Relatório de Estágio - Essiene

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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO

FARMÁCIA – 3º SEMESTRE
NOME DO ALUNO

ESSIENE FREIRE DE ANDRADE

RELATÓRIO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM


PROGRAMAS ESTRATÉGICOS – FARMÁCIA DA UNIDADE
BÁSICA DE SAÚDE (UBS) CENTRAL DE ITAPURANGA-
GOIÁS

Itapuranga/GO
2023
ESSIENE FREIRE DE ANDRADE

RELATÓRIO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM


PROGRAMAS ESTRATÉGICOS – FARMÁCIA DA UNIDADE
BÁSICA DE SAÚDE (UBS) CENTRAL DE ITAPURANGA-
GOIÁS

Relatório do Estágio Supervisionado em Programas


Estratégicos apresentado como requisito obrigatório para
a obtenção da pontuação necessária na disciplina de
Estágio Supervisionado em Programas Estratégicos.

Orientador: Prof. Dr. João Paulo Manfré dos Santos


Tutora à Distância: Jéssica Vertuan Rufino
Tutora Presencial: Susy do Nascimento Pedrosa
Supervisora de Campo: Leidiane Muniz de Carvalho

Itapuranga/GO
2023
SUMÁRIO

1 APRESENTAÇÃO ............................................................................................... 3
2 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 5
3 ATIVIDADES DO ESTAGIÁRIO .......................................................................... 7
4 ATIVIDADES DO PLANO DE TRABALHO ADAPTADO ................................... 9
5 TERMO DE VALIDAÇÃO DO RELATÓRIO...................................................... 15
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 16
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 18
3

1 APRESENTAÇÃO

O presente relatório tem a finalidade de descrever todas as atividades


desenvolvidas durante o Estágio Supervisionado em Programas Estratégicos do
Curso de Farmácia da Universidade Pitágoras – UNOPAR. O estágio foi realizado na
Unidade Básica de Saúde (UBS) Central do Município de Itapuranga-Goiás, que
está instalada na rua 47, número 875, Centro.
Como se trata de uma farmácia do Sistema Único de Saúde (SUS), do
setor público, foi possível vivenciar na prática como ocorre a Assistência
Farmacêutica (AF). No entanto, além disso foi possível desenvolver um aprendizado
crítico-reflexivo, com base nas observações e nas atividades executadas no
ambiente farmacêutico.
A farmácia da UBS Central possui uma estrutura física dividida em uma
sala de recepção dos pacientes com computador para verificação do cadastro, uma
sala para estocagem dos medicamentos, uma sala para armazenamento dos
medicamentos fracionados, uma sala com o armário dos medicamentos de controle
especial e uma sala para a dispensação dos medicamentos de alto custo. Como a
farmácia está dentro da UBS Central, outras dependências, como copa e banheiros,
ficam em outra parte do prédio.
O estágio apresenta a importância de contribuir para a formação dos
acadêmicos, complementando o processo de aprendizagem, preparando os alunos
para o mercado de trabalho. O Estágio Supervisionado realizado em farmácia
pública é uma etapa muito importante para a formação do farmacêutico, pois, o
mesmo propicia a conexão do conteúdo aprendido na teoria com a prática
profissional. O principal objetivo do estágio é vivenciar a rotina do farmacêutico que
atua no setor público de saúde, observando o trabalho do farmacêutico no exercício
de suas atividades, bem como analisar o seu comportamento ético e profissional e
aprender as técnicas de dispensação de medicamentos e os cuidados ao realizar a
atenção farmacêutica.
O estágio foi realizado do dia 05/06/2023 até o dia 23/06/2023, no horário
de 07h às 13h, totalizando 84 horas trabalhadas. Primeiramente, a farmacêutica
responsável pela farmácia apresentou todas as dependências da instituição e todos
os serviços ali oferecidos, como ocorre a compra e dispensação de medicamentos
básicos ou essenciais, aqueles dos componentes estratégicos e dos medicamentos
4

de alto custo, que são fornecidos pelo Centro Estadual de Medicação de Alto Custo
Juarez Barbosa (CEMAC JB).
A farmacêutica passou orientações sobre a rotina de trabalho e todos os
protocolos que devem ser obedecidos, não apenas na farmácia, mas também em
outros setores da UBS. Nesse sentido, realizei atividades de dispensação de
medicamentos na farmácia básica, mas também fiz acompanhamento do serviço
realizado no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), apenas, através da
observação.
5

