Lição 04 Ezequiel - Um Jovem Com Visões TEXTO BÍBLICO: Ezequiel 2
Lição 04 Ezequiel - Um Jovem Com Visões TEXTO BÍBLICO: Ezequiel 2
Lição 04 Ezequiel - Um Jovem Com Visões TEXTO BÍBLICO: Ezequiel 2
I – TEXTO ÁUREO
“E disse-me: Filho do homem, põe-te em pé, e falarei contigo” (Ezequiel 2.1)
Foi dito a Ezequiel: “põe-te em pé”; e ao relatar a experiência, ele diz: “Então, entrou em mim o Espírito [...] e me pôs
em pé”. O propósito era que ele se levantasse e anunciasse com intrepidez em nome do Senhor, e o Espírito Santo o ajudou a
obedecer a essa ordem. Em Ez 2.3-8, está descrevendo o povo a quem ele é enviado como profeta, à nação de Israel. Ele era
declaradamente fraco, se fossem levados em conta somente os seus recursos. Mas era exatamente um homem assim que Deus
poderia colocar diante dos exilados para adverti-los da necessidade de justiça pessoal. A esse homem, recrutado para o serviço
divino, o Senhor diz: eu te envio aos filhos de Israel
II – AUXÍLIO PEDAGÓGICO
Querido(a) professor(a): Para vivenciar a visão do Profeta Ezequiel descrita neste
subsídio (Subtópico 3.2), convide os alunos que possuem habilidades artísticas para
ilustrar em uma cartolina esta temática. No momento da explicação da visão do profeta
referente a glória de Deus oriente o aluno escolhido a representar em uma cartolina, o
ensino deste dia através de imagens. Finalize, explicando o significado desta temática.
Boa aula na EBD!
III – COMENTÁRIO DA LIÇÃO
O capítulo 1 de Ezequiel é um tipo de prefácio para o chamado do profeta. Os capítulos 2 e 3 descrevem o chamado
propriamente dito. No versículo 1 e em 86 outras ocasiões, o Senhor dirige-se a Ezequiel como Filho do homem (cf. Nm 23.19;
Jó 25.6). Somente Ezequiel, de todos os profetas, é tratado dessa forma. Essa designação é um lembrete ao homem chamado para
o ministério profético de que ele continua uma criatura frágil e finita. Ele não tem valor algum como profeta, a não ser que o
Senhor encha sua boca com as coisas que ele deve falar (Price, 2006).
3.1 O chamado de Ezequiel e o seu contexto social. No que diz respeito à época do profeta, ou seja, o contexto social
em que vivia, pode-se afirmar, segundo Price (2006), que, para os israelitas, ser subjugado por um outro poder e ser levado para
o exílio era realmente uma desgraça. Canaã tinha sido prometida para eles, e finalmente foi entregue em suas mãos pelo poder do
seu Deus. Mas de Moisés em diante eles tinham sido advertidos pelos profetas que, se eles se rebelassem contra o Senhor, seriam
castigados, expulsos da terra e dispersos entre as nações (Lv 26.14-45; Dt 28.15-68). Já em 721 a.C., o Reino do Norte de Israel,
composto por dez das doze tribos, havia caído diante da Assíria. Pouco antes da época de Ezequiel, Jeremias profetizou que um
destino semelhante aguardava Judá, incluindo Jerusalém. Jeremias tinha predito especificamente que o exílio seria o destino de
Judá e que esse exílio teria a duração de 70 anos (Jr 29.10). Ezequiel tornou-se um importante sacerdote pouco antes de ser levado
para o cativeiro. Nabucodonosor invadiu Judá pela primeira vez em 606 a.C. Ele capturou Jerusalém e levou diversos homens
proeminentes, incluindo Daniel. Isso deu início aos 70 anos de cativeiro. Oito anos mais tarde, em 597 a.C., depois que Jerusalém
havia se revoltado, Nabucodonosor invadiu a Cidade Santa pela segunda vez, levando, dessa vez, 10.000 homens importantes
para o exílio, incluindo Ezequiel. Zedequias foi estabelecido rei em Jerusalém. Mas depois de onze anos esperando pela ajuda do
Egito, ele revoltou-se contra Nabucodonosor. O rei da Babilônia então voltou sua fúria contra Jerusalém pela terceira vez. Depois
de um cerco que demorou três anos, ele destruiu a cidade, o Templo e o reino, matando ou deportando o povo em grande número.
Ezequiel viveu nesse período turbulento. Nesse período, ele anunciou suas advertências e proclamou mensagens de conforto
como profeta do Senhor (Price, 2006).
