2022 - Nhamuave, Maria Tomás
2022 - Nhamuave, Maria Tomás
2022 - Nhamuave, Maria Tomás
Monografia
Esta monografia foi julgada suficiente como um dos requisitos para a obtenção do grau de
Licenciatura em Organização e Gestão de Educação e aprovada na sua forma final pelo Curso de
Licenciatura em Organização e Gestão de Educação, Departamento de Organização e Gestão de
Educação da Faculdade de Educação da Universidade Eduardo Mondlane.
O Júri da Avaliação
i
Agradecimentos
Em primeiro lugar agradeço a Deus pela oportunidade e pela vida que me concedeu desde que
nasci até aos dias de hoje.
Os meus agradecimentos vão a estrutura da Zona Militar que permitiu a realização da pesquisa e
também as anciãs, as raparigas e os seus pais e encarregados de educação, por terem aceite fazer
parte da pesquisa.
Aos meus colegas do curso e do Centro dos Estudos Africanos pela ajuda ao longo da realização
da pesquisa em algumas fases do desenvolvimento do trabalho.
A minha família, pela devida atenção ao longo da realização do estudo como também pelo facto
de me ter ajudado em alguns aspectos, dado que sem eles me tornaria difícil concluir o curso, em
especial ao meu marido Aulino Maculuve, aos meus filhos (Crizalda, Aulino, Jr, Tiago, Elisa e
Orlanda) e a todos que directa ou indirectamente contribuíram para a minha formação.
Meu Khanimambo,
Muito obrigada
ii
Dedicatória
Dedico este trabalho a Deus e a minha família
iii
Declaração de Honra
Eu, Maria Tomás Nhamuave, declaro por minha honra, que esta monografia nunca foi apresentada
para a obtenção de qualquer grau académico e que a mesma constitui o resultado do meu labor
individual, estando indicadas ao longo do trabalho e nas referências bibliográficas todas as fontes
utilizadas.
_____________________________________
(Maria Tomás Nhamuave)
iv
Índice
Declaração de originalidade ............................................................................................................. i
Agradecimentos .............................................................................................................................. ii
v
3.2.4 Classificação da pesquisa quanto aos objectivos ................................................................. 15
4.1. Período de realização dos ritos de iniciação na comunidade Maconde da Zona Militar ....... 18
4.2. O papel social dos ritos de iniciação da rapariga na comunidade Maconde da Zona Militar 20
4.3. Influencia dos ritos de iniciação da comunidade Maconde da Zona Militar na escolarização da
rapariga ......................................................................................................................................... 21
5.2. Sugestões................................................................................................................................ 23
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................................... 25
Apêndices ...................................................................................................................................... 28
Anexo ............................................................................................................................................ 35
vi
Lista de Tabelas
Tabela 1. Sexo, nível da escolarização e faixa etária dos respondentes……………………Pág. 16
vii
Resumo
O estudo versa sobre a influência dos ritos de iniciação na escolarização da rapariga, um estudo de
caso da Comunidade Maconde da Zona Militar da Cidade de Maputo, tendo como objectivo geral
analisar a influência dos ritos de iniciação na escolarização da rapariga da comunidade Maconde
da zona Militar. Recorreu-se a uma pesquisa qualitativa com o carácter exploratório, tendo-se
usado como técnicas de recolha de dados discussão em grupo focal, a entrevista semiestruturada e
pesquisa bibliográfica. A amostra do presente estudo foi composta por (30) respondentes, sendo
três (3) anciãs, (20) raparigas e (6) pais e mães das raparigas e (1) chefe do quarteirão, selecionados
com base numa amostragem não probabilística, por acessibilidade e conveniência. Com o presente
estudo verificou-se que os ritos de iniciação na Comunidade Maconde da Zona Militar são
realizados nos meses de Dezembro a Janeiro, período de férias escolares. Constatou-se ainda que
os ritos de iniciação para o povo Maconde têm um grande significado pelo facto de tratar-se de um
período de transição da vida infantil à vida adulta, ou seja, de aquisição de um estatuto mais
respeitável na sociedade, é um meio de socialização e educação da rapariga onde aprende novas
maneiras de se comportar como um membro na sociedade. Assim, concluiu-se que para a
comunidade maconde residente na zona militar, os ritos de iniciação não exercem uma influência
negativa na escolarização da rapariga, pois são realizados num período não lectivo e os
ensinamentos adquiridos nessa cerimónia ajudam na formação da personalidade da rapariga, no
desenvolvimento de habilidades para saber estar com os outros e no cuidado com a higiene pessoal.
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CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO
1.1. Contextualização
A presente monografia tem como tema: análise da influência dos ritos de iniciação na
escolarização da rapariga: Estudo de caso da comunidade maconde da Zona militar da Cidade
de Maputo. Onde se faz a análise destas práticas sociais e a sua correlação com a escolarização da
rapariga.
Portanto, os ritos de iniciação são uma instituição socializadora, estes vêm sofrendo
transformações e reajustamentos a medida que a sociedade vai-se transformando, preservando os
valores tradicionais do povo específico.