2 INTRODUÇÃO

Os estágios supervisionados são de extrema importância, pois, para


formar bons profissionais, com raciocínio crítico e independência intelectual, é
necessária uma relação entre os aspectos teóricos e práticos, integrando o
acadêmico com a realidade profissional. O estágio proporciona a observação e
vivência de como ocorrem os serviços prestados pelo farmacêutico como um todo,
passando por experiências que vão muito além do aprendizado de sala de aula.
No Estágio Supervisionado foi possível aprender bastante sobre o papel
do farmacêutico na promoção, proteção e restauração da saúde individual e coletiva
e observar as responsabilidades e desafios enfrentados no cotidiano profissional nos
Programas Estratégicos do Sistema Único de Saúde.
As farmácias do Sistema Único de Saúde (SUS) do Brasil oferecem uma
gama de serviços para atender às necessidades de saúde da população. Embora
possa haver diferenças nas especificações de cada unidade, os principais serviços
prestados são: dispensação de medicamentos; orientação farmacêutica; vacinação;
distribuição de insumos, como fraldas geriátricas, preservativos, materiais para
curativos, testes rápidos de doenças, entre outros; atenção farmacêutica e
Assistência Farmacêutica.
A Assistência farmacêutica foi definida pelo Conselho Nacional de Saúde
como

um conjunto de ações voltadas à promoção, proteção e recuperação da


saúde, tanto individual como coletiva, tendo o medicamento como insumo
essencial e visando o acesso e seu uso racional. Esse conjunto envolve a
pesquisa, o desenvolvimento e a produção de medicamentos e insumos,
bem como a sua seleção, programação, aquisição, distribuição,
dispensação, garantia da qualidade dos produtos e serviços,
acompanhamento e avaliação de sua utilização, na perspectiva da obtenção
de resultados concretos e da melhoria da qualidade de vida da população
(BRASIL, 2004, p. 21).

É importante ressaltar que durante o estágio, ocorreu uma aprendizagem


muito significativa sobre como ocorre a Assistência Farmacêutica, bem como é
desenvolvido o seu ciclo, que é composto pelas etapas de seleção, programação,
aquisição, distribuição, dispensação, garantia da qualidade e acompanhamento na
utilização dos medicamentos.
No entanto, a principal função das farmácias do SUS é fornecer
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gratuitamente à população, os medicamentos necessários. Os medicamentos


disponíveis variam de acordo com uma lista de medicamentos padronizados pelo
SUS, através da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME), sendo
que o município estabelece a sua própria Relação de Medicamentos Essenciais
(REMUNE), porém, com base na relação nacional.
Os farmacêuticos da Farmácia do SUS dispensam orientações sobre o
uso correto dos medicamentos, dosagens, interações medicamentosas e dúvidas
sobre o tratamento. Também pode fornecer informações sobre prevenção de
doenças, promoção da saúde e cuidados primários.
Além da dispensação de medicamentos, as farmácias do SUS podem
oferecer medicamentos do componente estratégico e especializado da AF. Os
medicamentos do componente estratégico são aqueles relacionados ao tratamento
de controle de endemias e epidemias. Juntamente com o componente
especializado, tais programas podem incluir, por exemplo, distribuição de
medicamentos caros para tratar doenças crônicas como diabetes, HIV/AIDS e
câncer, dentre outras.
Algumas farmácias do SUS também oferecem serviços de vacinação e
vacinam gratuitamente os cidadãos, de acordo com os esquemas nacionais de
vacinação. Isso inclui vacinações para crianças, adolescentes, adultos e idosos, bem
como campanhas sazonais de vacinação, como a vacinação contra influenza e
COVID-19.
Em relação a atenção farmacêutica, a proposta desse serviço é monitorar
a adesão do paciente, fornecer aconselhamento personalizado sobre a medicação,
monitorar a eficácia do medicamento, prevenir erros de medicação e promover a
adesão ao tratamento.
Durante o estágio, foi aprendido sobre a função que o farmacêutico tem
na sociedade, através de ações de orientação e educação, prevenção, tratamento e
controle de doenças em consonância com o perfil socioeconômico das populações
vulneráveis, contempladas em programas estratégicos do SUS.
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3 ATIVIDADES DO ESTAGIÁRIO

