2018 - Covane, Zito Amosse

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FACULDADE DE EDUCAÇÃO

Departamento de Educação em Ciências Naturais e Matemática

Licenciatura em Educação Ambiental

Análise de Estratégias de Educação Ambiental que Contribuem na Melhoria de


Desempenho Ambiental da Empresa Cervejas de Moçambique - Maputo

Monografia

Zito Amosse Covane

Maputo, Novembro de 2018


Zito Amosse Covane

Análise de Estratégias de Educação Ambiental que Contribuem na Melhoria de


Desempenho Ambiental da Empresa Cervejas de Moçambique - Maputo

Monografia apresentada ao Departamento de


Educação em Ciências Naturais e Matemática, da
Faculdade de Educação da Universidade Eduardo
Mondlane como requisito final para a obtenção do
grau de Licenciatura.

Supervisor: dr. Armindo Raúl Ernesto

Maputo, Novembro de 2018


Declaração de Originalidade

Esta monografia foi julgada suficiente como um dos requisitos para a obtenção do grau de
Licenciado em Educação Ambiental e aprovada na sua forma final pelo Curso de Licenciatura
em Educação Ambiental, departamento de Educação em Ciências Naturais e Matemática, da
Faculdade de Educação da Universidade Eduardo Mondlane.

dr. Armindo Raúl Ernesto

(Director do Curso de Licenciatura em Educação Ambiental)

Júri de Avaliação:

O presidente do júri O Examinador O Supervisor

____________________ ____________________ ___________________

i
Agradecimentos
“O temor do senhor é o princípio da sabedoria…” (Salmos 111: 10), por isso em primeiro lugar
agradeço a Deus por ter me proporcionado essa sabedoria para a elaboração dessa monografia,
em nada ponho à minha fé, senão na graça do seu santo nome.

De seguida agradeço a minha querida Mamana (mãe), Salda Massingue. Dou graças a Deus por
ter me dado uma educadora, conselheira e trabalhadeira incessante que luta para ver os seus
filhos formados e livres das imperfeições deste mundo. Agradeço-te bastante mãe, pela ajuda
material e emocional durante quatro (4) anos na faculdade. Obrigado mamana!

De igual forma agradeço ao meu supervisor: dr. Armindo Ernesto, pela abertura, paciência,
aconselhamento, ensinamentos, espírito de diálogo e acompanhamento em todas fases da
pesquisa que resultou na presente monografia. Obrigado!

Também agradeço especialmente ao Estácio Mabjaia, esse que foi o meu autêntico ajudador,
directa e indirectamente, se hoje estou a escrever essa mensagem graças a ele que disponibilizou
o laptop, desde o segundo ano, para me facilitar na realização de trabalhos. Obrigado meu irmão,
palavras são ínfimas para descrever o meu sentimento.

Para fechar em grande, agradeço a minha companheira; colega e amiga Hermínia Menete, pela
ajuda em todos os sentidos para elaboração dessa pesquisa; de igual forma agradeço ao meu
irmão Arlindo Covane; à mana Soninha (Sónia Covane) ao Donaldo Covane e à Gina covane, ao
meu amigo Eduardo, pela ajuda na recolha de dados. Os agradecimentos estendem-se também
para a turma “LEA-2014”; em especial, ao meu grupo de trabalho: Carlos Jaquissone, Artur
Cumbana, Nilso Madade e à minha dupla, Hélio dos Santos Bié.

Muito obrigado!

ii
Dedicatória
Dedico esta monografia à minha querida mamana (mãe) Salda Massingue, ao senhor Amosse
Covane, meu querido pai, vai também para meus irmãos, amigos e colegas.

Dedico também à minha companheira Hermínia Menete, pelo apoio e carinho na vida académica
e pessoal. Dedico de igual forma a todos os irmãos na fé, em especial ao Carlos Munguambe.

iii
Declaração de Honra

Declaro por minha honra que esta pesquisa nunca foi apresentada para a obtenção de qualquer
grau académico e que a mesma constitui o resultado do meu labor individual, estando indicados
ao longo do texto e nas referências bibliográficas todas fontes utilizadas.

Zito Amosse Covane

Maputo aos ____/____/____

iv
Índice

Declaração de Originalidade ............................................................................................................ i

Agradecimentos .............................................................................................................................. ii

Dedicatória ..................................................................................................................................... iii

Declaração de Honra ...................................................................................................................... iv

Índice de figuras, tabelas e gráficos ............................................................................................. viii

Lista de Siglas, Acrónimos e Abreviaturas .................................................................................... ix

Resumo ........................................................................................................................................... x

Abstract .......................................................................................................................................... xi

CAPITULO I: INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 1

1.1. Introdução......................................................................................................................... 1

1.2. Formulação de Problema .................................................................................................. 2

1.3. Objectivos......................................................................................................................... 3

1.4. Perguntas de pesquisa....................................................................................................... 3

1.5. Justificativa....................................................................................................................... 4

CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................. 5

2.1. Conceitos básicos ............................................................................................................. 5

2.2. Etapas de produção de cerveja ......................................................................................... 5

2.3. Impactos ambientais na fábrica de cerveja ....................................................................... 6

2.3.1. Modelo FIESP ........................................................................................................... 8

2.4. Desempenho Ambiental ................................................................................................. 10

2.4.1. Indicadores de desempenho ambiental ................................................................... 11

2.5. Estratégias de educação ambiental ................................................................................. 14

CAPÍTULO III: METODOLOGIA .............................................................................................. 17

v
3.1. Descrição do local de estudo .......................................................................................... 17

3.2. Abordagem metodológica .............................................................................................. 17

3.3. Amostragem ................................................................................................................... 18

3.4. Técnicas de recolha e análise de dados .......................................................................... 18

3.4.1. Técnicas de recolha de dados ................................................................................. 18

3.4.2. Técnicas de análise de dados .................................................................................. 19

3.5. Questões éticas ............................................................................................................... 19

3.6. Limitações do estudo ...................................................................................................... 20

CAPÍTULO: IV APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DE DADOS ............................................ 21

4.1. Etapas de produção de cerveja na empresa Cervejas de Moçambique .......................... 21

4.2. Impactos ambientais da empresa Cervejas de Moçambique no processo de produção de


cerveja ....................................................................................................................................... 22

4.3. Desempenho ambiental da empresa cervejas de Moçambique ...................................... 27

4.4. Estratégias de educação ambiental para a melhoria de desempenho ambiental da empresa


Cervejas de Moçambique. ............................................................................................................. 30

CAPITULO V: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES........................................................... 33

5.1. Conclusões ..................................................................................................................... 33

5.2. Recomendações .............................................................................................................. 35

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................................... 36

Anexo I. Etapas de produção de cerveja……………………………………………………………………………………………41

Anexo II. Credencial da faculdade de educação para CDM ......................................................... 42

Anexo III. Credencial da faculdade de Educação para AQUA .................................................... 43

Anexo IV. Política ambiental da AB InBev adaptado para CDM ................................................ 44

Anexo V. Política de saúde e segurança da AB InBev adaptado para CDM ................................ 45

Apêndice I. Matriz de FIESP identificação e análise de impactos ............................................... 48

Apêndice II. Roteiro de entrevista ................................................................................................ 51


vi
Apêndice III. Análise de indicadores de desempenho de gestão ambiental ................................ 53

Apêndice IV. Análise de indicadores de desempenho operacional e de condição ambiental ..... 54

Apêndice V. Malte da cevada ....................................................................................................... 55

Apêndice VI. Rótulos gerados no processo de lavagem ............................................................... 55

Apêndice VII. Cacos de vidro e garrafas de cervejas partidas ..................................................... 55

Apêndice VIII. Silo de bagaço ...................................................................................................... 55

Apêndice IX. Uso de mangueira no processo de limpeza ............................................................ 55

Apêndice X. Cartaz informativo de boas práticas ambientais ...................................................... 55

vii
Índice de figuras e tabelas

Figura 1. Resíduos sólidos nos drenos de efluentes……………………………………………..29

Figura 2. Descaracterização do ambiente do trabalho...……………….………………..……….31

Tabela 1. Parâmetros de análise de significância dos impactos ambientais …………………....9

Tabela 2. Indicadores de desempenho de gestão ........................................................................ 122

Tabela 3. Indicadores de desempenho operacional..................................................................... 133

Índice de gráficos

Gráfico 1. Pontuação de impactos não significativos…………………………….…….…….…25

Gráfico 2. Pontuação de impactos significativos…………………………………………..…….26

Gráfico 3. Pontuação de impactos muito significativos……………………………………..…..27

viii
Lista de Siglas, Acrónimos e Abreviaturas

ADA Avaliação de Desempenho Ambiental


BR Boletim da República
CDM Cervejas de Moçambique
CO2 Dióxido de carbono
DBO Demanda Bioquímica de Oxigénio
EA Educação ambiental
EEA Estratégias de Educação ambiental
FIESP Federação das Indústrias do Estado de São Paulo
IDG Indicadores de desempenho de gestão
IDO Indicadores de desempenho operacional
ICA Indicadores de condição ambiental
INNOQ Instituto Nacional de Normalização e Qualidade
ISO Organização Internacional de Padronização
SGA Sistema de gestão ambiental
TAB Tradition African Bear
UEM Universidade Eduardo Mondlane
VPO Voyager plant optmizaiton

ix
Resumo
A presente pesquisa procura perceber, até que ponto as estratégias de educação ambiental (EEA)
influenciam ou contribuem na melhoria de desempenho ambiental da empresa Cervejas de
Moçambique (CDM) – Maputo.

A pesquisa baseou-se numa abordagem qualitativa, tendo adoptado como procedimentos


técnicos, um estudo de campo, em que fez-se entrevista semi-estruturada, auxiliada pela
observação. Adicionalmente esta pesquisa teve como a amostragem não probabilística por
conveniência. Com amostra da população, seleccionaram-se sete (7) colaboradores,
representando a comissão ambiental da CDM. Para a análise de dados colhidos baseou-se nos
passos recomendados por Bardin, adicionalmente para a análise dos impactos identificados
aplicou-se o modelo de FIESP.

A pesquisa concluiu que, as etapas do processo produtivo da cerveja na empresa CDM vão desde
o preparo de malte até ao envase, o processo de lavagem das garrafas e equipamentos. Dessas
actividades, foram identificados 22 impactos ambientais, dos quais sete (7) são impactos não
significativos; 10 são impactos significativos e cinco (5) impactos muito significativos.

Para o controlo desempenho ambiental, observou-se que a CDM aplica o modelo VPO no qual se
pode encontrar o pilar meio ambiente, que contém a política ambiental e de segurança
ocupacional, ambas com indicadores de desempenho de gestão; operacional e de condição
ambiental. No que concerne à aplicação de EEA, a pesquisa concluiu que são aplicadas de uma
forma superficial em que se usam métodos expositivos, como a afixação de cartazes com
conteúdos ambientais. No cômputo geral, a pesquisa concluiu que as EEA na empresa CDM -
Maputo, contribuem positivamente para o desempenho ambiental ao nível de indicadores
desempenho de gestão, e negativamente, ao nível de indicadores de desempenho operacional e
de condição ambiental, visto que essas estratégias são aplicadas como apêndice, de uma forma
superficial e não aprofundada. As recomendações estão relacionadas com aplicação de EEA de
uma forma integrada, adoptando-se métodos participativos para a melhoria do desempenho
ambiental da organização.

Palavras – chave: Produção de cerveja, Desempenho ambiental, Estratégias de educação ambiental.

x
Abstract

The present study sought to understand the extent to which the environmental education
strategies (EES) influence or contribute to the improvement of the environmental performance of
the company Cervejas de Moçambique (CDM) - Maputo.

