SIMULADO

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Estado do Ceará

Secretaria de Educação Básica


Coordenadoria de Desenvolvimento da Educação – CREDE 02
EEMTI CEL. MURILO SERPA

SIMULADO 1 os serviços prestados ao patrão – um ricaço feito


senador e ministro, ilimitado nas ambições e limitado
D4 Questão 01 ––––––––––––––––––––––––––◊ nos escrúpulos como soem ser as figuras de sua laia. A
Todo mundo sabe (será?) que canguru vem de desgraça, da sufocação de seu talento literário, ou
uma língua nativa australiana e quer dizer "Eu Não daquilo que gostaria que fosse talento literário, posto a
Sei". Segundo a lenda, o Capitão Cook, explorador da serviço de outrem, e ainda mais um outrem como
Austrália, ao ver aquele estranho animal dando saltos aquele. As exigências do patrão, aos poucos, tornam-se
de mais de dois metros de altura, perguntou a um acachapantes. Não são apenas discursos que ele
nativo como se chamava o dito. O nativo respondeu encomenda. É uma carta de amor a uma bela que deseja
guugu yimidhirr, em língua local, Gan-guruu, "Eu não como amante. Ou um conto, com que acrescentar, às
sei". Desconfiado que sou dessas divertidas origens, delícias do dinheiro e do poder, a glória literária. Nosso
pesquisei em alguns dicionários etimológicos. Em escritor de aluguel vai se exaurindo. É a própria
nenhum dicionário se fala nisso. Só no Aurélio, nossa personalidade que lhe vai sendo sugada pelo insaciável
pequena Bíblia – numa outra versão. dicionário se fala senhorio. Na forma de palavras, frases e parágrafos, é a
nisso. Só no Aurélio, nossa pequena Bíblia – numa alma que põe em continuada venda.
outra versão. Definição precisa encontrei, como quase Roberto Pompeu de Toledo, Revista VEJA, ed.1843, 3 de março de 2004. Ensaio p. 110.

sempre, em Partridge: Kangarroo; wallaby.


O texto foi escrito com o objetivo de
As palavras kanga e walla, significando saltar e
(A) conscientizar o leitor.
pular, são acompanhadas pelos sufixos rôo e by, dois
(B) apresentar sumário de uma obra.
sons aborígines da Austrália, significando
(C) opinar sobre um livro.
quadrúpedes.
(D) dar informações sobre o autor.
Portanto quadrúpedes puladores e
(E) narrar um fato científico.
quadrúpedes saltadores. Quando comuniquei a
descoberta a Paulo Rónai, notável lingüista e grande
D20 Questão 03 ––––––––––––––––––––––––◊
amigo de Aurélio Buarque de Holanda, Paulo gostou
de saber da origem "real" do nome canguru. Mas Texto I
acrescentou: "Que pena. A outra versão é muito mais CARTA
bonitinha". Também acho. (fragmento)
Millôr Fernandes, 26/02/1999, In http://www.gravata.com/millor.
A terra não pertence ao homem; é o homem que
Pode-se inferir do texto que: pertence à terra. Disso temos certeza. Todas as coisas
(A) as descobertas científicas têm de ser estão interligadas, como o sangue que une uma família.
comunicadas aos lingüistas. Tudo está relacionado entre si. O que fere a terra fere
(B) os dicionários etimológicos guardam a origem das também os filhos da terra. Não foi o homem que teceu a
palavras. trama da vida: ele é meramente um fio da mesma. Tudo
(C) os cangurus são quadrúpedes de dois tipos: que ele fizer à trama, a si próprio fará.
Carta do cacique Seattle ao presidente dos EUA em 1855. Texto de domínio público
puladores e saltadores. distribuído pela ONU.
(D) o dicionário Aurélio apresenta tendência
religiosa. Texto II
(E) os nativos desconheciam o significado DICIONÁRIO DE GEOGRAFIA
de canguru. Segundo o geógrafo Milton Santos: “o espaço
geográfico é a natureza modificada pelo homem através
do seu trabalho”. E “o espaço se define como um
D12 Questão 02 ––––––––––––––––––––––––◊ conjunto de formas representativas de relações sociais
A sombra do meio-dia 5 10 A Sombra do Meio- do passado e do presente e por uma estrutura
Dia é o belo título de um romance lançado representada por relações sociais que estão
recentemente, de autoria do diplomata Sérgio Danese. acontecendo diante dos nossos olhos e que se
O livro trata da glória (efêmera) e da desgraça manifestam através de processos e funções”.
GIOVANNETTI, G. Dicionário de Geografia. Melhoramentos, 1996.
(duradoura) de um ghost-writer, ou redator-fantasma
– aquele que escreve discursos para outros. A glória Os dois textos diferem, essencialmente, quanto
do ghost-writer de Danese adveio do dinheiro e da (A) à abordagem mais objetiva do texto I.
ascensão profissional e social que lhe proporcionaram (B) ao público a que se destina cada texto.
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(C) ao rigor científico presente no texto II. mulheres de ciências foram laureadas em 202 anos de
(D) ao sentimentalismo presente no texto I. premiação. O livro apresenta duas hipóteses, uma
(E) ao tema geral abordado por cada autor. histórica e outra biológica, para a possível superação do
machismo em frase como a de Hipócrates (460-400 a.C.)
considerado o pai da medicina, que escreveu: “A língua é
D21 Questão 04 ––––––––––––––––––––––––◊
a última coisa que morre em uma mulher”.
Revista GALILEU, Fevereiro de 2004 A expressão “dessa situação” (? . 2) refere-se ao fato
QUANDO A SEPARAÇÃO É UM TRAUMA de