No início do estágio, a supervisora de campo e farmacêutica responsável


pela farmácia do SUS, da cidade de Itapuranga explicou a estrutura geral dos
serviços que são oferecidos pela instituição. Ela explicou que a prioridade é garantir
o acesso ao medicamento, bem como orientar quanto ao seu uso racional. A seleção
dos medicamentos dispensados é feita com base nas doenças mais comuns da
população e em critérios epidemiológicos, sociais e econômicos, para garantir o
acesso a medicamentos eficazes e seguros, visando a promoção de uma
farmacoterapia de qualidade.
Além do mais, a farmacêutica explicou como funciona todo o ciclo de
suporte medicamentoso para a população que depende dos serviços públicos de
saúde. A responsável pelo local destacou que a farmácia possui, atualmente, uma
Relação de Medicamentos Essenciais do Município (REMUNE) que contempla mais
de 50 medicamentos, elaborada com base na Relação Nacional de Medicamentos
Essenciais (RENAME).
Dentro das etapas do ciclo da AF, foi apresentado como é feita a
programação para evitar prejuízos por falta de medicamentos e perdas por prazos
de validade. Ressalta-se que a aquisição é uma parte altamente burocrática, sendo
feita por meio de licitação, com a compra de medicamentos básicos, estratégicos e
de alto custo.
O município não possui uma Central de Abastecimento de Medicamentos
(CAF) e os medicamentos são, praticamente, distribuídos na farmácia da UBS
Central, não ocorrendo distribuição para as farmácias das UBS dos bairros, a não
ser alguns medicamentos de emergência.
A dispensação é baseada na apresentação de uma receita e para
medicamentos de longa duração, os pacientes são cadastrados e recebem o
medicamento para tomar durante um mês. No momento da entrega, pude confirmar
que a farmacêutica foi muito educada e cuidadosa com a dispensação do
medicamento, dedicando muita atenção e orientação quanto ao uso do
medicamento. Todas as atividades relatadas acima ocorreram na forma de
observação e a aprendizagem foi acontecendo progressivamente durante o estágio.
Durante o estágio, contei com o apoio da preceptora e supervisora de
campo, que sempre estiveram prontas para esclarecer qualquer dúvida que surgisse
8

durante as atividades. Dentro da carga horária, as atividades foram realizadas de


acordo com a demanda de serviços. A farmácia atende, principalmente, uma
população de baixa renda, com doenças crônicas, fazendo uso contínuo de algum
medicamento, que sofrem com as desigualdades sociais e que dependem,
totalmente, da rede pública de saúde para adquirir os seus medicamentos.
Durante o estágio foi verificado que a farmácia do município dispensa
medicamentos de alta qualidade, dentre os medicamentos da farmácia básica.
Porém, também, são disponibilizados medicamentos utilizados no tratamento de
doenças endêmicas, alguns antibióticos, psicotrópicos de controle especial e
medicamentos de alto custo.
Numa parte do estágio fiquei somente na recepção de pacientes do
Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), onde recebia o paciente e o encaminhava
para a consulta com a psicóloga.
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4 ATIVIDADES DO PLANO DE TRABALHO ADAPTADO

Este tópico é dedicado à resolução de todas as atividades propostas do


Plano de Trabalho Adaptado, para a complementação do Estágio Supervisionado
em Programas Estratégicos.

