Dissertacao RGV 2015 1citogenetica

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 60

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE

SANTANA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM RECURSOS
GENÉTICOS VEGETAIS - PPGRGV

IRLANE CRISTINE DE SOUZA ANDRADE LIRA

CARACTERIZAÇÃO CITOGENÉTICA E
MORFOAGRONÔMICA DE ACESSOS DE Stylosanthes spp.
(Fabaceae – Papilionoideae) COLETADOS NO NORDESTE
BRASILEIRO

Feira de Santana- BA
2015
IRLANE CRISTINE DE SOUZA ANDRADE LIRA

CARACTERIZAÇÃO CITOGENÉTICA E
MORFOAGRONÔMICA DE ACESSOS DE Stylosanthes spp.
(Fabaceae – Papilionoideae) COLETADOS NO NORDESTE
BRASILEIRO

Feira de Santana- BA
2015
IRLANE CRISTINE DE SOUZA ANDRADE LIRA

CARACTERIZAÇÃO CITOGENÉTICA E
MORFOAGRONÔMICA DE ACESSOS DE Stylosanthes spp.
(Fabaceae – Papilionoideae) COLETADOS NO NORDESTE
BRASILEIRO

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em


Recursos Genéticos Vegetais, da Universidade Estadual de
Feira de Santana, como requisito parcial para a obtenção do
título de Mestre em Recursos Genéticos Vegetais.

Orientador: Dr. Natoniel Franklin de Melo

Feira de Santana- BA
2015
BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. Manoel Abilio de Queiróz


(Universidade do Estado da Bahia)

Profa. Dra. Rafaela Priscila Antonio


(Embrapa Semiárido)

Prof. Dr. Natoniel Franklin de Melo


(Embrapa Semiárido)
Orientador e Presidente da Banca

Feira de Santana- BA
2015
Ficha Catalográfica – Biblioteca Central Julieta Carteado

Lira, Irlane Cristine de Souza Andrade


L745c Caracterização citogenética e morfoagronômica de acesso de
Stylosanthes spp. (Fabaceae – Papilionoideae) coletados no nordeste
brasileiro / Irlane Cristine de Souza Andrade Lira. – Feira de Santana,
2015.
60 f. : il.
Orientador: Natoniel Franklin de Melo.
Dissertação (mestrado) – Universidade Estadual de Feira de Santana,
Programa de Pós-Graduação em Recursos Genéticos Vegetais, 2015.

1. Stylosanthes - Citogenética. I. Melo, Natoniel Franklin de, orient.


II. Universidade Estadual de Feira de Santana. III. Título.
CDU: 582.738
TE AGRADEÇO

Por tudo o que tens feito, por tudo o que vais fazer
Por Tuas promessas e tudo o que és, eu quero Te agradecer, Com todo o meu ser

Te agradeço, meu Senhor, te agradeço, meu Senhor

Te agradeço por me libertar e salvar, Por ter morrido em meu lugar


Te agradeço, Jesus, Te agradeço, Eu Te agradeço, Te agradeço

Dennis Jernigan

A minha mãe Isnalia (Em memória), mãe está vitória foi pela senhora!
DEDICO.
AGRADECIMENTOS

A Deus, minha fortaleza, meu refúgio, meu tudo, minha paz


BUSQUEI AO SENHOR, E ELE ME RESPONDEU!

A JESUS CRISTO

Por ter concedido pelos meios que só Ele tem, a graça de entrar no mestrado e ter tido a
oportunidade de realizar esse trabalho; Por ter me dado ânimo de superar todas as
dificuldades que surgiram durante este tempo.
Em especial ao meu esposo Roberto Tavares de Lira que sempre acreditou em mim e me
incentivou a sempre ir mais longe, por ser esse companheiro inseparável, incansável, sempre
ao meu lado compartilhando todos os momentos, essa vitória é sua também, obrigada pelo
AMOR, cuidado, proteção compreensão e paciência, pelo esforço e sacrifício. “Amo-te”.
Aos meus familiares, os Souzas os Andrades e os agregados, todos vocês são fundamentais na
minha vida, obrigado por sempre torcerem por mim, em especial aos meus irmãos Jorge
Cristiano Coelho de Andrade, Carlos Eduardo Coelho de Andrade e Andersom Luiz Rodrigues
de Andrade, e minhas cunhadas Paula Nagatomo, Daniele Andrade e Lídia Dias, que me
deram seis sobrinhos lindos e maravilhosos, amo muito vocês.
Ao Dr. Natoniel Franklin de Melo, agradeço pela orientação, por contribuir com meu
crescimento intelectual, e por sempre buscar alternativas para que aprendesse sempre mais.
A Dra. Maria Aldete Justiniano da Fonseca, pela sua contribuição e orientação no
desenvolvimento deste estudo.
A Dra. Rafaela Priscila Antonio pelos inúmeros conselhos e orientações e pelo socorro
durante toda fase de desenvolvimento deste estudo, obrigada não só pela ajuda mas também
pela amizade e confiança, agradeço a Deus por ter te colocado em meu caminho.
Ao Dr. Pedro Martins Junior pelo apoio e conselhos e por sempre se mostrar disposto e
pronto a ajudar.
A Dra. Maria Luciene da Silva que sempre me apoiou demonstrando sua total confiança em
minha capacidade e até hoje mesmo a quase 900km de distância continuou me incentivando,
aconselhando e apoiando, obrigada.
A Leila Regina Gomes Passos Bruno por sempre estar ao meu lado, compartilhando momentos
bons e ruins, uma amiga imensurável um anjo que Deus colocou em meu caminho e me deu
o anjinho Pedro Manoel como sobrinho, a Barbara Laís Ramos Barbosa sentirei saudades de
nossas resenhas na madrugada, família que Deus me deu em Feira de Santana-BA, nos
momentos que estava longe da minha, amo vocês meninas e creio que um dia nossos
caminhos iram se cruzar novamente.
As amizades construídas ao longo do mestrado, em especial, Fabiana Karla de Araújo Américo,
e Jacqueline da Aleluia Costa, pelo convívio agradável e amizade sincera. Deus não coloca
pessoas no nosso caminho por acaso.
Aos estagiários da Embrapa Semiárido pela contribuição na realização e desenvolvimento do
experimento.
Aos demais colegas de turma do Mestrado e do Doutorado do PPGRGV, todos vocês de
alguma forma contribuíram com este trabalho.
A todos do Laboratório de biotecnologia da Embrapa semiárido pela atenção e constante
ajuda, obrigada a todos.
Ao corpo docente do PPGRGV, por proporcionar-me crescimento intelectual e a Alberto
Vicente Silva, por aturar minhas dúvidas e questionamentos (que não foram poucos) e sempre
está pronto para me atender, que Deus te abençoe.
A CAPES pela concessão da bolsa de estudo e a instituição Embrapa Semiárido por permitir o
uso de suas instalações.
A todos que de forma direta ou indireta contribuíram para a realização deste trabalho, muito
obrigada!

“Como é bom render graças ao Senhor e cantar louvores ao teu nome, ó Altíssimo; anunciar de
manhã o teu amor leal e de noite a tua fidelidade” ...Salmos 92:1-2
...O excelente mestre não é o que mais sabe, mas o
que mais tem consciência do quanto não sabe...
...Não é o que declara os seus acertos, mas o que
reconhece suas próprias falhas...
(Augusto Cury)
CARACTERIZAÇÃO CITOGENÉTICA E MORFOAGRONÔMICA DE ACESSOS
DE Stylosanthes spp. (Fabaceae – Papilionoideae) COLETADOS NO NORDESTE
BRASILEIRO
RESUMO
Pesquisas relacionadas a avaliação e seleção de forrageiras nativas podem contribuir para
melhoria na alimentação dos rebanhos do Semiárido brasileiro, destacando-se o gênero
Stylosanthes como uma importante fonte de espécies com grande potencial forrageiro. O
presente trabalho teve por objetivo realizar caracterização morfoagronômica e citogenética de
acessos de Stylosanthes, visando contribuir com estudos que promovam a inserção desta
leguminosa na alimentação animal, buscando caracterizar e selecionar genótipos superiores, e
também selecionar descritores de importância na caracterização de germoplasma da espécie.
Para caracterização morfoagronômica, foram avaliados 19 descritores e destes, quatro foram
descartados imediatamente por não apresentarem variabilidade entre os acessos, sendo a análise
estatística realizada nos 15 descritores restantes. Os dados foram submetidos à análises
univariadas e multivariadas. Foi realizada a análise de variância apenas nos descritores
quantitativos NRP, CHP, Lfo, Cfo, ECAA, ECAS e CP, já para os descritores qualitativos CC,
AC, PC, HC, CF, AF, PF e FF, foi realizada analise descritiva. Para a caracterização
citogenética foram utilizadas pontas de raízes obtidas de sementes de 17 acessos de
Stylosanthes, seguindo a metodologia descrita por Guerra e Souza (2002). O teste de Scott e
Knott foi realizado para o agrupamento de médias, os descritores foram significativos a (p ≥
0,01) o que possibilitou a formação de dois grupos, também foi realizada analise multivariadas
pelo cálculo da distância de Mahalanobis, utilizando o método de Tocher original, observa-se
a formação de dois grupos. O grupo 1 foi formado por 42 acessos e o grupo 2 apenas pelo acesso
CPAC 4955. Observou-se a formação de quatro grupos onde no dendograma observar-se
também que apenas o acesso CPAC 4955 não agrupou com nenhum outro acesso. Este acesso
apresentou folhas mais compridas que os demais, caule muito espesso e falta de pilosidade nas
folhas. Dos descritores avaliados pelo teste de Singh observa-se que os que mais contribuíram
para a diversidade dos genótipos foram CP (11,64%) e NRP (10,98%) seguidos por HC (8,62%)
e FF (8,44%). Através da análise citogenética observaram-se acessos com 2n=20 e 2n=40
cromossomos, permitindo a diferenciação das espécies S. scabra da S. seabrana, com núcleo
interfásico do tipo semirreticulado, cariótipo simétrico com morfologia cromossômica variando
de metacêntrica a submetacêntrica e tamanho cromossômico médio em torno de 2,5 µm. Foram
observadas diferenças no comprimento médio dos cromossomos e no comprimento total do
genoma. A análise com dupla coloração CMA3/DAPI permitiu a visualização de quatro blocos
CMA+, sendo dois blocos CMA+ localizados na região subterminal do braço curto de um par
cromossômico submetacêntrico, e dois blocos localizados na região proximal de outro par
metacêntrico em S. scabra, e ainda dois blocos na região subterminal de um par metacêntrico
nos acessos de S. seabrana. Também foi possível a visualização de bandas DAPI+ e CMA- nos
acessos CPAC 1261 e CPAC 5205. Os acessos avaliados neste estudo apresentaram, em geral,
plantas com hábito de crescimento semiereto, folhas com coloração verde escura e com
pilosidade, caule em sua maioria bastante ramificado. A coloração diferencial de cromossomos,
associados a outros marcadores citogenéticos, auxilia na caracterização de acessos de coleções
de germoplasma de Stylosanthes spp. Observou-se que há variabilidade genética entre os
acessos estudados da coleção de Stylosanthes da Embrapa Semiárido.

Palavras-chave: Cromossomos, Fluorocromos, Diversidade genética, Melhoramento de


forrageiras.
CYTOGENETIC CHARACTERIZATION AND MORPHOAGRONOMIC OF
Stylosanthes spp. (Fabaceae – Papilionoideae) COLLECTED IN NORTHEAST
BRAZILIAN
ABSTRACT
Searches related to evaluation and selection of native forages can contribute to improvement in
feeding cattle in the Brazilian semiarid region, highlighting the Stylosanthes gender as an
important source of forage species with great potential. This study aimed to perform
morphoagronomic and cytogenetics Stylosanthes accessions, to contribute to studies that
promote the inclusion of this legume in animal feed, seeking to characterize and select superior
genotypes, and also select important in the characterization of germplasm of the species. To
characterize morphoagronomic were evaluated 19 descriptors and of these, four were
immediately discarded for not having variability among accessions, with the statistical analysis
performed in the remaining 15 descriptors. The data were submitted to univariate and
multivariate analyzes. Analysis of variance was performed only in quantitative descriptors
NRP, CHP, Lfo, Cfo, ECAA, ECAS and CP, as to the qualitative descriptors CC, AC, PC, HC,
CF, AF, PF and FF, descriptive analysis was performed. For cytogenetic characterization were
obtained root tips used seed access Stylosantes 17, following the method described by War and
Souza (2002). Scott and Knott test was performed for the grouping of averages, the descriptors
were significant at (p ≥ 0.01) which allowed the formation of two groups, multivariate analysis
was also performed by calculating the Mahalanobis distance using the method original Tocher,
there is the formation of two groups. Group 1 consisted of 42 accesses and the group 2 only
through access CPAC 4955. We observed the formation of four groups where the dendrogram
also be noted that only the access CPAC 4955 did not group with any other access. This access,
for long leaves that too, very thick stem and lack of body hair on the sheets. The descriptors
evaluated by Singh test is observed that the main contributors to the diversity of genotypes were
CP (11,64%) and NRP (10,98%) followed by HC (8,62%) and FF (8, 44%). By cytogenetic
analysis were observed hits with 2n = 20 and 2n = 40 chromosomes, allowing differentiation
of species S. scabra of S. seabrana with interphase nucleus of semirreticulado type,
symmetrical karyotype with chromosome morphology ranging from the metacentric
submetacêntrica and size Average chromosomal around 2,5 microns. Differences were
observed in the average length of the chromosomes and the total length of the genome. The
analysis with double staining CMA3/DAPI enabled visualization of four CMA+ blocks, two
CMA + blocks in subterminal region of the short arm of a chromosome pair submetacentric,
and two blocks located in the proximal region of another metacentric pair in S. scabra, and still
two blocks in the subterminal region of a metacentric pair in S. seabrana access. It was also
possible to visualize DAPI and CMA+ bands in access CPAC 1261 and CPAC 5205. The
accessions in this study were, in general, plants with semiereto growth habit, leaves with dark
green color and hairiness, stem mostly quite branched. The differential staining of
chromosomes, together with other cytogenetic markers, assists in characterizing germplasm
collections access Stylosanthes spp. It was observed that there is genetic variability among the
accessions studied the collection of Stylosanthes Embrapa Semi-Arid.
Keywords: chromosomes, fluorochromes, Genetic diversity, forage enhancement.
LISTA DE FIGURAS

