Este documento fornece uma introdução ao livro do profeta Ezequiel. Resume que Ezequiel foi um profeta levado ao cativeiro em Babilônia que pregou aos exilados judaicos. Detalha o contexto histórico turbulento em que Ezequiel atuou e o tema central de suas mensagens, que era exortar o povo a aceitar o plano de Deus durante o cativeiro e prometer a futura restauração caso obedecessem.
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Este documento fornece uma introdução ao livro do profeta Ezequiel. Resume que Ezequiel foi um profeta levado ao cativeiro em Babilônia que pregou aos exilados judaicos. Detalha o contexto histórico turbulento em que Ezequiel atuou e o tema central de suas mensagens, que era exortar o povo a aceitar o plano de Deus durante o cativeiro e prometer a futura restauração caso obedecessem.
Este documento fornece uma introdução ao livro do profeta Ezequiel. Resume que Ezequiel foi um profeta levado ao cativeiro em Babilônia que pregou aos exilados judaicos. Detalha o contexto histórico turbulento em que Ezequiel atuou e o tema central de suas mensagens, que era exortar o povo a aceitar o plano de Deus durante o cativeiro e prometer a futura restauração caso obedecessem.
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PUBLCAES NTERAMERCANAS
Pacific Press Publishing Association
Mountain View, Califrnia EE. UU. do N.A. -------------------------------------------------------------------- VERSO ESPANHOLA Tradutor Chefe: Victor E. AMPUERO MATTA Tradutora Associada: NANCY W. DO VYHMESTER Redatores: Sergio V. COLLNS Fernando CHAJ TULO N. PEVERN LEO GAMBETTA Juan J. SUREZ Reeditado por: Ministrio JesusVoltara http://www.jesusvoltara.com.br greja Adventista dou Stimo Dia --------------------------------------------------------------------- --------------------------------------------------------------------- O livro do Profeta Ezequiel NTRODUO 1. Ttulo.- Em hebreu o livro recebe seu ttulo do nome de seu autor, Yejezqe'l, que significa: "A quem Deus fortalecer". Este nome, como o de muitos outros de os Santos da antigidade, correspondia muito bem com a vida e obra de quem levava-o. Na RVR; assim como em hebreu, o livro ocupa o terceiro lugar entre os escritos dos quatro profetas maiores. Esta certamente sua localizao cronolgica verdadeira, porque coloca o livro entre dois grandes contemporneos do Ezequiel. Entre esses profetas, Jeremas comeou suas profecias muito antes, e Daniel seguiu com suas profecias muito depois. 2. Paternidade literria.- At anos recentes a autenticidade e canonicidad do livro do Ezequiel no tinha sido objeto de srios ataques. Entretanto, os eruditos conservadores, assim como muitos da escola mais rigorosamente crtica, ainda mantm a posio tradicional de que Ezequiel mesmo foi o autor da compilao de os pronunciamentos profticos que agora leva seu nome. No se conhece nada da histria pessoal do profeta, salvo o que pode conhecer-se pelo mesmo livro e pelas circunstncias dos tempos em que viveu o autor. No o menciona em nenhum outro livro do AT, e seus escritos nunca so citados diretamente no NT a exceo, possivelmente, de (2 Cor. 6: 17), embora existam muitas aluses a seus smbolos, especialmente no Apocalipse. Fora da Bblia s mencionado pelo Josefo (Antiguidades X. 5. 1; 6. 3; 7. 2; 8. 2), e pelo Jesus filho do Sirac (Ecco. 49: 8), embora nenhum dos dois acrescenta nenhum detalhe de importncia. Ezequiel se chama a si mesmo "sacerdote, Ezequiel filho do Buz" (cap. 1: 3). Nada se sabe do Buz. O fato de que Ezequiel fora includo entre "todos os prncipes, Y.. todos os homens valentes" (2 Rei. 24: 14) que foram levados ao cativeiro junto com o Joaqun (597 a.C.; ver com. Eze. 1: 2), indica que possivelmente foi membro da aristocracia de Jerusalm. No se sabe com exatido a idade do Ezequiel quando foi levado cativo. Alguns sugerem que "o ano trinta" do cap. 1: 1 poderia referir-se ao trigsimo ano de sua vida. De ser assim, teria tido 25 anos no tempo de seu exlio. Segundo Josefo, o profeta era ento jovem (Op. cit. X. 6. 3). Parece deduzir-se que era pelo menos 598 relativamente jovem nesse tempo, porque tina de suas profecias data de 27 anos mais tarde, ou seja em 570 ou 571 (ver com. cap. 29:17), e indubitavelmente exerceu seu ofcio por algum tempo mais. Ver o quadro cronolgico das profecias do Ezequiel na P. 602. A diferena do Jeremas, que ficou solteiro (Jer. 16: 2), Ezequiel teve uma algema a quem queria como o deleite de seus olhos (Eze. 24: 16). Ela morreu repentinamente no nono ano do cativeiro (cap. 24: 1; ver com. cap. 1: 2), e deixou ao profeta s ante as grandes prova de seu ofcio proftico. 3. Marco histrico.- Ezequiel comeou sua profecia em 5.11 ano do cativeiro do Joaqun (cap. 1:2), 593/92 A. C. (ver T. , PP. 95-96). O reino norte do srael havia desaparecido fazia mais de 100 anos, e se aproximava rapidamente a queda de Jud. J tinha comeado o cativeiro babilnico quando, no 3er ano de Joacim (605 A. C.), Nabucodonosor, rei de Babilnia, veio contra Jerusalm (Do. 1: 1). No se sabe quantos cativos foram levados nessa ocasio. Entre eles havia alguns "da linhagem dos prncipes" (Do. 1: 3; cf. 2 Rei. 24: 1). depois de 11 anos de reinado, Joacim chegou a um fim ignominioso, e o aconteceu no trono seu filho Joaqun (597 A. C., ver com. 2 Rei, 24: 1). depois de um reinado de s trs meses, foi levado cativo a Babilnia, junto com 10.000 dos principais de seu povo, inclusive Ezequiel (2 Rei. 24:12-16; Eze. 1: 1-2; 33: 21). O sucessor do Joaqun, Sedequas, no foi melhor que seus predecessores. No 11. ano de seu reinado (586 A. C.) ocorreu a queda final do Jud (2 Rei. 25: 1-11). O resduo do povo foi levado cativo, o templo foi queimado e, Jerusalm destruda. S uns poucos de "os pobres da terra" foram deixados para que lavrassem as vinhas e a terra (2 Rei. 25: 12). Tais foram os tempos turbulentos em que Ezequiel, sendo ainda jovem, foi chamado ao ofcio proftico. A perspectiva no era nada aduladora. O castigo que j tinha cansado sobre Jerusalm, em vez de fazer que repensassem os habitantes do Jud, pareceu s inund-los mais profundamente na apostasia e o vcio. Tampouco quiseram submeter-se "disciplina" (Heb. 12: 11) os exilados junto ao rio do Quebar. Eles tambm continuaram sendo rebeldes e idlatras (Eze. 2: 3; 20: 39), e revelaram estar pouco dispostos a praticar uma reforma completa. 4. Tema.- As mensagens do livro do Ezequiel esclarecem o propsito de Deus para com seu povo no transe amargo do cativeiro babilnico. Durante sculos os profetas tinham aconselhado e admoestado ao srael, e entretanto a nao se tinha submerso cada vez mais na apostasia. Ao fim resultou evidente que o povo escolhido jamais alcanaria as metas que Deus lhe tinha proposto como nao (ver PP. 31 34), a menos que se empregassem medidas drsticas para lhe ensinar as lies da obedincia e a cooperao com Deus. Pelo tanto, lhe permitiu que aprendesse em meio da adversidade as lies que tinha recusado aprender durante os tempos de prosperidade (ver P. 33). Embora parea estranho, foram os governantes do srael os que, por preceito e exemplo, levaram a povo apostasia (SA. 3: 12; 9: 16; Eze. 34: 2-19). Evidentemente, ao princpio Deus tinha o propsito de que s os governantes fossem levados a cativeiro (Do. 1: 3-4). A grande maioria do povo tinha que ficar na Judea, esperando ali a volta de um grupo de castigados governantes para que os guiassem nos caminhos de Deus. Se os judeus tivessem estado dispostos a submeter-se ao Nabucodonosor, como o queria Deus (Jer. 27: 1-22), a cidade de Jerusalm e seu magnfico templo haveriam ficado intactos (Jer. 17: 25, 27; 38: 17), e o sculo de demora, dificuldades, e desnimos que confrontaram os exilados a sua volta de Babilnia se houvesse evitado. Mas a teimosa resistncia do srael (Jer. 28: 1-14) fez que seu 599 taa de sofrimento fora cada vez mais amarga, e originou uma segunda e uma terceira deportao nos anos 597 e 586 A. C., respectivamente. "Os jugos de madeira" foram substitudos por "jugos de ferro" (Jer. 28: 13-14). Mas at no cativeiro a injustia divina foi moderada com misericrdia. Deus veio a seu povo como professor, para impression-lo com a necedad da desobedincia e o desejvel de cooperar com ele, e no como um juiz severo para castig-lo. Os transes amargos do cativeiro no foram tanto retribudos em sua natureza, como corretivos. Os profetas Jeremas, Ezequiel e Daniel foram comissionados para que revelassem o propsito do cu aos homens e para que obtivessem sua cooperao com esse propsito. Jeremas foi enviado aos judeus que ficaram na Judea, enquanto Ezequiel levava a cabo uma misso semelhante entre os que j tinham ido ao cativeiro. Daniel foi embaixador do cu na corte do Nabucodonosor, para que o monarca conhecesse a vontade divina e cooperasse com ela. Os fogos do sofrimento no tinham que arder com mais intensidade da necessria, para eliminar a escria. Para uma considerao detalhada do papel do Daniel em relao com o cativeiro, veja-a ntroduo do comentrio ao livro do Daniel. Quanto ao lhe abranjam propsito divino para o srael durante o cativeiro, ver as PP. 31-34; cf. com. Do. 4: 17. O livro do Ezequiel se compe de duas partes distintas. Na primeira, caps. 1: 1 a 33: 20, registram-se as mensagens jogo de dados pelo Ezequiel aos cativos perto do rio Quebar, nas proximidades de Babilnia, em sua major parte antes da queda de Jerusalm em 586 A. C. A segunda, caps. 33: 21 a 48: 35, antecipa a terminao do cativeiro, e tinha o propsito de infundir esperana devido a essa restaurao. Deus tinha a inteno de exortar vivamente por meio do Ezequiel ao srael do cativeiro, para que aceitasse finalmente o plano divino para ele. Uma exortao tal resultava muito apropriada ante os novos acontecimentos histricos. O plano do livro corresponde com um estilo evanglico caracterstico. Vrias mensagens se dedicam a assinalar os pecados do povo. O propsito era duplo: em primeiro lugar, obter que o povo se arrependesse verdadeiramente; e em segundo lugar, revelar a necessidade da ajuda divina para a obedincia futura prometida no novo pacto. Os israelitas tinham uma imagem deformada do carter de Deus e de seu plano com seu povo, devido, por uma parte, a sua ignorncia; e pela outra, por causa da instruo pervertida dos sacerdotes corruptos, dos falsos profetas e os governantes apstatas. Essa impresso errnea era a que procurava corrigir Ezequiel. Esperava que um novo conceito de Deus fora a fora lhe impilam para levar a cabo a reforma necessria e para conseguir que o povo aceitasse seu excelso destino. Rogava-lhes que aceitassem o exlio e abandonassem sua falsa esperana de que Jerusalm poderia resistir sem ser tomada. Rogava-lhes que permitissem que o cativeiro exercesse sobre eles seu efeito saudvel. Culminou sua splica com descries repetidas e detalhadas da glria futura que viria como resultado de sua aceitao das condies divinas. Quo diferente teria sido a histria do srael se tivesse aceito o veemente rogo do profeta! 5. Bosquejo.- As profecias do Ezequiel se apresentam de acordo com um plano bem meditado. Em forma natural caem dentro de duas divises principais: os 33 primeiros captulos representam profecias dadas, pelo menos em sua maioria, antes da destruio de Jerusalm; e os ltimos 15, as que foram dadas depois da destruio. A primeira diviso a sua vez pode dividir-se em duas partes: os caps. 1-24 dedicados ao srael em relao com o cativeiro, e os caps. 25: 1 a 32: 32, aos castigos sobre as naes circunvizinhas. Outra caracterstica interessante das profecias do Ezequiel sua cronologia exata. 600 A tabela cronolgica da P. 602 mostra as datas para as distintas sees do livro com tanta correo, que possvel as computar com dados cronolgicos proporcionados pelo profeta (comparar com a cronologia do Jeremas na P. 384). Cada diviso principal se subdivide naturalmente em vrias sees com a presena da expresso "e veio para mim palavra do Jehov, dizendo", a qual aparece 29 vezes no livro. O bosquejo segue o plano das sugestes j dadas: . Profecias de castigo para o srael, 1: 1 a 24:27. PRMERA A. seo, 1: 1 a 7:27 (5." ano, 4.1 ms, 5.1 dia). 1. Ezequiel chamado, 1: 1 a 3: 11. A. A viso da glria de Deus, 1: 1-28. B. A misso divina para o profeta, 2: 1 a 3: 11. 2. O comeo da atividade proftico, 3:12 s 7:27. A. A vacilao no Quebar, 3: 12-16. B. A vacilao repreendida, 3: 17-27. C. O stio de Jerusalm descrito simbolicamente, 4: 1-17. d. Os quatro sinais e sua interpretao, 5: 1-17. E. Os Montes do srael repreendidos, 6: 1-14. F. O asolamiento do srael predito, 7: 1-27. SEGUNDA B. seo, 8: 1 a 19:14 (6. ano, 6. ms, 5. dia). 1. Uma srie de vises enquanto estava no Esprito, em Jerusalm, 8:1 a 11:25. A. As abominaes no templo, 8: 1-18. B. O castigo, 9: 1-11. C. O reaparecimento da viso dos seres viventes, 10: 1-22. d. Os dirigentes do povo repreendidos, 11: 1-25. 2. Dois sinais simblicos, 12: 1-20. A. Um smbolo do intento de fuga e a captura de Sedequas 12: 1-26. B. Smbolos dos terrores do stio, 12: 17-20. 3. Discursos que revelavam a causa e iminncia dos castigos anunciados, 12: 21 a 14: 23. A. A certeza do rpido cumprimento, 12: 21-28. B. O discurso contra os falsos profetas e profetisas, 13: 1-23. C. O testemunho contra os buscadores idlatras de orculos, 14: 1-23. 4. Vrias parbolas e vrios smbolos, 15: 1 a 19: 14. A. A madeira da videira, 15: 1-8. B. A garotinha miservel e a videira adltera, 16:1-63. C. As duas guias e a vinha, 17: 1-24. d. As uvas azedas, 18: 1-32. E. Os leoncillos da leoa, 19: 1-9. F. A videira secada, 19: 10-14. TERCERA C. seo, 20: 1 a 23: 49 (7. ano, 5. ms, 10. dia). 1. Narrao das rebelies do srael, 20: 1-49. 2. Vrias descries de castigos ameaadores, 21: 1-32. A. A espada contra Jerusalm, 21: 1-7. B. A espada afiada e polida para a matana, 21: 8-17. C. A adivinhao do rei de Babilnia, 21: 18-27. d. A espada contra Amn, 21: 28-32. 3. Contagem dos pecados de Jerusalm e a destruio resultante, 22: 1-31. 601 A. As abominaes dos prncipes e do povo, 22: 1-16. B. A sorte terrvel de Jerusalm, 22: 17-22. C. A falta de um s intercessor, 22: 23-31. 4. A histria da apostasia em uma parbola, 22: 1-49. D. Quarta seo, 24: 1-27 (9. ano, 10. ms, 10. dia). 1. Viso da panela hirviente, 24: 1-14. 2. Morte da esposa do Ezequiel, 24: 15-27. . Profecia do castigo de naes estrangeiras, 25: 1 a 32: 32. PRMERA A. seo, 25: 1 a 28: 26, data no especificada, mas possivelmente siga ao mensagem apresentada baixo "D". 1. Uma srie de profecias concernentes aos vizinhos prximos ao srael, 25: 1-17. A. Contra os amonitas, 25: 1-7. B. Contra os moabitas, 25: 8-11. C. Contra os edomitas, 25: 12-14. d. Contra os filisteus, 25: 15-17. 2. Uma srie de profecias concernentes a Tiro, 26: 1 a 28: 19. A. Sua queda predita, 26: 1-21. B. Lamentao sobre Tiro, 27: 1-36. C. Lamento por seu prncipe, 28: 1-10. d. Origem, histria e destino de Satans, apresentados sob o smbolo do rei de Tiro, 28: 11 - 19. 3. Uma profecia contra Sidn, 28: 20-26. SEGUNDA B. seo, 29: 1 a 32: 32 (vrias datas), profecias concernentes a Egito. 1. Primeira diviso (10. ano, 10. ms, 12. dia). A. Castigo de Fara, 29:1-7. B. Asolamiento da terra do Egito, 29:8-12. C. Promessa de uma volta do cativeiro, 29:13-16. 2. Segunda diviso (27. ano, Jer ms, Jer dia do ms [interpolada aqui para completar a predio sobre o Egito]). A. o Egito seria entregue ao Nabucodonosor como seu salrio, 29: 17-20. B. Restaurao do srael, 29: 21. 3. Terceira diviso (nenhuma data, possivelmente a mesma do grupo a): Egito e seus auxiliares deveriam cair, 30:1-19. 4. Quarta diviso (11. ano, Jer ms, 7. dia: Babilnia fortalecida contra Egito, 30:20-26. 5. Quinta diviso (11. ano, 3er ms, Jer dia): A glria e a queda do Egito correm paralelamente com as de Assria, 31:1-18. 6. Sexta diviso (12. ano, 12. ms, Jer dia): Lamentaes pelo Egito, 32: 1-16. 7. Stima diviso (12. ano, 15. dia): Egito tem que tomar seu lugar entre outras naes quedas, 32: 17-32. . Profecias de misericrdia concernentes ao srael, 33: 1 a 48: 35. PRMERA A. seo, 33: 1 a 39: 29 (12. ano, 10. ms, 5. dia). 1. A misso do Ezequiel renovada, 33: 1-20. 2. A chegada de notcias da queda de Jerusalm, 33: 21-33. 3. Os pastores do srael repreendidos, 34: 1-31. 4. Uma profecia contra Edom, 35: 1-15. 5. Os Montes do srael consolados, 36: 1-38. 602 A. o srael desolado deveria ser reedificado, 36: 1-15. B. Um reavivamiento espiritual, base do novo reino, 36: 16-38. 6. A viso dos ossos secos, 37: 1-28. 7. Profecias contra Gog e Magog, 38: 1 a 39:29. SEGUNDA B. seo, 40: 1 a 48: 35 (25.0 ano, no princpio do ano, 10.0 dia), vises de restaurao futura. 1. Do templo, 40: 1 a 43: 27. 2. O cerimonial do templo, 44: 1 a 47: 12. 3. A distribuio da terra, 47: 13 a 48: 35. ______________________________________________________________________ RT,NO,0.2,RT,NO,0.516667,RT,NO,0.888889,RT,NO,1.79931,NM,NO,2.79931,NM,NO,3.37 639,RT,NO,3.9,NM,NO,4.4,NM,NO>Tabela Cronolgica das Profecias do Ezequiel ______________________________________________________________________ Ano do Ms do Cativeiro Calendrio Ano A. C.* Dia Ms do Joaqun Juliano P-P Ou-Ou Captulos* 1 (597196) (597196) 5 4 5 julho 593 592 1-7 5 6 6 Setembro 592 591 8-19 10 5 7 Agosto 591 590 20-23 10 10 9 Janeiro 588 588 24-25? 12 10 10 Janeiro 587 587 29: 1-16;30: 1-19? 1 --- 11 587/86 587/86 26-28 7 1 11 Abril 587 586 30: 20-26 1 3 11 Junho 587 586 31 5 10 12 Janeiro 585 585 33 (34-39?) 1 12 12 Maro 585 585 32:1-16 15 [12]* 12 Maro [585] [585] 32:17-32 10 [1?]* 25 Abril 573 Out. 573? 40-48 Abr. 572? 1 1 27 Abril 571 570 29: 17-21 603 CAPTULO 1 1 O tempo da viso do Ezequiel junto ao Quebar. 4 Viso dos quatro querubins, 15 das quatro rodas, 26 e da glria de Deus. 1 ACONTECEU no ano trinta, no quarto ms, aos cinco dias do ms, que estando eu em meio dos cativos junto ao rio Quebar, os cus se abriram, e vi vises de Deus. 2 No quinto ano da deportao do rei Joaqun, aos cinco dias do ms, 3 veio palavra do Jehov ao sacerdote Ezequiel filho do Buz, na terra dos caldeos, junto ao rio Quebar; veio ali sobre ele a mo do Jehov. 4 E olhei, e hei aqui vinha do norte um vento tempestuoso, e uma grande nuvem, com um fogo envolvente, e ao redor dele um resplendor, e no meio do fogo algo que parecia como bronze resplandecente, 5 e em meio dela a figura de quatro seres viventes. E esta era seu aparncia: havia neles semelhana de homem. 6 Cada um tinha quatro caras e quatro asas. 7 E os ps deles eram direitos, e a planta de seus ps como planta de p de bezerro; e cintilavam a maneira de bronze muito brunido. 8 debaixo de suas asas, a seus quatro lados, tinham mos de homem; e suas caras e suas asas pelos quatro lados. 9 Com as asas se juntavam o um ao outro. No se voltavam quando andavam, a no ser que cada um caminhava direito para frente. 10 E o aspecto de suas caras era cara de homem, e cara de leo ao lado direito dos quatro, e cara de boi esquerda nos quatro; deste modo havia em os quatro cara de guia. 11 Assim eram suas caras. E tinham suas asas estendidas por cima, cada um dois, as quais se juntavam; e as outras dois cobriam seus corpos. 12 E cada um caminhava direito para frente; para onde o esprito os movia que andassem, andavam; e quando andavam, no se voltavam. 13 Quanto semelhana dos seres viventes, seu aspecto era como de carves de fogo acesos, como viso de tochas acesos que andava entre os seres viventes; e o fogo resplandecia, e do fogo saam relmpagos. 14 E os seres viventes corriam e voltavam para semelhana de relmpagos. 15 Enquanto eu olhava os seres viventes, hei aqui uma roda sobre a terra junto aos seres viventes, aos quatro lados. 16 O aspecto das rodas e sua obra era semelhante cor do crislito. E as quatro tinham uma mesma semelhana; sua aparncia e sua obra eram como roda em meio de roda. 17 Quando andavam, moviam-se para seus quatro custados; no se voltavam quando andavam. 18 E seus aros eram altos e espantosos, e cheios de olhos ao redor nas quatro. 19 E quando os seres viventes andavam, as rodas andavam junto a eles; e quando os seres viventes se levantavam da terra, as rodas se levantavam. 20 Para onde o esprito lhes movia que andassem, andavam; para onde os movia o esprito que andassem, as rodas tambm se levantavam atrs deles; porque o esprito dos seres viventes estava nas rodas. 21 Quando eles andavam, andavam elas, e quando eles se paravam, paravam-se elas; deste modo quando se levantavam da terra, as rodas se levantavam depois deles; porque o esprito dos seres viventes estava nas rodas. 22 E sobre as cabeas dos seres viventes aparecia uma expanso a maneira de cristal maravilhoso, estendido em cima sobre suas cabeas. 23 E debaixo da expanso as asas deles estavam direitas, estendendo-se a uma para a outra; e cada um tinha duas asas que cobriam seu corpo. 24 E ouvi o som de suas asas quando andavam, como som de muitas guas, como a voz do Onipotente, como rudo de multido, como o rudo de um exrcito. Quando se paravam, baixavam suas asas. 25 E quando se paravam e baixavam suas 604 asas, ouvia-se uma voz de acima da expanso que havia sobre suas cabeas. 26 E sobre a expanso que havia sobre suas cabeas se via a figura de um trono que parecia de pedra de safira; e sobre a figura do trono havia uma semelhana que parecia de homem sentado sobre ele. 27 E vi aparncia como de bronze resplandecente, como aparncia de fogo dentro dela em redor, do aspecto de seus lombos para acima; e desde seus lombos para abaixo, vi que parecia como fogo, e que tinha resplendor ao redor. 28 Como parece o arco ris que est nas nuvens o dia que chove, assim era o parecer do resplendor ao redor. Esta foi a viso da semelhana da glria do Jehov. E quando eu a vi, prostrei-me sobre meu rosto, e ouvi a voz de um que falava. 1. Ano trinta. Com a preciso caracterstica de um fiel historiador, Ezequiel inicia seu dissertao proftico dando a data exata dos acontecimentos de que se vai a ocupar. Fala do ano trinta, mas no especifica qual o acontecimento preciso que d comeo a este perodo. Muitos acreditam que se refere aos 30. ano de sua vida. O ter 30 anos era importante, porque a essa idade se considerava que um jovem hebreu tinha alcanado plena maturidade. No comeo da dispensa levtica, esta tinha sido a idade quando os levita comeavam a desempenhar-se em suas funes religiosas (Nm. 4: 3). Tanto nosso Senhor como Juan o Batista iniciaram seu ministrio pblico quando tinham ao redor de 30 anos (ver com. Mat. 3: 1). Dado que este 30. ano equiparado com o 5. ano do cativeiro do Joaqun (ver com. Eze. 1: 2), de acordo com duas das formas possveis de comput-lo, o 1. dos 30 anos teria sido um ano importante: no 18. ano do Josas foi descoberto o livro da lei no templo (2 Rei. 22: 3-8). Este acontecimento assinalou o comeo de uma reforma que, se tivesse contnuo com xito, teria modificado grandemente a futura histria do Jud. possvel que Ezequiel tivesse estado refirindose a este fato importante quando mencionou o ano 30. quarto ms. contavam-se os meses a partir do Nisn, em maro-abril, sem importar se se computava o ano a partir da primavera ou a partir do outono (ver T. , PP. - 113, 117). O quarto ms teria comeado no que para ns seria junho ou julho de 593 ou 592 a.C. (ver com. vers. 2). Em meio dos cativos. Quer dizer, Ezequiel se achava em uma regio onde os cativos se haviam estabelecido. Recebeu a viso em forma privada, e mais tarde a apresentou publicamente (cap. 3: 1,4). Quebar. A maioria dos antigos comentadores identificavam este rio com o Habor, rio que hoje se denomina Jabur no norte da Mesopotamia. O problema desta localizao que este rio no estava em "terra dos caldeos" (vers. 3). Sem embargo, escavaes mais recentes, feitas no Nipur, muito perto da cidade de Babilnia, revelaram que ali havia uma colnia judia entre os sculos V a V A. C. Por esta comarca corria um dos grandes canais de Babilnia, cujo nome era Kabar, que possivelmente corresponde com o rio Quebar, ao que se refere Ezequiel. Vises de Deus. Estas no foram to somente vises dadas Por Deus, a no ser manifestaes da glria divina apresentadas ante a vista do profeta. Tais revelaes recebem o nome de teofanas. Com freqncia acontecem quando comea o ministrio de um profeta. Assim, saas tremeu ante a grandiosa manifestao do trono alto e sublime (SA. 6: 1). Moiss contemplou a glria na sara ardente (Exo. 3: 2). Juan o revelador viu um semelhante ao Filho do Homem que andava em meio dos castiais de ouro (Apoc. 1: 13). Qual era o propsito destas vises de Deus? Pode considerar-se como a imponente manifestao mediante a qual Deus inicia ao profeta em um novo mundo de conhecimento e percepo, uma nova etapa de sua vida, uma nova fase de responsabilidade. esperava-se desses mensageiros que, como profetas, se expressassem com convico a respeito dos assuntos divinos. No bastariam hipteses. Deveriam falar de coisas que na verdade tivessem visto. Era-lhes vantajoso poder dizer com o saas: "Viram meus olhos ao Rei, Jehov dos exrcitos"(SA. 6: 5). Ezequiel ficou to impressionado com sua viso da glria divina, que tomou nota do momento preciso: foi "aos cinco dias" do "quarto ms", "no quinto ano da deportao do Joaqun" (vers. 2). Os cristos fariam bem em tomar nota das intervenes 605 especiais da divina providncia e as revelaes inslitas da presena divina em sua vida para as recordar com freqncia. 2. Quinto ano. Esta data fcil de sincronizar com a histria secular, pois a captura do Joaqun o acontecimento que est datado com maior preciso em toda a Bblia. Localizado-se j no ano 597 A. C. por seu sincronismo com um ano do reinado do Nabucodonosor (ver com. 2 Rei. 24: 12), cujos anos de reinado ho sido fixados por referncias astronmicas (T. , P. 156), sabe-se agora que ocorreu-nos dia 2 do ms do Adar (ver PP. 536, 783), o que equivale aproximadamente aos 16 de maro. Depois Joaqun foi levado a Babilnia, e comeou o perodo denominado cativeiro do Joaqun (2 Rei. 24: 6-15). Sem duvida Ezequiel era um dos tristes prisioneiros levados a Babilnia nessa ocasio, porque seu sistema de datas, apoiado no ano do cativeiro de Joaqun -como o indica este versculo-, equipasse-o duas vezes com os anos "de nosso cativeiro" (caps. 33: 21; 40: 1). O 5. ano do exlio do Joaqun leva-nos a ano 593/592 A. C., quando teriam comeado as vises de Ezequiel. Esta data poderia corresponder com o vero junio-resseco no hemisfrio norte do ano 593, ou o vero (hemisfrio norte) do 592, dependendo da forma de computar o ano do cativeiro do Joaqun: a partir da primavera (segundo o calendrio babilnico) ou a partir do outono (segundo o calendrio civil judeu). Ver na P. 602 as datas possveis das vises. 3. Veio. O hebreu diz literalmente, "sendo foi". O verbo se duplica aqui para dar mais nfase: ou seja, a palavra "certamente veio" ao profeta. Ezequiel reconheceu que esta nova vivencia era singular. Sabia que o que lhe havia "vindo" no procedia de arrebatamentos de sua imaginao nem de algum brilho de iluminao espiritual. O Senhor lhe estava falando diretamente de um modo que era possvel porque tinha sido investido do dom proftico. Sacerdote. Ver a P. 597. Mo do Jehov. Smbolo do poder divino que descansou sobre ele. A mesma expresso se emprega no caso de outros profetas, tais como Elas (1 Rei. 18: 46), Eliseo (2 Rei. 3: 15). Comparar isto com as vivencias do Daniel (Do. 8: 18; 10: 10), saas (SA. 8: 11), e Juan (Apoc. 1: 17). Ezequiel sabia que este novo e estranho poder que agora o movia no era outro a no ser o poder de Deus. 4. E olhei. Assim comea a descrio do que aconteceu a vista do atnito profeta. A viso dos quatro seres viventes, as quatro rodas, o firmamento e o trono foi considerada como a mais difcil de compreender de todo o AT. verdade que certos aspectos dela ressaltam por ser inusitados, mas isto no devesse impedir que procuremos compreender o que a Deus o plugo apresentar e depois fazer registrar e conservar em sua sagrada Palavra. pode-se entender boa parte, possivelmente quase tudo, pelo que Deus desejava ensinar por meio desta viso. Do norte. O norte era a direo da qual os conquistadores assrios e caldeos acostumavam atacar a Jerusalm (ver com. Jer. 1: 14). Sugeriu-se que possivelmente por esta razo se apresentasse como procedente dessa direo o vento tempestuoso, que trazia em si a nuvem que ocultava a divina presena e o arco da promessa. por cima dos cruis monarcas de Assria e Babilnia estava entronizado o Deus de misericrdia e verdade (2JT 350). Ezequiel estava loja de comestveis de lgubres pressentimentos a respeito da desolao de sua terra e precisava ser reanimado. Uma grande nuvem. ndubitavelmente se trata de um smbolo da presena divina (Exo. 19: 9-16; Sal. 50: 3). Fogo envolvente. Embora se poderia traduzir mais ou menos literalmente como "fogo que se recolhia dentro de si mesmo" (VM), o hebreu deve entender-se como "fogo que brilha", "fogo fulgurante" (BJ). Bronze. Heb. jashmal, palavra que s aparece aqui, no vers. 27 e no cap. 8: 2. No se conhece seu sentido exato. Alguns pensam que no uma palavra hebria, e que corresponde com a palavra acadia eshmaru, "bronze gentil". A LXX diz elektron, "electro" (BJ), uma liga de prata e ouro. Este material gentil, ao brilhar luz das chamas fulgurantes, incrementava o deslumbrante brilho e esplendor da cena. 5. Semelhana. Ao profeta lhe mostram seres que nunca antes contemplou e aos quais tampouco conheciam seus ouvintes e leitores. Deve descrev-los com palavras que os homens possam entender. Seus sentimentos de incapacidade se refletem em que usa freqentemente a palavra "semelhana". Esta palavra aparece 8 vezes em o cap. 1, uma vez a expresso equivalente "a maneira de", e uma vez a palavra "aspecto". 606 De homem. Apesar de toda a estranha variedade de detalhes que subtraam ainda por descrever, a principal impresso era que os seres viventes tinham forma humana. Se paravam e se moviam erguidos como homens. 6. Quatro caras. Os quatro seres viventes tinham a mesma aparncia. Cada um deles tinha quatro caras: de homem, de leo, de boi, e de guia (vers. 10). Em troca os quatro seres viventes que Juan viu no eram idnticos. Cada um deles tinha s uma cara, e os quatro tinham caras diferentes (Apoc. 4: 7). Sem embargo, as formas dessas caras correspondem com as caras que Ezequiel viu nos seres viventes. Quatro asas. Os seres viventes do Apoc. 4 tinham seis asas, os serafines da SA. 6: 2 tinham seis asas. 7. Os ps. Melhor, seus "pernas" (BJ). A palavra hebria que se traduz como "ps" muitas vezes designa as "pernas" (1 Sam. 17: 6). Sua textura era tal, que os seres viventes podiam mover-se em todas direes, sem que precisassem dar-se volta, o que se explica no Eze. 1: 17. 8. Mos de homem. Ver com. cap. 10: 8. Se nestas duas passagens se descreve aos mesmos seres, o que pareceria evidente, as mos no so parte do corpo dos seres viventes. Representam a mo de Deus colocada debaixo das asas a fim de gui-los. 9. juntavam-se. Compare-se com o vers. 11. No se voltavam. No tinham necessidade de voltar-se, posto que as caras olhavam em todas direes, e em qualquer direo que estivessem avanavam para frente. Os ps eram "direitos" (vers. 7), o que tambm permitia que fora igualmente fcil deslocar-se em qualquer sentido. Possivelmente possa imaginar uma forma como a de um quadrado que nunca girava sobre, seu eixo, mas sim simplesmente se movia na direo em que era impulsionado. 10. Suas caras. Cada um destes seres tinha s um corpo, mas cada corpo tinha quatro caras. As caras estavam aos quatro lados, para que cada um dos quatro seres pudesse olhar por volta das quatro direes ao mesmo tempo. Posto que o profeta no interpreta os smbolos de sua misso, e posto que em nenhum outra passagem da Bblia se afirma especificamente qual era o significado destas caras, s se pode conjeturar quanto aplicao especfica dos smbolos. Os comentadores sugeriram vrias alternativas: (1) O rosto humano o smbolo mais excelso do Eterno; o leo o smbolo da soberania; o boi tambm smbolo de certo tipo de soberania, junto com um smbolo natural da fora posta ao servio do ser humano; a guia emblema de poder rgio. (2) Os rostos simbolizam aos quatro evangelistas. Esta posio foi sustentada pelos pais da igreja, sendo reneo um dos primeiros que apresentou esta teoria. Algumas vezes se identificava ao leo com o Mateo e ao homem com o Marcos, mas outras vezes, se investe a identificao. Todos concordam em identificar ao Lucas com o boi e ao Juan com a guia. Mas esta interpretao s se apia na imaginao. (3) Segundo a tradio posterior feijo, os quatro seres, no ordem em que os apresenta Ezequiel, so os estandartes que estavam acostumados a usar as tribos do Rubn, Jud, Efran e Do quando acampavam no deserto (Nm. 2: 2). No possvel verificar que esses tivessem sido os antigos estandartes. At se isso fosse possvel, difcil ver relao alguma entre os estandartes e os propsitos didticos da viso. Quando se tenta interpretar o significado destes quatro seres viventes, bom recordar que na profecia simblica o profeta v a representao da realidade e no a realidade mesma. Estas representaes podem parecer-se realidade, embora muitas vezes no assim. Com freqncia, os atores de um drama proftico tm uma aparncia extremamente diferente dos seres ou movimentos que representam. Assim, anjos podem desempenhar papis que mais tarde devero realizar os homens. Um anjo fez o papel do povo adventista em uma viso da decepo (Apoc. 10: 1-11; cf. Apoc. 14 :6-12). Representaes de bestas e drages aparecem para dramatizar a atividade de naes e potestades sobrenaturais (Do. 7: 8; Apoc. 12; 13; 17). Em um caso, Jesus aparece simbolizado por um cordeiro "como imolado", com sete chifres e sete olhos (Apoc. 5: 6). Ningum ousaria pensar, nem por um momento, que tentasse-se representar a aparncia do Jesus. Em uma viso do segundo advento se mostra ao Jesus cavalgando sobre um cavalo branco, vestido de vestimentas manchadas em sangue, e com uma espada em sua boca. Outra vez: o propsito desta viso no representar a aparncia real do Jesus no momento desse grande acontecimento 607 que ser o pinculo da histria (Apoc. 19: 11-15). Deve-se tomar cuidado de no entender literalmente o que diz um profeta bblico quando no est falando em forma literal. Em certa ocasio, quando seus crticos se burlaram dela, Elena do White escreveu o seguinte: "Meus opositores se burlam de 'essa dbil e pueril expresso de gloriosas uvas que crescem em arames de prata que esto unidos a varas de ouro'... Eu no afirmei que as uvas crescessem em arames de prata. O que eu contemplei est descrito assim como me pareceu v-lo. No deve supor-se que as uvas estiveram unidas a arames de prata ou a varas de ouro, mas essa foi a aparncia que me apresentou" (EGW MS 4, 1883). No que a interpretao de profecia simblica se refere, importante permitir que o mesmo Esprito que deu a viso identifique seus smbolos. Quando no aparece tal identificao, o expositor fica em liberdade para conjeturar quanto aplicao. Por isso deve evitar o dogmatismo. Alm disso, como ocorre nas parbolas, os diversos elementos da apresentao simblica tm diversos graus de significado e de importncia. Uma parbola no precisa explicar-se em todos seus detalhes. O mesmo ocorre com a profecia simblica. No deve dar-se o a mesma importncia a cada detalhe de um quadro proftico. possvel que alguns esboos se introduzam s para arredondar a apresentao ou para estabelecer um marco de fundo adequado. Assim como deve fazer-se com as parbolas, necessrio determinar qual o motivo central da viso e que traos da apresentao pictrica tm o propsito de ensinar uma verdade divina (T. , P. 1129, PVGM 190-191). Graas inspirao podemos saber quais so as lies que devemos aprender da viso do Ezequiel sobre os seres viventes (PR 392-393; 2 TT 349-353; Ed 172-174). As afirmaes s quais se faz referncia aqui estabelecem em primeiro trmino o marco da viso. Esta apresentao proftico tinha o propsito de animar aos judeus em momentos quando uma boa parte de seu pas estava em runas por causa das invases sucessivas, e muitos dos habitantes estavam cativos em um pas estrangeiro. A esses oprimidos lhes parecia que Deus j no regia o mundo. Muitos interpretavam que o saque desenfreado cometido pelas naes pags significava que a Deus j no lhe importava o que ocorria. O povo no via a mo de Deus no decurso da histria. No viam que um propsito divino e supremo estava em ao no que acabava de ocorrer, assim como tinha obrado atravs de todos os sculos. Esta viso foi dada para mostrar que um poder supremo intervinha nos assuntos dos governantes terrestres e que Deus ainda exercia domnio. Este era o propsito principal da viso. portanto, qualquer interpretao que se tente fazer, deve ser conseqente com este objetivo. Os seres viventes representam a seres celestiales (2 TT 349). Como j se assinalasse, no necessrio imaginar que entre os servidores de Deus h seres com quatro cabeas e quatro asas. Em nenhum lugar a inspirao exige que se chegue a essa concluso. Sem dvida, a forma que Deus escolheu para estes seres nesta apresentao proftico tinha o propsito de simbolizar aos mensageiros celestiales na plenitude de sua funo, poder e adaptabilidade. 12. Onde o esprito. Estes seres no realizam nenhuma ao independente. Seus movimentos esto em harmonia com as indicaes do Esprito. destaca-se tambm isto no vers. 20. 13. Tochas acesos. Outra referncia ao fogo que se menciona no vers. 4. Agora Ezequiel pode observar a pouca distncia. Procura descrever em trminos humanos o interessante espetculo de luzes vibrantes e brilhos fulgurantes que de contnuo se moviam entre os seres. 14. Relmpagos. Com esta figura se representa a velocidade destes seres que vo e vm em suas diversas misses. "A luz resplandecente que cruza entre os seres viventes com a rapidez do relmpago representa a rapidez com que esta obra avanar finalmente para sua terminao" (2JT 353). Aos homens muitas vezes parece que os propsitos divinos demoram muito em cumprir-se. verdade que houve certa demora, mas "o Senhor no retarda sua promessa, segundo alguns a tm por tardana, mas sim paciente para conosco, no querendo que nenhum perea, mas sim todos procedam ao arrependimento" (2 Ped. 3: 9). Um dia, muito em breve, com terrvel velocidade, irrompendo como uma surpresa entristecedora, o fim vir, mais rapidamente do que esperam os homens. 608 15. Uma roda sobre a terra. Enquanto ainda contemplava a estes quatro seres viventes, o profeta viu ante si outro portento. Havia um total de quatro rodas (vers. 16, 19). Estas rodas tocavam a terra, em troca, os querubins tinham aparecido em uma nuvem (vers. 4-5). 16. Cor do crislito. Literalmente, "olho do Tarsis". Sem dvida se trata de alguma pedra preciosa, mas no possvel identific-la com preciso. Alguns sugerem que se trata do topzio. Sem dvida, o nome Tarsis indica a procedncia desta pedra. Com referncia localizao do Tarsis, ver com. Gn, 10: 4. No meio. Sem dvida, a construo peculiar e a disposio especial das rodas apresentavam um quadro que resultava confuso; entretanto, os movimentos se realizavam em perfeita harmonia. 17. Seus quatro custados. Assim como ocorria com os seres viventes, no havia nenhum movimento sobre um eixo, mas o movimento era possvel e as rodas se deslocavam em todas direes. No havia nenhuma mudana na posio relativa entre os seres viventes e as rodas em movimento. 18. Aros. "Circunferncia"(BJ) Cheios de olhos. sto indica que a viso no tinha que ver com meras foras fsicas a no ser com foras inteligentes. 19. Andavam junto a eles. Nos vers. 19-21 h certas repetio, mas tambm se nota certa variedade na expresso. A descrio faz ressaltar a perfeita coordenao dos movimentos dos seres viventes e das rodas. No h uma ao independente, nem de parte das rodas, nem dos seres viventes. Segundo PR 392-393 e 2JT 349-353, as rodas, arrumadas em forma to complicada, representam os assuntos dos homens e os acontecimentos da histria em todas suas aes e reaes. O que para o observador inexperiente parece ser uma confuso irremedivel, resultado da casualidade, obra da ambio e do capricho dos homens, apresenta-se aqui como um modelo harmonioso, formado e guiado por uma mo infinita que parte para um fim predeterminado. Para um estudo a respeito da interveno de Deus na histria, ver com. Do. 4:17. 22. Expanso. Heb. raqia' (ver com. Gn. 1: 6; Sal. 19: 1). A "abbada resplandecente" (BJ) da qual se fala a expanso que est sobre os seres viventes. Cristal. Heb. qraj, "gelo". Em todos os outros casos, esta palavra se traduz como "geada" (Gn. 31: 40; Job 6: 16) ou "gelo" Job 37: 10; 38: 29; Sal. 147: 17; Jer. 36: 30). Apresenta-se o quadro de uma manifestao muito formoso, possivelmente um pouco parecida com a magnificncia da luz do sol matinal que descansa sobre as neves eternas de alguma elevada topo. 23. As asas deles estavam direitas. O profeta procura representar cada parte de la,visin em sua devida relao com as outras partes. Duas das asas de cada ser eram direitas, quer dizer, se estendiam para a expanso que estava por cima, no necessariamente para sustent-la, como alguns pensaram. As outras duas asas estavam reverentemente pregadas sobre o corpo dos seres viventes. 24. Som. Heb. qol, palavra comum para designar uma "voz", um "rudo", um "som". Em cada caso, o contexto deve indicar qual significado melhor. Ezequiel oua o som do movimento de asas, mas o encontra diferente de quanto tenha ouvido alguma vez. Busca algum smile para descrever a melodia que cheia de arroubo sua alma. Encontra certo paralelo no som de muitas guas, possivelmente um arroio saltitante ou uma magnfica catarata. Mas o smile resulta inadequado. O som complexo. alm da voz de Deus, Ezequiel percebe a voz de uma grande multido, como se muitos seres participam dos movimentos dos seres viventes e dos movimentos das rodas. 25. Desde acima da expanso. Esta voz vem do trono que est por cima da expanso (vers. 26). Esta voz deve distinguir do som que anteriormente se ouviu e descrito. Baixavam suas asas. Comparar com o vers. 24. A repetio disto pareceria insinuar um novo ato de reverncia para a Majestade entronizada por cima da expanso. Quando se ouviu esta voz, os querubins se detiveram, cessaram os potentes sons de seu ir e vir e suas asas caram imveis, em atitude de reverente ateno. 26. A figura de um trono. Este o clmax supremo da viso. A maior glorifica se reservou para o final. por cima da expanso cristalina aparece o que a primeira vista pareceu-lhe ao profeta que era um espao 609 de cor azul intensa e profunda. Na RVR aparece investido a ordem desta parte do versculo. No hebreu diz: "como aparncia de pedra de safira, figura de trono". Sem dvida a aparncia a maneira de pedra o impressionou primeiro; depois, ao ver-se com maior claridade o detalhe, o profeta percebeu a forma de um trono. Semelhana que parecia de homem. O profeta viu em viso s uma representao do original (ver com. vers. 10). Ezequiel no viu o Ser Divino, a no ser uma representao da Deidade. Ao descrever ao Ser como a um homem, o profeta foi extremamente cauteloso, como o indica a frase "semelhana que parecia de homem". "A Deus ningum viu jamais" (Juan 1: 18). portanto, os seres humanos no podem dar uma descrio precisa da verdadeira essncia divina. Deus se revela aos em viso ou realmente de vrias formas: Ao Abrao, Cristo lhe apareceu como um caminhante (Gn. 18: 1); Jacob, como um assaltante (Gn. 32: 24); ao Josu, como um guerreiro (Jos. 5: 13). Ao Juan o revelador lhe revelou em viso de diversas maneiras, inclusive com o smbolo de um cordeiro (Apoc. 6: 1; cf. Apoc. 1: 1-16; 14: 1). As "vises de Deus" (ver com. Eze. 1: 1) deram ao Ezequiel a garantia que necessitava para estar seguro de que sua chamada era genuna, e o acrescentaram a autoridade necessria para apresentar sua mensagem. O Deus que governa nos cus no um Senhor ausente. Ezequiel viu a expanso e o trono diretamente sobre as cabeas dos seres viventes. Estes, a sua vez, estavam ao lado de cada uma das rodas, as quais deixavam de rodar quando tocavam em terra. Que consolador saber que Aquele que se sinta por cima dos querubins, tudo o rege, que guarda ainda a seu povo e que toda potestad terrena que procura exaltar-se contra o Deus do cu ser subjugada e que Deus ser tudo em tudo. 27. Bronze resplandecente. Heb. jashmal (ver com. vers. 4). Mediante vrias repeties, o profeta procura descrever a excelsa glria e o grandioso brilho da cena. Sem embargo, esta manifestao no mais que um plido reflexo do original, porque o Pai eterno "habita em luz inacessvel; a quem nenhum dos homens viu nem pode ver" (1 Tim. 6: 16). 28. O arco ris. provvel que Ezequiel recordasse a misericordioso promessa do Gn. 9: 13. Por mais desanimadoras que fossem as circunstncias, por mais que pressagiassem um desastre nacional, o profeta sabia que os pensamentos de Deus para com seu povo eram pensamentos de paz e no de mau. Assim se cumpriu a majestosa apresentao da glria de Deus. Afligido pelo brilho celestial da cena, Ezequiel se prosternou com o rosto em terra, mas uma voz lhe ordenou que se levantasse e escutasse a palavra do Senhor. O arco ris que rodeia o trono de Deus nossa garantia de seu amor eterno. "O trono circundado com o arco da promessa, [] a justia de Cristo. . . O arco ris que rodeia o trono representa o poder mistura da misericrdia e a justia" (EGW RH, 13-12, 1892). um objeto "da misericrdia de Deus para o pecador arrependido" (PP 97). COMENTROS DO ELENA G. DO WHTE 1-28 Ed 173-174; 2JT 349-353; 3JT 407-408; PR 393-394; TM 213 1 Ed 173; 2JT 349; PR 330, 393 3-10 F 395 4-5 Ed 173; 2JT 349; PR 393 11 PP 360 13 2JT 350 14 CS 566 15-21 Ev 73; 3JT 407; MeM 40 16, 26 Ed 173; 2JT 349; PR 393 28 2JT 350; PP 97 610 CAPTULO 2 1 A comisso do Ezequiel. 6 nstrues ao profeta. 9 O cilindro e sua dura profecia. 1 ME DSSE: Filho de homem, ponha sobre seus ps, e falarei contigo. 2 E logo que me falou, entrou o Esprito em mim e me afirmou sobre meus ps, e ouvi o que me falava. 3 E me disse: Filho de homem, eu lhe envio aos filhos do srael, a gente rebeldes que se rebelaram contra mim; eles e seus pais se rebelaram contra mim at este mesmo dia. 4 Eu, pois, voc envio a filhos de duro rosto e de contumaz corao; e os dir: Assim h dito Jehov o Senhor. 5 Acaso eles escutem; mas se no escutarem, porque so uma casa rebelde, sempre conhecero que houve profeta entre eles. 6 E voc, filho de homem, no os temas, nem tenha medo de suas palavras, embora acha-te entre saras e espinheiros, e amoras com escorpies; no tenha medo de suas palavras, nem temas diante deles, porque so casa rebelde. 7 Lhes falar, pois, minhas palavras, escutem ou deixem de escutar; porque so muito rebeldes. 8 Mas voc, filho de homem, oua o que eu te falo; no seja rebelde como a casa rebelde; abre sua boca, e come o que eu te dou. 9 E olhei, e hei aqui uma mo estendida para mim, e nela havia um cilindro de livro. 10 E o estendeu diante de mim, e estava escrito por diante e por detrs; e tinha escritas nele lamentos e lamentaes e ayes. 1. Filho de homem. Heb. Ben'adam. Esta a frase com a que habitualmente Deus se dirige a Ezequiel. Aparece 93 vezes neste livro. Daniel o nico profeta a quem tambm lhe aplica este nome, mas essa expresso aparece s uma vez em seu livro. Em hebreu h vrias palavras que se traduzem como "homem": (1) 'ish, que se refere ao homem como varo ou marido; (2)'enosh, que um trmino potico que estranha vez se emprega em singular, mas bem um trmino coletivo que abrange a todo o gnero humano. Parece referir-se debilidade, a fragilidade e a mortalidade do homem Jesus, quem tomou sobre si mesmo no a natureza dos anjos, a no ser a da raa humana depois de que quatro mil anos de pecado deixassem seus rastros de degenerao, recebe o nome proftico de "Filho de enash" (Do. 7: 13; 'enash a forma aramaica de 'enosh); (3) 'adam, que descreve ao homem em um sentido genrico. Deus disse: "Faamos ao 'adam a nossa imagem" (Gn. 1: 26). Em muitos casos a frase "ser humano" corresponde adequadamente palavra 'adam; (4) gber, que descreve ao homem em seu vigor juvenil. que o chame 'filho de homem" (Ben'adam) recorda ao Ezequiel que membro da raa humana. Deus se propunha empregar instrumentos humanos para transmitir sua mensagem de salvao s almas que estavam por perecer. Poderia ter empregado outros meios. Poderia ter constitudo a seus anjos em embaixadores. Uma voz audvel do cu poderia ter proclamado o Evangelho. Mas Deus desejava que o homem fora participante nos gozos de um ministrio abnegado em favor de outros, por isso lhe encomendou "a palavra da reconciliao" (2 Cor. 5: 19). Nenhum "filho de homem" pode evitar esta responsabilidade. ganham ou se perdem almas de acordo com a forma em que o homem reaja ante ela. Por isso a denominao "filho de homem" equivale a uma chamada ao ministrio pessoal ou pblico com ardente zelo em favor de seus prximos. Ponha sobre seus ps. A viso da glria de Deus tinha deixado prostrado ao Ezequiel. depois de uma manifestao similar do poder de Deus, Daniel declarou: "No ficou fora em mim, antes minha fora se trocou em desfalecimento, e no tive vigor algum" (Do. 10: 8). Ao ser chamados o servio divino, estes profetas em primeiro lugar foram induzidos a que sentissem sua prpria debilidade. Depois chegou o poder divino que os ativou, 611 lhes devolvendo a fora fsica e capacitando-os para receber a comunicao celestial. 2. Entrou o Esprito em mim. A profecia um dos dons do Esprito (1 Cor. 12: 28). A chamada a exercer o cargo de profeta no depende de uma eleio pessoal, mas sim de uma designao divina (Nm. 12: 6; 1 Cor. 12: 28). A recepo do Esprito Santo, que reparte o dom proftico, a evidncia da chamada genuna. Qualquer pretenso de ter recebido este dom sem esse prerrequisito necessrio, ser falsa. Quando Ezequiel foi chamado, o Esprito entrou nele lhe provocando um estado que em linguagem proftica se chama estar "no Esprito" (Apoc. 1: 10; 4: 2). Enquanto o profeta est "no Esprito", pode lhe parecer que realiza viagens por lugares distantes apesar de que no d sequer um passo. Ao descrever sua viso do terceiro cu, Pablo admitiu que no podia distinguir sua viso da realidade. "Se no corpo, no sei; se fosse do corpo, no sei; Deus sabe" (2 Cor. 12: 2). 3. Filhos do srael. Aqui comea a comisso do Ezequiel. Essencialmente sua mensagem era para os exilados do Jud, mas seu alcance mais amplo tambm compreendia as dez tribos que mais de um sculo antes tinham sido levadas a cativeiro pelos assrios. As cambiantes vicissitudes das naes lhe tinham adjudicado a Babilnia e a Meia os territrios de Assria, de modo que quando o cativeiro babilnico absorveu remanescente do Jud, em certo sentido as 12 tribos foram reunidas, todas sob um jugo estrangeiro (Jer. 50: 17-18, 33). Gente rebeldes. A palavra que se traduz como "gente" a que se emprega habitualmente para designar aos pagos. Por haver-se afastado obstinadamente de Deus, os israelitas, que deviam ter sido um reino de sacerdotes (ver Exo. 19: 6), se tinham degradado tanto que agora so chamados despectivamente "pagos"; e se acrescenta-lhe o adjetivo "rebelde". Ao profeta lhe recorda que a apostasia de srael data de muito tempo. 4. De duro rosto. Quer dizer, "obstinados", "teimosos". A frase "de contumaz corao" sublinha esta idia. O Senhor estava pintando um horrendo quadro da depravao de srael. No era um quadro que exagerava a realidade, como logo teria que descobrir o profeta. Assim h dito Jehov o Senhor. A tarefa que encarrega ao Ezequiel a comisso divina que se o encomenda a cada professor da Palavra, a cada expositor da sagrada verdade. A Palavra de Deus no deve ser mesclada com opinies humanas. As teorias privadas so falveis. No que corresponde aos assuntos divinos, s podem saber-se com exatido as coisas que Deus revelou. Todo o resto mera opinio humana. Quando sopra todo vento de doutrina e se dissemina todo tipo de interpretao, os homens precisam ter a segurana de uma mensagem respaldado por um "Assim h dito Jehov". Tal declarao a voz da autoridade. Ezequiel necessitava esta garantia, pois a runa do Jud era iminente. Sua mensagem ostentava os crditos da mais excelsa autoridade. 5. Se no escutarem. No escutar equivale a no fazer conta, a desobedecer. Comparar com a mesma expresso no vers. 7; cap. 3: 11; cf. cap. 3: 27. No deve atribuir-se a um ato de predestinao o que algum no faa conta. O plano divino para a salvao compreende a todos: "A graa de Deus se manifestou para salvao a todos os homens" (Tito 2: 11); Deus no quer "que nenhum perea" (2 Ped. 3: 9). A todos lhes concede uma oportunidade adequada para a salvao. Jesus a luz que "ilumina a todo homem" (Juan 1: 9). Para induzir s pessoas a aceitar a redeno oferecida, devem usar-se todas as influncias possveis, em consonncia com o livre-arbtrio e as decises referentes ao grande conflito. Mas ao homem lhe toca decidir se tiver que escutar ou no. Os desobedientes no tm desculpa. De cada alma que finalmente se perca Deus poder dizer: "Que mais se podia fazer. . . que eu no tenha feito?" (SA. 5: 4). Os homens se destroem a si mesmos quando rechaam aceitar a salvao de Cristo (1 JT 160). Como acontecimento culminante do grande conflito, ser revelada a histria do mundo em viso panormica para mostrar a cada alma sua relao com as decises vitais do grande conflito. como resultado disto, todos admitiro a justia de Deus e quo adequada foi a graa oferecida (ROM. 14: 10-11; Apoc. 15: 3; cf. CS 724-729). Conhecero. A evidncia mxima de que o profeta portador dos crditos divinos o cumprimento de sua palavra. Alm disso, enquanto o profeta pronuncia seu mensagem, o Esprito Santo d testemunho aos coraes endurecidos de que o enviado de Deus apresenta uma mensagem celestial. O Esprito 612 Santo desejava convencer aos cativos rebeldes de que sua conduta de obstinada impiedade era injustificada. Apesar de que pudessem burlar-se abertamente do mensageiro divino, por debaixo dessa brincadeira estaria o enraizado temor de que a voz que estavam desprezando era na verdade a voz de Deus. As mensagens do Ezequiel teriam que ser "aroma de morte para morte" ou "de vida para vida" (2 Cor. 2: 16). 6. No os temas. Ezequiel sofreria a oposio de governantes, de sacerdotes e de falsos profetas. burlariam-se dele, caluniariam-no, acusariam-no e o ameaariam, mas em todo isso no devia ceder ante os intentos de intimid-lo ou ante os temores que o descorazonaban e acossavam por todos lados. Saras. Esta metfora representa a oposio que o profeta acharia entre aqueles a quem o enviava. 7. Escutem ou deixem de escutar. Ver com. vers. 5. 8. No seja rebelde. Existia o perigo de que frente a uma perspectiva to terrvel, Ezequiel fugira sua responsabilidade. Se se atemorizava se identificaria com a mesma rebelio que devia repreender. Existia o perigo de que sofresse a influncia de um ambiente saturado de apostasia e que perdesse a noo da gravidade do pecado. H um veneno sutil na atmosfera de uma sociedade mpia. difcil que uma pessoa tenha f quando est entre quem no tem f, sobre tudo quando fingem ter as mesmas esperanas e aspiraes que ele alberga. Por esta razo o maior perigo da igreja emana de dentro e no de fora. Se os que so chamados a ser dirigentes so eles mesmos "rebeldes", assim como a "casa rebelde", o que pode esperar-se a no ser um difundido afastamento de Deus? A histria da apostasia do srael revela o terrvel resultado do que ocorre quando os homens olham aos homens e confiam em mpios dirigentes humanos. Come o que eu te dou. Esta uma profecia simblica. O profeta comeu o cilindro em viso; mas no em a realidade (ver com. vers. 2). Esta figura est cheia de significado espiritual. A fim de repartir a seus prximos, o professor deve receber primeiro a mensagem de Deus. Em segundo lugar, assim como o alimento fsico recebido em o corpo se converte em carne, sangue e ossos, assim tambm a mensagem deve ser assimilado para chegar a ser parte do mensageiro. O professor no pode fazer-se idneo para o servio mediante um conhecimento superficial e incerto de sua mensagem. A mensagem deve entrar no mais ntimo natureza seu naturais deve penetrar seu ser, deve participar de todas as funes de sua vida espiritual. Deve chegar a ser uma parte integral de seu pensamento e de seu vida. 9. Uma mo estendida. Possivelmente a mo fora a de um dos quatro seres viventes. Representava os instrumentos intermedirios pelos quais Deus reparte revelaes a seus servos os profetas (Apoc. 1: 1). As mensagens mesmos tm sua origem em Deus. portanto, o profeta pode afirmar com convico: "Esta a palavra do Jehov". 10. Escrito por diante e por detrs. Na antigidade, os livros se escreviam em couro ou em folhas de papiro que se uniam com uma costura, a fim de formar largas bandagens que logo eram enroladas. Pelo general se escreviam s de um lado. O cilindro que entregou a Ezequiel estava escrito pelos dois lados, sem dvida para indicar que havia muito tema para escrever. A mensagem no era nenhum evangelho de paz tal como o que os anjos anunciaram aos pastores de Prespio quando nosso Cristo Salvador nasceu (Luc. 2: 13-14). Sua mensagem era "novas de grande gozo" (Luc. 2: 10); mas esta era uma profecia de "lamentos e lamentaes e ayes". Sem embargo, a revelao da ameaadora calamidade foi o meio empregado por Deus para despertar aos coraes endurecidos pelo pecado a fim de que ele pudesse san-los com o blsamo do Evangelho. No transcurso de sua obra, Ezequiel muitas vezes teve o privilgio de atenuar seus discursos de recriminao com exortaes de misericrdia. COMENTROS DO ELENA G. DO WHTE 1-10 TM 215 7 CS 512; Ev 61; 2JT 301; 3JT 89, 391;5T 20, 74, 263; 8T 61, 69; TM 233 613 CAPTULO 3 1 Ezequiel se come o cilindro. 4 Deus o anima; 15 lhe assinala sua obrigao com a profecia. 22 Deus emudece ao profeta, e abre sua boca. 1 ME DSSE: Filho de homem, come o que acha; come este cilindro, e v e fala a a casa do srael. 2 E abri minha boca, e me fez comer aquele cilindro. 3 E me disse: Filho de homem, alimenta seu ventre, e enche suas vsceras deste cilindro que eu te dou. E o comi, e foi em minha boca doce como mel. 4 Logo me disse: Filho de homem, v e entra na casa do srael, e fala a eles com minhas palavras. 5 Porque no enviado a povo de fala profunda nem de lngua difcil, a no ser casa do srael. 6 No a muitos povos de fala profunda nem de lngua difcil, cujas palavras no entenda; e se a eles enviasse, eles lhe ouvissem. 7 Mas a casa do srael no te querer ouvir, porque no me quer ouvir ; porque toda a casa do srael dura de frente e obstinada de corao. 8 Hei aqui eu tenho feito seu rosto forte contra os rostos deles, e sua frente forte contra suas frentes. 9 Como diamante, mais forte que pederneira tenho feito sua frente; no os temas, nem tenha medo diante deles, porque so casa rebelde. 10 E me disse: Filho de homem, toma em seu corao todas minhas palavras que eu lhe falarei, e oua com seus ouvidos. 11 E v e entra nos cativos, aos filhos de seu povo, e lhes fale e lhes diga: Assim h dito Jehov o Senhor; escutem, ou deixem de escutar. 12 E me levantou o Esprito, e ouvi detrs de mim uma voz de grande estrondo, que dizia: Bendita seja a glria do Jehov desde seu lugar. 13 Ouvi tambm o som das asas dos seres viventes que se juntavam a uma com a outra, e o som das rodas diante deles, e som de grande estrondo. 14 Me levantou, pois, o Esprito, e tomou; e fui em amargura, na indignao de meu esprito, mas a mo do Jehov era forte sobre mim. 15 E vim aos cativos no Tel-abib, que moravam junto ao rio Quebar, e me sentei onde eles estavam sentados, e ali permaneci sete dias atnito entre eles. 16 E aconteceu que ao cabo dos sete dias veio para mim palavra do Jehov, dizendo: 17 Filho de homem, eu te pus por vigia casa do srael; ouvir, pois, voc a palavra de minha boca, e os admoestar de minha parte. 18 Quando eu dijere ao mpio: De certo morrer; e voc no lhe admoestasse nem o falar, para que o mpio seja disposto de seu mau caminho a fim de que viva, o mpio morrer por sua maldade, mas seu sangue demandarei de sua mo. 19 Mas se voc admoestasse ao mpio, e ele no se convertesse de sua impiedade e de seu mau caminho, ele morrer por sua maldade, mas voc ter liberado sua alma. 20 Se o justo se separar de sua justia e hiciere maldade, e pusiere eu tropeo diante dele, ele morrer, porque voc no lhe admoestou; em seu pecado morrer, e suas justias que tinha feito no viro em memria; mas seu sangue demandarei de sua mo. 21 Mas se ao justo admoestasse para que no peque, e no pecar, de certo viver, porque foi admoestado; e voc ter liberado sua alma. 22 Veio ali a mo do Jehov sobre mim, e me disse: te levante, e sal ao campo, e ali falarei contigo. 23 E me levantei e sa ao campo; e hei aqui que ali estava a glria do Jehov, como a glria que havia visto junto ao rio Quebar; e me prostrei sobre meu rosto. 24 Ento entrou o Esprito em mim e me afirmou sobre meus ps, e me falou, e disse-me: Entra, e te encerre dentro de sua casa. 25 E voc, OH filho de homem, hei aqui que poro sobre ti cordas, e com elas ligaro-lhe, e no sair entre eles. 26 E farei que se peque sua lngua a seu paladar, e estar mudo, e no ser a eles varo que repreende; porque so casa rebelde. 614 27 Mas quando eu te tiver falado, abrirei sua boca, e lhes dir: Assim h dito Jehov o Senhor: que oua, oua; e o que no queira ouvir, no oua; porque casa rebelde som. 1. Come este cilindro. possvel que uma leve vacilao do Ezequiel demandasse a repetio da ordem (cap. 2: 8). A lio que se desejava ensinar exigia ser ilustrada em forma dramtica. O profeta no devia escolher sua prpria mensagem. Sua comida devia ser fazer a vontade daquele que o tinha enviado e proclamar seu mensagem (Juan 4: 34). A inspirao mais que a purificao e o estmulo dos poderes mentais em forma subjetiva. repartem-se feitos objetivos, externos. Os que estudam a Palavra tambm devem aprender esta lio. Devem receber a Bblia como se lhes tivesse sido enviada , porque os homens no criam a verdade divina, mas sim a descobrem na Bblia. A mensagem deve assimilar-se em forma pessoal, deve ser algo ntimo. As verdades devem converter-se em parte integrante da vida e do carter. Este o meio por o qual os homens chegam a ser em todo sentido novas criaturas. 3. Doce como mel. Quo emocionante resultou ao Ezequiel compreender que tinha sido chamado para ser colaborador de Deus, porta-voz do Jehov para repreender os pecados de seu povo. Ser chamado a desempenhar-se como profeta na verdade um excelso privilgio. Mas o perigo da exaltao do eu sempre se acha presente. Pablo temia isso (2 Cor. 12: 7). Compare-se isto com o caso da Elena do White (LS 71-72). A vivencia inicial do Ezequiel, a sensao de doura, mais tarde converteu-se em amargura quando deveu fazer frente s realidades da tarefa. sto ocorre freqentemente com os que so chamados um servio especial. Quo logo a primeira emoo perde sua fora quando a gente tem que enfrentar-se com as severas realidades do dever inflexvel. 5. De lngua difcil. indica-se que, no externo, sua tarefa seria mais fcil que se tivesse sido enviado aos pagos cujo idioma no compreendia e a quem sua lngua seria estranha. Em primeiro lugar, sua misso era ir a "as ovelhas perdidas da casa de srael" (Mat. 15: 24). No se tratava de que as outras naes estivessem fora do alcance da salvao, mas sim o propsito de Deus era fazer do srael o ncleo espiritual e a fora evangelizadora. Por meio de seu povo escolhido Deus desejava preservar entre os homens o conhecimento de sua lei e estender seu reino espiritual. Os profetas reconheceram este propsito. Boa parte das profecias do Ezequiel foi dedicada contagem dos castigos que cairiam sobre as naes vizinhas. Em essncia, estas profecias eram exortaes a esses pases, que lhes revelavam sua histria futura se recusavam aceitar o plano de Deus (Jer. 18: 7-8). Ver as PP. 28-32. 6. Eles lhe ouvissem. Assim como o fizeram Naamn o srio (Luc. 4: 27), a mulher cananea (Mat. 15: 21-28) ou o centurio romano (Mat. 8: 5-12). As maravilhas que se realizaram no Corazn e Betsaida teriam sido mais que suficientes para a converso de Tiro, Sidn e Nnive (Mat. 11: 21; 12: 41). Mas o srael se empederniu mais que as naes que o rodeavam. Em todos os tempos Deus teve o propsito de salvar a tantos membros de a famlia humana como possvel. "Vivo eu, diz Jehov o Senhor, que no quero a morte do mpio, mas sim se volte o mpio de seu caminho e que viva" (Eze. 33: 11). Deus no quer "que nenhum perea" (2 Ped. 3: 9). As enrgicas condenaes dos escritores profticos devem entender-se -tal como era seu propsito- como prognstico de calamidades nacionais, nunca como pronunciamentos de eterna runa para todos os indivduos da nao. No importa quo severo fora a predio de uma runa nacional, os indivduos que compunham a nao tinham ainda a oportunidade de alcanar a salvao pessoal. Assim foi como em tempos do Elas ficaram 7.000 que no tinham dobrado seus joelhos ante o Baal (1 Rei. 19: 18). 7. A mim. Para que Ezequiel no se desanimasse pelo fato de que o povo se negava a ouvir suas palavras, o Senhor lhe recordou que j se negou antes a escut-lo a ele. "O servo no maior que seu senhor" (Juan 13: 16). O servo no deve esperar um melhor trato que o que recebe seu Professor. que trabalha em favor de as almas sente agudamente o rechao dos homens. Recorde a decepo mais azedo que experimentou seu Professor, quem em realidade o que rechaado em a pessoa de seu servo. verdade que o servo pode examinar os esforos que tem feito para ver se a misericrdia foi rechaada por 615 causa de alguma deficincia em sua apresentao. Mas muitos rechaaram ao mesmo Senhor de glria, e seus servos devero sentir que so superiores a seu Professor? Toda a casa do srael. Quer dizer, os israelitas em geral. Havia nesse tempo Santos como Jeremas e Daniel, e sem dvida muitos outros, que em forma individual mantinham seu integridade ante Deus. 8. Forte. A raiz deste adjetivo a mesma da primeira parte do nome do Ezequiel (ver P. 597), e provvel que se empregue esta palavra em referncia com seu nome. possvel que o profeta tivesse protestado que era muito fraco para fazer frente teima de pecadores empedernidos. Aqui lhe promete que, no importava quo duros fossem os israelitas, o profeta seria feito mais duro que eles e ele prevaleceria contra eles. Esta promessa no implica coao alguma para obter a aceitao dessa mensagem. No governo de Deus, a aceitao sempre um ato voluntrio. 