Garagem de Subsolo em Prédio Residencial: Sistema de Combate A Incêncios Por Chuveiros Automáticos
Garagem de Subsolo em Prédio Residencial: Sistema de Combate A Incêncios Por Chuveiros Automáticos
Garagem de Subsolo em Prédio Residencial: Sistema de Combate A Incêncios Por Chuveiros Automáticos
ESCOLA DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
Carlos Lange
Porto Alegre
janeiro 2018
CARLOS LANGE
Porto Alegre
janeiro 2018
CARLOS LANGE
Este Trabalho de Diplomação foi julgado adequado como pré-requisito para a obtenção do
título de ENGENHEIRO CIVIL e aprovada em sua forma final pelo Professor Orientador Dr.
Juan Martín Bravo e pelo Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul.
BANCA EXAMINADORA
Agradeço ao Prof. Juan Martin Bravo, orientador, pelo auxilio na correção deste trabalho
através das horas desprendidas na leitura e releitura das diversas versões entregues, pelas
indicações de aporte teórico, pelas conversas enriquecedoras a respeito do tema.
Agradeço ao Prof. Telmo Brentano pelo suporte teórico que permeiam este trabalho.
Agradeço ao Sr. Luiz C. Maccarini da Macc Extintores pelo pronto atendimento para
orçamento da implantação dos chuveiros automáticos deste trabalho.
Agradeço ao hoje engenheiro Edison Viana Roque pelos préstimos do excelente trabalho de
conclusão de curso, “Redução de Custos de Redes de Sprinklers: Otimização por Cálculo
Hidráulico”, no qual este trabalho tem sua base.
Agradeço minha família, em especial Fifa e Freda, que são a motivação para todo meu
empenho profissional e pessoal.
Somos todos muito ignorantes, mas nem
todos ignoramos as mesmas coisas.
Albert Einstein
RESUMO
psi – libra por polegada quadrada (unidade de medida de pressão – sistema inglês)
P − pressão (kPa)
DN – diâmetro nominal
N – potência da bomba
A − área (m²)
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 17
2 DIRETRIZES DA PESQUISA .................................................................................. 20
2.1 QUESTÃO DE PESQUISA ....................................................................................... 20
2.2 OBJETIVOS DA PESQUISA .................................................................................... 20
2.2.1 Objetivo Principal ................................................................................................. 20
2.2.2 Objetivo Secundário .............................................................................................. 20
2.3 PRESSUPOSTO ......................................................................................................... 20
2.4 DELIMITAÇÕES ...................................................................................................... 21
2.5 LIMITAÇÕES ........................................................................................................... 21
2.6 DELINEAMENTO .................................................................................................... 21
3 MEDIDAS DE SEGURANÇA NO COMBATE A INCÊNDIOS ........................... 24
3.1 LEI COMPLEMENTAR nº 14.376 – ANEXO A ..................................................... 24
3.2 LEI COMPLEMENTAR nº 14.376 – ANEXO B ..................................................... 26
3.3 CLASSIFICAÇÃO DE OCUPAÇÃO DAS EDIFICAÇÕES ................................... 28
3.3.1 Ocupação de Risco Leve ....................................................................................... 29
3.3.2 Ocupação de Risco Ordinário .............................................................................. 30
3.3.2.1 Ocupações de Risco Ordinário – Grupo I ............................................................ 30
3.3.2.2 Ocupações de Risco Ordinário – Grupo II ........................................................... 30
3.3.3 Ocupações de Risco Extra ou Extraordinário .................................................... 31
3.3.3.1 Ocupações de Risco Extra ou Extraordinário – Grupo I ...................................... 32
3.3.3.2 Ocupações de Risco Extra ou Extraordinário – Grupo II ..................................... 32
3.3.4 Ocupações de Risco Especial ................................................................................ 33
3.4 TRIÂNGULO DO FOGO .......................................................................................... 33
4 CHUVEIRO AUTOMÁTICO ................................................................................... 36
4.1 FUNCIONAMENTO DO SPRINKLER ..................................................................... 37
4.2 COMPONENTES DO SPRINKLER .......................................................................... 37
4.2.1 Corpo ..................................................................................................................... 37
4.2.2 Obturador ............................................................................................................. 38
4.2.3 Elemento Termossensível .................................................................................... 38
4.2.4 Difusor ou defletor ................................................................................................ 39
4.3 FORMAS DE OPERAÇÃO DOS CHUVEIROS AUTOMÁTICOS ........................ 39
4.4 ORIENTAÇÃO QUANTO A FORMA DE INSTALAÇÃO .................................... 40
4.5 VAZÃO DE DESCARGAS PARA CHUVEIROS AUTOMÁTICOS ..................... 42
5 SISTEMAS DE CHUVEIROS AUTOMÁTICOS ................................................... 43
5.1 TIPOS DE SISTEMAS .............................................................................................. 43
5.1.1 Sistema de Ação Prévia ......................................................................................... 44
5.1.2 Sistemas de Canalização Molhada ....................................................................... 44
5.1.3 Sistema de Dilúvio ................................................................................................. 45
5.1.4 Sistema de Tubo Seco ............................................................................................ 45
5.1.5 Sistema de Anel Fechado ...................................................................................... 46
5.1.6 Sistema Tipo Grelha .............................................................................................. 47
5.2 ELEMENTOS DE UM SISTEMA DE SPRINKLERS ............................................. 48
5.2.1 Abastecimento de Água ........................................................................................ 48
5.2.2 Sistema de Bombas ................................................................................................ 49
5.2.3 Sistema de Controle de Alarmes .......................................................................... 50
5.2.4 Rede Hidráulica de Distribuição .......................................................................... 51
5.3 ÁREA DE COBERTURA E DISTÂNCIA MÁXIMA ENTRE SPRINKLERS ........ 52
6 EDIFICAÇÃO PROPOSTA ...................................................................................... 55
7 SISTEMA PROJETADO POR CÁLCULO HIDRÁULICO ................................. 58
7.1 PERDA DE CARGA ................................................................................................. 59
7.2 CARGA DE VELOCIDADE E PRESSÃO DE ESCOAMENTO ............................ 64
7.3 DENSIDADE DE ÁGUA (Da) .................................................................................. 65
7.4 DIMENSIONAMENTO POR CÁLCULO HIDRÁULICO ...................................... 66
7.4.1 Escolha da área de aplicação (Aa) ....................................................................... 67
7.4.2 Número de sprinklers na área de aplicação (Nch) ............................................... 68
7.4.3 Dimensionamento da área de aplicação .............................................................. 69
7.4.4 Vazão no chuveiro mais desfavorável (nº 1) ....................................................... 71
7.4.5 Pressão no chuveiro mais desfavorável (nº 1) ..................................................... 71
7.4.6 Dimensionamento do trecho 2-1 ........................................................................... 75
7.4.7 Vazão e pressão no chuveiro (nº 2) ...................................................................... 77
7.4.8 Dimensionamento do trecho 2-3 ........................................................................... 77
7.4.9 Vazão e pressão no chuveiro (nº 3) ...................................................................... 78
7.4.10 Dimensionamento do trecho 3-4 ......................................................................... 78
7.4.11 Vazão e pressão no chuveiro (nº 4) .................................................................... 78
7.4.12 Vazão e pressão no chuveiro fictício A .............................................................. 79
7.4.13 Dimensionamento do trecho A-B ....................................................................... 80
7.4.14 Vazão e pressão no chuveiro fictício B .............................................................. 80
7.4.15 Dimensionamento do trecho B-CI ..................................................................... 81
7.4.16 Vazão e pressão no ponto CI .............................................................................. 81
7.4.17 Diâmetros das canalizações de recalque e sucção ............................................ 82
7.4.18 Volume de reserva técnica de incêndio (VRTI) .................................................. 84
7.4.19 Potência das bombas ........................................................................................... 85
8 APRESENTAÇÃO DOS CUSTOS DE IMPLANTAÇÃO ..................................... 88
8.1 CUSTO DE IMPLANTAÇÃO .................................................................................. 88
9 ESTUDO DE CASO – ANÁLISE DE OBRA PADRÃO ......................................... 91
9.1 CUSTO DO EMPREENDIMENTO .......................................................................... 92
9.1.1 Valor de compra do terreno ................................................................................. 93
9.1.2 Preço dos projetos: arquitetônico, estrutural, elétrico e hidráulico ................. 93
9.1.3 Custo da construção .............................................................................................. 95
9.1.4 Valor total da obra ................................................................................................ 96
9.4 VALOR DE VENDA DO EMPREENDIMENTO .................................................... 97
9.5 LUCRO DO EMPREENDIMENTO ......................................................................... 98
9.6 COMPARATIVO DO CUSTO DE IMPLANTAÇÃO COM O VALOR DE
99
CONSTRUÇÃO E COM O LUCRO ..........................................................................
10 CONCLUSÃO ........................................................................................................... 101
REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 103
ANEXO A ........................................................................................................................ 107
17
1 INTRODUÇÃO
Esta evolução rápida permitiu que o homem, antes nômade, criasse raízes e se estabelecesse
em pequenos povoados e posteriormente, formando as grandes cidades. Os aglomerados
urbanos, hoje muito comuns, em sua grande maioria cresceram de uma forma desordenada e
fora de controle. Esta expansão descontrolada criou a situação ideal para grandes sinistros
com fogo da nossa história, tanto passada como recente.