INTRODUÇÃO

Figura 1 Variabilidade intraespecífica quanto ao hábito de crescimento em 17


Stylosanthes scabra. Acesso CPAC 4396 (A) e Acesso CPAC 5196 (B),
comprimento da folha e coloração das folhas acesso CPAC 4950 (C) e
Acesso CPAC 4385 (D), espessura do caule Acesso CPAC 4955 (E) e
Acesso CPAC 4962 (F).
Figura 2 Esquema ilustrativo de cromossomo metafásicos com bandas. 19

CAPÍTULO 1- CARACTERIZAÇÃO MORFOAGRONÔMICA


DE ACESSOS DE Stylosanthes spp. (Fabaceae – Papilionoideae)
COLETADOS NO NORDESTE BRASILEIRO
Figura 1 Dendograma obtido por meio de descritores morfológicos com a 36
distância generalizada de Mahalanobis e pelo método de agrupamento
UPGMA, dos 43 acessos de Stylosanthes spp., Linha pontilhada: corte no
dendograma em aproximadamente 50% da máxima distância, em
experimento conduzido em Petrolina, PE (2012/2014).
CAPÍTULO 2- CARACTERIZAÇÃO CITOGENÉTICA DE
ACESSOS DE Stylosanthes spp. (Fabaceae – Papilionoideae)
COLETADOS NO NORDESTE BRASILEIRO
Figura 1 Metáfases mitóticas de Stylosanthes seabrana, apresentando número 48
cromossômico 2n=20 no acesso CPAC 4950(A) e de Stylosanthes
scabra, apresentando número cromossômico 2n=40 no acesso CPAC
5234(B); Barra representa 5 µm.
Figura 2 Idiogramas do complemento cromossômico haploide do acesso CPAC 51
4966 de Stylosanthes seabrana com n=10 destacando as bandas CMA+
em amarelo. Barra em 5 μm.
Figura 3 Gráfico da distribuição do comprimento relativo do complemento 51
cromossômico total haploide (%) dos cromossomos de acessos de
Stylosanthes seabrana, alinhados em função do comprimento
decrescente do braço curto de cada par cromossômico (pares de 1 a 10).
Figura 4 Idiogramas do complemento cromossômico haploide do acesso CPAC 52
4387 de S. scabra Vogel com n=20, destacando as bandas CMA+ em
amarelo. Barra 5 μm.
Figura 5 Gráfico da distribuição do comprimento relativo do complemento 52
cromossômico total haploide (%) dos cromossomos de acessos de
Stylosanthes scabra, alinhados em função do comprimento decrescente
do braço curto de cada par cromossômico (pares de 1 a 20).
Figura 6 Metáfases com 2n=20 com dupla coloração CMA3/DAPI em 55
Stylosanthes seabrana. Setas indicam a localização em dois blocos
CMA+ nas regiões terminais dos cromossomos homólogos no acesso
CPAC 4950, foto em (A) DAPI, em (B) CMA, em (C) sobreposto, e
acesso CPAC 4963, foto em (D) DAPI, em (E) CMA, em (F) sobreposto.
Barra em C e F = 5 µm.
Figura 7 Metáfases com 2n=40 com dupla coloração CMA3/DAPI em 56
Stylosanthes scabra. Setas indicam a localização de quatro blocos CMA+
nas regiões subterminal e proximal dos cromossomos homólogos no
acesso CPAC 4387, foto em (A) DAPI, em (B) CMA, em (C)
sobreposição e no acesso CPAC 4394, foto em (D) DAPI, em (E) CMA,
em (F) sobreposição. Barra em C e F = 5 µm.
Figura 8 Metáfases com 2n=40 com dupla coloração CMA3/DAPI em 57
Stylosanthes scabra, setas indicam a localização de dois blocos DAPI +
nos cromossomos homólogos do acesso CPAC 5205, foto em (A) DAPI,
em (B) CMA, Barra em B = 5 μm
LISTA DE TABELAS

CAPÍTULO 1- CARACTERIZAÇÃO MORFOAGRONÔMICA DE


ACESSOS DE Stylosanthes spp. (Fabaceae – Papilionoideae)
COLETADOS NO NORDESTE BRASILEIRO
Tabela 1 Relação dos 43 acessos de Stylosanthes utilizados e ano de coleta 29

Tabela 2 Resumo da análise de variância para os descritores, número de ramos 32


primários (NRP), comprimento da haste principal (CHP), largura do folíolo
(LFo), comprimento do folíolo (Cfo), espessura do caule acima do solo
(ACAS), espessura do caule abaixo do ápice (ECAA), comprimento do
pecíolo (CP), realizada a partir da avaliação de 43 acessos de Stylosanthes
spp., em experimento conduzido em Petrolina, PE (2012/2014).
Tabela 3 Comparação dos valores médios e agrupamentos obtidos para os 33
descritores número de ramos primários (NRP), largura do folíolo (Lfo).
Entre 43 acessos de Stylosanthes, em experimento conduzido em Petrolina,
PE (2012/2014).
Tabela 4 Grupos formados pelo método de Tocher original, com base na distância 35
generalizada de Mahalanobis (D2), referentes aos 43 acessos e 15
descritores, em experimento conduzido em Petrolina, PE (2012/2014).
Tabela 5 Importância relativa (S,j) de caracteres morfológicos para o estudo da 37
diversidade genética entre 43 acessos de Stylosanthes spp.
CAPÍTULO 2- CARACTERIZAÇÃO CITOGENÉTICA DE
ACESSOS DE Stylosanthes spp. (Fabaceae – Papilionoideae)
COLETADOS NO NORDESTE BRASILEIRO
Tabela 1 Relação dos 17 acessos de Stylosanthes utilizados e ano de coleta 46

Tabela 2 NC= número cromossômico, mCL= comprimento cromossômico médio, 49


FC= fórmula cariotípica, TCL= comprimento cromossômico haploide total
de acessos de Stylosanthes spp., analisados em metáfases mitóticas. m=
metacêntrico; sm= submetacêntrico.
Tabela 3 Comprimentos cromossômicos médios do braço curto (BC), braço longo 51
(BL) e comprimento absoluto (CA), em µm, e comprimento relativo
percentual (CR %) em três acessos de Stylosanthes seabrana, coletados no
semiárido Brasileiro
Tabela 4 Comprimentos cromossômicos médios do braço curto (BC), braço longo 53
(BL) e comprimento absoluto (CA), em µm, e comprimento relativo
percentual (CR %) em três acessos de Stylosanthes scabra Vogel.
Coletados no semiárido Brasileiro.
15

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO GERAL 16
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 21
CAPÍTULO 1: CARACTERIZAÇÃO MORFOAGRONÔMICA DE
ACESSOS DE Stylosanthes spp. (Fabaceae – Papilionoideae) COLETADOS 24
NO NORDESTE BRASILEIRO
RESUMO 25
ABSTRACT 26
1. INTRODUÇÃO 27
2. MATERIAIS E MÉTODOS 29
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 32
3.1 Análise univariadas 32
3.2 Analise multivariadas 35
3.2.1 Analise de agrupamento 35
3.3 Importância dos descritores para a divergência 36
4. CONCLUSÕES 38
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 39
CAPITULO 2: CARACTERIZAÇÃO CITOGENÉTICA DE ACESSOS
DE Stylosanthes spp. (Fabaceae – Papilionoideae) COLETADOS NO 41
NORDESTE BRASILEIRO
RESUMO 42
ABSTRACT 43
1. INTRODUÇÃO 44
2. MATERIAIS E MÉTODOS 46
2.1 Caracterização citogenética 46
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 48
3.1 Caracterização citogenética 48
4. CONCLUSÕES 58
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 59
16

INTRODUÇÃO GERAL

As espécies do gênero Stylosanthes pertencem à família Fabaceae, subfamília


Papilionoideae (POLHILL e RAVEN, 1981), sendo constituído por 50 espécies descritas, das
quais 25 ocorrem no Brasil, seu maior centro de origem (LEWIS et al. 2005). Embora o gênero
seja originário da América Central e do Sul, em virtude de sua importância econômica, também
é encontrado em cultivo na América Subtropical e na Austrália (STACE e EDYE, 1984), sendo
a Austrália o primeiro país a reconhecer a espécie como forrageira (EDYE, 1997). No Brasil, as
espécies de Stylosanthes são conhecidas vulgarmente como trifólio, meladinho,
manjericão do campo e alfafa do Nordeste (KARIA, 2008). Em outros países são também
conhecidas como stylo arbustiva (Austrália), capitan juan ou pata de Terecay (Venezuela),
pencilflower (EUA), e stylo perduan (Indonésia) (FORAGES, 2013).
As leguminosas ainda são pouco utilizadas em pastagens no semiárido brasileiro, sendo
necessária a realização de estudos que estimulem o seu uso (PAULINO et al. 2006). Espécies
do gênero Stylosanthes estão entre as mais importantes leguminosas forrageiras para utilização,
sob pastejo, em áreas de solos ácidos e de baixa fertilidade natural, como as áreas tropicais
áridas e semiáridas (GUODAO et al. 1997).
Gomide e Zago (1980) afirmam que as forrageiras leguminosas suprem as necessidades
nutricionais do rebanho, orgânicas ou minerais, e desempenham inúmeras funções fisiológicas
que estão relacionadas com a espécie, a idade da planta e a fertilidade do solo. Entretanto,
apesar de serem muito difundidas em regiões de clima temperado, as leguminosas ainda são
pouco utilizadas em regiões de clima tropical (KARIA, 2008).
As leguminosas são o grupo de plantas mais bem representados na caatinga, com cerca
de 264 espécies (COSTA, 2002). A maioria das espécies de Stylosanthes é perene, com potente
sistema radicular, tolerantes a seca, possuindo grande capacidade de colonização de novos
ambientes por sua adaptação a solos de baixa fertilidade e simbiose com bactérias fixadoras de
nitrogênio (ANDRADE e KARIA, 2000; VILELA, 2000).
Apresentam sistema reprodutivo predominantemente autógamo, porém é muito comum
encontrar certa taxa de polinização cruzada (STACE et al. 1984). De modo geral, as espécies
do gênero Stylosanthes apresentam grande variabilidade, tanto intra como interespecífica
(VIEIRA et al. 2007) (Figuras 1A, B, C, D, E e F).
17

A B

C D

E F
Figura 1. Variabilidade intraespecífica quanto ao hábito de crescimento em Stylosanthes scabra. Acesso CPAC
4396 (A) e Acesso CPAC 5196 (B), comprimento da folha e coloração das folhas acesso CPAC 4950 (C) e Acesso
CPAC 4385 (D), espessura do caule Acesso CPAC 4955 (E) e Acesso CPAC 4962 (F). Fotos: Irlane Lira e Leila
Bruno.

Um dos principais problemas em todo tipo de atividade agropecuária é a produção de


forrageiras adequadas à região de produção, pois nas últimas décadas, os setores econômicos,
estão sujeitos às mudanças, as quais exigem modificações de comportamentos por parte dos
produtores em relação às variações nos modelos atuais de exploração. Para tanto, o modelo
proposto seria a intensificação dos sistemas de produção pastoris de forma sustentável, evitando
18

a ocorrência de desmatamento de novas áreas para a produção agropecuária (BARCELLOS et


al. 2008).
Dentre as espécies de Stylosanthes com uso potencial em pastagens no Brasil, destacamos
as espécies S. seabrana e S. scabra. A S. seabrana possui ocorrência registrada apenas no
estado da Bahia, enquanto S. scabra tem ocorrência em 22 estados brasileiros sendo que a
maioria se concentra nos estados da Bahia, com 269 ocorrências, e Pernambuco, com 179
ocorrências (CRIA, 2015). Porém apesar do grande número de ocorrências nessas regiões, o
potencial de uso destas espécies ainda é muito pouco estudado.
As duas espécies são nativas do semiárido brasileiro, apresentam tolerância à seca e à
baixa fertilidade dos solos, além de terem um grande potencial forrageiro. Falta, entretanto,
ações de coleta e caracterização tanto morfoagronômica como citogenética desses materiais.
Vale ressaltar que na Austrália existe cultivares comerciais derivadas de acessos de
germoplasma coletados no semiárido brasileiro (STACE e EDYE, 1984). Por outro lado, o
Brasil possui nove bancos de espécies forrageiras que ficam localizados em Unidades da
Embrapa, no Instituto de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras - UFLA, e na Empresa
de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina - Epagri, os quais possuem um
total de 9.956 acessos, sendo que 1.229 são acessos do gênero Stylosanthes e, desses, apenas
167 estão devidamente identificados (FAO, 2014).
Ainda existem poucas informações sobre a delimitação taxonômica entre as espécies de
Stylosanthes, tornando-se necessária a realização de estudos mais detalhados para
caracterização das espécies e acessos. Nesse caso, as técnicas em citogenética têm sido uma
importante ferramenta de estudo para caracterização dos mais variados táxons (SILVA et al.
2009).
Em Stylosanthes, os poucos estudos referentes à citogenética do gênero relatam a
existência de diploides, tetraploides e hexaploides em várias espécies (CAMERON, 1967;
GOLDBLATT, 1981; BATTISTIN, 1981; VIEIRA, 1988).
Vanni e Fernadez (2011), relataram a existência de citótipos diploides e tetraploides em
uma mesma amostra de sementes comerciais de S. seabrana cv. Única, considerando o nível
de ploidia insuficiente como critério para distinção de espécies.
A citogenética vem sendo utilizada como um importante instrumento para a compreensão
das relações de parentesco, na taxonomia vegetal, e nos estudos sobre mecanismos de evolução
das espécies (GUERRA, 1988). Para Sybenga (1992), no senso amplo da palavra, citogenética
19

é a ciência dos cromossomos, que inclui não só o estudo das características microscópicas e
moleculares, mas seu comportamento durante a interfase e divisão celular.
Caracteres citológicos, tais como número e morfologia dos cromossomos mitóticos
podem contribuir para o conhecimento da evolução e das relações entre diferentes populações
e espécies (HEYWOOD, 1978). A citogenética desenvolveu-se principalmente a partir do início
do século passado, e seu progresso acompanhou o aprimoramento de técnicas e equipamentos
de microscopia.
A caracterização cromossômica foi por muito tempo baseada unicamente em parâmetros
morfológicos, como tamanho dos braços, posição dos centrômeros e localização das constrições
secundárias (GUERRA, 2000; GUERRA e SOUZA, 2002) (Figura 2).

Figura 2. Esquema ilustrativo de cromossomo metafásicos com bandas. Fonte: Soares-


Scott et al. (1998).