9. Diamante. Heb. shamir, "pedra de grande dureza". Alguns pensam que se trata do "esmeril". A RVR traduz "diamante" (cf. Jer. 17: 1) e assim tambm a BJ; mas nessa poca no se conhecia o diamante. 10. Em seu corao. Esta frase explica a simblica ao de comer (vers. 1). Neste versculo o processo da recepo aparece investido: primeiro o corao, depois os ouvidos. sto ilustra um tipo de transposio bastante comum no hebreu. Todas minhas palavras. O profeta no pode negar-se a receber e a declarar todo o conselho de Deus (vers. 11). 11. Aos cativos. Antes (vers. 4; cf. cap. 2: 3) havia dito ao Ezequiel que sua misso seria a de ir casa do srael. Agora lhe d a misso mais especfica de ir a "os cativos". Quando Ezequiel foi chamado no ano 593/592 A. C. (ver com. cap. 1: 2), e por vrios anos mais, os cativos no formavam a no ser uma pequena parte da nao judia. depois da queda de Jerusalm em 586 A. C. os cativos representavam a maioria do povo. A mensagem do Ezequiel estava dirigido aos cativos; o do Jeremas remanescente do Jud, e o do Daniel a a corte de Babilnia, salvo aquela parte de seu livro que esteve selada at o tempo do fim (Do. 12: 4; CS 405). De modo que, embora os trs foram contemporneos, suas esferas de responsabilidade eram diferentes. Ver P. 599. 12. Levantou-me. Aqui termina a fase inicial da consagrao do profeta funo proftico. Ainda em esprito, Ezequiel afastado da cena do trono, dos seres viventes e as rodas. Ao afastar-se, oua detrs de si o som de um grande "estrondo" ("terremoto", LXX). um som inteligvel, uma voz de louvor. Nada se diz especificamente da origem deste som, mas possivelmente como na SA. 6 e Apoc. 4, o louvor se origina nos seres que rodeiam o trono. 14. ndignao. "Ardor" (BJ), "rancor" (VM). O chamado de Deus, que to doce tinha sido para Ezequiel (Eze. 3: 3), ao levar-se a prtica se converteu em amargura. A indignao do Ezequiel pde dever-se em parte para os pecados de seu povo; mas por cima disso, a revelao da dificuldade insupervel da tarefa, o temor ao fracasso e possivelmente tambm a conscincia de no ser apto, sem dvida se somaram para desanimar abrumadoramente ao profeta. Compare-se isto com um caso similar na vida do Jeremas (Jer. 20: 8, 9; cf. Jer. 9: 2). 15. Tel-abib. Heb. tel 'abib, "montculo de espigas ainda verdes". Mas se estima que mais bem provm do acadio til abubi, "montculo da inundao da tormenta". Tais dunas de areia, produzidas por ao do vento e da gua, parecem ser comuns nas cercanias do Nipur (ver com. cap. 1: 1). Sem embargo, no possvel se localizar com preciso ao Tel-abib. Sete dias. Alguns compararam este perodo de sete dias de silncio com um tempo de retiro que tiveram outros grandes caudilhos religiosos, como por exemplo os 40 dias do Elas no monte Horeb (1 Rei. 19: 48), a permanncia do Pablo em Arbia (Gl. 1: 17) e o retiro de nosso Senhor ao deserto depois de seu batismo. Outros sugerem que a reao do Ezequiel se deveu a sua surpresa ante as condies com que se encontrou ou s atitudes que enfrentou. Outros comparam o silncio do Ezequiel com a conduta dos amigos do Job, que se sentaram no cho com o patriarca "por sete dias e sete noites, e nenhum falava-lhe palavra" (Job 2: 13). Entretanto, o contexto pareceria sugerir que Deus no tinha disposto essa demora. Em troca, a mudez pode ter sido causada pela amargura e a indignao de esprito que 616 sentia Ezequiel. provvel que o profeta adiasse deliberadamente sua misso, ou possivelmente at se estivesse negando a realiz-la. A misericrdia de Deus esperou sete dias. Quando ao fim desse perodo no houve resposta do Ezequiel, veio-lhe palavra do Senhor a modo de uma solene advertncia. Cabe recordar uma reticncia similar de parte da Elena do White a fazer saber a outros o que o Senhor lhe havia revelado (1T 62-64). 17. Atalaia. A figura a do sentinela militar apostado na torre de vigia, cujo trabalho advertir s pessoas de perigos que se moram (2 Sam. 18: 24-27; 2 Rei. 9: 17-20). A palavra descreve a caracterstica especial da obra de Ezequiel. O profeta devia vigiar pessoalmente pelas almas. 18. Voc no lhe admoestasse. Quando o vigia via que o perigo se aproximava, devia tocar a trompetista. Quando Ezequiel visse que os mpios foram descuidadamente perdio, devia lhes falar lhes advertindo dos inevitveis resultados de seu proceder. Pode entender-se que em sua aplicao mais ampla estas palavras no se referem meramente ao perigo fsico e morte, a no ser ao perigo espiritual que poderia conduzir o veredicto de morte eterna no tribunal de Deus. As decises desse tribunal significam vida eterna ou morte eterna para cada alma que alguma vez tenha vivido. A aniquilao ser a sorte final de todos quantos persistam na transgresso. atalaia lhe impe a responsabilidade de advertir aos homens a respeito deste castigo inevitvel. Seu descuido pode resultar na perda de almas. Muitas vezes surge o interrogante: " justo que Deus permita que a salvao de uma alma dependa de que outra pessoa cumpra ou no com seu dever de dar a advertncia?" Deve responder-se que Deus justo, mas que o pecado extremamente injusto. Deus obra em favor da salvao dos homens em uma maneira que concorda com seu carter e com os aspectos decisivos do conflito dos sculos. No emprega coao. sto pe um limite ao que Deus pode fazer diretamente para a salvao de uma alma. Mas quando outros cooperam com Deus em seus esforos por salvar essa alma, imediatamente se incrementam as influncias que operam sobre a pessoa, e aumenta a responsabilidade de que aceite o plano divino para ele. Nesta considerao se fundamenta a atividade missionria. Consideremos o caso de uma ilha que no foi tocada pela influncia crist. Deus, quem por meio do Jesus "ilumina a todo homem" (Juan 1: 9), faz tudo o que pode para salvar a todos os habitantes do lugar. Entretanto, com a chegada do missionrio, as oportunidades aumentam muito. Como resultado, muitos mais so salvos. Assim Deus no pode ser acusado de injustia, a no ser ns. Somos ns os que fomos atalaias infiis, e nossas prprias almas se perdero a menos de que com genuno arrependimento peamos a Deus que nos perdoe. 19. Voc ter liberado sua alma. A responsabilidade do vigia acaba quando a advertncia foi dada em forma adequada. Entretanto, o vigia faria bem em perguntar-se se tiver dado a advertncia na forma mais efetiva possvel e durante um tempo suficientemente largo. Quem recebe a advertncia ficam livres de escolher se tiverem que escutar ou no. Toda alma que se perca o far por sua prpria eleio. Ningum poder culpar a Deus, quem proporcionou uma oportunidade adequada a todos. Os homens vivem ou morrem conforme seja sua eleio pessoal. Ezequiel faz ressaltar a responsabilidade pessoal antes que a nacional. ndividualmente os israelitas no deviam considerar que estavam perdidos porque sua nao sofria um castigo. Por outra parte, no deviam supor que o arrependimento seria desnecessrio para eles como pessoas porque tinham ao Abrao como pai (Mat. 3: 9). 20. Tropeo. O propsito da pedra de tropeo deter o pecador em seu caminho descendente e despert-lo para que sinta seu perigo. Quando se detm assim ao pecador, necessita-se a voz de um vigia. Uma advertncia no momento devido pode fazer que se alm de seu mau caminho. que no se d a advertncia pode dar como resultado que se lance desenfrenadamente para a destruio. Por isso se exigir do vigia que d conta de seu sangue. De novo pode ver-se at que ponto Deus depende da cooperao dos seres humanos na obra da salvao (ver com. vers. 18). Suas justias. Quer dizer, suas aes piedosas ou justas. Esta passagem contradiz a difundida idia de que o homem que seriamente piedoso no pode apostatar nem perder-se finalmente. S os que perseverem at o fim sero salvos (Mat. 24: 13). 617 No viro em memria. No plano de Deus no se calculam as recompensas tendo em conta o nmero de aes piedosas menos o nmero de pecados cometidos, nem viceversa, como ensinavam-no os judeus. No caso do homem justo que persevera at o fim, todo o registro de sua culpa apagado e sua recompensa determinada em apie a sua aceitao do sacrifcio de Cristo. Por outra parte, o pecador que no se arrepende encontra que nenhuma de suas obras piedosas tomada em conta ao atribuir-lhe o castigo (cap. 18). sto explica a razo de que, ao perdo-los pecados, no so apagados imediatamente. conserva-se um registro at o momento do julgamento, porque se o justo logo rechaa o perdo devotado e se perde, todas suas iniqidades, tenham sido perdoadas em algum momento ou no, so tomadas em conta para determinar sua recompensa final (PVGM 196). 22. Mo do Jehov. evidente que o que Ezequiel tinha ouvido o encheu de uma entristecedora sensao da gravidade de sua responsabilidade. 23. A glria do Jehov. Ezequiel voltou a ver a impressionante viso que tinha contemplado (cap. 1). A grande manifestao da glria de Deus que o tinha inspirado a aceitar seu misso, sem dvida o imbuiu com uma renovada certeza. Aceitou a repreenso devida a seu silncio. Em adiante, Ezequiel aparece como servo humilde e obediente. 24. te encerre. Provavelmente Deus mandou isto a fim de que tivesse o tempo necessrio para meditar antes de comear a realizar sua obra. 25. Cordas. Sem dvida, isto no se refere a um encarceramento literal, pois no h no livro nenhuma referncia a tal coisa. Se se fizer aluso a cordas figuradas, poderiam referir-se obstinada negativa do povo a escutar, o que faria quase impossvel que Ezequiel declarasse suas profecias. Deste modo, seria como se estivesse pacote. 26. pegue-se sua lngua. Como no caso do Zacaras (Luc. 1: 22) que no acreditou as palavras do anjo, pareceria haver uma reprovao da negativa do Ezequiel a falar quando se ordenou-lhe que devia faz-lo. Entretanto, o Senhor empregou este caso para bem. A mudez do profeta e o que s pudesse falar quando o Senhor abria seu boca, era outro sinal casa rebelde de que as palavras que pronunciava eram na verdade as palavras do Senhor. 27. Oua. Compare-se isto com as palavras do Jesus registradas no Mat. 11: 15 e 13: 9. Em a LXX a segunda frase diz: "que desobedea, que desobedea", que acha um eco no Apoc. 22: 11. Casa rebelde. Em tempos anteriores, Deus havia dito que o srael era um povo "de dura nuca" (Exo. 32: 9). O mesmo esprito que provocou os 40 anos de peregrinao no deserto tinha feito que o cativeiro fora inevitvel. COMENTROS DO ELENA G. DO WHTE 1-27 TM 216 7 CS 512 17 CM 126; 2JT 76; 3JT 279; OE 219; RC 55; T 469; 2T 708 17-19 1T 313 18 2JT 523 19 2T 53 21 T 313 CAPTULO 4 1 Sob o smbolo de um stio, Deus mostra o tempo da queda do srael e seu cativeiro. 9 Por meio do stio se prediz a fome devastadora. 1 VOC, FLHO de homem, tome um tijolo cru, ponha diante de ti, e desenha sobre ele a cidade de Jerusalm. 2 E por contra ela sitio, e edificar contra ela fortalea, e tirar contra ela baluarte, e por diante dela acampamento, e colocar contra ela aretes ao redor. 3 Tome tambm uma prancha de ferro, 618 e ponha em lugar de muro de ferro entre ti e a cidade; afirmar logo seu rosto contra ela, e ser em lugar de cerco, e a sitiar. sinal casa do srael. 4 E voc te deitar sobre seu lado esquerdo, e por sobre ele a maldade da casa do srael. O nmero dos dias que durma sobre ele, levar sobre ti a maldade deles. 5 Eu te dei os anos de sua maldade pelo nmero dos dias, trezentos noventa dias; e assim levar voc a maldade da casa do srael. 6 Cumpridos estes, deitar-te sobre seu lado direito segunda vez, e levar a maldade da casa do Jud quarenta dias; dia por ano, dia por ano lhe hei isso dado. 7 Ao assdio de Jerusalm afirmar seu rosto, e descoberto seu brao, profetizar contra ela. 8 E hei aqui pus sobre ti ataduras, e no te voltar de um lado a outro, at que tenha completo os dias de seu assdio. 9 E voc toma para ti trigo, cevada, favas, lentilhas, millo e aveia, e ponha em uma vasilha, e te faa po deles o nmero dos dias que te deite sobre voc lado; trezentos e noventa dias comer dele. 10 A comida que comer ser de peso de vinte ciclos ao dia; de tempo em tempo a comer. 11 E beber a gua por medida, a sexta parte de um hin; de tempo em tempo beber-a. 12 E comer po de cevada cozido debaixo da cinza; e o cozer a vista de eles ao fogo de excremento humano. 13 E disse Jehov: Assim comero os filhos do srael seu po imundo, entre as naes aonde os arrojarei eu. 14 pinjente: Ah, Senhor Jehov! hei aqui que minha alma no imunda, nem nunca desde minha juventude at este tempo comi coisa mortia nem despedaada, nem nunca em minha boca entrou carne imunda. 15 E me respondeu: Hei aqui te permito usar esterco de bois em lugar de excremento humano para cozer seu po. 16 Me disse logo: Filho de homem, hei aqui quebrantarei o sustento do po em Jerusalm; e comero o po por peso e com angstia, e bebero a gua por medida e com espanto, 17 para que ao lhes faltar o po e a gua, olhem-se uns aos outros com espanto, e consumam-se em sua maldade. 1. Tome. Os estudiosos das profecias debateram se os estranhos acontecimentos de este captulo foram aes reais, visveis, ou s vvidos smbolos vistos pelo profeta em viso, que depois devia contar s pessoas. Podem citar-se as seguintes raciocine para supor que estes acontecimentos foram apresentados em forma visvel ante os Olhos do povo: (1) Deviam ser um sinal para a casa do srael (vers. 3); (2) fez similares no caso de outros profetas quando as aes foram evidentemente visveis: os chifres de ferro do Sedequas (1 Rei. 22: 11), o andar "nu e descalo" do saas por espao de trs anos (ver com. SA. 20: 3), os jugos de madeira de Jeremas Jer. 27: 2), e o matrimnio do Oseas com a rameira (Ouse. 1: 3). O feito de que Ezequiel tirasse seus pertences vista do povo e logo se abrisse passo atravs da parede (Eze. 12: 2-7), era evidentemente uma representao objetiva do assdio que se morava. Estas lies objetivas sem dvida tinham o propsito de chamar a ateno, porque o que o olho v tende a causar impresses mais profundas na mente que as palavras que se escutam. Ainda hoje nos sacramentos se apresenta algo que se pode ver para aprofundar mais o ensino das verdades divinas. Adobe. Heb. lebenah, "tijolo" (BJ). Era comum na antigidade escrever em tijolos. Os arquelogos tm descoberto milhares de tijolos com inscries. 2. Por contra ela sitio. Os cativos esperavam que Jerusalm houvesse j sofrido seu ltimo assdio. Animados por falsos profetas, esperavam voltar logo para sua terra natal. Seus mais acariciadas esperanas se veriam anuladas sim aceitavam a predicacin de Ezequiel de que haveria outro assdio. Entretanto, era inevitvel a runa de seu amada cidade. Ante a vista do povo foram apresentados os castigos iminentes com smbolos significativos que falavam com major fora e eficcia que as palavras. Fortaleza. Heb. dayeq, substantivo coletivo que designa o total das obras de assdio, 619 possivelmente com referncia especial aos dispositivos que permitiam que os sitiadores alcanassem uma altura maior que os muros, para observar assim o que ocorria na cidade e tambm para disparar suas flechas contra os defensores. Baluarte. Neste caso, algum aterro que permitisse que os atacantes subissem aos muros. Aretes. Eram pesadas vigas de madeira, com ponta de ferro, que se suspendiam horizontalmente desde torres ou armaes mutveis. Se fazia golpear estas vigas em forma violenta contra os muros. Nos baixos-relevos assrios estas mquinas de guerra aparecem com freqncia, pelo qual se supe que nessa poca eram comuns. 3. Prancha de ferro. Heb. majabath. Esta prancha ("frigideira", BJ) ainda um utenslio comum de cozinha no Prximo Oriente (Lev. 2: 5). possvel que a prancha fora parte do equipamento domsticos do profeta. A empregou para representar um escudo ou muro de defesa levantado pelo inimigo, desde cujo amparo descarregava seus projteis. Possivelmente o ferro simbolizava a invulnerabilidade de as linhas inimizades. Sinal. O fato de que estes vvidos smbolos tinham que ser uma "sinal", apia vigorosamente a idia de que este captulo fala de acontecimentos literais (ver com. vers. 1). Com referncia palavra "sinal", ver com. SA. 7: 14. 4. Lado esquerdo. provvel que a posio tivesse que ver com o fato de que Samaria se encontrava ao norte de Jerusalm, quer dizer, para a esquerda, quando um olhe para ao este. No necessrio supor que Ezequiel ficou deitado em forma continuada 24 horas ao dia, durante o comprido perodo aqui especificado. Possivelmente dedicasse s certa parte do dia a esta forma de predicacin simblica. Casa do srael. Nesta passagem se emprega esta frase em seu sentido mais limitado para referir-se a as dez tribos. Levar sobre ti a maldade. H diferena de opinies quanto a se Ezequiel devia simbolizar o pecado do srael ou seu castigo. Possivelmente as duas idias estivessem implicadas no simbolismo. Como outros profetas da antigidade, Ezequiel devia mitigar seus mensagens de condenao com o oferecimento do blsamo do Evangelho. Sem embargo, o pecado no podia passar-se por alto. Era necessrio que fora expiado. possvel que a ao do Ezequiel de levar sobre si a maldade do srael tivesse servido para indicar que Deus estava disposto a perdoar o pecado do povo, e ainda nessa hora tardia queria cumprir seu propsito mediante o srael. 5. trezentos e noventa dias. formularam-se muitas interpretaes deste perodo. H quem prefere aceitar os nmeros que aparecem na LXX, segundo a qual eram 150 os dias que Ezequiel devia levar as iniqidades do srael, e 40 os dias que devia levar as do Jud; em total, 190 dias. Entretanto, estes nmeros no solucionam nada, pois os 150 dias no representam os anos de cativeiro das dez tribos, que foram levadas cativas no ano 723/1722 A. C. Se se usarem as cifras que aparecem no hebreu, dever considerar-se que os 390 anos representam o perodo da apostasia do srael. Este perodo comea com a separao do Jeroboam e as dez tribos quando se separaram de Jud. Esta separao assinalou o comeo do pecado do srael. depois de haver-se separado da monarquia designada Por Deus, o reino setentrional sofreu sob uma larga sucesso de reis mpios. Nenhum de seus reis foi piedoso. Mas tambm aqui aparecem dificuldades. Segundo a "cronologia curta", sistema de cmputo empregado neste comentrio (ver T. L, PP. 143-146), o cisma de as dez tribos ocorreu pelo ano 931 A. C. (ver T. , P. 78). Desde esse momento at a viso do Ezequiel em 593/592, s tinham transcorrido uns 339 anos. At a queda de Jerusalm s houve 345 anos, e at o retorno do cativeiro podem computar-se 395. Empregando a agora desacreditada "cronologia larga" (ver T. L, P. 145), os 390 anos do cisma at Ezequiel arrancam de aproximadamente o ano 980 A. C. De tudo isto pode deduzir-se que os sincronismos no se emprestam para confirmar nem um sistema cronolgico nem o outro. 6. Quarenta dias. Seguindo a analogia j tratada ao comentar o vers. 5, os 40 anos representariam os anos do pecado do Jud. A diferena do srael, Jud permaneceu fiel a seus governantes designados, membros da casa do David. Mas os habitantes do Jud tambm se derrubaram em forma crescente idolatria, e embora houve vrios reis piedosos no reino do Jud que procuraram 620 refrear a crescente marca de impiedade, a nao foi degradando-se progressivamente. Uma das ltimas oportunidades importantes para obter a reforma ocorreu durante o reinado do Josas, quem, no 8. ano de seu reinado (2 Crn. 34: 3), "comeou a procurar o Deus do David, seu pai". Foi um nobre intento, mas no que respeita ao povo foi uma reforma superficial. Mais tarde lhes disse que tinham ido muito longe como para que se evitassem os castigos que os ameaavam (2 Crn. 34: 23-25). Se considera-se que o 8. ano do Josas, 633/632 A. C., assinala o comeo do perodo especial de culpabilidade do Jud, desde essa data at o primeiro mensagem do Ezequiel no ano 593/592 (ver com. Eze. 4: 5), computam-se exatamente 40 anos. Entre outros intentos de entender estes perodos de tempo est o que suma 390 mais 40, o que d 430 dias, cifra que se compara com o Exo. 12: 40 onde se do 430 anos de peregrinao para os filhos do srael. Mas esta analogia no parece ter nenhum sentido. Uma variao totalmente caprichosa relaciona os 390 dias com os 40 aoites do Deut. 25: 3, os quais foram reduzidos pelos professores judeus a "quarenta aoites menos um" (2 Cor. 11: 24). Deste modo, pretende-se que lhes correspondiam 39 a cada uma das tribos e 40 ao Jud. Dia por ano. Literalmente, "dia para o ano". Esta expresso pode comparar-se com uma afirmao similar no Nm. 14: 34: "Conforme ao nmero dos dias, dos quarenta dias em que reconheceram a terra, levaro suas iniqidades quarenta anos, um ano por cada dia". Nestas declaraes se encontram as primeiras insinuaes da escala proftico que mais tarde seria to importante na interpretao das grandes profecias de tempo, tais como a do "tempo, e tempos, e meio tempo" (Do. 7: 25) e a de "dois mil trezentas tardes e manhs" (Do. 8: 14). 7. Afirmar seu rosto. Expresso que indica perseverana e firmeza de propsito (Lev. 17: 10; 20: 3, 5-6; 26: 17; Eze. 15: 7; 20: 46). A firmeza de propsito concernia "ao assdio de Jerusalm". sto devia fazer-se durante os perodos quando o profeta estivesse deitado de cada lado levando simbolicamente tanto a iniqidade de srael como a do Jud. A combinao destes atos pode entender-se melhor a a luz dos propsitos de Deus nesta ocasio, como os revela por meio do Jeremas. Mediante vrios smbolos, e tambm usando declaraes profticas singelas, Deus lhe declarou remanescente que tinha ficado no Jud que sua nica esperana de segurana estava em submeter-se ao rei de Babilnia. Seu iniqidade tinha ido muito longe para que se pudesse evitar o castigo de Jerusalm e de seus habitantes. Deviam levar sua iniqidade. Esperava-lhes o cativeiro. sto se opunha diametralmente s arrogantes ambicione dos militaristas. Apoiados por falsos profetas, rechaavam em forma desafinou a exortao do Jeremas e seguiam adiante com seus planos de resistir. Jeremas mesmo foi pontuado de espio e traidor. Os que estavam cativos junto com Ezequiel tambm esperavam poder livrar-se dos babilonios. Em vez de aceitar com pacincia o plano de Deus de que levassem sua iniqidade e de que chegassem a compreender que seu rebelde corao era a raiz de todas suas penrias, acariciavam a esperana de que sua amada cidade resisti-la e que logo eles mesmos poderiam voltar para sua terra natal. Descoberto seu brao. Em atitude de estar preparado para a ao. 8. Ataduras. No se diz de que tipo eram estas ataduras, mas o simbolismo claro. Esta restrio simbolizava o carter inexorvel dos acontecimentos preditos. O povo, por mais diligente que fora, no podia fazer nada para impedir a devastao de Jerusalm e o cativeiro do remanescente. 9. Trigo. A ordem no qual se enumeram estes mantimentos sem dvida indica a escassez de alimento devido s angstias do assdio. O trigo e a cevada no bastariam para alimentar ao povo durante o stio, e seria necessrio mescl-los com mantimentos considerados de menor qualidade. Favas. Ver 2 Sam. 17: 28. Lentilhas. Ver Gn. 25: 29, 34; 2 Sam. 17: 28. Millo. Heb. dojan, palavra que s aparece aqui e que se traduz corretamente como "mijo" (BJ) ou "millo" (RVR). Aveia. Heb. kussmeth hoje conhecido como Triticum sativum, "feitio". O po que tivesse uma parte de feitio no seria muito saboroso. 10. Vinte siclos. ou seja 200 g (ver T. ,p.173). Esta escassa rao logo que bastaria para sustentar a vida. 621 11. A sexta parte de um hin. O hin equivalia a 3,67 lt (ver o T. , P. 176) e a sexta parte seria 0,61. h-se descrito a escassa rao de alimento e de gua com a qual Ezequiel devia subsistir, como "muito para morrer e muito pouco para viver". 12. Excremento humano. Devido ao assdio no haveria lenha para combustvel, e ao prolongar o assdio se consumiria todo o esterco. Por isso os homens se veriam obrigados a empregar excremento humano, secado, como combustvel. 13. Po imundo. provvel que esta passagem signifique que durante o cativeiro os judeus no poderiam observar todos os preceitos mosaicos sobre alimentao. 14. Ah, Senhor Jehov! Ezequiel protesto pela ordem divina. Pedro o far muitos anos depois (Hech. 10: 14). Ezequiel afirma que foi observador escrupuloso da lei. Seu petio ouvida e a ordem se atenua. Lhe d permisso para usar um combustvel que ainda hoje muito comum nessa parte do mundo. 16. O sustento do po. Ver Eze. 5: 16; 14: 13; cf. Lev. 26: 26; Sal. 105: 16. Aqui se mostra a aplicao desta representao proftico. As condies que acompanham ao fome, to vividamente representadas pelo Ezequiel, so aplicadas cidade de Jerusalm. COMENTROS DO ELENA G. DO WHTE 6 CS 371;DTG 200;PR 515 CAPTULO 5 1 Com o smbolo do cabelo, 5 apresenta o julgamento contra Jerusalm por seu rebelio, 12 executado por meio da fome, a espada e a disperso. 1 E VOC, filho de homem, tome uma faca aguda, toma uma navalha de barbeiro, e faz-a passar sobre sua cabea e sua barba; toma depois uma balana de pesar e divide os cabelos. 2 Uma terceira parte queimar a fogo em meio da cidade, quando se cumprirem os dias do assdio; e tomar uma terceira parte e a cortar com espada ao redor da cidade; e uma terceira parte pulverizar ao vento, e eu desenvainar espada em detrs deles. 3 Tomar tambm dali uns poucos em nmero, e os atar na saia de voc manto. 4 E tomar outra vez deles, e os jogar no meio do fogo, e no fogo queimar-os; dali sair o fogo a toda a casa do srael. 5 Assim h dito Jehov o Senhor: Esta Jerusalm; pu-la em meio das naes e das terras ao redor dela. 6 E ela trocou meus decretos e meus regulamentos em impiedade mais que as naes, e mais que as terras que esto ao redor dela; porque desprezaram meus decretos e meus mandamentos, e no andaram neles. 7 portanto, assim h dito Jehov: Por lhes haver multiplicado mais que as naes que esto ao redor de vs, no ho andando em meus mandamentos, nem guardastes minhas leis? Nem mesmo segundo as leis das naes que esto ao redor de vs andastes. 8 Assim, pois, h dito Jehov o Senhor: Hei aqui eu estou contra ti; sim, eu, e farei julgamentos em meio de ti ante os olhos das naes. 9 E farei em ti o que nunca fiz, nem jamais farei coisa semelhante, por causa de todas suas abominaes. 10 Por isso os pais comero aos filhos em meio de ti, e os filhos comero a seus pais; e farei em ti julgamentos, e pulverizarei a todos os ventos tudo o que ficar de ti. 11Por tanto, vivo eu, diz Jehov o Senhor, certamente por ter profanado meu santurio com todas suas abominaes, quebrantarei-te eu tambm; meu olho no perdoar, nem tampouco terei eu misericrdia. 12 Uma terceira parte de ti morrer de pestilncia 622 e ser consumida de fome em meio de ti; e uma terceira parte cair a espada ao redor de ti; e uma terceira parte pulverizarei a todos os ventos, e atrs deles desenvainar espada. 13 E se cumprir meu furor e saciarei neles minha irritao, e tomarei satisfao; e sabero que eu Jehov falei em meu zelo, quando cumprir neles minha irritao. 14 E te converterei em solido e em oprobio entre as naes que esto ao redor de ti, aos olhos de tudo transeunte. 15 E ser oprobio e escrnio e castigo e espanto s naes que esto ao redor de ti, quando eu faa em ti julgamentos com furor e indignao, e em repreenses de ira. Eu Jehov falei. 16 Quando arrojar eu sobre eles as perniciosas setas da fome, que sero para destruio, as quais enviarei para lhes destruir, ento aumentarei o fome sobre vs, e quebrantarei entre vs o sustento do po. 17 Enviarei, pois, sobre vs fome, e bestas ferozes que lhe destruam; e pestilncia e sangue passaro por em meio de ti, e enviarei sobre ti espada. Eu Jehov falei. 1. Navalha de barbeiro. Corresponde melhor: "Toma uma espada afiada, toma-a como navalha de barbeiro" (BJ). Evidentemente o profeta devia tomar uma espada, por cansa de seu simbolismo, para empreg-la como navalha. Com referncia figura da navalha, ver SA. 7: 20, onde se emprega este instrumento como smbolo da devastao obrada por um exrcito invasor. Note-se que no cap. 5 continua sem interrupo a narrao proftico que comeasse no cap. 4: 1. Sobre sua cabea. ndica ao Ezequiel que deve realizar, como representao simblica, um ato proibido. Era contrrio lei que o sacerdote se barbeasse a cabea ou a barba (Lev. 21: 5). Esta vez Ezequiel no protesto (ver Eze. 4: 14). Sabe quando lhe legtimo pedir uma modificao de um mandato divino ou seu revogao e quando deve emprestar obedincia sem discusses. Balana. possvel que a balana represente justia e o cuidado com que Deus trata a cada alma. Cada alma ser to cuidadosamente pesada e as recompensas sero atribudas de tal modo, que quando se revelarem os julgamentos de Deus ao fim da histria, no se ouvir nenhuma s voz de protesto em toda a vasta criao. Do mais pequeno at o maior, todos se vero obrigados a confessar: "Justos e verdadeiros som seus caminhos, Rei dos Santos" (Apoc. 15: 3; ver CS 727). 2. Em meio da cidade. Quer dizer, no meio do smbolo que Ezequiel fazia (cap. 4: 1). A terceira parte que se queimou representava aos que estivessem na cidade e pereceriam pela peste e a fome (cap. 5: 12). A terceira parte que seria atalho com espada ao redor da cidade representa aos que morreriam a espada enquanto tentassem escapar, como ocorreu no caso dos filhos de Sedequas e o resto do squito do rei (Jer. 52: 10). A terceira parte que seria pulverizada representa pequena parte da populao que depois de ter escapado da destruio, seria pulverizada entre os pagos. At ali a espada tinha que segui-los (Eze. 5: 12). 3. Na saia. sto simboliza a limitado amparo que teria que receber o remanescente que ficasse no pas, governado pelo Gedalas (2 Rei. 25: 22; Jer. 40: 5-6). 4. No meio do fogo. Boa parte do remanescente teria que perecer violentamente. Esta profecia achou um trgico cumprimento na conspirao do smael contra Gedalas e as calamidades que seguiram (Jer. 40-41). sto motivou a que muitos descendessem a Egito, onde morreram em consonncia com a profecia do Jeremas (Jer. 42: 13-17). Os que permaneceram no pas sofreram outro desterro por ordem de Nabuzaradn (Jer. 52: 30). como resultado de tudo isto, a terra se despovoou. 5. Em meio das naes. Aqui se destaca a posio estratgica de Jerusalm, situada em meio das naes do Prximo Oriente e na encruzilhada dos principais caminhos de a antigidade. Sua localizao especial proporcionava ao srael grandes oportunidades. Para o sul estava o Egito; para o nordeste, Assria e Babilnia, e para o norte, os assrios. Sobre a costa estavam os filisteus, e mais para o norte, os fencios. A pouca distancia para o este estavam os moabitas e amonitas, e para o sul, os edomitas. Deus colocou a seu povo em "meio das 623 naes", e queria que fora uma grande fora evangelizadora mediante a qual o conhecimento do verdadeiro Deus devia estender-se a todo mundo. Desejava que a nao do srael fora uma clara demonstrao da superioridade da verdadeira religio por sobre todos os falsos sistemas de culto. O caso do srael e sua prosperidade tinham que ser um exemplo to atraente, que todas as naes procurariam o Deus do srael (ver as PP. 28-32). Esta lio para ns tambm. Deus nos colocou como cristos, individualmente como luzes para nossos vizinhos. Tambm espera de ns que sejamos uma demonstrao da imensa superioridade e das grandes vantagens de ser cristos. Deseja que faamos de nossa religio algo to atraente como para que outros tambm a busquem. 6. Ela trocou meus decretos. Melhor, "Mas ela se rebelou contra minhas normas com mais perversidade que as naes" (BJ). A rebelio um ato voluntrio, premeditado e planejado. Mais que as naes. Deve entender-se no sentido de que os israelitas tinham pecado contra uma luz maior. Deus julga aos homens tendo em conta a luz e as oportunidades que tiveram ou que pudessem ter tido se as houvessem procurado. Quem forma parte da igreja de Deus neste tempo dispem de a luz acumulada durante sculos. Deus espera deles uma norma de conduta mais elevada que a das pessoas de qualquer poca anterior. Se resistirem e com rebelio se negam, como o fez o srael, sua culpa ser proporcionalmente maior. 7. Por lhes haver multiplicado. A palavra hebria assim vertida no pode traduzir-se com certeza. sugeriu-se que deveria traduzir-se da seguinte forma: "Porque seu bulcio ou agitao maior que o das naes". "Por quanto fostes mais turbulentos que as naes" (VM). Nem mesmo segundo as leis das naes. Em vrios manuscritos hebreus no aparece a negao, o qual equivaleria a afirmar que os israelitas tinham andado segundo os costumes das naes. Se se conservar a negao, dever interpretar-se que o srael no se havia comportado como as outras naes, as quais ao menos eram fiis aos deuses que adoravam, enquanto que o srael se rebelou contra seu Deus. 9. O que nunca fiz. No se especifica com claridade com o que se comparariam as calamidades iminentes, se se referir s grandes catstrofes do passado: o dilvio ou a destruio da Sodoma. verdade que nenhuma delas significou uma morte to lenta como a que se prediz no vers. 10. O que fica claro que o srael tinha tido maiores oportunidades e privilgios que os que lhes havia crdulo a outras naes; em conseqncia, o castigo de seu pecado seria proporcionalmente mais severo e mais lhe ressaltem que o que Deus tinha infligido ou infligiria a qualquer outra nao. 10. Comero aos filhos. Moiss, e mais tarde Jeremas, tinham ameaado com este terrvel castigo (Lev. 26: 29; Deut. 28: 53; Jer. 19: 9). Esta predio achou seu horrvel cumprimento no assdio da Samaria (2 Rei. 6: 28-29), no stio de Jerusalm pelos caldeos (Lam. 4: 10) e finalmente no stio da cidade pelos romanos (Josefo, Guerras vi. 3, 4). Moiss tambm tinha advertido que seriam pulverizados "por todos os povos" (Deut. 28: 64). 11. Vivo eu. Um solene juramento que aparece 14 vezes no livro do Ezequiel. Profanado meu santurio. Esta profanao se descreve com maiores detalhes no cap. 8. Quebrantarei-te. Diversos manuscritos hebreus e as verses antigas dizem assim. O texto masortico diz: "rasparei-te". 12. Uma terceira parte. Comea aqui a explicao das aes simblicas registradas na primeira parte do captulo. O fogo (vers. 2) representa fome e pestilncia. 13. Tomarei satisfao. Heb. najam, na forma verbal que aparece aqui, "vingarei-me" (BJ). difcil que concebamos que Deus se satisfaa executando to terrveis castigos como estes, pois Deus no quer "a morte do mpio" (cap. 33: 11). saas diz que a destruio a "estranha obra" de Deus (SA 28: 21). Ante a necessidade de um castigo, assim descreve Oseas os sentimentos de Deus: "Como poderei te abandonar, OH Efran? Entregarei-te eu, srael? Como poderei eu te fazer como Adma, ou te pr como ao Zeboim? Meu corao se comove dentro de mim, se inflama toda minha compaixo" (Ouse. 11: 8). Apesar da compaixo e da misericrdia de Deus, a rebelio e a iniqidade devem receber seu castigo castigo e o mau deve ser pudo da terra. 624 14. Solido. Comparar com o Lev. 26: 31. 15. Castigo. "Advertncia". Jerusalm devia ter sido a grande lio objetiva da forma em que Deus quer educar humanidade (ver as PP. 29-32). Sua posio estratgica chamava a ateno de muitas naes. Agora era ampliamente conhecida sua calamidade, que revelava sua verdadeira situao religiosa. 16. Fome. Nos vers. 16-17 se faz uma recapitulao das desgraas de Jerusalm. Em outras passagens os castigos de Deus se representam com a figura de setas (Deut. 32: 23; Sal. 7: 13; 64: 7). Entre outras foras desoladoras, havia-se ameaado aos judeus com um castigo mediante feras (Lev. 26: 22; Deut, 32: 24). Os lees e os ursos se multiplicaram no pas quando esteve desabitado (2 Rei. 17: 25). O "sangue" sem dvida indica morte violenta. CAPTULO 6 1 Julgamento contra srael por sua idolatria. 8 O remanescente ser bendito. 11 Se precatria aos fiis a lamentar-se pelas calamidades. 1 VEO para mim palavra do Jehov, dizendo: 2 Filho de homem, ponha seu rosto para os Montes do srael, e profetiza contra eles. 3 E dir: Montes do srael, ouam palavra do Jehov o Senhor: Assim h dito Jehov o Senhor aos Montes e s colinas, aos arroios e aos vales: Hei aqui que eu, eu farei vir sobre vs espada, e destruirei seus lugares altos. 4 Seus altares sero assolados, e suas imagens do sol sero quebradas; e farei que caiam seus mortos diante de seus dolos. 5 E porei os corpos mortos dos filhos do srael diante de seus dolos, e seus ossos pulverizarei em redor de seus altares. 6 Em qualquer lugar que habitem, sero desertas as cidades, e os lugares altos sero assolados, para que sejam assolados e se faam desertos seus altares; e seus dolos sero quebrados e acabaro, suas imagens do sol sero destrudas, e suas obras sero desfeitas. 7 E os mortos cairo em meio de vs; e sabero que eu sou Jehov. 8 Mas deixarei um resto, de modo que tenham entre as naes alguns que escapem da espada, quando forem pulverizados pelas terras. 9 E os que de vs escapassem lembraro de mim entre as naes nas quais sero cativos; porque eu me quebrantei por causa de seu corao fornicario que se separou de mim, e por causa de seus olhos que fornicaram atrs de seus dolos; e se envergonharo de si mesmos, por causa dos males que fizeram em todas seus abominaes. 10 E sabero que eu sou Jehov; no em vo pinjente que lhes tinha que fazer este mau. 11 Assim h dito Jehov o Senhor: Aplaude com suas mos, e golpeia com seu p, e dava: Ai, por todas as grandes abominaes da casa do srael! porque com espada e com fome e com pestilncia cairo. 12 O que esteja longe morrer de pestilncia, que esteja perto cair a espada, e que fique e seja assediado morrer de fome; assim cumprirei neles minha irritao. 13 E sabero que eu sou Jehov, quando seus mortos estejam em meio de seus dolos, em redor de seus altares, sobre tudo colina alta, em todas as cpulas dos Montes, debaixo de toda rvore frondosa e debaixo de tudo carvalho espessa, lugares onde ofereceram incenso a todos seus dolos. 14 E estenderei minha mo contra eles, e em qualquer lugar que habitem farei a terra mais assolada e devastada que o deserto para o Diblat; e conhecero que eu sou Jehov. 1. Palavra do Jehov. Esta frase indica o comeo de uma nova revelao, sem dvida depois de um intervalo de silncio entre esta revelao e a anterior. Entretanto, a profecia 625 est estreitamente relacionada com a explicao do simbolismo do cap. 5. O intervalo no pode ter sido largo; o cap. 8 est se localizado em o 6. ms do 6. ano, pouco mais de um ano depois do comeo das vises do Ezequiel. Neste livro, a frase "veio para mim palavra do Jehov" parece introduzir cada nova revelao divina. 2. Ponha seu rosto. Frase caracterstica do Ezequiel (caps. 13: 17; 20: 46; 21: 2, 16; 25: 2; 28: 21; 29: 2; 35: 2, 38: 2). Para os Montes. Figura potica que representa aos habitantes desses Montes (Eze. 36: 1; Miq. 6: 2). Em contraste com as amplas plancies onde estava Ezequiel, Judea era um pas montanhoso. Alm disso, os Montes eram centros de culto idoltrico (Deut. 12: 2; 2 Rei. 17: 10-11; Jer. 2: 20; 3: 6, 23; Ouse. 4: 13). 3. Os arroios. possvel que se faa meno especfica aos arroios e os vales, porque ali tambm se realizavam abominveis ritos de idolatria, tais como o sacrifcio dos meninos por fogo no vale do Hinom (SA. 57: 5; Jer. 7: 31). Lugares altos. Heb. bamah. Estes eram santurios ao ar livre onde a gente oferecia sacrifcios ao Jehov (ver com. 1 Rei. 3: 2). Entretanto, devido a que os cananeos tinham praticado a mais vil idolatria nestes lugares altos, o culto ali tendia a degradar a religio do Jehov. Depois do estabelecimento do templo em Jerusalm, esse foi o nico centro legtimo de culto em toda a nao. Ao ultrapass-la idolatria, esses lugares altos se converteram em cenrios da celebrao dos mais degradantes ritos pagos. Alguns reis piedosos, como Ezequas e Josas, procuraram destrui-los (2 Crn. 31: 1; 34: 34); mas seus sucessores idlatras os restabeleceram. 4. Suas imagens do sol. Heb. jamman, "altarcito de incenso". Esta palavra provm da raiz jamman, "esquent-la palavra jammah, que se refere ao calor do sol, e que em Cant. 6: 10 e SA. 30:26 se aplica poeticamente ao sol mesmo, deriva-se da mesma raiz. Desta relao alguns deduziram que se tratava de algo relacionado com a adorao do sol. Mas a palavra em si significa "altar de incenso" (ver com. 2 Crn. 14: 5). Estes altares eram parte do equipamento empregados no complicado sistema de adorao de dolos, que aqui condenado a uma total destruio. Este versculo um eco do Lev. 26: 30, onde Moiss pronuncia os mesmos castigos para os judeus por causa de seu maldade. Seus dolos. Heb. gillulim, "dolos". Esta palavra sempre tem um sentido depreciativo. Alguns pensam que da raiz galal, "fazer rodar", e que poderia referir-se a algo que se pode fazer rodar, tal como um tronco. Outros sugerem que h uma relao com a palavra gel, "esterco" (Job 20: 7; Eze. 4: 12, 15), e que por o tanto indica algo desprezvel. A palavra gillulim aparece 39 vezes em Ezequiel e to somente 9 vezes no resto dos livros do AT. diz-se ironicamente que os dolos j no seriam mais adorados pelos vivos, mas sim por os corpos inertes de seus adoradores mortos. 6. Sero desfeitas. Do verbo hebreu majah, que na forma verbal que aparece aqui tem mais vigor que "ser desfeito". Significa ,"exterminar", "aniquilar". Os israelitas deveriam ter "exterminado" os altares idoltricos dos cananeos para assim ter tirado realmente de seu meio um motivo de tentao. Porque no fizeram caso ordem divina, suas prprias obras teriam que ser pudas. 7. Sabero. Em vez de reconhecer a Deus e fazer caso a suas revelaes, os filhos do srael faziam "escrnio dos mensageiros de Deus, e menosprezavam suas palavras, burlando-se de seus profetas, at que subiu a ira do Jehov contra seu povo, e no houve j remdio" (2 Crn. 36: 16). O povo se negou a reconhecer que o mensagem divina era genuna, at que foi rudamente sacudido pelo castigo com que o ameaavam esses desprezados profetas. O cumprimento da profecia foi o selo divino da legitimidade do profeta e de sua obra. Em sua idolatria os israelitas tinham comparado ao Jehov com os deuses dos pagos, e o tinham considerado como um dos muitos deuses a quem se podia adorar. Escolheram seus deuses pensando em qual lhes poderia proporcionar uma maior prosperidade (2 Crn. 28: 23). Para combater esta filosofia desmoralizadora, os profetas tinham apresentado duas classes de provas para demonstrar a superioridade do verdadeiro Deus sobre os que eram deuses s de nome. Em primeiro lugar, referiram-se ao poder criador do Jehov. E em segundo lugar, sublinharam a capacidade divina para predizer (SA. 45; Jer. 10). Aqui se apresenta esta ltima prova como a que finalmente arrancaria de lbios dos 626 obstinados israelitas a confisso de que, ao final de contas, Jehov era o verdadeiro e nico Deus. Em sua misericrdia, Deus tinha esperado que este reconhecimento se produzira antes de que j no houvesse remdio. O Senhor no desejava permitir que seus escolhidos colhessem o fruto de sua prpria obstinada incredulidade. Tambm em outras passagens se afirma que a profecia e seu cumprimento constituem uma razo suficiente para acreditar: "E agora lhes hei isso dito antes que acontea, para que quando acontecer, criam" (Juan 14: 29). possvel que esta seja a evidncia mais capitalista de que as Escrituras so divinas e que Deus o que h dito que . A profecia o argumento contra o qual o ctico no encontrou nenhuma resposta lgica. Em nossos dias h uma acumulao de evidncias profticas. Quem se nega a reconhecer sua validez, e portanto no aceitam as demandas de Deus, quem as pronunciou, finalmente, assim como o srael de antigamente, vero-se obrigados a reconhecer a soberania do nico Deus verdadeiro e vivente. A palavra "sabero" ou seu equivalente aparece 88 vezes no Ezequiel, e em certo modo a nota tnica do livro. srael foi levado a cativeiro porque no "sabia" (SA. 1: 3; 5: 13; Ouse. 4: 6). O cativeiro foi um processo educativo. Por meio da dura adversidade, o povo de Deus tinha que aprender o que no tinha aprendido em tempos de prosperidade (DTG 20; ver P. 33). 8. Um resto. Tal como ocorre com freqncia nas mensagens profticas, h aqui uma vislumbre de esperana em uma profecia de calamidades. devido s difceis condies, alguns seriam comovidos e admitiriam que tinham atuado impamente, e em certa medida se voltariam para seu Deus. Por meio deste "subtraio" Deus procuraria cumprir suas promessas. A idia do remanescente (ou "resto"), apia-se no fato de que a salvao algo individual. Quer dizer, depende da eleio persona. Deus pode salvar de uma igreja s a aqueles cuja experincia revela que se puseram inteiramente de parte de Deus. Do grande nmero de cristos que haver nos ltimos dias, s um remanescente guardar "os mandamentos de Deus" e ter "o testemunho do Jesucristo" (Apoc. 12: 17). Deus no deseja que to somente uns poucos se salvem. No quer que nenhum perea (2 Ped. 3: 9). Entretanto, o homem usando seu livre-arbtrio, deve escolher a salvao, e graas ao dom de Deus poder ser considerado apto para a vida eterna. 9. Eu me quebrantei. Algumas das verses antigas dizem: "eu quebrantei", quer dizer, que Deus quebrantou seus coraes em um esforo por lev-los a arrependimento. A BJ e a VM concordam com essas verses. Seus olhos. provvel que se mencionem os olhos porque so o meio pelo qual o corao foi seduzido por mau. Fornicaram. descreve-se a apostasia com A figura da infidelidade na relao matrimonial (cf. Jer. 3: 20). Envergonharo-se de si mesmos. "Tero horror de si mesmos" (BJ). A vergonha um sinal de uma tristeza piedosa, que se se permite que complete e aperfeioe sua obra, levar a arrependimento (2 Cor. 7: 10); de outro modo, a vergonha s representa remorso pelas conseqncias. A maioria dos israelitas experimentavam um remorso mpio. Entretanto, alguns sentiam uma tristeza piedosa. Como Job, exclamaram: "portanto me aborreo, e me arrependo em p e cinza" (Job 42: 6). A verdadeira tristeza se produz de a seguinte maneira: Deus detm o homem em seu caprichoso proceder e o convida a examinar-se no espelho da perfeita lei divina. luz dessa lei, que a glria do imaculado Jesus, a alma descobre que est minada de pecado. Desaparece o elogio do eu. Comea um intenso horror de um mesmo. Estando nesta condio, o pecador confia sua alma necessitada ao Jesus, e depende plenamente dos mritos divinos; seu arrependimento aceito. 11. Aplausa... golpeia. ordena-se realizar estas duas aes para transmitir uma mescla de emoes, estupefao, assombro, indignao, desagrado, tristeza, pena e lstima, em primeiro lugar, pelo pecado que contemplou, e em segundo lugar, pelo mal que prev (Eze. 22: 13; cf. Nm. 24: 10; Job. 27: 23). 12. que esteja longe.. Ningum poderia escapar destes castigos. Todos cairiam, no importa onde estivessem. 13. Toda colina alta. Aqui se enumeram todos os lugares onde a gente estava acostumada levantar santurios para a idolatria (vers. 6). Os topos das colinas eram lugares prediletos para levantar santurios. 627 14. Diblat. No possvel se localizar com preciso este lugar. O nome no aparece em nenhum outra passagem bblica. No Nm. 33: 46-47 aparece Almn-diblataim, que uma forma dual do nome. No Jer. 48: 22 se encontra Bet-diblataim. Estas dois aldeias, que possivelmente fossem s uma, estavam no Moab e provvel que devam identificar-se com o que hoje Kirbet Deleilat Serakiyeh, na meseta junto fronteira oriental, perto j do grande deserto que se estende para o este. Tambm possvel que devesse ler-se "Riblah" em vez de "Diblah", pois no hebreu a letra "r" e a letra "d" so muito similares e com freqncia se confundem. Alm disso, as terminaes de ambas as palavras so idnticas. Ribla se encontrava a 80 km. ao sudoeste do Hamat. Os reis egpcios e babilonios usaram esta aldeia como base de suas operaes militares em Sria (2 Rei. 23: 33; 25: 5-6). Tambm seria possvel traduzir "do deserto at a Ribla", o que equivaleria expresso "desde Do at Beerseba". Deste modo, afirma-se que toda a regio do deserto pelo sul at a Ribla pelo norte se transformaria em deserto. COMENTROS DO ELENA G. DO WHTE 11 P 33, 56; 1 T 363 CAPTULO 7 1 Desolao final do srael. 16 O doloroso lamento dos que escapem. 20 Os inimigos profanaro o santurio pelas abominaes do srael. 23 Com o smbolo de uma cadeia se demonstra seu penoso cativeiro. 1 VEO para mim palavra do Jehov, dizendo: 2 Voc, filho de homem, assim h dito Jehov o Senhor terra do srael: O fim, o fim vem sobre os quatro extremos da terra. 3 Agora ser o fim sobre ti, e enviarei sobre ti meu furor, e te julgarei segundo seus caminhos; e porei sobre ti todas suas abominaes. 4 E meu olho no te perdoar, nem terei misericrdia; antes porei sobre ti vocs caminhos, e em meio de ti estaro suas abominaes; e sabero que eu sou Jehov. 5 Assim h dito Jehov o Senhor: Um mal, hei aqui que vem um mal. 6 Vem o fim, o fim vem; despertou-se contra ti; hei aqui que vem. 7 A manh vem para ti, OH morador da terra; o tempo vem, prximo est o dia; dia de tumulto, e no de alegria, sobre os Montes. 8 Agora logo derramarei minha ira sobre ti, e cumprirei em ti meu furor, e lhe julgarei segundo seus caminhos; e porei sobre ti suas abominaes. 9 E meu olho no perdoar, nem terei misericrdia; segundo seus caminhos porei sobre ti, e em meio de ti estaro suas abominaes; e sabero que eu Jehov sou o que castiga. 10 Hei aqui o dia, hei aqui que vem; saiu a manh; floresceu a vara, reverdeceu a soberba. 11 A violncia se levantou em vara de maldade; nenhum ficar deles, nem de sua multido, nenhum dos seus, nem haver entre eles quem se lamente. 12 O tempo veio, aproximou-se o dia; que compra, no se alegre, e o que vende, no chore, porque a ira est sobre toda a multido. 13 Porque o que vende no voltar para o vendido, embora fiquem vivos; porque a viso sobre toda a multido no se revogar, e por causa de sua iniqidade nenhum poder amparar sua vida. 14 Tocaro trompetista, e prepararo todas as coisas, e no haver quem vai batalha; porque minha ira est sobre toda a multido. 15 De fora espada, de dentro pestilncia e fome; e o que esteja no campo morrer a espada, e o que esteja na cidade o consumir a fome e a pestilncia. 16 E os que escapem deles fugiro e estaro sobre os Montes como pombas em os 628 vales, gemendo todos, cada um por sua iniqidade. 17 Toda mo se debilitar, e tudo joelho ser fraco como a gua. 18 Se atero tambm de cilcio, e lhes cobrir terror; em todo rosto haver vergonha, e todas suas cabeas estaro rapadas. 19 Arrojaro sua prata nas ruas, e seu ouro ser descartado; nem sua prata nem seu ouro poder liber-los no dia do furor do Jehov; no saciaro sua alma, nem enchero suas vsceras, porque foi tropeo para sua maldade. 20 Por quanto converteram a glria de seu ornamento em soberba, e fizeram de isso as imagens de seus abominveis dolos, por isso o converti em coisa repugnante. 21 Em mo de estranhos a entreguei para ser saqueada, e ser presa dos mpios da terra, e a profanaro. 22 E me separarei deles meu rosto, e ser violado meu lugar secreto; pois entraro nele invasores e o profanaro. 23 Faz uma cadeia, porque a terra est cheia de delitos de sangue, e a cidade est cheia de violncia. 24 Trarei, portanto, os mais perversos das naes, os quais possuiro as casas deles; e farei cessar a soberba dos capitalistas, e seus santurios sero profanados. 25 Destruio vem; e procuraro a paz, e no a haver. 26 Quebrantamento vir sobre quebrantamento, e haver rumor sobre rumor; e procuraro resposta do profeta, mas a lei se afastar do sacerdote, e dos ancies o conselho. 27 O rei se enlutar, e o prncipe se vestir de tristeza, e as mos do povo da terra tremero; segundo seu caminho farei com eles, e com os julgamentos deles os julgarei; e sabero que eu sou Jehov. 1. Palavra do Jehov. A repetio desta frase (ver com. cap. 6: 1) sugere que tinha transcorrido outro perodo de silncio, seguido agora por uma nova comunicao proftica. O tema deste captulo a iminncia dos castigos j preditos e a magnitude da destruio. Este captulo tem forma mais potica que os mensagens anteriores e poderia comparar-se com um lamento. 2. O fim. Sem dvida esta frase se repete para dar maior nfase (vers. 6; cf. cap. 12: 21-28). Esta a nota tnica do cap. 7. Os quatro extremos. Literalmente, "as quatro asas". Esta expresso equivale aos quatro pontos cardeais: norte, sul, este, oeste (ver SA. 11: 12; Apoc. 7: 1). prediz-se aqui o fim do srael como nao. 3. Julgarei-te. Nos vers. 8-9 se repetem quase sem modificaes os vers. 3-4. Estes passagens representam sem tipo de estribilho no lamento. Assim lhe d maior fora s acusaes. Segundo seus caminhos. Cf. com o Apoc. 22: 12. Alguns psiclogos alegaram que o homem no totalmente responsvel por suas aes. Afirmam que vtima de problemas glandulares, de um sistema nervoso instvel ou de sem ambiente inadequado. Sem embargo, a religio da Bblia afirma e demonstra que o poder do Evangelho maior que toda tendncia hereditria ou cultivada para o mal. 4. Nem terei misericrdia. Quer dizer, Deus no permitir que sua misericrdia, a qual atributo essencial de seu carter, lmpida que se apliquem os castigos. 5. Um mal. Possivelmente no sentido de um "mal nico" ou um "mal final". Quer dizer, um mal completo em si mesmo, que no precisa repetir-se. Mediante a mudana de uma letra, vrios manuscritos hebreus, assim como os trgumes (parfrase em aramaico das Escrituras hebrias), dizem "mal detrs mau". O "mau" (Heb. ra'ah) no s refere-se ao mal moral, mas tambm a uma "calamidade" e a um "desastre". Este segundo significado o mais adequado neste caso. Jud tinha que sofrer calamidade detrs calamidade. 6. despertou-se. No hebreu h um trocadilho impossvel de reproduzir na traduo. Diz o texto: haqets heqits, "o fim despertou". O castigo predito se est levantando a fim de cumprir sua tarefa destruidora. 7. Amanh. Heb. tsefirah, cujo significado incerto. Esta palavra s aparece aqui, em o vers. 10 e na SA. 28: 5, onde se traduz como "coroa". Vem de uma raiz que significa "tranar", "entrelaar". possvel que se refere culminao, a "coroa" do "fim". Alegria. Heb. hed, palavra que s aparece aqui no AT. possvel que em vez de hed deveria ler-se hedad, o grito de alegria de quem imprensa as uvas (Jer 25: 30; 51: 14). 629 Em lugar de alegria haveria um rudo discordante e aterrador de batalha e de guerra. 8. Julgarei-te. Nos vers. 8-9 se repetem em boa parte as palavras dos vers. 3-4. A ltima frase mais enftica: "Sabero que eu sou Jehov o que castiga". 10. floresceu a vara. Pelo general, os intrpretes judeus entenderam que a vara representa ao conquistador esquento, a vara da ira do Senhor. Seu poder crescia como um renovo, dando indcios de vigorosa vitalidade, e rapidamente tomando a forma que permitiria que o conquistador golpeasse fortemente. A "soberba" tambm pode aplicar-se aos caldeos, ou possivelmente tambm ao srael, quem por seu "insolncia" (BJ) estava ganhando seu castigo. 11. A violncia se levantou. A construo literria indica que o autor se sentia profundamente afetado porque se expressa com oraes curtas, omitindo alguns verbos, o qual dificulta muito a traduo. A traduo literal da passagem como segue: "A violncia se levantou para [ser] vara de maldade, no deles, no de seu multido, e no de [?; no se sabe o significado da palavra hebria] e no [?; "lamentao" segundo a traduo tradicional feijo do Noah] neles". Um de os manuscritos da LXX diz "ornamento" pelo Noah. Se algum tivesse estado presente e tivesse escutado a cadncia da voz do profeta; se se houvesse visto seus gestos e a expresso do rosto, indubitavelmente o sentido houvesse sido claro. Se a tradio judia a respeito de que na ltima frase deve entender-se "lamentao" correta, entenderia-se que no se teriam que realizar os habituais ritos de enterro. 12. que compra, no se alegre. Um elemento importante da atividade dos israelitas era a compra e venda de terras. Segundo a lei (Lev. 25: 14-16), a posse de terras compradas em nenhum caso tinha que estender-se mais frente do ano do jubileu, em cujo tempo todas as terras tinham que voltar para quem as possua por direito de herana. que se vendesse terras a sob custo naturalmente alegraria ao comprador. Por outra parte, uma propriedade herdada se est acostumado a vender com tristeza porque se transferem os direitos a outros. Frente ao iminente assdio, Ezequiel afirma que o comprador no teria do que alegrar-se, porque no gozaria do comprado. Mas o vendedor no teria razo para lamentar-se por haver perdido sua propriedade ao vend-la, porque de todos os modos, o cativeiro iminente o privaria de suas propriedades. 13. No voltar. O vendedor, sem dvida, teria muita idade como para que tivesse a esperana de viver at que se completaram os 70 anos do cativeiro. Tampouco lhe aproveitaria em nada o ano do jubileu enquanto estivesse no cativeiro. 14. No haver quem vai. Um quadro de desmoralizao, possivelmente devida a um sentimento de culpabilidade que ao fim os levou a compreender que no podem esperar que Deus os ajude. 16. Como pombas. Uns poucos escapariam e achariam refgio nas montanhas, mas sua condio seria extremamente precria. Gemendo. O verbo hamah empregado para designar o grunhido dos ursos (SA. 59: 11), o latido dos ces (Sal. 59: 6, 14), o bramido das naes (Sal. 46: 6), o clamor do salmista (Sal. 55: 17), o estrondo do mar (SA. 17: 12). Com freqncia, quando o pecado produz seus amargos resultados, expressam-se azedos pesares. Desgraadamente, esses "pesares" so ocasionados pelas tristes conseqncias do pecado e no porque o pecado tenha desonrado a Deus. Os homens desejam que desapaream as conseqncias, mas no ser liberados de a culpa e do poder do pecado; mas isto ltimo deve preceder ao anterior. Na LXX, a segunda parte do versculo reza: "A todos matarei, a cada um em suas injustias". Em siraco diz: "todos eles morrero", como se o manuscrito hebreu do qual se traduziu tivesse tido ali uma forma do verbo muth, "morrer", e no do verbo hamah, "gemer". 17. Dbil como a gua. Esta figura mostra a debilidade e o desamparo dos fugitivos. No podiam usar as mos que deveriam ter sido fortes para levar armas de guerra e para construir fortificaes. E os joelhos que deveriam ter sido fortes para resistir a batalha ou para fugir da espada desenvainada, negavam-se a responder. 18. Cilcio. No antigo Prximo Oriente o vestir-se de cilcio indicava tristeza, humilhao e dor. O horror que sentiriam, deveria-se a que compreenderiam que foram em aumento seus maus, a vergonha causada pela decepo, o sentido de culpabilidade e a desiluso. 630 Cabeas... rapadas. Era costume rap-la cabea em sinal de profundo duelo (SA. 15: 2; Jer. 7: 29; 48: 37; Ams 8: 10). 19. Sua prata. Possivelmente se faa referncia a que ao fugir, a gente arrojaria seus objetos de valor. Tambm poderia referir-se aos dolos, que no dia da calamidade demonstraram que careciam de valor. Ser descartado. Melhor, "seu ouro se converter em lixo" (BJ), em "coisa asquerosa" (VM). A mesma palavra se emprega no Lev. 15:19-33. 20. Seu ornamento. O ornamento deles. O povo tinha empregado sua riqueza, sua prata e seu ouro para fabricar-se dolos detestveis, aos quais Deus aborrecia. Soberba. "O objeto de seu orgulho" (BJ). evidente que se refere ao santurio, lugar que se guardava celosamente de todo intruso, o centro da vida religiosa e nacional do srael. 23. Cadeia. Heb. rattoq, palavra de sentido incerto. traduz-se como cadeia pelo parecido que tem com rethuqoth, que na SA. 40: 19 se traduz como "cadeias". Na LXX a primeira frase do versculo diz: "e faro desordem [gr. furms]". Se aqui correspondesse ler "cadeia", o profeta estaria predizendo acontecimentos futuros mediante lies objetivas. Assim como ao Jeremas se o ordenou fazer-se coyundas e jugos (Jer. 27: 2), assim tambm ao Ezequiel poderia haver lhe mandado que fizesse uma cadeia que simbolizasse o cativeiro iminente, quando o rei e a populao foram levados em cadeias a Babilnia (2 Rei. 25: 7; Jer. 40: 1). 24. Os mais perversos das naes. Quer dizer, os caldeos. Seus santurios. O emprego do adjetivo possessivo "seus" insina que Deus j no considerava deles aos israelitas. O plural poderia referir-se ao templo e seus diversos lugares Santos. interessante notar na Epstola a quo hebreus a palavra grega hgia, traduzida como "santurio", tambm uma forma plural (Heb. 8: 2). Alguns pensam que nesta passagem no se faz referncia ao templo a no ser a santurios privados, levantados nos tetos das casas e nos jardins. 25. Destruio. Heb. qefadah, "angstia", "tremor" como de quem sente grande temor. Sem dvida refere-se ao horror e ao espanto que acompanham aos terrveis castigos, tal como o Senhor o descreveu to claramente ao referir-se aos homens que desfalecem "pelo temor e a espera das coisas que sobreviro" (Luc. 21: 26). 26. Rumor. Compare-se isto com a expresso "guerras e rumores de guerra" (Mat. 24: 6; cf. Luc. 21: 9). Os rumores que circulam em tempos de invaso e de guerra intensificam a angstia. diz-se que neste tempo de angstia, era em vo recorrer s trs principais fontes de instruo: os profetas, os sacerdotes e os ancies (1 Sam. 28: 6; Jer. 5: 31; 6: 13; 23: 21-40; 28: 1-9; Lam. 2: 9; Ams 8: 11; Miq. 3: 6). 27. O rei se enlutar. O rei, o prncipe (em certas passagens equivale a "rei", como nos caps. 12:12; 19:1; aqui poderia ser o herdeiro do trono), e a gente comum: todos teriam que sofrer por igual. Sabero. Ver com. cap. 6: 7 COMENTROS DO ELENA G. DO WHTE 19 3T 549 CAPTULO 8 1 Ezequiel levado em viso a Jerusalm, 5 e lhe mostram a imagem do zelo, 7 as habitaes com dolos, 13 os endechadores do Tamuz, 15 e os que adoravam o sol. 18 A ira de Deus por esta idolatria. 1 NO sexto ano, no sexto ms, aos cinco dias do ms, aconteceu que estava eu sentado em minha casa, e os ancies do Jud estavam sentados diante de mim, e ali se posou sobre mim a mo do Jehov o Senhor. 2 E olhei, e hei aqui uma figura que parecia de homem; desde seus lombos para abaixo, fogo; e desde seus lombos para acima parecia resplendor, o aspecto de bronze resplandecente. 631 3 E aquela figura estendeu a mo, e tomou pelas jubas de minha cabea; e o Esprito me elevou entre o cu e a terra, e me levou em vises de Deus a Jerusalm, entrada da porta de dentro que olhe para o norte, onde estava a habitao da imagem do zelo, a que provoca a cimes. 4 E hei aqui, ali estava a glria do Deus do srael, como a viso que eu tinha visto no campo. 5 E me disse: Filho de homem, alta agora seus olhos para o lado do norte. E elevei meus olhos para o norte, e hei aqui ao norte, junto porta do altar, aquela imagem do zelo na entrada. 6 Me disse ento: Filho de homem, no v o que estes fazem, as grandes abominaes que a casa do srael faz aqui para me afastar de meu santurio? Mas te volte ainda, e ver abominaes maiores. 7 E me levou a entrada do trio, e olhei, e hei aqui na parede um buraco. 8 E me disse: Filho de homem, cava agora na parede. E cavei na parede, e hei aqui uma porta. 9 Me disse logo: Entra, e v as malvadas abominaes que estes fazem ali. 10 Entrei, pois, e olhei; e hei aqui toda forma de rpteis e bestas abominveis, e todos os dolos da casa do srael, que estavam pintados na parede por tudo ao redor. 11 E diante deles estavam setenta vares dos ancies da casa de srael, e Jaazanas filho do Safn em meio deles, cada um com seu incensario em sua mo; e subia uma nuvem espessa de incenso. 12 E me disse: Filho de homem, viu as coisas que os ancies da casa do srael fazem em trevas, cada um em suas cmaras pintadas de imagens? Porque dizem eles: No nos v Jehov; Jehov abandonou a terra. 13 Me disse depois: te volte ainda, ver abominaes maiores que fazem estes. 14 E me levou a entrada da porta da casa do Jehov, que est ao norte; e hei aqui mulheres que estavam ali sentadas endechando ao Tamuz. 15 Logo me disse: No v, filho de homem? te volte ainda, ver abominaes maiores que estas. 16 E me levou a trio de dentro da casa do Jehov; e hei aqui junto entrada do templo do Jehov, entre a entrada e o altar, como vinte e cinco vares, suas costas voltas ao templo do Jehov e seus rostos para o oriente, e adoravam ao sol, prostrando-se para o oriente. 17 E me disse: No viu, filho de homem? coisa liviana para a casa de Jud fazer as abominaes que fazem aqui? Depois que encheram que maldade a terra, voltaram-se para mim para me irritar; hei aqui que aplicam o ramo a seus narizes. 18 Pois tambm eu procederei com furor; no perdoar meu olho, nem terei misericrdia; e gritaro a meus ouvidos com grande voz, e no os ouvirei. 1. Sexto ano. O sexto ano do cativeiro do Joaqun (ver com. cap. 1: 2), o ano 592/591 A. C. (ver a P. 602). Aqui comea uma nova srie de profecias que se estende at o fim do cap. 19. A data indica que esta srie comeou um pouco mais de um ano depois do chamado do Ezequiel a ser profeta (cap. 1: 2). Desde seu primeira viso, o tempo do Ezequiel se dividiu em perodos de 7 dias (cap. 3: 15), 390 dias (cap. 4: 5) e 40 dias (cap. 4: 6), o que d um total de 437 dias, sempre que no se sobrepuseram dias dos diferentes perodos. afirmou-se que este perodo no pode se localizar-se entre as datas das duas vises, que um lapso de 14 meses lunares, ou seja aproximadamente 413 dias. obvio, h opinies divergentes quanto aplicao de estes perodos, e, alm disso, no necessrio supor que seria necessrio que uma nova revelao se atrasasse at que estes perodos tivessem concludo (ver com. cap. 4: 5). Por outra parte, a fim de adaptar seu ano lunar ao ano solar, os judeus acrescentavam um ms adicional cada dois ou trs anos. Se o 5. ano foi um ano ao qual lhe intercalou outro ms (coisa que parece muito provvel, se se tiver em conta o ciclo de 19 anos), esse ms adicional aumentaria o total a uns 442 dias. sexto ms. Setembro de 592 ou 591 (ver P. 602). Ancies. possvel que representassem certa organizao civil conservada ainda no cativeiro, e que no foi suprimida pelos babilonios. possvel que eles, junto com os sacerdotes exilados, com freqncia se consultassem quanto a os assuntos pblicos. O 632 fato de que os ancies recorreram ao Senhor a respeito da situao em que se encontravam (ver caps. 14: 1; 33: 31), manifesta claramente que ao Ezequiel j o conhecia como profeta que se havia granjeado o respeito dos cativos. 2. De homem. O hebreu diz que o profeta viu uma figura com aparncia de fogo. A aparncia "de homem" provm da LXX. Entretanto, a meno de "lombos" e da "mo" (vers. 3) implicam que o que viu tinha figura humana. Ao Ezequiel lhe apresentou outra teofana (ver com. cap. 1:1). A viso aconteceu enquanto os ancies estavam sentados diante do profeta. Evidentemente no viram nada, mas o estado de viso em que estava Ezequiel sem dvida os preparou para escutar ao final da viso "todas as coisas que Jehov... tinha mostrado" ao profeta. (cap.11: 25). 