A Socióloga Constance Ahrons, de Wisconsin,


A expressão “dessa situação” (? . 2) refere-se ao fato de
acompanhou por 20 anos um grupo de 173 filhos de
(A) a ciência não ser feminina.
divorciados. Ao atingir a idade adulta, o índice de
(B) a premiação possuir 202 anos.
problemas emocionais nesse grupo era equivalente ao
(C) a língua ser a última coisa que morre em uma
dos filhos de pais casados. Mas Ahrons observou que
mulher.
eles "emergiam mais fortes e mais amadurecidos que
(D) o pai da medicina ser Hipócrates.
a média, apesar ou talvez por causa dos divórcios e
(E) o Prêmio Nobel foi concedido a 11 mulheres.
recasamentos de seus pais". (...) Outros trabalhos
apontaram para conclusões semelhantes. Dave Riley,
professor da universidade de Madison, dividiu os
D7 Questão 06 ––––––––––––––––––––––––◊
grupos de divorciados em dois: os que se tratavam
civilizadamente e os que viviam em conflito. Os filhos O teatro da etiqueta
dos primeiros iam bem na escola e eram tão saudáveis No século XV, quando se instalavam os Estados
emocionalmente quanto os filhos de casais "estáveis". nacionais e a monarquia absoluta na Europa, não havia
(...) sequer garfos e colheres nas mesas de refeição: cada
Uma família unida é o ideal para uma criança, comensal trazia sua faca para cortar um naco da carne –
mas é possível apontar pontos positivos para os filhos e, em caso de briga, para cortar o vizinho. Nessa Europa
de separados. "Eles amadurecem mais cedo, o que de bárbara, que começava a sair da Idade Média, em que
certa forma é bom, num mundo que nos empurra para nem os nobres sabiam escrever, o poder do rei devia se
uma eterna dependência.” afirmar de todas as maneiras aos olhos de seus súditos
REVISTA ÉPOCA, 24/1/2005, p. 61-62. Fragmento. como uma espécie de teatro. Nesse contexto surge a
etiqueta, marcando momento a momento o espetáculo
No texto, três pessoas posicionam-se em relação aos da realeza: só para servir o vinho ao monarca havia um
efeitos da separação dos pais sobre os filhos: uma ritual que durava até dez minutos.
socióloga, um professor e o próprio autor. Depreende- Quando Luís XV, que reinou na França de 1715 a
se do texto que 1774, passou a usar lenço não como simples peça de
(A) a opinião da socióloga é discordante das outras vestuário, mas para limpar o nariz, ninguém mais na
duas. corte de Versalhes ousou assoar-se com os dedos, como
(B) a opinião do professor é discordante das outras era costume. Mas todas essas regras, embora servissem
duas. para diferenciar a nobreza dos demais, não tinham a
(C) as três opiniões são concordantes entre si. petulância que a etiqueta adquiriu depois. Os nobres
(D) o autor discorda apenas da opinião da socióloga. usavam as boas maneiras com naturalidade, para marcar
(E) o autor discorda apenas da opinião do professor. uma diferença política que já existia. E representavam
esse teatro da mesma forma para todos. Depois da
Revolução Francesa, as pessoas começam a aprender
D2 Questão 05 ––––––––––––––––––––––––◊ etiqueta para ascender socialmente. Daí por que ela
A CIÊNCIA É MASCULINA? passou a ser usada de forma desigual – só na hora de
Attico Chassot lidar com os poderosos.
Revista Superinteressante, junho 1988, nº 6 ano 2.
Editora Unisinos, RS (51) 590-8239.
