Aulas 1 e 2 - DI

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Direito Internacional

Aulas 1 e 2
Prof. Emerson Carbinatto
Curso de Direito - Unisal
Direito Internacional Público
- ubi societas, ibi ius - onde há sociedade, há direito.
- necessidade de um sistema jurídico para harmonizar interesses
divergentes objetivando o equilíbrio e a paz social.
- No DIPb (Direito Internacional Público) não existe um Poder
Legislativo.
- Processo de elaboração das normas jurídicas difere dos
mecanismos do Direito Interno.
- Direito Internacional caracteriza-se pelo conjunto de normas que
regulam as diversas relações existentes entre os múltiplos atores
que compõem a sociedade internacional (GUERRA, 2017, p. 77).
Direito Internacional Público
- Pressupostos do DIPb:
- a) pluralidade de Estados Soberanos
- b) comércio internacional
- c) princípios jurídicos coincidentes.

- A ordem jurídica internacional possui vários aspectos que se


assemelham a um sistema jurídico de um Estado-nação, ou seja, é
uma ordem normativa, dotada de sanção e tem a mesma noção
de ato ilícito.
Direito Internacional Público
- A norma jurídica surge das fontes de Direito Internacional,
expressas no art. 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça:
- convenções internacionais reconhecidas pelas Estados litigantes;
- costume;
- princípios gerais do direito reconhecidos pelas nações civilizadas.

- importante considerar o aspecto político do DIPb


- o único critério para identificar se é ou não uma norma jurídica
internacional: análise de sua fonte formal.
Direito Internacional Público
Fundamento do Direito Internacional Público

- Teoria voluntarista: fundamento do Direito Internacional está na


vontade dos Estados (Jellinek/Tiepel/Anzilotti).
- Teoria sociológica: Direito Internacional vem do meio social e a
norma social decorre da solidariedade do grupo. As normas
internacionais seriam um produto da solidariedade internacional
(Duguit/Scelle).
- Teoria jusnaturalista: aplicação de uma lei natural aos indivíduos e
aos Estados (Grotius/Pufendorf)
Direito Internacional Público
Protocolo de Kyoto foi marco climático, mas insuficiente
Direito Internacional Público
Relações entre o Direito Interno e o Direito Internacional

- Divergências entre Direito Interno e Direito Internacional - quando


duas ordens jurídicas regulam a matéria de modo diferente.
- a) dualismo (Verdross, Triepel e outros): Direito Internacional e Direito Interno de
cada Estado eram sistemas rigorosamente independentes e distintos. Neste
caso, a norma interna vale independentemente da norma internacional. Para
que isto ocorra, a norma internacional precisa ser incorporada ao ordenamento
interno do Estado por força de uma lei, por exemplo. E, no dualismo, isto não
acontece através da ratificação.
- b) monismo (Kelsen): Direito Internacional e o Direito interno são dois ramos do
Direito dentro de um só sistema jurídico. Divide-se em monismo nacionalista,
monismo internacionalista e monismo internacionalista dialógico.
Direito Internacional Público
Relações entre o Direito Interno e o Direito Internacional

- Tabela comparativa Monismo x Dualismo


- Esquema Monismo
- Esquema Dualismo

- Brasil: estrutura monista ou dualista?


Direito Internacional Público
Relações entre o Direito Interno e o Direito Internacional

- Dificilmente um Estado segue à risca uma das teorias que tentam explicar
essa relação e acaba por criar uma forma específica para construir o diálogo
entre direito interno e internacional.

- Direito internacional está se desenvolvendo num ritmo sem precedentes nas


últimas décadas, e o direito constitucional, perdido seu espaço.

- O direito internacional, até recentemente, abrangia apenas um campo


relativamente restrito, circunscrito às relações internacionais.
Direito Internacional Público
Relações entre o Direito Interno e o Direito Internacional

- Atualmente, o Direito Internacional foi adquirindo contornos cada vez mais


próximos à relação do Estado com o seu nacional ou com o estrangeiro
residente em seu território.