No Brasil, a partir de 1945, inicia-se uma forte ampliação da capacidade industrial do país,
concentrada principalmente no estado de São Paulo. Esta rápida expansão desloca grandes
quantidades de pessoas do campo para as cidades. Com o crescimento desordenado destes
grandes centros ocorreram, a partir de 1970, vários incidentes com fogo contabilizando
centenas de mortos. Em São Paulo o Edifício Joelma em 1974 e o Edifício Grande Avenida
em 1981; no Rio de Janeiro o Edifício Andorinha em 1986 (EXAME, 2017); em Porto Alegre
o incêndio das Lojas Americanas em 1973, Lojas Renner em 1976 (CPOVO, 2017) e em
Santa Maria a tragédia da Boate Kiss em 2013 (GLOBO, 2013).
Estes trágicos acidentes motivaram uma ação em todo o Brasil de órgãos públicos,
engenheiros, arquitetos, corpo de bombeiros e outros, para o desenvolvimento de normas de
combate a incêndios mais efetivas e mais próximas da realidade das edificações brasileiras.
Apesar de todos os esforços, nossa legislação ainda não está suficientemente embasada para
evitar grandes tragédias.
Sistema de combate a incêndios por chuveiros automáticos: garagem de subsolo em prédio residencial
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..., as normas brasileiras sobre proteção contra incêndios são muito recentes, muitas
não apresentando unicidade nas suas recomendações, outras são incompletas e
algumas já desatualizadas. [...] A Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT) luta permanentemente contra a falta de recursos financeiros para criar,
melhorar e modernizar as normas brasileiras. [...] Desta forma, como a maior parte
das nossas edificações não apresentam uma segurança adequada contra incêndios,
corre-se contra o tempo para que novas tragédias não aconteçam.
Partindo do contexto da prevenção para o combate inicial nas edificações, a norma apresenta
diversas classificações de risco as quais exigem determinados tipos de equipamentos de
controle. Têm-se além dos extintores manuais, os sistemas de hidrantes, sistemas de
mangotinhos e sistemas de chuveiros automáticos.
Sistema de combate a incêndios por chuveiros automáticos: garagem de subsolo em prédio residencial
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2 DIRETRIZES DA PESQUISA
Verificar o acréscimo no custo total de obra pela instalação de uma rede de chuveiros
automáticos em uma garagem de subsolo em um prédio residencial.
2.3 PRESSUPOSTO
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Carlos Lange. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2017
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2.4 DELIMITAÇÕES
b) a área considerada para os cálculos deste trabalho: área total do subsolo de 870m² e
área coberta pelos chuveiros de 840m²;
c) a rede considerada para cálculo foi em uma garagem em subsolo em prédio
residencial, conforme área proposta;
d) o pé direito da edificação proposta é de 2,8 m e não há entre forro, sendo a rede fixada
diretamente na estrutura (vigas e lajes), dispensando assim a utilização de sprinklers
up right;
e) foi utilizado o sistema de tubo molhado considerando canalizações e conexões de
aço galvanizado e o fluido a água;
f) as redes, para fins de cálculo, não sofrerão interferência de vigas ou pilares, pois a
edificação foi padronizada para prever chuveiros automáticos;
g) o sprinkler ou chuveiro automático é do tipo spray de ½ polegada;
h) a classificação adotada para a edificação proposta foi a ocupação de RISCO LEVE;
2.5 LIMITAÇÕES
2.6 DELINEAMENTO
O trabalho foi realizado através das etapas apresentadas a seguir (figura 1):
Sistema de combate a incêndios por chuveiros automáticos: garagem de subsolo em prédio residencial
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Carlos Lange. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2017
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Sistema de combate a incêndios por chuveiros automáticos: garagem de subsolo em prédio residencial
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Para se determinar as medidas de proteção necessárias para uma edificação, ela deve
ser classificada segundo sua:
Ocupação ou uso;
Altura da edificação
Área Construída;
Carga de incêndio
Capacidade de lotação;
Riscos especiais
Com esta premissa básica, dada pelo artigo 28, temos as características e critérios que irão
definir o tipo de prevenção necessária para uma edificação.
Neste mesmo anexo A, a lei apresenta a classificação das edificações e áreas de risco quanto à
carga de incêndio, que é reproduzida na tabela 2:
Sistema de combate a incêndios por chuveiros automáticos: garagem de subsolo em prédio residencial
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Em complemento quanto à carga de incêndio, a lei apresenta a Tabela 3.1: Classificação das
edificações e áreas de risco quanto à carga de incêndio específicas por ocupação
(SINDUSCON-RS, p.21-22-23-24-25-26), e também a Tabela 3.2: Classificação das
edificações e áreas de risco quanto à carga de incêndio relativa à altura de armazenamento
(depósitos) (SINDUSCON-RS, p.27-28).
Sistema de combate a incêndios por chuveiros automáticos: garagem de subsolo em prédio residencial
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Dos sistemas citados acima, o chuveiro automático será utilizado para o estudo de caso em
análise neste trabalho, sendo necessário um detalhamento mais aprofundado de seus
componentes, modos de instalação, equipamentos de apoio, maneiras de operação, etc., o que
será apresentado nos capítulos seguintes.
contra incêndios nas edificações e áreas de risco de incêndio no Estado do Rio Grande do Sul.
A lei classifica as edificações considerando sua altura, área construída, capacidade de lotação,
carga de incêndio, ocupação e uso. A classificação é realizada por meio de tabelas (inclusas
na lei) que definem as medidas de segurança contra incêndio que cada edificação deve
proceder. Dependendo da classificação da edificação, torna-se necessário a instalação de rede
de chuveiros automáticos.
Para o dimensionamento e execução de rede de chuveiros automáticos é fundamental levar em
consideração a classe de risco da edificação que será protegida, pois a quantidade de bicos
aspersores varia proporcionalmente ao risco e as características de combustibilidade dos
materiais e produtos armazenados. A NBR 10897 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
NORMAS TÉCNICAS, 2014) revisada, classifica as edificações em classes de risco, segundo
as suas ocupações.
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Segundo Brentano (2016, p.219) as ocupações de risco especial são definidas como:
Para o início de uma combustão são necessários três elementos principais: o combustível
(qualquer elemento que possa pegar fogo à temperatura ambiente), o comburente (o oxigênio
que vai alimentar a chama) e a energia de ativação (elemento que pode ser representado por
uma fonte de calor). Temos o quarto elemento, que é a reação em cadeia e que, juntamente
com os três elementos anteriores, formam o tetraedro do fogo (figura 2). Este último é o
principal elemento para que o fogo se mantenha e se propague e, sem o qual, teremos apenas
um fogo localizado e de fácil controle.
Sistema de combate a incêndios por chuveiros automáticos: garagem de subsolo em prédio residencial
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A água é o agente extintor que proporciona a melhor absorção de calor, sendo que o
efeito extintor pode ser aumentado ou diminuído, conforme o estado em que é
dirigida sobre o fogo. Pode agir quanto ao método de extinção por: resfriamento,
abafamento e emulsificação. Pode ser aplicada de três formas básicas: jato
compacto, neblina e vapor.
Em função dos vários tipos de combustíveis, temos uma classificação para os mesmos,
facilitando a utilização dos tipos de agentes extintores para os casos específicos de incêndio:
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Carlos Lange. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2017
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Existem vários tipos de agentes extintores, e cada um com uma função específica no controle
de incêndios. Utiliza-se dióxido de carbono (CO2) para incêndios de classe B e C sendo mais
eficiente na C, espumas (química ou mecânica) para classes A e B sendo mais eficiente na B;
hidrocarbonetos hidrogenados (halon) e os pós-químicos, dependendo de sua formulação,
servem para todas as classes. Entretanto, a água pela sua facilidade de transporte,
armazenamento, aplicação, grande disponibilidade e baixo custo se torna o agente extintor
mais usado, sendo sua utilização específica para as classes A e B. Existem aditivos misturados
à água que basicamente melhoram sua eficiência no arrefecimento da temperatura do
combustível.
A água tem propriedades físicas que favorecem sua utilização na extinção de incêndios que
são essencialmente:
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4 CHUVEIRO AUTOMÁTICO
O primeiro chuveiro automático ou sprinkler funcional foi criado e patenteado nos Estados
Unidos por Henry Parmelee em 1872 (ROBINSON, 2011). Em 1874, Parmelee fez sua
primeira instalação comercial em sua fábrica de pianos e, apesar de todos os esforços, não
conseguiu difundir a ideia para instalação em outras fábricas. Em 1869, o projetista e
engenheiro Frederick Grinnell comprou a licença para produção dos sprinklers de Parmelee e,
após alguns anos de pesquisa, aperfeiçoou o invento e fez o registro do novo modelo em 1881.
O novo sistema aprimorado de Grinnell era mais barato, podia aguentar maiores pressões e
fazia uma distribuição melhor da água, obtendo um sucesso comercial imediato na Inglaterra e
posteriormente nos Estados Unidos (SÓ BIOGRAFIAS, 2017). Os chuveiros automáticos
utilizados hoje em dia (figura 3) são muito similares ao modelo utilizado por Grinnell.
