Caderno de Encargo

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Resumo

O Caderno de Encargos detalha as especificações técnicas e os procedimentos de execução para


o projeto de reabilitação de uma moradia na zona de Sikwama, Matola Q.01, Casa 01. As
informações são baseadas na Memória Descritiva e Justificativa do projeto. O documento
enfatiza que as menções a marcas têm o propósito de indicar a qualidade desejada, permitindo
alternativas desde que atendam aos padrões exigidos.

Na seção de Materiais e Elementos de Construção, são estabelecidas disposições comuns, como


a responsabilidade do Empreiteiro na aquisição dos materiais, respeitando as normas vigentes
em Moçambique. A Fiscalização tem papel crucial na aprovação dos materiais e na realização
de visitas para verificar sua qualidade.

As especificações técnicas abrangem desde as escavações do anexo até os materiais para


aterros, inertes, preparação dos inertes para betão, areias para acabamentos, água para
amassadura, cimentos, aço para armaduras, madeiras para escoramentos e moldes, blocos de
cimento e outros materiais diversos.

A seção de Execução dos Trabalhos destaca a importância da observância de boas condições


técnicas e de segurança, incluindo a necessidade de um estaleiro adequado e planos detalhados
de execução. O movimento de terras e a subestrutura são abordados com ênfase na segurança e
na correta execução das escavações e aterros.

A execução dos elementos primários, como o betão, requer equipamentos adequados, medição
precisa dos componentes, conformidade com as especificações de tipos e qualidades de betão,
amassadura adequada e transporte cuidadoso. A preparação dos locais de colocação, o uso de
moldes e cimbres e o posicionamento das armaduras são detalhados para garantir a precisão e a
qualidade das estruturas.

O documento enfatiza a importância do controle de qualidade e da conformidade com as normas


estabelecidas, além da colaboração estreita entre Empreiteiro, Fiscalização e Dono da Obra para
garantir o sucesso do projeto de reabilitação da moradia.

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Indice
Resumo...........................................................................................................................................1

1 Introdução...............................................................................................................................4

1.1 Objetivos........................................................................................................................4

1.1.1 Objetivo Geral......................................................................................................4

1.1.2 Objetivos Específicos...........................................................................................4

2 MATERIAIS E ELEMENTOS DE CONSTRUÇÃO............................................................5

2.1 DISPOSIÇÕES COMUNS............................................................................................5

2.2 ESCAVAÇÕES DO ANEXO........................................................................................5

2.3 MATERIAIS PARA ATERROS...................................................................................6

2.4 ESPECIFICAÇÖES DOS INERTES.............................................................................6

2.5 PREPARAÇÃO DOS INERTES PARA BETÃO.........................................................7

2.6 AREIAS A EMPREGAR EM ACABAMENTOS........................................................7

2.7 ÁGUA PARA AMASSADURA....................................................................................8

2.8 CIMENTOS....................................................................................................................8

2.9 AÇO PARA ARMADURAS.........................................................................................8

2.10 MADEIRAS PARA ESCORAMENTOS E MOLDES.................................................8

2.11 BLOCOS DE CIMENTO...............................................................................................9

2.12 MATERIAL DIVERSO.................................................................................................9

3 EXECUÇÃO DOS TRABALHOS........................................................................................9

3.1 DISPOSIÇÖES GERAIS...............................................................................................9

3.1.1 Modo de execução dos trabalhos..........................................................................9

3.1.2 Estaleiro e instalações do Empreiteiro..................................................................9

3.2 MOVIMENTO DE TERRAS E SUBESTRUTURA...................................................10

3.2.1 Disposições gerais:.............................................................................................10

3.2.2 Planos de escavações:.........................................................................................10

3.2.3 Aterros:...............................................................................................................10

3.3 ELEMENTOS PRIMÁRIOS.......................................................................................11

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3.3.1 Equipamento de fabrico do betão:......................................................................11

3.3.2 Medição dos componentes do betão...................................................................11

3.3.3 Tipos, classes e qualidades do betão...................................................................12

3.3.4 Amassadura........................................................................................................12

