Eblando, Gerente Da Revista, Artigo Do TCC Rebeca
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RESUMO
INTRODUÇÃO
O estudo tem como objetivo geral compreender se e como a música está sendo
trabalhada na Educação Infantil com crianças de zero a três anos de idade. Já os
objetivos
bjetivos específicos procuram reconhecer a importância da música no desenvolvimento
infantil;; conhecer as atividades realizadas através da música que desenvolvem
habilidades musicais;; compreender se os professores (as) consideram importante
importan a
música na faixa etária;; e verificar se a música contribui para um melhor
desenvolvimento infantil.
Para que tal estudo ocorresse foram realizadas entrevistas com doze professoras
que foram transcritas,, além dee observações que se realizaram em duas escolas de
1
Acadêmica do Curso de Pedagogia do Cesuca Faculdade Inedi, Artigo elaborado a partir do Trabalho
de Conclusão de Curso, Profª Orientadora Marialva Moog Pinto - 2013/1. [email protected]
educação infantil, uma da rede municipal e outra do ensino privado, ambas dos
municípios de Cachoeirinha e Gravataí –RS, respectivamente.
METODOLOGIA
A música na educação infantil é utilizada com vários propósitos sejam eles para
a formação de hábitos, atitudes e comportamentos ou para a memorização de conteúdos
relacionados a letras, números, cores, entre outros através de canções. Estas, por sua
vez, são acompanhadas por gestos imitados pelas crianças mecanicamente. Contudo,
muitas escolas encontram dificuldades em integrar a música em seu contexto
pedagógico educacional, apenas utilizando-a como instrumento pronto e reproduzindo-
a. Teca Brito destaca em seu livro que:
... o modo como as crianças percebem, apreendem e se relacionam com os
sons, no tempo-espaço, revela o modo como percebem, apreendem e se
relacionam com o mundo que vêm explorando e descobrindo a cada dia.
(BRITO, 2003, p.41)
...a criança, por meio da brincadeira, relaciona-se com o mundo que descobre
a cada dia e é dessa forma que faz música: brincando. Sempre receptiva e
curiosa, ela pesquisa materiais sonoros, inventa melodias e ouve com prazer a
música de diferentes povos e lugares. (JOLY, 2003, p. 116)
A linguagem musical favorece o desenvolvimento da expressão, da auto-estima,
do equilíbrio e do meio de integração cultural e social. Dessa maneira o professor deve
contribuir para este campo do saber desenvolvendo atividades lúdicas para que a criança
trabalhe a percepção e a atenção. Nesse processo, os estilos musicais a serem utilizados
têm grande relevância, por isso, é importante mostrar às crianças músicas infantis,
músicas populares brasileiras, músicas regionais, música erudita e outras que possam
estimular o canto, pois este possui um papel fundamental no desenvolvimento da
criança. Visto que, a criança tem possibilidade de trabalhar sua audição ao aprender
ritmo, melodia e harmonia.
O professor deve integrar, assim, a música à educação infantil, o que algumas
vezes se torna difícil, pois este profissional não tem uma formação específica em
música. Mesmo diante dessa realidade, deve assumir uma postura de trabalho e
aprimoramento contínuos reconhecendo, compreendendo e respeitando a música como
linguagem e forma de expressão. Como destaca Souza (2002, p.71) “... buscar o
desenvolvimento da capacidade musical dos alunos não exclui, necessariamente, tratar a
música sob a perspectiva da inter/multi/transdisciplinaridade ou como meio de
desenvolver outras capacidades”.
Deste modo, existem diversas maneiras de trabalhar e utilizar a música, dentre
elas, sempre levando em consideração o desenvolvimento e a faixa etária de cada
criança podemos citar, CDs infantis, músicas instrumentais, folclóricas, parlendas,
cantigas de roda, brincadeiras cantadas, construção de instrumentos musicais,
instrumentos para manuseio e descoberta de novos sons e possibilidades.
2 CONHECENDO AS ESCOLAS
2.1 Escola 1
2.2 Escola 2
O Centro de Educação Infantil localiza-se no município de Gravataí, é uma
escola de rede privada, o horário de atendimento é das 06h45min às 20h. Conta com o
atendimento a 58 crianças nos turnos integral, manhã e tarde. A comunidade escolar é
de classe média alta, a escola possui 15 funcionários, sendo 5 professores e atividades
diferenciadas de ballet e informática.
2.3 INSTRUMENTOS
2.4 SUJEITOS
Para realizar tal estudo de caso foram feitas entrevistas com doze professoras da
Educação Infantil dos níveis supracitados. Destas professoras seis trabalhavam na rede
privada e seis na rede pública. Ao entrevistá-las encontrei diversidade no indicador de
formação dos profissionais, sendo que na rede privada alguns não tinham nem cursos, e
nem graduação na área em que atuavam. Apenas três professoras tinham formação no
curso Normal (Magistério), uma cursando magistério, uma cursando faculdade não
relacionada à educação e a última apenas com ensino médio completo. Já ao que se
refere à prática pedagógica, apenas duas atuavam a mais de cinco anos. De forma
inversa, a escola de rede pública possui um número maior de profissionais com
formação acadêmica sendo cinco das entrevistadas pedagogas e apenas uma com curso
Normal, destas quatro trabalham a mais de quinze anos na área e uma a oito anos.
