0joao Santos
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ESCOLA DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
Bruno Breitsameter
Porto Alegre
julho 2012
BRUNO BREITSAMETER
Porto Alegre
julho 2012
BRUNO BREITSAMETER
Este Trabalho de Diplomação foi julgado adequado como pré-requisito para a obtenção do
título de ENGENHEIRO CIVIL e aprovado em sua forma final pela Professora Orientadora e
pela Coordenadora da disciplina Trabalho de Diplomação Engenharia Civil II (ENG01040) da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
BANCA EXAMINADORA
Agradeço, a Profa. Ana Luiza Raabe Abitante, pela orientação e apoio prestados ao longo
deste trabalho.
Agradeço, a Profa. Carin Maria Schmitt, pelo apoio e dedicação prestados ao longo deste
trabalho.
Agradeço a minha tia, Irene Breitsameter, pelo apoio prestado ao longo deste trabalho e de
todo o curso.
Agradeço aos meus pais, Werner Breitsameter Filho e Carmen Luiza Fernandes Jardim, pelo
apoio, incentivo ao estudo e pela confiança em mim prestada.
Agradeço, também, à minha esposa Camila e meu filho Diogo, pela compreensão e,
sobretudo, companheirismo ao longo do curso.
O sucesso é ir de fracasso em fracasso sem perder
entusiasmo.
Winston Churchill
RESUMO
O revestimento das paredes é uma das etapas mais complexas e de custo significativo na
execução de uma edificação e está ligado diretamente com o aspecto das paredes e conforto
dos usuários. Por isso é de suma importância que se tenha conhecimento das técnicas de
execução, custos e manifestações patológicas dos revestimentos. Este trabalho versa sobre a
comparação, quanto aos materiais, técnicas de execução, custos de material e mão de obra e
ocorrência de manifestações patológicas, entre os sistemas de revestimento interno de paredes
e tetos com pasta de gesso e argamassa do tipo massa única. Através da pesquisa
bibliográfica, foi feita a descrição das características de cada um dos dois tipos de
revestimento e, também, das principais patologias que podem ser encontradas nesses
revestimentos internos. O levantamento foi feito a partir do banco de dados de uma
construtora, do acompanhamento da execução dos revestimentos no canteiro de obras e do
acompanhamento da equipe de assistência técnica da construtora em visitas a apartamentos
com manifestações patológicas. Ao todo foram quatro empreendimentos estudados. A partir
destes levantamentos, foram descritos os custos de material e mão de obra, a produtividade de
execução, as dificuldades na execução, a disponibilidade de materiais, a disponibilidade de
mão de obra, a geração de resíduos e a incidência de manifestações patológicas encontradas
em cada um dos dois tipos de revestimentos estudados.
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 12
2 DIRETRIZES DA PESQUISA .................................................................................. 15
2.1 QUESTÃO DE PESQUISA ....................................................................................... 15
2.2 OBJETIVOS DA PESQUISA .................................................................................... 15
2.2.1 Objetivo principal ................................................................................................. 15
2.2.2 Objetivos secundários ........................................................................................... 15
2.3 PRESSUPOSTO ......................................................................................................... 16
2.4 DELIMITAÇÕES ...................................................................................................... 16
2.5 LIMITAÇÕES ............................................................................................................ 16
2.6 DELINEAMENTO .................................................................................................... 16
2.6.1 Pesquisa bibliográfica ........................................................................................... 18
2.6.2 Descrição das características de acabamento desejáveis ................................... 18
2.6.3 Definição das variáveis do estudo ........................................................................ 18
2.6.4 Criação de planilhas para levantamento dos dados ........................................... 18
2.6.5 Levantamento de dados técnico-econômicos e sobre manifestações 18
patológicas em empreendimentos residenciais ........................................................
2.6.6 Análise e comparação dos resultados .................................................................. 19
2.6.7 Considerações finais .............................................................................................. 19
3 REVESTIMENTO INTERNO DE PAREDES E TETOS ...................................... 20
3.1 REVESTIMENTO COM PASTA DE GESSO ......................................................... 21
3.1.1 Disponibilidade de gesso no mercado .................................................................. 21
3.1.2 Aspectos relacionados ao projeto e execução de revestimento com pasta de 22
gesso ............................................................................................................................
3.1.3 Produtividade de execução do revestimento com pasta de gesso ...................... 27
3.1.4 Manifestações patológicas no revestimento com pasta de gesso ....................... 28
3.1.5 Geração de resíduos do revestimento com pasta de gesso ................................. 29
3.2 REVESTIMENTO COM ARGAMASSA DO TIPO MASSA ÚNICA .................... 30
3.2.1 Propriedades das argamassas de revestimento .................................................. 30
3.2.2 Disponibilidade de argamassa industrializada no mercado .............................. 33
3.2.3 Técnicas de execução do revestimento com argamassa ..................................... 33
3.2.4 Produtividade de execução do revestimento com argamassa industrializada . 37
3.2.5 Manifestações patológicas no revestimento com argamassa ............................. 38
3.3 CUSTOS DE MATERIAL E MÃO DE OBRA ........................................................ 40
4 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA .................................................................... 42
5 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ..................................... 46
5.1 CARACTERIZAÇÃO DOS EMPREENDIMENTOS .............................................. 46
5.2 CUSTOS DE MATERIAL E MÃO DE OBRA DE ACORDO COM O TIPO DE 48
REVESTIMENTO INTERNO DAS PAREDES ........................................................
5.2.1 Argamassa do tipo massa única ........................................................................... 48
5.2.2 Pasta de gesso ......................................................................................................... 49
5.3 PRODUTIVIDADE DE EXECUÇÃO DE ACORDO COM O TIPO DE 50
REVESTIMENTO INTERNO DAS PAREDES ........................................................
5.3.1 Argamassa do tipo massa única ........................................................................... 50
5.3.2 Pasta de gesso ......................................................................................................... 51
5.4 DIFICULDADES NA EXECUÇÃO DE ACORDO COM O TIPO DE 52
REVESTIMENTO INTERNO DAS PAREDES ........................................................
