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Universidade Estadual de Maringá - UEM

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Departamento de Engenharia de Produção
Trabalho de Conclusão de Curso – Ano 2018

ANÁLISE E MAPEAMENTO DE RISCO DE UMA CENTRAL DE


MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO HOSPITALAR
LIGIA MARIA PAIA
CARLOS ANTONIO PIZO

Resumo
O presente trabalho trata-se da realização do Mapa de Riscos do posto de trabalho de uma
Central de Material e Esterilização (CME) em um hospital, de maneira que os riscos do
ambiente de trabalho fossem identificados e posteriormente apontar melhorias no ambiente
de trabalho. Por ser o hospital um espaço abrangente com diversas atividades distintas,
escolheu-se a CME por ser considerado um posto de trabalhos com possiblidade de
apresentar maior quantidade de riscos físicos, biológicos, ergonômicos, químicos e de
acidentes aos quais o trabalhador possa ser submetido, uma vez que o número de
procedimentos executados na unidade hospitalar em questão vem crescendo continuamente
devido à abrangência do atendimento aos pacientes. No estudo foi priorizada a área de
limpeza dos materiais (expurgo) por este, além do risco biológico pertinente ao ambiente
hospitalar, reunir outros riscos não tão comuns nos demais setores hospitalares. As análises
foram realizadas observando-se as atividades desenvolvidas, o posto de trabalho
propriamente dito, a aplicação de questionário e o uso de métodos análise ergonômica
baseados na percepção do trabalhador como OWAS e RULA. Além das Normas Reguladoras
(NR's), que abrangem todos os trabalhadores, o estudo atentou-se também às normas
específicas do exercício da enfermagem que são regulamentadas pela ANVISA (Agência
Nacional de Vigilância Sanitária). A análise e mapeamento de risco resultante possibilitaram
identificar ações para a melhoria da condição de trabalho no setor em estudo.
Palavras-chave: Mapa de risco; central de material; análise de risco; legislação.

1. Introdução

Com a consolidação das leis trabalhistas e a evolução da sociedade, a preocupação


com as condições de trabalho do indivíduo vem se aperfeiçoando, sendo criada uma série de
normas com o propósito de garantir um ambiente de trabalho seguro no qual o trabalhador
possa desenvolver suas tarefas.

A observância obrigatória pelas empresas à Medicina e Segurança do Trabalho é


fundamentada pela Lei 6.514, de 22 de Dezembro de 1977 (BRASIL, 1977), e regulamentada
pela Portaria 3.214, de 08 de junho de 1978, do Ministério do Trabalho (1978), que aprova as
Normas Regulamentadoras (NR) presentes no capítulo V do Título II da CLT (Consolidação
das Leis Trabalhistas).

Além destas normas implantadas a partir da CLT, a ANVISA (Agência Nacional de


Vigilância Sanitária) também estabelece normas e condições de trabalho específicas para os

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profissionais da saúde, visando o local e ambiente de trabalho bem como as atividades


desenvolvidas em hospitais e unidades básicas de saúde (UBS).

Segundo a ANVISA (2012), as CME’s (Central de Materiais e Esterilização) são


unidades responsáveis pelo processamento de todo material reutilizável do serviço médico,
por meio de processos como limpeza, secagem, avaliação, desinfecção e esterilização.

Para Aquino et al. (2014), os riscos ocupacionais que acometem trabalhadores das
instituições de saúde são causados por fatores físicos, químicos e ergonômicos, sendo estes
fatores prejudiciais à produtividade, à qualidade da assistência prestada e à saúde ocupacional.

A portaria Nº 25, de 29 de dezembro de 1994, altera a NR 9 incluindo o mapa de risco.


Nesta NR em seu item 1.5 traz como risco ocupacional, risco físico, químico e
biológico. Com a inclusão do mapa de risco, os riscos ocupacionais seguem na tabela I do
anexo IV, onde os riscos ergonômicos e de acidentes são incluídos na avaliação do ambiente
de trabalho.

Ainda para Aquino et al. (2014), a CME é considerada como um dos setores
hospitalares em que as práticas específicas de processamento dos artigos ou produtos
resultantes, particularmente das intervenções clínicas e cirúrgicas, aproximam e tornam os
profissionais destes setores mais vulneráveis aos acidentes ocupacionais.

Assim, este trabalho busca identificar e analisar o ambiente de trabalho de uma CME,
por meio do mapeamento de riscos, avaliando as instalações e as atividades realizadas neste
setor de maneira a contribuir para uma melhor compreensão dos riscos existentes e para
proposições de melhorias do ambiente e condições de trabalho.

2. Revisão da literatura

2.1 Legislação

A CLT, por meio da portaria 3.214 de 08 de junho de 1978 do Ministério do Trabalho


(1978), possui Normas Regulamentadoras (NR’s) que trazem diversas especificações para a
saúde do trabalhador de uma forma geral e também para profissionais de áreas especificas
como os de saúde. Das 36 normas publicadas, as consideradas mais relevantes para o objetivo
deste trabalho são:

 NR-5: Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA);


 NR-7: Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO);
 NR-9: Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA);

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 NR-15: Atividades e Operações Insalubres


 NR-32: Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde;
 NR-6: Equipamento de Proteção Individual - EPI
Mais especificamente na área da saúde, a ANVISA (2012) trata do trabalho na CME,
no que se refere à Saúde e Segurança no Trabalho, por meio da RDC (Resolução da Diretoria
Colegiada) Nº 15, subseção I, artigos 30, 31 e 32, que respectivamente dizem que o
trabalhador deve utilizar roupa privativa, touca e calçado fechado em todas as áreas restritas.
Para a descarga de secadoras e termodesinfectoras e para a carga e descarga de autoclaves é
obrigatória à utilização de luvas de proteção térmica impermeável. Já o uso de protetor facial
é obrigatório na área de limpeza do material. Quando não especificado, o EPI deve ser
compatível com o risco inerente á atividade e também que os trabalhadores não devem deixar
o local de trabalho com os equipamentos de proteção individual e as vestimentas utilizadas
em suas atividades.

