BIOESTATISTICA

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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Tema:
Influência da Língua local como auxílio na leitura e escrita no ensino primário,
caso Escola primária de Mutepua-distrito de Namarrói no ano 2019-2021

Nome de estudante: Marquizinho Filipe Gulamussene


Código: 708203897

Curso: Licenciatura em Ensino de Biologia


Cadeira: Bioestatística
Docente: Fahardine Abu
Ano de frequência: 4º Ano

Gurué, Abril de 2023


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máxima
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 Capa 0.5
 Índice 0.5
Aspectos  Introdução 0.5
Estrutura
organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
 Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
 Metodologia
adequada ao 2.0
objecto do trabalho
 Articulação e
domínio do
discurso
académico 2.0
Conteúdo (expressão escrita
cuidada, coerência
/ coesão textual)
Análise e
 Revisão
discussão
bibliográfica
nacional e
2.
internacionais
relevantes na área
de estudo
 Exploração dos
2.0
dados
 Contributos
Conclusão  Teóricos 2.0
 Práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA 6ª  Rigor e coerência
Referências edição em das
4.0
Bibliográficas citações e citações/referêcias
bibliografia bibliográficas
Recomendações de melhorias

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Índice
1. Introdução ............................................................................................................................. 5
1.1. Delimitação do tema...................................................................................................... 6
1.2. Justificativa ................................................................................................................... 6
1.3. Problematização ............................................................................................................ 7
2. Capitulo II: Fundamentação Teórica ..................................................................................... 8
2.1. Conceito de Educação ................................................................................................... 8
2.2. Escola ............................................................................................................................ 8
2.3. Professor ........................................................................................................................ 8
2.4. Linguagem..................................................................................................................... 8
2.5. Língua ........................................................................................................................... 8
2.6. Língua Materna (L1) ..................................................................................................... 9
2.7. Língua Segunda (L2)..................................................................................................... 9
2.8. Benefícios do uso da LM no Processo de ensino e Aprendizagem ............................... 9
2.9. Influência da Língua Materna na aprendizagem do aluno .......................................... 10
2.10. Origem das Línguas Moçambicanas no Currículo do Ensino Básico ..................... 11
2.11. Características do ensino da língua Materna no PEA ............................................. 13
3. Capitulo III: Metodologias do Trabalho .............................................................................. 14
3.1. Metodologia ................................................................................................................ 14
3.2. Tipos de pesquisa quanto a abordagem ........................................................................... 14
3.3. Quanto aos objectos ........................................................................................................ 14
3.4. Quanto aos procedimentos .............................................................................................. 14
3.5. Técnicas de Colecta de Dados ..................................................................................... 15
3.5.1. Entrevista............................................................................................................. 15
3.5.2. Observação .......................................................................................................... 15
3.6. Universo e Amostra ......................................................................................................... 16
3.7. Amostra ....................................................................................................................... 16
4. Cronograma ......................................................................................................................... 17
5. Orçamento ........................................................................................................................... 18
6. Referência bibliográfica ...................................................................................................... 19
1. Introdução

O presente trabalho apresenta, como tema: “Influência da Língua local como


auxílio na leitura e escrita no ensino primário, caso Escola primária de Mutepua-Distrito
de Namarroi no ano 2019-2021, concretamente aos alunos da 5ª classe. Entretanto,
pretende-se com este trabalho, analisar o uso da língua local como auxílio no processo
de ensino e Aprendizagem na língua portuguesa no ensino primário da escola primária
de Mutepua.

Pois se reconhece que a educação é um processo pelo qual a sociedade prepara


os seus membros profissionais para garantir a sua continuidade do bom funcionamento
de trabalho e o seu desenvolvimento profissional. Trata-se de um processo dinâmico
que busca, continuamente, as melhores estratégias para responder aos novos desafios da
continuidade, transformação e o desenvolvimento que a sociedade impõe.