5.4.1 Argamassa do tipo massa única ........................................................................... 53
5.4.2 Pasta de gesso ......................................................................................................... 55
5.5 DISPONIBILIDADE DE MATERIAIS DE ACORDO COM O TIPO DE 58
REVESTIMENTO INTERNO DAS PAREDES ........................................................
5.5.1 Argamassa do tipo massa única ........................................................................... 58
5.5.2 Pasta de gesso ......................................................................................................... 58
5.6 DISPONIBILIDADE DE MÃO DE OBRA DE ACORDO COM O TIPO DE 59
REVESTIMENTO INTERNO DAS PAREDES ........................................................
5.6.1 Argamassa do tipo massa única ........................................................................... 59
5.6.2 Pasta de gesso ......................................................................................................... 60
5.7 GERAÇÃO DE RESÍDUOS DE ACORDO COM O TIPO DE REVESTIMENTO 62
INTERNO DAS PAREDES ........................................................................................
5.7.1 Argamassa do tipo massa única ........................................................................... 62
5.7.2 Pasta de gesso ......................................................................................................... 63
5.8 INCIDÊNCIA DE MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS DE ACORDO COM O 64
TIPO DE REVESTIMENTO INTERNO DAS PAREDES ........................................
5.8.1 Análise geral ........................................................................................................... 64
5.8.2 Argamassa do tipo massa única ........................................................................... 65
5.8.3 Pasta de gesso ......................................................................................................... 66
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 71
REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 74
12
1 INTRODUÇÃO
A pasta de gesso para revestimento interno, vem sendo utilizada devido a sua facilidade e
rapidez na execução e bom acabamento das superfícies. Pode dispensar ou reduzir a aplicação
de massa corrida, já que possui superfície lisa e cor branca, de acordo com a figura 1
(TEBALDI et al., 2009, p. [2]). Outra vantagem da utilização da pasta de gesso é o fato de ser
uma alternativa ao uso de argamassas de revestimento à base de cimento, insumo que,
dependendo da época, as construtoras têm dificuldades de encontrar no mercado e que tem
sofrido constante aumento de preço.
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No entanto, a pasta de gesso possui uma técnica de aplicação diferenciada e um curto período
em que apresenta a consistência certa para aplicação, denominado tempo útil de trabalho. Isso
obriga as construtoras a procurarem por profissionais especialistas na aplicação e execução
desse revestimento. Pileggi1 et al. (2006 apud TEBALDI et al., 2009, p. [2]) salientam que
esse curto período no qual a consistência é adequada para aplicação resulta na geração de um
grande desperdício de material e formação de entulho, conforme pode-se ver na figura 2.
Com base nisto, este trabalho de diplomação propõe uma pesquisa levantando vantagens e
desvantagens da utilização da pasta de gesso nos revestimentos internos de paredes e tetos, em
comparação com a utilização de revestimento de argamassa do tipo massa única.
Nos capítulos seguintes serão demonstrados a apresentação e discussão dos resultados, com as
análises feitas a partir dos levantamentos, e por fim as considerações finais.
1
PILEGGI, R. G.; AGOPYAN, A. K.; CARBONE, C.; JOHN, V. M. Caracterização Reológica de
Revestimentos à Base de Gesso por Squeeze-flow. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA E
CIÊNCIA DOS MATERIAIS, 17., 2006, Foz do Iguaçu. Anais... Foz do Iguaçu: CBECIMat, 2006. Não
paginado.
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Revestimento interno de paredes e tetos: estudo comparativo dos sistemas pasta de gesso e argamassa do tipo
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2 DIRETRIZES DA PESQUISA
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b) produtividade de execução;
c) dificuldades na execução;
d) disponibilidade de materiais na cidade de Porto Alegre;
e) disponibilidade de mão de obra;
f) geração de resíduos;
g) incidência de manifestações patológicas.
2.3 PRESSUPOSTO
2.4 DELIMITAÇÕES
2.5 LIMITAÇÕES
2.6 DELINEAMENTO
O trabalho foi desenvolvido através das etapas apresentadas a seguir, que estão representadas
na figura 3:
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a) pesquisa bibliográfica;
b) descrição das características de acabamento desejáveis de cada sistema de
revestimentos;
c) definição das variáveis do estudo;
d) criação de planilhas para levantamento dos dados;
e) levantamento de dados técnico-econômicos e sobre manifestações patológicas
em empreendimentos residenciais;
f) análise e comparação dos resultados;
g) considerações finais.
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Após ter sido definido o tema do trabalho, foi feita a pesquisa bibliográfica, fazendo consultas
em livros, revistas técnicas, normas técnicas, boletins técnicos e outros materiais que tenham
relação com o tema do trabalho. Salienta-se que tal etapa foi executada com maior intensidade
no início do trabalho de pesquisa, mas continuou ao longo de toda a sua execução, com a
finalidade de fornecer subsídios para todas as etapas.
Após a definição das variáveis do estudo, foram criadas planilhas para levantamento dos
dados técnico-econômicos e patológicos nos empreendimentos residenciais.
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b) isolamento térmico;
c) isolamento acústico;
d) estanqueidade;
h) regularização da superfície;
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reboco, os aglomerantes inorgânicos utilizados são a cal e o cimento. A seguir, serão descritos
esses revestimentos.
Nos últimos anos, a aplicação do gesso na construção civil cresceu muito, mas mesmo assim,
o gesso é o aglomerante menos usado no País, talvez pelo fato de sua utilização não ter
tradição na construção civil brasileira. Pode-se citar algumas características e propriedades
que justificam sua utilização: endurecimento rápido, proteção contra o fogo em estruturas
metálicas, plasticidade da pasta e superfície lisa (JOHN; CINCOTTO, 2007, p. 727).