3.3.5 Meios de transporte............................................................................................12

3.3.6 Preparação dos locais de colocação....................................................................13

3.3.7 Moldes e cimbres................................................................................................13

3.3.8 Armaduras..........................................................................................................14

3.3.9 Colocação do betão.............................................................................................14

3.3.10 Vibração do betão...............................................................................................15

3.3.11 Protecção do betão..............................................................................................15

3.3.12 Cura do betão......................................................................................................15

3
1 Introdução
Nesta seção do Caderno de Encargos, serão detalhadas as especificações técnicas dos materiais
e procedimentos de execução necessários para a realização do projeto de reabilitação da
moradia localizada na zona de Sikwama, Matola Q.01, Casa 01. Todas as informações contidas
neste caderno baseiam-se nas análises e especificações técnicas discutidas na Memória
Descritiva e Justificativa do projeto.

É importante salientar que quaisquer menções a marcas ou fabricantes no projeto ou nas


especificações têm o propósito de indicar o tipo ou qualidade dos materiais desejados, sem
prejuízo da possibilidade de apresentação de alternativas pelo Empreiteiro, desde que estas
atendam às expectativas de qualidade e desempenho do projeto.

O Empreiteiro é responsável por fornecer amostras dos materiais propostos, assim como toda a
documentação técnica necessária para comprovar suas características. Essas amostras e
documentações serão submetidas à análise da Fiscalização, garantindo a conformidade com os
padrões de qualidade estabelecidos e a correta execução do projeto de reabilitação da moradia.

1.1 Objetivos
1.1.1 Objetivo Geral
 Transformar a moradia em Sikwama, Matola Q.01, Casa 01, em um espaço habitável,
seguro e funcional, visando melhorar a qualidade de vida e promover o
desenvolvimento sustentável da comunidade.

1.1.2 Objetivos Específicos


 Restaurar a infraestrutura para garantir segurança e funcionamento adequado.
 Melhorar o conforto térmico e acústico para criar um ambiente mais agradável.
 Promover a acessibilidade através de adaptações para pessoas com mobilidade reduzida.

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2 MATERIAIS E ELEMENTOS DE CONSTRUÇÃO
2.1 DISPOSIÇÕES COMUNS
 Todos os materiais necessários à obra, salvo disposição em contrário, serão adquiridos
diretamente pelo Empreiteiro, sob sua responsabilidade e encargo, estando sujeitos à
aprovação da Fiscalização.
 O Empreiteiro é responsável por garantir que todos os materiais atendem às
características exigidas pelos regulamentos e normas vigentes em Moçambique na data
da execução, mesmo que não sejam explicitamente mencionados, devendo justificar que
sua composição, fabricação e processos de aplicação são compatíveis com sua
finalidade.
 Os transportes, cargas, descargas, armazenamentos e estacionamentos devem ser
realizados de forma a evitar a mistura de materiais de diferentes tipos. Todos os custos
relacionados, bem como a conservação e outros encargos, serão de responsabilidade do
Empreiteiro.
 A Fiscalização realizará visitas aos armazéns, silos, depósitos, oficinas e locais de
aplicação para verificar a qualidade, arrumação e condições dos materiais.
 O Empreiteiro deve fornecer, em qualquer ponto do canteiro de obras e sem direito a
retribuição, todas as amostras de materiais solicitadas pela Fiscalização para ensaios
laboratoriais.
 A aceitação e controle realizados pela Fiscalização não eximem o Empreiteiro de sua
responsabilidade sobre os materiais utilizados na obra.
 As amostras dos materiais aprovados pela Fiscalização devem ser devidamente
etiquetadas e armazenadas, passando a fazer parte do Caderno de Encargos.
 Materiais rejeitados pela Fiscalização devem ser prontamente removidos do canteiro de
obras pelo Empreiteiro, sem direito a qualquer indemnização ou prorrogação de prazos.

2.2 ESCAVAÇÕES DO ANEXO


A escavação do anexo é uma etapa crucial na construção desse espaço adicional. As escavações
são realizadas para preparar o terreno e criar a base necessária para a construção do anexo. Esta
fase envolve a remoção do solo para a profundidade e dimensões especificadas no projeto.

