10296-Texto Do Artigo-31673-1-10-20220515
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Psicologia
RESUMO
PALAVRAS-CHAVE
ABSTRACT
This article aims to address the use of playful tools in psychological care for children
and adolescents victims of sexual violence, making a socio-historical cut of childhood
and adolescence, describing their concepts, as well as making an outline about sexual
violence and its types, in addition to the peculiarity of this violence when practiced
against children and youth. Still, the role of the psychologist with victims of sexual
violence is highlighted, emphasizing the importance of using play therapy as an inter-
vention method in the care provided to this public. For the production of this article,
a literature review was carried out with a narrative epidemiological approach through
the following databases: Psychology Electronic Journals (PePSIC), and Scientific Elec-
tronic Library Online (SciELO).
KEYWORDS
1 INTRODUÇÃO
2 METODOLOGIA
Conforme Nunes e Sales (2015 apud SILVA; MELO, 2018, p. 6), a violência é definida
como qualquer conduta que envolva força física ou condição de poder e que cause
lesão, prejuízos psicológicos ou físicos, morte ou perda de direitos para um sujeito,
grupo ou comunidade. Dentre as formas de vitimizar uma criança ou adolescente,
Costa e outros autores (2007) cita a violência sexual, a violência física, a violência
psicológica e a negligência.
No que se refere a violência sexual, esta define-se como qualquer maneira de
violação dos direitos sexuais, em que os agressores se encontram em estágio de desen-
volvimento mais avançado em relação à vítima. Tal conduta pode ser compreendida
conforme a sua finalidade, como: para fins de satisfação sexual (abuso sexual), em tro-
ca de remuneração ou qualquer outra forma de recomensa (exploração sexual) ou o
tráfico de crianças e adolescentes (BRASIL, 2017; HOHENDORFF; PATIAS, 2017, p. 241).
A violência infanto-juvenil pode estar inserida em diversos contextos, dividin-
do-se nas modalidades extrafamiliar e intrafamiliar. Para Balbinotti (2009), a violência
extrafamiliar diz respeito a violência na qual o agressor não está presente na conjun-
tura familiar, mesmo que tenha alguma relação de proximidade. Outrora, a intrafami-
liar, correspondente a maioria dos casos de violência sexual infantojuvenil, ocorre de
forma inversa: o abusador faz parte da família, podendo ser pai, padrasto, tio, avô ou
outro familiar, independente de laços de consanguinidade.
A partir disso, vale ressaltar a problemática da dificuldade na revelação da viti-
mização, principalmente quando ocorre no meio familiar. A respeito disso, Balbinot-
ti (2009) expõe que as vítimas de violência intrafamiliar são acometidas comumente
pela Síndrome do Segredo, na qual a realidade dos fatos é camuflada pela criança
ou familiares, buscando não causar comprometimento nos vínculos e rotina fa-
miliar, dificultando assim a revelação, a consequente denúncia e a assistência que
deveria ser propiciada à vítima.
Com base nisto, Baiá e outros colaboradores (2013) define a revelação como
o relato das vítimas sobre a violência por meio de entrevista, avaliação clínica ou le-
gal e a revelação no processo psicoterápico. Além do mais, pode acontecer também
de formas: intencional, acidental e estimulada. A revelação intencional consiste na
intenção consciente da vítima em revelar o fato, acontecendo geralmente em ca-
sos que envolvem crianças ou adolescentes numa faixa etária maior. Já na acidental
acontece o contrário, comumente decorrem de alguma outra situação. Na revelação
estimulada, a vítima é questionada ou entrevistada com intuito de incentivar o relato
Silva e Melo (2018) expõem dados do Sistema de Informação de Agravos de
Notificação (SINAN), o qual tem papel de notificar nacionalmente os atendimentos
prestados a vítimas de violência infantil, sendo um dos principais meios de controle
dos índices. Nele, foram contabilizados 39.281 atendimentos a vítimas com idade de
1 a 19 anos, o que corresponde a 40% do total de 98.115 atendimentos pelo órgão
computado no ano de 2011.
Os prejuízos desenvolvidos em crianças e adolescentes vitimizados pela violên-
cia sexual podem estabelecer-se a curto ou longo prazo. Esses danos podem afetar
o desenvolvimento do sujeito nos mais diversos aspectos, especialmente no âmbito
Sabe-se que, ao atender uma criança, a linguagem e os meios utilizados não são
os mesmos empregados aos adultos. Devido a isso, a ludoterapia é uma ferramenta
central na maioria das psicoterapias infantojuvenis, pois o ato do brincar estabelece-
-se como um mecanismo de interpretação da expressão da criança. Melanie Klein, a
primeira autora a visualizar a utilização de recursos lúdicos como a principal técnica
na psicoterapia infantil, entendeu que a criança expressava seus conteúdos, conflitos
e angústias por meio da brincadeira, bem como demonstra as diferentes maneiras
que esta se relaciona com seu mundo, além de amplia seu conhecimento sobre si
mesma (FERREIRA; CAMPOS, 2014 apud HOFIG; ZANETTI, 2016)
Para um recurso lúdico ser utilizado no processo terapêutico é necessário que
seja seguro e se encaixe dentro do propósito da intervenção, objetivando atender as
necessidades e demandas. Alguns exemplos de recursos lúdicos que podem ser uti-
lizados no atendimento são: família de bonecos, bichos, casa com mobília, blocos de
construção, fantoches, instrumentos musicais, quebra-cabeças tinta guache, giz de
cera, massa de modelar, papel, cola e outros (AGUIAR, 2014).
No atendimento às crianças e adolescentes vítimas de violência é essencial pro-
porcionar um espaço seguro de escuta e acolhimento. O profissional da psicologia
deve interagir com linguagem adequada para o público, bem como com recursos
apropriados. A respeito disso, Junqueira (2002) discute sobre a importância do brin-
car e dos recursos lúdicos como forma de facilitar a expressão da criança, fazendo,
inclusive, com que as experiências surjam naturalmente a partir das brincadeiras, sem
necessidade de indução por parte do psicólogo. Conforme a vivência vai existindo as
crianças geralmente revelam aspectos da violência sofrida por se sentirem confortá-
veis no ambiente, observando o psicólogo como uma pessoa de confiança devido a
conduta desse profissional no atendimento.
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ARIÈS, P. História social da criança e da família. 2 ed. Rio de Janeiro: LTC, 1981.
ROTHER, E.T. Revisão sistemática X revisão narrativa. São Paulo: Técnica da Acta
Paulista de Enfermagem, 2007. p. 1. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ape/a/z7z
Z4Z4GwYV6FR7S9FHTByr/?lang=pt. Acesso em: 14 de maio de 2021.