The research was based on a qualitative approach, having adopted as technical procedures a field
study, in which a semi-structured interview, assisted by observation, was carried out. In addition,
this research had as non-probabilistic sampling for convenience. With a sample of the
population, seven (7) employees were selected, representing the environmental committee of
CDM. For the analysis of data collected was based on the steps recommended by Bardin, for the
analysis of identified impacts the FIESP model was applied.

The research concluded that the stages of the production process of beer in the company CDM
range from malt preparation to packaging, the process of washing bottles and equipment. Of
these activities, 22 environmental impacts were identified, of which seven (7) are not significant
impacts; 10 are significant impacts and five (5) very significant impacts.

For the environmental performance control, it was observed that the CDM uses the VPO model
in which one can find the environmental pillar, which contains the environmental and
occupational safety policy, both with management performance indicators; operational and
environmental condition. Concerning the application of EES, the research concluded that they
are applied in a superficial way using expository methods, such as the display of posters with
environmental contents. Overall, the research concluded that the EES in the CDM - Maputo
company contribute positively to the environmental performance in the level of management
performance indicators, and negatively, in the level of indicators of operational performance and
environmental condition, since these strategies are applied as an appendix, in a superficial rather
than in-depth form. The recommendations are related to the application of EES in an integrated
way, adopting participatory methods to improve the environmental performance of the
organization.

Keywords: Beer production, Environmental performance, Environmental education strategies.

xi
CAPITULO I: INTRODUÇÃO
1.1.Introdução

Segundo Acre e Castilho (2013), a gestão de modo sustentável começou a ser pensada quando
surgiram os primeiros graves problemas ambientais em decorrência da inexistência de políticas
mitigadoras dos danos ambientais em nome do chamado progresso ligado a questões
económicas.

Para reverterem-se problemas que eram verificados, surge um novo olhar sobre o meio ambiente,
necessidade de repensar o modelo de crescimento económico e desenvolvimento social, e
começaram a ser construídos meios para reverter a exploração não planeada e insustentável dos
recursos ambientais, dentre os quais, os projectos voltados à sustentabilidade ambiental, tais que
são operacionalizados pelas estratégias de educação ambiental (Silva & Leite, 2008).

No entanto, as estratégias de educação ambiental para as organizações são vistas como


ferramentas com uma característica transformadora, uma vez que possibilitam a aquisição de
conhecimentos e habilidades capazes de induzir mudanças de atitudes, objectivando a construção
de uma nova visão das relações do ser humano com o seu meio e a adopção de nova postura
individual e colectiva, essas estratégias permitem também com que haja consolidação de novos
valores, conhecimentos, competências, habilidades e atitudes em relação ao meio ambiente
(Marcatto, 2002).
Melgar (2005), acredita que por falta de estratégias de educação ambiental nas últimas décadas,
tem ocorrido uma mudança muito grande no ambiente em que as organizações operam, tais
organizações que eram vistas apenas como instituições económicas com responsabilidades
referentes a resolver problemas económicos fundamentais, têm actualmente presenciado o
surgimento de novos papéis que devem ser desempenhados, como resultado das alterações que
causam no ambiente em que operam.
Portanto, as fábricas de cervejas comprometidas com a sustentabilidade ambiental, por meio de
estratégias de educação ambiental, estão repensando o impacto de suas actividades no meio
ambiente, minimizando a geração de resíduos sólidos, emissões, consumo de água e energia
(Lima & Walter, 2017).
Em particular a Cerveja de Moçambique (CDM) de Maputo, está empenhada em um
desenvolvimento sustentável, sendo uma empresa socialmente responsável, pois o objectivo

1
desta empresa em termos de desenvolvimento, é conseguir benefícios económicos, sem
comprometer a dimensão ambiental e social. Afirma-se ainda que, a CDM de Maputo mede a sua
agenda de desenvolvimento sustentável através de uma matriz de avaliação bi-anual, para
verificar o seu desempenho ambiental (CDM, 2016).

Ainda na CDM de Maputo, desenvolvem-se alguns programas ambientais, esses que são
operacionalizados por meio de estratégias de educação ambiental, dentre eles destacam-se: as
campanhas de garrafas de cervejas retornáveis para a redução de resíduos sólidos na cidade
capital de Moçambique, e as campanhas internas sobre o uso racional da água. É neste contexto
que a pesquisa analisa as estratégias de educação ambiental que contribuem na melhoria de
desempenho ambiental da CDM – Maputo.

Portanto, para o desenvolvimento da pesquisa seguiu-se a seguinte estrutura subdividida em


cinco (5) capítulos a saber: (I) introdução; (II) revisão de literatura; (III) metodologia; (IV)
apresentação e discussão de dados; (V) conclusões e recomendações.

1.2.Formulação de Problema
Segundo Rocha e Streit (2016), no modelo económico vigente, as empresas têm ganhado poder
desde a revolução industrial e assim exercem forte influência sobre os demais sectores, desde
então, houve uma ampliação do poder do empresariado e a busca incessante pelo lucro que
resultou em um agravamento da degradação do meio ambiente e das condições sociais.
Por sua vez, as acções dentro de uma indústria cervejeira estão voltadas para questões
particulares da tradicional produção de cerveja. Contudo, as decisões de gestão, em geral, focam-
se em melhorar a eficiência económica da empresa, pondo-se de lado a melhoria do desempenho
ambiental (Trummer & Coutinho, 2013).
Lima e Walter (2017), destacam que a indústria de cerveja é grande consumidor de água, sendo
grande parte desse consumo concentrado nas etapas de fermentação e lavagem de embalagens. O
melhor rendimento do uso dos recursos, principalmente da água, tem levado à indústria a buscar
práticas mais sustentáveis, visto que o uso ineficiente desse recurso traz impactos no meio
ambiente (redução de recurso hídrico, facturas elevadas de consumo).
Nas fábricas de cervejas, observa-se também a geração de resíduos sólidos e líquidos como: o
bagaço, garrafas não retornáveis e efluentes líquidos provenientes da lavagem de garrafas e latas
que podem contaminar o solo e recursos hídricos. Observa-se também neste ramo, a falta de

2
estabelecimento de metas e estratégias de educação ambiental para uso racional da água no
preparo do mosto e lavagem das garrafas, falta de sistema de recirculação da água no enchimento
das garrafas para evitar a sua perda no processo de envase, garrafas quebradas, latas e cápsulas
amassadas, plásticos e papelão originários de embalagens (Dias & Couto, 2017).
Um dos impactos acima mencionados é descrito por Pereira e Louro (2004), ao aferir que os
estudos feitos sobre a qualidade das águas no Rio Infulene, encontraram valores de demanda
bioquímica de oxigénio (DBO) elevados (150 mg/l), contra os 80 mg/l previstos como limites de
descarga de efluentes (Padrões de Qualidade Ambiental de 2 de Junho 18 2004). Esse facto
acontece devido à forte descarga de efluentes líquidos de grandes fábricas, incluindo a CDM de
Maputo, trazendo impactos ambientais negativos aos indicadores de desempenho de condição
ambiental daquela área. Olhando para o exposto acima, percebe-se que há défice de
implementação de acções de EA, no entanto, surge a seguinte pergunta de partida abaixo.
Até que ponto as estratégias de educação ambiental contribuem na melhoria de desempenho
ambiental da CDM de Maputo?

1.3.Objectivos

Objectivo geral
Analisar as estratégias de educação ambiental que contribuem na melhoria de
desempenho ambiental da empresa Cervejas de Moçambique - Maputo.
Objectivos específicos:
1. Apresentar as etapas da produção de cerveja na empresa Cervejas de Moçambique;
2. Identificar os impactos ambientais da empresa Cervejas de Moçambique;
3. Descrever o controlo de desempenho ambiental da empresa Cervejas de Moçambique;
4. Explicar o contributo das estratégias de educação ambiental para melhoria de
desempenho ambiental na empresa Cervejas de Moçambique.
1.4.Perguntas de pesquisa
Quais são as etapas de produção de cerveja na empresa Cervejas de Moçambique?
Quais são os impactos ambientais da empresa Cervejas de Moçambique?
Como é feito o controlo de desempenho ambiental na empresa Cervejas de Moçambique?
Qual é o contributo das estratégias de educação ambiental na melhoria de desempenho
ambiental na empresa Cervejas de Moçambique?

3
1.5.Justificativa

A escolha deste tema foi movida pela curiosidade de conhecer o ponto de situação desta temática
na CDM de Maputo, visto que em alguns estudos feitos relata-se que as fábricas de cervejas que
adoptam estratégias de educação ambiental registam uma melhoria da sua performance face ao
meio ambiente (desempenho ambiental), trazendo à organização benefícios ambientais,
económicos e sociais, que Lima e Walter (2017) descrevem abaixo:

Benefícios ambientais: redução de resíduos sólidos, emissões atmosféricas e efluentes


líquidos; redução do risco ambiental; melhor uso da água; protecção dos ecossistemas.
Benefícios económicos: maior eco-eficiência dos processos; ampliação de tecnologias
ecológicas; redução de custos; aumento da competitividade.
Benefícios sociais: investimento às cooperativas de reciclagem; aumento da qualidade e
segurança dos colaboradores; equipe motivada; desenvolvimento da comunidade.

Sob essa perspectiva, a estratégia de educação ambiental ligada à melhoria de desempenho


ambiental, torna-se relevante uma vez que consiste no levantamento de esforços para reduzir a
concentração de poluentes na fonte geradora, por meio de modificações nos produtos, nos
processos, na substituição de matérias-primas e boas práticas operacionais (Lima & Walter,
2017).
Foi escolhida a CDM de Maputo pelo facto desta estar localizada numa zona residencial com
uma densidade populacional elevada e por estar próximo ao Rio Infulene, duas componentes
socioambientais que podem sofrer impactos ambientais que advêm das actividades desenvolvidas
naquela fábrica.
Importa também destacar que, o tema é relevante por buscar conhecer as estratégias de educação
ambiental que estão sendo desenvolvidas na indústria de cerveja, com intenção de minimizar o
impacto ambiental e promover o incremento da produtividade. Além disso, o estudo de tais
práticas pode motivar outras empresas a adoptarem um comportamento mais responsável,
trazendo um retorno positivo para o ambiente. De igual forma, o estudo deste tema torna-se
relevante para educação ambiental na medida em que possibilita o conhecimento dos reais
problemas ambientais enfrentados pelo ramo das indústrias de transformação, especificamente as
fábricas de cervejas, no âmbito das estratégias de educação ambiental para a melhoria do seu
desempenho ambiental, assim como no reforço a pesquisa e investigação ambiental.

4
CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA
Neste capítulo são apresentados os seguintes conteúdos: conceitos - chave, etapas de produção de
cerveja, impactos ambientais na fábrica de cerveja, ao mesmo tempo que se aborda o modelo de
análise da significância dos aspectos e impactos ambientais, desempenho ambiental e, por fim, as
estratégias de educação ambiental.

2.1.Conceitos básicos

Impacto ambiental é qualquer mudança do ambiente para melhor ou para pior, especialmente
com efeitos no ar, na terra, na água e na saúde das pessoas, resultante de actividades humanas
(BR, 2015).

Aspecto ambiental é o elemento das actividades ou produtos e serviços de uma organização que
pode interagir com o meio ambiente (INNOQ, 2007).

Desempenho ambiental é o resultado mensurável da gestão de uma organização sobre seus


aspectos ambientais (ISO 14031, 2004).