3. O Esprito me elevou. No temos razo para pensar que Ezequiel foi transportado literalmente. Sem dvida se transladou em viso (ver com. Do. 8: 2). Como Pablo, sem dvida Ezequiel no podia determinar se estava no corpo ou fora dele (2 Cor. 12: 3). A entrada da porta de dentro. Esta era uma das portas que levava do ptio do povo ao ptio dos sacerdotes. No relato da construo do templo do Salomn no se menciona a existncia de portas que dessem acesso de um desses trios ao outro, mas evidente que as houve no templo posterior do Herodes. Era possivelmente uma das partes mais conspcuas do templo, um lugar onde se congregava muita gente. A imagem. Heb. smel, "dolo", "imagem", que aparece s cinco vezes no AT (Eze. 8: 3, 5; Deut. 4: 16; 2 Crn. 33: 7, 15), e sempre se traduz corretamente na RVR. feito-se vrias conjeturas em relao com esta "imagem do zelo". Se pensou que poderia ser uma representao do Baal, Moloc ou Astart. Mas possvel que "imagem do zelo" no fora um nome prprio de uma deidade pag especfica, mas sim mas bem um nome que descreve uma imagem que provocava a cimes ao Senhor. que se instalasse um Deus rival no lugar dedicado ao culto do Yahweh, produziria tal efeito. possvel que neste tempo houvesse dolos pagos no templo. Dos dias do Salomn, quem tinha ereto lugares de culto para os diversos dolos de suas algemas "no monte que est em frente de Jerusalm" (1 Rei. 11: 7), a idolatria tinha ido aumentando progressivamente. Parecesse que sob a presso do rei assrio, Acaz tinha colocado um altar onde se praticava a idolatria dentro do templo mesmo, pelo qual o altar dos sacrifcios tinha tido que ser transladado para o norte, para dar lugar a esse novo altar (ver com. 2 Rei. 16: 10-16). Mais tarde, Manass "edificou altares na casa do Jehov" (2 Rei. 21: 4). Com a s exceo de Josas, os posteriores reis do Jud foram mpios. muito possvel que houvesse usado a zona do templo para seus cultos idoltricos. 4. A glria. A presena da glria de Deus era um sinal de que ele conhecia a idolatria de seu povo, e indagaria os segredos do culto deles. 5. Para o lado do norte. sto indica que Ezequiel se encontrava em viso no trio dos sacerdotes; de outro modo no poderia ter cuidadoso para o norte para ver o dolo na porta do norte. J se mencionou a imagem (vers. 3), mas agora a ateno do profeta se dirige para ela com mais parada. No bastava que meramente a visse o passar. 6. Para me afastar. No hebreu o verbo est em infinitivo, sem pronome; mas muito lgico pensar que com o culto idoltrico o povo afastava a Deus de seu santurio. A gente depositou sua confiana na crena de que Deus protegeria seu templo e sua cidade. O profeta devia lhes informar que por causa de suas iniqidades, tanto a cidade como o templo seriam destrudos. Abominaes maiores. Estribilho que se repete neste captulo (vers. 13, 15). O profeta conduzido como se passasse atravs das etapas sucessivas de uma idolatria crescente e planejada. 7. A entrada do trio. Ezequiel tinha estado antes no trio interior (ver com. vers. 5). Agora se leva-o a porta mesma, a qual parece ter estado rodeada de aposentos (Jer. 35: 4; Eze. 40: 44). 8. Cava. Ezequiel cavou em viso. Sem dvida o propsito desta parte da viso era lhe mostrar ao profeta as atividades que se desenvolviam com muito secreto. 10. Pintados. Melhor "esculpidos", possivelmente em relevo. Alguns comentadores afirmam que a idolatria que se praticava ali era de origem egpcia; outros dizem que procedia de Babilnia. No cap. 23: 14 as imagens da parede so esquentam. possvel que no todas as figuras 633 tivessem a mesma origem, mas sim representavam diversos ritos. 11. Setenta. Possivelmente seja este um nmero aproximado. No deve confundir-se este grupo com o Sanedrn, que no existiu at depois do cativeiro. Ezequiel viu estas pessoas em viso, no na realidade, por isso no tem sentido discutir se havia ou no no templo um recinto suficientemente grande como para que coubessem ali 70 homens. Jaazanas. Alguns procuraram identificar a este personagem com "Jaazanas filho de Azur", um dos prncipes mpios que se mencionam no cap. 11: 1. No pode estabelecer-se essa relao, nem tampouco pode saber-se se o Safn que se menciona era o que foi escriba do rei Josas (2 Rei. 22: 8-9). Se assim fora, o mencionar que foi antepassado do Jaazanas poderia servir para mostrar a diferencia entre seus caracteres e para revelar a decadncia moral dos dirigentes da nao. Cada um com seu incensario. No momento culminante, todos os 70 ancies estavam oficiando como sacerdotes, oferecendo aos dolos representados o incenso que s os filhos do Aarn tinham direito de usar (2 Crn. 26: 16-18), e o qual s devia ser devotado ao verdadeiro Deus. 12. No nos v Jehov. No negavam a existncia de Deus e sua providncia, mas sim, ao parecer, concebiam ao Yahweh como uma deidade local que tinha abdicado. Ezequiel expe a filosofia deste grupo na forma de um dito popular, o qual caracterstico do estilo do profeta (caps. 9: 9; 11: 3, 15; 12: 22, 27; 18: 2, 25, 29; 33: 10, 24, 30; 35: 12; 37: 11). 14. Tamuz. Deus adorado pelos babilonios com o nome do Du'uzu, considerado como irmo ou filho, marido ou amante da deusa shtar. Tamuz era o Deus da vegetao e dos pastos e patrono dos rebanhos. Segundo uma antiga tradio, morria anualmente e descendia ao mundo dos mortos. Sua morte era marcada pelo calor do vero que secava os campos, os arroios e a vegetao. Sua partida se comemorava com manifestaes pblicas de duelo e o canto de lamentos no quarto ms do ano semtico (Duzu ou Tamuz, que comeava no que para ns junho ou julho; ver T. , P. 119). Tambm acreditava-se que cada ano shtar descendia ao mundo dos mortos para despertar ao Deus falecido. supunha-se que seu despertar e seu retorno faziam que a vegetao voltasse a florescer. Os gregos conservaram uma lenda similar em o mito do Demetrio e Persfone. Tamuz era adorado em Babilnia, Assria, Fencia e Palestina. Em Fencia, este culto tomou a forma do culto do Adonis ('adon significa "senhor"), uma deidade fencia local. Depois o nome Adonis foi irradiado aos gregos, cujo mito de Vnus e Adonis passou aos romanos. Embora a tradio antiga identifica ao Tamuz com o Adonis, em realidade o culto do Adonis no era mais que uma forma do divulgado culto ao Tamuz. No se sabe quando foi adotado este culto pelos Judeus. O fato de que a festa do Tamuz casse no quarto ms e no no "sexto ms", quando Ezequiel teve a viso, no apresenta nenhum problema. O profeta viu em viso o que Deus quis lhe mostrar. Sem dvida lhe mostraram representaes da impiedade que em diversos momentos se praticou em Jerusalm. 16. Vinte e cinco. A LXX diz "vinte". No se sabe com certeza que importncia pode ter o nmero. Alguns pensaram que alude ao supremo sacerdote e aos chefes dos 24 grupos de sacerdotes (ver com. 1 Crn. 24: 1), com o qual estariam representados todos os sacerdotes. Estavam de p entre o altar e o templo, no mais santo do trio. Ali, de costas ao templo do Senhor, adoravam ao sol. A adorao do sol, Shamash, foi praticada pelos cananeos desde pocas remotas e se introduziu no culto dos reis e do povo de Jud (2 Rei. 23: 5, 11; cf. Deut. 4: 19; 17: 3; Job 31: 26). O fato de que estivessem no trio interior levou a pensar que possivelmente fossem sacerdotes, mas em alguns casos entravam ali tambm quem no era sacerdotes (2 Rei. 11: 4-15). Se se tratava dos guardies especficos da verdadeira religio, seu pecado era o mais flagrante insulto a Deus. Assim se o fez ressaltar como a maior das abominaes (2 Crn. 36: 14). 17. Maldade. Heb. jamais. Tambm pode traduzir-se como "impiedade", "violncia". Emprega-se a mesma palavra para descrever a impiedade dos antediluvianos (Gn. 6: 11). A LXX diz anoma, "conduta que contra a lei, que no toma em conta a lei". voltaram-se. O povo voltou vez detrs vez a sua conduta mpia. Aplicam o ramo. Nos assim chamados "jardins do Adonis" tomavam flores cortadas, 634 se as punha em uma fonte cheia de terra e as elevava frente ao rosto. Em um mural da Pompeya se ilustra este costume. A antiga tradio judia afirma que deve ler-se "meu nariz" (a do Senhor). Parafraseia-se a passagem da seguinte forma: "Puseram sobre mim uma afronta, me voltando suas costas no lugar dedicado a meu culto". A LXX diz: "So como os que se burlam". 18. No os ouvirei. J muito tarde para evitar a catstrofe nacional. Entretanto, a salvao individual no est excluda. Os poucos que "gemem e que clamam a causa de todas as abominaes" que se fazem na terra, sero liberados. Os outros, por sua conduta obstinada, escolheram a destruio. devido a que obstinadamente se negam a escutar a voz do Senhor que os chama a emendar seus caminhos, os homens finalmente ficam surdos voz de Deus. Quando chegar esse tempo, Deus j no os ouvir. COMENTROS DO ELENA G. DO WHTE 1, 10-13 PR 330 14-18 PR 330 CAPTULO 9 1 Por meio de uma viso se mostra a sobrevivncia de alguns, 5 e a destruio do resto. 8 Deus no os escuta devido a seu grande pecado. 1 CLAMOU em meus ouvidos com grande voz, dizendo: Os verdugos da cidade ho chegado, e cada um traz em sua mo seu instrumento para destruir. 2 E hei aqui que seis vares vinham do caminho da porta de acima que olhe para o norte, e cada um trazia em sua mo seu instrumento para destruir. E entre eles havia um varo vestido de linho, o qual trazia para sua cintura um tinteiro de tabelio; e entrados, pararam-se junto ao altar de bronze. 3 E a glria do Deus do srael se elevou de cima do querubim, sobre o qual tinha estado, soleira da casa; e chamou Jehov ao varo vestido de linho, que tinha a sua cintura o tinteiro de tabelio, 4 e lhe disse Jehov: Passa por em meio da cidade, por em meio de Jerusalm, e lhes ponha um sinal na frente aos homens que gemem e que clamam por causa de todas as abominaes que se fazem em meio dela. 5 E aos outros disse, ouvindo-o eu: Passem pela cidade em detrs dele, e matem; no perdoe seu olho, nem tenham misericrdia. 6 Matem a velhos, jovens e vrgenes, meninos e mulheres, at que no fique nenhum; mas a todo aquele sobre o qual houver sinal, no lhes aproximaro; e comearo por meu santurio. Comearam, pois, dos vares ancies que estavam diante do templo. 7 E lhes disse: Poluam a casa, e encham os trios de mortos; saiam. E saram, e mataram na cidade. 8 Aconteceu que quando eles foram matando e fiquei eu sozinho, prostrei-me sobre meu rosto, e clamei e pinjente: Ah, Senhor Jehov! destruir a todo o remanescente de srael derramando seu furor sobre Jerusalm? 9 E me disse: A maldade da casa do srael e do Jud grande sobremaneira, pois a terra est cheia de sangue, e a cidade est cheia de perversidade; porque ho dito: abandonou Jehov a terra, e Jehov no v. 10 Assim, pois, farei eu; meu olho no perdoar, nem terei misericrdia; farei recair o caminho deles sobre suas prprias cabeas. 11 E hei aqui que o varo vestido de linho, que tinha o tinteiro a sua cintura, respondeu uma palavra, dizendo: Fiz conforme a tudo o que me mandou. 1. Clamou. O cap. 9 uma continuao da viso simblica do cap. 8. O profeta registra 635 o que aconteceu seu entendimento em viso panormica, e deixa ao leitor que interprete em que forma tm que entend-los diferentes smbolos. que fala o mesmo do cap. 8. Sua identidade tira o chapu quando Ezequiel dirige-se a ele: "Ah, Senhor Jehov!" (vers. 8). Os verdugos. Heb. peqqudah, palavra que se traduz como "cargo" (Nm. 4: 16); "guarnio" (2 Rei. 11: 18), "ofcios" (2 Crn. 23: 18), "castigo" (SA. 10: 3). Em 1 Crn. 26: 30 e 2 Crn. 24: 11, refere-se a funcionrios. Parecesse que aqui se refere aos que tm certo "ofcio", certo "cargo", que so "guardas" (Nm. 3: 32), e que nesta passagem devem cumprir as ordens de Deus. Tambm possvel traduzir como o faz a BJ: "aproximam-se os castigos da cidade". sto se apia na LXX que diz: "aproximou-se a vingana da cidade". 2. Seis vares. Os "verdugos", ou executores de vingana, aparecem sob forma humana. Em seu aplicao primria, representam aos babilonios, quem tinha de executar a sentena divina sobre a cidade. Em sua aplicao secundria, representam a os instrumentos do castigo que, quando acabar o tempo, executaro sentena, primeiro sobre quem tem professado ser guardies espirituais do povo, e mais tarde sobre os mpios em geral. A porta de acima. Posto que os trios do templo estavam construdos em forma escalonada, o trio interior era o mais elevado. "Para o norte" indica a porta onde o profeta tinha visto a idolatria (cap. 8: 5). Entre eles. Este varo era um dos seis que levavam instrumentos para destruir, e no um stimo, como o afirmam alguns intrpretes (1JT 335-336). Estava "vestido de linho", a vestimenta usual do sacerdote e a vestimenta especial do supremo sacerdote nas cerimnias do grande dia da expiao (Lev. 16). Tinteiro. Heb. qseth, palavra que s aparece aqui, e que possivelmente provm da palavra egpcia gty, "paleta de escritor", pelo qual pode supor-se que era uma caixa que continha plumas, faca e tinta. A BJ traduz: "carteira de escriba". Na LXX diz "cinto de safira", em vez de "tinteiro de escriba". Possivelmente corresponde com a traduo de algum outro manuscrito, mas mais lgica a verso masortica. 3. A glria. Quer dizer, a glria descrita no cap. 8: 4, um reaparecimento da viso do cap. 1. soleira. possvel que isto representasse que a ordem para o castigo procederia do mesmo templo, ao qual os judeus consideravam como uma garantia de seu segurana. 4. Sinal. Em hebreu, tau, ltima letra do alfabeto hebreu. Em tempos do Ezequiel, esta letra tinha a forma do X. O sellamiento se efetuou em viso, e possvel que a maneira especfica de fazer-se no tenha importncia. A antiga interpretao que considerava que essa marca era uma prefiguracin da cruz mera fantasia. Na viso, o sinal era sem dvida literal, mas seu significado correspondia plenamente ao carter. O mensageiro no devia emprestar ateno linhagem ou posio, a no ser s devia pr o sinal a quem gemessem pela pecaminosidad que prevalecia e se mantiveram afastados dela. A viso se referia em primeiro lugar destruio de Jerusalm ordenada por Nabucodonosor. Ter outro cumprimento quando transcorrerem as cenas finais da histria deste mundo. muito similar s vises do Apoc. 7; 15; 16. No Apocalipse o sinal distintiva o "selo de Deus", e ao igual sinal do Ezequiel, colocada sobre quem est em condies de receb-lo. Deus coloca seu sinal de aprovao sobre todos os que, por meio do poder do Esprito Santo, refletem a imagem do Jesus (ver PVGM 51). Comparou-se esta sinal com a marca que indica que Deus dono, como se Deus inscrevesse sobre os que esto em condies de ser cidados de seu reino, seu nome e direo: "Deus, Nova Jerusalm" (TM 446). O sinal externo e visvel de que a obra de graa se completou na alma ser a observncia do sbado bblico (3JT 232). sto transcorrer da seguinte maneira: O dia sbado sempre foi o dia designado Por Deus para o descanso do homem. Estabelecido na criao (Gn. 2:1- 3), devia ser uma obrigao perptua. A ordem de observ-lo foi colocada no corao da lei moral (Exo. 20: 8-11). Nem Cristo nem seus apstolos anularam na sbado. A grande apostasia que seguiu morte dos apstolos pretendeu pr o de lado para colocar em seu lugar outro dia de repouso, o primeiro da semana. Mas a Palavra de Deus prediz que uma grande obra de reforma com respeito sbado preceder segunda vinda de Cristo (SA. 56: 1-2, 6-8; 636 58: 12-13; Apoc. 14: 6-12; ver CS 504-513). Tambm prediz que ao mesmo tempo Satans, o grande caudilho apstata, elogiar seu prprio fraudulento sistema de religio que ostenta um falso dia de repouso, o dia domingo, como dia de culto (Apoc. 13; 14: 9-12; cf. Do. 7: 25). Obter xito at o ponto de que poder unir a todo mundo em um grande movimento a favor do domingo (Apoc. 13: 8; 14: 8; 16: 14; 18: 3; ver CS cap. 36-41). como resultado de seus esforos, o mundo se dividir em dois setores, os que so fiis a Deus e guardam sua sbado, e os que se unem ao falso movimento religioso universal e guardam o falso dia de repouso. Deste modo a observncia do sbado se converter em um sinal distintiva do verdadeiro adorador de Deus. Entretanto, no a observncia visvel do sbado o que constitui a sinal. O selo representa a aprovao divina que devero receber todos os que tm que ser cidados do reino de glria que est a ponto de ser estabelecido. S aqueles cujas almas tenham sido desencardidas se aferraro ao sbado naquele terrvel tempo de angstia que preceder ao retorno do Jesus. Os guardadores do sbado que no sejam sinceros abandonaro as filas do povo de Deus e se uniro com Satans em contra do cu, na batalha contra o Rei do universo (TM 473). Assim s os verdadeiramente leais ficaro como nicos defensores do santo sbado de Deus. A eles lhes uniro outros dos verdadeiros filhos de Deus, os quais at ento tero estado pulverizados nas diferentes glesias crists. Eles, ante a crescente luz do forte clamor, decidiro-se pela observncia do sbado e, em que pese a qualquer oposio, uniro-se ao povo remanescente de Deus (CS 669-670). coloca-se o sinal sobre todos os "que gemem e que clamam por causa de todas as abominaes que se fazem". Quem pertence a este grupo se caracterizam pela profunda angstia que sentem devido s divises que existem entre os que afirmam que so seguidores de Deus. lamentam-se e afligem suas almas porque na igreja h todo tipo de avareza, egosmo e enganos. sentem-se incapazes de deter a mar de iniqidade e se enchem de dor e de alarme (2 JT 65-66). Os que pertencem ao outro setor procuram encobrir os males que existem e desculpar a grande impiedade que prevalece por onde quer. Afirmam que Deus muito bom e muito misericordioso para castigar o mal. Dizem que o Senhor no far nem bem, nem mau. Asseveram que Deus no espera que o homem alcance uma norma to elevada, e que se satisfar com que o homem tenha um mero desejo de fazer o bem. Mas o Senhor no pode modificar seu norma. Fazer isso equivaleria a trocar-se ele mesmo. Ao contrrio, proporciona graa para o lucro de toda virtude e a correo de todo defeito. Pede de todo cristo que aproveite ao mximo o que Deus lhe concede. No exige nada menos que a perfeio. Se no estar em perfeita relao com Cristo, a alma no poder receber o selo de Deus quando concluir o tempo de graa. 6. Comearo por meu santurio. A primeira aplicao deste decreto indica o fim do tempo de graa de Jerusalm. Deus tinha esgotado seus recursos em suas exortaes rebelde srael. Tiraria seu poder represor que freava aos invasores caldeos. Sem misericrdia, os exrcitos caldeos executariam a ordem de matar "a velhos jovens... at que no ficasse nenhum". Teriam que comear pelo santurio, onde se tinham concentrado os horrendos pecados do povo. Estas cenas voltaro a ver-se nos ltimos dias. Ento tambm o julgamento ter que comear pela "casa de Deus" (1 Ped. 4: 17), com aqueles a quem Deus deu grande luz e que foram os guardies espirituais do povo, mas traram seu encargo (2JT 65-66). Estes pastores infiis sero primeiro maltratados pelos que foram enganados por eles ( P 282). Mais tarde perecero na destruio geral que precede e acompanha segunda vinda de Cristo (Apoc. 15-19). 7. Poluam a casa. Os judeus esperavam que Deus preservaria sua casa para que no fora poluda. Nisto se estalaram. Em parte, a contaminao se deveu aos cadveres sangrados dos adoradores idlatras. 8. Fiquei eu sozinho. Em viso, Ezequiel viu Jerusalm reduzida a uma cidade de mortos. O parecia que tinha ficado sozinho em meio dos mortos. No se menciona aqui a nenhum que tivesse ficado vivo por ter tido a marca protetora. Sem dvida, constituam uma pequena minoria. Remanescente do srael. As dez tribos j tinham ido ao cativeiro em 723/722 A. C. (2 Rei. 17: 6). 637 Um nmero considervel dos habitantes do reino do sul do Jud, havia sido levado no ano 605 A. C. e especialmente no ano 597 A. C. (P. 598). A natureza e a magnitude do pecado justificavam o castigo. 9. Terra. Heb. 'rets, que tambm significa "pas". Ambas as tradues so apropriadas. O povo afirmava que o Senhor no se preocupava da conduta dos homens. imaginavam que tinham plena liberdade de comportar-se a seu desejo o um para com o outro, sem que ningum lhes pedisse conta de suas aes. Como resultado-se produziu uma decadncia moral. COMENTROS DO ELENA G. DO WHTE 1 2JT 62 1-2 CS 714; 1JT 335 2-7 TM 439 3-6 2JT 62 4 CS 714; 1JT 335, 355, 2JT 64, 177; PR 433; TM 453 4-6 5T 505 5-6 1JT 336; 2JT 65 6 CS 714 10 TM 439 11 P 279; SR 402 CAPTULO 10 1 A viso dos carves acesos para pulveriz-lo sobre a cidade. 8 A viso dos querubins. 1 OLHE, e hei aqui na expanso que havia sobre a cabea dos querubins como uma pedra de safira, que parecia como semelhana de um trono que se mostrou sobre eles. 2 E falou com varo vestido de linho, e lhe disse: Entra em meio das rodas debaixo dos querubins, e enche suas mos de carves acesos de entre os querubins, e pulveriza-os sobre a cidade. E entrou em minha vista. 3 E os querubins estavam mo direita da casa quando este varo entrou; e a nuvem enchia o trio de dentro. 4 Ento a glria do Jehov se elevou de cima do querubim soleira da porta; e a casa foi cheia da nuvem, e o trio se encheu do resplendor de a glria do Jehov. 5 E o estrondo das asas do querubins se ouvia at o trio de fora, como a voz do Deus Onipotente quando fala. 6 Aconteceu, pois, que ao mandar ao varo vestido de linho, dizendo: Toma fogo de entre as rodas, de entre os querubins, ele entrou e se parou entre as rodas. 7 E um querubim estendeu sua mo de em meio dos querubins ao fogo que estava entre eles, e tirou dele e o ps nas mos de que estava vestido de linho, o qual tomou e saiu. 8 E apareceu nos querubins a figura de uma mo de homem debaixo de seus asas. 9 E olhei, e hei aqui quatro rodas junto aos querubins, junto a cada querubim uma roda; e o aspecto das rodas era como de crislito. 10 Quanto a sua aparncia, as quatro eram de uma mesma forma, como se estivesse uma em meio de outra. 11 Quando andavam, por volta dos quatro frontes andavam; no se voltavam quando andavam, mas sim ao lugar aonde se voltava a primeira, em detrs dela foram; nem voltavam-se quando andavam. 12 E todo seu corpo, suas costas, suas mos, suas asas e as rodas estavam cheios de olhos ao redor em suas quatro rodas. 13 s rodas, ouvindo-o eu, lhes gritava: Roda! 14 E cada um tinha quatro caras. A primeira era rosto de querubim; a segunda, de homem; a terceira, cara de leo; a quarta, cara de guia. 15 E se levantaram os querubins; este o ser vivente que vi no rio Quebar. 16 E quando andavam os querubins, andavam as rodas junto com eles; e quando os querubins elevavam suas asas para levantar-se da terra, as rodas tampouco se separavam deles. 17 Quando se paravam eles, paravam-se elas, e quando eles se elevavam, se elevavam 638 com eles; porque o esprito dos seres viventes estava em elas. 18 Ento a glria do Jehov se elevou de cima da soleira da casa, e se ps sobre os querubins. 19 E elevando os querubins suas asas, levantaram-se da terra diante de meus olhos; quando eles saram, tambm as rodas se elevaram ao lado deles; e pararam-se entrada da porta oriental da casa do Jehov, e a glria do Deus do srael estava por cima sobre eles. 20 Estes eram os mesmos seres viventes que vi debaixo do Deus do srael junto ao rio Quebar; e conheci que eram querubins. 21 Cada um tinha quatro caras e cada um quatro asas, e figuras de mos de homem debaixo de suas asas. 22 E a semelhana de seus rostos era a dos rostos que vi junto ao rio Quebar, sua mesma aparncia e seu ser; cada um caminhava direito para frente. 1. Olhei. Reaparece a viso descrita no cap. 1: 15-28. Na expanso do firmamento de novo se v algo que se assemelha a um trono de safira. Ezequiel no menciona um ser que ocupe o trono. Sua presena est insinuada pela forma verbal "falou" que aparece no versculo seguinte. Querubins. Os querubins (kerubim) do cap. 10 correspondem com os "seres viventes" do cap. 1. Na teologia hebria, um querubim era um ser de natureza sublime e celestial, de forma humana, mas com asas. Os querubins guardaram a porta do paraso (Gn. 3: 24). As figuras que estavam em cima do propiciatorio, tanto no tabernculo como no templo do Salomn, so denominadas querubins (Exo. 25: 18; 1 Rei. 6: 23; cf. 1 Sam. 4: 4; 2 Sam. 22: 11). Em contraste com a posio erguida dos querubins descritos pelo Ezequiel, os querubins babilonios, chamado karubu ou karibu -o qual significa "intercessores"- tinham principalmente forma de animais, tais como touros ou lees, com cabea de homem. Os querubins egpcios tm forma humana. 2. Ao varo. O capito dos seis administradores de justia (cap. 9: 2) recebe a ordem de ench-las mos com brasas do fogo e as pulverizar sobre a cidade. sto simboliza a iminente destruio da cidade. No pode afirmar-se com segurana que esta figura represente a maneira na qual a cidade seria destruda (2 Crn. 36: 19). O templo e a cidade foram incendiados pelos caldeos (2 Rei. 25: 9). Compare-se com o Apoc. 8: 5. 4. Querubim. Aqui se emprega o singular, mas em sentido coletivo. Na LXX se retm a forma plural. Os movimentos da glria do Senhor parecem ter simbolizado a presena divina que se preparava a abandonar o templo. 5. O estrondo. O movimento das asas sugere que os querubins se estavam preparando para abandonar o templo (cap. 1: 24). Deus Onipotente. Heb. 'O-shaddai. Ttulo que se aplica com freqncia a Deus. Shaddai aparece muitas vezes sem 'O (Deus), sobre tudo no livro do Job, onde aparece assim 31 vezes. No se conhece com preciso o sentido bsico do Shaddai. Os eruditos tm proposto vrias solues, mas nenhuma delas ressalta satisfatria (T. , P. 179). 6. Toma fogo. Estes movimentos representam a estreita conexo entre o cu e os acontecimentos terrestres. O curso da histria no o resultado da operao de foras cegas, mas sim detrs da complicada trama dos acontecimentos humanos, Deus est realizando seus propsitos (ver com. cap. 1: 19). 8. Uma mo de homem. A mo representa a mo do Onipotente que sustenta e guia aos seres celestiales. Estes, a sua vez, impulsionavam as rodas, o que representa a mo de Deus que intervm nos assuntos terrestres (PR 393). 9. Quatro rodas junto aos querubins. Nos vers. 9-17 se repete em boa medida a descrio apresentada na viso do cap. 1 (ver os comentrios ali). H entretanto, algumas variantes. A repetio no acidental, pois aqui se apresentam os movimentos em relao com o progresso da narrao, e se professora a Deus como relacionado diretamente com os acontecimentos que levam a queda de Jerusalm. A viso dos seres viventes apresentada no Quebar era general. Mostrava a mo de Deus atravs de toda a histria. A viso de Jerusalm foi especfica, e mostrou a mo divina intervindo em um acontecimento importante. Entre as variantes est a meno da abundncia de olhos (cap. 10: 12) que cobrem todo o corpo dos querubins, como tambm 639 os aros das rodas (cap. 1: 18). Estes olhos sem dvida so smbolo de vigilncia e inteligncia. Mostram que nada pode escapar vista de Deus, pois "todas as coisas esto nuas e abertas aos olhos daquele a quem temos que dar conta" (Heb. 4: 13). No Eze. 10: 14, onde se descrevem os quatro rostos, o "rosto de querubim" substitui "cara de boi" (cap. 1: 10). Neste captulo, a frase diz literalmente "rosto do querubim", pelo qual alguns pensaram que a palavra querubim originalmente significava "boi" (ver com. vers. 1). O vers. 14 no aparece na LXX, o que no facilita a determinao do sentido exato do texto. 19. levantaram-se. No vers. 3, os querubins tinham estado "direita da casa". Seu deslocamento at a porta oriental preldio de sua partida definitiva. pararam-se. O texto hebreu diz "parou-se", mas a LXX e as verses siracas dizem "se pararam". 20. Estes eram os mesmos. O profeta identifica com preciso o que tinha visto nas duas vises. COMENTROS DO ELENA G. DO WHTE 1-22 Ed 173-174; 2JT 349-353; 3JT 407-408; OE 504; PR 392-395; TM 216 8, 21 DMJ 99; Ed 173; F 409; 2JT 350, 352; PR 130, 393 CAPTULO 11 1 A incredulidade dos prncipes. 4 Seu pecado e castigo. 13 Ezequiel se lamenta, e Deus lhe mostra seu propsito de salvar a um remanescente, 21 e castigar aos malvados. 22 A glria de Deus abandona a cidade. 24 O profeta devolvido a cautividad. 1 O ESPRTO me elevou, e me levou pela porta oriental da casa do Jehov, a qual olhe para o oriente; e hei aqui entrada da porta vinte e cinco homens, entre os quais vi o Jaazanas filho do Azur e ao Pelatas filho de Benaa, principais do povo. 2 E me disse: Filho de homem, estes so os homens que maquinam perversidade, e do nesta cidade mau conselho; 3 os quais dizem: No ser to logo; edifiquemos casas; esta ser a panela, e ns a carne. 4 portanto profetiza contra eles; profetiza, filho de homem. 5 E veio sobre mim o Esprito do Jehov, e me disse: Dava: Assim h dito Jehov: Assim falastes, OH casa do srael, e as coisas que sobem a seu esprito, eu as entendi. 6 multiplicastes seus mortos nesta cidade, e enchestes que mortos suas ruas. 7 portanto, assim h dito Jehov o Senhor: Seus mortos que pusestes em meio dela, eles so a carne, e ela a panela; mas eu lhes tirarei vs de em meio dela. 8 Espada temestes, e espada trarei sobre vs, diz Jehov o Senhor. 9 E lhes tirarei de em meio dela, e lhes entregarei em mos de estranhos, e farei julgamentos entre vs. 10 A espada cairo; nos limites do srael lhes julgarei, e sabero que eu sou Jehov. 11 A cidade no lhes ser por panela, nem vs sero em meio dela a carne; nos limites do srael lhes julgarei. 12 E sabero que eu sou Jehov; porque no andastes em meus estatutos, nem obedecestes meus decretos, a no ser segundo os costumes das naes que vos rodeiam tm feito. 13 E aconteceu que enquanto eu profetizava, aquele Pelatas filho da Benaa morreu. Ento me prostrei rosto a terra e clamei com grande voz, e pinjente: Ah, Senhor Jehov! Destruir de tudo remanescente do srael? 14 E veio para mim palavra do Jehov, dizendo: 15 Filho de homem, seus irmos, seus irmos, os homens de seu parentesco e toda a casa do srael, toda ela so aqueles a quem disse os moradores de Jerusalm: 640 Lhes afaste do Jehov; a ns dada a terra em posse. 16 portanto, dava: Assim h dito Jehov o Senhor: Embora lhes arrojei longe entre as naes, e lhes pulverizei pelas terras, com tudo isso lhes serei por um pequeno santurio nas terras aonde cheguem. 17 Dava, portanto: Assim h dito Jehov o Senhor: Eu lhes recolherei dos povos, e lhes congregarei das terras nas quais esto pulverizados, e lhes darei a terra do srael. 18 E voltaro l, e tiraro dela todas suas idolatrias e todas seus abominaes. 19 E lhes darei um corao, e um esprito novo porei dentro deles; e tirarei o corao de pedra de em meio de sua carne, e lhes darei um corao de carne, 20 para que andem em meus regulamentos, e guardem meus decretos e os cumpram, e me sejam por povo, e eu seja a eles Por Deus. 21 Mas a aqueles cujo corao anda depois do desejo de suas idolatrias e de seus abominaes, eu trago seu caminho sobre suas prprias cabeas, diz Jehov o Senhor. 22 Depois elevaram os querubins suas asas, e as rodas em detrs deles; e a glria do Deus do srael estava sobre eles. 23 E a glria do Jehov se elevou de em meio da cidade, e ficou sobre o monte que est ao oriente da cidade. 24 Logo me levantou o Esprito e me voltou a levar em viso do Esprito de Deus terra dos caldeos aos cativos. E se foi de mim a viso que tinha visto. 25 E falei com os cativos todas as coisas que Jehov me tinha mostrado. 1. O Esprito me elevou. Os acontecimentos do cap. 11 no seguem em ordem cronolgica aos que se registram nos cap. 9 e 10. evidente que a viso apresenta maiores detalhes em relao com a condio moral dos dirigentes de Jerusalm. A porta oriental. O lugar para o qual Ezequiel tinha visto que se dirigiam os querubins (cap. 10: 19). Vinte e cinco homens. O mesmo nmero de pessoas que Ezequiel tinha visto adorando o sol no trio interior (cap. 8: 16), embora seja provvel que no fora o mesmo grupo. possvel que aqueles fossem sacerdotes (ver com. cap. 8: 16), enquanto que estes parecem ter sido os dirigentes seculares. Entretanto, no h uma evidencia clara de uma distino ntida. Jaazanas. O nome significa "Yahweh oua". Alguns sugerem que o significado dos nomes que se do aqui tinha o propsito de assinalar a falsa esperana com a qual o povo se enganava. possvel que Azur signifique "a gente ajudou". Pelatas significa "Yahweh libera" e Benaa, "Yahweh edifica". Se o significado destes nomes o ponto chave, a morte repentina do Pelatas (vers. 13), teria sido muito impressionante. Por outra parte, pode-se haver destacado ao Jaazanas e ao Pelatas to somente porque eram bem conhecidos como dirigentes da apostasia. 3. No ser to logo. No claro o hebreu desta frase, que parece ser um dito ou um provrbio. Literalmente se l: "no perto para edificar casas, esta [a cidade] a panela, ns a carne". possvel que haja aqui uma referncia zombadora mensagem que Jeremas tinha enviado aos cativos em Babilnia, no sentido de que deviam construir casas e estabelecer-se comodamente, pois o cativeiro seria comprido. Esta mensagem irou a muitos dos cativos, os quais enviaram cartas a Jerusalm para exigir que Jeremas fora castigado (Jer. 29: 24-28). possvel que os prncipes contradisseram a mensagem do Jeremas com as palavras: "No est perto o tempo de construir casas para um comprido cativeiro". Alguns pensam que se faz referncia aqui aos dirigentes rebeldes de Jerusalm, os quais, ignorando as advertncias do Jeremas quanto iminente destruio da cidade, seguiam fazendo planos para construir em a cidade condenada. A metfora da panela pareceria ter sido tirada do Jeremas Jer. 1: 13). possvel que signifique que assim como a panela protege do fogo carne que est nela, assim tambm os muros da cidade protegeriam a seus habitantes do exrcito dos caldeos. Na LXX esta frase tem forma de uma pergunta a a qual se deve dar uma resposta positiva: "No vo se construir casas logo?" (BJ). A atitude que aqui se expressa, reflete claramente a confiana jactancioso dos habitantes de Jerusalm (Jer. 28: 3). Jeremas havia aconselhado a quo judeus estavam na cidade que sassem e se rendessem a os caldeos (Jer. 21: 9). Mas rechaaram em forma insolente este conselho e preferiram permanecer em "a panela". Esta ideia condice bem com 641el contexto do captulo, posto que a narrao continua mostrando que este "privilgio" seria-lhes negado. Tambm possvel que a metfora signifique que assim como a "panela" o lugar onde deve, estar a "carne", assim tambm em Jerusalm onde devem estar seus habitantes, indicando assim que eles permaneceriam ali. Compare-se com o Jer. 13: 12. 5. Eu as entendi. Por sua oniscincia, Deus entende os verdadeiros intuitos, desejos e motivos que movem as aes externas (1 Crn. 28: 9; Prov. 15: 11; Jer. 17: 10). 6. Seus mortos. provvel que os denomine assim porque as execues tinham sido feitas sem um mandato de Deus. possvel que tambm se faa referncia aos que tinham sido mortos como resultado das atrocidades dos babilonios. Por seu apostasia moral e religiosa, os dirigentes de Jerusalm eram culpados dessa matana. 7. Eles so a carne. O povo se gabava do amparo que lhe brindava sua cidade e no tinha inteno alguma de fazer caso s instrues do Jeremas de que deviam abandonar a cidade e entregar-se aos caldeos (Jer. 21: 9). Mas a solene advertncia do Ezequiel era que s os mortos poderiam permanecer dentro de a cidade. Os vivos sofreriam seu castigo fora dos muros. 10. A espada cairo. Esta profecia se cumpriu historicamente quando o general do Nabucodonosor, depois de tomar a cidade de Jerusalm, levou aos moradores da regio ante o rei que se encontrava na Ribla, aldeia situada a 16 km. ao sul de Cades. Ali Nabucodonosor pronunciou sentena contra os cativos, matou aos filhos do Sedequas ante a presena do rei, e executou a outros. Depois que o tiraram os olhos, Sedequas, em companhia do remanescente, foi transportado a Babilnia (2 Rei. 25: 6-7). 13. Morreu. Ezequiel viu a morte do Pelatas to somente em viso, mas sem dvida era um feito proftico. Compare-se com a morte do Hananas (Jer. 28: 17). 14. Veio para mim palavra. Esta seo pareceria ser uma continuao da profecia anterior, uma resposta intercesso do profeta. A descrio da partida dos querubins (vers. 22-23), claramente relaciona esta mensagem com o anterior (cf. cap. 10: 18-19). 15. Seus irmos. Quer dizer, os que estavam com o Ezequiel no exlio. Parentesco. Heb. g'ullah, o "direito de ser go'o", quer dizer o direito de ser o parente prximo que defendia ou redimia a seu parente (Lev. 25: 25, 48; ver com. Rut 2: 20). lhes afaste. Expresso de arrogante confiana, desprovida de simpatia pelos exilados. Os habitantes de Jerusalm se consideravam superiores aos que tinham sido levados a exlio em Babilnia. 16. Um pequeno santurio. Tambm poderia traduzir-se como o faz a BJ: "santurio para eles, por pouco tempo". provvel que este sentido seja o que aqui se desejava dar frase. Deus ainda tinha considerao por sua remanescente. Mediante ele desejava cumprir seus propsitos. Tinha o plano de que o cativeiro fora uma disciplina saudvel que induzira a seu povo para que servisse de novo a Deus e para que fora to movimento preparatrio que abrisse o caminho para que se cumprissem os propsitos divinos, to longamente demorados. 17. Darei-lhes. Os jactanciosos e arrogantes seriam expulsos, e os cativos a quem tinham desprezado seriam reunidos de novo e possuiriam a terra (ver Nm. 14: 3, 31-32). 18. Tiraro. Historicamente esta profecia se cumpriu em parte com a averso que manifestaram os judeus para com a idolatria depois que voltaram do cativeiro. Mas os propsitos de Deus foram muito mais longe. Nos vers. 18-21 Deus esboa seus planos para o futuro Estado do Jud. Esta passagem prediz as condies tais como teriam sido se o povo do srael houvesse aceito plenamente e tivesse seguido o programa divino. 19. Um corao. O novo o srael de Deus se caracterizaria por sua unidade de propsito e de ao. Desgraadamente, o fracasso do srael impediu que esta promessa se cumprisse. Jesus orou para que esta bno pudesse realizar-se na igreja crist. Sua orao foi respondida por um breve tempo no ardor da igreja primitiva, cuja multido "era de um corao e uma alma" (Hech. 4: 32). nfelizmente, a unidade no perdurou. Lobos rapaces, que no perdoaram ao rebanho, entraram e desmembraram a comunidade dos crentes (Hech. 20: 29). Aps sempre houve desunio no mundo cristo e esta situao continuar at que, em ocasio da volta de nosso Senhor, "todos cheguemos unidade da f" (F. 4: 13). 642 Corao de pedra. A mudana de corao representa a vivencia do novo nascimento, mais plenamente manifestada no NT (Juan 3: 3-8; ver MeM 24), mas no aplicvel s era crist. Quo mdios Deus empregou para a salvao dos seres humanos foram os mesmos em todas as pocas, mas h havido uma revelao gradual do propsito divino. No quer dizer isto que Deus retenha os homens na ignorncia para desvantagem deles, mas sim sua falta de vontade de aceitar as revelaes procedentes do cu muitas vezes limita o que Deus pode revelar. Quando se rechaam preciosos raios de luz, faz-se impossvel que o Senhor envie uma instruo maior. Assim ocorreu com o srael. Se os repatriados tivessem experiente plenamente o que aqui se descreve, Deus teria dado mais luz paulatinamente. Por desgraa se conformaram com as desvantajosas limitaes impostas por sua interpretao do antigo pacto, pelo qual a luz mais plena do Evangelho s pde vir com o Mesas. 20. Andem em meus regulamentos. S quem tenha um corao renovado pela graa divina podero guardar a lei de Deus, porque "a mente carnal... no se sujeita lei de Deus, nem tampouco pode" (ROM. 8: 7). A promessa de um poder que, por meio do Esprito Santo, capacitaria ao homem para obedecer a Deus foi uma parte essencial do pacto eterno de Deus com o homem. srael no tinha compreendido isto. Os homens acreditavam que a salvao se podia obter mediante seus prprios esforos. negavam-se a submeter-se a "a justia de Deus" (ROM. 10: 3). No viam a necessidade de um Salvador, nem da converso. Rechaaram por completo a nica experincia que os capacitaria para guardar a lei divina. Eu seja a eles Por Deus. Deus tinha o plano de que a gloriosa experincia que se descreve aqui se realizasse depois do retorno do cativeiro babilnico. Esta promessa nunca se cumpriu porque os repatriados no cumpriram com as condies do novo pacto, nas quais se apoiava sua prosperidade espiritual. As promessas de Deus so condicionais. Entretanto, o que Deus no pde realizar por meio da semente literal do srael, cumprir-o por meio da semente espiritual (ROM. 9-11). O cumprimento final desta gloriosa perspectiva se efetuar ao fim do milnio (Apoc. 21: 3). 21. Cujo corao. Porque o ser humano tem livre-arbtrio e responsvel por suas prprias decises, alguns escolhero "abominaes". Deus deseja que todos sejam salvos, mas no forar a vontade de ningum. Em conseqncia, os que se percam perecero como resultado de sua prpria eleio e no porque tenha falhado a graa de Deus. 22. Querubins. Cf. cap. 10: 18-19. 23. O monte. provvel que se refira ao monte que mais tarde se chamou monte dos Olivos, uma cadeia de colinas cujos trs topos principais se elevam a 823 m sobre o nvel do mar, do outro lado do vale do Cedrn, ao leste de Jerusalm. A cidade mesma est a 777 m sobre o nvel do mar. O lugar onde repousou a glria divina depois de afastar do templo (DTG 769) foi o stio de onde mais tarde Jesus contemplou a cidade e "chorou sobre ela" (Luc. 19: 37-41). De ali anunciou a segunda destruio da rebelde e obstinada cidade (Mat. 24) e proclamou os sinais de sua segunda vinda. Do mesmo monte ascendeu visivelmente ao cu (Luc. 24: 50-51; Hech. 1: 11-12). Sobre esta altura descender a Nova Jerusalm (Zac. 14: 4-5, 9; ver CS 720-721). 24. Em viso. Ver com. cap. 8: 3. 25. E falei. Sem dvida os ancies do Jud (cap. 8: 1) tinham esperado at que conclura a viso do Ezequiel. Estavam pressentem e preparados para receber a comunicao do Senhor. COMENTROS DO ELENA G. WHTE 19 CH 500; ECFP 119; 5T 218; 8T 136; TM 265 643 CAPTULO 12 1 A viso da viagem do Ezequiel 8 representa a cautividad do Sedequas. 17 O tremor do profeta simboliza a desolao dos judeus. 21 Recriminao contra jactancioso provrbio dos judeus. 26 Cumprimento rpido da viso. 1 VEO para mim palavra do Jehov, dizendo: 2 Filho de homem, voc habita em meio de casa rebelde, os quais tm olhos para ver e no vem, tm ouvidos para ouvir e no ouvem, porque so casa rebelde. 3 portanto voc, filho de homem, te prepare equipamento de marcha, e parte de dia diante de seus olhos; e te passar de seu lugar a outro lugar a vista deles, se por acaso talvez atendem, porque so casa rebelde. 4 E tirar seu equipamento de dia diante de seus olhos, como equipamento de cativeiro; mas voc sair pela tarde a vista deles, como quem sai em cativeiro. 5 diante de seus olhos te abrir passo por entre a parede, e sair por ela. 6 diante de seus olhos os levar sobre seus ombros, de noite os tirar; cobrir seu rosto, e no olhar a terra; porque por sinal te dei casa do srael. 7 E eu fiz assim como foi mandado; tirei meu equipamento de dia, como equipamento de cativeiro, e tarde abri passo por entre a parede com minha prpria mo; sa de noite, e os levei sobre os ombros a vista deles. 8 E veio para mim palavra do Jehov pela manh, dizendo: 9 Filho de homem, no te h dito a casa do srael, aquela casa rebelde: O que faz? 10 lhes diga: Assim h dito Jehov o Senhor: Esta profecia se refere ao prncipe em Jerusalm, e a toda a casa do srael que est em meio dela. 11 lhes diga: Eu sou seu sinal; como eu fiz, assim se far com vs; partiro para desterro, em cautividad. 12 E ao prncipe que est em meio deles levaro nas costas de noite, e sairo; pela parede abriro passo para tir-lo por ela; cobrir seu rosto para no ver com seus olhos a terra. 13 Mas eu estenderei minha rede sobre ele, e cair detento em minha armadilha, e farei lev-lo a Babilnia, a terra de caldeos, mas no a ver, e l morrer. 14 E a todos os que estiveram ao redor dele para lhe ajudar, e a todas seus tropas, pulverizarei a todos os ventos, e desenvainar espada em detrs deles. 15 E sabero que eu sou Jehov, quando os pulverizasse entre as naes, e os dispersar pela terra. 16 E farei que uns poucos deles escapem da espada, da fome e da peste, para que contem todas suas abominaes entre as naes aonde chegarem; e sabero que eu sou Jehov. 17 Veio para mim palavra do Jehov, dizendo: 18 Filho de homem, come seu po com tremor, e bebe sua gua com estremecimento e com ansiedade. 19 E dava ao povo da terra: Assim h dito Jehov o Senhor sobre os moradores de Jerusalm e sobre a terra do srael: Seu po comero com temor, e com espanto bebero sua gua; porque sua terra ser despojada de sua plenitude, pela maldade de todos os que nela moram. 20 E as cidades habitadas ficaro desertas, e a terra ser assolada; e sabero que eu sou Jehov. 21 Veio para mim palavra do Jehov, dizendo: 22 Filho de homem, que refro este que tm vs na terra de srael, que diz: vo prolongando os dias, e desaparecer toda viso? 23 lhes diga, portanto: Assim h dito Jehov o Senhor: Farei cessar este refro, e no repetiro mais este refro no srael. lhes diga, pois: aproximaram-se aqueles dias, e o cumprimento de toda viso. 24 Porque no haver mais viso v, nem haver adivinhao de lisonjeiros no meio da casa do srael. 25 Porque eu Jehov falarei, e se cumprir a palavra que eu fale; no se demorar mais, mas sim em seus dias, OH casa rebelde, falarei palavra e a cumprirei, diz Jehov o Senhor. 26 E veio para mim palavra do Jehov, dizendo: 27 Filho de homem, hei aqui que os da 644 casa do srael dizem: A viso que este v pra daqui a muitos dias, para longnquos tempos profetiza este. 28 lhes diga, portanto: Assim h dito Jehov o Senhor: No se demorar mais nenhuma de minhas palavras, mas sim a palavra que eu fale se cumprir, diz Jehov o Senhor. 1. Veio para mim palavra do Jehov. O propsito desta profecia destacar a inutilidade e a vaidade de confiar em que o reino do Jud e a cidade de Jerusalm perdurariam e que logo se realizaria a liberao do cativeiro babilnico. 2. Tm olhos. Comparar com o Deut. 29: 4; SA. 6: 9; Jer 5: 21; Mat. 13: 14-15. Sem dvida, se deveu a esta tendncia perversa do povo pelo que lhe ordenou ao profeta que desse um sinal ante a qual no poderiam fechar os olhos. 3. Equipamento de marcha. Ou "equipe de levado" (BJ). Quer dizer, as coisas que necessitaria um emigrante: roupa, utenslios, etc. Os preparativos deviam ser feitos no dia, e o equipe devia ser transladado a algum lugar conveniente. 6. Cobrir seu rosto. Possivelmente para representar a forma em que Sedequas (ver com. vers. 10) se disfararia para que ningum o reconhecesse, ou acaso em sinal de dor, smbolo da angstia e a tristeza da partida para o exlio. 7. Eu fiz assim. possvel que Ezequiel realizasse este ato simblico sem compreender plenamente seu significado. O fato de que os exilados lhe perguntassem: "O que faz?" (vers. 9) demonstra que este ato simblico foi realizado em realidade e no em viso. 10. Esta profecia. Literalmente a frase diz: "o prncipe este pronunciamento em Jerusalm". Quer dizer, a mensagem se referia ao prncipe. A palavra traduzida como profecia maa, "pronunciamento", que aparece com freqncia no saas e Jeremas (SA. 13: 1; 14: 28; Jer. 17: 21-22; etc.). Ezequiel no a emprega mais que dois vezes, e s aqui tem o sentido de "profecia". Se sugeriu que Ezequiel evitou empregar este vocbulo porque estava desacreditado por seu uso freqente entre os falsos profetas (ver Jer. 23: 33-38). O "prncipe" Sedequas (ver 2 Rei. 25: 2-4; Jer. 39: 4). 11. Seu sinal. Quer dizer, sinal para os que estavam no cativeiro. Deviam deixar de confiar em que Jerusalm sobreviveria. 12. Abriro passo. No se menciona este fato no relato histrico (Jer. 39: 4), mas no h razo para supor que as palavras tinham um sentido figurado. 13. Mas no a ver. O cumprimento deste detalhe da profecia est registrado no Jer. 52: 11. antes de que Sedequas fora levado a Babilnia, tiraram-lhe os olhos na Ribla. portanto, no viu a terra dos caldeos. Josefo registra um fato interessante, embora talvez apcrifo. Segundo ele, Sedequas se inclinava a acreditar as advertncias do Jeremas quanto ao cativeiro, mas seus conselheiros o dissuadiram de fazer o que o profeta aconselhava. Quando chegou a Jerusalm a notcia da profecia do Ezequiel no sentido de que Sedequas no veria a terra dos caldeos, o rei deduziu que as duas profecias eram contraditrias, e no acreditou nem uma nem outra (Antiguidades X. 7. 2). 14. Pulverizarei. Quando o rei fosse tomado, debandaria-se o resto de seu exrcito. 15. E sabero. Gramaticalmente, esta forma verbal poderia aplicar-se tanto aos pagos como a os israelitas, mas j que a expresso "sabero [ou sabero] que eu sou Jehov" (cap. 5: 13; 6: 7; etc.) um estribilho que reaparece constantemente nestas profecias que se referem aos israelitas, possvel que aqui tambm se refira a eles. 16. Uns poucos deles. Literalmente, "homens de nmero"; quer dizer, homens que facilmente poderiam contar-se. Estes sobreviventes, ao relatar sua vergonhosa histria, dariam a conhecer quo pagos no tinha sido debilidade de parte do Deus do srael o que tinha ocasionado a tremenda angstia e a servido de seu povo, a no ser o fracasso do srael que no tinha completo com seu destino divino. 17. Palavra do Jehov. Ver com. cap. 6: 1. 18. Tremor. Anteriormente (cap. 4: 16), Ezequiel havia predito uma terrvel escassez. Agora tinha que demonstrar o terror e a angstia do assdio iminente. 19. Povo da terra. Sem dvida, algumas das profecias do Ezequiel chegaram para ouvidos dos habitantes do Jud. Mas estas predies no careciam de significado para os exilados, muitos dos quais esperavam que o remanescente do Jud sobrevivesse e que Jerusalm no seria destruda. O profeta os 645 informou que sua terra seria despojada de toda sua plenitude e se transformaria em deserto e desolao. 21. Palavra do Jehov. Ver com. cap. 6: 1. 22. vo prolongando os dias. descreve-se aos habitantes de Jerusalm como se se burlassem de que as ameaas divinas fossem fidedignas. Seu proceder se resume em um dito proverbial. Afirmam que o tempo se passa e no se cumpre nem a predio de bem nem a de mau. No h razo j de esperar que se cumpram as predies. Sua atitude reflete a tendncia comum dos pecadores a interpretar mal a longanimidad e a pacincia de Deus (Anexo 8: 11; Ams 6: 3; Mat. 24: 48; 1 Lhes. 5: 3). Os gozadores dos ltimos dias pronunciam um refro similar: "Onde est a promessa de seu advento? Por que... todas as coisas permanecem assim como desde o comeo da criao" (2 Ped. 3: 4). 23. aproximaram-se aqueles dias. Os dias vindouros trariam consigo o rpido cumprimento de cada detalhe de as calamidades que Ezequiel havia predito. 24. Viso v. Os falsos profetas prediziam prosperidade e o logo retorno dos cativos de Babilnia. Os verdadeiros profetas prediziam um comprido cativeiro, perda de muitas vidas e a destruio e desolao da cidade e do templo. provvel que os gozadores argiram que as predies do Ezequiel eram to ves como ele dizia que eram as dos falsos profetas. Apressando o cumprimento do castigo j predito, Deus daria uma resposta eficaz a estes argumentos, e convenceria a esses falsos profetas, lhes demonstrando que seus profecias eram mentirosas, e a esses gozadores faria ver que seus argumentos eram ilgicos. 25. Em seus dias. Os efeitos da viso no sobreviriam a alguma origem futura, a no ser gerao que vivia ento. 27. Longnquos tempos. Este novo assero se dirige contra um grupo de pessoas que, ao menos em aparncia, reconhece ao Ezequiel como profeta. Tambm seria possvel conceber que o tempo transcorrido produziu uma modificao na linguagem dos opositores. Em vez de dizer que a viso desapareceria (vers. 22), projetam seu cumprimento para um futuro longnquo. O Senhor faz frente idia da prosternao lhe dizendo s pessoas que nada que ele h dito se prolongar ou adiar. A atitude do povo caracterstica da que manifestam muitos dos que aguardam a segunda vinda do Jesus. No o dizem com palavras, mas suas aes dizem que "meu Senhor demora para vir" (Mat. 24: 48). Algum dia, logo, sbita e inexoravelmente, o fim os surpreender, e com ele, o cumprimento de toda viso. Pode surgir a pergunta: por que parece atras-la vinda do Jesus? Ho falhado as palavras do Senhor? A inspirao formula esta mesma pergunta e logo a responde: "Mas falhou a palavra de Deus? Nunca! Devesse recordar-se que as promessas e as ameaas de Deus so igualmente condicionais" (Ev 504). No necessrio recordar a no ser umas poucas declaraes dos autores bblicos a fim de mostrar que sempre consideraram que o tempo era muito curto. Pablo escreveu aos corintios: "Mas isto digo, irmos: que o tempo est curto" (1 Cor. 7: 29); e aos romanos: "A noite est avanada, e se aproxima o dia" (ROM. 13: 12). Por meio do vidente do Patmos, Jesus mesmo atestou: "O tempo est perto" (Apoc. 1: 3) e "Hei aqui venho logo" (cap. 22: 6-7). Sem embargo, tanto Pablo como Juan tambm predisseram com claridade que certos acontecimentos deviam transcorrer antes da vinda do Jesus (ver com. 2 Lhes. 2: 1-5; Apoc. 1: 3). verdade que Cristo no veio logo que, ao princpio, esperou-o seu povo remanescente, apoiando-se na profecia cumprida. Repetidas vezes se h afirmado que Cristo poderia ter vindo antes (DTG 587-588; CS 511; 3JT 72; 8T 115-116; 3JT 297). A razo da atrasa se explica nas seguintes palavras: "A larga noite de trevas penosa, mas a manh adiada por misericrdia, porque se o Senhor viesse, muitos seriam achados desapercebidos. O desejo de Deus de que seu povo no perea foi a razo de to larga demora" (Ev 503). sto harmoniza com o que o apstolo afirma em 2 Ped. 3: 9. O mesmo autor acrescenta que dever cristo apressar a vinda do Jesus (vers. 12). O comentrio inspirado em relao a este assunto diz assim: " privilgio de todo cristo no s esperar mas tambm apressar a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo" (3JT 212). Algum dia chegar o momento quando o tempo j no se prolongar mais. "[A vinda do Senhor] no demorar mais que o tempo que tome a tarefa de apresentar a mensagem a 646 toda nao, lngua e povo" (Ev 505). Quando Deus cria que chegou o momento. apropriado, far que aconteam acontecimentos que precipitaro o fim "mais logo do que os homens esperam" (CS 689). Entretanto, no pode saber o tempo preciso de sua vinda. Tampouco deveriam os homens conjeturar quanto ao momento exato em que ocorrer. As seguintes palavras representam um excelente conselho: "No podero dizer que ter que vir dentro de um ano, ou de dois, ou de cinco; tampouco tero que adiar sua vinda afirmando que possivelmente transcorram ainda dez ou vinte anos. O povo de Deus tem o dever de que seus abajures estejam preparados e ardendo, de ser como quem aguarda ao noivo quando este volte das bodas" (EGW RH 22-3-1892). COMENTROS DO ELENA G. DO WHTE 2 3JT 295; PVGM 88 21-28 CS 443; PR 331 22 DTG 23; PR 516 27-28 Ed 179 CAPTULO 13 1 Profecia contra os falsos profetas, 10 e sua obra intil e enganosa. 17 Contra as profetisas e suas ataduras mgicas. 1 VEO para mim palavra do Jehov, dizendo: 2 Filho de homem, profetiza contra os profetas do srael que profetizam, e dava aos que profetizam de seu prprio corao: Ouam palavra do Jehov. 3 Assim h dito Jehov o Senhor: Ai dos profetas insensatos, que andam em detrs de seu prprio esprito, e nada viram! 4 Como zorras nos desertos foram seus profetas, OH o srael. 5 No subistes s brechas, nem edificastes um muro ao redor da casa do srael, para que resista firme na batalha no dia do Jehov. 6 Viram vaidade e adivinhao mentirosa. Dizem: H dito Jehov, e Jehov no enviou-os; contudo, esperam que ele confirme a palavra deles. 7 No viram viso v, e no ho dito adivinhao mentirosa, pois que dizem: Disse Jehov, no havendo eu falado? 8 portanto, assim h dito Jehov o Senhor: Por quanto vs falastes vaidade, e viram mentira, portanto, hei aqui eu estou contra vs, diz Jehov o Senhor. 9 Estar minha mo contra os profetas que vem vaidade e adivinham mentira; no estaro na congregao de meu povo, nem sero inscritos no livro da casa do srael, nem terra do srael voltaro; e sabero que eu sou Jehov o Senhor. 10 Sim, por quanto enganaram a meu povo, dizendo: Paz, no havendo paz; e um edificava a parede, e hei aqui que os outros a recubran com lodo solto, 11 dava aos recubridores com lodo solto, que cair; vir chuva torrencial, e enviarei pedras de granizo que a faam cair, e vento tempestuoso a romper. 12 E hei aqui quando a parede tenha cansado, no lhes diro: Onde est a embarradura com que a recubristeis? 13 portanto, assim h dito Jehov o Senhor: Farei que a rompa vento tempestuoso com minha ira, e chuva torrencial vir com meu furor, e pedras de granizo com zango para consumir. 14 Assim desbaratarei a parede que vs recubristeis com lodo solto, e a jogarei a terra, e ser descoberto seu alicerce, e cair, e sero consumidos em meio dela; e sabero que eu sou Jehov. 15 Cumprirei assim meu furor na parede e nos que a recubrieron com lodo solto; e lhes direi: No existe a parede, nem os que a recubrieron, 16 os profetas do srael que profetizam a respeito de Jerusalm, e vem para ela viso de paz, no havendo paz, diz Jehov o Senhor. 647 17 E voc, filho de homem, ponha seu rosto contra as filhas de seu povo que profetizam de seu prprio corao, e profetiza contra elas, 18 e dava: Assim h dito Jehov o Senhor: Ai daquelas que costuram ataduras mgicas para todas as mos, e fazem vus mgicos para a cabea de toda idade, para caar as almas! Tm que caar as almas de meu povo, para manter assim sua prpria vida? 19 E tm que me profanar entre meu povo por punhados de cevada e por pedaos de po, matando s pessoas que no devem morrer, e dando vida s pessoas que no devem viver, mentindo a meu povo que escuta a mentira? 20 portanto, assim h dito Jehov o Senhor: Hei aqui eu estou contra suas enfaixa mgicas, com que caam as almas ao vo; eu as liberarei de suas mos, e soltarei para que voem como aves as almas que vocs caam voando. 21 Romperei deste modo seus vus mgicos, e liberarei a meu povo de sua mo, e no estaro mais como presa em sua mo; e sabero que eu sou Jehov. 22 Por quanto entristeceram com mentiras o corao do justo, ao qual eu no entristeci, e fortaleceram as mos do mpio, para que no se separasse de seu mau caminho, lhe infundindo nimo, 23 portanto, no vero mais viso v, nem praticaro mais adivinhao; e liberarei meu povo de sua mo, e sabero que eu sou Jehov. 1. Palavra do Jehov. Compare-se este captulo com a profecia do Jer. 23, dirigida aos falsos profetas de Jerusalm e de seus arredores. Alguns pensaram que neste passagem Ezequiel se dirige aos falsos profetas que havia entre os cativos (ver Eze. 13: 9). 2. Profetas do srael. que se denomine desta maneira aos falsos professores sugere que o povo simpatizava com eles e os aceitava. O esprito da poca aprovava a tais falsos professores. possvel que estes profetas estivessem to autoengaados que tinham chegado a acreditar que o que diziam era verdade (ver 2 Lhes. 2: 11), mas a estes que pretendiam ser mensageiros divinos lhes instrui que ouam "palavra do Jehov". 3. nsensatos. Do Heb. nabal, palavra que no s indica um enguio intelectual, mas tambm tambm uma falta de qualidade moral. No hebreu a frase "profetas insensatos", hannebi'im hannebalim, um interessante trocadilho. Nada viram. Tambm poderia entender-se no sentido de que os profetas andaram em detrs de seu "prpria inspirao" (BJ) e daquilo que no viram. 4. Como zorras. As zorras so ardilosas e arteiras (Luc. 13: 32); destroem os vinhedos (Cant. 2: 15); vivem nas runas (Lam. 5: 18). Os falsos profetas eram arteiros, malvolos e destruidores da vinha de Deus 5. subistes. Este versculo se dirige aos falsos profetas. O vers. 4 estava dirigido ao povo; no vers. 6 os falsos profetas aparecem novamente em terceira pessoa, e no vers. 7, outra vez esto em segunda pessoa. Tais mudanas de pessoa so freqentes na profecia e comuns no Ezequiel. Muro. Nada tinham feito estes falsos profetas para advertir ou instruir nao em sua hora de crise. Estavam traindo s pessoas, entregando-a em mos de seus inimigos, em vez de ajud-la. Comparar com a SA. 1: 5; PVGM 234. 6. Viram. Heb. jazah, "contemplar", verbo que se emprega com freqncia para referir-se a as vises de origem divina (SA. 1: 1; 21; etc.). H dito Jehov. Estes supostos profetas encontram hoje seu equivalente em muitos pregadores que apresentam doutrinas falsas, as quais, afirmam apaixonadamente, apiam-se em um "assim h dito Jehov". No importa com quanto ardor se proclame uma doutrina, no importa quo impressionantes sejam os ttulos de quem a proclamem, no deveria achar capacidade no credo do crente a menos de que em verdade o Senhor a tenha ensinado. No importa que as teorias humanas paream totalmente plausveis, nunca deveria esquecer-se que carecem de autoridade divina. Que ele confirme. Melhor, "esperam confirmar" ou "esperam que se confirme" (VM). Esperavam confirmar sua veracidade quando se cumprisse o que haviam predito. possvel que esperassem que Deus aceitaria a misso que eles mesmos se designaram e faria que seus presunosos pronunciamentos se realizassem. 7. No viram? O profeta pareceria interrogar a seus rivais. S podia haver 648 resposta a suas perguntas. Os falsos profetas no podiam negar as acusaes. Aqui se enumeram trs calamidades que teriam que sobrevir a estes profetas enganosos. "No estaro na congregao de meu povo". 9. Congregao. Heb. sod, reunio secreta ou conclio privado. No livro. Estes profetas no seriam contados entre os fiis do remanescente que seriam inscritos nos registros do srael. No Esd. 2: 62 h um exemplo de como se usou o registro ou "livro" do povo em ocasio do retorno do cativeiro. 10. Paz. Comparar com o Jer. 6: 14; 23: 17; Miq. 3: 5; Zac. 10: 2. Os falsos profetas adormeciam s pessoas com a idia de uma falsa segurana e obtinham assim anestesiar sua conscincia. Por outra parte, os verdadeiros mensageiros de Deus no adulam ao pecador. No tm uma mensagem de paz para adormecer ao que no h sido santificado para que caia em uma falsa segurana. Tm o dever de despertar a conscincia do mpio at que a alma angustiada exclame: "O que devo fazer para ser salvo?" (Hech. 16: 30). Ver com. Jer. 6: 14. Parede. Heb. jayits. Embora haja certa dvida quanto ao sentido exato desta palavra, parece referir-se a uma parede interior, a qual seria muito mais dbil que uma muralha exterior. Lado solto. Heb. tafel, "reboco de barro" ou "reboco de cal". A figura deve entender-se de a seguinte forma: construiu-se uma dbil parede interior ou tabique. Os falsos profetas a branquearam, melhorando assim sua aparncia, mas sem lhe dar maior fora. Os dirigentes e o povo inventaram vrios esquemas, tais como a aliana com o Egito (Jer. 37: 5, 7), e os que se consideravam a si mesmos como profetas lhes deram importncia com sua influncia e sua persuaso. observa-se um paralelo notvel com o que ocorre hoje no mundo religioso. Se introduziram na f crist muitas doutrinas falsas que no encontram apio na Palavra de Deus. Estas doutrinas tm suas razes na tradio, e detrs da tradio, sua origem muitas vezes pode achar-se em prticas e conceitos pagos. Em vez de abandonar toda crena que no se funda nas Sagradas Escrituras, os homens empregam enormes quantidades de energia em "branquear" esses dbeis conceitos a fim de que sejam mais plausveis. Um exemplo notvel disto o esforo que se realizou para conseguir provas bblicas que apiem a observncia do domingo. A maioria dos cristos guardam um dia cuja observncia no se ordena na Bblia. Raciocinam que isto deve ser correto, posto que a igreja crist por sculos esteve seguindo esta prtica. Passam por cima a evidncia clara que assinala ao stimo dia da semana como verdadeiro dia de repouso e torcem outras passagens bblicos a fim de emprestar apoio ao primeiro dia da semana. O resultado de tudo isto ser igual ao que aconteceu aos construtores e branqueadores da parede do Ezequiel (Eze. 13: 12-16). 11. Pedras de granizo. Comparar com Sal. 11: 6; 18: 13-14; Eze. 38: 22. Sem dvida, aqui se refere em primeiro lugar invaso babilnica a qual os judeus no poderiam resistir, apesar de todos os preparativos dos quais se gabavam. Ver com. cap. 13: 12. 12. Parede. Aqui se emprega a palavra qir, a qual geralmente representa um muro exterior; no se usa a mesma palavra jayits (ver com. vers. 10). Sem dvida a razo pela qual a parede no resistiu foi que a estrutura defeituosa era muito fraco para servir de muro exterior. A terrvel desiluso de os branqueadores, e de todos quantos tinham confiada em suas astcias, acha seu equivalente no rude despertar de quem, ao final do tempo, havero colocado toda sua confiana no grande reavivamiento religioso falso dirigido por Satans, s para ver que esse sistema se desintegra sob os terrveis castigos das sete ltimas pagas. Em uma das ltimas grandes cenas do drama dos sculos, Satans mesmo pretender ser divino, e se apresentar ante o mundo como Deus (ver 2JT 369; 8T 27-28; 9T 16; TM 54, 365-366; CS 682). Os milagres jogassem um papel muito importante neste engano (Apoc. 13: 13-14; 16: 13-14). como resultado destes enganos, todos menos um fiel remanescente sero arrastados s filas do inimigo (Apoc. 13:8) e se uniro a Satans em seu luta contra Deus (TM 472). S um pequeno remanescente permanecer leal e fiel a Deus (Apoc. 14: 12). Quando comearem a cair os castigos, e as multides vejam que aquele a quem consideraram como Deus no tem poder para deter a mo daquele que mais poderoso, repentinamente compreendero que foram enganados. Com furor se lanaro contra a falsa organizao que foi criada pelos enganos de Satans e a destruiro por completo 649 (Apoc. 17: 16-17; CS 714). Ento poder dizer-se outra vez: "No existe a parede, nem os que a recubrieron" (Eze. 13: 15). 17. Contra as filhas. S aqui no AT se mencionam falsas profetisas. Entre as verdadeiras profetisas esto Mara (Exo. 15: 20), Dbora (Juec. 4: 4), Hulda (2 Rei. 22: 14), e em tempos do NT, Ana (Luc. 2: 36) e as quatro filhas do Felipe o evangelista (Hech. 21: 89). 