A língua portuguesa em Namarrói, é usada numa sociedade caracterizada por


uma forte estratificação linguística. Ou seja, ela partilha o mesmo espaço sociológico e
linguístico com outros idiomas geneticamente distintos, entre eles (Elomué), o que a
torna um distrito monolingue. Por isso, esta situação sociolinguística coloca um sério
desafio ao ensino em geral, e ao ensino da língua portuguesa em particular. Desafios
estes relacionados com a competência linguística e comunicativa dos alunos, que por
sua vez, notamos no período de escolaridade do ensino primário, os alunos apresentam
dificuldades na oralidade e escrita em língua portuguesa, factor que influencia
significativamente no seu insucesso escolar.

Perante a diversidade linguística e complexidade comunicativa, presente na sala


de aula, o professor, sente necessidade de raciocinar, prever, imaginar e tomar decisões
mais acertadas, para que sua acção alcance os objectivos esperados.

Sob o ponto de vista organizacional, este trabalho apresenta três capítulos: No


primeiro a introdução na qual apresentamos uma contextualização geral do trabalho,
assim como a delimitação do tema, a justificativa, a problematização, as hipóteses e os
objectivos que norteiam este estudo; No segundo, tratamos sobre a fundamentação
teórica e no terceiro capítulo, aborda sobre as metodologias, onde, destacamos o tipo de
pesquisa, método de abordagem, técnica e instrumento de recolha.de dados, e definimos
a amostra que permitiu a materialização do objectivo pré-definido, a cronograma de
actividades, orçamento e a referência bibliográfica.
1.1.Delimitação do tema

O presente trabalho, aborda sobre um estudo intitulado: “Influência da Língua


local como auxílio na leitura e escrita no ensino primário, caso Escola primária de
Mutepua no ano 2019-2021, concretamente 5ª classe.

Do ponto de vista espacial o projecto de pesquisa será desenvolvido no distrito


de Namarroi, província da Zambézia, em particular na localidade de Muémué,
concretamente na Escola Primária Mutepua

1.2.Justificativa

Em Moçambique, o ensino é ministrado na língua oficial portuguesa, desde a


escrita, tanto como a oralidade, de acordo com a delimitação do trabalho em estudo, a
escola está inserida numa comunidade suburbana. Desde o seu primeiro ano de
funcionamento, a escola é frequentada por alunos que residem na localidade de
Muémué, em que numa primeira fase a L1 (Primeira língua) não é a língua portuguesa,
os alunos comunicam-se em línguas nacionais (Elomé) no seu quotidiano. Muitos
alunos, têm o português como L2 (Segunda Língua), que só é usada na escola, no
processo de ensino e aprendizagem, factor este que leva, os alunos a apresentarem
dificuldades na percepção da matéria, influenciando assim no fraco aproveitamento por
parte deles.

Entende-se que as comunidades suburbanas são constituídas por diversos


grupos etnolinguísticos, heterogéneos, assim sendo, as línguas nacionais, servem como
recurso para a compreensão de certos conteúdos ou para ultrapassagem, de alguns
impasses cognitivos que forem difíceis de solucionar/entender na língua oficial.

Portanto, o que me motivou para a escolha deste tema, foi a intenção de


fazermos um estudo aprofundado sobre o impacto do uso da língua materna como
auxílio no processo de ensino e aprendizagem em língua portuguesa, visto que muitos
alunos apresentam dificuldades na compreensão da matéria ministrada e LP, factor que
resulta no fraco aproveitamento pedagógico dos alunos na EPC de Mutepua.

A abordagem do tema e a área sobre o qual o estudo incide, baseia-se no


resultado de uma reflexão vivida durante o período de leccionação em que verifiquei a
falta de percepção da matéria ministrada em língua portuguesa por parte dos alunos.
É de realçar ainda, que a razão pela qual me levou a abordar este tema, foi
pelo facto de constatar que muitas vezes os professores não têm a consciência de que
para cumprirem com os seus objectivos de transmitir a matéria aos alunos, têm antes de
mais conhecer a língua materna do aluno, para recorrer a mesma, caso não haja
percepção em língua portuguesa.

1.3.Problematização

Este trabalho tem como principal problema a fraca percepção/assimilação da


matéria por parte dos alunos no decorrer do processo de Ensino e aprendizagem em
língua Portuguesa. A partir do estudo feito durante a leccionação, na Escola Primária de
Mutepua, identificaram dificuldades na percepção da matéria por parte dos alunos e, por
sua vez, os professores encarram dificuldades no seu trabalho e no alcance dos
objectivos por si elaborados, factor este que causa fraco aproveitamento escolar nos
alunos (insucesso escolar).