A seguir, serão tratados os seguintes temas a respeito do revestimento com pasta de gesso:
O gesso possui duas formas de produção: a partir da matéria prima natural, o mineral gipsita,
ou de sulfatos de cálcio, vindos de resíduos industriais, que são originados na produção de
fertilizantes, ácido fluorídrico e na remoção de enxofre de gases de combustão. Esta última
forma de produção não tem grande importância no Brasil. A produção de gesso, em sua
maioria, é feita a partir de matérias primas naturais, através das seguintes etapas: extração do
minério, britagem, moagem grossa, estocagem, homogeneização, secagem, calcinação,
moagem fina e ensilagem (JOHN; CINCOTTO, 2007, p. 731).
No Brasil, pode-se afirmar que não falta gipsita, pois as reservas brasileiras são muito grandes
e estão entre as maiores do mundo. Caso ocorra um aumento da demanda por gesso na
construção civil, os produtores conseguem suprir de forma rápida. Praticamente todo o gesso
produzido no País é fabricado próximo às suas jazidas, que estão localizadas nas regiões
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Revestimento interno de paredes e tetos: estudo comparativo dos sistemas pasta de gesso e argamassa do tipo
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Segundo Sotero (2010), a região do Araripe, em Pernambuco, possui 18% das reservas de
gesso nacionais, onde é produzido 95% do gesso do País. Nos últimos anos o setor cresceu e
em 2009, o polo do Araripe cresceu 15%. Com a implantação da Ferrovia Transnordestina, o
Polo Gesseiro do Sertão de Pernambuco terá o escoamento da produção facilitado. A ferrovia
irá transportar 1,5 milhão de toneladas do produto, possibilitando a criação de estoques nos
mercados consumidores do País.
Dias e Cincotto (1995, p. 6) afirmam que “O revestimento à base de gesso pode ser
empregado na forma de pasta ou argamassa, aplicado manual ou mecanicamente.”. O preparo
da pasta de gesso é função da reologia adequada para a aplicação sobre a base e do tempo útil.
Com relação aos tipos de substratos, adequados ao recebimento de pasta de gesso, pode-se
revestir as bases formadas pelos seguintes materiais encontrados no mercado da construção
civil (DIAS; CINCOTTO, 1995, p. 10):
b) blocos de concreto;
d) blocos sílico-calcários;
b) não usar em blocos que tenham absorção de água muito baixa, como blocos
cerâmicos requeimados;
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O preparo da pasta de gesso é função da reologia adequada para a aplicação sobre a base e do
tempo útil requerido para a execução. O tempo útil é o intervalo em que a reologia é mantida
(JOHN; CINCOTTO, 2007, p. 750-752).
Conforme Dias e Cincotto (1995, p. 7-9) são três os tempos relacionados à produção de pasta
de gesso, como segue:
a) tempo de preparo é o tempo gasto para produzir a pasta, onde são computados os
tempos gastos com limpeza da caixa de mistura, com o polvilhamento do pó de
gesso na água e o tempo de espera até que a pasta atinja a trabalhabilidade
requerida para ser aplicada;
b) tempo útil de trabalho é o tempo que o gesseiro tem para aplicação da pasta sobre
a superfície a ser revestida, e é quando o gesseiro manuseia a pasta de gesso na
trabalhabilidade requerida;
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Etapa Descrição
O pó é colocado na água de forma a preencher toda a masseira por
Polvilhamento igual. A quantidade de pó utilizada é a necessária para que toda, ou
quase toda, a água da superfície seja absorvida pelo pó.
Segue-se um período de repouso que corresponde ao período de
Espera I
dissolução do hemidrato.
Em seguida, parte da pasta é misturada, ficando o restante em repouso
Mistura I
na masseira.
Mais uma vez, um intervalo é observado até que a pasta possa ser
Espera II
utilizada. O intervalo equivale ao período de indução.
Quando adquire a consistência adequada para a aplicação,
determinada empiricamente, a fração de pasta que foi misturada pelo
Aplicação I gesseiro passa a ser utilizada. Nesse instante, tem inicio o tempo útil
que acontece no final do período de indução e pouco antes do início da
pega determinado por calorimetria.
Com o final da utilização da fração previamente misturada, o gesseiro
segue usando a segunda parte que estava em repouso. Dificilmente é
necessário misturar-se a segunda fração, pois o tempo necessário para
a completa utilização da primeira é suficiente para que a segunda
Aplicação II fração adquira a consistência mínima adequada à aplicação. Assim, o
gesseiro passa a utilizar a segunda metade sem que haja necessidade
da interrupção da atividade. Durante as etapas de aplicação I e II, a
pasta continua reagindo com a água, alterando continuamente a sua
reologia.
Quando a pasta ultrapassa a consistência máxima adequada para sua
aplicação, ela pode ser utilizada para dar o acabamento final. A adição
Fim do tempo de água à pasta altera a sua consistência, possibilitando o seu retorno à
útil consistência adequada, mas com aumento de porosidade e perda de
resistência. Nesse momento, a pasta se encontra na terceira etapa, ou
seja, final da reação de hidratação por dissolução.
Logo após essa fase, o gesso se hidrata quase completamente, não se
prestando mais para o serviço. Essa fase é conhecida na pratica como
Fim da utilização
morte do gesso, pois, mesmo que mais água seja adicionada à pasta
(morte)
para prolongar sua utilização, não existe mais aderência entre a última
camada e o revestimento já aplicado. O gesso restante é resíduo.
(fonte: JOHN; CINCOTTO, 2007, p. 751)
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a) desempenadeira de PVC;
b) desempenadeira de aço;
c) espátula;
d) régua de alumínio;
e) cantoneira de alumínio;
f) martelo;
g) marreta de 1 kg;
h) talhadeira;
A aplicação da pasta de gesso é semelhante tanto em paredes quanto em tetos, mas nas lajes
as superfícies requerem chapisco, que serve como ponte de aderência e melhora a condição de
ancoragem e a fixação do revestimento. O tipo de chapisco indicado para esse uso é o rolado,
preparado com argamassa industrializada para chapisco. A aplicação do revestimento deve
começar pelo teto, depois deve-se completar a metade superior das paredes com apoio de
andaimes ou plataformas. Então, os andaimes são removidos e a metade inferior da parede é
revestida (QUINALIA, 2005, p. 38).