Educação ambiental é um processo que busca desenvolver uma população que seja consciente e
preocupada com o meio ambiente e com os problemas que lhes são associados. Uma população
que tenha conhecimentos, habilidades, atitudes, motivações e compromissos para trabalhar,
individual e colectivamente, na busca de soluções para os problemas existentes e para a
prevenção dos novos (Marcatto, 2002).

Estratégias de educação ambiental são meios e/ou condições favoráveis e disponíveis,


aplicados e explorados com vista à consecução de determinados objectivos predefinidos,
inerentes à formação de indivíduos para adquirir atitudes pró-ambientais, a partir de uma postura
crítica da realidade e de medidas concretas que possam alterar os rumos da degradação ambiental
(Silva & Leite, 2008).

2.2.Etapas de produção de cerveja

Na fábrica de cerveja, várias actividades são desenvolvidas, dentre as quais se destaca o processo
de produção de cerveja propriamente dita, que para Muxel (2016), contém os seguintes
ingredientes: água, malte, lúpulo e fermento. Para Trommer e Coutinho (2013), os mais

5
importantes estágios da fabricação são a produção do mosto e a fermentação. A partir do malte
produz-se o mosto, que é um extracto aquoso da cevada malteada; no processo de fermentação,
são adicionadas leveduras ao mosto, onde as células de fermento convertem os nutrientes do
mosto predominantemente em etanol e dióxido de carbono. Após a retirada do fermento obtém-
se a cerveja. (Vide as etapas simplificadas do processo produtivo em anexo I)

Trommer e Coutinho (2013) afirmam ainda que, existem outras actividades pós - produção da
cerveja, a saber: o envase que consiste na selecção de garrafas, latas de alumínio, e barris para o
enchimento da cerveja.
Importa referir que, para Dias e Couto (2017), existem quatro tipos de enchimento, em que a
cerveja é acondicionada em diferentes embalagens a saber: garrafas retornáveis; garrafas não
retornáveis; latas e barris.

Destaca-se também o tratamento da água usada no processo produtivo, assim como o seu
descarte, lavagem de garrafas e equipamentos; outras actividades que são desenvolvidas estão
ligadas a produção de materiais auxiliares, como detergentes, cápsulas, colas, etiquetas, material
de impressão, produção de energia e destinação dos resíduos de produção, vidro, alumínio,
embalagens e bagaço (Lima & Walter, 2017).

2.3.Impactos ambientais na fábrica de cerveja

O decreto nº 54/2015 sobre regulamento de processo de avaliação de impacto ambiental divide


os impactos ambientais em directos e indirectos. Consideram-se impactos directos, os efeitos que
resultam directamente da actividade em implementação, onde a acção do empreendimento
proposto ou em operação afecta as componentes ambientais do local de sua implementação e
suas imediações. Consideram-se impactos indirectos, aqueles que não resultam directamente da
actividade em implementação, mas das mudanças de comportamento humano causadas e/ou
provocadas pela sua implementação ou outros impactos secundários (BR, 2015).

Os impactos podem ser adversos ou benéficos; ou seja, negativos ou positivos. No entanto


Gonçalves et. al (2012), dá exemplo desses impactos apoiando-se na norma ISO 14001 (2004):
Impacto Adverso - quando este representa uma mudança negativa ao meio ambiente,
como por exemplo, esgotamentos dos recursos naturais renováveis e não renováveis, e a

6
contaminação do solo, da água e do ar, comprometimento da biodiversidade, erosões e
compactações do solo, doenças e lesões.
Impacto Benéfico - quando este representa uma mudança positiva no meio ambiente, por
exemplo: regenerações, redução de consumos de água, energia, descontaminações,
geração de riquezas, redução de resíduos sólidos.

Na fábrica de cerveja são desenvolvidas várias actividades, algumas mencionadas no subtítulo


anterior, essas que por sua vez se tornam aspectos ambientais capazes de impactar o meio
ambiente. Araújo e Cardoso (2010) fundamentam ao afirmar que qualquer actividade
organizacional gera aspectos ambientais.

No entanto, nessas diferentes etapas da produção de cerveja verificam-se impactos ligados às


emissões atmosféricas. Dias e Couto (2017) destacam emissões de gases de combustão que
advêm da caldeira de produção de vapor, principal fonte de emissões atmosféricas, também dos
geradores, compostas de gases de combustão (CO, CO2, NOx, SOx, hidrocarbonetos). Citam
também, a emissão de poeira, produzida no recebimento e transporte de malte e outras matérias-
primas que podem alterar a qualidade de ar da área de influência directa. Também se destaca o
odor, pois na fervura do mosto, 3,5 a 6% do mosto são evaporados, emitindo, além de vapor de
água, diversos compostos orgânicos, fazendo deste processo, a principal fonte de odores do
processo cervejeiro.

No que concerne aos resíduos sólidos, Trommer e Coutinho (2013), afirmam que esses são
gerados principalmente nas etapas de filtragem, enchimento e tratamento de água e efluentes
líquidos; por sua vez, Dias e Coutinho (2017), acrescentam ao afirmar que, os principais resíduos
gerados são: bagaço de malte, que são resíduos gerados na filtração do mosto, antes da fervura;
pasta celulósica: composta de rótulos removidos na lavagem de garrafas retornáveis, garrafas
quebradas, latas e cápsulas amassadas, plástico e papelão originários de embalagens. Esses,
quando mal geridos podem trazer poluição de solo, poluição de recursos hídricos e poluição
visual que pode trazer sanções por parte de autoridades que regulam essas actividades.
Para Lima e Walter (2017), os efluentes líquidos são gerados, principalmente nas etapas de
lavagem de garrafas, linhas de produção e equipamentos, onde os principais pontos de geração
ocorrem na operação de limpeza (caldeiras, filtros, tubagens, trocadores de calor, tanques,

7
garrafas, embalagens), enchimento (derrames e quebras de garrafas no enchimento) e domésticos
(refeitório, vestiários, sanitários, etc.).
Importa destacar que a lavagem de garrafas gera grandes volumes de efluente, mas com reduzida
carga orgânica. No entanto, a fermentação e filtragem geram uma pequena percentagem do
volume de efluentes, mas são responsáveis pela grande carga orgânica do efluente total que
podem contaminar os recursos hídricos, o solo e trazerem odore no local e na área de influência
directa da fábrica (Dias & Coutinho 2017).
Visto que qualquer actividade desenvolvida nas organizações pode impactar o meio ambiente,
foram desenvolvidos os modelos de análise da significância dos aspectos e impactos ambientais
dos quais se destaca o modelo FIESP que foi relevante para a presente pesquisa, veja-se o
desenvolvimento do modelo abaixo.

2.3.1. Modelo FIESP


Modelo de FIESP consiste na construção de uma matriz que relacione os aspectos e impactos
ambientais. Esta ferramenta auxilia também na classificação e determinação da significância dos
aspectos e impactos ambientais, identifica e analisa a significância dos impactos ambientais, com
base na incidência, abrangência, probabilidade, severidade, frequência e detecção do impacto
(FIESP, 2007).
Incidência - relaciona o aspecto ou impacto ambiental levantado com a actividade exercida no
local. A incidência pode ser directa (quando se refere àquele aspecto sobre o qual a organização
exerce ou pode exercer controlo efectivo, causando-se ou podendo-se causar um impacto
ambiental directo), ou indirecta (aquele aspecto ou impacto sobre o qual a organização pode
apenas exercer influência, não tendo controlo efectivo, causando-se ou podendo-se causar um
impacto indirecto).
Abrangência - sugere-se atribuir o valor de (1) ponto para a abrangência local, (2) pontos para a
regional e (3) pontos para a global.
Probabilidade - os aspectos/impactos ambientais potenciais, associados ou não a situações de
risco, devem ser avaliados segundo sua probabilidade de ocorrência, a qual se sugere que seja
qualificada e pontuada da seguinte forma: alta (3 pontos), média (2 pontos) e baixa (1 ponto).
Frequência – os aspectos/impactos ambientais reais devem ser avaliados de acordo com a sua
provável frequência de ocorrência, a qual pode ser qualificada e pontuada da seguinte forma: alta
(3 pontos), média (2 pontos) e baixa (1 ponto).

8
Severidade – os aspectos/impactos ambientais devem ser avaliados segundo a sua magnitude e
reversibilidade. Sugere-se que a qualificação e pontuação desta característica seja da seguinte
forma: alta (3 pontos - referindo-se àquele aspecto que causa ou pode causar impactos de alta ou
média magnitude ou intensidade, irreversíveis ou de difícil reversão), média (2 pontos –
referindo-se àquele aspecto que causa ou pode causar impactos de alta ou média magnitude ou
intensidade, mas que sejam reversíveis), e baixa ou mínima (1 ponto – referindo-se àquele
aspecto que causa ou pode causar impactos de intensidade/magnitude mínima,
independentemente de sua reversibilidade).

Detecção - é a capacidade de identificar os impactos em termos de grau e limites, a detecção


pode se pontuar em fácil (1) ponto, moderada (2) e difíceis (3) pontos.
Por meio da análise dessas características, é possível avaliar a significância do impacto ambiental
da organização, que é obtida pelo resultado da seguinte equação:

Significância = Probabilidade (Pr) x Severidade (Sr) x Abrangência (Ab) x Detecção (De)

Após o cálculo da equação os resultados podem ser: não significativos, significativos e muito
significativos. O quadro abaixo apresenta a pontuação da significância final dos impactos
ambientais e acções a serem tomadas, de acordo com a pontuação sugerida, (Vide a tabela 1).

Tabela 1. Parâmetros de análise de significância dos impactos ambientais

Pontuação Obtida Significância Acções mínimas sugeridas

De 01 a 06 pontos Não significativo “Manter rotina”

De 08 a 16 pontos Significativo “Controle operacional”

“Controle operacional e Plano


Igual ou acima de 18 pontos Muito significativo de acção e/ou emergência”

Fonte: (FIESP, 2007).

9
2.4.Desempenho Ambiental

Segundo ISO 14031 (2004), desempenho ambiental são os resultados mensuráveis da gestão de
uma organização sobre seus aspectos ambientais.

Viera et al, (2008), definem desempenho ambiental como a informação analítica oferecida por
um conjunto de indicadores que permitem comparar vários sectores em uma mesma empresa, ou
várias empresas de uma indústria, com respeito a certos requisitos ambientais.

Neste contexto, a avaliação de desempenho ambiental (ADA) trata-se de uma ferramenta de


gestão interna, planeada para prover uma gestão com informações confiáveis e verificáveis, para
determinar se o desempenho ambiental se está adequado aos critérios estabelecidos pela
administração da organização.

Também é considerado como um processo contínuo de colecta e avaliação de dados e


informações para fornecer uma avaliação actual do desempenho ambiental da empresa (ISO
14031, 2004).

No que concerne à medição de desempenho ambiental, Viera et al (2008), afirmam que, se uma
empresa possuir um Sistema de gestão ambiental (SGA), os resultados podem ser medidos com
base na política, objectivos e metas ambientais da organização. Se a organização não possuir
SGA pode ser usada independentemente para auxiliar na identificação dos aspectos ambientais,
dos quais os significativos guiarão a organização no estabelecimento de critérios para o seu
desempenho ambiental.

A medição de desempenho ambiental em um empreendimento deve estabelecer o grau de


evolução, estagnação ou evolução do seu processo ou actividade, assim como adequação ao uso
de seus bens e serviços, fornecendo informações adequadas e no momento preciso, a fim de
tomar acções preventivas e/ou correctivas que levam à conquista de metas e objectivos da
empresa (Viera et al, 2008).

