Examefisico
Examefisico
Examefisico
FÍSICO ORTOPÉDICO
MEMBROS SUPERIORES
OMBRO
Otávio Vitório Alvarenga Pereira
Tulio Safar Sarquis Soares
Referência: Barros Filho, T. E., Lech, O., & Cristante, A. F. (2017). Exame físico em ortopedia
3°edição. Sarvier.
1) Inspeção estática: O paciente deve estar despido da cintura para cima e deve-se observar:
2) Palpação: Deve ser feita de forma metódica e cuidadosa. Observar o relevo osteoarticular, ventres musculares e os tendões.
É fundamental ter conhecimento anatômico para que sejam diferenciadas as estruturas. Deve se investigar:
Dor
Trofismo muscular
Edema
Deformidade
Crepitação
Mobilidade anormal
Deve-se abordar:
articulação esternoclavicular
a clavícula
a articulação acromioclavicular (em casos de luxação, a clavícula pode ser reduzida – sinal da tecla do piano)
o tendão conjunto (cabeça curta do bíceps braquial e coracobraquial)
o processo coracoide
o músculo deltoide
a pequena e a grande tuberosidades
ROTEIRO DE EXAME
FÍSICO ORTOPÉDICO
3) Amplitude de movimentos (inspeção dinâmica): É avaliada de modo global e todos os movimentos devem ser comparados
com o lado contralateral, já que a flexibilidade é variável de pessoa para pessoa. A diferença de amplitude nos movimentos
ativos e passivos pode ajudar no diagnóstico diferencial entre uma fraqueza muscular (amplitude de movimento ativa diminuído
e passivo preservado) e bloqueio mecânico (ambas amplitudes diminuídas, como ocorre na capsulite adesiva ou artrose
glenoumeral). Os movimentos avaliados e o padrão normal estão listados a seguir. Deve-se sempre comparar com o lado não
afetado pois a flexibilidade articular varia de pessoa para pessoa.
Abdução (0-90º) - Realizada no plano coronal;
Elevação (0-180º) - Realizada no plano da escápula;
Adução (0-75º) - Realizada com flexão de 30º para que o membro possa passar anteriormente ao tórax;
Flexão (0-180º) - Realizada paralelamente ao plano sagital;
Extensão (0-60º) - Realizada paralelamente ao plano sagital;
Rotação externa (0-75º/90º) - Com o cotovelo fletido 90º e o braço junto ao corpo, é feita a rotação externa do ombro;
Rotação interna (0-90º) - Solicita-se que o paciente coloque o polegar no ponto mais alto das costas;
Ritmo escapulo umeral - Feito pelas costas, com o paciente elevando o braço. Em situações normais, nos primeiros 60°
de elevação, a escápula não roda; nos próximos 120°, ela roda 60°. É por isso que se diz que o ritmo normal é de 2 para
1.
As provas funcionais completam a inspeção dinâmica e verificam a capacidade de o paciente posicionar a mão em relação ao
próprio corpo. Essa etapa é importante para avaliar a capacidade de realizar atividades cotidianas e habituais. Ela é comparativa
e classificada em três grupos:
Consegue realizar sem dor
Consegue realizar com dor/dificuldade
Não consegue realizar
São eles:
4)Força muscular e função neurológica: No exame do ombro, a avaliação da força muscular e neurológica deve ser realizado de
forma conjunta e saber correlacionar os achados com as estrutras potencialmente lesionadas é fundamental.
A escala de força muscular é graduada da seguinte maneira:
GRAU DE FORÇA MUSCULAR DESCRIÇÃO
COTOVELO
Otávio Vitório Alvarenga Pereira
Kalil Francisco Restivo Simão
Referencia: Barros Filho, T. E., Lech, O., & Cristante, A. F. (2017). Exame físico em ortopedia
3°edição. Sarvier.
1) Inspeção: Por ser uma articulação subcutânea, pequenas alterações podem ser facilmente observadas em tal fase do exame.
Assim, a inspeção do cotovelo deve ser realizada nas regiões lateral, anterior, posterior e medial – detalhadas a seguir.
Lateral: Deve – se avaliar o volume da articulação e se há presença de atrofia muscular, que podem sugerir artrite. O
preenchimento do recesso infracondilar, por sua vez, pode decorrer de derrame articular, proliferação sinovial ou
doença na cabeça do rádio.
Anterior: Durante a inspeção desta região, indica – se a avaliação do ângulo de carregamento – realizada com o
antebraço em supinação e o cotovelo em extensão. Assim, deve – se determinar o ângulo formado entre o úmero e o
antebraço, de modo que os valores médios são de 10° em homens e 13° em mulheres. Ângulos de carregamento
aumentados determinam o denominado “cúbito valgo” e quando diminuídos, “cúbito varo”.
Medial: É relativamente pobre em achados semiológicos da inspeção, com possibilidade de visualização do nervo ulnar
quando de seu espessamento ou deslocamento para frente (subluxação).
2) Palpação: Deve ser feita de forma metódica, iniciando - se pela localização dos epicôndilos lateral e medial e da ponta do
olécrano.
Lateral: Deve – se proceder à palpação da musculatura extensora do punho em sua origem, do epicôndilo lateral, do
complexo ligamentar lateral e da cabeça do rádio – que terá ¾ palpáveis diante de pronossupinação completa. Por fim,
pode – se identificar derrames articulares por meio da palpação do recesso posterior, que se localiza entre a cabeça do
rádio e a borda lateral do olécrano.
ROTEIRO DE EXAME
FÍSICO ORTOPÉDICO
Palpação da fossa cubital, onde se encontram o tendão do bíceps, a artéria braquial e o nervo mediano.
