D. Trabalho de Zoologia Geral.

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Instituto de Educação à Distancia

Classificação dos Tecidos

Estudante: Diocilda Sandra da Silva Março

Código: 708239709
Turma: X

Curso: Biologia
Disciplina: Zoologia Geral
Ano: 1ᵒ Ano

Quelimane
Setembro
2023

1
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE
Instituto de Educação à Distância

Classificação dos Tecidos

Tutor: Armando Chinangure Armando

Quelimane
Setembro
2023

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Classificação
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 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(indicação clara do 1.0
problema)
 Descrição dos
Introdução objectivos 1.0
 Metodologia
adequada ao objecto
do trabalho 2.0
 Articulação e
domínio do discurso
académico
(expressão escrita
cuidada, 2.0
coerência/coesão
Conteúdo textual)
Análise e discussão  Revisão bibliográfica
nacional e
internacionais
relevantes na área 2.0
de estudo
 Exploração dos
dados 2.0
Conclusão  Contributos teóricos
e práticos 2.0
 Paginação, tipo e
tamanho de letras,
Aspectos gerais Formatação paragrafo, 1.0
espaçamento entre
linhas
Referȇncias Normas APA 6ᵃ  Rigor e coerência
Bibliográficas edição em citações das 4.0
e bibliografia citações/referências
bibliográficas

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Folha de Recomendações

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Índice
1. Introdução.......................................................................................................................1

1.1. Objectivos........................................................................................................................1

1.1.1. Objectivo Geral.................................................................................................................1

1.1.2. Objectivos Especificos......................................................................................................1

1.2. Metodologia do Trabalho.....................................................................................................1

2. Classificação dos Tecidos....................................................................................................2

2.1. Tecidos Conjuntivos........................................................................................................2

3. Tecido Nervoso....................................................................................................................6

4. Tecido Muscular................................................................................................................10

5. Tecido Sanguíneo..............................................................................................................13

6. Conclusão..........................................................................................................................17

7. Referencias Bibliográficas.................................................................................................18
1. Introdução

O presente trabalho da cadeira de Zoologia Geral abordará em torno de " Classificação dos
Tecidos". Tecidos são congregações de células que, juntas, originam quatro tecidos básicos no
corpo humano. Tecido conjuntivo é um tecido de preenchimento e sustentação, rico em
substância intercelular que tem origem mesodérmica e como o próprio nome já diz, ele pode
estabelecer conexão entre diferentes tecidos ou órgãos. O tecido nervoso tem sua origem do
ectoderma, mais especificamente no neuroectoderma, e forma o sistema nervoso. Esse sistema é
responsável pelo bom funcionamento interno do organismo (sistema neurovegetativo) e por
mediar sua relação com o meio ambiente (sistema nervoso cerebroespinhal). O tecido muscular é
de origem mesodérmica, sendo caracterizado pela propriedade de contração e distensão de suas
células, o que determina a movimentação dos membros e das vísceras. O sangue é um tecido
conjuntivo especializado que circula em um sistema fechado de canais, representado pelo
coração, artérias, capilares e veias.

1.1. Objectivos
1.1.1. Objectivo Geral

Objectivo geral do presente trabalho e conhecer a classificação dos tecidos.

1.1.2. Objectivos Especificos

 Apresentar conceitos inerente a tecidos conjuntivos, muscular, nervoso, sanguíneo.


 Ilustrar os tipos e características dos tecido conjuntivo, muscular, nervoso, sanguíneo.
 Descrever as funções dos tecidos conjuntivos, muscular, nervoso, sanguíneo.

1.2. Metodologia do Trabalho

Para a realização do presente trabalho de investigação, foi possível com ajuda das consultas de
alguns manuais ou bibliográficas digitais e não digitais, assim como alguns sites da internet e
manual de Zoologia Geral da UCM ensino a distância. As mesmas obras estão devidamente
citadas no desenvolvimento deste trabalho e destacadas nas referencias bibliográfica final.

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2. CLASSIFICAÇÃO DOS TECIDOS

Segundo Ross e Pawlina, (2012), os tecidos são divididos em quatro grandes grupos de acordo
com as diferenças morfológicas e suas especializações funcionais. Esses quatro tecidos são:
Tecidos epiteliais, Tecidos Conjuntivos, Tecidos Musculares, Tecidos Nervosos, e Tecido
Sanguíneo.