4.2.1 Corpo
É a estrutura que contém a rosca para sua fixação na canalização de água, braços e orifícios de
descarga, e serve como suporte dos demais componentes.
Sistema de combate a incêndios por chuveiros automáticos: garagem de subsolo em prédio residencial
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4.2.2 Obturador
57 Laranja
68 Vermelha
79 Amarela
93 Verde
141 Azul
182 Lilás
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É um disco metálico com ranhuras e diferentes formatos, preso à estrutura do chuveiro, sobre
o qual incide o jato líquido sob pressão, após a remoção do obturador. Serve para criar um
cone de aspersão do líquido sobre a área de proteção pretendida.
Brentano (216, p.221) nos informa sobre a forma de aspersão como segue:
O jato sólido pode ser ascendente, descendente ou horizontal para atingir o defletor e
formar o cone de aspersão, de acordo com o tipo de chuveiro adotado no projeto, em
pé, pendente ou lateral, respectivamente.
Segundo Brentano (2016, p.230 a p.235), existem vários tipos de sprinklers, os principais são:
Sistema de combate a incêndios por chuveiros automáticos: garagem de subsolo em prédio residencial
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Segundo Brentano (2016, p.227) “os chuveiros automáticos podem ser instalados em várias
posições e para cada uma delas tem um formato de defletor apropriado.” Portanto, os
chuveiros são classificados como:
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Neste trabalho foi utilizado o chuveiro automático padrão tipo spray pendente devido à
escolha metodológica de utilização do sistema aberto com canalizações de tubo molhado e
também por ser o chuveiro automático mais utilizado comercialmente fazendo com que o
custo para instalação e manutenção de todo o sistema seja menor do que se fosse utilizado o
tipo em pé “upright”, que é o mais indicado para garagens onde as tubulações são aparentes.
Sistema de combate a incêndios por chuveiros automáticos: garagem de subsolo em prédio residencial
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(fórmula 1)
Onde:
Q = vazão (l/min)
K = Fator K (l/min/mca1/2)
P = Pressão (kPa)
A NBR 10897 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2014, p. 11)
regulamenta os valores do fator K conforme a tabela 9 abaixo:
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Os sistemas de sprinklers, para Brentano (2016, p.340) e Macintyre (2010, p.270), podem ser
classificados em quatro categorias básicas, sendo que outras categorias são apenas variantes
destes sistemas; que são: sistema de pré-ação ou ação prévia, sistema de canalização molhada,
sistema de dilúvio e sistema de canalização seca.
Sistema de combate a incêndios por chuveiros automáticos: garagem de subsolo em prédio residencial
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[...] sistema que utiliza chuveiros automáticos, fixados a uma tubulação que contém
ar, que pode ou não estar sob pressão, conjugado a um sistema suplementar de
detecção instalado na mesma área dos chuveiros automáticos.
Somente após o sistema ser ativado, através dos sensores de detecção, e pelo menos um dos
chuveiros entrar em ativação, é que a água entra na tubulação para combate ao foco de
incêndio. Isto evita água indesejada em caso de rompimento acidental da tubulação ou de um
chuveiro automático.
É o sistema mais simples e comum dos quatro sistemas abordados. Por ser de fácil
dimensionamento e manutenção, é o mais utilizado pelos projetistas para o combate inicial de
um princípio de incêndio. Por estar com as tubulações com água, sua aplicação se restringe
aos ambientes com temperaturas acima de 4° C. Não sendo utilizado, portanto, em câmaras
frigoríficas ou refrigeradas.
De acordo com a NBR 10897 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS,
2014, p.6) um sistema de tubo molhado é definido como um:
[...] sistema de chuveiros automáticos fixados a uma tubulação que contenha água e
conectada a uma fonte de abastecimento, de maneira que a água seja descarregada
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[...] sistema automático de chuveiros que utiliza chuveiros abertos acoplados a uma
tubulação conectada a uma fonte de abastecimento de água por uma válvula de
dilúvio. Esta válvula é aberta pela operação de um sistema de detecção instalado na
mesma área dos chuveiros. Com a abertura da válvula ocorre entrada de água na
tubulação, sendo descarregada por todos os chuveiros simultaneamente.
Nesse sistema, os sprinklers estão sempre abertos, isto é, sem ampola, e conectados
a tubulações secas. Detectores de chama ou fumaça, uma vez acionados pelo agente
específico, fazem operar uma válvula de inundação ou dilúvio, que permite o
escoamento da água até os sprinklers, os quais atuarão simultaneamente. A válvula
deve também poder abrir e fechar manualmente. É preciso notar que somente em
casos especiais deve-se usar este sistema, pelas consequências que advêm da
inundação de uma área considerável.
Sistema de combate a incêndios por chuveiros automáticos: garagem de subsolo em prédio residencial
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uma válvula, conhecida como válvula para sistema seco deixando a água entrar na
tubulação para controle do incêndio, sendo descarregada pelos chuveiros abertos.
Macintyre (2010, p.270) define um sistema de tubo seco àquele utilizado em locais onde
possa ocorrer o congelamento da água nas canalizações:
Brentrano (2016, p.254), classifica os tipos de distribuição das redes como disposições básicas
da rede hidráulica, definindo a de anel fechado como:
[...] são aquelas em que um ramal (cross main), que alimenta os sub-ramais, forma
um anel em torno desses sub-ramais, que estão ainda no formato de espinha de peixe
igual à rede hidráulica aberta. Nesta forma, a água pode seguir uma rota de
escoamento nos dois sentidos do anel para alimentar o sub-ramal do chuveiro
automático que entrou em operação. A vantagem do sistema em anel é que se pode
ter o controle por bloqueio de partes do anel ficando as outras ainda em operação,
quando houver uma manutenção ou outra necessidade de bloqueio.
[...] são aquelas em que os sub-ramais estão conectados aos ramais (cross mains) ou
subgerais formando um reticulado, criando múltiplos caminhos de escoamento de
água. Nesta forma, os chuveiros automáticos conectados aos sub-ramais são
alimentados por seus dois lados, diminuindo consideravelmente os diâmetros dos
segmentos de canalização entre eles. A rede em grelha resulta numa instalação bem
mais econômica. [...] Devido à complexidade de alguns sistemas, os cálculos só
podem ser feitos por computador.
Sistema de combate a incêndios por chuveiros automáticos: garagem de subsolo em prédio residencial
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A água é o principal meio de combate a incêndio utilizado no mundo, sendo escolhida pela
sua facilidade de utilização e armazenagem e em quantidades razoáveis nos próprios
reservatórios gerais dos prédios. Um sistema de chuveiros automáticos devem ter, pelo
menos, duas fontes de abastecimento de água, uma fonte interna própria e uma fonte externa.
A interna está representada pelos reservatórios das edificações, e a externa, a partir do
fornecimento do corpo de bombeiros. Para a fonte interna existe a opção, além dos
reservatórios, da utilização de um tanque de pressão, com água pressurizada de forma
permanente.
Os reservatórios podem ter seu uso exclusivo para os chuveiros automáticos ou compartilhar
os usos com o restante da edificação. Neste caso de compartilhamento, é necessário verificar a
vazão e pressão mínima necessária para o chuveiro automático mais desfavorável. De acordo
com a NBR 10897 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2014, p.95)
___________________________________________________________________________________
Carlos Lange. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2017
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a) reservatório elevado;
b) reservatório com fundo elevado ou com fundo ao nível do solo, piscinas, açudes,
represas, rios, lagos e lagoas, com uma ou mais bombas de incêndio;
c) tanque de pressão.
O reservatório elevado deve ter, entre outros itens da norma: a capacidade de vazão e pressão
mínima necessária para alimentar o chuveiro automático mais desfavorável; seja totalmente
fechado a fim de não permitir a entrada de luz solar e elementos estranhos que possam
contaminar a água; sistema de alarme de nível baixo; a reposição da capacidade efetiva deve
ser dimensionada para enchimento do tanque em 8 horas.
Para o reservatório ao nível do solo, a norma estabelece diversos parâmetros para
dimensionamentos, como diâmetros de sucção e recalque, posicionamento da tubulação na
saída do reservatório; dimensionamento dos canais quando for alimentado por fontes naturais;
deve possuir, quando possível, poço de sucção, etc..
No tanque de pressão, deve-se levar em conta, entre outros itens: sistemas automáticos
capazes de manter a pressão interna e volumes de água constantes; providos de válvulas de
segurança; manutenções periódicas de todo o sistema e controle das condições do seu estado a
cada três anos.
As bombas serão necessárias quando a pressão de água não for suficiente para atingir o
chuveiro automático mais desfavorável, conforme a figura 9. As bombas podem ser a diesel
ou elétrica e, normalmente, o sistema consiste em uma bomba principal, uma bomba reserva
(quando necessário) e uma bomba jóquei, responsável pela manutenção da pressão em uma
faixa pré-estabelecida da rede geral de incêndio.
As bombas de incêndio são instaladas o mais próximo dos reservatórios, evitando perdas de
carga, em uma estrutura em alvenaria (casa de bombas). Este sistema tem por finalidade
efetuar a sucção da água do reservatório e manter a pressurização da rede geral, a qual irá
alimentar as redes de chuveiros automáticos.