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1.2. Problematização
A diversidade cultural que se manifesta em Moçambique é uma evidente demostração de que se
trata de um país multiétnico. Uma das práticas culturais da maioria das comunidades étnicas em
Moçambique são os ritos de iniciação em que participa os rapazes e raparigas.
Nesta onda de ideias, Osório e Macuacua (2013) mostram a concepção das famílias, afirmando
que há evidências segundo as quais, existem famílias que acreditam na ideia de que para as suas
filhas terem sucesso na vida devem ser submetidas aos ritos de iniciação, através dos quais as
raparigas são consideradas prontas para a vida adulta. Acrescentam os autores que era previsível
que os ritos de iniciação tivessem sido sujeito aos reajustamentos e a possíveis rupturas, já que nos
últimos 50 anos produziram-se mudanças a nível político, económico e social.
Tal como afirma Osório & Silva (2008) que no contexto moçambicano a prática dos ritos
desapareceu em algumas zonas e em outras foi alterados, devido a actuação de factores
diversificados como o colonialismo, guerras, migrações, modernidade, sendo a região norte do
país o local onde ainda é possível encontrar povos e grupos étnicos que preservam esta prática.
Porém, mesmo nos locais onde persistem, os ritos sofreram algumas transformações. Na
comunidade Maconde são evidentes os valores da educação tradicional que se manifestam através
dos ritos de iniciação, sendo que a comunidade Maconde residente na zona militar da Cidade de
Maputo é um exemplo da persistência dos ritos de iniciação em Moçambique. É notório a
existência de algumas manifestações culturais nos valores defendidos pela comunidade Maconde
que tem um considerável impacto no Processo de Escolarização.
De acordo com o relatório apresentado pela UNICEF (2011), na zona norte e centro o índice dos
casamentos prematuros das raparigas antes dos 15 anos é de 23% contra apenas 7% nas províncias
da zona sul, fenómeno caracterizado pela predominância dos ritos de iniciação nestas
comunidades. No entanto, a Comunidade Maconde da Zona militar, apesar de estar localizado na
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zona sul, ainda é conservadora dos valores tradicionais da zona norte especificamente da
Comunidade Maconde.
1.3. Objectivos
3
1.3.3. Perguntas de pesquisa
Qual é o período em que decorrem os ritos de iniciação da rapariga da comunidade
Maconde da Zona Militar da Cidade de Maputo?
Que papel os ritos de iniciação têm na escolarização da rapariga da comunidade Maconde
da Zona Militar da Cidade de Maputo?
Qual é influência dos ritos de iniciação da comunidade Maconde da Zona Militar na
escolarização da rapariga?
1.4. Justificativa
Em Moçambique, as práticas tradicionais são quotidianos de algumas culturas, uma vez que o país
é caracterizado por manifestações culturais diversificadas. A educação tradicional faz parte dos
modus vivendu das comunidades moçambicanas. Em várias regiões de Moçambique, ela se
manifesta através dos ritos de iniciação.
A escolha do tema deve-se ao facto de se constatar que a comunidade Maconde residente na Zona
militar na Cidade de Maputo, tem realizado os ritos de iniciação onde são transmitidos
ensinamentos que de alguma forma influenciam a escolarização da rapariga.
No âmbito social, a pesquisa é importante porque ajuda a perceber como as práticas de ritos de
iniciação podem influenciar na vida das raparigas e acredita-se que a pesquisa pode despertar as
estruturas locais a chegar a um acordo sobre o período de ocorrência dos ritos de iniciação que não
pode coincidir com o período lectivo.
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CAPITULO II: REVISÃO DA LITERATURA
Neste segundo capítulo faz-se uma análise em relação aos aspectos chave da pesquisa com base
na concepção de vários autores. Portanto, apresentam-se os conceitos-chave da pesquisa (ritos de
iniciação, educação informal e a educação formal), discute-se as potencialidades dos ritos de
iniciação, as limitações ou aspectos negativos dos ritos de iniciação, fazendo uma análise sobre os
ritos de iniciação em Moçambique.
De acordo com Menezes (2001) educação informal é aquela que se desenvolve fora das instituições
de ensino ou aquela que ocorre sem planificação, e transcorre em ambientes culturais e em família.
Tomando em conta o conceito de Menezes (2001) e Cascais & Teran (2014), entende-se que os
autores são unânimes em considerar a educação informal como aquela que ocorre fora do
estabelecimento escolar. Os autores enfatizam a transmissão de valores culturais e acrescentam
demostrando que a educação informal visa a formação do indivíduo para a sua inserção social.
Ritos de iniciação – são instituições de caris social que inculcam no individuo a forma de agir em
determinadas situações (Berger e Luckmann, 2004). Os autores dizem ainda que os ritos de
iniciação têm um poder autoritário e coercivo sobre o indivíduo. Portanto, estes autores definem
os ritos de iniciação numa perspectiva educativa, centrando-se na formatação da consciência moral
do membro do grupo social.
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Por sua vez, Maivasse (2016) citando Bordon (1990), define os ritos de iniciação como sendo
acções que ocorrem de forma codificadas, solenes, de modo verbal, gestual e postural de forte
valor simbólico, fundado na crença, na força actuante de seres ou de poderes sagrados, com os
quais o homem tenta comunicar, por forma a obter um efeito determinado. Esta autora analisa o
conceito sob uma perspectiva da sua vitalidade e também dos seus significados sócio-culturais.