A RDC Nº 63, de 25 de novembro de 2011 (ANVISA, 2011), na seção VII, dispõe


sobre os “Requisitos de Boas Práticas de Funcionamento para os Serviços de Saúde”, são eles:

Art. 43 O serviço de saúde deve garantir mecanismos de orientação sobre


imunização contra tétano, difteria, hepatite B e contra outros agentes biológicos a
que os trabalhadores possam estar expostos.
Art. 44 O serviço de saúde deve garantir que os trabalhadores sejam avaliados
periodicamente em relação à saúde ocupacional mantendo registros desta avaliação.
Art. 45 O serviço de saúde deve garantir que os trabalhadores com agravos agudos à
saúde ou com lesões nos membros superiores só iniciem suas atividades após
avaliação médica.
Art. 46 O serviço de saúde deve garantir que seus trabalhadores com possibilidade
de exposição a agentes biológicos, físicos ou químicos utilizem vestimentas para o
trabalho, incluindo calçados, compatíveis com o risco e em condições de conforto.
§ 1º Estas vestimentas podem ser próprias do trabalhador ou fornecidas pelo serviço
de saúde.
Art. 47 O serviço de saúde deve garantir mecanismos de prevenção dos riscos de
acidentes de trabalho, incluindo o fornecimento de Equipamentos de Proteção
Individual - EPI, em número suficiente e compatível com as atividades
desenvolvidas pelos trabalhadores.
Parágrafo único. Os trabalhadores não devem deixar o local de trabalho com os
equipamentos de proteção individual
Art. 48 O serviço de saúde deve manter registro das comunicações de acidentes de
trabalho.
Art. 49 Em serviços de saúde com mais de vinte trabalhadores é obrigatória a
instituição de Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA.
Art. 50 O Serviço de Saúde deve manter disponível a todos os trabalhadores:
I - Normas e condutas de segurança biológica, química, física, ocupacional e
ambiental;

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II - Instruções para uso dos Equipamentos de Proteção Individual – EPI;
III - Procedimentos em caso de incêndios e acidentes;
IV - Orientação para manuseio e transporte de produtos para saúde contaminados.

2.2 CIPA

A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) teve sua origem por


recomendação da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que organizou em 1921 um
comitê para estudos de assuntos de segurança e higiene do trabalho com recomendações para
propor medidas preventivas de doenças e acidentes de trabalho que seriam adotadas pelos
países, de acordo com o interesse de cada um em promover melhoria nas condições de
trabalho em seu país (PAOLESCHI, 2014).

Segundo Melo (2010), o objetivo da CIPA é observar e relatar as condições de risco


no meio ambiente laboral solicitando medidas para reduzir ou eliminar os riscos existentes.

No Brasil, a portaria Nº 3.214, de 8 de junho de 1978, do Ministério do Trabalho


(1978), aprovou e expediu as primeiras versões de 28 Normas Regulamentadoras (NR’s),
dentre elas NR-5 que especifica a Comissão Interna de Acidentes de Trabalho e como as
empresas devem implementá-las (PAOLESCHI, 2014).

2.3 Insalubridade

As Normas Regulamentadoras (NR’s), referentes á saúde e segurança do trabalho são


de emprego obrigatório por instituições públicas ou privadas que possuam empregados
regidos pela CLT. A NR- 15 anexo XIV especificam quanto ao grau à exposição de agentes
biológicos.

Para Garcia (2014) são consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que
por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes
nocivos á saúde.

O Ministério do Trabalho (MT), por meio do Artigo 190 da CLT, afirma que o quadro
de operações insalubres será aprovado adotando normas sobre critérios de caracterização de
insalubridade, os limites de tolerância dos agentes agressivos, meio de proteção e o tempo
máximo de exposição do empregado a esses agentes.

Assim, segundo Melo (2010), não cabe á NR- 15 definir agentes insalubres somente
pela presença destes no ambiente de trabalho. Tem-se também a necessidade de
caracterização do limite de tolerância e tempo de exposição ao agente insalubre.

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O adicional de insalubridade é previsto no Art. 7º, inciso XXIII, da Constituição


Federal de 1988, com regulamentação pelo Art. 189 da CLT. De acordo com Art.192 da CLT,
“O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de tolerância
estabelecidos pelo MT, assegura a percepção de adicional respectivamente de 40% (quarenta
por cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez por cento) do salário mínimo da região, segundo
se classifiquem nos graus máximo, médio e mínimo (GARCIA, 2014).

2.4 Ferramentas para identificação e gestão de riscos

Para Mattos e Másculo (2011), o processo de gerenciamento de riscos começa com a


identificação e a análise de um problema. Neste caso consiste em se conhecer e analisar os
riscos de perdas acidentais que ameaçam a organização, adotando a combinação de vários
métodos existentes, obtendo o maior número de informações sobre os riscos.

Um modelo de gerenciamento de risco foi proposto por Rasmussen, Pejterson e


Goodstein (1994 apud MATTOS e MÁSCULO, 2016, p. 567), em que o espaço de trabalho é
delimitado por fronteiras que representam o desempenho aceitável, limite de segurança, carga
de trabalho e restrições econômicas. O objetivo é manter o trabalhador dentro dos limites
aceitáveis, para não se perder o controle preservando a sua resiliência (Figura 01).

Figura 01- Modelo de Espaço de Trabalho Delimitado por Fronteiras com Limites Aceitáveis de Desempenho,
Segurança, Carga de Trabalho e Custos.

Fonte: Adaptado de Iida; Buarque, 2016.

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2.4.1 Inspeção de Segurança


A inspeção de segurança é a procura de riscos comuns já conhecidos na teoria, uma
vez que o conhecimento teórico facilita a prevenção de acidentes, pois as possíveis soluções
foram estudadas e constam em extensa bibliografia.

Os riscos mais comuns encontrados em inspeções de segurança são, por exemplo, falta
de proteção de máquinas e equipamentos, ausência de ordem e limpeza, iluminação e
instalações elétricas deficientes, etc. (PAOLESCHI, 2014).

2.4.2 Checklists e Roteiros


Checklists e roteiros, por mais precisos e extensos que sejam, possuem uma grande
chance de omitirem situações de risco. Para minimizar este problema o responsável pela
gestão de riscos deve adaptar essas ferramentas às características e peculiaridades específicas
de cada organização (PAOLESCHI, 2014).

2.4.3 Mapa de Riscos


Riscos ocupacionais são caracterizados por circunstâncias com potencial de causar
efeito adverso, podendo ser a morte, lesão, doenças ao trabalhador, á propriedade ou ao meio
ambiente Souza et al. (2014).

Para Pavan et al. (2011), mapa de riscos é a representação gráfica dos riscos existentes
nos locais de trabalho por meio do uso de círculos e diferentes cores e tamanhos.

