Mostrou Diluição
Mostrou Diluição
Mostrou Diluição
Dissertação apresentada à
Universidade Federal de Viçosa, como
parte das exigências do Programa de
Pós-Graduação em Ciência da Nutrição,
para obtenção do título de Magister
Scientiae.
VIÇOSA
2007
FABRICIA GERALDA FERREIRA
Dissertação apresentada à
Universidade Federal de Viçosa, como
parte das exigências do Programa de
Pós-Graduação em Ciência da Nutrição,
para obtenção do título de Magister
Scientiae.
Flávia e Everton,
ii
AGRADECIMENTOS
iii
Aos colegas do mestrado, pela amizade, incentivo e companheirismo. Ao lado
de vocês, a jornada muitas vezes tornava-se amena.
Aos voluntários, sem os quais a realização deste trabalho seria impossível.
Aos estagiários, pelas valiosas contribuições. A participação de vocês foi
fundamental para concretização do estudo.
À Vânia, Marina, Kamila e Juliana pelo auxílio na coleta e análise dos dados
das avaliações dietéticas.
À Nádia Ottoline, pela realização da avaliação antropométrica dos
voluntários.
Ao amigo Walison David, pelo auxílio na coleta de dados e apoio quando
mais precisei.
Às academias Splash e Pé-de-Pato, por disponibilizarem o uso de suas
dependências.
À família Cordeiro, pela hospedagem durante a coleta de dados em Belo
Horizonte, correção da primeira versão desta e, sobretudo, pela amizade e carinho.
Aos amigos Adriano, Ana Cristina, Aureliana, Braz, Itau, Janaína, Lincon,
Lúcia, Mariana, Nena, Ricardo, Ritinha, Sabrina, Sheila, Silvana, Sueli, e Wellington
pela confiança e incentivo durante todas as etapas deste trabalho.
Aos amigos Adriano, Ana Cristina, Cida, Janaina, Mariana e Sueli, pela
paciência e, sobretudo por me ensinarem encontrar forças quando já nem mais
acreditava.
Aos colegas do Laboratório de Performance Humana (LAPEH), por todo
apoio durante a coleta de dados e pela troca de experiências nas reuniões de estudo.
À Universidade Federal de Viçosa, ao Programa de Pós-Graduação em
Ciência da Nutrição e aos Departamentos de Nutrição e Educação Física, pela
oportunidade de realização do curso de Pós-Graduação.
Ao Laboratório de Performance Humana (LAPEH), pelo financiamento de
parte deste estudo.
À CAPES/PROF, pela bolsa de estudos concedida no segundo ano de
mestrado.
Enfim, a todos aqueles que me ajudaram e colaboraram de alguma maneira
para mais esta conquista, meu muito obrigado.
iv
“A felicidade não está no fim da jornada e, sim, em cada curva do caminho que
percorremos para encontrá-la.”
Sócrates.
v
BIOGRAFIA
vi
SUMÁRIO
RESUMO .................................................................................................................... x
ABSTRACT .............................................................................................................. xii
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 1
2. OBJETIVOS........................................................................................................... 2
2.1. OBJETIVO GERAL .............................................................................................. 2
2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................................. 2
3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................. 4
ARTIGO 1: NÍVEL DE CONHECIMENTO E PRÁTICA DE HIDRATAÇÃO
DE CORREDORES BRASILEIROS....................................................................... 8
RESUMO .................................................................................................................... 9
ABSTRACT .............................................................................................................. 10
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 11
2. METODOLOGIA ................................................................................................ 12
2.1. AMOSTRA ........................................................................................................ 12
2.2. COLETA DE DADOS .......................................................................................... 12
2.3. ANÁLISE DOS DADOS ....................................................................................... 13
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES ....................................................................... 14
3.1. CARACTERÍSTICA DA AMOSTRA ..................................................................... 14
3.2. PRÁTICA DE HIDRATAÇÃO .............................................................................. 14
3.3. NÍVEL DE CONHECIMENTO SOBRE HIDRATAÇÃO ........................................... 23
4. CONCLUSÕES .................................................................................................... 27
4.1. AGRADECIMENTOS ......................................................................................... 27
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 28
ARTIGO 2: AVALIAÇÃO DOS NÍVEIS DE HIDRATAÇÃO DURANTE 80
MINUTOS DE CORRIDA EM ESTEIRA ............................................................ 32
RESUMO .................................................................................................................. 33
ABSTRACT .............................................................................................................. 34
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 35
2. METODOLOGIA ................................................................................................ 37
2.1. SELEÇÃO DA AMOSTRA ................................................................................... 37
2.1.1. Amostra................................................................................................... 38
2.2. PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS................................................................. 38
2.2.1. Avaliação do estado de hidratação ....................................................... 39
2.2.2 Avaliação dos parâmetros subjetivos .................................................... 40
2.2.3. Tratamento estatístico ........................................................................... 41
3. RESULTADOS..................................................................................................... 41
vii
3.1. CARACTERIZAÇÃO DOS GRUPOS AVALIADOS E CONDIÇÕES TÉRMICAS ........ 41
3.2. ESTADO DE HIDRATAÇÃO ............................................................................... 42
3.2.1. Perda de peso e taxa de produção de suor ........................................... 42
3.2.2. Gravidade específica da urina .............................................................. 43
3.2.3. Hematócrito ............................................................................................ 43
3.3. PARÂMETROS SUBJETIVOS ............................................................................. 44
3.4. COMPORTAMENTO DA FREQÜÊNCIA CARDÍACA ............................................ 45
4. DISCUSSÃO......................................................................................................... 46
4.1. ESTADO DE HIDRATAÇÃO ............................................................................... 46
4.1.1. Perda de peso e taxa de produção do suor........................................... 46
4.1.2. Gravidade específica da urina .............................................................. 48
4.1.3. Hematócrito ............................................................................................ 49
4.2. PARÂMETROS SUBJETIVOS E FREQÜÊNCIA CARDÍACA .................................. 50
5. CONCLUSÕES .................................................................................................... 52
5.1. AGRADECIMENTOS ......................................................................................... 52
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 54
ARTIGO 3: DETERMINAÇÃO DA PERDA ELETROLÍTICA DE SÓDIO,
POTÁSSIO, CÁLCIO, MAGNÉSIO E FERRO NO SUOR E URINA DE
CORREDORES E INDIVÍDUOS ATIVOS DURANTE 80 MINUTOS DE
CORRIDA INTERMITENTE EM ESTEIRA. ..................................................... 58
RESUMO .................................................................................................................. 59
ABSTRACT .............................................................................................................. 60
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 61
2. METODOLOGIA ................................................................................................ 63
2.1. SELEÇÃO DA AMOSTRA ................................................................................... 63
2.1.1. Amostra................................................................................................... 64
2.2 PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS.................................................................. 64
2.2.1. Avaliação dietética ................................................................................. 65
2.2.2. Avaliação da perda mineral no suor .................................................... 65
2.2.3. Análise do suor ....................................................................................... 66
2.2.4. Avaliação da perda mineral na urina................................................... 66
2.2.5. Urina de 24 horas ................................................................................... 66
2.2.6. Urina produzida após exercício ............................................................ 66
2.2.7. Análise da urina ..................................................................................... 67
2.2.8. Análises complementares ...................................................................... 67
2.2.9. Tratamento estatístico ........................................................................... 68
3. RESULTADOS..................................................................................................... 68
3.1. CARACTERIZAÇÃO DO GRUPO E CONDIÇÕES TÉRMICAS ............................... 68
3.2. PERDA DOS MINERAIS SÓDIO, POTÁSSIO, CÁLCIO, MAGNÉSIO E FERRO NO
SUOR. ...................................................................................................................... 69
3.2.1. Sódio ........................................................................................................ 73
3.2.2. Potássio.................................................................................................... 74
3.2.3. Cálcio....................................................................................................... 75
3.2.4. Magnésio ................................................................................................. 75
3.2.5. Ferro ........................................................................................................ 76
viii
3.3. PERDA NA URINA DOS MINERAIS SÓDIO, POTÁSSIO, CÁLCIO E MAGNÉSIO .... 76
3.4. INGESTÃO ALIMENTAR ................................................................................... 78
3.5. CONSUMO DE LÍQUIDO E COMPORTAMENTO DA FREQÜÊNCIA CARDÍACA .... 80
4. DISCUSSÃO......................................................................................................... 80
4.1.MINERAIS NO SUOR E URINA............................................................................ 80
4.1.1. Sódio no suor .......................................................................................... 80
4.1.2. Sódio na urina......................................................................................... 84
4.1.3. Potássio no suor ...................................................................................... 85
4.1.4. Potássio na urina .................................................................................... 87
4.1.5. Cálcio no suor ......................................................................................... 88
4.1.6. Cálcio na urina ....................................................................................... 90
4.1.7. Magnésio no suor ................................................................................... 91
4.1.8. Magnésio na urina.................................................................................. 92
4.1.9. Ferro no suor .......................................................................................... 93
4.2. INGESTÃO ALIMENTAR ................................................................................... 96
4.3. CONSUMO DE LÍQUIDO, PERDA TOTAL DE URINA E COMPORTAMENTO DA
FREQÜÊNCIA CARDÍACA ........................................................................................ 96
5. CONCLUSÕES .................................................................................................... 97
5.1. AGRADECIMENTOS ......................................................................................... 99
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................. 100
1. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................ 107
ANEXOS ................................................................................................................. 110
ANEXO 1 ................................................................................................................ 111
ANEXO 2 ................................................................................................................ 113
ANEXO 3 ................................................................................................................ 114
ANEXO 4 ................................................................................................................ 115
ANEXO 5 ................................................................................................................ 120
ANEXO 6 ................................................................................................................ 126
ANEXO 7 ................................................................................................................ 127
ix
RESUMO
x
regiões analisadas, e para o potássio na região peito, no início da atividade. O Na
tendeu a aumentar durante o exercício, com K, Mg e Fe mostrando tendência a
diluir-se e o cálcio mantendo-se inalterado. A excreção urinária de Na foi
significativamente maior para os ativos frente aos atletas para as 24 horas anteriores
ao exercício. Baseado nestes resultados, é possível concluir que houve inadequação
nos hábitos de hidratação entre os atletas. Nas condições de exercício, a perda hídrica
não atingiu níveis críticos e a concentração de minerais no suor nas diferentes regiões
e na urina não foram elevados o suficiente para promover desequilíbrio.
xi
ABSTRACT
The present study aimed at evaluating the hydration habits and the sweat and
urine electrolytic contents, as well as the runners and active individuals’ hydration
state. The hydration habits were evaluated in 412 athletes, with an age average of
36,1±12,9, using a questionnaire. A group of 15 male runner athletes and another of
15 male active non-athletes individuals (25,3±2,4 and 23,1±4,3 years old,
respectively), were recruited for the second part of this study. Both groups were
invited to run for 80 minutes, with a 75-80 % intensity of the heart rate reserve, in an
environment with 21,9±1,5 0C and 89,2±5,6% UR for the athletes and 21,8±1,6 0C
and 93,2±3,5% UR for the active non-athletes, consuming 3mL of water/body weight
kg at each 15 minutes. The body weight, specific urine gravity and hematocrit were
monitored to evaluate the hydric loss. Subjective sensations were evaluated by
appropriate tables. Sweat samples were collected on the chest, thorax and lumbar
parts of the back at each 20 minutes of exercise for the Ca, Fe and Mg minerals
evaluating through spectrophotometry of atomic absorption and K and N through the
spectrophotometer in flames. The urine was also collected before and after the
exercise to analyze the same minerals except iron. The results show that the liquid
intake during the trainings was significantly smaller (p=0,0012) than in the
competitions. Among the athletes, a low intake of hydroeletrolytic replacing was
observed. The most outstanding dehydration signs were the intense thirst with a
24,76% of power loss sensation and 19,42% of cramps. During the experimental
part, even with the intake of 3mL/ weight body kg, there was a dehydration of
2,15±0,7% among the athletes and 1,03±0,7% among the active individuals, with a
body weight loss of respectively, 1,3±0,5 kg and 0,74±0,43kg. the urine specific
gravity increased significantly between the situations of rest and after the exercise
among the athletes. Now, the hematocrit increased significantly after the exercise
compared to the rest only in the active individuals. The sodium loss in the sweat was
significantly smaller in the athletes, in the three analyzed regions, and for potassium
in the chest region, in the beginning of the activity. The Na tended to increase during
xii
the exercise, with K, Mg and Fe showing a tendency to dilute, and the calcium
remained unaltered. The Na urine excretion was significantly greater for the active
compared to the athletes for the 24 hours before the exercise. Based on these results,
it is possible to conclude that there was an inadequacy in the hydration habits among
the athletes. Under the exercise conditions, the hydric loss did not achieve critical
levels and the mineral concentration in the sweat in the different regions and in the
urine were not sufficiently elevated to promote an unbalance.
xiii
1. INTRODUÇÃO
1
entanto, para comparação dos diversos estudos, deve-se rigorosamente avaliar em
quais condições foram obtidas as amostras, além de analisar a população estudada.
Através de uma revisão nas bases de dados SIBRADID e NUTESES, com os
termos “composição do suor”, “desidratação” e “minerais no exercício”, realizada
em 04 de fevereiro de 2007, foi obtido apenas um registro de trabalho científico
abordando diretamente este tema, trabalho este realizado com crianças. Porém,
quando utilizadas as mesmas palavras – chaves, empregando a base de dados
Medline entre o período de 1996 - 2007, obteve-se registro de 297 trabalhos, sendo
11 destes relacionados com o tema da presente investigação, mas apenas um foi
desenvolvido no Brasil.
Sendo o Brasil um país tropical, é possível que a concentração dos eletrólitos
no suor de sua população seja diferente das observadas em outros estudos. Desta
forma, a utilização de dados de perda mineral obtidos em investigações realizadas no
exterior pode ocasionar erro de interpretação.
A análise do comportamento da concentração mineral no suor e na urina em
situação de exercício, assim como a identificação do nível de conhecimento e os
hábitos de hidratação de indivíduos de nossa população permitirão compreender
melhor como ocorre o processo de regulação da homeostase hidroeletrolítica,
propiciando a elaboração de melhores estratégias de hidratação para o público que
realiza atividade de caráter competitiva e para aqueles que se exercitam por lazer.
2. OBJETIVOS
2
Avaliar se há interferência do nível de condicionamento físico no estado de
hidratação;
Verificar quais modificações são impostas sobre a homeostase hídrica em
parâmetros fisiológicos e subjetivos, decorrentes do exercício de corrida realizado a
uma intensidade de 75 – 85% da freqüência cardíaca de reserva durante 80 minutos
com carga térmica de calor moderado;
Verificar se a ação de hidratação com 3 mL de água / kg de peso corporal é
suficiente para manter a euhidratação e avaliar seu impacto quanto à sensações
subjetivas;
Avaliar a resposta da concentração dos minerais cálcio, ferro, magnésio,
potássio e sódio produzida em um grupo de atletas em comparação com indivíduos
ativos não-atletas, segundo a intensidade de 75 – 85% da freqüência cardíaca de
treino;
Verificar a ocorrência de variação na composição dos eletrólitos (cálcio,
ferro, magnésio, potássio e sódio) no suor, em três regiões corporais distintas: peito,
costas (porção torácica) e costas (porção lombar);
Avaliar a diferença na perda dos minerais (cálcio, magnésio, potássio e sódio)
registrada na urina produzida durante 24 horas entre atletas e indivíduos ativos não-
atletas.
Avaliar a diferença na perda dos minerais (cálcio, magnésio, potássio e sódio)
registrada na urina produzida logo após o exercício entre atletas e indivíduos ativos
não atletas.
3
3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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7
ARTIGO 1: NÍVEL DE CONHECIMENTO E PRÁTICA DE
HIDRATAÇÃO DE CORREDORES BRASILEIROS
1
Professora de Educação Física, Mestranda do Programa de Pós-Graduação
2 3
em Ciência da Nutrição; Professor de Educação Física; Professora Drª
4
Departamento de Nutrição e Saúde – UFV; Professor Dr.Departamento de Educação
Física– UFV.
8
RESUMO
9
ABSTRACT
This study aimed at evaluating the knowledge and practice levels of hydration
in Brazilian, male, street runners. 412 athletes were evaluated with an age average of
36,1±12,9 (average: 36 years old). The methodology used was the exploiting type,
through a descriptive research using a questionnaire with 19 objective questions,
self-applied, divided in three parts: Demographic characteristic, hydration practice
and hydration knowledge. To analyze the data the percentage distribution and the
qui-square test were used to compare the differences between the hydration habits in
the training and competition situations. The data were analyzed in the Epi-info 2002
program, adopting as statistically significant the p<0,05 value. The results indicated a
statistically difference (p=0.0012) between the hydration behavior in the training and
competition situations, with a greater liquid intake during the competitions. Only
35,38% of the athletes consumed energetic or hydroeletrolytic replacement liquids,
3,88% never consumed liquids during the training and 1,5% never consumed liquids
during the competition. Of all athletes, only 23,24% always weighted themselves
before and after the exercise. Concerning the knowledge level, 66,63% of the
answers were correct and, 63,96% of the athletes had already received orientation
about the hydration habits. Considering the obtained results, even that the majority of
the athletes had given the correct answers about the theme; the adopted habits
suggest an inadequate hydration, showing the need for a new orientation to improve
the hydration practices.
