Mudismo
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ISSN: 1808-270X
ISSN: 1984-686X
revistaeducaçã[email protected]
Universidade Federal de Santa Maria
Brasil
Souza, Danielle Castelões Tavares de; Nunes, Leila Regina d'Oliveira de Paula
Intervenções para casos de crianças e adolescentes com mutismo seletivo
Revista Educação Especial, vol. 34, 2021, -, pp. 1-29
Universidade Federal de Santa Maria
Santa Maria, Brasil
DOI: https://doi.org/10.5902/1984686X48498
RESUMO
O objetivo do presente artigo é apresentar uma revisão integrativa de literatura com vistas
à identificação dos tratamentos psicoterapêuticos, farmacológicos ou que utilizaram a
comunicação alternativa como intervenção para os casos de crianças com mutismo
seletivo. Para este fim, considerou-se o levantamento bibliográfico em base de dados
virtuais como método de análise. Foram selecionados os descritores nas versões português
e inglês (“mutismo seletivo”, “crianças”, “adolescente”, “tratamento”, “intervenção”, “escola”,
“comunicação alternativa e ampliada”, “selective mutism”, “children”, “adolescent”,
“treatment”, “intervention”, “augumentative and alternative communication”) e utilizados,
isoladamente ou combinados entre si, por meio do operador boleano “and” de acordo com
a particularidade de cada base de dados. Como resultado, foram identificados 27 estudos,
entre eles: artigos na íntegra, teses, dissertações publicadas em português e inglês nas
bases de dados Google Acadêmico, ERIC, PubMed, Scielo, Web of Science, bibliotecas
virtuais de universidades públicas nacionais e uma biblioteca virtual de uma universidade
americana. Para a seleção final dos estudos foram definidos parâmetros de inclusão,
conforme os três itens a seguir: a) estudos empíricos que mostrassem efeitos de
intervenções, publicados entre os anos de 2006 a 2017; b) participantes com até 18 anos
de idade e com o diagnóstico de mutismo seletivo, de acordo com os critérios do DSM 4 e
5; c) intervenções psicoterapêuticas, farmacológicas ou que utilizassem a comunicação
alternativa. Foram excluídas as publicações que não atendessem aos critérios acima.
Concluiu-se que intervenção terapêutica predominantemente utilizada é a cognitiva
comportamental, sem indicar um tempo de intervenção específico.
Palavras-chave: Mutismo Seletivo; Intervenção; Comunicação Alternativa e Ampliada.
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ABSTRACT
The aim of this article is to present an integrative literature review with a view to identifying
psychotherapeutic, pharmacological treatments or that used alternative communication as an
intervention for the cases of children with selective mutism. For this purpose, the bibliographic
survey in virtual databases was considered as a method of analysis. Descriptors were selected
in the Portuguese and English versions ("selective mutism", "children", "teenager", "treatment",
"intervention", "school", "alternative and expanded communication", "selective mutism",
"children", “Adolescent”, “treatment”, “intervention”, “augumentative and alternative
communication”) and used, alone or combined with each other, through the Boolean operator
“and” according to the particularity of each database. As a result, 27 studies were identified,
including: full articles, theses, dissertations published in Portuguese and English in the Google
Scholar databases, ERIC, PubMed, Scielo, Web of Science, virtual libraries from national public
universities and a virtual library of an American university. For the final selection of studies,
inclusion parameters were defined, according to the following three items: a) empirical studies
showing the effects of interventions, published between the years 2006 to 2017; b) participants
up to 18 years of age and diagnosed with selective mutism, according to DSM criteria 4 and 5; c)
psychotherapeutic, pharmacological or alternative communication interventions. Publications that
did not meet the above criteria were excluded. It was concluded that therapeutic intervention
predominantly used is cognitive behavioral, without indicating a specific intervention time.
Keywords: Selective mutism; Intervention; Alternative and Extended Communication.