2.1. TECIDOS CONJUNTIVOS

É um tecido de preenchimento e sustentação, rico em substância intercelular que tem


origem mesodérmica. Ele pode estabelecer conexão entre diferentes tecidos ou órgãos. Suas
células apresentam um acentuado polimorfismo, possuindo formas e funções bastante variadas
(Ross e Pawlina, 2012).

O tecido conjuntivo tem constituição complexa, sendo formado por diferentes tipos de
células e fibras, mergulhadas em uma substância intercelular (substância fundamental amorfa)
(Ross e Pawlina, 2012).

Funções do Tecido Conjuntivo

 Suporte corpóreo (exercida pelas cartilagens, pelos ossos e pelo TC propriamente dito);
 Pode fazer a nutrição de alguns órgãos, como é o caso da Lâmina Basal, que faz a
nutrição do TE de revestimento.
 Tem função de preenchimento de espaços, tanto entre órgãos como por entre áreas
lesada, que são primeiramente recobertas por TC propriamente dito.
 Ainda, auxilia na defesa do organismo, por meio de suas células (Gitirana, 2007).

Células do Tecido Conjuntivo

Para Gitirana (2007), as células mais comum do tecido conjuntivo são as seguintes:
fibróblastos, macrófagos, mastócitos e plasmócitos.

 Fibroblastos são células comuns em vários tecidos conjuntivos. Elas são alongadas com
muitas ramificações, com o núcleo oval e longo. Essas células produzem as fibras do
tecido conjuntivo, também são chamadas de fibrócitos quando estão em repouso, ou seja,
sem atividade.

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 Macrófagos são grandes e de contorno irregular. Podem deslocar-se por pseudópodes ou
permanecer fixos. São células fagocitárias, ricas em lisossomos. Está amplamente
distribuída pelo corpo.

 Plasmócito são pequenos ovalados, têm retículo rugoso muito desenvolvido, núcleo
esférico excêntrico e a cromatina tem um aspecto típico, com faixas claras e escuras
alternadas, geralmente lembrando os raios de uma “roda de carroça”. Sua função é a
produção de anticorpos.

 Mastócitos ocorrem em grande número, especialmente junto aos vasos sanguíneos, são
grandes células, Os mastócitos produzem heparina (anticoagulante) e histamina (liberada
em reações alérgicas e inflamatórias).

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Fibras do Tecido Conjuntivo

De acordo com Stevens e Lowe (2002), as fibras do tecido conjuntivo são do tipo colágenas,
reticulares e elásticas. Elas estão distribuídas desigualmente pelo tecido, o que gera a
característica principal de cada tipo de tecido.

 Fibras colágenas - são formadas basicamente pela proteína colágeno, sendo resistentes às
trações, podendo se agrupar em espessos feixes de cor branca. São mais comuns do que as
fibras elásticas e reticulares.
 Fibras elásticas - possuem uma proteína chamada elastina e são mais delgadas do que as
colágenas. Sua principal função é dar elasticidade aos locais em que está localizada. São
encontradas na cartilagem da orelha, fígado e pulmão.
 Fibras Reticulares - são as mais finas e raras, recebem esse nome porque se entrelaçam
como se fosse um retículo (pequena rede). Elas organizam uma trama de sustentação das
células de determinados órgãos, como baço,fígados e rins.

Tipos de Tecido Conjuntivo

Segundo Kierszenbaum (2016), o tecido conjuntivo pode ser classificado, segundo a


composição de suas células e matriz extracelular, como: tecido conjuntivo propriamente dito, e
tecido conjuntivo especial.