10
1. INTRODUÇÃO
Nos últimos anos, no Brasil, o número de pessoas que têm se dedicado aos
esportes competitivos aumentou consideravelmente como pode ser observado em
corridas de rua como a Maratona de São Paulo com cerca de 10 mil participantes na
edição 2006 ou a corrida de São Silvestre em que, nas últimas edições, participaram
em torno de 15 mil corredores. No entanto, percebe-se, em relatos, que muitos destes
participantes não se preocupam com os elementos que influenciam um bom
desempenho, como treinamento adequado, descanso e nutrição, não obtendo ou
minimizando os benefícios decorrentes da prática regular de exercícios.
Quanto aos aspectos nutricionais, a inadequada ingestão de nutrientes, além
de comprometer o rendimento, pode promover conseqüências à saúde. Uma ação
nutricional correta é particularmente importante nos eventos de longa duração, nos
quais o desgaste físico e energético são fatores preponderantes e uma ingestão
nutricional incorreta pode comprometer o sucesso no evento.
É importante destacar que, dentre os eventos de longa duração, a corrida
apresenta característica distinta por ser uma modalidade que trabalha com
sustentação do próprio peso, sobretudo pela intensidade variada, envolvendo tanto
atividade aeróbica como anaeróbica, proporcionando uma elevada demanda
metabólica e perda hídrica, que pode ser agravada pelas condições climáticas
(temperatura e umidade) muitas vezes desfavoráveis.
Neste contexto, o conhecimento nutricional torna-se importante e especial
atenção deve ser dada aos hábitos de hidratação, já que a perda de líquidos sem
reposição durante o exercício pode gerar uma série de comprometimentos
fisiológicos, causando prejuízo ao rendimento físico1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8.
Trabalhos que monitoraram a perda hídrica em corridas de longa duração
como maratonas e ultramaratonas observaram perdas acentuadas9, demonstrando que
estas perdas podem chegar a valores extremos, como 3,7 litros /h registrados em um
corredor, na maratona de Los Angeles em 198410. Isso demonstra a necessidade de
preocupar-se com este parâmetro, já que um corredor desidratado poderá ter seu
tempo total de prática do exercício diminuído, além de possíveis alterações
cardiovasculares e no equilíbrio hidroeletrolítico, que desencadeiam desde mínimos
transtornos como câimbras, até quadros mais agudos como desmaios ou convulsões4.
11
Uma boa hidratação garante ao atleta uma condição ideal para seu período de
exercício.
Verifica-se que, nos esportes de alto rendimento, práticas de hidratação
inadequadas ainda estão presentes em diversas modalidades, como entre os
caratecas11, judocas12, atletas universitários13e entre corredores, ciclistas e triatletas
europeus14. Tal fato caracteriza um baixo nível de conhecimento referente à
importância da hidratação para o rendimento, pois, uma vez esgotadas todas as
possibilidades de melhora de performance derivada do treinamento desportivo, tem-
se como fatores que podem ser decisivos, juntamente com a genética, a nutrição e o
estado psicológico do atleta.
O conhecimento sobre os hábitos e as práticas de hidratação dos corredores
de fundo é imprescindível para um adequado planejamento da reposição hídrica
durante treinamentos e competições. Neste sentido, o objetivo deste trabalho foi
investigar o nível de conhecimento e práticas de hidratação de corredores de rua
brasileiros.
2. METODOLOGIA
2.1. Amostra
12
questionário a fim de se verificar o grau de compreensão do mesmo, sendo realizadas
as modificações necessárias após estas avaliações.
O questionário foi dividido em três partes: Parte 1, se relacionava à questão
demográfica, como sexo, cidade de origem, idade e anos de prática na modalidade.
Parte 2 se referia à prática de hidratação, incluindo questões relacionadas à
freqüência e momento de hidratação; tipo, sabor e temperatura de líquido utilizado;
controle de peso; sintomas decorrentes das práticas inadequadas e vestimenta. Parte 3
investigava sobre o nível de conhecimento de hidratação, e constava de seis
perguntas. Desta última parte, com exceção das questões de número sete e nove em
que seria considerado correto qualquer afirmativa diferente de nenhuma, e a questão
18, em que o correto seria já ter obtido orientação sobre a melhor forma de hidratar-
se, as outras três questões só possuíam uma afirmativa verdadeira. Para cada resposta
correta, foi atribuído 1 ponto, com possibilidade máxima de score 6. Para cada
resposta errada, foi atribuído nota zero.
13
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
59
% 60 45,63
45 35,92 29,3
30 14,57 10,2
15 3,88 1,5
0
Nunca Quase nunca Às vezes Sempre
Treinamento Competições
14
treinamento de um corredor de rua pode variar de 50 a 200 km, dependendo da fase
do treinamento ou das competições que decidir participar, o que pode gerar uma alta
sobrecarga para o sistema orgânico deste.
Hábitos inadequados de hidratação também foram descritos nos trabalhos de
Duarte et al.9, com ultramaratonistas brasileiros; Ferreira e Marins16, com corredores
veteranos e Marins et al.14, com maratonistas europeus, demonstrando que este é um
público suscetível a ocorrência dos efeitos deletérios da desidratação.
Quando questionados sobre o momento em que realizavam a hidratação, fato
apresentado na Figura 2, verifica-se um baixo percentual de atletas (36,87%) que se
hidratam durante os treinamentos, reafirmando que nem sempre o que acontece em
competição é reproduzido na situação de treinamento. Os resultados demonstraram
que os atletas priorizam a situação competitiva. Porém, caso a situação competitiva
não seja reproduzida nos treinamentos, o atleta poderá não estar adaptado à situação
de hidratação, podendo apresentar, no momento da competição, desconforto gástrico.
Além disso, é importante destacar que se deve dar atenção especial ao treinamento,
uma vez que este faz parte do dia-a-dia de um atleta e, caso ele se mantenha
diariamente com níveis hídricos inadequados, terá a qualidade do treino diminuída,
além de aumentar a possibilidade de ocorrência de agravos à sua saúde.
A investigação relacionada ao momento de hidratação também foi realizada
com atletas de outras modalidades, como triatlon e ciclismo14, judô12, atletas
universitários13e Karatê11, demonstrando que, mesmo nestas diferentes modalidades,
não há equilíbrio entre os três momentos de hidratação e também não há entre as
duas diferentes situações de exercício (treinamento e competição).
A hidratação realizada anteriormente ao início de exercício pela maioria dos
atletas, tanto nos treinamentos como nas competições, está relacionada à adoção de
uma ação que visa evitar o início da atividade com níveis hídricos baixos, ou mesmo
já desidratado, o que contribui significativamente para a redução da performance3.
Como demonstrado na Figura 2, um percentual mais alto de atletas afirmaram
ingerir líquido após a atividade (período compreendido entre o final do exercício e
até uma hora após), demonstrando que há uma necessidade de restauração da
homeostase hídrica perdida durante o exercício. Tal conduta pode ser desencadeada
pelo mecanismo de sede, ocasionada pela diferença entre a taxa de esvaziamento
gástrico e a taxa de sudorese17 ou pela adoção de estratégia de hidratação
inadequada.
15
70,2 69,7 73,76
80 60,4 59,9
60
% 36,87
40
20
0
Antes Durante Depois
Treinamento Competições
86,23
90 77 64,62
70
% 50 35,38
23
30 13,77
10
Antes Durante Depois
Figura 3: Tipo de solução consumida pelos corredores antes, durante e depois de exercitar.
16
estoques hídricos próximos da normalidade, enquanto a ingestão de uma fonte
energética, além de restaurar os estoques hídricos, quando consumida na forma
líquida, mantém a glicose dentro da faixa de normalidade, minimizando a ocorrência
de quadros hipoglicêmicos18.
É necessário que nos eventos de longa duração seja aumentado o consumo de
bebidas que contenham carboidratos, antes e após o exercício. Antes da atividade,
esta prática visa permitir que o atleta a inicie com as reservas de glicogênio hepático
e muscular maximizadas, além dos níveis de glicemia sanguínea adequados. Já após
o exercício, a finalidade é promover a restauração do glicogênio muscular e hepático,
acelerando o processo de recuperação19.
O baixo consumo de repositores entre corredores já havia sido descrito por
Duarte et al.9, que apresentaram em seu estudo um percentual de apenas 24,5% dos
ultramaratonistas ingerindo, além de água, algum tipo de bebida que continha
carboidratos em treinamentos longos.
Além da água e das soluções carboidratadas, foram também investigadas
outras possíveis soluções que poderiam ser utilizadas como repositores hídricos nos
eventos esportivos. No entanto, constatou-se que a água obteve um registro de
95,63%, sendo, portanto, a solução de maior preferência. Outros líquidos consumidos
com destaque foram os sucos naturais, com 48,06%, seguido dos repositores
hidroeletrolíticos ou energéticos, com 35,38%, e dos refrescos, com 17,96% de
adeptos.
Os sucos naturais, assim como os refrescos, por apresentarem carboidratos,
também podem ser utilizados como agentes hidratantes, principalmente após o
esforço. No entanto, devido a uma elevada concentração de frutas ou de carboidratos,
é possível haver uma elevação da osmolaridade, prejudicando o esvaziamento
gástrico, não sendo ideal o consumo antes e durante o exercício.
O uso do suco natural como principal forma de hidratação após a água, é uma
característica do atleta brasileiro, uma vez que, nos estudos anteriormente descritos,
em que se adotou este questionário, ele também esteve presente como solução
destaque, fato não ocorrido com os atletas europeus investigados por Marins et al.14.
Ao contrário de outras modalidades em que este mesmo questionário foi
aplicado11, 12, 13, 14, soluções como Coca - Cola®, café e cerveja estiveram presentes
com menores prevalências, sendo estas respectivamente de 5,34%, 6,31% e 4,85%.
17
Isso representa um hábito positivo frente à prevalência observada em outros atletas,
tendo em vista que estas soluções não são adequadas para uma efetiva hidratação.
No Brasil, a portaria n° 222, publicada em 1998 pela Anvisa – Agência
Nacional de Vigilância Sanitária - regulamenta os produtos destinados à
suplementação alimentar de praticantes de atividade física. Entre estes se encontram
os repositores hidroeletrolíticos, que são produtos que possuem em sua formula uma
associação de variada concentração de eletrólitos e carboidratos, objetivando a
reposição hídrica e eletrolítica decorrente da prática de atividade física. Os
repositores energéticos, por sua vez, são produtos formulados com nutrientes que
permitem o alcance e / ou manutenção do nível apropriado de energia para atletas,
contendo, em sua formulação, no mínimo 90% da fonte energética na forma de
carboidrato. Opcionalmente, estes produtos podem conter vitaminas e/ou minerais20.
Os repositores energéticos, principalmente na forma de gel, surgiram como
uma opção para os atletas que necessitam de uma quantidade maior de energia em
relação à quantidade hídrica. Porém, sua utilização não dispensa a necessidade de
líquido, devendo ser utilizada em conjunto.
Quanto aos repositores hidroeletrolíticos disponíveis no mercado, o mais
utilizado pelos atletas alcançou um percentual de (67,47%), enquanto entre os
energéticos, a alternativa Não utilizo Nenhum foi a de maior destaque com 19,9%.
Embora exista um grande número de repositores energéticos no mercado, os
corredores, quando utilizam algo para repor energia, preferem os repositores
hidroeletrolíticos em relação aos energéticos. Isto se deve, provavelmente, a uma
melhor estratégia de marketing utilizado para a comercialização do primeiro em
relação ao segundo, ou mesmo ao sabor do repositor, já que dificilmente o indivíduo
irá ingerir algo que não agrade ao seu paladar.
Outro dado relevante é quanto ao sabor do repositor que os atletas preferem,
pois a flavorização da bebida contribui significativamente para aumento de consumo
avaliado, quando comparado com a água 21, 22, além de ser improvável a ingestão de
bebidas com sabores desagradáveis, sendo que a sensação relacionada ao sabor pode
diferenciar-se quando o indivíduo se encontra em situação de repouso e em exercício.
Os sabores preferidos entre os corredores foram laranja (34,46%), tangerina
(21,36%), frutas cítricas (14,56%) e limão (13,10%), sendo também listadas pelos
judocas12 e atletas universitários13, embora com percentuais diferentes dos obtidos no
presente estudo.
18
Quanto à preocupação de hidratar nas diferentes estações do ano, verificou-se
que a maior preocupação é manifestada independente da estação, com 62,76%, fato
que está de acordo com as recomendações. No entanto, recomenda-se conscientizar
os 34,69% dos atletas que relataram preocupar-se mais com a hidratação no verão,
assim como os 2,55% que afirmaram não se preocupar.
Em relação aos hábitos dos atletas em registrarem seu peso corporal antes e
após o exercício (Figura 4), os dados revelam que apenas 23,24% dos atletas
apresentam hábito adequado, freqüentemente se pesando. Em contrapartida, 76,76%
destes atletas se pesam, mas não freqüentemente, nunca ou quase nunca se pesam.
Marins e Ferreira13 ao investigarem atletas universitários, verificaram que
41% deles não utilizam a técnica de pesagem, enquanto Ferreira e Marins,16 em
estudo feito com os atletas veteranos que praticam atletismo, constataram que
56,93% deles nunca ou quase nunca utilizando tal técnica.
% 26,5
25,94
28
24,32
26
23,24
24
22
20
19
Como a utilização da técnica de pesagem antes e após a atividade desportiva é
uma forma prática, fácil, barata e não invasiva de estabelecer a quantidade de líquido
que deve ser reposta, é importante difundi-la entre os corredores.
Maughan e Shirrefs26 colocam que a quantidade necessária de líquido
ingerida após o exercício é de uma vez e meia o que foi perdido, ou seja, 150% da
quantidade perdida, devendo ser consumida até 6 horas após o término do evento. A
proposição destes autores justifica-se pela continuidade da perda hídrica após o fim
da atividade por via urinária e do suor. O American College of Sports Medicine -
ACSM21 corrobora com os autores acima, também recomendando a ingestão de 1,5 o
que foi perdido, afirmando que esta quantidade permite a restauração dos níveis
hídricos mesmo que ocorra eliminação através dos rins de parte do líquido ingerido.
Analisando esta proposição, de forma prática, pode-se estabelecer que quando
a perda de peso for menor ou igual a 3 kg, a orientação acima é interessante. Porém,
quando ocorrer uma perda acentuada (4 Kg ou mais), ela tornar-se- à de difícil
execução devido à grande quantidade de líquido que seria necessário repor, devendo
ser sugerido o consumo da quantidade perdida na atividade.
O fato de alguns grupos de atletas não terem o hábito de realizar o controle do
peso corporal antes e após a atividade pode ser explicada por, provavelmente, dois
fatores: os atletas e seus treinadores não têm conhecimento sobre a aplicação e
importância da técnica, ou há desconhecimento com relação à temática ‘hidratação’,
pois a aplicação da técnica de pesagem é rápida e extremamente viável, independente
do nível socioeconômico dos atletas.
Como a desidratação está associada a uma série de comprometimentos
fisiológicos, foi solicitado aos atletas que indicassem quais sintomas já haviam
vivenciado em sua carreira desportiva. Na Tabela 1, observa-se a freqüência de
aparecimento dos sintomas que poderiam estar relacionados com desidratação.
20
Tabela 1: Manifestações fisiológicas ocorridas em treinamento e/ou competição
relatadas pelos corredores.
SINAIS DE DESIDRATAÇÃO % FREQÜÊNCIA
Sede muito intensa 24,76
Sensação de perda de força 20,39
Câimbras 19,42
Fadiga generalizada 13,59
Dor de cabeça 10,19
Dificuldade de concentração 9,22
Dificuldade de realização de um movimento técnico facilmente realizado
em condições normais 6,80
Sonolência 5,83
Palidez 4,85
Olhos fundos 3,88
Alterações visuais 3,88
Insensibilidade nas mãos 2,91
Interrupção da produção de suor 1,94
Interrupção da atividade planificada 1,94
Perda momentânea da consciência 1,46
Convulsões 0,97
21
adequadamente as ações, pois, com exceção da interrupção da produção de suor que
é relacionado a um alto grau de desidratação, podendo inclusive provocar choque
térmico, todos os outros sintomas podem estar relacionados, além de desidratação
28
igual ou superior a 5% , com uma baixa da glicemia, requerendo, assim, que os
atletas habituem-se a ingerir soluções que disponibilizem carboidratos na quantidade
de 30 a 60 g por hora. O uso isolado de água não é suficiente para impedir ou
minimizar a ocorrência destes sintomas21, 22
. Ferreira e Marins16 também
encontraram atletas que já foram vítimas de sintomas mais sérios como o desmaio e a
perda momentânea de consciência.
Sintomas como câimbra pode também estar relacionada à hiper-hidratação,
devendo-se preocupar não apenas com o hábito de sempre hidratar, mas também com
o tipo, quantidade e freqüência de consumo de líquido 29.
A termorregulação representa um elemento fundamental para o equilíbrio da
homeostase hídrica e, como a vestimenta pode interferir diretamente nos mecanismos
de troca de calor30, investigou-se, neste estudo, a possível preocupação dos atletas
com aspectos como cor, tipo e quantidade de tecido utilizado quando se exercitam.