18. Ai daquelas. Embora o sentido geral dos vers. 18-19 claro, impossvel identificar com preciso todos os detalhes. Ezequiel tinha visto o que descreve aqui; no assim ns. Emprega palavras que eram conhecidas ento, mas posto que muitas delas no aparecem a no ser aqui no AT, seu sentido no de tudo claro. Ataduras. Heb. kseth, do acadio kasu, "atar". Sem dvida estas "bandas" (BJ) ou "ataduras" tinham algum propsito mgico, ou serviam como amuletos mas no pode afirmar-se nada a respeito disto. Para todas as mos. Literalmente, "para todas as juntas de minha mo", embora vrias verses antigas dizem "mos" e omitem o possessivo. Se deve entender-se que o possessivo forma parte da frase, deveria entender-se que Deus diz que as profetisas fazem ataduras para as mos dele, a fim de impedir a obra do Senhor mesmo. Vus mgicos. Heb. mispajah, palavra que s aparece aqui no AT. Sem dvida se refere a algum tipo de vu ou cobertura para a cabea. Parecesse que as profetisas no levavam estes vus, a no ser o usavam as que vinham s consultar. Almas. Heb. nfesh, "alma" ou "pessoa" (ver com. Sal. 16: 10). Ao parecer, quem deviam consultar eram vtimas destas falsas profetisas. Tm que caar? possvel entender isto no sentido de que em seu proveito prprio, as profetisas viviam da credulidade de suas vtimas. 19. Punhados de cevada. Alguns pensaram que aqui se faz referncia antigo costume de levar presentes ao profeta a quem se devia consultar (1 Sam. 9: 7-8; 1 Rei. 14: 3). Posto que a cevada era considerada como um cereal inferior, e punhados indicam pouca quantidade, estas palavras poderiam indicar o nfimo proveito pelo qual estas falsas profetisas estavam dispostas a perverter a verdade e levar s pessoas runa. Outros pensam que aqui h uma referncia antiga costume de adivinhar com cevada e miolos. Escuta a mentira. Esta frase poderia indicar a tendncia a escutar falsidades agradveis. Jeremas descreve esta condio. "Os profetas profetizaram mentira, e os sacerdotes dirigiam por mos deles; e meu povo assim o quis" (Jer. 5: 31). 20. Ao vo. Do Heb. paraj, cujo significado duvidoso. Entretanto, o sentido geral do versculo claro. As vtimas seriam liberadas do lao de quem havia tentado as escravizar. Deus no permitir que uma s pessoa de corao sincero seja enganada. 22. Com mentiras. As profetisas tinham criado falsas imagens de Deus na mente de justos e mpios, desanimando aos primeiros de fazer o bom, e confirmando aos ltimos em seus caminhos de impiedade. COMENTROS DO ELENA G. DO WHTE 4-5 P 123 10 1T 247; 5T 679 13 PP 544 14 CH 338 22 CS 713 650 CAPTULO 14 1 Deus responde aos idlatras conforme a seus pensamentos. 6 Exortados a arrepender-se por temor aos julgamentos devido aos falsos profetas. 12 Fome devido irrevogvel sentencia de Deus, 15 e bestas ferozes, 17 e espada, 19 e pestilncia. 22 Ficar um remanescente como exemplo para outros. 1 VERAM para mim alguns dos ancies do srael, e se sentaram diante de mim. 2 E veio para mim palavra do Jehov, dizendo: 3 Filho de homem, estes homens puseram seus dolos em seu corao, e ho estabelecido o tropeo de sua maldade diante de seu rosto. Acaso tenho que ser eu em modo algum consultado por eles? 4 Lhes fale, portanto, e lhes diga: Assim h dito Jehov o Senhor: Qualquer homem da casa do srael que tiver posto seus dolos em seu corao, e estabelecido o tropeo de sua maldade diante de seu rosto, e viniere ao profeta, eu Jehov responderei ao que viniere conforme multido de seus dolos, 5 para tomar casa do srael pelo corao, j que se apartaram que mim todos eles por seus dolos. 6 portanto, dava casa do srael: Assim diz Jehov o Senhor: Convertos, e lhes volte de seus dolos, e apartem seu rosto de todas suas abominaes. 7 Porque qualquer homem da casa do srael, e de quo estrangeiros moram no srael, que se tiver afastado de andar em detrs de mim, e houver. posto seus dolos em seu corao, e estabelecido diante de seu rosto o tropeo de seu maldade, e viniere ao profeta para lhe perguntar por mim, eu Jehov lhe responderei por mim mesmo; 8 e porei meu rosto contra aquele homem, e lhe porei por sinal e por castigo, e o cortarei de em meio de meu povo; e sabero que eu sou Jehov. 9 E quando o profeta for enganado e falar palavra, eu Jehov enganei ao tal profeta; e estenderei minha mo contra ele, e o destruirei de em meio de meu povo srael. 10 E levaro ambos o castigo de sua maldade; como a maldade de que consultarei, assim ser a maldade do profeta, 11 para que a casa do srael no se desvie mais de em detrs de mim, nem se polua mais em todas suas rebelies; e me sejam por povo, e eu lhes seja Por Deus, diz Jehov o Senhor. 12 Veio para mim palavra do Jehov, dizendo: 13 Filho de homem, quando a terra pecar contra mim rebelando-se prfidamente, e estenderei eu minha mo sobre ela, e lhe quebrantar o sustento do po, e enviar nela fome, e cortar dela homens e bestas, 14 se estivessem em meio dela estes trs vares, No, Daniel e Job, eles por sua justia liberariam unicamente suas prprias vidas, diz Jehov o Senhor. 15 E se hiciere passar bestas ferozes pela terra e a assolarem, e ficar desolada de modo que no haja quem passa por causa das feras, 16 e estes trs vares estivessem em meio dela, vivo eu, diz Jehov o Senhor, nem a seus filhos nem a suas filhas liberariam; eles sozinhos seriam liberados, e a terra ficaria desolada. 17 Ou se eu trajere espada sobre a terra, e dijere: Espada, passa pela terra; e hiciere cortar dela homens e bestas, 18 e estes trs vares estivessem em meio dela, vivo eu, diz Jehov o Senhor, no liberariam a seus filhos nem a suas filhas; eles sozinhos seriam liberados. 19 Ou se enviar pestilncia sobre essa terra e derramar minha ira sobre ela em sangue, para cortar dela homens e bestas, 20 e estivessem em meio dela No, Daniel e Job, vivo eu, diz Jehov o Senhor, no liberariam a filho nem a filha; eles por sua justia liberariam somente suas prprias vidas. 21Por o qual assim h dito Jehov o Senhor: Quanto mais quando eu enviar contra meu Jerusalm quatro julgamentos terrveis, espada, fome, feras e pestilncia, para cortar dela homens e bestas? 22 Entretanto, hei aqui ficar nela um remanescente, filhos e filhas, que sero levados fora; hei aqui que eles viro a vs, e vero seu caminho e seus feitos, e sero consolados do mal que fiz vir sobre 651 Jerusalm, de todas as coisas que traga sobre ela. 23Y lhes consolaro quando virem seu caminho e seus feitos, e conhecero que no sem causa fiz tudo o que tenho feito nela, diz Jehov o Senhor. 1. Ancies do srael. provvel que fossem os mesmos ancies do Jud que aparecem no cap. 8: 1. estava-se usando mais e mais o nome do srael para referir-se nao existente, embora se empregava a palavra Jud quando se desejava fazer uma clara distino. No se diz o que deviam perguntar os ancies, nem sequer se diz especificamente que deviam perguntar algo. Aparentemente tinham o costume de sentar-se diante do profeta aguardando qualquer mensagem que o Senhor pudesse lhe enviar (cap 33: 31). 3. dolos. Heb. gillulim, palavra predileta do Ezequiel (ver com. cap. 6:4). A LXX diz diano'arbusto, "pensamentos", possivelmente para expressar que tinham saudades a idolatria de tempos anteriores. nstrudo pelo Esprito, o profeta leu o que estava em o corao dos que se sentavam diante dele. provvel que no se referisse a uma franco idolatria entre os cativos, a no ser condio pecaminosa e alienao de seu corao. Tropeo. Heb. mikshol, "motivo [ou ocasio] de tropeo", "obstculo". Aqui, a ocasio que leva a iniqidade. Em modo algum. A construo hebria de infinitivo absoluto que aqui se emprega indica que a pergunta deve responder-se com um no terminante. 4. Ao que viniere. Assim se traduz de acordo com a tradio masortica. O texto hebreu difcil de interpretar. Nos trgumes se l: "por mim mesmo". A forma verbal traduzida como "responderei" pode entender-se como reflexiva, o qual daria a idia de que Deus se prope responder por si mesmo sem a interveno do profeta. Ningum pode esperar conhecer plenamente o que Deus quer que faa a menos que seu prprio corao esteja verdadeiramente submetido vontade divina. sto ocorre porque o corao que no foi regenerado nem regido pelo Esprito Santo no pode entender as coisas de Deus (1 Cor. 2: 14). Embora a mente carnal recebesse instruo, entenderia mau, aplicaria mau, distorceria o que oua, pois os homens acreditam s o que querem acreditar. Deus, quem nunca fora a vontade humana, permite que estes seres voluntariosos se aferrem a seus enganos (ver Juan 7: 17; 2 Lhes. 2: 11-12). 6. Convertos, e lhes volte. Estas duas palavras se traduzem de diferentes forma de uma mesma raiz verbal. Em combinao do uma maior nfase. O que se apresentou nos versculos anteriores forma a base de uma fervorosa exortao ao verdadeiro arrependimento. No pode haver esperana para o srael se s houver nele uma reforma exterior. A nao ter que enfrentar-se com o que esquadrinha os coraes, o qual pode aceitar como nico arrependimento aquele que alcana at o mais recndito da alma. lhes volte. Literalmente, "voltem seus rostos". 7. Estrangeiros. Compare-se com o Lev. 17: 10; 20: 1-2; etc. Os estrangeiros residentes haviam compartilhado a luz e os privilgios que lhe tinham sido confiados ao srael, e seriam tidos por to culpados como os israelitas. 8. Sinal. Seu castigo seria um exemplo que serviria para que outros no seguissem o mesmo caminho. 9. O profeta. Refira-se aqui aos falsos profetas cujas prticas foram condenadas no cap. 13. Eu Jehov. Quer dizer, o Senhor permite que o profeta mpio seja enganado, assim como tambm endureceu o corao de Fara permitindo que a semente da obstinao brotasse e desse fruto (ver com. Exo. 4: 21; 1 Rei. 22: 22). Destruirei-o. O pecador ocasiona sua prpria destruio por causa de sua prpria impenitncia (ver 5T 120). Uma vez que a pessoa deixa de emprestar ateno s convites, as repreenses e as advertncias do Esprito de Deus, seu conscincia comea a cauterizar-se, e quando volta a receber a advertncia, resulta-lhe mais difcil obedecer que antes. assemelha-se a uma pessoa que est sucumbindo ante a enfermidade, mas se nega a tomar o remdio. Entretanto, nas Escrituras, Deus, o mdico, com freqncia aparece simbolicamente como que tambm envia os resultados da enfermidade sobre os que se negam a aceitar seu remdio. Por exemplo, diz-se que ps um esprito de 652 mentira em boca dos profetas a fim de que aconselhassem ao rei que empreendesse o mal caminho que j estava decidido a seguir (1 Rei 22: 19-23). Assim ocorreu tambm, quando o corao do Sal se separou de Deus, e o "Esprito do Jehov se apartou do Sal, e lhe atormentava um esprito mau de parte do Jehov" (1 Sam. 16: 14). Entretanto, no deve entender-se que Deus possa ser o autor do pecado e do engano. Em seu plano, simplesmente no realiza o milagre necessrio para impedir os resultados do pecado. Retira seu Esprito do corao que lhe rechaa, e entrega a pessoa a seus prprios enganos, permitindo que o pecado produza seu inevitvel fruto: a morte. "Perdeu-te, OH o srael, mas em mim est voc ajuda"(Ouse. 13: 9; CS 40-41; ver com. 2 Crn. 22: 8). 10. Assim ser. Tanto os falsos profetas como os que os tinham consultado tinham participado do pecado, e ambos seriam tidos como culpados. 11. No se desvie mais. Um raio de esperana na escura noite da apostasia: o povo de Deus que uma vez mais anda na verdade. Aqui pode discernir o propsito da disciplina: que o srael fora induzido ao verdadeiro arrependimento, que seu povo se reunisse e que fossem devolvidos seus privilgios anteriores. 13. A terra. Heb., "uma terra". Esta passagem parece contradizer a crena popular de que Jerusalm no seria destruda por causa de quo justos nela havia, assim como Sodoma e Gomorra no teriam sido destrudas se ali se encontraram dez justos. 14. No, Daniel e Job. Todos eles foram exemplos de verdadeira piedade. Foram retos em sua gerao (Gn. 6: 9; Job 1: 1; Do. 1: 8; 6: 22). O fato de que ao Daniel se o mencione antes do Job no justifica a conjetura de que este versculo se refere a algum outro Daniel, anterior ao que figura no livro do mesmo nome, coisa que sugerem muitos eruditos modernos, quem pensa que Ezequiel est falando do Do'o dos textos ugarticos. Esses textos falam de um Do'que foi um piedoso rei em tempos muito antigos, que defendia s vivas e aos rfos. Simplesmente, o profeta no estava preocupado pelo ordem cronolgica. Cabe assinalar que estes homens tinham sido o meio pelo qual se haviam salvo outros. Por amor do No, toda sua famlia se salvou (Gn. 6 :18). Graas ao Daniel, salvaram-se seus companheiros (Do. 2: 18). Job evitou o castigo de seus amigos com sua intercesso (Job 42: 7-8). Embora tinham podido salvar a alguns, no tinham podido salvar gerao na qual viveram. No no pde salvar raa mpia que viveu antes do dilvio, e Daniel, apesar de ocupar um alto posto na corte babilnico, evidentemente no tinha podido influir no Nabucodonosor a fim de que salvasse ao povo do Jud nem a sua cidade capital. Se os judeus depositavam qualquer classe de confiana na posio e a influncia do Daniel, esta esperana devia ser desprezada. Compare-se com Jer. 15: 1. 15. Ferozes. Heb. ra'ah, "ms". 16. Estes trs vares. A afirmao do vers. 14 se repete aqui como tambm nos vers. 18 e 20, com ligeiras variaes nas palavras empregadas. Com referncia aos quatro castigos dos vers. 13, 15, 17, 19, ver Lev. 26: 22, 25-26. 21. Quatro julgamentos terrveis. A presena de homens justos no poderia ter evitado um s destes castigos. Quanto menos poderiam faz-lo quando todos esses castigos cassem juntos sobre Jerusalm! 22. Sero consolados. Quando os exilados observassem a conduta e o proceder dos recentemente chegados, saberiam que Deus no tinha obrado sem causa ao permitir a destruio de Jerusalm. Por outra parte, a mudana de comportamento de alguns dos que tinham escapado demonstraria seu arrependimento (vers. 11), o qual ajudaria a os cativos a ver que os castigos de Deus tinham sido uma disciplina e no uma vingana. COMENTROS DO ELENA G. DO WHTE 3-4 5T 164 3-5 2T 444 14,16 HAd 269; 2JT 70; MC 359; 5T 338; 8T 314 20 CS 680; PVGM 391 653 CAPTULO 15 1 A madeira imprestvel da videira 6 simboliza o rechao divino de Jerusalm. 1 VEO para mim palavra do Jehov, dizendo: 2 Filho de homem, o que a madeira da videira mais que qualquer outra madeira? O que o sarmento entre as rvores do bosque? 3 Tiraro dela madeira para fazer alguma obra? Tiraro dela uma estaca para pendurar nela alguma coisa? 4 Hei aqui, posta no fogo para ser consumida; seus dois extremos consumiu o fogo, e a parte de no meio se queimou; servir para obra alguma? 5 Hei aqui que quando estava inteira no servia para obra alguma; quanto menos depois que o fogo a tiver consumido, e for queimada? Servir mais para obra alguma? 6 portanto, assim h dito Jehov o Senhor: Como a madeira da videira entre os rvores do bosque, a qual dava ao fogo para que a consumisse, assim farei aos moradores de Jerusalm. 7 E porei meu rosto contra eles; embora do fogo escaparam, fogo os consumir; e sabero que eu sou Jehov, quando pusiere meu rosto contra eles. 8 E converterei a terra em asolamiento, por quanto cometeram prevaricao, diz Jehov o Senhor. 1. Palavra do Jehov. O cap. 15 uma curta poesia que bem poderia levar o ttulo de "Alegoria de a vinha". 2. O que a madeira da videira? No cap. 14, o profeta afirmou que Deus no liberar a Jerusalm por causa dos poucos justos que se encontram nela. Agora destri outro refgio em o qual evidentemente confiava o povo. Sua parbola ensina que o srael no tem nenhuma superioridade inerente sobre as outras naes. O povo no deve depositar sua confiana no fato de que foi especialmente eleito Por Deus, porque no mais uma verdadeira videira, a no ser mera madeira, do tipo mais intil, que s serve de combustvel. Com freqncia, as Escrituras comparam ao srael com uma videira ou uma vinha (Sal. 80:8-16; SA. 5: 1-7; Jer. 2: 21; Ouse. 10: 1; Mat. 21: 33-41; etc.). Alguns comentadores acreditam que aqui se descreve uma videira silvestre. 4. Servir? Como madeira, a videira totalmente intil. Em seu estado perfeito no a pode empregar para nada til, e muito menos quando est parcialmente chamuscada e destruda. 6. Assim farei. Neste versculo apresenta a situao imperante na Judea. Suas extremidades tinham sido consumidas pelos estragos de um inimigo estrangeiro e a parte central, onde se achava a cidade capital, estava a ponto de ser destruda. Posto que os judeus no tinham respondido ao propsito divino que os havia escolhido como testemunhas de Deus, sua nao tinha que ser completamente quebrantada. 7. Do fogo. No hebreu no aparece a palavra "embora". S diz: "do fogo saram e o fogo os comer". Descreve-se assim com grande exatido a situao do Jud. A nao j se consumou nos dois extremos, e a parte do meio estava chamuscada e logo tinha que ser entregue ao fogo. 654 CAPTULO 16 1 A condio de Jerusalm, comparada com uma recm-nascida em completo abandono. 6 O tenro amor de Deus por ela. 15 Sua degradante prostituio. 35 Seu horrendo julgamento. 44 Seu pecado, igual ao de sua me, mas pior que o de seus irmana Sodoma e Samaria, exige castigos. 60 Lhe promete misericrdia para o fim. 1 VEO para mim palavra do Jehov, dizendo: 2 Filho de homem, notifica a Jerusalm suas abominaes, 3 e dava: Assim h dito Jehov o Senhor sobre Jerusalm: Sua origem, seu nascimento, da terra do Canan; seu pai foi amorreo, e sua me hetea. 4 E quanto a seu nascimento, o dia que nasceu no foi talhado seu umbigo, nem foi lavada com guas para te limpar, nem salgada com sal, nem foi envolta com bandagens. 5 No houve olho que se compadecesse de ti para te fazer algo disto, tendo de ti misericrdia; mas sim foi jogada sobre a face do campo, com menosprezo de sua vida, no dia que nasceu. 6 E eu passei junto a ti, e te vi suja em seus sangues, e quando estava em vocs sangues te disse: Vive! Sim, disse-te, quando estava em seus sangues: Vive! 7 Te fiz multiplicar como a erva do campo; e cresceu e te fez grande, e chegou a ser muito formosa; seus peitos se formaram, e seu cabelo havia crescido; mas estava nua e descoberta. 8 E passei eu outra vez junto a ti, e te olhei, e hei aqui que seu tempo era tempo de amores; e estendi meu manto sobre ti, e cobri sua nudez; e te dava juramento e entrei em pacto contigo, diz Jehov o Senhor, e foi minha. 9 Te lavei com gua, e lavei seus sangues de em cima de ti, e te ungi com azeite; 10 e te vesti de bordado, calcei de texugo, rodeei-te de linho e te cobri de seda. 11 Te embelezei com adornos, e pus braceletes em seus braos e colar a seu pescoo. 12 Pus jias em seu nariz, e brincos em suas orelhas, e uma formosa diadema em sua cabea. 13 Assim foi adornada de ouro e de prata, e seu vestido era de linho fino, seda e bordado; comeu flor de farinha de trigo, mel e azeite; e foi embelezada em extremo, prosperou at chegar a reinar. 14 E saiu seu renome entre as naes por causa de sua formosura; porque era perfeita, por causa de minha formosura que eu pus sobre ti, diz Jehov o Senhor. 15 Mas confiou em sua formosura, e te prostituiu por causa de seu renome, e derramou suas fornicaes a quantos passaram; sua foi. 16 E tirou de seus vestidos, e te fez diversos lugares altos, e fornicou sobre eles; coisa semelhante nunca tinha acontecido, nem acontecer mais. 17 Tomou deste modo suas formosas jias de ouro e de prata que eu te havia dado, e te fez imagens de homem e fornicou com elas; 18 e tomou seus vestidos de diversas cores e as cobriu; e meu azeite e meu incenso ps diante delas. 19 Meu po tambm, que eu te tinha dado, a flor da farinha, o azeite e a mel, com que eu te mantive, ps diante delas para aroma agradvel; e foi assim, diz Jehov o Senhor. 20 alm disto, tomou seus filhos e suas filhas que tinha dado a luz para mim, e os sacrificou a elas para que fossem consumidos. Eram pouca coisa vocs fornicaes, 21para que degolasse tambm a meus filhos e os oferecesse a aquelas imagens como oferenda que o fogo consumia? 22 E com todas suas abominaes e suas fornicaes no te acordaste que os dias de sua juventude, quando estava nua e descoberta, quando estava envolta em seu sangue. 23 E aconteceu que depois de toda sua maldade (ai, ai de ti! diz Jehov o Senhor), 24 te edificou lugares altos, e te fez altar em todas as praas. 25 Em toda cabea de caminho edificou lugar alto, e fez abominvel voc formosura, e ofereceu a quantos passavam, e multiplicou suas fornicaes. 26 E fornicou com os filhos do Egito, seus vizinhos, grossos de carnes; e aumentou suas fornicaes para me zangar. 655 27 portanto, hei aqui que eu estendi contra ti minha mo, e diminu sua proviso ordinria, e te entreguei vontade das filhas dos filisteus, que lhe aborrecem, as quais se envergonham de seu caminho desonesto. 28 Fornicou tambm com os assrios, por no te haver satisfeito; e fornicou com eles e tampouco te saciou. 29 Multiplicou deste modo sua fornicao na terra do Canan e dos caldeos, e tampouco com isto te saciou. 30 Quo inconstante seu corao, diz Jehov o Senhor, fazendo todas estas coisas, obras de uma rameira desavergonhada, 31 edificando seus lugares altos em toda cabea de caminho, e fazendo vocs altares em todas as praas! E no foi semelhante a rameira, em que menosprezou o pagamento, 32 mas sim como mulher adltera, que em lugar de seu marido recebe a alheios. 33 A todas as rameiras do dons; mas voc deu seus dons a todos vocs apaixonados; e lhes deu pressente, para que de todas partes se chegassem a ti em suas fornicaes. 34 E aconteceu contigo, em suas fornicaes, o contrrio das demais mulheres: porque nenhum te solicitou para fornicar, e voc d o pagamento, em lugar de receb-la; por isso foste diferente. 35 portanto, rameira, oua palavra do Jehov. 36 Assim h dito Jehov o Senhor: Por quanto foram descobertas vocs nudezes em suas fornicaes, e sua confuso foi manifestada a vocs apaixonados, e aos dolos de suas abominaes, e no sangue de seus filhos, os quais lhes deu; 37 portanto, hei aqui que eu reunirei a todos seus apaixonados com os quais tomou prazer, e a todos os que amou, com todos os que aborreceu; e os reunirei ao redor de ti e lhes descobrirei sua nudez, e eles vero toda voc nudez. 38 E eu te julgarei pelas leis das adulteras, e das que derramam sangue; e trarei sobre ti sangue de ira e de cimes. 39 E te entregarei em mos deles; e destruiro seus lugares altos, e derrubaro seus altares, e lhe despojaro de suas roupas, levaro-se suas formosas jias, e lhe deixaro nua e descoberta. 40 E faro subir contra ti multido de gente, e lhe apedrejaro, e lhe atravessaro com suas espadas. 41 Queimaro suas casas a fogo, e faro em ti julgamentos em presena de muitas mulheres; e assim farei que deixe de ser rameira, e que cesse de prodigalizar seus dons. 42 E saciarei minha ira sobre ti, e se separar de ti meu zelo, e descansarei e no me zangarei mais. 43 Por quanto no te lembrou dos dias de sua juventude, e provocou a ira em tudo isto, por isso, hei aqui eu tambm trarei seu caminho sobre sua cabea, diz Jehov o Senhor; pois nem mesmo pensaste sobre toda sua luxria. 44 Hei aqui, tudo o que usa de refres aplicar a ti o refro que diz: Qual a me, tal a filha. 45 Filha voc de sua me, que desprezou a seu marido e a seus filhos; e irm voc de suas irms, que desprezaram a seus maridos e a seus filhos; sua me foi hetea, e seu pai amorreo. 46 E sua irm maior Samaria, ela e suas filhas, que habitam ao norte de ti; e sua irm menor Sodoma com suas filhas, a qual habita ao sul de ti. 47 Nem mesmo andou em seus caminhos, nem fez segundo suas abominaes; antes, como se isto fora pouco e muito pouco, corrompeu-te mais que elas em todos vocs caminhos. 48 Vivo eu, diz Jehov o Senhor, que Sodoma sua irm e suas filhas no ho feito como fez voc e suas filhas. 49 Hei aqui que esta foi a maldade da Sodoma sua irm: soberba, saciedade de po, e abundncia de ociosidade tiveram ela e suas filhas; e no fortaleceu a mo do aflito e do carente. 50 E se encheram de soberba, e fizeram abominao diante de mim, e quando o vi as tirei. 51 Samaria no cometeu nem a metade de seus pecados; porque voc multiplicou vocs abominaes mais que elas, e justificaste a suas irms com todas as abominaes que voc fez. 52 Voc tambm que julgou a suas irms, leva sua vergonha nos pecados que voc fez, mais abominveis que os delas; mais justas so que voc; te envergonhe, pois, voc tambm, e leva sua confuso, por quanto h justificado a suas irms. 53 Eu, pois, farei voltar para seus cativos, os cativos da Sodoma e de suas filhas, e os cativos da Samaria e de suas filhas, e farei 656 voltar os cativos de vocs cativeiros entre elas, 54 para que leve sua confuso, e te envergonhe de tudo o que tem feito, sendo voc motivo de consolo para elas. 55 E suas irms, Sodoma com suas filhas e Samaria com suas filhas, voltaro para seu primeiro estado; voc tambm e suas filhas voltaro para seu primeiro estado. 56 No era sua irm Sodoma digna de meno em sua boca no tempo de vocs soberbas, 57 antes que sua maldade fosse descoberta. Assim tambm agora leva voc a afronta das filhas de Sria e de todas as filhas dos filisteus, as quais por todos lados lhe desprezam. 58 Sofre voc o castigo de sua luxria e de suas abominaes, diz Jehov. 59 Mas mais h dito Jehov o Senhor: Farei eu contigo como voc fez, que menosprezou o juramento para invalidar o pacto? 60 Antes eu terei memria de meu pacto que consertei contigo nos dias de voc juventude, e estabelecerei contigo um pacto eterno. 61 E te lembrar de seus caminhos e te envergonhar, quando receber a vocs irms, quo maiores voc e quo menores voc, as quais eu te darei por filhas, mas no por seu pacto, 62 mas sim por meu pacto que eu confirmarei contigo; e saber que eu sou Jehov; 63 para que te lembre e te envergonhe, e nunca mais abra a boca, por causa de sua vergonha, quando eu perdoe tudo o que fez, diz Jehov o Senhor. 1. Palavra do Jehov. Por meio de uma alegoria muito realista se o "notifica a seu Jerusalm abominaes" (vers. 2). Parte da linguagem que se emprega na alegoria resulta chocante para o leitor moderno. Hoje no se fala nesta forma to franco, mas aqueles a quem Ezequiel se dirigia estavam acostumados a essa forma de falar, pelo qual no lhes resultava chocante. 3. Amorreo . . . hetea. At faz poucos anos, o verdadeiro sentido desta frase era um mistrio. Sem embargo, os descobrimentos arqueolgicos das ltimas dcadas ho projetado muita luz sobre a antiga histria da Palestina. Agora se sabe que os amorreos habitaram essa regio desde pocas muito antigas, e que os hititas, que se vinham infiltrando do norte, ocuparam algumas zonas da Palestina antes de que os hebreus se estabelecessem no pas. Entre os diversos povos do Canan estavam os Jebuseos, quem vivia na antiga cidade de Jebs, localizada-se no lugar onde mais tarde se situou a cidade de Jerusalm. Os reis dessa cidade, antes de que fora conquistada pelos israelitas, tinham nomes amorreos e hititas. Este marco histrico tnico foi o bero de Jerusalm. As palavras do Ezequiel constituam um sarcasmo muito duro para a gente de Jerusalm, que se gabava de ser da linhagem do Abrao, mas que se comportava como se descendesse dos habitantes pagos do que posteriormente foi terra do srael. O parecido de carter era de maior importncia que o fato de proceder da mesma linhagem (ver Juan 8: 44). 4. Quanto a seu nascimento. Nos vers. 4-5 se descreve a um menino recm-nascido que tinha sido arrojado em um campo, prtica que era comum entre os pagos. Abandonada, a criatura logo teria morrido. Era necessrio lhe cortar o cordo umbilical a fim de que tivesse vida independente. O costume antigo indicava que se devia esfregar ao recm-nascido com sal depois de lav-lo. Segundo os antigos este tratamento fortaleceria a pele, secaria-a mais e a limparia melhor. Tambm considerava-se que o sal tinha propriedades preservativas. Alm disso, se acostumava enfaixar e envolver ao menino (ver Luc. 2: 7). Que perodo da histria do srael se representa nesta parbola? provvel que se refira a a permanncia no Egito, onde nasceu a nao do srael. 6. Vive! apresenta-se a Deus como se fora um transeunte, quem, ao passar, descobre a essa criatura to digna de lstima e to repulsiva vista. E, apesar de ser to repugnante a criatura, Deus tem piedade dela e lhe salva a vida. O Senhor achou aos hebreus nessa situao necessitada e miservel na terra de escravido. Por meio de uma cruel opresso e a matana dos meninos vares, os egpcios procuraram impedir que o povo do srael se convertesse em um povo mais forte e mais numeroso que eles (Exo. 1: 9-14). Mas Deus benzeu a seu povo, e apesar da dura 657 escravido, "fortaleceu-se em grande maneira" (Exo. 1: 20). 7. Fiz-te multiplicar. A LXX diz: "Cresce; como broto do campo te dei". No hebreu, os verbos esto em tempo perfeito, o qual indicaria que se trata de aes j realizadas. Chegou a ser muito formosa. A vocalizao do texto masortico obrigaria a traduzir como "veio com ornamento de ornamentos", o qual no muito claro. A LXX diz: "Entrastes em a cidade das cuidades". Mas as verses siracas dizem: "Chegou idade da menstruao", o qual seria possvel entender do hebreu, se se fizer uma ligeira modificao ortogrfica. Quer dizer, que a criatura abandonada tinha chegado a ser senhorita. "Chegou idade nbil" (BJ). 8. E passei eu. Esta visita diferente da que realizasse Deus ao achar ao srael recentemente nascido no Egito, quando o benzeu e o multiplicou. srael tinha chegado agora idade do matrimnio, e o Senhor se compromete em casamento com ele (cf. Jer. 2: 2). Estendi meu manto. Esta ao representava a inteno de conferir a jovem a honra do matrimnio (ver com. Deut. 22: 30; Rut 3: 9). evidente que se faz referncia ao solene acordo consertado no Sina, quando Jehov fez pacto com os hebreus, quem, a sua vez, comprometeram-se a am-lo, ador-lo e lhe obedecer em forma exclusiva, eliminando assim a todo outro Deus rival (Exo. 19: 1-9; 24: 1-8). 9. Lavei-te. O lavamiento e o uno eram parte dos preparativos para o matrimnio (Rut 3: 3; Est. 2: 12). 10. Bordado. Heb. riqmah, "tecido multicolorido". Em Sal. 45: 14 se descreve filha do rei como vestida de reqamoth, plural de riqmah (ver ali o comentrio). Calcei de texugo. Heb. tajash. Esta palavra s aparece aqui e no Pentateuco (ver com. Exo. 25: 5; 26: 14; etc.), onde tambm se traduz texugo. Seda. Heb . meshi palavra que s aparece aqui e no vers. 13. A tradio afirma que esta palavra deve traduzir-se como "seda", mas no h nenhuma segurana de que seja o que ns hoje entendemos por "seda". Ezequiel fala de tecidos e artigos de vestir conhecidos em seus dias, mas nosso conhecimento incompleto dos costumes de sua poca impede de compreender claramente todos os detalhes. Entretanto, a verdade essencial da passagem clara. 11. Adornos. A descrio corresponde com os adornos de uma noiva oriental de famlia real. Com referncia a "braceletes", ver Gn. 24: 22, 30; Nm. 31: 50; Eze. 23: 42. Quanto a "colar", ver Gn. 41: 42. 12. Jias. Heb. nzem, literalmente "anel", traduzido como "pendente" no Gn. 24: 47 e "joyeles" na SA. 3: 21. Sem dvida se faz referncia s jias que ainda hoje levam usualmente as damas do Prximo Oriente no nariz. Surge a pergunta: Deve encontrar-se nesta passagem a permisso de usar tais adornos hoje? Acaso no foi Deus mesmo quem adornou com tanta profuso jovem? Deve responder-se em forma negativa. Em primeiro lugar, trata-se de um caso figurado, cujas imagens so tiradas dos costumes da poca. Um caso similar o emprego do Jesus da parbola do rico e do Lzaro, apoiada em uma doutrina totalmente falsa do estado dos mortos (PVGM 206-207). Alm disso, o que em tempos de menos luz do AT se sancionou ou pelo menos se permitiu, com freqncia no se sancionou no perodo evanglico, devido a seu maior luz. Exemplos disto so a poligamia e o divrcio fcil (ver com. Deut. 14: 26). Em 1 Tim. 2: 9-10 e 1 Ped. 3: 3-4 se fala em contra do uso de jias e contra que as damas crists se adornem com jias e vestimentas custosas. 13. Prosperou. provvel que se faa referncia aos tempos do David e do Salomn, quando o reino do srael se estendeu do Eufrates at "o limite com o Egito" (ver com. 1 Rei. 4: 21), e muitos dos reino vizinhos lhe pagavam tributo. Este foi o perodo ureo do srael. 14. Eu pus sobre ti. Lhe recorda ao povo que sua prosperidade e sua glria no se deviam a nenhum mrito prprio, mas sim deviam a Deus o que desfrutavam. 15. Confiou em sua formosura. Um cumprimento notvel do Deut. 32: 15; cf. Ouse. 13: 6. Tendo chegado ao pinculo da glria na primeira parte do prspero reinado do Salomn, srael comeou a confiar muito em sua grandeza e prosperidade. Salomn perdeu de vista o elevado destino que Deus tinha para os hebreus e se empenhou em converter ao srael em um imprio grande e poderoso entre as naes da terra. Para obter isto, celebrou contratos e alianas com 658 naes estrangeiras, o qual tinha sido expressamente proibido Por Deus. Acreditando que beneficiava-se com o tratado consertado com o rei do Egito e selado com seu matrimnio com a filha do fara, Salomn consertou acordos similares com outras naes. Mas o engano foi fatal. A multido de suas algemas introduziu a idolatria em seu reino, at que, tanto o rei como os sditos inclinaram-se ante os deuses estranhos. Deste modo, o meio que Salomn tinha empregado para expandir seu imprio foi o que motivou sua queda. Os enormes tributos exigidos para manter a magnificncia do reino se converteram em pretexto para a revolta. O imprio que tinha fora de Palestina se desintegrou e o reino mesmo se dividiu. Prostituiu-te. emprega-se esta figura para descrever as alianas com naes estrangeiras realizadas para obter vantagens polticas, as quais Deus tinha proibido em forma enftica (Deut. 7: 2; Juec. 2: 2), ou para descrever qualquer forma de culto que substitusse ao culto do verdadeiro Deus. Esta figura comum nas Escrituras (Exo. 34: 15-16; Lev. 17: 7; Deut. 31: 16; Juec. 2: 17; SA. 1: 21; Jer. 2: 20; Sant. 4: 4). Nesta passagem se faz referncia s diversas alianas que efetuou Salomn com os pagos e a conseguinte adoo do culto idoltrico dessas naes. 16. Lugares altos. Heb. bamah (ver com. cap. 6: 3). Nem acontecer mais. No Heb. a ltima parte do versculo diz: "elas no vm e no ser". Entretanto, provvel que a traduo da RVR represente aproximadamente a idia do hebreu.* 17. Que eu te tinha dado. Nos vers. 17-19 se acusa ao srael de ter dado a outros os obsquios que Deus lhe tinha prodigalizado. Na parbola dos talentos (Mat. 25: 14-30), Jesus fez ressaltar que algo muito grave consagrar a propsitos egostas os talentos confiados. Deus atribuiu a cada homem sua tarefa, uma obra especial em um lugar especialmente designado. A cada um o dotou com capacidades especiais para cumprir essa tarefa. Muitos aceitam os dons que se confiam-lhes - dons de sade, intelecto, posses, tempo- e os pervertem empregando-os para fins totalmente egostas. Os tais so to culpados e dignos de censura como foi a idlatra nao do srael. Cada um deveria perguntar-se seriamente se est fazendo a obra que Deus lhe atribuiu. Muitos tm um conceito distorcido do xito. Pensam que s aqueles que chegaram a certa hierarquia, obtiveram certos propsitos, ho triunfado. Esta no a definio que o ciclo d do xito. Ante a vista de Deus se considera que uma pessoa triunfou quando cumpre a misso especial que o cu lhe encomendou. Essa misso pode ser muito humilde, e a tarefa servil, mas no por isso a recompensa tem que ser menor. magens de homem. Possivelmente as imagens do Baal. 20. Sacrificou-os. Referncia ao culto do Moloc, idolatria muito comum no perodo ltimo de srael (2 Rei. 16: 3; Sal. 106: 37; SA. 57: 5; Jer. 7: 31-32). Nesta forma de culto se queimava aos meninos em braos de um dolo, o que constitua um crime terrvel e antinatural (ver com. Lev. 18: 21; 1 Rei. 11: 7; 2 Rei. 16: 3). 22. No te acordaste. Aqui se acusa ao srael do pecado de vil ingratido. A nao tinha gozado de todos os privilgios e tinha sido elogiada at o cu devido a seus prerrogativas. Deus no tinha passado por cima nada que ajudaria a obter o xito. Por meio de um profeta anterior havia dito: "Que mais se podia fazer a minha vinha, que eu no tenha feito nela? Como, esperando eu que desse uvas, deu uvas silvestres?" (SA. 5: 4). Na Bblia h muitssimos outros exemplos de ingratido. cabea da lista est o tremendo exemplo da ingratido do Ado. O tambm ocupava uma situao magnfica. para sempre ser um mistrio como ele -um ser santo- pde chegar ao ponto de pecar contra Deus, desdenhando de tal modo ao Eterno que tinha disposto tudo s para o bem do Ado. A histria humana terminar com um registro de ingratido. Nos ltimos dias, os homens sero "ingratos" (2 Tim. 3: 1-5). Os cristos deveriam cuidar-se de no ser mesquinhos em expressar seu agradecimento. Deveriam dedicar uma parte muito major de suas oraes a elogiar a Aquele que a fonte de toda bno. 23. Toda sua maldade. At este ponto, 659Ezequiel se tinha ocupado das formas cananeas da idolatria. Agora comea a condenar as alianas com pases mais distantes e as idolatrias provenientes deles. 24. Lugares altos. Heb. gab, "touro" ou "bocel", a moldura redonda que rodeia a base de uma coluna. Alguns comentadores sugeriram que se refere a uma construo redonda, possivelmente uma abbada. Entretanto, os relevos procedentes do Asur pareceriam indicar que se faz aluso a certa plataforma elevada, frente ao altar, no qual se levavam a cabo relacione sexuais rituais. Na LXX l-se ouz'k'MA pornikn, "casa de prostituio", e na BJ, "prostbulo". Em muitas das formas antigas de culto, a prostituio adquiria um carter semirreligioso. 26. Filhos do Egito. Alguns pensam que aqui se faz referncia ao carter licencioso do culto egpcio. Em repetidas ocasies, srael procurou amizade com o Egito, sobre tudo na ltima parte da monarquia (1 Rei. 3: 1; 9: 16; 10: 28; 2 Rei. 17: 4; 18: 21; SA. 30: 1-5; 31: 1-3; 36: 6; Ouse. 7: 1 1). Neste mesmo tempo, parte da obra de jeremas consistia em opor-se tendncia a pactuar uma aliana com o Egito (Jer. 37: 5, 7). Com a figura da prostituio se representam as alianas polticas e comerciais (SA. 23: 17; Nah. 3: 4). Grossos de carnes. Uma figura do poder do Egito e da fora dos soldados egpcios. Cf. cap. 23: 20. 27. Diminu sua proviso ordinria. O propsito de Deus era que esta fora uma medida disciplinadora que fizesse que a esposa infiel se desse conta de seu pecado. Os seres humanos tendem a esquecer que todas as bnes temporrias provm de Deus, quem faz que seu sol brilhe tanto sobre justos como sobre maus. Pelo exerccio imediato do poder divino, cada semente brota vida e a terra produz em abundncia para sustentar ao homem. Deus deseja que ao ser tirados estes benefcios, os homens recordem que dependem plenamente dele. Filisteus. Dos tempos dos juizes, os filisteus tinham sido persistentes inimigos do srael. Foram subjugados pelo David, mas novamente causaram dificuldades durante o perodo dos ltimos reis (2 Rei. 18: 8; 2 Crn. 26: 7; 28: 18). Com freqncia foram o tema de declaraes profticas (SA. 9: 12; Jer. 25: 20; 47: 1, 4; Eze. 25: 15-16; Ams 1: 6-8; 3:9; Abd. 19; Sof. 2: 5; Zac. 9: 6). envergonham-se. possvel que esta figura se apie na idia de que os filisteus pelo menos mantiveram-se fiis a seus deuses e no os tinham trocado por outros como tinha-o feito o srael (Jer. 2: 10-11). 28. Assrios. Tanto Jud (2 Rei. 16: 7) como o srael (Ouse. 8: 13) brindaram sua amizade aos assrios. 29. Canan. Heb. kena'an. provvel que aqui no se empregue a palavra em seu sentido de nome prprio, a no ser no sentido secundrio de "trfico" ou "comrcio" (ver SA. 23: 8 onde kena'an se traduz como "mercados"; cf. Ouse. 12: 7; Sof. 1: 11). No Eze. 17: 4 "terra de mercados" "terra de kena'an", e se aplica a Babilnia. Nesta passagem, poderia-se traduzir "o pas dos mercados, em Esquenta" (BJ). Com Babilnia conclui a contagem de pases com os quais tinha fornicado o srael. 30. Quo inconstante! Esta exclamao condena o apetite doentio do desejo carnal. Os pecados que se cometem, com freqncia debilitam a natureza moral at. que as faculdades da vontade so destrudas. O homem ento escravo de seu concupiscncia. O Evangelho do Jesucristo plenamente capaz de transformar tais coraes endurecidos pelo pecado. Quando o homem permite que o poder divino entre em sua vida, a vontade debilitada pode fortalecer uma vez mais e a fibra moral pode ser regenerada. 31. Meus lugares altos. Heb. gab. Ver com. vers. 24. Menosprezou o pagamento. Pelo general uma rameira aceita o pagamento, mas o srael, contrariamente ao procedimento acostumado, dava obsquios a seus amantes (vers. 31-34). Estrategicamente situada na grande rota que unia s naes rivais de Assria e Egito, srael bem poderia ter exigido o pagamento de sua amizade. Em vez de faz-lo, pagou um elevado preo pela ajuda dessas naes. Comprou assim sua runa (2 Rei. 16: 8-9; cf. Ouse. 12: 1). 35. Oua. depois de assinalar o pecado do Jud, o profeta declara qual tem que ser seu castigo. emprega-se a mesma linguagem figurada. 36. Por quanto. O hebreu desta frase diz: "por haver-se derramado seu nejsheth" e "foi (ou h sido) exposta sua nudez em suas obscenidades com seus amantes". A palavra nejsheth significa "cobre", pelo qual a VM traduz "foi derramado voc dinheiro". Tambm poderia derivar-se da palavra 660 acadia nujshu, "abundncia", e em to sentido depreciativo, "esbanjamento". A tendncia modera de pensar que nejsheth vem da palavra acadia najshatu, "menstruao". A BJ diz: "Por ter exibido sua vergonha e descoberto sua nudez..." Sangue de seus filhos. O infanticdio requerido no culto do Moloc (ver com. vers. 20). 37. Todos seus apaixonados. Quer dizer, todas as naes vizinhas com as quais o srael se aliou. 38. As leis das adulteras. Na antiga lei judia, o castigo do assassinato, do adultrio e de sacrificar ao Moloc era a morte (Exo. 21: 12; Lev. 20: 15, 10). A pena capital era o apedrejamento (Lev. 20: 2; cf. Juan 8: 5). A acusao de ter derramado sangue, alm de referir-se ao infanticdio relacionado com os sacrifcios do Moloc, poderia tambm incluir outros crmenes, assassinatos e homicdios judiciais. 39. Lugares altos. Ver com. vers. 24. 40. Apedrejaro-lhe. Esta era a forma de aplicar a pena capital no caso de adultrio (ver com. vers. 38). A lei mandava que o castigo devia ser executado pela congregao (Nm. 15: 36), ou pelos homens da cidade (Lev. 20: 2). Em este caso, a "multido de gente" o exrcito dos caldeos. 41. Queimaro suas casas. Em 2 Rei. 25: 9 e Jer. 52: 13 se relata o cumprimento literal desta predio. H aqui uma mescla do figurado com o literal. A casa da adltera ser destruda e as casas de Jerusalm sero queimadas. Muitas mulheres. Se se seguir a figura de Jerusalm como esposa infiel, estas seriam as naes pags. 42. Descansarei. Aqui aparece a figura do marido ciumento que completa o castigo de sua esposa adltera. A retribuio se acaba como se extingue um fogo que consumou todo o combustvel. Como o indica a seqela (vers. 53, 60-63,los) castigos no seriam finais, mas sim a retribuio seria corretiva. 43. Provocou a ira. Heb. ragaz, verbo que possivelmente deveria traduzir-se aqui como "irou-te contra mim". 44. Qual a me, tal a filha. Outro exemplo do costume oriental de expressar as vivencias cotidianas em ditos curtos e expressivos. Hoje diramos: 'De tal pau, tal lasca". Este dito afirma que o srael, apesar de que se orgulhava de seus antepassados, a os quais considerava muito superiores aos de outros, no era melhor que sua me hitita (ver com. vers. 3). 45. Desprezou a seu marido. "Seus maridos" (BJ). No se pode identificar com claridade a estes maridos. Alguns pensaram que se representa aqui a Deus como se fora o marido, no s do srael, mas tambm das outras naes. No caso delas, a idolatria tambm equivalia a ter apostatado de Deus, quem lhes tinha dado uma revelao de si mesmo. Deus Deus de todo o mundo e no s do srael. Tem direito de receber a lealdade de toda a humanidade, em primeiro lugar por ter criado ao homem, e em segundo lugar porque deu a todos uma medida de revelao suficiente como para que lhe rendam um culto inteligente. Jesus a "luz verdadeira, que ilumina a todo homem" (Juan 1: 9; cf. ROM. 1: 20; Hech. 14: 17). 46. rm maior. Do ponto de vista cronolgico, Sodoma no era menor que Jerusalm, nem Samaria era maior. A hebria fala de irm "grande" e irm "pequena". O reino da Samaria era maior e mais forte, enquanto que Sodoma era menor porque tinha uma populao relativamente pequena. Habita ao sul. Em forma potica se representa a Sodoma como se ainda existisse. 47. Como se isto fora pouco e muito pouco. Heb. kime'at qat. A primeira palavra significa "como pouco". A segunda possivelmente signifique "pequeno", embora isto no seguro. Alguns pensam que est relacionada com a palavra etipica quatit, "pequeno". De entender-se assim, a frase deveria traduzir-se: "nem fez segundo suas abominaes muito pouco, corrompeu-te mais que elas". No hebreu, esta frase tambm poderia referir-se a "pouco tempo". Ento deveria entender-se: "no fez segundo seus abominaes, mas sim em pouco tempo te corrompeu mais que elas". Deve entender-se que seu pecado era maior e que eram mais culpados porque haviam tido maiores oportunidades. Este foi o pensamento de Cristo quando condenou s pessoas de seus dias, afirmando que seria "mais passvel o castigo para a terra da Sodoma e da Gomorra, que para aquela cidade" (Mat. 10: 15). So mais pecadores quem peca contra a luz mais clara. Os castigos mais terrveis so os que sobrevm a quem tem tido maiores oportunidades, mas se ho 661 abusado da misericrdia de Deus e no aceitaram as advertncias divinas. A luz acumulada durante sculos brilha em nossos dias. Os que hoje descuidam as bnes e as oportunidades so mais culpados que os homens de qualquer outra poca. A ira de Deus que se manifesta nas sete ltimas pragas est reservada para quem decide ir contra Cristo no dia de maior luz, quando o mensagem do terceiro anjo se incremento convertendo-se em um forte clamor, e toda a terra iluminada com a glria de Deus (Apoc. 18: 1-4). Os pecadores de outras pocas s sofrem a ira que sobrevm depois do milnio. 49. Soberba. O profeta no assinala os crmenes contra a natureza que usualmente se associam com o nome da Sodoma. Mas bem parece referir-se s causas e no a as manifestaes externas. A prosperidade sempre pe em perigo a virtude, e o cio leva a tentao e a todo tipo de pecado. Moiss havia prevenido ao srael contra estes perigos (Deut. 6: 10-12; cf. (Jer. 22: 21; Ouse. 13: 6). Na contagem de pecados, inclui-se um negativo: "no fortaleceu a mo do aflito e do carente". Pelo general os homens preocupam-se dos pecados de comisso. Mas igualmente fcil perder o cu pelos pecados de omisso. Na parbola, Jesus ordena aos que esto a sua esquerda que se apartem, no porque tenham cometido grandes pecados visveis, mas sim porque descuidaram o singelo ministrio do amor (Mat. 25: 41-46). Este ensino harmoniza com a declarao do apstolo: "Ao que sabe fazer o bom, e no o faz, -lhe pecado" (Sant. 4: 17). No se mencionam os pecados da Samaria, sem dvida porque suas abominaes eram to recentes que no precisavam ser mencionadas, enquanto que a histria de Sodoma tinha concludo mais de mil anos antes. 50. Quando o vi. O hebreu diz "como eu vi". Em primeiro lugar, Deus inspeciona (ver Gn. 18: 21) e depois castiga, conforme s obras. Este proceder anlogo ao do julgamento final, quando se far uma cuidadosa investigao dos registros de todos os homens antes de que se atribuam as recompensas ou castigos (2 Cor. 5: 10). 51. justificaste a suas irms. Esta frase dever entender-se a modo de comparao. Sodoma e Samaria, em comparao com o Jud, pareciam ser inocentes, sem siti que essa aparente inocncia bastasse para absolver as de culpa. Freqentemente, os seres humanos procuram justificar sua prpria conduta imperfeita comparando-se com outros que, segundo suas asseveraes, so mais pecadores que eles mesmos. Esta conduta leva a runa. Os homens s deveriam comparar-se com uma norma: o imaculado carter de Cristo. 53. Farei voltar para seus cativos. Literalmente, "farei voltar o cativeiro delas", quer dizer, "as restabelecerei" (BJ). ndica-se assim, em um sentido figurado, voltariam para seu estado anterior, j que na Sodoma nunca houve cativeiro. Este texto problemtico pois Sodoma e suas filhas (as cidades circunvizinhas) haviam desaparecido com todos seus habitantes, sculos antes, e no ficavam delas descendentes (Gn. 19: 25; Jud. 7). Por isso como podia efetuar um restabelecimento? possvel que nesta passagem Sodoma simbolize aos povos vizinhos, tais como os amonitas e os moabitas, descendentes do Lot, quem tinha sobrevivido destruio da Sodoma. O plano divino para a salvao do homem tambm para todas as naes. Entretanto, a linguagem de esta passagem extremamente figurada, e o propsito desta comparao o de "provoc-los [aos judeus] a cimes" (ROM. 11: 11). Na restaurao Jud aparece ocupando o terceiro lugar. 54. Sendo voc motivo de consolo. que estas irms, a quem Jerusalm tinha desprezado, participassem de a restaurao seria em si um motivo de maior humilhao. 55. E suas irms. menciona-se em primeiro trmino a Sodoma e a Samaria, no porque cronologicamente foram ser restabelecidas antes que Jud, se que se alude a uma aplicao literal (ver com. vers. 53), mas sim a fim de que, seguindo o mesmo argumento, a mera meno delas pudesse provocar o arrependimento da arrogante Jud. 56. Digna de meno. Literalmente, "para relatrio ouvido', sem dvida com o sentido de um "relatrio para mau', ou "brincadeira", ou "recriminao". possvel que esta frase deva interpretar-se como uma pergunta: "Acaso no fez brincadeira de sua irm Sodoma, o dia de voc orgulho?" (BJ). 57. Sria. Heb.'Aram. Em vrios manuscritos e nas verses siracas se l "Edom". As letras hebrias da palavra 'Aram e da palavra 'Edom so muito similares (ver com. 2 662 Sam. 8: 12). Esta passagem pode referir-se alegria do Jud frente s desgraas tanto de Sria como do Edom. 59. nvalidar o pacto. srael tinha invalidado o pacto feito no Sina, segundo o qual Deus oferecia ao srael o privilgio de chegar a ser seu "especial tesouro" (Exo 19: 5). Este povo deveria ser o depositrio dos sagrados orculos e tinha que divulgar o conhecimento da lei de Deus, primeiro mediante A demonstrao da verdade em suas vidas, e em segundo lugar, mediante a obra missionria ativa. Fracassaram miserablemente em ambos os sentidos. Ver PP. 32-36. 60. Pacto eterno. Embora o srael tinha sido desleal e tinha quebrantado o pacto, sua infidelidade no podia modificar a fidelidade de Deus. O estava disposto a convir um novo compromisso de pacto logo que eles se arrependessem. Desgraadamente, por causa da contnua infidelidade do remanescente, isto no se cumpriu at a era evanglica, quando se assegurou a estabilidade do pacto, que j no se fez com uma nao a no ser com indivduos. Por outra parte, o oferecimento de fazer um "pacto eterno" no foi aceito pelos repatriados depois do exlio. Na Bblia aparecem dois pactos: um "antigo" e outro "novo". Em realidade, no h mais que um pacto: o plano de salvao, que um "pacto eterno". O que se fale de um "pacto antigo" -que foi ratificado no Sina- e um "pacto novo" -que foi ratificado no Calvrio- poderia emprestar-se para alguma confuso. O pacto eterno simplesmente o que Deus disps para a salvao da raa humana. Em sua essncia o "pacto eterno" um sinnimo do "plano de redeno". Este pacto foi consertado com o Ado no den e mais tarde foi renovado com o Abrao (PP 387). Representava a posta em marcha de um plano mediante o qual o homem pudesse ser restabelecido posio que tinha perdido. O homem precisava receber o perdo de seus transgresses. Este perdo foi possvel por meio da obra que o Filho de Deus teria que realizar em sua encarnao, vida e morte. O carter do homem precisava ser posto de novo em harmonia com a imagem divina. Se o prometeu ao homem o poder divino, o qual, uma vez aceito pelo ser humano, expulsaria da vida o pecado e incorporaria na alma os rasgos de piedade. Este pacto ou convnio para a salvao foi consertado com o Ado, mas se aplica igualmente aos homens de todas as idades. No NT, este mesmo pacto se denominou "novo pacto", simplesmente porque sua validao mediante o sacrifcio de Cristo ocorreu depois da validao do antigo pacto, realizado no Sina. O antigo pacto foi consertado no Sina. J que existia uma disposio adequada para a salvao dos homens, por que foi necessrio que se fizesse este outro pacto? O pacto antigo nunca teve o propsito de ocupar o lugar do pacto eterno. Tampouco devia servir como outra maneira de alcanar a salvao. Se se estudar o marco histrico deste pacto, compreender-se com maior claridade seu propsito. Enquanto tinham sido escravos no Egito, os israelitas em boa medida tinham perdido o conhecimento de Deus e dos requerimentos divinos. necessitaria-se algum tempo para obter sua redao. A verdade espiritual s pode compreender-se em forma gradual. S quando se aprendeu uma verdade, pode adquirisse outra mais. Deus comeou seu instruo no Sina lhe dizendo ao povo que o propsito de seu plano era o de fazer harmonizar a vida deles com o carter divino. Entretanto, esse propsito foi expresso em forma objetiva: "Agora, pois, se diereis ouvido meu voz, e guardarem meu pacto, vs sero meu especial tesouro sobre todos os povos; porque minha toda a terra. E vs me sero um reino de sacerdotes, e gente Santa" (Exo. 19: 56). Nesse momento os israelitas entendiam pouco o que isso implicava. Concordaram com a ampla declarao de os propsitos, e responderam: "Tudo o que Jehov h dito, faremos" (Exo. 19: 8). Deus tinha o plano de prosseguir a partir deste ponto, e instruir ao povo na forma de obter esses objetivos. Em forma gradual, medida que pudessem compreend-los, Deus se propunha lhes ensinar todos os detalhes do pacto eterno (ver Material Suplementar do EGW com. Exo. 19: 38). Desgraadamente, o povo nunca pde progredir alm da primeira lio em sua instruo espiritual. Captou a idia de que era necessrio obedecer. Esta filosofia a tinha aprendido no Egito. portanto, procurou o favor de Deus esforando-se em render uma obedincia externa aos requerimentos divinos. Foram rechaados todos os intentos 663 divinos de mostrar que era necessrio ter um corao novo, e que era indispensvel a graa divina para que tal obedincia fora possvel. Salvo poucas excees individuais, esta atitude continuou durante todo o perodo do AT, apesar de que os profetas repetidas vezes insistiram ao povo para que aceitasse essa relao mais excelsa. Com referncia ao novo pacto, ver Jer. 31: 31- 34; Heb. 8: 8-13; PP 386-390. 61. E te envergonhar. Por meio de suas desgraas, Jud seria humilhada e instruda, e ao fim chegaria a compreender os propsitos de Deus. As maiores . . . as menores. Estes plurais indicam que no s se faz referncia a Samaria e a Sodoma, mas sim esto includas todas as naes que aceitem a relao que estabelece o novo pacto. Seu pacto. Possivelmente se faa aluso aqui interpretao errnea que Jud fazia do pacto divino original que, segundo o plano de Deus, devia abranger a todo o mundo, mas que, segundo os judeus, devia excluir de seus benefcios a todas as outras naes. 63. Para que te lembre. O perdo concedido Por Deus no apaga por completo a lembrana do passado pecaminoso. A vergonha que acompanha a esta lembrana uma proteo necessria dentro da nova vivencia. Este conhecimento tambm faz recordar constantemente a magnitude da salvao. Comparar isto com o PR 57. COMENTROS DO ELENA G. DO WHTE 8, 13-15 CS 432 32 CS 432 49 CH 629; CM 213; CN 439; Ed 205; JT 145; 2JT 74; 2T 371 49-50 CRA 157; PP 152 62-63 PVGM 146 CAPTULO 17 1 Deus utiliza a parbola das duas guias e a videira, 11 para destacar seus castigos contra Jerusalm por voltar-se de Babilnia ao Egito. 22 Deus promete plantar o cedro do Evangelho. 1 VEO para mim palavra do Jehov, dizendo: 2 Filho de homem, propn uma figura, e compn uma parbola casa do srael. 3 E dir: Assim h dito Jehov o Senhor: Uma grande guia, de grandes asas e de largos membros, cheia de plumas de diversas cores, veio ao Lbano, e tomou o broto do cedro. 4 Arrancou o principal de seus renuevos e o levou a terra de mercados, e o ps em uma cidade de comerciantes. 5 Tomou tambm da semente da terra, e a ps em um campo bom para semear, plantou-a junto a guas abundantes, p-la como um salgueiro. 6 E brotou, e se fez uma videira de muita ramagem, de pouca altura, e seus ramos olhavam guia, e suas razes estavam debaixo dela; assim que se fez uma videira, e arrojou sarmentos e jogou enxertos de planta. 7 Havia tambm outra grande guia, de grandes asas e de muitas plumas; e hei aqui que esta videira juntou perto dela suas razes, e estendeu ela seus ramos, para ser regada por ela pelos sulcos de seu plantio. 8 Em um bom campo, junto a muitas guas, foi plantada, para que fizesse ramos e desse fruto, e para que fosse videira robusta. 9 lhes diga: Assim h dito Jehov o Senhor: Ser prosperada? No arrancar seus razes, e destruir seu fruto, e se secar? Todas suas folhas viosas se secaro; e isso sem grande poder nem muita gente para arrancar a de suas razes. 10 E hei aqui est plantada; ser prosperada? No se secar de tudo quando o vento solano a toque? Nos sulcos de seu verdor se secar. 11 E veio para mim palavra do Jehov, dizendo: 12 Dava agora casa rebelde: No entendestes o que significam estas coisas? lhes diga: Hei aqui que o rei de Babilnia veio Jerusalm, 664 e tomou a seu rei e a seus prncipes, e os levou consigo a Babilnia. 13 Tomou tambm a um da descendncia real e fez pacto com ele, e lhe fez emprestar juramento; e se levou consigo aos capitalistas da terra, 14 para que o reino fosse abatido e no se levantasse, a fim de que guardando o pacto, permanecesse em p. 15 Mas se rebelou contra ele, enviando embaixadores ao Egito para que lhe desse cavalos e muita gente. Ser prosperado, escapar o que estas coisas fez? O que rompeu o pacto, poder escapar? 16 Vivo eu, diz Jehov o Senhor, que morrer em meio de Babilnia, no lugar onde habita o rei que lhe fez reinar, cujo juramento menosprezou, e cujo pacto feito com ele rompeu. 17 E nem com grande exrcito nem com muita companhia far Fara nada por ele na batalha, quando se levantarem cercados e se edifiquem torres para cortar muitas vistas. 18 Por quanto menosprezou o juramento e quebrantou o pacto, quando hei aqui que tinha dado sua mo, e tem feito todas estas coisas, no escapar. 19 portanto, assim h dito Jehov o Senhor: Vivo eu, que o juramento meu que menosprezou, e meu pacto que quebrantou, trarei-o sobre sua mesma cabea. 20 Estenderei sobre ele minha rede, e ser detento em meu lao, e o farei vir a Babilnia, e ali entrarei em julgamento com ele por sua prevaricao com que contra mim se rebelou. 21 E todos seus fugitivos, com todas suas tropas, cairo a espada, e os que fiquem sero pulverizados a todos os ventos; e sabero que eu Jehov hei falado. 22 Assim h dito Jehov o Senhor: Tomarei eu do broto daquele alto cedro, e plantarei-o; do principal de seus renuevos cortarei um caule, e o plantarei sobre o monte alto e sublime. 23 No monte alto do srael o plantarei, e elevar ramos, e dar fruto, e se far magnfico cedro; e habitaro debaixo dele todas as aves de toda espcie; sombra de seus ramos habitaro. 24 E sabero tudas as rvores do campo que eu Jehov milho a rvore sublime, levantei a rvore baixo, fiz secar a rvore verde, e fiz reverdecer a rvore seco. Eu Jehov o hei dito, e o farei. 1. Palavra do Jehov. esta uma nova comunicao, sem que por isso deixe de formar parte da mesma srie de profecias que comea com a viso dos cap. 8-11. Os vers. 12-24 permitem determinar a ocasio e fixar a data da profecia. sto ocorreu quando Sedequas procurava conseguir ajuda egpcia para enfrentar-se com Nabucodonosor. 2. Figura. Heb. jidah, "enigma" (Sal. 49: 4), "coisa escondida" (Sal. 78: 2). Nesses passagens aparecem juntas as palavras que se traduzem como "figura" e "parbola" neste versculo do Ezequiel. 3. Uma grande guia. Literalmente, "a guia grande" (BJ). Segundo o vers. 12, este smbolo representa ao "rei de Babilnia" (cf. Jer. 48: 40; 49: 22). Lbano. Em forma potica se representa aqui ao Jud. possvel que o nome de um dos palcios do Salomn, chamado "casa do bosque do Lbano" (1 Rei. 7: 2; 10: 17, 21) tivesse sugerido este simbolismo. O broto. Heb. tsammreth, palavra que s aparece aqui, no vers. 22, e no cap. 31: 3, 10, 14. Sua etimologia duvidosa, mas parecesse que significa "topo" (BJ) da rvore. alude-se aqui ao Joaqun, a quem Nabucodonosor levou cativo a Babilnia (2 Rei. 24: 12). 4. Mercados. Heb. kena'an, palavra que est acostumado a transliterarse como "Canan', mas que aqui se emprega com o sentido secundrio de "comrcio" ou "mercadoria" (ver com. cap. 16: 29). A "terra de mercados" Babilnia (cap. 17: 12). 5. A semente da terra. Esta representava ao Sedequas, a quem Nabucodonosor ps por rei em lugar do Joaqun. possvel que Joaqun tenha sido deposto do trono por seu tendncia favorvel ao Egito. esperava-se que Sedequas, como vassalo de Babilnia, permaneceria fiel a seu senhor o rei. 6. Uma videira de muita ramagem. Nos dias do Sedequas, o Estado judeu pde chegar a ser frutfero e prspero, apesar de estar sujeito a Babilnia. Sedequas tinha jurado reconhecer a soberania do Nabucodonosor (2 Crn. 36: 13). Sem dvida, Nabucodonosor esperava que o florescente reino do srael servisse algo assim como de pra-choque entre seu reino e Egito, aqui tinha sonhos de converter-se em imprio. 7. Outra grande guia. Hofra do Egito, tambm 665 chamado Apries (vers. 15; cf. Jer. 44: 30). Para ela. Embora Sedequas tinha jurado lealdade a Babilnia (2 Crn. 36: 13; cf. 17: 14), em forma traioeira procurou a ajuda do Egito. Jeremas tentou dissuadir a Sedequas de que se aliasse com o Egito (Jer. 37: 7). 9. Ser prosperada? Se insina uma resposta negativa. As propostas de amizade do Egito deram como resultado a completa destruio do Jud. 10. Vento solano. Um smbolo muito apropriado para representar aos babilonios, quem morava ao leste da Palestina. O vento solano (oriental) notrio por seu efeito devastador sobre a vegetao ( Job 27: 21; Eze. 19: 12; Ouse. 13: 15; Jon. 4: 8). 11. E veio para mim. Esta nova introduo sugere que transcorreu algum tempo antes de que se desse a explicao da parbola. Durante esse lapso a parbola teria que ser um enigma para o povo; suscitaria sua curiosidade, e o voltaria mais atento quando o profeta explicasse o sentido da mesma. A verdade sempre encontra terreno mais frutfero na mente inquisitivo. 12. O que significam estas coisas? O profeta apresenta a seguir a interpretao formal da parbola (vers. 12-17). Sem dvida a "casa rebelde" inclua a aqueles exilados em Tell-abib que esperavam que a aliana com o Egito tivesse xito e fora tombado o poder de Babilnia. Hei aqui. A interpretao da parbola aparece no comentrio dos vers. 3- 10. 15. Cavalos. A partir da 18. dinastia, os carros formavam parte da equipe militar de os exrcitos egpcios (ver com. Exo. 14: 7; 1 Rei. 10: 28-29; cf. 2 Crn. 12: 2-3; SA. 31: 1; 36: 9). Escapar? A perfdia do Sedequas, manifestada ao violar seu pacto de lealdade, alm de suas outras grandes impiedades, no podia passar-se por alto. Com referncia santidade de um juramento, ver Jos. 9; 2 Sam. 21: 1-2. 16. Morrer. Ver com. Eze. 12: 13. 17. Far Fara nada por ele. O hebreu diz " far ao Fara". A traduo da RVR afirma que de nenhum proveito ou servio seria a ajuda do Egito. sugeriu-se a correo do verbo a fim de que possa traduzir-se como "salvar-lhe" (BJ). Quando se levantarem cercados. Seriam os babilonios os que levantariam cercados e edificariam torres (ver com. cap. 4: 2), e no os egpcios. 18. Tinha dado sua mo. Quer dizer, tinha prometido ou jurado. 19. meu juramento. O Senhor designa como seu o pacto e o juramento que tinha consertado com Nabucodonosor, sem dvida porque tinha sido feito no nome de Deus (2 Crn. 36: 13). Alm disso, como rbitro da histria, o Senhor tinha planos de que em este momento os judeus se submetessem ao jugo de Babilnia (Jer. 27: 12). 20. Estenderei sobre ele minha rede. A primeira parte deste versculo quase idntica ao cap. 12: 13. Ver ali o comentrio. 22. Tomarei eu. Uma promessa de restaurao futura. Deus mesmo se interporia e tomaria o "broto" do cedro e o plantaria "no monte alto do srael". Sem dvida a predio se refere ao Mesas. Monte. Ver Eze. 20: 40; cf. SA. 2: 2-4; Miq. 4: 1-3. 23. As aves de toda espcie. Desta forma se representa a variedade de habitantes que povoam a terra (cf. Mat. 13: 32), gente de "toda nao, tribo, lngua e povo". Mediante um remanescente, Deus desejava cumprir o propsito com o qual originalmente havia chamado ao srael. A instruo religiosa tinha que repartisse desde o Sin, e o reino espiritual tinha que estender-se por todo o mudo. O fracasso do remanescente do srael determinou que se chamasse igreja crist (1 Ped. 2: 9; cf. Deut. 10: 15). Seus membros, reunidos de toda nao, tribo, lngua e povo, tinham que constituir a nova nao por meio da qual Deus evangelizaria ao mundo (Mat. 21: 33-46). 24. Tudas as rvores. Quer dizer, as naes vizinhas. Elas seriam testemunhas da restaurao de a nao do srael e reconheceriam que tudo poder provm de Deus, quem em silncio e com pacincia est levando a cabo os propsitos de sua divina vontade. Deus atribuiu uma tarefa a cada pessoa e a cada nao. A todos lhes permite ocupar um lugar na terra a fim de ver se cumpriro o propsito divino (ver Ed 173; PR 392-393). COMENTROS DO ELENA G. DO WHTE 15-18 PR 332 22-23 PR 441 666 CAPTULO 18 1 Deus desaprova a parbola das uvas azedas. 5 Mostra como trata a um pai justo, 10 a um filho mpio de um pai justo, 14 a um filho justo de um pai mpio, 19 a um homem mpio que se arrepende, 24 e a um homem justo que corrompe-se. 25 Deus defende sua justia, 31 e precatria ao arrependimento. 1 VEO para mim palavra do Jehov, dizendo: 2 O que pensam vs, os que usam este refro sobre a terra do srael, que diz: Os pais comeram as uvas azedas, e os dentes dos filhos tm a dentera? 3 Vivo eu, diz Jehov o Senhor, que nunca mais tero por que usar este refro no srael. 4 Hei aqui que todas as almas so minhas; como a alma do pai, assim a alma do filho minha; a alma que pecar, essa morrer. 5 E o homem que for justo, e hiciere segundo o direito e a justia; 6 que no comer sobre os Montes, nem elevar seus olhos aos dolos da casa do srael, nem violar a mulher de seu prximo, nem se chegar mulher monstruosa, 7 nem oprimir a nenhum; que ao devedor devolvesse seu objeto, que no cometer roubo, e que diere de seu po ao faminto e cobrir ao nu com vestido, 8 que no emprestar a interesse nem tomar usura; que da maldade seu retrajere mo, e hiciere julgamento verdadeiro entre homem e homem, 9 em meus regulamentos caminhar, e guardar meus decretos para fazer rectamente, este justo; este viver, diz Jehov o Senhor. 