Tecido Conjuntivo Propriamente Dito (TCPD)

É o tecido conjuntivo típico, de substância fundamental mole, gelatinosa, com


distribuição geral pelo organismo. Ele representa os mais diferentes aspectos e funções. É
normalmente encontrado em quase todos os órgãos, formando membranas, tendões, envolvendo
ossos e músculos e preenchendo espaços entre outros tecidos (Kierszenbaum , 2016).
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Para Kierszenbaum (2016), O tecido conjuntivo propriamente dito pode ser dividido
em:

 Tecido Conjuntivo Frouxo é um tecido modelável, macio, que normalmente preenche


espaços entre feixes de musculatura, funcionando como amortecedor entre vários órgãos
viscerais e ainda na derme. Apresenta-se formado por todos os elementos constituintes do
tecido conjuntivo, sem haver predomínio de um elemento sobre o outro. Estes podem ser:
 Tecido Conjuntivo Denso não Modelado é um tecido muito resistente a trações. Esta
variedade de tecido conjuntivo apresenta predomínio de fibras colágenas em relação às
células. Suas fibras estão distribuídas desordenadamente. Ele ocorre na derme ou
formando cápsulas protetoras, externas, de vários órgãos como rins, fígado, baço e
testículos.
 Tecido Conjuntivo Denso modelado é de constituição semelhante ao anterior, também
com predominância de grossos feixes de fibras colágenas, mas organizadas numa única
direção, ou seja, suas fibras são ordenadas. É esse tecido que formam os tendões e os
ligamentos, espécies de cordões muito resistentes no sentido de orientações dos feixes.

Tecido Conjuntivo Especial

Segundo Kierszenbaum (2016), são tipos de tecidos conjuntivos especiais:

 Tecido adiposo constituído por células adiposas, especializadas em armazenar gordura.


Dentre suas funções, podemos citar a absorção de impactos, isolamento térmico e
armazenamento de energia.
 Tecido cartilaginoso o tecido cartilaginoso, ou simplesmente cartilagem, é um tecido que
apresenta consistência firme, sendo formado por substância intercelular. As cartilagens
possuem boa resistência a trações, suportam bem pressões e têm certa elasticidade.
 Tecido Ósseo o tecido ósseo é um tecido conjuntivo de sustentação, não esquecendo que
ele desempenha um papel protetor (crânio). Um osso tem vários tipos de tecidos: fibroso,
reticular, cartilaginoso, adiposo, sangue e até fibras nervosas.

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 Tecido sanguíneo constituído pelas células sanguíneas, como os eritrócitos (hemácias ou
glóbulos vermelhos), leucócitos (glóbulos brancos) e fragmentos celulares, denominados
de plaquetas. A sua matriz extracelular é líquida e denominada de plasma. O plasma é
constituído por água, sais e proteínas. Dentre as funções do tecido sanguíneo, podemos
destacar o transporte de gases e nutrientes e a defesa do organismo.

3. TECIDO NERVOSO

Segundo Kierszenbaum (2016), o tecido nervoso tem sua origem do ectoderma, mais
especificamente no neuroectoderma, e forma o sistema nervoso. Esse sistema é responsável pelo
bom funcionamento interno do organismo (sistema neurovegetativo) e por mediar sua relação
com o meio ambiente (sistema nervoso cerebroespinhal).

O tecido nervoso é constituído por células especializadas chamadas neurônios,


responsáveis por definir a característica fundamental desse sistema, e por outras células que dão
suporte ao neurônio, as células da neuroglia ou neuroglia ou glia. A especialização celular
consiste na capacidade de receber informações externas ou internas e convertê-las em impulsos
elétricos que serão transmitidos por redes de comunicação integradas e complexas.
(Kierszenbaum, 2016).

O sistema nervoso pode ser dividido anatomicamente em sistema nervoso central (SNC) e
sistema nervoso periférico (SNP).

 Neurônios os neurônios também são chamados de células nervosas, e representam as


unidades funcionais do tecido nervoso. Seu número no sistema nervoso humano
aproxima-se da ordem de grandeza de 1010. Funcionalmente, os neurônios são

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classificados em três tipos principais: neurônios sensoriais, responsáveis por transportar
os impulsos das terminações nervosas para o SNC; neurônios motores, que transportam o
impulso do SNC em direção às células efetoras; e os neurônios que formam uma extensa
rede intermediária que liga os neurônios sensoriais aos neurônios motores, chamados
interneurônios. Grande parte dos neurônios existente no corpo faz parte desta rede
intermediária (Kierszenbaum, 2016).

