Filosofia Africana
Filosofia Africana
Filosofia Africana
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
GOVERNO DA PROVÍNCIA DE MANICA
ESCOLA ASSOCIAÇÃO DE PAIS
DEFESA I
FILOSOFIA POLÍTICA AFRICANA
drº José Brito de Almeida
É importante ter em mente, que os africanos aprenderam com a experiencia o facto de que caminhar sozinho pode ser um
suicídio. É por isso que eles procuraram desenvolver parcerias em nome de solidariedade e união. Neste sentido, a filosofia
política africana está ligada uma palavra chamada ‘’pan-americanismo’’. Esta palavra provém do grego ’pan’ que significa
’todo ou união’ e africanismo significa todo elemento africano. O pan-americanismo tem a ver com a união dos africanos,
a luta pelo reconhecimento do negro no mundo. A filosofia política africana é neste sentido um conjunto de pensamentos
ligados a emancipação e ao reconhecimento do homem negro quer seja, dentro do seu continente ou fora. O objectivo da
filosofia africana é a libertação física e psíquica do jugo colonial. Este foi um processo que começou não com negros
residentes em África, mas sim com negros residentes na diáspora como Estados Unidos da América filhos de pais escravos
residentes naquela Nação. Estamos falar de William E.B. Du Bois; Marcus Garvey e Booker T. Washington como os
principais influenciadores do movimento pan-americanista. Estes homens inspiraram os africanos a desenvolverem
parcerias como sendo a única forma de se firmar politicamente, economicamente e culturalmente diante do colonialismo.
Esta influência impactou os africanos Kwame Nkrumah; Julius Nyerere, Nelson Mandela, Mohamar Khadafi entre outros.
Considera-se como pai do pan-americanismo William E.B. Du Bois.
Não menos importante, os intelectuais pró-americanos Du Bois e Marcus Garvey apelaram ao povo negro a unidade do
continente, esta ideia foi acolhida pelo Kwame Nkruma no seu projecto de criar Estados Unidos de África (EUA),
inspirando-se na ideia de Estados Unidos da América. Todavia, a ideia de unir a África ficou mais firme quando os Estados
africanos começaram a ganhar independência, a titulo de exemplo o Estado de Gana que foi o primeiro Estado em África a
tornar-se independente. Neste sentido, estas Nações ou seja, os países africanos independentes criaram a OUA
(Organização das Nações Unidas) junto com o imperador etíope Haile Selassie em 1963 em Adis-Abeba na Etiópia. Neste
contexto OUA teve como objectivos:
Promover unidade e solidariedade entre os povos africanos;
Coordenar e intensificar a cooperação entre Estados;
Promover a cooperação internacional;
Eliminar todas formas do colonialismo.
Não menos obstante, em 2002 a OUA transformou-se em UA (União Africana) tendo como ponto principal:
O desenvolvimento do continente;
A cooperação económica entre países africanos
E bipolarizar os debates entre os Estados membros da UA.
Neste contexto, o continente africano foi dividido em quatro regiões, a isso chamamos integração politica regional na UA e
SADC/NEPAD:
Oriental; austral, central, e ocidental
1/2 . No norte de África se pode destacar: a COMESA (Mercado Comum da Africa Oriental e Austral);
3. SADC (Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral);
4. CDEAO (comunidade económica dos Estados da África Ocidental).
Tem também, PALOP que significa países Africanos de língua oficial Portuguesa.
No dia 1 de abril de 1980, nove Estados de África Austral: Angola, Botswana, Lesoto, Malawi, Moçambique, Tanzânia,
Suazilândia e Zimbabwe, em Lusaka/Tanzânia criaram a SADCC (comunidade para o desenvolvimento da África austral)
visando uma libertação económica. Em 1989 em Harare/Zimbabwe, foi formalizado a SADCC. Em 17 de Agosto de 1992 a
SADCC foi substituída por SADC. A SADC tem cooperação com a UA e a NEPAD (Nova parceira para o
desenvolvimento da África).
NOTA: quando falamos de integração politica regional a nível da UA e SADC, assim como a questão da NEPAD, estamos
a falar que existe um relacionamento entre estas organizações, como por exemplo a SAD C funciona como braço da
materialização da NEPAD, ao passo que a NEPAD cria dinâmica na questão de interacção económica continental das
organizações regionais. A NEPAD tem por objectivo principal eliminar a pobreza na África. Todavia, a SADC também tem
ligações com a UA. A COMESA opera na África oriental e austral; a SADC opera na África austral. Existem tantas outras
organizações como por exemplo PALOP que significa países africanos de língua oficial portuguesa. E quando falamos de
renascimento africano estamos a falar de um despertar psicológico, de auto estima onde o africano consegue projectar seu
próprio futuro sob o ponto de vista político, económico e social através de sua própria autonomia e valor humano.
