Exame Do Ombro

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EXAME DO OMBRO

INSPEÇÃO

O exame deve ser iniciado com a inspeção. O paciente deverá estar despido da cintura para
cima. Deve-se observar a presença de deformidades, atrofias, posição antálgica, alteração da
posição anatômica e outras anormalidades.

PALPAÇÃO
A palpação do ombro objetiva determinar a presença de dor, deformidades, ausência de
estruturas, sinais inflamatórios, crepitação e outras alterações. Devem ser palpadas as
estruturas ósseas e as partes moles. Deve-se examinar as articulações esternoclavicular e
acromioclavicular, a clavícula, o acrômio, as tuberosidades maior e menor do úmero, a incisura
bicipital e a espinha escapular. Palpar manguito rotador e das bolsas subdeltóidea e
subacromial. A palpação do manguito rotador pode revelar falhas nas rupturas ou dor na
presença de inflamações. Para a palpação do manguito e das bolsas sinoviais subdeltóidea e
subacromial o ombro deve ser estendido. Palpar as cadeias ganglionares adjacentes ao ombro à
procura de linfadenomegalias ou outras alterações que possam indicar presença de processo
inflamatório ou infeccioso.
A dor no ombro pode ter origem na coluna cervical que deverá ser sempre avaliado.

Mobilização
Realiza-se primeiro o exame da amplitude do ombro assintomático que serve de parâmetro
normal para comparação, se a queixa for unilateral. O ombro permite os seguintes movimentos:
abdução, adução, flexão, extensão, elevação anterior, rotação medial e rotação lateral.
As provas qualitativas do ombro têm grande importância na avaliação funcional. Consistem na
execução ativa dos movimentos que reproduzem as situações do cotidiano. Avalia-se a
capacidade e a qualidade do movimento (sem dor, com dor, lento, difícil).
Abdução do ombro. Elevação anterior do ombro.

Extensão do ombro no plano transversal.


Extensão do ombro no plano sagital.
Rotação medial com o ombro aduzido.
Rotação medial com o ombro abduzido.

Testes e Sinais Clínicos Especiais

Teste do arco doloroso. Avalia os processos inflamatórios que afetam o tendão do músculo supra-
espinhal e as bolsas sinoviais do ombro. A manobra consiste na elevação ativa do ombro no
plano da escápula com o membro em rotação medial. A resposta é positiva quando há dor entre
70º e 120º. A fricção do tendão supra-espinhal sob o arco coracoacromial é o mecanismo que
produz a dor. Se a dor ocorre entre 140º e 180º, provavelmente a origem é na articulação
acromioclavicular.

Fig. 281.68- Teste do arco doloroso.


Teste irritativo de Neer. Avalia a compressão das estruturas do ombro entre o tubérculo maior
do úmero e o acrômio. A manobra consiste na elevação passiva do membro superior em rotação
medial com a escápula estabilizada pelo examinador. A resposta é positiva quando há
aparecimento de dor no ombro ou no braço. O teste é inespecífico, podendo ser positivo na
tendinite do supra-espinhal, na bursite, na capsulite adesiva, na instabilidade multidirecional e
nas lesões da articulação acromioclavicular.
Teste de Neer.

Teste do músculo supra-espinhal de Jobe. Avalia lesão do músculo supra- espinhal. A manobra
é realizada pela elevação ativa do membro superior rodado medialmente no plano da escápula.
A resposta positiva é o aparecimento de dor na face ântero-lateral do ombro acompanhada ou
não da diminuição da força, ou incapacidade para a realização do movimento. O teste positivo
sugere tendinite ou ruptura do supra-espinhal

Teste de Jobe.

Teste do músculo infra-espinhal de Patte. Avalia o músculo infra-espinhal. A manobra consiste


na realização ativa da rotação externa contra resistência com o ombro abduzido a 90º e o
cotovelo fletido a 90º. A presença de dor ou diminuição da força, caracteriza o exame positivo
sugerindo lesão do músculo infra-espinhal.
Teste de Patte.
Teste irritativo de Hawkins. Avalia o impacto das estruturas do ombro sobre o arco
coracoacromial. A manobra consiste na realização passiva da rotação medial do ombro com o
ombro elevado anteriormente a 90º. A presença de dor ou diminuição da força caracteriza o
exame positivo sugerindo bursite e/ou tendinite do supra-espinhal.

Teste de Hawkins.

Teste do músculo subescapular de Gerber. Avalia o músculo subescapular. A manobra consiste


na realização ativa do movimento de afastamento da mão do dorso. A incapacidade da
manutenção da mão afastada do dorso ou a impossibilidade de fazê-lo, sugere lesão do músculo
subescapular.

Fig. 281.73- Teste de Gerber.

Teste do alcance de Apley. É um teste funcional. A manobra é realizada solicitando-se ao


paciente que tente alcançar a escápula oposta em seu ângulo superior utilizando o dedo
indicador. Ao mesmo tempo, é solicitado que com outro braço tente alcançar o indicador do braço
oposto que se encontra próximo ao ângulo superior e medial da escápula correspondente
(Figura 281.74). A incapacidade para realizar esta manobra pode indicar artrose escapuloumeral
ou lesão do manguito rotador.
Fig. 281.74- Teste do alcance de Apley.
Teste para o tendão longo do bíceps. Avalia a lesão da cabeça longa do bíceps. A manobra é
realizada pela flexão ativa do cotovelo contra resistência, a partir da posição estendida e supinada
(Figura 281.75). Dor referida no sulco intertubercular com ou sem impotência funcional caracteriza
a resposta positiva. O teste de Yergason tem a mesma finalidade, consiste em opor resistência a
supinação ativa com o cotovelo a 90o em extensão. Em caso de ruptura da cabeça longa do bíceps
pode ser visto uma massa muscular em forma de “bola” anteriormente no braço conhecido como
sinal de Hueter (Figura 281.76B).

Fig. 281.75- Teste para avaliação do tendão longo do bíceps.

Fig. 281.76A- Teste de Yergason.

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