Porém os horizontes da citogenética tem se expandido muito com o advento das técnicas
de bandeamento cromossômico, cuja aplicação deu-se primeiramente no pareamento
cromossômico, sendo baseadas na coloração diferencial de regiões da cromatina. Essas técnicas
têm possibilitado compreender melhor as alterações cromossômicas que se estabelecem em
cada genótipo (GUERRA, 1988).
Dessa forma, quando se trabalha com qualquer grupo vegetal a fim de desenvolver novas
combinações e cruzamentos, é necessário conhecer o número, o tamanho e a forma dos
20

cromossomos, além de outros marcadores úteis para o reconhecimento de cada par


cromossômico.
Portanto, considerando a escassez de estudos citogenéticos e morfoagronômicos no
gênero Stylosanthes, realizou-se a caracterização morfoagronômica e citogenética de acessos
de Stylosanthes, visando promover o seu uso como forrageira, por meio da geração de
informações básicas necessárias para o desenvolvimento de um programa de melhoramento
genético das espécies do gênero.
21

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANDRADE, R.P.; KARIA, C.T. O uso de Stylosanthes em pastagens no Brasil. In:


SIMPÓSIO DE FORRAGICULTURA E PASTAGEM, Lavras. Anais. Lavras: Universidade
Federal de Lavras, 2000, p.273-309. 2000.

BARCELLOS, A. de O., et al. Sustentabilidade da produção animal baseada em pastagens


consorciadas e no emprego de leguminosas exclusivas, na forma de banco de proteína, nos
trópicos brasileiros. Revista Brasileira de Zootecnia. Viçosa, v.37, n. spe, July 2008.

BATTISTIN, A. Estudo biossistemático de diferentes taxons do gênero Stylosanthes Sw.


(Leguminosae-Papilionoideae), São Paulo. 106p. Dissertação (Mestrado em Genética e
Melhoramento de Plantas). Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiróz, Universidade de
São Paulo. 1981.

CAMERON, D. F. Chromosome number and morphology of some introduced Stylosanthes


species. Aust. J. Agric. Res, 18 : 375-379. 1967.

COSTA, N. M. de S. Revisão do gênero Stylosanthes Sw. Tese (Doutorado em Engenharia


Agronomica)- Instituto Superior de Agronomia, Universidade Técnica de Lisboa, Lisboa, 470
f. 2006.

CRIA, Centro de Referência em Informação Ambiental, Fundação de Amparo à Pesquisa do


Estado de São Paulo Stylosanthes. In: speciesBase. Disponível em:
<http://www.splink.org.br/index?lang=pt>. Acesso em: Fev 2015.

EDYE, L. A. Commercial development of Stylosanthes pastures in Northern Australia. I.


Cultivar development within Stylosanthes in Australia. Tropical Grasslands, St. Lucia, v.31,
n.5, p. 503-508, 1997.

FAO. Bancos de germoplasma, disponível em: https://www.fao.org.br/quemSomos.asp.


Acesso em Mar/2014

FORAGES, Tropical, Stylosanthes. Disponível em:


<http://www.tropicalforages.info/key/Forages/Media/Html/Stylosanthes >, Acesso em: 27 de
Nov de 2013.

GOLDBLATT, P. Citology and phylogeny of leguminosae. In: POLHILL, R.M. & RAVEN,
R.H. Advances in legume systematics. Kew: Royal Botanic Garden. p. 427- 463. 1981.

GOMIDE, J. A. ; ZAGO, C. P. Crescimento e recuperação do capim colonião após corte.


Rev. Soc. Bras. Zoot., 9(2):293-305, 1980.

GUERRA, M. dos S. Introdução a Citogenética Geral. Guanabara: Rio de Janeiro, 142 p.


1988.

GUERRA, M dos S. Chromosome Number Variation and Evolution in Monocots.


Monocots: Systematics and Evolution. CSIRO: Melbourne, 2000.
22

GUERRA. M dos S.; SOUZA. M. J. Como Observar os Cromossomos: Um Guia de


Técnicas em Citogenética Vegetal. Animal e Humana. In: Guerra M.. Souza M. J. (eds.)
Como analisar os cromossomos mitóticos. FUNPEC. São Paulo. pp.23-38. 2002

GUODAO, L.; PHAIKAEW, C.; STUR, W. W. Status of Stylosanthes development en other


countries. II. Stylosanthes development and utilizacion in China and south-east Asia. Tropical
Grasslands, Brisbane, v. 31, n. 4, p. 460-466, 1997.

HEYWOOD, V. H. Flowering plants of the world. Osford: 1978.

KARIA. C. T. Caracterização genética e morfoagronômica de germoplasma de


Stylosanthes guianensis (Aubl.) SW. 140f. Tese (Doutorado em Agronomia) - Curso de Pós-
graduação em Agronomia. Universidade Federal de Goiás. GO. 2008.

LEWIS, G.L.; MACKINDER B.; LOCK, M. Legumes of the World. Royal Botanic Gardens,
Kew, 578p. 2005.

PAULINO, V. T. et al. Retrospectiva do uso de leguminosas forrageiras. In: ENCONTRO


SOBRE LEGUMINOSAS FORRAGEIRAS, Nova Odessa, 2006. 46p

POLHILL, R. M., RAVEN, P.H. Advances in legume systematics: Part1. Royal Botanic
Gardens. Kew. 1981. In: COSTA, N. M. de. Revisão do Gênero de Stylosanthes Sw. Tese de
Dissertação de Doutorado. Universidade Técnica de Lisboa Instituto Superior de Agronomia.
Lisboa. Portugal, 2006.

SILVA, S. J. B. da; et al, Caracterização citogenética de acessos de Stylosanthes Sw.


ocorrentes no semiárido brasileiro. In: JORNADA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA
EMBRAPA SEMIÁRIDO, Petrolina. Anais. Petrolina: Embrapa Semiárido, 2009. p. 62-67.
Série Embrapa Semiárido. Documentos, 221, 2009.

SOARES-SCOTT, M. D. Caracterização Citogenética de algumas Espécies e Híbridos


Interespecíficos de Passiflora. 1998. Dissertação (Mestrado)- Universidade Estadual de
Campinas, Campinas, 1998.

STACE, H. M.; EDYE, L. A. The biology and agronomy of Stylosanthes. (Ed.) Sidney
Academic Press, 1984.

SYBENGA, J. Cytogenetics in Plant Breeding. Berlin: Springer, 1992.

VANNI, R.O., FERNANDES. A., The true identity of Stylosanthes seabrana B.L. Maass &
L. ’t Mannetje (Leguminosae Papilionoideae), Revista Caryologia, Vol. 64, no. 3: 247-250,
Instituto de Botánica del Nordeste, IBONE. UNNE-CONICET, 3400 Corrientes, Argentina,
2011.

VIEIRA, M.L.C. Estudo citotaxonômico de espécies brasileiras do gênero Stylosanthes Sw.


Piracicaba. 135p. Tese (Doutorado em Genética e Melhoramento de Plantas). Escola Superior
de Agricultura Luiz de Queiróz Universidade de São Paulo. 1988.
23

VIEIRA, E. A.; CHARCHAR, M. J. A; SILVA, M. S.; ANJOS, J. R. N. Virulência de isolados


de Colletotrichum gloeosporioides de populações selvagens de Stylosanthes spp. Pesquisa
Agropecuária Brasileira, v. 42, n. 5, p. 661-667, 2007.

VILELA, H. Seleção e Escolha de Espécies Forrageiras. Formação de Pastagens. CPT.


Viçosa. 128p. 2000.
24

CAPÍTULO 1
CARACTERIZAÇÃO MORFOAGRONÔMICA DE ACESSOS DE Stylosanthes spp.
(Fabaceae – Papilionoideae) COLETADOS NO NORDESTE BRASILEIRO

Capítulo submetido a publicação na revista Caatinga.


25

CARACTERIZAÇÃO MORFOAGRONÔMICA DE ACESSOS DE Stylosanthes spp.


(Fabaceae – Papilionoideae) COLETADOS NO NORDESTE BRASILEIRO

RESUMO

Um dos fatores que mais limitam o desempenho da caprino-ovinocultura no Semiárido é a


escassez de alimentação para os rebanhos. Tal situação é um reflexo de muitos fatores, porém,
um deles está relacionado a falta de pesquisas voltadas para a avaliação e seleção de forrageiras,
entre elas as espécies de Stylosanthes. Assim esse trabalho teve por objetivo caracterizar
morfologicamente 43 acessos de Stylosanthes spp. visando quantificar a variabilidade genética
existente, assim como também selecionar os descritores de maior importância com a finalidade
de gerar informações para o programa de melhoramento genético dessa leguminosa. Foram
avaliados 19 descritores: hábito de crescimento (HC); número de ramos primários (NRP);
comprimento da haste principal (CHP); espessura do caule 5 cm acima do solo (ECAS);
espessura do caule 5cm abaixo do ápice (ECAA); cor (CC), acúleo (AC) e pilosidade no caule
(PL); cor (CF), acúleo(AF) e pilosidade nas folhas (PF); formato (FF), largura(LFo) e
comprimento do folíolo (CFo); comprimento do pecíolo (CP); viscosidade na inflorescência
(VI); formato do ápice do folíolo(FAF); acúleo na inflorescência (AI) e viscosidade do caule
(VC). Os ensaios foram conduzidos no Campo Experimental de Bebedouro da Embrapa
Semiárido, localizados em Petrolina-PE. Para caracterização morfoagronômica, foram
avaliados 19 descritores destes quatro foram descartados imediatamente por não apresentarem
variabilidade entre os acessos, sendo a análise estatística realizada nos 15 descritores restantes.
Os dados foram submetidos às análises univariadas e multivariadas. A análise de variância foi
realizada apenas nos descritores quantitativos NRP, CHP, Lfo, Cfo, ECAA, ECAS e CP, já para
os descritores qualitativos CC, AC, PC, HC, CF, AF, PF e FF, foi realizada analise descritiva.
O teste de Scott e Knott foi realizado para o agrupamento de médias, os descritores foram
significativos a (p ≥ 0,01) o que possibilitou a formação de dois grupos, também foi realizada
analise multivariadas pelo cálculo da distância de Mahalanobis, utilizando o método de Tocher
original, observa-se a formação de dois grupos. O grupo 1 foi formado por 42 acessos e o grupo
2 apenas pelo acesso CPAC 4955. No dendograma observou-se a formação de quatro grupos
onde observar-se também que apenas o acesso CPAC 4955 não agrupou com nenhum outro
acesso, este acesso apresentou caule muito espesso, maior largura no folíolo e falta de
pilosidade nas folhas. Dos descritores avaliados pelo teste de Singh observa-se que os
descritores que mais contribuíram para a diversidade dos genótipos foram CP (11,64%) e NRP
(10,98%) seguidos por HC (8,62%) e FF (8,44%). Os acessos avaliados neste estudo
apresentaram em geral plantas com hábito de crescimento semiereto, folhas com coloração
verde escura e com pilosidade, caule bastante ramificado.

Palavras-chave: Forrageiras, Diversidade genética, Melhoramento, Descritores.


26

CHARACTERIZATION MORPHOAGRONOMIC OF ACCESS Stylosanthes spp.


(Fabaceae – Papilionoideae) COLLECTED IN THE NORTHEAST BRAZILIAN

ABSTRACT

One of the factors that limit the performance of the goat and sheep production in the semiarid
region is the shortage of feed for livestock. This situation is a reflection of many factors, but
one of them is related to lack of research focused on the evaluation and selection of forage,
including the species of Stylosanthes. Thus, this study aimed to characterize morphologically
43 accessions of Stylosanthes spp. to quantify the genetic variability, as well as select the most
important descriptors in order to generate information for the breeding program of this legume.
We evaluated 19 descriptors: growth habit (HC); number of primary branches (NRP); length of
main stem (CHP); thickness of stem 5 cm above ground (ECAS); thickness of stem 5cm below
the apex (ECAA); color (CC), aculeus (AC) and hairiness on stem (PL); color (CF), aculeus
(AF) and pubescence on leaves (PF); format (FF), width (LFO) and length of leaves (CoF);
length of the petiole (CP); viscosity in the inflorescence (VI); leaflet apex format (FAF); aculeus
in the inflorescence (AI) and viscosity of the stem (VC). The tests were conducted at the
Bebedouro Experimental Station of Embrapa Semi-Arid, located in Petrolina. To characterize
morphoagronomic were evaluated 19 descriptors of these four were immediately discarded for
not having variability among accessions, with the statistical analysis performed in the remaining
15 descriptors. The data were submitted to univariate and multivariate analyzes. Analysis of
variance was performed only in quantitative descriptors NRP, CHP, Lfo, Cfo, ECAA, ECAS
and CP, as to the qualitative descriptors CC, AC, PC, HC, CF, AF, PF and FF, descriptive
analysis was performed. Scott and Knott test was performed for the grouping of averages, the
descriptors were significant at (p ≥ 0.01) which allowed the formation of two groups,
multivariate analysis was also performed by calculating the Mahalanobis distance using the
method original Tocher, there is the formation of two groups. Group 1 consisted of 42 accesses
and the group 2 only through access CPAC 4955. The dendrogram was observed the formation
of four groups where also be noted that only the access CPAC 4955 did not group with any
other access, access is presented stem very thick, wider on the leaflet and lack of body hair on
the sheets. The descriptors evaluated by Singh test is observed that the descriptors that most
contributed to the diversity of genotypes were CP (11,64%) and NRP (10,98%) followed by
HC (8,62%) and FF (8,44%). The accessions evaluated in this study had generally plants with
semiereto growth habit, leaves with dark green color and hairiness, very branched stems.

Keywords: Forage, Genetic diversity, Improvement, Descriptors.