No 5º congresso Pan – Africano, que teve lugar em Machester, em Inglaterra, em 1945, Du Bois passou o testemunho
Politico a Nkrumah. Naquele momento em diante, as principais figuras da filosofia política africana passaram a ser
Nkrumah e Senghor. Estes dois homens esforçam-se por lançar as bases da política nos Estados africanos. Kwame
Krumah e Lópold Sedar Senghor lideram dois grupos e dois pontos de vista que não chegaram a conciliar-se: Nkrumah
defendia a independência imediata dos Estados Africanos. A ideologia adoptada pelos Estados Africanos foi o socialismo,
ou seja, os Estados africanos inspiraram-se no socialismo talvez pela influência do consciencialismo de Nkrumah e de
outras conjunturas políticas. Nesta ideologia, hipertrofia-se ao espírito comunitário do africano, o que levou Nkrumah a
postular o socialismo.
Nkrumah defendia que o conteúdo essencial do socialismo, o igualitarismo era conforme as tradições socioculturais
africanas. O consciencialismo pretendia assegurar o desenvolvimento de cada indivíduo. Nkrumah teve o mérito de ser o
promotor do conceito African Personality, tendo trabalhado bastante para conduzir o seu país, Gana para a independência.
Com efeito, Gana foi a primeira nação Negro-africana a ser independente. Outros políticos como Senghor, Luís Cambaral,
Júlio Nherere e Agostinho Neto, aliaram-se também ao socialismo, tendo-o abordado o ponto de vista da realidade africana,
dando origem aquilo que se chama o pensamento de Nkrumah, O Socialismo Africano, Senghor apoia o socialismo
Africano, defendendo que a alma negra é essencialmente coletiva e solitária, por isso, a áfrica é, por natureza socialista.
O verdadeiro mérito de Nkrumah foi o seu ideal de unidade Africana. Nkrumah concebeu uma unidade africana. Nkrumah
concebeu uma unidade africana politicamente organizada que transformaria o continente africano num só Estado, com um
governo central, inspirado na constituição Americana. Nkrumah estava convencido de que os Estados Africanos,
considerados individualmente, não eram suficientemente fortes para competirem com grandes potências do ocidente.
Segundo Nkrumah, esta fraqueza levava-os a procurar a sua segurança em acordos com ex-potências coloniais ou coma as
potencias neocoloniais. Nkrumah partilhava o ponto de vista de Diop sobre dividindo as populações de uma mesma cultura
em diferentes Estados, o que poderia a todo o momento originar conflitos intra-africanos.
NOTA: em 1960 surgiu dois grandes grupos, o da Monronvia (EUA-California) e o da Casablanca (Marocos). O grupo
da Monronvia defendia a criação dos Estados Unidos da África, o Segundo grupo defendia a criação das Nações, foi neste
contexto que fundaram a OUA. Todavia, foi o último grupo que acabou vencendo a batalha.
PAN-AFRICANISMO E NEGRITUDE
O pan-americanismo é uma ideologia que propõe união de todos os povos da África como forma de potencializar a voz
do continente no contexto internacional. Estes dois movimentos são diferentes na abordagem e na denominação, mas com o
objectivo comum de lutar pela liberdade, estes dois movimentos foram desenvolvidos por estudantes e académicos
africanos residentes em EUA, Inglaterra e em França, respectivamente. O primeiro, o pan-americanismo, lutava pela
emancipação política de todos africanos, ao passo que o segundo, a negritude, lutava pela unidade dos negros sob ponto de
vista cultural. A negritude é mais cultural, é a voz da cultura negra enquanto o pan-americanismo é a voz político. No
âmbito da política a negritude não se difere do pan-americanismo. Como representantes da negritude encontramos: Aimé
Cesaire, Leopold S. Senghor e Leo Damas. A negritude envolvia literatura, arte e dança do homem negro. A obra
L’etudiant Noir marcou o principio da negritude. A poesia de Aimé Cesaire, Cahier d’un retour au pays natal considera-se
o hino da negritude e do homem negro.
