Hirma Mondlane - Precipitaã Ã o

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 10

Faculdade de Ciências

Departamento de Física

Licenciatura em Meteorologia

Precipitação- Exercícios
Discente:

Mondlane, Hirma Pedro

Docente:

Dra. Dove

Maputo, Abril de 2024


1. Descreva as características da precipitação convectiva, orográfica e frontal em termos

de duração, intensidade e extensão da área onde ocorre.

- Convectiva

Geralmente de curta duração e alta intensidade. Ocorre em áreas isoladas e é associada a células
de tempestade. Pode cobrir uma pequena extensão de área. : quando há pouca circulação de massas
de ar, o ar próximo ao solo é aquecido pela radiação emitida e refletida pela superfície terrestre.
Esse ar quente, menos denso que o ar circundante, eleva-se na forma de células de conveção. Esse
ar se esfria adiabaticamente, até atingir o nível de condensação, gerando nuvens de tipo cúmulos
ou cúmulo-nimbus.

Figura 1: Formação da precipitação convectiva (Prof: Rutinéia Tassi)

- Orográfica

É influenciada pela topografia, ocorrendo quando massas de ar húmido são forçadas a subir sobre
relevos montanhosos. Pode durar por períodos prolongados, especialmente se houver ventos
persistentes. Geralmente é de intensidade moderada a alta, e sua área de ocorrência depende da
extensão das montanhas. . São localizadas nas encostas montanhosas que olham para o mar e
quando os ventos conseguem ultrapassar a barreira montanhosa, do lado oposto projeta-se a sombra
pluviométrica, dando lugar a zonas secas ou semi-áridas, causadas pelo ar seco, já que a humidade
foi descarregada na encosta oposta. Esse tipo de precipitação geralmente tem ocorrência localizada,
podendo atingir grande intensidade.

RESOLUÇÃO DOS EXERCÍCIOS SOBRE PRECIPITÇÃO – HIRMA M 2


Figura 2: Formação da precipitação orográfica (Prof: Rutinéia Tassi)

- Frontal

Associada a frentes atmosféricas, a precipitação frontal pode durar dias e cobrir áreas extensas. Sua
intensidade varia, sendo geralmente moderada, mas pode ser forte em áreas de convergência
frontal. quando se encontram duas grandes massas de ar, de diferente temperatura e humidade, o
ar mais quente (mais leve e, normalmente, mais húmido) é empurrado para cima, onde atinge
temperaturas mais baixas, resultando na condensação do vapor.

Figura 3: formação da precipitação frontal (Prof: Rutinéia Tassi)

RESOLUÇÃO DOS EXERCÍCIOS SOBRE PRECIPITÇÃO – HIRMA M 3


2. Explique a diferença entre isoieta e ietograma. Esboce um ietograma típico do regime

pluviométrico de Moçambique.

- Isoieta

É uma linha que conecta pontos com a mesma quantidade de precipitação em um determinado
período de tempo. Ela mostra a distribuição espacial da precipitação em um mapa.

- Ietograma

É um gráfico que mostra a quantidade de precipitação em função do tempo, geralmente em um


intervalo de horas ou dias. Ele fornece informações sobre a intensidade e a duração da precipitação
ao longo do tempo.

3. Descreva os princípios de funcionamento do (i) pluviógrafo, (b) satélite e (iii) radar


meteorológico
Princípios de Funcionamento:

- Pluviógrafo

Registra a quantidade de precipitação ao longo do tempo. Geralmente, um funil coleta a água da


chuva que é então direcionada para um mecanismo de registro, como um tambor rotativo ou
sensores eletrônicos.

-Satélite

Monitora a precipitação a partir do espaço, usando sensores remotos para detectar sinais de
precipitação na atmosfera. As imagens de satélite são processadas para fornecer informações sobre
a cobertura de nuvens e a intensidade da precipitação.

-Radar Meteorológico

Emite pulsos de micro-ondas que são refletidos pelas gotas de chuva na atmosfera. A intensidade
e o tempo de retorno desses pulsos são usados para calcular a taxa de precipitação em diferentes
áreas. O radar meteorológico é especialmente útil para monitorar a precipitação em tempo real e
prever tempestades.