Entre os entrevistados, 94,47% afirmaram se preocupar com o tipo de
vestimenta que utilizam, sendo a sua maior preocupação com o tipo de tecido
(80,9%). Somente 31,65% dos atletas afirmaram que se preocupam com a cor e com
a quantidade de tecido que utilizam. Esta acentuada diferença entre os três principais
aspectos da vestimenta pode acarretar em danos ao desportista, pois a utilização, por
exemplo, de roupas de cores escuras, promoverá um maior estresse térmico, uma vez
que estas absorvem mais calor. Da mesma forma, exercitar-se, em dias quentes, com
quantidade maior de tecido que a necessária irá ocasionar uma maior dificuldade na
dissipação do calor pela sudorese, podendo levar o atleta à hipertermia30.
Durante muitos anos, preconizava-se que a temperatura ideal para ingestão de
líquidos deveria ser baixa, pois acreditava-se que o tempo de esvaziamento gástrico
era reduzido em comparação com líquidos a temperaturas mais altas. Visando
estabelecer a preferência dos atletas em relação à temperatura das soluções que
ingeriam, perguntou-se qual era a temperatura do líquido que eles costumavam se
hidratar, obtendo um percentual de 51,81% de atletas que preferem hidratar-se com
líquido a temperatura normal, enquanto 47,15% preferem líquidos moderadamente
gelados e apenas 1,04%, líquido extremamente gelado.
22
Brouns31 demonstrou que a temperatura do líquido exerce pouca influência na
taxa de esvaziamento gástrico, podendo, assim, concluir que a melhor temperatura é
aquela de preferência do atleta. Pinto et al.32 verificaram, utilizando água em três
temperaturas distintas (10ºC, 24ºC e 38°C), que estas não interferem na temperatura
corporal e na performance, quando foi realizado exercício submáximo em ambiente
termoneutro.
Para um escore máximo de 6 pontos, a média obtida pelo grupo foi 3,99,
representando um percentual de 66,63% de respostas consideradas corretas. A Tabela
2 apresenta o percentual de acertos para cada pergunta.
Tabela 2: Porcentagem de atletas que apresentaram bom nível de conhecimento assinalando a resposta
correta
Nível de conhecimento Percentual
Deve-se beber líquido antes da sensação de sede 75,74%
Conhece alguma marca de repositor hidroeletrolítico 89,80%
Conhece alguma marca de repositor energético 82,52%
A ingestão de líquido deve ser de 250 mL a cada 15 minutos 45,54%
Obtenção de informação sobre a melhor forma de hidratar 63,96%
A função de um isotônico é hidratar, repor eletrólitos e energia. 41,75%
23
bom senso por parte dos atletas e treinadores quanto à quantidade de líquido que
ingerem durante os eventos esportivos.
O estudo realizado por Marins e Ferreira13 mostra que 21,5% dos atletas
universitários brasileiros afirmaram que a hidratação deveria ser feita após a
sensação de sede, resultado semelhante ao presente estudo, em que o índice foi de
17,33% para consumo de líquido após sentir sede; e 6,93 % para consumo de líquido
quando se sente muita sede. Rosenbloom et al.35 também verificaram, entre os
americanos, que apenas 79% dos homens e 73% das mulheres pesquisados sabem
que a sede não é um bom indicador da necessidade de líquido.
Quanto aos corredores, triatletas e ciclistas investigados por Marins et al.14,
verificou-se índice diferenciado de atletas que consomem líquidos após a sensação de
sede (25%, 8,4% e 14%, respectivamente), destacando-se os corredores, que têm a
prática de hidratação mais inadequada.
Estas pesquisas demonstram que, embora a maior parte dos atletas possua um
bom conhecimento quanto ao momento em que se deve iniciar a ingestão de líquido,
ainda é necessário ampliar esse nível de conhecimento, assim como sempre encoraja-
los a ingerire líquidos em quantidade e freqüência pré-determinadas, sem levar em
consideração a sensação de sede. Esta ação permite tentar equilibrar ao máximo a
ingestão de líquido com a perda decorrente da sudorese, situação importante em
exercícios praticados sob temperaturas extremas, nas quais o risco de hipertermia é
considerável.
Quanto ao conhecimento de alguma marca de repositor hidroeletrolítico e
energético, observou-se que 89,8% e 83%, respectivamente, conhecem algum
repositor, sendo que o nome do hidroeletrolítico mais conhecido foi assinalado por
82,03%, enquanto a segunda marca mais citada obteve 26,7%.
Entre os repositores energéticos, houve um equilíbrio entre as diferentes
marcas, com duas delas sendo conhecidas por 33% dos atletas investigados.
Constatou-se, ainda, que os repositores energéticos na forma líquida também eram
bastante conhecidos.
Estes dados revelam que o fato de poucos atletas ingerirem soluções contendo
carboidrato, como evidenciado na figura 3, deve-se, em parte, pelo desconhecimento
das soluções que o contém, uma vez que 17,48% afirmaram não conhecer nenhum
repositor hidroeletrolítico e 10,2% não conhecem nenhuma das marcas apresentadas
24
de repositor energético. Outro fato pode estar relacionado a fatores econômicos para
aquisição dos produtos industrializados.
Embora a maioria dos atletas tenha conhecimento sobre alguma marca de
repositor, é necessário verificar, detalhadamente, a composição do produto, evitando
uma escolha errônea. Alguns repositores apresentam baixa concentração de
nutrientes fundamentais, como a quantidade de carboidrato presente no Energil C®,
que é apenas de 1%36, não sendo suficiente para a aquisição dos benefícios de uma
solução carboidratada. Com esta quantidade de carboidrato, seria necessário ingerir,
por hora de atividade, de 3 a 6 litros, visando atingir a recomendação de 30 a 60 g de
carboidrato por hora de exercício21, 22. Esta quantidade de líquido é completamente
inviável de ser ingerida, diante da capacidade de esvaziamento gástrico e absorção
intestinal do ser humano. Bonci37 alerta que determinadas bebidas energéticas
possuem composição inadequada, não devendo ser utilizadas em treinamento ou
competição.
Uma hidratação correta implica em uma relação adequada entre quantidade
ingerida e intervalo de tempo. Desta forma, foi averiguado o volume e a freqüência
de hidratação que os atletas julgavam ser adequados. De acordo com o ACSM21,
apenas 45,54% do total de entrevistados que afirmaram sempre se hidratar nas
competições (59%) e em treinamentos (45,63%) acertaram esta questão. Em outras
palavras, apenas 45,54% dos que se preocupam com a hidratação realizam-na de
maneira adequada, o que acaba por limitar os benefícios que poderiam ser
adquiridos. Grandes volumes de líquidos, assim como quantidades insuficientes,
podem limitar a performance.
Ao contrário dos estudos de Marins e Ferreira13, Brito e Marins12 e Brito et
al.,11 em que a maior parte dos atletas não havia recebido informação, no presente
estudo, conforme mostrado na Tabela 2, 63,96% dos atletas já haviam sido
informados sobre a melhor maneira de se hidratar. Porém, deve-se levar em
consideração que 36,4% nunca foram orientados, o que contribuiu acentuadamente
para utilização de estratégias inadequadas.
Após estabelecer o número de entrevistados que já haviam recebido
informação sobre hidratação, foi - lhes perguntado quem havia prestado a orientação,
destacando-se o treinador, com índice de 43,65%, seguido de médicos (35,54%) e
revistas (31,77%). O nutricionista foi responsável por prestar informação apenas a
17,46% dos indivíduos.
25
As informações prestadas pelos treinadores são muito importantes,
necessitando serem ampliadas, já que eles exercem influência direta sobre os atletas.
23, 38
Porém, alguns estudos revelam que os treinadores não estão capacitados , uma
vez que poucos, por exemplo, recomendam aumentar o consumo de líquidos durante
as competições.
Deve-se investigar a qualidade das informações que estão sendo prestadas aos
atletas para que informações errôneas não sejam transmitidas, como as apresentadas
por Soper et al.39, em que 55% dos instrutores de dança pesquisados afirmaram que a
sede era um bom sinal para iniciar a reposição hídrica.
A baixa participação do nutricionista, como profissional responsável por
informar os atletas sobre hidratação, pode, entre outros motivos, dever-se ao número
reduzido de atletas que têm acesso a este profissional. Segundo Palomares et al.40,
dentre os atletas brasileiros participantes das Olimpíadas de Sidney em 2000, 80%
dos investigados não receberam orientação de um nutricionista.
A participação das revistas como veículo de informação foi bastante
representativa, o que requer atenção especial, pois, caso estas não sejam
especializados na área, podem não ser fontes seguras, levando à criação de mitos.
Estudos realizados fora do Brasil, nos quais foi investigada a fonte de
informação nutricional de atletas, mostraram que os técnicos, pais, médicos e família
foram os principais orientadores41. Já Cupisti et al.42 afirmam que os principais
informantes foram pais, a mídia e companheiros de equipe.
O conhecimento sobre a função e os benefícios dos repositores isotônicos
pode auxiliar no aumento do consumo desta solução. No entanto, observou-se que
apenas 41,75% sabem corretamente sua função, percentual considerado baixo, já
que, anteriormente, 63,96% relataram já ter obtido informações sobre as melhores
formas de se hidratar e mais de 80% dos atletas conheciam uma ou mais marcas de
repositores. Esperava-se, portanto, que os atletas estivessem devidamente informados
sobre as funções de um isotônico, fato não observado, o que mais uma vez requer
atenção sobre a qualidade das informações prestadas.
O alto percentual de atletas que desconhecem a função do isotônico pode ser
um fator preponderante para o baixo consumo desta solução entre os desportistas.
26
4. CONCLUSÕES
4.1. Agradecimentos
27
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
28
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31
ARTIGO 2: AVALIAÇÃO DOS NÍVEIS DE HIDRATAÇÃO
DURANTE 80 MINUTOS DE CORRIDA EM ESTEIRA
1
Professora de Educação Física, Mestranda do Programa de Pós-Graduação
em Ciência da Nutrição; 2Graduada em nutrição; 3Professora Drª do Departamento de
Nutrição e Saúde – UFV; 4Professor Dr do Departamento de Educação Física– UFV.
32
RESUMO
33
ABSTRACT
This study aimed at evaluating and comparing the hydration levels in athletes
and active individuals. 30 individuals were evaluated, 15 deep runners athletes
{VOmax = 68,54±5,4 ml(kg.min)-1} and 15 active non-athletes individuals {VOmax =
50,3 ±6,3 ml(kg.min)-1}, with an age average of 25,3±2,4 and 23,1±4,3, respectively.
The participants were submitted to a 80 minutes run on the treadmill at a 75-80 %
intensity of the heart rate reserve. To diagnose the hydric loss, the body weight and
the urine gravity were monitored before and after the exercise, as well as the
hematocrit, before, during (at 40 minutes) and immediately after the exercise, besides
the liquid intake amount, which corresponded to 3 mL of water/body weight kg,
totaling 0,89±0,11 liters for the athletes and 1,24±0,17 liters for the active non-
athletes individuals. The environmental conditions of the test were 21,9±1,5 0C and
89,2±5,6% UR for the athletes and 21,8±1,6 0C and 93,2±3,5% UR for the active
non-athletes individuals. The results showed that the mean dehydration percentage
was significantly higher in the athletes (2,15±0,7%) compared to the active non-
athletes individuals (1,03±0,7%). The relative weight loss was also significantly
higher in the athletes (1,3±0,5 kg) than in the active non-athletes individuals
(0,74±0,43 kg). The urine specific gravity increased significantly only among the
athletes. The hematocrit increase average was 1,71% for the athletes and 3,93% for
the active non-athletes individuals, however, still in the normality level. Considering
the test conditions, it was concluded that the hydric loss did not achieve critical
levels although there were differences between the athlete and active non-athletes
individuals groups, signaling that there are differentiated thermal regulating
adaptations between the two groups.
34
1. INTRODUÇÃO
35
mecanismos termorregulatórios, o que acarreta maior perda hídrica em sujeitos com
melhor nível de condicionamento.
Durante o exercício, o calor corporal produzido pode ser dissipado por meio
da evaporação do suor, o que minimiza a ocorrência de acidentes termorregulatórios.
Entretanto, caso o líquido perdido pela sudorese não seja adequadamente reposto,
ocorrerá desidratação.
Registros de perdas elevadas de líquido são encontrados em diferentes
modalidades desportivas12, sendo que a perda de maior destaque, descrita na
literatura, ocorreu com o maratonista Alberto Salazar, que perdeu 3,7 litros de
líquido por hora de atividade durante a maratona de Los Angeles, em 198413.
Perda como a citada acima demonstra a importância do estabelecimento de
reposição hídrica individualizada, o que é reforçado pelos resultados do estudo de
Duarte et al.3, em que os ultramaratonistas estudados apresentaram uma redução de
peso variando de 2 a 5,5 kg. Outro estudo importante foi o de Perrella et al.14, feito
com jogadoras de rugby que, mesmo se exercitando com temperatura de 10ºC,
apresentaram taxa de sudorese variando de 3mL/min a 12,5 mL/min.
Na literatura, encontram-se alguns padrões de reposição de líquido no
exercício15, 16, 17
. No entanto, estes padrões estabelecem critérios gerais quanto à
quantidade de líquido que deve ser reposta, nem sempre levando em consideração a
individualidade biológica.
Quando se adotam quantidades fixas de consumo de líquido entre 200 a 250
mL a cada 15 minutos, é possível produzir um excesso ou falta de oferecimento de
líquido e, conseqüentemente, desconforto gástrico ou hidratação inadequada.
Buscando solucionar este problema, autores como Murray et al.18 adotaram
quantidades individualizadas de líquido e, entre elas, 3mL/kg de peso corporal como
uma quantidade de líquido oferecida de forma a manter a homeostase hídrica sem,
contudo provocar desconforto gástrico.
36
realizado à intensidade de 75 – 85% da freqüência cardíaca de reserva durante 80
minutos com carga térmica de calor moderado;
Verificar se a ação de hidratação empregada foi suficiente para manter a
euhidratação e seu impacto quanto a sensações subjetivas de percepção de
esforço, sede, náusea, plenitude gástrica, sensação térmica e sensação de
conforto.
2. METODOLOGIA
Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres
Humanos da Universidade Federal de Viçosa (parecer n°035/2006), (Anexo 2), de
acordo com a resolução do Conselho Nacional de Saúde nº196/96, em consonância
com as propostas das Diretrizes Éticas Internacionais para Pesquisas Biomédicas
Envolvendo Seres Humanos (CIOMS/OMS 1982 e 1993) e a declaração de
Helsinque (1989). Os avaliados receberam esclarecimentos detalhados sobre os
procedimentos que seriam utilizados na coleta de dados e, em seguida, assinaram um
termo de consentimento livre e esclarecido (Anexo 3).
37
2.1.1. Amostra
38
Os voluntários foram orientados a absterem-se do uso de álcool e de qualquer
atividade física vigorosa por um período de 24 horas antes da situação experimental,
assim como ingerir 400 mL de água duas horas antes da situação teste.
A medida da gravidade específica da urina inicial foi comparada com a
24
registrada no final do exercício, obedecendo à mesma faixa de normalidade .
Também foi realizada coleta de sangue por punção digital, com lanceta descartável
para determinação do hematócrito, sendo este centrifugado por 10 minutos a 10,000
rpm em centrífuga própria para capilar (Sigma 1-15®) e analisado por régua
graduada. A pressão arterial (PA) foi aferida em intervalos regulares de 20 minutos
por meio do método auscultatório e a freqüência cardíaca (FC), com auxílio de
monitor cardíaco S 610 da marca Polar® em intervalos de 10 minutos.
Durante a prova ergométrica, estabeleceu-se uma hidratação programada a
cada 15 minutos, com consumo de 3 mL de água / Kg de peso corporal, mantendo
18
uma condição de hidratação constante, semelhante aos estudos Murray et al. ;
Marins et al., 25; Brito et al.26; Cocate et al.27 e Saat et al.28. No decorrer do teste, foi
estabelecido o protocolo descrito no Quadro 1.
39
situação repouso e o final do exercício, tomando como referência os pontos de corte
de Casa et al16, e comparação do resultado obtido das três medidas do hematócrito,
com valor de referência para normalidade de 41 – 5329.
Para a análise da perda hídrica absoluta, utilizou-se a equação de Horswil30 de
forma adaptada, sendo considerado o peso corporal mensurado no início do teste
menos o valor de peso final, mais a quantidade de líquido consumido, subtraída do
volume de urina produzida:
Equação: (peso inicial – peso final) + volume de líquido ingerido –
(volume urinário).
Já, para estabelecimento da perda hídrica relativa, utilizou-se apenas a
diferença registrada na balança entre o peso inicial e final.
A taxa de produção de suor foi calculada dividindo a perda hídrica absoluta,
em mL, pelo tempo total de atividade, em minutos, vezes 60, conforme estabelece
Horswil30. Tanto a desidratação absoluta (Da) quanto a desidratação relativa (Dr)
foram estabelecidas, respectivamente, pela perda hídrica absoluta (pha) e a perda
hídrica relativa (phr), multiplicada por cem, e dividindo pelo peso corporal inicial
(PCi) dos indivíduos.