Durante as escavações, é importante considerar a natureza do solo na área em questão. Podem


ser encontrados diferentes tipos de solos, cada um com suas características e exigências
específicas. A escavação pode ser realizada manualmente ou com o auxílio de máquinas,
dependendo das condições do solo e das necessidades do projeto.

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Além disso, as escavações devem ser executadas de acordo com as cotas indicadas nos desenhos
do projeto. Qualquer variação nessas cotas deve ser autorizada pela fiscalização e devidamente
justificada. É fundamental garantir que os fundos das escavações sejam regularizados, nivelados
e bem compactados para garantir a estabilidade e segurança da estrutura a ser construída.

O material escavado que não será utilizado em aterros deve ser transportado para um local
apropriado de descarte. É essencial seguir todas as normas de segurança durante as escavações
para evitar acidentes e garantir a integridade dos trabalhadores e do canteiro de obras como um
todo.

2.3 MATERIAIS PARA ATERROS


Os materiais utilizados para os aterros de fundação do anexo devem ser selecionados
cuidadosamente para garantir a estabilidade e resistência necessárias à estrutura. Esses materiais
devem possuir granulometrias adequadas para permitir sua compactação mecânica, o que
resultará em boa resistência mecânica e baixa deformabilidade.

É essencial que esses materiais tenham uma baixa percentagem de argila e siltes, e que estejam
livres de impurezas como ramos, raízes, detritos orgânicos ou lixo. Além disso, devem ser
homogêneos, sem descontinuidades granulométricas que possam comprometer a compactação e
estabilidade do aterro.

A possibilidade de utilizar produtos provenientes das escavações e de áreas de empréstimo deve


ser previamente autorizada pela Fiscalização. Esses produtos devem ser submetidos a uma
análise cuidadosa para garantir que atendam aos requisitos de qualidade e especificações
técnicas estabelecidas.

Os materiais resultantes das escavações que serão utilizados nos aterros devem ser limitados a
uma dimensão máxima de 200 mm, garantindo assim uma distribuição uniforme e compactação
adequada durante o processo de construção.

2.4 ESPECIFICAÇÖES DOS INERTES


As especificações dos inertes a serem utilizados em argamassa de betões devem seguir as
diretrizes estabelecidas no artigo 9º do Regulamento de Betões de Ligantes Hidráulicos
(RBLH), aprovado pelo Decreto nº 404/71, de 23 de Setembro. Isso significa que os inertes
devem atender a requisitos específicos de qualidade e características físicas para garantir a
adequada performance do concreto.

Essas especificações incluem parâmetros como granulometria, resistência, forma e dimensão


dos grãos, bem como a ausência de impurezas que possam comprometer a qualidade do
concreto. É essencial que os inertes selecionados estejam em conformidade com esses padrões

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estabelecidos, assegurando assim a durabilidade e resistência adequadas das estruturas de
concreto.

2.5 PREPARAÇÃO DOS INERTES PARA BETÃO


Na preparação dos inertes para o betão, é fundamental garantir que os materiais atendam aos
requisitos de granulometria e limpeza necessários para a qualidade do concreto. Aqui estão as
diretrizes para essa preparação:

1. Dimensões dos Inertes: Para elementos de betão com espessura inferior a 0,80 m, a
máxima dimensão do inerte deve ser compatível com o raio médio da secção da peça e
não deve exceder 38 mm.

2. Categorias de Inertes: Os materiais devem ser submetidos às operações de britagem,


lavagem e moagem, e selecionados em três categorias: areia fina (0,1/2,5 mm), areia
grossa (2,5/5 mm) e britas (5/10 mm e 10/38 mm).

3. Remoção de Detritos: Todos os detritos, principalmente materiais terrosos, devem ser


removidos dos inertes durante o processo de preparação.

4. Proteção contra Intempéries: É obrigatória a proteção dos inertes contra chuva e


incidência direta dos raios solares para evitar alterações em sua umidade.

5. Composição Granulométrica: As composições granulométricas dos materiais inertes


devem ser definidas pelo Empreiteiro com base nos estudos da composição do betão,
levando em consideração o artigo 17º do Regulamento de Betões de Ligantes
Hidráulicos (RBLH).