104 págs. R$ 12,00
Nesse texto, o autor defende a tese de que
(A) a etiqueta mudou, mas continua associada aos
O autor procura mostrar que a ciência não é
interesses do poder.
feminina. Um dos maiores exemplos que se pode dar
(B) a etiqueta sempre foi um teatro apresentado pela
dessa situação é o prêmio Nobel, em que apenas 11
realeza.
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(C) a etiqueta tinha uma finalidade democrática (E) o sonho alto das pessoas faz com que sofram
antigamente. muito.
(D) as classes sociais se utilizam da etiqueta desde o
século XV. D15 Questão 08 ––––––––––––––––––––––––––◊
(E) as pessoas evoluíram a etiqueta para Anedotinhas
descomplicá-la.
De manhã, o pai bate na porta do quarto do filho:
D8 Questão 07 ––––––––––––––––––––––––––◊ — Acorda, meu filho. Acorda, que está na hora de
Haverá um mapa para este tesouro? você ir para o colégio.
Lá de dentro, estremunhando, o filho respondeu:
“Diversidade biológica” significa a variabilidade — Ai, eu hoje não vou ao colégio. E não vou por
de organismos vivos de todas as origens, três razões: primeiro, porque eu estou morto de sono;
compreendendo, dentre outros, os ecossistemas segundo, porque eu detesto aquele colégio; terceiro,
terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos porque eu não agüento mais aqueles meninos.
e os complexos ecológicos de que fazem parte; E o pai responde lá de fora:
compreendendo ainda a diversidade dentro de — Você tem que ir. E tem que ir, exatamente, por
espécies, entre espécies e de ecossistemas.” (Artigo 2 três razões: primeiro, porque você tem um dever a
da Convenção sobre Diversidade Biológica). cumprir; segundo, porque você já tem 45 anos; terceiro,
O Brasil, país de dimensões continentais, porque você é o diretor do colégio.
sabidamente possui uma enorme biodiversidade, Anedotinhas do Pasquim. Rio de Janeiro: Codecri, 1981. p. 8.
sendo definida como a maior do planeta. Possuir
muito, e de diferentes fontes, ecoa aos nossos No trecho “Acorda, que está na hora de você ir para o
sentidos como ter à disposição, ao alcance de todos, colégio” (l. 2), a palavra sublinhada estabelece relação
um grande tesouro. No entanto, todos sabemos que de
um grande tesouro escondido em locais inacessíveis, (A) adição.
ou mesmo localizado sob os nossos olhos, sem que (B) alternância.
tenhamos possibilidade de enxergá-la, significa um (C) conclusão.
grande sonho.... e sonhos não costumam tornar-se (D) explicação.
realidade... podem até evoluir para pesadelos... (E) oposição.
Assim, fica evidente que o conhecimento
científico, embasado em fatos, é essencial para dar D16 Questão 09 ––––––––––––––––––––––––◊
suporte a hipóteses que gerem projetos que permitam FORMIGA E A CIGARRA
expandir esses conhecimentos e servir de partida para Era uma vez uma formiguinha e uma cigarra muito
projetos que permitam a aplicação racional e amigas. Durante todo o outono, a formiguinha trabalhou
sustentada dessa riqueza. Todos sabem que a pior sem parar, armazenando comida para o período de
atitude é “...matar a galinha dos ovos de ouro...”. inverno. Não aproveitou nada do Sol, da brisa suave do
Portanto, precisamos saber de onde vêm os ovos, e fim da tarde nem do bate-papo com os amigos ao final