Sistema de combate a incêndios por chuveiros automáticos: garagem de subsolo em prédio residencial
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É o sistema composto por uma válvula de governo colocada em ação pelo próprio fluxo de água
criado quando se abre um ou mais bicos de sprinklers, e um alarme hidráulico sonoro que sinaliza
a operação, conforme figura 10.
Normalmente é instalada junto à válvula, uma chave de fluxo para a interligação com o
sistema de detecção e alarme de incêndio.
Uma rede hidráulica de distribuição é composta por canalizações a partir das válvulas de
controle e alarme, dispostas geometricamente, com a finalidade de promover o escoamento da
água até os chuveiros automáticos, conforme figura 11.
A NBR 10897 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2014, p.7) define
as canalizações como:
Existem definições mais amplas na literatura que abrangem canalizações e suas posições
geométricas, como Brentano (2016, p.251-252), na qual a distribuição de água de uma rede
hidráulica de um sistema de chuveiros automáticos é formada “[...] por canalizações que
alimentam os chuveiros automáticos a partir das válvulas de controle e alarme, com diâmetros
apropriados [...] para que a água chegue aos chuveiros automáticos mais desfavoráveis da
instalação com a pressão e vazão mínimas requeridas pelas normas”. Essas canalizações são
classificadas por Brentano como:
Sistema de combate a incêndios por chuveiros automáticos: garagem de subsolo em prédio residencial
52
chuveiros automáticos nos diversos níveis ou pavimentos e dos ramais aos sub-
ramais ou destes para chuveiros automáticos individuais, quando a subida ou
descida exceder de 30 cm (1 ft) de comprimento;
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A seguir será visto a edificação proposta para este trabalho e o cálculo hidráulico do sistema
de chuveiros automáticos.
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6 EDIFICAÇÃO PROPOSTA
A edificação proposta neste trabalho é de uma garagem de subsolo em prédio residencial com
área livre, sem compartimentação (paredes divisórias). Este tipo de edificação foi escolhido
por não existir obrigação legal, em norma ou leis, de chuveiros automáticos em garagens
residenciais. A mesma possui pé direito de 2,8 metros, e com cobertura em laje de concreto
sem entre forro (piso do pavimento térreo), na qual as instalações ficam aparentes em sintonia
com a parte arquitetônica.
O subsolo tem 30,20 metros da largura por 28,60 metros de profundidade, com área total de
864m2. Internamente tem-se uma região relativa a elevadores e escada, com 24m2.
Descontando-se a área total pela área da circulação vertical, tem-se a área útil de 840m2,
que será a utilizada para este trabalho. O dimensionamento será executado por cálculo
hidráulico e a área da garagem foi classificada como de ocupação de RISCO LEVE.
O número de chuveiros automáticos necessários para efetuar a proteção desta edificação foi
calculado, dividindo-se a área da edificação, pela máxima área de cobertura de um chuveiro
automático tipo pendente de cobertura padrão (dado fornecido pela tabela 11).
A garagem tem 36 vagas para carros, com cada vaga de 2,50m por 5,00m e 5,00m para a
circulação dos veículos. A prefeitura municipal de Porto Alegre exige que toda edificação
possua ao menos uma vaga por habitação e, para este estudo, as demais vagas necessárias
estão distribuídas nos pavimentos térreo e segundo.
Sistema de combate a incêndios por chuveiros automáticos: garagem de subsolo em prédio residencial
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Para o estudo de caso, o terreno está localizado na zona sul de Porto Alegre, no bairro
Ipanema. A escolha deve-se ao fato de que a construtora, que forneceu os preços dos terrenos
e os valores de construção, possuir empreendimentos neste bairro.
Foi feito, para o estudo de caso, uma análise de cinco tipos de edificações com dois padrões
construtivos diferentes, dados pelo CUB-RS. A edificação é composta de:
a) Um subsolo, com 864 m2.
b) Um pavimento térreo, com 1128 m2.
c) Um segundo pavimento, com 864 m2.
d) Um pavimento tipo, com 6, 8, 10, 12 e 14 pavimentos com 600 m2 por andar.
e) Uma cobertura, com 600 m2.
f) Uma casa de máquinas, com 240 m2.
O ramal principal dos chuveiros automáticos é paralelo à face oposta da rampa de entrada e;
no extremo oposto, junto à vaga 1, está a válvula para teste da rede com o chuveiro sem
defletor e sem ampola, como será visto no capítulo a seguir.
O tipo de estrutura escolhido foi em função de ser o mais próximo da realidade existente no
mercado atual. Com os diferentes pavimentos tipos, tem-se uma estrutura em consonância
com as estruturas comercializadas na zona sul de Porto Alegre.
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Sistema de combate a incêndios por chuveiros automáticos: garagem de subsolo em prédio residencial
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Brentano (2016, p.584) comenta das bases de dimensionamento por cálculo hidráulico:
O sistema projetado para este trabalho segue o esquema tridimensional genérico, como mostra
a figura 13.
Vale ressaltar que o hidrante de recalque com a válvula de retenção não estão considerados no
detalhamento dos projetos. A válvula de testes (item 7) e o chuveiro sem defletor (item 8)
estarão representados, neste trabalho, junto ao chuveiro automático nº 1 e nomeados apenas
como dreno.
Os diâmetros das tubulações foram selecionados com base na perda de carga das linhas de
tubos de aço e conexões, calculando as pressões e velocidades de operação, de modo a
oferecer a densidade de descarga de água necessária para o controle de um possível sinistro.
Inicia-se o cálculo pelo chuveiro mais afastado, considerado o mais crítico, utilizando-se para
o cálculo da vazão, a curva de densidade de água e a área de cobertura deste chuveiro. Para o
cálculo da pressão, utiliza-se a equação da vazão da água em um reservatório através de um
orifício em conjunto com a equação da continuidade, o que será visto a seguir.
Para efetuar o cálculo hidráulico é necessário estimar as perdas de carga, que são perdas de
energia hidráulica devido à viscosidade do fluido, ao seu atrito com as paredes internas das
tubulações e das singularidades. As singularidades consideram a perda de carga nas conexões
e nas mudanças de direção, e neste trabalho foi utilizado o método de comprimentos
equivalentes para sua quantificação.
(fórmula 2)
Sendo:
J = perda de carga unitária por atrito (kPa/m);
Qn = vazão (l/min);
C = fator de Hazen-Williams (adimensional);
dm = diâmetro interno do tubo (mm).
Sistema de combate a incêndios por chuveiros automáticos: garagem de subsolo em prédio residencial
60
Neste trabalho foi utilizada a perda de carga com unidade em metros de coluna d’água
(m.c.a.) e está representada pelo símbolo hp (perda de carga unitária). Fazendo-se as
alterações de unidades necessárias, de kPa/m para mca, obtém-se uma nova equação, e a
fórmula de Hazen-Williams fica como indicado abaixo:
(fórmula 3)
Sendo:
J = perda de carga unitária (mca);
Qn = vazão (m3/s);
C = fator de Hazen-Williams (adimensional);
dm = diâmetro interno do tubo (m).
O Engenheiro Civil Jorcy Aguiar (JORCY AGUIAR, 2017) comenta sobre o coeficiente de
rugosidade C:
Com o passar dos anos as redes e adutoras têm sua condição de escoamento
diminuída devido a incrustações, principalmente as linhas de ferro fundido, amianto
ou aço. O grau de resistência ao escoamento é determinado pelo coeficiente “C” de
Hazen-Williams.
Quanto menor esse coeficiente, maior a perda de carga imposta ao escoamento e,
consequentemente mais energia é necessária para superar essa resistência. Isso se
reflete em vazões abaixo das esperadas, pressões reduzidas nos pontos mais
distantes e pressões elevadas nos pontos mais próximos, consumos elevados de
energia nos recalques e variações muito grandes de pressão ao longo do dia.
Diversas bibliografias que abordam o tema da perda de carga fornecem a tabela com o tipo de
material e o fator (C) de Hazen-Williams, apresentando, comparativamente, apenas algumas
pequenas variações entre seus valores. Estas pequenas variações são explicadas por diferenças
na constituição do material, que pode apresentar alterações físicas em função da região onde o
mesmo foi fabricado e também em razão dos experimentos não terem exatamente as mesmas
condições de realização uns dos outros.
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A escolha do material a ser usado nas tubulações é de suma importância, pois o coeficiente de
rugosidade (C) da fórmula de Hazen-Williams é em função do mesmo, pois quanto menor o
valor deste coeficiente maior será a perda de carga e, consequentemente, maior será o
diâmetro calculado a ser utilizado.
Para a obtenção do valor da perda de carga total de um sistema foi necessário calcular as
perdas de carga localizadas, devido às singularidades (conexões, válvulas, etc.) existentes no
projeto, e adicioná-las às perdas de carga contínuas devido ao atrito nos trechos retilíneos das
tubulações.
A perda de carga linear na tubulação é calculada pelo comprimento tomado no trecho reto da
tubulação (comprimento retilíneo real da instalação) multiplicado pela perda de carga unitária
calculada naquele trecho.
Nessas tabelas já estão incluídas as estimativas de perdas de carga para diversos tipos de
singularidades. A tabela 13 apresenta as perdas de carga utilizadas em aço galvanizado para a
marca Tupy.