6. Aprovação da Fiscalização: Todos os dispositivos destinados a cumprir essas


disposições devem ser submetidos à aprovação prévia da Fiscalização.

Essas medidas visam garantir a qualidade e a conformidade dos inertes utilizados na preparação
do betão, contribuindo para a durabilidade e resistência das estruturas de concreto.

2.6 AREIAS A EMPREGAR EM ACABAMENTOS


Para os acabamentos, como rebocos e assentamentos de azulejos e mosaicos, as areias utilizadas
devem atender às seguintes especificações:

1. Natureza das Areias: As areias devem ser preferencialmente naturais.

2. Dimensão Máxima: A dimensão máxima das partículas de areia deve ser de 2,5 mm.

3. Módulo de Finura: O módulo de finura das areias deve estar compreendido entre 2,5 e
3.

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Essas características garantem a adequação das areias para o uso em argamassas de reboco e
assentamento de revestimentos, contribuindo para a qualidade e durabilidade dos acabamentos
finais da obra.

2.7 ÁGUA PARA AMASSADURA


A água utilizada na amassadura das argamassas e betões deve estar em conformidade com as
condições estabelecidas no artigo 10º - Água - do Regulamento de Betões de Ligantes
Hidráulicos (RBLH). Este regulamento define os padrões de qualidade que a água deve atender
para garantir a adequada execução e durabilidade dos materiais de construção, assegurando
assim a qualidade dos trabalhos realizados.

2.8 CIMENTOS
Os cimentos a serem utilizados deverão atender aos requisitos estabelecidos no artigo 8º -
Ligantes - do Regulamento de Betões de Ligantes Hidráulicos (RBLH). Além disso, devem
satisfazer as especificações detalhadas nos cadernos de encargos para o seu fornecimento e
recepção, conforme descrito no Caderno de Encargos para o Fornecimento e Recepção do
Cimento Portland Normal (Decreto nº 40 870, de 22 de Novembro de 1956, com as alterações
do Decreto nº 41 127, de 24 de Maio de 1957, e da Portaria nº 18 189, de 5 de Janeiro de 1961).

Os cimentos devem ser fornecidos em sacos de papel impermeabilizado, com peso líquido
constante, e dentro da tolerância de 2%. O armazenamento dos cimentos deve seguir as
diretrizes estabelecidas na alínea a) do artigo 20º - Armazenamento dos componentes - do
RBLH, sendo que o tempo de armazenamento não deve exceder, em regra, 60 dias.

No momento da aplicação, o cimento deve estar livre de umidade e de grânulos. É de


responsabilidade exclusiva do Empreiteiro garantir o abastecimento adequado do Estaleiro com
os ligantes, a fim de satisfazer todas as necessidades de betões e argamassas durante a execução
da obra.

2.9 AÇO PARA ARMADURAS


O aço destinado às armaduras para o betão armado deve apresentar uma textura homogênea, de
grão fino e não deve ser quebradiço. Além disso, deve estar isento de zincagem, pintura,
alcatroagem, argila, óleo ou ferrugem solta. As características mínimas que o metal deve
satisfazer são as especificadas no Regulamento de Estruturas de Betão Armado (REBA),
aprovado pelo Decreto nº 47.723, de 20 de maio de 1967.

2.10 MADEIRAS PARA ESCORAMENTOS E MOLDES


As madeiras a serem utilizadas na obra devem ser de qualidade superior, sem sinais de queima,
carunchos, fendas ou falhas que possam comprometer sua resistência. Elas devem ser
selecionadas de forma a minimizar a ocorrência de pequenos defeitos, como nós e fendas, e

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garantir que não ocorram com frequência significativa ou em áreas críticas sujeitas a maiores
tensões. As madeiras devem ter quinas vivas e estar perfeitamente desempenadas, embora seja
permitido o uso de peças redondas em prumos ou escoras, desde que não comprometam a
segurança ou a qualidade do trabalho. As tábuas destinadas aos moldes devem ter uma
espessura não inferior a 3 cm e ser aplainadas e alinhadas para garantir juntas adequadas.