Posterior: A bursa olecraneana é palpada sobre a aponeurose do músculo triciptal, podendo se apresentar espessada e
dolorosa à palpação diante de processos inflamatórios locais. Com o cotovelo fletido em 90º, palpam-se os dois
epicôndilos e a ponta do olécrano, que – no cotovelo normal - tendem a formar um triângulo equilátero. Também pode
– se palpar a articulação umeroulnar e a borda posteromedial do olécrano.
Medial: A principal estrutura investigada na palpação medial do cotovelo é o nervo ulnar, localizado na fossa ulnar,
entre a borda medial do olécrano e o epicôndilo medial. Em condições normais ele é suave, cilíndrico e flexível. A
compressão do nervo deve ser suspeitada em casos de perda de sensibilidade dos dedos mínimo e anular e hipotrofia
dos músculos intrínsecos da mão. Se o nervo estiver espesso, deve-se suspeitar de hanseníase. Quatro músculos se
inserem no epicôndilo medial e a verificação de sua continuidade e da presença de dor é uma tarefa fundamental da
palpação. São eles, de medial para lateral: flexor ulnar do carpo, palmar longo, flexor radial do carpo e pronador
redondo. Dor à palpação é encontrada em pacientes que tem grande exigência dos movimentos de flexão do punho. O
ligamento colateral medial, por sua vez, estabiliza o cotovelo em valgo e deve ser palpado com o cotovelo fletido entre
30º e 60º.
3) Amplitude de movimento (inspeção dinâmica): O cotovelo realiza quatro movimentos: flexão, extensão, supinação e
pronação. Todos eles devem ser avaliados de forma passiva e ativa e comparativa entre os dois lados do corpo. Para tal,
utiliza – se o goniômetro, de modo que um de seus braços deve acompanhar o movimento a fim de determinar sua
amplitude.
Flexão: A amplitude normal é de 140° (+- 5º) e estão envolvidos nesse movimento 5 músculos e 4 nervos.
ROTEIRO DE EXAME
FÍSICO ORTOPÉDICO
Extensão: A amplitude normal é de 0º (+-5º) e estão envolvidos nesse movimento 2 músculos e 1 nervo.
Supinação: Para examinar a capacidade de supinação do paciente, seu braço deve estar junto ao corpo, o cotovelo
fletido em 90º, o antebraço em rotação neutra e o polegar apontando para cima. O paciente é orientado a realizar a
rotação lateral do polegar. A amplitude normal deste movimento é de 80º. Estão envolvidos nesse movimento 2
músculos e 2 nervos.
Pronação: Para examinar a capacidade de pronação do paciente, seu braço deve estar junto ao corpo, o cotovelo fletido
em 90º, o antebraço em rotação neutra e o polegar apontando para cima. O paciente é orientado a realizar a rotação
medial do polegar. A amplitude normal deste movimento é de 75º. Estão envolvidos nesse movimento 3 músculos e 1
nervo.
4) Força muscular e função neurológica: Deve avaliar os movimentos de flexão, extensão, pronação e supinação contra
resistência. É importante que o exame seja realizado bilateral e comparativamente.
Flexão: Avaliada com o paciente em pé ou sentado. O examinador deve colocar sua mão sobre a face volar do antebraço
do paciente, que deverá estar em supinação. Assim, deve – se oferecer resistência à flexão após o movimento atingir
45°.
Extensão: Mantendo o cotovelo do paciente junto ao tórax e seu antebraço em rotação neutra ou pronação, pede – se
ao paciente que estenda seu cotovelo – começando pela flexão máxima. A resistência a tal movimento deve ser iniciada
quando o cotovelo atingir 90°.
Supinação: Deve – se manter o cotovelo do paciente junto ao tórax, ao passo que a outra mão do examinador se
encontra sobre o dorso do terço distal do antebraço. Assim, solicita – se ao paciente que inicie o movimento da posição
de pronação completa, com aumento gradativo da resistência à supinação.
Pronação: Inicialmente deve – se fixar o cotovelo do paciente ao tórax, com a outra mão do examinador localizando – se
sobre o terço distal da face volar do antebraço. Assim, o paciente deve realizar a pronação a partir da supinação
completa, com aumento gradual da resistência ao movimento.
PUNHO
Otávio Vitório Alvarenga Pereira
Letícia Baião Silva
Referencia: Barros Filho, T. E., Lech, O., & Cristante, A. F. (2017). Exame físico em ortopedia
3°edição. Sarvier.
Para se examinar o punho, o membro deve estar todo exposto, o paciente na frente do examinador com o braço sobre a mesa.
E segue os passos básicos de um exame físico ortopédico: inspeção, palpação, amplitude de movimento, avaliação muscular,
avaliação da sensibilidade e testes especiais.
1) Inspeção: Não deve se limitar apenas à mão, mas também abranger todo o membro superior. Inicialmente deve-se
investigar: Postura, deformidades, edema, tumores, tumorações, sinovites, coloração da pele, cicatrizes, hematomas,
equimoses, flictenas e ferimentos.
2) Palpação: Investiga alterações de temperatura, deformidades, pontos dolorosos, a presença e localização de crepitações e
estalos. Deve-se conhecer bem a anatomia topográfica do punho para correlacionar os achados com as estruturas anatômicas.
Barros Filho, T. E., Lech, O., & Cristante, A. F. (2017). Exame físico em ortopedia 3°edição. Sarvier.
3) Amplitude de movimento(Inspeção dinâmica): Inicia-se os testes pelos movimentos passivos, em seguida testa-se os
movimentos ativos. O punho apresenta seis movimentos que devem ser testados: Pronação, supinação, flexão, extensão, desvio
radial (abdução) e desvio ulnar (adução).