Partindo deste pressuposto, a pergunta de partida constitui-se o fio condutor de


qualquer investigação. Neste sentido, desenvolvemos está monografia com o objectivo
de respondermos a seguinte questão: De que forma o professor se auxilia das línguas
maternas para melhor compreensão da matéria por parte dos seus alunos, nas aulas
ministradas em língua portuguesa?

1.4.Objectivos
1.4.1. Objectivo Geral
 Analisar o uso da língua local como auxílio no processo de ensino e
aprendizagem em Língua Portuguesa na Escola Primária de Mutepua.
1.4.2. Objectivos Específico
 Identificar as causas da fraca percepção da matéria por parte dos alunos
nas aulas ministradas em língua portuguesa no Processo de Ensino
Aprendizagem na Escola Primária de Mutepua;
 Descrever as características sociolinguísticas dos alunos e dos
professores;
 Explicar a pertinência do uso da Língua Materna no processo de ensino e
aprendizagem em língua portuguesa, face ao desempenho dos alunos.
2. Capitulo II: Fundamentação Teórica

Neste capítulo abordar-se-ão os fundamentos teóricos para dar sustento ao


trabalho, cujo tema é:“O uso língua materna como auxílio no processo de ensino e de
aprendizagem em Língua Portuguesa, face ao desempenho escolar dos alunos”.

2.1.Conceito de Educação

Segundo Libâneo (2012), afirma que “é um processo de desenvolvimento


unilateral da personalidade envolvendo a formação de qualidades humanas físicas,
morais, intelectuais e estéticas tendo em vista a orientação da actividade humana na sua
relação com o meio social, num determinado contexto de relações sociais”.

2.2.Escola

De acordo com (Libâneo, 2012), afirma que “a escola é um espaço de


reprodução de estruturas sociais e de transferência de capitais de uma geração para
outra, é nela que o legado económico da família se transforma em capital cultural”.

2.3.Professor

Para Antunes (2001: p.253), afirma que “o professor é alguém que ajuda os seus
alunos a encontrar, organizar e gerir o seu saber; alguém que continua a ser um
aprendiz, um questionador incansável que nunca toma uma opinião ou perspectiva como
última e absoluta”.

2.4.Linguagem

Para Gallisson e Coste (1983, p.445), afirma que “Linguagem é meio de


comunicação utilizado por uma comunidade humana ou animal para transmitir
mensagen”.

2.5.Língua

Na perspectiva de Gonçalves e Stroud (2000), afirma que “Língua é um sistema


organizado de sons vocais de que nos servimos para expressar ideias e comunicar com
os falantes conhecedores do mesmo código”.
2.6.Língua Materna (L1)

Os estudiosos Gonçalves e Stroud (2000: ibid), definem a L1 como sendo


“a primeira língua que a criança aprende no meio familiar de lugar de origem paterna”.

Entretanto, Gallisson (1985: op.cit) afirma que “a L1 é o primeiro


instrumento de comunicação desde há mais tenra idade e a utilizada no país de origem
do sujeito falante”.

2.7.Língua Segunda (L2)

Ainda na perspectiva de Gonçalves e Stroud (2000: ibid), enfatiza que “L2 é a


língua não materna que o indivíduo aprende após a primeira língua e que exerce uma
influência relevante no falante.”

2.8.Benefícios do uso da LM no Processo de ensino e Aprendizagem

O uso da LM em sala de aula é considerado por muitos estudiosos como


benéfico para a aprendizagem de LP.

Autores como Auerbach (1993) e Harbord (1992) acreditam que o uso da LM


facilita a aprendizagem de LE e, por isso, defendem o uso da LM em sala de aula de
língua portuguesa.

Auerbach (1993, apud Rodrigues, 2012, p.90) afirma que “o uso da LM pode
reduzir as barreiras afectivas e aliviar o choque cultural e, consequentemente, contribuir
para a aquisição de LP”.

A LM também ajuda a superar as dificuldades da aprendizagem de vocabulário e


estruturas e tornaria os alunos mais confiantes. Além disso, permitir a exploração de
ideias na LM melhora a escrita dos alunos.