27

INTRODUÇÃO

As espécies do gênero Stylosanthes pertencem à família Leguminosae ou Fabaceae


(APGII, 2003), terceira maior família de angiospermas, compreendendo cerca de 727 gêneros
e 19.325 espécies (LEWIS et al. 2005). De modo geral, Stylosanthes se caracteriza por ser uma
planta perene, havendo apenas uma espécie anual (S. humilis), apresentando distribuição natural
no trópico e subtrópico de todos os continentes, sendo o Brasil seu principal centro de origem
e diversidade (VIEIRA et al. 2007). A maioria das espécies é autógama, porém apresenta uma
pequena porcentagem de fecundação cruzada em condições naturais (MILES, 1985; STACE,
1984).
Uma das atividades sócio-econômicas mais importantes para agricultura familiar de áreas
de sequeiro da região Nordeste do Brasil é a ovino-caprinocultura (NEPPA, 2005), sendo a
forragem produzida na pastagem a fonte de alimento mais barata (ELY, 1995). Figueiredo
(1990) já expressava a necessidade do lançamento e avaliação de plantas forrageiras mais
específicas para criação de pequenos ruminantes, com alta produção e boa aceitabilidade.
De acordo com IBGE (2013) no Brasil o efetivo de caprinos foi de 8,779 milhões,
registrando crescimento de 1,5% em relação ao número de cabeças de 2012, a Bahia foi o estado
brasileiro com o maior efetivo desta espécie (28,0%), seguido pelo Estado de Pernambuco
(22,5%). Os maiores efetivos municipais estavam localizados em Floresta (PE), com 3,6%,
Casa Nova (BA), com 2,6%, e Petrolina (PE), com 2,4%, observando-se grande dispersão
municipal. Entre os 10 municípios com os maiores efetivos, metade situava-se no Estado da
Bahia e a outra metade, no Estado de Pernambuco.
Ainda segundo IBGE (2013) o número de ovinos registrado pela Produção da Pecuária
Municipal 2013 foi de 17,291 milhões de cabeças, aumento de 3,0% em relação ao efetivo de
2012. Em termos de participação regional, foi observado que 56,5% dos animais estavam na
Região Nordeste; 30,0% na região Sul; 5,5% na região Centro-Oeste; 4,2% na região Sudeste;
e 3,8% na região Norte. O efetivo de ovinos encontrava-se, sobremaneira, localizado nos
Estados do Rio Grande do Sul (24,6%), Bahia (16,9%), Ceará (11,9%) e Pernambuco (10,6%).
Segundo Araújo et al. (2008) esses rebanhos estão quase que exclusivamente em áreas de
sequeiro no Nordeste, evidenciando-se a necessidade de plantio de espécies forrageiras mais
adaptadas. Nesse caso, uma das alternativas é o uso de algumas espécies nativas que já são
adaptadas as condições adversas de clima e solo da região.
28

Por outro lado, a primeira etapa para se realizar um programa de seleção e melhoramento
genético vegetal é a introdução de populações de plantas heterogêneas e a sua devida
caracterização (KARIA et al. 2002). Nesse caso, durante a caracterização de germoplasma,
costuma-se realizar avaliações com um número muito grande de caracteres morfológicos,
botânicos e agronômicos, levando assim a necessidade de utilização de muita mão de obra e
muito tempo.
Entretanto, é possível reduzir drasticamente o tempo e a mão de obra realizando o descarte
de alguns descritores que não contribuem com a identificação das espécies, sendo importante
conhecer qual a real contribuição de cada descritor para discriminar os acessos de maneira
eficiente (SANTOS et al. 1995). Segundo Daher et al. (1997), há uma tendência de que o
aumento do número de descritores avaliados ocasione a presença de caracteres redundantes, por
estarem quase sempre associados a outros caracteres.
Diante do exposto, este estudo procurou caracterizar 43 acessos de Stylosanthes spp.
provenientes da coleção de trabalho da Embrapa Semiárido, visando quantificar a variabilidade
genética existente, assim como também selecionar os descritores de maior importância com a
finalidade de gerar informações para o programa de melhoramento genético dessa leguminosa.
29

2. MATERIAL E MÉTODOS

Este trabalho foi desenvolvido no Campo Experimental de Bebedouro pertencente à


Embrapa Semiárido, localizado em Petrolina-PE, realizado de Outubro de 2012 a Junho de 2014.
Inicialmente as sementes destes acessos foram tratadas através de escarificação mecânica com
lixa e colocadas para germinar em caixas gerbox. Em seguida, foram transplantadas para
bandejas de polietileno com 280 células e mantidas em casa de vegetação por 60 dias, sendo
novamente transferidas para sacos plásticos de 1 kg e mantidas em telado por três meses até o
transplantio definitivo em campo. Com 100 dias de cultivo foi realizado um corte de
uniformização das plantas, sendo a avaliação realizada 100 dias após o referido corte. Foi
utilizado o delineamento em blocos inteiramente casualizados, contendo três repetições, com
quatro plantas por parcela, sendo considerada como parcela útil as duas plantas centrais, no
espaçamento de 1,5m x 1,0m em solo. Para o preparo do solo foi utilizado uma aração e uma
gradagem. O sistema de irrigação utilizado foi por gotejamento, sendo irrigado 3 vezes por
semana por uma hora por dia durante os primeiros 130 dias, depois a irrigação passou a ser a
cada 8 dias por duas horas por dia, sendo totalmente suspensa 15 dias antes da avaliação. Como
tratos culturais foram realizadas capinas frequentes. Para o experimento foram utilizados 43
acessos de Stylosanthes (Tabela 1).

Tabela 1. Relação dos 43 acessos de Stylosanthes spp. utilizados e ano de coleta.


Acessos/ ANO DE Acessos/ ANO DE Acessos/ ANO DE Acessos/ ANO DE
CPAC COLETA CPAC COLETA CPAC COLETA CPAC COLETA
397 1979 1261 1981 4401 1996 5114 1999
415 1979 1273 1981 4947 1997 5178 2000
490 1979 1275 1981 4950 1997 5179 2000
564 1979 4380 1996 4953 1997 5196 2000
995 1980 4385 1996 4954 1997 5197 2000
996 1980 4387 1995 4955 1997 5203 2000
1242 1981 4388 1996 4956 1998 5205 2000
1244 1981 4389 1995 4962 1997 5228 2000
1245 1981 4393 1996 4963 1997 5234 2000
1249 1981 4394 1997 4966 1997 5612 2004
1251 1981 4395 1996 4986 1997

Os acessos foram avaliados quanto as seguintes características adaptadas a partir dos


estudos de Karia et al. (2002) e Costa (2006):
30

Descritores morfoagronômicos avaliados.

1) Hábito de crescimento (HC): para cada planta foi atribuída uma nota, 1= ereta. 2= semiereta.
3= prostrada.
2) Número de ramos primários (NRP): Contado a quantidade de ramos primários até a altura
de 10cm do solo.
3) Comprimento da haste principal (CHP): medido em centímetro da base até o ápice.
4) Espessura do caule acima do solo (ECAS): medida a 5 cm do solo.
5) Espessura do caule abaixo do ápice (ECAA): medida a 5 cm abaixo do ápice.
6) Cor do caule (CC): para cada planta foi atribuída uma nota 1= verde. 2= avermelhado. 3=
outra cor.
7) Acúleo no caule (AC): atribuídas notas para 1=ausente; 2=presente nas estípulas; 3=
presente nos nódulos; 4=presente nas estípulas e nódulos; 5=presente em toda planta.
8) Pilosidade do caule (PC): atribuída de acordo com as seguintes notas: 1=ausente; 2=de um
lado do caule; 3=em todo o caule.
9) Cor das folhas (CF): 1=verde claro; 2=verde escuro; 3=verde muito escuro; 4=outra cor.
10) Acúleo nas folhas (AF): 1=ausente; 2=ao redor das margens; 3=em toda a folha.
11) Pilosidade nas folhas (PF): 1=ausente; 2=atrás da folha; 3=em toda folha.
12) Formato do folíolo (FF): 1=lanceolada; 2=elíptica; 3=ovalada.
13) Largura do folíolo (LFo): medido na 5ª folha do 1º ramo secundário.
14) Comprimento do folíolo (CFo): medido na 5ª folha do 1º ramo secundário.
15) Comprimento do pecíolo (CP): medido na 5ª folha do 1º ramo secundário.
16) Viscosidade da inflorescência (VI): foi atribuído 0=não viscoso; 1=viscoso
17) Formato do ápice do folíolo (FAF): foi atribuído 1=agudo; 2=obtuso
18) Acúleo na inflorescência (AI): 0 = ausente. 1= presente
19) Viscosidade do caule (VC): 0=não viscoso; 1= viscoso

Para a obtenção dos dados morfoagronômicos foram utilizadas régua e paquímetros


manuais. Os dados obtidos, a partir dos descritores, foram submetidos à análise de variância e
as médias comparadas pelo teste proposto por Scott e Knott (1974), com nível de significância
de 5% de probabilidade. Para avaliar a divergência genética entre os acessos, foram utilizadas
técnicas de análise multivariada, tais como: distância generalizada de Mahalanobis (D2), como
31

pelo método de otimização de Tocher (este método adota o critério de que a média das medidas
de dissimilaridade dentro de cada grupo deve ser menor do que as distâncias médias entre
quaisquer grupos), e a medida de dissimilaridade para determinar o grau de divergência entre
os pares de acessos, através do agrupamento com o método UPGMA (agrupamento pela ligação
média entre grupos) o dendograma é estabelecido pelo acesso geneticamente mais próximo. Foi
calculada também a importância relativa dos caracteres (S.j) para a diversidade, utilizando-se o
método proposto por Singh (1981). Todas as análises estatísticas foram realizadas com o auxílio
do programa GENES (CRUZ, 2006).
32

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Dentre os 19 descritores avaliados, os descritores VI, FAF, AI, VC, foram descartados
imediatamente por não apresentarem variabilidade entre os acessos, sendo as análises
estatísticas realizadas nos 15 descritores restantes 7 descritores quantitativos e 8 descritores
qualitativos.

3.1 Análises univariadas

Na Tabela 2 é apresentado o resumo da ANOVA para as variáveis quantitativas, sendo


elas: NRP, CHP, Lfo, Cfo, ECAS, ECAA e CP. Pode-se inferir que houve diferenças

significativas (P<0,01) entre os genótipos para as variáveis, NRP e Lfo, indicando que houve
variabilidade entre os acessos. Nessas variáveis, os coeficientes de variação experimental (CV)
não indicaram boa precisão experimental, porém mesmo apresentando CV muito alto as
diferenças foram significativas, o que pode ser devido à grande variabilidade existente no
gênero tanto inter como intraespecífica (VIEIRA et al. 2007).

Tabela 2. Resumo da análise de variância para os descritores, número de ramos primários (NRP), comprimento
da haste principal (CHP), largura do folíolo (Lfo), comprimento do folíolo (Cfo), espessura do caule acima do solo
(ACAS), espessura do caule abaixo do ápice (ECAA) e comprimento do pecíolo (CP), realizada a partir da
avaliação de 43 acessos de Stylosanthes spp., em experimento conduzido em Petrolina, PE (2012/2014).
QUADRADOS MÉDIOS
FV GL NRP CHP Lfo Cfo ECAS ECAA CP
BL 2 216,18 261,33 1,72 56,23 6,07 3,79 62,9
ns ns ns ns
ACES 42 285,42 ** 296,23 3,46** 21,02 15,47 0,82 7,46ns
RS 84 117,16 231,27 1,47 14,64 12,84 0,24 0,17
MD 27,48 65,78 6,09 15,18 6,26 1,66 5,56
CV (%) 39,39 23,12 19,93 25,21 57,25 51,94 45,46

** e * significativos a 1% e 5% de probabilidade, respectivamente, pelo teste F; ns não-significativo pelo teste F, FV=Fonte de


variação; BL= bloco; ACES= acessos; RS= resíduos; MD= média; CV= coeficiente de variação ; GL= grau de liberdade.

De acordo com o teste de Scott e Knott apresentado na Tabela 3, observam-se as


características avaliadas que apresentaram variabilidade genética entre e dentro dos acessos
para os descritores (NRP e Lfo). O descritor NRP apresentou amplitude de variação entre 14,00
e 57,33 ramos por planta, sendo o acesso CPAC 1245 o que obteve o maior NRP. Karia et al.
(2002), entretanto, obtiveram em seus estudos valores médios com variação entre 8 e 12 ramos,
e 12 e 20 ramos, para as espécies S. macrocephala e S. capitata, respectivamente. O NRP é
33

uma característica importante para estimar a quantidade de matéria seca da planta, onde acessos
com NRP elevados apresentam-se como uma excelente alternativa para alimentação animal.
O descritor Lfo apresentou variação entre 3,67mm, para o acesso CPAC 4950, a 8,67mm,
para o acesso CPAC 4385, demonstrando potencialidade para produção de maior massa foliar.

Tabela 3. Comparação dos valores médios e agrupamentos obtidos para os descritores número de ramos primários
(NRP), largura do folíolo (LFo). Entre 43 acessos de Stylosanthes(1), em experimento conduzido em Petrolina, PE
(2012/2014).
Acessos/ Lfo Acessos/ Lfo
NRP NRP
CPAC (mm) CPAC (mm)
397 35,17 a 5,17 b 4401 42,17 a 5,17 b
415 28,33 b 4,67 b 4947 19,50 b 8,17 a
490 40,17 a 6,33 b 4950 42,33 a 3,67 b
564 33,33 a 5,83 b 4953 13,83 b 7,83 a
995 23,00 b 5,67 b 4954 25,00 b 4,83 b
996 24,50 b 4,83 b 4955 28,17 b 7,00 a
1242 14,00 b 7,17 a 4956 41,17 a 6,33 b
1244 19,67 b 6,00 b 4962 18,17 b 5,00 b
1245 57,33 a 6,17 b 4963 15,17 b 5,00 b
1249 36,17 a 4,83 b 4966 24,00 b 5,67 b
1251 46,00 a 6,00 b 4986 29,67 b 5,50 b
1261 39,00 a 5,50 b 5114 27,50 b 7,50 a
1273 20,17 b 6,17 b 5178 35,00 a 5,17 b
1275 22,33 b 7,17 a 5179 32,50 a 6,00 b
4380 36,50 a 5,17 b 5196 21,50 b 8,17 a
4385 19,67 b 8,67 a 5197 33,50 a 5,67 b
4387 24,00 b 6,33 b 5203 27,50 b 6,00 b
4388 18,83 b 5,17 b 5205 18,50 b 6,50 b
4389 19,33 b 6,17 b 5228 18,67 b 6,33 b
4393 19,00 b 7,33 a 5234 24,33 b 6,17 b
4394 17,33 b 6,67 a 5612 23,33 b 7,50 a
4395 26,17 b 5,67 b
1
As médias seguidas pela mesma letra na vertical, pertencem ao mesmo grupo estabelecido pelo teste de Scott e Knott a 5% de probabilidade.