Barros Filho, T. E., Lech, O., & Cristante, A. F. (2017). Exame físico em ortopedia 3°edição. Sarvier.
ROTEIRO DE EXAME
FÍSICO ORTOPÉDICO
4) Força muscular e função neurológica: A gradação da musculatura do punho é igual a qualquer outro músculo (variando de 0
a 5, sendo 0 a ausência de sinais de contração muscular e 5 a mobilidade completa contra resistência acentuada e contra ação
da gravidade).
O músculo palmar longo é testado solicitando-se ao paciente para opor ao polegar ao quinto dedo e fletir o punho
concomitantemente. Os músculos flexores são testados com o paciente fazendo flexão contra resistência do examinador com
uma mão, enquanto a outra mão do examinador sente cada um dos tendões. Os músculos extensores do punho são testados
com o paciente fazendo extensão do punho contra resistência imposta pelo examinador, como descrito para os flexores. Para
melhor evidenciar o flexor ulnar do carpo, associa-se à flexão um desvio ulnar do punho.
MÃO
Otávio Vitório Alvarenga Pereira
Letícia Baião Silva
Referencia: Barros Filho, T. E., Lech, O., & Cristante, A. F. (2017). Exame físico em ortopedia
3°edição. Sarvier.
A mão é o segmento mais especializado do sistema musculoesquelético. O movimento do punho e dos dedos é executado pelos
tendões flexores e extensores, que passam de suas origens no antebraço através das áreas palmar e dorsal do punho. Esses
tendões, junto com as principais estruturas neurovasculares da mão, passam através de túneis ou compartimentos bem
definidos.
1) Inspeção: A posição característica da mão em repouso é descrita pela flexão progressivamente maior do indicador para o
dedo mínimo. Se algum dedo estiver estendido na posição de repouso pode-se pensar em lesão dos tendões flexores.
Barros Filho, T. E., Lech, O., & Cristante, A. F. (2017). Exame físico em ortopedia 3°edição. Sarvier.
A musculatura intrínseca da mão dominante é mais bem desenvolvida, os sulcos são mais profundos e possui mais calosidades,
sendo essencial notar pregas cutâneas anormais. Essas pregas – sindactilias - constituem uma das deformidades congênitas
mais frequentes da mão e limitam sua função por restringir os movimentos.
Nas articulações metacarpofalângicas, na região palmar, observamos a presença de saliências (tecido gorduroso e dos feixes
vasculonervosos) e discreta depressão (túnel osteofibroso contendo os tendões dos flexores) localizada ao lado dos dedos.
ROTEIRO DE EXAME
FÍSICO ORTOPÉDICO
Barros Filho, T. E., Lech, O., & Cristante, A. F. (2017). Exame físico em ortopedia 3°edição. Sarvier.
A transparência das unhas permite examinar a microcirculação, dando informações sobre o estado hemodinâmico do paciente.
Deve se atentar à presença de cicatrizes e suas implicações. O tumor benigno mais comum que está associado ao aumento de
volume é o cisto sinovial. Os tumores malignos são raros. Algumas alterações são características:
Dedo em martelo: É caracterizado pela incapacidade de extensão da falange distal. Pode ser consequência de lesão
tendínea ou fratura por avulsão do dorso da base da falange distal.
Thompson, Jon C. Atlas de anatomia ortopédica – Netter. 2a edição. Elsevier Brasil, 2012.
Dedo em botoeira: Incapacidade de extensão da falange proximal, causada por lesão da banda central do tendão
extensor na base da falange média.
Barros Filho, T. E., Lech, O., & Cristante, A. F. (2017). Exame físico em ortopedia 3°edição. Sarvier.
Deformidade em pescoço de cisne: Falange proximal fica estendida e a falange distal flexionada. Observada com
frequência na artrite reumatoide.
ROTEIRO DE EXAME
FÍSICO ORTOPÉDICO
Barros Filho, T. E., Lech, O., & Cristante, A. F. (2017). Exame físico em ortopedia 3°edição. Sarvier.
Contratura de Dupuytren: contratura que mais comumente ocorre nos 4° e 5° dedos. Tem a presença de nódulos
fasciais palpáveis perto da prega de flexão da palma na base dos dedos acometidos, com formações semelhantes a
cordões que se estendem para a parte proximal da palma. Há abaulamentos e pregueamentos na pele.
Thompson, Jon C. Atlas de anatomia ortopédica – Netter. 2a edição. Elsevier Brasil, 2012.
Tenossinovite estenosante (dedo em gatilho): o paciente não é capaz de estender o dedo afetado. Pode ser estendido
passivamente, a extensão ocorre com um estalido doloroso. O círculo indica o ponto de sensibilidade dolorosa em que o
nódulo aumentado dos tendões e da bainha geralmente é palpável.
Thompson, Jon C. Atlas de anatomia ortopédica – Netter. 2a edição. Elsevier Brasil, 2012.
2) Palpação: A palpação da mão deve buscar alterações de temperatura e se a pele está ressecada o que pode indicar anidrose
por lesão nervosa. Deve-se conhecer bem a anatomia topográfica da mão para correlacionar os achados com as estruturas
anatômicas.
3) Amplitude de movimento (inspeção dinâmica): Deve ser avaliada a extensão, flexão, adução e abdução da articulação
metacarpofalângica. Além desses movimentos, a articulação do polegar permite realizar rotações interna e externa que devem
ser examinadas com atenção, devido a sua importância nos movimentos de apreensão.