ATIVIDADE 1 – Contextualizando a catástrofe

Primeiramente, a atividade proposta foi assistir um filme ou série


relacionada a uma pandemia e que fosse escrito um breve roteiro do mesmo. O filme
escolhido foi Guerra Mundial Z.
Guerra Mundial Z é um filme de ação que retrata uma pandemia de
zumbis. A trama segue um ex-investigador da Organização das Nações Unidas
(ONU) em uma missão para encontrar a fonte de um vírus que transforma as
pessoas em zumbis e encontrar uma cura para a doença. Ele viaja pelo mundo,
enfrentando hordas de zumbis, tentando conter a propagação do vírus. Nesse
sentido, o filme destaca a rápida disseminação de um vírus mortal que transforma
as pessoas em zumbis, causando uma pandemia. Esta é uma história sobre a luta
para conter a doença, a busca pela cura e a necessidade de cooperação
internacional para enfrentar a ameaça global.
A pandemia é caracterizada por uma epidemia de uma doença
contagiosa, de grandes proporções que se espalha para vários países e vários
continentes. A humanidade já sofreu com várias pandemias e a mais recente foi
causada pelo vírus SARS-CoV-2, agente etiológico da COVID-19. A doença se
espalhou rapidamente por todo o globo terrestre, fazendo com a Organização
Mundial da Saúde (OMS) declarasse que se tratava de uma pandemia em menos
de três meses do surgimento do vírus (SANTOS; SANTOS; GOMES, 2021).
Outros filmes foram sugeridos, como Resident Evil, The Walking Dead e
Planeta dos Macacos. Os filmes têm em comum com uma pandemia, a rápida
propagação de um vírus na população, atingindo níveis globais em pouco tempo.
Essa propagação acelerada é uma característica comum das pandemias, sendo que
a rapidez com que o vírus se espalha é um fator determinante na gravidade e no
controle da doença.
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ATIVIDADE 2 – Aplicabilidade prática

a) De acordo com o Ministério da Saúde, a identificação de doenças


infectocontagiosas ocorre, principalmente, através da notificação por parte dos
profissionais de saúde que detectam um aumento significativo no número de casos e
gravidade de uma determinada doença, em relação à sua prevalência habitual. É
importante realizar uma análise rotineira da Vigilância Epidemiológica, bem como
comprovar que se trata da doença através de exames laboratoriais (BRASIL, 2018).
Já em relação às medidas de controle de doenças contagiosas, várias
estratégias são utilizadas como: monitorar a doença através da coleta e análise de
dados epidemiológicos (Vigilância Epidemiológica); realização de diagnóstico e
tratamento adequados; isolamento e quarentena; medidas de controle da infecção,
com o uso de Equipamentos de Proteção Individual e Coletiva, higienização
adequada, desinfecção de superfícies, entre outras; Imunização por meio de
campanhas de vacinação; informações e orientações para a população através dos
veículos de comunicação e restrições e medidas de distanciamento social (BRASIL,
2002).

b) A Assistência Farmacêutica (AF) consiste em um conjunto de ações


que promovem o acesso e o uso racional e seguro de medicamentos. E de acordo
com o Ministério da Saúde, a Assistência Farmacêutica é dividida em três
componentes:

- Componente Básico da Assistência Farmacêutica: destina-se à aquisição


de medicamentos e insumos de Assistência Farmacêutica no âmbito da
atenção básica em saúde e àquelas relacionadas a agravos e programas de
saúde específicos, inseridos na rede de cuidados da atenção básica.
- Componente Estratégico da Assistência Farmacêutica: financiamento para
o custeio de ações de assistência farmacêutica nos seguintes programas de
saúde estratégicos: controle de endemias, tais como a tuberculose,
hanseníase, malária, leishmaniose, doença de Chagas e outras doenças
endêmicas de abrangência nacional ou regional; antirretrovirais dos
Programas de DST/Aids, Sangue e Hemoderivados e Imunobiológicos.
- Componente de Medicamentos de Dispensação Excepcional:
financiamento do Programa de Medicamentos de Dispensação Excepcional,
para a aquisição e distribuição do grupo de medicamentos da tabela de
procedimentos ambulatoriais (BRASIL, 2007, p. 25-26).
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ESTUDO DE CASO 1 – Da identificação do caso à compilação epidemiológica