RESUMEN
El propósito de este artículo es presentar una revisión integral de la literatura con el fin de
identificar tratamientos psicoterapéuticos, farmacológicos o que usen comunicación alternativa
como una intervención para los casos de niños con mutismo selectivo. Para ello, se consideró la
encuesta bibliográfica en bases de datos virtuales como método de análisis. Los descriptores
fueron seleccionados en las versiones portuguesa e inglesa ("mutismo selectivo", "niños",
"adolescente", "tratamiento", "intervención", "escuela", "comunicación alternativa y expandida",
"mutismo selectivo", "niños" , “Adolescente”, “tratamiento”, “intervención”, “comunicación
aumentativa y alternativa”) y se usan, solos o combinados entre sí, a través del operador
booleano “y” según la particularidad de cada base de datos. Como resultado, se identificaron 27
estudios, incluidos: artículos completos, tesis, disertaciones publicadas en portugués e inglés en
las bases de datos de Google Scholar, ERIC, PubMed, Scielo, Web of Science, bibliotecas
virtuales de universidades públicas nacionales y una biblioteca virtual de una universidad
estadounidense. Para la selección final de los estudios, se definieron los parámetros de inclusión,
de acuerdo con los siguientes tres ítems: a) estudios empíricos que muestran los efectos de las
intervenciones, publicados entre los años 2006 a 2017; b) participantes de hasta 18 años de
edad y diagnosticados con mutismo selectivo, de acuerdo con los criterios DSM 4 y 5; c)
intervenciones de comunicación psicoterapéuticas, farmacológicas o alternativas. Se excluyeron
las publicaciones que no cumplían con los criterios anteriores. Se concluyó que la intervención
terapéutica predominantemente utilizada es la cognitiva conductual, sin indicar un tiempo de
intervención específico.
Palabras clave: Mutismo selectivo; Intervención; Comunicación alternativa y extendida.
Revista Educação Especial | v. 33 | 2020 – Santa Maria
Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/educacaoespecial
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Introdução
O mutismo seletivo , tema central deste artigo, de acordo com o DSM – 5 (APA, 2014)
envolve o fracasso persistente para falar em situações sociais específicas nas quais existe
a expectativa para tal, como por exemplo: na escola, apesar de o fazê-lo em outras
situações (APA, 2014). Tal fracasso não se deve a um desconhecimento ou desconforto
com o idioma exigido pela situação social. O transtorno interfere significativamente na
realização educacional ou na comunicação social. Sua duração mínima é de um mês (não
limitada ao primeiro mês de escola). Não se trata de um transtorno da comunicação, como
o transtorno da fluência com início na infância, nem ocorre exclusivamente durante o curso
de transtorno do espectro autista, esquizofrenia ou outro transtorno psicótico.
Os dados do DSM – 5 (APA, 2014) mostram que a prevalência do transtorno de
mutismo seletivo varia entre 0,03 e 1% da população, o que o caracteriza como raro. A
prevalência parece não diferenciar sexo ou raça/etnia, e manifesta-se com maior frequência
em crianças menores. O mutismo seletivo já é considerado, por alguns estudos (HUA,
MAJOR, 2016; RIBEIRO, 2013), um tipo de fobia social e é considerado uma condição
debilitante, causando interferências nas atividades educacionais ou de comunicação social.
São crianças notadamente sensíveis, tímidas, ansiosas, bem como negativistas,
opositoras, manipuladoras e controladoras. Trata-se de um transtorno raro, pesquisado há
mais de um século e que não possui expressivo número de investigações sistemáticas. O
transtorno tem sido relacionado a um excesso de timidez, ansiedade e comportamento
opositor. Muitos casos (79%) começam na pré-escola e tem curso transitório (LEVITAN et
al., 2011; ISOLAN, PHEULA, MANFRO, 2006; TURKIEWICZ et al., 2008; PEIXOTO, 2006;
PRADO, REVERS, MARROCOS, 2008; RIBEIRO, 2013; POKORSKI, POKORSKI, 2012;
DUMMIT et al., 1996; FACON, SAHIRI, RIVIÈRI, 2008; SHRIVER, SEGOOL,
GORTMAKER, 2011; CLEAVE, 2009; KHELE et al., 2012; LANG et al., 2011; COHAN,
CHAVIRA, STEIN, 2006; MANASSIS, TANNOCK, 2008; REUTHER et al., 2011; SHARKEY
et al., 2008; KUMPULAINEN, 2002; BERGMAN et al., 2013; OON, 2010; OERBECK et al.,
2014; PONZURICK, 2012; VECCHIO & KEARNEY, 2009; BUNNELL, BEIDEL, 2013).
Todos os autores pesquisados (TURKIEWICZ et al., 2008; PEIXOTO, 2006; PRADO,
REVERS, MARROCOS, 2008; RIBEIRO, 2013; HAGERMAN et al., 1999; DUMMIT et al.,
1997; LEVITAN et al., 2011; CASEY, 2010; REUTHER et al., 2011; STEINHAUSEN et al.,
2006) além de citarem a descrição exposta no parágrafo acima, ainda contribuem com
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Procedimentos metodológicos
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Resultados e discussão
Os estudos apontaram para a utilização dos seguintes tipos de tratamento: terapia cognitiva
comportamental, terapia cognitiva comportamental multimodal, role playing, psicodrama,
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maior que os demais conforme apontado abaixo. Não é a intenção do presente estudo descrever
os efeitos dos fármacos sobre os sintomas do mutismo seletivo, uma vez que informações sobre
os efeitos de seu uso são limitados vem sendo cada vez menos utilizado (HUA & MAJOR, 2016).