ROTEIRO DE EXAME
FÍSICO ORTOPÉDICO
Drake, Richard. Gray ́s anatomia para estudantes 2a edição. Elsevier Brasil, 2010. Thompson, Jon C. Atlas de anatomia
ortopédica – Netter. 2a edição. Elsevier Brasil, 2012.
4) Força muscular e função neurológica: Testes musculares: A gradação da musculatura da mão é igual a qualquer outro
músculo (variando de 0 a 5, sendo 0 a ausência de sinais de contração muscular e 5 a mobilidade completa contra resistência
acentuada e contra ação da gravidade).
Extensão dos dedos: deve-se estabilizar o punho com pressão ventral e fletir as articulações interfalângicas para tirar a
ação dos músculos intrínsecos na extensão dos interfalângicos. Nessa posição, pede-se ao paciente que realize a
extensão da MCF contra uma resistência do examinador ao dorso da falange proximal.
Flexão dos dedos: os tendões dos flexores superficial e profundo dos dedos podem ser testados separadamente. Como
esse músculo se comporta como um sincício (massa muscular única), ao bloquear um dedo, impedimos a ação do
músculo para os outros dedos. Dessa forma, ao pedir para o paciente fletir o dedo, somente o flexor superficial irá agir
fletindo a articulação IFP. Por outro lado, bloqueando a IFP em extensão e pedindo para o paciente fletir o dedo, apenas
o flexor profundo irá agir fletindo a IFD.
Extensor longo do polegar: o paciente realizar a extensão da articulação interfalângica do polegar.
Extensor curto do polegar: age principalmente na extensão da articulação metacarpofalângica.
O flexor longo do polegar: pode ser testado solicitando ao paciente realizar a flexão da articulação interfalângica.
O flexor curto do polegar: age fletindo a articulação metacarpofalângica.
Abdutores do polegar: estabiliza a mão e realiza resistência contra a abdução do polegar. O paciente pode utilizar os
extensores do polegar para substituir a função de abdução do polegar.
O plexo braquial provém toda inervação do membro superior seguindo uma sequência lógica.
Três nervos periféricos inervam a mão, são eles:
Radial: Inerva pequena área correspondente à tabaqueira anatômica e à região dorsal da extremidade proximal do
polegar.
Mediano: Inerva o restante do dorso do polegar, dedos indicador e médio, e a região volar e a metade radial do dedo
anular.
Ulnar: Inerva a metade ulnar da superfície volar do dedo anular, todo o dedo mínimo, e a superfície dorsal anular e o
dedo mínimo.
Thompson, Jon C. Atlas de anatomia ortopédica – Netter. 2a edição. Elsevier Brasil, 2012
ROTEIRO DE EXAME
FÍSICO ORTOPÉDICO
MEMBROS INFERIORES
QUADRIL
Otávio Vitório Alvarenga Pereira
Querollen Agata Silveira Lima
Referencia: Barros Filho, T. E., Lech, O., & Cristante, A. F. (2017). Exame físico em ortopedia
3°edição. Sarvier.
1)Inspeção: O exame físico deve ser feito com o paciente descalço e com roupas íntimas, ou avental aberto para as costas,
expondo a maioria dos grupamentos musculares.
Deve-se avaliar a altura dos ombros e das cristas ilíacas procurando desnivelamentos e observar a presença de escoliose
estrutural ou não. Procurar saliências na região trocantérica, manchas, aumento de volume, hiperemia, cicatrizes e fístulas.
Solicitar que o paciente caminhe e observar sua marcha são fundamentais para diagnosticar instabilidade articular.
2)Palpação: Exame em decúbito lateral: A principal estrutura a ser palpada nessa região é o trocanter maior, sede frequente de
doenças conhecidas genericamente como dor lateral do quadril, por ser local de inserção de diversas estruturas. Outras áreas
que devem ser palpadas são a articulação sacroilíaca e a região do músculo piriforme e do nervo ciático. A manobra para se
testar o músculo piriforme consiste na realização da abdução e rotação externa contra a resistência. No teste positivo o
paciente relata dor.
Exame em decúbito ventral: Nessa posição são palpados: a articulação sacroilíaca, o músculo glúteo máximo e os processos
espinhosos das vértebras.O teste da hiperextensão lombar ajuda a identificar o local da dor. Outro teste importante em
decúbito ventral é o teste de contratura do músculo reto femoral (ELY) , que é positivo quando ocorre qualquer elevação da
pelve ao se realizar a flexão do joelho em direção ao glúteo máximo.
Exame em decúbito dorsal: As estruturas que podem ser palpadas nessa posição são a artéria femoral, as espinhas ilíacas
antero-superiores e antero-inferiores e a sínfise púbica. É nessa posição que se avalia a dismetria dos membros inferiores,
sendo o comprimento real a distância da espinha ilíaca ântero superior ao maléolo medial.
3)Amplitude de movimento (inspeção dinâmica) Exame em posição sentada: Deve ser realizada a rotação interna e externa,
documentando a ADM. Vale ressaltar que um dos primeiros sinais da doença intra-articular é a perda da rotação interna. Ainda
O teste de contratura dos músculos posteriores da coxa é realizado solicitando que o paciente toque com as mãos a ponta do
pé.
Frouxidão ligamentar, sinovite, efusão ou doença intra-articular podem ser avaliados no teste da rotação passiva (log roll)
fazendo tanto a rotação interna quanto a rotação externa com o joelho estendido.