Após a análise dos dados coletados foi possível destacar algumas dimensões em
relação aos achados da pesquisa. Estão apresentadas detalhadamente no próximo
capítulo e são elas: a música e sua importância em todas as áreas do conhecimento,
cognitivo, afetivo e psicomotor e como utilizar a música.
3.1.1 COGNITIVO
Assim, a música faz parte da vida das crianças e com a mesma, criam e recriam
cenários, brincam e relacionam-se. O professor deve observar este brincar musical, é
nele que podem se construir diversos conhecimentos. O que preocupa-nos é a maneira
como ela está esta sendo trabalhada nas escolas infantis. Por isso, questionamos: os
profissionais proporcionam as crianças este brincar musical? Criam oportunidades para
que as crianças possam fazer a música? Para que as crianças possam construir
instrumentos ou manusearem os mesmos?
Cabe aos professores, então, pensar sobre sua prática pedagógica e refletir sobre
a musicalização que está sendo inclusa (ou não) no currículo das escolas. Pensar, por
exemplo, se a mesma não está sendo trabalhada mecanicamente com ensaios cansativos
para apresentações como páscoa, dia das mães, festa junina, dia dos pais, natal entre
outras datas festivas ou apenas para memorização de conteúdos como os números,
alfabeto, boas maneiras etc.
Teca Brito (2003) destaca que deve ser trabalhada a linguagem musical de forma
a contemplar atividades como: o trabalho vocal onde a criança irá conhecer a voz,
entonação, alta e baixa. Interpretação e a criação de canções onde a criança deve ter
possibilidades de, por meio de estímulos, criar e improvisar músicas, além de interpretá-
las produzir brincadeiras cantadas e rítmicas onde será trabalhado também o som, o
silêncio e a motricidade. A sonorização de histórias; construção de instrumentos e
objetos sonoros nos quais as crianças vão construir e confeccionar de acordo com suas
capacidades, e, por fim, a escuta sonora e musical onde irão apreciar a música com
atenção.
3.1.2 AFETIVO
Lembrando que a música está presente desde antes do nosso nascimento, sendo
sons do corpo de nossa mãe, a voz da mesma que além de sonora é afetiva, as canções
de ninar, cantigas de roda e brincadeiras cantadas. Estabelecemos ligações que nos
envolvem com a música, sendo ela essencial a nós, tanto para manifestação de
sentimentos e emoções, quanto para a criação e apreciação do fazer musical.
3.1.3 PSICOMOTOR
Sobre esse aspecto, Brasil destaca que a expressão musical é caracterizada pelo
aspecto intuitivo, afetivo e sensório motor:
...as crianças integram a música as demais brincadeiras e jogos: cantam
enquanto brincam, acompanham com sons os movimentos de seus carrinhos,
dançam e dramatizam situações sonoras diversas, conferindo “personalidade”
e significados simbólicos aos objetos sonoros ou instrumentos musicais e à
sua produção musical. ( BRASIL, 1998, p.52)
Quando questionado aos entrevistados qual a maneira que utilizam a música com
as crianças o resultado foi de fato preocupante. Cinco professoras da rede privada
disseram utilizar na rotina canções que anunciam diferentes atividades: como lanche, no
momento de guardar brinquedos, para fazer silêncio, etc. Além disso, destacaram o uso
de CDs e DVDs, que normalmente são da Galinha Pintadinha2 e do Patatí e Patatá3,
justificando que era o gosto musical das crianças . Nesse contexto, apenas uma
professora colocou que procura trazer músicas novas, deixa o som ambiente enquanto
realizam atividades, faz relaxamento com músicas instrumentais, nas cantigas de roda e
em algumas brincadeiras. Brito destaca que:
2
Galinha Pintadinha surgiu de um vídeo no Youtube (canal de vídeos aberto, onde todos podem adicionar
vídeos e assisti-los gratuitamente) que fez sucesso e após tornou-se um projeto infantil com o objetivo de
resgatar as cantigas de roda infantis, virou CDs e DVDs onde foram criados personagens animados de
cada música.
3
Patatí e Patatá é uma dupla de palhaços que surgiu do grupo circense Patatí Patatá, que faz shows em
escolas em todo o Brasil divulgando seu trabalho, comercializando CDs e DVDs.
destaca que o professor deve sensibilizar-se quanto à musicalização e reconhecê-la
como linguagem Pois, pode-se construir com a mesma e observar a forma de expressão
das crianças com a música de acordo com as faixas etárias.
Podemos notar que a escola Pública de fato tem um espaço para a musicalização
tanto pelos professores que demonstram um olhar diferenciado em relação à música e a
maneira de utilizá-la em aula, quanto do profissional formado que desenvolve e aplica
aulas de música para as crianças.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A música que era considerada “velha” na escola agora assume uma postura nova
em relação a sua utilização e proposta, sendo reconhecida não apenas como
entretenimento e brincadeira, mas com grande significado para o desenvolvimento
afetivo, cognitivo e psicomotor da criança.
REFERÊNCIAS
BRITO, Teca Alencar de. Música na Educação Infantil: propostas para formação
integral da criança. 2ª ed. São Paulo: Petrópolis, 2003.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas. 1996.
SNYDERS, George. A escola pode ensinar as alegrias da música?. 5ª ed. São Paulo:
Cortez, 2008.