Tem o objetivo de informar e conscientizar os trabalhadores pela fácil visualização


destes riscos e também reunir informações necessárias para estabelecer o diagnóstico da
situação de segurança e saúde no trabalho na empresa, de maneira que possibilite, durante sua
elaboração, a troca e divulgação de informações entre os trabalhadores de forma que estimule
a participação em atividades de prevenção (PAOLESCHI, 2014).

O Mapa de Riscos foi implantado pela Portaria nº 5, de 17 de agosto de 1992 do


Ministério do Trabalho, e sua utilização é obrigatória, bem como, a manutenção de uma
Comissão de Prevenção de Acidentes a CIPA (VALEC, 2011).

Considerando a portaria Nº 25, de 29 de Dezembro de 1994, o mapa de risco deve ser


elaborado pela CIPA ouvindo os trabalhadores envolvidos no processo produtivo e com a
orientação do Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT)
(VALEC, 2011).

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As etapas de Elaboração do Mapa de Riscos são:

 Conhecer o processo de trabalho no local analisado como é a jornada de


trabalho, a quantidade e informações dos trabalhadores, do maquinário
utilizado, das atividades exercidas e do ambiente de trabalho;

 Identificar os riscos existentes no local analisando-o conforme a tabela de


Riscos Ambientais apresentados na NR-9 - Programa de Prevenção de Riscos
Ambientais (PPRA);
 Identificar as medidas preventivas e sua eficácia: medidas de proteção,
organização, asseio e conforto e acessibilidade;
 Identificar os indicadores de saúde: queixas frequentes e comuns dos
trabalhadores, acidentes de trabalho ocorridos, doenças profissionais e causas
mais frequentes de ausências;
 Conhecer os levantamentos ambientais já realizados no local: quantificar,
neutralizar e reduzir a níveis compatíveis com a legislação os levantamentos
ambientais já realizados no local, ao que se refere a perigos ambientais.
Os riscos ocupacionais são classificados segundo sua natureza e há cores padronizadas
para cada tipo de risco (Figura 2), facilitando a visualização e compreensão dos indivíduos
expostos no ambiente, conforme a portaria nº 25 de 29 de dezembro de 1994 do MT.

Figura 02: Classificação dos Principais Riscos Ocupacionais de Acordo com a Natureza e Padronização das
Cores.

Fonte: Adaptado da NR – 9 ANEXO IV (Mapa de Riscos).

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 Grupo 1: Verde (Risco Físico): são ocasionados por agente modificam as


características físicas do meio ambiente, são caracterizados por exigir um
meio de transmissão (em geral o ar) para propagar a nocividade. São
considerados como de riscos físicos: ruídos, iluminação, calor, vibrações,
radiações (ionizantes ou não) e pressões normais.
 Grupo 2: Vermelha (Risco Químico): são causados por agentes que
modificam a composição química do ambiente, tais agentes podem estar no
estado sólido, líquido, gasoso ou em partículas suspensas no ar, sendo as
principais vias de contaminação do indivíduo através da pele por contato
direto e contato com os aparelhos respiratório e digestivo.
 Grupo 3: Marrom (Risco Biológico): são os riscos introduzidos no
processo de trabalho pela utilização de seres vivos como parte integrante do
processo produtivo tais como vírus, bacilos e bactérias potencialmente
nocivos á saúde. Os riscos biológicos são mais frequentes em alguns
setores da indústria farmacêutica e de alimentos, serviços hospitalares e
laboratório de análises, centrais de tratamento de dejetos e algumas
atividades agroindustriais.
 Grupo 4: Amarela (Risco Ergonômico): são riscos no processo de
trabalho causados por agentes (máquinas, métodos, etc.) inadequados ás
limitações de seus usuários. São caracterizados pela ação em pontos
específicos do ambiente e em quem utiliza o agente causador do risco
(quando exerce a atividade).
 Grupo 5: Azul (Risco de Acidente (mecânico)): são os de agentes que
precisam de contato direto para manifestar sua nocividade. Os riscos de
acidentes são caracterizados em pontos específicos do ambiente de
trabalho, agindo geralmente sobre usuários diretos em contato com o
agente gerador de risco e ocasionando lesões agudas e imediatas. Além de
materiais cortantes são também geradores de risco, metais aquecidos,
perfuro cortantes, equipamentos energizados dentre outros. São também
classificados como riscos mecânicos irregularidades no piso que podem
levar a quedas que costumam gerar lesão em curto espaço de tempo.
Existem também os riscos sociais que, segundo Ubirajara e Másculo (2011), são
ocasionados pela forma de organização do trabalho adotada na empresa que podem provocar

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comportamentos sociais incompatíveis com a preservação da saúde, como por exemplo,


turnos de trabalho alternados entre as equipes, divisão excessiva do trabalho, jornada e
intensificação do ritmo de trabalho causando efeitos de doenças de fundo nervoso e mental.

Os riscos ambientais surgem com a evolução tecnológica gerada no ambiente


industrial pelo uso mais intenso de substâncias químicas e de formas de energias mais
concentradas o que geram problemas de poluição ambiental.

A partir destas convenções, o mapa de riscos é representado graficamente por círculos


de tamanhos e cores diferentes, feito sobre o layout da empresa ou do setor em que se
pretende analisar os riscos (Quadro 01), quanto maior o tamanho do círculo maior o risco no
ambiente.

Quadro 01- Representação Gráfica do Mapa de Risco

Fonte: Adaptado de Paoleschi, 2014.

2.4.4 Fluxogramas
Os materiais utilizados nos pacientes são coletados pela manhã, para passarem pelo
processo de limpeza e desinfecção ou esterilização. Materiais que são feitos de plástico ou
silicone (kit de nebulização, umidificadores, respiradores) passam por processo de
desinfecção em solução de ácido peracético 2%, após 30 minutos esse materiais são retirados
da solução e enxaguados em água corrente, sendo secados em ar comprimido e transferidos
para a área de preparo.
Os materiais instrumentais cirúrgicos (curativos e caixas cirúrgicas) são colocados em
lavadora ultrassônica contendo solução com enzimas que auxilia na remoção de sujidade de

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sangue e outros fluídos. Esses materiais passam também por lavagem manual em água e
sabão, são enxaguados em água corrente, secos no ar comprimido e transferidos para a área de
preparo onde serão acondicionados adequadamente para o processo de esterilização. Os
instrumentais que são utilizados nas cirurgias durante o período, o centro cirúrgico se
encarrega de comunicar o CME, para busca-los no setor.