Equação: Da = pha x 100 / PCi
Dr = phr x 100 / PCi
40
2.2.3. Tratamento estatístico
3. RESULTADOS
41
Tabela 1: Características gerais dos grupos de avaliados
Atletas (n:15) Ativos (n:15)
Parâmetros
Média ± DP MED Min – Max Média ± DP MED Min - Max
Idade (anos) 25,3 ± 2,4 24 22 – 29 23,1 ± 4,3 22 19 - 32
Peso (kg) 59,6* ± 6,48 60,3 48 – 73,2 74,3* ± 12,6 73,7 51,1 – 95,3
Estatura (cm) 170,9* ± 8,1 167,5 158 – 188 175,7* ± 9,5 176,5 158,5 – 192
% de gordura 5,4 ± 1,9 4,7* 3,5 – 8,3 10,1 ± 6,8 8,6* 3 – 22,8
2
SC (m ) 1,69± 0,13 1,69* 1,45 – 1,94 1,88 ± 0,19 1,94* 1,5 – 2,18
PA sistólica (mmHg) 110 ± 10,7 110 90 – 130 111,3 ± 10,1 110 100 - 135
PA diastólica (mmHg) 71 ± 10,4 70 50 – 80 73 ± 6,5 75 60 - 80
Fc repouso (bpm) 51,9 ± 8,2 53 38 – 65 54,5 ± 9,5 54 41 - 78
-1
VO2máx (kg.min) 68* ± 5,4 68,8 61 – 75,5 50,3* ± 6,3 51 42,5 – 64,3
Não houve diferença estatisticamente significante entre as médias de idade, peso, PA sistólica e FC
repouso pelo teste T de Stundent e entre as medianas dos outros parâmetros pelo teste de Mann-
Whitney.
*Pares de médias e medianas na mesma linha diferiram estatisticamente entre si, pelo teste de t de
Stundent e Mann-Whitney respectivamente.
MED= mediana; DP=desvio padrão da média; PA= pressão arterial; FC= freqüência cardíaca; SC=
superfície corporal.
42
Tabela 2: Média, mediana, desvio padrão e valor máximo e mínimo da perda de
peso, desidratação e taxa de produção de suor dos avaliados.
Atletas (n: 15) Ativos (n: 15)
Parâmetros
Média ± DP MED Min - Max Média ± DP MED Min - Max
Perda de peso absoluta (kg) 2,07*±0,59 1,93 1,34 -3,19 1,67* ± 0,36 1,62 1,2 – 2,65
Perda de peso relativa (kg) 1,3 ± 0,51 1,1* 0,8 – 2,3 0,74 ± 0,43 0,7* 0,2 – 1,8
% absoluto de desidratação 3,43 ± 0,79 3,27* 2,48 – 5,13 2,26 ± 0,5 2,12* 1,68– 3,66
% relativo de desidratação 2,15 ± 0,73 1,88* 1,4 – 3,7 1,04 ± 0,67 0,74* 0,23– 2,49
Taxa produção suor (ml/min) 25,82*±7,4 24,15 16,7 – 39,9 20,91*± 4,52 20,25 15 – 33,12
*Pares de medianas na mesma linha diferem estatisticamente entre si, pelo teste de
Mann-Whitney; Pares de média na mesma linha diferem estatisticamente entre si,
pelo teste T de Student.
3.2.3. Hematócrito
43
Tabela 4: Média, mediana, desvio padrão, valor máximo e mínimo da concentração
de hematócrito dos avaliados.
Atletas Ativos
Repouso 40 minutos 80 minutos Repouso 40 minutos
80 minutos
Média ± DP 46,87 ± 3,14 47,2 ± 2,86 47,67 ± 2,94 45,8 ± 3,38 46,8 ± 3,53
47,6 ± 3,94
Mediana 46 47 48 47* 49* 48
Min – Max 40 – 54 41 – 54 41 – 54 39 - 49 39 - 50
39 - 52
*Par de mediana, na mesma linha, difere estatisticamente entre si, pelo teste de
Friedman complementado pelo teste de Dunn’s. Os símbolos foram omitidos onde
não houve diferença.
44
Já a sensação térmica e a sensação de conforto relacionavam-se às condições
ambientais em que se desenvolveu o teste. Verificou-se diferença na sensação de
conforto entre os grupos a partir do 50º minuto de atividade, sendo que a maior
percepção foi encontrada entre os ativos, enquanto a percepção dos atletas manteve-
se a mesma. Analisando o efeito tempo, observou-se que a sensação de conforto foi
estatisticamente diferente entre os ativos, com maior percepção a partir de 1 hora de
atividade.
A avaliação do IPE tinha a finalidade de identificar a sensação de esforço
percebido pelo avaliado durante a atividade. Verificou-se diferença estatisticamente
significativa entre os grupos a partir da metade do exercício, com os ativos
percebendo mais o esforço realizado. Avaliando o efeito tempo, observou-se que,
também entre os ativos, ocorreu diferença significativa, com a maior percepção de
esforço no final do exercício em comparação com o início.
180
175
170
bpm
165
160
155
150
10 20 30 40 50 60 70 80
Figura 1 − Resposta da FC entre os atletas e ativos registrada ao longo dos 80 minutos de exercício
45
4. DISCUSSÃO
46
a registrada na maioria das corridas de rua no Brasil. Assim, em condições de
treinamento, competição ou corrida recreativa, a influência da radiação solar e o tipo
de roupa utilizada podem acentuar a perda hídrica, além de dificultar a perda de
calor, mesmo com a atuação de outros mecanismos de dissipação como, por
exemplo, a convecção.
Pode - se afirmar que um percentual de até 2% de desidratação é considerado
uma faixa tolerável, embora, segundo Greenleaf36, mesmo com uma desidratação
leve/moderada como esta, já seja possível ocorrer redução na performance. Desta
forma, o ideal seria que ocorresse o equilíbrio da homeostase hídrica com o aumento
do consumo de líquido. Porém, como foi adotado o procedimento recomendado de
3mL/kg de peso corporal, é possível especular que uma maior cota de oferecimento
de líquido não seria bem tolerado devido à capacidade de esvaziamento gástrico, o
que imporia dificuldades, como transtornos gástricos, interferindo na performance38.
Importantes fatores que, durante o exercício, afetam a taxa de produção de
suor são as condições ambientais (temperatura, umidade, radiação e ventilação),
aclimatação, intensidade e tipo de exercício, estado de hidratação, tamanho corporal,
quantidade de vestimenta, equipamentos utilizados e número de glândulas
sudoríparas39,devendo ser analisados em conjunto.
Neste estudo, a produção de suor obtida pelos atletas (1,55 litros/h) foi
semelhante aos 1,56 litros/h encontrada por Godek et al.40, quando os corredores
exercitavam no período da manhã, com temperatura ambiente de 28,4°C e 64,9% de
umidade relativa do ar. Por outro lado, quando estes mesmos indivíduos exercitaram
à tarde, em ambiente mais quente (34,5°C e 43% de umidade), houve um aumento na
perda para 1,97 litros/h. Este aumento na taxa de sudorese, proveniente da condição
ambiental, corrobora com os dados anteriormente descritos por Millard – Stafford et
al.40, que encontraram uma taxa de sudorese média de 1,8 litro/h em condição de
calor.
Em decorrência de uma taxa de sudorese relativamente mais alta para os
atletas, em comparação com os ativos (Tabela 2), houve uma perda de peso relativa
diferenciada entre os dois grupos, sendo que a reposição hídrica adotada não foi
suficiente para manter todos os avaliados suficientemente hidratados.
No entanto, embora tenha sido registrada diminuição no peso corporal, o
percentual de desidratação registrado para 70% dos avaliados ficou dentro da
normalidade esperada (1 - 2%), uma vez que, dificilmente, se consegue equilibrar a
47
perda e a reposição hídrica, pois a capacidade máxima de esvaziamento gástrico é,
normalmente, menor que a sudorese produzida 41.
48
medidas do que, por exemplo, a osmolalidade plasmática, que é considerada padrão
ouro46 e sofrer interferência da ingestão de grandes quantidades de líquido antes da
avaliação45. Assim, quando se utilizar este método, deve-se fazê-lo em conjunto com
outros controles, minimizando, por conseqüência, possíveis erros de interpretação.
4.1.3. Hematócrito
49
ilegais, como a eritropoietina. No entanto, o corredor avaliado negou qualquer
consumo de medicamento ou substância com ação dopante. Valores elevados de
hematócrito em situação de repouso também foram encontrados entre os ciclistas
avaliados por Marins47, com o valor mais alto, registrado em repouso, sendo de
53,3%.
O maior registro de hematócrito apresentado durante e após o exercício foi
também de 54%, ocorrido com o mesmo indivíduo anteriormente relatado. Wilmore
e Costill49 alertam que um valor de hematócrito acima de 60% pode elevar,
acentuadamente, a viscosidade sanguínea, prejudicando a capacidade de transporte
de oxigênio por diminuição do débito cardíaco, podendo, inclusive, provocar
problemas cardíacos. É possível que o atleta em questão, caso não se hidrate, ao ser
submetido a condições térmicas extremas, eleve o seu hematócrito a valores críticos.
50
Por outro lado, a sensação de conforto, relatado pelos ativos, foi menor do
que a dos atletas, a partir dos 30 minutos de atividade, o que gerou diferença
estatística significativa no decorrer da situação experimental entre os dois grupos, a
partir dos 50 minutos de exercício. Esta diferença ocorrida pode ser explicada pela
maior, mesmo que não significativa, umidade relativa do ar, quando foi testado o
grupo dos ativos, o que pode ter gerado tal situação. Sensação de conforto cada vez
menor, manifestada ao longo do exercício, foi também encontrada no estudo de
Marins 47.
A verificação dos relatos de sensação térmica e conforto apresentados pelos
avaliados demonstra que as situações de teste foram semelhantes entre os grupos.
Analisando o parâmetro IPE, observa-se que os valores obtidos entre os
avaliados confirmam a proposta deste estudo que era manter o exercício com
intensidade submáxima.
A comparação entre os grupos de avaliados revelou que, a partir dos 40
minutos de atividade, os indivíduos ativos passaram a perceber mais o esforço que
estava sendo realizado em comparação aos atletas, fato possivelmente justificado
pela diferença de condicionamento físico entre eles, assim como a falta de hábito de
se exercitarem durante tanto tempo, na mesma intensidade. Isto é confirmado no
decorrer da atividade, em que, entre os atletas, ocorre uma estabilidade na percepção
do esforço enquanto, à medida que o tempo passa, a atividade vai tornando cada vez
mais difícil para os ativos.
Estudos como o conduzido por Millard – Stafford et al.40, com corredores, e
Marins46, com ciclistas, também demonstraram que, no decorrer da atividade, há um
aumento na percepção do esforço, sendo que, quando não há uma hidratação
constante, este aumento pode ser ainda mais acentuado51.
A freqüência cardíaca, durante o teste (Figura 1), apresentou comportamento
condizente com a proposta do estudo, que era manter o exercício com intensidade
submáxima, uma vez que a resposta cardíaca observada revelou que a carga física,
para ambos os grupos, foi satisfatória, com batimentos cardíacos na faixa de 160 –
170 batimentos, durante todo o transcorrer do teste.
51
5. CONCLUSÕES
52
Pé de Pato por permitirem a utilização do espaço; ao Tiro de Guerra de Viçosa, pelo
apoio; a Maria Aparecida, Cassiano Silva e aos estagiários pelas valiosas
contribuições.
53
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56
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57
ARTIGO 3: DETERMINAÇÃO DA PERDA ELETROLÍTICA DE
SÓDIO, POTÁSSIO, CÁLCIO, MAGNÉSIO E FERRO NO SUOR E URINA
DE CORREDORES E INDIVÍDUOS ATIVOS DURANTE 80 MINUTOS DE
CORRIDA INTERMITENTE EM ESTEIRA.
1
Professora de Educação Física, Mestranda do Programa de Pós-Graduação
em Ciência da Nutrição; 2 Graduanda em Nutrição; 3Professora Drª do Departamento
de Nutrição e Saúde – UFV; 4Professor Dr do Departamento de Educação Física–
UFV.
[email protected] e [email protected].
58
RESUMO
59
ABSTRACT
60
1. INTRODUÇÃO
61
No entanto, a perda de outros minerais como o potássio, cálcio, magnésio e
ferro, embora em menores proporções, não pode ser negligenciada, sobretudo devido
12, 13, 14, 15, 16, 17, 18
à ocorrência de ingestões menores do que o recomendado . Desta
forma, acredita-se que a perda destes minerais em maiores proporções, sem reposição
adequada, pode ocasionar desequilíbrio.
Destaca-se que não é habitual encontrar estudos que investigaram a perda
mineral no suor e urina de atletas e indivíduos ativos na população brasileira. A
maioria dos estudos existente foi realizada no exterior, ou investigaram apenas a
perda mineral no suor, não levando em consideração a possível inter-relação
existente entre a excreção via sudorese e via renal, conciliada com a ingestão
dietética.
Quando são adotados no Brasil dados obtidos dos estudos no exterior sobre
sudorese, pode ocorrer um erro de interpretação, uma vez que a concentração mineral
19, 20, 21
no suor varia segundo a aclimatação do sujeito , sendo possível haver
diferença entre as concentrações dos eletrólitos no suor dos brasileiros e dos
indivíduos residentes no exterior em função das diferenças climáticas.
Deve-se, ainda, levar em consideração que o nível de condicionamento do
indivíduo pode interferir na excreção dos minerais22. Assim, avaliar indivíduos que
praticam exercício com finalidade competitiva, possuindo alto grau de
condicionamento, e compará-los a indivíduos que se exercitam com finalidade de
saúde ou lazer, torna-se necessário. Como o perfil de excreção mineral no suor pode
diferenciar-se em cada uma dessas realidades, é necessário um planejamento
nutricional adequado quanto à reposição hidroeletrolítica.
O estudo da composição eletrolítica do suor no Brasil, especificamente da
perda dos minerais sódio, potássio, cálcio, magnésio e ferro associado à perda
mineral na urina e à ingestão alimentar, pode auxiliar na melhoria das estratégias de
hidratação adequada às nossas individualidades culturais e orgânicas, estabelecendo
uma correta manutenção da homeostase hidroeletrolítica tanto para indivíduos que se
exercitam com fins competitivos quanto por lazer.
Os objetivos do presente estudo foram: a) determinar a relação entre o fator
condicionamento físico e perda mineral dos eletrólitos sódio, potássio, cálcio,
magnésio e ferro em três regiões corporais - peito, costas porção torácica e costas
porção lombar - durante 80 minutos de corrida intermitente, em esteira, a 75 – 85%
da freqüência cardíaca de reserva; b) avaliar se a composição do suor, nas três
62
regiões, sofre modificações no seu efeito tempo e região corporal, de acordo com o
nível de condicionamento físico dos avaliados; c) avaliar se há diferença na perda de
sódio, potássio, cálcio e magnésio entre os atletas e os ativos na urina de 24 horas e
na urina produzida logo após o exercício.
2. METODOLOGIA
Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres
Humanos da Universidade Federal de Viçosa (parecer n°035/2006), (Anexo 2), de
acordo com a resolução do Conselho Nacional de Saúde nº196/96, em consonância
com as propostas das Diretrizes Éticas Internacionais para Pesquisas Biomédicas
Envolvendo Seres Humanos (CIOMS/OMS 1982 e 1993) e a declaração de
Helsinque (1989). Os avaliados receberam esclarecimentos detalhados sobre os
procedimentos que seriam utilizados na coleta de dados e, em seguida, assinaram um
termo de consentimento livre e esclarecido (Anexo 3).
63
2.1.1. Amostra
64
Os voluntários foram orientados a se absterem do uso de álcool e de qualquer
atividade física vigorosa por um período de 24 horas, anteriormente à situação
experimental, assim como ingerir 400 ml de água duas horas antes da situação teste.
Durante a prova ergométrica, estabeleceu-se uma hidratação programada a
cada 15 minutos, com consumo de 3 ml de água /Kg de peso corporal, mantendo uma
condição de hidratação constante, semelhante aos estudos de Murray et al.30; Marins
et al.31 Brito et al.32; Cocate et al.33; Saat et al.34.
65
Para a coleta do suor, em cada uma das três regiões, adotou-se a técnica de
coleta direta, seguindo as orientações propostas por Falk et al.39 e Marins40,
adotando-se modificações de acordo com a especificidade do exercício. Os
procedimentos corresponderam à limpeza da pele com água deionizada assim que o
voluntário chegava ao laboratório, e a cada dez minutos antes da coleta da amostra de
suor, sendo obtida a amostra produzido nesse período, armazenada em um recipiente
ependorf previamente desmineralizado.
66
2.2.7. Análise da urina
67
2.2.9. Tratamento estatístico
3. RESULTADOS
68
As condições térmicas em que ocorreram os testes foram temperatura
ambiente média para os atletas de 21,9 ± 1,5°C (mediana de 21,6°C), com umidade
relativa do ar de 89,2 ± 5,6% (mediana de 88,2%). Para os indivíduos ativos, a
situação foi temperatura média de 21,8 ± 1,6°C (mediana de 21,8°C), com umidade
média 93,2 ± 3,5% (mediana de 93,5%), não havendo diferença significativa entre as
situações. O ambiente pode ser classificado como ambiente de carga térmica de calor
moderado segundo McArdle et al42.
3.2. Perda dos minerais sódio, potássio, cálcio, magnésio e ferro no suor.
69
Tabela 2: Concentração de sódio (mmol.l-1) no suor nas três regiões corporais ao longo de 80 minutos de exercício.