Sistema de combate a incêndios por chuveiros automáticos: garagem de subsolo em prédio residencial
62
Continua
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continuação
A perda de carga total foi calculada multiplicando a perda de carga unitária (fórmula 3), pela
soma do comprimento real e equivalente de tubulação:
(fórmula 4)
Sendo:
hp = perda de carga total (mca);
Qn = vazão (m3/s);
C = fator de Hazen-Williams (adimensional);
dm = diâmetro interno do tubo (m);
Lr = comprimento real (m);
Le = comprimento equivalente (m).
Sistema de combate a incêndios por chuveiros automáticos: garagem de subsolo em prédio residencial
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Uma das principais vantagens deste método é a sua simplicidade quando comparado a outros
métodos presentes na literatura. Por outro lado, ele não considera os efeitos da variação da
temperatura e viscosidade do fluído. Como o fluido, utilizado em redes de sprinklers, na
maior parte das situações é a água, e a faixa de temperatura de aplicação é a ambiente, estas
variações são consideradas desprezíveis neste caso.
(fórmula 5)
Sendo:
Pv = pressão de velocidade (kPa)
Q = vazão (l/min)
dm = diâmetro interno do tubo (mm)
A respeito da pressão total no escoamento em uma canalização a pressão total “Pt” é dada
pela soma da pressão normal “Pn” e da pressão de velocidade “Pv”:
(fórmula 6)
Sendo:
Pt = pressão total (kPa)
Pn = pressão normal (kPa)
Pv = pressão ou carga de velocidade (kPa)
estática”, e com escoamento, é chamada de “pressão residual ou dinâmica”. Esta pressão pode
ser expressa por:
(fórmula 7)
Sendo:
Pn = pressão normal (kPa)
Pt = pressão total (kPa)
Pv = pressão ou carga de velocidade (kPa)
Para o cálculo hidráulico se faz necessário obter-se a vazão mínima por metro quadrado para
toda a área a ser definida (chamada de área de aplicação) em função da classe de risco que se
enquadra a edificação. A área de aplicação tem uma forma retangular e é onde pode ocorrer,
com maior probabilidade, a possibilidade de um incêndio; e também deve ser a zona mais
desfavorável hidraulicamente.
Sistema de combate a incêndios por chuveiros automáticos: garagem de subsolo em prédio residencial
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O chuveiro automático usado será o tipo pendente padrão e, utilizando a tabela 11 (área de
cobertura máxima por chuveiro automático e distância máxima entre chuveiros automáticos
tipo spray de cobertura padrão), obteve-se os dados para efetuar o lançamento dos chuveiros
automáticos e sua linha de tubulações, construindo o projeto a ser dimensionado. Da tabela
11 tem-se que a área de cobertura por chuveiro automático é de 20,9 metros quadrados e a
distância máxima entre chuveiros de 4,6 metros, para risco leve.
Com o limite de 20,9 m2 e a distância máxima entre chuveiros de 4,6 m, o projetista define
uma área retangular para gerar o traçado e o lançamento inicial dos chuveiros automáticos.
Para este projeto, obteve-se os valores para os espaçamentos horizontal e vertical entre
chuveiros, respectivamente, de 4,5 m por 4,3 m, com uma área de aplicação de 19,4 m2,
abaixo do limite estabelecido pela NBR 10897, de 20,9 m2, e respeitando a distância máxima
entre chuveiros, de 4,6m.
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define a área máxima a ser utilizada para a proteção de um pavimento por uma coluna
principal de alimentação (tabela 14):
Tabela 14 – Área máxima servida por uma coluna de alimentação por pavimento
Para o risco leve, a área máxima por coluna de alimentação é de 4800 metros e, sendo a
garagem com área de cobertura de 840 m2, foi utilizada apenas uma coluna principal para
abastecimento dos chuveiros.
Convém observar que os espaçamentos entre os chuveiros automáticos são arbitrados pelo
projetista, respeitando-se a distância máxima permitida entre eles. A otimização do
posicionamento dos chuveiros automáticos e da distribuição de ramais e sub-ramais vai
depender de vários fatores como: interferências existentes na edificação (vigas no teto,
aberturas, caminhos indicados pelo projeto arquitetônico, etc.), das orientações da norma, e da
competência e experiência do projetista. Como se trata de uma garagem residencial, as
interferências da área de circulação e dos pilares (estrutura), já estão dimensionadas para que
não afetem o projeto dos chuveiros.
Sistema de combate a incêndios por chuveiros automáticos: garagem de subsolo em prédio residencial
68
◘ ponto superior da reta. Nesta situação tem-se uma área de aplicação grande com
uma densidade de água menor. Em alguns casos, onde o suprimento de água é
grande e fácil, a escolha de um ponto na parte superior da reta é vantajosa, porque
numa situação muito particular da localização do reservatório, pode ser eliminada
até a necessidade de um sistema de bombas de incêndio, por se ter uma vazão menor
em cada chuveiro automático e, consequentemente, uma pressão menor, embora a
vazão total sobre toda a área de aplicação seja bem maior.
◘ ponto médio da reta. [...] tem-se uma área de aplicação menor, uma densidade
de água maior e um número menor de chuveiros automáticos que na situação
anterior e, consequentemente, uma vazão maior nos chuveiros automáticos, mas um
volume final necessário de água menor. A escolha do ponto médio da reta é utilizada
por alguns projetistas.
◘ ponto inferior da reta. A escolha deste ponto resulta em alta densidade de água
em área de aplicação bem menor, necessitando maiores pressões e diâmetros para as
canalizações e menor volume final de água. Este ponto inferior da reta é o mais
escolhido pelos projetistas.
Seguindo as recomendações do autor foi escolhido o ponto inferior da reta, onde existe uma
maior eficiência de combate a incêndio em uma área menor e resultando em menores volumes
a serem reservados. Assim, a área de aplicação (Aa) considerada foi igual a 140 m², e a
densidade de água (Da) será respectivamente 4,1 l/min/m².
O número de chuveiros automáticos na área de aplicação pode ser calculado pela fórmula 8:
(fórmula 8)
Sendo:
Nch = Número de chuveiros automáticos na área de aplicação
Aa = Área de aplicação da área mais desfavorável (m²)
Ac = Área de cobertura de cada chuveiro automático (m²)
Assim, com a área de aplicação (Aa) igual a 140 m² (figura 14) e a área de cobertura de um
chuveiro automático tipo pendente de cobertura padrão, apresentada anteriormente, de 20,9
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m2 (tabela 11), obteve-se o número de chuveiros automáticos igual a 7 unidades. Para o caso
específico deste projeto e facilitar o cálculo dos chuveiros automáticos, foram utilizados 8
unidades.
Sistema de combate a incêndios por chuveiros automáticos: garagem de subsolo em prédio residencial
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A área de aplicação deve ser retangular e seu lado maior paralelo aos sub-ramais, para
BRENTANO (2016, p.602) esta dimensão deve ser no mínimo 20% maior que o lado
perpendicular (menor), e é dado pela fórmula 9:
(fórmula 9)
Sendo:
Lm = Lado maior da área de aplicação (m)
Aa = Área de aplicação da área mais desfavorável (m²)
Desta forma com a área de aplicação (Aa) igual a 140 m² (figura 15) foi obtido o lado maior
da área de aplicação de 14,20 m e, consequentemente, o lado menor desta área retangular foi
de 9,86 m.
Convém observar que esta forma expedita de cálculo serve para auxiliar o projetista a definir
esta área retangular de aplicação, podendo ocorrer pequenas variações nas dimensões como
forma de melhor adequação no projeto.
(fórmula 10)
Sendo:
NLm = Número de chuveiros no lado maior
Lm = Lado maior da área de aplicação (m)
ec = espaçamento entre os chuveiros (m)
Com valor do lado maior da área de aplicação de 14,20 m e o espaçamento de 4,50 m entre
chuveiros foi obtido o número de 4 (quatro) chuveiros que deverão ser alocados neste ramal.
E com o espaçamento entre ramais de 4,30 m foi definido o projeto de alocação dos
chuveiros automáticos na área de aplicação (figura 15).
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Assim, foi encontrada uma área de cobertura real de projeto de 19,35 m², que é menor que o
especificado em norma (20,90 m²) vindo ao encontro de uma maior segurança no cálculo.
(fórmula 11)
Sendo:
Q1 = Vazão no chuveiro nº1 (l/min)
Da = Densidade de água (l/min.m²)
Acr = Área de cobertura real de cada chuveiro automático (m²)
Neste caso, com a densidade de água de 4,1 l/min.m² (figura 13) e com a área real projetada
de cada chuveiro automático na área de aplicação de 19,35 m2, foi obtido Q1= 79,34 l/min ou
Q1= 0,00132 m3/s de vazão, a qual será a vazão mínima do sistema para o chuveiro mais
desfavorável do projeto.
Para o cálculo da pressão, utiliza-se a premissa de um conduto forçado com a saída da água
através de um orifício. Para Brentano (2016, p.380):
A quantidade de água que entra por um ponto A de uma canalização é igual à que sai num
ponto B desta canalização, e é representada pela equação:
(fórmula 12)
Sendo:
Q = Vazão da água (m3/s)
A = Área da seção de canalização (m2)
Sistema de combate a incêndios por chuveiros automáticos: garagem de subsolo em prédio residencial
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Para a vazão da água em um reservatório através de um orifício, tem-se uma altura “h” da
superfície da água no reservatório (ponto A) até o orifício (ponto B), conforme a figura 16.