RESOLUÇÃO DOS EXERCÍCIOS SOBRE PRECIPITÇÃO – HIRMA M 4


4. Escreva a expressão matemática do método de ponderação regional e descreva a sua

utilidade/aplicação.

Método de Ponderação Regional

A expressão matemática do método de ponderação regional é:

̅̅̅̅
𝑃𝑌 ̅̅̅̅
𝑃𝑌 ̅̅̅̅
𝑃𝑌 1
𝑃𝑌 = ( . 𝑃𝑋1 + . 𝑃𝑋2 + . 𝑃𝑋3 ) .
𝑃𝑋1 𝑃𝑋2 𝑃𝑋3 3

Onde:

- ( P ) é a precipitação média ponderada na região,

- ( P_i ) é a precipitação média na sub-região \( i \),

- ( A_i ) é a área da sub-região \( i \),

- ( n ) é o número total de sub-regiões.

Esse método é usado para calcular a precipitação média em uma determinada área, levando em
consideração as diferenças na precipitação entre sub-regiões e suas respectivas áreas. Ele é útil em
estudos climáticos e hidrológicos para estimar a precipitação em áreas onde não há medições
diretas disponíveis. O preenchimento efetuado por esta metodologia é simples e apresenta algumas

limitações, quando cada valor é visto isoladamente. Para o preenchimento de valores diários de

precipitação não se deve utilizar esta metodologia, pois os resultados podem ser muito ruins.

Normalmente valores diários são de difícil preenchimento devido a grande variação espacial e

temporal da precipitação para os eventos de freqüências médias e pequenas.

RESOLUÇÃO DOS EXERCÍCIOS SOBRE PRECIPITÇÃO – HIRMA M 5


5. A Figura 1 mostra a variação espacial a precipitação em Moçambique obtida através do

Global Precipitation Climatology Project (GPCP).

Uma forma de visualizar essa variação são os mapas de isoietas, isso é, linhas que unem pontos de
igual precipitação durante um certo período de tempo (dia, mês, ano). Neste caso, estamos lidando
com variações mensais, de janeiro de 2000 á dezembro de 2001. Temos um gráfico com
longitudes(x) e latitudes(y) e representação colorida de roxo(menos intenso) á vermelho(mais
intenso).

Temos a zona centro, norte e uma pequena partev da zona sul tem um indice ligeiramente elevado
de precipitação. Pode-se destacar mais concretamente as zonas de Milange, Cuamba e alto
Molocue, nas provincias de Nampula e Zambézia com precipitação de aproximadamente 135.0mm,
de seguida no intervalo de 113.3 á 135.0mm temos toda provincia de Zambézia, o sul das provincia
de Cabo Delgado e Niassa uma parte da provincia de Nampula também registrou essas variacões
acima citadas.

As zonas com menor precipitação(26.7-48.4 mm) encontram-se próximas ao oceano Índico, na


plataforma continental.

6. Qual é a importância da curva/diagrama de dupla massa?

A curva/diagrama de dupla massa é uma ferramenta valiosa na análise de dados hidrológicos,


especialmente na verificação da consistência de séries temporais de precipitação. Sua importância
reside em diversos aspectos:

RESOLUÇÃO DOS EXERCÍCIOS SOBRE PRECIPITÇÃO – HIRMA M 6


1. Detecção de Incoerências:

A principal função da curva de dupla massa é identificar erros e incoerências nos dados de
precipitação. Isso é crucial para garantir a confiabilidade das informações, pois dados
inconsistentes podem levar a conclusões errôneas em estudos hidrológicos, projetos de engenharia
e gerenciamento de recursos hídricos.

A curva de dupla massa funciona comparando os totais acumulados de precipitação em uma estação
pluviométrica de referência com os totais acumulados em outras estações da região. Se os dados
forem consistentes, a curva resultante será suave e contínua.