Atletas Ativos
T Peito Costa torácica Costa.Lombar Peito Costa torácica Costa Lombar
Md ± DP Min – Máx Md ± DP Min – Máx Md ± DP Min – Máx Md ± DP Min -Máx Md ± DP Min - Máx Md ± DP Min- Máx
20 67*a ± 17 39 – 91 61*a ± 20 32 – 109 52*b ± 22 13 – 94 109* a ± 16 84 - 130 107* a ± 17 75 - 134 92* b ± 21 58 – 126
40 74*a ± 23 42 – 129 69*a ± 21 37 – 104 58*b ± 18 29 – 90 113* a ± 16 84 – 136 106* a ± 15 84 – 131 96* b ± 17 75 – 125
60 79*a ± 27 45 – 138 68*b ± 22 37 – 111 61*b ± 18 33 – 96 115* a ± 16 88 – 138 106* c ± 17 84 – 133 98* b ± 20 73 – 129
80 78*a ± 27 44 – 140 68*b ± 20 37 – 111 63*b ± 18 34 – 98 115* a ± 18 90 - 139 104* b ± 18 79 - 133 101* b ± 18 75 - 130
*Pares de médias, pertencentes à mesma região corporal e na mesma linha, diferem estatisticamente entre si pelo teste de T de Student (p =
<0,001).
Pares de médias precedidas de letras diferentes na mesma linha, pertencentes ao mesmo grupo de voluntários, diferem estatisticamente entre si
pelo teste de Anova One Way, complementado pelo teste de Tukey (p = <0,001). Md= média; DP= desvio padrão; Min= mínimo; Máx= máximo
Tabela 3: Concentração de potássio (mmol.l-1) no suor nas três regiões corporais ao longo de 80 minutos de exercício.
Atletas Ativos
T Peito Costa torácica Costa Lombar Peito Costa torácica Costa Lombar
Md ± DP Min – Máx Md ± DP Min – Máx Md ± DP Min – Máx Md ± DP Min -Máx Md ± DP Min - Máx Md ± DP Min- Máx
20 12* -± 3,8 6,8 – 19 9,8±3,4 5,5 – 18,4 10,4 ± 4 5,5 – 21,5 15,7* –5,3 7,1 – 24,6 13,2 - 5,5 4,9 – 23,9 13,1 - 5 4,3 – 23,1
40 11a ± 4,4 5,6 - 20,6 8,5b ± 2,9 5,4 – 15,3 9,3ab ± 3,9 5,2 – 19,9 13,5a -5,2 6,1 – 24,6 10,5b - 4 4,3 – 18,4 11,3ab –4,2 4,6 – 20,6
60 10,9a ± 3,9 5,3 - 19,2 8,3 b ± 3,3 4,9 – 16,6 8,8 b ± 3,3 4,5 – 16,6 13,8a -4,8 7,4 – 23,3 10,9b - 4,5 4,6 – 20,9 11,6b -4,6 4,6 - 19
a b ab a
80 9,8 ± 3,7 6,1 – 19 8,3 ± 3,1 4,9 – 16,0 9,0 ±3 4,6 – 15,3 12,8 -4,1 7,1 – 23,9 10,2b - 4,1 4,6 - 19,2 10,9ab –3,3 4,6 – 16,1
*Par de média, na mesma linha, difere estatisticamente entre si pelo teste deT de Student (p = 0,040).
Pares de médias precedidas de letras diferentes na mesma linha, pertencentes ao mesmo grupo de voluntários, diferem estatisticamente entre si,
pelo teste de Anova One Way, complementado pelo teste de Tukey (p = <0,001). Onde não houve diferença as letras foram omitidas. Md=
média; DP= desvio padrão; Min= mínimo; Máx= máximo
70
Tabela 4: Concentração de Cálcio (mmol.l-1) no suor nas três regiões corporais ao longo de 80 minutos de exercício entre os atletas e ativos
Atletas Ativos
Peito Costa torácica Costa Lombar Peito Costa torácica Costa Lombar
T
Mediana Mediana Mediana Mediana Mediana Mediana
Min – Máx Min - Máx Min - Máx Min -Máx Min - Máx Min - Máx
(X ± DP) (X ± DP) (X ± DP) (X ± DP) (X ± DP) (X ± DP)
20 0,33 0,17 0,317 0,63 0,4 0,53
(0,55 ± 0,50)
0,050 – 1,358 0,076 – 1,206
(0,38 ± 0,35)
0,154 – 1,754
(0,5 ±0,5)
0,088 – 1,622
(0,64 ± 0,43)
0,029 – 1,416
(0,49 ± 0,41)
0,096 – 0,965
(0,52 ± 0,28)
40 0,2 0,19 0,262 0,23a 0,12b 0,28a
(0,34 ± 0,36)
0,030 – 1,320
0,21 ± 0,2)
0,025 – 0,742
(0,29 ± 0,29)
0,074 – 1,255
(0,36 ± 0,3)
0,093 – 1,270
(0,21 ± 0,18)
0,070 – 0,662 0,114 – 0,727
(0,31 ± 0,17)
a
60 0,22* 0,16* 0,12 0,29 ab 0,15b 0,29
(0,31 ± 0,26)
0,00 – 0,763
(0,15 ± 0,08)
0,021 – 0,288
(0,23 ± 0,11)
0,088 – 0,460
(0,31 ± 0,24)
0,043 – 1,048
(0,22 ± 0,2)
0,048 – 0,752 0,054 – 0,818
(0,34 ± 0,21)
a
80 0,19 0,15 0,205 0,29 ab 0,18b 0,30
(0,26 ± 0,19)
0,027 – 0,631
(0,17 ± 0,08)
0,048 – 0,316
(0,23 ± 0,1)
0,086 – 0,399
(0,29 ±0,17)
0,078 – 0,788
(0,25 ± 0,21)
0,052 – 0,864 0,085 – 0,897
(0,35 ± 0,2)
* Mediana na mesma linha difere estatisticamente entre si, pelo teste de Kruskal-Wallis complementado pelo teste de Dunn’s.
Letras diferentes na mesma linha diferem estatisticamente pelo teste de Kruskal-Wallis complementado pelo teste de Dunn’s.
Tabela 5: Concentração de Magnésio (mmol.l-1) no suor nas três regiões corporais ao longo de 80 minutos de exercício entre os atletas e ativos.
Atletas Ativos
T Peito Costa torácica Costa Lombar Peito Costa torácica Costa Lombar
Mediana Mediana Mediana Mediana Mediana Mediana
Min – Máx Min - Máx Min - Máx Min -Máx Min - Máx Min - Máx
(X ± DP) (X ± DP) (X ± DP) (X ± DP) (X ± DP) (X ± DP)
a a a a* a a*
20 0,23 0,10 0,11 0,211 0,220 0,13
0,051 - 0,337 0,032 - 0,498 0,040 – 0,311 0,038 - 0,731 0,025 - 0,497 0,016 - 0,395
(0,19 ± 0,1) (0,13 ± 0,12) (0,13 ± 0,08) (0,24 ± 0,17) (0,2 ± 0,15) (0,17 ± 0,13)
40 0,09b* 0,04ab* 0,08ab 0,115c 0,059b 0,09b
0,033 - 0,461 0,001 - 0,417 0,021 – 0,314 0,020 - 0,289 0,002 - 0,248 0,008 - 0,270
(0,12 ± 0,11) (0,08 ± 0,1) (0,09 ± 0,08) (0,12 ± 0,08) (0,07 ± 0,07) (0,1 ± 0,07)
ab*# b* b# bc b* ab*
60 0,08 0,04 0,06 0,075 0,048 0,12
0,024 - 0,298 0,000 - 0,270 0,005 – 0,132 0,024 - 0,489 0,007 - 0,528 0,003 - 0,278
(0,11 ± 0,08) (0,06 ± 0,07) (0,07 ± 0,04) (0,11 ± 0,11 (0,09 ± 0,13) (0,11 ± 0,08)
b b b b b* b*
80 0,07 0,03 0,05 0,061 0,034 0,10
0,023 - 0,238 0,005 - 0,198 0,004 – 0,158 0,016 - 0,213 0,005 - 0,399 0,002 - 0,273
(0,08 ± 0,06) (0,05 ± 0,05) (0,06 ± 0,05) (0,08 ± 0,05) (0,07 ± 0,1) (0,1 ± 0,08)
Letras diferentes na mesma coluna diferem estatisticamente pelo teste de Friedman complementado pelo teste de Dunn’s.
*# Pares de medianas na mesma linha pertencentes ao mesmo grupo diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Kruskal-Wallis complementado pelo teste de Dunn’s.
71
Tabela 6: Concentração de Ferro (mmol.l-1) no suor nas três regiões corporais ao longo de 80 minutos de exercício entre os atletas e ativos.
ATLETAS
T Peito Costa torácica Costa Lombar
Mediana Média ± DP Min – Máx Mediana Média ± DP Min – Máx Mediana Média ± DP Min – Máx
20 0,0018 0,0036 ± 0,0042 0,0003 -0,0167 0,0023 a 0,0042 ± 0,0017 ,0002-0,0159 0,003a 0,0039 ± 0,0034 0,0001-0,0100
40 0,0019 0,0045 ± 0,0048 0,0002-0,0149 0,0015a 0,0019 ± 0,0013 0,0003-0,0062 0,002ab 0,0027 ± 0,0026 0,0005-0,0097
ab
60 0,0013 0,0042 ± 0,006 0,0001-0,0203 0,0008 0,0013 ± 0,0015 0,0001-0,0047 0,001b 0,0015 ± 0,0014 0,0001-0,0056
80 0,0015* 0,0044 ± 0,0071 0,0003-0,0276 0,0005b 0,001 ± 0,0015 0,0000-0,0061 0,0006c* 0,0011 ± 0,0011 0,0001-0,0037
ATIVOS
T Peito Costa torácica Costa Lombar
Mediana Média ± DP Min – Máx Mediana Média ± DP Min – Máx Mediana Média ± DP Min – Máx
a a a
20 0,0068 0,0098 ± 0,0121 0,0005-0,0474 0,0027 0,0049 ± 0,0052 0,0003-0,0172 0,0040 0,0056 ± 0,0045 0,0005-0,0152
40 0,0039a 0,0069 ± 0,0075 0,0004-0,0213 0,0017ab 0,0039 ± 0,0051 0,0004-0,0161 0,0020ab 0,0029 ± 0,0029 0,0003-0,0096
60 0,0022ab* 0,0052 ± 0,0059 0,0003-0,0198 0,0013ab* 0,0023 ± 0,0034 0,0000-0,0133 0,0018ab 0,0038 ± 0,006 0,0001-0,0230
b b b
80 0,0014 0,0043 ±0,0068 0,0002-0,0263 0,0007 0,0015 ± 0,0017 0,0000-0,0043 0,0018 0,0035 ± 0,0039 0,0000-0,0104
Letras diferentes na mesma coluna para cada grupo diferem estatisticamente pelo teste de Friedman complementado pelo teste de Dunn’s.
*Pares de medianas na mesma linha diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Kruskal-Wallis complementado pelo teste de Dunn’s
72
3.2.1. Sódio
40
60
80
20
40
60
80
min
Peito Costas torácica Costas lombar
Figura 1: Concentração média de sódio (mmol.l-1) no suor de indivíduos atletas e ativos nas três
regiões corporais, em função do tempo.
#
Indicam diferença significativa no efeito tempo da perda mineral no peito, constatada pelo teste de
Anova One Way, complementado pelo teste de Tukey (p = 0,010), em relação aos 20 minutos.
* §
indicam diferença, no efeito tempo, da perda mineral nas costas porção lombar, constatada pelo
teste de Anova One Way, complementado pelo teste de Tukey (p = <0,001), em relação aos 20
minutos
73
3.2.2. Potássio
24
20 Atletas Ativos
*
16 # § # §
12 +
8
4
20
40
60
80
20
40
60
80
Figura 2: Concentração média de potássio (mmol.l-1) no suor de indivíduos atletas e ativos nas três
regiões corporais, em função do tempo.
+
Indica diferença, no efeito tempo, da perda mineral dos atletas, avaliada pelo teste de Anova One
way, complementado pelo teste de Tukey (p = 0,014), com relação aos 20 min.
*
Indicam diferença, no efeito tempo, da perda mineral no peito dos indivíduos ativos, avaliada pelo
teste de Anova One Way complementado pelo teste de Tukey (p = 0,011) com relação aos 20 min.
§
Indica diferença no efeito tempo da perda mineral nas costas porção lombar dos indivíduos ativos,
avaliada pelo teste de Anova One Way complementado pelo teste de Tukey (p = 0,002), com relação
aos 20 min.
#
Indica diferença, no efeito tempo, da perda mineral nas costas região torácica dos indivíduos ativos,
avaliada pelo teste de Anova One Way, complementado pelo teste de Tukey (p = <0,001), com
relação aos 20 min.
74
3.2.3. Cálcio
3.2.4. Magnésio
Com relação à perda de magnésio no suor, também foi verificado que o nível
de condicionamento físico não alterou sua excreção. Porém, o efeito tempo foi fator
decisivo para modificações em ambos os grupos de avaliados, em todas as regiões
corporais (Tabela 5), com tendência à diluição em ambos os grupos, com exceção
das costas porção lombar entre os ativos, em que a tendência foi de manutenção da
concentração.
A região corporal que apresentou maior concentração do magnésio entre os
atletas foi o peito, mas com diferença significativa apenas nas parciais 40 e 60
minutos. Já, entre os ativos, ocorreu grande variação na concentração de minerais
perdidos nas diferentes regiões, dependendo do momento analisado, não sendo
possível estabelecer a região de maior excreção.
75
3.2.5. Ferro
Quanto ao ferro, assim como os minerais cálcio e magnésio, não foi possível
estabelecer diferença significativa em função do nível de condicionamento dos
indivíduos.
Por outro lado, observou-se claramente a tendência de diluição na perda de
ferro em ambos os grupos em função do tempo de exercício, embora a diferença não
tenha sido observada em todas as regiões e em todos os momentos de atividade.
Quando foram comparadas as diferentes regiões analisadas, houve diferença
significativa entre os atletas apenas na parcial de 80 minutos entre o peito vs. costas
porção lombar. Já, para os ativos, a diferença ocorrida foi na parcial 60 minutos entre
peito vs. costas porção torácica.
76
Tabela 6: Perda de Cálcio (mmol.) na urina de indivíduos atletas e de indivíduos
ativos nos momentos: 1ª urina das 24 horas do dia anterior ao exercício, restante da
urina destas 24 horas, urina das 24 horas e urina pós-exercício.
Parâmetro Atletas Ativos
Média ± DP MED Min – Máx Média ± DP MED Min - Máx
1ª urina 0,716±0,453 0,57 0,14 – 1,47 1,04± 1,037 0,870 0,117 – 4,28
Restante 2,069± 1,05 1,869 0,601 – 4,58 2,419± 1,31 2,346 0,810 –5,986
24 horas 1,786± 0,949 1,542 0,636 – 4,184 2,112±1,191 2,064 0,701– 5,394
Pós-exercício 0,067±0,057 0,071 0,004 –0,209 0,12± 0,105 0,091 0,012 –0,422
Não se verificou diferença significativa.
1550,0
1300,0
1050,0
Atletas
ml
800,0
Ativos
550,0
300,0
50,0
1ª do dia Restante dia 24 horas Pós - exercício
77
3.4. Ingestão alimentar
78
Tabela 8: Ingestão habitual dos macronutrientes carboidratos, proteínas, lipídios e dos micronutrientes cálcio, ferro, magnésio, potássio e sódio dos atletas e ativos.
Atletas Ativos
Nutriente
Média ± DP Mediana Min – Máx Média ± DP Mediana Min - Máx
Energia 3572,35± 1000,93 3874,15 1589,22 – 4959,37 3176,09 ± 768,43 3338,12 1440,05 – 4153,84
(kcal)
CHO (g) 478,54 ±135,6 446,05 213,38 – 695,5 446,27 ± 109,08 447,12 212,53 – 574,1
%CHO 54,33 ± 0,088 54 39 – 71 56,55 ± 0,06 57 44 - 68
Lip (g) 127,88 ± 59,86 119,27 40,18 – 249,84 102,39 ± 41,69 100,98 32,85 – 180,4
%Lip 31± 0,08 29 16 – 49 28 ± 0,07 28 16 - 41
PTN (g) 126,81 ± 34,34 131,94 63,73 – 189,96 117,37 ± 29,4 120,72 73,56 – 173,72
%PTN 14 ± 0,03 13 12 – 20 15 ± 0,03 15 9 - 20
Ca (mg) 859,22 ± 297,53 878,76 369,26 – 1404,12 1098,31 ± 434,82 1118,94 305,76 – 1758,44
Fe (mg) 21,66 ± 7 22,97 8,32 – 32,52 18,4 ± 4,64 18,64 10,57 – 24,38
K (mg) 3925,55 ± 098,94 4152,19 1683,42 – 5715,75 3736,86± 809,41 3963,97 2257,36 – 4881,88
Mg (mg) 506,35 ± 146,52 509,73 259,49 - 739,32 472,62 ± 119,39 443,87 267 – 632,48
Na (mg) 4886,08 ± 818,13 4831,86 2104,95 – 7565,98 4009,7 ± 1064,45 4008,67 2341,66 – 5716,78
CHO= carboidratos; Lip= lipídios; PTN= proteínas.