Aplicando-se a equação da conservação de energia entre A e B chega-se à expressão dada
pela fórmula 13:
(fórmula 13)
Sendo:
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Como pA = pB , VA aproximadamente zero, hpAB também zero por ser uma perda muito
pequena e ZA – ZB = h, obtém-se a fórmula da velocidade de escoamento através de um
orifício:
(fórmula 14)
Substituindo-se a fórmula 14 na fórmula 13, obtém-se a vazão dada pela fórmula 15:
(fórmula 15)
(fórmula 16)
Sendo:
Q = vazão (l/min)
K = Fator de vazão K (l/min/bar½)
h = altura manométrica (mca)
O fator de vazão ou de descarga K depende do formato da saída do esguicho, para o caso dos
chuveiros automáticos, e pode ser calculado pela fórmula 17:
(fórmula 17)
Sendo:
d = diâmetro do orifício (saída do esguicho) (m)
Cd = coeficiente de descarga (adimensional)
(fórmula 18)
Brentano (2016, p.245) apresenta uma tabela com os valores do fator de vazão nominal K
para diversos diâmetros de orifícios de chuveiros automáticos. Neste estudo de caso, para
Sistema de combate a incêndios por chuveiros automáticos: garagem de subsolo em prédio residencial
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uma garagem em subsolo residencial, foi adotado um diâmetro de rosca de 12,7 mm, que é o
mais utilizado comercialmente para chuveiros automáticos do tipo pendente, tabela 15.
Estes valores estão de acordo com a tabela 4 da NBR 10897 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA
DE NORMAS TÉCNICAS), que tem como fator K de descarga para o chuveiro automático
de DN15 o valor de 8,0 l/min/kPa½ ou 25,3 l/min/mca1/2. Com este valor de K tabelado e a
vazão calculada anteriormente de 79,34 l/min, obtém-se um valor de pressão neste bico
(chuveiro nº 1) de P1= 98,3 kPa ou P1= 9,83 mca. Valor que está acima da pressão mínima de
um chuveiro automático que é P= 48 kPa ou P= 4,8 mca.
Poderia ser usado outro fator K para DN 15, conforme a norma (tabela 9) no valor de 11,2
l/min/kPa½ que proporcionaria uma pressão de 50,18 kPa que ainda assim estaria acima da
pressão mínima, porém de pressão inferior ao valor anterior.
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Optou-se pelo chuveiro automático de fator K de 8,0l/min/kPa½ que confere uma maior
pressão de trabalho. Logo, obtém-se P1= 98,3 kPa, ou P1= 9,83 mca e Q1= 79,34 l/min ou
Q1= 0,00132 m3/s no chuveiro automático nº 1.
(fórmula 19)
Sendo:
D = Diâmetro da tubulação (m)
Q = Vazão (m³/s)
X = Número de horas de funcionamento da bomba /24horas.
Para o Risco Leve, a bomba trabalhará 30 min a cada 24 horas do dia (segundo a tabela 16),
sendo encontrado o valor de X= 0,0208, e tendo-se a vazão Q = 0,00132 m3/s, obteve-se o
Sistema de combate a incêndios por chuveiros automáticos: garagem de subsolo em prédio residencial
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valor D do diâmetro do trecho 2-1 em D21= 17,94 mm o que nos leva a um diâmetro
comercial de DN 25 mm.
(fórmula 20)
Sendo:
v = Velocidade do escoamento (m/s)
Q = Vazão (m³/s)
A = Área interna da tubulação (m²)
Para o cálculo da área, foi utilizada a tabela da CONSTRUNORMAS (PINI), que indica o
diâmetro externo e a espessura das paredes da tubulação para o aço galvanizado.
(fonte: CONSTRUNORMAS,2017)
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(fórmula 21)
Sendo:
De = Diâmetro externo (mm)
e = Espessura da parede (mm)
Com a vazão do trecho Q21= 0,00132 m³/s e a área interna da tubulação de aço galvanizado
de DN 25 cujo valor é de 5,57.10-3 m² foi obtido uma velocidade de v21= 2,37 m/s que fica
abaixo da velocidade limite que é de v= 6,0 m/s .
Com esta pressão, é calculada a vazão no chuveiro automático nº 2, pela fórmula 1, tendo
como fator K de descarga para o chuveiro automático de DN 15 (Tabela 15) o valor de
8,0l/min/kPa½ ou 25,3 l/min/mca1/2 e pressão P2= 11,3 mca ou P2= 113 kPa, obtendo-se um
valor de vazão neste chuveiro de Q2= 85,05 l/min ou Q2= 0,00142 m3/s.
A vazão no trecho 2-3, Q32 é a soma da vazão do trecho Q21= 79,34 l/min mais a vazão do
trecho 2, Q2= 85,04 l/min, resultando Q32= 164,38 l/min ou Q32= 0,00274 m3/s.
O diâmetro da tubulação é dado pela fórmula 19, para Q32= 0,00274 m3/s e X= 0,0208,
obtém-se o valor para D32= 25,6 mm. Adota-se o diâmetro comercial DN 32 mm.
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A velocidade é dada pela fórmula 20, onde Q32= 0,00274 m3/s, diâmetro externo para aço de
DN 32= 42,2 mm, espessura e= 3,56 mm, obtendo-se para v32= 2,83 m/s, menor que a
velocidade limite de 6 m/s.
Com esta pressão, é calculada a vazão no chuveiro automático nº 3, pela fórmula 1, tendo
como fator K de descarga para o chuveiro automático de DN 15 (Tabela 15) o valor de
8,0l/min/kPa½ ou 25,3 l/min/mca1/2 e pressão P3= 12,78 mca ou P3= 127,8 kPa, obtendo-se
um valor de vazão neste chuveiro de Q3= 90,45 l/min ou Q3= 0,00151 m3/s.
A vazão no trecho 3-4, Q43 é a soma da vazão do trecho Q32= 164,38 l/min mais a vazão do
trecho 3 Q3= 90,45 l/min, resultando Q43= 254,85 l/min ou Q43= 0,00425 m3/s.
O diâmetro da tubulação é dado pela fórmula 19, para Q43= 0,00425 m3/s e X= 0,0208,
obtém-se o valor para D43= 32,2 mm. Adota-se o diâmetro comercial DN 32 mm.
A velocidade é dada pela fórmula 20, onde Q43= 0,00425 m3/s, diâmetro externo para aço de
DN 32= 42,2 mm, espessura e= 3,56 mm, obtendo-se para v43= 4,40 m/s, menor que a
velocidade limite de 6 m/s.
Com esta pressão, é calculada a vazão no chuveiro automático nº 4, pela fórmula 1, tendo
como fator K de descarga para o chuveiro automático de DN 15 (Tabela 15) o valor de
8,0l/min/kPa½ ou 25,3 l/min/mca1/2 e pressão P4= 16,13 mca ou P4= 161,3 kPa, obtendo-se
um valor de vazão neste chuveiro de Q4= 101,61 l/min ou Q4= 0,00169 m3/s.
Neste ponto do projeto, foi efetuado um artifício de cálculo para simplificar e tornar mais
rápido o processo. Segundo Brentano (2016, p.609) o processo é definido como:
[...] a vazão acumulada “QA” no ponto A, [...], é a soma das vazões dos (4)
chuveiros automáticos do sub-ramal I que estão dentro da área de operação;
[...] Depois de calculado o somatório das vazões de todos os chuveiros automáticos
do sub-ramal I pertencentes à área de aplicação e a pressão no ponto “A”,
necessária para produzir essas vazões, o sub-ramal I inteiro pode ser considerado
como tendo as características de operação de um chuveiro automático. Logo, no
ponto “A” de conexão do sub-ramal com o ramal se considera que tenha um
chuveiro automático fictício instalado com a vazão dos quatro chuveiros
automáticos do sub-ramal I e com a pressão no ponto A. [...]
A vazão no trecho A-4, QA é a soma da vazão do trecho Q43= 254,85 l/min mais a vazão do
trecho 4 Q4= 101,61 l/min, resultando QA= 356,45 l/min ou QA= 0,00594 m3/s.
O diâmetro da tubulação é dado pela fórmula 19, para QA= 0,00594 m3/s e X= 0,0208,
obtém-se o valor para DA4= 38,05 mm. Adota-se o diâmetro comercial DN 40 mm.
A velocidade é dada pela fórmula 20, onde QA= 0,00594 m3/s, diâmetro externo para aço de
DN 40= 48,3 mm, espessura e= 3,68 mm, obtendo-se para vA4= 4,37 m/s, menor que a
velocidade limite de 6 m/s.
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80
mm, um joelho de rosca 40 mm e uma luva de redução 40/50); obteve-se um valor para
hpA4= 10,47 mca.
Para este chuveiro fictício A, é necessário calcular o fator de descarga K (fórmula 1), tendo-
se QA= 356,45 l/min e PA= 26,56 mca, obtendo-se KA= 69,16 l/min/mca1/2.
No ponto B, onde se encontra o segundo chuveiro fictício, o trecho do chuveiro fictício A até
o chuveiro fictício B é considerado como trecho com tubulação reta, sem conexões ou bicos
instalados.