Algumas características estruturais são comuns a todos os neurônios, sendo possível


identificar três regiões morfológicas com funções específicas: dendritos, corpo celular ou
pericário e axônio. O corpo celular, também conhecido como pericário, contém o núcleo e
grande parte das organelas da célula, apresentando regiões basófilas denominadas corpúsculos de
Nissl .

Do corpo celular partem prolongamentos que podem ser os dendritos ou o axônio. De


acordo com o número desses prolongamentos, poderemos classificar os neurônios como
multipolares (apresentam um axônio e dois ou mais dendritos), bipolares (um axônio e um
dendrito), ou unipolares (um axônio que se divide em dois ramos em uma região próxima ao
corpo celular) (Kierszenbaum, 2016).

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 Sinapse representa o local de comunicação entre dois neurônios. Na sinapse química, há
uma proximidade entre o botão terminal do axônio de um neurônio (chamado de botão
pré-sináptico) e o dendrito de outro neurônio (chamado botão pós-sináptico), sem que
haja contato físico entre esses dois elementos (Kierszenbaum, 2016).

O espaço entre os dois neurônios é chamado fenda sináptica. O botão pré- sináptico contém
mediadores químicos (neurotransmissores) em seu interior, armazenados em vesículas
sinápticas, que serão liberados na fenda sináptica provocando o estímulo do neurônio seguinte. O
impulso nervoso, ao chegar ao botão sináptico, provoca a entrada de cálcio, fazendo com que as
vesículas sinápticas fundam-se à membrana pré-sináptica, liberando os transmissores para o
espaço extracelular (Kierszenbaum, 2016).

Alguns transmissores, como a acetilcolina (ACh), noradrenalina (NA), dopamina (DA)


e serotonina foram identificados. A acetilcolina, por exemplo, é o transmissor que funciona entre
o neurônio e o músculo estriado esquelético. O efeito do transmissor é rapidamente interrompido
após ter sido liberado na fenda sináptica. (Kierszenbaum e Tres, 2012).

Neuroglia

Segundo Kierszenbaum e Tres (2012), a neuroglia atua na estruturação do SNC e é conhecida


como células da glia ou neuroglia. São identificados três principais tipos celulares: astrócitos,
oligodendrócitos e microglia.

 Microglia são os macrófagos do SNC, responsáveis pela remoção de restos celulares


durante o desenvolvimento normal do sistema nervoso e pela fagocitose de outras
substâncias estranhas que possam aparecer no SNC. São células ricas em lisossomos e
apresentam retículo endoplasmático rugoso bem desenvolvido.
 Astrócitos são as maiores células da neuroglia. Dividem-se em dois tipos:
protoplasmáticos (predominantes na substância cinzenta) e fibrosos (predominantes na
substância branca). Essas células apresentam numerosas projeções citoplasmáticas que
envolvem grande parte dos vasos sanguíneos (chamadas pés-vasculares) e se expandem
em direção aos neurônios (pés-terminais). Participam do processo de regulação do
transporte de substâncias para os neurônios do SNC, contribuindo para a formação da
barreira hematoencefálica.

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 Oligodendrócitos esse tipo celular é o responsável pela formação da fibra nervosa do
SNC. Seus prolongamentos são capazes de envolver os prolongamentos dos neurônios,
podendo formar a bainha de mielina de vários neurônios ao mesmo tempo.
 Células de Schwann são as células responsáveis pela formação da fibra nervosa no SNP.
As células de Schwann podem se enrolar em volta do axônio seguidas vezes, formando a
bainha de mielina. São necessárias várias células de Schwann para envolver um axônio.
 Epêndima geralmente classificada como constituinte da neuroglia, forma o revestimento
dos ventrículos e do canal espinhal (cavidades repletas de líquido). Em muitos locais do
encéfalo, o revestimento ependimário é modificado de modo a permitir a produção do
líquido cefalorraquidiano a partir das alças de capilares adjacentes. A união dessas alças
com as células ependimárias modificadas é chamada plexo coroide (Kierszenbaum e Tres,
2012).