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Revestimento interno de paredes e tetos: estudo comparativo dos sistemas pasta de gesso e argamassa do tipo
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d) misturar bem, fazendo o polvilhamento, até que fique uma pasta bem homogênea;
f) na metade superior das paredes, a aplicação com a desempenadeira deve ser feita
de baixo para cima;
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Maeda e Souza (2003, p. 2) indicam que “[...] o conceito de produtividade não abrange
somente a agilidade com que o processo de produção está sendo realizado, mas a maneira
eficiente com que se produz determinado produto ou serviço [...]”. Um sistema de produção, é
a transformação de recursos em produtos, como por exemplo: homens/hora em metros
quadrados de parede revestida com pasta de gesso, ou quilos de pó de gesso em metros
cúbicos de pasta de gesso aplicada. Neste contexto, esses autores ainda salientam que “[...] a
produtividade de mão de obra costuma ser expressa por indicadores que orientam a tomada de
decisão de cada responsável pelo processo, nesses vários níveis hierárquicos.”.
Outra vantagem do revestimento interno com pasta de gesso é o fato de que a produção
acontece no ambiente que será revestido. Apenas os sacos de gesso são transportados até o
local de aplicação do revestimento. Desta forma não utiliza o transporte horizontal e vertical
da obra com grande intensidade, facilitando o transporte de outros materiais e insumos que
precisam utilizar esses meios de transporte (DIAS; CINCOTTO, 1995, p. 9).
Quinalia (2005, p. 36) concorda afirmando que o revestimento em pasta de gesso é rápido e
possui fácil aplicação, podendo proporcionar às construtoras muitas vantagens, mas adverte,
para isso, que o revestimento deve ser bem planejado e executado.
Nas alvenarias este tipo de revestimento deve ser aplicado diretamente sobre a base,
evitando assim camadas de regularização, como é comum no sistema de
revestimento convencional. No acabamento decorativo, elimina a massa corrida,
resultando, em geral, em uma redução no tempo de execução dos serviços em torno
de 50%. O revestimento em gesso diminui a carga da parede, aliviando assim as
fundações, além de não sobrecarregar os meios de transporte horizontal e vertical da
obra. Com características de não combustão e termoisolantes, proporciona qualidade
quase que absoluta. Também é importante registrar a facilidade de controle de
execução dos serviços, gerando maior racionalização em obra.
Um dos maiores problemas do gesso é a sua grande sensibilidade quando em contato com a
umidade (JOHN; CINCOTTO, 2007, p. 750). De acordo com Dias e Cincotto (1995, p. 8) e
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Quinalia (2005, p. 36), pelo fato do gesso ser altamente solúvel em água, a pasta de gesso é
indicada para ser aplicada como revestimento em ambientes secos, como áreas internas, salas,
quartos e circulações.
Segundo Dias e Cincotto (1995, p. 14), manchas, fissuras e descolamentos foram descritos
pelos pesquisadores como as maiores manifestações patológicas e de maior incidência nas
edificações revestidas com pasta de gesso. Como não foram encontrados problemas ligados
diretamente com a pasta de gesso, provavelmente, essas manifestações patológicas são
causadas pela falta de tratamento da base.
Quinalia (2005, p. 36) cita uma característica positiva que se deve levar em consideração “As
pastas de gesso, executadas com gesso de pega mais rápida, apresentam elevada finura e alta
resistência, em razão da superfície específica, disponível para hidratação.”. Cita, também, as
variáveis que em excesso afetam a resistência da pasta de gesso:
a) temperatura;
c) finura;
e) presença de impurezas;
Segundo Quinalia (2005, p. 38), pode-se dizer que “[...] a espessura de cada camada do
revestimento com pasta de gesso nunca pode ultrapassar cinco milímetros [...]”. E cita as
manifestações patológicas mais comuns causadas pelo excesso de espessura e falta de junta:
Outro grande problema da utilização da pasta de gesso é a sua grande produção de resíduos
durante a execução do revestimento. O tempo de pega, de quase todas as marcas de gesso
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Revestimento interno de paredes e tetos: estudo comparativo dos sistemas pasta de gesso e argamassa do tipo
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produzidas e vendidas no Brasil, é muito variável e curto. Então, juntando a falta de critérios
para definir a relação água/gesso, a falta de cuidados no recebimento e estocagem dos sacos
de gesso, com o tempo de pega curto e variável do gesso, faz com que esse tipo de
revestimento apresente um grande desperdício (JOHN; CINCOTTO, 2007, p. 750-752).
De acordo com Carasek (2007, p. 870), “Argamassa de revestimento é utilizada para revestir
paredes, muros e tetos, os quais, geralmente, recebem como acabamento a pintura.”. Dentre as
argamassas de revestimento, a utilização da argamassa industrializada tem crescido muito,
segundo Maciel et al. (1998, p. 16). Os autores justificam esse crescimento, que vem desde
1998, dada a vantagem de poder ser produzida no próprio pavimento onde o revestimento está
sendo executado, não ocupando, de forma intensa, os meios de transporte vertical e horizontal
no canteiro de obras.
Segundo Carasek (2007, p. 871), são propriedades essenciais das argamassas de revestimento:
a) consistência (trabalhabilidade);
c) plasticidade (trabalhabilidade);
d) retração;
e) aderência;
f) permeabilidade à água;
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Segundo Maciel et al. (1998, p. 2), a argamassa possui diferentes propriedades no estado
fresco e no estado endurecido. As propriedades da argamassa no estado fresco, que
influenciam na produtividade, são:
b) trabalhabilidade;
c) retenção de água;
d) aderência inicial;
e) retração na secagem.
a) aderência;
c) resistência mecânica;
d) resistência ao desgaste;
e) durabilidade.