como cuidar da galinha e fazê-la reproduzir para que do expediente de trabalho, tomando uma cervejinha.
possamos transmitir essa riqueza como herança. Seu nome era “trabalho” e seu sobrenome, “sempre”.
Regina Pakelmann Markus e Miguel Trefault Rodrigues. Revista Ciência & Cultura.
Julho/agosto/setembro 2003. p. 20.
Enquanto isso, a cigarra só queria saber de cantar
nas rodas de amigos e nos bares da cidade; não
O trecho “evoluir para pesadelos...” (2° parágrafo) é desperdiçou um minuto sequer, cantou durante todo o
um argumento para sustentar a idéia de que outono, dançou, aproveitou o Sol, curtiu para valer, sem
(A) a biodiversidade do Brasil é imensa e se preocupar com o inverno que estava por vir.
incontrolável. Então, passados alguns dias, começou a esfriar.
(B) a má utilização das riquezas naturais causa Era o inverno que estava começando. A formiguinha,
graves problemas. exausta, entrou em sua singela e aconchegante toca
(C) a reprodução ostensiva da galinha dos ovos de repleta de comida. Mas alguém chamava por seu nome
ouro é problemática. do lado de fora da toca. Quando abriu a porta para ver
(D) o maior conhecimento da natureza causa-lhe quem era, ficou surpresa com o que viu: sua amiga
mais riscos.
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cigarra, dentro de uma Ferrari, com um aconchegante (A) escrupuloso em ambiente de trabalho.
casaco de visom. E a cigarra falou para a formiguinha: (B) ajustado às situações informais.
– Olá, amiga, vou passar o inverno em Paris. (C) rigoroso na precisão vocabular.
Será que você poderia cuidar da minha toca? (D) exato quanto à pronúncia das palavras.
– Claro, sem problema! Mas o que lhe (E) contrário ao uso de expressões populares.
aconteceu? Como você conseguiu grana pra ir a Paris e
comprar essa Ferrari?
– Imagine você que eu estava cantando em um
bar, na semana passada, e um produtor gostou da
minha voz. Fechei um contrato de seis meses para
fazer shows em Paris... A propósito, a amiga deseja
algo de lá?
– Desejo, sim. Se você encontrar um tal de La
Fontaine por lá, manda ele pro DIABO QUE O
CARREGUE!
MORAL DA HISTÓRIA: “Aproveite sua vida, saiba
dosar trabalho e lazer, pois trabalho em demasia só
traz benefício em fábulas do La Fontaine”.
Fábula de La Fontaine reelaborada.
http://www.geocities.com/soho/Atrium/8069/Fabulas/fabula2.html - com
adaptações.

Em relação ao texto original da fábula, percebe-se


ironia no fato de
(A) a cigarra deixar de trabalhar para aproveitar o
Sol.
(B) a formiga trabalhar e possuir uma toca.
(C) a cigarra, sem trabalhar, surgir de Ferrari e
casaco de visom.
(D) a cigarra não trabalhar e cantar durante todo o
outono.
(E) a formiga possuir o nome “trabalho” e o
sobrenome “sempre”.

D13 Questão 10 ––––––––––––––––––––––––◊


Luz sob a porta

— E sabem que que o cara fez? Imaginem só:


me deu a maior cantada! Lá, gente, na porta de minha
casa! Não é ousadia demais?
— E você?
— Eu? Dei telogo e bença pra ele; engraçadinho,
quem ele pensou que eu era?
— Que eu fosse.
— Quem tá de copo vazio aí?
— Vê se baixa um pouco essa eletrola, quer pôr
a gente surdo?
(VILELA, Luiz. Tarde da noite. São Paulo: Ática, 1998. p. 62.)

O padrão de linguagem usado no texto sugere que se


trata de um falante

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