2.5 Ergonomia

A primeira definição encontrada de Ergonomia é de 1987, em pleno movimento


industrial europeu, e foi feita pelo cientista polonês Wojciech Jastrzebowski. Ele definia a
Ergonomia como uma ciência do trabalho que requer o entendimento da atividade humana em
termos de esforço, pensamento, relacionamento e dedicação (MÁSCULO; VIDAL, 2011).

Para Másculo e Vidal (2011), a Ergonomia é a disciplina científica que trata da


compreensão das interações entre os seres humanos e outros elementos de um sistema, e a
profissão que aplica teorias, princípios, dados e métodos a projetos que visam otimizar o bem-
estar humano e a performance global dos sistemas. Sendo a Ergonomia, antes de tudo, uma
atitude profissional que se agrega a prática de uma profissão definida (MÁSCULO; VIDAL,
2011).

Já Iida e Buarque (2016) definem Ergonomia (ergonomics), também chamada de


fatores humanos (human factors), como sendo o estudo da adaptação do trabalho ao ser
humano. O trabalho aqui tem uma acepção bastante ampla, abrangendo não apenas os
trabalhos executados com máquinas e equipamentos, utilizados para transformar os materiais,
mas também todas as situações em que ocorre o relacionamento entre o ser humano e uma
atividade produtiva de bens ou serviços.

A ergonomia teve uma data “oficial” de nascimento, no dia 12 de julho de 1949, na


qual foi reunido pela primeira vez na Inglaterra um grupo de cientistas e pesquisadores
interessados em discutir e formalizar a existência desse novo ramo de aplicação
interdisciplinar da ciência. Na segunda reunião do mesmo grupo ocorrida em 16 de fevereiro
de 1950, foi proposta a adoção do neologismo ergonomics, formado pelos termos gregos
ergon (trabalho) e nomos (regras, leis naturais). Esse termo foi adotado na fundação da
Ergonomics Research Society (ERS) em 1950, que mudou seu nome para Institute of
Ergonomics & Human Factors (IEHF) em 2009 (IIDA e BUARQUE, 2016).

A ergonomia estuda vários aspectos: a postura e os movimentos corporais (sentados,


em pé, empurrando, puxando e levantando cargas), fatores ambientais (ruídos, vibrações,

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iluminação, clima, agentes químicos), informação (informações captadas pela visão, audição e
outros sentidos), relações entre mostradores e controles, bem como cargos e tarefas (tarefas
adequadas, interessantes). A conjugação adequada desses fatores permite projetar ambientes
seguros, saudáveis, confortáveis e eficientes, tanto no trabalho quanto na vida cotidiana
(DUL; WEERDMEESTER, 2016).

2.5.1 Ergonomia no Exercício da Enfermagem


O estudo das condições de trabalho permite aos trabalhadores e às instituições de
saúde identificar os problemas e, por meio da discussão destes, propor mudanças no processo
de trabalho. O que contribuirá para a melhoria das condições de trabalho, influenciando,
assim, na promoção da saúde e na prevenção de doenças nos trabalhadores de enfermagem
(MAURO et al, 2010).

No caso específico de ambientes hospitalares, os aspectos ergonômicos a serem


envolvidos em uma avaliação devem ir muito além da adaptação dos postos de trabalho,
alturas de mesas, bancadas, macas e camas. A ergonomia tende a ter uma relação muito
estreita com as condições de trabalho na esfera organizacional, envolvendo principalmente o
conteúdo do trabalho, o ritmo, a jornada, condições ambientais, configuração das atividades e
postos de trabalho, o modo como o trabalho é organizado e os relacionamentos no ambiente
de trabalho (RENNER et al., 2014).

Para Renner et al. (2014), o ambiente hospitalar é um espaço social formal,


materialmente definido, onde se estabelecem relações de diferentes ordens, porém,
determinadas principalmente pelas relações sociais de produção de um trabalho dirigido a
outro ser humano que é o sujeito hospitalizado.

As condições de trabalho dos profissionais de Enfermagem, às quais se somam a


rotina exaustiva dos plantões, situações estressantes vivenciadas no atendimento aos pacientes
e, em muitos casos, jornada dupla, podem acarretar problemas graves de saúde, acentuados
quando o ambiente profissional não oferece as condições ideais de trabalho, tanto do ponto de
vista dos riscos físicos, quanto dos fatores psicossociais. Os problemas de saúde que afetam
os profissionais da área estão diretamente relacionados à necessidade de implementação de
processos de ergonomia nos serviços de saúde, Enfermagem em Revista (2016).

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2.6 Métodos de avaliação ergonômica

2.6.1 Método RULA


O método RULA (Rapid Upper Limb Assessment, “Avaliação Rápida de Membro
Superior”, tradução nossa) é uma ferramenta utilizada para avaliar o risco de DORT
desenvolvida em 1993 por Mcatemney e Corllet (CAPELETTI et al. 2015).

O método RULA, segundo Mcatemney e Corllet (1993 apud CAPELETTI et al.,


2015), é uma adaptação do método OWAS, acrescido de outras variáveis como: força,
repetição e amplitude de movimento articular, sendo recomendado para analisar a sobrecarga
concentrada no pescoço e membros superiores durante o trabalho, e para tanto utiliza
diagramas para simplificar a identificação das amplitudes de movimentos nas articulações,
bem como avalia o trabalho muscular estático e as forças exercidas pelos segmentos em
análise.

Objetivando a classificação integrada de riscos de doenças ocupacionais,


particularmente a nível postural, a ferramenta permite priorizar as intervenções com base
numa perspectiva epidemiológica da incidência, por meio das observações realizadas pelo
pesquisador sobre o ambiente de trabalho (LIGEIRO, 2010).

Uma baixa pontuação no método RULA não garante, entretanto, que o local de
trabalho esteja livre de riscos ergonômicos, assim como uma alta pontuação não assegura que
um problema severo existe. Esse método foi desenvolvido para detectar posturas de trabalho
ou fatores de risco que merecem maior atenção (MOTTA, 2009).

Sua vantagem é permitir uma análise rápida de grande número de trabalhadores,


baseando-se na observação direta das posturas adotadas durante a execução das tarefas
(MÁSCULO; VIDAL, 2011).

Para a avaliação ergonômica pelo método RULA, os registros das avaliações são
separados em dois grupos segundo os membros avaliados.