Deve-se avaliar todo o arco de movimento do quadril, sendo os seus valores normais:
Flexão- 0-120º
Extensão 0-30º
Rotação interna 0-30º
Rotação externa 0-40º
Abdução 0-50º
Adução 0-30º
JOELHO
Otávio Vitório Alvarenga Pereira
Referencia: Barros Filho, T. E., Lech, O., & Cristante, A. F. (2017). Exame físico em ortopedia
3°edição. Sarvier
1) Inspeção: Se inicia com a observação do paciente em pé, em posição anatômica de frente e perfil, e em seguida andando de
frente e de costas para o examinador.
Deve se observar: Alinhamento, presença de edema, derrame, equimose, atrofia muscular, alterações dinâmicas,
deformidades e o alinhamento patelar
Deve-se atentar a outras alterações que causam impacto no joelho, como hiperlordose e anormalidades no quadril.
A posição dos pés deve ser observada pois pode sinalizar deformidades torcionais.
Paciente sentado: Nessa posição observa-se a altura patelar e sua continuidade com o tendão patelar. Em seguida
solicita que o paciente estenda o joelho e observa-se a linha de movimentação da patela, que deve ser sem desvios.
Aproveita-se este momento para investigar crepitações ou eventuais estalidos articulares.
2) Palpação: usando as costas da mão e avaliar o calor como um problema indicador de inflamação localizada ou global sobre o
joelho.
Com o joelho a 90 graus palpar, começando pelas estruturas anteriores, comece colocando os polegares na tuberosidade da
tíbia e mova-se superiormente , à medida que você move, deve-se palpar superiormente o tendão patelar e sua inserção no
polo inferior da patela; dor nesta área, especialmente em um atleta, pode representar tendinite patelar (joelho de saltador).
Alternativamente, em um paciente com sensibilidade focal eritema, calor e inchaço anterior à patela, com histórico de
agachamento recorrente ou de trauma direto, deve-se considerar bursite pré-patelar aguda.
Inchaço, dor e um defeito palpável na inserção do tendão do quadríceps no aspecto superior da patela é sugestiva de ruptura
do tendão do quadríceps. Essa lesão pode ser acompanhada por um estalo e perda de força extensora.
Retornada ao polo inferior da patela deve-se examinar a dor na linha articular medial. Dor ao longo da linha articular medial
pode representar osteoartrose do compartimento medial, lesão ligamentar colateral medial ou ruptura do menisco medial. Ao
lado, deve-se palpar o local de pata de ganso. Dor no ponto médio entre o aspecto anterior da linha da articulação medial e a
tuberosidade da tíbia à vista da inserção dos isquiotibiais pode indicar bursite dolorosa.
A seguir, examine a linha da articulação lateral em busca de sensibilidade, que pode ser causada por lesão de osteoartrose do
compartimento lateral, ruptura do ligamento colateral lateral ou do menisco lateral.
Dor no côndilo femoral lateral é sugestivo de síndrome da banda iliotibial.
Ao palpar a fossa poplítea, pode-se identificar uma massa cheia de líquido, chamada cisto de Backer, que muitas vezes
acompanha a artrite reumatoide .
Um derrame intra-articular grande pode ser visualmente detectável pela ausência de endentações normais peripatelares. Duas
manobras podem ajudar a confirmar a presença de um derrame intra-articular : com a joelho estendido use a mão não
dominante para espremer o fluido intra-articular da região supra patelar que vai entrar no espaço entre a patela e o fêmur, com
a mão dominante exerce pressão superior na tíbia enquanto usa o dedo indicador para empurrar a patela contra o sulco
femoral da patela , quando o derrame está presente você pode sentir o sinal da tecla.
3) Amplitude de movimento: A amplitude de movimento normal do joelho é de 0° de extensão até 140° de flexão. Alguns
pacientes, especialmente aqueles com frouxidão ligamentar generalizada, apresentam 5 a 10° de hiperextensão.
4) Função muscular: Os encurtamentos musculares podem refletir no joelho com desvio de eixo.
A musculatura isquiotibial é testada flexionando o quadril e o joelho até 90 graus; o examinador estende o joelho e avalia a
presença de encurtamento. Na posição pronada testa a retração do quadríceps, flexionando o joelho até o ponto máximo.
A retração do tríceps sural é verificada pela dorsiflexão passiva do pé com o joelho estendido.
Contratura do trato iliotibial é testado com o paciente em Decúbito lateral, com o quadril fletido, o examinador faz a abdução e
uma extensão do quadril depois solta a perna, se o paciente manter a perna elevada o teste é positivo para contratura do trato
iliotibial
ROTEIRO DE EXAME
FÍSICO ORTOPÉDICO
TORNOZELO E PÉ
Otávio Vitório Alvarenga Pereira
Bruna Carvalho Oliveira
Referencia: Barros Filho, T. E., Lech, O., & Cristante, A. F. (2017). Exame físico em ortopedia
3°edição. Sarvier
1) Inspeção: É dividido em dois momentos. O primeiro é feito o exame com o pé sem carga e um segundo comento com a carga
do corpo.
Exame com o pé sem carga: Com o paciente sentado sobre a maca e as pernas pendentes o examinador se acomoda em um
banco e se posiciona próximo ao pé examinado. É esperado que nessa posição o pé assuma um leve equinismo e inversão. A
pele deve ser examinada buscando por: espessamento, umidade, coloração, pigmentação, eixos das pregas cutâneas,
varicosidades, telangiectasias, úlceras varicosas, úlceras perfurantes, edema, inflamação, alterações de temperatura,
rachaduras, calosidades e hiperidrose ou anidrose. Tem-se que diferenciar calos simples (decorrentes de atritos mecânicos) e as
verrugas plantares (decorrentes de infecção viral). Os calos estão em zona de atrito e as linhas cutâneas atravessam o centro da
lesão, não existe lesões satélites e o centro da lesão é seco e regular. A dor é desencadeada no centro da lesão.