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Quadro 3: Matriz de síntese bibliográfica sobre tratamentos psicoterapêuticos, farmacológicos ou que utilizam comunicação alternativa para o mutismo seletivo
(continua)
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Quadro 3: Matriz de síntese bibliográfica sobre tratamentos psicoterapêuticos, farmacológicos ou que utilizam comunicação alternativa para o mutismo seletivo
(continua)
O diagnóstico persistiu em 16
crianças. mas elas apresentaram
MANASSIS, K; TANNOCK, melhoria dos sintomas. As 10
Os 20 participantes foram avaliados,
R. Comparing Interventions Examinar os resultados de crianças que receberam tratamento
por meio de entrevista
for Selective Mutism: A pilot intervenções médicas e não medicamentoso (serotonina)
20 crianças e semiestruturada e convidados a
study. La Revue médicas com duração de seis apresentaram melhoria global e
seus pais retornar de seis a oito meses após a
Cannadienne de a oito meses de crianças com melhoria na comunicação com
avaliação inicial e uso de serotonina.
Psychiatrie, v. 53, n. 10, p. mutismo seletivo. outras pessoas. Sete crianças, que
Retornaram 17.
700-703, 2008. não receberam tratamento
medicamentoso não apresentaram
diferença em seu quadro.
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Quadro 3: Matriz de síntese bibliográfica sobre tratamentos psicoterapêuticos, farmacológicos ou que utilizam comunicação alternativa para o mutismo seletivo
(continua)
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Quadro 3: Matriz de síntese bibliográfica sobre tratamentos psicoterapêuticos, farmacológicos ou que utilizam comunicação alternativa para o mutismo seletivo
(continua)
VECCHIO, J; KEARNEY, C.
Os resultados mostram que o
A. Treating Youths with Relatar um estudo desenvolvido Foi usado um delineamento
tratamento foi eficaz quanto ao
Selective Mutism with na com nove participantes Nove participantes intrassujeitos de tratamentos
aumento do tom de voz desta
Exposure-Based Practice and utilizando prática baseada em de quatro a nove alternados para analisar o impacto da
população de crianças. As sessões
Contingency Management. exposição de gerenciamento de anos de idade. prática baseada em gerenciamento de
produziram efeitos em 8 dos 9
Behavior Therapy, v. 40, p. contingência. contingência.
participantes.
380-392, 2009.
Delineamento experimental
LANG et al. Behavioral
Descrever duas intervenções intrassujeitos de linha de base múltipla
intervention to treat selective A partir das intervenções, houve
comportamentais: role playing e Uma participante por situação social. A frequência da
mutism across multiple social aumento tanto na iniciativa para falar
auto modelagem, utilizadas em de nove anos de iniciativa para falar, respostas a
situations. Journal of quanto nas repostas às perguntas
uma menina com mutismo idade perguntas e falhas de comunicação
Applied Behavior Analysis, formuladas pos seus parceiros.
seletivo. foram medidas em três situações e
v. 44(3), p. 623-628, 2011.
ambientes diferentes.
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Quadro 3: Matriz de síntese bibliográfica sobre tratamentos psicoterapêuticos, farmacológicos ou que utilizam comunicação alternativa para o mutismo seletivo
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Quadro 3: Matriz de síntese bibliográfica sobre tratamentos psicoterapêuticos, farmacológicos ou que utilizam comunicação alternativa para o mutismo seletivo
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Quadro 3: Matriz de síntese bibliográfica sobre tratamentos psicoterapêuticos, farmacológicos ou que utilizam comunicação alternativa para o mutismo seletivo
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Quadro 3: Matriz de síntese bibliográfica sobre tratamentos psicoterapêuticos, farmacológicos ou que utilizam comunicação alternativa para o mutismo seletivo
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Quadro 3: Matriz de síntese bibliográfica sobre tratamentos psicoterapêuticos, farmacológicos ou que utilizam comunicação alternativa para o mutismo seletivo
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MITCHELL, A. D.,
Delineamento experimental
KRATOCHWILL, T. R.,
intrassujeitos de linha de base
Treatment of Selective Abordagem psicossocial.. Verificou-
múltipla por participante. O estudo foi
Mutism: Applications in the se o aumento da emissáo de
Apresentar os efeitos de uma dividido em triagem, avaliação,
Clinic and School through Quatro crianças palavras das crianças na interacao
abordagem psicossocial que tratamento, pós tratamento e follow
Conjoint Consultation. com idade entre com seus pais e professores. Não
envolveu a adoção de técnicas up
Journal of Educational cinco e dez anos. ocorreu generalização da fala das
comportamentais. Um pacote de tratamento
and Psychological crianças. Os autores consideram
Consultation, v. 23, n. 1, p. comportamental: esvanecimento de
que pode ser difícil replicar o estudo
36-62, 2013. estímulo, modelação, procedimentos
em outras crianças.