Assim, com base nas definições apresentadas acima os autores citados, entende que os ritos de
iniciação seriam um conjunto de actos sociais que são transmitidos de geração a geração com
objectivo fulcral de preparar o indivíduo como membro social para a resposta dos seus papéis
sócias.
Gohn (2006) traz uma concepção da educação formal que se alinha com a presente pesquisa, onde
define educação formal como aquela desenvolvida nas escolas, com conteúdos previamente
demarcados; a informal como aquela que os indivíduos aprendem durante seu processo de
socialização - na família, no bairro, no clube, com amigos, etc., carregada de valores e cultura
própria, de pertencimento e sentimentos herdados; e a educação informal é aquela que se aprende
no mundo da vida, via processos de compartilhamento de experiências, principalmente em espaços
e acções colectivas quotidianas.
Assim, as definições dos autores são similares, pelo facto de considerar esta educação como sendo
aquela que se configura e se manifesta no ambiente escolar, com conteúdos programados e
codificados. No entanto, os autores notam mais evidências de que o principal objectivo desta
educação é a aprendizagem em espaços colectivos.
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Casimiro (2000) e Braco (2008) referem que ao longo da história da educação em Moçambique, a
educação tradicionalmente moçambicana nem sempre teve aceitação. Durante o período colonial
os ritos de iniciação foram totalmente reprovados de forma oficial. Neste período, o povo
moçambicano sentiu-se obrigado a abster-se da educação e cultura tradicional moçambicana
associando assim, a tradição e cultura colonial portuguesa que era considerada superior pelo
colono.
Já no período pós-independência, Braco (2008) afirma que apesar de Moçambique ter alcançado
a independência política, continuou com a colonização cultural, tendo ainda reconhecido a cultura
eurocêntrica como sendo a melhor cultura. Actualmente, nota-se uma tentativa de resgate de alguns
valores tradicionais nas sociedades moçambicanas, através do reconhecimento da importância dos
valores sagrados da cultura africana. Portanto, há que salientar que nos momentos marcantes da
história de Moçambique, os ritos de iniciação foram caracterizados por alterações na sua
configuração social. Nota-se que em várias comunidades os ritos de iniciação não se manifestam
de forma tradicionalmente moçambicana. Em algumas sociedades, sobretudo, na zona sul, as
manifestações culturais realizam-se dentro do convívio familiar sem a necessidade do isolamento
domiciliar.
Em Moçambique os ritos de iniciação não são uniformes, variando conforme o contexto social, as
épocas históricas e práticas que constroem as identidades das pessoas tanto individuais quanto de
grupos.
De acordo com Roseiro (2013) citado por Mapiningo (2016), na comunidade maconde, por
exemplo, os rituais culturais ocorrem desde o nascimento da pessoa até a morte. Neste sentido,
eles acontecem durante as mudanças significativas que passam pelo nascimento, entrada da vida
adulta, casamento e morte. Acrescenta o autor que nesta comunidade os ritos de iniciação, são o
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marco mais solene na vida do membro. Os ensinamentos transmitidos nessas cerimónias são
sagrados e não se podem transmitir a um indivíduo que não seja iniciado.
Na comunidade macua, tal como afirma Talapa (2013), os ritos de iniciação tanto para os rapazes
como para a rapariga ocorrem na fase de adolescência, como baptismo para a fase adulta. Estes
ritos ocorrem na idade dos 10 aos 12 anos, por ser um período de mudanças biológicas, que
consiste no isolamento dos iniciados num acampamento ou residências designadas “Onverani”,
que significa residência isolada.
Para o caso específico da rapariga, a autora supracitada afirma que ocorrem no período da primeira
menstruação, em que a progenitora da criança comunica a madrinha da criança designada malye
ou posiye, da necessidade de preparação da rapariga para ser mulher. Este período caracteriza-se
pela transmissão de ensinamentos do modo de se vestir, se movimentar e se comportar; aprende
também os deveres e afazeres domésticos de forma mais específica, bem como, cuidar do marido
e dos filhos.
Assim, entende-se a partir das explicações acima que os ritos de iniciação em algumas
comunidades, do norte e centro do país, apresentam linhas comuns no que é concernente aos
ensinamentos e significado dos ritos de iniciação. Estas práticas ensinam os valores, e hábitos
defendidos pela sociedade que perpetuam desde as gerações passadas até as actuais.
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Na comunidade Maconde, os ritos de iniciação femininos são designados Ing’oma como forma de
educar as raparigas, no mesmo tempo, é uma forma de prevenção e transmissão dos valores
culturais e hábitos.
Os ritos de iniciação são uma forma de educação social informal, é nos ritos de iniciação que as
iniciadas são ensinadas diferentes normas locais, sociais e culturais da comunidade Maconde. De
acordo com (Malido, 2017), na comunidade maconde os ritos de iniciação passam por três fazes:
A primeira fase é a kuvika (pôr, ser submetida ao rito de iniciação). A cerimónia inicia numa sexta-
feira à noite por volta das 20 até às 03 horas da manhã, com as danças tradicionais de algumas
senhoras, madrinhas e outras pessoas que já foram iniciadas;
A segunda fase é a kulanda (saber, apreender). Esta fase é o período de aprendizagem, que é feito
em dois momentos: no primeiro momento, as iniciadas aprendem aspectos relacionados com o dia-
dia em casa, na sociedade. No segundo momento, aprendem assuntos relacionados com a, como
cuidar de doentes e tratar dos mortos.