A vazão no trecho B-A, QBA é igual a vazão do trecho QA, QBA = 356,43 l/min ou
QBA=0,00594m3/s.
O diâmetro da tubulação é dado pela fórmula 19 para QBA= 0,00594 m3/s e X= 0,0208,
obtém-se o valor para DBA= 38,05 mm. Adota-se o diâmetro comercial DN 40 mm.
A velocidade é dada pela fórmula 20, onde QA= 0,00594 m3/s, diâmetro externo para aço de
DN 40= 48,3 mm, espessura e= 3,68 mm, obtendo-se para vBA= 4,37 m/s, menor que a
velocidade limite de 6 m/s.
A pressão no chuveiro fictício B, é a soma da pressão do chuveiro fictício A, PA= 26,56 mca
somado à perda de carga entre os chuveiros fictícios A e b, hpBA= 3,39 mca, obtêm-se a
pressão no chuveiro fictício B, PB= 29,95 mca ou PB= 299,5 kPa.
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Com esta pressão, é calculada a vazão no chuveiro fictício B, pela fórmula 1, tendo como
fator KA de descarga o valor de 22,1 l/min/kPa½ ou 69,74 l/min/mca1/2 e pressão PB= 29,95
mca ou PB= 299,5 kPa, obtendo-se um valor de vazão neste chuveiro de QB= 378,5 l/min ou
QB= 0,00631 m3/s.
No ponto CI, onde se encontra a coluna de abastecimento, o trecho do chuveiro fictício B até
CI é considerado como trecho com tubulação reta, sem conexões ou bicos instalados.
A vazão no trecho CI-B, QCI-B é igual à soma das vazões de QA= 356,45 l/min mais
QB= 378,5l/min, obtendo-se QCI-B= 734,95 l/min ou QCI-B= 0,01225 m3/s.
O diâmetro da tubulação é dado pela fórmula 19 para QCI-B= 0,01225 m3/s e X= 0,0208,
obtém-se o valor para DCI-B= 54,7 mm. Adota-se o diâmetro comercial DN 65 mm.
A velocidade é dada pela fórmula 20, onde QCI-B= 0,01225 m3/s, diâmetro externo para aço
de DN 65= 73,0 mm, espessura e= 5,16 mm, obtendo-se para vCI-B= 3,97 m/s, menor que a
velocidade limite de 6 m/s.
A pressão no ponto CI, é a soma da pressão do chuveiro fictício B, PB = 29,95 mca somado à
perda de carga entre o chuveiro fictício B e o ponto CI, hpCI-B= 7,16 mca, obtêm-se a pressão
no ponto CI, PCI= 37,11 mca ou PCI=371,1 kPa.
Como não há mais nenhuma contribuição ao ramal principal, a vazão em CI será igual à
vazão de B para CI; logo QCI= 734,95 l/min ou QCI= 0,01225 m3/s ou QCI= 44,09 m3/h.
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A planilha de cálculo com todos os valores apresentados acima está no Anexo A deste
trabalho.
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As bombas estão no nível 0,00, junto ao reservatório e serão consideradas como afogadas. A
diferença de nível entre bombas e o ponto CI é de 80 cm, ou 0,80 m. A potência da bomba
pode ser calculada pela fórmula 22, abaixo:
(fórmula 22)
Sendo:
N = Potência da bomba (cv)
γ = Peso específico da água (kgf/m3)
QCI = Vazão total do sistema (m3/s)
PT = Pressão total do sistema (mca)
η = Coeficiente de rendimento do sistema (adimensional)
A pressão total do sistema é dada pela altura manométrica total, que é o somatório da pressão
no ponto CI, o desnível entre a bomba e o ponto CI e as perdas de carga da canalização para
sucção e recalque, dado pela fórmula 23:
(fórmula 23)
Sendo:
hmt = Altura manométrica total (mca)
PCI = Pressão no ponto CI (mca)
hgRi-CI = Desnível geométrico entre nível d’água do reservatório e ponto CI (mca)
hpMB-CI = Perda de carga na canalização de recalque (mca)
hpRi-MB = Perda de carga na canalização de sucção (mca)
Para a altura manométrica total tem-se: PCI= 37,11 mca; desnível geométrico entre nível
d’água do reservatório e ponto CI hgRi-CI= -0,80 mca; a perda total na sucção dado pela
Sistema de combate a incêndios por chuveiros automáticos: garagem de subsolo em prédio residencial
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fórmula 4 , tendo-se QCI= 0,01225 m3/s, C= 120, dn= 0,1023 m, Lr= 3,50 m e Le= 24,50 m
(considerando-se 2 registros esfera de 100 mm, dois joelhos de rosca 100 mm, uma luva de
redução 100 mm e dois tês de passagem direta de 100 mm), obteve-se um valor para a perda
na sucção de hpRi-MB= 0,80 mca ou hpRi-MB= 8,0 kPa; a perda total no recalque dado pela
fórmula 4, tendo-se QCI= 0,01225 m3/s, C= 120, dn= 0,07792 m, Lr= 5,80 m e Le= 20,80 m
(considerando-se 2 registros esfera de 80 mm, quatro joelhos de rosca 80 mm, uma luva de
redução 80-65 mm e uma válvula de governo e alarme -VGA); obteve-se um valor para
hpMB-CI= 2,88 mca ou hpMB-CI= 28,2 kPa. Substituindo-se na fórmula 23, obtém-se para a
altura manométrica total, hmt= 39,99 mca ou hmt= 399,9 kPa.
Aproximando-se o peso específico da água para γ= 1000 kgf/m3, a vazão total do sistema
QCI= 0,01225 m3/s, hmt= 39,99 mca e rendimento da bomba em 75% (0,75) obtém-se para a
potência da bomba N= 8,7 cv. Brentano (p. 431) recomenda um acréscimo de 20% na
potência calculada, obtendo-se N= 10.5 cv. Define-se a potência nominal da bomba em
N= 10 cv, uma vazão QCI = 734,95 l/min e uma altura manométrica hmt = 39,99 mca.
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Figura 18- Distribuição dos chuveiros, área de aplicação e diâmetros das tubulações
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Para o cálculo do custo de implantação, foi fornecida à empresa a planta baixa da figura 17
juntamente com uma lista dos materiais básicos necessários para a implantação dos chuveiros
automáticos, conforme a tabela 20:
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Para a colocação dos chuveiros, o custo total resultou igual a R$ 130.000,00, e para este caso
foi considerado uma obra padrão, não havendo qualquer dificuldade para a instalação dos
equipamentos. A manutenção é mensal, não abrangendo a troca de materiais, e segue os
parâmetros da NBR 10897 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS,
2014) em seu anexo C (Tabela C.3 – Resumo de inspeções, ensaios e manutenção em
sistemas de chuveiros automáticos, p.126), conforme a tabela 21 abaixo:
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Para a análise de uma obra padrão foram adotados alguns índices oficiais para que se possa
formatar um valor venal para o tipo específico de empreendimento que foi estudado. Alguns
valores foram coletados através do mercado imobiliário e outros perante as construtoras. Os
valores aqui especificados são apenas uma estimativa, muito próxima à realizada pelos
empreendedores para viabilidade técnica e financeira de um empreendimento.
Para o cálculo dos valores foi utilizado a tabela do CUB-RS (CUSTO UNITÁRIO BÁSICO
DO RIO GRANDE DO SUL) publicado pelo SINDUSCON-RS (SINDICATO DA
INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL).
(fonte: SINDUSCON-RS)
Sistema de combate a incêndios por chuveiros automáticos: garagem de subsolo em prédio residencial
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Para o cálculo do valor total da obra foi feito a soma dos valores: de compra do terreno, dos
projetos estrutural, arquitetônico, hidráulico e elétrico, e o custo da construção.
Cada apartamento tem 80 m2 de área útil e no mínimo uma vaga na garagem. Na análise
deste trabalho, o subsolo tem 36 vagas, o segundo pavimento, em pilotis, com mais 36 vagas
e no térreo, caso necessário, as vagas para completar uma vaga mínima por habitação.
Foram considerados para a análise, cinco tipos de edificações com os respectivos padrões
construtivos dados pela tabela 22:
a) Seis pavimentos: seis apartamentos por andar e 80m2 de área por apartamento mais
120 m2 de área de circulação e área total do tipo de 3600 m2. Utilizando-se estes
valores para padrão normal e padrão alto do CUB-RS para R8-N e R8-A,
respectivamente.
b) Oito pavimentos: seis apartamentos por andar, com 80 m2 de área por apartamento
mais 120 m2 de área de circulação e área total do tipo de 4800 m2. Utilizando-se estes
valores para padrão normal e padrão alto do CUB-RS para R8-N e R8-A,
respectivamente.
c) Dez pavimentos: seis apartamentos por andar, com 80 m2 de área por apartamento
mais 120 m2 de área de circulação e área total do tipo de 6000 m2. Utilizando-se estes
valores para padrão normal e padrão alto do CUB-RS para R16-N e R16-A,
respectivamente.
d) Doze pavimentos: seis apartamentos por andar, com 80 m2 de área por apartamento
mais 120 m2 de área de circulação e área total do tipo de 7200 m2. Utilizando-se estes
valores para padrão normal e padrão alto do CUB-RS para R16-N e R16-A,
respectivamente.
e) Quatorze pavimentos: seis apartamentos por andar, com 80 m2 de área por
apartamento mais 120 m2 de área de circulação e área total do tipo de 8400 m2.
