Os Alimentos No Novo Código Civil - Áurea Pimentel
Os Alimentos No Novo Código Civil - Áurea Pimentel
Os Alimentos No Novo Código Civil - Áurea Pimentel
Revista da EMERJ,
v. 6, n. 21, p. 28, 2003.
Origem
1) Officium pietatis: Nos primórdios das civilizações, os alimentos encontraram
suas raízes no direito natural, constituindo dever moral (p. 29)
3) ius positum: sob “os alimentos passaram a constituir dever legal, com indiscutível
conteúdo de ordem pública, subsumidos a normas e princípios jurídicos,
disciplinadores da forma de sua prestação”. (p. 29)
Artigo 1.694 - previsão, no sentido de que os alimentos, devidos entre parentes; pelos
cônjuges e pelos companheiros, sejam concedidos de modo a garantir àqueles o que
efetivamente necessitem “para viver de modo compatível com a sua condição social”. (p.
30)
Revisão do valor pago: [...] “da regra rebus sic stantibus cuidou o legislador, no novo
Código Civil, no art. 1.699, repetindo, com pequenas alterações de redação, a norma do
art. 401 do Código Civil de 1916, expressa a admitir a possibilidade do quantum da
pensão originalmente fixado, ser revisto quando: sobrevier mudança na situação de quem
os recebe”, conforme o caso autorizando que se conceda: “exoneração, redução ou
majoração do encargo”. (pp. 31-32)
Princípios
Obs.: “A cláusula ou convenção pela qual alguém se compromete a não usar da ação de
alimentos é nula. Nulidade absoluta.” (Obra citada, p. 216/217). P. 33
iv) Princípio da Incessibilidade: tem-se que não pode o direito à percepção de alimentos
ser cedido a terceiro, porque a fixação de pensão alimentar é feita tendo presente as
condições pessoais (intuito personae) do credor dos alimentos e os recursos do devedor.
Não sucessão pós morte do dever do pagamento de pensão por parte dos herdeiros:
“[...] Pontes de Miranda, citando Álvaro Velasco, in Praxis Partitionum et Collationum”:
“Falecendo o alimentário, o direito a alimentos não se transmite a seus herdeiros porque
a pensão tinha por fim manter o beneficiado, e tal razão deixou de existir. Os alimentos
só são devidos durante a existência do necessitado. Alimenta solum debentur pro
tempore,quo alimentandus vivit et pro tempore decurso post eius mortem ad haeredes,
non transmittantur.” (Tratado de Direito de Família, v. III, p. 216).
“E acrescenta o douto jurista (Pontes de Miranda): “o que já era devido continua a ser
suscetível de ser reclamado; pois que não se excluiu a pretensão ligada aos alimentos
vencidos e à indenização pela inexecução, ou outra causa semelhante; exclui-se, tão-só,
a hereditariedade do direito.” (ib idem,v. III, p. 216)”.(p. 36)
Novo caráter: (pensão pós mortem) “[...] é Carvalho Santos quem observa, citando o
pensamento de Clóvis Bevilacqua: “estes atrasados não constituem mais pensão
alimentar, assumem o caráter de uma dívida comum que deixou de ser paga.” (Código
Civil Brasileiro Interpretado, v. VI, p. 192)” (p; 36).