O conceito negritude passa a ser usado a partir dos anos 30 como resposta a colonização francesa. Jean-Paul Satre
criticando a neritude diz que negritude aparece como tempo fraco numa progressão dialéctica contra afirmação teórica e
prática da supremacia do branco, e ela não é objectivo final mas sim um princípio para atingir um objectivo. Negritude
apareceu entre negros americanos de diversas maneiras, como: movimento segregado de Booker Washington; movimento
do renascimento negro de Du Bois Black renaissance; e regresso a africa de Marcus Garvey back to africa.
MOVIMENTO PAN-AFRICANISMO
O pan-americanismo teve uma palavra de ordem: “Unir-se para resistir”. O pan-americanismo teve vários congressos, dos
quais o 5º congresso, esteve sob a presidência de Du Bois. Neste congresso, ele reivindica a independência dos africanos. É
por isso que ele é considerado pai do pan-africanismo. E ainda neste congresso Du Bois faz a passagem de liderança do
congresso para Kwame Nkrumah (de Ghana). Foi a passagem de liderança do afro-americano para africano. O sonho de
Nkrumah foi de fazer os EUA (Estados Unidos de África), na sua obra «África deve unir-se». Para isso significava ter a
mesma moeda, ter o mesmo militarismo. Quando Ghana fica independente em 1957, neste mesmo ano realiza-se um
congresso em Ácra. Daí, começam as independências da África. Os filósofos ocuparam-se em busca de identidade africana,
outros ainda preocuparam-se na criação de um futuro socioeconómico e político para África. Fazem parte deles Kwame
Nkrumah, Július Nyerere, Kenneth Kaunda, Leopold Senghor.
Para Booker Washington a melhor forma de combater o racismo garantindo a emancipação política dos negros era através
da emancipação económica. Acreditava que só acumulando riquezas os negros conseguiriam ter o respeito dos brancos. Ele
apelava a educação técnico-profissional. Esta ideia ficou conhecida como desenvolvimento segregado porem, seus críticos
o acusaram de acomodacionista uma vez que aconselhava os negros a se conformarem temporariamente com a situação da
discriminação. Seu discípulo Du Bois pelo contrário defendia a integração política e social dos negros em igualdade de
circunstâncias com os bancos. Ele defendia o movimento do renascimento negro black renaissance. Marcus Garvey
defendia o regresso a África black to africa.
O sucesso da luta pan-africanismo e neritude dependia da restauração da auto-estima e identidade do próprio negro.
Garvey relegava toda raça negra á África. Marcus Garvey criou um movimento rival que apelava o regresso a África como
a única forma de emancipar o negro. Garvey estava convencido que os negros nunca conseguiriam reconhecimento dos
brancos por igualdade no seio da sociedade norte-americana e nos continentes originalmente brancos, por isso pregava o
retorno de todo negro para a África na sua terra natal, e a expulsão de todo branco na terra do negro. Ambos procuravam a
dignidade do povo negro fazendo referencia a África ao seu passado histórico-cultural. Este movimento deu origem a
negritude por Aime Cesaire, Leo Damas e Leopold Sedar Senghor. A África ficou atrás em relação a outras civilizações por
ignorar seus próprios factos históricos e também por causa da discriminação racial.
Filosofia política africana: Constituídos por: William E.B. Du Bois; Marcus Garvey; Booker T. Washington; Kwame
Kkruma, Julius Nyerere, Kenneth Kaunda e Albert Luthuli etc
RENASCIMENTO AFRICANO
O povo africano conheceu várias humilhações, facto que o levou a sentir-se inferior a outros povos, sobretudo aos
europeus, que o escravizaram durante séculos. Actualmente ainda há africanos que se sentem inferiores a outros povos.
Ora, uma das grandes dificuldades que os africanistas tiveram foi precisamente esta: como dizer ao africano que nunca
tinha sido valorizado, que tinha valor, que era igual ao seu colonizador, que tinha dignidade e que ser africano não era uma
maldição, etc.? Para tal, era necessário desenvolver uma ideologia que levasse o homem africano a renascer e a sentir-se
um homem igual aos outros. Renascer significava tornar a nascer. Depois do nascimento biológico, o africano precisava de
voltar a nascer psicologicamente para recuperar a autoestima extirpada pelos colonizadores.