Segundo Harbord (1992, apud Rodrigues, 2012, p.90) através da LM, nós
aprenderemos a pensar, a comunicar e podemos adquirir também o conhecimento
intuitivo da gramática universal.

Colaborando com esta ideia, Deller (2003, apud Rodrigues 2012, p.90) afirma
que a LM deveria ser usada como um recurso para notar diferenças e similaridades entre
as duas línguas; para encorajar espontaneidade e fluência, para ter um efeito benéfico
sobre as dinâmicas de grupo e receber um retorno significativo dos alunos.
Segundo Duff (1989, apud Rodrigues, p.90) argumenta que a tradução ajuda a
melhor compreender a influência de uma língua sobre a outra.

O incentivo ao uso da LM durante as aulas de LP também tem sido preconizado


por razões mais pragmáticas, como a economia de tempo.

2.9. Influência da Língua Materna na aprendizagem do aluno

Um indivíduo nos primeiros meses de vida é capaz de construir um conjunto de


informações acerca do mundo externo pois a maior parte dos seus sentidos funciona a
partir do nascimento.

Segundo Ferrari (2011 p.114), afirma que “recém-nascido consegue segmentar


os sons de qualquer língua nas unidades básicas dessa língua, tornando-se rapidamente
apto para todas as línguas, contudo, permanece limitado aos sons da comunidade
linguística em que vive”.

Ao aprender a capacidade de responder a qualquer linguagem, a criança vai


ganhando, em troca uma crescente aptidão para diferenciar os sons e as cadeias sonoras
da língua que ouve no dia-a-dia, terminando a primeira infância, com a aquisição da
linguagem, cerca dos dez anos de idade.

Segundo Hardbord (1992, apud Rodrigues,p.90), afirma que “uso da língua


materna em sala de aula de língua portuguesa é uma das estratégias preferidas pelos
alunos. Ele explica que no momento em que tiver oportunidade, o aluno ira traduzir
algo, mesmo que o professor não o encoraje a isso”.

Segundo Atkinson (2003), afirma que “um outro papel da LM é permitir que os
alunos digam aquilo que realmente querem dizer para que, posteriormente, o professor
possa ajuda-los a achar o meio adequado de dizer o mesmo na língua alvo”.

Entretanto à luz dos pressupostos acima citados, podemos concluir que a


interacção entre a criança e os pais possibilita o desenvolvimento de uma primeira
linguagem, com bases sócio afectivas, muito eficazes no acto de comunicação, e
posteriormente as formulações de frases em língua materna já existentes na estrutura
cognitiva da criança, são importantes porque dão à criança, a oportunidade de comparar
uma estrutura no seu repertório linguístico, com outras sintacticamente novas.
Portanto, estudos sobre a aquisição da linguagem mostram que o ambiente
linguístico da criança, geralmente a experiência de ouvir uma língua falada é suficiente,
para levar a criança a falar essa língua.

Os pais nem sempre se apercebem do papel fundamental que desempenham


como professores da língua; contudo, são eles que proporcionam os modelos adequados
à progressiva aquisição da linguagem dos filhos. Todas as línguas naturais do homem
apresentam características que dependem da cultura, hábitos e costumes de cada País.

Deste modo, a língua materna é considerada um importante factor de entidade


nacional e cultural.

Neste caso em Moçambique, temos como língua oficial a Língua Portuguesa,


por termos sido colonizados pelos Portugueses.

Gonçalves e Diniz (2004, p.1) falando sobre a dinâmica da língua portuguesa,


em relação a línguas bantu no ensino primário explicam que:

“Quase totalidade das nossas crianças, quando entram para a escola, não fala
Português e, naturalmente, não lê e não escreve. Esta é a situação típica do meio rural,
onde prevalece o uso das línguas locais, as línguas bantu, e onde o português é
praticamente uma língua “estrangeira”: é aprendido e usado na sala de aula, sobretudo
através do contacto com o professor e com os livros escolares, sendo pouco frequentes
as situações de comunicação em que é falado em ambiente natural. No seu dia a dia, em
casa com a família e nas brincadeiras com os amigos, as crianças comunicam na sua
língua materna”. (Gonçalves e Diniz 2004, p.1)

É importante salientar que para além da Língua Portuguesa, Moçambique possui


várias línguas nacionais que variam de região para região, o que condicionará que todo
o cidadão moçambicano possua uma Língua Materna que é falada na Província de
origem de seus pais.