2.11 BLOCOS DE CIMENTO


Os blocos de cimento e areia serão produzidos conforme a proporção de 1:5. Eles devem
possuir as dimensões especificadas no projeto e serem perfurados conforme necessário. Além
disso, devem apresentar a resistência adequada para os fins a que se destinam, podendo ser
comprovada por meio de ensaios laboratoriais, caso a Fiscalização julgue necessário.

2.12 MATERIAL DIVERSO


Todos os materiais restantes a serem utilizados na obra, não mencionados expressamente nesta
seção, devem ser de boa qualidade e possuir as características exigidas pela legislação aplicável.
Quando essa legislação não existir, os materiais devem atender às especificações que melhor se
adequem aos propósitos pretendidos. Além disso, devem seguir quaisquer prescrições adicionais
incluídas nas outras partes destas Especificações Técnicas, conforme necessário.

3 EXECUÇÃO DOS TRABALHOS


3.1 DISPOSIÇÖES GERAIS
3.1.1 Modo de execução dos trabalhos
Todos os trabalhos relacionados com a empreitada devem ser realizados com observância de
boas condições técnicas e de segurança para o pessoal envolvido. Qualquer trabalho executado
sem seguir os preceitos técnicos adequados, as condições das especificações técnicas, do projeto
ou quaisquer determinações da Fiscalização devem ser corrigidos pelo Empreiteiro conforme as
indicações da Fiscalização, sem acarretar encargos adicionais para o Dono da Obra.

3.1.2 Estaleiro e instalações do Empreiteiro


O Dono da Obra fornecerá ao Empreiteiro locais adequados para a implantação do estaleiro e
para a construção das instalações necessárias, como gabinete de trabalho e áreas para o pessoal.
Após a adjudicação, o Empreiteiro tem um prazo de 15 dias para apresentar à Fiscalização um
plano detalhado das instalações propostas. Esse plano deve ser elaborado em colaboração
estreita com os serviços competentes do Conselho Executivo/Administração do Distrito e com a
Fiscalização. O plano do estaleiro deve definir claramente, em termos de planimetria e
altimetria, as áreas para montagem de equipamentos (por exemplo, betoneiras, geradores),

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instalações edificadas e percursos para veículos e pedestres. Todas as instalações devem ser
devidamente sinalizadas para garantir a segurança no local.

3.2 MOVIMENTO DE TERRAS E SUBESTRUTURA


3.2.1 Disposições gerais:
Os métodos utilizados nas escavações devem ser os mais apropriados e garantir as melhores
condições de segurança para o pessoal, além de assegurar que não haja descompressão dos
terrenos abertos durante a fundação das estruturas. O Empreiteiro deve implementar medidas
eficazes de proteção para evitar impactos sobre instalações e elementos de obras já concluídos
ou em execução, independentemente de serem parte da empreitada ou não, assumindo total
responsabilidade por quaisquer danos causados. A área de trabalho deve ser mantida sempre
seca, cabendo ao Empreiteiro adotar as medidas necessárias para garantir isso. Antes da
concretagem das bases das sapatas de fundação, estas devem ser protegidas por uma camada de
betão de regularização e mantidas secas em todo o momento.

3.2.2 Planos de escavações:


Antes de iniciar qualquer trabalho de escavação, o Empreiteiro deve submeter à aprovação da
Fiscalização o plano de execução correspondente. Durante as escavações, é essencial operar de
modo a evitar infiltrações de água ou qualquer alteração no teor de umidade na camada de
fundação. O material escavado que não será utilizado conforme previsto no projeto deve ser
transportado para locais designados pela Fiscalização. Na ausência de tais indicações, o
Empreiteiro deve providenciar vazadouros por conta própria, sem nenhum ônus para o Dono da
Obra.

3.2.3 Aterros:
3.2.3.1 Execução
Para a execução dos aterros, serão utilizados os melhores terrenos disponíveis, que devem
atender às especificações previstas na seção 1.2 deste documento, estando sujeitos à aprovação
da Fiscalização antes do início da aplicação. Os aterros devem alcançar graus de compactação
de 95% na última camada e de 90% nas camadas inferiores, conforme estabelecido na
especificação E 242-1973 do Laboratório Nacional de Engenharia Civil.