10 Mas se engendrasse filho ladro, derramador de sangue, ou que faa alguma coisa destas, 11 e que no faa as outras, mas sim comer sobre os Montes, ou violar a mulher de seu prximo, 12 ao pobre e carente oprimir, cometer roubos, no devolvesse o objeto, ou elevar seus olhos aos dolos e hiciere abominao, 13 emprestar a interesse e tomar usura; viver este? No viver. Todas estas abominaes fez; de certo morrer, seu sangue ser sobre ele. 14 Mas se este engendrasse filho, o qual vir todos quo pecados seu pai fez, e vendo-os no hiciere segundo eles; 15 no comer sobre os Montes, nem elevar seus olhos aos dolos da casa de srael; a mulher de seu prximo no violar, 16 nem oprimir a ningum, o objeto no retuviere, nem cometer roubos; ao faminto diere de seu po, e cobrir com vestido ao nu; 17 apartar sua mo do pobre, interesse e usura no recebesse; guardar meus decretos e andasse em meus regulamentos; este no morrer pela maldade de seu pai; de certo viver. 18 Seu pai, por quanto fez ofensa, despojou violentamente ao irmo, e fez em meio de seu povo o que no bom, hei aqui que ele morrer por sua maldade. 19 E se dijereis: por que o filho no levar o pecado de seu pai? Porque o filho fez segundo o direito e a justia, guardou todos meus estatutos e os cumpriu, de certo viver. 20 A alma que pecar, essa morrer; o filho no levar o pecado do pai, nem o pai levar o pecado do filho; njustia do justo ser sobre ele, e a impiedade do mpio ser sobre ele. 21Mas o mpio, se se separar de todos seus pecados que fez, e guardar todos meus estatutos e hiciere segundo o direito e a justia, de certo viver; no morrer. 22 Todas as transgresses que cometeu, no lhe sero recordadas; em sua justia que fez viver. 23 Quero eu a morte do mpio? diz Jehov o Senhor. No viver, se se separar-me de seus caminhos? 24 Mas se o justo se separar de sua justia e cometer maldade, e hiciere conforme a todas as abominaes que o mpio fez, viver ele? Nenhuma de as justias que fez lhe sero tidas em conta; por sua rebelio com que prevaricou, e pelo pecado que cometeu, por isso morrer. 25 E se dijereis: No reto o caminho do Senhor; ouam agora, casa do srael: No reto 667 meu caminho? no so seus caminhos torcidos? 26 Apartando o justo de sua justia, e fazendo iniqidade, ele morrer por isso; pela iniqidade que fez, morrer. 27 E apartando o mpio de sua impiedade que fez, e fazendo segundo o direito e a justia, far viver sua alma. 28 Porque olhou e se separou de todas suas transgresses que tinha cometido, de certo viver; no morrer. 29 Se ainda dijere a casa do srael: No reto o caminho do Senhor; no so retos meus caminhos, casa do srael? Certamente, seus caminhos no so retos. 30 portanto, eu lhes julgarei a cada um segundo seus caminhos, OH casa do srael, diz Jehov o Senhor. Convertos, e lhes aparte de todas suas transgresses, e no lhes ser a iniqidade causa de runa. 31Echad de vs todas suas transgresses com que pecastes, e lhes faa um corao novo e um esprito novo. por que morrero, casa do srael? 32 Porque no quero a morte de que morre, diz Jehov o Senhor; convertos, pois, e vivero. 1. Palavra do Jehov. Aqui comea uma nova seo que fala da responsabilidade individual de cada pessoa. Em repetidas ocasies Ezequiel fazia notar que os castigos certamente tinham que sobrevir. Assim esperava induzir ao povo ao arrependimento. Mas este saudvel propsito foi frustrado pela forma em que se interpretou o castigo. Os israelitas consideravam que eram filhos inocentes que sofriam por causa da iniqidade de seus pais e que, em conseqncia, o arrependimento era intil e desnecessrio. No estavam dispostos a reconhecer sua prpria culpa, nem a admitir sua responsabilidade pessoal. 2. Usam este refro. O fato de que o qualifique de "refro", indica que era um dito popular. O tempo do verbo hebreu sugere que se tratava de algo que se repetia com freqncia. Jeremas fez referncia ao mesmo provrbio e tambm o condenou (Jer. 31: 29-30). As uvas azedas que comeram os pais eram seus prprios pecados. A "dentera" dos filhos representava o sofrimento que os judeus acreditavam que lhes tinha sobrevindo por causa dos pecados de seus pais. A primeira vista poderia parecer que este refro concorda com o que se expressa claramente no segundo mandamento, que as iniqidades dos pais seriam visitadas sobre os filhos (Exo. 20: 5; 34: 7; Deut. 5: 9). Se assim fora, por o que teria que condenar Ezequiel com tanta veemncia o refro? A declarao do Ezequiel e o que se afirma na lei tm que ver com dois aspectos diferentes do problema. Os contemporneos do Ezequiel insistiam em que sofriam por causa da culpa de seus pais. Na lei se trata de transmitir a os filhos a depravao. " inevitvel que os filhos sofram as conseqncias da maldade de seus pais, mas no so castigados pelas culpas de seus pais, a no ser que participem dos pecados destes" (PP 313). O pecado degradou e depravou a natureza do Ado e Eva. Era impossvel que os pais da raa humana transmitissem a sua posteridade o que eles mesmos no possuam (ver CS 588). portanto ns, como descendentes deles, sofremos o resultado da transgresso de nossos antepassados, mas no porque nos impute arbitrariamente sua culpa. Se isto fosse assim, poderia acusar-se a Deus de ser injusto. Mas se ocorrer que os pais s transmitem o que tm, elimina-se essa acusao se se considerar que a nica alternativa teria sido aniquilar famlia humana no momento do primeiro pecado. A posta em marcha do plano de salvao implicava a necessidade de perpetuar a vida de nossos primeiros pais, embora isso permitisse a operao da lei da herana. Entretanto, esta situao era justa pois tinha sido institudo o plano de salvao, o qual faria que ao fim ficassem eliminados os apetites pervertidos, a moral depravada, a enfermidade e a degenerao do corpo, que se transmitiram como legado de pai a filho. Este plano tambm prometia nesta vida a vitria sobre as tendncias ao mal, herdadas e cultivadas. O saudvel ressaltado final no s ser a salvao de multides sem nmero, mas tambm a eterna imunidade contra futuras transgresses. Os compatriotas do Ezequiel no compreenderam esta verdade e acusaram injustamente a Deus de infligir sobre eles o castigo de pecados por os quais no tinham nenhuma responsabilidade. 4. Todas as almas so minhas. As "almas" ou "vistas" (BJ) representam s pessoas. Todos 668 os seres humanos som de Deus por direito de criao. Todos so igualmente criaturas delas, e seu trato com eles est livre de prejuzo ou parcialidade. Ama a todos e deseja salv-los. O castigo s se aplica quando merecido. A alma que pecar. Embora Ezequiel falava em primeira instncia dos castigos que se moravam, suas palavras tm uma aplicao mais ampla. aplicam-se igualmente segunda morte, final e irrevogvel (Apoc. 20: 14; cf. Mat. 10: 28). No universo de Deus, j restaurado, no ficar nenhum vestgio de pecado. No ficaro lembranas da maldio, tais como almas que ardem para sempre em um inferno eterno. O triunfo de Deus sobre o mal ser completo. A idia de que ao mpio lhe conceder vida eterna, embora esta seja a de um tortura eterno, totalmente contrria s Sagradas Escrituras. Esta doutrina se apia na falsa premissa de que a alma uma entidade separada e indestrutvel. Mas esta idia no provm da Bblia, mas sim dos falsos conceitos filosficos que desde muito temprana poca invadiram o pensamento judeu e cristo. A palavra aqui traduzida como "alma" (nfesh) no tem nada que ver com nenhuma parte imortal do homem, nem sequer com o princpio de vida no homem. Equivale a "ser humano", "pessoa". A palavra nfesh designa ao ser humano como a uma pessoa nica, diferente de todas as demais. A fim de fazer destacar esta identidade peculiar, as Escrituras falam do homem com o trmino "alma". Aqui Ezequiel afirma que "a pessoa que pecar morrer". No com. de Sal. 16: 10 aparece um estudo detalhado da palavra nefesh. 5. Segundo o direito e a justia. Comparar com o Miq. 6: 8. 6. No comer sobre os Montes. Quer dizer, que no tivesse participado de comidas cerimoniais dedicadas a deuses pagos. Deus condenou severamente a participao nas festas pags (Eze. 16: 16; 22: 9; cf. Deut. 12: 2). Nem elevar seus olhos. provvel que esta expresso indique o desejo de praticar a idolatria (ver Gn. 19: 26; Mat. 5: 28-30). Nem violar. cf. Exo. 20: 14; Lev. 20: 10. Nem se chegar. Cf. Lev. 18: 19; 20: 18. 7. Seu objeto. Cf. Exo. 22: 26; Deut. 24: 6, 13 Diere de seu po. Com freqncia se elogia a generosidade para com o pobre e se insiste a praticar esta virtude (Job 31: 16-22; SA. 58: 57; Mat. 25: 34-46; Sant. 1: 27; 2: 15-16). 8. nteresse. No se refere s usura, a no ser a qualquer tipo de interesse cobrado sobre um emprstimo. A lei do Moiss proibia a quo judeus cobrassem interesse a seus irmos pobres, mas lhes permitia cobr-lo a um estrangeiro (ver com. Exo. 22: 25; Deut. 23: 19-20). Hiciere julgamento verdadeiro. Ver SA. 33: 15; Jer. 7: 5; Zac. 7: 9. Deus exige de seus filhos absoluta justia, veracidade e integridade. 9. Este viver. Sem dvida Ezequiel aplicava estas palavras em primeira instncia prosperidade temporrio neste mundo presente, mas tambm podem aplicar-se vida futura imortal. Quando a pessoa aceita a Cristo, recebe a vida eterna. Disse Jesus: "que acredita em mim, tem vida eterna" (Juan 6: 47; cf. 1 Juan 5: 11-12). "Cristo se fez carne conosco, a fim de que pudssemos ser esprito com ele. Em virtude desta unio temos que sair da tumba, no simplesmente como manifestao do poder de Cristo, mas sim porque, pela f, sua vida chegou a ser nossa" (DTG 352). 10. Filho ladro. Nos vers. 10-13 se descreve o caso de um filho que, em vez de seguir o bom exemplo de seu pai piedoso, desencaminha-se completamente, e temerariamente abandona a virtude para praticar o crime. 14. No hiciere segundo eles. Nos vers. 14-18 se descreve o caso de um filho que, espantado pelos pecados de seu pai, sente-se impulsionado a evitar o pecado de seu progenitor. Neste caso o pai comeu "uvas azedas" e o filho no sofreu que dentera (vers. 2). Deste modo se contradiz explicitamente a parbola. Cada pessoa ser julgada segundo seu prprio carter individual. Entretanto, no pode negar-se que o filho de um homem piedoso tem certas vantagens, e que o filho de um pai mpio tem certos impedimentos no que refere-se possibilidade de formar um carter reto. Entretanto, a responsabilidade de uma pessoa diretamente proporciona aos privilgios que teve (Luc. 12: 48). Mas posto que o Evangelho tem o poder de vencer as tendncias ao mal, to hereditrias como cultivadas, pode eliminar o efeito de uma herana desfavorvel, pelo menos no que se refere aquisio do carter devido. Dado que todos tm o privilegio de receber 669 o Evangelho, nenhum poder apresentar ante o juiz em o dia final a desculpa insinuada nesta parbola das "uvas azedas". Quem perca-se no ter razo para acusar a outro a no ser a si mesmo por ter ficado excludo do cu. 19. por que o filho no levar? provvel que a pergunta surja do fato de que a parbola parece contradizer o que se acostuma na lei, a forma em que opera a natureza e a opinio popular. Ezequiel no discute as objees humanas, a no ser repete a lei da responsabilidade individual. No pensamento judeu, a pessoa era considerada como parte da famlia ou da nao. O novo ensino de Ezequiel era em realidade precursora de um dos conceitos bsicos do novo pacto. Sob o antigo pacto (ver com. cap. 16: 60), acreditava-se que a salvao apoiava-se na relao externa com o sistema central de culto. O sacerdote era o intrprete da lei divina, e o indivduo, em vez de estudar as Escritura por si mesmo, dependia da interpretao dos dirigentes religiosos. No novo pacto, afirma-se categoricamente: "E nenhum ensinar a seu prximo, nem nenhum a seu irmo, dizendo: Conhece senhor; porque todos conhecero-me, do menor at o major deles" (Heb. 8: 11; cf. Jer. 31: 34). Todos teriam que ter acesso direto a Deus. J no teriam que adorar em Jerusalm, mediante cerimnias visveis, mas sim adorariam a Deus em esprito e na verdade Juan 4: 21-24). Deus exige justia e misericrdia para com os homens e humildade diante do Senhor (Miq. 6: 8). 20. Alma. Ver com. vers. 4. 21. O mpio, se se apartar. Aqui se considera a mudana de carter no indivduo. Em primeiro lugar, se. apresenta o caso de um mpio que se arrepende e faz justia (vers. 21-23, 27-28). Em segundo lugar, o caso de um justo que cai na impiedade (vers. 24-26). 22. No lhe sero recordadas. Ezequiel se converte agora em pregador do Evangelho. Seu tema a justificao pela f. Os pecados j no so recordados, porque depois do arrependimento e a confisso, foram completamente perdoados. Todos ho sido colocados sobre o Jesus, quem se converteu em substituto e garantia do pecador. E o Senhor, a sua vez, "coloca a obedincia de seu Filho conta do pecador. A justia de Cristo aceita em lugar do fracasso do homem, e Deus recebe, perdoa e justifica alma arrependida e crente; a trata como se fora justa e a ama assim como ama a seu Filho" (EGW RH 4-11-1890). Tais so as maravilhosas disposies do plano celestial. O homem aceito ante Deus como se nunca tivesse pecado (ver DC 62). Deste modo, inteiramente entregue a Deus, j no precisa preocupar-se com o que Cristo e o Pai pensam dele, a no ser to somente do que Deus pensa de Cristo, substituto do homem (ver EGW GCB 23-4-1901, PP. 419-422). 23. Quero eu? Comparar com 1 Tim. 2: 4; 2 Ped. 3: 9. A acusao de que Deus no justo em seu trato com os homens respondida com a afirmao de que Deus no se agrada na morte do mpio, mas sim deseja que os homens se convertam e vivam. alm disto, proporcionou uma oportunidade para todos. Com fervente desejo roga a cada pecador que se alm do pecado, a fim de que no seja destrudo com ele ao fim. 24. Nenhuma das justias. Se o justo apstata, o "livro de cor" (Mau. 3: 16) no qual esto escritas todas suas boas obras, no ser tomado em conta para o julgamento. Receber seu castigo conforme seja sua larga lista de pecados. No s se o computaro os pecados dos quais no se arrependeu, mas tambm aqueles dos que tinha obtido uma vez o perdo. Quando uma pessoa se separa-se de Deus, "rechaa o amor perdonador" divino, e em conseqncia se acha "na mesma condio em que se achava antes de ser perdoado. negou seu arrependimento, e seus pecados esto sobre ele como se no se houvesse arrependido" (PVGM 196). H quem afirma erroneamente que quando um pecado perdoado, ao ponto apagado. Assim como ocorria com o smbolo, o sangue "tirava o pecado do arrependido" mas o deixava em "o santurio at o dia da expiao", assim tambm os pecados dos arrependidos "sero apagados dos livros celestiales" no dia do julgamento (PP 371-372; ver tambm CS 536-539). 25. Reto. Heb. takan (forma nifal), "ser examinado", "ser aprovado", "estar em ordem", "ser correto". A gente segue insistindo em que Deus no obra de acordo com leis uniformize e que seu proceder caprichoso. Em resposta, o profeta reafirma a eqidade dos castigos divinos (vers. 25-29). 30. Convertos, e lhes aparte. Os vers. 30-32 constituem uma exortao apoiada nos princpios da justia do trato de Deus com 670 os homens. Quando o profeta aconselha que faamo-nos "um corao novo e um esprito novo" (vers. 31), no quer dizer que o homem pode salvar-se por seu prprio poder. Mas o homem tem algo que fazer na obra da salvao. Deus no pode fazer nada em favor do homem sem que o homem consinta e coopere com ele (ver DTG 43 l). O significado do arrependimento no expresso to claramente na raiz hebria shub como o na palavra grega metnoia. A palavra castelhana tampouco revela tudo o que est comprometido nesta vivencia espiritual. A idia bsica da palavra shub "voltar-se". Segundo esta definio, os homens se voltam de seus pecados (ver DC 21). Metnoia se compe de duas palavras: met, que significa "depois", e nos, que significa "mente". Em conseqncia, o vocbulo significa "ter uma mente diferente depois". O pecado tem sua sede na mente. A alma deve prop-la ao pecaminosa antes de que a paixo possa dominar razo. portanto, a raiz do pecado a propenso da mente que faz que o homem escolha o caminho de impiedade. A soluo do problema est em corrigir esta disposio bsica. sto o que o arrependimento tem o propsito de fazer. Dbito haver uma modificao da forma de pensar da pessoa. Posto que Deus nunca fora a vontade, este ato deve ser voluntrio. Entretanto, o Esprito Santo dado para ajudar pessoa. completamente impossvel que a pessoa por si mesmo possa obter a transformao. Mas quando escolhe fazer a mudana, e em sua grande necessidade clama a Deus, as faculdades da alma so imbudas podendo do alto e a tendncia da mente corrigida. portanto, o verdadeiro arrependimento uma funo da mente. Compreende uma anlise cuidadosa da situao para descobrir quais so os fatores que levaram a queda e tambm um estudo da maneira em que se pode evitar cometer enganos similares no futuro. O arrependimento um passo vital no processo de eliminar o pecado da vida. Uma vez que a pessoa se arrependeu que seu pecado, pode confess-lo e lhe ser perdoado. Mas a confisso sem arrependimento no tem sentido. Deus no pode perdoar pecados que ainda esto ativos no corao. Por esta razo a Bblia pe maior nfase no arrependimento que na confisso. O ensino bsico do Jesus era: "Arrepentos, porque o reino dos cus se aproximou" (Mat. 4: 17; Mar. 1: 15). A admoestao do Pedro foi: "Arrepentos, e batize-se cada um de vs" (Hech. 2: 38). Para que nossa vida espiritual culmine com xito, imprescindvel compreender devidamente o verdadeiro significado do arrependimento em relao com a confisso. A razo pela qual muitos cristos caem com tanta freqncia nos mesmos enganos porque nunca permitiram verdadeiramente que o Esprito Santo troque sua forma bsica de pensar com referncia a esses pecados. Nunca tomaram a peito seus pecados para descobrir como, por meio do poder da graa divina, podem obter a vitria completa sobre esses pecados. No lhes ser . . . causa de runa. srael acusava a Deus de ter sido injusto e de ter causado sua runa. Deus afirmava que o pecado mesmo, eleito voluntariamente pelo pecador, era a causa de sua runa (ver JT 169). possvel que o pecador no reconhea agora a justia dos caminhos de Deus, mas nesse momento pavoroso, quando fizer frente ao juiz de toda a terra, ouvir-se de seus lbios o reconhecimento de que os caminhos de Deus so justos (ver CS 726-727). COMENTROS DO ELENA G. DO WHTE 4, 20 CMC 349;CS 588; F 197; NB 54; P 51; SR 388; 1T 39 23 PR 93; 5T 631 24 CS 537 25 5T 631 25-26 PVGM 229 30-32 5T 631 31 2T 225 31-32 PR 93 32 DC 53 671 CAPTULO 19 1 Lamentao pelos prncipes do srael por meio da parbola dos cachorrinhos de leo capturados e encerrados, 10 e por Jerusalm, com a parbola da videira arranco. 1 E VOC, levanta lamento sobre os prncipes do srael. 2 Dir: Como se tornou entre os lees sua me a leoa! Entre os leoncillos criou seus cachorrinhos, 3 e fez subir um de seus cachorrinhos; deveu ser leoncillo, e aprendeu a arrebatar a presa, e a devorar homens. 4 E as naes ouviram dele; foi tomado na armadilha delas, e o levaram com grilos terra do Egito 5 Vendo ela que tinha esperado muito tempo, e que se perdia sua esperana, tomou outro de seus cachorrinhos, e o ps por leoncillo. 6 E ele andava entre os lees; fez-se leoncillo, aprendeu a arrebatar a presa, devorou homens. 7 Saqueou fortalezas, e assolou cidades; e a terra foi desolada, e quanto havia nela, ao estrondo de seus rugidos. 8 Arremeteram contra ele as gente das provncias de ao redor, e estenderam sobre ele sua rede, e no fosso foi apressado. 9 E o puseram em uma jaula e o levaram com cadeias, e o levaram a rei de Babilnia; puseram-no nas fortalezas, para que sua voz no se ouvisse mais sobre os Montes do srael. 10 Sua me foi como uma videira em meio da vinha, plantada junto s guas, dando fruto e jogando vergnteas por causa das muitas guas. 11 E ela teve varas fortes para cetros de reis; e se elevou sua estatura por em cima entre os ramos, e foi vista por causa de sua altura e a multido de seus sarmentos. 12 Mas foi arranco com ira, derrubada em terra, e o vento solano secou seu fruto; seus ramos fortes foram quebrados e se secaram; consumiu-as o fogo. 13 E agora est plantada no deserto, em terra de secura e de aridez. 14 E saiu fogo da vara de seus ramos, que consumou seu fruto, e no ficou nela vara forte para cetro de rei. Lamento esta, e de lamento servir. 1. Lamento. Heb. qinah, "canto de duelo", "lamento", "elegia" (ver T. , P. 21). Prncipes. Joacaz e Joaqun (ver com. vers. 3, 5). A LXX diz "prncipe" em singular, em harmonia com o singular "sua me" do vers. 2. 2. Sua me. A me representa a Jerusalm (cf. Gl. 4: 26), ou possivelmente aqui a toda a comunidade nacional. Com referncia figura do leo, ver Gn. 49: 9; Nm. 23: 24; 24: 9. srael, personificado com a figura de uma leoa, tornou-se entre os lees, quer dizer, os outros reino do mundo, as naes gentis. Ocupou seu lugar na famlia das naes. 3. Um de seus cachorrinhos. Joacaz, filho do Josas, conhecido tambm com o nome do Salum (1 Crn. 3: 15; Jer. 22: 11; ver com. 2 Rei. 23: 30, 32), quem foi levado cativo ao Egito (vers. 4). Devorar homens. Joacaz deu as costas s reformas de seu pai Josas (2 Rei. 23: 1-25)e fez o mau "ante os olhos do Jehov" (2 Rei. 23: 32). Com referncia figura de "devorar homens", ver Eze. 22: 25, 27. 4. Grilos. Heb. jaj, "espinho", "gancho", como os que se trespassavam no nariz de animais ou cativos. A esses ganchos se atavam cordas, das quais se atirava s vtimas (2 Rey.19: 28; SA. 37: 29; Eze. 38 :4). Do Egito. Cf. 2 Rei. 23: 33-34; 2 Crn. 36: 4. 5. Outro de seus cachorrinhos. Os detalhes jogo de dados no vers. 9 indicam que este cachorrinho representa a Joaqun. passa por cima se, sem mencion-lo, o reinado intermdio do Joacim (2 Rei. 23:34 s 24:6). 6. Devorou homens. Ver com. vers. 3. 7. Saqueou fortalezas. O hebreu diz literalmente "conheceu suas vivas" (wayyeda' 'almenoth), o qual daria a entender que em vez de proteger s vivas, como era seu dever, o rei teria se abusado delas. Nos trgumes 672 ambas as palavras esto modificadas ligeiramente (wayyaro'a 'armenoth), de modo que se l "danificou as fortalezas". A LXX diz "assolou sua arrogncia". 9. Ao rei de Babilnia. Joaqun tinha reinado uns trs meses quando a cidade de Jerusalm foi tomada pelo Nabucodonosor o rei foi levado cativo a Babilnia, onde foi encarcerado (2 Rei. 24: 8-17). Ali estava quando foi pronunciada esta profecia. Alguns anos mais tarde foi posto em liberdade (2 Rei. 25: 27-30). 10. Uma videira. Aqui se apresenta uma nova alegoria, na qual se compara ao srael com uma videira robusta. Em meio da vinha. O texto masortico tem aqui uma palavra muito escura: bedamka, que a RVA traduz "em seu sangue". A RVR traduz como se fora karmeka, vocbulo que aparece em dois manuscritos hebreus. Na escritura hebria bedamka e karmeka so muito parecidos. Os trgumes dizem tidmeh, da raiz damah, "ser como". A LXX, certamente seguindo outro texto, expressa: "como flor de um amadurecido". 11. Varas. Embora aqui aparece a palavra mattoth em sua forma plural, nos vers. 12 e 14 aparece a forma singular matteh. Mas no vers. 12, aparece o verbo em plural com "ramo" em singular. A LXX traduz todas as vezes em singular, como se a "vara" fora Joaqun. Se correspondesse o plural, as "varas" seriam os prncipes da casa real. 12. Foi arranco. Esta figura se refere ao cativeiro e a deportao do Joaqun e de parte do povo (2 Rei. 24: 10-16). 13. Terra de secura e de aridez. Desta maneira se representa a Babilnia. representa-se videira como se tivesse sido tirada de um terreno frtil e transplantada a terra rida e seca. 14. saiu fogo da vara. A rebelio do Sedequas contra Nabucodonosor fez que esse monarca mandasse a seu exrcito a Judea para tomar a cidade de Jerusalm e levar aos judeus cativos a Babilnia (2 Rei. 25: 1-17; ver com. Eze. 17: 11-21). Deste modo deu-se fim videira e a seus ramos. Lamento esta. A desolao era nesse momento s parcial. Quando ocorresse a destruio completa, haveria razo para maior lamento e lamento. CAPTULO 20 1 Deus recusa ser consultado pelos ancies do srael. 5 Lhes recorda a histria de suas rebelies no Egito, 10 no deserto, 27 e na terra prometida. 33 Promete reuni-los pelo Evangelho. 45 Com a parbola de um bosque assinala a destruio do srael. 1 ACONTECO no stimo ano, no quinto ms, aos dez dias do ms, que vieram alguns dos ancies do srael a consultar ao Jehov, e se sentaram diante de mim. 2 E veio para mim palavra do Jehov, dizendo: 3 Filho de homem, fala com os ancies do srael, e lhes diga: Assim h dito Jehov o Senhor: A me consultar vm vs? Vivo eu, que no lhes responderei, diz Jehov o Senhor. 4 Quer voc julg-los? Qu-los julgar voc, filho de homem? lhes faa conhecer as abominaes de seus pais, 5 e lhes diga: Assim h dito Jehov o Senhor: O dia que escolhi ao srael, e que elevei minha mo para jurar descendncia da casa do Jacob, quando dava a conhecer eles na terra do Egito, quando elevei minha mo e lhes jurei dizendo: Eu sou Jehov seu Deus; 6 aquele dia que lhes elevei minha mo, jurando assim que os tiraria da terra de Egito terra que lhes havia provido, que flui leite e mel, a qual a mais formosa de todas as terras; 7 ento os pinjente: Cada um jogue de si as abominaes de diante de seus olhos, e no lhes poluam com os dolos do Egito. Eu sou seu Jehov Deus. 8 Mas eles se rebelaram contra mim, e no quiseram me obedecer; no jogou de si cada um as abominaes de diante de seus Olhos, nem deixaram os dolos de Egito; e pinjente que derramaria minha ira sobre eles, para 673 cumprir minha irritao em eles em meio da terra do Egito. 9 Contudo, por causa de meu nome, para que no se infamasse ante os Olhos das naes em meio das quais estavam, em cujos olhos fui conhecido, atuei para tirar os da terra do Egito. 10 Os tirei da terra do Egito, e os traje ao deserto, 11 e lhes dava meus estatutos, e lhes fiz conhecer meus decretos, pelos quais o homem que os cumprir viver. 12 E lhes dava tambm meus dias de repouso,* para que fossem por sinal entre mim e eles, para que soubessem que eu sou Jehov que os santifico. 13 Mas se rebelou contra mim a casa do srael no deserto; no andaram em meus estatutos, e desprezaram meus decretos, pelos quais o homem que os cumprir, viver; e meus dias de repouso* profanaram em grande maneira; pinjente, por tanto, que derramaria sobre eles minha ira no deserto para extermin-los. 14 Mas atuei por causa de meu nome, para que no se infamasse vista das naes ante cujos olhos os tinha tirado. 15 Tambm eu lhes elevei minha mo no deserto, jurando que no os traria para a terra que lhes tinha dado, que flui leite e mel, a qual a mais formosa de todas as terras; 16 porque desprezaram meus decretos, e no andaram em meus estatutos, e meus dias de repouso profanaram, porque atrs de seus dolos ia seu corao. 17 Contudo, perdoou-os meu olho, pois no os matei, nem os exterminei no deserto; 18 antes disse no deserto a seus filhos: No andem nos estatutos de seus pais, nem guardem suas leis, nem lhes poluam com seus dolos. 19 Eu sou Jehov seu Deus; andem em meus estatutos, e guardem meus preceitos, e ponham por obra; 20 e santifiquem meus dias de repouso,* e sejam por sinal entre mim e vs, para que saibam que eu sou Jehov seu Deus. 21 Mas os filhos se rebelaram contra mim; no andaram em meus estatutos, nem guardaram meus decretos para p-los por obra, pelos quais o homem que os cumprir viver; profanaram meus dias de repouso.* Pinjente ento que derramaria minha ira sobre eles, para cumprir minha irritao neles no deserto. 22 Mas retra minha mo por causa de meu nome, para que no se infamasse vista das naes ante cujos olhos os tinha tirado. 23 Tambm lhes elevei eu minha mo no deserto, jurando que os pulverizaria entre as naes, e que os dispersaria pelas terras, 24 porque no puseram por obra meus decretos, mas sim desprezaram meus estatutos e profanaram meus dias de repouso, e depois dos dolos de seus pais lhes foram os olhos. 25 Por isso eu tambm lhes dava estatutos que no eram bons, e decretos pelos quais no poderiam viver. 26 E os polu em suas oferendas quando faziam passar pelo fogo a tudo primognito, para dessalg-los e lhes fazer saber que eu sou Jehov. 27 portanto, filho de homem, fala com a casa do srael, e lhes diga: Assim h dito Jehov o Senhor: At nisto me afrontaram seus pais quando cometeram rebelio contra mim. 28 Porque eu os traje terra sobre a qual tinha elevado minha mo jurando que tinha que dar-lhe e olharam a toda colina alta e a toda rvore frondosa, e ali sacrificaram suas vtimas, e ali apresentaram oferendas que me irritam, ali puseram tambm seu incenso agradvel, e ali derramaram suas libaes. 29 E eu os pinjente: O que esse lugar alto aonde vs vo? E foi chamado seu nome Bama at o dia de hoje. 30 Dava, pois, casa do srael: Assim h dito Jehov o Senhor: No vos poluem vs maneira de seus pais, e fornicam atrs de seus abominaes? 31 Porque oferecendo suas oferendas, fazendo passar seus filhos pelo fogo, poluste-lhes com todos seus dolos at hoje; e tenho que lhes responder eu, casa do srael? Vivo eu, diz Jehov o Senhor, que no vos responderei. 32 E no tem que ser o que pensastes. Porque vs dizem: Sejamos como as naes, como as demais famlias da terra, que servem ao pau e pedra. 33 Vivo eu, diz Jehov o Senhor, que com 674 mo forte e brao estendido, e irritao derramada, tenho que reinar sobre vs; 34 e lhes tirarei de entre os povos, e lhes reunirei das terras em que esto pulverizados, com mo forte e brao estendido, e irritao derramada; 35 e lhes trarei para o deserto dos povos, e ali litigarei com vs cara a cara. 36 Como litiguei com seus pais no deserto da terra do Egito, assim litigarei com vs, diz Jehov o Senhor. 37 Lhes farei passar sob a vara, e lhes farei entrar nos vnculos do pacto; 38 e me separarei de entre vs aos rebeldes, e aos que se rebelaram contra mim; da terra de suas peregrinaes os tirarei, mas terra do srael no entraro; e sabero que eu sou Jehov. 39 E a vs, OH casa do srael, assim h dito Jehov o Senhor: Andem cada um atrs de seus dolos, e lhes sirvam, se que no me obedecem; mas no profanem mais meu santo nome com suas oferendas e com seus dolos. 40 Mas em meu santo monte, no alto monte do srael, diz Jehov o Senhor, ali me servir toda a casa do srael, toda ela na terra. ali os aceitarei, e ali demandarei suas oferendas, e as primicias de seus dons, com todas suas coisas consagradas. 41 Como incenso agradvel lhes aceitarei, quando lhes tiver tirado de entre os povos, e lhes tenha congregado de entre as terras em que esto pulverizados; e serei santificado em vs aos olhos das naes. 42 E sabero que eu sou Jehov, quando houver lhes trazido para a terra do srael, a terra pela qual elevei minha mo jurando que a daria a seus pais. 43 E ali lhes lembraro de seus caminhos, e de todos seus feitos em que poluram-lhes; e lhes aborrecero a vs mesmos por causa de todos seus pecados que cometeram. 44 E sabero que eu sou Jehov, quando fizer com vs por amor de meu nome, no segundo seus caminhos maus nem segundo suas perversas obras, OH casa de srael, diz Jehov o Senhor. 45 Veio para mim palavra do Jehov, dizendo: 46 Filho de homem, ponha seu rosto para o sul, derrama sua palavra para a parte austral, profetiza contra o bosque do Neguev. 47 E dir ao bosque do Neguev: Oua a palavra do Jehov: Assim h dito Jehov o Senhor: Hei aqui que eu acendo em ti fogo, o qual consumir em ti tudo rvore verde e toda rvore seca; no se apagar a chama do fogo; e sero queimados nela todos os rostos, do sul at o norte. 48 E ver toda carne que eu Jehov o acendi; no se apagar. 49 E pinjente: Ah, Senhor Jehov! eles dizem de mim: No profere este parbolas? 1. O stimo ano. O stimo ano do cativeiro do Joaqun (ver com. cap. 1: 2), ou seja o ano 591/590 A. C. (P. 598). Esta nova data corresponde com os cap. 20: 1 a 23: 49 (cf. cap. 24: 1). A unidade desta nova srie de mensagens se demonstra em a triplo repetio da expresso "quer voc julg-los?" (cap. 20: 4) e "no julgar voc?" (cap. 22: 2 e 23: 36). Vieram... a consultar. No se diz nada quanto ao motivo de sua consulta. Sem dvida desejavam saber o que mensagem lhes teria que dar o Senhor nesse momento de crise. 3. No lhes responderei. Deus nunca se nega a conceder luz ao que procura com sinceridade. Mas se o que consulta se nega a andar na luz que j lhe foi revelada, presuno o pedir maior luz. Com freqncia os homens procuram mais luz com a esperana de evitar ter que realizar algum dever desagradvel que Deus lhes est pedindo que cumpram (ver 2 Lhes. 2: 10-11). 4. lhes faa conhecer. Ao profeta lhe manda narrar a histria passada do srael. (Comparar este captulo com o Neh. 1; Sal. 78, e o discurso do Esteban, registrado no Hech. 7.) 5. Assim h dito Jehov. Nos vers. 5-9 se trata do perodo egpcio da histria do srael. O dia que escolhi. Ver Deut. 4: 37; 7: 7. Elevei minha mo. Em sinal de juramento (Gn. 14: 22; Deut. 32: 40; Apoc. 10: 5-6). A mesma expresso aparece no Eze. 20: 6, 15, 23,42. Dava-me a conhecer. Ver Exo. 4: 29-3 1. 6. Flui leite e mel. Ver com. Exo. 3: 8. A mais formosa de todas as terras. S Ezequiel emprega esta descrio. saas chama babilnia "formosura de reino" (SA. 13: 19). 8. rebelaram-se contra mim. Na histria no se menciona nenhuma rebelio no Egito. 675 Entretanto, em Jos. 24: 14 se faz aluso tendncia do srael a adotar os costumes idoltricas do Egito; cf. PP 264-265. Quando se apresentou a oportunidade de sair do Egito, muitos se sentiram maldispuestos a abandonar esse pas (PP 265-266). 9. Por causa de meu nome. Aqui apresenta o motivo do bondoso trato de Deus para com o srael. O povo no devia lisonjear-se acreditando que alguma bondade de sua parte houvesse merecido esses favores (cf. Nm. 14: 11-20; Deut. 9: 28; Jer. 14: 7, 2 1). 10. Os traje ao deserto. Nos vers. 10-22 se repassa a segunda parte da histria do srael, seu peregrinao pelo deserto. 11. Pelos quais o homem . . . viver. Comparar com o Gl. 3: 12. No devemos entender que no Eze. 20: 11 s se exige uma observncia externa, de frmula, ou superficial de certos preceitos especficos. Deus desejava que a obedincia do homem fora motivada pelo amor e pela apreciao inteligente do carter de Deus. Mas, devido falta de preparao espiritual, ao princpio de sua histria o srael no estava preparado para participar dessa excelsa relao. Contudo, Deus tinha o plano de guiar ao povo at que chegasse a essa vivencia to rapidamente como fora possvel. Nunca foi o propsito divino que em todo o perodo do AT os homens tivessem uma compreenso to limitada do plano de salvao (ver com. cap. 16: 60). 12. Dava-lhes meus dias de repouso. "Dava-lhes alm minhas sbados" (BJ). No era que na sbado tivesse sido institudo pela primeira vez no Sina, pois tinha existido da criao (Gn. 2: 1-3), mas sim nessa ocasio se repetiu o mandamento. A palavra "te lembre" no quarto mandamento implica que j existia o dia de repouso (Exo. 16: 22-28; PP 263). O Declogo (Exo. 20: 8-11) apresenta os grandes feitos da histria da criao como base para na sbado. Deus criou "os cus e a terra, o mar e todas as coisas que neles h" em seis dias literais (ver com. Gn. 1: 5). Descansou no stimo dia e o apartou como dia de repouso para toda a humanidade (Mar. 2: 27). Por isso, a observncia do sbado o sinal, ou marca de que a pessoa que observa este dia reconhece a Jehov como a seu Deus porque estes fatos da criao s se aplicam a ele. A observncia deste dia no se apia em nenhuma diviso natural do tempo em ciclos semanais, a no ser no mandato rpido de Deus, e na crena em seu revelao. Os homens podem alegar que o efeito saudvel do descanso sabtico tambm poderia obter-se em qualquer outro dia. Entretanto, Deus h designado um dia de descanso especfico. Manda-nos que o santifiquemos, que no nos dediquemos nele a atividades seculares nem a prazeres pessoais (SA. 58: 13). Os homens no podem escapar desta obrigao com impunidade. na sbado, alm de ser monumento recordativo da criao (Exo. 20: 11), devia ser para os israelitas um sinal de que Jehov era quem os santificava (Exo. 31: 13), e que era quem os tinha tirado da escravido egpcia (Deut 5: 15). na sbado , pois, um smbolo de criao, santificao e liberao. As profecias do Apoc. 12-14 mostram que na sbado ser o ponto mais controvertido na poca que preceder vinda do Filho do Homem (ver CS 663). O remanescente de Deus se distinguir por sua observncia dos mandamentos de Deus (Apoc. 12: 17; 14: 12), entre os quais se encontra o mandamento do sbado. Ao mesmo tempo, as potncias religiosas apstatas exaltaro um falso dia de repouso e demandaro sua observncia. Os homens se vero obrigados a decidir-se por na sbado do Senhor ou pelo falso dia de repouso, o primeiro dia da semana. Por isso, a observncia do sbado outra vez se converter em uma prova definitoria e ser um sinal (o que no Apoc. 7: 2 se chama "selo") do verdadeiro adorador (CS 697). 13. rebelou-se contra mim. Ver no Exo. 32: 1 6 um exemplo histrico da rebelio do srael contra os mandamentos de Deus, enquanto o povo estava no deserto. registram-se dois casos de violao do sbado (Exo. 16:27; Nm. 15:32). 14. Por causa de meu nome. Por causa de seu nome, Deus no destruiu por completo ao povo, a no ser s excluiu a essa gerao de entrar no Canan (Nm. 14: 29-33). No Ams 5: 25-26; Hech. 7: 42-43 se faz referncia idolatria do srael durante seu peregrinao pelo deserto. 18. Disse no deserto a seus filhos. Nos vers. 18-26 se repassa a terceira parte da histria do srael, a de a gerao que se criou no deserto sob a influncia da legislao e dos estatutos jogo de dados no Sina. O povo recebeu a severo admoestao de que evitasse os pecados de seus pais. Os 676 discursos do Deuteronomio estavam dirigidos a essa gerao. 20. Santifiquem meus dias de repouso. Ver com. vers. 12. Nessa passagem se afirma que na sbado sinal de que Jehov quem santifica. Aqui se apresenta como sinal de que Jehov o Deus do srael. A celebrao regular do sbado, cada sete dias, tinha o propsito de que se conservasse sempre a lembrana de Deus (PR 135). Se sempre se tivesse observado o dia sbado como Deus o tinha disposto, os pensamentos e os afetos do homem se dirigiram para o Criador como o objeto de reverncia e adorao, e nunca teria existido um idlatra nem um ateu (PP 348). To aqui como no vers. 12, aparece a forma plural, "dias de repouso", ou seja "sbados" (BJ). Esta forma tambm aparece no Exo. 31: 13; Lev. 23: 38. 21. Os filhos se rebelaram. Os filhos seguiram o exemplo de seus pais. Disto se encontram evidncias histricas no Nm. 15-17. Deus ameaou destruindo toda a congregao (Nm. 16: 21-45), mas desistiu disso por causa de seu nome. 23. Pulverizaria-os. Esta ameaa deveria entender-se em relao com as advertncias do Lev. 26: 33; Deut. 4: 27; 28: 64. O exlio predito no sobreveio a essa mesma gerao. Transcorreram muitos sculos antes de que o castigo fora infligido em realidade. Quando Ezequiel pronunciou esta profecia, havia-se completo em parte e estava a ponto de cumprir-se em sua totalidade. 25. Estatutos que no eram bons. Estes no eram os "estatutos... pelos quais o homem que os cumprir viver" (vers. 11). No formam parte da lei mosaica. sto resulta evidente pela referncia que se faz no vers. 26 consagrao dos meninos a Moloc. Os estatutos que o povo tinha adotado, que no eram bons, haviam vindo de quo pagos os rodeavam. Como, pois, poderia dizer-se que Deus se deu-os? Na linguagem figurada bblico, atribuem a Deus muitas aes, no porque ele as tenha realizado, mas sim porque apesar de seu onipotncia e de seu omnisapiencia, no impede que se realizem. Se se entender este princpio, explicam-se muitas afirmaes que parecem contradizer-se ou que, como esta, parecem contradizer diretamente o que insgnia a Bblia em quanto ao carter puro e santo de Deus (SA. 63: 17; 2 Lhes. 2: 11-12). tentou-se aplicar esta passagem multido de cerimnias e regulamentos de a lei mosaica que no se teriam requerido se o srael tivesse sido obediente e se se tivesse deleitado na observncia dos mandamentos de Deus (ver 2JT 282-283). Mas dificilmente possa designar-se como "estatutos que no eram bons" s disposies do cdigo mosaico, porque estas j existiam quando Ezequiel fez esta afirmao. Alm disso, a lei cerimoniosa foi dada por Cristo mesmo, e era digna de seu autor divino. Pablo mesmo afirma que esta lei era gloriosa. A luz mais clara que agora temos no devesse nos levar a desprezar o que antes foi dado em forma de smbolos (PP 383-384). Tambm se sugeriu que os "estatutos que no eram bons" so os decretos divinos, por meio dos quais se permitiu em forma sucessiva que as naes pags oprimissem ao povo de Deus (ver com. Do. 4: 17). sto havia ocorrido em ocasio das repetidas vezes quando os assrios invadiram ao Jud (SA. 8: 7; 10: 5-6; cf. SA. 5: 25-26; 9: 11-12; Ams 6: 14), e outra vez se repetia nos dias do Nabucodonosor (SA. 47: 5-6; cf. SA. 42: 24-2 5; 60: 10, 15; Jer. 1: 11-16; 4: 18; 5: 15-19). 26. Polu-os. Esta frase deveria entender-se em harmonia com o que se diz no vers. 25. Deus no poluiu ao povo, a no ser s permitiu que sofresse as conseqncias de sua prpria conduta. Na linguagem figurada bblico se diz muitas vezes que Deus faz o que permite que se faa ou no o impede. Algumas das verses, tais como a do Lutero e Vo Ess, introduzem esta idia diretamente no texto, traduzindo da seguinte maneira: "Permiti que se polussem". Passar pelo fogo. Ver com. cap. 16: 20. 27. Afrontaram-me. Nos vers. 27-29 se repassa o quarto perodo da histria do srael, o mais comprido de todos, que abrange da entrada no Canan at os tempos do profeta Ezequiel. 29. Bama. Transliteracin da palavra hebria bamah, "lugar alto", que assim se h traduzido na primeira parte do versculo. No hebreu h uma espcie de trocadilho. "O que habbamh (o lugar alto) onde habba'im (esto indo)?. E foi chamado seu nome bamah (lugar alto) at hoje". Com referncia aos "lugares altos", ver com. cap. 6: 3. 30. No lhes poluem? Aqui o profeta se 677 dirige a seus contemporneos e os acusa dos mesmos pecados que caracterizaram a seus antepassados. 31. No lhes responderei. Comparar com o vers. 3. 32. Como as naes. Com referncia ao desejo de ser "como todas as naes" vizinhas, ver 1 Sam. 8: 5, 20. O profeta descobre aqui as aspiraes secretas de quem vem a consultar, e contradiz de plano suas srdidas ambies. possvel que estes homens se enganassem a si mesmos com a idia de que se fosse possvel liberar-se da responsabilidade espiritual que tinham como povo escolhido do Jehov, poderiam escapar dos severos castigos com que o profeta tinha ameaado. Possivelmente acreditavam que se aceitavam estar mesma altura dos pagos, tendo desse modo uma menor responsabilidade, Jehov os deixaria em paz. Como estavam as coisas, parecia-lhes que de contnuo eram incomodados pelos castigos devidos a sua resistncia a cumprir sua misso divina. Lhes responde que isto no ser tudo, porque o srael tem uma relao com Deus muito diferente a que tm os pagos. O trato de Deus com os homens corresponde com a luz e os privilgios que tiveram. Deus no se apressa a tirar esses privilgios, nem facilmente abandona a aqueles para quem planejou um excelso destino. O que Deus prope e executa para o bem daqueles com quem trata, o que eles mesmos ao fim tm que reconhecer. Deus continua influindo em todos os que se submetem a seus intuitos e os cumprem, embora s se trate de um remanescente. Este o tema da profecia que segue. 33. Mo forte. Esta expresso se emprega com freqncia no Pentateuco para indicar as maravilhas que Jehov realizou para liberar a seu povo do poder dos egpcios e para tirar os do Egito (Deut. 4: 34; 5: 15; 7: 19; etc.; cf. Exo. 6: 1, 6). Deus vai realizar um novo xodo. 34. Tirarei-lhes. Nos vers. 34-35 se fala do novo plano de Deus. Ao ser tirado, o povo no levado imediatamente a sua prpria terra. Em primeiro lugar deve ser separado dos povos entre os quais vive. No lhe permitir ser "como as naes" (vers. 32). 35. Deserto dos povos. duvidoso que esta passagem se refira a algum deserto real, como o de Sria ou o da Arbia. A frase "deserto dos povos" pouco precisa. Por contraste, o deserto onde peregrinou o srael chamado "ermo de horrvel solido" (Deut. 32: 10), morada de "serpentes ardentes, e de escorpies" (Deut. 8: 15). O plano que Ezequiel descreve aqui nunca teve um cumprimento histrico, pelo menos de uma maneira importante. A regenerao espiritual que Deus procurava levar a cabo entre os cativos no se realizou. Se estes propsitos se tivessem completo, e se quo repatriados voltaram com Zorobabel tivessem sido pessoas de renovada vida espiritual, a histria subseqente do srael teria sido muito diferente. 37. Passar sob a vara. emprega-se aqui a figura do pastor que conta e separa a suas ovelhas (Lev. 27: 32; Jer. 33: 13). Assim como ocorre no Mat. 25: 33, o pastor separa s ovelhas dos cabritos. O pas do srael restabelecido tem que ser terra de justia, e os rebeldes no tm que entrar nunca nela. 39. lhes sirvam. Comparar com o Jos. 24: 15. Se os homens se negarem a obedecer apesar da advertncia, no h nada mais que Deus possa fazer. A coero contrria a seu carter. portanto, no impede de servir a seus dolos. As palavras de este versculo recordam as do Apoc. 22: 11, que dizem literalmente: "Que o que faz injustia, faa injustia ainda, e o imundo seja feito imundo ainda". Tambm em Ouse. 4: 17 se l algo similar: "Efran dado a dolos; deixa-o". Mas tais decretos no so jogo de dados sem grande tristeza e pesar. O profeta acrescenta: "Como poderei te abandonar, OH Efran?... Meu corao se comove dentro de mim, inflama-se toda minha compaixo" (Ouse. 11: 8). 40. Em meu santo monte. Quer dizer, no monte do Sin, chamado tambm "alto monte do srael", aqui e no cap. 17: 23 (cf. Sal. 2: 6; SA. 2: 2-4; Miq. 4: 1-3). Segundo o vers. 39 deste captulo, os que preferissem seus dolos, seriam abandonados para que seguissem seus mpios caminhos. Os que ficam aparecem aqui como restabelecidos em sua prpria terra, servindo seriamente a seu Deus. Toda a casa do srael. As gloriosas promessas eram para todos, sem distino de tribos. Entretanto, a exortao era individual e se aplicava s aos que estivessem dispostos a aceitar a relao do novo pacto. Demandarei suas oferendas. A lei ritual ainda estaria em vigncia depois da restaurao, o que indica que no se alude 678en primeiro lugar era crist. A restaurao nos dias do Zorobabel tampouco assinalou o cumprimento desta profecia. uma das promessas condicionais de glorifica futura que nunca se cumpriram porque o srael nunca se separou de seus pecados. Se se tivessem completo as condies, todo mundo poderia ter estado preparado para a vinda do Mesas e a histria poderia ter sido muito diferente do que foi (ver as PP. 30-32). 43. Aborrecero-lhes. Esta a caracterstica do verdadeiro penitente. Quem procura desculpar seus pecados no deram nem sequer o primeiro passo para o verdadeiro arrependimento. Job um exemplo dos que por um tempo procuraram justificar sua conduta. S quando lhe mostrou a revelao do carter de Deus, viu com penosa claridade o contraste entre sua prpria pecaminosidad e a pureza de seu Fazedor. Com angstia exclamou: "portanto me aborreo, e me arrependo em p e cinza" (Job 42: 6). Pablo nunca pde perdoar-se por ter aoitado aos cristos. Anos mais tarde exclamou: "Sou o mais pequeno dos apstolos, que no sou digno de ser chamado apstolo, porque persegui igreja de Deus" (1 Cor. 15: 9). O aborrecimento da gente mesmo por causa de os pecados se produz ao contemplar a absoluta perfeio de Cristo; este o antdoto mais eficaz para impedir que esses pecados voltem a repetir-se. A razo pela qual camos tantas vezes nos mesmos enganos que no mantemos fixos os olhos em nosso Redentor. 44. No segundo. A salvao , e sempre o ser, uma ddiva imerecida. Nossa conduta mpia s nos ganhou a morte. No h nenhuma quantidade de "obras" que o pecador possa acumular, que ao fim o faam digno de entrar no cu. Por outra parte, no h nenhum pecado to grande que no possa ser tirado pelo perdo de Deus, depois de um sincero arrependimento v uma reforma verdadeira. Quando o justo receba sua recompensa, todos os pecados que cometeu nem sequer lhe sero mencionados (ver com. cap. 18: 22). 46. Neguev. No hebreu, esta palavra, assim como as que se traduzem "sul" e "austral", se refere ao ponto cardeal "sul". Se refere aqui terra do Jud, que, a pesar de estar quase diretamente para o oeste de Babilnia, era alcanada do norte por quem vinha de Babilnia (ver com. Jer. 1: 13). No hebreu, os vers. 45-49 aparecem como parte do captulo seguinte. 47. Toda rvore verde. Quer dizer, a gente de todas as classes sociais, ou seja toda a populao. Se a distino que se faz se apia na moralidade (cap. 21: 4), deve recordar-se que em caso de uma catstrofe nacional sofrem todos os que compem a nao, j sejam bons ou maus. Esta calamidade no necessariamente representa a destruio eterna do indivduo. O homem ainda tem o privilgio de receber a salvao pessoal. 48. No se apagar. O incndio seria to terrvel que ningum poderia apag-lo. Arderia at que terminasse sua obra destruidora. Ento se extinguiria sozinho. Esta mesma expresso, aplicada aos fogos do inferno (Mar. 9: 43, 45), foi interpretada por alguns como uma prova de que o inferno arder por toda a eternidade. Outro texto mostra que uma interpretao tal errnea, porque o incndio ocasionado em Jerusalm pelos caldeos no foi apagado (Jer. 17: 27), e entretanto se extinguiu quando concluiu sua obra de devastao. 49. No profere este parbola? A gente deseja evitar aplic-la profecia a si mesmo dizendo que uma parbola; pretende no compreend-la. COMENTROS DO ELENA G. DO WHTE 10-20 3JT 396 11 PP 389 12 CH223; DTG255; MeM267; PRl35 12-20 MM 123 13-24 PP 434 16, 19 PR 135 20 CS 490; DTG 249; 3Jt 128-129; PR 135 33 F 449 37 Ed 170; MC 314; PR 366 49 St 68 679 CAPTULO 21 1 Ezequiel profetiza contra Jerusalm com o sinal de seu gemido. 8 A espada brilhante e afiada, 18 contra Jerusalm, 25 contra o reino, 28 e contra os amonitas. 1 VEO para mim palavra do Jehov, dizendo: 2 Filho de homem, ponha seu rosto contra Jerusalm, e derrama palavra sobre os santurios, e profetiza contra a terra do srael. 3 Dir terra do srael: Assim h dito Jehov: Hei aqui que eu estou contra ti, e tirarei minha espada de sua vagem, e cortarei de ti ao justo e ao mpio. 4 E por quanto tenho que cortar de ti ao justo e ao mpio, portanto, minha espada sair de sua vagem contra toda carne, do sul at o norte. 5 E saber toda carne que eu Jehov tirei minha espada de sua vagem; no a embainharei mais. 6 E voc, filho de homem, geme com quebrantamento de seus lombos e com amargura; geme diante dos olhos deles. 7 E quando lhe dijeren: por que geme voc? dir: Por uma notcia que quando chegue far que desfalea todo corao, e toda mo se debilitar, e se angustiar todo esprito, e tudo joelho ser fraco como a gua; hei aqui que vem, e se far, diz Jehov o Senhor. 8 Veio para mim palavra do Jehov, dizendo: 9 Filho de homem, profetiza, e dava: Assim h dito Jehov o Senhor: Dava: A espada, a espada est afiada, e tambm polida. 10 Para degolar vtimas est afiada, polida est para que resplandea. Havemos de nos alegrar? Ao cetro de meu filho desprezou como a um pau qualquer. 11 E a deu a polir para t-la mo; a espada est afiada, e est polida para entreg-la em mo do matador. 12 Clama e lamenta, OH filho de homem; porque esta ser sobre meu povo, ser ela sobre todos os prncipes do srael; cairo eles a espada junto com meu povo; fere, pois, sua coxa; 13 porque est provado. E o que, se a espada desprezar at ao cetro? O no ser mais, diz Jehov o Senhor. 14 Voc, pois, filho de homem, profetiza, e taco de beisebol uma mo contra outra, e se duplique e triplique o furor da espada homicida; esta a espada de a grande matana que os transpassar, 15 que o corao deprima, e os estragos se multipliquem; em todas as portas deles pus espanto de espada. Ah! disposta est para que resplandea, e preparada para degolar. 16 Curta a direita, fere a esquerda, aonde queira que te volte. 17 E eu tambm baterei minha mo contra minha mo, e farei repousar minha ira. Eu Jehov falei 18 Veio para mim palavra do Jehov, dizendo: 19 Voc, filho de homem, traado dois caminhos por onde venha a espada do rei de Babilnia; de uma mesma terra saiam ambos; e ponha um sinal ao comeo de cada caminho, que indique a cidade aonde vai. 20 O caminho assinalar por onde venha a espada ao Rab dos filhos do Amn, e ao Jud contra Jerusalm, a cidade fortificada. 21 Porque o rei de Babilnia se deteve em uma encruzilhada, ao princpio dos dois caminhos, para usar de adivinhao; sacudiu as setas, consultou a seus dolos, olhou o fgado. 22 A adivinhao assinalou a sua mo direita, sobre Jerusalm, para dar a ordem de ataque, para dar comeo matana, para levantar a voz em grito de guerra, para pr aretes contra as portas, para levantar cercados, e edificar torres de stio. 23 Mas para eles isto ser como adivinhao mentirosa, j que lhes tem feito solenes juramentos; mas ele traz para a memria a maldade deles, para captur-los. 24 portanto, assim h dito Jehov o Senhor: Por quanto tm feito trazer para a memria suas maldades, manifestando suas traies, e descobrindo seus pecados em todas suas obras; por quanto viestes em memria, sero entregues em sua mo. 25 E voc, profano e mpio prncipe do srael, cujo dia chegou j, o tempo da consumao da maldade, 26 assim h dito Jehov o Senhor: Depn a tiara, tira a coroa; isto no ser mais assim; 680 seja exaltado o baixo, e humilhado o alto. 27 A runa, a runa, a runa o reduzirei, e isto no ser mais, at que venha aquele cujo o direito, e eu o entregarei. 28 E voc, filho de homem, profetiza, e dava: Assim h dito Jehov o Senhor aproxima dos filhos do Amn, e de seu oprobio. Dir, pois: A espada, a espada est desenvainada para degolar; para consumir est polida com resplendor. 29 Lhe profetizam vaidade, adivinham-lhe mentira, para que a empregue sobre os pescoos dos maus sentenciados a morte, cujo dia veio no tempo da consumao da maldade. 30 A voltarei para sua vagem? No lugar onde te criou, na terra onde viveste, julgarei-te, 31 e derramarei sobre ti minha ira; o fogo de minha irritao farei acender sobre ti, e entregarei-te em mo de homens temerrios, artfices de destruio. 32 Ser pasto do fogo, empapar-se a terra de seu sangue; no haver mais memria de ti, porque eu Jehov falei. 1. Palavra do Jehov. Nos vers. 1-7 se reproduz em linguagem clara a enigmtica parbola j apresentada (cap. 20: 45- 49). 2. Contra Jerusalm. Em vez da triplo meno do sul (cap. 20: 46), empregam-se as palavras "Jerusalm', "santurios' e "terra do srael'. 3. Minha espada. mostra-se aqui que o "fogo" da enigmtica parbola (cap. 20: 47) a espada do invasor. 4. Ao justo. Ver com. cap. 20: 47. Em ocasies de castigos nacionais, os inocentes muitas vezes sofrem os mesmos castigos temporrios dos culpados. 5. No a embainharei mais. At que a misso no se cumpriu. Ento a espada devia voltar para sua vagem. Esta frase deve entender-se em um sentido limitado, semelhante ao do fogo que no seria apagado (cap. 20: 48; ver ali o comentrio). Se interpretam s vezes algumas expresses similares como se indicassem que o castigo no ter fim. Em cada caso, a durao dever ser determinada pelo contexto (ver com. cap. 30: 13). 6. Quebrantamento de seus lombos. Comparar com o Nah. 2: 1, 10. Ao profeta lhe manda representar vividamente ante seus ouvintes quo profundamente se comoveriam todos pela notcia da queda de Jerusalm. 7. Far que desfalea todo corao. Comparar com o Luc. 21: 26. 8. Palavra do Jehov. Poderia denominar-se aos vers. 8-17 como "O cantar da espada afiada e brunida". Em geral, estes versculos so uma ampliao da mensagem dos vers. 1-6. 10. Temos que nos alegrar? Esta parte do versculo e a que segue so difceis de entender no hebreu. Dizem literalmente: "Ou nos regozijaremos, o cetro de meu filho, rechaando tudo rvore". A LXX diz: "Prepara para a runa, arbusto, ponha por nada, despreza cada rvore" ( possvel que estas "rvores" sejam os do cap. 20: 47). Os exgetas ou intrpretes da Bblia hebria dizem que se trata de um texto modificado e no o tratam de explicar. Se se modificar a vocalizao de uma palavra, poderia interpret-la ltima parte da seguinte maneira: "No que a vara [quer dizer, "castigo" (ver Prov. 10: 13)] refere-se, meu filho, voc h desprezado tudo o de madeira", entendendo-se que, portanto, seu castigo seria com algo que no fora madeira, quer dizer uma espada metlica. 11. Matador. O rei de Babilnia (vers. 19). 12. Fere, pois, sua coxa. Em sinal de extrema dor ou grande vergonha (cf. Jer. 31: 19). O propsito de os gestos era o de atrair a ateno e suscitar perguntas (ver com. Eze. 4: 1). 13. Porque est provado. A traduo desta passagem em todas as verses representa um intento de esclarecer uma passagem muito escura. O problema similar ao do vers. 10. Madreprola-Colunga opta por omitir esta parte do versculo. A BJ tenta fazer a seguinte interpretao: "Pois a prova parece, e o que passaria se no houvesse cetro desdenhoso?" Dujovne-Konstantynowski diz: "Porque se far prova dela; e se a vara castigadora no prospera tampouco?" 14. Taco de beisebol uma mo contra outra. Um gesto que revela grande emoo, neste caso, evidentemente de horror (veja-se Eze. 21: 17; cf. Nm. 24: 10). Triplique-se. Sem dvida estas frases fazem notar quo terrvel seria a matana. O hebreu 681 desta passagem muito escura. Em parte, o sentido deste versculo se derivou que as verses. 15. Espanto de espada. A palavra traduzida como "espanto",'ibjah, s aparece aqui e se desconhece seu traduo precisa. Alguns pensaram que a palavra deve escrever-se tibjah, vocbulo que significa "matana" ou "carne" (1 Sam. 25: 11; Sal. 44: 22; Jer. 12: 3). Deste modo deveria ler-se: "eu pus uma espada para a matana". 16. Curta direita. A forma das palavras hebrias mostra que a espada a que recebe a ordem. 17. Eu tambm baterei minha mo. emprega-se aqui uma figura para lhe atribuir a Deus atos e sentimentos humanos. Deus faz aqui o que mandou que fizesse o profeta (ver com. vers. 14). Farei repousar minha ira. Ver com. cap. 16: 42. 18. Palavra do Jehov. Aqui comea a terceira profecia deste captulo, mais especfica que a anterior. 19. Dois caminhos. Nesta passagem se representa ao rei de Babilnia na encruzilhada de dois caminhos, indeciso se tiver que tomar primeiro o caminho a Jerusalm ou o que vai capital dos amonitas (vers. 20). Ponha um sinal. Heb. "por uma mo" para indicar o caminho. Este sinal se localizaria a vrios centenares de quilmetros ao oeste de Babilnia, possivelmente no Tadmor (ver com. 1 Rei. 9: 18), ou possivelmente at no vale do Orontes. 21. Para usar de adivinhao. Os pagos recorriam adivinhao quando terei que tomar decises importantes. Aqui se menciona trs tipos especficos de adivinhao. ido-os. Heb. terafim, estatuetas de figura humana (ver com. Gn. 31: 19). No sabemos hoje como as empregava para a adivinhao. Olhou o fgado. Este mtodo de adivinhao, chamado hepatoscopa (ver com. Do. 1: 20), era comum entre os babilonios. encontraram-se fgados de ovelha, feitos em argila, marcados com linhas e inscries, que evidentemente se usavam para instruir no uso deste mtodo. Embora na igreja crist no se admite nenhum tipo de adivinhao, muitos cristos tentam obter uma indicao da conduo divina por mtodos que Deus no pode aprovar e que em essncia so similares aos antigos mtodos de adivinhao. Qualquer mtodo de fazer uma deciso que inclua o fator azar, j seja o de atirar uma moeda ou abrir as pginas da Bblia para encontrar onde fique o dedo a resposta ao problema, entra na mesma categoria da adivinhao com dolos ou fgados. sacudiu as setas. O mtodo babilonio possivelmente era similar ao que mais tarde usaram os rabes. Vrias setas, sem cabea e com mensagens apropriadas, eram sacudidas ao mesmo tempo em um carcaj ou outro recipiente, e se tirava uma, ou se fazia girar o recipiente e era escolhida a que caa primeiro. O que se escrito sobre essa seta se supunha que indicava a vontade dos deuses. No se nega que algumas vezes o Senhor guiou mediante alguns destes mtodos, sobre tudo a quem tem pouca instruo, ou talvez em casos de emergncia. Entretanto, estes mtodos de azar deveriam descartar-se a medida que a alma cresce na graa. Se em todas as decises da vida o homem recebesse uma resposta direta de Deus mediante alguma sinal visvel, converteria-se em mera mquina. Se roubaria a si mesmo o direito bsico e a liberdade humana: a auto-determinao, faculdade que lhe foi concedida Por Deus. Jogar sortes est na mesma categoria e no deveria empregar-se. Nos h dado o seguinte conselho: "No tenho f nisso de jogar sortes... Jogar sortes para nomear os oficiais da igreja no harmoniza com o plano de Deus" (EGW, carta 37, 1900). 22. Sua mo direita. Quer dizer, a sorte que correspondia a Jerusalm esteve mo direita do rei. 23. Como adivinhao mentirosa. Quer dizer, ao parecer dos habitantes de Jerusalm. Solenes juramentos. sto poderia entender-se como uma referncia a quo judeus tinham formulado solenes juramentos de lealdade a Babilnia (2 Crn. 36: 13; Eze. 17: 18-19). Esses juramentos tinham sido invalidados. Este significado pareceria ser o mais singelo de todos. O traz para a memria. O sujeito tcito desta frase poderia ser o Senhor, e a "maldade" seria a do povo. Tambm poderia ser Nabucodonosor o que vai recordar e castigar a Jud por ter quebrantado seu juramento (2 Crn. 36: 10, 13; Jer. 52: 3; Eze. 17: 15-19). 24. Descobrindo seus pecados. Esses pecados deveriam ter sido talheres ou expiados 682 no servio do dia de expiao (Lev. 16). Devido ao srael se negou a reconhecer seu culpa, o pecado tinha ficado "descoberto", e demandava castigo. Cada nova transgresso recordava todo o registro dos pecados anteriores, e a esta data o total acumulado exigia um castigo imediato. 25. mpio prncipe. Sedequas. 26. Tiara. Heb. mitsnfeth, "turbante". Vem da raiz tsanaf, "atar ao redor". Em este caso, na cabea. S aqui se traduz como "tiara". Nos outros casos (Exo. 28: 4, 37, 39; 29: 6; 39: 28, 31; Lev. 8: 9; 16: 4), traduz-se mitsnfeth como "mitra". Este turbante era smbolo de autoridade, j fora do supremo sacerdote ou do rei. No ser mais assim. Haveria uma completa mudana na ordem constituda. 27. A runa. A triplo repetio desta palavra intensifica a idia. O decreto se refere ao trono da casa do David. "At que Cristo mesmo estabelecesse seu reino, no ia se permitir ao Jud que tivesse rei" (PR 332; Ed 174). 28. A respeito dos filhos do Amn. Embora o rei de Babilnia tinha decidido atacar a Jerusalm em vez de assediar ao Rab (vers. 20- 22), os amonitas no escapariam ao castigo (cap. 25: 1-7). 29. Profetizam. Heb. jazah, "ver". Verbo que muitas vezes se emprega para referir-se s vises do vidente ou profeta. Aqui sem dvida so os adivinhos amonitas os que "profetizam". Para que a empregue. Quer dizer, a espada descrita no vers. 28. 30. Voltarei-o? Em hebreu um imperativo: "Volta-a para a vagem" (BJ). A ordem est dirigida aos amonitas (vers. 28). Seus esforos seriam vos. Em sua prpria terra receberiam o castigo de suas mpias aes. 31. Temerrios. Do Heb. b'ir, "ganho", "besta" (Sal. 49: 10; 92: 6), cujo significado ,"estpido como animal'. Estes "homens brbaros" (BJ) aparecem de novo em Eze. 25: 4, 10. 32. No haver mais memria de ti. Em contraste com a gloriosa promessa feita ao srael (vers. 27). COMENTROS DO ELENA G. DO WHTE 3, 5, 7, PR 333 25-27 PR 332 26-27 Ed 174 27 8T 86, 97 31 PR 333 CAPTULO 22 1 Contagem dos pecados de Jerusalm. 13 Deus os consumir como escria em seu forno ardente. 23 A corrupo generalizada dos profetas, os sacerdotes, os prncipes e o povo. 1 VEO para mim palavra do Jehov, dizendo: 2 Voc, filho de homem, no julgar voc, no julgar voc cidade derramadora de sangue, e lhe mostrar todas suas abominaes? 3 Dir, pois: Assim h dito Jehov o Senhor: Cidade derramadora de sangue em meio de si, para que venha sua hora, e que fez dolos contra si mesmo para poluir-se! 4 Em seu sangue que derramou pecaste, e te poluste em seus dolos que fez; e tem feito aproximar seu dia, e chegaste ao trmino de seus anos; portanto, dei-te em oprobio s naes, e em escrnio a todas as terras. 5 As que esto perto de ti e as que esto longe riro de ti, amancillada de nome, e de grande confuso. 6 Hei aqui que os prncipes do srael, cada um segundo seu poder, esforam-se em derramar sangue. 7 Ao pai e me desprezaram em 683 ti; ao estrangeiro trataram com violncia em meio de ti; ao rfo e viva despojaram em ti. 8 Meus santurios menosprezou, e meus dias de repouso* profanaste. 9 Caluniadores houve em ti para derramar sangue; e sobre os Montes comeram em ti; fizeram em meio de ti perversidades. 10 A nudez do pai descobriram em ti, e em ti fizeram violncia que estava imunda por seu menstruo. 11 Cada um fez abominao com a mulher de seu prximo, cada um poluiu pervertidamente a sua nora, e cada um violou em ti a sua irm, filha de seu pai. 12 Preo receberam em ti para derramar sangue; interesse e usura tomou, e a seus prximos defraudou com violncia; se esqueceu de mim, diz Jehov o Senhor. 13 E hei aqui que bati minhas mos por causa de sua avareza que cometeu, e a causa do sangue que derramou em meio de ti. 14 Estar firme seu corao? Sero fortes suas mos nos dias em que eu proceda contra ti? Eu Jehov falei, e o farei. 15 Te dispersarei pelas naes, e te pulverizarei pelas terras; e farei fenecer de ti sua imundcie. 16 E por ti mesma ser degradada vista das naes; e saber que eu sou Jehov. 17 Veio para mim palavra do Jehov, dizendo: 18 Filho de homem, a casa do srael me converteu em escria; todos eles so bronze e estanho e ferro e chumbo no meio do forno; e em escrias de prata se converteram. 19 portanto, assim h dito Jehov o Senhor: Por quanto todos lhes ho convertido em escrias, portanto, hei aqui que eu lhes reunirei em meio de Jerusalm. 20 Como quem junta prata e bronze e ferro e chumbo e estanho no meio do forno, para acender fogo nele para fundi-los, assim lhes juntarei em meu furor e em minha ira, e lhes porei ali, e lhes fundirei. 21 Eu lhes juntarei e soprarei sobre vs no fogo de meu furor, e no meio dele sero fundidos. 22 Como se funde a prata no meio do forno, assim sero fundidos em meio de ele; e sabero que eu Jehov terei derramado minha irritao sobre vs. 23 Veio para mim palavra do Jehov, dizendo: 24 Filho de homem, dava a ela: Voc no terra limpa, nem orvalhada com chuva no dia do furor. 25 H conjuracin de seus profetas em meio dela, como leo rugiente que arrebata presa; devoraram almas, tomaram fazendas e honra, multiplicaram seus vivas em meio dela. 26 Seus sacerdotes violaram minha lei, e poluram meus santurios; entre o santo e o profano no fizeram diferena, nem distinguiram entre imundo e limpo; e de meus dias de repouso* apartaram seus olhos, e eu fui profanado em meio deles. 27 Seus prncipes em meio dela so como lobos que arrebatam presa, derramando sangue, para destruir as almas, para obter lucros injustas. 