As verrugas podem ou não estar em zonas de atrito ou pressão; as linhas da pele circundam o centro da lesão sem atravessá-lo;
pode ser múltipla e apresentar lesões satélites. O centro é amolecido e irregular com hemorragia puntiforme em sua base; a dor
é desencadeada pela compressão laterolateral da lesão e não pela compressão central. É fundamental conhecer a sensibilidade
cutânea do pé, o trajeto dos nervos e as raízes vertebrais que os compõe, pois, muitas queixas estarão intimamente
relacionadas com o comprometimento das estruturas nervosas. Como mostrado na figura, a sensibilidade cutânea do tornozelo
e do pé provém das raízes L4, L5 e S1.
A vascularização do membro inferior é avaliada pela palpação das artérias tibiais anterior e posterior, além da perfusão dos
tecidos periféricos, em especiais dos leitos subungueais.
Os anexos do pé devem ser avaliados, pois o acometimento pode sinalizar para infecções e baixa qualidade da microcirculação
periférica. Exemplo disso, é a alteração na espessura e na resistência das unhas, o aparecimento de coloração ocre e o
aprofundamento de ranhuras podem indicar infecção fúngica.
Tornozelo: O exame se inicia pela constatação ou não de edema. Identifica-se o ponto médio intermaleolar que deve estar
alinhado ao eixo longitudinal que sobe até a tuberosidade anterior da tíbia, em relação à perna. Já em relação ao pé, esse ponto
deve estar alinhado com o espaço do 2o metatarso. Se estiver deslocado internamente, o pé está aduzido (metatarsos varos
congênitos), e quando deslocado externamente, o pé está abduzido (pés valgos). Deve-se observar a amplitude, qualidade e
ROTEIRO DE EXAME
FÍSICO ORTOPÉDICO
conforto do movimento em todas as direções. O tornozelo normal realiza 45º de flexão plantar e 25º de flexão dorsal e deve ser
testado com os joelhos fletidos e estendidos. A amplitude de movimento de inversão é de 20º e de eversão é de 10º. Palpar
saliências ósseas, ligamentos e tendões em seus trajetos anatômicos.
Exame do pé com carga: observar o paciente apoiando o próprio peso sobre os pés fornece dados importantes como: valgismo
ou varismo do joelho e/ou do tornozelo. Pode-se notar áreas de hiperpressão, que são pontos mais claros e isquêmicos na
imagem plantar e qual a forma da superfície plantar dos pés, diferenciando os pés planos dos pés cavo. O arco longitudinal
medial deve ter pelo menos 14 mm no adulto.
Enquanto o paciente caminha quatro dados básicos devem ser colhidos:
Eixo da marcha;
Ângulo do passo;
Amplitude do passo;
Apoio.
Essas características podem estar alteradas em processos patológicos, mas podem representar situações características de uma
determinada faixa etária. Por exemplo, uma marcha com amplitude de passo reduzida pode ser um dado de normalidade em
um idoso ou a presença de um hálux rígido doloroso devido a uma anormalidade.
Em algumas manobras, como na manobra da "ponta dos pés", solicita-se ao paciente que se erga sobre as cabeças dos
metatarsos elevando os calcanhares, para avaliar uma combinação de fatores, o grau de mobilidade da articulação subtalar, a
potência muscular e a integridade de alguns tendões.
ROTEIRO DE EXAME
FÍSICO ORTOPÉDICO
COLUNA CERVICAL
1) Inspeção
A)Estática: Deve-se procurar assimetrias no pescoço e analisar se a deformidade é classificada como redutível ou
irredutível. Importante observar:
Alterações na pele
Alteração na altura de implantação dos cabelos
Características que possam ser associadas à malformação
Presença de vesículas, descoloração ou cicatrizes
B)Dinâmica: Deve-se analisar a amplitude de movimentos da coluna cervical, realizando movimentos ativos com a cabeça.
Pode-se pedir ao paciente para que segure uma espátula entre os dentes para melhor avaliação dos ângulos formados
Flexão: o paciente deve encostar o queixo no tórax
Extensão: em perfil, deve-se observar um alinhamento da fronte e nariz com o plano horizontal. O arco normal de
flexoextensão é de 130°
Rotação lateral: queixo alinhado com ombros – movimento normal de 80°
Inclinação lateral: o paciente deve encostar a orelha no ombro
2) Palpação
A)Partes moles: a palpação na região cervical pode ser dividida entre duas zonas clínicas:
Trígono anterior: Limitado superiormente pela mandíbula, inferiormente pela incisura supraesternal e lateralmente pelas
bordas anteriores do músculo esternocleidomastóideo. Deve-se então palpar, em posição supina:
Músculo esternocleidomastóideo
Cadeia linfática anterior
Glândula tireoide
Parótidas
Fossa subclavicular
Pulso carotídeo bilateralmente, mas não simultaneamente
Face posterior: deve-se palpar no paciente sentado:
Músculo trapézio
Cadeia linfática anterior ao trapézio
Nervos occipitais maiores, palpáveis na protuberância occipital quando espessados
Ligamento nucal superior, localizado entre protuberância occipital externa e processo espinhoso de C7: procurar
por pontos dolorosos
B)Palpação óssea: Deve ser realizada com o paciente em posição supina, para relaxamento da musculatura cervical. Palpar
na região anterior:
Osso hioide – oposto a corpo vertebral de C3
Cartilagem tireóidea – nível de C4
Primeiro anel cricóide – nível de C6
Tubérculo carotídeo – anterior ao processo transverso de C6, lateral ao anel cricóide
Região occipital, com protuberância occipital externa, linha nucal e processo mastoide
Processos espinhosos das vértebras cervicais e superfícies articulares situadas lateralmente
Pode-se testar a amplitude de movimentos de forma passiva nesta etapa
3) Exame neurológico: Deve avaliar reflexos, sensibilidade e função motora de cada nível neurológico, visto que a
compressão de raízes cervicais pode ser uma causa de afecção cervical.
