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BENEFÍCIOS DO TREINAMENTO FUNCIONAL PARA A TERCEIRA IDADE

Juliana Carneiro Pessanha


Professora Me. Flávia Fernandes Barroso

1. RESUMO

A análise propõe-se esclarecer as temáticas que envolvem a prática do


treinamento funcional e os benefícios de sua atividade no cotidiano de pessoas da
terceira idade visando à promoção da saúde. O treinamento funcional tem como
objetivo primário o bem-estar e a saúde do indivíduo. Ele trabalha todas as cadeias
musculares para executar movimentos funcionais, que são naturais do corpo, como
correr, pular, jogar, arremessar e agachar.
O envelhecimento é um processo inevitável, associado ao declínio fisiológico
e da capacidade funcional do ser humano. Programas de treino funcional podem
colaborar na redução de incapacidades, quedas, problemas emocionais e sociais em
idosos. O treinamento funcional vem se desenvolvendo muito na área da saúde, tem
como objetivo aperfeiçoar as capacidades físicas e motoras, assim favorecendo a
diminuição de doenças crônicas e aumentando seu desempenho no dia-a-dia.
Este artigo teve como objetivo analisar o treinamento funcional, um tipo de
treinamento físico para idosos e seus benefícios. Conclui-se que o treinamento
funcional, tem maiores benefícios funcionais para a vida dos idosos, assim
influenciando em seu cotidiano, o tornando mais ativo para suas tarefas diárias.

Palavras chave: envelhecimento, treinamento funcional, capacidade física ,


idosos, benefícios

2. INTRODUÇÃO

A longevidade vem aumentando consideravelmente em todo o mundo, em


conseqüência disso, o número de idosos poderá chegar a setenta milhões nos
países desenvolvidos em 2030 (LACOURT; MARINI, 2006).

No Brasil, as projeções para o ano de 2025 indicam que 15% da população


estarão acima de 60 anos, isso se deve a melhoria das condições de saúde e a
crescente expectativa de vida. O número de jovens no Brasil com idade entre zero e
quatorze anos irá diminuir consideravelmente, e com o envelhecimento da
sociedade o país terá que se adequar, organizar e amadurecer para conviver ao

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lado dessa crescente população (RUWER; ROSSI; SIMON, 2005; REBELATTO,
2006).

Faz-se necessário, uma concentração de esforços nas diferentes áreas


profissionais, objetivando uma maior conhecida sobre o fenômeno do
envelhecimento, e principalmente como envelhecer de forma saudável priorizando
esses esforços na manutenção da independência e autonomia do indivíduo.
De acordo com Robert A. Robergs e Scott O. Robert (2002) O envelhecimento
não é simplesmente o passar do tempo, mas as manifestações de eventos
biológicos que ocorrem ao longo de um período. Não há uma perfeita definição de
envelhecimento. O envelhecimento não deve ser visto como uma doença, mas como
um processo natural. Durante o processo para a terceira idade são observados
declínios significativos nos diferentes componentes da capacidade funcional (CF),
em especial, nas expressões da força muscular (força muscular concêntrica,
excêntrica e isométrica máxima, resistência de força, potência muscular, entre
outras) e na flexibilidade, caracterizada pela capacidade de mover uma articulação
através de sua amplitude máxima de movimento (ACSM, 1998).

O treinamento funcional vem com uma proposta de tornar o indivíduo da


terceira idade com faixa etária acima dos 60 anos, torná-lo mais ativo no seu dia-a-
dia, assim prevenindo lesões, retardando o processo do envelhecimento e
favorecendo as doenças crônicas, obesidade; hipertensão; diabetes; que são mais
acometidas principalmente na terceira idade.
Para Dias (2011), o treinamento funcional é um conjunto de exercícios
praticados como preparo físico ou com o fim de apurar habilidades, em cuja
execução se procura atender à função e ao fim prático, ou seja, os exercícios do
treinamento funcional apresentam propósitos específicos, geralmente reproduzindo
ações motoras que serão utilizadas pelo praticante em seu cotidiano. Algumas
ações podem ser proporcionadas pelo treinamento funcional no controle neuromotor,
o que reflete na melhora das capacidades funcionais e na diminuição de propensão
a quedas, repercutindo na melhora da qualidade de vida dos idosos. (LEAL et
al.,2009).