A terceira e a última fase é a de kujaluka (saída das iniciadas dos ritos). Aqui as iniciadas voltam
ao convívio familiar depois de todas actividades feitas no processo de ritual.
Não resta nenhuma dúvida em relação a importância dos ritos de iniciação para o adolescente e
também para a comunidade. A educação tradicionalmente africana manifesta-se através dos ritos
de iniciação.
Assim, na perspectiva de Altuna (1985), os ritos de iniciação providenciam nos rapazes, bem como
nas raparigas, uma educação de modo a cumprir os seus deveres socioculturais. Estas práticas são
elementos indispensáveis para integração do indivíduo na sociedade.
Golias (1993) afirma, por sua vez, que os ritos de iniciação são instituições sociais de capital
importância na educação do indivíduo. Este argumento apresentado por Golias associa-se a ideia
de Altuna (1985), pelo facto de ambos reconhecerem o papel pedagógico dos ritos de iniciação na
comunidade.
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Num relatório apresentado por Osório (2015), constatou-se que os ritos de iniciação: pelo que
ensinam e pelo modo como são transmitidas as aprendizagens, as crianças do sexo feminino e do
sexo masculino aprendem a distinguir-se e a adoptar práticas que lhes condicionam o acesso aos
direitos, Ou seja, os ritos de iniciação têm uma primeira função que é de formar identidades, de
nos dizer o que está certo e errado no nosso comportamento. Assim, as aprendizagens dos ritos de
iniciação de geração em geração. Foi notório das análises das concepções dos diversos autores que
os ritos de iniciação perpetram os valores e hábitos de uma comunidade para além de ser uma
forma de educação integral do indivíduo, isto é, no seu modo de agir e pensar.
Algumas vozes feministas vêm contestando os ritos de iniciação demostrando o impacto negativo
no âmbito social. Assim, Segundo Osório e Silva (2008), os ritos de iniciação são práticas sociais
que reproduzem desigualdades de género na comunidade. Estes autores mostram que os ritos de
iniciação são fontes primárias das desigualdades sociais entre homens e mulheres, devido aos
ensinamentos que dão supremacia a classe dos homens dentro do contexto da comunidade.
Segundo Osório (2015) acredita na mesma opinião, afirmando que os ritos de iniciação causam a
divisão sexual do trabalho.
A divisão sexual do trabalho é uma componente que se inicia nos primeiros anos da criança
(carregar água, tratar das mais pequenas) e que os ritos reforçam, delimitando bem o papel do
homem e da mulher. A aprendizagem da construção de casa pelos rapazes ou a aprendizagem das
tarefas domésticas pelas mulheres, pode parecer à primeira vista uma forma natural de partilha de
tarefas, mas na verdade constitui desde logo, uma forma simbólica de demonstrar quem é o
responsável pela família e quem é o dono da casa, sendo a mulher remetida para a execução do
trabalho que permite que a casa do dono seja preservada e reproduzida através da educação dos
filhos (Osório, 2015).
Osório & Silva (2008) diz que nos ritos de iniciação ensina-se também a obediência cega aos
adultos, o não questionamento das imposições dos mais velhos ou com mais estatuto e acima de
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tudo, que “estudar é bom, mas o bom mesmo é arranjar marido, ter casa e ter filhos”. Portanto, a
autora diz que os ritos de iniciação transmitem conteúdos que incentivam a vida marital do
adolescente. Nestes ensinamentos há uma imposição, sendo que apenas deve se obedecer sem
nenhum questionamento.
Assim, no âmbito social, os ritos de iniciação são práticas que apresentam algumas irregularidades
no que diz respeito a violação dos direitos humanos caracterizados pela igualdade de género, pois,
para as raparigas, os ensinamentos inserem-se na submissão e para os rapazes no poder dominante.
Portanto, de acordo com Mapiningo (2015), os ritos de iniciação exercem uma pressão sobre as
raparigas como os rapazes a desenvolver as actividades sexuais bem como os casamentos
prematuros resultando desta forma no abandono escolar. Desta forma se percebe que na
perspectiva deste autor os ritos de iniciação apresentam são de lado negativo uma lastimável acção
na vida do adolescente, isto é incitam a violência sexual e ao mesmo tempo os casamentos
prematuros que são consideradas como uma das principais caudas da evasão escolar.
O relatório da UNICEF (2010) (...) as tradições culturais podem funcionar como barreiras à
educação (...) os ritos de iniciação de rapazes e raparigas tendem a influenciar negativamente as
taxas de frequência do ensino primário e secundário. Assim, o relatório mostra a que maior parte
das crianças que passam pelos ritos de iniciação não conseguem concluir o ensino primário e ou
secundário.
A educação formal, no que concerne aos seus objectivos, centra-se no ensino e aprendizagem de
conteúdos historicamente sistematizados, que preparam o indivíduo para actuar em sociedade
como cidadão activo. A educação informal tem como objectivo socializar os indivíduos e
desenvolver hábitos e atitudes (Gohn, 2006).