a) Primeiramente, a comunicação deve ser feita no departamento de


saúde local. Se a doença for de notificação compulsória, o profissional de saúde
responsável pelo atendimento deve realizar a notificação no Sistema de Notificação
Estadual e mais importante, que também seja feita no Sistema de Informação de
Agravos de Notificação (SINAN), que constitui a base nacional para estratégias de
Vigilância Epidemiológica de casos de notificação compulsória (CAMPOS et al.,
2020).

b) Sim, existe o Sistema de Informação de Agravos de Notificação


(SINAN), que tem como objetivo coletar, transmitir e disseminar dados gerados
rotineiramente pelo Sistema de Vigilância Epidemiológica das três esferas do
governo, por intermédio de uma rede informatizada, para apoiar o processo de
investigação e dar subsídios à análise das informações de Vigilância Epidemiológica
das doenças de notificação compulsória (BRASIL, 2006).

c) Diversas doenças tropicais possuem dentro da Assistência


Farmacêutica, medicamentos específicos que são disponibilizados somente quando
ocorre a sua notificação. Se no município não tiver a medicação específica, a
mesma deve ser solicitada na instância regional, para em seguida ser entregue para
o paciente. É importante destacar que a oferta de medicamentos no Sistema Único
de Saúde (SUS), em nível ambulatorial, para tratamento de doenças ou de agravos
de saúde é padronizada pela Relação Nacional de Medicamentos Essenciais
(RENAME) (BRASIL, 2007).

d) No caso da paciente Joana, caso se trate de uma doença de


notificação compulsória, a mesma deve ser realizada pelo profissional de saúde
responsável pelo atendimento. Essa notificação, normalmente, inclui diagnóstico,
idade, sexo, localização geográfica e outros dados relevantes do paciente. As
informações são coletadas e analisadas pelos órgãos de saúde pública, em nível
local, regional e nacional. Com base nessas informações, é possível identificar
tendências e padrões de doenças, determinar incidência e prevalência, bem como
avaliar a eficácia das políticas públicas atuais para controle da determinada
12

enfermidade (BRASIL, 2006).


Os dados epidemiológicos do caso de Joana e de outros semelhantes
podem ser usados para planejar programas de ações de saúde pública. Por
exemplo, se houver um aumento no número de casos de uma determinada doença,
em uma região específica, as autoridades de saúde podem desenvolver políticas de
prevenção e controle voltadas para essa área.

ESTUDO DE CASO 2

a) O paciente, provavelmente, contraiu uma Infecção Sexualmente


Transmissível (IST), chamada de gonorreia. A gonorreia é uma doença
infectocontagiosa causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae, adquirida na maior
parte das vezes por contato sexual sem proteção, com outra pessoa contaminada,
sendo relativamente marcante entre as doenças infecciosas nas suas amplas
variedades de apresentações clínicas (MEIRA; GAGLIANI, 2015).
No caso do caroço que apareceu no pênis, pode ser um sintoma
relevante, indicativo de outra IST, a sífilis, que tem como agente etiológico, a
bactéria da espécie Treponema pallidum. O caroço, no caso de sífilis primária é
conhecida como cancro duro e aparece de 10 a 90 dias (em média 21 dias) após a
infecção (BRASIL, 2010).

b) Sim, no caso de gonorreia, a infecção é muito comum e o que


aumentam as chances de contrair a infecção é o fato de as pessoas manterem
relações sexuais de maneira desprotegida. Porém, a doença pode ser transmitida
por via placentária, contato com uma lesão ativa (boca, pele e olho) transfusão
sanguínea e acidentes laboratoriais (MEIRA; GAGLIANI, 2015).

c) Não, a gonorreia não consta na Lista de Doenças de Notificação


Compulsória, o que faz com que não se tenha uma exatidão quanto à incidência da
doença no Brasil. Porém, se o diagnóstico for de sífilis, a doença é de notificação
compulsória.

d) É preciso conhecer os sintomas, bem como orientar o paciente quanto


à necessidade de adesão ao tratamento, mesmo se os sinais desaparecerem,
13

interromper as relações sexuais até a conclusão do tratamento e o desaparecimento


dos sintomas e orientá-lo quanto à necessidade de uso de preservativo. É
importante que o farmacêutico oriente o paciente a procurar um serviço de saúde e
realizar uma consulta com um médico, pois o tratamento adequado requer
prescrição médica, através da antibioticoterapia.