Apesar do fortalecimento muscular ser indicado e apresentar evidências de


melhora da força e potência muscular, exercícios funcionais devem ser realizados

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visando à melhora do equilíbrio e independência do idoso (PENDRINELLI et al.
2009).

Essa atividade pode ser realizado com elásticos, cordas, cones, bancos,
escadas, cadeiras etc. O foco é fazer com que eles treinem da forma mais parecida
com as atividades que exercem na rotina, para que haja uma transferência de
desempenho na hora que as forem colocar em prática, por exemplo: pegar roupas
do chão, trocar coisas de lugar e tudo o que possa lhes ser útil.
Desde quando atuo presencialmente no salão de musculação nas academias
convencionais, sempre pensei em algo que não fosse monótono, principalmente
para os idosos. O aluno chegar na academia se matricular e lhe dá uma ficha pronta
para seguir uma bateria de exercícios entre os aparelhos. Sempre que eu
observava ou parava para conversar com algum aluno da terceira idade no salão, eu
percebia um semblante um tanto desmotivado e cansado. É pensando também
nesses aspectos que as aulas em grupo de treinamento funcional são mais
incentivante e entusiasmante para essa faixa etária.

3. OBJETIVOS

O objetivo geral do presente projeto é evidenciar os inúmeros benefícios


morfológicos, fisiológicos, metabólicos, neuromusculares e comportamentais
produzidos, particularmente, por esse tipo de treinamento, nesta etapa da vida. Tais
benefícios melhoram a capacidade funcional e cognitiva, favorecendo a melhoria da
qualidade de vida e aumentando a longevidade com independência funcional.
Esse projeto quer incentivar o envolvimento de idosos com programas
regulares da atividade de treinamento funcional que estimulem o sistema
neuromuscular que pode atenuar os declínios funcionais associados ao
envelhecimento e contribuir para uma vida mais saudável e independente.

OBJETIVO ESPECÍFICO :
• Trazer benefícios a saúde do idoso, proporcionando o envelhecimento
saudável.
• Colaborar no retardamento do processo de sarcopenia
• Procurar trazer uma melhora nas capacidades funcionais dos idosos como
autonomia e independência;

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• Proporcionar novas amizades entre idosos por meio de exercícios coletivos;
• Contribuir para melhora da auto estima, prevenindo doenças como a
depressão;
• Dá ao idoso a possibilidade de fazer uma outra atividade física mais
motivante como o treinamento funcional, diferente da musculação que acaba se
tornando maçante para o idoso.
• Proporcionar melhor qualidade de vida no envelhecimento.

4. METODOLOGIA

A metodologia empregada neste estudo foi a de revisão da literatura, técnica


científica que envolve a análise, avaliação e integração dos escritos publicados.
O critério de inclusão para a seleção das pesquisas científicas da amostra foram
publicações (artigos ou livros) nacionais e internacionais produzidas entre os anos
de 2005 a 2019. O levantamento do material bibliográfico foi realizado pela internet
através das bases de dados PubMed e SciELO, além do Google Acadêmico,
utilizando-se as seguintes palavras -chave foram utilizadas na busca das
informações desejadas: "treinamento funcional", "exercícios para atividades da vida
diária”, “exercícios integrados” e “idosos”
O idoso muitas vezes ingressa em alguma atividade esportiva e de lazer
apenas nessa idade por recomendação médica, mas rapidamente começa a sentir
os benefícios que isso gera no seu bem estar físico, emocional e social. Nesta idade,
os idosos mais ativos tentam experimentar diversas possibilidades de atividades
sociais, culturais, de lazer e esportivas. Nessas experimentações de atividades
sempre pensei em oferecer ao idoso o treinamento funcional, muito praticado por
jovens, adultos, no meio esportivo, etc. E como qualquer outra prática de exercícios
deve ser adaptada à população que se destina.

Pensando nisso que o olhar para o treinamento funcional comumente foi


estimado para a terceira idade, que além de fortalecer os músculos que ajudam a
manter a coluna reta, ajuda no desenvolvimento da consciência corporal. Ele cria o
hábito de contrair o abdômen e alinhar quadril, ombros e pescoço, uma vez que
essa postura é solicitada durante a modalidade.

