V. Trabalho de Administração de Finanças Pública.

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Instituto de Educação à Distancia

Conta Geral do Estado

Estudante: Vanda Juleca João Raisse da Cunha


Código: 708216812
Turma: L

Curso: Administração Pública


Disciplina: Administração de Finanças Públicas
Ano:3ᵒ Ano

Quelimane
Setembro
2023
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE
Instituto de Educação à Distância

Conta Geral do Estado

Tutoraː Lara Marisa Paulo Inguane

Quelimane
Setembro
2023
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 Índice 0.5
Aspectos  Introdução 0.5
Estrutura organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(indicação clara do 1.0
problema)
 Descrição dos
Introdução objectivos 1.0
 Metodologia
adequada ao objecto
do trabalho 2.0
 Articulação e
domínio do discurso
académico
(expressão escrita
cuidada, 2.0
coerência/coesão
Conteúdo textual)
Análise e discussão  Revisão bibliográfica
nacional e
internacionais
relevantes na área 2.0
de estudo
 Exploração dos
dados 2.0
Conclusão  Contributos teóricos
e práticos 2.0
 Paginação, tipo e
tamanho de letras,
Aspectos gerais Formatação paragrafo, 1.0
espaçamento entre
linhas
Normas APA 6ᵃ  Rigor e coerência
Referências edição em citações das 4.0
Bibliográficas e bibliografia citações/referências
bibliográficas
Folha de Recomendações

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Índice
1. Introdução............................................................................................................................ 2

1.1. Objectivos ........................................................................................................................ 3

1.1.1. Objectivo Geral................................................................................................................ 3

1.1.2. Objectivos Específicos .................................................................................................... 3

1.2. Metodologia do Trabalho .................................................................................................... 3

2. Conta Geral do Estado......................................................................................................... 4

2.1. Definição de Conta Geral do Estado ............................................................................... 4

2.2. Importância da Conta Geral do Estado ............................................................................ 6

2.3. Objecto da Conta Geral do Estado .................................................................................. 6

2.4. Âmbito da Conta Geral Do Estado .................................................................................. 7

2.5. Sistema Contabilístico do Estado (SCE) ......................................................................... 8

2.6. Prazos ............................................................................................................................ 10

2.7. Estrutura da Conta Geral do Estado .............................................................................. 10

2.8. Considerações sobre CGE ............................................................................................. 11

3. Conclusão .......................................................................................................................... 12

4. Referencias Bibliograficas ................................................................................................ 13


1. Introdução

O presente trabalho da cadeira de Administração de Finanças Públicas tem como objectivo


estudar a "Conta Geral do Estado", como sendo o controlo financeiro na Administração
Pública no geral e, em particular, como as recomendações e as ênfases feitas pelo Tribunal de
Contas à Conta Geral do Estado são tidas em conta pelos Governos observadas e aplicadas em
legislaturas futuras. Nos últimos anos, a economia mundial sofreu um vasto processo de
globalização, apoiado na interdependência de actividades e funções desenvolvidas em
diferentes lugares e por diferentes atores. Em consequência deste contexto, a Administração
Pública, teoricamente, sofreu grandes alterações ao longo do século XX, uma extensa e
prolongada revolução que desde o último quarto do século XIX até aos dias de hoje transpôs o
quadro das missões do Estado na sociedade.

Em simultâneo, uma Administração burocrática centrada em procedimentos, transferiu- se


para uma Administração direccionada para obtenção de resultados. Com o aparecimento do
Estado moderno, vincado por linhas da pós-modernidade, assim como pelo diálogo entre o
Direito, a Economia e as Finanças Públicas, e pela padronização de conceitos de
accountability e de value of Money.

Por outro lado, as finanças públicas adquiriram, nos dias de hoje, um papel de grande
relevância, isto porque as finanças públicas passaram a exercer uma influência decisiva no
dia-a-dia dos contribuintes.

Assim como a necessidade de garantia da prestação de contas por todos aqueles que
desempenham poderes públicos ou administram recursos financeiros públicos, de igual modo
os entes e gestores que tenham natureza jurídica privada.