Segundo ISO 14031 (2004), para se medir o desempenho ambiental de uma organização, baseia-
se no instrumento da norma ISO 14031:2004, que aborda sobre directrizes de avaliação de
desempenho ambiental (ADA). Por sua vez, esse instrumento apoia-se aos indicadores

10
ambientais para fornecer informações, comparando o desempenho ambiental, passado e presente,
de uma organização com seus critérios de desempenho ambiental.

Os indicadores que são usados para a medição do desempenho ambiental são desenvolvidos
abaixo.

2.4.1. Indicadores de desempenho ambiental

Viera et al (2008), baseando-se na norma ISO 14031, descreve duas categorias de indicadores
para a avaliação de desempenho ambiental a saber: indicadores de desempenho ambiental e
indicadores de condição ambiental.

Os indicadores de desempenho ambiental estão subdivididos em indicadores de desempenho de


gestão e indicadores de desempenho operacional.

Os indicadores de desempenho de gestão fornecem informações sobre a capacidade e esforços da


organização, em gerir assuntos que possam ter influência no desempenho ambiental da
organização.

Estes indicadores deverão possibilitar uma avaliação dos esforços, decisões e acções efectuadas
pela gestão. Senai (2003) acrescenta ao afirmar que se utilizam os dados para buscar a
minimização do impacto ambiental da empresa, baseando-se em avaliações do cumprimento de
leis e regulamentos, custos ambientais, treinamentos de pessoal, saúde e segurança ocupacional e
relacionamento da empresa com o público externo, ao nível dos processos de planeamento,
administrativos e de decisão, para melhorar o desempenho ambiental da organização.

Por sua vez, os indicadores de desempenho operacional fornecem informações sobre o


desempenho ambiental das operações da organização.

Estes indicadores deverão permitir avaliar o desempenho ambiental das actividades operacionais
da organização (instalações físicas, equipamento). Schincariol (2012), afirma que, caso haja as
não - conformidade, devem-se aplicar as melhorias nos processos produtivos.

Nas tabelas abaixo podem-se verificar alguns indicadores de desempenho de gestão e de seguida
os de desempenho operacional (vide as tabelas 2 e 3 respectivamente).

11
Tabela 2. Indicadores de desempenho de gestão

Indicadores de desempenho de gestão


Tipo de indicador Exemplos de indicadores
✓ Número de objectivos atingidos;
✓ Número de iniciativas implementadas para
prevenção da poluição;
Implementações de Política e Programas ✓ Número de empregados que participam em
programas ambientais;
✓ Número de empregados treinados versus número
que necessita de treinamento;
✓ Níveis de conhecimento obtidos pelos
participantes de treinamento.

✓ Grau de atendimento a regulamentos;


✓ Tempo para responder ou corrigir incidentes
Conformidade ambientais;
✓ Números de multas e penalidades ou os custos a
elas atribuídos.

✓ Número de consultas ou comentários sobre


questões relacionadas ao meio ambiente;
Relações com a Comunidade ✓ Recursos aplicados para apoiar os programas
ambientais da comunidade;
✓ Número de locais com relatórios ambientais;

Fonte: Adaptado da (ISO 14031, 2004)

Para os indicadores de desempenho operacional também se apresenta uma tabela de seguida


adaptado na norma (ISO 14031, 004).

12
Tabela 3. Indicadores de desempenho operacional

Indicadores de desempenho operacional


Tipo de indicador Exemplos de indicadores
✓ Quantidade de materiais processados, reciclados
ou reutilizados;
Materiais ✓ Quantidade de matéria-prima reutilizada no
processo de produção;
✓ Quantidade de água por unidade de produto;
✓ Quantidade de água reutilizada;

✓ Quantidade de energia usada por ano ou por


unidade de produto;
✓ Quantidade de energia usada por serviço ou
cliente;
✓ Quantidade de cada tipo de energia usada;
Energia ✓ Quantidade de unidades de energia economizada
devido a programas de conservação de energia

✓ Número de produtos introduzidos no mercado


com propriedades perigosas reduzidas;
✓ Número de produtos que podem ser reutilizados
Produtos ou reciclados;
✓ Percentagem do conteúdo de um produto que
pode ser reutilizado ou reciclado;
✓ Índice de produtos defeituosos;
✓ Duração de uso do produto;
✓ Número de produtos com instruções referentes ao
uso e à disposição ambientalmente seguros;
✓ Número de locais com relatórios ambientais;
Fonte: Adaptado da (ISO 14031, 2004)

Indicadores de Condição Ambiental - fornecem informações sobre a condição do ambiente


local, regional, nacional ou global. O desenvolvimento e aplicação de ICA, frequentemente são a
função das agências governamentais, instituições de pesquisa e científicas, em vez da função de
uma única organização de negócios (Viera et. al, 2008).

Veja de seguida, o exemplo de indicadores de condição ambiental apresentados pela ISO 14031,
(2004):

13
Ar:

Concentração de um dado contaminante, no ar ambiente, em locais seleccionados para


monitoramento;
Níveis de opacidade da corrente de ar, em relação à instalação da organização;
Média ponderada dos níveis de ruído no perímetro da instalação da organização;
Odor medido a uma distância específica na instalação de uma organização.

Água:

Concentração de contaminantes específicos na água subterrânea ou superficial;


Turbidez na corrente adjacente à sua instalação, medida à jusante e ao montante do
ponto de descarga da água servida;
Oxigénio dissolvido em corpos de água receptores.

Humanos:

Dados de longevidade para populações específicas;


Incidência de doenças específicas a partir de estudos epidemiológicos na área local ou
regional;
Densidade populacional na área local ou regional.

Em linhas gerais Importa destacar que o desempenho ambiental só pode ser positivo se atingir os
objectivos e as metas predefinidos pela organização, e as actividades operacionais estarem
compatíveis com a condição ambiental em que organização estiver estalada.

2.5.Estratégias de educação ambiental

As organizações necessitam desenvolver um processo educativo que oriente os indivíduos a


apreensão dos princípios da sustentabilidade e, consequentemente, mudanças na cultura
organizacional para melhoria do desempenho ambiental (Scholz & Costas 2016).
O alcance do exposto acima só pode ser desencadeado por estratégias de educação ambiental
(EEA) que surgem como fruto da necessidade de actuar na transformação da sociedade. No
entanto, as EEA entram no meio organizacional para operacionalizar a gestão ambiental, com a
finalidade de minimizar efeitos negativos no meio ambiente, através de suas aplicações práticas
(Ruppenthal, 2014).
14
As EEA configuram-se como elementos importantes, uma vez que na resolução de problemas
ambientais, elas são desenhadas considerando-se o contexto, ou seja, alcançam o grupo-alvo e
comunicam efectivamente a informação, criando um verdadeiro interesse, dinamismo, coesão de
grupo e maior participação (MICOA, 2009).
Sales e Catarino (2011), acrescentam ao afirmar que as estratégias voltadas para a EA trazem
diversos benefícios para as organizações que as adoptam, entre eles, a difusão de conhecimentos
acerca da temática ambiental, economia em seus processos e redução do desperdício, desse
modo, oferecendo uma melhor qualidade ambiental a seus funcionários e à comunidade em
geral. Ademais, Alcântra, Nishijima & Silva (2012), consideram EA como elemento
indispensável para a transformação da consciência ambiental nas organizações, pois ela pode
mudar a cultura organizacional na sua relação, como aspectos socioambientais.

De seguida, MICOA (2009) e Leite e Silva (2008), apresentam como EEA que podem ser
desenvolvidas no contexto organizacional voltadas para os funcionários, enfatizando o uso de
energia, água, destinação correcta de resíduos e higiene nas instalações físicas da organização:

1) Oficina de educação ambiental - plataforma participativa na qual se pode pensar e agir, a


fim de desenvolver na base da educação, a formação para o consumo consciente e uso
racional dos recursos naturais.
2) Palestras, seminários e debates - Estratégias participativas e consistem na discussão de
ideias em torno de diversos temas ambientais e sociais emergentes.
3) Workshops ambientais e exposições - os Workshops e exposições visam demonstrar
práticas sustentáveis de gestão ambiental e criando oportunidades de negócio num
ambiente de aprendizagem e de troca de experiências.
4) Jogos de simulação - permitem que os participantes operacionalizem, através de jogos,
as diferentes situações de um determinado tema, sempre ligando à sua realidade.
5) Criação de grupos de interesse - identificação e reunião de indivíduos com interesses
comuns, conferindo-lhes a responsabilidade e criando neles o espírito de pertença.

Visto que as fábricas de cervejas podem trazer impactos ambientais negativos no meio ambiente,
as organizações desse ramo adoptam essas práticas e EEA para resolução de problemas
ambientais decorrentes das suas actividades. Barbosa e Camboim (2012), fundamentam que a
EA deve ser encarada como uma prática social, tendo em vista que a sua intenção é, no aspecto

15
humanístico, fazer com que o homem use os seus saberes para as reais necessidades da
sociedade.

Considerando que as fábricas de cervejas são grandes consumidores de água que representa mais
de 90% do seu principal produto, têm esse recurso como a sua principal causa ambiental. Por
isso, realizam-se diversidades de práticas e estratégias de educação ambiental, como palestras
que visam garantir a sustentabilidade do recurso. Além disso, as fábricas de cerveja também se
esforçam para gerar o mínimo possível de resíduos sólidos e líquidos e para diminuir o consumo
de energia e a emissão de gás carbónico (Ambev, 2017).

Na componente de uso racional da água, Ambev, (2017), afirma que para além de se investir
continuamente em tecnologia de ponta, trabalha-se em diversas frentes, com treinamentos dos
funcionários, campanhas internas de consciencialização, acções de reaproveitamento de água e
estabelecimento de metas colectivas para a melhoria de desempenho ambiental.

Na componente de geração de resíduos sólidos, as fábricas de cerveja, têm feito workshops


ambientais sobre garrafas de vidro retornáveis, que tenham um ciclo de vida maior e demoram
mais para se tornar resíduo e no que tange ao bagaço e ao lodo retirado da estacão de tratamento
de águas residuais tem sido reaproveitado para a compostagem e para a ração animal. Para
diminuir o consumo de energia e a emissão de gás carbónico, as fábricas de cervejas diversificam
as suas matrizes caloríficas. Para isso, uma das acções é a substituição do combustível fóssil por
fontes renováveis, composta por biomassa (cavaco de madeira) e por biogás decorrente do
processo de tratamento anaeróbico de efluentes (Ambev, 2017).

Segundo Amaral (2001), as EEA descritas acima são aplicadas de várias formas, há casos em
que são aplicadas como apêndice (de uma forma superficial) noutros, aplicadas de forma paralela
(são aplicadas mas não existe ligação com a realidade), e noutros casos são aplicadas como eixo
integrador no entanto nesse último existe uma ligação entre actividades desenvolvidas e
conteúdos da educação ambiental numa organização, (vide anexo VII).

16
CAPÍTULO III: METODOLOGIA

Neste capítulo, são apresentados os procedimentos metodológicos adoptados para a realização da


presente pesquisa que são os seguintes: a descrição da área de estudo, abordagem metodológica,
amostra, os instrumentos de recolha de dados, bem como a técnica de análise de dados, questões
éticas e limitações da pesquisa respectivamente.