Carasek (2007, p. 871) afirma que “A trabalhabilidade é a propriedade que garantirá não só
condições de execução, como também o adequado desempenho do revestimento em serviço.
Deve-se ajustar a trabalhabilidade da argamassa à sua forma de aplicação em obra.”. Maciel et
al. (1998, p. 3) indicam que pode-se melhorar a trabalhabilidade da argamassa adicionado cal
ou aditivos incorporadores de ar e informa que a argamassa é considerada trabalhável quando:
b) mantém-se coesa ao ser transportada, mas não adere à colher ao ser lançada;
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De acordo com Maciel et al. (1998, p. 16), são alternativas para o fornecimento de argamassa:
“[...] industrializada fornecida em sacos e até fornecida em silos [...]”. Cada tipo de
fornecimento de argamassa influencia:
b) no seu sequênciamento;
a) preparação da base;
c) aplicação da argamassa;
Maciel et al. (1998, p. 10) afirmam que “As bases de aplicação dos revestimentos de
argamassa, em um edifício convencional, são a estrutura de concreto armado e a alvenaria de
vedação.”. Segundo Maciel et al. (1998, p. 10), as alvenarias são formadas por blocos e tijolos
de diversos tipos, como por exemplo:
a) cerâmico;
b) de concreto;
c) de concreto celular;
d) sílico-calcário.
a) absorção de água;
b) porosidade;
c) resistência mecânica;
d) movimentação higroscópica;
e) rugosidade;
f) homogeneidade.
Maciel et al. (1998, p. 28) citam que são equipamentos e ferramentas normalmente utilizados
na execução do revestimento de argamassa:
a) colher de pedreiro;
b) linha de pedreiro;
c) prumo;
d) broxa;
e) régua de alumínio;
f) desempenadeira;
g) nível;
i) gabarito de junta;
j) frisador.
Segundo Araújo e Tristão (1995, p. 339), uma equipe para execução de revestimento em
argamassa é formada por dois operários, um pedreiro e um servente e utilizam os
equipamentos citados acima.
Maciel et al. (1998, p. 29-30) afirmam que é primordial que as bases de aplicação estejam
preparadas, ou seja, adequadas para receber o revestimento. Citam as atividades necessárias
para isso:
d) preenchimento de furos;
e) chapiscamento da base.
Araújo e Tristão (1995, p. 339-340), confirmam afirmando que antes de se iniciar a execução
de um revestimento com argamassa, a base na qual será aplicado este revestimento deve ser
preparada, para isso deve-se agir da seguinte forma:
a) retirar da base todo o material pulverulento que está impregnado e que prejudicará
na aderência da argamassa;
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Revestimento interno de paredes e tetos: estudo comparativo dos sistemas pasta de gesso e argamassa do tipo
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Conforme Maciel et al. (1998, p. 31), “Antes de iniciar o revestimento da base, devem ser
criadas as referências para a definição do plano a ser obtido, que deve apresentar angularidade
prevista no projeto, em relação aos revestimentos contíguos de parede, teto e piso.”. Sobre a
aplicação da argamassa, Maciel et al. (1998, p. 33) indicam que:
a) deve ser feita por projeção enérgica do material sobre a base, de forma manual ou
mecânica, logo após a execução das mestras;
c) depois de aplicada a argamassa deve ser feita uma compressão com a colher de
pedreiro, eliminando os espaços vazios e alisando a superfície;
d) Após o enrijecimento das guias ou mestras que permita o apoio da régua para a
operação de sarrafeamento, aplica-se a argamassa, lançando-a sobre a superfície
a ser revestida, com auxílio da colher de pedreiro ou através de processo
mecânico, até preencher a área desejada. Nesta mesma operação devem ser
retiradas as taliscas e preenchidos os vazios.
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Em relação ao acabamento superficial das camadas de argamassa, Maciel et al. (1998, p. 33-
34) descrevem que:
Araújo e Tristão (1995, p. 341), afirmam que a produtividade é uma das vantagens deste
revestimento, e informam que uma equipe formada por dois operários possui uma
produtividade média de 8,32 metros quadrados de revestimento por hora de trabalho manual.
Além disso, segundo Ribas e Carvalho (2007, p. [6]), o fato de a argamassa industrializada ser
entregue em sacos faz com que a descarga do material possa ser feita de forma manual, ou
caso forem entregues em paletes, com o uso de empilhadeira ou grua. Já Maciel et al. (1998,
p. 16-18) afirmam que:
De acordo com Maciel et al. (1998, p. 19), a argamassa industrializada possui alguns aspectos
positivos, relativos à produção e à organização do canteiro, como por exemplo:
a) central de produção, caso não seja produzida nos próprios pavimentos do edifício;
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Maciel et al. (1998, p. 35) afirmam que as patologias mais frequentes nos revestimentos de
argamassa são:
As trincas no revestimento, de acordo com Maciel et al. (1998, p. 35), são os problemas mais
importantes em uma edificação, pois podem:
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De acordo com Maciel et al. (1998, p. 10), são fatores prejudiciais à durabilidade do
revestimento:
a) a fissuração do revestimento;
b) a espessura excessiva;
c) a proliferação de microorganismos;
e) a falta de manutenção.
Ribas e Carvalho (2007, p. [8]), informam que o metro quadrado do revestimento elaborado
com argamassa industrializada ensacada custava na época R$ 20,87, sem considerar os
ganhos com a logística do canteiro de obras.
Segundo Tebaldi et al. (2009, p. [5-6]), “A produtividade é obtida pela média ponderada entre
a área revestida e a mão de obra necessária para a execução do serviço. Contabilizando o
tempo utilizado em cada método, para determinar a produção por metro quadrado por homem
hora.”. A produtividade dos métodos é mostrada na tabela 2. Na tabela 3 são mostrados os
custos, na data, dos materiais utilizados em cada método de revestimento.