O renascimento negro teve como intenção dar a possibilidade aos negros de lutar arduamente pela sua causa, pôr em causa
a alienação do negro. Du Bois dizia se o branco mata um negro, o negro deve matar cinco brancos. No renascimento negro
pede-se a igualdade entre o negro e branco; procura-se a emancipação do negro. A negritude, enquanto um manifesto
cultural e político mobilizador, transformou a identidade sociocultural dos povos africanos numa arma emancipadora e um
projeto de renascimento. Ela lutou contra o eurocentrismo, o racismo e os preconceitos, a incompreensão, arrogância das
potências coloniais. Ela rejeitou a aculturação, a assimilação e a alienação. Dessacralizou o paradigma cultural ocidental
considerado como critério referencial e afirmou o direito a diferença e familiarizou os negros com a noção do relativismo
cultural.
DEFESA II
FILOSOFIA AFRICANA
O contexto do surgimento da filosofia africana não difere do contexto do surgimento da politica africana. Vimos que a
politica africana surgiu no contexto do pan-americanismo e da negritude. A filosofia africana surgiu em um contexto onde
o pensador Cheik Anta Diop denomina de contextos chaves, são no todo três factores que estão na origem da filosofia
africana: escravidão, colonialismo e o racismo. Dentre estes factores o racismo foi o mais mau e deu origem aos outros
dois. Os negros eram considerados racialmente inferiores, culturalmente não civilizados. David Hume, afirma que “
dificilmente houve uma ação civilizadora na cor negra, nem mesmo algum indivíduo distinto em atos e especulações… Não
há arte, não há ciência na cor negra… é homem tábua rasa, homem sem história, e portanto, sem civilização”.
No entanto, os africanos foram considerados povos desprovidos da racionalidade e por isso incapazes de terem reflexões
filosóficas. Existiram três grandes teorias que contribuíram ou seja, que apoiavam estas praticas. São elas, a teoria:
Teológica: que defendia que o mundo foi repovoado por três jovens filhos de um senhor chamado Noé. Os primeiros
dois filhos eram considerados bons e abençoados são eles que povoaram a Europa e a Ásia, seus nomes são Jafett e
Sem. O último filho chamava-se Sham ou simplesmente Cã, por ele ter visto a nudez do seu próprio pai foi
amaldiçoado e a partir desta fase este jove Cã, passou a ser considerado o amaldiçoado. A maldição consistia no
seguinte, a descendência dele iria servir de escravos para seus irmãos mais velhos. Então o jove Cã depois da maldição
ser lançada caminhou em direcção a África. É neste sentido que diz a história que a África foi povoado por ele, um
amaldiçoado. Neste caso, todos africanos estão de baixo da maldição de ser escravo porque somos descendência dele.
Antropológica: os antropólogos Lewis Morgan e Eduard Tylor diziam que África é uma sociedade morta.
Voltaire defendia que o povo mais elevado é o francês e o povo mais baixo é o africano;
Jean Jacques Rousseau: dizia que os africanos são bons selvagens;
Hegel: dizia que não temos história nem humanidade
Kant: dizia que somos povo sem interesses;
Levy Brhul: dizia que temos uma mentalidade pré-lógico;
Placide Templs: dizia que temos lógica menor;
Charles de Montesquieu: dizia que somos povo sem lei;
Aristotles: dizia que não temos alma.
O pensador Cheik Anta Diop apelidou estas teorias de mito da inferioridade do povo negro.
Na tentativa de resposta, surge pela primeira vez a ideia de filosofia africana na obra do missionário suíço, padre Placide
Tempels na sua obra filosofia bantu. Porem, o que se tem discutido é se a oralidade tradicional africana os provérbios,
historias contadas nas lareiras etc podem ser considerados de filosofia? Isso porque a primeira tentativa de resposta sobre
existência ou não de filosofia africana estava assente em contos, tradições, mitos, etc. Esta questão fez surgir duas escolas
de pensamento cá em África. A premira escola representada pelo Jhon Mbiti diz que a filosofia africana é um
pensamento especulativo assente em provérbios, nos costumes, nas máximas etc que os africanos de hoje herdaram de seus
antepassados através da tradicao oral. Neste sentido a função de um filosofo africano é de coleccionar, interpretar e difundir
os provérbios, os contos folclóricos, mitos etc.
A segunda escola representada por Paulin Hountondji diz que em África apesar de aparentar existir a filosofia, não
existe filósofos porque a filosofia africana é feita de forma colectiva, comunal e não uma actividade individual. Esta escola
diz que a filosofia actualmente se ocupa de desenvolvimento moderno e no conhecimento e na reflexão. Defende que a
filosofia africana é fruto de pensamento abstracto de pensadores africanos e individuais tanto tradicionais como moderno.