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5. DESENVOLVIMENTO

Uma das bases que deu início ao treinamento funcional foi entre os profissionais da
área de fisioterapia e reabilitação, já que estes foram os pioneiros na utilização de
exercícios que imitavam o que os pacientes faziam em casa ou no trabalho ou seja, os
exercícios do treinamento funcional apresentam propósitos específicos, geralmente
reproduzindo ações motoras que serão utilizadas pelo praticante em seu cotidiano,
possibilitando, assim, um breve retorno à sua vida normal e as suas funções laborais
após uma lesão ou cirurgia.
As alterações fisiológicas de perda da capacidade funcional ocorrem durante o
envelhecimento em idades mais avançadas e são agravadas pela falta de atividade física.
Em indivíduos da terceira idade, observamos também, uma diminuição significativa de
unidades motoras, e isso se deve a degeneração de elementos neurais com o passar da
idade (LACOURT; MARINI, 2006). E Foi presenciando e ouvindo relatos de pessoas nessa
faixa etária de idade que procuram a academia buscando essa capacidade funcional
para o seu dia a dia, porém acabam não perdurando na prática por muito tempo que
fez eu me atentar o olhar para o treinamento funcional a ser inserido nas academias
convencionais como um bom aliado para estimular os idosos a serem cada vez mais
assíduos. Pois é uma atividade que pode ser feita em grupo e com inúmeros benefícios
para os idosos da terceira idade.
O treinamento funcional em ambientes que possuam bases de suporte irregulares,
como: areia, pisos escorregadios, depressões no solo, bem como a utilização de bola
suíça, minicama elástica, proporcionam o recrutamento de músculos estabilizadores
além de uma melhora no controle postural (PEREIRA, 2009).
Por exemplo, minha aluna Marlly a 6 meses atrás me procurou para lhe ajudar e lhe
auxiliar na melhora de sua qualidade de vida através da atividade física de treinamento
funcional. Ela ainda é ativa trabalhando em sua empresa, trabalha 5 horas por dia, tem
72 anos e queria voltar a cuidar do seu corpo fisicamente. Logo observei um pouco de
desequilíbrio, logo também me relatou de ter dores na lombar e braço esquerdo.

A aluna com 72 anos medindo 1,65 de altura, iniciou os treinos na data 05 de


novembro de 2021, pesando 69,3 kilos, com o percentual de gordura de 40,08% e 23,1%
de músculo. Refizemos a avaliação, na data 04 de março de 2022 pela balança de
bioimpedância, obtendo as resultância no peso de 62,1 kilos, com o percentual de
gordura de 39,2% e de 25,1% de músculo. E os ganhos na melhora das perfomances nas
tarefas do dia a dia que foram inúmeros.

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FONTE: PESSANHA,2022

Pensando nos objetivos fisicamente e nas dores relatadas, montei sempre séries
de treinamento funcional com o peso do próprio corpo. Ela adquiriu uma perda de
gordura, cuidou da alimentação, passou a treinar três vezes na semana treinamento
funcional e duas vezes pilates e obteve resultados excelentes quanto a sua capacidade
física motora.
Busco sempre realizar modificações nas ordens dos exercícios realizados, sempre
que possível alterar as ordens dos exercícios, para que sempre seja realizado um novo
estímulo para o aluno, visando o princípio da variabilidade. Realizo também treinos fora
do estabelecimento: Visando quebrar um pouco da monotonia de sempre treinar em
espaço indoor, realizar treinos em praças públicas e parques, aumentando assim o
interesse do idoso na seção de treinamento.

6. RESULTADO

Abordando as pesquisas sobre os benefícios da prática do programa de treinamento funcional


para a terceira idade são indispensáveis estudos científicos a respeito da temática com o objetivo de
analisar os proveitos da prática regular para os praticantes.

Já é de conhecimento que os exercícios que fazem parte da periodização de treinamento


funcional , são realizados em curtas sessões e tem como objetivo promover todos benefícios globais
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em um tempo de prática reduzido, se comparado aos modelos tradicionais, sendo isso, um fator
muito importante para adesão e continuidade nesse programa que reuni uma combinação variada
de atividades aeróbias, ginástica e resistência em exercícios multe articulares (HEINRICH et al.,2014).