As variáveis qualitativas HC, CF, FF, CC, AC, PC, AF e PF foram analisadas de forma
descritiva, onde se pode observar que para a variável HC, a amplitude de variação foi de 1,00
a 3,00, sendo 1 porte ereto e 3 de porte prostrado. Nove acessos apresentaram HC ereto, sendo
eles: CPAC 995, CPAC 1251, CPAC 4387, CPAC 4389, CPAC 4394, CPAC 4401, CPAC
4947, CPAC 4953 e CPAC 5114; trinta e um apresentaram HC semiereto; e apenas os acessos
34

CPAC 1245, CPAC 4954 e CPAC 4962 apresentaram HC prostrado. O acesso CPAC 1245
apresentou maior média (3,00) entre os 43 acessos, demonstrando HC predominantemente
prostrado. Plantas com HC semiereto e prostrado são ideais para alimentação de animais de
pequeno e médio porte, já plantas com HC ereto são ideais para cultivo em consórcio para
alimentação de animais de grande porte.
A coloração da folha (CF) teve uma amplitude de variação entre 1,00 e 2,83 sendo essa
amplitude observada entre e dentro do acesso, sendo atribuída nota 1 para verde claro, 2 para
verde escuro, e 3 para verde muito escuro. Sete acessos apresentaram plantas com folhas de
coloração verde clara, sendo eles: CPAC 4950, CPAC 4954, CPAC 4956, CPAC 4962, CPAC
4963, CPAC 4966 e CPAC 5178; quatro com folhas de coloração verde muito escura, sendo
eles: CPAC 490, CPAC 995, CPAC 1275 e CPAC 4380; e os 32 acessos restantes apresentaram
folhas com coloração verde escura. O acesso CPAC 1275 foi o que obteve maior média
apresentando folhas de coloração verde muito escura.
O descritor FF apresentou amplitude de variação média entre 1,00 e 2,67 onde a nota 1 é
atribuída para folhas lanceoladas, 2 para folhas elípticas e 3 para folhas ovaladas. Foram
observados 27 acessos apresentando folhas lanceoladas, 15 folhas elípticas, e apenas o acesso
CPAC 5196 apresentou folhas ovaladas.
No descritor CC, 36 acessos apresentaram caules avermelhados e apenas os acessos
CPAC 415, CPAC 1245, CPAC 1251, CPAC 4954, CPAC 4956, CPAC 4962 e CPAC 4966
apresentaram caules verdes. Para a variável AC, 13 acessos não apresentaram acúleo no caule,
29 apresentaram acúleo nas estípulas e apenas o acesso CPAC 1242 apresentou acúleo nos
nódulos. Para a variável PC, 13 acessos apresentaram pilosidades em um lado do caule, e 20
apresentaram pilosidade em todo o caule. Na variável AF, 13 acessos não apresentaram acúleo
em suas folhas, e 30 apresentaram acúleo ao redor das margens de suas folhas. Para a variável
PF, 24 acessos apresentaram pilosidades apenas atrás das folhas, 17 apresentaram pilosidade
em toda a folha, e apenas os acessos CPAC 4955 e CPAC 4966 não apresentaram pilosidade
em suas folhas.
Os acessos CPAC 1245, 1275, 4955 e 5196 apresentaram divergência significativa para
quatro dos cinco descritores que diferiram estatisticamente. O CPAC 1245 apresentou plantas
com número elevado de ramos, crescimento prostrado, folhas verdes escuras e elípticas,
enquanto o acesso CPAC 1275 apresentou plantas com maior largura do folíolo, crescimento
semiereto, folhas verdes muito escuras e elípticas. O acesso CPAC 4955 também apresentou
35

plantas com maior largura do folíolo, o que é ideal para obtenção de maior massa seca das
folhas, crescimento semiereto, e folhas verdes escuras e ovaladas. Finalmente, o acesso CPAC
5196 apresentou folíolos largos, crescimento semiereto, folha verde escura porém foi o único a
apresentar todas as plantas com folhas ovaladas, características muito importantes na seleção
de materiais para alimentação de animais.
Os resultados obtidos confirmam a variabilidade relatada por Costa (2006) para várias
espécies de Stylosanthes, principalmente aquelas relacionadas às características hábito de
crescimento (prostradas, eretas, semieretas ou semiprostradas), forma e cor das folhas e cor do
caule (entre verdes ou verde e vermelho-violáceo).
Os valores de HC obtidos no presente estudo foram muito variáveis para todos os acessos,
diferentemente do relatado por Santana (2010) que encontrou predominância ereta em todas as
plantas da espécie S. scabra analisadas. Nesse caso, essa diferença pode ser devida ao número
de acessos avaliados ou a variabilidade intra e interespecífica do gênero (VIEIRA et al. 2007).

3.2 Analise multivariada

3.2.1 – Análise de Agrupamento

Pela análise do método de Tocher apresentado na Tabela 4, foi possível observar a


formação de apenas dois grupos. O grupo 1 foi o maior grupo composto por 42 acessos. O grupo
2 apresentou apenas um acesso (CPAC 4955) que ficou separado de todos os outros acessos.
Os atributos que levaram a esta separação foram folíolos compridos, caules mais espessos
e folha sem pilosidade, característica muito importante na aceitação da leguminosa pelo animal,
mostrando que este acesso é muito promissor para uso em futuros programas de melhoramento.

Tabela 4. Grupos formados pelo método de Tocher original, com base na distância generalizada de Mahalanobis
(D2), referentes aos 43 acessos e 15 descritores, em experimento conduzido em Petrolina, PE (2012/2014).
GRUPO ACESSOS
<1> CPAC 4393 CPAC 5197 CPAC 4388 CPAC 4394 CPAC 4947 CPAC 5234 CPAC 5196
CPAC 4389 CPAC 4385 CPAC 1249 CPAC 4380 CPAC 5179 CPAC 4966 CPAC 5178
CPAC 397 CPAC 1242 CPAC 5228 CPAC 1273 CPAC 5612 CPAC 415 CPAC 1275
CPAC 995 CPAC 4956 CPAC 1244 CPAC 1245 CPAC 1261 CPAC 4986 CPAC 4962
CPAC 1251 CPAC 4401 CPAC 4387 CPAC 490 CPAC 5203 CPAC 564 CPAC 4963
CPAC 996 CPAC 4950 CPAC 5114 CPAC 4953 CPAC 5205 CPAC 4954 CPAC 4395
<2> CPAC 4955
36

Por outro lado, a partir do corte no dendograma em aproximadamente 50% da distância


genética, observou-se a formação de quatro grupos (Figura 1). Observa-se que o grupo 1 foi
formado por apenas o acesso CPAC 4955, o grupo 2 pelo acesso CPAC 4395, o grupo 3 pelo
acesso CPAC 4954 e, o grupo 4 sendo o maior grupo formado por 40 acessos com a menor
distancia observada neste grupo entre os acessos CPAC 4393 e CPAC 5197.
Observou-se também que o acesso CPAC 4955 não agrupou com nenhum outro grupo,
formando um grupo diferente nas duas análises, sugerindo que esse acesso é o mais distante
geneticamente, apresentando plantas com características diferentes das demais.

Figura 1. Dendograma obtido por meio de descritores morfológicos com a distância generalizada de Mahalanobis
e pelo método de agrupamento UPGMA, dos 43 acessos de Stylosanthes spp., Linha pontilhada: corte no
dendograma em aproximadamente 50% da máxima distância, em experimento conduzido em Petrolina, PE
(2012/2014).

3.3 – Importância dos descritores para a divergência.

Na Tabela 5 é apresentada a importância relativa (S,j) de cada um dos 15 descritores


morfológicos utilizados para o estudo da diversidade genética entre os 43 genótipos de
37

Stylosanthes. Observa-se que os descritores que mais contribuíram para a diversidade dos
genótipos foram CP (11,64%) e NRP (10,98%), seguidos por HC (8,62%) e FF (8,44%). Já o
descritor ECAA (1,84%) não apresentou contribuição relativa ou sua contribuição não foi
significativa para a diversidade genética.
Os descritores que apresentaram contribuição relativa podem ser considerados como
eficientes na diferenciação de genótipos. Resultados semelhantes também foram encontrados
por Santana (2010) relatando que as características CP e NRP foram as que mais contribuíram
para a diversidade genética de Stylosanthes em seus estudos com acessos de S. scabra.

Tabela 5. Importância relativa (S,j) de caracteres morfológicos para o estudo da diversidade genética entre 43
acessos de Stylosanthes spp.

VALOR
VARIÁVEL S,j
(%)
CP 3512,21 11,64
NRP 3313,69 10,98
HC 2601,84 8,62
FF 2547,78 8,44
CHP 2099,85 6,96
AC 2068,04 6,85
ECAS 1975,19 6,55
PC 1935,81 6,41
CF 1902,93 6,31
AF 1737,14 5,76
Lfo 1666,13 5,52
CC 1477,16 4,89
Cfo 1381,10 4,58
PF 1379,88 4,57
ECAA 555,43 1,84

S,j,: valor estimado da estatística de SINGH (1981), comprimento do pecíolo (CP), número de ramos primários (NRP), habito de crescimento
(HC), formato da folha (FF), comprimento da haste principal (CHP), acúleo no caule (AC), espessura do caule acima do solo (ACAS),
pilosidade no caule (PC), cor da folha (CF), acúleo na folha (AF), largura do folíolo (Lfo), cor do caule (CC), comprimento do folíolo (Cfo),
pilosidade da folha (PF), espessura do caule abaixo do ápice (ECAA).
38

4 CONCLUSÕES

1. A análise dos caracteres morfoagronômicos entre os acessos de Stylosanthes indicou a


existência de variabilidade entre os acessos, seja no seu hábito de crescimento, no número
de ramos, na largura do folíolo ou na cor e formato da folha.
2. A análise de SINGH foi determinante na identificação de caracteres que realmente
contribuem para a diversidade genética da espécie como CP, NRP, HC e FF possibilitando
assim a criação de uma lista de descritores realmente eficientes na caracterização de
germoplasma, diminuindo tempo e custo nas avaliações.
39

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

APG II ( Angiosperm Phylogeny Group). An update of the Angiosperm Phylogeny Group


classification for the orders and families of flowering plants. Botanical Journal of the Linnean
Society. v. 141. p. 399-436, 2003.

ARAÚJO. S. A. C. DEMINICIS. B. B. CAMPOS. P. R. S. S. Melhoramento genético de


plantas forrageiras Tropicais no Brasil. Archivos de Zootecnia vol. 57. p. 76. 2008.

COSTA, N. M. de S. Revisão do gênero Stylosanthes Sw. Tese (Doutorado em Engenharia


Agronomica)- Instituto Superior de Agronomia, Universidade Técnica de Lisboa, Lisboa, 470
f. 2006.

CRUZ. C. D. Programa Genes: Biometria. Viçosa-MG‫׃‬UFV. 382p. 2006.

DAHER. R.F.; MORAES. C.F.; CRUZ. C.D. Seleção de caracteres morfológicos em capim-
elefante (Pennisetum purpureum Schum.). RevistaBrasileira de Zootecnia.v.26. p.247-259.
1997.

ELY. D.G. Forages for sheep, goats and rabbits. In: BARNES. R.F.; MILLER.D.A.;
NELSON. C.J. (Eds.) Forages: the science of grassland agriculture. vol. 2.5 ed. p. 313. 1995.

FIGUEIREDO, E.A.P. Perspectivas da produção de caprinos nas próximas décadas na


América Latina. In: Caprinocultura e ovinocultura. Campinas: SBZ:FEALQ. p. 69-83. 1990.

IBGE, FUNDAÇÃO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICAS -


Sistema IBGE de Recuperação Automática. Efetivo dos rebanhos por tipo de rebanho. In:
IBGE. Sidra: sistema IBGE de recuperação automática. Rio de Janeiro, 2013. Disponível em:
<http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/tabela/listabl.asp?z=t&c=73>. Acesso em: Janeiro. 2015.

KARIA. C. T.; ANDRADE. R. P.de; CHARCHAR; M. J. D’A.; GOMES; A. C.


Caracterização morfológica de acessos do gênero Stylosanthes no banco ativo de
germoplasma da Embrapa Cerrados - coleção 1994/1995. In: Boletim de Pesquisa e
Desenvolvimento n. 72. ISSN 1676-918X. Dezembro 2002.

LEWIS GP. Legumes of the Word. Royal Botanic Gardens, Kew , 577p, 2005.
40

MILES, J.W. Evaluation of potential genetic marker traits and estimation of out crossing
rate in Stylosanthes guianensis. Australian Journal of Agricultural Research, v.36, p.259-265,
1985.

NEPPA – NÚCLEO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM PRODUÇÃO ANIMAL DA


UNEB. www.neppa.uneb.br. Publicações: Pastagens para ovinos e caprinos. 2005.

SANTANA. A. dos S.; ROMÃO. R. L.; Resgate, Caracterização Morfométrica e Avaliação


Bromatológica de Acessos de Stylosanthes spp. do Semiárido Baiano. Dissertação de
Mestrado, UEFS, BA, 2010.

SANTOS. C. A. F.; OLIVEIRA. C. A. V.; MENEZES. E. A. Seleção de descritores na


caracterização e avaliação preliminar de germoplasma de guandu. In: Revista Pesquisa
Agropecuária Brasileira. Brasília. v.30. n.7. p. 971-975. Julho de 1995. Publicado em 2011.

STACE, H.M. Breeding system in Stylosanthes. I. Observations of outcrossing in S. scabra at


an alcohol dehydrogenase locus. Australia Journal of Agricultural Research, v.33, p.87-96,
1984.

VIEIRA, E. A.; CHARCHAR, M. J. A; SILVA, M. S.; ANJOS, J. R. N. Virulência de isolados


de Colletotrichum gloeosporioides de populações selvagens de Stylosanthes spp. Pesquisa
Agropecuária Brasileira, v. 42, n. 5, p. 661-667, 2007.
41

CAPÍTULO 2
CARACTERIZAÇÃO CITOGENÉTICA DE ACESSOS DE Stylosanthes spp. (Fabaceae
– Papilionoideae) COLETADOS NO NORDESTE BRASILEIRO
42

CARACTERIZAÇÃO CITOGENÉTICA DE ACESSOS DE Stylosanthes spp. (Fabaceae


– Papilionoideae) COLETADOS NO NORDESTE BRASILEIRO

RESUMO

As espécies do gênero Stylosanthes caracterizam-se por apresentarem, de modo geral, grande


variabilidade, tanto intra como interespecífica. Os estudos referentes a citogenética do gênero
Stylosanthes relatam a existência de diploides, tetraploides e hexaploides em várias espécies. O
presente trabalho objetivou caracterizar citogenticamente 17 acessos de Stylosanthes cedidos
pela Embrapa Cerrados e inicialmente identificados como S. scabra, identificando o número, a
morfologia cromossômica e o padrão de distribuição de heterocromatina. Para isso, ápices de
raízes foram pré-tratadas com 8-hidroxiquinoleína 2 mM e fixados em Carnoy. As raízes foram
digeridas em solução enzimática (celulase/pectinase), sendo o material preparado pela técnica
de esmagamento, e corado com CMA3 seguido de DAPI. Foram observados acessos com 2n=40
(S. scabra) e 2n=20 (S. seabrana) cromossomos, núcleo interfásico do tipo semirreticulado,
cariótipo simétrico com morfologia cromossômica variando de metacêntrica a submetacêntrica
e tamanho cromossômico médio em torno de 2,5 µm com diferenças no comprimento médio
dos cromossomos e no comprimento total do genoma. A análise com dupla coloração
CMA3/DAPI permitiu a visualização de quatro blocos CMA+ nos acessos de S. scabra, sendo
dois blocos CMA+ localizados na região subterminal do braço curto de um par cromossômico
submetacêntrico, e dois blocos localizados na região proximal de outro par metacêntrico, e dois
blocos na região subterminal de um par metacêntrico nos acessos de S. seabrana. Também foi
possível a visualização de bandas DAPI+ e CMA- nos acessos CPAC 1261 e CPAC 5205. Os
blocos CMA+ podem estar relacionados aos loci das regiões organizadoras do nucléolo
(RONs). Em algumas células não foi possível visualizar as bandas de um dos pares devido a
seu tamanho reduzido e à tendência da distensão da região nas metáfases analisadas. A
coloração diferencial de cromossomos, associados a outros marcadores citogenéticos, poderá
auxiliar na caracterização de acessos de coleções de germoplasma, visando apoiar o
melhoramento genético dessa espécie.