28 E seus profetas recubran com lodo solto, lhes profetizando vaidade e lhes adivinhando mentira, dizendo: Assim h dito Jehov o Senhor; e Jehov no tinha falado. 29 O povo da terra usava de opresso e cometia roubo, ao aflito e carente fazia violncia, e ao estrangeiro oprimia sem direito. 30 E procurei entre eles homem que fizesse cerca e que ficasse na brecha diante de mim, a favor da terra, para que eu no a destrua-se; e no achei-o. 31 portanto, derramei sobre eles minha ira; com o ardor de minha ira os consumi; fiz voltar o caminho deles sobre sua prpria cabea, diz Jehov o Senhor. 1. Palavra do Jehov. O captulo 22 pode dividir-se em trs partes: os vers. 1-16, uma lista de os pecados de Jerusalm; vers. 17-22, a parbola do refinamento do metal; vers. 23-31, a descrio da corrupo geral que afeta a todas as classes sociais. 2. No julgar voc? Ver com. cap. 20: 1. Cidade derramadora de sangue. Quer dizer, "cidade culpado do derramamento de sangue". Entre os crmenes que lhe tinham granjeado a Jerusalm esse infame ttulo, sem dvida podiam contar-se assassinatos feitos ao amparo da lei e o oferecimento de meninos em sacrifcio ao Moloc. 3. Para que venha sua hora. A hora de seu castigo. Deve considerar-se esta declarao 684 como um resultado e no como um propsito, ou possivelmente como uma figura por meio da qual apresentam-se as conseqncias de um ato como se fossem o propsito do ato. 4. Escamio. "Zombaria" (BJ). Comparar com Sal. 44: 13-14; 79: 4. 5. As que esto perto de ti. provvel que o antecedente deste pronome feminino seja "cidades", palavra que em hebreu feminina. No hebreu as "naes" so do gnero masculino. 6. Segundo seu poder. Literalmente, "segundo seu brao", devendo-se entender "segundo sua fora". Os prncipes do Jud tinham menosprezado a justia e governavam caprichosamente. Em derramar sangue. Note-a triplo repetio desta frase (vers. 6, 9, 12). O profeta classifica os pecados do srael em trs categorias: os pecados de crueldade e profanao (vers. 6-8); os pecados de idolatria, incesto e lascvia (vers. 9-11), os pecados de avareza e cobia (vers. 12). 13. Bati minhas asas. Como uma amostra de indignao (cap. 6: 11; 21: 14). 14. Estar firme seu corao? A forma da pergunta indica que se espera uma resposta negativa. 15. Farei fenecer de ti sua imundcie. Embora no se faz ressaltar aqui este aspecto, os castigos teriam que ter um efeito saudvel. 16. Ser degradada. "Mostraste-te mpia" (BJ). A forma verbal hebria, com ligeira modificao, pode entender-se como "tomar herdade" (RVA), mas a melhor traduo a da RVR. A LXX diz: "Eu tomarei herdade em ti ante os olhos das naes". Algumas verses antigas dizem: "Eu serei profanado em vs a a vista das naes" (cf. caps. 20: 9; 36: 20). 17. Palavra do Jehov. Nos vers. 17-22 se apresenta uma parbola apoiada no processo do refinamento da prata. O forno Jerusalm (vers. 19). duvidoso que se ache nesta parbola a idia da purificao. A idia que ressalta mais bem a da ira divina cujo ardor derrete a escria sem valor. 23. Palavra do Jehov. Os vers. 23-31 constituem a terceira seo do captulo (ver com. vers. 1). Contm outra contagem dos pecados do srael, na qual se indica que todas as classes sociais pecaram. 25. Profetas. A LXX diz "governantes". A mudana de uma s letra permite essa traduo. J no cap. 13 se acusou aos falsos profetas. Sua obra foi um contnuo impedimento para o trabalho dos verdadeiros profetas. No de admirar-se que luz de afirmaes to contraditrias, a gente estivesse confundida e que encontrasse desculpas plausveis para no obedecer os mandatos divinos. A mesma confuso existe hoje no mundo religioso. devido a que o mundo cristo est dividido irremediavelmente, e como h pessoas piedosas nas diversas comunhes, alguns opinam que, ao fim de contas, no importa o que acreditam. O nico antdoto seguro contra a influncia dos falsos profetas em nossos dias conhecer por investigao pessoal o que verdade. perigoso depender das investigaes, e das opinies alheias ou da sabedoria de outro (CW 45; 2JT 296; CS 651-652). devido a que os falsos profetas teriam que abundar nos ltimos dias, em repetidas ocasies Jesus advertiu contra suas tcnicas sutis (Mat. 24: 4-5, 11, 24). Diz que "enganaro, se for possvel, at aos escolhidos" (Mat. 24: 44). Tambm se faz referncia a que recorrero a "grandes assinale e prodgios", o que quase no existiu em tempos do Ezequiel. medida que o grande dia de Deus se aproxima, Satans intensificar seus esforos para enganar. Dominar cada vez mais o mundo, medida que os anjos celestiales se o vo permitindo. Sob o disfarce da religio e por meio de milagres, tomar posse dos habitantes deste mundo. E "todos os moradores da terra cujos nomes no estavam escritos no livro da vida do Cordeiro que foi imolado desde o comeo do mundo" adoraro-o (Apoc. 13: 8). Pelo tanto, precisamos ter um conhecimento cabal das Escrituras a fim de distinguir entre o verdadeiro e o falso (CS 651-652). 26. Violaram minha lei. Os sacerdotes tinham a misso especial de instruir ao povo quanto aos requerimentos divinos, de observar e ensinar a distino entre o santo e o profano (Lev. 10: 10), e de instruir ao povo como devia guardar-se na sbado. Em tudo isto tinham sido infiis. 685 Apartaram seus olhos. Esta acusao tem um paralelo notvel em nossos dias. As profecias do livro de Apocalipse (caps. 12-14) manifestam que Deus pede uma reforma no que corresponde a voltar para verdadeiro dia de repouso do Senhor, o stimo dia da semana. Esta reforma tem que preparar ao mundo para a segunda vinda de Cristo. A mensagem foi proclamado. A reao foi similar a que houve em tempos do Ezequiel. Os homens apartam seus olhos para no ver a obrigao que tm de guardar o verdadeiro dia de repouso. Fecham os olhos ante as claras evidncias bblicas e dizem: "No resulta claro". 27. Prncipes. Heb. sar, membros da classe governante e caudilhos de famlias importantes. 28. Lodo solto. Melhor, "reboco de lodo", "reboco de cal" (ver com. cap. 13: 10). No mundo religioso h quem apia quase qualquer tipo de crena. H vrias regras importantes que podem ajudar hoje aos homens a distinguir entre o que "lodo solto" e o que genuno. Estas regras deveriam empregar-se para provar a qualquer que pretenda apoiar-se na Bblia. Tambm servem como sistema para dirigir a investigao bblica, a fim de que no se chegue a concluses errneas. 1. A Bblia sempre deveria estudar-se com orao. S o Esprito Santo pode nos ajudar a ver a importncia daquelas coisas que so fceis de entender, e fazer que no toramos aquelas verdades que so difceis de entender (ver CS 657-658). Alm disso, as coisas espirituais se discernem espiritualmente (1 Cor. 2: 14). portanto, uma pessoa que no tem o Esprito de Deus no pode entender as coisas divinas. A prtica correta de a orao colocar a uma pessoa em condies de receber a verdade divina. 2. A pessoa deve estar lista a seguir a luz revelada (Juan 7: 17). As verdades divinas no so dadas em forma confusa, ambgua, para que os homens pisoteiem-nas. Deus reserva a compreenso de suas mensagens para quem esteja dispostos a caminhar na luz que ilumina suas mentes. O negar-se obstinadamente a andar nesta luz fecha a porta a uma maior compreenso de a verdade divina. 3. A Bblia deve interpretar-se em concordncia com ela mesma. Quando se a entende corretamente, a Bblia no se contradiz. Se uma concluso tirada de uma passagem bblica contradiz a outra passagem do mesmo livro, deve dizer-se que essa concluso falsa. Muitas vezes lhe pode dar vrias interpretaes a um versculo ou a uma passagem, quando o considera em forma isolada. Em tal caso, deve aceit-la concluso que esteja em completa harmonia com toda a Bblia. 4. A Bblia deve interpretar-se luz de seu contexto. O estudante deveria tornar cuidadosamente em conta o contexto da passagem que est considerando para saber do que estava falando o autor. Dever limitar sua aplicao aos limites postos pelo autor. Por exemplo, quando Pablo diz: "Tudo me lcito" (1 Cor. 6: 12), essa declarao, tomada em forma isolada, poderia interpretar-se no sentido de que Pablo afirma aqui que era um libertino. Mas o contexto assinala que est falando de que era lcito comer carnes sacrificadas a dolos. Ningum tem o direito de aplicar a palavra "todo" mais l do que Pablo tinha em conta quando fez esta afirmao. 5. Deve permitir-se que a Bblia seja seu prprio intrprete. Com freqncia, o Esprito Santo no interpreta imediatamente o smbolo que empregam as Escrituras, mas se espera que em outra passagem o mesmo Esprito explicasse o linguagem difcil de compreender. E assim ocorre. Poderia acrescentar-se que, quando no apresenta-se esta explicao adicional, qualquer intento que faam os homens por interpretar estes smbolos, no melhor dos casos s pode considerar-se como uma conjetura. Em resumo, o procedimento correto para descobrir o que a Bblia ensina sobre qualquer tema tomar tudo o que a Bblia diz quanto a esse tema antes de chegar a concluso alguma. A considerao do tema em todos seus alcances impede que o intrprete saia por uma tangente de interpretao que no seja bblica. 29. O povo da terra. Aqui se acusa s pessoas comum. 30. Procurei entre eles homem. Comparar com o Jer. 5: 1. Que ficasse na brecha. Deus chama os homens hoje a que reparem a brecha na lei de Deus. Muitos responderam, mas outros seguem raciocinando em forma mundana e no vem necessidade de fazer uma reforma. Daqueles que pem mo obra se diz: "E os teus edificaro as runas antigas; 686 os alicerces de gerao e gerao levantar, e ser chamado reparador de postigos, restaurador de caladas para habitar" (SA. 58: 12). 31. O ardor de minha ira. Nesta linguagem, que evidentemente figurado, os diversos castigos de Deus so comparados com fogo. O fogo consome, e o efeito destes castigos foi o de consumir a aqueles sobre quem caiu. Ao final da histria do mundo os que tenham rechaado a misericrdia divina sofrero o fogo literal (Apoc. 20: 9). COMENTROS DO ELENA G. DO WHTE 8 PR 135 28 T 247; TM 39 31 PR 135 CAPTULO 23 1 As prostituies da Ahola e Aholiba. 22 Aholiba ser destruda por seus amantes. 36 O profeta reprova os adultrios de ambas, 45 e assinala seus julgamentos. 1 VEO para mim palavra do Jehov, dizendo: 2 Filho de homem, houve duas mulheres, filhas de uma me, 3 as quais fornicaram no Egito; em sua juventude fornicaram. Ali foram apertados seus peitos, ali foram espremidos seus peitos virginais. 4 E se chamavam, a maior, Ahola, e sua irm, Aholiba; as quais chegaram a ser minhas, e deram a luz filhos e filhas. E se chamaram: Samaria, Ahola; e Jerusalm, Aholiba. 5 E Ahola cometeu fornicao at estando em meu poder; e se apaixonou por seus amantes os assrios, vizinhos deles, 6 vestidos de prpura, governadores e capites, jovens cobiava todos eles, cavaleiros que foram a cavalo. 7 E se prostituy com eles, com todos os mais escolhidos dos filhos dos assrios, e com todos aqueles de quem se apaixonou; poluiu-se com todos os dolos deles. 8 E no deixou suas fornicaes do Egito; porque com ela se tornaram em seu juventude, e eles comprimiram seus peitos virginais, e derramaram sobre ela sua fornicao. 9 Pelo qual a entreguei em mo de seus amantes, em mo dos filhos dos assrios, de quem se apaixonou. 10 Eles descobriram sua nudez, tomaram seus filhos e suas filhas, e a ela mataram a espada; e deveu ser famosa entre as mulheres, pois nela fizeram castigo. 11 E o viu sua irm Aholiba, e enlouqueceu de luxria mais que ela; e seus fornicaes foram mais que as fornicaes de sua irm. 12 Se apaixonou pelos filhos dos assrios seus vizinhos, governadores e capites, vestidos de roupas e armas excelentes, cavaleiros que foram a cavalo, todos eles jovens cobiveis. 13 E vi que se poluiu; um mesmo caminho era o de ambas. 14 E aumentou suas fornicaes; pois quando viu homens pintados na parede, imagens de caldeos pintadas de cor, 15 rodeados por seus lombos com talabartes, e tiaras de cores em suas cabeas, tendo todos eles aparncia de capites, maneira dos homens de Babilnia, de Esquenta, terra de seu nascimento, 16 se apaixonou por eles a primeira vista, e lhes enviou mensageiros terra de os caldeos. 17 Assim, pois, chegaram-se os homens de Babilnia em seu leito de amores, e a poluram, e ela tambm se poluiu com eles, e sua alma se hasti deles. 18 Assim fez patenteie suas fornicaes e descobriu suas nudezes, pelo qual minha alma se hasti dela, como se havia j enfastiada minha alma de sua irm. 19 At multiplicou suas fornicaes, trazendo em memria os dias de seu juventude, nos quais tinha fornicado na terra do Egito. 687 20 E se apaixonou por seus rufies, cuja luxria como o ardor carnal dos asnos, e cujo fluxo como fluxo de cavalos. 21 Assim trouxe de novo memria a luxria de sua juventude, quando os egpcios comprimiram seus peitos, os peitos de sua juventude. 22 portanto, Aholiba, assim h dito Jehov o Senhor: Hei aqui que eu suscitarei contra ti a seus amantes, dos quais se hasti sua alma, e lhes farei vir contra ti em redor; 23 os de Babilnia, e todos os caldeos, os do Pecod, Soa e Coa, e todos os de Assria com eles; jovens cobiveis, governadores e capites, nobres e vares de renome, que montam a cavalo todos eles. 24 E viro contra ti carros, carretas e rodas, e multido de povos. Escudos, paveses e elmos poro contra ti em redor; e eu porei diante de eles o julgamento, e por suas leis lhe julgaro. 25 E porei meu zelo contra ti, e procedero contigo com furor; tiraro-lhe voc nariz e suas orelhas, e o que ficar cair a espada. Eles tomaro a vocs filhos e a suas filhas, e sua remanescente ser consumido pelo fogo. 26 E lhe despojaro de seus vestidos, e lhe arrebataro todos os adornos de voc formosura. 27 E farei cessar de ti sua luxria, e sua fornicao da terra do Egito; e no levantar j mais a eles seus olhos, nem nunca mais te lembrar do Egito. 28 Porque assim h dito Jehov o Senhor: Hei aqui, eu te entrego em mo de aqueles que aborreceu, em mo daqueles dos quais se hasti sua alma; 29 os quais procedero contigo com dio, e tomaro todo o fruto de seu trabalho, e lhe deixaro nua e descoberta; e tirar o chapu a imundcie de vocs fornicaes, e sua luxria e sua prostituio. 30 Estas coisas se faro contigo porque fornicou em detrs das naes, com as quais te poluiu em seus dolos. 31 No caminho de sua irm andou; eu, pois, porei seu clice em sua mo. 32 Assim h dito Jehov o Senhor: Beber o fundo e largo clice de sua irm, que de grande capacidade; de ti se mofaro as naes, e lhe ludibriaro. 33 Ser cheia de embriaguez e de dor pelo clice de solido e de desolao, pelo clice de sua irm Samaria. 34 O beber, pois, e o esgotar, e quebrar seus vasos; e rasgar vocs peitos, porque eu falei, diz Jehov o Senhor. 35Por tanto, assim h dito Jehov o Senhor: Por quanto te esqueceste que mim, e me foste atrs de suas costas, por isso, leva voc tambm sua luxria e vocs fornicaes. 36 E me disse Jehov: Filho de homem, no julgar voc a Ahola e a Aholiba, e os denunciar suas abominaes? 37 Porque adulteraram, e h sangre em suas mos, e fornicaram com seus dolos; e at a seus filhos que tinham dado a luz para mim, fizeram passar pelo fogo, queimando-os. 38 At isto mais me fizeram: poluram meu santurio naquele dia, e profanaram meus dias de repouso.* 39 Pois tendo sacrificado seus filhos a seus dolos, entravam em meu santurio o mesmo dia para polui-lo; e hei aqui, assim fizeram em meio de minha casa. 40 Alm disso, enviaram por homens que viessem de longe, aos quais tinha sido enviado mensageiro, e hei aqui vieram; e por amor deles te lavou, e pintou seus olhos, e te embelezou com adornos; 41 e se sentou sobre suntuoso estrado, e foi preparada mesa diante dele, e sobre ela ps meu incenso e meu azeite. 42 E se ouviu nela voz de companhia que se entretinha com ela; e com os vares da gente comum foram gastos lhes saiba do deserto, e puseram braceletes em suas mos, e belas coroas sobre suas cabeas. 43 E pinjente em relao envelhecida em adultrios: Ainda cometero fornicaes com ela, e ela com eles? 44 Porque vieram a ela como quem vem a mulher rameira; assim vieram a Ahola e a Aholiba, mulheres depravadas. 45 portanto, homens justos as julgaro pela lei das adulteras, e pela lei das que derramam sangue; porque so adlteras, e sangue h em seus mos. 46 Pelo que assim h dito Jehov o Senhor: Eu farei subir contra elas tropas, entregarei-as a confuso e a rapina, 47 e as turfas as apedrejaro, e as atravessaro com suas espadas; mataro a seus filhos e a suas filhas, e suas casas consumiro com fogo. 688 48 E farei cessar a luxria da terra, e castigaro todas as mulheres, e no faro segundo suas perversidades. 49 E sobre vocs poro suas perversidades, e pagaro os pecados de sua idolatria; e sabero que eu sou Jehov o Senhor. 1. Palavra do Jehov. No cap. 23 se apresenta uma extensa alegoria, cujo principal propsito o de mostrar a pecaminosidad do Jud. Esta alegoria tem algum parecido com a do cap. 16, embora tambm tem certas diferenas. Seu tema central o das alianas polticas com naes estrangeiras. 2. Uma me. As duas cidades, Jerusalm e Samaria, tinham uma mesma me: o povo hebreu. Tinham antepassados comuns. 3. Em sua juventude. Para os fins que se perseguem nesta parbola, representa-se s filhas como se tivessem existido a uma independentemente da outra at durante o perodo da permanncia no Egito. Em sua "juventude" se apartaram de Deus. Nesse tempo no se considerava que a nao do srael tivesse estado "desposada" ainda. O matrimnio com o Jehov aconteceu quando se consertou o pacto no Sina (Exo. 19). 4. Ahola. Heb. 'Oholah, nome prprio que com ligeira modificao de sua ortografia poderia interpretar-se como "loja dela". sto chamaria a ateno ao feito de que Samaria tinha institudo seu prprio culto, em vez de permitir que a gente fora ao templo de Jerusalm (1 Rei. 12: 26-33). Aholibah. Heb. 'Oholibah, nome prprio que, com ligeira modificao de vocais, poderia interpretar-se como "minha loja [est] nela". sto chamaria a ateno ao feito de que o santurio do Jehov estava no Jud. Chegaram a ser minhas. As duas professavam lealdade ao Deus verdadeiro. 5. Os assrios. Em Ouse. 7: 11-12 se fala da Samaria que procura alianas com poderes estrangeiros. 6. Cavaleiros que foram a cavalo. Os assrios eram famosos por sua cavalaria. 8. Fornicaes do Egito. Provavelmente se alude aqui a um acontecimento que precipitou a queda de Samaria (2 Rei. 17: 4; cf. Ouse. 7: 11). 9. Entreguei-a. Cf. 2 Rei. 17: 5-6. A histria da Samaria se relata em forma breve porque essa nao j no existia. Entretanto, serve de apie para uma comparao com Jerusalm, cuja necedad se descreve com maiores detalhes. 11. Mais que ela. alm de haver-se dou com Assria e com o Egito, Jud procurou a ajuda de Babilnia (vers. 16). 12. Os assrios. Deste amor so provas o proceder do Acaz para com o Tigiat-pileser, quando quis conseguir ajuda desse rei para lutar contra os srios e os israelitas (2 Rei. 16: 7-9), e o intento do Ezequas de comprar a ajuda de Senaquerib, enquanto que ao mesmo tempo tambm confiava no socorro de Egito (2 Rei. 18: 14, 21). 13. Um mesmo caminho. As duas irms tinham seguido o mesmo proceder. 14. Homens pintados na parede. Tais pinturas, feitas em formosas cores, eram comuns entre os assrios. Os babilonios tambm decoravam as muralhas com figuras a cores. 16. Enviou-os mensageiros. Possivelmente Manass, durante seu cativeiro em Babilnia (2 Crn. 33: 11) tinha visto nessa cidade um possvel rival de Assria. O envio de embaixadores de parte de Merodac-baladn ao Ezequas (SA. 39) sugere que Babilnia procurava no Jud apio contra Assria (ver com. 2 Rei. 20: 12). No se sabe em que ocasio precisa Jud enviou os mensageiros aos quais aqui se faz referncia. 17. Sua alma se hasti deles. Jud se hasti de sua aliana com Babilnia e procurou a ajuda do Egito. Nos vers. 17-19 se descreve esta poltica vacilante (2 Rei. cap. 24; 25). 18. Minha alma se hasti dela. O Senhor se cansou da conduta do Jud e se separou dela com repulso. 20. Rufanes. Heb. pilgesh, "concubina" (Gn. 22: 24; 2 Sam. 3: 7). Aqui se refere aos prncipes egpcios, cujos favores Jud procurava. Asnos. usa-se a figura de asnos e cavalos para mostrar a intensidade da paixo (cf. Jer. 2: 24; 5: 8; Ouse. 8: 9). 23. Pecod. Nome de uma tribo aramaica que vivia ao leste do Tigris, perto da desembocadura desse rio (Jer. 50: 21). Soa e Coa. acredita-se que eram os Sutu e os Qutu, tribos que viviam ao leste do Tigris. 24. Carros. Heb. htsen, cujo significado-se 689 desconhece. A LXX diz "do norte", o qual muito lgico. Rodas. Cf. cap. 26: 10. 25. Tiraro-lhe seu nariz. Tanto os agarrar como os babilonios mutilavam aos detentos Segundo Diodoro de Sicilia (. 78), os egpcios castigavam a uma esposa adltera lhe cortando a nariz. 28. Aqueles que aborreceu. Cf. vers. 17 Nos vers. 28-31 se descreve o castigo de Jerusalm mediante a figura do castigo de uma rameira. 32. Beber. Da taa de ira. (cf. SA 51: 17; Jer. 25: 15). 34. Quebrar seus vasos. Os exgetas da Bblia hebria assinalam que h muitas variantes propostas para esta frase. Uma possvel traduo seria: "roer a olaria ela". A LXX diz: "E voc a beber. E festas e os novilnios dela eu despreza Por quanto eu falei, diz o Senhor". Sem dvida a hebria fala da desespero que sentiriam os judeus no dia de seu castigo. 36. No julgar voc? Cf. cap. 20: 4; 22: Aqui comea uma nova seo. O profeta resume os pecados da Ahola e da Aholiba mas de um ponto de vista diferente d que emprega na descrio dos vers. 22 Nomeia aqui trs elementos conspcuos (1)O culto do Moloc (vers. 37), (2) a profanao do templo (vers. 38), e (3) a violao do sbado (vers. 38). 39. O mesmo dia. To audazes eram os judeus em sua idolatria que o mesmo dia em que ofereciam seus filhos em sacrifcio ao Moloc em vale do Hinom, foram com toda hipocrisia apresentar-se como adoradores no templo do Jehov (cf. Jer. 7: 9-10). 40. Enviaram por homens. O tempo de verbo hebreu sugere que o fizeram em repetidas ocasies. Corresponderia emprega a forma verbal "enviavam". Pintou seus olhos. Os antigos usavam antimnio em p, de cor negra, com o que sombreavam o contorno dos olhos a fim que sua parte branca resultasse mais bela e sedutora (ver com. 2 Rei. 9: 30). 41. Suntuoso estrado. "Esplndido div" (BJ), no qual se reclinavam os convida para participar de uma festa (ver com. Cant. 3: 7; Mar. 2: 15). 42. lhes saiba. Heb. sawba'im, cujo qer* saiba'im. desconhece-se o sentido da palavra sawba'im. A palavra saiba'im se traduz como "bbados". Parecesse que o profeta sublinha a progressiva degradao da cidade corrupta. A homens vulgares, bbados, procedentes do deserto, lhes permite participar de seus abraos. A LXX e a Vulgata omitem por completo a palavra; assim tambm a BJ: "Homens gastos do deserto". 43. Ainda cometero? O hebreu deste versculo escuro. Por isso diz a BJ em nota de p de pgina: "Traduo duvidosa de um texto provavelmente corrompido". (Entenda-se por "texto corrompido" um que foi modificado com o intento de faz-lo menos difcil de entender.) A LXX diz: "Com estes no cometem adultrio? E obras de rameira tambm esta cometeu adultrio". A tradio da RVR to lgica como qualquer outra. 45. Homens justos. possvel que por, contraste se designe assim aos babilonios, o qual um dura recriminao para as mpias irms. Por outra parte, esta pode ser uma expresso geral, empregada para representar aqueles homens a quem se os confiou o julgamento justo. 47. Apedrejaro-as. Aqui se mistura a figura e a realidade. O apedrejamento no castigo legal do adultrio (Lev. 20: 21 Deut. 22: 22, 24), mas a destruio final Jerusalm seria por meio da espada. 48. Todas as mulheres. Quer dizer, todas as naes, para quem o exemplo do srael serviria como advertncia. 690 CAPTULO 24 1 A parbola da panela hirviente, 6 assinala a inevitvel destruio de Jerusalm. 15 O lamento contido pelo profeta apesar da morte de seu esposa, 19 simboliza as calamidades dos judeus, superiores a qualquer lamento. 1 VEO para mim palavra do Jehov no nono ano, no dcimo ms, aos dez dias do ms, dizendo: 2 Filho de homem, escreve a data deste dia; o rei de Babilnia ps stio a Jerusalm este mesmo dia. 3 E fala por parbola casa rebelde, e lhes diga: Assim h dito Jehov o Senhor: Ponha uma panela, ponha, e joga tambm nela gua; 4 junta suas peas de carne nela; todas boas peas, perna e costas; enche a de ossos escolhidos. 5 Toma uma ovelha escolhida, e tambm acende os ossos debaixo dela; faz que ferva bem; coze tambm seus ossos dentro dela. 6 Pois assim h dito Jehov o Senhor: Ai da cidade de sangues, da panela ferrugenta cuja ferrugem no foi tirada! Por suas peas, por suas peas tira-a, sem jogar sorte sobre ela. 7 Porque seu sangue est em meio dela; sobre uma pedra alisada a h derramado; no a derramou sobre a terra para que fosse coberta com p. 8 Havendo, pois, feito subir a ira para fazer vingana, eu porei seu sangue sobre a dura pedra, para que no seja coberta. 9 portanto, assim h dito Jehov o Senhor: Ai da cidade de sangues! Pois tambm farei eu grande fogueira, 10 multiplicando a lenha, e acendendo o fogo para consumir a carne e fazer o molho; e os ossos sero queimados. 11 Assentando depois a panela vazia sobre suas brasas, para que se esquente, e se queime seu fundo, e se funda nela sua sujeira, e se consuma sua ferrugem. 12 Em vo se cansou, e no saiu dela sua muita ferrugem. S em fogo ser sua ferrugem consumida. 13 Em sua imunda luxria padecer, porque te limpei, e voc no te limpou de sua imundcie; nunca mais te limpar, at que eu sacie minha ira sobre ti. 14 Eu Jehov falei; vir, e eu o farei. No me voltarei atrs, nem terei misericrdia, nem me arrependerei; segundo seus caminhos e suas obras lhe julgaro, diz Jehov o Senhor. 15 Veio para mim palavra do Jehov, dizendo: 16 Filho de homem, hei aqui que eu lhe Quito de repente o deleite de seus Olhos; no endeches, nem chore, nem corram suas lgrimas. 17 Reprime o suspirar, no faa luto de morturios; ata seu turbante sobre ti, e ponha seus sapatos em seus ps, e no te cubra com rebuo, nem coma po de enlutados. 18 Falei com povo pela manh, e tarde morreu minha mulher; e manh fiz como foi mandado. 19 E me disse o povo: No nos ensinar o que significam para ns estas coisas que faz? 20 E eu os pinjente: A palavra do Jehov veio para mim, dizendo: 21 Dava casa do srael: Assim h dito Jehov o Senhor: Hei aqui eu profano meu santurio, a glria de seu poderio, o desejo de seus olhos e o deleite de sua alma; e seus filhos e suas filhas que deixaram cairo a espada. 22 E faro da maneira que eu fiz; no lhes cobriro com rebuo, nem comero po de homens em luto. 23 Seus turbantes estaro sobre suas cabeas, e seus sapatos em seus ps; no endecharis nem choraro, mas sim lhes consumiro por causa de suas maldades, e gemero uns com outros. 24 Ezequiel, pois, ser-lhes por sinal; segundo todas as coisas que ele fez, faro; quando isto ocorra, ento sabero que eu sou Jehov o Senhor. 25 E voc, filho de homem, o dia que eu arrebate a eles sua fortaleza, o gozo de sua glria, o deleite de seus olhos e o desejo de suas almas, e tambm seus filhos e suas filhas, 26 esse dia vir a ti um que tenha escapado para trazer as notcias. 27 Naquele dia se abrir sua boca para falar com o fugitivo, e falar, e no estar 691 mais mudo; e lhes ser por sinal, e sabero que eu sou Jehov. 1. nono ano. Do cativeiro do Joaqun (ver com. cap. 1: 2), ou seja o ano 589-188 A. Esta C. a mesma data que aparece em 2 Rei. 25: 1; Jer. 39: 1-2; 52: 4-5. evidente que depois os judeus observaram esta data como dia de jejum (Zac. 5: 19). dcimo ms. Quer dizer, janeiro do 588 A. C., no importa se se computa o ano da primavera a primavera ou de outono a outono (ver P. 602). 2. Escreve a data. Lhe manda ao profeta que anote a data na qual recebeu sua mensagem e a anuncie como o dia do comeo do ataque do Nabucodonosor contra Jerusalm. Posto que Babilnia distava em linha reta 800 km. de Jerusalm e mais de 1200 km. pelo caminho regular, dificilmente poderia pensar-se que o profeta recebeu esta informao por meios humanos. portanto, quando os cativos mais tarde receberam a notcia do ataque do Nabucodonosor, ao comparar seu data com a da mensagem do Ezequiel, tiveram uma prova convincente de que as mensagens do Ezequiel provinham de Deus. 3. Parbola. Heb. mashal (ver T. , P. 957). No se diz se Ezequiel simplesmente pronunciou a parbola ou se realizou o ato simblico. Ponha uma panela. Parece haver aqui uma aluso das figuras do cap. 11: 3-7, embora a aplicao diferente. 4. Suas peas. Quer dizer, os judeus. provvel que as "boas peas" fossem as classes elevadas. Tambm poderia entender-se que se mencionam as diferentes peas, no para designar a alguma classe social em forma especfica, a no ser para fazer ressaltar que todos, at os melhores, seriam abrangidos pela runa. 5. Acende. Heb. dur, verbo que se traduz melhor "empilha em torno" (BJ). Ossos. Uma ligeira modificao permite ler "lenha" (BJ; cf. vers. 10). Enquanto tm ainda sua gordura, os ossos tambm poderiam servir como combustvel. 6. Panela ferrugenta. A panela corroda pela ferrugem representava a cidade mesma. Por suas peas. Significava que os habitantes de Jerusalm seriam levados cativos ou seriam mortos. 7. Sobre uma pedra alisada. sto indica que os atos criminais de violncia de Jerusalm (caps. 22: 12-13; 23: 37; etc.) tinham sido cometidos em forma aberta e desavergonhada (cf. Gn. 4: 10; Job 16: 18; SA. 26: 21). 8. Seu sangue. Quer dizer, o sangue que seria derramada em ocasio da destruio de Jerusalm. Seu castigo tinha que ser to notrio vista do mundo como o tinha sido seu pecado. 10. Consumir. Heb. tamam, "completar", "acabar". A traduo da BJ, "coze a carne a ponto", interpretativa, mas possivelmente represente corretamente a idia do hebreu. Fazer o molho. Heb. raqaj, verbo que significa "mesclar". Sobre tudo se emprega para referir-se mescla dos ingredientes do azeite da uno (Exo. 30: 33, 35). duvidoso aqui seu sentido especfico. Na LXX a ltima parte deste versculo diz: "para consumir a carne e diminuir o caldo". 11. Panela vazia. A cidade sem seus habitantes. O fogo deve seguir at que se haja consumido a ferrugem. A cidade mesma seria destruda. Nos vers. 11-14 destaca-se a ineficcia de esforos anteriores realizados para obter uma reforma e se indica que os castigos iminentes seriam seguros e completos. 15. Veio para mim. Aqui comea outra seo, a qual no est relacionada diretamente com a parbola dos vers. 1-14. 16. Eu lhe Quito. nforma ao Ezequiel que sua esposa, a quem ama profundamente, est a ponto de morrer. No precisamos inferir das palavras que se empregam aqui que seu morte foi o resultado da ao direta de Deus. possvel que a esposa do Ezequiel tivesse estado doente por algum tempo, e Deus pode haver advertido ao profeta que ela logo morreria. Muitas vezes se emprega uma figura de dico para dizer que Deus faz algo que em realidade permite, ou no impede que se realize (ver com. 2 Crn. 18: 18). Satans o autor do pecado, do sofrimento e da morte (ver DTG 15, 436-437). Entretanto, Deus se deleita em tomar o que o inimigo provoca para incomodar e o converte em algo que resulta proveitoso (ver ROM. 8: 28; DTG 436-437). Aqui se emprega a perda do deleite dos olhos do Ezequiel para 692 gravar vividamente em o pensamento da gente a mensagem divina. A experincia do Ezequiel mostra claramente que o que serve a Deus no necessariamente fica imune ao sofrimento e desgraa. Algumas vezes pareceria que os mensageiros de Deus so acossados mais intensamente que outros que no dedicam seus esforos ao ministrio, cristo. Muitos desastres ho sobrevindo a quem tem dedicado suas vidas a servir em algum lugar longnquo e difcil. Algumas vezes uma penosa enfermidade ou morte repentina sobressaltaram aos que estavam consagrados obra de Deus. No deveria considerar-se que essas desgraas so castigos divinos. So o resultado da obra de Satans. Deve permitir-se que o inimigo chegue at as almas para que no possa ao fim afirmar que no teve suficiente oportunidade. Este princpio fica demonstrado em a histria do Job. Entretanto, quando o inimigo aflige aos filhos de Deus, o Senhor se deleita em fazer que a tristeza redunde em benefcio e sirva para a purificao dos que ficam (ver DTG 436-437). 17. No faa luto. Deviam evit-las manifestaes habituais de duelo (cf. Jos. 7: 6; 1 Sam. 4: 12; 2 Sam. 15: 30, 32; SA. 20: 2; Miq. 3: 7). Po de enlutados. Possivelmente se aluda aqui a uma comida fnebre (cf. Deut. 26: 14; Jer. 16: 7; Ouse. 9: 4). 18. Falei com povo. No nos diz o que foi o que o profeta falou. Possivelmente compartilhou com seus compatriotas a trgica notcia da morte de sua esposa. 19. O que significam. . . estas coisas? Os estranhos atos do Ezequiel despertaram a curiosidade esperada. 21. Eu profano meu santurio. O santurio, o deleite dos olhos do povo, tinha que ser profanado e destrudo. Os profanos ps dos gentis entrariam em seus muito santos recintos, onde nem sequer os sacerdotes podiam entrar. Deleite. Assim aparece em alguns manuscritos hebreus. O texto masortico diz "compaixo". 23. Consumiro-lhes. Heb. maqaq, "consumir-se", "podrirse". 24. Ezequiel. Fora do cap. 1: 3, esta a nica vez que Ezequiel se nomeia a si mesmo. Em SA. 20: 3 e Do. 8: 27 h exemplos paralelos de autores que mencionam seu prprio nome no texto inspirado. 27. Naquele dia. nforma ao Ezequiel que quando receber a notcia da queda da cidade (ver com. cap. 33: 21-22), falar de novo (cf. cap. 3: 26-27). CAPTULO 25 1 Vingana divina contra os amonitas, 8 contra Moab e Seir, 12 contra Edom, 15 e contra os filisteus, por sua soberba contra srael. 1 VEO para mim palavra do Jehov, dizendo: 2 Filho de homem, ponha seu rosto para os filhos do Amn, e profetiza contra eles. 3 E dir aos filhos do Amn: Ouam palavra do Jehov o Senhor. Assim diz Jehov o Senhor: Por quanto disse: Ea, bem!, quando meu santurio era profanado, e a terra do srael era assolada, e levada em cativeiro a casa do Jud; 4 portanto, hei aqui eu te entrego por herdade aos orientais, e poro em ti seus apriscos e plantaro em ti suas lojas; eles comero suas sementeiras, e bebero seu leite. 5 E porei ao Rab por habitao de camelos, e aos filhos do Amn por curral de ovelhas; e sabero que eu sou Jehov. 6 Porque assim h dito Jehov o Senhor: Por quanto bateu suas mos, e golpeou com seu p, e te gozou na alma com todo seu menosprezo para a terra do srael, 7 portanto, hei aqui eu estenderei minha mo contra ti, e entregarei s naes para ser saqueada; cortarei-te de entre os povos, e te destruirei de entre as terras; exterminarei-te, e saber que eu sou Jehov. 8 Assim h dito Jehov o Senhor: Por quanto disse Moab e Seir: Hei aqui a casa de Jud como todas as naes; 9 portanto, hei aqui eu abro o lado do Moab das cidades, desde seus cidades 693 que esto em seu limite, as terras desejveis do Bet-jesimot, Baal-men e Quiriataim, 10 aos filhos do oriente contra os filhos do Amn; e a entregarei por herdade, para que no haja mais memria dos filhos do Amn entre as naes. 11 Tambm no Moab farei julgamentos, e sabero que eu sou Jehov. 12 Assim h dito Jehov o Senhor: Por isso fez Edom, tomando vingana da casa do Jud, pois delinqiram em extremo, e se vingaram deles; 13 portanto, assim h dito Jehov o Senhor: Eu tambm estenderei minha mo sobre Edom, e cortarei dela homens e bestas, e a assolarei; desde o Temn at Dedn cairo a espada. 14 E porei minha vingana contra Edom em mos de meu povo o srael, e faro em Edom segundo minha irritao e conforme a minha ira; e conhecero minha vingana, diz Jehov o Senhor. 15 Assim h dito Jehov o Senhor: Por isso fizeram os filisteus com vingana, quando se vingaram com despeito de nimo, destruindo por antigas inimizades; 16 portanto, assim h dito Jehov: Hei aqui eu estendo minha mo contra os filisteus, e cortarei aos cereteos, e destruirei o resto que fica na costa do mar. 17 E farei neles grandes vinganas com repreenses de ira; e sabero que eu sou Jehov, quando fizer minha vingana neles. 1. Veio para mim. Aqui comea uma nova srie de profecias relacionadas com vrias naes vizinhas. Ezequiel tinha concludo seu testemunho a respeito da destruio de Jerusalm e do remanescente do Estado israelita. J no devia falar mais desse tema, a no ser aguardar que se cumprisse a condenao predita. Enquanto isso, Deus mandou-lhe que dirigisse sua ateno s naes que rodeavam a Jerusalm, e que predissera sua inevitvel sorte. O castigo tinha comeado pela casa de Deus (ver Eze. 9: 6; cf. 1 Ped. 4: 17), mas agora teria que estender-se ao mundo exterior. Jehov no Deus s de uma nao; o Deus de todo o mundo. No faz acepo de pessoas. Todos lhe pertencem, sem distino de nacionalidade. O Senhor deseja salvar tanto aos habitantes de uma nao como aos de outra. Ao revelar-se como Supremo na disposio dos acontecimentos terrenos e rbitro das naes, Deus procurava atrair aos homens para si mesmo, e solicitava sua adorao. Era seu plano que a manifestao de sua oniscincia, desdobrada na predio to precisa da histria futura, pudesse servir como base para a f. Na verdade, as ameaas e os castigos que se predizem para estes povos parecem ser severos e inexorveis, sem mescla de misericrdia. Entretanto, deve recordar-se que eram castigos nacionais, nos quais no estava necessariamente implicada a salvao pessoal dos cidados individualmente. Uma calamidade nacional com freqncia impulsiona aos homens a procurar deus, de modo que o que pareceria ser desvantajoso realmente redunda em proveito deles. Deus leva contas precisas com as naes. Todas so provadas para ver se tm que cumprir ou no o elevado destino que lhes atribuiu. Quando a conta chega a um limite, sofrem como nao o castigo. O mesmo ocorreu no caso do srael. Sofreu uma derrota extremamente trgica, mas atravs de tudo o que ocorreu, Deus disps os planos para a salvao de um reduzido remanescente. Ver com. Do. 4: 17. Alm disso, no tempo quando o srael estava procurando apoio militar em algumas de essas naes, precisava ver quo ves eram suas aspiraes, porque todas elas sofreriam tambm a derrota. Esta nova seo contm mensagens dirigidas s sete naes mais vinculadas com o srael e Jud: (1) Amn (cap. 25: 1-7), Moab (cap. 25: 8-11), (3) Edom (cap. 25: 12-14), (4) Filistia (cap. 25: 15-17), (5) Tiro (caps. 26: 1 a 28: 19), (6) Sidn (cap. 28: 20-23), e (7) Egito (caps. 29: 1 a 32: 32). H quem se surpreende de que Ezequiel no profetize contra Babilnia. saas (SA. 13), Jeremas (Jer. 51: 52-53) e Daniel (Do. 2; 7) predizem seu queda. Ezequiel tinha a misso de dar a conhecer como Deus ia usar a Babilnia para que executasse sua vontade ao castigar a seu povo, e isto poderia haver-se anulado se se tivesse detido a falar da derrota final de Babilnia. Era mais apropriado que os exilados para quem ele escrevia, procurassem "a paz" (Jer. 29: 7) do povo entre o qual moravam, antes que se regozijassem na queda final de seus opressores. 694 Se Ezequiel tivesse falado claramente contra o pas de seu cativeiro, possivelmente lhe houvesse flanco a vida. 2. Os filhos do Amn. Eram descendentes da filha menor do Lot, e, portanto, consangneos de srael (Gn. 19: 38). Durante sculos tinham hostilizado ao srael (Juec. 3: 13; 11: 12-15, 32-33; 1 Sam. 11: 1-11; 2 Sam. 10: 6-14; Ams 1: 13-15). Sua religio era uma superstio cruel e degradante que exigia sacrifcios humanos. Seu culto ao Moloc era uma fonte contnua de tentao para o srael (1 Rei. 11: 7). 3. Ea, bem! Hebreu heiaj, interjeio que aqui indica uma perversa alegria ante a queda de Jerusalm. 4. Os orientais. Heb. bene-qdem, "filhos do oriente". Este nome se aplica a diversas tribos nmades que habitavam o deserto, ao leste do Amn e do Moab (Gn. 29: 1; Juec. 6: 3, 33; 7: 12; 8: 10; 1 Rei. 4: 30; Job 1: 3). Apriscos. Heb. tirah, "muro de pedra", dentro do qual se protegia um acampamento (Gn. 25: 16; Nm. 31: 10; Sal. 69: 25). A LXX diz assim: "E acamparo com seus equipamento em ti e poro suas lojas em ti". 5. Rab. Rab dos filhos do Amn, capital dos amonitas (2 Sam. 12: 26; Eze. 21: 20), localizada-se a 37 km. ao leste do rio Jordo, perto do nascimento do Jaboc. Tolomeo Filadelfo mais tarde fundou a cidade da Filadelfia no stio de Rab. No deve confundir-se esta Filadelfia com a cidade do mesmo nome do sia Menor (Apoc. 1: 11). O nome moderno do Rab Ammn. 6. Bateu suas mos. Bater as mos e dar golpes com os ps eram gestos que demonstravam uma forte emoo (Nm. 24: 10; Eze. 21: 14, 17; 22: 13). Nesta esta passagem gestos so manifestaes de uma alegria maliciosa. O motivo do regozijo evidentemente no era a perspectiva de obter vantagens materiais, a no ser maldade e "menosprezo para a terra do srael". Os amonitas deveriam ter tremido ante a possibilidade de que Rab tivesse sido escolhida como o objetivo da primeira campanha militar, em vez de Jerusalm (Eze. 21: 19-22). 7. Eu sou Jehov. At este momento, Amn no tinha querido reconhecer este fato. Deus desejava que o conhecimento de seu poder levasse aos homens a procurar a salvao divina. 8. Moab e Seir. Na SA. 15; 16; Jer. 48; Sof. 2: 8-9 se encontram outras profecias dirigidas em contra do Moab. possvel que se mencionem juntas as duas naes por causa do parecido existente entre seus pecados. Mais tarde as trata por separado: Moab (Eze. 25: 8-11) e Seir, ou seja Edom (cap. 25: 12-14). Na LXX, aqui s aparece Moab. Os moabitas eram descendentes da filha maior do Lot, pelo qual eram to consangneos dos israelitas como os amonitas (ver com. vers. 2). Estas dois naes, cuja histria e destino estavam to estreitamente entrelaadas, recebem a ameaa de uma runa similar. Moab mencionado com freqncia na histria sagrada (Nm. 22; 24; 25; Juec. 3: 12-31; 1 Sam. 14: 47; 2 Sam. 8: 2; 2 Rei. 3: 5; 24: 2; 2 Crn. 20). Algumas vezes o srael esteve dominado pelo Moab, como ocorreu quando Egln era rei (Juec. 3: 12-31); e algumas vezes Moab esteve sob o domnio do srael, como ocorreu durante o reinado do David (2 Sam. 8: 2). A Pedra Moabita, achada nas runas do Dibn em 1868, relata a opresso do Moab em tempos do Omri, o rei do srael, e a sublevao do Moab sob o mando de Mesa, seu rei. Mesa atribui sua vitria sobre o srael interveno do Quemos, seu Deus (ver a nota adicional de 2 Rei. 3). Como todas as naes. Os habitantes do Jud tinham afirmado que seu Deus era superior aos deuses pagos e que podia liber-los. Mas agora a desgraa do Jud parecia negar esta afirmao. Os moabitas se alegravam com maligno deleite frente triste situao de seus vizinhos do oeste. 9. Abro o lado do Moab. Quer dizer, deixar ao descoberto o flanco do Moab para que os inimigos entrassem. Por sua localizao em uma elevada meseta com levantados acessos, os inimigos do Moab no podiam chegar facilmente a ela. Mas se as cidades da fronteira caam, o resto do pas logo sucumbiria tambm. Bet-jesimot. Cidade localizada a 4 km. ao nordeste do ponto onde o Jordo desemboca em o mar Morto. O lugar leva agora o nome do Tell o'Azeimeh. Baal-men. Aldeia situada a 15 km. ao oeste do mar Morto, perto de seu extremo norte, chamada agora MA'in. Quiriataim. Aldeia situada a 16 km. ao sudoeste do Baal-men, chamada agora Qereiyat. Todas as cidades nomeadas pertenciam 695 regio que Sehn e Og haviam tirado dos moabitas sculos antes. A sua vez, os israelitas arrebataram este territrio aos amorreos, quando entraram no Canan e permaneceram ali por comprido tempo. Quando o poderio do srael decaiu, Moab tomou outra essa vez regio. provvel que se nomeie essas cidades aqui j que uma vez tinham sido posse do srael. 10. Filhos do oriente. Ver com. vers. 4. Para que no haja. A frase que comea aqui deveria chegar at o fim do vers. 11. A diviso dos versculos dificulta a compreenso. 12. Edom. Os edomitas eram descendentes do Esa, irmo maior do Jacob. A hostilidade entre o srael e Edom se remonta ao tempo quando Esa vendeu sua primogenitura a Jacob (Gn. 25: 29-34). Ao srael lhe tinha advertido especificamente que no devia aborrecer "ao edomita" (Deut. 23: 7); entretanto, a hostilidade persistia. 13. Temn. No se identificou exatamente sua localizao. Alguns pensaram que se tratava de uma cidade perto da Petra, de um distrito, ou de um nome para o Edom. Os habitantes do Temn eram renomados por sua sabedoria (Jer. 49: 7; Abd. 8, 9). Dedn. Tribo que vivia perto do osis o 'Onda no oeste da Arbia. 14. Em mos de meu povo. Esta frase sugere que o castigo divino contra Edom teria que cumprir-se por mo dos israelitas. Alguns assinalaram o cumprimento desta predio em tempos dos Macabeos, quando Juan Hircano conquistou aos idumeos (Josefo, Antiguidades xiii.g. 1) e os obrigou a circuncidar-se em sinal de que formavam parte do povo Judeu. Entretanto, mais provvel que esta parte de a profecia tinha que cumprir-se em relao com os planos de Deus para o reino restaurado do srael. Este novo Estado finalmente destruiria a todos seus inimigos (cap. 38; 39). 15. Os filisteus. Com referncia a sua origem, ver com. Gn. 10: 14; 21: 32; Jos. 13: 2; T. 11, pp.29, 25, 36. Outras profecias contra os filisteus aparecem em com. SA. 14: 29-32; ver tambm Jer. 47; Ams 1: 6-8; Sof. 2: 4-7. 16. Os cereteos. provvel que esta tribo vivesse na costa, ao sul dos filisteus (ver com. 1 Sam. 30: 14; cf. Sof. 2: 5). Destruirei o resto. Os filisteus desapareceram, mas ao menos um remanescente do srael teria que sobreviver (SA. 1: 9). CAPTULO 26 1 Profecia contra Atiro por menosprezar a Jerusalm. 7 Poder do Nabucodonosor contra Tiro. 15 Lamento e espanto do mar por sua queda. 1 ACONTECEU no dcimo primeiro ano, em nos primeiro dia do ms, que veio para mim palavra do Jehov, dizendo: 2 Filho de homem, por quanto disse Tiro contra Jerusalm: Ea, bem; quebrantada est a que era porta das naes; se voltou; eu serei enche, e ela deserta; 3 portanto, assim h dito Jehov o Senhor: Hei aqui eu estou contra ti, OH Atiro, e farei subir contra ti muitas naes, como o mar faz subir suas ondas. 4 E demoliro os muros de Tiro, e derrubaro suas torres; e varrerei dela at seu p, e a deixarei como uma penha Lisa. 5 Varal de redes ser no meio do mar, porque eu falei, diz Jehov o Senhor; e ser saqueada pelas naes. 6 E suas filhas que esto no campo sero mortas a espada; e sabero que eu sou Jehov. 7 Porque assim h dito Jehov o Senhor: Hei aqui que do norte trago eu contra Atiro ao Nabucodonosor rei de Babilnia, rei de reis, com cavalos e carros e Cavaleiros, e tropas e muito povo. 8 Matar a espada a suas filhas que esto no campo, e por contra ti torre de stio, e levantar contra ti baluarte, e escudo afirmar contra ti. 9 E por contra ti aretes, contra seus muros, e suas torres destruir com tochas. 696 10 Pela multido de seus cavalos te cobrir o p deles; com o estrondo de sua cavalaria e das rodas e dos carros, tremero vocs muros, quando entre por suas portas como por postigos de cidade destruda. 11 Com os cascos de seus cavalos pisar todas suas ruas; a seu povo matar a fio de espada, e suas fortes colunas cairo a terra. 12 E roubaro suas riquezas e saquearo suas mercadorias; arruinaro seus muros, e suas casas preciosas destruiro; e poro suas pedras e sua madeira e seu p em meio das guas. 13 E farei cessar o estrpito de suas canes, e no se ouvir mais o som de vocs ctaras. 14 E te porei como uma penha Lisa; varal de redes ser, e nunca mais ser edificada; porque eu Jehov falei, diz Jehov o Senhor. 15 Assim h dito Jehov o Senhor a Tiro: No se estremecero as costas ao estrondo de sua queda, quando gritarem os feridos, quando se fizer a matana em meio de ti? 16 Ento todos os prncipes do mar descendero de seus tronos, e se tiraro seus mantos, e despiro suas roupas bordadas; de espanto se vestiro, sentaro-se sobre a terra, e tremero a cada momento, e estaro atnitos sobre ti. 17 E levantaro sobre ti lamentos, e lhe diro: Como pereceu voc, povoada por gente de mar, cidade que era elogiada, que era forte no mar, ela e seus habitantes, que infundiam terror a todos os que a rodeavam? 18 Agora se estremecero as ilhas no dia de sua queda; sim, as ilhas que esto no mar se espantaro por causa de seu fim. 19 Porque assim h dito Jehov o Senhor: Eu te converterei em cidade assolada, como as cidades que no se habitam; farei subir sobre ti o abismo, e as muitas guas lhe cobriro. 20 E te farei descender com os que descendem ao sepulcro, com os povos de outros sculos, e te porei nas profundidades da terra, como os desertos antigos, com os que descendem ao sepulcro, para que nunca mais seja povoada; e darei glria na terra dos viventes. 21 Te converterei em espanto, e deixar de ser; ser procurada, e nunca mais ser achada, diz Jehov o Senhor. 1. No dcimo primeiro ano. Este ano do cativeiro do Joaqun (ver com. cap. 1: 2; P. 602) foi o ano 587/586 A. C. quando caiu a cidade de Jerusalm, se que coincide com os anos do reinado do Sedequas (2 Rei. 25: 2-4, 8-9). No se indica o ms. Alguns pensam que a profecia foi dada depois da queda da cidade (cf. Eze. 26: 2), e isto poderia ser assim se Ezequiel tivesse empregado um calendrio cujo ano tivesse comeado em outono. Entretanto, a referncia a tira da cidade possivelmente fora uma antecipao. As profecias contra Amn, Moab, Edom e os filisteus foram relativamente curtas. A que se apresenta contra Tiro ocupa trs captulos (cap. 26-28), enquanto que a profecia contra Egito, a nao estrangeira mais importante que foi objeto das recriminaes do Ezequiel, abrange quatro captulos. 2. Tiro. Tiro era uma poderosa cidade comercial composta da antiga Tiro, situada em a costa, e a nova Tiro, construda em uma ilha rochosa de 57 hectares de superfcie, a menos de 1 quilmetro da costa. A nova Tiro tinha dois portos, um para o norte, o outro para o sul. De ali os tirios enviavam suas frotas mercantes at o frica Ocidental, no Atlntico, e possivelmente at a Gr-Bretanha atual. Os tirios fundaram colnias na Espanha e em o norte da frica, algumas das quais chegaram a ser muito conhecidas, como Cartago, Gades (hoje Cdiz), e Abdera. Tambm eram famosos os artfices de Tiro. Seus produtos manufaturados: artigos de cobre, txteis (sobre tudo tinto-los de prpura), artigos de vidro, e olaria, eram famosos em tudo o mundo antigo. Os fencios falavam uma lngua semtica. A religio tinha um papel importante em sua vida. Seu principal Deus era Melkart, algumas vezes chamado Baal Melkart, Deus patrono de Tiro. Evidentemente, este foi o Baal que se adorou no srael por influncia do Jezabel. Tambm se adorava ao Astart e a outras divindades com orgias de soma corrupo (T. 11, PP. 41-43). Com referncia histria da antiga Fencia, ver com. Gn. 10: 6, 15, 17-18; T. 11, PP. 69-71. Ea, bem. Ver com. cap. 25: 3. A alegria de Tiro pela queda de Jerusalm parece haver sido puramente egosta. Em tempos do Salomn, Jerusalm tinha sido um grande centro comercial pelo qual passavam as mercadorias da Arbia e at da ndia. Sem dvida Jerusalm 697 se enriqueceu pelo comrcio com os fencios. At depois de ter declinado o poderio de Jerusalm, devido importncia de sua localizao certamente tinha sido o centro de muitas transaes comerciais que Tiro se teria alegrado de monopolizar. 3. Muitas naes. provvel que aqui se faa aluso ao Nabucodonosor e a "todos os reino de a terra sob o senhorio de sua mo", quer dizer, seus aliados (cf. Jer. 34: 1). Tambm possvel que o profeta tivesse estado pensando no que ocorreria no futuro. Depois que Nabucodonosor destruiu a cidade que estava na costa, diversas conquistas sucessivas reduziram ainda mais orgulhosa cidade. Tiro passou a formar parte do imprio persa, embora manteve uma condio de independncia parcial. Mais tarde foi dominada pelos macedonios, e logo por os romanos. 4. Varrerei dela at seu p. Uma figura de destruio completa. Posteriormente, quando Alejandro assediou a nova Tiro, construiu um aterro da costa at a ilha, empregando para isso as pedras e os escombros da antiga Tiro. 5. Varal de redes. Os pescadores ainda empregam o stio da antiga cidade de Tiro para tender a secar suas redes. 6. Filhas. provvel que com esta figura se representem as cidades aliadas de Tiro que compartilharam sua sorte. Do norte. dali viria a invaso (ver com. Jer. 1: 14). 7. Rei de reis. Daniel aplica ao Nabucodonosor o mesmo ttulo (Do. 2: 37). Os reis persas tambm o adotaram (Esd. 7: 12) como pode ver-se nas inscries. Com cavalos. As diversas divises do exrcito mencionado, so foras terrestres. No existe nenhum registro de que se empregou uma fora naval que bem poderia ter facilitado a captura da cidade insular. O assdio durou 13 anos. Nabucodonosor destruiu por completo a cidade da costa, mas no pde tomar a ilha de Tiro. Finalmente se chegou a um acordo por meio do qual Tiro aceitou submeter-se a Babilnia. 8. Torres de stio. Nos vers. 8-12 se descrevem os mtodos comuns de atacar uma cidade continental. 11. Colunas. Heb. matstsebah, "pilar". possvel que seja uma referncia s duas famosas colunas descritas pelo Herodoto (i. 44), a uma de ouro, e a outra de esmeralda; ambas estavam no templo do Melkart, o Baal de Tiro. 12. Em meio das guas. No h nenhum registro de que Nabucodonosor tentasse construir um aterro da costa at a ilha; mas Alejandro o fez e conseguiu tomar a cidade. Mesmo assim, deveu empregar sua frota para domin-la no ano 332 A. C. (Diodoro de Sicilia, xV. 40-46) 13. Suas canes. Quem leia com cuidado o livro do Apocalipse notaro o grande parecido de grande parte de seu simbolismo e a linguagem de certas passagens dos livros de Jeremas, Ezequiel e Daniel. evidente que Juan, guiado pela nspirao, empregou profusamente as imagens e figuras dos profetas de antigamente, a fim de descrever as grandes cenas com que culminar a histria deste mundo, com palavras que resultariam familiares e significativas para o que estudou cuidadosamente o AT. Deste modo pode dizer-se que as desolaes da Babilnia literal e de Tiro, proporcionaram ao Juan uma descrio grfica da desolao da Babilnia simblica (ver tambm com. SA. 13; 14; 23: 1; 47: 1; Jer. 25: 12; 50: 1). Os smbolos e a linguagem do livro de Apocalipse sero melhor compreendidos se os estuda luz do que escreveram os profetas de antigamente a respeito dos sucessos que transcorreram em seus tempos (ver com. Deut. 18: 15). Diversos aspectos do castigo da cidade de Tiro, tais como os apresenta no Eze. 26 a 28, tm valor para o estudo do castigo da Babilnia simblica que se apresenta no Apoc. 17 e 18. Notem-se especialmente os seguintes pontos: Ezequiel 26 a 28. 1. "Farei cessar o estrpito de suas canes, e no se ouvir mais o som de vocs ctaras" (26: 13). 2. "Os prncipes do mar" (26: 16). "Povoada por gente de mar" (26: 17). "Todos os que tomam remo; remadores e todos os pilotos do mar" (27: 29). 3. "Levantaro sobre ti lamentos" (26: 17). "Faro ouvir sua voz sobre ti, e gritaro amargamente" (27: 30) 698 "Endecharn por ti lamentos amargos, com amargura da alma. E levantaro sobre ti lamentos em suas lamentaes, e endecharn sobre ti" (27: 31-32). "Os mercados nos povos assobiaro contra ti" (27: 36). 4. "Como pereceu voc" (26: 17). 5. "Cidade que era elogiada" (26:17). 6. "Farei subir sobre ti o abismo, e as muitas guas lhe cobriro" (26: 19). "Seja quebrantada pelos mares no profundo das guas" (27: 34; cf. vers. 26- 27). 7. "Deixar de ser; ser procurada, e nunca mais ser achada" (26: 21: cf. 27: 36). 8. "Frafica com os povos de muitas costas" (27: 3). "Os mercados nos povos" (27: 36). 9. "Suas mercadorias" (27: 27). 10. "Jogaro p sobre suas cabeas e se derrubaro em cinza" (27:30). 11."Quem como Tiro?" (27:32). 12."Aos reis da terra enriqueceu" (27:33). "Seus reis tremessem de espanto" (27:35). 13."Por causa de suas riquezas se enalteceu seu corao" (28:5). 14."Eu trago sobre ti estrangeiros, os fortes das naes" (28:7). 15."Queimaro-a com fogo" (17: 16). "Ser queimada com fogo" (18: 8). "A fumaa de seu incndio" (18: 9). Apocalipse 17 e 18. 1. "E voz de harpistas, de msicos, de flautistas e de corneteiros no se ouvir mais em ti"" (18: 22). 2. "Tudo piloto, e todos os que viajam de naves, e marinheiros, e todos os que trabalham no mar" (18: 17). "Todos os que tinham naves no mar" (18: 19). "Seus mercados eram os grandes da terra" (18: 23). 3. "Os mercados da terra choram e fazem lamentao sobre ela" (18: 11). "Os reis da terra... choraro e faro lamentao sobre ela" (18: 9; cf. vs. 10, 15-19). 4. "Em uma hora foi desolada" (18: 19; cf. vers. 10.) 5. "A grande cidade que reina sobre os reis da terra" (17:18). 6. "Uma grande pedra de moinho... arrojou-a... Com o mesmo mpeto ser derrubada Babilnia" (18: 21). 7. "Nunca mais ser achada" (18: 21). 8. "Os mercados ... se enriqueceram a costa dela" (18: 15). "Seus mercados eram os grandes da terra" (18: 23). 9."Mercadoria" (18: 12). 10."Jogaram p sobre suas cabeas" (18: 19). 11."Que cidade era semelhante a esta grande cidade?" (18: 18; cf. vers. 10: 19). 12."Os reis da terra" (18: 9). "Os mercados... enriqueceram-se a costa dela" (18: 15). 13."Ela se glorificou e viveu em deleites" (18: 7). "Tantas riquezas" (18:17; cf. vers. 14-15, 19). 14."Reuniu-os no lugar que em hebreu se chama Armagedn" (16: 16). "Com justia julga e briga" (19: 11; cf. 17: 14; 19: 15,19). 15."Eu, pois, tirei fogo de em meio de ti, o qual te consumiu, e te pus em cinza sobre a terra" (28: 18). 14. Nunca mais ser edificada. Alguns pensaram que esta predio no se cumpriu totalmente, posto que hoje h uma comunidade de 14.000 habitantes que vivem na pennsula atual, formada pelo que era a ilha, mais o aterro. Outros acreditam que a profecia s se aplicou cidade se localizada na costa. Assinalam como evidncia do cumprimento da profecia, a desolao que ali existe, to grande que nem sequer pode saber-se a cincia certa onde esteve a antiga cidade. Por outra parte, necessrio compreender que embora houvesse uma cidade no stio da antiga cidade na costa, mesmo assim a profecia do Ezequiel se h completo. A profecia do Ezequiel foi pronunciada contra Tiro tal qual era em tempos do profeta: uma cidade culta e esplendoroso. A civilizao e a cidade de onde ela emanava tinham que ser destrudas. Qualquer edifcio moderno que pudesse estar nesse stio no seria uma renovao da antiga cultura, pelo qual no seria uma invalidao da profecia. Alm disso, a expresso "nunca mais" (Heb. o'...'od) no absoluta, nem se trata de um tempo indefinidamente largo, mas sim sua durao deve sempre relacionar-se com o contexto. Foi assim como Jos chorou sobre o pescoo de seu pai 'od, palavra que se traduz de maneira apropriada como "longamente" (Gn. 46: 29). Embora a idia de perpetuidade ou perodo indefinidamente comprido no se encontra na palavra 'od, pode inferir-se de outras referncias runa de Tiro (ver com. vers. 21). Ver tambm com. SA. 13: 20. 16. Prncipes do mar. Quer dizer, os mercados que tinham obtido riquezas e poder mediante o comrcio, no necessariamente membros de famlias reinantes (cf. SA. 23: 8). Se descreve sua surpresa e sua angstia com a figura do luto oriental. 17. Povoada por gente do mar. Heb., "povoada do mar". A LXX diz: "Como pereceu voc do mar". 18. Espantaro-se. Sem dvida, devido a que o comrcio de Tiro tinha contribudo a sua prosperidade. 699 19. Farei subir sobre ti o abismo. Nos vers. 19-21 se representa a Tiro como se descendesse ao abismo. Ali simbolicamente esto todos os que passaram por esta vida. Em forma potica, como ocorre na SA. 14, representa-se aos que ali esto como se se levantassem para receber ao recm-chegado (ver com. SA. 14: 9-10). Por suposto, tudo isto se diz em linguagem figurada. Ezequiel emprega a mesma figura ao referir-se ao Egito (Eze. 32: 18-32). 20. Para que nunca mais. A LXX traduz: "para que no habite nem te levante sobre a terra". Esta traduo representa uma ligeira modificao do texto masortico, que bem poderia fazer-se sem maior dificuldade. A idia mais lgica. O hebreu poderia entender-se no sentido de que quando a arrogante cidade de Tiro, que agora regozijava-se pela calamidade de Jerusalm, estivesse entre os mortos, Deus estabeleceria a seu povo. 21. Deixar de ser. Heb., "nada de ti". Nunca mais ser achada. Aqui a palavra hebria 'od (ver com. vers. 14) est unida s palavras o'olam, literalmente, "por um sculo" ou "poca". A durao de um 'olam dbito determinar-se por seu contexto (ver com. Exo. 21: 6). A combinao das palavras 'od e 'olam parece fazer ressaltar a durao. Da que poderia entender-se que a profecia do Ezequiel afirma que a antiga cultura e a civilizao de Tiro desapareceriam e nunca mais voltariam a ser. Nunca mais voltaria para a vida o antigo imprio. COMENTROS DO ELENA G. DO WHTE 7 PR 377 CAPTULO 27 1 As imensas riquezas de Tiro. 26 Sua grande e irreparvel queda. 1 VEO para mim palavra do Jehov, dizendo: 2 Voc, filho de homem, levanta lamentos sobre Tiro. 3 Dir a Tiro, que est assentada s bordas do mar, a que trafica com os povos de muitas costas: Assim h dito Jehov o Senhor: Tiro, voc h dito: Eu sou de perfeita formosura. 4 No corao dos mares esto seus limites; os que lhe edificaram completaram sua beleza. 5 De haja do monte Senir lhe fabricaram todo o maderaje; tomaram cedros do Lbano para te fazer o mastro. 6 De carvalhos de Apiam fizeram seus remos; seus bancos de pinheiro das costas de Quitim, incrustados de marfim. 7 De linho fino bordado do Egito era sua cortina, para que te servisse de vela; de azul e prpura das costas da Elisa era seu pavilho. 8 Os moradores do Sidn e do Arvad foram seus remadores; seus sbios, OH Atiro, estavam em ti; eles foram seus pilotos. 9 Os ancies do Gebal e seus mais hbeis operrios calafetavam suas junturas; todas as naves do mar e os remadores delas foram a ti para negociar, para participar de seus negcios. 10 Persas e os do Lud e Fut foram em seu exrcito seus homens de guerra; escudos e elmos penduraram em ti; eles lhe deram seu esplendor. 11 E os filhos do Arvad com seu exrcito estiveram sobre seus muros ao redor, e os gamadeos em suas torres; seus escudos penduraram sobre seus muros ao redor; eles completaram sua formosura. 12 Tarsis comercializava contigo pela abundncia de todas suas riquezas; com prata, ferro, estanho e chumbo comercializava em suas feiras. 13 Javn, Tubal e Mesec comercializavam tambm contigo; com homens e com utenslios de bronze comercializavam em suas feiras. 700 14 os da casa da Togarma, com cavalos e corcis de guerra e mulos, comercializavam em seu mercado. 15 Os filhos do Dedn traficavam contigo; muitas costas tomavam mercadoria de sua mo; presas de marfim e bano lhe deram por seus pagamentos. 16 Edom traficava contigo pela multido de seus produtos; com prolas, prpura, vestidos bordados, linhos finos, corais e rubis vinha a suas feiras. 17 Jud e a terra do srael comercializavam contigo; com trigos do Minit e Panag, mel, azeite e resina negociavam em seus mercados. 18 Damasco comercializava contigo por seus muitos produtos, pela abundncia de toda riqueza; com vinho do Helbn e l branca negociavam. 19 Deste modo Do e o errante Javn vieram a suas feiras, para negociar em voc mercado com ferro lavrado, mirra destilada e cano aromtico. 20 Dedn comercializava contigo em panos preciosos para carros. 21 a Arbia e todos os prncipes do Cedar traficavam contigo em cordeiros e carneiros e machos caibros; nestas coisas foram seus mercados. 22 Os mercados do Sab e da Raama foram tambm seus mercados; com o principal de toda especiaria, e toda pedra preciosa, e ouro, vieram a vocs feiras. 23 Faro, Cane, den, e os mercados do Sab, de Assria e do Quilmad, contratavam contigo. 24 Estes teus mercados negociavam contigo em vrias coisas; em mantos de azul e bordados, e em caixas de roupas preciosas, enlaadas com cordes, e em madeira de cedro. 25 As naves do Tarsis eram como suas caravanas que traziam suas mercadorias; assim chegou a ser opulenta, multiplicou-te em grande maneira em meio dos mares. 26 Em muitas guas lhe engolfaram seus remadores; vento solano te quebrantou em meio dos mares. 27 Suas riquezas, suas mercadorias, seu trfico, seus remadores, seus pilotos, vocs calafateadores e os agentes de seus negcios, e todos seus homens de guerra que h em ti, com toda sua companhia que em meio de ti se acha, cairo em meio de os mares o dia de sua queda. 28 Ao estrpito das vozes de seus marinheiros tremero as costas. 29 Descendero de suas naves todos os que tomam remo; remadores e todos os pilotos do mar ficaro em terra, 30 e faro ouvir sua voz sobre ti, e gritaro amargamente, e jogaro p sobre suas cabeas, e se derrubaro em cinza. 31 Se rasparo por ti os cabelos, atero-se de cilcio, e endecharn por ti lamentos amargos, com amargura da alma. 32 E levantaro sobre ti lamentos em suas lamentaes, e endecharn sobre ti, dizendo: Quem como Tiro, como a destruda no meio do mar? 33 Quando suas mercadorias saam das naves, saciava a muitos povos; aos reis da terra enriqueceu com a multido de suas riquezas e de voc comrcio. 34 No tempo em que seja quebrantada pelos mares no profundo das guas, seu comrcio e toda sua companhia cairo em meio de ti. 35 Todos os moradores das costas se maravilharo sobre ti, e seus reis tremero de espanto; mudaro seus rostos. 36 Os mercados nos povos assobiaro contra ti; devers ser espanto, e para sempre deixar de ser. 1. Palavra do Jehov. Nesta nova seo continua a profecia contra Tiro. 2. Lamentos sobre Tiro. No vers. 3 comea um poema com ritmo de qinah, que o ritmo tpico de o lamento (T. , P. 21). Este lamento descreve a Atiro mediante a figura de uma imponente nave, totalmente equipada, com sua dotao completa, que vai a todas partes levando a cabo prspero comercializo; mas que ao fim naufraga em guas borrascosas. Em determinados momentos, a realidade se deixa entrever em meio da figura, o que caracterstico no estilo do Ezequiel. Possivelmente a razo pela qual lhe dedica tanto espao a Tiro seja que seu orgulho, sua ambio, sua organizao e sua conduta se pareciam tanto modalidade de Satans, o grande caudilho rebelde. Em outra passagem (cap. 28: 11-19) o profeta se lamenta por Satans mesmo, empregando para isso a figura do prncipe de Tiro. Mais tarde, Juan o revelador emprega a linguagem da profecia do Ezequiel contra 701 Tiro para proferir seu lamento pelo colapso de a organizao religiosa falsa e universal de Satans (Apoc. 18). 3. As bordas do mar. Heb., "entrada-las do mar". Possivelmente se refere aos dois portos principais de Tiro: o "egpcio" para o sul e o "sidonio", para o norte da ilha. 4. Seus limites. Como estava rodeada de mar, a ilha de Tiro sugeria a figura de uma nave em alta mar. 5. Maderaje. As "pranchas" (BJ) dos lados da nave. Senir. Este o nome amorreo, ugartico e acadio do monte Hermn (ver Deut. 3: 9). Cedros do Lbano. Sem dvida de grande valor, devido a sua altura, dureza e durabilidade. 