Neste sentido, a filosofia é uma reflexão crítica e racional sobre ideias e princípios fundamentais da vida humana e do
ambiente. Houtondji da realce a questão da escrita, para ele a filosofia africana é uma literatura produzido pelos africanos
e que versa sobre problemas africanos. Ele enaltece o aspecto crítico e racional da filosofia. Para ele, somente a obra de
Jhon Mbite é que pode ser considerado parte da filosofia.
Para Anyanw a missão do filósofo africano é de compreender e explicar os princípios que se baseia as culturas
africanas.
Placide Templs dizia que existia uma filosofia do negro mas diferente na forma e no conteúdo da filosofia europeia.
Odera Oruka diz que a filosofia africana será o produto dos pensadores africanos, sem excluir a participação de
pensadores não africanos. Ele fala de sábios tradicionais vivos, segundo ele alguns destes sábios estão destinados a
converter-se em filósofos., tem a sua própria racionalidade elaboradas para sustentar doutrinas e seus pontos de vistas.
Neste sentido, o papel do filósofo investigador é extrair sabedoria destes sábios e redigir em forma de literatura
filosófica. Em Moçambique José Castiano e Ézio Bono compartilham a mesma visão.
Kwasi Wiredu diz que o pensamento tradicional africano contem elemento que são filosófico porque tentam dar
respostas algumas interrogações fundamentais relacionadas com o homem e o mundo.
Etnofilosofia: esta palavra não foi criado por representantes desta corrente, esta palavra foi criado pelos críticos desta
corrente. A etnofilosofia é representada por Placide Tempels, Alexis Kagame, Marcel Griaule e John Mbiti. O maior
crítico desta corrente é Paulin Hountondji, ele diz que etnofilosofia é trabalho feito por etnólogos com desejo de der
filosófos e que a etnofilosofia consistia na recolha de dizeres e visões do mundo de alguma população e cultura.
Etnofilosofia estuda cultura, tradições, hábitos e língua de um povo (africano). Hountondji diz que a mitologia não é
filosofia. Diz que a filosofia começa onde a opinião e a sabedoria popular terminam, etnofilosofia para ele são concessão
acrítica da sabedoria da tradição e costumes populares. A filosofia deve supor a emergência do logos e da escrita a partir da
oralidade e do mito. O próprio prefixo ’etno’ vem da palavra etnia ou etnociencia. Está ligado a um tipo de saber de um
grupo de povo com mesma cultura, língua, hábitos e costumes. Estes pensadores procuram demonstrar princípios racionais
dentro dos mitos e crenças africanas, nos rituais etc.
Os críticos são Hountondji, Franz Chabay, E.Boulaga, M.Towa, Oruka, Weredu etc. o problema esta muito mais no
seu objecto de estudo, no sentido seguinte: ate que ponto esta filosofia africana deve ser concebida?
A sagacidade filosófica: Sage significa pessoa que cultiva a rectidão do espírito, o bom senso, pessoa sabia. Sagaz é pessoa
sabia. Esta corrente defende a existência destes sábios na sua maioria iletrados nas suas comunidades étnicas e são tidos
como conselheiros. Esta corrente defende a autonomia individual da sabedoria dos sábios africanos. A tarefa dos sábios
intelectuais africanos está em identificar estes sábios e registrar por escrito seus pensamentos e reflexões.
Filosofia profissional académica: representado por Paulin Hountondji, Odera Oruka, Kwasi Wiredu, Mercien Towa,
Eboussi Boulaga. Para eles o criticismo e o argumento são características essenciais de toda failosofia. Esta corrente tem
posições hetrrogenea e por veses contraditórias, eles versasm sobre vários temas na sua maioria abordam criticamente e
rejeitam a etnofilosofia. Dizem que a filosofia deve ter mesmo significado em todas as culturas, afirmam também que a
filosofia africana é apanágio exclusivo dos filósofos africanos, fruto de debate entre africanos. Bzik Anyanw diz que
africanicidade não reside na pertenca do sujeito desta filosofia africana mas sim na pertenca do sujeito objcto do estudo a
africa ou a um pais ou cultura africana. Para ele a filosofia africana pode ser cultivada por filósofos nativos como não
nativos de africa.