Palavras-chave: Diversidade Genética. Bandeamento cromossômico. Fluorocromos.


43

CHARACTERIZATION CYTOGENETICS OF ACCESS Stylosanthes spp. (Fabaceae –


Papilionoideae) COLLECTED IN NORTHEAST BRAZILIAN

ABSTRACT

The species of the genus Stylosanthes characterized by presenting, in general, great variability,
both intra- and interspecific. Studies on cytogenetics of the genus Stylosanthes report the
existence of diploid, tetraploid and hexaploid in several species. This study aimed to
characterize citogenticamente 17 Stylosanthes accessions donated by Embrapa Cerrado and
initially identified as S. scabra, identifying number, chromosome morphology and the
distribution pattern of heterochromatin. Therefore, root apexes were pretreated with 8 -
hidroxiquinoleína 2mM and fixed in Carnoy. The roots were digested in enzyme solution
(cellulase/pectinase), the material prepared by crushing technique, followed CMA3 and stained
with DAPI. Accesses were observed with 2n = 40 (S. scabra) and 2n = 20 (S. seabrana)
chromosomes, interphase nucleus of semirreticulado type, symmetrical karyotype with
chromosome morphology ranging from the submetacêntrica metacentric chromosome and
medium size around 2,5microns with differences in the average length of the chromosomes and
the total length of the genome. The analysis with double staining CMA3 / DAPI enabled
visualization of four CMA+ blocks in S. scabra hits, two CMA+ blocks in subterminal region
of the short arm of a chromosome pair submetacentric, and two blocks located in the proximal
region of another metacentric pair and two blocks in the subterminal region of a metacentric
pair in S. seabrana access. Also viewing DAPI and CMA+ bands in CPAC 1261 and CPAC
5205. The CMA+ blocks access was possible can be related to the loci of the nucleolus
organizer regions (NORs). In some cells was not possible to visualize the bands a couple due
to its small size and the tendency of the distension of the region in the analyzed metaphases.
The differential staining of chromosomes, together with other cytogenetic markers, may assist
in the characterization of accessions of germplasm collections, to support the breeding of this
species.

Keywords: Genetic Diversity, Chromosome banding, Fluorochromes.


44

INTRODUÇÃO

As espécies do gênero Stylosanthes caracterizam-se por apresentar grande variabilidade


tanto intra como interespecífica (VIEIRA et al. 2007), sendo a distinção das espécies baseada
principalmente em características morfológicas (MANNETJE, 1984; COSTA, 2006).
Atualmente uma série de outras técnicas estão sendo utilizadas para auxiliar na taxonomia do
gênero, como, por exemplo, a eletroforese de proteínas de sementes, o polimorfismo de bandas
da reação de cadeia da polimerase (PCR), a análise da variabilidade das regiões do ITS (Internal
Transcribed Spacer Region), entre outras. Citogeneticamente, poucos estudos foram realizados,
sendo relacionados apenas ao número cromossômico, quase não havendo relatos sobre
morfologia ou técnicas de bandeamento com CMA/DAPI (VIEIRA et al. 1993; COSTA, 2006).
Por outro lado, o Brasil possui nove bancos de espécies forrageiras que ficam localizados
em Unidades da Embrapa, no Instituto de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras-UFLA,
e na Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina - Epagri, os quais
possuem um total de 9.956 acessos, sendo que 1.229 são acessos do gênero Stylosanthes e,
desses, apenas 167 estão devidamente identificados (FAO, 2014).
Para dar início às atividades de melhoramento genético com esta leguminosa forrageira
no Nordeste brasileiro, a Embrapa Semiárido (CPATSA) recebeu vários acessos do Banco
Ativo de Germoplasma da Embrapa Cerrados (CPAC), os quais foram coletados entre as
décadas de 70 e 80 e que estão identificados como S. scabra. Porém, dentre esses acessos, há
dúvidas sobre a possível existência da espécie S. seabrana, visto que, quando os mesmos foram
coletados, esta última espécie ainda não tinha sido descrita taxonomicamente (DATE et al.
2010). As duas espécies são morfologicamente muito similares, no entanto, apresentam
diferentes números de cromossomos, já que S. scabra é um alotetraploide com 2n=40 e S.
seabrana é diploide com 2n=20 cromossomos (MAASS e ‘t MENNTJE, 2002).
Segundo Guerra (1988), uma caracterização clara e precisa do cariótipo de uma espécie
é de fundamental importância quando se quer comparar citogeneticamente espécies diferentes,
ou examinar a variação entre indivíduos da mesma espécie.
A citogenética tem sido utilizada na identificação de alterações cromossômicas numéricas
e estruturais, descrição cariotípica de variedades ou cultivares para a inclusão em esquema de
cruzamentos, controle na obtenção de híbridos ou poliploides e no mapeamento físico
cromossômico (PEREIRA, 2010). Nesse caso, o uso de fluorocromos DAPI e CMA3 tem sido
45

muito interessante, pois apresentam especificidade de ligação para a cromatina rica em AT e


GC e, com isso, possibilitam a coloração diferencial permitindo a obtenção de mais um
marcador cromossômico.
No presente trabalho foram realizados estudos citogenéticos com os objetivos de
caracterizar citogeneticamente acessos identificados como S. scabra e verificar a possível
existência da espécie S. seabrana entre esses acessos de S. scabra, identificando o número, a
morfologia cromossômica e o padrão de distribuição de heterocromatina em 17 acessos de
Stylosanthes coletados no semiárido brasileiro.
46

2. MATERIAL E MÉTODOS

Foram estudados 17 acessos (Tabela 1) primariamente identificados como Stylosanthes


scabra, os quais foram coletados no semiárido brasileiro e mantidos no Banco Ativo de
Germoplasma da Embrapa Cerrados (Planaltina-DF). As análises foram conduzidas no
Laboratório de Biotecnologia Vegetal da Embrapa Semiárido (Petrolina-PE) utilizando-se
pontas de raízes obtidas de sementes germinadas em microtubos de 2mL contendo água
destilada.

Tabela 1. Relação dos 17 acessos de Stylosanthes utilizados e ano de coleta.

CPAC ANO DE CPAC ANO DE


COLETA COLETA
397 1979 4963 1997
564 1979 4966 1997
1244 1981 5114 1999
1261 1981 5196 2000
4387 1995 5205 2000
4393 1996 5228 2000
4401 1996 5234 2000
4947 1997 5612 2004
4950 1997

2.1 Caracterização citogenética

Para a realização das análises mitóticas, pontas de raízes foram pré-tratadas com 8-
hidroxiquinoleína (8HQ) 0,002 M, durante 24 horas a 8oC, e fixadas em solução de Carnoy 3:1
(três partes de álcool etílico P.A, para uma parte de ácido acético glacial) com um volume 10
vezes maior que o volume do material a ser fixado.
Na preparação das lâminas, o material vegetal foi lavado por cinco minutos em água
destilada, repetindo-se este processo por duas vezes. Em seguida, foi feita a digestão enzimática
das raízes com uma mistura de 2% celulase e 10% pectinase a 37° por 60 min. Logo após o
material foi colocado em ácido acético para retirada da coifa e macerado, congelando-se a
47

lâmina em nitrogênio líquido visando a retirada da lamínula por congelamento. Por último, as
lâminas foram “envelhecidas” em uma cubeta ou borel por três dias, em temperatura ambiente,
para posterior aplicação dos corantes.
Para a coloração com CMA, em cada lâmina envelhecida foi adicionado uma gota de
CMA (0,5 mg/ml), coberta com uma lamínula e guardada em caixa escura por 1 hora. Depois
foi retirada a lamínula com um jato de água destilada, sendo a lâmina seca rapidamente. Logo
após foi adicionada a lâmina uma gota de DAPI (2µg/ml) por 30 min., retirando-se a lamínula
novamente com um jato de água destilada, novamente seca, e montada em meio McIlvaine
(glicerol/MgCl2). As melhores células foram capturadas através do programa Leica QFish,
acoplada a um microscópio de fluorescência Leica DM 2000.
Para a identificação do número e morfologia cromossômica, pelo menos três metáfases
foram examinadas por indivíduo, das quais as melhores foram utilizadas para as medições
cromossômicas e confecção dos idiogramas. Todas as análises citogenéticas foram realizadas
baseadas em Guerra e Souza (2002). As medições foram realizadas também com o auxílio do
programa Leica QFish sendo medidos cromossomos de metáfases bem espalhadas, calculando-
se: comprimento dos braços curtos (BC); comprimento dos braços longos (BL) e comprimento
total.
Os idiogramas foram organizados em ordem por tamanho decrescente do braço curto. Foi
adotada a nomenclatura cromossômica sugerida por Guerra (1988), onde a posição dos
centrômeros foi definida numericamente calculando a razão entre o braço longo (l) e o braço
curto (c), através da formula: r = l/c, usando os descritores: Metacêntrico (M); Submetacêntrico
(SM); Acrocêntrico (A); Telocêntrico (T). Além disso, foram estimados os seguintes
parâmetros cariológicos: Somatório dos comprimentos cromossômico total (TCL);
Comprimento cromossômico médio (mCL); Razão entre o maior e o menor braço (BL/BC); e
Comprimento relativo (CA/TCL).
48

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 Caracterização citogenética


Dos 17 acessos de germoplasma de Stylosanthes avaliados, três apresentaram cariótipos
com 2n=20 (Figura 1A; Tabela 2) e 14 apresentaram cariótipos com 2n=40 (Figura 1B; Tabela
2). Foram observados cromossomos metacêntricos a submetacêntricos e núcleos interfásicos do
tipo semirreticulado. Esses números cromossômicos mostram a existência de acessos
pertencentes a espécie S. seabrana (2n=20, segundo Date 2010) e S. scabra (2n=40), conforme
relatado nos trabalhos de Cameron (1967) e Liu e Musil (1997).

A B B
Figura 1: Metáfases mitóticas de Stylosanthes seabrana, apresentando número cromossômico 2n=20 no acesso
CPAC 4950(A) e de Stylosanthes scabra, apresentando número cromossômico 2n=40 no acesso CPAC 5234(B);
Barra representa 5 µm.

A análise dos valores da relação entre os braços, o comprimento do complemento


haploide, comprimento médio dos cromossomos e índice de assimetria cariotípica, bem como
a presença de satélites, permitem a identificação e comparação de características em comum
nas espécies.
Em diversas espécies, variações interespecíficas nesses caracteres são importantes pois
fornecem informações substanciais para o estabelecimento das relações entre táxons, com
respeito à organização dos cromossomos (MELO et al. 2001; SOUZA et al. 2003; VIEIRA et
al. 2004; CUCO et al. 2005; SOARES- SCOTT et al. 2005).
No presente trabalho, o comprimento cromossômico médio mostrou variações entre os
acessos diploides (2n=20), sendo a variação entre 1,28 µm no acesso CPAC 4950, a 1,60 µm
no acesso CPAC 4963, enquanto nos acessos tetraploides (2n=40) foi de 1,31 µm no acesso
CPAC 4947, a 2,48 µm no acesso CPAC 564 (Tabela 2).
49

Tendência para o aumento do tamanho cromossômico em poliploides tem sido relatado


em várias espécies, como, por exemplo, na família Velloziaceae (MELO et al. 1997) e
Passifloraceae (MELO et al. 2001). Na literatura não se encontram muitos relatos citogenéticos
relacionados ao comprimento e a morfologia cromossômica do gênero Stylosanthes, com
exceção do trabalho de Vieira et al. (1993) que relataram comprimentos cromossômicos entre
1,5 e 2,7 µm em doze espécies brasileiras de Stylosanthes com 2n=20. Entre esses acessos está
a espécie S. viscosa (possível ancestral de S. scabra) que apresentou comprimento
cromossômico médio variando entre 1,55 µm a 2,60 µm.