Condução do impulso nervoso

As células do nosso corpo, principalmente as células do tecido nervoso, apresentam um


potencial elétrico na sua membrana plasmática. Esse potencial elétrico confere uma carga
positiva na face externa da membrana plasmática e uma carga negativa na face interna. Essa
polarização da membrana se deve às variações de concentrações de íons entre o meio intra e
extracelular. Essa diferença é mantida pelo funcionamento da bomba de Na+ e K+, graças à
presença de ATPases na membrana que liberam energia para o transporte dos íons. Em uma
condição de repouso, a concentração externa de Na+ é maior do que a interna e a concentração
interna de K+ é maior do que a externa (Kierszenbaum e Tres, 2012).

Quando um neurônio é estimulado com determinada intensidade, há uma modificação do


funcionamento da bomba iônica. O estímulo provoca um aumento da permeabilidade da
membrana plasmática do neurônio ao íon sódio, levando à entrada deste íon no citoplasma. Essa
entrada de íons sódio provoca uma inversão local da polaridade da membrana: a face interna da
membrana passa a ter carga positiva, e a face externa, carga negativa. Essa inversão de polaridade
se propaga pela membrana da célula nervosa, normalmente dos dendritos ao axônio, sendo que as
regiões iniciais tendem a voltar a seu estado inicial de polarização pela ação da bomba de Na+ e
K+.

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Nas fibras nervosas que possuem bainha de mielina, o impulso adquire uma característica
distinta de "condução saltatória". A bainha de mielina não é contínua em todo o axônio. Alguns
pontos entre as células formadoras da mielina ficam sem mielina, sendo estes locais chamados
nódulo ou nó de Ranvier. A presença desses nós torna a condução do impulso mais rápida, visto
que a onda de despolarização salta de um nó para o outro (a bainha de mielina funciona como um
isolante). (Kierszenbaum e Tres, 2012).

A onda de despolarização, ao chegar ao botão pré-sináptico, provoca a fusão das


vesículas, que contém os transmissores, à membrana plasmática. Os transmissores são liberados
na fenda sináptica e, ao entrar em contato com os receptores presentes na membrana do botão
pós-sináptico, provocam uma nova onda de despolarização no neurônio seguinte.

4. TECIDO MUSCULAR

De acordo com Gartner e Hiatt (2007), o tecido muscular é formado por células
especializadas cuja função é a contração. Essas células são também chamadas fibras musculares,
e são encontradas agrupadas em massas macroscópicas denominadas músculos, que são as
estruturas ativas do aparelho locomotor, enquanto os ossos são as estruturas passivas. Os tecidos
musculares podem ser classificados em: tecidos musculares estriados, que podem ser
esqueléticos ou cardíacos, e tecidos musculares lisos.

 Tecido muscular estriado esquelético

O tecido muscular estriado esquelético constitui a maior parte da musculatura dos


vertebrados e recobre totalmente o esqueleto, estando inserido nos ossos.

Os músculos esqueléticos são de contração voluntária e se formam pela fusão de células


precursoras (mioblastos), originando uma célula cilíndrica extremamente longa (atingindo vários
centímetros), com muitos núcleos periféricos, e com estriações transversais.

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O citoplasma das fibras musculares esqueléticas encontra-se repleto por miofibrilas,
possuindo retículo sarcoplasmático, mitocôndrias e outras organelas. As miofibrilas são
estruturas cilíndricas que se estruturam formando sarcômeros, que são as unidades funcionais
(contráteis) do músculo esquelético. O alinhamento dos sarcômeros é responsável pelas
estriações transversais presentes nos músculos estriados (Gartner e Hiatt, 2007).

Os sarcômeros das miofibrilas são compostos de miofilamentos que vão gerar a


contração muscular. Esses filamentos contráteis são formados por um conjunto de proteínas, e
podem ser:

Miofilamentos finos de actina

Para Gartner e Hiatt, (2007), são compostos por actina, tropomiosina e tropomina.