Utilizando-se os valores para padrão normal e padrão alto do CUB-RS para R16-N e
R16-A, respectivamente.
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Para se chegar a valores de compra de terrenos na zona sul de Porto Alegre, foi feito contato
com a Roncatto Engenharia, empresa da área da construção que possui empreendimentos na
zona sul da cidade e os valores dos terrenos estão cotados atualmente entre R$ 1.800,00
reais/m2 a R$ 2.300,00 reais/m2. O preço varia dependendo da região e do índice de
construção. Este índice é fornecido pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre e indica a
altura máxima de um empreendimento, o tipo (residencial ou comercial) e a área máxima
construída em função das dimensões do terreno (basicamente). Para simplificação, não foi
adotada nenhuma diferença de índice para as edificações analisadas, mantendo-se fixas as
dimensões do terreno e seu valor venal, e, portanto, cumprindo os parâmetros legais de
ocupação exigidos pela prefeitura.
Neste trabalho, o terreno tem dimensões de 37 m de frente por 38 m de fundos, tendo uma
área total de At= 1406 m2. Foi utilizado um valor de R$ 1.900,00 reais/m2 para edificação
com padrão normal e de R$ 2.300,00 reais/m2 para edificação com padrão alto.
Tendo-se a metragem quadrada de terreno e o preço por metro quadrado, chega-se ao valor
total do terreno de R$ 2.680.000,00 reais para padrão normal e de R$ 3.240.000,00 reais para
padrão alto. Adicionando-se o ITBI (Imposto de Transmissão de Bens Imóveis) de 3,0 %,
obtêm-se os valores totais do terreno de R$ 2.760.000,00 reais para padrão normal e de
R$ 3.340.000,00 reais para padrão alto.
Os preços cobrados dos projetos podem ter variações substanciais entre escritórios
concorrentes, e estas variações dependem de alguns fatores: nome no mercado, custo de
funcionamento do escritório, oferta de serviços, concorrência entre empresas, etc. Estes
preços geralmente estão em função da metragem quadrada construída de um empreendimento
e, para tanto, é necessário dimensionar-se a área total deste estudo de caso. Como se tem
cinco obras diferentes, com quantidades de pavimentos tipos distintas, foi calculado
inicialmente a metragem quadrada dos pavimentos que não tem variação de área e servem
como referência para todas as edificações analisadas:
Sistema de combate a incêndios por chuveiros automáticos: garagem de subsolo em prédio residencial
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Para análise dos exemplos, foi feita a soma das áreas totais dos pavimentos tipo, listados em
9.1, com a área parcial da edificação, AP, obtendo-se a área total construída de cada
edificação, dado pela tabela 23.
Como existem variações grandes nos valores apresentados, fez-se pesquisa de mercado
com a Fourcorp Engenharia, especializada nestes tipos de projeto, para se ter um valor
aproximado para este trabalho, obtendo-se os valores: Projeto Estrutural no valor de R$
15,00 reais/m2 de área construída, Projeto Arquitetônico no valor de R$ 40,00 reais/m2
de área construída, Projeto Elétrico no valor de 8,00 reais/m2 de área construída e Projeto
Hidráulico no valor de R$ 12,00/m2 de área construída. Para o custo total de todos os
projetos fez-se a soma dos valores, obtendo-se R$ 75,00 reais/m2 de área construída. Para
o custo total do projeto, foi multiplicado o valor total dos projetos e a área construída total
dada pela tabela 23, obtendo-se os valores dados na tabela 24.
Para o preço da construção, foi utilizado o valor do CUB-RS, tabela 22, para um projeto de
residência multifamiliar. Para o padrão normal de acabamento com até oito pavimentos (R8-
N) tem-se o valor de R$ 1.443,46 reais/m2 construído, para o padrão alto de acabamento com
até oito pavimentos (R8-A) tem-se o valor de R$ 1.775,23 reais/m2 construído, para o padrão
normal de acabamento até dezesseis pavimentos (R16-N) tem-se o valor de R$ 1.403,66
reais/m2 construído e para padrão alto de acabamento até dezesseis pavimentos (R16-A) tem-
se o valor de R$ 1.807,90 reais/m2 construído. Desta forma, consegue-se uma estimativa de
custo para as condições de quantidades diferentes de pavimentos com diferentes padrões de
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qualidade. Estes valores foram multiplicados pela área total da construção, e os resultados
estão na tabela 25.
Para obter-se a o valor total para o empreendimento foi feita a soma dos valores encontrados
para o valor do terreno, item 9.1.1; dos preços totais dos projetos estrutural, arquitetônico,
elétrico e hidráulico, item 9.1.2; e o valor de construção, dado pelo item 9.1.3. Os resultados
foram separados conforme o número de pavimentos (6, 8, 10, 12 ou 14 pavimentos), o padrão
da edificação (normal ou alto) e a área total de cada edificação, o que está representado na
tabela 26.
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Considerando-se para o padrão normal o valor de R$ 6.500,00 reais/m2 de área útil, e para o
padrão alto o valor de R$ 8.000,00 reais/m2 de área útil, multiplica-se este valor pela
quantidade de apartamentos por pavimento e o número de pavimentos tipo de cada
edificação, respectivamente ao padrão construtivo, normal ou alto.
Fazendo-se uma verificação dos valores de venda do metro quadrado de área útil, através de
pesquisa no ZAP IMÓVEIS, para a zona sul de Porto Alegre, no bairro Ipanema, chega-se a
valores muito próximos ao indicado pela Roncatto Engenharia.
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Sendo:
Qn = Quantidade total de apartamentos na edificação.
Para o cálculo do lucro utiliza-se o valor total de venda obtido em 9.4 (tabela 27) menos o
valor total da obra obtido em 9.3.4 (tabela 26), seguindo os padrões dos projetos e a
quantidade de pavimentos para cada edificação. Os valores são apresentados na tabela 28,
lucro do empreendimento.
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10 CONCLUSÃO
O objetivo principal deste trabalho, cálculo de chuveiros automáticos para uma garagem de
subsolo em prédio residencial através do cálculo hidráulico, foi atingido plenamente. Como
não existem exigências na legislação quanto a isso, pode-se extrapolar em outros trabalhos
para RISCO ORDINÁRIO I, ampliando o arcabouço teórico para este tipo de situação.
Mesmo que as quantidades de material se modifiquem, e prevendo que houvesse um
acréscimo de 50% no custo da instalação, ainda assim, se ficaria com valores baixos em
relação ao custo total da obra para sua execução.
Sistema de combate a incêndios por chuveiros automáticos: garagem de subsolo em prédio residencial
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Sugere-se uma pesquisa com o Corpo de Bombeiros de Porto Alegre para a verificação da
incidência de incêndios em garagens residenciais. Esta informação pode influenciar empresas
de construção a adotarem os chuveiros automáticos em garagens de subsolo em prédios
residenciais. Em outra pesquisa, podem-se verificar os casos ocorridos e as providências
exigidas pelo Corpo de Bombeiros em relação ao local do sinistro, como laudo de engenheiro
em relação à estrutura, custo de reformas, etc.. Outra sugestão seria aprofundar-se o cálculo
dos custos de construção de uma edificação para se ter um real valor do preço total de uma
edificação, obtendo-se um comparativo em relação ao custo de instalação de chuveiros
automáticos mais próximos da realidade.
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REFERÊNCIAS
_____. NBR10897 – proteção contra incêndio por chuveiro automático. Rio de Janeiro, 2014.
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GLOBO. Globo recria a boate da tragédia de Santa Maria em tamanho natural e explica
o ocorrido. Disponível em:<https://www.youtube.com/watch?v=k2lRDxaI5jY> Acesso em
15 abr. 2017.
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Estabelece normas sobre segurança, prevenção e proteção contra incêndios nas edificações e
áreas de risco de incêndio no Estado do Rio Grande do Sul e dá outras providências. Porto
Alegre, RS, 2014. Disponível em:
<http://www.al.rs.gov.br/legis/M010/M0100099.ASP?Hid_Tipo=TEXTO&HidTodasNormas
=60291&hTexto=&Hid_IDNorma=60291> Acesso em: 04 abr. 2017.
SUETONIO, G. A vida dos doze césares Tradução de Sady Garibaldi. São Paulo. Ediouro,
1966.
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1- Norma 10897
2-Classificação do risco
Risco Leve
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hp21= 1,471682
X= 0,020833
d32= 0,025853 m
25,85284 mm
Adotado dn32 32 mm
di32 35,08 mm
X= 0,020833
d43= 0,03219 m
32,19024 mm
Adotado dn43 32 mm
di43 35,08 mm
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X= 0,020833
dA4= 0,03807 m
38,07046 mm
Adotado dnA4 40 mm
diA4 41,6 mm
X= 0,020833
dBA= 0,03807 m
38,07046 mm
Adotado dnBA 40 mm
diBA 41,6 mm
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X= 0,020833
dCI-B= 0,054665 m
54,6647 mm
Adotado dnCI-B 65 mm
diCIB 62,68 mm
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Adotado dnCI 80 mm
diCI 76 mm
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