Durante a avaliação cada fator avaliado recebe uma pontuação, esta técnica ergonômica
aborda resultados de risco entre uma pontuação de 1 a 7, onde pontuações mais altas
significam altos níveis de risco aparente.

No grupo A são avaliados os membros superiores (braços, antebraços e punho)


mostrados na Figura 03. Os membros deste grupo são avaliados conforme a amplitude do
movimento que realizam.

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Figura 03- Pontuação do Método RULA para Braço, Antebraço e Punho.

Fonte : Adaptado Software Ergolandia 2017.

O segundo grupo do método, Grupo B, são avaliados o pescoço, tronco e pernas,


mostrado na Figura 04. Neste grupo, assim como no grupo A, os emmbros também são
avaliados segundo a amplitude do moviemto que realiza, bem como movimentos de torção e
inclinação do pescoço e tronco e apoio nas pernas.

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Figura 04- Pontuação do Método RULA para Pescoço, Tronco e Pernas

Fonte : Adapatado Software Ergolandia 2017.

O número de movimentos em cada segmento corporal é apresentado em seções, de


acordo com os critérios descritos para as diferentes zonas corporais e o resultado final é
obtido pela soma desses resultados, conforme demonstrado na Tabela 01.

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Tabela 01- Pontuação de Riscos Analisado pelo Método RULA

Fonte: Software Ergolandia, 2017

2.6.2 Método OWAS


Segundo Wilson (2005 apud MOTTA, 2009), este é um dos mais recentes métodos de
postura global com sistema de códigos. Foi desenvolvido na Finlândia em 1992 para
investigar posturas de trabalho na indústria do aço, pela uma empresa denominada Ovako Oy
e o Instituto Finlandês de Saúde Ocupacional. O código OWAS (Ovako Working Posture
Analysing System) compreende a postura, a carga e a força utilizada.

Para Másculo e Vidal (2011), o método OWAS baseia-se no registro de determinadas


atividades em intervalos variáveis ou constantes, onde se observa a frequência e o tempo
dispendido em cada postura. Permite que os dados posturais sejam analisados para catalogar
posturas combinadas entre as costas, braços, pernas e forças exercidas, e determinar o efeito
resultante sobre o sistema musculoesquelético e para examinar o tempo relativo gasto em uma
postura específica para cada região corporal, determinando o efeito resultante sobre o sistema
osteomuscular.

Durante as observações das atividades são atribuídos valores e um código de 6 dígitos,


sendo que o primeiro dígito indica a posição das costas, segundo indica a posição dos braços,
o terceiro a posição das pernas, o quarto o levantamento de cargas ou uso das forças e o
quinto e sexto a fase do trabalhador (Figura 05).

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Figura 05 - Avaliação do Método OWAS

1 2 3 4

1 2 3

1 2 3 4 5 6 7

Fonte: Adaptado Software Ergolandia, 2017.

A carga que o trabalhador carrega durante a atividade, influencia nos membros


superiores exigindo um esforço maior da musculatura e consequentemente uma sobrecarga
nos membros inferiores (Figura 06) com dígitos de 1 a 3 para a classificação do tipo de carga.

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Figura 06 - Carga Avaliada Pelo Método OWAS

Fonte: Software Ergolandia, 2017.

Depois das análises posturais realizadas e a análise da carga (esforço), o método


combina cada dígito que é atribuído em cada item da análise.

Cada valor de dígito é combinado com as variáveis de análise gerando categorias de


ação, ou seja, ações de correção do espaço de trabalho (Figura 07).

Figura 07 - Categoria de Ação

Fonte: Software Ergolandia, 2017.

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3. Metodologia

A Metodologia é compreendida como uma disciplina que consiste em estudar,


compreender e avaliar os vários métodos disponíveis para a realização de uma pesquisa
acadêmica, em um nível aplicado, e examina, descreve e avalia métodos e técnicas de
pesquisa que possibilitam a coleta e o processamento de informações, visando ao
encaminhamento e à resolução de problemas e/ou questões de investigação (PRODANOV;
FREITAS, 2013).

A pesquisa é o esforço dirigido para a aquisição de um determinado conhecimento que


propicia a solução de problemas teóricos, práticos, e ou operativos mesmo quando situados no
contexto do dia a dia do homem (BARROS; LEHFELD, 2012).

Entendendo por pesquisa a busca sistemática da solução de um problema ainda não


resolvido ou resolvível, há de se considerar várias opções e pode-se utilizar assim o estudo de
caso, levantamento ou a pesquisa experimental dentre as alternativas de pesquisa. Por método
pode-se entender o caminho, a forma, o modo de pensamento. Os métodos gerais ou de
abordagem oferecem ao pesquisador normas genéricas destinadas a estabelecer uma ruptura
entre objetivos científicos e não científicos (ou de senso comum) (PRODANOV; FREITAS,
2013).

Este estudo é classificado, segundo a sua finalidade, como uma pesquisa aplicada
conforme relata Gil (2010), pois é uma pesquisa voltada a aquisição de conhecimento com
vistas á aplicação em uma situação específica. Ainda em termos de sua finalidade, a pesquisa
é aplicada ou prática, pois é movida pela necessidade de conhecer para aplicar os resultados
de maneira imediata (BARROS; LEHFELD, 2012).

Quanto aos procedimentos adotados para este estudo, pode ser caracterizada também
por pesquisa bibliográfica, descrita segundo Barros e Lehfeld (2012), pois procura adquirir
conhecimentos sobre um objeto de pesquisa a partir da busca de informações advindas de
material gráfico e informatizado ou, como destaca Marconi (2009), por meio de pesquisa
bibliográfica onde se utiliza fontes secundárias, ou seja, livros e outros documentos
bibliográficos.

O método monográfico tem como princípio de que o estudo de um caso em


profundidade pode ser considerado representativo de muitos outros ou mesmo de todos os
casos semelhantes. Esses casos podem ser indivíduos, instituições, grupos, comunidade etc.
Nessa situação, o processo de pesquisa visa a examinar o tema selecionado de modo a

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observar todos os fatores que o influenciam, analisando-o em todos os seus aspectos (GIL,
2008, apud PRODANOV; FREITAS 2013).

Conforme a natureza dos dados o estudo é uma pesquisa quantitativa que, segundo
Boaventura (2011), se caracteriza como fonte direta de dados no ambiente natural onde o
pesquisador constitui-se no instrumento principal e também é uma pesquisa descritiva em que
os investigadores se interessam mais pelo processo do que pelos resultados, examinando de
maneira indutiva dando ênfase ao significado.