3.1.Descrição do local de estudo

A empresa Cervejas de Moçambique, está localizada na cidade de Maputo, Distrito Municipal


Kamubukwana, Bairro de Jardim, concretamente na zona de Vale de Infulene. Nas proximidades
da organização encontra-se o Rio Infulene, que é uma pequena bacia hidrográfica nacional de
regime de escoamento permanente, e tem como limites os municípios de Maputo e Matola.
Observa-se também nesse bairro, a prática de agricultura de subsistência (CDM, 2016).
O bairro de Jardim é constituído por uma população de 12720 habitantes dos quais 6141 são
homens e 6579 são mulheres (CMCM, 2010).
A empresa Cervejas de Moçambique - Maputo apresenta nove (9) departamentos a saber:
administração; armazém de malte; brassagem; enchimento; bloco de utilidades; oficinas;
tradition afican bear; estacão de tratamento de águas residuais e pátio de vasilhames (CDM,
2016).

3.2.Abordagem metodológica

A pesquisa adoptou uma abordagem qualitativa, a razão do uso do método qualitativo é pelo
facto de se pretender explorar cenários que não podem ser facilmente descritos numericamente
(Moreira, 2008). Na pesquisa esses cenários estão ligados a estratégias de educação ambiental
(EEA) que contribuem na melhoria de desempenho ambiental da CDM - Maputo. No entanto
procurou-se uma compreensão dos significados situacionais apresentados pelos entrevistados.
Adicionalmente a pesquisa teve como procedimentos técnicos, o estudo de campo, entendida por
Predanov e Freitas (2013), como aquela que é utilizada com o objectivo de conseguir
informações e/ou conhecimentos acerca de um problema para o qual se procura uma resposta,
ou, ainda, descobrir novos fenómenos ou as relações entre eles.
Quanto aos fins, tratou-se de uma pesquisa exploratória que visa proporcionar maior
familiaridade com o problema com vista a torná-lo explícito (Mutimucuio, 2008). Envolveu

17
levantamento bibliográfico; entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o
problema pesquisado; análise de exemplos ligados a EEA na CDM que estimulem a
compreensão.

3.3.Amostragem

A pesquisa adoptou a amostragem não probabilística por conveniência. Essa a amostragem não
probabilística é criada quando os respondentes são escolhidos pela acessibilidade ou outros
critérios julgados representativos pelo pesquisador (Mutimucuio, 2008). Acrescenta ainda o autor
que a amostragem de conveniência envolve obter respostas de pessoas que estão disponíveis e
dispostas a participar.

Como amostra da população, foram considerados sete (7) funcionários, do departamento da


comissão ambiental, por serem representativos nas questões ambientais da empresa e por ser um
departamento que responde questões ligadas a gestão ambiental da empresa. No entanto foi
considerado o chefe de produção, técnico de produção, o gestor ambiental da fábrica, técnico de
controlo de qualidade, gestor de segurança ocupacional, agente de acção social, um engenheiro
químico.

3.4.Técnicas de recolha e análise de dados


3.4.1. Técnicas de recolha de dados

A pesquisa adoptou as seguintes técnicas de recolha de dados: a observação sistemática e


entrevista semi-estruturada.

A observação sistemática foi seleccionada como uma técnica de recolha de dados para esta
pesquisa, uma vez que, Marconi e Lakatos (2003) afirmam que nessa técnica, o observador sabe
o que procura e o que carece de importância em determinada situação. Portanto, com a revisão
bibliográfica sobre o problema da pesquisa e com a conversa prévia com alguns colaboradores da
empresa, tinha-se ideia do que queria observar na empresa Cervejas de Moçambique - Maputo.
No entanto, observou-se aspectos ambientais no processo produtivo o armazenamento dos dados
observados foi feito através de registos fotográficos e no modelo FIESP.

No que concerne a entrevista semi-estruturada, fez-se um roteiro de entrevista (vide em apêndice


II) aplicado aos colaboradores da CDM representando a comissão ambiental da organização,

18
com o objectivo de colher informação relacionada com seguintes aspectos: as etapas de produção
de cerveja; aspectos e impactos ambientais da empresa Cervejas de Moçambique; Controlo de
desempenho ambiental da empresa Cervejas de Moçambique e EEA desenvolvidas na empresa
Cervejas de Moçambique, para a sua melhoria de desempenho ambiental.

3.4.2. Técnicas de análise de dados


A análise de dados foi um processo de organização sistemática das respostas da entrevista semi-
estruturada, com a intenção de tornar os dados mais compreensíveis, tendo em conta os
objectivos da pesquisa. Esta análise seguiu alguns passos recomendados por Bardin (2011) que
são: selecção e transcrição da informação fornecida, compilação da informação mediante o
estabelecimento de semelhanças das respostas dos entrevistados e interpretação das informações
colectadas.
Para melhor visualização dos dados, os entrevistados encontram-se codificados conforme a área
que pertencem, nos seguintes códigos: CPC1, TECP1, GA1, TECQ1, GS1, EQ1, TCAS1 e JA1.
Importa também destacar que, para análise de impactos ambientais da CDM, adoptou-se o
Modelo FIESP, Esse modelo identifica, analisa e categoriza a significância dos impactos
ambientais das actividades da organização, com base na incidência, abrangência, probabilidade,
severidade, frequência e detecção do impacto, (Vide a pontuação e parâmetros de analise de
significância no capítulo II, subtítulo 2.3.1).
Por meio da análise dessas características, é possível avaliar a significância do impacto ambiental
da organização, que é obtida pelo resultado da seguinte equação.
Significância = Probabilidade (Pr) x Severidade (Sr) x Abrangência (Ab) x Detecção (De)

Para análise do desempenho ambiental organizou-se os dados em uma tabela que contém três
níveis de indicadores a saber: indicador de desempenho de gestão, indicador de desempenho
operacional e indicadores de condição ambiental. Fez-se uma análise dos objectivos, metas e o
seu atendimento (conformidade).

3.5.Questões éticas

Alves (2008), afirma que toda a investigação científica é uma actividade humana de grande
responsabilidade ética, pelas características que lhe são inerentes.

19
Olhando para o exposto a cima, a presente pesquisa tomou em consideração: a relativa
confidencialidade da identidade dos entrevistados que forneceram informação útil ao estudo; o
consentimento livre e esclarecido dos indivíduos pesquisados e o respeito aos mesmos; a
apresentação do pesquisador às entidades ou partes contempladas na pesquisa mediante
identificação e devida autorização com credenciais (vide em anexo II e III), e ainda o
esclarecimento dos propósitos da pesquisa o processamento censura e de dados com
fidedignidade; a referenciação e a devida atribuição de créditos às fontes de informação.

3.6.Limitações do estudo

A pesquisa teve como limitações, os seguintes aspectos:

Limitação na obtenção de evidências de aspectos ambientais da CDM – Maputo, por falta


de permissão para captar imagens em alguns departamentos (brassagem, na área de
acondicionamento de resíduos e ETAR).
Falta de divulgação de relatórios de desempenho ambiental, foi minimizada com a visita
à agência nacional de controlo de qualidade ambiental, para a obtenção de informação
oral sobre o controlo de desempenho ambiental da organização.

20
CAPÍTULO: IV APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DE DADOS

Neste capítulo são apresentados e discutidos os seguintes dados: Etapas de produção de cerveja
na CDM; impactos ambientais da CDM; controlo de desempenho ambiental da CDM; e por fim
estratégias de EA para a melhoria do desempenho ambiental da CDM.

4.1.Etapas de produção de cerveja na empresa Cervejas de Moçambique

Em relação as etapas do processo produtivo da Cerveja, os entrevistados CPC1, GA1, EQ1,


TECQ1 e GS1 foram unânimes ao apontar quatro (4) principais passos de processo produtivo
que são: o preparo do malte1 (vide apêndice, V), preparo do mosto, fermentação e envase.

Importa destacar que os passos que aqui são apresentados não apresentam tanta diferença com os
passos referenciados por Trommer e Coutinho (2013). Ambos destacam os mesmos passos
sequenciais até ao envase ou enchimento. Todavia, o GA1 destacou a etapa de pasteurização ao
afirmar que:

“É um processo de esterilização no qual se submete a cerveja engarrafada a um


aquecimento, seguido de um rápido resfriamento para a garantia da qualidade do
produto”

Ademais, foram apontados pelo GA1 como actividades secundárias, a limpeza e manutenção de
máquinas e lavagem de garrafas retornáveis, por sua vez o CPC1 para além das actividades
descritas pelo GA1, destacou o tratamento de efluentes líquidos gerados na limpeza de tanques
de armazenamento do mosto e outros equipamentos, adicionalmente, o EQ1 considerou como
outras actividades, à análise laboratorial feita aos produtos, ao mosto e a própria cerveja. Notou-
se aqui que são tratados os efluentes líquidos gerados no processo de limpeza dos equipamentos
(caldeiras, filtros, trocadores de calor, e tanques), e no processo de lavagem de garrafas de
cerveja, porém, os entrevistados não destacaram o tratamento dos efluentes líquidos gerados na
fermentação e filtragem. No entanto, Dias e Couto (2017) afirmam que a fermentação e filtragem
geram uma pequena percentagem do volume de efluentes, quando comparados com o processo
de lavagem de equipamentos de produção e de garrafas, mas são responsáveis pela grande carga

1
O malte de cevada é o material que fornece o extracto ao mosto cervejeiro. O seu conteúdo de amidos e proteínas
tornam-no ideal para a produção de cerveja (Dias & Couto, 2017).

21
orgânica do efluente total. Portanto é uma actividade em que se deve dar a devida atenção, uma
vez que apresenta aspectos ambientais potencialmente nocivos ao meio ambiente.

4.2.Impactos ambientais da empresa Cervejas de Moçambique no processo de produção


de cerveja

Sobre impactos ambientais, o GA1 da CDM afirmou que por se tratar de actividades indústrias
que são desenvolvidas, verificam-se alguns impactos, a destacar: alteração da qualidade de ar,
alteração da qualidade das águas, redução da disponibilidade de recursos (água, carvão para
caldeiras), ruído e poluição visual.
O GS1 salientou ao afirmar o seguinte:
“De facto existem impactos ambientais, mas esses são devidamente controlados, em
todos os departamentos, principalmente no departamento de lavagem de garrafas e nas
linhas de enchimento onde ocorrem muitos aspectos ambientais”
Nota-se aqui que os impactos descritos pelo entrevistado acima citado convergem com impactos
mencionados por Dias e Couto (2017) & Trommer e Coutinho (2013), que abordam sobre
impactos ambientais numa empresa de cerveja.
Atendendo e considerando que os impactos ambientais acontecem devido aos aspectos
ambientais, deste modo, o CPC1 e GA1 quando entrevistados, apontaram como principais causas
de impactos ambientais na CDM em cada bloco. No armazenamento e preparo do malte foram
considerados como aspectos ambientais: a emissão de poeiras e ruído no transporte e na
trituração do malte. No bloco da brassagem consideraram-se como aspectos ambientais: a
geração do bagaço no processo de filtração do mosto, também se consideram como aspectos
ambientais nesse bloco, o derrame de mosto cervejeiro, emissão de odores, emissão de CO2 e o
consumo de carvão, que é a principal matriz calorífica que a CDM usa para a fervura do mosto,
no bloco de Packaging2 (lavagem, enchimento, pasteurização e rotulagem) onde se verificou
maior número de aspectos ambientais a destacar: derrame de cerveja no processo de enchimento,
emissão de ruído devido à rotação das máquinas, consumo de energia no funcionamento das

2
Responsável por “puxar” o líquido para os equipamentos de envase, envasar em lata ou garrafa, pasteurizar o
líquido para que se transforme em cerveja, rotular as garrafas e colocá-las nas caixas, também recebe as garrafas em
paletes, despaletiza, desencaixota as garrafas e faz o processo de higiene para depois reutilizar os vasilhames
(CETESB, 1992).