De acordo com os autores, pode-se notar que o revestimento com pasta de gesso possui um
custo de mão de obra mais alto que o da argamassa. No entanto o gesso utiliza menor
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4 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA
Figura 5 – Empreendimento J1
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Figura 6 – Empreendimento J2
Figura 7 – Empreendimento F1
Figura 8 – Empreendimento F2
Para obter dados referentes a custos de execução e disponibilidade de mão de obra nos
empreendimentos J1 e J2, utilizou-se o banco de dados da construtora. Esses dados foram
obtidos em projetos, contratos de material e mão de obra e na documentação dos funcionários
dos empreiteiros, onde a totalidade dos dados foi coletada.
Cabe salientar, que se utilizou argamassa industrializada do tipo massa única, como
revestimento interno das paredes dos pavimentos térreo, cozinhas e banheiros de todos os
pavimentos. Nos outros pavimentos e peças, utilizou-se a pasta de gesso como revestimento
interno das paredes. Essa escolha, é justificada pela construtora, devida à solubilidade do
material gesso quando em contato com a água. E como, os pavimentos térreos, banheiros e
cozinhas são mais sujeitos a umidade e infiltrações, nesses locais, não utilizou-se a pasta de
gesso para revestimento interno das paredes.
Além disso, descreve-se, nesta pesquisa, as características dos empreendimentos como: o tipo
de alvenaria utilizada, número de pavimentos, número de apartamentos, número de torres,
metragem quadrada de parede, entre outras características pertinentes.
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A tabela 5 caracteriza o tipo de revestimento interno das paredes, o número de torres, andares
e apartamentos para cada empreendimento.
Tipo de
revestimento N° de N° de
Empreendimento N° de torres
interno das andares apartamentos
paredes
J1 8 5 160
argamassa com
J2 pintura PVA + 13 5 260
pasta de gesso com
pintura PVA
F1 11 5 220
F2 11 5 220
J1, onde 60,3% de seu revestimento interno de paredes é com pasta de gesso e 39,7% com
argamassa do tipo massa única, como pode ser visto na tabela 6. Cabe salientar, que esta
proporção foi obtida através de um levantamento feito a partir do projeto arquitetônico de
cada empreendimento. A tabela 6, também contém a área total de revestimento interno de
paredes e a área aproximada de revestimento interno, para cada um dos tipos de revestimento,
com base em valores aproximados através da proporção acima mencionada.
Área das
Porcentagem Área das
Porcentagem Área paredes
de paredes
Base de de total das internas em
revestimento internas em
Empreendimento aplicação do revestimento paredes revestimento
de revestimento
revestimento em pasta de internas de
argamassa de pasta de
gesso (%) (m²) argamassa
(%) gesso (m²)
(m²)
Bloco
cerâmico +
J1 60,3 39,7 19.507,2 11.765,8 7.741,4
chapisco
rolado
Bloco
cerâmico +
J2 60,6 39,4 31.699,2 19.119,4 12.579,8
chapisco
rolado
Bloco
cerâmico +
F1 60,3 39,7 26.822,4 16.177,9 10.644,5
chapisco
rolado
Bloco
cerâmico +
F2 60,3 39,7 26.822,4 16.177,9 10.644,5
chapisco
rolado
Na figura 9, mostra-se a maior utilização da pasta de gesso como revestimento interno das
paredes nos empreendimentos estudados, pois a área de paredes correspondente aos ambientes
secos é maior que a áreas de parede dos ambientes úmidos acrescidos do térreo.
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Revestimento interno de paredes e tetos: estudo comparativo dos sistemas pasta de gesso e argamassa do tipo
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A partir do banco de dados disponível, levantou-se, nos contratos de material e mão de obra,
os custos de material e mão de obra de acordo com o tipo de revestimento interno da parede.
Cabe salientar que esses custos são referentes a execução dos revestimentos internos das
paredes apenas nos empreendimentos J1 e J2.
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72% maior que o custo unitário de mão de obra do empreendimento J1, para a execução deste
revestimento interno, e a área revestida com esse sistema no empreendimento J2 é
aproximadamente 62% maior que a área do J1, diferença de custo justificada, pelo fato do
empreendimento J2 possuir uma mão de obra mais experiente. Verifica-se, também, que o
custo de material é o mesmo nos dois empreendimentos. Isso se justifica, pelo fato dos dois
empreendimentos possuírem o mesmo fornecedor desse material na mesma época.
Custo Custo
Custo
Área das unitário unitário
unitário do
Empreendimento paredes de mão de de
revestimento
internas (m²) obra material
(R$/m²)
(R$/m²) (R$/m²)
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com carteira assinada na função de pedreiro, por mais de dois anos, foi considerado
experiente. A partir desses dados pode-se fazer uma média geral da produtividade de
execução. Verifica-se que o empreendimento J1 possui uma média de produtividade
razoavelmente inferior a do empreendimento J2, na execução desse tipo de revestimento.
Nota-se também, que a porcentagem de profissionais experientes no canteiro de obras do
empreendimento J1 é de 30%, já no empreendimento J2 essa porcentagem é de 60%. Essas
diferenças são justificadas, pelo fato dos empreendimentos possuírem empreiteiros diferentes
para executar esse revestimento. Cabe salientar que a quantidade de profissionais, que
participaram da execução desse revestimento nos dois empreendimentos estudados, pode ser
considerada praticamente a mesma, uma média de 10 profissionais.
Média de
Média de Porcentagem
Porcentagem produtividade
produtividade de Média geral
de de execução
de execução profissionais de
profissionais do
Empreendimento do com pouca produtividade
experientes profissional
profissional experiência de execução
no canteiro com pouca
experiente no canteiro (m²/dia)
de obras (%) experiência
(m²/dia) de obras (%)
(m²/dia)
J1 40 30 25 70 29,5
J2 38 60 28 40 34
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Média de
Média de Porcentagem
Porcentagem produtividade
produtividade de Média geral
de de execução
de execução profissionais de
profissionais do
Empreendimento do com pouca produtividade
experientes profissional
profissional experiência de execução
no canteiro com pouca
experiente no canteiro (m²/dia)
de obras (%) experiência
(m²/dia) de obras (%)
(m²/dia)
J1 50 85 30 15 47
J2 60 90 35 10 57,5
Falta de preparo da base de aplicação, ponte de aderência (chapisco) mal executada, o que gera
7
dificuldade de aderência da argamassa única.