O objetivo geral do estudo tem caráter de pesquisa exploratória, definida por Gil
(2010) como uma pesquisa com propósito de proporcionar maior familiaridade com o
problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses, sendo que sua coleta
de dados pode ser feita através de levantamento bibliográfico, entrevistas e análise de
exemplos. Ainda, para Prodanov e Freitas (2013), no ponto de vista dos objetivos, a pesquisa
pode ser exploratória quando a pesquisa se encontra na fase preliminar, tem como finalidade
proporcionar mais informações sobre o assunto que vamos investigar, possibilitando sua
definição e seu delineamento, isto é, facilitar a delimitação do tema da pesquisa; orientar a
fixação dos objetivos e a formulação das hipóteses ou descobrir um novo tipo de enfoque para
o assunto. Assume, em geral, as formas de pesquisas bibliográficas e estudos de caso.

A pesquisa deste trabalho é baseada no levantamento dos dados do setor hospitalar em


estudo, com reuniões com os colaboradores e observação do processo e das tarefas realizadas.

Para a coleta de dados, foram utilizados registros fotográficos, questionários, medição


de ruído e observação do processo de desinfecção e limpeza de materiais médico hospitalares.

Na ocasião foram realizadas medições de ruído com o aparelho decibelímetro da


marca Minipa modelo MSL – 1351 C no período da tarde, lembrando que o estudo se limitou
na área do expurgo da CME.

Também foi realizada uma análise das posturas adotadas pelos colaboradores durante a
execução das tarefas na posição ereta, com o uso do software Ergolandia utilizando os
métodos de análise ergonômica RULA e OWAS.

Um questionário foi realizado com os cinco colaboradores do setor do turno da manhã,


a fim de apontar as limitações dos EPI’s utilizados na realização das tarefas.

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O objetivo deste levantamento é de apontar os riscos ocupacionais em que os


trabalhadores são expostos, realizar o mapa de risco para uma melhor visualização e
entendimento do ambiente laboral apontando melhorias quando possível.

4. Desenvolvimento

O estudo analisou os riscos a que os trabalhadores de uma CME (Figura 08) hospitalar
estão expostos, onde a coleta de dados se fez no turno matutino, que compreende das 07:00
horas da manhã as 13:00 horas da tarde. Posteriormente à coleta dos dados foi realizada a
análise dos mesmos e na sequência desta análise foi possível realizar o Mapa de Risco do
setor em estudo.

Figura 08: Layout, da CME.

Fonte: Autor, 2018.

4.1 Processo de limpeza, desinfecção e esterilização.

O processo de limpeza e desinfecção começa na coleta dos materiais a serem


desinfeccionados, coletados nos diversos setores do hospital (Figura 09). A coleta se faz em
dois horários, primeiro ás 07:30 horas e o segundo as 11:00 horas da manhã.

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Figura 09: Fluxo do Processo de Materiais

Fonte: Autor, 2017.

A figura 10 mostra a área do setor em estudo (expurgo), onde os funcionários desta


área (são 03) passam maior parte do tempo em posição ereta na bancada da pia no processo de
limpeza e desinfecção. Quando possível, a tarefa de secagem pode ser feita sentado na
cadeira.

Figura 10: Expugo da CME.

Fonte: Autor, 2017.

Os materiais de inaloterapia (Figura 11), (máscaras de inalação e umidificador de


oxigênio), traqueias de respiradores mecânicos são lavados com água e sabão e enxaguados
em água corrente. Após o enxague são imersos em uma solução de ácido perácetico a 2% por
30 minutos sendo novamente enxaguados em água para a retirada da solução com ácido.

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Figura 11: Material de Inaloterapia

Fonte: Autor, 2018.


fo

As traqueias de respirador serão posteriormente secas e encaminhadas para área de


preparo onde são esterilizadas em autoclaves por formol com validade de seis meses,
embalados e distribuídos para os setores do hospital conforme a demanda.

Os materiais instrumentais, que são tesouras, pinças, cubas, cúpulas e outros materiais
que contém secreções ou fluidos corpóreos, são imersos por 10 minutos em solução com
enzimas para que na lavagem com água e sabão a sujidade se desprenda mais facilmente dos
instrumentais tornando o processo de esterilização eficaz. Após a limpeza e secagem, estes
materiais são enviados pra área de preparo, onde serão acondicionados em embalagem
apropriada conforme a devida utilização.

4.2 Análise dos riscos ocupacionais

Para o ministério do trabalho através da NR 9 (PPRA), que visa à preservação da


saúde do trabalhador, são considerados riscos ambientais os agentes físicos, químicos e
biológicos existentes no ambiente de trabalho, que podem causar danos á saúde do
trabalhador dependendo da sua natureza, intensidade ou concentração e tempo de exposição.

Através da portaria nº 25 de 29 de dezembro de 1994, as informações presentes no


mapa de risco, previsto na NR 5, deverão ser considerados para o planejamento e execução do
PPRA.

Os riscos ocupacionais em que os colaboradores são expostos foram analisados


juntamente com a perspectiva de cada um, uma vez que os impactos dos riscos são sentidos de
formas diferentes pelos colaboradores.

Durante a observação do ambiente a altura das bancadas de trabalho, por exemplo,


influência na postura do funcionário, devido a diferenças de estatura dos funcionários,
também alguns se mostraram menos confortáveis com o uso de determinados EPI’s.

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Para análise de determinados riscos ergonômicos foi utilizado como ferramenta de


auxilio o software Ergolandia, para os demais riscos foi utilizado registros fotográficos e
quanto ao uso correto do EPI, os funcionários responderam a um questionário baseado nos
EPI’s que havia disponíveis no local de trabalho, para que fosse possível entender o motivo
do porque alguns não eram utilizados.

4.2.1 Risco Físico


O risco físico presente no ambiente avaliado foi o ruído proveniente do ar
comprimido utilizado na secagem dos materiais, pois os trabalhadores relatam ter muito
incômodo na utilização do protetor auricular tipo concha na secagem de materiais com ar
comprimido.

Para avaliação dos resultados foi considerado o pior caso de medição que é de 95.6
dB,( Quadro 02) para esse valor conforme os limites de tolerância da NR 15 anexo Nº 1 do
Ministério do Trabalho, o tempo de exposição é de 1hora e 45 minutos. Para que haja uma
atenuação do ruído, são utilizados abafadores tipo concha durante a ativade de secagem dos
materiais, possibilatando a permanencia do trabalhador no ambiente. Por ocasião os
abafadores utilizados constam segundo o fabricante, uma atenuação de 24 NRRsf (nível de
redução de ruído).