79
3.5. Consumo de líquido e comportamento da freqüência cardíaca
180
175
170
bpm
165
160
155
150
10 20 30 40 50 60 70 80
Figura 4 − Resposta da FC entre os atletas e ativos, registrada ao longo dos 80 minutos de exercício
4. DISCUSSÃO
80
que possuíam menor grau de treinamento, situação semelhante à encontrada neste
estudo, embora a amostra deste seja composta apenas por homens.
Diante destes dados, pode-se supor que indivíduos considerados ativos, com
maior excreção de sódio no suor, são mais suscetíveis à ocorrência de casos de
hiponatremia que os atletas. Quando esses decidem participar de exercícios
competitivos de longa duração como, por exemplo, uma maratona, sem se
submeterem a um treinamento adequado, o risco pode aumentar.
Isto pode ocorrer devido, principalmente, à diferença do tempo em que ambos
estarão expostos à atividade. Um atleta, além de expor seu organismo a um tempo de
esforço menor, possui menor concentração de sódio no suor, quando, por exemplo,
completa uma maratona com um tempo de 140 minutos, apresentando uma
concentração mineral no suor mais baixa, o que minimiza o risco de hiponatremia.
Os indivíduos ativos, por sua vez, podem completar uma maratona em 300 minutos
e, por possuírem uma concentração de sódio no suor maior, têm maiores
probabilidades de apresentarem hiponatremia. São, portanto, situações
completamente diferentes, sendo que a incidência de hiponatremia aumenta quanto
maior for o tempo de finalização de uma prova.
Tem-se tornado comum no Brasil a participação em eventos esportivos de
longa duração, fato comprovado pelo número de participantes nas provas de
abrangência nacional, como a Maratona Internacional de São Paulo que, em 2006,
contou com um total de 10 mil inscritos, número recorde. Deste total, 2800 pessoas
completaram oficialmente a prova, sendo que 56,84% destas a completaram com
mais de 4 horas. Assim, é necessário estar atento para a possibilidade do indivíduo
possuir alta excreção de suor rico em sódio.
Entre as três regiões corporais avaliadas neste estudo, o peito apresentou-se
como a região que promove a maior perda do mineral, nos dois grupos avaliados.
Fato semelhante foi descrito por Takamata et al44 que compararam peito e antebraço
e Patterson et al.45 que, ao compararem onze diferentes regiões, verificaram que o
peito era a segunda região a apresentar maior concentração de sódio no suor. Por
outro lado, Shirreffs et al46demonstraram que, entre jogadores de futebol, não houve
diferença na excreção de minerais entre as quatro regiões corporais analisadas (peito,
braços, costas e coxa).
Analisando o efeito tempo, pôde-se perceber claramente que o sódio
apresentou tendência à elevação no decorrer do exercício nas três regiões analisadas,
81
independentemente do nível de condicionamento, com diferença significativa entre
os atletas nas regiões peito e costas porção lombar para as parciais 20 vs. 60 minutos
e 20 vs. 80 minutos. Para os ativos houve diferença significativa apenas no aumento
ocorrido entre as parciais 20 e 80 minutos na região costas porção lombar.
A tendência de elevação manifestada pelo sódio ocorrida neste estudo está de
acordo com o descrito na literatura por outros autores como Meyer47 que, embora
não tenha encontrado diferença significativa, demonstrou uma tendência à elevação
do sódio, assim como Walsh et al.48 e Marins40 que encontraram, em seus estudos,
elevação com diferença significativa entre os vários momentos do exercício.
Com relação aos atletas avaliados, a diferença apresentada no perfil de
excreção mineral entre os intervalos de tempo nas distintas regiões, revelou que, aos
20 minutos, a diferença entre peito e costas porção lombar foi de 15 (mmol.l-1),
enquanto entre costas porção torácica e costas porção lombar esta diferença foi de 9
(mmol.l-1). Já na parcial de 40 minutos, a diferença ocorrida entre peito e costas
porção lombar subiu para 16 (mmol.l-1), e entre costas porção torácica e costas
porção lombar foi para 11 (mmol.l-1). Para as parciais 60 e 80 minutos, a diferença
ocorrida entre peito vs. costas porção torácica e peito vs. costas porção lombar foram
respectivamente de 11 (mmol.l-1) e 18 (mmol.l-1) nos 60 minutos, e 10 (mmol.l-1) e
15 (mmol.l-1) nos 80 minutos. Pôde-se observar que, no decorrer do tempo, a
diferença entre as regiões foi se intensificando, sendo que, em todas elas a
concentração no peito apresentou-se superior.
Para os ativos, a diferença registrada foi de 17 (mmol.l-1) entre peito vs.
costas porção lombar e 15 (mmol.l-1) entre costas porção torácica e costas porção
lombar, na parcial de 20 minutos. Na parcial de 40 minutos, as diferenças foram
respectivamente para peito vs.costas porção lombar e costas porção torácica vs.
costas porção lombar de 17 (mmol.l-1) e 10 (mmol.l-1). Nos 60 minutos, a diferença
ocorrida entre as três regiões tiveram valores de 9 (mmol.l-1) entre peito vs. costas
(porção torácica), 17 (mmol.l-1) entre peito vs. costas porção lombar e 8 (mmol.l-1)
entre costas porção torácica e costas porção lombar. Já, para os 80 minutos, a
diferença entre peito vs. costas porção torácica foi de 10 (mmol.l-1) e peito vs. costas
porção lombar, 15 (mmol.l-1).
Levando em conta que a perda de sódio eleva-se significativamente ou torna-
se constantemente alta no decorrer do exercício, é possível supor que perdas
contínuas e agudas associadas a uma ingestão inadequada deste eletrólito possam
82
ocasionar, em exercícios de ultra resistência, um déficit neste mineral, facilitando o
aparecimento de quadro de hiponatremia.
A fim de minimizar a probabilidade de hiponatremia, a ingestão de bebidas
que contenham sódio se faz necessária nestes eventos longos. Além disso, a presença
do sódio acelera o mecanismo de co-transporte da glicose no intestino e aprimora a
palatabilidade da bebida.
Um ponto de destaque verificado neste estudo foi a grande variação na perda
do sódio ocorrida entre os indivíduos em ambos os grupos (Tabela 2). Este
3, 49, 50, 25,
comportamento assemelha-se ao descrito na literatura por diversos autores
40, 45, 51, 52, 46
, sendo que, embora tenha ocorrido variação, todos os valores
encontrados estão dentro da faixa de valores registrados por Altman 3e Verde et al.49,
sendo superiores à faixa de normalidade descrita por Shirreffs e Maughan40, o que
talvez revele a particularidade na excreção de sódio no suor dos brasileiros.
Um dos fatores que pode explicar a variação individual na excreção de
minerais, entre eles o sódio, é a diferente resposta da glândula sudorípara entre
sujeitos, sendo que o processo de aclimatação pode interferir, promovendo variação
no mesmo indivíduo53, 40, assim como os níveis de hidratação54 do mesmo.
Diante das variações individuais, no que se refere ao esporte de alto nível,
torna-se crucial a determinação da concentração dos minerais presentes no suor de
cada atleta para que, assim, possa ser possível estabelecer a melhor bebida para
reposição nos treinamentos e competições 46.
A maioria das bebidas hidroeletrolíticas comercializadas no Brasil possui
®
menos de 50 mg de sódio /100 mL, com registro apenas da bebida Santál Active
que contém 90 mg de sódio/100 mL. Por outro lado, entre os energéticos, a
concentração de sódio é extremamente variável, desde sua ausência até concentração
de 100 mg/100 mL. Desta forma, é necessário escolher bem o tipo de solução que
deve ser ingerida, baseando-se na perda estimada de sódio no suor em função do
tempo de exercício e condições térmicas.É importante, no entanto, deixar claro que
comparações entre resultados dos diversos estudos descritos na literatura sobre perda
de mineral no suor, muitas vezes, são dificultadas pelas diferentes técnicas
51, 55
empregadas na extração do suor , regiões corporais escolhidas para retirada da
amostra45, forma de estimulação da sudorese56, aparelho empregado na leitura57,
idade dos avaliados50, entre outros pontos, fatores estes que podem alterar o perfil de
excreção mineral.
83
4.1.2. Sódio na urina
84
apenas 34,36% do que ingeriram, o que, mais uma vez, permite especular que a
perda do sódio no suor exerce um impacto significativo, pois, em situação de
repouso, ocorreu manutenção de um menor percentual de excreção de sódio no suor,
já que estes atletas vinham de situações diárias de treinamento exaustivo.
85
porção torácica e 2,2 mmol.l-1 peito vs. costas porção lombar; e 2,6 mmol.l-1 entre
peito vs. costas porção torácica (80 minutos).
Verifica-se que o efeito da diluição do potássio no suor, observado neste
estudo corrobora com outros trabalhos descritos na literatura que apresentaram a
mesma tendência19, 40. Diante de achados como estes, pode-se supor que o organismo
possui uma tendência a poupar este mineral, proporcionando menor perda, à medida
que o exercício decorre, levando a crer que dificilmente um indivíduo poderá ser
vítima de hipocalemia (diminuição do potássio plasmático).
Assim, a crença popular de que as câimbras dos atletas são,
fundamentalmente, provocadas pela hipocalemia ocorrida durante o exercício em
decorrência das perdas de potássio no suor, é incorretas segundo Marins et al.62, uma
vez que a concentração deste mineral no suor normalmente é baixa, além de sua
presença ser maior no meio intracelular42. Também é importante destacar que a
reposição do potássio é extremamente simples, já que vários alimentos são ricos
neste mineral, como, por exemplo, um copo grande de suco de laranja, que poder
repor a quantidade de potássio perdido em dois litros de suor63.
Stofan et al.11 não demonstraram diferença na excreção de potássio no suor
entre jogadores de futebol americano que já haviam tido câimbra e jogadores que
nunca tiveram, possibilitando, assim, inferir que a perda de potássio, na maioria das
vezes, pode não estar diretamente relacionada com as câimbras.
Ao contrário do que acredita a maioria das pessoas leigas, a câimbra pode ser
causada por excesso de potássio, decorrente de uma situação de extrema desidratação
40, 62
que pode gerar hipercalemia , além do consumo de bebidas que contêm altas
concentrações deste mineral. Outro fato que pode gerar aumento do potássio
plasmático é a ruptura de fibras musculares, promovendo o extravasamento do
potássio do meio intracelular para o extracelular25.
Marins et al62mostraram que, entre 15 ciclistas avaliados por 120 minutos de
exercício com quatro tipos de hidratação diferentes, apenas um sujeito não registrou
um valor de potássio no sangue superior aos níveis de normalidade em algum
momento de registro de dados, o que demonstra que, ao contrário do que muitos
imaginam o exercício tende a provocar hipercalemia e não hipocalemia.
É interessante destacar, porém, os resultados publicados por Carvalho et al. 64
com militares durante uma marcha de 16 km, em que ocorreu diminuição dos níveis
plasmáticos de potássio em comparação com a situação repouso. Esta condição foi
86
provocada por uma hiper-hidratação que acabou provocando hemodiluição e, caso
estes indivíduos se exercitassem por um período maior de tempo, ingerindo as
mesmas quantidades de líquido, é possível prever a probabilidade de manifestação de
quadros de hipocalemia.
A presença de potássio na maioria das bebidas de reposição hídrica e
energética existentes no mercado é vista com reserva por alguns pesquisadores,
devendo quando presente, estar em baixa concentração 65, 66.
Uma ampla faixa de variação na perda de potássio no suor foi observada entre
os avaliados (Tabela 3), fato já anteriormente relatado por Altman 3; Verde et al.49;
Böhmer19; Marins 40
; Sawka e Young67; Shirreffs et al.46. Como observado com o
sódio, os valores de potássio deste estudo também estão acima da faixa de
normalidade proposta por Shirreffs e Maughan38, mas perfeitamente dentro do limite
de valores expostos por Altman3. Este fato, mais uma vez, deixa claro a necessidade
de desenvolver pesquisas relacionadas à perda mineral com populações específicas,
pois, só assim, é possível realmente estimar a necessidade de cada grupo em função
da real perda existente.
87
não havendo diferença significativa, também ocorreu com o potássio um menor
percentual de eliminação entre os atletas.
88
166,32 mg de cálcio, perda que pode ser facilmente reposta com uma alimentação
equilibrada.
12, 14, 15, 18
No entanto, como verificado em alguns estudos e, em particular,
neste, os atletas tendem a apresentar um consumo de cálcio na dieta abaixo da AI43, o
que pode dificultar a reposição das perdas ocorridas, fazendo com que o suor perdido
decorrente do exercício possa tornar-se um dos responsáveis pela retirada do cálcio
das reservas corporais, podendo futuramente ocasionar uma condição predisponente
para osteoporose.
Neste estudo, observou-se que a concentração de cálcio no suor esteve dentro
da faixa de normalidade estipulada por Shirreffs e Maughan38 que varia de 0 a 2,9
mmol/L, não havendo registro de valores acima destes em qualquer um dos grupos.
Diante do fato do consumo de cálcio entre desportistas ser baixo e alguns
atletas possuírem perdas elevadas no suor, a probabilidade de inclusão deste
nutriente em bebidas esportivas faz parte de uma ação preventiva que visa minimizar
o risco de comprometimento da estrutura óssea em função de um balanço negativo
diário. No entanto, no mercado brasileiro não existem repositores hidroeletrolíticos
que contenham este mineral em sua composição, havendo apenas a bebida energética
Citrus Cool® com indicação no rótulo de 5 mg / 100ml de cálcio.
Assim, um consumo de 1 litro desta bebida por hora em eventos esportivos,
representaria uma adição de 50 mg de cálcio, o suficiente para equilibrar as perdas
deste elemento em indivíduos com excreção de cálcio no suor semelhante à
encontrada neste estudo. No entanto, ela possui, em sua composição, 12% de
carboidrato, quantidade acentuada para uma efetiva reposição hídrica durante o
exercício71. Desta forma, ao escolher uma bebida para realizar a hidratação, é preciso
estar atento a todos os componentes de sua formulação, a fim de não provocar
desequilíbrios.
No entanto, é pertinente salientar que, para aqueles indivíduos que
apresentam consumo adequado de cálcio43, baixa sudorese, concentração baixa deste
mineral no suor e praticam exercício de intensidade moderada por curto período de
duração, não há necessidade de ingerir bebidas que contenham cálcio, pois, como
demonstrando por Bullen et al.72, exercício moderado por até 45 minutos não
aumenta a necessidade de ingestão deste nutriente.
89
4.1.6. Cálcio na urina
A excreção do cálcio na urina pode ser afetada por vários fatores dietéticos,
entre eles, uma alta ingestão de sódio, consumo aumentado de proteínas, cafeína e
fósforo60, 17
. Neste estudo, pôde-se observar que o consumo de proteínas e sódio
entre os grupos foi semelhante, não sendo fator responsável por uma possível
variação na excreção do cálcio.
Diante da não ocorrência de diferença significativa entre os grupos na
excreção de cálcio na urina, em qualquer dos momentos avaliados, pode-se afirmar
que o nível de condicionamento não afetou a perda deste mineral na urina, fato
também ocorrido com a excreção do mineral no suor.
É importante destacar que, avaliando a quantidade de cálcio excretada logo
após o exercício e nas demais avaliações, em função da quantidade de urina
produzida em cada momento, verificou-se que, após o exercício, a concentração de
cálcio foi menor em ambos os grupos, o que permite supor que os rins realizaram
uma maior reabsorção deste mineral.
Ashizawa et al.73, estudando 10 homens orientais que realizaram treinamento
de resistência durante 6 dias, verificaram um aumento do cálcio urinário após o
exercício devido à ocorrência de uma menor reabsorção do cálcio nos rins, enquanto
Bullen et al.72 mostraram que não havia diferença na excreção de cálcio via urinária
quando se exercita por um período de 45 minutos e quando não se realiza exercício.
Os resultados contraditórios entre estes estudos podem estar relacionados ao tempo
de avaliação da urina após o exercício, ao tipo e tempo de exercício empregado,
necessitando-se, portanto, de um maior número de estudos com protocolos
semelhantes que visem solucionar esta dúvida.
O paratormônio é o principal hormônio relacionado à excreção do cálcio na
urina e seu provável aumento, após o exercício, poderia ser um fator que promoveria
a retenção do cálcio após a atividade. No entanto, a acidose metabólica decorrente do
exercício de alta intensidade pode alterar a atuação deste hormônio, sendo um dos
fatores responsáveis pela ocorrência de maior excreção de cálcio após o exercício.
Neste estudo, a excreção do cálcio nas 24 horas, em ambos os grupos,
mantiveram-se dentro do limite máximo de normalidade de 7mmol/L proposta pelo
Instituto Hermes Pardini61, não ocorrendo hipercalciúria, fator condizente com a
ingestão dietética do nutriente. Esta baixa excreção urinária de cálcio é positiva, uma
90
vez que alta excreção do mineral poderia indicar algum comprometimento na
reabsorção tubular60.
91
Böhmer19, avaliando os jogadores de handebol, também verificou redução na
concentração média de magnésio ao longo dos 75 minutos de exercício, tanto em
mulheres quanto em homens. Entretanto, não revelou se a diferença ocorrida era
significativa.
Conforme observado em outros estudos, com diferentes minerais44, 45, houve
diferença significativa entre as regiões corporais em que se coletou o suor, sendo que
entre os atletas, o peito foi a região de maior perda, aos 40 e 60 minutos, enquanto
entre os ativos não foi possível estabelecer a região com maior excreção, uma vez
que dependendo do momento analisado, a região com maior perda do mineral
alterava-se.