2.10. Origem das Línguas Moçambicanas no Currículo do Ensino Básico

Sendo um dos objectivos do ensino básico "Desenvolver a capacidade de


comunicar claramente em língua moçambicana e/ou em língua portuguesa, tanto na
escrita como na oralidade", para responder ao mesmo, o governo moçambicano
introduziu as línguas moçambicanas no Ensino Básico, em algumas escolas, respeitando
três (3) modalidades, nomeadamente: Programa de educação bilingue: línguas
moçambicanas/ Português L2; Programa de ensino monolingue em Português L2 com
recurso às línguas locais; Programa de ensino monolingue em Português e línguas locais
como disciplinas.

O abandono escolar e as reprovações em "massa" constituem alguns motivos que


contribuíram para que as línguas moçambicanas fossem incluídas no Currículo Nacional
do Ensino Básico, sobretudo nas zonas rurais, isto como forma de responder a realidade
sociolinguística do país, em que a maior parte da população tem o contacto com a língua
portuguesa apenas no contexto de sala de aula.

Situação esta que acaba por condicionar o progresso e motivação do aluno para
a aprendizagem, nos primeiros anos de escolaridade.

Na transformação curricular do Ensino Básico, promovida pelo INDE, que


culminou com a introdução do Novo Currículo do Ensino Básico em 2004, são
sugeridas muitas inovações para este subsistema de ensino. Uma das inovações que
mais se destaca é a introdução das línguas moçambicanas no Ensino Básico.

Assim, relativamente a este assunto, Basílio (2006:80), afirma que “duas razões
estão na origem da introdução das línguas moçambicanas, a primeira justifica-se pelo
facto de muitas crianças usarem o Português como segunda língua e, a outra no facto de
as crianças não saberem ler e escrever as línguas moçambicanas”.

Esta inovação é importante porque as línguas assumem duas tarefas:


comunicação e de transformação de aspecto culturais a que pertence.

Por isso, os sistemas educacionais privilegiam, no ensino, as línguas maternas


pois elas são patrimónios culturais da comunidade, e Moçambique não é excepção.

De acordo com Programa do Ensino Básico – 3º Ciclo (2001:150-152), As


razões que justificam a utilização de línguas moçambicanas no Ensino Básico são as de
natureza:

 Linguísticas e pedagógicas: onde o aluno ao entrar pela primeira vez na


escola já tem as competências básicas na sua língua materna. Os
programas bilingues justificam-se do ponto de vista do professor, este
tem autoconfiança para conduzir o processo de ensino e aprendizagem
numa língua em que é falante nativo e os alunos podem entender.
 Culturais e de Identidade: num processo de ensino e aprendizagem, a
não observância da relação língua/cultura, podem provocar uma
descontinuidade entre os valores que a criança leva para a escola e os
valores adquiridos na mesma.

Portanto, a opção pelo uso da língua materna (fases iniciais de aprendizagem)


que representam a cultura doméstica familiar, os valores tradicionais e a experiência dos
professores em paralelo com a língua portuguesa, é a ideal. Língua como direito:
aprendizagem inicial na língua materna é, também, vista como um direito do indivíduo,
neste caso particular, da criança. Para a educação, se o indivíduo não tem a
possibilidade de comunicar na sua língua, está, então, excluído do PEA.

Nesse sentido, consideramos a LM como a língua de referência, em um contexto


monolingue, ela funciona como a identidade do aprendente e constitui o seu modo de
representação.

Assim sendo, a língua pode ser um factor de exclusão social em determinados


contextos, senão vejamos, no caso de Moçambique em que a maior parte da população
não fala o Português, e vão depara-se com a língua no contexto escolar, ai, a criança vai
encontrar muitas dificuldades de enquadramento na escola, o que pode concorrer para as
desistências e reprovações acima da média.