Quadro 02: Resultado das Medições de Ruído na CME


Decibelímetro: Marca MINIPA modelo MSL 1351 C
Equipamento Nível de Ruído
Ar Comprimido (ÁREA SUJA) 92.1 / 90.2 / 95.6 DB (A)

Fonte: Autor, 2107.

4.2.2 Risco Biológico


O risco biológico já é um risco pertinente ao ambiente hospitalar, no entanto esse risco
no setor em estudo é acumulado uma vez que materiais utilizados em diversos setores do
hospital no atendimento dos mais variados tipos de intervenções e doenças, que podem estar
contaminados por vírus e bactérias ou outra fonte de patógenos, são recebidos e processados
pelo CME.

Um risco frequente deste setor do hospital é a presença de materiais perfuro cortantes


como, por exemplo, agulhas de fios de sutura e lâminas de bisturi, pois além do risco de corte
da pele (risco de acidentes), os colaboradores também são expostos ao risco de contaminação
de agentes patógenos presentes na lâmina (Figura 12-b). Também o acúmulo de secreções em

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extensões e frascos de aspiração, usados em paciente que necessitam de aspiração traqueal


(Figura 12-a).

Figura 12: Materiais de risco biológico.

12-a 12-b

Fonte: Autor, 2017

4.2.3 Risco Ergonômico


Durante a observação do ambiente de trabalho em um turno de seis horas, foi possível
constatar que os colaboradores passam a maior parte do tempo em posição ereta (Figura 13),
com exceção da secagem de materiais que em algumas oportunidades pode ser realizada em
posição sentada. Foi realizada uma análise das posturas adotadas pelos colaboradores durante
a execução das tarefas na posição ereta com o uso do software Ergolandia e para essa
avaliação foram utilizados os métodos de análise ergonômica RULA e OWAS.

Figura 13- Posição do Colaborador Durante Lavagem dos Materiais

Fonte: Autor, 2017.

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A análise pelo método OWAS constatou que não há necessidade de ações corretivas
para a atividade em questão, nem pelo tempo em que o colaborador passa nesta atividade
(Figura 14).

Figura 14- Resultado do Método OWAS

Fonte : Adaptado Software Ergolandia 2017.

A análise postural pelo método RULA (Figura 15), com as variáveis baseadas na
postura do colaborador apresentada na Figura 13, resultou que num nível de ação 2 que indica
a necessidade de atenção e que podem ser necessárias mudanças (Figura 16).

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Figura 15- Resultado do Método RULA.

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Fonte : Adaptado Software Ergolandia 2017.

Figura 16- Pontuação do Método RULA

Fonte : Adaptado Software Ergolandia 2017.

4.2.4 Risco de Acidentes


Neste quesito foi observado no setor que para se ter acesso a parte interna um
maquinário se faz necessário o uso de apoio para os pés de forma a ter uma certa elevação de
maneira que se alcance o interior do mesmo, mas o apoio usado se mostra inadequado no
contato com o pé (Figura 17).

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Alguns colaboradores, por terem estatura mais alta, não fazem uso deste apoio e têm
mais facilidade de acesso, porém ainda se tem o desconforto da elevação do braço acima da
linha dos ombros, forçando a articulação.

Figura 17- Lavadora Ultrassônica

Fonte: Autor, 2017

4.2.5 Risco Químico

O risco químico observado no ambiente de trabalho é a solução de ácido peracético


utilizada para a desinfecção dos materiais de inaloterapia. Foi observado que alguns materiais
devido a sua densidade afundam no recipiente onde está a solução, o que leva o funcionário a
ter que mergulhar parte do antebraço dentro da solução (Figura 18).

Figura 18: Solução de Ácido Peracético 2%.

Fonte: Autor, 2018.

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4.2.6 Uso de EPI’s


O questionário foi formado com 6 questões conforme o Quadro 03, direcionado para
os EPI’s de uso mais frequente durante a atividade, EPI’s estes que são as luvas de látex
descartáveis ou luvas de procedimento como comumente é chamada, sapatos de proteção,
avental impermeável, abafador tipo concha, máscara e óculos de proteção.

Quadro 03- Questionário Quanto ao Uso de EPI’s


1. As luvas de látex descartáveis oferecidas são eficazes na proteção durante a realização das tarefas?
2. Os sapatos de proteção são eficientes quanto ao conforto e proteção?
3. Os aventais usados protegem de respingos de água e possíveis secreções que possam conter nos
materiais?
4. Durante a secagem com ar comprimido, o abafador tipo concha utilizado é eficaz na diminuição do
ruído? É confortável?
5. Os óculos de proteção dificultam o desempenho?
6. As máscaras de proteção são fáceis de serem utilizadas?

Fonte: Autor, 2017.

Em relação à questão 1, os funcionários afirmam as luvas de látex descartáveis são


pouco eficientes dependendo da tarefa realizada, são curtas, frágeis, o talco causa alergia e
ressecamento. As luvas de látex mais resistentes não possibilitam ter tato na lavagem dos
materiais por isso dificilmente são usadas.

Em resposta à questão 2, os sapatos de proteção na maioria das vezes são usados


apenas na área suja (área em estudo) por causar desconforto durante o uso prolongado, pois
causam aperto no calcâneo gerando dores no tornozelo, são pesados, não absorvem a umidade
dos pés e causam mau odor.

Em relação à questão 3, os aventais são frágeis e não protegem os braços. Um mangote


para proteção dos braços foi enviado ao setor para teste, mas foi reprovado por não vedar os
punhos adequadamente e ser quente durante o uso.

Na questão 04, os colaboradores afirmam que o uso do abafador auxilia muito na


redução do ruído, mas causa desconforto na face, na região da mandíbula.

Quanto à questão 5, os óculos de proteção embaçam a lente quando usados em


conjunto com a máscara de proteção e atrapalham o uso de abafadores de ruído tipo concha.

Em resposta da questão 6, as máscaras são usadas facilmente desde que não sejam em
conjunto com os óculos para não embaçar a lente durante a respiração.

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O intuito deste questionário foi de ouvir a opnião direta dos funcionários a respeito dos
EPI’s utilizados bem como sua funcionalidade, assim conhecer de forma clara o motivo de
usar ou não o EPI.