Tabela 2. NC= número cromossômico, mCL= comprimento cromossômico médio, FC= fórmula cariotípica,
TCL= comprimento cromossômico haploide total de acessos de Stylosanthes spp., analisados em metáfases
mitóticas. m= metacêntrico; sm= submetacêntrico.

mCL TCL
ACESSOS NC (2n) FC
(µm) (µm)
CPAC 4950 20 1,28 10 m 12,77
CPAC 4963 20 1,60 10 m 16,05
CPAC 4966 20 1,57 10 m 15,68
CPAC 397 40 1,60 18 m + 2 sm 32,02
CPAC 564 40 2,48 17 m + 3 sm 49,67
CPAC 1244 40 2,10 19 m + 1 sm 41,94
CPAC 1261 40 1,68 19 m + 1 sm 33,66
CPAC 4387 40 1,48 16 m + 4 sm 29,60
CPAC 4393 40 1,54 18 m + 2 sm 30,88
CPAC 4401 40 1,45 18 m + 2 sm 28,99
CPAC 4947 40 1,31 17 m + 3 sm 26,27
CPAC 5114 40 1,51 19 m + 1 sm 30,26
CPAC 5196 40 2,26 20 m 45,29
CPAC 5205 40 1,83 19 m + 1 sm 36,56
CPAC 5228 40 1,38 18 m + 2 sm 27,52
CPAC 5234 40 1,66 18 m + 2 sm 33,13
CPAC 5612 40 1,59 17 m + 3 sm 31,74

Da mesma forma, comparando-se o tamanho médio dos cromossomos das duas espécies
de Stylosanthes aqui estudadas com os valores relatados para outros gêneros da mesma tribo
Papilionoideae (Phaseolus, Vigna e Macroptilium), observa-se que os valores do tamanho
médio dos cromossomos destas espécies variam de 1 µm a 3 µm (FORNI-MARTINS, 1989).
Entretanto, outras espécies de Papilionoideae apresentam variações maiores de tamanho
cromossômico, como relatado em Crotalaria lanceolata com valores entre 0,68 e 3,34 µm,
(ANDRADE et al. 2008), e em Cratylia sp., com variação entre 31,61 e 44,38 µm (VARGAS,
2008). Em relação a fórmula cariotípica (FC), entre os acessos diploides, todos apresentaram
cromossomos com morfologia metacêntrica (FC=10m). Dos 14 acessos tetraploides analisados,
13 apresentaram cromossomos metacêntricos e submetacêntricos, sendo um com FC= 16m +
50

4sm, três com FC= 17m + 3sm, cinco com FC= 18m + 2sm, e quatro com FC= 19m + 1sm.
Apenas o acesso CPAC 5196 apresentou FC= 20m (Tabela 2), confirmando haver variabilidade
cariomorfológica na espécie estudada.
A predominância de cromossomos metacêntricos nos acessos das duas espécies indica
uma tendência de manutenção do cariótipo simétrico. Esta tendência à simetria em cariótipos
de membros de Fabaceae foi também observada por Kumari e Bir (1989) em alguns
representantes da subfamília Caesalpinoideae, de acordo com o sistema de classificação
proposto por Stebbins (1971).
O estudo detalhado da assimetria cariotípica em alguns grupos de plantas permite uma
compreensão clara do sentido da evolução cariológica. Nesse caso, os índices de assimetria
cariotípica têm sido extensamente utilizados para inferir mecanismos de evolução
cromossômica em plantas (PASZKO, 2006).
Aumentos na assimetria cariotípica são principalmente decorrentes de translocações
Robertsonianas (forma comum de rearranjo cromossômico), inversões e translocações
desiguais detectáveis através da análise do comportamento meiótico (ROMERO, 1986).
Embora os acessos tenham o mesmo número cromossômico, os mesmos apresentaram
diferenças em relação ao TCL que variou entre 12,77 a 16,05 µm nos acessos diploides com
2n=20, e entre 27,52 a 49,67 µm nos acessos tetraploides com 2n=40 (Tabela 2). Vieira et al.
(1993) encontraram variação entre diploides de 19,48 e 22,89 µm TCL, valores esses próximos
dos mensurados no nosso trabalho.
O comprimento relativo (CR) dos cromossomos, por representar a proporção de cada
cromossomo dentro do comprimento total do lote haploide (CA/TCL), é uma medida
interessante para comparar diferentes acessos e, até mesmo, diferentes espécies.
Na Tabela 3, observa-se que nos três acessos diploides de S. seabrana, não houve variação
significativa entre os tamanhos cromossômicos dos pares de I a X, onde os cromossomos que
apresentaram maior variação foram o cromossomo VIII e o cromossomo IX, cujos valores
variaram entre 6,91%, no acesso CPAC 4950, a 8,90%, no acesso CPAC 4966 para o
cromossomo VIII, e 8,44%, acesso CPAC 4963, a 10,81%, acesso CPAC 4950 para o
cromossomo IX. Vieira et al. (1993) observaram em 12 espécies do gênero Stylosanthes
variação entre 11,15% a 12,16% para o tamanho do cromossomo I e 7,08% a 9,77% para o
tamanho do cromossomo X, demonstrando também haver variação significativa entre esses
acessos diploides.
51

Tabela 3.Comprimentos cromossômicos médios do braço curto (BC), braço longo (BL) e comprimento absoluto (CA),
em µm, e comprimento relativo percentual (CR %) em três acessos de Stylosanthes seabrana, coletados no semiárido brasileiro

ACESSOS
Cromossomos
I II III IV V VI VII VIII IX X
BC 0,88 0,79 0,78 0,77 0,76 0,74 0,70 0,64 0,62 0,56
CPAC
4950

BL 1,06 0,85 1,00 0,87 0,85 0,87 0,82 0,78 0,76 0,78
CA 1,45 1,17 1,35 1,63 1,16 1,18 1,52 0,88 1,38 1,06
CR 11,36% 9,13% 10,54% 12,79% 9,09% 9,20% 11,87% 6,91% 10,81% 8,30%
BC 0,91 0,83 0,80 0,77 0,76 0,74 0,70 0,64 0,61 0,54
CPAC

BL 0,99 0,93 0,91 0,90 0,86 0,93 0,87 0,90 0,75 0,72
4963

CA 1,90 1,76 1,72 1,68 1,62 1,66 1,57 1,54 1,36 1,25
CR 11,86% 10,95% 10,69% 10,44% 10,07% 10,36% 9,78% 9,61% 8,44% 7,79%
BC 0,92 0,83 0,78 0,75 0,73 0,70 0,66 0,64 0,62 0,53
CPAC

BL 0,98 0,93 0,97 0,87 0,82 0,86 0,90 0,76 0,73 0,71
4966

CA 1,90 1,76 1,75 1,62 1,55 1,56 1,56 1,40 1,35 1,24
CR 12,12% 11,21% 11,16% 10,32% 9,89% 9,92% 9,95% 8,90% 8,63% 7,92%

Esses dados podem também ser visualizados no idiograma da Figura 2 e no gráfico da


Figura 3.

Figura 2. Idiogramas do complemento cromossômico haploide do acesso CPAC 4966 de Stylosanthes seabrana com n=10
destacando as bandas CMA+ em amarelo. Barra em 5 μm.

Acessos diploides 2n = 20
14
Comprimento relativo do complemento

12
cromossômico total haplóide (%)

10
8
6
4
2
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

CR % 4950 CR % 4966 CR % 4963

Figura 3 – Gráfico da distribuição do comprimento relativo do complemento cromossômico total haploide


(%) dos cromossomos de acessos de Stylosanthes seabrana, alinhados em função do comprimento
decrescente do braço curto de cada par cromossômico (pares de 1 a 10).
52

Por outro lado, entre os 14 acessos tetraploides de S. scabra (Tabela 4), observou-se maior
variação de comprimento cromossômico relativo, destacando-se o par I, com variação entre
4,51% no acesso CPAC 5196, a 7,02% no acesso CPAC 564, o que representa uma diferença
maior que 50% entre os acessos, sendo esse par cromossômico muito importante para
diferenciação na análise comparativa desses genótipos. Para o par cromossômico XX a variação
foi entre 2,55% no acesso CPAC 5196, a 4,50% no acesso CPAC 4387. Outros cromossomos
também apresentaram variação significativa nos comprimentos relativos, com variações entre
3,70% e 6,09% no par V, e entre 3,49% e 6,25% no par VII, para os acessos CPAC 1244 e
CPAC 564, respectivamente.
Nas Figuras 4 e 5 pode-se observar o idiograma e o gráfico com os tamanhos
cromossômicos dos acessos de S. scabra, ficando evidente a diferença nos tamanhos
cromossômicos dos acessos CPAC 1244 e CPAC 5196 em relação aos outros acessos da mesma
espécie.

Figura 4. Idiogramas do complemento cromossômico haploide do acesso CPAC 4387 de S. scabra Vogel com n=20,
destacando as bandas CMA+ em amarelo. Barra 5 μm.

Acessos tetraploides 2n = 40
8
Comprimento relativo do complemento

7
cromossômico total haplóide (%)

6
5
4
3
2
1
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
CR % 5196 CR % 1244 CR % 564 CR % 397 CR % 4387
CR % 4393 CR % 4401 CR % 4947 CR % 5205 CR % 5228
CR % 5234 CR % 5612 CR%1261 CR%5114

Figura 5 – Gráfico da distribuição do comprimento relativo do complemento cromossômico total haploide (%)
dos cromossomos de acessos de Stylosanthes scabra, alinhados em função do comprimento decrescente do braço
curto de cada par cromossômico (pares de 1 a 20).
53

Tabela 4.Comprimentos cromossômicos médios do braço curto (BC), braço longo (BL) e comprimento absoluto (CA), em µm, e comprimento relativo percentual (CR %) em três acessos de
Stylosanthes scabra Vogel. Coletados no semiárido Brasileiro.
ACESSOS Cromossomos
I II III IV V VI VII VIII IX X XI XII XIII XIV XV XVI XVII XVIII XIX XX
BC 0,94 0,87 0,85 0,83 0,81 0,79 0,77 0,77 0,75 0,74 0,71 0,70 0,68 0,67 0,65 0,62 0,62 0,57 0,51 0,45
CPAC

BL 1,01 0,93 1,00 0,97 1,00 1,05 0,87 0,87 0,86 0,85 0,84 0,85 0,89 0,80 0,87 0,81 0,98 0,79 0,72 0,77
397

CA 1,95 1,80 1,85 1,80 1,81 1,84 1,64 1,64 1,61 1,59 1,56 1,55 1,57 1,47 1,53 1,43 1,60 1,35 1,23 1,22
CR 6,10% 5,61% 5,77% 5,61% 5,64% 5,73% 5,11% 5,11% 5,03% 4,96% 4,86% 4,83% 4,90% 4,58% 4,76% 4,47% 4,99% 4,22% 3,84% 3,81%
BC 1,60 1,38 1,31 1,26 1,23 1,20 1,18 1,12 1,11 1,10 1,06 1,05 0,99 0,98 0,98 0,92 0,90 0,88 0,87 0,68
CPAC

BL 1,89 1,59 1,41 1,50 1,80 1,43 1,93 1,40 1,45 1,18 1,33 1,31 1,10 1,28 1,44 1,11 1,34 1,29 1,06 1,07
564

CA 3,49 2,97 2,73 2,76 3,03 2,63 3,11 2,52 2,56 2,28 2,38 2,36 2,08 2,26 2,42 2,03 2,24 2,17 1,93 1,75
CR
7,02% 5,98 % 5,50 % 5,56 % 6,09 % 5,29 % 6,25 % 5,07 % 5,16 % 4,59 % 4,80 % 4,75 % 4,18 % 4,54 % 4,87 % 4,08 % 4,50 % 4,37 % 3,89 % 3,51 %
BC 1,17 1,11 1,08 1,06 1,04 1,04 1,02 0,99 0,96 0,94 0,93 0,92 0,90 0,86 0,83 0,78 0,77 0,75 0,68 0,68
CPAC
1244

BL 1,61 1,50 1,31 1,28 1,16 1,44 1,08 1,28 1,19 1,08 1,26 1,08 1,06 1,13 0,93 0,99 1,06 0,92 1,22 0,88
CA 2,78 2,61 2,39 2,34 2,21 2,48 2,10 2,26 2,14 2,03 2,19 2,00 1,96 1,99 1,75 1,77 1,83 1,66 1,90 1,56
CR 4,57 % 4,40 % 4,02 % 3,92 % 3,70 % 4,17 % 3,49 % 3,80 % 3,59 % 3,36 % 3,67 % 3,31 % 3,23 % 3,28 % 2,94 % 2,96 % 3,04 % 2,77 % 3,11 % 2,55 %
BC 0,98 0,96 0,93 0,89 0,86 0,84 0,83 0,81 0,80 0,79 0,77 0,75 0,73 0,72 0,71 0,70 0,67 0,64 0,60 0,52
CPAC

BL 0,98 1,06 0,99 0,92 1,03 0,97 1,03 0,88 0,92 0,82 0,82 0,82 0,98 0,90 0,88 0,82 0,89 0,88 0,84 0,81
1261

CA 1,96 2,02 1,92 1,81 1,89 1,81 1,85 1,69 1,72 1,61 1,58 1,56 1,70 1,61 1,59 1,52 1,56 1,52 1,44 1,33
CR 5,83% 6,00% 5,70% 5,38% 5,61% 5,37% 5,50% 5,01% 5,10% 4,78% 4,70% 4,63% 5,06% 4,78% 4,72% 4,50% 4,62% 4,52% 4,26% 3,94%
BC 0,86 0,78 0,76 0,74 0,70 0,69 0,68 0,67 0,66 0,64 0,63 0,62 0,59 0,58 0,56 0,54 0,51 0,49 0,46 0,43
CPAC

BL 0,97 0,90 0,85 0,87 0,84 0,95 0,80 0,93 0,91 0,80 0,90 0,86 0,81 0,85 0,74 0,81 0,78 0,74 0,81 0,91
4387

CA 1,83 1,68 1,60 1,61 1,55 1,64 1,48 1,60 1,57 1,45 1,53 1,48 1,40 1,42 1,30 1,35 1,30 1,23 1,27 1,33
CR 6,17% 5,68% 5,40% 5,44% 5,22% 5,54% 5,01% 5,41% 5,30% 4,88% 5,16% 5,00% 4,71% 4,81% 4,39% 4,57% 4,37% 4,14% 4,29% 4,50%
BC 0,90 0,83 0,81 0,79 0,77 0,75 0,74 0,71 0,71 0,70 0,68 0,67 0,64 0,63 0,62 0,59 0,58 0,55 0,52 0,48
CPAC

BL 1,20 0,91 0,86 0,89 0,88 0,79 0,81 0,84 0,88 0,97 0,87 0,90 0,76 0,86 0,85 0,85 0,71 0,76 0,78 0,90
4393

CA 2,09 1,73 1,66 1,68 1,65 1,54 1,55 1,55 1,59 1,67 1,55 1,57 1,40 1,48 1,47 1,44 1,29 1,31 1,29 1,38
CR 6,78% 5,61% 5,38% 5,43% 5,33% 4,98% 5,01% 5,03% 5,13% 5,39% 5,02% 5,09% 4,54% 4,80% 4,76% 4,66% 4,17% 4,23% 4,19% 4,47%
BC 0,82 0,77 0,76 0,75 0,73 0,71 0,69 0,68 0,67 0,66 0,65 0,65 0,64 0,61 0,59 0,57 0,55 0,51 0,48 0,44
CPAC

BL 0,89 0,86 0,84 0,86 0,86 0,80 0,80 0,76 0,80 0,87 0,76 0,86 0,82 0,77 0,74 0,82 0,69 0,75 0,78 0,76
4401

CA 1,70 1,64 1,60 1,61 1,59 1,51 1,49 1,44 1,46 1,53 1,41 1,51 1,46 1,38 1,34 1,38 1,24 1,27 1,26 1,20
CR 5,86% 5,64% 5,51% 5,55% 5,48% 5,22% 5,14% 4,95% 5,04% 5,26% 4,86% 5,21% 5,02% 4,76% 4,61% 4,77% 4,29% 4,36% 4,34% 4,13%
BC 0,84 0,77 0,73 0,71 0,67 0,65 0,63 0,61 0,61 0,59 0,58 0,56 0,56 0,54 0,52 0,51 0,47 0,45 0,42 0,39
CPAC

BL 0,89 0,84 0,82 0,79 0,78 0,76 0,76 0,72 0,72 0,72 0,68 0,70 0,69 0,70 0,65 0,60 0,62 0,75 0,65 0,67
4947

CA 1,72 1,61 1,56 1,50 1,44 1,41 1,39 1,33 1,33 1,31 1,25 1,26 1,25 1,23 1,17 1,10 1,09 1,20 1,07 1,06
CR 6,56% 6,11% 5,92% 5,71% 5,49% 5,37% 5,28% 5,07% 5,05% 4,97% 4,77% 4,81% 4,76% 4,68% 4,45% 4,20% 4,14% 4,56% 4,08% 4,02%
BC 0,87 0,84 0,81 0,80 0,78 0,76 0,74 0,73 0,71 0,69 0,66 0,65 0,64 0,62 0,61 0,59 0,58 0,56 0,52 0,51
CPAC

BL 0,88 0,84 0,90 0,81 0,85 0,91 0,85 0,84 0,92 0,90 0,91 0,84 0,73 0,80 0,78 0,79 0,83 0,68 0,77 0,79
5114

CA 1,74 1,68 1,71 1,61 1,64 1,67 1,59 1,57 1,63 1,59 1,57 1,49 1,36 1,42 1,39 1,39 1,41 1,23 1,30 1,30
CR 5,76% 5,54% 5,65% 5,32% 5,40% 5,53% 5,24% 5,18% 5,38% 5,25% 5,18% 4,92% 4,50% 4,70% 4,59% 4,58% 4,66% 4,06% 4,28% 4,29%
BC 1,35 1,24 1,19 1,18 1,11 1,07 1,06 1,05 1,05 1,04 1,02 0,96 0,95 0,95 0,93 0,88 0,84 0,84 0,79 0,66
CPAC

BL 1,63 1,31 1,51 1,33 1,39 1,29 1,36 1,22 1,30 1,22 1,43 1,08 1,32 1,14 1,28 1,13 1,09 1,15 1,04 0,97
5196

CA 2,98 2,55 2,71 2,51 2,50 2,36 2,42 2,27 2,35 2,26 2,44 2,03 2,27 2,09 2,20 2,01 1,93 1,98 1,82 1,63
CR 4,51 % 3,80 % 4,05 % 3,71 % 3,80 % 3,47 % 3,57 % 3,35 % 3,59 % 3,39 % 3,73 % 3,07 % 3,41 % 3,03 % 3,25 % 2,92 % 2,96 % 3,13 % 2,79 % 2,52 %

53
54

Continuação tabela 4.