 A actina que constitui filamentos é chamada actina F (filamentosa) e é constituída por


monômeros de actina G (globosa). A actina globosa possui duas polaridades, que vão
orientar a formação do filamento proteico.
 A tropomiosina é formada por duas cadeias polipeptídicas enroladas em alfa-hélice, que
vão ocupar o sulco formado pelos filamentos de actina F. Cada molécula de tropomiosina
se estende por 7 monômeros de actina e se liga a um complexo troponina.
 A troponina é um complexo formado por três proteínas: TnI, TnC e TnT. A troponina T
se liga à molécula de tropomiosina; a troponina I é responsável por inibir a ligação da
miosina com a actina; e a troponina C se liga aos íons de cálcio.
 Miofilamentos grossos de miosina esses filamentos são espessos e podem ser
subdivididos em duas estruturas essenciais. A porção mais alongada, que compõe a cauda
da molécula de miosina, dá estruturação ao miofilamento de miosina de uma forma geral
e é chamada meromiosina leve. Na extremidade dessa porção alongada, encontra- se

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uma .cabeça., semelhante à extremidade de um taco de golfe, que recebe o nome de
meromiosina pesada, juntamente com um discreto ."pescoço". A meromiosina pesada
possui atividade ATPásica e é responsável pela interação com os filamentos de actina
(Gartner e Hiatt, 2007).

Nos sarcômeros, esses miofilamentos estão organizados de forma apropriada, que


compõe áreas claras e escuras que se intercalam, formando todo um conjunto de bandas (I, A, H)
e de linhas (Z e M) que, ao se repetirem por toda a extensão da fibra muscular, são responsáveis
pela imagem das estriações transversais visualizadas ao microscópio de luz.

Tecido muscular estriado cardíaco

Para Gartner e Hiatt, (2007), o músculo cardíaco é um músculo de contração involuntária


e, assim como o esquelético, é constituído por fibras que apresentam estrias transversais,
denotando a organização dos seus miofilamentos em sarcômeros.

As células cardíacas são envoltas por uma delicada camada de tecido conjuntivo, e suas
células são alongadas, mas não tanto quanto as esqueléticas, e ramificadas, com um ou dois
núcleos centrais.

Unindo duas células cardíacas, há complexos juncionais especializados chamados discos


intercalares. Os discos intercalares são visualizados ao microscópio de luz como uma linha mais
escura, na forma de uma reta ou em degraus, e são compostos por junções de adesão,
desmossomos e junções comunicantes. São estruturas características do tecido muscular cardíaco
(Gartner e Hiatt, 2007).

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Tecido Músculo liso

Para Gartner e Hiatt, (2007), as células do músculo liso são alongadas e fusiformes, com
um único núcleo oval e central. São células de contração involuntária, presentes na parede de
vários órgãos, como, por exemplo, a via digestória, na qual são responsáveis pelos movimentos
peristálticos.

As células musculares lisas são envoltas por uma lâmina basal e uma fina rede de fibras
reticulares, que recebe a denominação lâmina externa. Como nos outros tipos de tecido muscular,
os seus elementos contráteis são os miofilamentos de actina e miosina. A diferença reside no fato
de esses miofilamentos não estarem dispostos na forma de sarcômeros, mas de forma aleatória.
Assim, não há estriações transversais em sua estrutura. Além disso, os filamentos de actina são
formados somente de moléculas de actina e tropomiosina.

O cálcio utilizado na contração muscular desse tecido é armazenado no interior da célula,


em vesículas denominadas cavéolas.

Esse tipo de músculo recebe inervações simpáticas e parassimpáticas (que são


antagônicas), mas não há estruturas parecidas com a placa motora. As fibras nervosas liberam
neurotransmissores (acetilcolina e noradrenalina) no espaço intercelular que se difundem,
alcançando e despolarizando as células musculares. Quando despolarizadas, as cavéolas liberam
o cálcio e se inicia a contração dos miofilamentos (Gartner e Hiatt, 2007).

5. TECIDO SANGUÍNEO

O sangue é um tecido conjuntivo especializado que circula em um sistema fechado de


canais, representado pelo coração, artérias, capilares e veias. Além de transportar nutrientes a
todas as células e retirar os produtos tóxicos resultantes do metabolismo, o sangue conduz, de um

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órgão para o outro, hormônios e outras substâncias reguladoras da atividade celular. O sangue
atua também nos processos de defesa, carregando anticorpos e células que destroem agentes
invasores e ajudam na cicatrização e recuperação de tecidos lesionados. O sangue ainda distribui
calor, mantendo constante a temperatura do corpo, e auxilia na manutenção do equilíbrio
ácido/básico e osmótico dos fluidos corporais (Ovalle e Nahirney, 2008).