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Portanto, entende-se que tanto a educação informal manifeste pelos ritos de iniciação tanto a
educação oficial realizada no ambiente escolar são indispensáveis na vida do indíviduo. Assim,
elas exercem uma relação de complementaridade, sendo que os ritos de iniciação ocorrem no
ambiente social e a educação escolar ocorre na escola.
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CAPÍTULO III: METODOLOGIA
Neste capítulo apresentam-se os procedimentos metodológicos que alicerçaram a realização da
pesquisa servindo de guia. Desta forma, apresenta-se a classificação da pesquisa quanto a
abordagem e quanto aos objectivos, as técnicas de recolha de dados e a amostragem.
Segundo Mapiningo (2015), pensa-se que é devido a esta característica simbólica do povo
guerreiro (inculcado nos ritos de iniciação), que os Maconde foram “naturalmente” incorporados
nas fileiras militares, desde a luta de libertação nacional, e mais tarde em outras cidades fora do
Cabo Delgado, constituindo bairros de militares Maconde no activo e na reserva.
Dade (2012) afirma que após a tomada de posse do governo de transição em 1974 e consequente
independência nacional em 1975, um número considerável de combatentes da Frente de Libertação
de Moçambique (FRELIMO) constituído por soldados provenientes do norte de Moçambique foi
destacado para garantir a segurança do governo recém-formado na capital do país, e a maior parte
desses soldados fixaram residência na Zona Militar.
A Zona Militar caracteriza-se por próximas unidades militares (quartéis, hospital e clube militar)
facto que lhe confere o nome de Zona Militar. Até 2004 a Zona Militar ostentava o estatuto de um
bairro, com o nome Zona Militar e a actual Zona Militar passou a pertencer ao bairro da Coop e
da Sommershield.
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3.2.1 Classificação da pesquisa quanto à natureza
A presente pesquisa enquadra-se na pesquisa aplicada. Segundo Gil (1994), descreve dois
momentos de natureza da pesquisa, a básica e aplicada.
Pesquisa básica: objectiva gerar conhecimentos novos, úteis para o avanço da ciência sem
aplicação prática prevista, envolve verdades e interesses universais.
Pesquisa aplicada: objectiva gerar conhecimentos para aplicação prática, dirigidos solução
de problemas específicos, envolve verdades e interesses locais.
A presente pesquisa enquadra-se na pesquisa básica, por pretendermos gerar novos conhecimentos
científicos, mas a sua aplicação de ponto de vista prático, será de longo prazo.
A escolha desta abordagem deve-se ao facto de não se priorizar dados numéricos ou estatísticos
para a pesquisa. Mas o uso destas informações visam sintetizar as suas opiniões ou seja, o recurso
aos dados numéricos ajudam a aprofundar a pesquisa qualitativa.
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3.2.4 Classificação da pesquisa quanto aos objectivos
Prodonov & Freitas (2013) classifica as pesquisas em três abordagens sendo a exploratória, a
descritiva e a explicativa. De acordo com os seus objectivos, o presente estudo é de carácter
exploratório.
Nesta ordem de ideias, segundo Gil (1999), a pesquisa exploratória realiza descrições da situação
e requer descrição das relações existentes entre os elementos componentes da mesma. Prodonov e
Freitas (2013) acrescentam que a pesquisa exploratória visa familiarizar o pesquisador com um
assunto.
Entrevista – A entrevista é uma técnica de colecta de dados, aplicada quando se quer atingir um
numero restrito de indivíduos, sua maior vantagem é a interacção entre o pesquisador e o
entrevistado (Rosa & Arnoldi, 2008). A escolha da entrevista como técnica de recolha de dados
deveu-se a necessidade de conversar com as raparigas, pais, mães e anciãs para perceber melhor o
problema em análise.
Na presente pesquisa optou-se pelo uso do guião de entrevista composto por perguntas abertas. A
escolha de perguntas argumentativas correspondem a estratégia adoptada pela pesquisadora com
vista a exploração de conhecimentos e obtenção de opiniões e ou perceções diversificadas em
relação a manifestação dos ritos de iniciação da comunidade Maconde e os seus significados
socioculturais.
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de modo a recolher-se informações sobre as opiniões dos participantes em relação aos ritos de
iniciação naquelas comunidades.
A elaboração das perguntas irá basear-se no problema e nas perguntas de pesquisa. Sendo que,
para se garantir a fiabilidade de informação vai se fazer um pretexto do instrumento de modo a
verificar-se a sua precisão. Este instrumento será composto por perguntas mistas, aplicadas às
raparigas, da comunidade Maconde residente em Maputo na zona Militar que já passaram por ritos
de iniciação.
Segundo Marconi e Lakatos (2003), a amostra, revela-se “como uma parcela convenientemente
selecionada do universo (população); é um subconjunto do universo.”
Assim para o presente estudo, a amostra da pesquisa será composta por 30 participantes, sendo 20
raparigas da comunidade Maconde que passaram pelos ritos de iniciação, 1 chefe do quarteirão, 3
mães e 3 pais cujas filhas passaram pelos ritos de iniciação, 3 anciãs que conhecem de forma
detalhada as práticas dos ritos de iniciação.