Da mesma forma a responsabilização pelos actos públicos, assim como a gestão de recursos
públicos são temas de grande interesse e discussão, os quais continuam a requerer cada vez
mais preocupação quer a políticos, cidadãos/contribuintes, decisores e teóricos. Aparece assim
o Tribunal de Contas no centro da Administração Pública, é uma instituição superior de
controlo financeiro em Moçambique, competindo-lhe garantir a legalidade das despesas
públicas, assim como julgar as contas que a lei mandar submeter-lhe.

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1.1. Objectivos
1.1.1. Objectivo Geral

O presente trabalho tem como obiectivo geral cinhecer a conta geral do estado, em particular
o contexto Moçambicano.

1.1.2. Objectivos Específicos


 Apresentar definicao inerente a Conta Geral do Estado;
 Descrever a importância e objetivos da Conta Geral do Estado, e
 Ilustrar os prazos e estrutura da Conta Geral do Estado.

1.2. Metodologia do Trabalho

Segundo Marconi e Lakatos (2009), afirmam que: “A metodologia é o conjunto de


actividades sistemáticas e racionais que com maior segurança e economia, permite alcançar o
objectivo ou conhecimentos validos e verdadeiros traçando o caminho a ser seguido,
detectando erros e auxiliando as decisões do cientista”. Para este trabalho, a sua realização irá
obedecer as seguintes linhas de orientação metodológica”.

Para a realização do presente trabalho de investigação, foi possível com ajuda das consultas
de alguns manuais ou bibliográficas digitais e não digitais, assim como alguns sites da
internet e manual de Administração de Finanças Públicas da UCM ensino a distância. As
mesmas obras estão devidamente citadas no desenvolvimento deste trabalho e destacadas na
referência bibliográfica final.

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2. Conta Geral do Estado
2.1. Definição de Conta Geral do Estado

Para MORENO (2000), A CGE é o conjunto de demonstrações financeiras, documentos de


natureza contabilística, orçamental e financeira, relatórios de desempenho da gestão,
relatórios e pareceres de auditoria correspondentes aos actos de gestão orçamental, financeira,
patrimonial e operacional e á guarda de bens e valores públicos, devendo ser apresentada aos
órgãos de controlo externo, a cada exercício financeiro, nos prazos e condições previstos nas
normas e legislação pertinentes.

Segundo ROCHA (2013), a CGE compreende as contas de todos os Órgãos da Administração


Central e Local do Estado e dos Serviços, Institutos Públicos e Fundos Autónomos, bem
como da Segurança Social e dos Órgãos de Soberania.

A CGE é elaborada pelo Ministério das Finanças através da Direcção Nacional de


Contabilidade Pública, enquanto Órgão Central do Sistema Contabilístico do Estado (SCE)
com o suporte das Unidades Orçamentais e Órgãos Dependentes que integram o referido
sistema (SANTOS, 2016).

Por sua vez, de acordo com o art. 58º da Lei de Enquadramento Orçamental, a execução do
Orçamento está sujeita ao controlo orçamental e à responsabilidade financeira, de acordo com
a Lei Enquadramento Orçamental e restante legislação aplicável, o qual tem por objecto a
verificação da legalidade e da regularidade financeira das receitas e das despesas públicas,
bem como a apreciação da boa gestão dos dinheiros e outros activos públicos e da dívida
pública (SANTOS, 2016).

Os relatórios tem a apresentação da Conta Geral do Estado e a análise dos principais


elementos referentes à: Evolução dos principais agregados macroeconómicos durante o
período da execução orçamental; evolução da situação financeira do Estado, incluindo a dos
serviços e Fundos Autónomos e a da Segurança Social; execução e alterações do Orçamento
do Estado, incluindo o da Segurança Social; outras matérias relevantes para a apresentação e
justificação da Conta Geral do Estado (SANTOS, 2016).

Ainda a CGE compreende mapas contabilísticos gerais referentes à: execução orçamental;


situação de tesouraria; situação patrimonial; conta dos fluxos financeiros do Estado. A Conta
do Tribunal de Contas depois de aprovada, é enviada, até 30 de Abril do ano seguinte àquele a
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que respeita à AR para informação, e ao Governo, para efeitos da sua integração na Conta
Geral do Estado. A publicação efectua-se depois de aprovada pela AR, a Conta Geral do
Estado é publicada no Diário da República, nos termos a definir pelo Governo, que definirá
igualmente o regime de publicação das contas próprias e dos elementos informativos, bem
como a informação susceptível de ser publicada apenas em suporte informático
(ROCHELIEZE, 2002).