No homem, o sangue consiste de um fluido viscoso, de cor vermelha e tonalidade


variável. Possui um pH levemente alcalino (7,4) e é responsável por aproximadamente 7% do
peso corporal (+/- 5,5 L num indivíduo adulto).

Os componentes do sangue podem ser separados por centrifugação, desde que seja
coletado com uso de anticoagulantes. Dessa forma, podem- se obter:

 Glóbulos vermelhos (hemácias): representam de 42% a 47% do volume total de sangue


(hematócrito);
 Glóbulos brancos (leucócitos) e plaquetas: vão formar a papa leucocitária., designação
conferida à camada delgada e translúcida, que representa apenas 1% do volume total de
sangue;
 Plasma sanguíneo: componente líquido do sangue, no qual os outros componentes estão
diluídos e que representa aproximadamente 55% do volume do sangue . (Ovalle e
Nahirney, 2008).

Plasma sanguíneo

O plasma sanguíneo é a parte líquida do sangue, que transporta substâncias solúveis em


água. É constituído por água, proteínas, glicose, sais minerais e outros nutrientes, materiais de
excreção, hormônios e anticorpos.

Dentre as proteínas presentes no plasma, destacam-se:

 As albuminas: encarregadas de regular a pressão osmótica do sangue;


 As globulinas: representam os anticorpos que atuam na defesa do organismo;
 O fibrinogênio: atua nos processos de coagulação sanguínea (Ovalle e Nahirney,
2008).

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Na ausência de anticoagulantes, o fibrinogênio, juntamente com os outros elementos celulares do
sangue, forma um coágulo. Esse processo de coagulação permite a obtenção do soro sanguíneo,
que é, essencialmente, o plasma sanguíneo sem o fibrinogênio

Hemácias (ou glóbulos vermelhos ou eritrócitos)

São glóbulos anucleados as células precursoras das hemácias são formadas na medula
óssea e fazem parte da série vermelha do sangue. Antes de entrarem na corrente circulatória elas
perdem o núcleo no processo de maturação, além de todas as suas organelas. As hemácias têm
um tempo de vida limitado, após cerca de 120 dias, essas células anucleadas e envelhecidas, são
destruídas por macrófagos no baço, fígado e medula óssea. (Ovalle e Nahirney, 2008).

Leucócitos (ou Globulos Brancos)

Leucócitos ou glóbulos brancos são os componentes da série branca do sangue e


aparecem em um número muito menor que as células da série vermelha. Uma pessoa adulta
apresenta normalmente níveis de 6.500 a 10.000 leucócitos por mm3 de sangue . (Ovalle e
Nahirney, 2008).

Os leucócitos fazem parte do sistema de defesa do organismo, implicados nas defesas


celulares e imunocelulares do organismo, não agem no sangue, mas nos tecidos adjacentes,
usando o sangue apenas como meio de transporte. Para poderem realizar suas funções, os
leucócitos migram para o tecido conjuntivo por entre as células do endotélio dos vasos
sanguíneos, através do mecanismo de diapedese. Quando os tecidos são invadidos por micro-
organismos os leucócitos são atraídos por quimiotaxia, ou seja, substâncias originadas dos
tecidos, do plasma sanguíneo e dos próprios micro-organismos provocam uma resposta
migratória, para o local onde está a maior concentração desses agentes quimiotáticos. São dividir
os leucócitos em granulócitos e agranulócitos. Os granulócitos apresentam grânulos em seus
citoplasmas, sendo eles os Neutrófilos, Eosinófilos e Basófilos. Os agranulócitos não
apresentam granulações citoplasmáticas visíveis à microscopia de luz, são os Linfócitos e
Monócitos. (Ovalle e Nahirney, 2008).