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Quanto ao tipo de amostragem, a pesquisa vai-se cingir numa amostragem não probabilística, pelo
facto de se recorrer apenas a pessoas que se acha ter uma relação ou conhecimento com o tema em
estudo.
3.6. Limitações
Devido a coincidência do período da realização do estudo com a produção agrícola, houve
dificuldades de reunir com as anciãs porque encontravam-se em Boane na prática da agricultura.
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CAPITÚLO IV: APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Neste capítulo faz-se a análise e interpretação dos dados colhidos na comunidade Maconde da
Zona Militar. No entanto, analisa-se os ritos de iniciação, abordando o perfil do respondente,
significado dos ritos de iniciação na comunidade maconde, importância dos ritos de iniciação na
comunidade Maconde, ocorrência dos ritos de iniciação.
4.1. Período de realização dos ritos de iniciação na comunidade Maconde da Zona Militar
Este subtema visa responder o primeiro objectivo específico. Para tal, foram formuladas várias
questões com vista a conhecer o período do ano em que decorrem os ritos de iniciação de modo a
identificar a influência que isso tem na escolarização da rapariga.
Procurou-se saber das raparigas se já participaram dos ritos de iniciação e em relação a esta
questão, as raparigas responderam que já tinham participado dos ritos de iniciação. Em seguida,
questionou-se aos pais se já tinham mandado as suas filhas para participar dos ritos de iniciação.
No geral os pais, as mães e as anciãs responderam que já tinham mandado as suas filhas para
participar dos ritos de iniciação.
Pode-se notar que todos os pais, mães e anciãs que participaram do estudo tem mandado as suas
filhas para participar dos ritos de iniciação. A pesquisadora constatou que estas cerimónias são
importantes para as raparigas da comunidade maconde, porque através destas cerimónias as
raparigas aprendem sobre a higiene corporal e o respeito aos mais velhos, Osório & Silva (2008)
considera que o tipo de respeito ensinado nos ritos de iniciação é fundamentado em uma a
obediência cega aos adultos, impedido os adolescentes a questionar as imposições dos mais velhos
no nosso entender este tipo de obediência pode ser prejudicial para a rapariga.
Com a pretensão de saber o período do ano em que os ritos de iniciação são realizados com vista
a verificar se estes coincidem ou não com o período lectivo. Em relação a esta questão, as raparigas
em concordância com os pais, mães e anciãs responderam que os ritos de iniciação têm sido
realizados uma vez por ano no período de férias de Dezembro a Janeiro. Em seguida questionou-
se, acerca da observância do calendário escolar. No que se refere a esta questão, os pais, as mães
e as anciãs responderam que têm observado o calendário escolar: “tudo já esta mudar, não é como
acontecia anteriormente, que não olhava para o calendário escolar, hoje em dia os ensinamentos
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não desviam a rapariga para a vida conjugal, mas ensina-se a se comportar na sociedade em que
ela faz parte e a respeitar a sua cultura e a origem dos seus pais”
Considerando as respostas dadas, verifica-se que os ritos de iniciação não coincidem com o período
das aulas e é observado o calendário com vista a não prejudicar a participação das raparigas nas
aulas e nem nos ritos de iniciação. Verificou-se também que os ritos de iniciação não pressionam
a rapariga para o casamento, contrariando assim a ideia de Mapiningo (2015) segundo a qual os
ritos de iniciação exercem uma pressão sobre as raparigas às actividades sexuais bem como os
casamentos prematuros resultando desta forma no abandono escolar.
Em relação a esta questão ao local onde são realizadas as cerimonias, as raparigas em concordância
com os pais, mães e anciãs responderam que as cerimónias são realizadas: “primeiro na capela
militar, e depois é escolhida uma casa onde a rapariga será ensinada ou recebe a educação”.
Para saber, em que período do ciclo da rapariga ela participa dos ritos de iniciação, formulou-se
seguinte questão: Quando é que participou dos ritos de iniciação?
As raparigas no geral responderam que participaram dos ritos de iniciação antes da primeira
menstruação. Desse modo, a realização dos ritos de iniciação antes da primeira menstruação
constitui uma estratégia da comunidade maconde para que a rapariga chegue ao momento da
primeira menstruação após ter adquirido conhecimentos relativos a higiene pessoal e saúde
menstrual para poder cuidar de si mesma. Esta prática é mencionada por Talapa (2013) ao
considerar que os ritos de iniciação ocorrem na fase de adolescência, como baptismo ou preparação
para a fase adulta.
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4.2. O papel social dos ritos de iniciação da rapariga na comunidade Maconde da Zona
Militar
Pretende-se aqui alcançar o segundo objectivo específico, descrevendo o papel social dos ritos de
iniciação da rapariga da comunidade Maconde da Zona Militar da Cidade de Maputo. Assim
questionou-se aos participantes do estudo sobre o valor social e cultural dos ritos de iniciação para
a comunidade maconde. A esse respeito, os pais, as mães e as anciãs responderam que no geral os
ritos de iniciação da comunidade maconde simbolizam “a cultura de um povo transmitida de
geração em geração através da educação baseada nos conhecimentos dos nossos antepassados”.