2.11. Características do ensino da língua Materna no processo de ensino e


aprendizagem

Cada um de nós adquiriu espontaneamente a língua que ouviu desde os


primeiros dias de vida, língua do nosso meio familiar, estamos tratando da língua
materna. Sua aquisição intuitiva e espontânea, sem mestre, é evidência de que nascemos
predeterminados a aprender qualquer língua, desde que estejamos expostos à fala
daqueles que nos cercam, experimentando juntos os mesmos modos de viver.
3. Capitulo III: Metodologias do Trabalho

Neste capítulo apresentar-se-ão os aspectos metodológicos que nos facilitarão na


materialização do trabalho. e, de forma clara, trataremos sobre aspectos como tipos de
pesquisa (quanto ao objectivo, quanto a abordagem do problema e quanto aos
procedimentos), técnicas e instrumento de recolha de dados, métodos de abordagem e
amostra que nos ajudaram na realização e concretização da monografia.

3.1.Metodologia

Barreto e Honorata (1998:54), Metodologia é um conjunto detalhado e


sequencial de métodos e técnicas científicas a serem executadas ao longo da pesquisa,
de tal modo que se consiga atingir os objectivos inicialmente propostos e, ao mesmo
tempo atender aos critérios de menor custo, maior rapidez, eficácia, e mas
confiabilidade da informação.

3.2.Tipos de pesquisa quanto a abordagem

Quanto a abordagem usar-se-á uma pesquisa qualitativa pois, far-se-á análise,


descrição e interpretação dos dados sem uso de medidas estatísticas. Na abordagem
qualitativa o pesquisador mantém o contacto com o objecto no seu ambiente normal,
interpreta o fenómeno e atribui o significado”.

Ou seja, esta pesquisa configura-se qualitativa na medida em que colhemos e


analisamos opiniões metodológicas de professores e outros intervenientes para o ensino
de PL com base na língua materna dos alunos.

3.3.Quanto aos objectos

Trata-se de uma pesquisa exploratória, que tem como objectivo proporcionar


maior familiaridade com o problema, convicta a torná-lo mais explícito ou a construir
hipóteses.

3.4.Quanto aos procedimentos

Quanto aos procedimentos, usar-se-á a pesquisa bibliográfica e estudo de caso.


A principal vantagem do estudo bibliográfico reside no facto de permitir ao investigador
a cobertura de uma gama de fenómenos muito mais ampla do que aquela que poderia
pesquisar directamente.
Quanto ao estudo do caso, o objectivo é de analisar o uso da língua Materna
como auxílio no processo de ensino e aprendizagem em Língua Portuguesa, na Escola
Primária de Mutepua e identificar as causas da fraca percepção da matéria, este método
vai nos possibilitar o conhecimento aprofundado de uma realidade particular.

3.5.Técnicas de Colecta de Dados

Segundo Lakatos & Marconi (1992), “os métodos de procedimentos constituem


etapas mais concretas da investigação, com finalidade mais restrita em termos de
explicação geral dos fenómenos menos abstractos”.

Para a recolha de dados usaremos o instrumento de pesquisa de campo como: a


Entrevista, e a observação.

Basear-me-ei na entrevista semi-estruturadas, sendo um modelo de entrevistas


intermédio. Estas entrevistas serão feitas a partir de um guião que é construído a partir
das questões de pesquisa. Esta será a técnica que permitirá a colecta de informação dos
professores sobre as formas do uso da língua materna na sala de aulas.

3.5.1. Entrevista

Basear-me-ei na entrevista semiestruturadas, sendo um modelo de entrevistas


intermédio. Estas entrevistas serão feitas a partir de um guião que é construído a partir
das questões de pesquisa.

3.5.2. Observação

De acordo com Lakatos e Marconi (2003, P. 107), “a observação utiliza os


sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade, não consiste apenas em ver
e ouvir, mas também em examinar factos e fenómenos que se desejam estudar.”

A observação directa cingiu-se essencialmente a leccionação as aulas no local de


estudo. A observação decorreu nas salas de aula da 5ª classe durante aulas de Língua
Portuguesa, Matemática e ciências naturais com o intuito de registar o comportamento a
nível da oralidade, da leitura e da expressão escrita dos alunos.
3.6.Universo e Amostra

De acordo com Leite (2004), afirma que “Universo, também denominada por
população da pesquisa, é formada por todos os elementos, pessoas, animais ou objectos,
que compõem o todo que vai ser pesquisado”.