Para SILVERIO (2003), O Orçamento Geral do Estado é uma previsão das receitas e despesas
anuais do Estado. Engloba o montante e a discriminação das despesas a efectuar, bem como a
forma de as cobrir. Inclui ainda a autorização concedida à Administração Financeira para
cobrar receitas e realizar despesas.

Segundo TAVARES (2014), Qualquer Orçamento de Estado cumpre três conjuntos de


funções: económicas (de racionalidade, já que permite uma melhor gestão dos dinheiros
públicos, e de eficácia, pois permite ao Governo conhecer a política económica global do
Estado), políticas (garante os direitos fundamentais dos cidadãos, ao impedir que sejam
tributados sem autorização dos seus legítimos representantes, e o equilíbrio de poderes, já
que, através do mecanismo de autorização política, a Assembleia da República pode controlar
o Governo) e jurídicas (através de normas que permitem concretizar as funções de garantia
que o Orçamento pretende prosseguir).

Para MARTINS (2013), Existem cinco regras orçamentais clássicas, embora nem todas sejam
actualmente seguidas com frequência:

 Regra da anualidade: qualquer Orçamento tem um ano de vigência e, como tal, uma
execução orçamental anual.
 Regra da plenitude: um só orçamento e tudo no orçamento. Em cada ano, o Estado
deve elaborar apenas um Orçamento (unidade), no qual todas as despesas devem estar
inscritas (universalidade).
 Regra da discriminação orçamental, que comporta três regras relativas à forma
de inscrição orçamental das receitas e despesas: a especificação (deve ser
especificada cada receita a cada despesa), a não-compensação (os montantes devem
constar no Orçamento de uma forma bruta) e a não-consignação (todas as receitas
devem servir para cobrir todas as despesas, não se podendo afectar quaisquer receitas
à cobertura de determinadas despesas).

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 Regra da publicidade: o OGE tem que ter publicação oficial.
 Regra do equilíbrio orçamental: o OGE deve ser elaborado para que as receitas
previstas cubram na realidade as despesas previstas.

O sentido actual de algumas destas regras orçamentais é, no entanto, diferente do conceito


clássico. Algumas regras são frequente ou mesmo sistematicamente violadas na esmagadora
maioria dos países.

É o caso das regras da plenitude (existe uma tendência para a desorçamentação, pois
montantes cada vez maiores de dinheiros públicos fogem ao controlo do OGE, devido à
existência de serviços públicos com autonomia financeira e, como tal, com orçamentos
próprios) e do equilíbrio (uma vez que em quase todos os países se verificam défices
orçamentais, que se acentuam em períodos de dificuldade económica, dado que as receitas
públicas têm tendência a diminuir e as despesas a aumentar),( MADUREIRA, 2013).

Para MORENO (2000), Em Moçambique, o regime jurídico do Orçamento de Estado é


dualista: a Assembleia da República aprova a Lei do Orçamento (com o conteúdo mínimo
previsto no artigoo 108o, n.o 1 da Constituição) e o Governo o Decreto-Lei Orçamental.

A Lei 6/91 de 20 de Fevereiro é o diploma legal actualmente em vigor que enquadra o


Orçamento Geral do Estado.

2.2. Importância da Conta Geral do Estado

A conta geral do estado é muito importante, porque é um documento no qual estão


apresentadas as receitas arrecadadas e as despesas efectuadas nu determinado ano económico,
assim com os devedores e credores existentes no fim do ano, é princípio e regras da
contabilidade pública (MORENO, 2000).

2.3. Objecto da Conta Geral do Estado

Para MARTINS (2013), No 31 Dezembro termina um ano económico, é então necessário


proceder ao enceramento das contas. Após o enceramento das contas, procede-se à síntese de
toda a execução orçamental. A conta geral do estado abrange todos os organismos do estado,
excepção das instituições autónomas, empresas públicas e autarquias que se regem por
legislação própria.

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2.4. Âmbito da Conta Geral Do Estado

A Conta Geral do Estado tem por objecto evidenciar a execução orçamental e financeira, bem
como apresentar o resultado do exercício e a avaliação do desempenho dos órgãos e
instituições do Estado, conforme preceitua o artigo 45 da Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro,
que cria o Sistema de Administração Financeira do Estado.