- No período inicial do século XX, o debate era simplificado por conta de haver,
como dito anteriormente, um direito internacional quase totalmente situado
em um campo específico, que não se chocava com o direito nacional.
Direito Internacional Público
Relações entre o Direito Interno e o Direito Internacional

- O avanço do direito internacional fez com que choques normativos se


tornassem cada vez mais comuns, fazendo surgir a necessidade de se
debater tal relacionamento, pois, dificilmente, há área do direito que não seja
regulada por normas internacionais.

- O direito internacional tem como principal característica o consentimento, ou


seja, nenhum país se vincula, em tese, a um tratado se assim não desejar
(Malanczuk, 1998).
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Relações entre o Direito Interno e o Direito Internacional

- O STF definiu, no passado, que o tratado internacional assumia a hierarquia


de lei ordinária federal, sendo válida a regra de que lei posterior revoga lei
anterior. Foi o decidido, na década de 70 do século XX, no Recurso
Extraordinário (RE) n. 80.004. Pelo decidido nesse julgado, é possível que
um tratado deixe de ser aplicado quando colida com uma lei ordinária, que
lhe seja posterior.
Direito Internacional Público
Relações entre o Direito Interno e o Direito Internacional

- Em 2008, o STF deu destaque especial aos tratados de direitos humanos,


alçando-os ao patamar de normas supralegais, ou seja, na posição
intermediária entre a Constituição e as leis federais. De fato, no julgamento
do Recurso Extraordinário 466.343-1- SP, o Min. Gilmar Mendes votou no
sentido de que: “O status normativo supralegal dos tratados internacionais de
direitos humanos subscritos pelo Brasil, dessa forma, torna inaplicável a
legislação infraconstitucional com ele conflitante, seja ela anterior ou
posterior ao ato de ratificação.”
Direito Internacional Público
Relações entre o Direito Interno e o Direito Internacional

- O pleno do STF seguiu a posição do Min. Gilmar Mendes, segundo a qual os


tratados de direitos humanos aprovados pelo rito simples (antes ou depois da
Emenda Constitucional 45, de 08 de dezembro de 2004) possuem hierarquia
supralegal, enquanto que os tratados de direitos humanos aprovados pelo
rito congressual especial, do art. 5º, parágrafo 3º, da CF, teriam hierarquia de
emendas à Constituição.
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Relações entre o Direito Interno e o Direito Internacional

- Atualmente, a posição do STF é a de que o ordenamento jurídico brasileiro é


dualista moderado, pois, apesar de existirem dois ordenamentos, há a
necessidade de incorporação do tratado, que é feita por meio de decreto
presidencial, conforme decidido no Agravo Regimental em Carta Rogatória n.
8.279-4

Esquema histórico Tratados Internacionais


Direito Internacional Público
Relações entre o Direito Interno e o Direito Internacional

- Na visão dualista da Corte suprema, os tratados em geral são equivalentes a


leis federais, enquanto que os tratados de direitos humanos, podem ser
supralegais ou equivalentes a emendas à Constituição, conforme o caso.
Outra exceção é aplicada para os tratados internacionais de direito tributário,
que, por força do art. 98 do Código Tributário Nacional, têm hierarquia
supralegal, havendo sido este dispositivo recepcionado pelo Superior
Tribunal de Justiça (REsp 21989 SP 1992/0010752-4).
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Relações entre o Direito Interno e o Direito Internacional

- Com o avanço das tecnologias, especialmente de comunicações, a soberania


foi profundamente alterada, por conta da interdependência entre os Estados,
o que, “aliada à organização cerrada da sociedade comercial e política
contemporânea em nível internacional”, leva a que todos os atos dos
Estados, mesmo internos, tenham reflexos nas relações internacionais e nas
decisões internas de outros Estados.
Referências bibliográficas
GUERRA, Sidney. Curso de direito internacional público. São Paulo: Saraiva,
2013.

MAZZUOLI, Valério de Oliveira. Curso de direito internacional público. 11. ed.


Rio de Janeiro: Forense, 2018.

VIEIRA, Luciane Klein; VEDOVATO, Luís Renato. A relação entre direito interno e
direito internacional. Compedi Law Review. Disponível em:
<http://portaltutor.com/index.php/conpedireview_old/article/view/200/189>. Acesso
em: 14 mar. 2019.

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