ESTUDO DE CASO 3

a) No caso, o médico deve orientar João a comunicar para sua noiva


Maria sobre o diagnóstico positivo de Hepatite B e também sobre as verrugas
presentes em sua região genital. Caso isso não ocorra, aí sim o médico deverá
chamar a noiva do paciente, a fim de lhe comunicar acerca do diagnóstico do
mesmo, para que efetue os aconselhamentos necessários no sentido de se evitar a
transmissão da hepatite B, respeitando-se o disposto no artigo 73 do Código de
Ética Médica, que afirma que é vedado ao médico “revelar fato de que tenha
conhecimento em virtude do exercício de sua profissão, salvo por motivo justo, dever
legal ou consentimento, por escrito, do paciente” (BRASIL, 2019, p. 35).

b) Sim, as doenças apresentadas por João são contagiosas e ambas são


sexualmente transmissíveis. A hepatite B é uma infecção causada pelo Vírus da
Hepatite B (VHB), que pertence à família Hepadnaviridae. A transmissão ocorre por
via parenteral e sexual, sendo considerada uma IST (OLIVEIRA, 2021).
Já as verrugas que apareceram na região do prepúcio é um indicativo da
infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV), caracterizando uma doença chamada
de condiloma acuminado ou crista de galo. A mesma é transmitida, basicamente, por
via sexual, sendo a IST mais comum no mundo (DRUMOND et al., 2022).

ESTUDO DE CASO 4

a) O odor etílico indica o uso abusivo de bebidas alcoólicas, o que junto


com a idade e condição de moradia do paciente são fatores que podem agravar o
quadro clínico do mesmo. A tosse incessante, que passou de seca à tosse produtiva
de muco é um sintoma importante que propõe a necessidade de um exame
laboratorial para tuberculose.
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A tuberculose é causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, que


pode acometer os pulmões ou outros tecidos do corpo, quando ocorre a infiltração
do agente etiológico para tais tecidos. No caso da forma pulmonar, o quadro clínico
se manifesta, exatamente, através de tosse seca que evolui para tosse produtiva,
sendo confundida com a fase final de um resfriado (FREITAS; TOLEDO; LOPES,
2022).
Já o caso da mancha hipocrômica, que não apresenta sensibilidade ao
toque, é um indicativo de outra doença causada por outra bactéria do mesmo gênero
do agente da tuberculose, o bacilo Mycobacterium leprae, responsável pela
hanseníase. Trata-se de uma infecção granulomatosa crônica, que apresenta alta
transmissibilidade e baixa morbidade. A transmissão ocorre, principalmente, pelo
contato íntimo das pessoas com o paciente bacilífero, através da inalação das
bactérias. A melhor maneira de evitar a transmissão é o diagnóstico e o tratamento
precoce (LASTÓRIA; ABREU, 2012).

b) Sim, o caso clínico do paciente, tem total relação com o ambiente em


que vive, pois as possíveis doenças do paciente são infectocontagiosas e abrigos
para idosos, principalmente, com muitas pessoas contribuem para a transmissão das
mesmas. E segundo da Organização Mundial da Saúde (OMS), a tuberculose, por
exemplo, está ligada às condições sociais e ao envelhecimento. Dessa forma, o fator
idade é relevante para a ocorrência e disseminação dessas doenças, ainda mais em
um abrigo para pessoas idosas (MORAES; GARDENGHI, 2015).
15

