressure Ulcer Advisory Panel. Evidence Level I: Systematic
Review/Meta-Analysis apud Preventing pressure ulcers and skin tears. In:
Evidence-based geriatric nursing protocols for best practice [online]. National
Guideline Clearinghouse. December 2009
DOMANSKY RC, BORGES EL. Manual para prevenções de lesão de pele. 2. ed.
Rio de Janeiro: Rubio, 2014.
FERREIRA LM, CALIL JA. Etiopatogenia e tratamento das úlceras por pressão.
Diagn Tratamento 2001; 6:36-40
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IBSP. Muda terminologia para úlcera por pressão; confira. Disponível em: .
Acesso em: 08 ago. 2017.
JORGE SA, DANTAS, SRPE. Úlceras de pressão. In: Paranhos WY. Abordagem
multidisciplinar do tratamento de feridas. São Paulo: Ed Atheneu; 2003. p.287-98
ROCHA AB, BARROS SM. Avaliação de risco de úlcera por pressão: propriedades
de medida da versão em português da escala de Waterlow. Acta Paul Enferm.
2007;20(2):143-50.
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APÊNDICE A
Escala de Braden
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