Os taludes dos aterros serão projetados com inclinações compatíveis com sua estabilidade,
levando em consideração a espessura do aterro e as características de resistência mecânica dos
materiais utilizados.

Quando as dimensões das áreas de trabalho ou a conformação das obras não permitirem a
execução dos aterros conforme as condições mencionadas, serão utilizados equipamentos
adequados, como pequenos cilindros vibradores, pilões pneumáticos e maços manuais de peso

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não inferior a 150 N. Deve-se ter cuidado especial para evitar danos em elementos de obra,
como tubagens, durante as operações de compactação. O teor de umidade dos solos será
controlado antes e durante as operações de compactação.

Os aterros serão executados por camada em toda a sua largura, com espessura e teor de umidade
adequados aos meios de compactação, não permitindo o espalhamento de uma camada sem que
a anterior atinja o grau de compactação exigido.

3.2.3.2 Ensaios:
O Empreiteiro será responsável pela realização dos ensaios necessários para controlar as
condições de execução dos aterros, além daqueles que a Fiscalização possa exigir. Todos os
custos associados aos ensaios, tanto os solicitados pela Fiscalização quanto os realizados pelo
Empreiteiro por iniciativa própria, serão de responsabilidade do Empreiteiro.

3.3 ELEMENTOS PRIMÁRIOS


3.3.1 Equipamento de fabrico do betão:
A instalação destinada ao fabrico do betão deve atender aos requisitos de segurança e ter
capacidade adequada para cumprir os programas de trabalho estabelecidos. Entre as
características que a instalação deve possuir estão: capacidade de dosagem por peso com
precisão compatível com a qualidade do betão; robustez suficiente para lidar com materiais
inertes de até 38 mm; capacidade de mistura uniforme dos inertes, cimento, aditivos e água; e
capacidade de descarga da mistura sem segregação.

A Fiscalização tem o direito de modificar o esquema de rotina proposto, com base na análise
dos planos e programas de betonagem apresentados pelo Empreiteiro, para adaptá-lo às
necessidades e ao controle da obra. Os ensaios para avaliar as características do betão fresco
serão realizados em amostras retiradas a cada 5 m3 de betão e, no mínimo, duas vezes por
semana, levando em consideração as tolerâncias estabelecidas no Regulamento de Betões de
Ligantes Hidráulicos (RBLH).

3.3.2 Medição dos componentes do betão


De acordo com o artigo 21º do Regulamento de Betões de Ligantes Hidráulicos (RBLH), a
medição dos componentes do betão deve seguir as diretrizes estabelecidas por esse regulamento.
Isso significa que a dosagem dos materiais, como cimento, agregados (areia, brita) e água, deve
ser feita com precisão, de acordo com as proporções especificadas no projeto ou nas normas
aplicáveis. Além disso, é essencial que a mistura dos componentes seja feita de forma
homogênea para garantir a uniformidade e a qualidade do betão produzido.

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3.3.3 Tipos, classes e qualidades do betão
As especificações para os tipos, qualidades, classes e designações do betão devem estar em
conformidade com o Regulamento de Betões de Ligantes Hidráulicos (RBLH) e com o
estipulado no artigo 9º do Regulamento de Estruturas de Betão Armado (REBA). Essas
diretrizes determinam as características do betão a serem aplicadas em diferentes partes da obra,
garantindo a adequação e a segurança das estruturas.

Para o betão em massames e regularização em fundações, deve ser utilizado o betão B 225. Já
para o betão armado da estrutura, as características variam de acordo com a parte da construção:

 Nas sapatas e lajes maciças, o abaixamento do Cone de Abrams deve ser igual a 7 cm.

 Nas paredes, pilares e vigas, o abaixamento do Cone de Abrams deve ser igual a 10 cm.

Essas especificações garantem a resistência e durabilidade necessárias para as diferentes partes


da estrutura, conforme as exigências do projeto e das normas aplicáveis.