Exame físico em ortopedia / [organização] Tarcisio E. P. de Barros Filho , Osvandré Lech ;coordenador Alexandre Fogaça
Cristante. - 3. ed. - São Paulo : Sarvier, 2017
4)TESTES ESPECIFICOS DA COLUNA CERVICAL
TESTE ESTRUTURA/ DESCRIÇÃO IMAGEM
FUNÇÃO
Deve-se avaliar também a presença de dor e dificuldade à deglutição, pois podem ser causadas por lesões na região
anterior da coluna cervical, tais como: protuberâncias ósseas, osteófitos e intumescências dos tecidos moles. Outro passo
importante é examinar áreas que possam estar lesionadas causando dor referida, como dentes, garganta, mandíbula, face,
orelhas e couro cabeludo.
COLUNA TORÁCICA:
O exame físico da coluna torácica se torna mais prático quando o examinador realiza todas as etapas em cada posição, para
que o paciente não precise retornar a uma posição anterior. Desta forma, é sugerido que realize os passos de inspeção,
palpação, manobras e mensuração com o paciente de pé, posteriormente sentado e por último, deitado.
EM PÉ:
1) Inspeção: O paciente deve se posicionar de pé e de costas para o examinador, com o tórax despido e sem calçados. O
examinador então avalia a postura, massa muscular, simetria dos ombros e escápulas e linha média vertebral. O triângulo
de Talhe (1) formado pelos membros superiores e cintura, também deve ser simétrico nos dois lados. A inspeção da pele
deve avaliar:
Manchas cutâneas na coloração café com leite
Nódulos de tamanhos variados, podendo ser associados à neurofibromatose
Tufos pilosos, contração de pele e outros sinais indicativos de malformação congênita
Com o paciente em posição lateral e braços estendidos e paralelos ao solo, o examinador avalia as curvaturas da coluna,
que devem ser harmônicas. Na inspeção anterior, o examinador deve observar a presença dos músculos peitorais,
deformidades na parede torácica e assimetrias.
A dor torácica pode se originar também de estruturas viscerais, sendo então uma dor referida (2).
(1) (
2)
3) MANOBRAS E MENSURAÇÕES:
TESTE/MEDIDA DESCRIÇÃO IMAGEM
SENTADO
1) Inspeção: O examinador procura por alguma modificação produzida pela mudança de posição, além de observar a
postura habitual
2) Palpação:
Escápula: identificar sua espinha, que deve estar na altura de T3
Vértebras: identificar locais dolorosos
Músculos romboides: paciente de pé e com o membro superior em rotação interna máxima e adução (imagem)
Gradil costal: palpado em sua totalidade
Trapézio e grande dorsal: palpar os limites
A palpação da região lateral e anterior deve ser realizada com o paciente deitado
3) MANOBRAS E MENSURAÇÕES:
Rotação: para direita e esquerda com pelve fixada = até 50°. Identificar dor ou limitações
Sinal de Giordano: percussão das lojas renais
Expansão torácica: medida com fita métrica ao redor do tórax na altura dos mamilos.
A diferença entre a inspiração e expiração deve ser de no mínimo 3cm.
Músculo peitoral: o paciente abduz o ombro em 90° e o examinador traciona os braços pra trás para avaliar
retração
braços pra trás para avaliar retração
DEITADO
Inspeção e palpação: devem ser realizadas em decúbito ventral caso haja alguma alteração com a mudança de posição.
Escoliose: avalia-se a flexibilidade através da inclinação lateral forçada para cada lado
Cifose: Pede-se ao paciente que eleve os membros superiores e o tronco, com membros inferiores
fixados pelo examinador. Observa-se cifose residual nos portadores de cifose fixa.
Em decúbito dorsal, a inspeção e palpação são voltadas para as costelas, esterno e suas articulações. Complementa-se a
palpação de arcos costais em decúbito lateral. Uma manobra possível é a rotação passível de coluna com quadril fixado,
para pesquisar dor.
O conhecimento dos principais dermátomos pode auxiliar a identificar lesões.
4) Exame neurológico:
SENSIBILIDADE
Tátil: chumaço e algodão
Dolorosa: agulha sem ponta
Térmica: algodão umedecido com álcool
MOTOR: não existe raiz motora testável nessa região
REFLEXO:
Cutâneo abdominal: com o paciente em decúbito dorsal e parede abdominal relaxada, o examinador estimula o
abdome do paciente com um objeto pontiagudo de lateral para medial. A resposta esperada é contração do
músculo abdominal para o lado estimulado, e de forma simétrica. É mediado pelas raízes de T7 a T12.
A compressão medular a nível torácico pode gerar reflexos patológicos indicando lesão do neurônio motor superior
Sinal de babinski: extensão do hálux ao se realizar reflexo cutaneoplantar
Oppenheim: extensão do hálux ao se estimular a região da crista da tíbia de proximal para distal
Clônus: contrações repetidas do grupo muscular após alongamento passivo
Coluna lombar
O exame físico inicia no momento em que o paciente entra no consultório, por meio da observação do seu comportamento
e aspecto geral.