22
máquinas, geração de influentes líquidos no processo de lavagem de garrafas, geração de
resíduos sólidos como: lata, rótulos (vide apêndices VI), embalagens de papel, cápsulas
amaçadas, consumo de água. Adicionalmente salientou-se que, são gerados cacos de vidro (vide
apêndice VII) devido a explosões de garrafas na pasteurização. Sobre esse último aspecto o GS1
afirmou:
“Essas explosões acontecem frequentemente porque nem todas as garrafas aguentam a
troca de temperatura que acontece numa pasteurizadora; assim sendo, acabam
explodindo e viram um projéctil que consequentemente, culmina na perda do produto”

Os aspectos ambientais descritos nesse item apresentam semelhanças com os aspectos descritos
por Dias e Couto (2017) & Trommer e Coutinho (2013).

Observa-se também que os aspectos da CDM estão mais ligados ao consumo de recursos naturais
(água, energia eléctrica, carvão e o próprio malte), a geração de subprodutos, efluentes e
emissões atmosféricas.

Sobre o controlo de aspectos e impactos ambientais da CDM, todos os submetidos a entrevista


foram unânimes ao afirmar que a empresa faz o controlo de suas actividades para evitar ou
minimizar os seus impactos ambientais, baseando-se no sistema de gestão ambiental (SGA)
interno que contém: a política ambiental e política de segurança ocupacional (vide em anexos VI
& V).

Adicionalmente, o GA1 deu exemplo de tratamento de efluentes líquidos industriais, tais que,
antes de serem destinados ao Rio Infulene passam por uma estacão de tratamento de águas
residuais (ETAR), para evitar ou reduzir a poluição das águas e dos solos. Durante a observação
notou-se que os resíduos filtrados no ETAR como lodo (lama), não são reaproveitados, esses são
recolhidos e destinados ao aterro sanitário (Mavoco).

Observou-se assim, um contraste na afirmação do GA1 quando respondeu:

“Mantemos mais de 99% de taxas de reciclagem em nossas instalações com resíduos


zero para aterros sanitários.”

Para a redução de ruído, todos os funcionários devem estar devidamente equipados de


auriculares abafadores de ruído.

23
Importa destacar que durante a visita às instalações, notou-se que nem todos funcionários se
apresentam devidamente equipados, estando assim expostos aos riscos ambientais.

No que concerne à geração de bagaço, esse é conservado em silos (vide apêndice VIII) e vendido
para empresas de nutrição animal, os resíduos sólidos como cacos de vidros e latas são
destinados a empresas de reciclagem, uma vez que a empresa acredita que a “responsabilidade
pelo seu produto se estende para além do último gole de cerveja.”

Observa-se nesse tópico sobre o controlo de aspectos e impactos ambientais que, a CDM não
apresenta programas internos de reutilização dos seus subprodutos, limitando-se no descarte e na
venda dos mesmos.

O que contrasta a ideia de Ambev (2017), de que podia haver acções de reaproveitamento de
água e reutilização do mesmo, reaproveitamento de resíduos gerados no ETAR e no processo
produtivo.

Os aspectos e impactos ambientais descritos pelos entrevistados e outros observados, foram


organizados e analisados na matriz de FIESP (vide em apêndice I), com o intuito de determinar a
significância dos mesmos.

Após análise da significância dos impactos denotou-se sete (7) impactos não significativos dos
quais se destacam os seguintes: perturbações e Stress, devido a vibrações e ruído no transporte de
malte; apresenta-se também as doenças respiratórias por emissão de poeiras na mesma
actividade; alteração da qualidade do ar devido a emissão de odores na fervura do mosto;
poluição do solo devido a geração de efluentes líquidos no processo de fermentação; poluição do
rio também, devido a geração de efluentes líquidos no processo de fermentação; esse último
impacto repete-se, mas apresentando uma outra actividade que é da lavagem de garrafas; e por
fim apresenta-se a poluição do solo devido ao derrame de óleo na manutenção de equipamentos.
Importa referenciar que a pontuação dos impactos representados variam de dois (2) à seis (6)
pontos, tendo-se denotado um (1) impacto com dois (2) pontos de significância, quatro (4)
impactos com quatro (4) pontos da sua significância e dois (2) impactos com seis (6) pontos de
significância.
Nesse caso, segundo o modelo FIESP (2007), deve-se manter a rotina das actividades. (vide a
pontuação de cada impacto não significativos no gráfico.1 abaixo).

24
Gráfico1. Pontuação de impactos não significativos

6 Legenda

Perturbações e stress
5

Doenças respiratórias
4

Alteração da qualidade do ar

3
Poluição do solo

2 Poluição do rio

1 Poluição do rio

Poluição do solo
0

Por sua vez, os impactos significativos apresentam-se com um maior número, tendo no seu total
dez (10) impactos, a saber: alteração da qualidade de ar por emissões de poeira na moagem do
malte; poluição visual devido a geração de bagaço; redução da disponibilidade de carvão pelo
consumo excessivo; alteração de qualidade de ar por geração de efluentes líquidos no processo
de fermentação; perda gradativa de audição devido ao ruído no processo de enchimento; facturas
elevadas de energia no bloco de enchimento; alteração da qualidade de ar devido a geração de
efluentes líquidos na lavagem de garrafas e equipamentos; stress devido ao ruído causado pela
circulação de veículos de alta tonelagem; perda do produto por derrame de cerveja na
pasteurização; perda de garrafas devido a explosão na pasteurizadora.

Importa referenciar que a pontuação dos impactos representados, variam de oito (8) à dose (12)
pontos, tendo-se denotado quatro (4) impactos com a pontuação de oito (8) de significância; dois
(2) impactos com nove (9) pontos da sua significância, e dois impactos com a pontuação de dose

25
(12). Portanto, segundo o modelo FIESP (2007) nesses casos, deve haver controlo de actividades
operacionais. (vide a pontuação de cada impacto significativos no gráfico.2 abaixo).

Gráfico 2. Pontuação de Impactos Significativos

Legenda
12
Alteração da qualidade do ar

10 Poluição visual

Redução da disponibilidade
De carvão
8
Alteração da qualidade de ar

Perda gradativa de audição


6
Facturas elevadas

4 Alteração da qualidade de ar

Stress
2 Perda do produto

Perda de garrafas
0

Por último, nos impactos muito significativos denotou-se cinco (5) impactos a saber: alteração da
qualidade do ar por emissão de CO2 no processo de fervura do mosto; perda de produto por
derrame de cerveja no enchimento; poluição visual devido a geração de resíduos sólidos no
processo de lavagem de garrafas e equipamentos; perda da disponibilidade na mesma actividade;
e facturas altas de energia no bloco de pasteurização.

A pontuação dos impactos representados, variam de 18 à 24 pontos, observou-se três (3)


impactos com 24 pontos da sua significância e dois (2) impactos com 18 pontos. Portanto,
segundo o modelo FIESP (2007) nesses casos, deve haver Controlo operacional e/ou Plano de
acção de emergência. (vide a pontuação de cada impacto muito significativos no gráfico.3
abaixo).

26
Gráfico 3. Pontuação de impactos muito significativos

25 Legenda

20 Alteração da qualidade do ar

15 Perda do produto

Poluição visual
10
Perda da disponibilidade de água
5
Facturas elevadas de energia
0

4.3.Desempenho ambiental da empresa cervejas de Moçambique

O controlo de desempenho ambiental é feito mediante indicadores de desempenho ambiental


para determinar a eficiência das actividades da organização. Deste modo, os entrevistados GA1 e
GS1 afirmaram que a CDM usa muitos indicadores ambientais cujos resultados são controlados
no sistema VPO (Voyager plant optmizaiton), programa de gestão e de melhoria contínua da
CDM, que foi desenvolvido pela ABInbev companhia de cerveja internacional na qual a CDM
faz parte, ademais o GA1 afirmou:

”O VPO contém uma base designada pessoas. Também tem sete (7) pilares divididos em blocos,
dos quais se encontra o pilar de meio ambiente composto por bloco de requisitos legais,
aspectos e impactos ambientais, gestão de substâncias perigosas, gestão de efluentes, gestão de
subprodutos, política ambiental, promoção ambiental e gestão de mudanças de processo e
melhoria contínua”.

Acrescentaram os entrevistados CPC1, GS1 e GA1 que, para a efectivação dos blocos do pilar de
meio ambiente são usados os seguintes indicadores: “nível de inserção de programas ambientais
na CDM, número de funcionários que passam do processo de indução (vide em anexo VI), nível
de implementação da politica ambiental e de segurança ocupacional, grau de cumprimento da
legislação ambiental, através de elaboração de relatórios semestrais de auditoria à agência
nacional de controlo de qualidade ambiental (AQUA).”

27
Com a finalidade de perceber o último indicador, foi visitada a AQUA, em que o entrevistado
JA1 afirmou que, a AQUA, fazia auditoria ambiental na CDM para analisar a sua conformidade
ambiental no comprimento da legislação, pese embora não tenham sido mostradas as evidências
das tais auditorias de desempenho ambiental feitas na CDM - Maputo.

Feita a análise dos indicadores de gestão observados na CDM mediante os seguintes aspectos:
indicador, objectivos e metas genéricas, dos quatro (4) observados constatou-se um bom
desempenho ambiental ao nível da gestão, uma vez que as metas genéricas preestabelecidas pela
organização são atingidas, pese embora o último indicador referente a realização de auditorias
ambientais não apresente nenhum relatório do seu desempenho ambiental.

No entanto, fez-se a análise aos indicadores de desempenho de gestão da empresa Cervejas de


Moçambique (vide apêndice III).

Para Senai (2003), os indicadores de desempenho de gestão descritos em apêndice acima citado
auxiliam na medição e controlo do desempenho ambiental no cumprimento de leis,
regulamentações, nível de percepção dos colaboradores em relação ao treinamento ou
capacitação ambiental.

Ao nível de indicadores de desempenho operacional, quando entrevistados GA1 e GS1,


afirmaram que controlam indicadores relacionados com a quantidade de água usada para a
produção de cerveja em hectolitros, quantidade de subprodutos (bagaço, vidro, embalagens e
papel) vendidos a empresa de reciclagem, quantidade de água reutilizada, número de garrafas e
latas que podem ser reutilizados.
Nesta sequência, o TCQ1 acrescentou ainda que, para o controlo da poluição da água, verifica-se
a concentração de contaminantes orgânicos no Rio Infulene, Sendo que para o ar mede-se o odor
dentro das instalações e na área de influência directa da fábrica, níveis de ruído dentro e fora da
fábrica.
Note-se que nesses indicadores de desempenho operacional e de condição ambiental, não foram
apresentadas evidências das medições feitas, assim como metas e alguns objectivos de cada
indicador descrito pelos entrevistados acima citados, (vide o apêndice IV).

Mesmo com o controlo de desempenho ambiental em todos os níveis de indicadores, notou-se


que não há estabelecimento de metas em cada indicador. Dessa forma, a CDM limita-se em
28
desenho de metas globais. No entanto, verificou-se deficiência ao nível das operações e da
condição ambiental, uma vez que não são apresentadas as evidências do controlo de desempenho
operacional, como: melhorias contínuas que são feitas aos indicadores bem como às metas
preestabelecidas, verificando-se assim no subcapítulo anterior, muitos impactos adversos e
significativos, facto que indica que o desempenho operacional e de condição ambiental da CDM
apresenta algumas lacunas no cumprimento das suas políticas, tendo-se identificado assim, nas
instalações onde ocorrem as operações odores, a deposição de resíduos sólidos nos drenos de
efluentes líquidos, como ilustra a (figura. 1) abaixo.