5. Mapa de Risco

Após a coleta de dados, das observações, do questionário e das análises foi possível
elaborar o Mapa de Risco da CME, conforme apresentado na Figura 19.

O risco ocupacional mais evidente durante a observação foi o ruído (cor verde)
proveniente do ar comprimido utilizado na secagem dos materiais. Em seguida o risco de
secreções presentes nos materiais (cor marrom), postura inadequada (cor amarelo), de
acidentes com perfuro cortantes e altura inadequado de equipamento (cor azul) são os riscos
presentes que afetam o ambiente de maneira mais moderada. O risco com produtos corrosivo
e tóxico (cor vermelha) afeta o funcionário em grande intensidade como mostrado a seguir na
Figura 19.

5.1 Soluções apresentadas

Identificados os riscos mais relevantes que influenciam no desempenho e conforto


durante a execução das tarefas, as causas destes foram apresentadas para o técnico de
segurança do trabalho da organização juntamente com os trabalhadores do setor em estudo,
afim de que fosse possível adequar ou melhorar os EPI’s em uso, bem como levantar
sugestões de mudança no layout do setor.

Figura 19- Mapa de Risco na CME

Fonte: Autor, 2017

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A questão do ruído do ar comprimido, que era mitigado com os abafadores, que


segundo os colaboradores comprime a face na região mandibular, constatou-se que a
utilização deste varia conforme a necessidade de secagem dos materiais. Assim alguns
materiais passaram a ser secos manualmente dispensando o uso do ar comprimido,
diminuindo o uso dos abafadores.

Outro problema que dificultava a utilização do abafador é quando se precisava utilizar


junto com os óculos de proteção causando muito incômodo nas têmporas e na parte posterior
das orelhas. Uma solução encontrada junto á segurança do trabalho foi de viseiras protetoras
(Figura 20) que se fixa na cabeça com uma faixa de elástico deixando livre a mandíbula e as
têmporas.

Figura 20: Uso de Viseira

Fonte: Autor, 2017

As viseiras utilizadas são apenas de amostras para teste, já que por se uma organização
pública a aquisição de mais viseiras é por meio de processo de licitação de compra. Processo
esse que leva algum tempo para ser concluído.

A posição e a altura da lavadora ultrassônica foi outro ponto levantado na análise de


riscos. Por ser um maquinário frequentemente utilizado, alguns colaboradores tem dificuldade
em alcançar o interior do mesmo para pegar os materiais já lavados. A proposta é uma
mudança no layout da CME de forma a posicionar o maquinário em uma bancada mais baixa
ou dispor anteparos para os pés mais adequados de maneira que os pés se apoiem
completamente.

A segurança do trabalho no local em estudo dispôs luvas de borrachas, porém os


colaboradores afirmam que perdem o tato no manuseio dos materiais. Já foi proposto e feito
testes com outros tipos de luvas de cano mais longo e que seja resistente ao contato com o
ácido como, por exemplo, a luva de látex nitrílico.

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5.2 Considerações finais

As propostas apresentadas foram levadas ao conhecimento do técnico de segurança do


trabalho da organização, que tomou ciência dos pontos levantados pelos colaboradores quanto
aos riscos físico, ergonômico e de acidentes.

Por se tratar de um hospital público o processo de compra de equipamentos e


materiais, seja para qualquer finalidade, é feito por licitação.

Alguns materiais sugeridos em conjunto com a segurança do trabalho, vieram de


amostra para teste e depois de testado e aprovado segue para licitação de compra. Assim a
implantação de melhorias é um pouco mais demorada.

Os pontos levantados neste trabalho foram escolhidos por serem os que mais se
destacavam no mapeamento de risco e também são os que mais causam desconforto no
trabalhador.

Vale lembrar também que alguns riscos podem ser amenizados, como o risco com os
perfuro cortantes, que segundo as práticas de enfermagem todo material perfuro cortante
como lâmina de bisturi, agulha de sutura, ampolas de medicamento entre outros devem ser
descartados logo após o uso em local próprio que são caixas de papel reforçadas com o
propósito de evitar acidentes com esse tipo de material e devem ser destinadas para descarte
no mesmo setor de utilização, conforme disposto na NR-32.

6. Conclusão

O Mapa de Risco é uma ferramenta que possibilita a melhor visualização dos riscos
ocupacionais presentes nas operações em que os colaboradores estão sujeitos, sendo os
principais riscos evidenciados são o ruído e contaminação por agentes patógenos.

A proposta deste trabalho foi a de realizar uma análise do ambiente hospitalar em


específico na Central de Materiais e Esterilização, apontando seus pontos críticos bem como
propor melhorias ao ambiente de trabalho.

Para isso foram feitas observações do processo de limpeza e desinfecção dos materiais,
observação do ambiente laboral, registros de imagens de maquinários, posição dos
funcionários durante a realização do trabalho, materiais contaminados, condições de risco e
questionário a cerca dos EPI’s utilizados no setor.

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Contudo algumas soluções apresentadas não são de fácil aplicação devido á


necessidade de um investimento maior de recurso como é o caso do posicionamento da
lavadora, em que a solução ideal seria uma mudança no layout para que o trabalhador tenha
um acesso mais seguro ao maquinário.

As questões levantadas quanto ao uso dos EPI’s foram de muita importância por
chamar a atenção quanto à qualidade e a adequação de uso dos mesmos, sendo possível obter
amostras dos produtos antes destes serem licitados para compra.

Atenção também não somente para o risco biológico que é mais presente no ambiente
hospitalar, mas para outros riscos que não se dá tanta importância, mas que prejudicam o
desempenho do funcionário no desenvolvimento das tarefas.

Além dos riscos ocupacionais relatados neste trabalho, também ficou claro durante as
observações do ambiente, que os riscos são sentidos de maneiras diferentes pelos
funcionários, sendo esse fato mais evidente no risco ergonômico devido à diferença de
estatura entre os funcionários.

As análises realizadas pelo método ergonômico OWAS e RULA com o auxilio do


software Ergolandia apontaram que no momento não seriam necessárias mudanças no
ambiente de trabalho, mas futuramente uma nova análise deveria ser feita para avaliar um
novo ambiente. Analisando novamente os EPI’s, ergonomia do funcionário durante o
trabalho, maquinários novos, melhorias no processo e o mapa de risco apresentado neste
trabalho espera-se que seja diferente, com mudanças para melhor.

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