Nos termos do n.º 1 do artigo 46 da mesma lei, a Conta Geral do Estado deve ser preparada
com clareza, exactidão e simplicidade, de modo a possibilitar a sua análise económica e
financeira. Por sua vez, o n.º 3 do mesmo artigo dispõe que “... a Conta Geral do Estado deve
ser elaborada com base nos princípios e regras de contabilidade geralmente aceites”.

Para SANTOS (2016), Quanto ao conteúdo, e segundo dispõe o artigo 47 da citada lei, a
Conta Geral do Estado deve conter informação completa relativa a:

 Receitas cobradas e despesas pagas pelo Estado;


 Financiamento do défice orçamental;
 Fundos de terceiros;
 Balanço do movimento de fundos entrados e saídos na Caixa do Estado;
 Activos e passivos financeiros e patrimoniais do Estado;
 Adiantamentos e suas regularizações.

Relativamente à estrutura e segundo estabelece o n.º 1 do artigo 48 da lei supracitada, a Conta


Geral do Estado deve conter os seguintes documentos básicos:

 O relatório do Governo sobre os resultados da gestão orçamental referente ao


exercício económico;
 O financiamento global do Orçamento do Estado com discriminação da situação das
fontes de financiamento;
 O balanço;
 Os mapas de Execução Orçamental, comparativos entre as previsões orçamentais e a
receita cobrada e daquelas com a despesa liquidada e paga, segundo a classificação
apresentada no artigo 23 da lei que temos vindo a citar;
 A demonstração de resultados;
 Os anexos às demonstrações financeiras;

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 O mapa dos activos e passivos financeiros existentes no início e no final do ano
económico;
 O mapa consolidado anual do movimento de fundos por Operações de Tesouraria.

De acordo com o artigo 23 da mesma lei, as receitas e as despesas agrupam-se em correntes e


de capital; ainda, as receitas são classificadas segundo os critérios económico, territorial e por
fontes de recurso. Quanto às despesas, são usados, para a sua classificação, os critérios
orgânico, territorial, económico e funcional.

Adicionalmente, a Conta Geral do Estado deverá integrar, em anexo, a seguinte informação:

a) O inventário consolidado do património do Estado (n.º 2 do artigo 48);


b) Um resumo das receitas, despesas e saldos por cada instituição com autonomia
administrativa e financeira (n.º 3 do artigo 48).

Sendo definidas, no Orçamento do Estado de cada ano, as formas de prossecução da política


financeira do Estado, a Conta Geral do Estado deve permitir a análise do nível de arrecadação
das receitas previstas e da realização das despesas fixadas, visando controlar se essa execução
foi feita de acordo com a legislação pertinente sobre a matéria, SANTOS (2016).

2.5. Sistema Contabilístico do Estado (SCE)

Tendo em atenção as insuficiências detectadas no processo de orçamentação e gestão


financeira públicas, o Governo decidiu, no âmbito das suas acções de reforma, em Julho de
2002, aprovar o Programa de Modernização das Finanças Públicas (PMFP).

Foi no âmbito da implementação de tal programa que, em Janeiro de 2004, se iniciou o


processo de implantação do SIGFE na plataforma informática Web, que constitui um passo
fundamental para a implementação do SCE, com a consequente reorganização dos serviços de
contabilidade pública, baseado nos seguintes paradigmas:

A. Introdução de métodos modernos de planeamento contabilístico, aonde se ressalta a


implementação de um Plano de Contas que, através da utilização das partidas
dobradas, passou a permitir a realização de registos contabilísticos aptos a reflectir a
real e completa situação económica, financeira e patrimonial do Estado; e
B. Adopção dos padrões internacionais de gestão contabilística do Estado,
nomeadamente os fixados pelas Normas Internacionais de Contabilidade para o Sector
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Público (NICSP9 editadas pela International Federation of Accountants (IFAC),
aumentando com isso o grau de fiabilidade e o respeito da comunidade internacional
às informações produzidas pelo Governo.

ROCHELIE (2002), Deste modo, o Estado passou a contar com informações mais
consistentes, oportunas e comparáveis, que têm conferido maior segurança ao processo de
tomada de decisão por parte dos diversos agentes e maior transparência aos actos da gestão
dos recursos públicos.