 Neutrófilos são as células que representam o maior número dos leucócitos, chegando a
70% do total de células brancas. Em caso de infecções bacterianas agudas, estas são as

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primeiras células a serem identificadas. Constituem importante defesa celular contra a
invasão de microorganismos.
 Eosinófilos representam de 2% a 4% do total de leucócitos e têm o mesmo tamanho dos
neutrófilos. Seu núcleo é bilobado e os grânulos citoplasmáticos, altamente eosinofílicos,
são ovoides e maiores do que os grânulos dos neutrófilos. Representam a primeira linha
de defesa contra parasitas, pois são especializados na digestão de complexos antígeno .
anticorpo, característicos dos processos alérgicos.
 Basófilo são os leucócitos menos frequentes no sangue, representando menos de 1% do
seu total. Seu núcleo é volumoso, em forma de S retorcido e irregular. Possuem grânulos
citoplasmáticos grandes, basófilos e metacromáticos, que frequentemente recobrem o
núcleo. Ao deixar a circulação e penetrar no tecido conjuntivo, adquirem aparência
semelhante ao mastócito. Ao entrar em contato com algum alérgeno, os basófilos
exocitam seus grânulos e provocam uma reação de hipersensibilidade imediata
(anafilaxia), que é, de fato, uma reação exagerada do organismo no combate ao alérgeno .
(Ovalle e Nahirney, 2008).
 Os monócitos são as maiores células do sangue circulante e representam de 3% a 8% da
população leucocitária. São constituintes da unidade funcional denominada sistema
mononuclear fagocitário. Esse sistema se origina da célula mononuclear fagocitária,
presente na medula óssea. A célula precursora atinge o sangue circulante, onde permanece
alguns dias completando sua maturação e se torna um monócito. Enquanto circulante,
essa célula continua um monócito; porém, quando realiza a diapedese e penetra no tecido
conjuntivo, transforma-se nummacrófago. Dependendo do órgão no qual se encontre, esse
macrófago recebe diferentes designações: células de Kupffer, no fígado; macrófagos
alveolares, nos pulmões; células de Langerhans, na pele; microglia, no sistema nervoso
central; dentre outros.
 Plaquetas são fragmentos citoplasmáticos pequenos (2 a 4 mm) e anucleados, derivados
dos megacariócitos residentes da medula óssea e desempenham um importante papel na
hemostasia13, promovendo a coagulação do sangue e ajudando na reparação de danos na
parede dos vasos, evitando processos hemorrágicos . (Ovalle e Nahirney, 2008).

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6. Conclusão

Terminando o trabalho conclui que tecidos são congregações de células que, juntas, originam
quatro tecidos básicos no corpo humano. Tecido conjuntivo é um tecido de preenchimento e
sustentação, rico em substância intercelular que tem origem mesodérmica e como o próprio nome
já diz, ele pode estabelecer conexão entre diferentes tecidos ou órgãos. O tecido nervoso tem sua
origem do ectoderma, mais especificamente no neuroectoderma, e forma o sistema nervoso. Esse
sistema é responsável pelo bom funcionamento interno do organismo (sistema neurovegetativo) e
por mediar sua relação com o meio ambiente (sistema nervoso cerebroespinhal). O tecido
muscular é de origem mesodérmica, sendo caracterizado pela propriedade de contração e
distensão de suas células, o que determina a movimentação dos membros e das vísceras. O
sangue é um tecido conjuntivo especializado que circula.

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7. Referencias Bibliográficas

GARTNER, Leslie P.; HIATT, James L (2007).Tratado de Histologia em Cores. 3. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan. 576p.

GITIRANA, Lycia de Brito (2007) . Histologia: conceitos básicos dos tecidos. 2. ed. Rio
deJaneiro: Atheneu.

KIERSZENBAUM, Abraham L.; TRES, Laura L (2012) . Histologia e Biologia Celular: Uma
introdução à patologia. 3. Ed. Rio de Janeiro: Elsevier.

KIERSZENBAUM, A.L (2016). Histologia e Biologia Celular. 4ª ed. Elsevier, Rio de Janeiro.

OVALLE, William K.; NAHIRNEY, Patrick C (2008). Netter Bases da Histologia 1. Ed. Rio de
Janeiro. 493

ROSS, M. H.; PAWLINA, W (2012). Histologia: texto e atlas, em correlação com Biologia
celular e molecular. 6.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. pp. 24, 104.

STEVENS Alan; LOWE James (2002) . Histologia Humana. 1. ed. São Paulo: São Paulo. 408p

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