Deve-se avaliar a marcha do paciente, presença de claudicação, posições antálgicas, a maneira como se senta e se levanta
da cadeira, os movimentos ao despir-se e ao responder aos diversos movimentos solicitados. Em geral, na presença de
lombalgia, os pacientes evitam se curvar ou torcer a coluna, mantendo uma postura rígida.
1) Inspeção
A inspeção deve ser realizada com o paciente na posição ereta e despido, examinando-se as faces anterior, posterior e
lateral da sua superfície corporal.
Plano frontal à observado o alinhamento vertical da coluna vertebral, o alinhamento horizontal das cristas ilíacas, a
simetria do contorno lateral da cintura e do triângulo do talhe, que é formado pelos membros superiores e face lateral do
tronco. Também avalia o equilíbrio da coluna vertebral por meio de uma linha de prumo, apoiada sobre o occipital ou C7,
que está em linha nos indivíduos normais com o sulco glúteo.
2) Palpação
Cristas ilíacas e as espinhas ilíacas posterossuperiores e anterossuperiores à deve-se palpar bilateralmente para a
verificação da horizontalização da bacia. No plano frontal estão localizadas na mesma linha e, no plano sagital, as espinhas
ilíacas anterossuperiores estão localizadas abaixo da espinha ilíaca posterossuperior.
Processos espinhosos à são palpados na procura de pontos dolorosos ou depressões (espondilolistese). Nos traumatismos
vertebrais, a palpação entre os processos espinhosos pode permitir a identificação de fraturas com ou sem lesão dos
ligamentos posteriores.
Musculatura paravertebral à é palpada para a identificação de contratura muscular ou presença de nódulos e tumorações.
Pequenas regiões hipersensíveis, denominadas ponto-gatilho e relacionadas às síndromes miofasciais, podem também ser
palpadas na região lombar.
Nervo ciático à deve ser palpado em todo seu trajeto, desde a região da nádega até a região poplítea, indoa identificação
de compressões nervosas localizadas fora do canal e forame vertebral. O
Abdome e a musculatura abdominal deve ser palpada com o paciente na posição semissentada, para a observação de
assimetria ou fraqueza muscular e para a detecção de dor, massas, organomegalias e frêmitos.
3) Movimento
A amplitude dos movimentos da coluna lombar apresenta variações com a idade e sofre influência da flexibilidade das
articulações e do grau de alongamento dos músculos isquiotibiais. A amplitude da flexão na coluna lombar varia de 40 a
60º; a extensão, de 20 a 35º; a inclinação lateral, de 15 a 20º; e a rotação, de 3 a 18º.
Figura 8. Movimentos da coluna lombar. A. Flexão. B. Extensão. C. Flexão lateral. D. Rotação. CARVALHO MA; LANNA CCD;
BERTOLO, MB; FERREIRA, GA. Reumatologia - Diagnóstico e Tratamento. 4ª ed. São Paulo: AC Farmacêutica, 2014
Para avaliar a flexão, pede-se ao paciente que se curve para diante o mais que puder, com os joelhos retos, tentando tocar
o chão. Os pacientes com espasmo de músculos paravenebrais podem ser incapazes de fletir a coluna ou apresentar
limitação desse movimento. A dor observada durante a flexão da coluna, irradiando-se para membros inferiores, pode
ainda estar relacionada a conflito disco-vertebro-radicular. A extensão da coluna lombar é avaliada pedindo-se ao paciente
para curvar-se para trás, o máximo que puder. A espondilolistese aumenta a dor lombar durante a extensão, podendo
apresentar alívio com a flexão. Também as lesões degenerativas das articulações zigoapofosárias, com consequente
estenose de canal medular, podem apresentar dor nesse movimento, referindo certo alívio com a flexão. Para avaliar a
inclinação e rotação lateral da coluna, observa-se o máximo de inclinação e rotação conseguido para cada um dos lados e
comparam-se os resultados.
4) Exame neurológico
É possível, através da distribuição anatômica da dor, juntamente com alterações de força e reflexos em membros
inferiores, saber o nível de comprometimento na coluna. Assim, verifica-se que uma hipossensibilidade em face medial, da
perna e do pé, com fraqueza na dorsiflexão e inversão do pé e redução do reflexo patelar, representam lesão da raiz de L4;
uma parestesia na face lateral da perna e dorso do pé, com redução de força de extensão do hálux, comprometimento de
L5; e a hipossensibilidade da face lateral do pé, com redução da força de flexão plantar e eversão do pé, além da redução
do reflexo aquileu, é compatível com comprometimento de S1.
Um método simples de memorização das raízes nervosas que suprem os grupos musculares do membro inferior é:
Figura 9. Demarcação esquemática dos dermátomos mostrada como seguimentos distintos. Thompson, Jon C. Atlas de
anatomia ortopédica – Netter. 2a edição. Elsevier Brasil, 2012.
5) TESTES ESPECIAIS
TESTE ESTRUTURA DESCRIÇÃO IMAGEM
E/OU FUNÇÃO
TESTE DE Coluna lombar Paciente na posição
SCHOBER ortostática é delimitado
um espaço de 15cm (l0cm
acima e 5cm abaixo do
processo espinhoso de L5),
e o teste é considerado
positivo se não ocorrer
aumento de pelo menos
6cm na flexão máxima.
TESTE DE Hérnias entre Realizado por meio da
ELEVAÇÃO DO L4-L5 e L5-S1 elevação passiva do
MEMBRO (> 70º); nervo membro inferior com o
INFERIOR (EMI) ciático (entre joelho mantido em
os 35º e 70º) extensão. A elevação é
feita pelo tornozelo, que
permanece em posição
neutra e relaxada, e é
anotado o grau de flexão
do quadril quando
aparecem os sintomas,
frequentemente dor no MI