6. Apiam. Uma frtil meseta ao oeste do mar da Galilea (ver com. Jos. 12: 4), famosa por seus bosques de carvalhos e seu gado (Sal. 22: 12). Seus bancos. Heb. qresh, que no Exo. 26: 15 quer dizer "tabela"; mas que aqui poderia referir-se "proa" ou "engomada" da nave. A BJ traduz "ponte". De pinheiro. No texto masortico se l "filha de lhes torre", mas os trgumes modificam a vocalizao e unem as duas palavras de modo que se l "com ciprestes", de onde provm a traduo da RVR. A LXX diz: "seus templos fizeram de marfim, casas de bosques das ilhas do Quitim". Quitim. Em forma especfica, este nome designa ilha do Chipre, mas em forma genrica se emprega para referir-se s ilhas e s costas do Mediterrneo (ver com. Do. 11: 30). 7. As costas da Elisa. Elisa era um dos filhos do Javn (Gn: 10: 4; 1 Crn. 1: 7). Alguns ho pensado que as costas da Elisa se achavam na ilha do Chipre, outros, que estavam na Sicilia e Cerdea. Pavilho. Possivelmente melhor um "toldo" (BJ), ou "coberta", como se traduz a palavra no Gn. 8: 13. 8. Seus remadores. A seguir se descreve a tripulao da nave. As duas cidades que se mencionam como que proporcionavam os remadores, eram tributrios de Tiro. Sidn estava a 40 km. ao noroeste de 'Tiro, sobre a costa fencia; Arvad, conhecida pelos gregos como Aradus, era uma ilha rochosa a 150 km. ao norte do Sidn. 9. Gebal. denomina-se assim antiga cidade do Biblos, localizada-se a 66 km. ao noroeste de Sidn, sobre uma colina, junto ao rio Adonis, perto da costa. As escavaes puseram ao descoberto ali muitas runas fencias. 10. Persas. Em boa medida, Tiro dependia de mercenrios para formar seu exrcito. Lud. Os lidios (ver com. Gn. 10: 13). Fut. Muitos egiptlogos acreditam que Fut corresponde com o Punt, um territrio africano junto ao mar Vermelho. Por outra parte, os asirilogos geralmente identificam a Fut com uma parte de Luta. 11. Os gamadeos. Em nenhuma outra parte se menciona aos gamadeos. possvel que fossem os habitantes do Kumidi, uma cidade fencia mencionada nas Cartas da Amarna, cuja localizao precisa se desconhece, mas que pareceria ter estado perto de Arvad. Gamad era provavelmente um territrio sirofenicio. Em vez de gamadim, os trgumes dizem gomerim (ver Gomer, Gn. 10: 2). Seus escudos penduraram. Comparar isto com o Cant. 4: 4. 12. Tarsis. acredita-se que Tarsis outro nome do Tartesos, colnia fencia na costa sul da Espanha. Feiras. Heb. 'izbonim, as mercadorias deixadas por uma nave para que fossem vendidas, ou o lugar onde as vendia. 13. Javn. Ver com. Gn. 10: 2. Tubal. Nos autores clssicos os designa tibarenios, e nas inscries cuneiformes assrias, tabeleanos (ver com. Gn. 10: 2). Mesec. Os moscos (ou moskeos) dos autores clssicos gregos, ou musku dos documentos cuneiformes assrios (ver com. Gn. 10: 2). 14. Togarma. Nome que se aplica aos armnios da zona norte, descendentes do Jafet (ver com. Gn. 10: 3), quem se denominava como a casa do Torgom. Desde tempos muito antigos, comercializaram com cavalos e asnos. Habitavam as zonas montanhosas na parte sul do Cucaso. 15. Filhos do Dedn. Tribo rabe que vivia ao sul do Edom (ver com. Gn. 10: 7; Eze. 25: 13). 16. Edom. O texto masortico diz 'aram (Sria), mas perto de 25 manuscritos dizem 'edom (ver com. cap. 16: 57). Tambm a verso da Aquila e as verses siracas dizem "Edom". "Damasco" aparece em representao de Sria (cap. 27: 18). Prolas. Heb. nofek, pedra semipreciosa de cor verde que se encontra no deserto 702 do Sina, algumas vezes designada como turquesa. difcil identificar em forma precisa muitas das pedras preciosas que se mencionam na Bblia. Os progressos da cristalografia permitiram identificar algumas antigas pedras preciosas mediante a anlise de gemas achadas em diferentes descobrimentos arqueolgicos. Os antigos empregavam um s nome para diversas pedras da mesma cor, embora a composio qumica fora diferente. Rubis. Heb. kadkod, o rubi ou jaspe vermelho. 17. Minit. Cidade amonita que se crie esteve perto do Hesbn (Juec. 11: 33). Panag. Vocbulo que s se encontra aqui. Se se tratasse de um nome geogrfico, nada se sabe de sua localizao. Segundo os trgumes e a LXX, este um nome que tem que ver com ungentos. A Vulgata traduz: "blsamo". Uma palavra acadia similar, pannigu, refere-se a um alimento feito de farinha ou massa. 18. Damasco. A antiga capital de um importante reino assrio. Veio do Helbn. Este vinho aparece nas inscries do Nabucodonosor. A moderna Halbun se encontra a 20 km. ao noroeste de Damasco. ainda se cultivam videiras em essa zona. L branca. Ou "l de Cortar" (BJ). Desconhece-se a localizao de Cortar. A LXX diz "l do Mileto". 19. Do. No se sabe por que razo aparece o nome desta cidade to pouco importante. Na LXX no aparece. Errante. Heb. me'uzzal, palavra que tambm poderia traduzir-se como proveniente "do Uzal" (BJ), lugar no identificado da Arbia (Gn. 10:27). Javn. Heb. yawan, nome da Grcia, que possivelmente deveria escrever-se yyin, veio. Assim aparece na LXX. Mirra destilada e cano aromtico. Estes elementos eram ingredientes do sagrado azeite da uno dos sacerdotes (Exo. 30: 23- 24). 20. Panos preciosos para carros. Tambm poderia tratar-se de "sela de montar" (BJ) ou da mantilha que fica debaixo da cadeira. 21. Arbia. emprega-se aqui este trmino com o sentido limitado que tem em outras passagens bblicos (2 Crn. 9: 14; SA. 21: 13; Jer. 25: 24), quer dizer, para referir-se a a parte norte desse pas desrtico habitado por tribos nmades. Cedar. Assim se chamava uma das tribos nmades, descendente do smael (Gn. 25: 13; cf. SA. 60: 7). 22. Sab. Descendentes de Qs, filho do CAM (Gn. 10: 7). Seu territrio estava no sudoeste da Arbia e compreendia o Yemen. Este era o pas da rainha do Sab que visitou o Salomn. J nesse tempo era conhecido por suas especiarias e seu ouro (1 Rei. 10: 1-2, 10; Sal. 72: 10, 15; SA. 60: 6; Jer. 6: 20; ver com. Gn. 10: 7). Raama. acredita-se que era uma tribo do sul da Arbia (ver com. Gn. 10: 7). 23. Faro. O profeta deixa de lado a zona da Arbia para falar da Mesopotamia. Faro, onde Abrao viveu por algum tempo (Gn. 12: 4), estava no noroeste de Mesopotamia, sobre o rio Balik, na encruzilhada de duas grandes rotas de caravanas. Cane. Lugar desconhecido, talvez perto de Faro. den. Distrito junto ao Eufrates, ao sul de Faro (2 Rei. 19: 12; SA. 37: 12). Sab. O nome o mesmo que aparece no vers. 22. possvel que aqui esteja desconjurado. Na LXX no aparece. Assria. Embora neste caso se emprega o nome comum de Assria, o fato de que aparea aqui induziu a alguns eruditos a identific-lo com o que hoje se chama Qalat Sherqat, na borda ocidental do Tigris, a 80 km. ao sul do Nnive. Quilmad. Lugar desconhecido, possivelmente localizado perto da cidade do Asur. 24. Vrias coisas. Heb. maklul, "roupa esplndida". Uma traduo melhor poderia ser "vestidos de luxo" (BJ). Em madeira de cedro. O hebreu se refere mas bem forma de atar cuidadosamente os vultos onde estavam estas magnficas roupas. 25. As naves do Tarsis. Provavelmente se designa assim os navios que conduziam metais. No concernente ao Tarsis, possivelmente se refira a Espanha (ver com. 1 Rei. 10: 22). 26. Seus remadores. Aqui reaparece a figura da nave. encontra-se em alta mar, esbofeteada por o vento solano, traioeiro e perigoso (Sal. 48: 7). A graciosa nave quebrantada pela fera tormenta. 27. Seus pilotos. encontram-se aqui os diversos tipos de tripulantes. Tudo o que havia constitudo o poderio, a glria e a riqueza de Tiro pereceu em um grande desastre. Todo isso foi jogado no meio do mar quando naufragou 703 essa grande nave. 28. As costas. A palavra assim traduzida significa mas bem os espaos baldios que rodeiam uma cidade (ver com. Jos. 14:4). Aqui se designa assim aos arredores da cidade. 29. Todos os que tomam remo. O mundo comercial se lamenta pela perda da graciosa nave com todos os atos que acompanham a uma manifestao de duelo, e compem um hino fnebre (vers. 32-36). CAPTULO 28 1 Julgamentos de Deus contra o prncipe de Tiro por seu orgulho sacrlego. 11 Lamentao por seu grande glorifica corrompida por causa de seu pecado. 20 Julgamento contra Sidn. 24 A restaurao do srael. 1 VEO para mim palavra do Jehov, dizendo: 2 Filho de homem, dava ao prncipe de Tiro: Assim h dito Jehov o Senhor: Por quanto se enalteceu seu corao, e disse: Eu sou um Deus, no trono de Deus estou sentado em meio dos mares (sendo voc homem e no Deus), e puseste seu corao como corao de Deus; 3 hei aqui que voc mais sbio que Daniel; no h segredo que te seja oculto. 4 Com sua sabedoria e com sua prudncia acumulaste riquezas, e adquiriste ouro e prata em seus tesouros. 5 Com a grandeza de sua sabedoria em suas contrataes multiplicaste vocs riquezas; e por causa de suas riquezas se enalteceu seu corao. 6 portanto, assim h dito Jehov o Senhor: Por quanto ps seu corao como corao de Deus, 7 portanto, hei aqui eu trago sobre ti estrangeiros, os fortes das naes, que desenvainarn suas espadas contra a formosura de sua sabedoria, e mancharo seu esplendor. 8 Ao sepulcro lhe faro descender, e morrer com a morte dos que morrem em meio dos mares. 9 Falar diante do que lhe mate, dizendo: Eu sou Deus? Voc, homem , e no Deus, na mo de seu matador. 10 De morte de incircuncisos morrer por mo de estrangeiros; porque eu hei falado, diz Jehov o Senhor. 11 Veio para mim palavra do Jehov, dizendo: 12 Filho de homem, levanta lamentos sobre o rei de Tiro, e lhe diga: Assim h dito Jehov o Senhor: Voc foi o selo da perfeio, cheio de sabedoria, e acabamento de formosura. 13 Em den, no horta de Deus esteve; de toda pedra preciosa era voc vestimenta; de cornerina, topzio, jaspe, crislito, berilo e nix; de safira, carbunclo, esmeralda e ouro; os primeiros de seus tamboriles e flautas estiveram preparados para ti no dia de sua criao. 14 Voc, querubim grande, protetor, eu te pus no santo monte de Deus, ali esteve; em meio das pedras de fogo te passeava. 15 Perfeito foi em todos seus caminhos desde dia que foi criado, at que achou-se em ti maldade. 16 Por causa da multido de suas contrataes foi cheio de iniqidade, e pecou; por isso eu joguei do monte de Deus, e te joguei de entre as pedras do fogo, OH querubim protetor. 17 Se enalteceu seu corao por causa de sua formosura, corrompeu sua sabedoria a causa de seu esplendor; eu te jogarei por terra; diante dos reis lhe porei para que olhem em ti. 18 Com a multido de suas maldades e com a iniqidade de suas contrataes profanou seu santurio; eu, pois, tirei fogo de em meio de ti, o qual lhe consumiu, e te pus em cinza sobre a terra aos olhos de todos os que lhe olham. 19 Todos os que lhe conheceram de entre os povos se maravilharo sobre ti; espanto ser, e para sempre deixar de ser. 20 Veio para mim palavra do Jehov, dizendo: 704 21Hijo do homem, ponha seu rosto para o Sidn, e profetiza contra ela, 22 E dir: Assim h dito Jehov o Senhor: Hei aqui eu estou contra ti, OH Sidn, e em meio de ti serei glorificado; e sabero que eu sou Jehov, quando fizer em ela julgamentos, e nela me santifique. 23 Enviarei a ela pestilncia e sangue em suas ruas, e cairo mortos no meio dela, com espada contra ela por todos lados; e sabero que eu sou Jehov. 24 E nunca mais ser casa do srael espinho dilacerador, nem aguilho que o d dor, em meio de quantos a rodeiam e a menosprezam; e sabero que eu sou Jehov. 25 Assim h dito Jehov o Senhor: Quando recolher casa do srael dos povos entre os quais est pulverizada, ento me santificarei neles ante os olhos das naes, e habitaro em sua terra, a qual dava a meu servo Jacob. 26 E habitaro nela seguros, e edificaro casas, e plantaro vinhas, e vivero confidencialmente, quando eu faa julgamentos em todos os que os despojam em seus arredores; e sabero que eu sou Jehov seu Deus. 1. Palavra do Jehov. O cap. 28 consta de trs sees. A primeira (vers. 1-10) uma profecia contra o prncipe de Tiro, cuja queda se atribui a seu desmedido orgulho e arrogncia. A segunda seo (vers. 11-19) que lamento pelo rei de Tiro. Esta passagem se converte em uma digresso na qual se fala do verdadeiro rei de Tiro, quer dizer, Satans. destacam-se os princpios implicados nesta classe de digresso no comentrio desta seo. A terceira seo, que a mais curta (vers. 20-26), uma profecia contra Sidn, a outra grande cidade fencia. 2. Prncipe. Heb. nagid, "chefe", "caudilho". Segundo Josefo, o rei de Tiro em ocasio do assdio do Nabucodonosor era Etbaal (Contra Aipo . 21). Entretanto, indubitvel que o profeta fala aqui da insolncia e do desmesurado orgulho de todos os governantes de Tiro. No trono de Deus. Possivelmente seja uma referncia formosura natural e posio estratgica de Tiro. Alguns lhe atribuem importncia a esta declarao pois o templo de Baal Melkart estava ali. 3. Mais sbio que Daniel. Esta frase est cheia de ironia. Daniel se tinha distinto na corte babilnico como sbio e revelador de secretos (Do. 1: 20; 2: 48; 4: 18; 5: 11-14; etc.). Ao rei de Tiro possivelmente o compara com uma pessoa como Daniel, porque se sentia satisfeito de sua superioridade. Alguns pensam que o Daniel ao qual se menciona aqui o heri de nome Doo, que aparece nas tabuletas do Ras Shamra do sculo XVA. C. (ver com. Eze. 14: 14). sto extremamente improvvel. 7. Os fortes das naes. Ezequiel usa em outras passagens (cap. 30: 10-11; 31: 12; 32: 12) a mesma frase para designar ao exrcito babilonio. 8. Com a morte. O Heb. emprega o plural "mortes" (tambm a RVA). Trata-se de uma forma enftica de referir-se a uma "morte violenta" (BJ). 9. Voc, homem . Heb., "voc homem". 10. ncircuncisos. Segundo Herodoto (i. 104), os fencios praticavam a circunciso. Da mesma forma que os judeus, menosprezavam aos incircuncisos. 12. Rei de Tiro. Os versculos 11-19, embora sejam um lamento pelo rei de Tiro, sem dvida tm uma aplicao mais ampla que a que se faz diretamente ao prncipe de Tiro. As figuras transcendem to ampliamente uma aplicao to limitada, que nem sequer a hiptese de que esta passagem seja "extremamente irnico" pode resolver os problemas que surgem se s lhe d uma aplicao local. As seguintes declaraes parecem extremamente difceis de aplicar a um rei literal de Tiro: (1) "Em den, no horta de Deus esteve", vers. 13; (2) "Voc, querubim grande, protetor, eu te pus no santo monte de Deus" vers. 14; (3) "Perfeito foi em todos seus caminhos desde dia que foi criado, at que se achou em ti maldade". vers. 15; (4) "Eu joguei do monte de Deus, e te joguei de entre as pedras do fogo, OH querubim protetor", vers. 16. Parecesse que enquanto Ezequiel contemplava em viso o carter e as atividades do rei de Tiro, a nspirao levantou o vu entre o visvel e o invisvel para permitir que o profeta visse o ser invisvel, mas poderoso, a quem servia o rei de Tiro. 705 Em forma similar lhe havia permitido ao saas que visse, mais frente do rei literal de Babilnia (cap. 14: 4), a Satans, cujo carter e poltica praticava o rei de Babilnia (vers. 12-16). Por isso mais adequado considerar esta passagem como uma digresso da profecia contra o prncipe de Tiro, para apresentar a histria de que era em verdade o rei de Tiro: Satans mesmo. Se se entender assim, esta passagem nos proporciona a histria da origem, a posio inicial e a queda do anjo que mais tarde chegou a conhecer-se como o diabo e Satans. Se no fora por este passagem e o que se encontra na SA. 14: 12-14, no teramos nenhum relato razoavelmente completo da origem, da condio inicial e das causas de a queda do prncipe do mal. As referncias neotestamentarias sobre este ser (Luc. 4: 5-6; 10: 18; Juan 8: 44; 1 Juan 3: 8; 2 Ped. 2: 4; Jud. 6; Apoc. 12: 7-9; etc.), embora concordem perfeitamente com estas antigas profecias, por si mesmos no proporcionam a histria completa. O Esprito Santo foi quem planejou e unificou as Escrituras. Foi o Esprito quem se assegurou que se desse suficiente informao a respeito de todos os assuntos essenciais, inclusive a histria de Satans. Alm disso, foi o Esprito quem determinou quando, como, e por meio de quem se teria que dar a revelao. A ocasio que se considera nesta passagem era muita apropriada, pois o prncipe de Tiro tinha imitado em forma notvel a sua verdadeiro lder, o diabo. luz do grande conflito, Tiro, junto com todas as naes pags, estava sob o domnio dos princpios deste grande caudilho rebelde, e sua influncia na histria dessas naes devia ser devidamente exposta. Ver no PP 11-23 e CS 546-558 um estudo da origem e do destino de Satans. Voc foi o selo. A palavra que aqui se traduz como "selo" no cap. 43: 10 se traduz como "desenho". O sentido geral claro. Lcifer estava dotado de sabedoria, glria e formosura mais que todos os outros anjos. 13. den. Deve entender-se em seu sentido mais amplo: a morada de Deus (ver PP 13). O contexto mostra que Lcifer no tinha cansado ainda. A criao de nossa terra, a localizao de nossos primeiros pais no den ocorreram depois de sua queda (ver PP 14; 3SG 33; 1SP 23; P 146). Toda pedra preciosa. As pedras que se nomeiam aqui aparecem tambm na lista das que se encontravam no peitoral do supremo sacerdote (Exo. 28: 17-20; 39: 8-14). Sem embargo, no as nomeia na mesma ordem. Alm disso, h trs que no aparecem aqui. Na LXX as duas listas so idnticas. A contagem destas jias destaca a excelsa posio de quem, depois de Cristo, era o personagem mais digno de honra no cu. Tamboriles. Plural de tof, pelo general um tamborcito de mo (T. , P. 32). Alguns pensa que tof se refere aqui ao lugar aonde era engastada a gema. Flautas. Heb. nqeb, palavra escura que talvez significa "passagem subterrnea" ou "mina". H quem pensa que esta palavra faz aluso cavidade na qual se engastava a pedra. Se isto fosse assim, a passagem estaria falando da formosa arreios na qual estavam engastadas as pedras preciosas. A BJ traduz: "Em ouro estavam lavrados os brincos e pinjantes que levava", mas admite que se trata de uma "traduo duvidosa". Por outro lado, se se falar aqui de instrumentos musicais, isto corresponde com Lcifer, quem foi diretor de os coros do cu (1SP 28-29). O dia de sua criao. Por quanto era um ser criado, Lcifer era definidamente inferior ao Pai e ao Filho, em quem est a vida original, intrnseca, prpria. Apesar disto, Lcifer pretendeu ser igual ao Filho. Quando Deus disse ao Filho: "Faamos ao homem a nossa imagem", Satans ficou ciumento do Jesus (ver P 145). Desejava que o consultasse em relao com a formao do homem. Quando aspirou a ter o poder que s lhe correspondia exercer a Cristo, caiu de sua excelsa posio e se converteu no diabo. incorreto dizer que Deus criou ao diabo ou Satans. O Senhor criou a um formoso anjo, santo e sem mancha, mas este anjo se converteu a si mesmo no demnio. 14. Querubim grande. A palavra hebria mimshaj, aqui traduzida como "grande", no tem uma traduo precisa conhecida. A figura do querubim protetor ou cubridor por em cima do propiciatorio no tabernculo judaico ilustra a posio original de Satans. Lcifer, o querubim cubridor ou protetor, estava na luz da presena de Deus. Era o mais excelso de todos os seres criados, e o mais elevado em revelar os propsitos de Deus para o universo (ver DTG 706). Santo monte. Esta figura representa a 706 sede do governo de Deus, quer dizer, o cu mesmo, representado pela figura de um monte (ver com. Sal. 48: 2). Pedras de fogo. Com freqncia se apresenta a Deus como se estivesse rodeado de fogo e de brilho (Apoc. 4: 3). Quando o Senhor se revelou ao Moiss, ao Aarn e a outros personagens da antigidade, estes viram os ps de Deus sobre um "ladrilhado de safira" (Exo. 24: 10). Mencionam-se estes detalhes para fazer destacar o contraste entre os privilgios que Lcifer tinha originalmente, e a sorte que lhe tocou depois de sua queda. 15. At que se achou em ti maldade. No PP 11-23 e CS 546-558 se descreve em forma detalhada a natureza do pecado que ocasionou a excluso de Satans do cu. 16. A multido de suas contrataes. "A amplitude de seu comrcio" (BJ). Esta figura est tirada do enorme comrcio de Tiro. No desaparece a figura do rei Atiro. A nefasta obra de Lcifer, quem disseminou a rebelio no cu, comparada com o comrcio de Tiro, movido pela avareza e muitas vezes fraudulento. Arrojei-te. Com uma ligeira modificao de vocais, a palavra diz: "destruirei-te". Em Apoc. 12: 7-9 se descreve ao Miguel (Cristo, ver com. Do. 10: 13) como o caudilho das foras que expulsam ao grande rebelde do cu. 17. enalteceu-se. Em relao com a causa da queda de Lcifer, ver as referncias que aparecem em com. vers. 15. 18. Profanou seu santurio. Embora a palavra santurio aparece em singular no texto masortico, est em plural em muitos manuscritos, nos trgumes e nas verses siracas. Sem lugar a dvida se faz referncia aqui ao santurio celestial que foi profanado pela entrada do pecado. Pu-te em cinza. apresenta-se a destruio de Satans com a figura da destruio da cidade de Tiro e de seu rei por meio do fogo. Em realidade, a aniquilao do instigador do mal ser efetuada pelos fogos que no dia final tiraro todo vestgio de pecado e desencardiro a terra para que possa ser o lar dos redimidos (Apoc. 20: 14-15; 21: 1). 19. Maravilharo-se. Esta frase deve formar parte da figura. Satans viver muito mais tempo que os outros pecadores no lago de fogo (P 294-295). Quo redimidos estejam dentro da cidade sero testemunhas do resultado do fogo renovador. para sempre deixar de ser. Esta declarao proporciona a segurana de que o pecado, uma vez erradicado, nunca mais voltar a empanar o universo de Deus (ver Nah. 1: 9). Ao permitir que maturasse plenamente a rebelio, Deus assegurou o futuro. Os habitantes do vasto universo de Deus desenvolveram uma imunidade espiritual contra o mal que os assegura contra qualquer futura transgresso. Os resultados de haver-se afastado dos princpios do governo de Deus so plenamente conhecidos. Todos esto convencidos da justia, a bondade e a sabedoria do carter de Deus. O pecado nunca alterar a perfeita harmonia que existir no novo mundo que Deus tenha criado de novo. 21. Sidn. Cidade fencia (ver com. cap. 27: 8). 22. Serei glorificado. Deus deseja que se saiba que ele tem o destino de todas as naes sob seu domnio (Ed 169-174; ver com. Do. 4: 17). 23. Com espada. depois da vitria parcial do Nabucodonosor sobre Tiro, Sidn se converteu no principal estado fencio. Mais tarde, Cambises ps cidade sob a dominao persa (C. 526 A. C.). Uma rebelio ocorrida aproximadamente no ano 351 A. C. ocasionou a destruio da cidade. Mais tarde, Sidn caiu ante Alejandro, e posteriormente foi dominada por Roma. 24. Espinho dilacerador. possvel que esta figura se tirou do Nm. 33: 55, onde a aplica a os cananeos em geral. 25. Santificarei-me neles. De acordo com o plano de Deus, aquelas naes que tinham hostilizado a seus vizinhos, sobre tudo aos judeus, seriam privadas de seu poder, e o povo de Deus, restabelecido depois do cativeiro, desfrutaria de seus anteriores privilgios. As naes vizinhas reconheceriam a supremacia do Jehov. 26. Edificaro casas. Compare-se com a SA. 65: 9-10; Jer. 30: 18; 32: 41. Aqui se descreve o estado ideal que Deus projetava para o srael restaurado. Se seu povo houvesse seguido os planos divinos, teria vivido seguro nas casas que construra e teria comido abundantemente das vinhas que plantasse, sem temer que alguma vez fossem destrudas. Mas nem sequer a severo disciplina do cativeiro pde obter a regenerao espiritual necessria para que Deus pudesse cumprir sua promessa. 707 COMENTROS DO ELENA G. DO WHTE 6 CS 548; DTG 712 6-8 CS 730 7 PR 377, 384 12 CM 25; DTG 706 12-15 CS 547; F 175, 331; PP 13 14-15 CM 25 16 DTG 712 16-19 CS 730 17 CS 548; PP 13; 4T 422 17-19 F 175, 332 18-19 CS 558 19 DTG 712 CAPTULO 29 1 Julgamento contra fara por sua traio ao srael. 8 A desolao do Egito. 13 Sua restaurao depois de quarenta anos. 17 o Egito, recompensa para Nabucodonosor. 21 o srael ser restaurado. 1 NO dcimo ano, no dcimo ms, aos doze dias do ms, veio para mim palavra do Jehov, dizendo: 2 Filho de homem, ponha seu rosto contra Fara rei do Egito, e profetiza contra ele e contra todo o Egito. 3 Fala, e dava: Assim h dito Jehov o Senhor: Hei aqui eu estou contra ti, Fara rei do Egito, o grande drago que jaz em meio de seus rios, o qual disse: Meu o Nilo, pois eu o fiz. 4 Eu, pois, porei ganchos de ferro em suas queixadas, e pegarei os peixes de seus rios a suas escamas, e te tirarei de em meio de seus rios, e todos os peixes de seus rios sairo pegos a suas escamas. 5 E te deixarei no deserto a ti e a todos os peixes de seus rios; sobre a face do campo cair; no ser recolhido, nem ser juntado; s feras da terra e s aves do cu dei por comida. 6 E sabero todos os moradores do Egito que eu sou Jehov, por quanto foram basto de cano casa do srael. 7 Quando tomaram com a mo, quebrou-te, e lhes rompeu todo o ombro; e quando se apoiaram em ti, quebrou-te, e lhes rompeu seus lombos inteiramente. 8 portanto, assim h dito Jehov o Senhor: Hei aqui que eu trago contra ti espada, e cortarei de ti homens e bestas. 9 E a terra do Egito ser assolada e deserta, e sabero que eu sou Jehov; por quanto disse: O Nilo meu, e eu o fiz. 10 portanto, hei aqui eu estou contra ti, e contra seus rios; e porei a terra do Egito em desolao, na solido do deserto, desde o Migdol at o Sevene, at o limite de Etipia. 11 No passar por ela pie de homem, nem p de animal passar por ela, nem ser habitada, por quarenta anos. 12 E porei terra do Egito em solido entre as terras assoladas, e seus cidades entre as cidades destrudas estaro desoladas por quarenta anos; e pulverizarei ao Egito entre as naes, e o dispersarei pelas terras. 13 Porque assim h dito Jehov o Senhor: Ao fim de quarenta anos recolherei a Egito de entre os povos entre os quais forem pulverizados; 14 e voltarei a trazer os cativos do Egito, e os levarei a terra de Patros, terra de sua origem; e ali sero um reino desprezvel. 15 Em comparao com os outros reino ser humilde; nunca mais se elevar sobre as naes; porque eu os diminuirei, para que no voltem a ter domnio sobre as naes. 16 E no ser j mais para a casa do srael apio de confiana, que lhes faa recordar o pecado de olhar em detrs deles; e sabero que eu sou Jehov o Senhor. 17 Aconteceu no ano vinte e sete, no primeiro ms, nos primeiro dia do ms, que veio para mim palavra do Jehov, dizendo: 18 Filho de homem, Nabucodonosor rei de Babilnia fez a seu exrcito emprestar um rduo servio contra Tiro. Toda cabea ficou calva, e todas costas esfolada; e 708 nem para ele nem para seu exrcito houve pagamento de Tiro, pelo servio que emprestou contra ela. 19 portanto, assim h dito Jehov o Senhor: Hei aqui que eu dou ao Nabucodonosor, rei de Babilnia, a terra do Egito; e ele tomar suas riquezas, e recolher seus despojos, e arrebatar bota de cano longo, e haver paga para seu exrcito. 20 Por seu trabalho com que serve contra lhe dei a terra do Egito; porque trabalharam para mim, diz Jehov o Senhor. 21 Naquele tempo farei brotar de novo o poder da casa do srael. E abrirei voc boca em meio deles, e sabero que eu sou Jehov. 1. No dcimo ano. Do cativeiro do Joaqun (ver com. cap. 1: 2). A data que se destaca aqui corresponde com janeiro do ano 587 A. C. (P. 602). Talvez a profecia foi pronunciada pouco depois do tempo quando os babilonios transitoriamente suspenderam o assdio de Jerusalm porque os egpcios, ao mando da Hofra (Jer. 37: 5, 11), aproximavam-se. Jeremas tinha profetizado que esse intento fracassaria (cap. 37: 6-10). A notcia destes acontecimentos pode haver estimulado aos exilados a ter uma nova esperana na liberao de Jerusalm. A profecia do Ezequiel contra Egito pode ter tido este marco histrico. 3. Fara. Com referncia ao significado deste ttulo, ver. com. Gn. 12: 15. O fara que reinava por esse tempo era Hofra, o Apries dos gregos, 589-570 A. C. (T. , 93). Drago. Embora o texto masortico diz tinnim, "chacais", muitos manuscritos hebreus rezam tannin, "drago". possvel que se faa aluso aqui ao "crocodilo" (BJ), animal muito conhecido no Egito. Meu o Nilo. Segundo Herodoto (i, 170), Apries se gabava de que estava to bem estabelecido que nem sequer um Deus poderia lhe tirar seu poder. Os monumentos do Egito atestam eloqentemente do pomposo orgulho dos faras. 4. Ganchos de ferro em suas queixadas. Herodoto (i. 70) descreve como os egpcios tomavam os crocodilos do Nilo com anzol e isca de peixe. Deus quebrantaria o teimoso orgulho do jactancioso monarca. Os peixes de seus rios. provvel que os peixes representassem os exrcitos egpcios, ou talvez os aliados do Egito. Fara no teria que morrer sozinho, mas sim conduziria a runa de outros. 5. No deserto. Ali no deserto seriam devorados pelas aves e bestas de rapina. Egito seria despojado. 6. Basto de cano. A figura era clara para os do lugar. Os canos cresciam em abundncia nas mrgenes do Nilo (Exo. 2: 3). Desde fazia muito tempo, Deus tinha advertido que seu povo no devia depositar sua confiana na ajuda egpcia (SA. 30: 6-7; 31: 3; Jer. 2: 36; cf. 2 Rei. 18: 21; cf. SA. 36: 6). A aliana de Sedequas com o Egito estava destinada a um fracasso total (Jer. 37: 5-7). 8. Espada. srael sofreu por ter crdulo no Egito quando Deus lhe tinha mandado especificamente que no o fizesse. Egito tambm teria que sofrer por causa de sua perfdia e maldade. 10. Migdol. Parece que vrios lugares da zona oriental do delta do Nilo se chamavam assim. Se esta Migdol for quo mesma menciona Jeremas, provvel que seja a que hoje se conhece como Tell o-Jeir, localizada-se ao sul do Pelusio (Jer. 44: 1; 46: 14). Sevene. Localidade na fronteira sul do Egito, hoje conhecida como Asun, cujas runas esto muito perto da cidade moderna. As duas localidades, Migdol e Sevene, representam os extremos do pas, tanto pelo norte como pelo sul. 11. Quarenta anos. Poderia entender-se que a desolao descrita nos vers. 9-12 relativa. O linguagem potica; o de um profeta a quem no lhe pode negar o emprego de hiprboles. At onde se saiba, a histria no registra nenhuma desolao deste tipo nem nenhum perodo de 40 anos de desolao. 13. Recolherei ao Egito. A diferena de Tiro e outros estados cananeos, e mais tarde Babilnia, Egito teria que reviver. difcil determinar a que acontecimento histrico se faz referncia aqui. 14. Patros. Transliteracin da forma hebria da palavra egpcia pra'-lha'-rey do acadio paturisi, a regio do alto o Egito. 15. Ser humilde. Esta profecia teve um cumprimento histrico. Egito foi dominado por poderes estrangeiros pouco mais do meio sculo depois desta profecia, e a pesar de ter sobrevivido a todos seus dominadores estrangeiros, nunca voltou para seu anterior grandeza e prestgio. 709 16. Apoio de confiana. O povo de Deus em repetidas ocasies tinha pecado ao ir ao Egito em busca de ajuda (2 Rei. 17: 4; 23: 35; SA. 30: 2-3; cf. cap. 36: 4-6). Esta tentao seria eliminada por completo. 17. No ano vinte e sete. Do cativeiro do Joaqun (ver com. cap. 1: 2); a data corresponde com abril do ano 571 ou 570 (P. 602). Esta a ltima data que aparece no Ezequiel. evidente que a mensagem dos vers. 17-21 foi localizado aqui para que todas as profecias relacionadas com o Egito pudessem aparecer juntas. 18. Pagamento de Tiro. O stio de Tiro, que tinha durado 13 anos, acabou em 573 A. C. Nabucodonosor no pde tomar a cidade ilhoa (ver com. cap. 26: 7). Aqui se apresenta o assdio de Tiro como se tivesse sido um servio emprestado a Deus, pelo qual Nabucodonosor no tinha recebido a devida recompensa. 19. Ao Nabucodonosor. As tabuletas cuneiformes do Nabucodonosor relatam uma campanha militar contra Egito no ano 37 do rei (J. B. Pritchard, editor, Ancient Near Eastern Texts [Textos do antigo Prximo Oriente], P. 308). A tabuleta est fragmentada de modo que no est completo o relato da campanha. acredita-se que Ezequiel se refere aqui a esta conquista. No com. do Jer. 46: 13 aparece um estudo mais completo dos aspectos histricos do problema; ver tambm T. , P. 96. 21. Poder. O hebreu diz "corno" (BJ e RVA), que era smbolo de poder (Deut. 33: 17; Sal. 92: 10). Quando o srael aprendesse a confiar somente em Deus e no em poderes terrestres, tais como o Egito, esse corno que tinha sido talhado, comearia a brotar outra vez. Abrirei sua boca. provvel que no se refira ao silncio obrigado do cap. 24: 27, a no ser obra do profeta como professor do povo. COMENTROS DO ELENA G. DO WHTE 3, 6 PR 334 CAPTULO 30 1 A desolao do Egito e seus ayudadores. 20 O brao de Babilnia ser fortalecido para quebrar o do Egito. 1 VEO para mim palavra do Jehov, dizendo: 2 Filho de homem, profetiza, e dava: Assim h dito Jehov o Senhor: Lamentem: Ai daquele dia! 3 Porque perto est o dia, perto est o dia do Jehov; dia de nublado, dia de castigo das naes ser. 4 E vir espada ao Egito, e haver medo em Etipia, quando carem feridos em Egito; e tomaro suas riquezas, e sero destrudos seus fundamentos. 5 Etipia, Fut, Lud, toda a Arbia, Lbia, e os filhos das terras aliadas, cairo com eles a fio de espada. 6 Assim h dito Jehov: Tambm cairo os que sustentam ao Egito, e a altivez de seu poderio cair; desde o Migdol at o Sevene cairo nele a fio de espada, diz Jehov o Senhor. 7 E sero assolados entre as terras assoladas, e suas cidades sero entre as cidades desertas. 8 E sabero que eu sou Jehov, quando puser fogo ao Egito, e sejam quebrantados todos seus ayudadores. 9 Naquele tempo sairo mensageiros de diante de mim em naves, para espantar a Etipia a confiada, e tero espanto como no dia do Egito; porque hei aqui vem. 10 Assim h dito Jehov o Senhor: Destruirei as riquezas do Egito por mo de Nabucodonosor rei de Babilnia. 11 O, e com ele seu povo, os mais fortes das naes, sero gastos para destruir a terra; e desenvainarn suas espadas sobre o Egito, e enchero de mortos a terra. 12 E secarei os rios, e entregarei a terra em mos de maus, e por mo de estrangeiros destruirei a terra e quanto nela h. Eu Jehov falei. 13 Assim h dito Jehov o Senhor: Destruirei 710 tambm as imagens, e destruirei os dolos do Menfis; e no haver mais prncipe da terra do Egito, e na terra do Egito porei temor. 14 Assolarei ao Patros, e porei fogo ao Zon, e farei julgamentos no Tebas. 15 E derramarei minha ira sobre Sem, fortaleza do Egito, e exterminarei multido do Tebas. 16 E porei fogo ao Egito; Sem ter grande dor, e Tebas ser destroada, e Menfis ter contnuas angstias. 17 Os jovens do Avn e do Pibeset cairo a fio de espada, e as mulheres iro em cativeiro. 18 E no Tafnes se obscurecer o dia, quando quebrantar eu ali o poder de Egito, e cessar nela a soberba de seu poderio; trevas a cobrir, e os moradores de suas aldeias iro em cativeiro. 19 Farei, pois, julgamentos no Egito, e sabero que eu sou Jehov. 20 Aconteceu no dcimo primeiro ano, no primeiro ms, aos sete dias do ms, que veio para mim palavra do Jehov dizendo: 21 Filho de homem, quebrei o brao de Fara rei do Egito; e hei aqui que no foi enfaixado lhe pondo remdios, nem lhe pondo enfaixa para lig-lo, a fim de fortalec-lo para que possa sustentar a espada. 22 portanto, assim h dito Jehov o Senhor: me haja aqui contra Fara rei de Egito, e quebrarei seus braos, o forte e o fraturado, e farei que a espada lhe caia da mo. 23 E pulverizarei aos egpcios entre as naes, e os dispersarei pelas terras. 24 E fortalecerei os braos do rei de Babilnia, e porei minha espada em seu mo; mas quebrarei os braos de Fara, e diante daquele gemer com gemidos de ferido de morte. 25 Fortalecerei, pois, os braos do rei de Babilnia, e os braos de Fara cairo; e sabero que eu sou Jehov, quando eu ponha minha espada na mo do rei de Babilnia, e ele a estenda contra a terra do Egito. 26 E pulverizarei aos egpcios entre as naes, e os dispersarei pelas terras; e sabero que eu sou Jehov. 1. Palavra do Jehov. O captulo 30 contm duas profecias separadas dirigidas contra Egito: (1) os vers. 1-9, sem data, mas que possivelmente pertencem profecia anterior (cap. 29: 17-21); (2) os vers. 20-26, com data bem definida, so uma profecia dada uns trs meses depois da do cap. 29: 1-16, se Ezequiel computava os anos da primavera a primavera, ou um ano e trs meses mais tarde, se fazia comear o ano no outono. 3. O dia do Jehov. Ver com. SA. 2: 12. Dia de castigo das naes. Heb., "tempo das gente ou naes". Deus mantm o registro de seus conta com as naes. O quem determina quando se encheu a taa de sua iniqidade (2JT 13; 5T 524; 3JT 143; 3JT 283; ver com. 4: 17). 5. Etipia. Heb. Kush. Os cusitas viviam na Nubia, que inclua parte do Suam atual (ver com. Gn. 10: 6). Fut. Heb. Put (ver com. cap. 27: 10). Lud. Ver com. Gn. 10: 13; Jer. 46: 9; cf. Eze. 27: 10. Arbia. Esta traduo vem das verses siracas e das da Aquila e Smico. O hebreu diz "multido mista". Ver no Jer. 25: 20 onde se traduz "mescla de naes". possvel que esta frase se aplique aos mercenrios estrangeiros que formavam parte do exrcito egpcio ou aos estrangeiros em general. Lbia. Heb. kub, povo no identificado. As verses siracas rezam lub, de onde provm a traduo da RVR. Na LXX, a primeira parte deste versculo diz: "persas e cretenses, e lidios e lbios". Os filhos das terras aliadas. Literalmente, "os filhos da terra do pacto". A LXX diz: "filhos por mim aliana". Se esta traduo fora correta, possvel que seja uma referncia aos judeus que tinham procurado refgio no Egito depois do assassinato de Gedalas (Jer. 42-44). Jeremas tinha afirmado que a espada e a fome das quais estavam procurando escapar, alcanariam-nos ali (Jer. 42: 16-18). 6. Os que sustentam ao Egito. provvel que estes sejam quo aliados apoiavam ao Egito. Alguns pensam que se faz referncia aqui aos "fundamentos" do vers. 4. Desde o Migdol. Ver com. cap. 29: 10. 7. Assolados. Cf. cap. 29: 12. 8. Sabero que eu sou Jehov. Esta frase como um estribilho que se repete atravs de todo o livro de Ezequiel. a afirmao do grande propsito de Deus: apresentar ante toda a humanidade o conhecimento salvador que 711 ele oferece. O emprega diversos meios para declarar raa humana seus conselhos. Fala por meio da voz da conscincia, por meio dos profetas inspirados, e por meio de seus providncias e castigos. Seu propsito final fazer que o conhecimento de seu nome cubra a terra assim como as guas cobrem o mar (Hab. 2: 14). Pode considerar-se que esta mensagem inspirada dirigido contra Egito o intento de Deus por revelar a solicitude divina para com as imensas multides de egpcios. Ver com. cap. 6: 7. 9. Mensageiros. Pode referir-se a quo egpcios chegariam fugindo a Etipia, para alarmar a seus habitantes com a notcia da queda do Egito, ou a uma embaixada especial enviada para advertir aos etopes do perigo. 10. Mo do Nabucodonosor. Ver com. cap. 29: 19. 12. Os rios. Heb. ye'orim, do egpcio irw, nome do Nilo. A palavra ye'orim plural, e descreve ao Nilo com suas ramificaes e seu sistema de canais. 13. No haver mais prncipe. A frase hebria assim traduzida (nai'o' yiheyeh'od) no necessariamente indica que perpetuamente deixaria de existir o prncipe (ver com. cap. 26: 14). A expresso poderia significar que durante um comprido tempo no haveria prncipe em a terra do Egito, ou que no haveria mais prncipes egpcios que tivessem o poder dos reis anteriores. 14. Patros. Ver com. cap. 29: 14. Zon. Tambm chamada Tanis ou Avaris, no brao tantico do Nilo (ver com. SA. 30: 4). desenterraram-se ali muitos monumentos e templos e se encontraram as tumbas reais da 22. dinastia. Tebas. Cidade localizada na ribeira leste do Nilo a 500 km. ao sul do Cairo (ver com. Jer. 46: 25). 15. Sem. Heb. sem. No se conhece nenhuma cidade egpcia que leve este nome, mas possivelmente corresponda com o Pelusio, ou se encontrava perto desse lugar. Pelusio era uma cidade fronteiria, bem fortificada, e considerada, com razo, como uma cidade chave para tomar ao Egito. Da que nesta passagem se fale de "Sem, fortaleza do Egito". Muitas batalhas importantes se brigaram nesta zona. Pelusio tambm estava perto do mar, e embora no se identificou exatamente sua localizao, acredita-se que fora Tell Farama, a 22 km. ao este do canal do Suez. 17. Avn. Corresponde com o On do Gn. 41: 45, 50, de onde era a esposa do Jos, e com Bet-semes (casa do sol) do Jer. 43: 13. a Helipolis (cidade do sol) de os gregos, assim chamada porque desde tempos antiqusimos tinha sido o centro do culto egpcio ao sol. Pibeset. Aldeia situada no delta a 83 km. ao nordeste do Menfis, lugar denominado agora Tell Basta. Era o centro da adorao da deusa Bastet, cuja cabea tinha a forma da cabea de um gato, e que era adorada com repugnantes orgias (Herodoto i. 66). Entre as runas desta antiga localidade se encontrou um cemitrio para gatos. Pelo general se conhece melhor o nome grego desta cidade: Bubastis. 18. Tafnes. Cidade situada a 37 km. ao sudoeste do Pelusio (ver com. Jer. 2: 16; Eze. 30: 15). Para ali fugiram os judeus depois de que Gedalas fora assassinado. Como sinal de que seria destrudo o remanescente do Egito, ordenou a Jeremas que escondesse pedras na entrada da casa de Fara no Tafnes, para assinalar o lugar onde Nabucodonosor teria que levantar sua loja de campanha (Jer. 43: 9-11). As escavaes realizadas neste lugar pelo W. M. Flinders Petrie em 1886, deixaram ao descoberto uma plataforma de tijolos que foi identificada como o lugar onde Jeremas escondeu as pedras. Os autores clssicos gregos chamavam cidade, Dafne. Hoje se denomina Tell Defenneh. Obscurecer-se. A escurido um smbolo proftico comum para representar a calamidade que se mora (SA. 13: 10; Joel 2: 10, 31; 3: 15; Ams 8: 9). 20. O dcimo primeiro ano. Do cativeiro do Joaqun (ver com. cap. 1:2). A data corresponde com abril de 587 ou 586 A. C. (P. 383). Cf. cap. 29: 1; P. 602. 21. Fara rei do Egito. Hofra ou Apries (589-570 A. C.), personagem de grandes empresas e gnio militar (T. , P. 93). 23. Pulverizarei aos egpcios. Com referncia ao cumprimento histrico dos vers. 23-24, ver com. cap. 29: 19. 26. Sabero que eu sou Jehov. Ver com. vers. 8. COMENTRO DO ELENA G. DO WHTE 25 PR 334 712 CAPTULO 31 1 Referncia ao fara; 3 quanto glria de Assria, 10 e a queda devido a seu orgulho. 18 Destruio paralela do Egito. 1 ACONTECEU no dcimo primeiro ano, no terceiro ms, nos primeiro dia do ms, que veio para mim palavra do Jehov, dizendo: 2 Filho de homem, dava a Fara rei do Egito, e a seu povo: A quem lhe comparou em sua grandeza? 3 Hei aqui era o assrio cedro no Lbano, de formosos ramos, de frondoso ramagem e de grande altura, e sua taa estava entre densos ramos. 4 As guas o fizeram crescer, elevou-o o abismo; seus rios corriam ao redor de seu p, e a tudas as rvores do campo enviava seus correntes. 5 portanto, elevou-se sua altura sobre tudas as rvores do campo, e se multiplicaram seus ramos, e por causa das muitas guas se alargou sua ramagem que tinha jogado. 6 Em seus ramos faziam ninho todas as aves do cu, e debaixo de sua ramagem pariam todas as bestas do campo, e a sua sombra habitavam muitas naes. 7 Se fez, pois, formoso em sua grandeza com a extenso de seus ramos; porque sua raiz estava junto a muitas guas. 8 Os cedros no o cobriram no horta de Deus; haja-as no foram semelhantes a seus ramos, nem os castanhos foram semelhantes a sua ramagem; nenhum rvore no horta de Deus foi semelhante a ele em sua formosura. 9 O fiz formoso com a multido de seus ramos; e tudas as rvores do den, que estavam no horta de Deus, tiveram dele inveja. 10 portanto, assim disse Jehov o Senhor: J que por ser elevado em altura, e ter levantado sua cpula entre densos ramos, seu corao se elevou com seu altura, 11 eu o entregarei em mos do capitalista das naes, que de certo o tratar segundo sua maldade. Eu o desprezei. 12 E o destruiro estrangeiros, os capitalistas das naes, e o derrubaro; seus ramos cairo sobre os Montes e por todos os vales, e por todos os arroios da terra ser quebrado sua ramagem; e se iro de sua sombra todos os povos da terra, e o deixaro. 13 Sobre sua runa habitaro todas as aves do cu, e sobre seus ramos estaro todas as bestas do campo, 14 para que no se exaltem em sua altura tudas as rvores que crescem junto s guas, nem levantem sua taa entre a espessura, nem confiem em sua altura todos os que bebem guas; porque todos esto destinados a morte, ao profundo da terra, entre os filhos dos homens, com os que descendem fossa. 15 Assim h dito Jehov o Senhor: O dia que descendeu ao Seol, fiz fazer luto, fiz cobrir por ele o abismo, e detive seus rios, e as muitas guas foram detidas; ao Lbano cobri de trevas por ele, e tudas as rvores do campo deprimiram-se. 16 Do estrondo de sua queda fiz tremer s naes, quando as fiz descender ao Seol com todos os que descendem sepultura; e todos os rvores escolhidas do den, e os melhores do Lbano, todos os que bebem guas, foram consolados no profundo da terra. 17 Tambm eles descenderam com ele ao Seol, com os mortos a espada, os que foram seu brao, os que estiveram a sua sombra em meio das naes. 18 A quem te comparaste assim em glria e em grandeza entre as rvores do den? Pois derrubado ser com as rvores do den no profundo da terra; entre os incircuncisos jazer, com os mortos a espada. Este Fara e todo seu povo, diz Jehov o Senhor. 1. O dcimo primeiro ano. Do cativeiro do Joaqun (ver com. cap. 1:2); esta data corresponde com junho de 587 ou 586 A. C. (ver P. 602). Esta profecia foi dada uns dois meses depois da anterior (cap. 30: 20). Em forma de alegoria proftico e com um impressionante paralelismo potico, o profeta descreve a 713 queda da grande nao do Egito. 2. Fara. Hofra ou Apries, conhecido por sua arrogncia e orgulho (ver com. cap. 29: 3). 3. O assrio. Heb. 'ashshur, que se traduz corretamente como "Assria". Entretanto, ao trocar a r por uma k, letras extremamente parecidas no hebreu, e modificando uma vocal, que no se escrevia quando foi redigido o livro do Ezequiel, se obtm a palavra 'ashweka, "eu te compararei". Desde a a traduo da BJ: "A quem te comparar em sua grandeza? Olhe: a um cedro do Lbano". Sem embargo, no h segurana de que se justifique esta mudana. Tambm pode entend-la alegoria no sentido de que a histria e a queda de Assria representavam a histria e a queda do Egito. Se se modificar o texto, a aplicao direta. Cedro. Vejam-se figuras similares na SA. 10: 34; 37: 24; Eze. 17: 3; Do. 4: 20-22; Zac. 11: 1-2. 4. As guas o fizeram crescer. A LXX diz: "As guas o nutriram". Faz-se referncia aqui ao Nilo ou ao Tigris, segundo a interpretao que se adote (ver com. vers. 3). 6. As aves do cu. Compare-se com o Eze. 17: 23; Do. 4: 21. 8. O horta de Deus. A LXX diz: "paraso de Deus". Parecesse tomar-se esta figura do horta do den (cf. Gn. 2:8; Eze. 31:9). Mediante o uso de uma hiprbole potica, o profeta descreve a pretendida grandeza do Egito. possvel que o "horta de Deus" represente aqui ao srael, o povo de Deus. 10. Seu corao se elevou. Ver com. cap. 29: 3. 11. Capitalista das naes. Quer dizer, Nabucodonosor (ver com. cap. 29: 19). 12. Deixaro-o. Cf. cap. 29: 5. 13. Sobre sua runa. Cf. cap. 29: 5. 14. Para que no se exaltem. Esta a lio que deve aprender-se da parbola. Que as outras rvores no confiem em sua prpria fora nem se infaten com a prosperidade. 15. Seol. Heb. she'ol, e na LXX, hd's, morada simblica dos mortos, representada sob a forma de uma caverna subterrnea (ver com. Prov. 15: 11). 16. Seol. Ver com. vers. 15. 17. Os mortos a espada. Aqui a realidade irrompe no simblico. Seu brao. Os que o ajudaram em suas conquistas. 18. Este Fara. Aqui a linguagem alegrica. COMENTROS DO ELENA G. DO WHTE 39 PR 268 8 PP 479 10-16 PR 270 18 PR 270 CAPTULO 32 1 Lamentao pela tenebrosa queda do Egito. 11 A espada de Babilnia o destruir. 17 Ser arrojado ao sepulcro junto com todas as naes incircuncisas. 1 ACONTECEU no dcimo segundo ano, no dcimo segundo ms, nos primeiro dia do ms, que veio para mim palavra do Jehov, dizendo: 2 Filho de homem, levanta lamentos sobre Fara rei do Egito, e lhe diga: A leoncillo de naes semelhante, e como o drago nos mares; pois secava seus rios, e turvava as guas com seus ps, e pisava suas ribeiras. 3 Assim h dito Jehov o Senhor: Eu estenderei sobre ti minha rede com reunio de muitos povos, e lhe faro subir com minha rede. 4 E te deixarei em terra, jogarei-te sobre a face do campo, e farei posar sobre ti todas as aves do cu, e saciarei de ti s feras de toda a terra. 5 Porei suas carnes sobre os Montes, e encherei os vales de seus cadveres. 6 E regarei de seu sangue a terra onde nada, at os Montes; e os arroios enchero-se de ti. 714 7 E quando te tiver extinto, cobrirei os cus, e farei entrevar seus estrelas; o sol cobrirei com nublado, e a lua no far resplandecer sua luz. 8 Farei entrevar todos os astros brilhantes do cu por ti, e porei trevas sobre sua terra, diz Jehov o Senhor. 9 E entristecerei o corao de muitos povos, quando levar ao cativeiro aos teus entre as naes, pelas terras que no conheceu. 10 E deixarei atnitos por ti a muitos povos, e seus reis tero horror grande por causa de ti, quando fizer resplandecer minha espada diante de seus rostos; e todos se sobressaltaro em seus nimos a cada momento no dia de sua queda. 11 Porque assim h dito Jehov o Senhor: A espada do rei de Babilnia vir sobre ti. 12 Com espadas de fortes farei cair seu povo; todos eles sero os capitalistas das naes; e destruiro a soberba do Egito, e toda sua multido ser desfeita. 13 Todas suas bestas destruirei de sobre as muitas guas; nem mais as turvar p de homem, nem pezua de besta as turvar. 14 Ento farei assentar-se suas guas, e farei correr seus rios como azeite, diz Jehov o Senhor. 15 Quando assolar a terra do Egito, e a terra fique despojada de tudo quanto nela h, quando mate a todos os que nela moram, sabero que eu sou Jehov. 16 Este o lamento, e a cantaro; as filhas das naes a cantaro; endecharn sobre o Egito e sobre toda sua multido, diz Jehov o Senhor. 17 Aconteceu no dcimo segundo ano, aos quinze dias do ms, que veio para mim palavra do Jehov, dizendo: 18 Filho de homem, lamento sobre a multido do Egito, e despenha-o a ele, e a as filhas das naes poderosas, ao profundo da terra, com os que descendem sepultura. 19 Porque to formoso, descende, e jaz com os incircuncisos. 20 Entre os mortos a espada cair; espada entregue; tragam para ele e a todos seus povos. 21 De no meio do Seol falaro os fortes dos fortes, com os que ajudaram-lhe, que descenderam e jazem com os incircuncisos mortos a espada. 22 Ali est Assria com toda sua multido; em redor dele esto seus sepulcros; todos eles caram mortos a espada. 23 Seus sepulcros foram postos aos lados da fossa, e sua gente est pelos arredores de seu sepulcro; todos eles caram mortos a espada, os quais semearam o terror na terra dos viventes. 24 Ali Elam, e toda sua multido pelos arredores de seu sepulcro; todos eles caram mortos a espada, os quais descenderam incircuncisos ao mais profundo da terra, porque semearam seu terror na terra dos viventes, mas levaram sua confuso com os que descendem ao sepulcro. 25 Em meio dos mortos lhe puseram leito com toda sua multido; a seus arredores esto seus sepulcros; todos eles incircuncisos, mortos a espada, porque foi posto seu espanto na terra dos viventes, mas levaram seu confuso com os que descendem ao sepulcro; ele foi posto em meio dos mortos. 26 Ali Mesec e Tubal, e toda sua multido; seus sepulcros em seus arredores; todos eles incircuncisos, mortos a espada, porque tinham semeado seu terror na terra dos viventes. 27 E no jazero com os fortes dos incircuncisos que caram, os quais descenderam ao Seol com suas armas de guerra, e suas espadas postas debaixo de suas cabeas; mas seus pecados estaro sobre seus ossos, por quanto foram terror de fortes na terra dos viventes. 28 Voc, pois, ser quebrantado entre os incircuncisos, e jazer com os mortos a espada. 29 Ali Edom, seus reis e todos seus prncipes, os quais com seu poderio foram postos com os mortos a espada; eles jazero com os incircuncisos, e com os que descendem ao sepulcro. 30 Ali os prncipes do norte, todos eles, e todos os sidonios, que com seu terror descenderam com os mortos, envergonhados de seu poderio, jazem tambm incircuncisos com os mortos a espada, e compartilham sua confuso com os que descendem ao sepulcro. 31 A estes ver Fara, e se consolar sobre toda sua multido; Fara morto a espada, e todo seu exrcito, diz Jehov o Senhor. 32 Porque pus meu terror na terra de 715 os viventes, tambm Fara e toda sua multido jazero entre os incircuncisos com os mortos a espada, diz Jehov o Senhor. 1. dcimo segundo ano. Do cativeiro do Joaqun (ver com. cap. 1:2), quer dizer, o ano 585 A. C. A data corresponde com a primavera (maro-abril) de 585, j seja que se compute o ano comeando na primavera ou em outono (P. 602). Para esta data, Jerusalm j tinha cansado, pois os exrcitos babilnicos a tinham tomado em julho do ano 586 A. C. Este o ltimo captulo da srie de profecias dirigidas contra Egito. Em os vers. 1-16 se acusa ao Egito representado por um drago. Os vers. 17-32 so um lamento para o Egito que descende ao Seol. 2. semelhante. Ou "comparaste-te", o que indica que o fara acreditou ser um grande caudilho de naes. Tambm pode traduzir-se este verbo como o faz a BJ: "Leoncillo das naes, est perdido". Drago. Embora o texto masortico diz tannim, "chacais", vrios manuscritos dizem tannin, "drago" ou "crocodilo" (ver com. cap. 29: 3). 3. Estenderei. . . minha rede. Cf. cap. 29: 4. 4. Todas as aves. Cf. cap. 29:5. 6. Regarei de seu sangue. Figura grfica de uma grande matana. 7. Cobrirei os cus. Smbolo de destruio e luto. 10. Deixarei atnitos. O relato da trgica sorte do Egito paralisar de temor aos habitantes de outros pases. Temero que a espada que destruiu ao Egito seja empregada contra eles. 12. Os capitalistas das naes. Cf. cap. 30:11. Uma descrio apropriada do aoite babilnico que varreu nao detrs nao. 13. Todas suas bestas. Quer dizer, o gado das terras do Nilo. possvel que seja esta uma figura potica com a qual o profeta representa a inquieta atividade da vida egpcia. 14. Farei assentar-se suas guas. A fim de permitir que o sedimento se assente e a gua fique clara. LXX traduz: "Suas guas estaro tranqilas". O gado j no turvaria a gua com suas patas (vers. 13). Em outras palavras, o bulcio da vida e da atividade do Egito teria que cessar. Como azeite. Quer dizer, brandamente, sem ser turvados por homens nem animais. 16. As filhas das naes. No antigo Prximo Oriente se pagava a mulheres para que realizassem os atos prprios do duelo (2 Sam. 1:24; 2 Crn. 35:25; Jer. 9:17). H dados adicionais sobre este costume tipicamente oriental em com. Jer. 9:17; Mar. 5:38. 17. Quinze dias. No texto hebreu no aparece o ms, mas se esta seo corresponde continuao dos vers. 1-16, dificilmente poderia referir-se a outro ms, fora do dcimo segundo, mencionado j no vers. 1. De ser assim, esta mensagem se deu to s duas semanas depois do anterior. A LXX diz: "No dcimo segundo ano, no primeiro ms, aos quinze dias do ms". Esta data colocaria mensagem em uma data anterior a dos vers. 1-16. Se foi pronunciado antes, possivelmente foi colocado aqui por causa do parecido de seu texto com o resto do captulo. 18. O profundo da terra. concebia-se que o Seol (ver com. vers. 21) estava no profundo da terra (ver com. cap. 31: 15). Em com. Prov. 15: 11 se trata do Seol como a morada simblica dos mortos. 19. ncircuncisos. A circunciso era praticada no Egito at antes de que os hebreus estivessem ali. Estar com incircuncisos era considerado como uma terrvel indignidade. 21. Seol. Ver com. cap. 31: 15. Falaro. representa-se s diversas naes como se jazessem juntas no Seol, e ali conversassem. Esta figura se emprega tambm em relao com o "rei de Babilnia" (SA. 14:4, 15-19). Ver comentrio ali. 22. Assria. Ver com. Gn. 10: 11. A queda do Nnive -cidade capital desse grande imprio de a antigidade- ocorrida no ano 612 A. C., estava ainda fresca na lembrana da gente. 24. Elam. Esta nao, que ocupava as mesetas ao leste de Babilnia, tinha perdido seu independncia ante os assrios e mais tarde tinha sido dominada pelos babilonios (ver com. Jer. 49: 34). 26. Mesec. Os nos chateie dos autores gregos clssicos, ou mushku das inscries assrias (ver com. Gn. 10: 2). Tubal. Os tibarenios do Herodoto, e os nos agite das inscries assrias (ver com. Gn. 10: 2). 27. E no jazero. Tanto a LXX como as 716 verses siracas omitem a negao, o qual daria passagem um sentido mais claro. A LXX diz: "E dormiram com os gigantes cansados de antigamente". 28. Ser quebrantado. Compare-se com o vers. 19. Ezequiel se dirige novamente ao fara para lhe recordar que deve preparar-se para sofrer o mesmo fim que tinha sobrevindo a as outras naes. 29. Edom. Ver com. cap. 25: 12. 30. Prncipes do norte. Possivelmente se aluda aqui a certos chefes srios. Sidonios. Com freqncia se emprega este nomeie para designar aos fencios em geral. Com referncia aos orgenes raciais dos fencios em geral e dos sidonios em particular, ver com. Gn. 10: 15, 18; tambm t., PP. 69-70. 31. Consolar-se. A v consolao do fara seria ver outras naes grandes e ricas prostradas no p assim como o estava ele. Quanto a uma humilhao anterior do orgulho egpcio, ver com. Exo. 14: 23-31; 15: 1-27. CAPTULO 33 1 O dever do vigia acautelar ao povo do perigo, 7 e Ezequiel admoestado a cumprir com seu dever. 10 Deus lhe mostra a justia de seu proceder com os que se arrependem e com os que no se arrependem. 17 O mantm sua justia. 21 Ezequiel profetiza a desolao do pas uma vez que escuta a notcia da queda de Jerusalm. 30 julgamento de Deus contra os que burlam-se dos profetas. 1 VEO para mim palavra do Jehov, dizendo: 2 Filho de homem, fala com os filhos de seu povo, e lhes diga: Quando trajere eu espada sobre a terra, e o povo da terra tomar um homem de seu territrio e o pusiere por atalaia, 3 e ele vir vir a espada sobre a terra, e tocar trompetista e avisar ao povo, 4 qualquer que oyere o som da trompetista e no se dispusesse, e vindo a espada o hiriere, seu sangue ser sobre sua cabea. 5 O som da trompetista ouviu, e no se disps; seu sangue ser sobre ele; mas que se dispusesse liberar sua vida. 6 Mas se o vigia vir vir a espada e no tocar a trompetista, e o povo no se dispusesse, e vindo a espada, hiriere dele a algum, este foi tomado por causa de seu pecado, mas demandarei seu sangue de mo do vigia. 7 A ti, pois, filho de homem, pu-te por vigia casa do srael, e ouvir a palavra de minha boca, e os admoestar de minha parte. 8 Quando eu dijere ao mpio: mpio, de certo morrer; se voc no falar para que se guarde o mpio de seu caminho, o mpio morrer por seu pecado, mas seu eu sangre a demandarei de sua mo. 9 E se voc avisar ao mpio de seu caminho para que se alm dele, e ele no se separar-me de seu caminho, o morrer por seu pecado, mas seu liberou sua vida. 10 Voc, pois, filho de homem, dava casa do srael: Vs falastes assim, dizendo: Nossas rebelies e nossos pecados esto sobre ns, e a causa deles somos consumidos; como, pois, viveremos? 11 lhes diga: Vivo eu, diz Jehov o Senhor, que no quero a morte do mpio, mas sim se volte o mpio de seu caminho, e que viva. lhes volte, lhes volte de seus maus caminhos; por que morrero, OH casa do srael? 12 E voc, filho de homem, dava aos filhos de seu povo: A justia do justo no liberar-o o dia que se rebelar; e a impiedade do mpio no lhe ser estorvo o dia que se voltar de sua impiedade; e o justo no poder viver por seu justia o dia que pecar. 13 Quando eu dijere ao justo: De certo viver, e ele crdulo em sua justia hiciere iniqidade, todas suas justias no sero recordadas, mas sim morrer por sua iniqidade que fez. 14 E quando eu dijere ao mpio: De certo morrer; se ele se convertesse de seu pecado, e hiciere segundo o direito e a justia, 15 se o mpio restitura o objeto, devolver o que tiver roubado, e caminhar nos estatutos da vida, no fazendo iniqidade, 717 viver certamente e no morrer. 16 No lhe recordar nenhum de seus pecados que tinha cometido; fez segundo o direito e a justia; viver certamente. 17 Logo diro os filhos de seu povo: No reto o caminho do Senhor; o caminho deles o que no reto. 18 Quando o justo se separar de sua justia, e hiciere iniqidade, morrer por isso. 19 E quando o mpio se separar de sua impiedade, e hiciere segundo o direito e a justia, viver por isso. 20 E disseram: No reto o caminho do Senhor. Eu lhes julgarei, OH casa de srael, a cada um conforme a seus caminhos. 21 Aconteceu no dcimo segundo ano de nosso cativeiro, no dcimo ms, aos cinco dias do ms, que veio para mim um fugitivo de Jerusalm, dizendo: A cidade foi conquistada. 22 E a mo do Jehov tinha sido sobre mim a tarde antes de chegar o fugitivo, e tinha aberto minha boca, at que veio para mim pela manh; e abriu minha boca, e j no mais estive calado. 23 E veio para mim palavra do Jehov, dizendo: 24 Filho de homem, os que habitam aqueles lugares assolados na terra de srael falam dizendo: Abraham era um, e possuiu a terra; pois ns somos muitos; nos dada a terra em posse. 25 portanto, lhes diga: Assim h dito Jehov o Senhor: Comero com sangue, e a seus dolos elevaro seus Olhos, e derramaro sangue, e possuiro vs a terra? 26 Estiveram sobre suas espadas, fizeram abominao, e poluram cada qual mulher de seu prximo; e tero que possuir a terra? 27 Lhes dir assim: Assim h dito Jehov o Senhor: Vivo eu, que os que esto em aqueles lugares assolados cairo a espada, e ao que est sobre a face do campo entregarei s feras para que o devorem; e os que esto nas fortalezas e nas covas, de pestilncia morrero. 28 E converterei a terra em deserto e em solido, e cessar a soberba de seu poderio; e os Montes do srael sero assolados at que no haja quem passe. 29 E sabero que eu sou Jehov, quando converter a terra em solido e deserto, por todas as abominaes que tm feito. 30 E voc, filho de homem, os filhos de seu povo se mofam de ti junto s paredes e s portas das casas, e fala o um com o outro, cada um com seu irmo, dizendo: Venham agora, e ouam que palavra vem do Jehov. 31 E viro a ti como vem o povo, e estaro diante de ti como povo meu, e ouviro suas palavras, e no as poro por obra; antes fazem adulaes com suas bocas, e o corao deles anda em detrs de sua avareza. 32 E hei aqui que voc a eles como cantor de amores, formoso de voz e que canta bem; e ouviro suas palavras, mas no as poro por obra. 33 Mas quando isso viniere (e vem j), sabero que houve profeta entre eles. 1. Palavra do Jehov. A profecia dos vers. 1-20 no leva data, mas pelas circunstncias que narram-se nos vers. 21-22, pareceria razovel supor que foi dada na tarde, antes de que chegasse o mensageiro portador da notcia da queda de Jerusalm. 2. Os filhos de seu povo. Aqui comea uma nova fase do ministrio do Ezequiel e se renova a comisso proftico. O pusiere por atalaia. Cf. cap. 3: 17. Com referncia funo do vigia, ver 2 Sam. 18: 24-25; 2 Rei. 9: 17; Hab. 2: 1. Com referncia ao Eze. 33: 2-9, com. cap. 3: 17-19. 3. Tocar trompetista. Ver Ouse. 5: 8; Ams 3: 6. 10. Como, pois, viveremos? O nimo dos ouvintes do Ezequiel tinha trocado. Anteriormente, haviam respondido ao profeta com incredulidade e desprezo (cap. 12: 22). O povo tinha procurado justificar seu pecado afirmando que estavam sofrendo o castigo, no de seus prprios pecados, mas sim dos pecados de seus pais (cap. 18: 2). Uma vez que a destruio de Jerusalm foi confirmada, no puderam j contradizer as palavras do profeta. Sumidos no desespero perguntam angustiados se houver para eles alguma esperana j que este o castigo por seus pecados. 11. No quero. Ezequiel alegra a seus compatriotas com a segurana de que Deus no quer que morram. Deseja que todos se arrependam e vivam (2 Ped. 3: 9). Seu propsito que o castigo do cativeiro tenha efeitos saudveis 718 e leve a arrependimento. Adverte que nenhuma justia anterior cobrir a transgresso presente (vers. 12). Mas ao mesmo tempo, nenhuma maldade poder excluir ao pecador de alcanar misericrdia se se arrepender. 12. A justia do justo. Nos vers. 12-20 se resume brevemente o ensino do cap. 18 sobre o tema da responsabilidade individual. Ver ali o comentrio. 21. dcimo segundo ano. Quer dizer, do cativeiro do Joaqun (ver com. cap. 1: 2). No possvel saber a cincia certa que calendrio empregava Ezequiel para computar os anos. Muitos eruditos acreditam que empregou o ano da primavera a primavera, como se usava em Babilnia, embora tambm possvel que tivesse recorrido ao calendrio judeu, cujo ano se computava de outono a outono. Alm disso, no se sabe se os anos do cativeiro do Joaqun devem contar-se mediante o cmputo inclusivo (T. , PP. 139-140) ou sem ele. Se os anos do cativeiro se calcularem sem o cmputo inclusivo, j seja com o ano que comeava na primavera, ou no outono, pode fixar o 5. dia do 10. ms no ms de janeiro de 585 A. C., uns seis meses depois da queda de Jerusalm em julho de 586 A. C. Por outra parte, se se empregar o cmputo inclusivo, deve concluir-se que as ms notcias chegaram em janeiro do ano 586, o qual seria problemtico, pois a cidade de Jerusalm s caiu em julho de 586. Com referncia data da queda de Jerusalm, ver o T. , P. 165, e o T. , PP. 93-94. 22. Abriu minha boca. Ver com. cap. 24: 27. 23. Veio para mim palavra. Nos vers. 23-29 se apresenta uma nova profecia, pronunciada possivelmente imediatamente depois da chegada do fugitivo, ou possivelmente depois de um tempo. No se d nenhuma data para as profecias que comeam aqui e se estendem at o final do cap. 39. Os caps. 40-48 correspondem com 12 anos depois da queda de Jerusalm. provvel que esta srie de profecias foi apresentada fragmentariamente durante este perodo de 12 anos (ver P. 602). 24. Habitam aqueles lugares assolados. Conforme se relata em 2 Rei. 25: 12, 22; Jer. 52: 16, os pobres foram deixados em a terra para que cuidassem das vinhas e das terras. A eles se uniram judeus fugitivos provenientes de pases vizinhos. Este discurso tem o propsito de refutar o que dizia essa gente. Abrao era um. Estas palavras expressam a arrogncia daqueles a quem os babilonios tinham deixado na terra da Palestina. Em realidade, diziam que se ao Abrao, sendo um, lhe tinha dado posse da terra, eles, sendo muitos, certamente poderiam possuir a terra e tomar por herdade as propriedades dos exilados. A resposta do profeta indicava que ser descendentes do Abrao no lhes reportaria nenhum benefcio. Deus tinha em conta as qualidades do carter de cada um, e o fato de que fossem muitos no tinha importncia. Muitas pessoas hoje confiam em sua relao com alguma organizao eclesistica, em vez de procurar uma correta relao com Deus, que o nico que lhes permitir estar em p no dia final. Depositam sua confiana em estatsticas avultadas e na popularidade. Ao final de contas, a verdadeira religio algo pessoal, e cada um deve ocupar-se de sua salvao com temor e tremor (Fil. 2: 12). A relao com a igreja organizada o resultado natural e esperado de uma vida crist pessoal genuna. Mas essa relao em si mesmo no constitui absolutamente o fundamento da esperana. 