No entanto, se houver incoerências, como erros de registro, mudanças bruscas na estação


pluviométrica ou falhas nos instrumentos, a curva apresentará descontinuidades ou pontos
divergentes. Essa identificação de incoerências permite que sejam tomadas as medidas cabíveis
para corrigir os dados ou investigar as causas dos erros.

2. Homogeneização de Séries Temporais:

A curva de dupla massa também pode ser utilizada para homogeneizar séries temporais de
precipitação.

Em casos onde se identificam incoerências, os dados inconsistentes podem ser ajustados com base
na curva de referência, garantindo uma série temporal mais homogênea e confiável.

Essa homogeneização é fundamental para estudos que exigem longas séries temporais precisas,
como análises de tendências climáticas, modelagem hidrológica e avaliação de impactos
ambientais.

3. Análise de Mudanças Climáticas:

A curva de dupla massa pode ser útil na análise de mudanças climáticas, pois permite identificar
alterações nos padrões de precipitação ao longo do tempo.

Ao comparar curvas de dupla massa de diferentes períodos, é possível detectar mudanças na média
anual de precipitação, na sazonalidade das chuvas e na frequência e intensidade de eventos
extremos.

RESOLUÇÃO DOS EXERCÍCIOS SOBRE PRECIPITÇÃO – HIRMA M 7


Essa informação é crucial para entender os impactos das mudanças climáticas nos recursos hídricos
e para o desenvolvimento de medidas de adaptação e mitigação.

4. Otimização da Rede Pluviométrica:

A análise de curvas de dupla massa pode auxiliar na otimização da rede pluviométrica,


identificando estações pluviométricas redundantes ou mal posicionadas.

Ao comparar a curva de uma estação com as curvas de referência, é possível avaliar se a estação
fornece informações adicionais significativas ou se seus dados podem ser obtidos por interpolação
a partir de outras estações.

Essa otimização da rede pluviométrica permite reduzir custos de operação e manutenção, além de
melhorar a representatividade espacial dos dados de precipitação.

5. Estudos Hidrológicos e de Engenharia:

A curva de dupla massa é uma ferramenta essencial para diversos estudos hidrológicos e de
engenharia, como:

Análise de frequências de precipitação máxima e mínima.

Dimensionamento de obras hidráulicas, como bueiros, pontes e barragens.

Elaboração de planos de manejo de recursos hídricos.

Estudos de impacto ambiental de projetos de infraestrutura.

Análise de risco de inundações e secas.

7. A Figura 2 ilustra uma bacia hidrográfica onde as letras A, B, C, D e E representam

estações ou postos pluviométricos. (a) represente os polígonos de Thiessen para as

estacoes B e D; (b) calcule a precipitação média na bacia usando o método aritmético e o método
de Polígonos de Thiessen; (c) Comente sobre as semelhanças/diferenças nos

valores da precipitação obtida através dos dois métodos.

RESOLUÇÃO DOS EXERCÍCIOS SOBRE PRECIPITÇÃO – HIRMA M 8


Figura 4 : Esboço de uma bacia hidrográfica

Figura 5: Bacia hidrográfica com destaque nos pontos pluviométricos B e D (feito no Paint 3D)

Área sob influência do posto com A 40 mm = 10 km2

RESOLUÇÃO DOS EXERCÍCIOS SOBRE PRECIPITÇÃO – HIRMA M 9


Área sob influência do posto com B 50 mm = 30 km2

Área sob influência do posto com C 55 mm = 35 km2

Área sob influência do posto com D 45 mm = 15 km2

Área sob influência do posto com E 30 mm = 5 km2

Precipitação média na bacia pelo método de Thiessen:

Pm = 40 × 0.10 + 50 × 0.30 + 55 × 0.35 + 45 × 0.15 + 30 × 0.05 =46.5mm

Precipitação média na bacia pelo método de média Aritmética:

40 + 50 + 55 + 45 + 30 220
𝑃𝑚 = = = 44 𝑚𝑚
5 5

RESOLUÇÃO DOS EXERCÍCIOS SOBRE PRECIPITÇÃO – HIRMA M 10

Você também pode gostar