MADUREIRA (2013), A implementação do SCE provocou uma profunda transformação na


contabilidade pública em Angola. O Plano de Contas do Estado (PCE) constituiu-se na
principal componente dessa transformação, por ser o elemento que traduz as informações
contabilísticas nas demonstrações financeiras e relatórios que compõem a CGE. O PCE
consiste na estruturação uniforme e sistematizada de códigos representativos das contas a
serem utilizadas para o registo contabilístico dos actos e factos administrativos e representa
uma fonte para obtenção de informações de natureza orçamental, financeira e patrimonial
resultante das actividades do Estado. São objectivos do PCE:

1) Acompanhar e controlar a programação e a execução orçamental, demonstrando o


montante dos créditos orçamentais e as suas variações, a despesa cabimentada,
liquidada, paga e os créditos disponíveis;
2) Acompanhar e controlar a programação e a execução financeira, demonstrando o
montante dos tectos financeiros autorizados, os limites periódicos estabelecidos para a
cabimentação das despesas e a concessão de quotas e limites financeiros;
3) Realçar o estado patrimonial e suas variações, proporcionando o conhecimento mais
adequado da situação económico-financeira da gestão administrativa;
4) Possibilitar a extracção dos relatórios e demonstrações financeiras necessários a
análise da gestão e à elaboração da CGE, tais como o Balanço Orçamental, Balanços
Financeiro e Patrimonial e a Demonstração das Variações Patrimoniais.

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2.6. Prazos

A Constituição da República estabelece, na alínea a) do n.º 2 do artigo 230, que compete ao


Tribunal Administrativo emitir o Relatório e o Parecer sobre a Conta Geral do Estado.

De acordo com o n.º 1 do artigo 50 da Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro, que cria o Sistema
de Administração Financeira do Estado (SISTAFE), a Conta Geral do Estado dever ser
apresentada pelo Governo, à Assembleia da República e ao Tribunal Administrativo, até 31 de
Maio do ano seguinte àquele a que a mesma respeite.

O Relatório e o Parecer do Tribunal Administrativo sobre a Conta Geral do Estado devem ser
enviados à Assembleia da República até ao dia 30 de Novembro do ano seguinte àquele a que
a Conta Geral do Estado se refere, de acordo com o disposto no n.º 2 do mesmo artigo.

É no cumprimento destes comandos normativos que o Tribunal Administrativo, em sede do


Plenário, emite o presente Parecer sobre a Conta Geral do Estado relativa ao exercício do ano
económico.

2.7. Estrutura da Conta Geral do Estado

Relativamente à estrutura e segundo estabelece o n.º 1 do artigo 48 da lei supracitada, a Conta


Geral do Estado deve conter os seguintes documentos básicos:

a) O relatório do Governo sobre os resultados da gestão orçamental referente ao


exercício económico;
b) O financiamento global do Orçamento do Estado com discriminação da situação das
fontes de financiamento;
c) O balanço;
d) Os mapas de Execução Orçamental, comparativos entre as previsões orçamentais e a
receita cobrada e daquelas com a despesa liquidada e paga, segundo a classificação
apresentada no artigo 23 da lei que temos vindo a citar;
e) A demonstração de resultados;
f) Os anexos às demonstrações financeiras;
g) O mapa dos activos e passivos financeiros existentes no início e no final do ano
económico;
h) O mapa consolidado anual do movimento de fundos por Operações de Tesouraria.

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De acordo com o artigo 23 da mesma lei, as receitas e as despesas agrupam-se em correntes e
de capital; ainda, as receitas são classificadas segundo os critérios económico, territorial e por
fontes de recurso. Quanto às despesas, são usados, para a sua classificação, os critérios
orgânico, territorial, económico e funcional.

Adicionalmente, a Conta Geral do Estado deverá integrar, em anexo, a seguinte informação:

a) O inventário consolidado do património do Estado (n.º 2 do artigo 48);


b) Um resumo das receitas, despesas e saldos por cada instituição com autonomia
administrativa e financeira (n.º 3 do artigo 48).

Sendo definidas, no Orçamento do Estado de cada ano, as formas de prossecução da política


financeira do Estado, a Conta Geral do Estado deve permitir a análise do nível de arrecadação
das receitas previstas e da realização das despesas fixadas, visando controlar se essa execução
foi feita de acordo com a legislação pertinente sobre a matéria.