ACESSOS Cromossomos
I II III IV V VI VII VIII IX X XI XII XIII XIV XV XVI XVII XVIII XIX XX
BC 1,13 1,02 1,00 0,96 0,94 0,92 0,90 0,87 0,85 0,83 0,82 0,79 0,78 0,77 0,75 0,73 0,71 0,67 0,64 0,61
CPAC
5205

BL 1,17 1,09 1,12 1,08 1,01 1,06 1,09 1,01 0,98 0,93 1,03 0,89 0,99 0,94 0,94 0,95 0,97 0,79 0,99 0,89
CA 2,30 2,11 2,12 2,05 1,95 1,97 1,99 1,88 1,83 1,76 1,84 1,68 1,77 1,71 1,68 1,68 1,68 1,45 1,63 1,50
CR 6,30% 5,78% 5,79% 5,59% 5,32% 5,39% 5,43% 5,14% 5,01% 4,82% 5,03% 4,60% 4,83% 4,68% 4,59% 4,59% 4,595 3,97% 4,44% 4,10%
BC 0,89 0,76 0,73 0,71 0,70 0,69 0,67 0,65 0,63 0,61 0,60 0,60 0,58 0,56 0,56 0,54 0,52 0,49 0,46 0,39
CPAC
5228

BL 0,99 0,96 0,80 0,78 0,78 0,78 0,73 0,67 0,77 0,69 0,72 0,75 0,85 0,66 0,70 0,70 0,69 0,71 0,80 0,68
CA 1,88 1,72 1,53 1,50 1,48 1,47 1,40 1,33 1,40 1,30 1,32 1,35 1,43 1,22 1,26 1,24 1,21 1,20 1,26 1,07
CR 6,82% 6,24% 5,56% 5,43% 5,38% 5,32% 5,10% 4,81% 5,08% 4,73% 4,79% 4,895 5,195 4,415 4,57% 4,51% 4,38% 4,35% 4,57% 3,88%
BC 0,97 0,90 0,88 0,85 0,83 0,81 0,81 0,79 0,77 0,77 0,75 0,73 0,72 0,70 0,68 0,65 0,65 0,62 0,60 0,50
CPAC
5234

BL 1,05 1,03 0,93 0,92 0,99 0,88 0,91 0,89 1,02 0,91 0,92 0,87 0,82 0,87 0,78 0,76 0,89 0,91 0,97 0,87
CA 2,02 1,94 1,80 1,77 1,82 1,69 1,71 1,68 1,80 1,68 1,67 1,61 1,54 1,57 1,46 1,42 1,53 1,53 1,56 1,37
CR 6,09% 5,84% 5,43% 5,33% 5,49% 5,10% 5,17% 5,08% 5,42% 5,06% 5,04% 4,84% 4,64% 4,72% 4,40% 4,27% 4,62% 4,61% 4,725 4,12%
BC 0,90 0,84 0,83 0,82 0,79 0,79 0,78 0,76 0,75 0,74 0,73 0,72 0,70 0,68 0,66 0,64 0,63 0,61 0,57 0,52
CPAC
5612

BL 0,92 0,90 0,90 0,90 0,92 0,84 0,84 0,87 0,90 0,81 0,93 0,89 0,78 0,88 0,74 0,71 0,82 0,93 0,95 0,87
CA 1,82 1,75 1,72 1,72 1,72 1,63 1,62 1,63 1,65 1,55 1,66 1,61 1,48 1,55 1,41 1,35 1,45 1,54 1,52 1,39
CR 5,73% 5,50% 5,43% 5,41% 5,40% 5,13% 5,10% 5,13% 5,20% 4,88% 5,22% 5,06% 4,65% 4,89% 4,43% 4,25% 4,58% 4,86% 4,77% 4,37%

54
55

A análise com a dupla coloração CMA3/DAPI permitiu a visualização de dois blocos


+
CMA na região terminal de um par metacêntrico nos acessos diploides (Figuras 6A, B, C, D,
E, F) e Figura 2, e de quatro blocos CMA+ nos acessos tetraploides, sendo dois blocos CMA+
localizados na região subterminal de um par cromossômico submetacêntrico, e dois blocos
localizados na região proximal de outro par metacêntrico (Figuras 7A, B, C, D, E, F) e Figura
4.

A D

B E

C F

Figura 6. Metáfases com 2n=20 com dupla coloração CMA3/DAPI em Stylosanthes seabrana. Setas indicam a localização em
dois blocos CMA+ nas regiões terminais dos cromossomos homólogos no acesso CPAC 4950, foto em (A) DAPI, em (B) CMA,
em (C) sobreposto, e acesso CPAC 4963, foto em (D) DAPI, em (E) CMA, em (F) sobreposto. Barra em C e F = 5 µm.

Vieira et al. (1993) também relataram a existência de constrição secundária no menor par
cromossômico de algumas espécies diploides, o que corrobora com a existência dos blocos
CMA+ observados na região terminal do último par cromossômico metacêntrico dos citótipos
diploides do nosso trabalho. Nos citotipos tetraploides, foram observados blocos CMA+
56

proximais no par cromossômico 16 e subterminais no par cromossômico 18.

A D

B E

C F

Figura 7. Metáfases com 2n=40 com dupla coloração CMA3/DAPI em Stylosanthes scabra. Setas indicam a localização de
quatro blocos CMA+ nas regiões subterminal e proximal dos cromossomos homólogos no acesso CPAC 4387, foto em (A)
DAPI, em (B) CMA, em (C) sobreposição e no acesso CPAC 4394, foto em (D) DAPI, em (E) CMA, em (F) sobreposição.
Barra em C e F = 5 µm.

Esses blocos CMA+ são relatados pela primeira vez para as espécies e podem estar
relacionados aos loci das regiões organizadoras do nucléolo (RONs). Em algumas células não
foi possível visualizar as bandas de um dos pares devido a seu tamanho reduzido e à tendência
da distensão da região nas metáfases analisadas.
Também foi possível a visualização de bandas DAPI+ e CMA- nos acessos CPAC 1261
e CPAC 5205 (Figura 8).
57

A B

Figura 8. Metáfases com 2n=40 com dupla coloração CMA3/DAPI em Stylosanthes scabra, setas indicam a
localização de dois blocos DAPI + nos cromossomos homólogos do acesso CPAC 5205, foto em (A) DAPI, em
(B) CMA, Barra em B = 5 µm
58

4. CONCLUSÕES

1. A análise citogenética cromossômica numérica permite diferenciar


acessos de S. seabrana dos acessos fornecidos como S. scabra.
2. A avaliação cromossômica morfológica comparativa fornece subsídios
para uma melhor diferenciação entre acessos de Stylosanthes.
3. A coloração cromossômica com fluorocromos mostra a existência de
diferentes regiões heterocromáticas entre os acessos.
59

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANDRADE. D. A. V. de, ORTOLANI. F. A., MORO. J. R., MORO. F. V., Aspectos


morfológicos de frutos e sementes e caracterização citogenética de Crotalaria lanceolata E.
Mey. (Papilionoideae - Fabaceae), Revista Acta botânica brasileira, n. 22(3): p. 621-625.
2008.

CAMERON, D.F. Chromosome number and morphology of some introduced Stylosanthes


species. Aust. J. Agric. Res, 18 : 375-379. 1967.

COSTA, N.M. de S. Revisão do gênero Stylosanthes Sw. UNIVERSIDADE TÉCNICA DE


LISBOA-INSTITUTO SUPERIOR DE AGRONOMIA, Dissertação de Doutorado, Lisboa-PT,
2006.

CUCO S.M., Vieira M.L.C., MONDIN M., Aguiar-Perecin M.L.R. Comparative karyotype
analysis of three Passiflora L. species and cytogenetic characterization of somatic hybrids.
Caryologia, 58, 220–228. 2005.

DATE, R.A., JANSEN, P.I., MESSER, B. and EAGLES, D.A. — Morphological variation
and classification of field-grown Stylosanthes seabrana and S. scabra. Tropical
Grasslands,44, in press. 2010

FAO. Bancos de germoplasma, disponível em: https://www.fao.org.br/quemsomos.asp.


Acesso em Mar/2014

FORNI-MARTINS, E. R. Cariótipo e sua análise numérica como subsídio a estudos


taxonômicos e evolutivos de Phaseolus L., Vigna Savi e Macroptilium (Bentham) Urban –
Leguminosae, Papilionoideae. 146 p. Tese (Doutorado em Ciências) – Universidade de
Campinas, Campinas. 1989.

GUERRA. M. dos S. Introdução a Citogenética Geral. Guanabara: Rio de Janeiro. 142


p..ISBN-85-277-0065-4. 1988.

GUERRA. M dos S.; SOUZA. M. J. Como Observar os Cromossomos: Um Guia de


Técnicas em Citogenética Vegetal. Animal e Humana. In: Guerra M.. Souza M. J. (eds.)
Como analisar os cromossomos mitóticos. FUNPEC. São Paulo. pp.23-38. 2002

KUMARI, S.; BIR, S.S. Karyomorphological evolution in Caesalpiniaceae. Journal of


Cytology & Genetics, Russian, n.24, p.149-163, 1989.

LIU. C. J., MUSIAL. J. M., Stylosanthes sp. aft. S. scabra: a putative diploid progenitor of
Stylosanthes scabra (Fabaceae), Plant Systematics and Evolution. 208: 99-105, 1997.

MAASS, B.L.;’t MENNTJE L. Stylosanthes seabrana (Leguminosae: Papilionoideae), a New


Species from Bahia, Brazil. Novon, 12(4): 497-500, 2002.

MANNETJE, Leendert ‘t. Stylosanthes seabrana, disponível em:


http://www.fao.org/ag/AGP/AGPC/doc/Gbase/Data/pf000496.HTM, acesso em: 13/11/2012.
60

MELO, N. F. ou DE MELO, N.F. ; GUERRA, M ; ISEPPON, A. M. B. ; MENEZES, N. L.


de .Cytogenetics and cytotaxonomy of Velloziaceae. Plant Systematics and Evolution , Viena,
v. 204, n.3-4, p. 257-273, 1997.

MELO, N. F.; CERVI, A. C.; GUERRA, M. Karyology and cytotaxonomy of the genus
Passiflora L. (Passifloraceae). Plant Systematics and Evolution, Viena, v. 226, n.1-2, p. 69-84,
2001.

PASZKO, B.A. Critical and a new proposal of karyotype asymmetry indices. Plant
Systematics and Evolution, Wien, v.258, p.39-48, 2006.

PEREIRA, T. N. S. Germoplasma: conservação, manejo e uso no melhoramento de plantas.


1ª edição. Viçosa, MG: editora Arca. 250p. 2010.

ROMERO Z. C. A new method for estimating karyotype Taxonotry. Táxon, Bureau, n.35,
p.526-530. 1986.

SOARES-SCOTT. M. D., MELETTI L.M., BERNACCI. L.C., Passos I.R.S. Citogenética


clássica e molecular em passifloras. In: Faleiro F.G., Junqueira N.T.V., Braga M.F. (Eds),
Maracujá: Germoplasma e Melhoramento Gene ´tico. Embrapa Cerrados, Planaltina, Brazil, pp
213–240. 2005.

SOUZA. M.M., PEREIRA. T.N.S., Silva L.C., Reis D.S.S., Sudre´ C.P. Karyotype of six
Passiflora species in the State of Rio de Janeiro. Cytologia, 68, 165–171. 2003

STEBBINS, G.L. Chromosomal evolution in higher plants. London: Edward Arnold. 216p.
1971.

VARGAS, S. M., Citogenética de acessos de Cratylia sp. (FABACEAE –


PAPILIONOIDEAE). Dissertação. Lavras: UFLA, 48 p.: il. 2005.

VIEIRA, M.L.C.; AGUIAR-PERECIN, M L.R. & MARTINS, P.S. Cytotaxonomic study in


twelve Brazilian taxa Stylosanthes Sw., Leguminosae. Cytologia, 58: 305-311. 1993.

VIEIRA M.L.C., Barbosa L.V., Mayeda L.Y. Citogenética dos Maracujazeiros. In: Lima
A.A., Cunha M.A.P. (Eds). Maracujá: Produção e Qualidade na Passicultura. Embrapa
Mandioca e Fruticultura Tropical, Cruz das Almas, Brazil, pp 47–65. 2004.

VIEIRA, E. A.; CHARCHAR, M. J. A; SILVA, M. S.; ANJOS, J. R. N. Virulência de isolados


de Colletotrichum gloeosporioides de populações selvagens de Stylosanthes spp. Pesquisa
Agropecuária Brasileira, v. 42, n. 5, p. 661-667, 2007.

Você também pode gostar