Esta afirmação assemelha-se ao que foi defendido por Osório (2015) as aprendizagens dos ritos de
iniciação passam de geração em geração e perpetuam os valores e hábitos de uma comunidade.
Questionou-se aos pais, mães e anciãs acerca da importância dos ritos de iniciação para a
comunidade maconde, estes responderam que os ritos de iniciação são importantes porque
constituem um momento de aprendizagem para a rapariga, momento em que ela aprende a cuidar
do seu próprio corpo, o respeito aos mais velhos e como comporta-se na sociedade.
Pretendia-se saber das consequências nos casos em que a rapariga não participa nos ritos de
iniciação através da seguinte questão: O que acontece quando a rapariga não vai aos ritos?
Em resposta a esta questão, os pais, as mães e as anciãs responderam que a rapariga é desprezada
e não participa de nenhuma cerimónia. A mesma questão foi feita as raparigas e estas afirmaram
que “a rapariga é desprezada…” “não participa de nenhuma cerimónia das raparigas que passaram
dos ritos, ficam insoladas” “ela não é bem vista na sociedade”, sobre esta exclusão, Medeiros
(1995) defende que os ritos de iniciação constituem forma de afirmação de pertença a um grupo.
Quando uma rapariga não participa dos ritos ela não é reconhecida como membro daquele grupo
social e não tem direito a participar das festas, rituais e demais celebrações e cerimonias com os
iniciados.
Para conhecer o impacto dos ritos de iniciação na vida da rapariga, formulou-se a seguinte questão:
Qual é o impacto dos ritos de iniciação na sua vida?
As raparigas responderam que elas frequentam a escola e lá também aprendem acerca da higiene
pessoal, o respeito e os bons modos de convivência na sociedade.
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A pesquisadora constatou que os ritos de iniciação contribuem para a educação da rapariga, devido
a diversidade de conhecimentos que elas têm adquirido no âmbito destas cerimónias relacionados
a sua tradição e origem dos seus pais.
Os pais, as mães e as anciãs no geral responderam que “as raparigas têm liberdade para frequenta
a escola". A mesma questão foi feita as raparigas, que afirmaram também que os ritos de iniciação
não têm influência negativa na sua escolaridade.
Qual é a relevância e aplicabilidade dos ensinamentos dos ritos de iniciação? Questionou-se aos
pais, mães e anciãs. Estes responderam que a relevância dos ritos de iniciação deve ao facto de
permitir que a rapariga conheça as suas origens. No que refere a aplicabilidade dos ensinamentos
dos ritos de iniciação, afirmaram ter a sua aplicabilidade no dia-dia na sociedade e na família:
“ensina-os a comportar-se na sociedade, e a respeitar a sua cultura e origem dos seus pais”. Cuidar
da higiene pessoal, o respeito para com os outros. Assim, os ritos de iniciação possuem importância
e aplicabilidades em diversos contextos da vida, como afirma (Medeiros, 1995). Os ensinamentos
transmitidos nestes ritos têm sua relevância no dia-dia das sociedades e ajudam na padronização
do comportamento dos membros destas sociedades.
Em seguida questionou-se aos pais, as mães e as anciãs quem eram os participantes dos ritos de
iniciação. Em relação a essa questão, pais, mães e anciãs afirmaram que os participantes são: as
raparigas e as anciãs.
Os ritos de iniciação feminina constituem uma cerimónia cujos participantes, no geral, são do sexo
feminino, dentre os quais: raparigas e as anciãs, e constitui um ambiente de transmissão de
conhecimentos tradicionais relativos a mulher Maconde, sua forma de comportar-se na sociedade,
o respeito aos mais velhos e a higiene pessoal.
21
A pesquisadora constatou que os conhecimentos transmitidos nos ritos de iniciação tais como: o
respeito, a higiene e o bom comportamento não só têm sua aplicabilidade na sociedade e na família
como também no ambiente escolar.
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CAPÍTULO V: CONCLUSÕES E SUGESTÕES
5.1. Conclusões
O presente estudo tinha como objectivo, analisar a influência dos ritos de iniciação na
escolarização da rapariga, o estudo foi realizado na comunidade Maconde da Zona Militar na
Cidade de Maputo. Para o alcance deste objectivo, recorreu-se a abordagem qualitativa através de
um estudo de caso.
Realizado o estudo, foi possível concluir que o período de realização dos ritos de iniciação na
Comunidade Maconde da Zona Militar da Cidade de Maputo, não coincide com o período das
aulas das raparigas, pois decorrem nos meses de Dezembro a Janeiro. Com a pandemia da Covid-
19 houve adaptações de modo que as raparigas cuja idade permite participar da cerimónia neste
período, não fiquem de fora e nem percam as aulas. Assim verifica-se que o período de realização
dos ritos de iniciação nesta comunidade, não influência de forma negativa na escolarização da
rapariga.
Em relação ao papel dos ritos de iniciação na escolarização das raparigas, constatou-se que nestas
cerimónias a rapariga aprende a valorizar a sua cultura, a comportar-se na sociedade, a cuidar da
sua saúde menstrual e a desenvolver relações sociais saudáveis. Esses ensinamentos são benéficos
no processo da escolarização da rapariga pois esta saberá como se comportar perante o professor
e os seus colegas de forma a desenvolver relações sociais que a ajudem a evoluir no seu
desenvolvimento pessoal.