Neste caso para a nossa pesquisa, o universo foram alunos e professores da 5ª


classe do curso diurno, da EPC de Mutepua.

3.7.Amostra

A amostra é o subconjunto do universo ou da população, por meio do qual se


estabelecem ou se estimulam as características desse universo ou população (Gil,
2002:90). Para a efectivação da pesquisa usaremos a amostra aleatória também chamada
de aleatória simples.

Para a efectivação da pesquisa usaremos a amostra aleatória também chamada de


aleatória simples.

Para que o sorteio possa ser realizado, é necessário que os elementos da


população estejam identificados. Estes elementos são representativos, ou seja, com uma
margem de erro igual ou superior a 5% como sustenta Markoni & Lakatos (2003:44).

Elementos Universo Amostra Percentagem Técnica de recolha


de dados
Professores 5 5 100% Entrevista e Inqueritos
Alunos da 5ª 150 50 33% Inquerito
classe
Total 200 55
4. Cronograma

Nº Actividades Período de execução 2023


da pesquisa abr Mai Jun Jul Ag Set out
1 Levantamento
de dados da
pesquisa
2 Elaboração de
projecto
3 Colecta de
dados e
tratamentos
4 Interpretação
dos resultados
5 Discussão dos
resultados
6 Entrega do
relatório
7 Defesa de
monografia
Fonte: Autor 2023
5. Orçamento

O orçamento de uma pesquisa, consiste numa resposta a questão quanto? “O


orçamento distribui os gastos por vários, itens, que devem necessariamente ser
separados (Marconi & Lakatos, 1999).

n˚ de Material Quantidad Custos obs


ordem es Preço unitário Total
1 Resmas 2 Resmas 120, 00 mtn 240, 00 Mt
2 Esferográficas 1 Caixa 250, 00 Mtn 250, 00 mt
3 Borrachas 5 Borrachas 15, 00 Mtn 75, 00 mt
4 Lápis 2 Lápis 10, 00 Mtn 20, 00 mt
5 Blocos de notas 1 Bloco 100, 00 Mtn 100, 00 mt
6 Afiador 2 Afiadores 15, 00 Mtn 30, 00 mt
7 Flash 1 Flash 1500, 00 Mtn 1500, 00 mt
8 Transporte Transporte 30, 00x 3meses 2700, 00 mt 3 meses
Total ___________ _________ ____________ 4915, 00

.
6. Referência bibliográfica
1. Afonso, N. (2005). Investigação naturalista em educação. Porto
2. Antunes, P. S/a. Sebenta de Psicologia: Aprendizagem e Memória,
Motivação, Inteligência, Personalidade. São Paulo,
3. Basílio, S. (2006). Os saberes locais e o Novo Currículo do Ensino
Básico (Tese de Mestrado – Educação e currículo). São Paulo
4. Barreto, Viera. (1998). Manual de Sobrevivência na Selva Académica.
Objecto directo: Rio de Janeiro
5. Dias, H. (2002). As Desigualdades Sociolinguísticas e o Insucesso
Escolar, Em direcção a Uma Prática Linguística Escolar Libertados,
Maputo
6. Fonseca, J. J. S. (2002). Metodologia da pesquisa científica. São Paulo
7. Gil, A. C. (2002). Como elaborar projecto de pesquisa. São Paulo
8. Gonçalves, P. (2004). Português no ensino primário: estratégias e
exercícios. Maputo
9. Leite, F. (2004). Metodologia científica: iniciação à pesquisa científica,
métodos e técnicas de pesquisa, metodologia da pesquisa e do trabalho
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10. Libânio, J. C. (2012). Proposta Didáctica e Concepções de Escola. São
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11. Lakatos, E. M.; Marconi, M. A. (1996). Fundamentos de metodologia
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13. Silva, A. e SÁ, I., Saber Estudar e Estudar para Saber, 2ª Ed., Porto:
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14. Stroud, C. (2001). A Construção de Um Banco de “Erros”,
Moçambique: Maputo

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