Falta de preparo da base de aplicação, ponte de aderência (chapisco) mal executada, o que gera
9
dificuldade de aderência da argamassa única.
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Número Revestimento
Empreendimento de Defeitos/m² Vãos de Revestimento mal
aptos Caixinha
janela e/ou mal reguado e arrematado
elétrica mal
porta mal mal junto ao piso
requadrada
requadrados desempenado e/ou junto ao
teto
J2 260 0,02 89 63 72 38
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Revestimento interno de paredes e tetos: estudo comparativo dos sistemas pasta de gesso e argamassa do tipo
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nos meses de primavera, quando ocorre grande intensidade de chuvas. E, mais uma vez, se
observou que o prazo de entrega dos empreendimentos, para a construtora, foi mais
importante que a execução do revestimento de forma adequada.
defeitos mais encontrados, nos dois empreendimentos, são vãos de janelas mal requadradas e
revestimento mal arrematado junto ao piso e teto.
Revestimento
Número
Vãos de mal
Empreendimento de Defeitos/m² Caixinha Revestimento
janela e/ou arrematado
aptos. elétrica mal mal
porta mal junto ao piso
requadrada desempenado
requadrados e/ou junto ao
teto
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Revestimento interno de paredes e tetos: estudo comparativo dos sistemas pasta de gesso e argamassa do tipo
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Para o revestimento interno de paredes com argamassa do tipo massa única, a argamassa
utilizada é industrializada caracterizada como múltiplo uso, fornecida em sacos de 50 kg, na
qual basta adicionar água para sua utilização. De acordo com o fabricante, serve para
revestimento de tetos e paredes, em áreas internas e externas, e também, para assentamento de
blocos de alvenaria de vedação. A construtora possui um contrato para cada empreendimento
com o fabricante dessa argamassa, e solicita a quantidade de argamassa necessária através de
pedidos via e-mail, ou através de programação, direto para a fábrica. A argamassa é
transportada em caminhões com 320 sacos de 50 kg ou carretas com 600 sacos de 50 kg. A
fábrica se localiza na cidade de Esteio, e os empreendimentos na zona norte da cidade de
Porto Alegre, então se verificou que a fábrica fica distante 28 km dos empreendimentos. Isto
pode explicar o fato de nunca ter faltado argamassa nos canteiros de obras estudados, de
acordo com os engenheiros responsáveis pelos empreendimentos.
Para o revestimento interno de paredes com pasta de gesso a construtora possui um contrato
único, que envolve tanto o fornecimento de material quanto mão de obra para cada
empreendimento. Quem fornece o principal insumo, o gesso em pó, para execução do
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Através dos dados disponibilizados pela construtora, levantou-se a origem da mão de obra
utilizada na execução de cada sistema de revestimento interno estudado. Cabe salientar, que
esses dados fazem referência apenas aos empreendimentos J1 e J2.
J1 7 8 7 8 0 0
J2 11 13 6 6 5 7
Total de operários 39 27 12
A figura 12 torna clara a maior utilização de mão de obra local na execução deste sistema de
revestimento nos empreendimentos J1 e J2, onde se observa que 69% da mão de obra provém
do Rio Grande do Sul.
execução do revestimento interno com pasta de gesso provém de outros estados e são
profissionais mais experientes. É notável, também, a pequena quantidade de serventes
necessários para execução deste sistema de revestimento. A figura 13 evidencia a maior
utilização de mão de obra proveniente de outros estados na execução do revestimento com
pasta de gesso, verificando-se que corresponde a 83% da mão de obra total para executar esse
revestimento nos dois empreendimentos estudados.
Número de
operários que Mão de obra Mão de obra
trabalharam na proveniente do Rio proveniente de
Empreendimento execução do Grande do Sul outros estados
revestimento
J1 12 3 1 2 11 1
J2 16 4 1 2 15 2
Total de operários 35 6 29
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Revestimento interno de paredes e tetos: estudo comparativo dos sistemas pasta de gesso e argamassa do tipo
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O resíduo que é gerado durante a execução dos revestimentos é removido dos apartamentos
para as caçambas de entulho com carrinhos de mão. E, através do levantamento da quantidade
de carrinhos de mão cheios de resíduos de revestimento retirados por torre revestida
internamente, chega-se a estimativa do volume de resíduo de revestimento por torre. Esse
volume de resíduo é divido pela metragem quadrada de parede revestida e assim tem-se o
volume de resíduo gerado de acordo com o tipo de revestimento interno das paredes. Cabe
salientar que esses volumes de resíduos foram quantificados apenas nos empreendimentos J1
e J2. Nesses empreendimentos, os carrinhos de mão utilizados, para o transporte dos resíduos
até as caçambas de entulho, possuem uma capacidade média de 0,12 m³, e as caçambas de
entulho possuem uma capacidade média de 4,0 m³.
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Revestimento interno de paredes e tetos: estudo comparativo dos sistemas pasta de gesso e argamassa do tipo
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Outro modo de analisar esta questão é considerando a área equivalente a uma manifestação
patológica. Desse ponto de vista, resulta que para cada 10.644,5 m2 de parede executada com
revestimento interno de argamassa do tipo massa única, há o registro de uma patologia. Já no
revestimento interno com pasta de gesso houve um registro de uma patologia para cada 371,9
m2 de parede executada. Considerando-se o número de ocorrências de cada tipo de
revestimento, na proporção que cada um ocupa em termos de área de parede, resulta que 2,2%
das incidências patológicas ocorreram no revestimento interno com argamassa do tipo massa
única e 97,7% no revestimento interno com pasta de gesso. Com base nas análises feitas,
pode-se concluir que a maior incidência de patologias ocorreu no revestimento com pasta de
gesso.