Focado em proporcionar ganho de condicionamento físico para os idosos, sem direcionar a uma
modalidade específica. Assim, utiliza como padrões os movimentos: empurrar, levantar, agachar,
saltar, correr, entre outros. Todos os esforços são realizados para proporcionar um melhor preparo
físico e otimizar o sistema cardiorrespiratório de seus praticantes. Portanto, nesse tipo de atividade
os ganhos envolvem: coordenação motora, flexibilidade, resistência, força e potência muscular. Além
disso, essa modalidade auxilia para que os idosos consigam fazer tarefas do seu dia a dia com mais
facilidade.

Segundo Tibina (2016) benefícios da pratica física ocorrem de maneira gradual, tendo algumas
mudanças fisiológicas ao longo dos treinos, havendo mudanças significativas nos primeiros dias.

A realização da pratica de atividade física deve ser acompanhadas por profissionais habilitados a
orientação dos treinamentos, a prática inadequada do exercício pode não trazer benefícios à saúde e
ainda ser prejudicial para sua vitalidade. Assim, se torna indispensável à atenção para todos que
buscam se implementar a esse método de treinamento, assim viabilizado uma maneira segura para
realização dos treinos, analisando os possíveis benefícios da pratica e os riscos que a mesma possa
desenvolver ao longo de sua prática.

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Concluímos este estudo, mostrando que a pratica de exercício físico na terceira


idade em especial o treinamento funcional , pode ser um importante fator contra o
sedentarismo e diversas doenças, pois melhora não só a capacidade de se
exercitar, como também a aptidão física e pode acarretar muitos outros benefícios
para a saúde.

Esta pesquisa proporcionou um melhor entendimento sobre a qualidade de vida


dos idosos praticantes da atividade física, demostrando sua importância e seus
benefícios para a manutenção e promoção da saúde da pessoa idosa.

Levando em consideração a melhoria na qualidade de vida dos idosos praticantes


de treinamento funcional os efeitos são positivos em todos os aspectos, ou seja,
evita o isolamento, menor as chances de depressão, melhora também a capacidade
funcional e cognitiva, além de proporcionar um melhor relacionamento familiar e
social.

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Diante do exposto, faz necessário ações educativas que estimulem mais aos idosos
para a prática de exercícios físicos e, fomentar o desejo dos não participantes
mostrando o quanto o sedentarismo é prejudicial para a qualidade de vida.

8. FONTES CONSULTADAS

DIAS, Kalysson Araujo. Treinamento funcional: Um novo conceito de treinamento físico para
Idosos. Cooperativa do Fitness, 2011.

LUSTOSA, Lygia Paccini et al. Efeito de um programa de treinamento funcional no equilíbrio


postural de idosas da comunidade. Fisioterapia e pesquisa, v. 17, p. 153-156, 2010.

GLÉRIA, P. D. M. P.; SANDOVAL, Renato Alves. Treinamento funcional como recurso fisioterapêutico
para o aprimoramento da força muscular e equilíbrio de idosos. EFDeportes. com Rev Digital
Buenos Aires [periódico na Internet], v. 16, n. 161, p. 4, 2011.

BASSIN, Gabriele. Benefícios do treinamento funcional em idosos. 2018.

LEAL, Silvânia Matheus de Oliveira et al. Efeitos do treinamento funcional na autonomia funcional,
equilíbrio e qualidade de vida de idosas. Rev. bras. ciênc. mov, p. 61-69, 2009.

DIAS, Kalysson Araujo. Treinamento funcional: Um novo conceito de treinamento


físico para Idosos. Cooperativa do Fitness, 2011.

SANDOVAL, Renato Alves et al. Ocorrência de quedas em idosos não


institucionalizados: revisão sistemática da literatura. Revista Brasileira de Geriatria
e Gerontologia, v. 16, p. 855-863, 2013.

DA SILVA-GRIGOLETTO, Marzo Edir; BRITO, Ciro Jose; HEREDIA, Juan Ramon.


Treinamento funcional: funcional para que e para quem?. Revista Brasileira de
Cineantropometria e Desempenho Humano, v. 16, n. 6, p. 714-719, 2014.

FARIAS, João Paulo et al. Efeito de oito semanas de treinamento funcional sobre a
composição corporal e aptidão física de idosos. Cinergis, v. 16, n. 3, 2015.
LEAL, Silvânia Matheus de Oliveira et al. Efeitos do treinamento funcional na
autonomia funcional, equilíbrio e qualidade de vida de idosas. Rev. bras. ciênc.
mov, p. 61-69, 2009.

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