3.2 A visão do profeta Ezequiel. Ezequiel começa com a descrição de uma visão que ele teve aos 30 anos, no 5º ano da deportação
dos judeus para Babilônia. Nesta visão, ele vê uma tempestade vindo do norte, acompanhada por um clarão de luz e por uma
figura que ele descreve como sendo de fogo. A figura é o primeiro elemento de uma série de visões que Ezequiel tem, e é vista
como a manifestação divina da presença de Deus. A visão que Ezequiel tem é uma mensagem divina para o povo de Deus, Israel,
que está em exílio em Babilônia, Deus está presente com o seu povo, mesmo que eles estejam longe de sua terra natal, e a visão
é uma manifestação desse fato. Além disso, a visão é um sinal de que Deus ainda tem planos para o seu povo e que eles ainda são
alvos de sua graça e amor. O Poderoso Deus tem prazer em revelar Sua glória para nós, contudo é muito importante que estejamos
atentos a ela. Precisamos seguir o Espírito de Deus, assim como mostra a visão de Ezequiel. Caso contrário, teremos sérios
prejuízos espirituais.
3.3 O atalaia de Deus. Nas antigas cidades muradas havia o atalaia. Ele surgiu da necessidade de evitar os perigos dos invasores
e ladrões. Era uma função obrigatória de defesa social, de abrigo das cidades e das nações. Esses antigos guardas desempenhavam
um papel de grande responsabilidade. Ao seu cuidado previdente e vigilância incansável ficavam entregues o sossego e a vida do
povo; dia e noite tinham que vigiar (Is 21.8, 11, 12; 62.6). Com base no livro do profeta Ezequiel, podemos apontar algumas
características de uma atalaia:
a) O atalaia devia ser pessoa da mais alta confiabilidade. O atalaia não podia ser aventureiro, não podia agir com
irresponsabilidade. Muitas vidas dependiam do seu trabalho. A escolha do atalaia era uma eleição muito importante. Hoje em dia
diríamos que seria um caso de segurança nacional. Com a presença do atalaia, os moradores da cidade podiam dormir sossegadas
porque alguém estava de plantão, e caso alguma anormalidade ocorresse, a segurança de todos estava garantida: o atalaia soaria
a trombeta, despertando os soldados e a população.
b) O atalaia devia ser pessoa competente. Em Ez 33.3 lemos que uma função do atalaia era “avisar o povo”, sempre que ele visse
o inimigo se aproximando: “Quando vê o inimigo chegando, o vigia dá o alarme para avisar toda a gente”. É interessante
observar esta informação do v.3: “Quando vê o inimigo chegando”. O atalaia precisava ser alguém de boa visão.
c) O atalaia devia ser pessoa que amasse o seu povo. De fato, só um grande amor pela vida das outras pessoas poderia levar
alguém a firmar os pés sobre o muro, e vigiar durante a madrugada para que o inimigo não apanhe a ninguém de surpresa.
d) Deve ouvir as palavras de Deus (Ez 33.7). Infelizmente, muitos dão ouvidos a outras vozes e tornam-se incapazes do ofício
de atalaias do Senhor.
e) Obedecer (Ez 33.9). A questão da obediência está ligada a ideia de que os advertidos precisam saber que sofrerão o castigo
por causa dos seus pecados e de sua falta de obediência
f) Estar sempre vigilante. O menor cochilo era punido com rigor porque trazia consequências. Um guarda descuidado é inútil e
perigoso como uma Igreja que dorme em vez de vigiar e proclamar a salvação em Cristo.
g) O guarda nas antigas cidades deveria ocupar os pontos mais estratégicos. Tinha seu posto nas portas das cidades, nos morros,
nas torres e lugares altos. No Reino de Deus é preciso ocupar os pontos estratégicos, aproveitando os melhores meios para
transmitir a mensagem. O atalaia tinha que tocar a trombeta e avisar a cidade de qualquer perigo possível Isso era feito ao mesmo
tempo: Tocava a trombeta para despertar a atenção e avisava, dando a notícia necessária no momento certo. A Igreja precisa
chamar a atenção para o perigo (trombeta), mas também entregar a mensagem que salva (aviso). Esses dois fatores devem andar
juntos.
h) O atalaia não podia dar alarme falso. Era punido quando isso acontecia. Da mesma forma é um grave erro todo alarme falso
que uma determinada igreja use na sua obra de pregar o evangelho. A mensagem é uma só. Quaisquer acréscimos ou inovações
devem ser imediatamente rejeitados. Só há um aviso certo: A alma que pecar, certamente morrerá. E só há um em quem se possa
ter salvação: Jesus (At 4.12).
CONCLUSÃO
E como podemos ver em Ez 33.7, Deus nos fala que somos constituídos por atalaia, e bem sabemos que temos a
responsabilidade de soar a grande trombeta que há dentro de nós, e devemos fazer o que Deus nos ordena porque Ele é
a nossa trombeta e já foi dado o toque de guerra, uma guerra santa que bem sabemos que os vencedores somos nós, mas
temos que fazer a nossa parte.
REFERÊNCIAS
• Price, Ross E, et al. Comentário Bíblico Beacon – Isaías a Daniel. v. 4. Rio de Janeiro: CPAD, 2006.
• STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2022.