Argamassa
do tipo massa 2 21.288,9 0,01 2,2 10.644,5
única
Pasta de
87 32.355,8 0,27 97,7 371,9
gesso
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Manifestações Porcentagem de Nº de
Causa provável Correção
patológicas ocorrência (%) ocorrências
Falta de
Remoção do revestimento nos
tratamento e
pontos com oxidação,
Pontos de oxidação remoção de
12,6 11 remoção de arames e
no revestimento arames metálicos
tratamento da base com
da base de
produtos anticorrosivos.
aplicação
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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A análise dos dados mostrou que o custo unitário de mão de obra (R$/m²) do revestimento
interno com argamassa do tipo massa única no empreendimento J2 é maior que no
empreendimento J1. Isto, talvez, se justifique pelo fato do empreendimento J2 possuir um
número maior de profissionais experientes. E o custo de material é o mesmo nos dois
empreendimentos, para execução desse revestimento. O que é justificado, pelo fato dos dois
empreendimentos possuírem o mesmo fornecedor desse material na mesma época. Já os
custos unitários de material (R$/m²) e de mão de obra (R$/m²) para execução do revestimento
interno com pasta de gesso nos empreendimentos J1 e J2 são os mesmos. Esse fato pode ser
explicado, pois os dois empreendimentos em questão possuem os mesmos empreiteiros,
contratados para fornecer material e mão de obra para execução do revestimento com pasta de
gesso e as bases a serem revestidas possuem as mesmas características. Comparando os custos
unitários médios de material e mão de obra (R$/m²) dos revestimentos internos de paredes
estudados, pode-se verificar que o custo médio para executar 1 metro quadrado do
revestimento com pasta de gesso é R$ 13,00 e o custo para executar 1 metro quadrado de
revestimento com argamassa do tipo massa única é R$ 22,37, ou seja, o custo para executar o
revestimento com argamassa do tipo massa única é maior. Neste custo não está contabilizado
o custo para remoção dos resíduos, pois não era o objetivo principal desse trabalho.
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Revestimento interno de paredes e tetos: estudo comparativo dos sistemas pasta de gesso e argamassa do tipo
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A pesquisa mostrou que as dificuldades apontadas pelos profissionais são quase sempre as
mesmas. No revestimento com argamassa do tipo massa única não são encontradas
propriamente no sistema de revestimento e sim na base de aplicação e nas condições de
trabalho, como por exemplo, a falta de luminosidade nos ambientes durante a execução do
revestimento, dificuldade mais citada pelos pedreiros. Já na execução do revestimento com
pasta de gesso, são, em sua maioria, causadas por problemas na base de aplicação do
revestimento e por características do material gesso, como por exemplo, o tempo de trabalho
muito curto e variável conforme a marca de gesso em pó utilizada.
Para a execução do revestimento com argamassa do tipo massa única observou-se que 69% da
mão de obra utilizada é proveniente do Rio Grande do Sul, estado onde os empreendimentos
se localizam. E pode-se dizer que essa técnica envolve quase a mesma quantidade de
serventes em relação aos pedreiros, ou seja, 1:1. No entanto, a mão de obra para a execução
do revestimento com pasta de gesso provém, em sua maioria, de outros estados.
No revestimento com pasta de gesso é evidenciado o grande volume de resíduo gerado por
torre revestida, se comparado com o revestimento com argamassa do tipo massa única. Um
total de até 16,8 m³ de resíduo de gesso contra 2,9 m³ de resíduo de argamassa, por torre
revestida. Este grande volume de resíduo de gesso, pode ser justificado pelo tempo de
trabalho da pasta de gesso muito curto e variável da marca de gesso em pó utilizada, conforme
foi previsto no item 3.1.5.
Este trabalho atingiu seu objetivo principal da comparação das vantagens e desvantagens dos
sistemas de revestimento interno de paredes e tetos com pasta de gesso e argamassa do tipo
massa única, quanto aos materiais, técnicas de execução, custos e ocorrência de manifestações
patológicas. E evidencia que o revestimento com pasta de gesso possui menor custo de
execução por metro quadrado, mas produz um grande volume de resíduos, maior ocorrência
de manifestações patológicas e possui uma menor disponibilidade de materiais e mão de obra,
na região onde se situam os empreendimentos estudados, se comparado com o revestimento
com argamassa do tipo massa única. Os levantamentos foram executados em
empreendimentos de uma construtora de Porto Alegre, e os resultados podem ter sido
próximos à realidade da construtora, e, portanto, podem ser utilizados para fins de estudo na
comparação de custos de revestimentos internos de paredes ou, até mesmo, um estudo das
possíveis causas das manifestações patológicas encontradas.
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REFERÊNCIAS
_____. NBR 13.867: revestimento interno de paredes e tetos com pasta de gesso – materiais,
preparo, aplicação e acabamento. Rio de Janeiro, 1997.
DELLA PENNA, C. Argamassa Industrializada. Construção & Negócios, São Paulo, n. 38,
c2012. Não paginado. Disponível em:
<http://www.revistaconstrucaoenegocios.com.br/materias.php?FhIdMateria=1270>. Acesso
em: 11 mar. 2012.
GEROLLA, G. Gesso: acabamento projetado. Revista Téchne, São Paulo, ano 16, n.131, p.
26-29, fev. 2008.
SOTERO, R. Sertão do Araripe: onde o gesso vale mais que ouro. pe360graus, Recife, não
paginado, 28 jan. 2010. Disponível em:
<http://pe360graus.globo.com/noticias/economia/economia-
nordeste/2010/01/28/NWS,506719,10,632,NOTICIAS,766-SERTAO-ARARIPE-ONDE-
GESSO-VALE-OURO.aspx>. Acesso em: 9 mar. 2012.
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