Quando se compara a perda de magnésio ocorrida neste estudo em ambos os
grupos com a perda apresentada por outros autores19, 51, verifica-se que estas foram
semelhantes, assim como estiveram dentro da faixa de normalidade descrita por
Shirreffs e Maughan38, que corresponde a 0 - 1,5 mmol. De certa forma, estes dados
estabelecem uma validação interna nos resultados obtidos no presente estudo, assim
como o método de coleta e análise.
A perda de magnésio média, calculada nas três regiões corporais, entre os
avaliados foi baixa, com a maior perda ocorrida sendo de 6,82 mg por litro de suor
(0,81mmol/L) apresentada por um dos participantes do grupo dos ativos. Os dados
demonstram que indivíduos que possuem excreção de magnésio no suor semelhante
às ocorridas neste estudo, desde que consumam este nutriente de forma adequada,
dificilmente terão deficiência, não sendo necessário recomendar a ingestão deste
elemento em bebidas esportivas.
No entanto, no mercado brasileiro o repositor hidroeletrolítico Exceed Sport
Dink Elite® apresenta em sua composição a quantidade de 25,26 mg de magnésio por
litro de bebida. A ingestão de um litro desta bebida seria suficiente para repor a
quantidade de magnésio perdida em aproximadamente 3,7 litros de suor do
participante citado acima.
92
Neste estudo, os indivíduos apresentaram um consumo adequado de
magnésio43, com um percentual de excreção urinária nas 24 horas de 9,7% para os
atletas e de 12,8% para os ativos.
Concentrações de magnésio plasmáticas reduzidas após o exercício têm sido
relatadas na literatura, porém, o mecanismo de ação ainda não foi estabelecido,
acreditando-se que deve estar associado a mudanças hormonais que acarretariam em
um aumento na excreção deste íon, sendo maior de acordo com o nível de
condicionamento74, 76, 77.
Quanto à possibilidade do aumento da excreção urinária de magnésio após o
exercício ser o fator que provoca sua diminuição, neste estudo, verificou-se que a
concentração do magnésio na urina, logo após o exercício, foi menor do que na urina
de 24 horas, assim como a quantidade total perdida, sendo que o nível de
condicionamento não interferiu significativamente no percentual de excreção.
São necessários mais estudos que investiguem a perda urinária após o
exercício com um tempo maior de duração da atividade e utilização de marcadores
isotópicos. Da mesma forma, se fazem necessários estudos que versem sobre a
quantidade de magnésio perdida no suor para que se possa estabelecer o mecanismo
responsável por estas modificações.
93
adotar-se o comportamento de um determinado íon como sendo válido para análise
dos demais.
Verificou-se que, ao longo do tempo de exercício, houve uma tendência à
redução da concentração do ferro no suor em ambos os grupos avaliados, embora
uma diferença estatística significativa não tenha ocorrido da mesma forma em todas
as regiões corporais em ambos os grupos (Tabela 6).
A tendência da concentração de ferro no suor diminuir ao longo do exercício
como demonstrada neste estudo, já havia sido anteriormente descrita por outros
autores como Waller e Haymes78que, ao avaliarem nove homens e cinco mulheres
atletas em duas diferentes situações de exercício (exercício em ambiente neutro e
exercício em ambiente quente), verificaram uma tendência à diluição da
concentração do ferro no suor. DeRuisseau et al.79 também observaram o mesmo
fenômeno ao avaliarem nove homens e nove mulheres ciclistas recreacionais ao
longo de 2 horas de exercício a 50% do VO2max, com temperatura de 23º C e umidade
de 51%.
Uma das possíveis causas que poderia explicar a diluição observada no
decorrer do exercício nas diferentes regiões corporais em ambos os grupos é o
processo de descamação das células cutâneas, que estaria relacionada com os
maiores valores obtidos nos primeiros registros80. Porém, Brune81, em seu estudo
específico sobre o efeito da diluição do ferro no decorrer do exercício, contrapõe a
teoria da diminuição da descamação cutânea como a principal responsável pela
tendência da concentração de ferro no suor diminuir ao longo do exercício.
No presente estudo, o que provavelmente contribuiu para minimizar a
possível interferência da descamação cutânea nos resultados foi a limpeza da pele
dos avaliados com água deionizada antes do início do exercício e a cada 10 minutos
antes da realização da coleta dos dados. Mesmo com esta ação de limpeza prévia, a
condição de diluição continuou acontecendo, indicando assim ser um comportamento
constante.
Outro importante achado deste estudo foi a existência de diferença
significativa entre as regiões analisadas apenas para os atletas aos 80 minutos entre
peito e costas porção lombar e para os ativos na parcial de 60 minutos entre peito e
costas porção torácica. A não existência de diferença significativa entre as demais
regiões, em cada parcial avaliada, demonstra que, para o ferro, obedecendo aos
princípios adotados neste estudo, a região corporal analisada não foi fator
94
determinante para as diferenças na concentração do mineral no suor, levando,
inclusive, a supor que a análise de uma única região poderia ter sido realizada para
estabelecimento da concentração de minerais no exercício.
No estudo desenvolvido por DeRuisseau et al.79, comparando concentração de
ferro no suor entre os braços direito e esquerdo, também não se obteve registros de
diferenças significativas, revelando, mais uma vez que, os diferentes minerais
apresentam comportamentos distintos.
Alguns estudos têm demonstrado que a concentração do ferro no suor é
dependente da taxa de sudorese78, 82, sendo que esta relação é inversa, ou seja, quanto
maior a taxa de sudorese menor seria a concentração do ferro no suor. Desta forma,
para elaboração de um adequado planejamento dietético dos indivíduos, é necessário
estar atento à taxa de sudorese, pois, embora a concentração de ferro no suor seja
pequena em relação à perda de outros elementos no suor e ainda sofra diluição com o
decorrer do tempo de exercício, em atividades com duração prolongada como nas
provas de Ironmen, ou em provas de aventura que duram vários dias, as perdas
podem ser consideráveis, podendo levar a um balanço negativo de ferro.
No entanto, normalmente, a perda de ferro no suor atuando isoladamente
dificilmente poderá gerar deficiência deste nutriente no organismo, mas, quando altas
perdas ocorridas em dias sucessivos estão associadas à ingestão inadequada, dietas
com baixa biodisponibilidade, perda excessiva decorrente da menstruação, perdas
gastrintestinais, dietas vegetarianas e excreção aumentada de ferro na urina, há
condições propícias para o desenvolvimento de deficiências. A ocorrência destes
fatores requer a adoção de cuidados especiais, uma vez que a deficiência deste
nutriente afeta drasticamente o desempenho e a saúde do indivíduo.
Considerando que a perda de ferro no suor em ambos os grupos foi variável,
com indivíduos perdendo baixas quantidades e outros apresentando perdas mais
acentuadas (Tabela 6), é necessário uma análise individual para que as perdas de
ferro no suor não sejam um forte contribuidor para um balanço negativo deste
nutriente no organismo. Para indivíduos que possuem um grande volume de treinos
diários, a suplementação de ferro pode ser recomendada a fim de manter as reservas
corporais equilibradas. Essa ação pode ser implementada por meio de uma
alimentação rica em ferro de alta biodisponibilidade, em casos específicos,
suplementos nutricionais ou através da ingestão de bebidas previamente formuladas
95
que contenham este nutriente. Entre as bebidas esportivas comercializadas no Brasil,
apenas o Exceed Sport Dink Elite® inclui ferro em sua formulação.
96
Porém, o consumo de líquido de ambos os grupos foi semelhante ao encontrado em
outros estudos, como o de Maughan et al52 com jogadores de futebol durante 90
minutos de sessão de treinamento.
Para uma função renal adequada, a quantidade mínima necessária de
eliminação de urina por dia é estipulada em 0,64 litros86. Neste estudo, a eliminação
média de urina entre os ativos e atletas foi superior ao mínimo recomendado. Dois
avaliados, no entanto, provavelmente encontravam-se desidratados, apresentando
excreção urinária de 565 e 590 mL em 24 horas.
Conforme esperado, a perda urinária, após o exercício, foi significativamente
reduzida, demonstrando uma eficiência dos mecanismos de regulação renal. Desta
forma, a perda urinária, após o exercício, foi menor para os atletas em comparação
com os ativos, embora esta diferença não tenha sido significativa. Uma das
justificativas para não ocorrência de diferença significativa entre a eliminação de
urina após o exercício entre os grupos, já que a taxa de sudorese dos atletas era
maior, pode ser atribuída à pequena desidratação ocorrida em ambos os grupos (2,15
± 0,73%, com mediana de 1,88% para os atletas e 1,03 ± 0,67% com mediana de
0,74% para os ativos), não sendo esta suficiente para promover uma maior retenção
líquida nos atletas, mesmo sendo diferente da encontrada entre os ativos.
É importante destacar que quanto maior é a taxa de sudorese menor é a
concentração de minerais no suor, fazendo com que o tempo em que se permanece
exercitando seja ponto chave para estabelecimento da perda de minerais5.
O comportamento da freqüência cardíaca durante o teste, apresentado na
Figura 4, foi condizente com a proposta do estudo que era manter o exercício com
intensidade submáxima, uma vez que a resposta cardíaca observada revela que a
carga física para ambos os grupos foi satisfatória, já que os batimentos cardíacos
mantiveram-se na faixa de 160 – 170 batimentos durante todo o teste.
5. CONCLUSÕES
97
das 24 horas, enquanto o condicionamento físico não influenciou na excreção de
sódio na urina após o exercício.
Quanto à eliminação do potássio via sudorese, observou-se diferença
significativa de acordo com o nível de condicionamento apenas na região peito, nos
primeiros 20 minutos de atividade, com o peito também sendo a região que mais
excretou o mineral entre as analisadas, independente do condicionamento. Com
relação à influência do efeito tempo na perda de potássio, verificou-se que,
diferentemente do sódio, este eletrólito apresenta tendência a diluir-se no decorrer do
exercício. A concentração de potássio excretada na urina nos diferentes momentos
não diferiu entre os grupos, demonstrando que o nível de aptidão física não interfere
na concentração deste mineral na urina.
Com relação aos minerais cálcio, magnésio e ferro, o nível de
condicionamento não promoveu diferença significativa nas suas perdas em nenhuma
das três regiões corporais.
Entre as regiões corporais avaliadas, pode-se observar que houve diferença
significativa na excreção do cálcio, enquanto que, para o magnésio, as diferenças
entre as regiões variaram de acordo com o grupo avaliado. No caso do ferro, houve
diferença significativa apenas em uma parcial de tempo para cada um dos grupos.
Não se observou diferença significativa para o cálcio nos grupos quanto ao tempo
para qualquer das regiões corporais, enquanto para o magnésio e o ferro houve
tendência à diluição à medida que o exercício progredia, diminuindo o risco da
carência mineral ao longo do exercício.
Não foi verificada diferença na excreção do cálcio e magnésio na urina de
acordo com o nível de condicionamento dos indivíduos, nas avaliações realizadas.
Assim, nas condições em que o exercício foi realizado, a quantidade de
minerais perdidos no suor não foi suficiente para produzir perdas elevadas nas
reservas corporais. Contudo, existem indícios de que o aumento do tempo de
exercício, um ambiente térmico mais quente associado a uma cota elevada de
concentração mineral no suor, dias sucessivos de perda hídrica, além de um
desequilíbrio dietético podem alterar as reservas corporais destes minerais, sendo o
sódio, o mineral de maior risco.
98
5.1. Agradecimentos
99
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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106
1. CONSIDERAÇÕES FINAIS
107
A gravidade específica da urina aumentou após o transcorrer da atividade, em
comparação com o início, porém, só ocorreu diferença significativa para o grupo dos
atletas, não havendo diferença significativa entre os ativos nem entre os dois grupos.
Da mesma forma, não ocorreu aumento estatisticamente significante no parâmetro
hematócrito entre os grupos.
Observou-se que, na avaliação dos parâmetros subjetivos não houve diferença
estatisticamente significativa quanto às sensações de plenitude gástrica, náusea e de
sede. Isto indica que a cota de hidratação adotada pode ser considerada como segura
para não provocar desconfortos gástricos. Já, para o índice de percepção de esforço,
houve diferença significativa entre os grupos a partir da metade do exercício, assim
como no efeito do tempo de duração entre os ativos.
Nas condições de testagem, os avaliados terminaram o exercício levemente
desidratados, independente do nível de condicionamento e do parâmetro de
verificação da hidratação utilizado. Isto demonstra que a utilização da quantidade de
líquido individualizada (3 mL/kg de peso) não foi suficiente para manter um estado
de euhidratação. Porém, caso fosse oferecido uma maior quantidade de líquido
poderia ocorrer desconforto gástrico ou refluxo, situação não encontrada neste
estudo.
Quanto à perda dos minerais no suor, houve diferença estatisticamente
significativa em função do nível de condicionamento apenas para o Na nas três
regiões corporais e para o K na região peitoral no início da atividade.
O comportamento da excreção dos minerais no suor no decorrer do tempo de
exercício foi alterado, observando-se que, para o Na, houve tendência à elevação na
concentração, enquanto para o K, Mg e Fe houve tendência a se diluir e o cálcio se
manteve.
Avaliando a concentração daqueles minerais por região corporal, com
exceção do Fe, para os demais ocorreu diferença significativa na sua excreção em,
pelo menos, uma região.
Com relação à perda dos minerais na urina, houve diferença significativa
entre os grupos de avaliados apenas para a perda de sódio nas 24 horas e para a perda
registrada nas 24 horas, sem a primeira urina do dia.
Considerando a perda de minerais ocorrida nas condições experimentais deste
estudo, uma ação dietética adequada poderá repor totalmente os minerais perdidos
tanto em urina como no suor. Contudo, para a introdução de minerais em bebidas
108
esportivas, tem-se o sódio como o principal mineral, por conta de seu
comportamento no suor ao longo do exercício, principalmente em atividades que se
prolonguem por mais de 80 minutos. Certas características individuais de perdas de
minerais no suor podem sugerir a formulação de bebidas esportivas específicas,
sendo isto uma ação importante para atletas de alto nível.
Sugere-se um número maior de estudos com atletas aqui no Brasil, utilizando
alimentação padronizada antes e durante o tempo de investigação, assim como a
comparação entre diferentes técnicas de obtenção das amostras de suor, a fim de
ampliar a base de conhecimento sobre este tema.
109
ANEXOS
110
ANEXO 1
03. Quando você se hidrata, se preocupa com o tipo de hidratação (água ou repositor hidroeletrolítico /
energético) nos momentos que antecedem, durante ou depois de um treinamento e competição?
[ ] Sim [ ]Não
04. Qual o tipo de solução que você consome em cada momento?
Solução Antes Durante Depois
Água
Repositor hidroeletrolítico ou
energético
06. Com qual o tipo de solução líquida que você tem o costume de se hidratar?
[ ] Água [ ] repositor hidroeletrolítico ou energético [ ] Refrescos [ ] Sucos naturais
[ ] Coca-cola [ ] Café [ ] Cerveja [ ] Outras ............
08. Entre os repositores hidroeletrolíticos que você conhece, qual o de sua preferência?
[ ] Não conheço nenhum [ ] Santál Active [ ] Energil SportC [ ] SportAde
[ ] Sportdrink [ ] Gatorade [ ] Golly Power [ ] Outros...
[ ] Exceed Sport Drink Elite
10. Entre os repositores energéticos que você conhece, qual o de sua preferência?
111
12. Sua preocupação quanto à necessidade de hidratar é mais freqüente:
[ ] No verão [ ] No inverno [ ] Independente da estação [ ] Não me preocupo
14. Durante uma competição ou treinamento, você já apresentou algum destes sintomas?
[ ] Sede muito intensa [ ] Dificuldade de concentração
[ ] Câimbras [ ] Dor de cabeça
[ ] Desmaios [ ] Alucinações
[ ] Palidez [ ] Sonolência
[ ] Insensibilidade nas mãos [ ] Perda momentânea da consciência
[ ] Olhos fundos [ ] Convulsões
[ ] Alterações visuais [ ] Coma
[ ] Sensação de perca de força [ ] Interrupção da produção de suor
[ ] Fadiga generalizada [ ] Interrupção da atividade planificada
[ ] Dificuldade de realização de um movimento técnico facilmente
realizado em condições normais.
15.Como que você acha que deveria ser feita uma hidratação:
[ ] Beber um litro de uma só vez [ ]Beber ¼ litro para cada ¼ de hora
[ ] Beber ½ litro para cada ½ hora [ ] Não tenho idéia
16.Você se preocupa com o tipo de roupa que utiliza durante o exercício? [ ] Sim [ ] Não
18. Você já teve alguma orientação sobre qual a melhor maneira de se hidratar?
[ ] Sim [ ] Não * Em caso afirmativo: Quem prestou a orientação?