5 TERMO DE VALIDAÇÃO DO RELATÓRIO


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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Durante meu estágio na farmácia do Sistema Único de Saúde (SUS),


adquiri uma excepcional experiência, que muito contribuiu para o desenvolvimento
de habilidades e competências necessárias à minha formação profissional. O estágio
propiciou ter uma visão prática do cenário da saúde pública e compreender
profundamente os desafios e demandas que os farmacêuticos do setor público de
saúde enfrentam no dia-a-dia.
O estágio permitiu o desenvolvimento de minha capacidade de lidar com a
variedade e complexidade das necessidades de cada paciente ali atendido. A
farmácia básica da UBS Central do município de Itapuranga-Goiás atende vários
usuários de seus serviços, com diferentes condições de saúde e necessidades
específicas. Aprendi a ouvir e me comunicar com clareza e empatia, me adaptando a
qualquer situação e buscando sempre atender com qualidade. Além disso, o estágio
me permitiu desenvolver as habilidades técnicas, necessárias para o fornecimento
de produtos farmacêuticos e de saúde.
Aprendi como classificar corretamente os medicamentos de acordo com
as normas e regulamentos estabelecidos e como instruir os pacientes sobre seu uso
adequado. Adquiri conhecimento sobre interações medicamentosas, dosagens e
possíveis efeitos colaterais, contribuindo para uma atuação mais segura e
responsável. A Farmácia do SUS é um ambiente dinâmico que exige um trabalho
colaborativo e interdisciplinar. Além do mais, o estágio concedeu a oportunidade de
interação com vários profissionais da saúde como enfermeiros, médicos, psicólogos,
farmacêuticos, fisioterapeutas e odontólogos.
Essa experiência enriquecedora me permitiu compreender a importância
do trabalho em equipe e desenvolver habilidades de comunicação e negociação,
com o objetivo de oferecer sempre o melhor atendimento ao paciente. Outro fator
muito importante foi a oportunidade de conhecer as realidades da AF no contexto da
saúde pública. Vivenciei os desafios relacionados ao acesso de medicamentos,
gestão de estoque e armazenagem, logística e garantia da qualidade dos produtos.
Por fim, o estágio na Farmácia Básica da UBS Central de Itapuranga
reforçou ainda mais o que pensava sobre o trabalho farmacêutico na saúde pública.
Esse profissional tem papel fundamental para a melhoria da saúde e qualidade de
vida das pessoas. A realização desse estágio foi muito importante para o meu futuro
17

profissional, permitindo que eu contribua de forma efetiva e significativa para o


sistema de saúde.
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REFERÊNCIAS

BRASIL. Código de Ética Médica: Resolução CFM n. 2.217, de 27 de setembro de


2018, modificada pelas Resoluções CFM n. 2.222/2018 e 2.226/2019/Conselho
Federal de Medicina – Brasília: Conselho Federal de Medicina, 2019. 108p.

______. Conselho Nacional de Saúde. Resolução n. 338, de 06 de maio de 2004.


Aprova a Política Nacional de Assistência Farmacêutica. Diário Oficial da União,
Poder Executivo, Seção 1, n. 96, 20 de maio de 2004. Brasília: Ministério da Saúde,
2004.

______. Fundação Nacional de Saúde. Guia de vigilância


epidemiológica/Fundação Nacional de Saúde. 5 ed. Brasília: FUNASA, 2002.
842p.

______. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS, n. 204, de 29 de janeiro de 2007.


Regulamenta o financiamento e a transferência dos recursos federais para as ações
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monitoramento e controle. Brasília: Ministério da Saúde, 2007.

______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de


Vigilância das Doenças Transmissíveis. Guia para Investigações de Surtos ou
Epidemias/Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento
de Vigilância das Doenças Transmissíveis – Brasília: Ministério da Saúde, 2018.
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______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de


Vigilância Epidemiológica. Doenças infecciosas e parasitárias: guia de
bolso/Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de
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______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de


Vigilância Epidemiológica. Sistema de Informação de Agravos de Notificação –
Sinan: normas e rotinas/Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde,
Departamento de Vigilância Epidemiológica – Brasília: Editora do Ministério da
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19

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