Fig.1. resíduos sólidos nos drenos de efluentes líquidos

Sobre essa situação de desempenho ambiental da CDM, Andrade et. al (2015) afirmam que a
medição em si não melhora o desempenho, mas traz alguns efeitos benéficos, já que: as
prioridades são comunicadas; os resultados medidos correspondem frequentemente a
recompensas; e a medição torna o progresso explícito, facto que não acontece na CDM, no nível
das operações e consequentemente no nível da condição ambiental, entrando-se assim em
contraste com os objectivos preestabelecidos nas políticas.

A organização deverá estabelecer e manter objectivos e metas ambientais documentados, a todos


os níveis e funções pertinentes para a organização. Estes devem ser mensuráveis, consistentes ou
coerentes com a política ambiental, incluindo o compromisso relativo à prevenção da poluição
(Junior, 2012).

29
4.4.Estratégias de educação ambiental para a melhoria de desempenho ambiental da
empresa Cervejas de Moçambique.

Ao nível de programas de consciencialização ambiental, os entrevistados TCAS1, GA1, TECQ1


e TECP1 foram unânimes ao afirmar que a empresa está na fase de transição para a componente
de consciencialização ambiental. No entanto, a empresa ainda se firma em participação de
consciencialização ambiental nos dias comemorativos como: dia do meio ambiente, dia mundial
de oceano, dia da biodiversidade. Consequentemente, as estratégias de educação ambiental que a
empresa desenvolve para a melhoria da sua performance ambiental, limitam-se na exposição de
conteúdos ambientais em cartazes com temáticas de racionalização de água, segregação de
resíduos sólidos e cartazes de segurança ocupacional em todas as partes da área operacional da
empresa. O GA1 salientou:

‘’Consegues ver em toda a planta da fábrica que temos cartazes ambientais que
mostram a racionalização da água, segurança e higiene no trabalho e outros conteúdos
ambientais designados “one point one lesson”, também o nosso departamento de
comissão ambiental tem apostado em controlos e inspecções de fugas para evitar o
derrame de óleo e de efluentes líquidos”

Ao nível externo da CDM, há campanhas publicitárias em médias e no design dos produtos sobre
a devolução de garrafas de todo tipo pertencentes a organização, uma vez que a empresa está
constantemente procurando maneiras de minimizar a quantidade dos resíduos sólidos na cidade
capital, gerados pela organização e aumentando o material reciclado e reutilizável em suas
embalagens, todavia, a empresa ainda não desenvolve nenhuma estratégia para o
reaproveitamento de latas e cápsulas.

Notou-se que a empresa baseia-se na exposição de conteúdos ambientais em cartazes designados


OPL (one point one lesson), ilustrando o certo e o errado de práticas desenvolvidas nas
instalações com intuito de sensibilizar os colaboradores. Somando-se a isso, mesmo com cartazes
informativos de boas práticas ambientais (vide apêndice X) verifica-se a falta de segregação dos
resíduos sólidos, foi igualmente constatado que, há funcionários expostos ao ruído devido à falta
de observância de normas de segurança ocupacional, uso de mangueiras no processo de limpeza
das instalações, contrariando uma das estratégias de racionalização da água descritas nos seus

30
cartazes, que dá ênfase ao uso de baldes no processo de limpeza em detrimento do uso da
mangueira (Vide apêndice IX.), descaracterização do ambiente do trabalho na área do
Packanging, onde há derrame de cerveja no processo de enchimento, garrafas paridas espalhadas
no chão e nos drenos por falta de consciencialização aprofundada e integrada, conforme ilustra a
(figura 2), abaixo.

Fig.2. descaracterização do ambiente do trabalho

Nota-se que a estratégia de exposição de conteúdos ambientais em cartazes (OPL), desenvolvida


na CDM, não é combinada com outras estratégias participativas denotando-se assim, a
incapacidade da mesma resolver os impactos com nível de significância elevada como é o caso
da poluição visual, perda do produto, alteração da qualidade de ar, perda de garrafas, perdas da
disponibilidade de água e facturas elevadas de consumo de energia eléctrica.

O número maior desses impactos acontecem no bloco de brassagem e Packanging, área


operacional da CDM, assim sendo observa-se também a incapacidade dessa estratégia melhorar
o desempenho operacional da organização.

Sob ponto de vista das actividades ou etapas de produção de cerveja e seus impactos, Ambev
(2017), sugere algumas estratégias práticas de educação ambiental, ligadas seguintes aspectos:

31
Na componente de uso racional da água, para além de se investir continuamente em
tecnologia de ponta, deve-se trabalhar em diversas frentes, com treinamentos -
participativos dos funcionários, campanhas internas de consciencialização sobre acções
de reaproveitamento de água e estabelecimento de metas colectivas para a melhoria de
desempenho ambiental.
Na componente de geração de bagaço e ao lodo retirado da estacão de tratamento de
águas residuais, sugere-se a realização de seminários sobre o reaproveitamento do bagaço
e lodo, para redução do consumo de energia e a emissão de gás carbónico, com vista a
diversificação das suas matrizes caloríficas. Para isso, uma das acções é a substituição do
combustível fóssil por fontes renováveis, composta por biomassa e por biogás decorrente
do processo de tratamento anaeróbico.
Entretanto, Olhando para estratégias que são aplicadas na CDM percebe-se que quanto a
concepção de estratégias de educação ambiental a empresa, aplica-as como apêndice, uma vez
envolve aplicação superficial de conteúdos ambientais, sem o devido aprofundamento, conforme
explica o Amaral (2001).

32
CAPITULO V: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Este capítulo apresenta as conclusões e recomendações, tendo em conta os objectivos e as
perguntas da pesquisa que guiaram a mesma.

5.1. Conclusões

Em relação as etapas de produção de cerveja na CDM, concluiu-se que vão desde o preparo de
malte da cevada até a pasteurização, e outras etapas como lavagem de garrafas, de equipamentos
e tratamento de efluentes. Notou-se igualmente que essas actividades apresentam potências
aspectos e impactos ambientais adversos devido a geração de subprodutos em todas etapas.

Em relação aos aspectos e impactos ambientais, Concluiu-se que existem vários impactos
adversos em todos os blocos da produção da cerveja, na área do preparo do malte, brassagem e
Packanging, (enchimento, lavagem e pasteurização). Nesse último é onde se verifica maior
número de aspectos e impactos ambientais adversos e significativos relacionados com a geração
de subprodutos que descaracterizam o ambiente de trabalho, também aspectos relacionados com
o consumo excessivo de matéria - prima e geração de efluentes líquidos. Portanto, com análise
feita aos impactos ambientais com o modelo FIESP, denotou-se sete (7) impactos não
significativos, dos quais a sua pontuação varia de dois a seis (2-6). Aferiu-se também 10
impactos significativos que a sua pontuação varia de oito a dose (8-12). E denotou-se cinco (5)
impactos muito significativos, que a sua pontuação varia de 18 a 24.

Em relação ao controlo desempenho ambiental da CDM, Concluiu-se que, a CDM aplica o


sistema VPO (Voyager plant optmizaiton) com vista a manter a sua performance face ao meio
ambiente, usando os seguintes indicadores: indicador de desempenho de gestão, indicador de
desempenho operacional e indicadores de condição ambiental. Registou-se nesses indicadores,
um desempenho ambiental positivo ao nível da gestão, visto que os objectivos traçados e
respectivas metas são alcançados. Ao nível das operações e da condição ambiental, o
desempenho ambiental apresenta muitas lacunas devido a falta de estabelecimento de objectivos
e metas em alguns indicadores. Os indicadores que têm objectivos e metas nem todos são
alcançados, por sua vez, nos indicadores de condição ambiental não são apresentadas as
evidências de medições do seu desempenho. Logo devido à falta de controlo operacional e de

33
condição ambiental verificaram-se muitos impactos significativos e adversos nas instalações da
fábrica.

Em relação as estratégias de EA, concluiu-se que as estratégias de educação ambiental são


aplicadas de forma pontual e superficial, uma vez que a CDM desenvolve mais programas
ambientais nos dias comemorativos do meio ambiente e a estratégia mais dominante em todos os
blocos da organização é a exposição de cartazes com conteúdo de boas práticas ambientais,
excluindo-se assim estratégias interactivas ou participativas como debates, palestras, oficinas e
workshops ambientais. Portanto, devido à essa limitação, chegou-se a conclusão que as
estratégias de EA são aplicadas como apêndice, ou seja, não há aprofundamento de estratégias de
EA aplicadas, facto que mostra a incapacidade da EEA aplicada na CDM em resolver impactos
com nível alto de significância e em melhorar o desempenho ambiental na área operacional e a
condição ambiental.

Em suma, concluiu-se que as estratégias de EA na empresa CDM - Maputo, contribuem


positivamente para o desempenho ambiental ao nível de indicadores de desempenho de gestão e
negativamente ao nível de indicadores de desempenho operacional e de condição ambiental,
visto que essas estratégias são aplicadas como apêndice, de uma forma superficial e não
aprofundada, usando-se métodos directivos.

34
5.2.Recomendações

Para CDM recomenda-se:

Definir objectivos e metas ambientais compatíveis com a política ambiental da


organização, principalmente ao nível das operações;
Fazer levantamento e análise de aspectos e impactos ambientais, para o controlo da sua
significância e aplicação de melhoria contínua;
Fazer controlo contínuo do desempenho ambiental em cada fase do processo produtivo;
Aplicar estratégias de educação ambiental participavas como debates e palestras sobre
gestão de resíduos sólidos gerados na filtração de mosto e o consumo de água;
Contratar um educador ambiental para implementar estratégias de educação ambiental
eficazes que contribuam significativamente para melhoria do desempenho ambiental
como: Jogos de simulação, palestras, debates contínuos sobre racionalização de água,
separação de resíduos sólidos, reaproveitamento e reciclagem de subprodutos gerados no
processo produtivo.

35
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39
Anexos

40
Anexo I. Etapas de produção de cerveja

Fonte: CETESB (1992)

41
Anexo II. Credencial da faculdade de educação para CDM

42
Anexo III. Credencial da faculdade de Educação para AQUA

43
Anexo IV. Política ambiental da AB InBev adaptado para CDM

Nosso sonho é ser a melhor empresa de cerveja que une as pessoas para um
mundo melhor em apoio a este sonho, trabalharemos vigorosamente para
alcançar um alto padrão de protecção ambiental. Desempenho em toda a nossa
organização. Com o total comprometimento e participação activa de líderes da
empresa e seus colegas ao redor do mundo, a Anheuser-Busch InBev-CDM
irá:

Cumprir com todas as leis e regulamentos ambientais aplicáveis, padrões


da empresa e outros requisitos. Em áreas onde apenas regulamentações ambientais limitadas
estão em vigor, aplicar nossos próprios padrões mais elevados.
Produzir nossos produtos da maneira mais ambientalmente responsável, mantendo nossos
compromissos com a qualidade, através do uso eficiente dos recursos naturais em toda a
cadeia de fornecimento e o estabelecimento de metas de melhoria do desempenho ambiental.
Incorporar metas ambientais em avaliações de desempenho para todas as nossas operações,
desde cargos de gerência até funções em todos os níveis.
Incentivar a participação dos funcionários e a responsabilidade individual por acções
ambientais.
Integrar considerações ambientais no planeamento de negócios, tomada de decisões e
actividades diárias.
Manter equipes qualificadas e treinadas que garantam operações confiáveis, seguras e
eficientes, promovendo a melhoria contínua de nosso desempenho ambiental.
Aumentar a consciencialização sobre nossos programas ambientais e envolver os
interessados em nossos esforços, incluindo colegas, clientes, fornecedores, organizações
comunitárias, autoridades governamentais, agências reguladoras e outros grupos - chave da
AB InBev.
Avaliamos e comunicamos continuamente nosso desempenho ambiental.