3.3.4 Amassadura
O tempo de amassadura do betão deve seguir as diretrizes estabelecidas no artigo 23º do
Regulamento de Betões de Ligantes Hidráulicos (RBLH). Este tempo de amassadura é crucial
para garantir a homogeneidade da mistura e a ativação adequada dos materiais, contribuindo
para a qualidade final do betão. É importante seguir rigorosamente essas orientações para
assegurar a conformidade com os padrões de qualidade e durabilidade estabelecidos para a obra.

3.3.5 Meios de transporte


Para o transporte do betão, é essencial utilizar meios que evitem a segregação ou a perda de seus
componentes, bem como o início da presa prematura. Durante as descargas das betoneiras e o
transporte para o local de aplicação, devem ser adotadas medidas para garantir a integridade da
mistura. É importante evitar que o betão caia livremente de alturas superiores a 1,5 metros para
prevenir a segregação dos seus componentes.

Além disso, os betões devem ser utilizados logo após o fabrico, com o mínimo de demora
possível. O período entre a fabricação e o fim da vibração não deve exceder uma hora, a menos
que outra orientação seja estabelecida pela Fiscalização, levando em conta as condições
ambientais.

No transporte do betão, todas as normas e diretrizes estabelecidas no artigo 25º do Regulamento


de Betões de Ligantes Hidráulicos (RBLH) devem ser seguidas rigorosamente. Essas medidas
visam garantir a qualidade e a integridade do betão durante o seu transporte e aplicação na obra.

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3.3.6 Preparação dos locais de colocação
Antes de iniciar os trabalhos de betonagem, é imprescindível que a Fiscalização verifique a
correta implantação dos moldes e das armaduras, bem como examine as superfícies de fundação
ou as juntas e moldes existentes. Para permitir essa verificação, o Empreiteiro deve comunicar à
Fiscalização, com pelo menos um dia de antecedência (24 horas), quais as betonagens que serão
realizadas.

Para garantir uma base sólida e adequada para a betonagem, será aplicada uma camada de betão
de regularização com uma espessura mínima de 5 centímetros na base das sapatas e vigas de
fundação. Essa medida visa assegurar a estabilidade e a qualidade das estruturas a serem
construídas, preparando adequadamente os locais de colocação para os trabalhos de betonagem
subsequente.

3.3.7 Moldes e cimbres


O Empreiteiro deve submeter previamente à aprovação da Fiscalização os tipos de molde a
serem utilizados, bem como os sistemas de montagem e desmontagem associados. Esses moldes
e suas estruturas devem possuir a rigidez e estabilidade necessárias para reproduzir com
precisão as formas representadas no projeto.

É fundamental que os moldes sejam estanques, indeformáveis e apresentem superfícies


interiores perfeitamente lisas, limpas e úmidas no momento da betonagem. Isso garante que as
superfícies de concreto resultantes sejam lisas, niveladas, contínuas e livres de rebarbas ou
saliências. As juntas entre os moldes e entre estes e as superfícies de apoio devem garantir a
vedação adequada.

Não será permitido o uso de amarrações com vergalhões em superfícies de concreto aparentes
ou em contato posterior com a água. Em tais casos, os dispositivos de fixação dos moldes
devem ser projetados de forma a não deixarem marcas na superfície de concreto após a
desmoldagem.

A geometria das peças de concreto a serem executadas deve corresponder aos desenhos do
projeto, dentro das tolerâncias especificadas, que incluem desvios nas secções transversais e de
alinhamento.

Antes das betonagens, devem ser colocados e firmemente fixados os trechos de tubulação para a
posterior passagem de elementos que precisem atravessar as peças de concreto.

Caso não haja especificações, os moldes e cimbres devem ser executados de acordo com as
condições indicadas no artigo 152º do Regulamento de Estruturas de Betão Armado e Pré-
Esforçado (REBAP).

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3.3.8 Armaduras
3.3.8.1 Posicionamento das armaduras ordinárias
De acordo com o Regulamento de Estruturas de Betão Armado (REBAP), o posicionamento das
armaduras ordinárias deve obedecer às seguintes tolerâncias para a altura útil dos elementos d,
denotadas por Dd:

 Para d≤20 cm, a tolerância é Dd=±0,075×d.