[ ] Médico [ ] Técnico
[ ] Fisioterapeuta [ ] Prof. De Ed. Física da escola
[ ] Livros [ ] Amigos
[ ] Preparador Físicos [ ] Pais
[ ] Diretor da equipe [ ] Nutricionista
[ ] Revistas [ ] Outros
112
ANEXO 2
113
ANEXO 3
TERMO DE CONSENTIMENTO
----------------------------------------- ------------------------------
Prof. Dr. João Carlos B. Marins Profª. Fabrícia G. Ferreira
(Orientador) (Mestranda)
-----------------------------------
Voluntário
114
ANEXO 4
QUESTIONÁRIO DE SELEÇÃO
1. Dados pessoais: Data: |__| _|__|__|__|__|
Nome:|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|_|__|__|___|__|_
_|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|_|__|__|__|_|_|__|__| _|_|__|__|__|_|_
Cidade: _________________________________ Estado: ______
Cep:|__|__|__|__|__|__|__|__|
Telefone residencial: _____________________ Telefone celular: _____________
Data de nascimento: __|__|__|__|__|__| Idade Hoje: |__|__|
Residência de Origem: Cidade_____________________________________ Estado: ______
Educação: [ ] 1° grau [ ] 2º grau [ ] 3º grau [ ] Especialização [ ] Mestrado [ ] Doutorado
Ocupação: |__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__| Sexo: [M] [F]
QUESTIONÁRIO PAR - Q
SIM NÃO PERGUNTA
1. O seu médico já lhe disse alguma vez que você apresenta um problema cardíaco?
2. Você apresenta dores no peito com freqüência?
3. Você apresenta episódios freqüentes de tonteira ou sensação de desmaio?
4. Seu médico alguma vez já lhe disse que sua pressão sangüínea era muito alta?
5. Seu médico alguma vez já lhe disse que você apresenta um problema ósseo ou
articular, como uma artrite, que tenha sido agravado pela prática de exercícios, ou
que possa ser por eles agravado?
6. Existe alguma boa razão física, não mencionada aqui, para que você não siga um
programa de atividade física, se desejar fazê-lo?
7.Você tem mais de 65 anos e não está acostumado a se exercitar vigorosamente?
Se você respondeu:
SIM A UMA OU MAIS PERGUNTAS NÃO A TODAS AS PERGUNTAS
Se você não consultou seu médico recentemente, Se você respondeu este questionário corretamente,
consulte-o por telefone ou pessoalmente, ANTES você pode ter uma razoável garantia de apresentar
de intensificar suas atividades físicas /ou de ser as condições adequadas para:
avaliado para um programa de condicionamento Um programa de exercícios gradativos – um
físico. Diga a seu médico que perguntas você aumento gradual na intensidade dos exercícios
respondeu com um SIM a este questionário adequados promove um bom desenvolvimento do
conhecido como PAR-Q ou mostre a cópia deste condicionamento físico, ao mesmo tempo em que
questionário. minimiza ou elimina o desconforto associado.
PROGRAMAS ADIAR O INÍCIO DO PROGRAMA DE
EXERCÍCIOS.
Após a avaliação médica, procure se aconselhar Na vigência de uma enfermidade temporária de
com seu médico acerca de suas condições para: menor gravidade, tal como um resfriado comum.
atividade física irrestrita, começando a partir de
baixos níveis de intensidade e aumentando
progressivamente
atividade física limitada ou supervisionada que
satisfaça suas necessidades específicas, pelo
menos numa base inicial. Verifique em sua
continuidade os programas ou serviços
especiais.
115
ANAMNESE DATA:
1) Fuma? ( ) sim ( ) não Há quanto tempo? _____ Quantos por dia? ______
2) Você tem problema de pressão arterial? ( ) sim ( ) não Há quanto tempo? _____ Alta ou
baixa? _______
3) Você tem problema de colesterol? ( ) sim ( ) não Há quanto tempo? ______Faz controle? ____
4) Você é diabético? ( ) sim ( ) não Há quanto tempo? ______ Faz controle? ______
5) Você alguma vez sentiu dor no coração ou no peito? ( ) sim ( ) não
6) Algumas vezes você já sentiu o coração falhar? ( ) sim ( ) não
7) Seus tornozelos ficam freqüentemente inchados? ( ) sim ( ) não
8) Seus pés e mãos ficam gelados e trêmulos, mesmo em tempo de calor? ( ) sim ( ) não
9) Você sofre de câimbras nas pernas? ( ) sim ( ) não
10) Você já ficou com falta de ar sem qualquer razão? ( ) sim ( ) não
11) Alguma vez um médico lhe disse que você tem algum comprometimento cardíaco, ou alteração no
ECG? ( ) sim ( ) não
12) Já teve tosse matinal? ( ) sim ( ) não Com que freqüência? ____________
13) Você se considera uma pessoa: ( ) calma ( ) agitada ( ) competitiva ( )
meio-termo
14) Já teve problema de depressão? ( ) sim ( ) não Há quanto tempo? ________
Faz controle? ____
15) Faz uso de algum medicamento? ( ) sim ( ) não Qual?____________ Há quanto tempo? _____
16) Sofre de dor de cabeça ou enxaqueca freqüentes? ( ) sim ( ) não Há quanto tempo?
________ Faz controle? _______
17) Já fez alguma cirurgia? ( ) sim ( ) não Qual? _____________
Há quanto tempo? ___
18) Já fraturou alguma coisa? ( ) sim ( ) não Há quanto tempo? ___________
19) Sente alguma dor? ( ) sim ( ) não Qual? ______________ Há quanto
tempo? _____
20) Sente fadiga crescente, distúrbios de sono ou irritabilidade crescente? ( ) sim ( ) não
Há quanto tempo? _____
21) Suas articulações são doloridas ou inchadas? ( ) sim ( ) não Há quanto tempo?
22) Sofre de problemas renais, tais como expulsão de cálculos? ( ) sim ( ) não
Há quanto tempo? _____
23) Quaisquer problemas de estômago ou intestinos? ( ) sim ( ) não Há quanto tempo? _____
24) Qualquer problema importante de visão ou audição? ( ) sim( ) não Há quanto tempo? ____
116
25) Qualquer modificação recente em um sinal ou verruga? ( ) sim ( ) não Há quanto
tempo?
26) Glaucoma ou pressão nos olhos? ( ) sim ( ) não Há quanto tempo?
27) Você é alérgico a alguma coisa? ( ) sim ( ) não Há quanto tempo?
28) Apresenta problema de varizes? ( ) sim ( ) não Há quanto tempo?
29) Sua atividade de trabalho é? ( ) leve ( ) moderada ( ) intensa
30) Você se considera submetido a estresse freqüente? ( ) sim ( ) não
COMENTÁRIOS:
ANTECEDENTES MÓRBIDOS
Você já teve alguma vez?
[ ] Ataque cardíaco [ ] Febre reumática [ ] Sopro cardíaco [ ] Bronquite
[ ] Arteriosclerose [ ] Veias varicosas [ ] Artrites nas pernas e braços
[ ] Tonteira ou desmaios [ ] Epilepsia [ ] Acidente cerebral [ ] Asma
[ ] Anemia [ ] Problemas de tireóide [ ] Pneumonia [ ] Luxações
[ ] Algum problema nervoso ou emocional [ ] Anormalidades radiográficas no tórax
COMENTÁRIOS:
117
5) Relacione qualquer suplemento dietético, que você já tomou ou está tomando agora:
118
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA – DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
LABORATÓRIO DE PERFORMANCE HUMANA
10 a 20 21 a 30 31 a 40 41 a 50 51 a 60 Acima de 60
IDADE 1 2 3 4 6 8
Nenhuma história conhecida de 1 parente com doença 2 parentes com doença 1 parente com doença 2 parentes com doença 3 parentes com doença
cardiopatia cardiovascular e mais de 60 cardiovascular e mais de 60 cardiovascular e menos de 60 cardiovascular e menos de 60 cardiovascular e menos de 60
HEREDITARIEDADE
anos anos anos anos anos
1 2 3 4 6 8
Mais de 2,3Kg abaixo do peso -2,3 a +2,3Kg do peso 2,7 a 9Kg acima do peso 9,5 a 15,9Kg acima do peso 16,4 a 22,7Kg acima do peso 23,3 a 29,5Kg acima do peso
PESO padronizado padronizado 4 6 7
1 2 3
Não usuário Charuto ou cachimbo 10 cigarros ou menos por dia 20 cigarros por dia 30 cigarros por dia 40 cigarros por dia
TABAGISMO 2
0 1 4 6 10
Esforço profissional e Esforço profissional e Trabalho sedentário e esforço Trabalho sedentário e esforço Trabalho sedentário e esforço Ausência completa de qualquer
recreacional intenso recreacional moderado recreacional intenso recreacional moderado recreacional ligeiro exercício
EXERCÍCIO
3 5 6
1 2 8
Colesterol abaixo de 180mg/dl Colesterol 181 a 205mg/dl Colesterol 206 a 230mg/dl Colesterol 231 a 250ml/dl Colesterol 256 a 2801ml/dl Colesterol 281 a 300ml/dl
A dieta não contém gorduras A dieta contém 10% de gorduras A dieta contém 20% de gorduras A dieta contém 30% de gorduras
A dieta contém 40% de gorduras A dieta contém 50% de gorduras
% DE COLESTEROL OU
animais, nem sólidas animais ou sólidas animais ou sólidas animais ou sólidas animais ou sólidas animais ou sólidas
GORDURA NA DIETA
1 2 3 5
4 7
Leitura superior de 100 Leitura superior de 120 Leitura superior de 140 Leitura superior de 160 Leitura superior de 180 Leitura superior de 200 ou
PRESSÃO ARTERIAL maior
1 2 3 4 6 8
Mulher com menos de 40 Mulher com 40 a 50 Mulher com mais de 50 Homem Homem atarracado Homem calvo e atarracado
SEXO 7
1 2 3 4 6
Explicação das variáveis: Hereditariedade – contar progenitores, irmãos e irmãs que tiveram um ataque cardíaco ou acidente vascular cerebral; Tabagismo – se você inala profundamente ou fuma um cigarro até o fim, acrescentar um
ponto ao seu escore. Não subtrair nada pelo simples fato de pensar que você não inala ou fuma apenas meia polegada de um cigarro; Exercício – subtrair um ponto do seu escore se você se exercita com regularidade e freqüência;
Ingesta de colesterol/gordura saturada – é preferível um nível sangüíneo de colesterol. Se você não fez um exame sangüíneo recentemente, nesse caso convém estimar com honestidade o percentual de gorduras sólidas que você ingere.
Estas costumam ser de origem animal – toucinho, creme, manteiga e gordura bovina e de carneiro. Se você ingere muita gordura saturada, é provável que seu nível de colesterol seja alto; Pressão Arterial – se você não fez nenhuma
determinação recente, mas foi aprovado em um exame médico geral ou para a obtenção de uma apólice de seguro, é provável que o nível de pressão sistólica seja 140 ou menos; Sexo – isso leva em conta o fato de os homens terem de
seis a 10 vezes mais ataques cardíacos que as mulheres em idade de procriação. (Adaptado da Michigan Hert Association.)
119
ANEXO 5
QUESTIONÁRIO DE FREQUÊNCIA DE CONSUMO ALIMENTAR
1. CARNES E PESCADOS
Almôndega:
7654321TQR A B C D E
30g 45g 60g 90g 150g
Bife de boi:
7654321TQR A B C D E
42g 85g 120g 165g 200g
Carne moída:
7654321TQR A B C D E
41g 82g 135g 180g 225g
Frango assado:
7654321TQR A B C D E
20g 65g 90g 1380g 230g
Lingüiça:
7654321TQR A B C D E
44g 62g 86g 110g 154g
Peixe frito:
7654321TQR A B C D E
45g 80g 110g 156g 220g
2. LEITE E DERIVADOS
Leite de vaca:
7654321TQR A B C D E
100mL 150mL 165mL 200mL 240mL
Leite em pó:
7654321TQR A B C D E
7g 27g 54g 81g 100g
120
Leite em pó (colheres)
7654321TQR A B C D
Sbr(3) Sbc(11) SR(08) SC(20)
Mussarela:
7654321TQR 1 2 3 4 6
15g 30g 45g 60g 95g
Queijo Minas:
7654321TQR A B C D E
17g 30g 45g 110g 164g
3. CEREAIS E FARINHAS
Angu:
7654321TQR A B C D E
15g 30g 70g 120g 200g
Arroz:
7654321TQR A B C D E
41g 71g 110g 150g 223g
Biscoito Água e sal:
7654321TQR A B C D E
8g 28g 65g 100g 200g
Bolo Básico:
7654321TQR A B C D E
30g 40g 60g 90g 120g
Coxinha:
7654321TQR A B
22g 100g
Macarrão:
7654321TQR A B C D E
50g 100g 130g 200g 280g
Pão de queijo:
7654321TQR A B
25g 50g
Pão francês:
121
7654321TQR ½ 1 2 3 4 (unidades)
22g 50g 100g 150g 200g
Pão de forma:
7654321TQR 1 2 3 4 5 (fatias)
25g 50g 75g 100g 125g
Pastel:
7654321TQR A B
24g 92g
Pipoca:
7654321TQR A B C D E
15g 30g 50g 65g 80g
Pizza:
7654321TQR A B C D E
85g 140g 190g 230g 330g
4. LEGUMINOSAS
Feijão cozido:
7654321TQR A B C D E
39g 71g 142g 200g 270g
5. HORTALIÇAS GRUPO A
Alface:
7654321TQR A B C
6g 10g 14g
Berinjela:
7654321TQR A B C D E
30g 45g 60g 75g 105g
Couve crua:
7654321TQR A B C D E
10g 20g 36g 60g 80g
Couve refogada:
7654321TQR A B C D E
10g 20g 36g 60g 80g
122
Couve-flor:
7654321TQR A B C D E
30g 60g 103g 214g 321g
Pepino:
7654321TQR A B C D E
22g 42g 74g 85g 100g
Tomate:
7654321TQR A B C D E
15g 30g 50g 75g 140g
6. HORTALIÇAS GRUPO B
Cenoura:
7654321TQR A B C D E
10g 25g 40g 80g 130g
Beterraba:
7654321TQR A B C D E
14g 30g 52g 85g 110g
Vagem:
7654321TQR A B C D E
37g 75g 110g 140g 220g
7. HORTALIÇAS GRUPO C:
Batata Baroa:
7654321TQR A B C D E
60g 85g 120g 180g 240g
Batata frita:
7654321TQR A B C D E
25g 50g 80g 100g 150g
Mandioca Cozida:
7654321TQR A B C D E
30g 60g 90g 130g 210g
Mandioca frita:
7654321TQR A B C D E
30g 60g 90g 130g 210g
123
8. FRUTAS GRUPO A
Melão:
7654321TQR A B C D E
70g 140g 210g 280g 410g
Laranja:
7654321TQR A B C D E
910g 120g 189g 370g 500g
9. FRUTAS GRUPO B:
Abacaxi:
7654321TQR A B C D E
75g 150g 300g 375g 540g
Banana:
7654321TQR A B C D
84g 114g 140g 185g
Maça:
7654321TQR A B C D E
40g 80g 130g 160g 240g
Mamão:
7654321TQR A B C D E
70g 140g 280g 420g 580g
Uva:
7654321TQR A B C D E
40g 80g 120g 176g 350g
10. DOCES:
Bombom:
7654321TQR A B C D
08g 16g 22g 44g
Cajuzinho:
7654321TQR A B
08g 22g
Doce de leite pastoso:
7654321TQR A B C D E
35g 60g 90g 120g 200g
124
Doce de leite pedaço:
7654321TQR A B C D E
35g 60g 90g 120g 200g
Gelatina:
7654321TQR A B C D E
65g 130g 200g 330g 500g
Goiabada:
7654321TQR A B C D E
45g 60g 100g 120g 175g
Chocolate em pó:
7654321TQR A B C D E
4g 10g 14g 42g 60g
11. BEBIDAS E INFUSÕES
Café:
7654321TQR A B C D
20mL 40 mL 1 20 mL 1175 mL
12. ÓLEOS E GORDURAS
Margarina:
7654321TQR A B C
2g 3g 4g
13. DIVERSOS
Purê de batata:
7654321TQR A B C D E
25g 45g 80g 135g 200g
Salada de legumes com maionese:
7654321TQR A B C D E
35g 70g 140g 210g 280g
14. OUTROS ALIMENTOS
Alimento Freqüência Quantidade (g/ mL) Medida caseira
125
ANEXO 6
REGISTRO ALIMENTAR
Voluntário:_________________________________Data:______ Registro_______
126
ANEXO 7
FICHA DE CONTROLE DAS AVALIAÇÕES COM COLETA DE SUOR
__/__/_
Nome Idade Sexo Data
_
Dados Prévios
Vo2 máx
FCM obt Zona T 75% Zona T 85% Velocidade Inclinação
(ml/kg.min-1)
Dados clínicos
FC (bpm) PAS (mmhg) PAD(mmhg)
Condições Ambientais
TEMPO TEMPERATURA UMIDADE
10
20
30
40
50
60
70
80
Média
Peso Corporal Inicial Peso Corporal Final Volume de urina Total de líquido Diferença
Hematócrito
Inicial 40 min 80 min
Coleta de suor
Tempo Peito Costas porção Torácica Costas porção Lombar
20
40
60
80
Coleta de urina
Volume de urina 24 horas Volume de urina final do exercício
127
FICHA DE CONTROLE DE AVALIAÇÃO FÍSICA
CARDIORRESPIRATÓRIA – COOPER 12 MINUTOS
Nome Idade Sexo Data __/__/__
IMPRESSÕES FINAIS
COMENTÁRIOS E SUGESTÕES
AVALIADOR AUXILIAR
128