Todos os funcionários e contratados que trabalham em nosso nome também têm


responsabilidade pelo cumprimento desta política.

44
Anexo V. Política de saúde e segurança da AB InBev adaptado para CDM
Nosso sonho é ser a melhor empresa de cerveja que une as pessoas para
um mundo melhor. Em apoio a esse sonho, trabalharemos vigorosamente
para alcançar altos padrões de saúde e segurança ocupacional em toda a
organização. Nos esforçaremos para evitar todos os acidentes, lesões e
doenças ocupacionais em nossas operações.

Por meio da liderança administrativa e do envolvimento dos funcionários,


a CDM está comprometida com:

Criar, manter e melhorar locais de trabalho, práticas e comportamentos Seguros e


Saudáveis;
Cumprir todas as leis e regulamentos de Saúde e Segurança aplicáveis, os padrões da
empresa e outros requisitos que subscrevemos. Nós aplicaremos padrões responsáveis
onde as leis e regulamentações locais podem não atender aos nossos padrões mínimos;
Incentivar a participação dos funcionários e a responsabilidade individual em questões de
saúde e segurança em seu ambiente de trabalho;
Integrar considerações de saúde e segurança em nosso planeamento de negócios, tomada
de decisões e actividades diárias;
Definir objectivos e metas desafiadoras de Saúde e Segurança, avaliar o progresso em
direcção a eles e reconhecer aqueles que contribuem para melhorar o desempenho em
Saúde e Segurança;
Comunicamo-nos com os nossos stakeholders através do nosso Relatório de Cidadania;
Apoio nossos contratados e fornecedores em saúde e excelência em segurança;
Aumentar o valor para o accionista por meio da excelência em saúde e segurança.

A gerência, global e local, deve ser responsável por fornecer liderança, recursos e treinamento
fortes para implementar essa política.

Todos funcionários, contratados e outros que trabalham em nosso nome têm responsabilidade
pelo cumprimento desta política.

45
Anexo: VI. Planilha de registo de funcionarios e visitantes que passam pela indunçao

Anexo VII. Categorias de análise de abordagem de EEA.

Concepções Características
Educação ambiental concebida como um Ambiente é um tópico do programa da empresa
Apêndice nas actividades da organização que envolve aplicação superficial de conteúdos
ambientais.
Educação ambiental entendida como um eixo Os conteúdos ambientais da empresa são
paralelo nas actividades da organização abordados de maneira teórica e não associados
à realidade.
Todas actividades recebem uma abordagem
Educação ambiental funciona como eixo ambiental, não há separação entre actividades
integrador, desenvolvidas e conteúdos da educação
ambiental.
Adaptado de Amaral (2001)

46
Apêndices

47
Apêndice I. Matriz de FIESP identificação e análise de impactos
Aspecto Impacto
Actividade ambiental ambiental IN PR SE AB DE FR Pontuação Significância
Vibrações Perturbações e Não
Transporte de e Ruído stress D 2 2 1 1 3 4 significativo
matéria- Emissão de Doenças Não
prima poeiras respiratórias D 3 2 1 1 3 6 significativo
Moagem do Emissão de Alteração da
malte poeiras qualidade do ar D 3 3 1 1 3 9 Significativo
Filtração do Geração de
mosto bagaço de Poluição visual D 3 2 1 2 3 12 Significativo
malte
Emissão de Alteração da D 3 2 1 1 3 6 Não
odores qualidade do ar significativo
Emissão de Alteração da I 3 2 2 2 3 24 Muito
Fervura do CO2 qualidade do ar significativo
mosto Redução da
Consumo disponibilidade D 2 2 2 2 1 12 Significativo
de carvão De carvão

48
Poluição do D 1 2 1 1 1 2 Não
solo significativo
Geração de Poluição do rio I 2 2 1 1 3 4 Não
Fermentação efluentes significativo
líquidos Alteração da D 3 3 1 1 3 9 Significativo
qualidade de ar
Derrame Perda do D 3 3 1 2 3 18 Muito
da cerveja produto significativo
Enchimento Perda
da cerveja Ruído gradativa de I 1 3 2 2 2 12 Significativo
audição
Consumo Facturas Significativo
de energia elevadas D 2 2 1 2 1 8
Geração de
Lavagem de resíduos Poluição visual D 3 3 1 2 3 18 Muito
garrafas e sólidos significativo
equipamentos Geração de Alteração da
efluentes qualidade de ar I 3 2 1 2 3 12 Significativo
líquidos
Poluição do rio I 1 2 2 1 2 4 Não
significativo

49
Consumo Perda da I 2 3 2 2 1 24 Muito
de água disponibilidade significativo
de água
Manutenção Não
de Derrame Poluição do D 2 2 1 1 1 4 significativo
equipamentos de óleo solo

Circulação de
veículos de
alta Ruído Stress I 2 2 1 2 3 8 Significativo
tonelagem
distribuição
de cerveja
Derrame Perda do Significativo
da cerveja produto D 3 2 1 2 3 12
Pasteurização Consumo Facturas Muito
de energia elevadas de D 3 2 1 3 2 24 significativo
energia
Explosão Perda de Significativo
de garrafas garrafas D 3 2 1 2 3 12

50
Apêndice II. Roteiro de entrevista

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

Departamento de Educação em Ciências Naturais e Matemática

Roteiro de entrevista semi-estruturada

Introdução: Caro entrevistado permita-me agradecer desde já, a sua melhor atenção à minha
solicitação, meu nome é Zito Amosse covane, estudante na Faculdade de Educação da
Universidade Eduardo Mondlane, cursando a Licenciatura em Educação Ambiental. O objectivo
desta pesquisa, é unicamente o cumprimento parcial dos requisitos exigidos para a culminação
do curso, visando exclusivamente a análise de Estratégias de Educação Ambiental que
contribuem na melhoria de Desempenho Ambiental da CDM Gostaria de lhe fazer algumas
perguntas. Por favor, sinta-se livre para responder honesta e abertamente porque isso ajudará
muito a minha pesquisa.

1. Objectivo: descrever as actividades desenvolvidas na CDM


a) Quais são as etapas/passos de produção de cerveja na fábrica?
b) Quais são as outras actividades desenvolvidas (pós - produção de cerveja)?
c) Deseja acrescentar algo ligado ao processo produtivo?
2. Objectivo: Descrever os aspectos e impactos ambientais da CDM.
2.1. As actividades humanas ou de uma organização podem trazer impactos no meio ambiente
que podem ser significativos ou não significativos, dos quais destacam-se os seguintes:

Poluição atmosférica Elevadas taxas de energia


Poluição visual Problemas de saúde
Poluição de água Ruído
Poluição do solo Esgotamento de água
a) Dos impactos acima mencionados quais são as que acontecem na fábrica? E quais são as
causas?

51
b) A CDM controla essas causas e as suas consequências ambientais? Se sim como é feito o
controlo?
3. Objectivo: Identificar o controlo desempenho ambiental da CDM
a) A fábrica faz controlo de desempenho ambiental? Se, sim Que indicadores são usados
para esse controlo?
b) Para o controlo de desempenho ambiental a CDM apoia-se numa política ambiental? Se,
sim quais são os objectivos e metas preestabelecidos?
c) Deseja acrescentar algo sobre o desempenho ambiental?
4. Explicar o contributo das estratégias de educação ambiental para melhoria de
desempenho ambiental da CDM.
a) A CDM desenvolve alguns programas ambientais? Se, sim quais são?
b) Quais estratégias de educação ambiental que são desenvolvidas na CDM?
c) Na sua opinião essas estratégias contribuem para a melhoria do desempenho ambiental da
fábrica? Se sim, porquê?

d) Gostaria de acrescentar algo que eu não tenha perguntado?

Muito obrigado pelo tempo disponibilizado

52
Apêndice III. Análise de indicadores de desempenho de gestão ambiental

Indicadores de desempenho de gestão

Indicador Objectivo Meta Conformidade


Orientar funcionários Promover a indução A indução é
e terceiros com com ênfase em continuamente
Indução em meio ênfase em aspectos e aspectos e impactos realizada a todos os
ambiente e segurança impactos ambientais ambientais a todos os funcionários e
ocupacional das actividades da funcionários da CDM terceiros
empresa e a todos que (Observou-se o
trabalham em seu desempenho
nome ambiental positivo)

Desenhar Implementar a Em todos os blocos


Nível de inserção de continuamente componente da CDM, está
programas ambientais programas de ambiental em todos inserida a
prevenção de blocos da CDM - componente
poluição e redução de Maputo ambiental por meio
desperdícios de cartazes de boas
práticas ambientais
Implementações de Publicar as políticas Em todos blocos
Políticas (ambiental e Observar o número em todos os blocos verificou-se a
de segurança de locais dentro das para os colaboradores publicação de
ambiental) instalações com e outras partes políticas ambientais
políticas interessadas

Grau de cumprimento Publicar relatórios


da legislação Realizar auditorias semestrais de Inexistência de
ambiental ambientais auditoria ambiental relatórios de auditoria
continuamente ao ambiental
MITADER (AQUA)

53
Apêndice IV. Análise de indicadores de desempenho operacional e de condição ambiental
Indicadores de desempenho operacional
Indicador Objectivo Meta Conformidade
Quantidade de água Observa-se a
usada para a produção Sem nenhum ineficiência desse
de cerveja em objectivo Sem nenhuma meta indicador por falta de
hectolitros objectivos e metas
Quantidade de água Reduzir o consumo de Sem nenhuma meta Não há reutilização
reutilizada água efectiva de água
Reduzir os custos da A meta é atingir mais Mais de 70% de
Reutilização de compra de garrafas e de 90% de cerveja em cerveja é envasada em
garrafas minimizar o seu garrafas retornáveis garrafas retornáveis
descarte
Aumentar a Nem todos
Quantidade de Reduzir os resíduos comercialização de subprodutos são
subprodutos vendidos sólidos resíduos com a vendidos, como: lodo
finalidade de e varreduras
incrementar outras
receitas
Não são apresentadas
Reduzir o nível de as medições feitas,
ruídos por protecção nem todos
Nível do ruído Mensurar ruídos de funcionários que funcionários
emitidos durante a trabalham encontram – se
produção por meio de directamente em equipados de
um decibelímetro contacto com ruídos. auriculares abafadores
de ruído.
Indicadores de condição ambiental
Qualidade de ar Sem objectivos Sem metas Sem medições

Qualidade de H2O Sem objectivos Sem metas Sem medições

54
Apêndice V. Malte da cevada

a V. Malte da cevadacf

Apêndice VI. Rótulos gerados no processo de lavagem

Apêndice VI. Rótulos gerados no processo de lavagem

55
Apêndice. VII. Cacos de vidro e garrafas de cervejas partidas

Apêndice. VII. Cacos de vidro e garrafas de cervejas partidas

Apêndice VIII. Silo de bagaço


Apêndice VIII. Silo de bagaço

56
Apêndice IX. Uso de mangueira no processo
de limpeza
Apêndice IX. Uso de mangueira no
processo de limpeza

Apêndice X. Cartaz informativo de boas práticas ambientais

Apêndice X. Cartaz informativo de boas práticas


ambientais 57

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