 Para 20<d<40 cm, a tolerância é Dd=±(0,05×d+0,5cm).
 Para d≥40 cm, a tolerância é Dd=±2,5cm.

3.3.8.2 Posicionamento das armaduras de pré-esforço


1. O posicionamento das armaduras de pré--esforço, segundo o Artigo 150.º do
Regulamento de Estruturas de Betão Armado e Pré-Esforçado (REBAP), deve satisfazer
as tolerâncias a seguir indicadas:
a) Segundo a altura do elemento, onde d é a altura útil:
 Para d ≤ 20 cm: Dd = ± 0,025d
 Para 20 < d < 100 cm: Dd = ± 0,5 cm
 Para d ≥ 100 cm: Dd = ± 2,5 cm
b) Segundo a altura do elemento, onde d é a altura útil:
 Para d ≤ 20 cm: Dd = ± 0,025d
 Para 20 < d < 100 cm: Dd = ± 0,5 cm
 Para d ≥ 100 cm: Dd = ± 2,5 cm
2. No caso de a armadura ser constituída por vários componentes, as tolerâncias de
posicionamento individual podem exceder as indicadas, desde que a posição da
resultante das forças de pré-esforço respeite essas tolerâncias, sem ultrapassar, no
entanto, o limite de ± 2,5 cm.

3.3.9 Colocação do betão


A colocação do betão só pode ser iniciada após autorização e com a assistência da Fiscalização.
Em períodos de chuva, não é recomendado iniciar qualquer trabalho de colocação de betão a
céu aberto. No entanto, se a chuva começar durante as betonagens em curso, estas podem
continuar desde que não haja deslavamento da superfície. Caso contrário, o trabalho deve ser
suspenso e retomado quando o betão estiver suficientemente resistente, tratando-se a superfície
como uma junta de trabalho.

É fundamental evitar a colocação do betão sobre ou contígua a uma camada que esteja em
começo de presa. Da mesma forma, não se deve estabelecer uma junta de trabalho sem que o
betão esteja suficientemente endurecido para não ser prejudicado pela ação da vibração. Durante

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a colocação do betão, devem ser tomadas precauções para evitar a segregação de seus
componentes.

No caso de omissão de alguma instrução específica, a colocação do betão em obra deve seguir o
que está disposto nos artigos 77º - Colocação - e 28º - Juntas de betonagem - do Regulamento
de Betões de Ligantes Hidráulicos (RBLH).

3.3.10 Vibração do betão


Todos os betões devem ser vibrados, utilizando um número adequado de vibradores com
potência e frequência de vibração adequadas para o trabalho. É importante destacar que os
vibradores não devem ser utilizados para deslocar o betão. Além disso, a vibração à cofragem só
pode ser realizada com a expressa autorização da Fiscalização.

A duração da vibração deve ser limitada ao mínimo necessário para produzir uma boa
compactação, garantindo assim a qualidade do betão. Em caso de omissão de instruções
específicas, a vibração do betão deve seguir o que está disposto no artigo 29º - Compactação -
do Regulamento de Betões de Ligantes Hidráulicos (RBLH).

3.3.11 Protecção do betão


Após a última camada de betonagem ter sido devidamente vibrada, é crucial protegê-la
imediatamente contra chuvas intensas e água corrente. É necessário adotar medidas para
garantir que a equipe de limpeza não danifique a ligação entre os materiais do betão fresco.
Durante um período de 12 horas, é proibido transitar sobre o betão fresco, e o Empreiteiro deve
estabelecer passagens adequadas.

Em períodos de temperatura ambiente elevada, podem ser necessárias medidas adicionais para
proteger o betão da exposição direta aos raios solares. Isso pode ser feito cobrindo o betão com
linhagem, areia ou esteiras de palha, mantendo-as úmidas.

3.3.12 Cura do betão


Para garantir a adequada cura do betão, é essencial adotar medidas para mantê-lo
permanentemente umedecido por pelo menos 8 dias, utilizando qualquer meio disponível para
esse fim. Além da rega, também podem ser empregadas membranas de cura, com exceção das
juntas de betonagem.

Em caso de falta de orientação específica, devem ser observadas as disposições do artigo 30º -
cura - do RBLH.

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