2.8. Considerações sobre CGE

Para ROCHA (2013), As regras de elaboração dos Orçamentos de Estado são simples de
enunciar e fáceis de aplicar. Por isso, quando aparecem desvios a estes procedimentos
podemos interpretá-los como intencionais, visando esconder receitas ou disfarçar despesas,
diminuindo-se a transparência das Contas Públicas.

 Regra da anualidade,
 .Regra da universalidade,
 Regra do orçamento bruto ou da não compensação
 Regra da não consignação,
 Regra da especificação,
 Regra do equilíbrio intergeracional

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3. Conclusão

Para finalizar, a Conta Geral do Estado (CGE), é um instrumento relevante para mostrar os
fluxos orçamentais e financeiros e as variações patrimoniais ocorridas durante um exercício,
bem como a situação financeira e patrimonial do Estado no final de cada ano.

Conforme notado na introdução deste trabalho, a CGE no contexto Moçambicano de 2019


apresenta ainda uma insuficiência relevante que é o de não incluir registos das situações
patrimoniais ocorridas antes de 2020. Deste modo, no processo de consolidação da elaboração
da CGE, uma tarefa de grande alcance a ter em conta é a realização de inventários dos bens
patrimoniais do Estado, quer físicos como financeiros, com o fim de tornar abrangente e
fiáveis as contas. De igual modo, a conclusão dos desenvolvimentos do SIGFE e do SIGPE
deve ser perseguido.

Uma Administração burocrática centrada em procedimentos transferiu-se para uma


Administração direccionada para obtenção de resultados. O início do século XXI foi, também,
assinalado por uma grave crise financeira e económica que demonstrou lacunas graves no
desempenho de algumas estruturas dos Estados, abrangendo as que tem como missão a
supervisão e o controlo. Este contexto exige novas condições e novos desafios para as
entidades superiores de controlo. Sendo o nosso objecto de estudo as recomendações e as
ênfases que o Tribunal de Contas elabora, tentamos, ao longo do trabalho, dar resposta a esta
temática.

Contudo, constatamos que os Governos nem sempre conseguem acolher a totalidade das
recomendações. Existe um grande número de recomendações que não são acolhidas e ainda
uma parte que vão passando de anos anteriores para os anos seguintes. De salientar, ainda,
que o Tribunal de Contas como Órgão de controlo externo de natureza técnico e jurisdicional
em matéria financeira tem realizado um excelente trabalho em matéria das recomendações,
exigindo sempre rigor e transparência e reflectindo nos relatórios uma imagem verdadeira e
apropriada da actividade financeira e patrimonial do Estado. Por fim, a sociedade de hoje não
se limita a controlar o Estado pelos instrumentos que a democracia liberal colocou ao seu
dispor e aguardar que o Estado garanta o interesse público.

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4. Referencias Bibliograficas

MADUREIRA, César e Asensio, Maria (2013). “Handbook de Administração Pública”, in


revista Contemporânea. Ina Editora, Lisboa – Portugal.

MARTINS, Guilherme D’Oliveira (2013), O Tribunal de Contas em ano de grandes desafios,


O economista - anuário de economia portuguesa – Portugal.

MORENO, Carlos (2000), Finanças Públicas, Gestão e Controlo dos Dinheiros Públicos, 2ª
ed., Lisboa, UAL – Portugal.

ROCHA, J. A. Oliveira (2013), “Mudança do Estado e mudança da Administração Pública: a


história de uma disciplina”. In Handbook de Administração Pública, Madureira, César e
Asensio, Maria. Ina Editora, Lisboa – Portugal.

ROCHELLE Zorzi / Martha Mcguire/ Burt Perrin (2002) Canadien Evaluation Society
Project in Support of Advocacy and Professional Development: Executive Summary,
Toronto, October.

SANTOS, J. Albano (2016). Finanças Públicas. 2ª edição revista aumentada, Ina Editora.

TAVARES, José F. F (2014)., Estudos de Administração e Finanças Públicas, Ed. Almedina,


2ª edição actualizada.

 Leis:

ASSEMBLEIA NACIONAL, Lei n.º 15/2004 de 14 de Junho, Lei quadro do Orçamento


Geral do Estado.

Decreto nº 23/2004 de 20 Agosto. Regulamento do SISTAFE.

Lei 9/2002 de 12 de Fevereiro. Sistema de Administração Financeira do Estado.

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