Sobre a influência dos ritos de iniciação na escolarização da rapariga, conclui-se que os ritos de
iniciação feminino não exercem uma influência negativa na escolarização da rapariga porque não
são realizados no período das aulas, ajudam na formação da personalidade do indivíduo, eles tem
uma ligação regular com a educação escolar, porque os seus ensinamentos ajudam na escola como
o caso de saber estar com os outros (professores, colegas e CTA) a higiene pessoal, os ritos de
iniciação são importantes na educação da rapariga.
5.2. Sugestões
Face as conclusões obtidas na pesquisa, apresentam-se as seguintes sugestões:
23
Ao ensinar as raparigas sobre o respeito aos mais velhos, usar uma abordagem que permite
a rapariga questionar em casos que esta perceba a violação dos seus direitos.
Continuar a trabalhar sempre em coordenação com as direções das escolas, de modo a
facilitar a interação no sentido de fornecer o calendário académico.
24
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Altuna, P. R. (1985). Cultura tradicional Banto. Luanda: Ed. Secretariado de arquidiocesano de
Pastoral.
Cascais, M. G & Terán, A.F. (2014). Educação formal, informal e não formal na educação em
ciência. Ciência em tela, volume 7.
Creswell J.W & Clark, V. L (2014). Pesquisa dos métodos mistos. 3a ed. Porto Alegre (RS): Penso.
Dade, F. (2012). Likumbi e Ngoma: um estudo sobre a reprodução cultural dos Makondes.
Monografia de licenciatura em sociologia. Maputo: Universidade Eduardo Mondlane.
Gil, A. (1999). Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: editora atlas.
Mapiningo, B. V. (2015). Influência dos Ritos de Iniciação Feminina na Frequência Escolar das
Raparigas: Estudo de caso da comunidade Makonde da Zona Militar e da Escola
Secundária da Polana. Monografia para obtenção do grau de Licenciatura em Organização
e Gestão da Educação, na Universidade Eduardo Mondlane, Maputo.
Marconi, M. A. & Lakatos, E.M. (2010). Metodologia científica, 5ª ed. São Paulo: Atlas.
Osório C., & Macuácua, E. (2013). Os ritos de iniciação no contexto actual: ajustamentos,
rupturas e confrontos, construindo identidades de género. Maputo.
Osório, C & Silva, T. C (2008). Buscando sentidos: género e sexualidade entre jovens do ensino
secundário. Maputo: WLSA Moçambique.
26
Richardson, R.J. (1999). Pesquisa Social. 3ª Edição, editora Atlas, São Paulo
27
Apêndices
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Guião de entrevista
Guião de entrevista para (mães e anciãs), pais e Chefe do quarteirão da Zona Militar
O presente guião de entrevista insere-se no âmbito de uma pesquisa para o trabalho de fim
do curso de Organização e Gestão da Educação, cujo objectivo é de compreender a
influência dos ritos de iniciação na escolarização da rapariga da comunidade Maconde na
zona Militar
As respostas não serão analisadas de forma isolada, por isso devem ser em anonimato.
Antecipadamente agradece.
Perfil do respondente
1. Idade________
2. Profissão_____________
3. Nível de escolarização _________
4. Estado civil__________
______________________________________________________________________________
______________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
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5- O que fazem quando a cerimonia coincide com o período de aulas?
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
_______________________________________
7- O que simboliza os ritos de iniciação para a (comunidade maconde e para a relação das
raparigas com a sociedade no geral)?
______________________________________________________________________________
_________________________________________________
______________________________________________________________________________
________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
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______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
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______________________________________________________________________________
30
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_______________________________
14- O que acontece quando uma rapariga não vai aos ritos?
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
15- Que comentário deixa sobre os ritos de iniciação nas comunidades macondes?
______________________________________________________________________________
___________________________________________
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Perguntas para as raparigas
O presente guião de entrevista insere-se no âmbito de uma pesquisa para o trabalho de fim
do curso de Organização e Gestão de Educação, cujo objectivo é de recolher informações
inerentes aos ritos de iniciação de comunidade Maconde na vida da rapariga.
As respostas não serão analisadas de forma isolada, por isso devem ser em anonimato.
Dados pessoais
1. Idade
A) 10 -12 ________
B) 13-15________
C) 16-18 ________
2. Classe
A) 6ª’ - 7ª Classe ______
B) 8ª - 10ª Classe ________
C) 11ª -12ª Classe ________
Ritos de iniciação
______________________________________________________________________________
________________________________________________
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4. Em que momento são realizadas os ritos de iniciação?
a. No período das férias______
b. No período das aulas_______
c. Outro.
________________________________________________________________________
5. Qual é o impacto dos ritos de iniciação na sua vida? O que gostaram? O que não gostaram?
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
a. Mãe_____
b. Anciã______
c. Tias______
d. Outra. Qual__________________________________
d. Outro.
Qual é_____________________________________________________________
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Consentimento Informado
34
Anexo
35
Credencial
36