de gerenciamento de contingências
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Quadro 3: Matriz de síntese bibliográfica sobre tratamentos psicoterapêuticos, farmacológicos ou que utilizam comunicação alternativa para o mutismo seletivo
(continua)
CAMPOS, L. K. S.;
ARRUDA, S. L. S., Brincar
Apresentar dois casos de
como meio de comunicação Uma menina de Relato de caso com uso do método Após dois anos, as crianças
crianças com mutismo seletivo
na psicoterapia de crianças nove anos e um psicanalítico por meio do brincar passaram a falar com a terapeuta,
atendidas em um hospital
com mutismo seletivo, menino de sete (uso de ludoterapia) como forma de seus professores e pessoas
público utilizando o método
Estudos Interdisciplinares anos expressão e comunicação denominadas como "externas".
psicanalítico.
em Psicologia. Londrina, v.
5, n. 2, p. 15-33, 2014.
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Quadro 3: Matriz de síntese bibliográfica sobre tratamentos psicoterapêuticos, farmacológicos ou que utilizam comunicação alternativa para o mutismo seletivo
(continua)
MAYWORM, A.,
Apresentar diretrizes para a
Assessment and Treatment
avaliação e o tratamento de Uma menina de Relato de caso . A participante passou a se
of Selective Mutism with
crianças com mutismo seletivo seis anos de Emprego de técnicas comunicar oralmente. O estudo
english language learners.
que são aprendentes de língua idade. comportamentais por 26 semanas indica a intervenção precoce.
Contem School
inglesa.
Psychology, 2014.
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Quadro 3: Matriz de síntese bibliográfica sobre tratamentos psicoterapêuticos, farmacológicos ou que utilizam comunicação alternativa para o mutismo seletivo
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Quadro 3: Matriz de síntese bibliográfica sobre tratamentos psicoterapêuticos, farmacológicos ou que utilizam comunicação alternativa para o mutismo seletivo
(continua)
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Quadro 3: Matriz de síntese bibliográfica sobre tratamentos psicoterapêuticos, farmacológicos ou que utilizam comunicação alternativa para o mutismo seletivo
(conclusão)
Como mostra o quadro acima, foram identificados quatro estudos que mencionam o
uso de CA no contexto escolar em casos de crianças com mutismo seletivo. Dos quatro,
apenas um (SKACEL, 2014) denomina, de forma propriamente dita, o uso de CA. Assim,
torna-se o único estudo que verdadeiramente reconhece os efeitos dessa modalidade
comunicativa.
Inicialmente Ponzurick (2012) descreveu o uso, na escola, de estratégias tais como o
uso de escrita, gestos e apontamentos como forma de estabelecer comunicação. Trata-se
do uso de recursos de CA de baixa tecnologia, mas que não são devidamente classificados
como tal pelos autores. Nos estudos de Bunnel e Beidel (2013) e Skacel (2014) foram
utilizados recursos de CA de alta tecnologia como o iPad e, conforme dito anteriormente,
somente Skacel (2014) denominou e também descreveu em seu estudo a correta
classificação do tratamento que utilizou para obter os resultados acima descritos no quadro.
Nesse mesmo sentido, Holley, Johnson, Herzberg (2014) utilizaram um dispositivo de voz,
mas também não o classificaram como um recurso de alta de tecnologia da CA.
Considerações finais
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para investigações futuras, bem como para a reflexão sobre o alcance que a CA atinge. Por
outro lado, essa modalidade de comunicação pode estar focada em um determinado
público fazendo com que não seja usada e nem divulgada em outros âmbitos. Ou seja,
pode estar focado somente na população alvo que envolve indivíduos os quais, devido a
fatores psicológicos, neurológicos, emocionais, físicos e/ou cognitivos - como aqueles com
paralisia cerebral, esclerose lateral amiotrófica (ELA), deficiência intelectual, autismo,
dentre outros - não conseguem efetuar comunicação face a face por meio da fala articulada
e por isso podem se utilizar da Comunicação Alternativa.
A partir do exposto, o presente estudo propôs uma nova possibilidade que não
apenas terapêutica ou medicamentosa para lidar com as características do mutismo
seletivo, conforme apresentado. Foi possível identificar que as principais características e
funções da CAA auxiliam no manejo da ansiedade, mais especificamente nos casos de
mutismo seletivo.
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