25. Comero com sangue? Ver Gn. 9:4; cf. Lev. 3: 17; 7: 26; 17: 10-14; Deut. 12: 16. A gente que tinha ficado no pas no se sentia inclinada a abandonar os pecados de seus pais. Os caps. 42 e 43 do Jeremas constituem um triste comentrio da descarada rebelio contra as expressas ordens de Deus. 26. Estiveram sobre suas espadas. apoiaram-se em seus atos de violncia. Os assassinatos eram comuns (cf. Jer. 49). 27. Naqueles lugares assolados. enumeram-se aqui trs aoites: a espada (dos babilonios ou dos foragidos dedicados pilhagem), as feras, e a pestilncia. Comparar esta lista com contagens similares no Eze. 5: 12; 14: 12- 21; cf. Lev. 26: 22, 25. 29. Eu sou Jehov. Ver com. caps. 6: 7; 30: 8. 30. Os filhos. Os vers. 30-33 se aplicam aos que estavam no exlio. Seu nmero havia aumentado com a chegada de novos cativos. Lhe adverte ao profeta que no deve deixar-se enganar pela deferncia que parecem lhe mostrar os judeus. De ti. A gente no se opunha ao Ezequiel, Desfrutava de seus discursos. provvel que o profeta no tivesse tido antes uma congregao to numerosa nem to promissora. 719 Lhe adverte que essa gente era meramente auditores e no fazedores da palavra (ver Mat. 7: 21- 27; Sant. 1: 22-25). 32. Cantor de amores. Ou "cano de amor" (BJ). Os judeus se congregaram para escutar o concerto de um artista. COMENTROS DO ELENA G. DO WHTE 1-33 TM 422 1-9 5T 15 6-7 3JT 297; 3T 452; 7T 254; TM 476 6-9 2JT 297, 322 7-8 3JT 142; 8T 195 7-9 CS 513; HAp 290; 1JT 535; 3JT 289; OE 15; TM 297 8 TM 412 8-9 CS 378; 1JT 325 9 2T 54 11 CMC 236; CS 591, 685, 700; DMJ 122; DTG 535; 1JT 251; PP 680; PR 76, 93, 241; PVGM 110; 2T 225 13-16 5T 629 13-20 TM 297 15 DC 38, 58; 5T 631 15-16 CMC 92, 103, 105; DTG 509 17 5T 631 30-32 Ed 253 31 PVGM 390 31-32 DMJ 118 CAPTULO 34 1 Recriminao aos pastores. 7 Julgamentos de Deus contra estes. 11 Cuidado de Deus por seu rebanho. 20 O reino de Cristo. 1 VEO para mim palavra do Jehov, dizendo: 2 Filho de homem, profetiza contra os pastores do srael; profetiza, e dava a os pastores: Assim h dito Jehov o Senhor: Ai dos pastores do srael, que apascentam-se a si mesmos! No apascentam os pastores aos rebanhos? 3 Comem a grosura, e lhes vestem da l; engordado-a degola, mas no apascentam s ovelhas. 4 No fortaleceram as fracas, nem curaram a doente; no enfaixaram a perniquebrada, nem voltaram para redil a desencaminhada, nem procuraram a perdida, mas sim lhes ho enseoreado delas com dureza e com violncia. 5 E andam errantes por falta de pastor, e so presa de todas as feras do campo, e se dispersaram. 6 Andaram perdidas minhas ovelhas por todos os Montes, e em toda colina alta; e em toda a face da terra foram pulverizadas minhas ovelhas, e no houve quem as procurasse, nem quem perguntasse por elas. 7 portanto, pastores, ouam palavra do Jehov: 8 Vivo eu, h dito Jehov o Senhor, que por quanto meu rebanho foi ser roubado, e minhas ovelhas foram para ser presa de todas as feras do campo, sem pastor; nem meus pastores procuraram minhas ovelhas, mas sim os pastores se apascentaram a si mesmos, e no apascentaram minhas ovelhas; 9 portanto, OH pastores, ouam palavra do Jehov. 10 Assim h dito Jehov o Senhor: Hei aqui, eu estou contra os pastores; e demandarei minhas ovelhas de sua mo, e lhes farei deixar de apascentar as ovelhas; nem os pastores se apascentaro mais a si mesmos, pois eu liberarei minhas ovelhas de seus bocas, e no lhes sero mais por comida. 11 Porque assim h dito Jehov o Senhor: Hei aqui eu, eu mesmo irei procurar meus ovelhas, e as reconhecerei. 12 Como reconhece seu rebanho o pastor o dia que est em meio de suas ovelhas pulverizadas, assim reconhecerei minhas ovelhas, e as liberarei de todos os lugares em que foram pulverizadas o dia do nublado e da escurido. 13 E eu as tirarei dos povos, e as juntarei das terras; trarei-as para sua prpria terra, e as apascentarei nos Montes do srael, pelas ribeiras, e em todos os lugares habitados do pas. 720 14 Em bons pastos as apascentarei, e nos altos Montes do srael estar seu s pressas; ali dormiro em bom redil, e em pastos suculentos sero apascentadas sobre os Montes do srael. 15 Eu apascentarei minhas ovelhas, e eu lhes darei s pressas, diz Jehov o Senhor. 16 Eu procurarei a perdida, e farei voltar para redil a desencaminhada, enfaixarei a perniquebrada, e fortalecerei a fraca; mas engordada e a forte destruirei; apascentarei-as com justia. 17 Mas quanto a vocs, minhas ovelhas, assim h dito Jehov o Senhor: Hei aqui eu julgo entre ovelha e ovelha, entre carneiros e machos caibros. 18 Lhes pouco que comam os bons pastos, mas sim tambm pisam com seus ps o que de seus pastos fica; e que bebendo as guas claras, turvam alm com seus ps as que ficam? 19 E minhas ovelhas comem o pisado de seus ps, e bebem o que com seus ps turvastes. 20 portanto, assim lhes diz Jehov o Senhor: Hei aqui eu, eu julgarei entre a ovelha engordada e a ovelha fraca; 21 por quanto empurraram com o flanco e com o ombro, e acorneasteis com seus chifres a todas as fracos, at que as jogaram e as dispersaram. 22 Eu salvarei a minhas ovelhas, e nunca mais sero para rapina; e julgarei entre ovelha e ovelha. 23 E levantarei sobre elas a um pastor, e ele as apascentar; a meu servo David, ele as apascentar, e ele lhes ser por pastor. 24 Eu Jehov lhes serei Por Deus, e meu servo David prncipe em meio deles. Eu Jehov falei. 25 E estabelecerei com eles pactuo de paz, e tirarei da terra as feras; e habitaro no deserto com segurana, e dormiro nos bosques. 26 E darei bno a elas e aos arredores de minha colina, e farei descender a chuva em seu tempo; chuvas de bno sero. 27 E a rvore do campo dar seu fruto, e a terra dar seu fruto, e estaro sobre sua terra com segurana; e sabero que eu sou Jehov, quando romper as coyundas de seu jugo, e os livre de mo dos que se servem deles. 28 No sero mais por despojo das naes, nem as feras da terra as devoraro; mas sim habitaro com segurana, e no haver quem as espante. 29 E levantarei para eles uma planta de renome, e no sero j mais consumidos de fome na terra, nem j mais sero envergonhados pelas naes. 30 E sabero que eu Jehov seu Deus estou com eles, e eles so meu povo, a casa do srael, diz Jehov o Senhor. 31 E vocs, minhas ovelhas, ovelhas de meu pasto, homens so, e eu seu Deus, diz Jehov o Senhor. 1. Palavra do Jehov. Nesta nova profecia se censura aos pastores infiis. Deus anuncia que vai a lhes tirar seu rebanho para pr em lugar deles ao David como pastor (vers. 23). A terra ser restituda a sua produo plena. A mensagem deste captulo similar ao do Jer. 23: 1-8. 2. Pastores. Heb. ro'im, da raiz ra'ah, "pastorear", "alimentar". Emprega-se metaforicamente para referir-se aos dirigentes responsveis ou aos governantes (ver 1 Rei. 22: 17; Jer. 2: 8). apascentam-se a si mesmos. O pastor deveria fazer o que indica seu nome. provvel que esta acusao esteja dirigida especificamente aos ltimos reis do Jud. 3. Grosura. Heb. jleb. Se se modificarem ligeiramente os pontos voclicos, l-se jalab, "leite". Assim aparece na LXX e na Vulgata. No importa qual dessas formas aceite-se, a idia a mesma. Os dirigentes se alimentavam bem, a gastos do povo. Cobravam elevadsimos impostos. 4. Perdida-a. Ver Jer. 50: 6; cf. Mat. 18: 11-14; Luc. 15; comparar com a parbola da ovelha perdida (ver com. Luc. 15: 3-7). Com dureza e com violncia. Compare-se com o Exo. 1: 13-14; Lev. 25: 43. 5. Por falta de pastor. culpa-se aos dirigentes pelo desastre que sobreveio ao srael. Seu mpio exemplo tinha feito que o povo se separasse dos caminhos de justia. claro que isto no significa que o povo estivesse livre de pecado. A ningum se pode-lhe obrigar a pecar. Deve dar seu consentimento para isso. Por sua prpria eleio 721 segue o mpio exemplo de outros. 6. Minhas ovelhas. O possessivo indica que Deus afirmava que eram suas as ovelhas, ou seja o povo do srael. 8. Meus pastores. Eles eram os que tinham sido designados para cuidar o rebanho de Deus; e por o tanto eram responsveis ante ele. 10. Contra os pastores. O primeiro castigo seria a eliminao dos pastores que procuravam seu prprio proveito. 11. Assim h dito Jehov. As ricas promessas dos vers. 12-31 descrevem as condies que houvessem imperado se o srael tivesse completo bem com sua parte. As profecias se cumpriram em forma parcial em ocasio do retorno do exlio. Mas, porque os judeus no procuraram uma verdadeira converso, nem durante o exlio nem depois dele, o cumprimento destas profecias foi muito limitado. Mais tarde, quando srael rechaou a seu Mesas, a nao perdeu todo direito s bnes que aqui se prometem. Essas promessas foram transferidas igreja crist, e teriam que cumprir-se em principio em relao com essa comunidade espiritual. Um reino poltico terrestre j no seria mais o centro do reino espiritual. Os novos partidrios estariam pulverizados por todos os pases. J no teriam mais por capital a Jerusalm terrestre. Em troca, teriam que esperar uma cidade celestial. Em sua aplicao espiritual, estes versculos se cumpriro nos cus novos e na terra nova. teriam se completo em forma literal depois de que os judeus retornassem do exlio babilnico se o povo houvesse completo com as condies que Deus tinha determinado (ver PP. 31-34). 14. Bons pastos. Se se tivessem completo as condies do arrependimento e do reavivamiento espiritual, o Senhor teria restaurado a fertilidade original da Palestina, como "terra que flui leite e mel" (Exo. 3: 8, 17; Nm. 13: 27; etc.). Deus teria enviado chuva ao seu devido tempo e teria bento a seu povo em tudo sentido, como o tinha prometido anteriormente (Deut. 28: 1-14). Quando o srael entrou no Canan, estas promessas no se realizaram porque o povo no tinha completo com as condies necessrias. Nesta ocasio, se os apresentava uma segunda oportunidade de receber as mesmas preciosas promessas. A srael lhe ofereceu um novo comeo, se a nao estava disposta a cumprir com sua parte. 16. A engordado . . . destruirei. A gordura era smbolo de prosperidade. Muitas vezes a prosperidade leva a esquecer a Deus (Deut. 32: 15). Os pastores infiis tinham engordado a gastos do rebanho. alimentaram-se eles mesmos em vez de alimentar o rebanho. Agora os apascentaria "com justia", quer dizer, recebero as conseqncias de seus atos. A palavra hebria mishpat se traduz melhor como "julgamento". 17. Entre ovelha e ovelha. Deus julgar entre os diversos membros do rebanho. No todos participaro de a restaurao, a no ser somente quem se arrependa e voltem para Deus, seu Pastor (ver Eze. 34: 20, 22; cf. Mat. 25: 31-46). 18. Pisam... o que... fica. acusa-se aos falsos pastores de desenfreio e esbanjamento. O que eles mesmos no usaram, arruinaram para que no possam us-lo outros. 23. Um pastor. Sem dvida se faz notar o contraste entre os muitos governantes que havia tido o povo antes. provvel que tambm se faa aluso diviso do reino em duas partes, as quais teriam que ser reunidas. Meu servo David. Pelo general os comentadores entenderam que aqui se faz referncia ao Mesas (Jer. 23: 5-6; Luc 1: 32). Devido ao srael nunca aceitou as condicione nas quais se apoiava o cumprimento destas promessas, se justifica esta aplicao. Esta predio acha seu cumprimento na vinda do Jesus na carne e em sua vinda em glria. 25. Tirarei da terra as feras. Quando o srael tinha entrado no Canan, Deus tinha prometido criar a tranqilidade que aqui se descreve (Lev. 26: 6). Ao srael lhe proporciona agora outra oportunidade de desempenhar seu papel como centro do reino espiritual mundial de Deus, e nessa condio lhe promete toda classe de prosperidade temporrio (Eze. 34: 14, 26-30). 26. Chuvas de bno. Ver Lev. 26: 4; Sal. 68: 9; Mau. 3: 10. 29. Planta de renome. Melhor, "um plantio famoso" (BJ). 31. Ovelhas de meu pasto. Neste versculo se explica a figura. Quo maravilhosa graa a do Deus do cu que condescende a ter comunho com os homens, quem, como ovelhas, apartaram-se dele. 722 COMENTROS DO ELENA G. DO WHTE 3-4 Ed 171 4 DTG 444; HAp 14 4-6 2JT 115 11-12 7T 230 12 PVGM 171; SC 63 15-16 7T 230 16 DTG 442; PP 189 18 P 37 22 PP 189 23, 25 DTG 442 25 P 18; 1T 68 25-26 7T 230 26 DTG 115-116; HAp 9; MC 70 28 DTG 442; PP 189 29-31 HAp 9 30-31 7T 230 31 DTG 445; OE 189 CAPTULO 35 Julgamento contra o monte Seir por seu dio ao srael. 1 VEO para mim palavra do Jehov, dizendo: 2 Filho de homem, ponha seu rosto para o monte do Seir, e profetiza contra ele, 3 e lhe diga: Assim h dito Jehov o Senhor: Hei aqui eu estou contra ti, OH monte de Seir, e estenderei minha mo contra ti, e te converterei em deserto e em solido. 4 A suas cidades assolarei, e voc ser assolado; e saber que eu sou Jehov. 5 Por quanto teve inimizade perptua, e entregou aos filhos do srael ao poder da espada no tempo de sua aflio, no tempo extremamente mau, 6 portanto, vivo eu, diz Jehov o Senhor, que a sangue destinarei, e sangue perseguir-te; e porque o sangue no aborreceu, sangue te perseguir. 7 E converterei ao monte do Seir em deserto e em solido, e cortarei dele ao que v e ao que venha. 8 E encherei seus Montes de seus mortos; em suas colinas, em seus vales em todos seus arroios, cairo mortos a espada. 9 Eu te porei em asolamiento perptuo, e suas cidades nunca mais se restauraro; e sabero que eu sou Jehov. 10 Por quanto disse: As duas naes e as duas terras sero minhas, e tomarei posse delas; estando ali Jehov; 11 portanto, vivo eu, diz Jehov o Senhor, eu farei conforme a sua ira, e conforme a seu zelo com que procedeu, por causa de suas inimizades com eles; e serei conhecido neles, quando te julgar. 12 E saber que eu Jehov ouvi todas suas injrias que proferiu contra os Montes do srael, dizendo: Destrudos so, foram-nos jogo de dados para que os devoremos. 13 E lhes engrandeceram contra mim com sua boca, e multiplicaram contra mim suas palavras. Eu o ouvi. 14 Assim h dito Jehov o Senhor: Para que toda a terra se regozije, eu lhe farei uma desolao. 15 Como te alegrou sobre a herdade da casa do srael, porque foi assolada, assim farei a ti; assolado ser o monte do Seir, e todo Edom, todo ele; e sabero que eu sou Jehov. 1. Palavra do Jehov. Ao profeta lhe ordena pronunciar outra profecia contra Edom (cap. 25: 12-14). Esta acusao, por que aparece em meio das promessas de restaurao? O profeta toma nota dos impedimentos para a reocupacin da Palestina. Os edomitas tinham penetrado na parte sul da Palestina depois de que o srael fora levado cativo. Possivelmente Babilnia permitiu isto porque Edom parece haver-se aliado com o Nabucodonosor contra srael em ocasio do stio de Jerusalm (ver com. vers. 5). O profeta prediz a completa eliminao deste impedimento. 2. Seir. Heb. e'ir, de uma raiz que significa "ser peludo". Este era o nome do chefe de uma famlia horea, aparentado por matrimnio com o Esa, de quem descendiam os edomitas (ver com. Gn. 36). Tambm se emprega 723 este nomeie para designar a cadeia montanhosa que fica ao leste do Arar, que se estende desde o mar Morto para o sul. Aqui em forma potica smbolo do Edom (ver. Gn. 36: 8-9; Deut. 2: 1, 5; 1 Crn. 4: 42). 4. Voc ser assolado. Alguns viram o cumprimento da presente predio quando os nabateos empurraram aos edomitas para o Neguev, sul da Palestina (C. 126 A. C.). Sem embargo, posto que esta profecia aparece em meio da predio da restaurao do srael, pode supor-se que teria achado seu cumprimento especfico em relao com essa restaurao (ver com. cap. 25: 14). 5. nimizade perptua. Esta inimizade vinha do tempo do Jacob e do Esa (Gn. 27: 41; cf. Gn. 25: 22-23). Em ocasio do xodo, Edom tinha recusado o passo dos israelitas por seu territrio (Nm. 20: 14- 21). Depois que se estabeleceram os israelitas no Canan, os edomitas tinham contemplado com manifesta inveja o crescente poder do srael. Edom se tinha unido ao Amn e ao Moab contra Jud nos dias do Josafat (2 Crn. 20: 10-11; cf. Sal. 83: 1-8; ver a introduo ao Sal. 83). Parecesse que, em ocasio da tira de Jerusalm, os edomitas tinham ajudado aos babilonios, ocupando as portas e se localizando-se nos caminhos que levavam a campina para impedir que os fugitivos escapassem (Abd. 11-14). No dia da calamidade de Jerusalm, os edomitas tinham exclamado: "Arrasem, arrasem at os alicerces" (Sal. 137: 7). 6. A sangue. Comparar isto com o que disse Jesus: "Todos os que tomem espada, a espada perecero" (Mat. 26: 52). 7. Ao que v. Comparar com o Zac. 7: 14; 9: 8, 10. 8. Todos seus arroios. As caractersticas topogrficas da terra do Edom so descritas com toda preciso nesta passagem. 9. Asolamiento perptuo. Edom, que expressava seu regozijo pela destruio de seu rival e que gozava fugazmente de uma aparente superioridade frente ao srael, apesar das aparncias, estava realmente em desvantagem. Para o srael haveria uma restaurao, enquanto que para o Edom no haveria a no ser asolamiento perptuo. 10. As duas naes. Quer dizer, Jud e srael. O segundo pecado do Edom (cf. vers. 5) foi pretender herdar a terra do Jud e do srael. Estando ali Jehov. Deus tinha atribudo ao srael seu territrio como herana especial de seu povo. Embora o srael estivesse transitoriamente ausente de suas terras, Deus ainda interessava-se no pas, e o estava conservando para o retorno dos exilados. Quando mais tarde o povo perdeu seus privilgios (ver P. 33), perdeu o direito terra. Com referncia ao feito de que a terra pertencia ao Jehov, ver Lev. 25: 23; Ouse. 9: 3; Joel 2: 18. 11. Serei conhecido. Os castigos que sobreviriam ao Edom serviriam para convencer ao srael que seu Deus no os tinha abandonado por completo. 12. njrias. Ou tambm, "insultos" (BJ). 15. Como te alegrou. Assim como Edom se regozijou pela queda do srael, assim tambm se regozijariam outros pela derrota final do Edom. Eu sou Jehov. Ver com. cap. 30: 8. CAPTULO 36 1 A terra do srael consolada tanto pela destruio prxima de seus inimigos, quem a desprezou, 8 como pelas bnes que Deus o promete. 16 o srael rechaado por seus pecados, 21 mas ser restaurado sem que o merea. 25 As bnes do reino de Cristo. 1 VOC, FLHO de homem, profetiza aos Montes do srael, e dava: Montes do srael, ouam palavra do Jehov. 2 Assim h dito Jehov o Senhor: Por quanto o inimigo disse de vs: Ea! tambm as alturas eternas nos foram dadas por herdade; 3 profetiza, portanto, e dava: Assim h dito Jehov o Senhor: Por quanto vos assolaram e lhes tragaram de todas partes, para que fossem herdade das outras naes, e lhes tem feito cair em boca de faladores e ser o 724 oprobio de os povos, 4 portanto, Montes do srael, ouam palavra do Jehov o Senhor: Assim h dito Jehov o Senhor aos Montes e s colinas, aos arroios e aos vales, a as runas e asoleamiento e s cidades desamparadas, que foram postas por bota de cano longo e escrnio das outras naes ao redor; 5 por isso, assim h dito Jehov o Senhor: falei por certo no fogo de meu zelo contra as demais naes, e contra todo Edom, que se disputaram meu terra por herdade com alegria, de todo corao e com rancor de nimo, para que seus expulsos fossem presa dela. 6 portanto, profetiza sobre a terra do srael, e dava aos Montes e aos colinas, e aos arroios e aos vales: Assim h dito Jehov o Senhor: Hei aqui, em meu zelo e em meu furor falei, por quanto levastes o oprobio das naes. 7 Pelo qual assim h dito Jehov o Senhor: Eu elevei minha mo, jurei que as naes que esto a seu redor tm que levar sua afronta. 8 Mas vs, OH Montes do srael, daro seus ramos, e levaro seu fruto para meu povo o srael; porque perto esto para vir. 9 Porque hei aqui, eu estou por vs, e me voltarei, e sero lavrados e semeados. 10 E farei multiplicar sobre vs homens, a toda a casa do srael, toda ela; e as cidades sero habitadas, e edificadas as runas. 11 Multiplicarei sobre vs homens e gado, e sero multiplicados e crescero; e lhes farei morar como estavam acostumado a antigamente, e lhes farei major bem. que em seus princpios; e sabero que eu sou Jehov. 12 E farei andar homens sobre vs, a meu povo o srael; e tomaro posse de ti, e lhes ser por herdade, e nunca mais lhes matar os filhos. 13 Assim h dito Jehov o Senhor: Por quanto dizem de vs: Comedora de homens, e matadora dos filhos de sua nao foste; 14 portanto, no devorar mais homens, e nunca mais matar aos filhos de voc nao, diz Jehov o Senhor. 15 E nunca mais te farei ouvir injria de naes, nem mais levar insultos de povos, nem far mais morrer aos filhos de sua nao, diz Jehov o Senhor. 16 Veio para mim palavra do Jehov, dizendo: 17 Filho de homem, enquanto a casa do srael morava em sua terra, poluiu-a com seus caminhos e com suas obras; como imundcie de monstruosa foi seu caminho diante de mim. 18 E derramei minha ira sobre eles pelo sangue que derramaram sobre a terra; porque com seus dolos a poluram. 19 Lhes pulverizei pelas naes, e foram dispersados pelas terras; conforme a seus caminhos e conforme a suas obras julguei. 20 E quando chegaram s naes aonde foram, profanaram meu santo nome, dizendo-se deles: Estes so povo do Jehov, e da terra dele ho sado. 21 Mas tive dor ao ver meu santo nome profanado pela casa do srael entre as naes aonde foram. 22 portanto, dava casa do srael: Assim h dito Jehov o Senhor: No o fao por vs, OH casa do srael, a no ser por causa de meu santo nome, o qual profanaram vs entre as naes aonde chegastes. 23 E santificarei meu grande nome, profanado entre as naes, o qual profanaram vs em meio delas; e sabero as naes que eu sou Jehov, diz Jehov o Senhor, quando for santificado em vs diante de seus olhos. 24 E eu lhes tirarei das naes, e lhes recolherei de todas as terras, e vos trarei para seu pas. 25 Pulverizarei sobre vs gua poda, e sero limpos de todas suas imundcies; e de todos seus dolos lhes limparei. 26 Lhes darei corao novo, e porei esprito novo dentro de vs; e tirarei de sua carne o corao de pedra, e lhes darei um corao de carne. 27 E porei dentro de vs meu Esprito, e farei que andem em meus estatutos, e guardem meus preceitos, e os ponham por obra. 28 Habitaro na terra que dava a seus pais, e vs me sero por povo, e eu serei a vs Por Deus. 29 E lhes guardarei de todas suas imundcies; e chamarei o trigo, e o multiplicarei, e no lhes darei fome. 30 Multiplicarei deste modo o fruto das rvores, e o fruto dos campos, para que nunca mais recebam oprobio de fome entre 725 as naes. 31 E lhes lembraro de seus maus caminhos, e de suas obras que no foram boas; e lhes envergonharo de vs mesmos por suas iniqidades e por suas abominaes. 32 No o fao por vs, diz Jehov o Senhor, saibam bem; lhes envergonhe e cubros de confuso por suas iniqidades, casa do srael. 33 Assim h dito Jehov o Senhor: O dia que lhes limpe de todas suas iniqidades, farei tambm que sejam habitadas as cidades, e as runas sero reedificadas. 34 E a terra assolada ser lavrada, em lugar de ter permanecido assolada a olhos de todos os que aconteceram. 35 E diro: Esta terra que era assolada veio a ser como horta do den; e estas cidades que eram desertas e assoladas e arruinadas, esto fortificadas e habitadas. 36 E as naes que fiquem em seus arredores sabero que eu reedifiqu o que estava derrubado, e plantei o que estava desolado; eu Jehov falei, e o farei. 37 Assim h dito Jehov o Senhor: Ainda serei solicitado pela casa do srael, para lhes fazer isto; multiplicarei os homens como se multiplicam os rebanhos. 38 Como as ovelhas consagradas, como as ovelhas de Jerusalm em suas festas solenes, assim as cidades desertas sero cheias de rebanhos de homens; e sabero que eu sou Jehov. 1. Profetiza. Neste ponto, Ezequiel deixa de pronunciar uma mensagem de castigo para o srael e as naes vizinhas, e dirige palavras de nimo a seus compatriotas. Da queda do srael, os inimigos tinham gozado burlando-se a gastos do povo de Deus. Esta situao no tinha que continuar. Embora o srael tinha sido humilhado, e estava sofrendo o castigo de sua rebelio, Deus ainda reconhecia aos judeus como povo dele. O aparente triunfo dos inimigos do povo de Deus seria passageiro. Embora humilhado e necessitado, srael se levantaria mais glorioso que nunca. Montes do srael. Devem compar-las promessas de restaurao que aqui se apresentam com as acusaes que se dirigem aos Montes do srael no cap. 6. 2. Alturas eternas. Heb. bamoth 'olam, expresso muito parecida com gib'oth 'olam, "colinas eternas" (Gn. 49: 26; Deut. 33: 15). Sem dvida esta expresso sinnima com "Montes do srael". A LXX reza "desolaes eternas", como se o texto hebreu dissesse shimemoth 'olam, frase que aparece no cap. 35: 9. Foram-nos dadas. Comparar cap. 25: 3, 8, 15; 26: 2; 35: 10. 3. Em boca de faladores. Comparar Deut. 28: 37; 1 Rei. 9: 7; Sal. 44: 14. 5. O fogo de meu zelo. A mesma expresso aparece no Sof. 3: 8; cf. Sof. 1: 18. Deus se atribui emoes humanas a fim de que os homens possam entender. 7. Eu elevei minha mo. Em sinal de juramento (cap. 20: 5). Tm que levar sua afronta. srael tinha tido que levar a afronta que os pagos lhe tinham infligido (vers. 6). Agora os pagos levariam sua prpria vergonha ou afronta. sto no seria a modo de desforra, a no ser como resultado de seus prprios pecados. Deus no faz acepo de pessoas. O pecado, em qualquer lugar o encontre, recebe seu justa retribuio. srael tinha sofrido por seus pecados, e as naes pags, a seu turno, sofreriam pelos seus. 8. Daro seus ramos. A terra do srael, representada aqui por seus Montes, tinha que preparar-se para o retorno dos exilados. O pasto devia brotar para alimentar aos animais, e as rvores deviam dar fruto para alimentar aos novos habitantes. Esta uma maneira muito chamativa de descrever a segurana do retorno dos exilados. Perto esto. Deve entender-se esta afirmao em um sentido relativo. Provavelmente ficavam ainda 50 anos dos 70 preditos pelo Jeremas Jer. 25: 11). 9. Eu estou por vs. Em passagens anteriores se apresentou a Deus como contrrio ao srael (cap 5: 8; 13: 8). Esta mudana no indica que Deus tinha variado. Deus havia castigado ao srael por causa de seus pecados. Derramaria graa sobre seu povo se este se arrependia. 10. Toda a casa do srael. Deus tinha o propsito de que tanto Jud como o srael retornassem do cativeiro. De novo teria que existir um reino unido e prspero, onde se replantassem as vinhas, reconstruram-se as casas e se renovassem os rebanhos. Esta gloriosa 726 perspectiva devia servir ao srael como um incentivo para que aceitasse a graa oferecida Por Deus, e desse modo se efetuasse um reavivamiento espiritual. Estas promessas eram s para um srael regenerado (ver com. vers. 26). 11. Maior bem. Estas promessas de abundantes bnes s se cumpriram escassamente quando srael voltou do cativeiro. Deus desejava realizar muito mais que o que alguma vez se realizou na histria do srael depois do exlio (PP. 28-32). 14. No devorar mais homens. Esta mensagem est dirigida terra mesma, no a seus habitantes (ver Nm. 13: 32). Alguns sugeriram que quo pagos viviam em volto da Palestina, que tinham visto desarraigar primeiro aos cananeos e depois aos israelitas, atribuam supersticiosamente o fracasso destas naes a algo inerente terra mesma. No reconheciam que a verdadeira causa da runa era a mo de Deus que guiava o destino de homens e naes. Entretanto, na idade de ouro que antecipava o profeta, o povo viveria seguro. No poderia repetir-se mais essa acusao. 16. Palavra, do Jehov. Os vers. 17-38 constituem uma profecia separada, embora estreitamente relacionada com a primeira parte do captulo. O profeta repassa brevemente a histria do srael a fim de mostrar que a restaurao no se deveria a nenhum mrito da nao, a no ser seria por causa do nome de Deus. 17. Poluiu-a. Ver Nm. 35: 34. Com referncia "imundcie de monstruosa", ver Lev. 15: 19. 20. Profanaram meu santo nome. A conduta dos israelitas e a desgraa que a acompanhou desonraram a Yahweh ante os pagos, quem naturalmente entendeu que se o Deus de srael no podia fazer nada mais por seus seguidores, no era melhor que os dolos. Os pagos consideravam o Yahweh meramente como o Deus nacional dos israelitas (Nm. 14: 16; Jer. 14: 9). 21. tive dor. Deus se prope atuar devido honra de seu nome. Restabelecer a seu povo, no meramente por amor a eles, mas por amor a seu prprio nome. 22. No o fao por vs. Por causa de seu santo nome, o Senhor ia restabelecer a seu povo (cf. Exo. 32: 12-14; Nm. 14: 13-20). O povo no devia considerar-se em modo algum que era favorecido pelo cu. Deus tinha eleito nao para que fora o meio de realizar seu propsito de salvar a todo mundo (PP. 28-32). Ao aumento de privilgios acompanhava o aumento de responsabilidades. 23. diante de seus olhos. Alguns manuscritos, tanto hebreus como da antiga verso latina, dizem "diante de seus olhos" As duas frases so igualmente aceitveis. Se se considera que se trata de "seus olhos", destaca-se a importante verdade de que seria necessrio, em primeiro lugar, que Deus fora santificado vista de seu povo, mediante um arrependimento e uma reforma, antes de que pudesse ser santificado vista dos pagos. Seu nome tinha sido profanado entre os pagos pela vida inconseqente de seu povo professo. A restaurao de srael vindicaria o nome de Deus entre os pagos. Nesse momento, se demonstraria com toda claridade que Yahweh no era como os dbeis deuses dos pagos, mas sim onipotente (Deut. 28: 58; Mau. 1: 11). 25. gua poda. Sem dvida se toma esta figura das diversas purificaes ordenadas pela lei cerimoniosa (Nm. 8: 7; 19: 9, 17-18), nas quais se empregava gua. 26. Corao novo. Neste versculo se apresenta a medula do ensino do Ezequiel. As promessas de restaurao dependiam da renovao espiritual e moral do povo. Sempre, do Sina, Deus tinha procurado introduzir os princpios do novo pacto, mas o povo se negava a aceit-los (ver com. cap. 16: 60). Os israelitas no compreendiam que sem a graa divina e sem a renovao do corao no podiam emprestar a obedincia necessria. Os profetas constantemente tentaram elevar a vida espiritual do povo. Na passagem que se considera aqui, com todo ardor Ezequiel mostra a quo cativos a nica base que pode existir para a restaurao e o xito futuro o "corao novo". Abandonariam ao fim sua justia prpria para aceitar as gloriosas estipulaes do novo pacto? Cessariam em seus vos esforos por estabelecer sua prpria justia para aceitar a justia de Deus? Deles dependia aceitar o oferecimento. A histria registra que no aceitaram o que Deus lhes oferecia e ficaram ainda mais intolerantes (ver PP. 34-36). Existe um grave perigo de que em nossa poca de tanta luz, os homens ainda escolham viver sob as condies do velho pacto. 727 Compreendem que a obedincia condio necessria para obter a salvao, mas seus esforos nascem de coraes no santificados. Tentam fazer o impossvel. Se desanimam. Clamam: "Miservel de mim" (ROM. 7: 24). Se nesse momento de desespero encontram ao Jesus, ele faz por eles o que "era impossvel para a lei" (ROM. 8: 3). Quando Cristo vive em uma pessoa, "a justia da lei" cumpre-se em ns (ROM. 8: 4). 27. Farei que andem. Ver com. cap. 11: 20. 28. Sero-me por povo. A condio para que se cumprisse esta promessa era a pureza espiritual j descrita. Se se tivesse efetuado o reavivamiento necessrio, srael haveria vivido em forma permanente no pas. Jerusalm teria existido para sempre. De ali teria sado a pomba da paz que teria trazido para todo mundo sob a influncia da verdadeira religio (ver DTG 530; CS 21). A palavras: "Sero-me por povo, e eu serei a vs Por Deus" (ver Eze. 11: 20; cf. Jer. 7: 23; 11: 4; 30: 22), descrevem as conseqncias do pacto que Deus propunha ao srael. Este pacto significava mais que independncia e prosperidade da nao. nclua o plano de converter ao srael no ncleo espiritual de um programa missionrio mundial. O rechao do pacto (Mat. 21: 43) deu por resultado a eliminao deste privilgio espiritual. No implicava necessariamente que os judeus nunca estabeleceriam um estado poltico independente. No pode entender-se que estas antigas predies acharam seu cumprimento no estabelecimento do atual Estado do srael. Tampouco se cumpririam estas profecias se houvesse um retorno macio dos judeus a Palestina. Jesus afirmou positivamente (Mat. 21: 43) que a promessa do pacto tinha sido dada a outra "gente", quer dizer, igreja crist. Por meio dela Deus obra agora para evangelizar ao mundo (ROM. 2: 28-29; 9: 6; Gl. 3: 29; PP. 35-38). 29. De todas suas imundcies. promete-se a graa divina para que no haja uma reincidncia nas antigas prticas. Esta vivencia demanda a renovao diria da consagrao, uma recepo cotidiana de novas foras espirituais, e a manuteno de uma constante vigilncia contra o inimigo. 30. Multiplicarei deste modo o fruto. srael poderia ter recebido estas bnes temporrias quando entrou em Canan (Deut. 28: 3-6). O pecado produziu seca e fome. Estas promessas no aplicam-se em forma to direta ou literal aos cristos de hoje como aos israelitas de antigamente. Naqueles tempos Deus atuava com uma nao geograficamente isolada. A prosperidade da nao tinha que ser uma lio objetiva para as outras naes. Hoje em dia os cristos esto pulverizados em todos os pases e compartilham as calamidades que ocorrem em suas respectivas naes. Entretanto, Deus no esquece a seu povo nos desastres. Com freqncia intervm para proteg-lo e benz-lo. 31. Envergonharo-lhes. Ver com. cap. 20: 43. Quando se abrirem os portais do cu para que entrem ali quem tem guardado a verdade, haver outra vez um sentimento de grande indignidade. Quando os redimidos contemplem as glrias que ultrapassam a toda imaginao humana, jogaro suas coroas ao p de seu Redentor e lhe rendero toda honra a ele (P 288). 32. No o fao por vs. Ver com. vers. 22. 35. Como horta do den. Palestina receberia tais bnes que seu esplendidez e prosperidade se assemelhariam s do horta do den. O cumprimento desta promessa tambm dependia de que o povo fora fiel e obediente. No pde cumprir-se pela apostasia do srael. Entretanto, nenhum fracasso humano pode frustrar o eterno propsito de Deus. "Ao srael espiritual lhe foram devolvidos os privilgios que foram concedidos ao povo de Deus quando lhe libertou de Babilnia" (PR 527). Redimido-los logo tero que habitar a "terra nova" (Apoc. 21: 1) que se assemelhar horta do den em formosura e fertilidade. 36. As naes que fiquem. Ezequiel descreve as condies que poderiam ter existido. Era o plano divino que por meio da restaurao do srael pudesse dar-se ao mundo uma demonstrao da bondade e da benevolncia do verdadeiro Deus, a fim de que as naes pudessem ser atradas e tivessem a oportunidade de formar parte de um novo sistema de governo espiritual. Desgraadamente, os judeus que voltaram do exlio criaram uma impresso completamente diferente. Outras naes, em vez de ser atradas, foram induzidas a blasfemar ao Deus a quem esses rebeldes pretendiam adorar (ver PP. 33-34). Hoje em dia a situao um tanto diferente. 728 Em vez de ter a uma nao isolada como exemplo das vantagens do plano divino, Deus pede a cada cristo que faa to atrativa sua vida como para que outros sejam induzidos a procurar o Deus a quem adoram os cristos. 37. Serei solicitado. Anteriormente Deus tinha recusado escutar (cap. 14: 3-4; 20: 3). Mas haveria de chegar o momento quando "a casa do srael", desencardida em corpo e em esprito, compreenderia sua dependncia de Deus e o buscaria para obter o conselho e a conduo sem os quais seria impossvel que como nao obtivessem o elevado destino que lhes aguardava (ver PP. 28-32). 38. As ovelhas de Jerusalm. compara-se densa populao que a Palestina teria que ter com os grandes rebanhos que se sacrificavam em Jerusalm durante as importantes festas anuais. Sabero. Este estribilho to comum no Ezequiel se comenta no cap. 6: 7. Aparece quatro vezes no cap. 36 (vers. 11, 23, 36, 38). COMENTROS DO ELENA G. DO WHTE 25 PVGM 143 25-26 MJ 69 26 DC 49; CM 347; DTG 374; Ev 215; F 264; 3JT 177; MeM 24, 269; MM 40; 9T 152; TM 333, 376 26-27 DMJ 14; DTG 145 31 PVGM 146 CAPTULO 37 1 A restituio dos ossos secos 11 reaviva as esperanas mortas de srael. 15 A unio dos dois paus 18 destaca a incorporao do srael a Jud. 20 As promessas do reino de Cristo. 1 A MO do Jehov veio sobre mim, e me levou no Esprito do Jehov, e me ps em meio de um vale que estava cheio de ossos. 2 E me fez acontecer perto deles por tudo em redor; e hei aqui que eram muitssimos sobre a face do campo, e por certo secos em grande maneira. 3 E me disse: Filho de homem, vivero estes ossos? E pinjente: Senhor Jehov, voc sabe. 4 Me disse ento: Profetiza sobre estes ossos, e lhes diga: Ossos secos, ouam palavra do Jehov. 5 Assim h dito Jehov o Senhor a estes ossos: Hei aqui, eu fao entrar esprito em vs, e vivero. 6 E porei tendes sobre vs, e farei subir sobre vs carne, e vos cobrirei de pele, e porei em vs esprito, e vivero; e sabero que eu sou Jehov. 7 Profetizei, pois, como foi mandado; e houve um rudo enquanto eu profetizava, e hei aqui um tremor; e os ossos se juntaram cada osso com seu osso. 8 E olhei, e hei aqui tendes sobre eles, e a carne subiu, e a pele cobriu por cima deles; mas no havia neles esprito. 9 E me disse: Profetiza ao esprito, profetiza, filho de homem, e dava ao esprito: Assim h dito Jehov o Senhor: Esprito, vem dos quatro ventos, e sopra sobre estes mortos, e vivero. 10 E profetizei como me tinha mandado, e entrou esprito neles, e viveram, e estiveram sobre seus ps; um exrcito grande em extremo. 11 Me disse logo: Filho de homem, todos estes ossos so a casa do srael. Hei aqui, eles dizem: Nossos ossos se secaram, e pereceu nossa esperana, e somos de tudo destrudos. 12 portanto, profetiza, e lhes diga: Assim h dito Jehov o Senhor: Hei aqui eu abro seus sepulcros, meu povo, e lhes farei subir de suas sepulturas, e vos trarei para a terra do srael. 13 E sabero que eu sou Jehov, quando abrir seus sepulcros, e vos saque de suas sepulturas, meu povo. 729 14 E porei meu Esprito em vs, e vivero, e lhes farei repousar sobre sua terra; e sabero que eu Jehov falei, e o fiz, diz Jehov. 15 Veio para mim palavra do Jehov, dizendo: 16 Filho de homem, toma agora um pau, e escreve nele: Para o Jud, e para os filhos do srael seus companheiros. Toma depois outro pau, e escreve nele: Para Jos, pau do Efran, e para toda a casa do srael seus companheiros. 17 junta-os logo o um com o outro, para que sejam um sozinho, e sero um sozinho em sua mo. 18 E quando lhe perguntarem os filhos de seu povo, dizendo: No nos ensinar o que te prope com isso?, 19 lhes diga: Assim h dito Jehov o Senhor: Hei aqui, eu tomo o pau do Jos que est na mo do Efran, e s tribos do srael seus companheiros, e os porei com o pau do Jud, e os farei um s pau, e sero um em minha mo. 20 E os paus sobre que escribas estaro em sua mo diante de seus olhos, 21 e lhes dir: Assim h dito Jehov o Senhor: Hei aqui, eu tomo aos filhos de srael de entre as naes s quais foram, e os recolherei de todas partes, e os trarei para sua terra; 22 e os farei uma nao na terra, nos Montes do srael, e um rei ser a todos eles por rei; e nunca mais sero duas naes, nem nunca mais sero divididos em dois reino. 23 Nem se poluiro j mais com seus dolos, com suas abominaes e com todas suas rebelies; e os salvarei de todas suas rebelies com as quais pecaram, e limparei-os; e me sero por povo, e eu a eles Por Deus. 24 Meu servo David ser rei sobre eles, e todos eles tero um s pastor; e andaro em meus preceitos, e meus estatutos guardaro, e os poro por obra. 25 Habitaro na terra que dava a meu servo Jacob, na qual habitaram seus pais; nela habitaro eles, seus filhos e os filhos de seus filhos para sempre; e meu servo David ser prncipe deles para sempre. 26 E farei com eles pactuo de paz, pacto perptuo ser com eles; e os estabelecerei e os multiplicarei, e porei meu santurio entre eles para sempre. 27 Estar em meio deles meu tabernculo, e serei a eles Por Deus, e eles me sero por povo. 28 E sabero as naes que eu Jehov santifico ao srael, estando meu santurio em meio deles para sempre. 1. A mo do Jehov. O captulo 37 consta de duas partes: a viso dos ossos secos e (vers. 15-28) um ato simblico que prediz a futura unio do srael com o Jud. A viso dos ossos secos tinha o propsito de ilustrar como o srael, esparso e aparentemente sem esperana, reviveria e seria restaurado. Poderia perguntar-se at que ponto esta profecia tem que ver com a ressurreio futura. Muitos sustentam que o profeta no pensava absolutamente em tal aplicao, e que o smbolo se explica plenamente mediante a restaurao da vida nacional do povo do srael. A maneira mais natural de aplicar a profecia relacion-la com o plano divino para o ressurgimento do Estado judeu. sto seria finalmente seguido por uma ressurreio literal, na qual os patriarcas, junto com todos os Santos de Deus, seriam ressuscitados para compartilhar o novo reino. No necessrio excluir totalmente este acontecimento do simbolismo. Todo o simbolismo tem o propsito de descrever como teriam sido os acontecimentos, tanto desse perodo como do subseqente, se os judeus tivessem cooperado com Deus para a realizao do plano que o Senhor tinha para eles. Mas a incredulidade e a desobedincia desvirtuaram o propsito divino. Devem examin-los escritos do NT para saber como esses acontecimentos, que deveriam ter achado seu cumprimento literal no perodo postexlico, cumpriro-se na era crist, em relao com o srael espiritual (ver PP. 37-38). Vale. Heh. biq'ah, "vale", ou plancie entre duas cadeias de colinas. No cap. 3: 22 traduz-se "campo". Possivelmente se faa referncia ao mesmo lugar. 2. Secos em grande maneira. sto indica que no tinham tido vida desde fazia muito tempo. Possivelmente assim se faz notar a absoluta impossibilidade de que revivessem. 3. Vivero estes ossos? Pergunta-a parece destacar a idia de que pouco provvel impossvel que esses ossos voltassem a viver, a menos de um ponto de vista humano. 730 Voc sabe. Comparar com o Apoc. 7: 14. 4. Ouam palavra. Em forma figurada, descrevem-se os ossos como se fossem capazes de ouvir. 5. Esprito. Heb. raj, traduzido como "vento" no vers. 9 e como "esprito" aqui e no vers. 14. Raj representa a energia divina que anima aos seres viventes. Quando Deus soprou no nariz do homem flego de vida (Gn. 2: 7), no s proporcionou o oxignio que encheu os pulmes do Ado, mas sim repartiu vida, a fim de que o que tinha sido tecido inanimado se convertesse em corpo vivente. 6. Porei em vs esprito. O processo da revivificao corresponde com as duas etapas em que o homem originalmente foi criado (Gn. 2: 7). 9. Sobre estes mortos. Os ossos estavam pulverizados pelo vale como os mortos em uma batalha. 11. Casa do srael. O Esprito Santo interpreta aqui a viso simblica. Sem dvida o principal propsito era descrever a restaurao da nao, ou "casa do srael", cuja condio nesse momento bem podia representar-se com os ossos secos. 12. Eu abro seus sepulcros. No vers. 2 os ossos aparecem "sobre a face do campo", enquanto que aqui pareceriam estar em seus sepulcros. Esta nova figura poderia indicar uma promessa maior, a de despertar a quem tivesse descendido ao sepulcro esperando o reino de Deus. No h nenhuma razo aparente pela qual esta gloriosa perspectiva devesse negar-se aos piedosos do srael. Um acontecimento tal teria que assinalar a consumao de toda a restaurao. Por outra parte, esta profecia no deve ser considerada como se fora principalmente uma predio da ressurreio final ao fim da era crist. O plano original de Deus para a restaurao, que culmina com a ressurreio, no se cumpriu com o srael literal. O que Deus haveria realizado por meio da nao do srael se efetuar agora por meio da igreja crist. Por causa desta modificao das circunstncias, certos rasgos da profecia se modificam. Os escritores do NT tm a tarefa de nos informar quanto maneira em que estas profecias, que deveriam haver-se completo anteriormente, acharo sua aplicao final (ver PP. 37-40). Esses escritores descrevem claramente o tempo e as circunstncias da ressurreio final Juan 5: 28-29; 1 Lhes. 4: 16-17; Apoc. 20: 1-5; etc.). 16. Um pau. A profecia dos vers. 15-28 no leva data, mas possivelmente foi dada pouco depois da viso dos vers. 1-14. As duas esto estreitamente relacionadas. As naes separadas do srael tinham que reunir-se sob o benfico reinado de David. 21. Recolherei-os. A restaurao do srael depois do cativeiro entre os pagos foi o primeiro passo no cumprimento das promessas divinas. Este remanescente devia compor-se de quem tinha aproveitado da disciplina do exlio e haviam chegado a ser espiritualmente puros. Posto que o reavivamiento requerido nunca se obteve, nem antes nem depois da volta no tempo do Zorobabel, estas promessas no puderam cumprir-se. Deus fez em favor do srael tudo o que permitiu a teimosa desobedincia dos israelitas, mas o povo seguiu sendo rebelde. Por isso, finalmente Deus teve que recha-los por completo. A apresentao da promessa divina neste versculo e nos seguintes se aplica ao que teria sido se os propsitos de Deus se cumpriram (P. 36). 22. Um rei. No vers. 24 o nomeia como "meu servo David". Entretanto, posto que estes planos no puderam cumprir-se como teria sido a inteno original, o NT apresenta ao Mesas como o que teria que ocupar o trono do David (Luc. 1: 32). 25. para sempre. destaca-se aqui a permanncia do novo Estado. diz-se que a terra ser ocupada para sempre e que o reinado do David ser para sempre. Segundo os vers. 26-28, o santurio ter que estar "entre eles para sempre", e o "pacto de paz, pacto perptuo ser com eles". Comparem-se com esta passagem as seguintes declaraes relacionadas com o propsito de Deus: "Se o srael tivesse permanecido fiel a Deus, aquele edifcio glorioso [o templo do Salomn] teria perdurado para sempre, como sinal perptuo do favor especial de Deus para com seu povo escolhido" (PR 32). "De haver-se mantido o srael como nao fiel ao cu, Jerusalm teria sido para sempre a escolhida de Deus" (CS 21). Ezequiel descreve o que poderia ter ocorrido (ver Luc. 19: 42). 26. Multiplicarei-os. sto teria resultado do aumento natural da populao e do crescimento devido a diligentes esforos missionrios. 731 CAPTULO 38 1 O exrcito, 8 e a malcia do Gog. 14 julgamentos de Deus contra Gog. 1 VEO para mim palavra do Jehov, dizendo: 2 Filho de homem, ponha seu rosto contra Gog em terra do Magog, prncipe soberano do Mesec e Tubal, e profetiza contra ele, 3 e dava: Assim h dito Jehov o Senhor: Hei aqui, eu estou contra ti, OH Gog, prncipe soberano do Mesec e Tubal. 4 E te quebrantarei, e porei ganchos de ferro em suas queixadas, e te tirarei ti e a tudo seu exrcito, cavalos e cavaleiros, de tudo em tudo equipados, grande multido com paveses e escudos, tendo todos eles espadas; 5 Persia, Qs e Fut com eles; todos eles com escudo e elmo; 6 Comer, e todas suas tropas; a casa da Togarma, dos limites do norte, e todas suas tropas; muitos povos contigo. 7 Te prepare e te disponha, voc e toda sua multido que se reuniu a ti, e sei voc seu guarda. 8 daqui a muitos dias ser visitado; ao cabo de anos vir terra salva da espada, recolhimento de muitos povos, aos Montes do srael, que sempre foram uma desolao; mas foi tirada das naes, e todos eles moraro confidencialmente. 9 Subir voc, e vir como tempestade; como nublado para cobrir a terra ser voc e todas suas tropas, e muitos povos contigo. 10 Assim h dito Jehov o Senhor: Naquele dia subiro palavras em seu corao, e conceber mau pensamento, 11 e dir: Subirei contra uma terra indefesa, irei contra gente tranqilas que habitam confidencialmente; todas elas habitam sem muros, e no tm ferrolhos nem portas; 12 para arrebatar despojos e para tomar bota de cano longo, para pr suas mos sobre as terras desertas j povoadas, e sobre o povo recolhido de entre as naes, que se faz de ganho e posses, que mora na parte central de a terra. 13 Sab e Dedn, e os mercados do Tarsis e todos seus prncipes, diro-lhe: vieste a arrebatar despojos? reuniste sua multido para tomar bota de cano longo, para tirar prata e ouro, para tomar ganhos e posses, para tomar grandes despojos? 14 portanto, profetiza, filho de homem, e dava ao Gog: Assim h dito Jehov o Senhor: Naquele tempo, quando meu povo o srael habite com segurana, no o saber voc? 15 Vir de seu lugar, das regies do norte, voc e muitos povos contigo, todos eles a cavalo, grande multido e poderoso exrcito, 16 e subir contra meu povo o srael como nublado para cobrir a terra; ser ao cabo dos dias; e te trarei sobre minha terra, para que as naes me conheam, quando for santificado em ti, OH Gog, diante de seus olhos. 17 Assim h dito Jehov o Senhor: No voc aquele de quem falei eu em tempos passados por meus servos os profetas do srael, os quais profetizaram em aqueles tempos que eu te tinha que trazer sobre eles? 18 Naquele tempo, quando vier Gog contra a terra do srael, disse Jehov o Senhor, subir minha ira e minha irritao. 19 Porque falei em meu zelo, e no fogo de minha ira: Que naquele tempo haver grande tremor sobre a terra do srael; 20 que os peixes do mar, as aves do cu, as bestas do campo e toda serpente que se arrasta sobre a terra, e todos os homens que esto sobre a face da terra, tremero ante minha presena; e se desmoronaro os Montes, e os cercas cairo, e todo muro cair a terra. 21 E em todos meus Montes chamarei contra ele a espada, diz Jehov o Senhor; a espada de cada qual ser contra seu irmo. 22 E eu litigarei contra ele com pestilncia e com sangue; e farei chover sobre ele, sobre suas tropas e sobre os muitos povos que esto com ele, impetuosa chuva, e pedras de granizo, fogo e enxofre. 23 E serei engrandecido e santificado, e serei conhecido ante os olhos de muitas naes; e sabero que eu sou Jehov. 1. Palavra do Jehov. Os cap. 38 e 39 formam uma s profecia. Toda a passagem foi 732 objeto de muitas especulaes. De tanto em tanto se apresentaram diversas interpretaes. A fim das avaliar em forma adequada, necessrio conhecer bem o propsito bsico, os mtodos, e o alcance da profecia. O problema est em encontrar a forma de distinguir bem entre o que tem aplicao local e imediata e o que tem uma aplicao mais remota, possivelmente em era-a crist, ou ao fim do tempo. Os estudiosos da Bblia que aplicam certas profecias do AT era crist advertem com freqncia que estas profecias tm aqui e l predies que so evidentemente de aplicao local e imediata. Alguns procuraram explicar esta aparente mescla do imediato com o futuro caso que o profeta, enquanto dava uma mensagem a a gente de seus dias, fazia de tanto em tanto digresses profticas e projetava suas profecias ao futuro distante. Embora esta premissa pareceria resolver parcialmente o problema, no proporciona critrios para distinguir em forma adequada o que imediato e o que um futuro remoto. A resposta a este problema est na formalizem de um princpio, cujo mtodo aparece na Bblia mesma e tambm nos escritos da Elena do White. Poder ver-se que este princpio proporciona um mtodo seguro de discriminao entre o que o Esprito Santo, por meio da inspirao, quis que fora de significado imediato, e o que era de aplicao mais distante. Poderia enunciar-se este princpio da seguinte maneira: As profecias que tm que ver com a glria futura do srael e de Jerusalm estavam condicionadas pela obedincia Jer. 18: 7-10; PR 519-520). Haveriam-se completo em forma literal nos sculos seguintes, se os israelitas houvessem aceito plenamente os propsitos divinos para com eles. O fracasso de srael impossibilitou o cumprimento destas profecias em sua inteno original. Entretanto, isto no implica necessariamente que elas no tm j importncia. Pablo proporciona uma resposta com as seguintes palavras: "Porque no todos os que descendem do srael so israelitas" (ROM. 9: 6). Por isso estas promessas se aplicam em certo modo ao srael espiritual. Mas at que ponto? sto deve ser determinado por meio da inspirao. Temos em o NT e nos escritos do esprito de profecia, numerosas entrevistas dos autores do AT que mostram como estas antigas predies -que deveriam ter achado um glorioso cumprimento no srael literal- cumpriro-se finalmente no srael espiritual. Entretanto, ao ponto ressalta que no todos os detalhes da profecia original poderiam cumprir-se com preciso, j que variaram muito as condies e o meio ambiente. Na verdade, uma regra segura de exegese aplicar unicamente ao futuro aquelas profecias que a revelao assim aplica. Corresponde notar tambm as limitaes que se impem. O que vai alm desses limites no pode ser mais que especulao -no melhor dos casos- e nunca deveria constituir a base de um dogma, nem a premissa sobre a qual se levante toda uma estrutura de raciocnio teolgico. O tom nitidamente local que tm estas antigas profecias se explica porque Deus originalmente quis que estas predies se cumprissem na forma indicada. Alm disso, o que se designou como digresses que chegam a um futuro distante -em boa medida sem relao com a apresentao geral do passagem- aparecem tambm apresentadas no marco dos primeiros propsitos de Deus. J que esses primeiros propsitos no se cumpriram, escritores inspirados posteriores apresentam o cumprimento progressivo dessas predies dentro do marco da igreja crist (PP. 27-30). luz deste princpio, pode observar-se que os cap. 38 e 39 do Ezequiel teriam se completo em forma literal depois da volta dos judeus do exlio se estes tivessem aceito as condies oferecidas pelos profetas. devido a seu rechao persistente, a prosperidade que aqui se descreve nunca chegou a realizar-se. Em conseqncia, a liga de naes pags no pde atacar a um povo que morasse na prosperidade aqui anunciada. Aplicar-se esta profecia no futuro? Se se observar o princpio recentemente enunciado, tal aplicao poderia estabelecer-se somente por meio de uma revelao posterior. No NT, aparece s uma referncia direta aos smbolos desta profecia (Apoc. 20: 8). Nesta passagem Juan afirma que esta profecia -que em troca de certas condies se teria completo em forma literal em tempos anteriores- cumprir-se at certo ponto na luta final contra Deus por parte das enormes hostes dos mpios, chamados "Gog e 733 Magog". Os escritos da Elena do White no dizem nada em forma direta aproxima deste captulo. obvio, em forma indireta se pode notar um paralelo entre esta luta e a luta final em contra do srael de Deus quando "as naes se unam para invalidar a lei de Deus" (5T 524) e os mpios se unam plenamente "a Satans em sua guerra contra Deus" (CS 714). Assim "como [Satans] influiu nas naes pags para que destruram ao srael, assim em um futuro prximo impulsionar aos poderes mpios da terra a destruir o povo de Deus" (CS 195-196; cf. TM 473). Este conflito milenario concluir finalmente com a destruio de Satans e de suas hostes (denominados Gog e Magog, Apoc. 20: 8) ao final do milnio. Mas para ento, o conflito ter alcanado propores mundiais e j no poder limitar-se a uma esfera pequena como a que indica-se no Eze. 38 e 39, onde aparece como uma luta militar contra o Estado judeu restabelecido (2JT 372-373; 3JT 46). Qualquer exposio que v alm dos limites da interpretao do NT e das revelaes do esprito de profecia carece de um "Assim diz Jehov". obvio, no deve afirmar-se que no pode haver um major conhecimento sem uma revelao adicional. Mas sim pode afirmar-se que alm disso da confirmao especfica da inspirao existe uma grande probabilidade de engano em qualquer exposio desse tipo, sobre tudo em relao com profecias no cumpridas, o qual pode ver-se claramente em toda a histria da interpretao proftico. 2. Gog. Este o nome escolhido pelo Ezequiel para designar ao caudilho das hostes pags que teriam que atacar ao Estado judeu restaurado depois do retorno dos exilados (vers. 14-16). foi impossvel identificar ao Gog com qualquer personagem histrico conhecido. No se sabe de que raiz vem esta palavra. A palavra aparece 13 vezes nas Escrituras, mas o contexto de as passagens no projeta nenhuma luz sobre seu significado. Em 1 Crn. 5: 4, Gog aparece como nome de um dos filhos do Joel da tribo do Rubn. No Apoc. 20: 8, emprega-se em relao com o Magog para simbolizar s naes mpias, a quem Satans rene depois do milnio para atacar a Cristo e para tomar a Nova Jerusalm. Nas 11 vezes que aparece no Ezequiel (cap. 38: 2-3, 14, 16, 18; 39: 1, 11, 15) o descreve como caudilho de uma enorme coalizo de naes pags. A LXX e o texto samaritano rezam Gog em lugar de Alga em Nm. 24: 7. No Eze. 39: 11, 15, aparece a forma composta Hamngog, a "multido do Gog". Este nome se aplica ao vale onde seriam enterradas as multides do Gog. Nenhuma destas referncias serve para identificar ao Gog, e a nica indicao que se d quanto a sua origem est no cap. 38: 15, onde se diz que viria de seu lugar, "das regies do norte". Nas fontes seculares, contemporneas com o Ezequiel ou anteriores no se encontra nenhum personagem denominado Gog, embora hajam aparecido alguns nomes que lhe assemelham. Um deles o nome do Giges, rei de Luta (C. 660 A. C., ver T. 11, P. 68; com. 1 Crn. 1: 5). Devido ao ligeiro parecido entre Giges e Gog, alguns comentadores procuraram fazer corresponder ao um com o outro. Ao examinar a evidncia histrica, encontra-se que Giges no foi um rei de extraordinria percia militar. Nos registros do Asurbanipal, Giges aparece sob o nome do Guggu. conta-se como Guggu enviou embaixadores a Asurbanipal em procura de ajuda para defender-se dos cimerios. Asurbanipal afirma que com a ajuda do Asur e do shtar, deuses assrios, Guggu pde vencer a seus inimigos. Mas logo, em uma guerra entre Assria e Egito, o traidor Guggu se uniu com os egpcios. Esta perfdia foi castigada mais tarde quando os cimerios saquearam seu pas e o mataram. Este o relato do Guggu. Sem embargo, no h evidncia alguma para provar que Gog a forma hebria de Guggu. A nica relao pareceria estar no som similar dos nomes, e esta prova carece de valor se no haver outras que a confirmem. Outra hiptese relaciona ao Gog com o pas brbaro da Gagaia, que aparece em uma carta de um rei babilonio do sculo XV ao fara do Egito, nas tabuletas do Tell o-Amarna (T. 1, PP. 113- 114). Entretanto, Gagaia um pas e no uma pessoa, como o o Gog que aparece no Ezequiel. Em realidade, no h necessidade de encontrar um Gog nos registros histricos. O mais provvel que Gog seja o nome ideal empregado pelo Ezequiel para denominar ao caudilho das hordas pags que se lanam em um ataque final contra srael, depois de sua restaurao, em um tempo quando os israelitas gozam da prosperidade prometida 734 Por Deus, a condio de que seu povo o obedea. Terra do Magog. Esta era a ptria do Gog, e ao igual a "Gog" seu significado desconhecido. possvel que Ezequiel mesmo tivesse cunhado esse nome pondo como prefixo MA no nome gog. "Magog" aparece cinco vezes nas Escrituras. Duas vezes aparece no Ezequiel (aqui e no cap. 39: 6) como terra do Gog; uma vez aparece no Apoc. 20: 8, em relao com as naes dos mpios; e no Gn. 10: 2 e 1 Crn. 1: 5, como um dos filhos do Jafet. Alguns, depois de ter identificado ao Gog com o Giges, rei de Luta, sugerem que Magog deve ser o pas de Luta. No h nenhuma prova histrica de que isto seja assim. Alguns pensaram que Gagaia (ver com. P. 733) refere-se ao Magog, embora no pode afirmar-se isto de modo terminante (ver com. Gn. 10: 2). Uma antiga tradio judia identificava ao Magog com os escitas (Josefo, Antiguidades . 6. 1). O mesmo sugere Gesenio (ver seu dicionrio hebreu). Entretanto, esta identificao do Magog com os escitas s se apia em uma conjetura. Estes dois nomes, Gog e Magog, foram motivo de muita especulao. Ao igual a Gog, provvel que o nome seja simblico, havendo-se evitado a propsito um parecido muito grande com a realidade, o que muitas vezes acontece nas profecias a fim de que tal identificao no impea de maneira nenhuma o cumprimento da predio. De tanto em tanto outras interpretaes fantsticas identificaram ao Magog com diversas naes ou com pessoas. Poderia reunir-se toda uma coleo de lendas relacionadas com o Gog e Magog. Em muitas delas aparece o relato de a construo de um muro para impedir a entrada do Gog e Magog. Este muro localizou-se em muitos pases, da Grcia at a China, dependendo do origem nacional da lenda. Quando se destruiu o muro, as foras destruidoras do Gog e Magog puderam realizar sua obra. Em algumas das lendas, estes acontecimentos estavam relacionados com a vinda do anticristo, em cujo tempo seriam liberados Gog e Magog (os povos brbaros do norte do Cucaso), que at este momento tinham estado contidos por Alejandro o Grande (ver L. E. Froom, Prophetic Faith of Our Fathers [A f proftico de nossos pais], T. , PP. 555, 583-584, 586, 662). Prncipe soberano. Heb. nesi' ro'sh. Nesi' significa "prncipe", e ro'sh se traduz como "cabea", ou como "principal". Por outra parte, a LXX translitera Rs, como se tratasse-se de um nome prprio. A VM diz: "Prncipe do Ros". De qualquer modo que se traduza esta parte do versculo, o ensino geral da profecia no se modifica. Se se considerar que ro'sh deve traduzir-se como o nome prprio de uma nao, surge o problema de ter que identificar essa nao ou seu territrio. Por outra parte, dificilmente possa justific-la transliteracin da palavra ro'sh para dar o nome prprio Ros. trata-se de tina palavra comum, que aparece mais de 600 vezes no AT. Seu sentido bsico "cabea", e s no Gn. 46: 21 tem a caracterstica de nome prprio. Ali aparece como nome de um dos filhos de Benjamim. ndubitavelmente, possvel que uma palavra que aparece mais de 600 vezes com a idia bsica de "cabea" em um ou dois casos pudesse converter-se em um nome prprio, mas a nica base que h para isso a transliteracin da LXX. A LXX foi traduzida nos sculos e A. C., e por alguma razo os tradutores empregaram o nome prprio Rs em lugar da traduo da palavra ro'sh, "cabea". No h modo de saber se em seus dias havia algum pas chamado Rs. H uma considerao sinttica que poderia favorecer o que se tome esta palavra como nome prprio. Se aqui se empregar a palavra ro'sh como adjetivo, deveria normalmente levar um artigo, pois modifica a nesi', que no hebreu palavra definida por encontrar-se em cadeia constructa (genital de relao) com um nome prprio, "Mesec". Encontram-se exemplos desta construo onde lhe adiciona o artigo definido ao adjetivo que modifica ao substantivo que est em cadeia constructa. No Jer. 13: 9, "a muita soberba de Jerusalm". No Esd. 7: 9, "a boa mo de Deus". No Eze. 38: 2, o adjetivo no tem artigo, o que permitiria traduzir a palavra como nome prprio, pois os nomes prprios no levam artigo. Mas esta comprovao est longe de ser decisiva. Em alguns casos, o adjetivo mesmo forma parte da cadeia constructa e no leva artigo em hebreu (por exemplo, 2 Sam. 23: 1; 2 Crn. 36: 10). Em 1 Crn. 27: 5 se acha uma exceo notvel regra enunciada mais acima. 735 Ali aparece a expresso hakkhen ro'sh, "o sacerdote principal". Neste caso o essencial sacerdote tem artigo, mas no o tem o adjetivo "principal". Por outra parte, os editores do texto masortico consideram que se trata de um engano e que deveria ler-se em forma normal hakkhen haro'sh, "o sacerdote o principal". Ao procurar nas fontes seculares, no se encontra nenhum pas de nome "Ros". Nas inscries assrias aparecem vrios nomes cujos sons se assemelham a "Ros" (ou Rosh), mas no h a certeza de que seja em realidade o territrio ao qual se faz referncia aqui. Do sculo X at o presente, diversos exgetas procuraram identificar ao Ros" com "a Rssia". Segundo Gesenio, os escritores bizantinos do sculo X identificavam ao Ros com hoi Rhos, povo que vivia na regio norte dos Montes Touro. Gesenio considerou que eram "sem dvida os russos" (ver seu dicionrio hebreu). Tambm menciona que bn Fosslan, autor rabe do mesmo perodo, diz que esta gente vivia sobre o rio Rha (o Volga). Por outra parte, a evidncia histrica mostra que o nome da Rssia" no vem de "Ros" (ou Rosh). Entre os eslavos que viviam no que agora Rssia, havia grupos de vikingos chamados varegos (ou varegas), emigrados da parte oriental da Sucia. Embora haja diferentes opinies quanto ao papel dos varegos, a opinio prevalecente entre os especialistas que estes guerreiros comerciantes e dirigentes militares -que no eram de origem eslava- deram o nome de "Rus" (da "Rssia") ao territrio que governaram. A tradio russa afirma que Rurik, que era varego, tomou o ttulo de prncipe de Novgorod (principal cidade do norte da Rssia por esse tempo) em torno do ano 862 A. C. Seus descendentes governaram a Rssia at durante a dominao mogol, at a morte do Feodor (Teodoro), o ltimo governante da dinastia Rurik, em 1598. depois de vrios anos de agitaes, tempo durante o qual vrios personagens reinaram pela fora, escolheu-se um novo czar, Miguel Romanoff, cuja dinastia continuou at a revoluo de 1917 (ver J. B. Bury, Ao History of the Eastern Ronwn Empire [Uma histria do mprio Romano Oriental], 1912, P. 412; Bernard Pares, Ao History of Russia [Uma histria da Rssia], 1944; Encyclopaedia Britannica [Enciclopdia britnica], ed. 1974, S. V. "Russia"). Pode, pois, observar-se que qualquer parecido que pudesse existir entre a palavra ro'sh e o nome "Rssia", pura coincidncia. No parece poder comprovar-se que se empregou o nome da Rssia para designar a esse pas at mais ou menos o sculo X d. C. Mesek. Este nome aparece nove vezes nas Escrituras. No Gn. 10: 2 e 1 Crn. 1: 5, Mesec figura como filho do Jafet. Em 1 Crn. 1: 17, Mesec est como filho de Sem, mas sem dvida se trata de um engano de cpia e deveria ler-se "Mas", como aparece no Gn. 10: 23. Nos outros seis casos, Mesec figura como nome de uma nao (Eze. 27: 13; 32: 26; 38: 2-3; 39: 1; Sal. 120: 5). Segundo a LXX, na SA. 66: 19, deveria ler-se "Mesec" em vez de "que disparam arcos". No Gn. 10: 2; 1 Crn. 1: 5 e os cinco textos do Ezequiel, Mesec aparece em relao com o Tubal, indicando assim que se fala dos descendentes do Jafet. Ezequiel designa-os como comerciantes que traficam com Tiro vendendo "utenslios de bronze" e tambm escravos (cap. 27: 13). Em Salmos, aparecem como guerreiros (Sal. 120: 7). acredita-se que Mesec corresponde com os nos chateie dos autores clssicos gregos (Herodoto i. 94; v. 78), ou seja os mushku das inscries assrias (ver com. Gn. 10: 2). Alguns escritores, que encontram a Rssia em ro'sh, tambm encontram a Moscou no som mushku e pensam que essa cidade pode ter sido fundada pelos descendentes dos mushku. Entretanto, a Encyclopaedia Britannica, edio 1974, indica que Moscou foi fundada no sculo X pelo Jorge Dolgoruki. No h nenhuma relao entre os dois nomes. Tubal. Este nome aparece oito vezes nas Escrituras. No Gn. 10: 2 e 1 Crn. 1: 5, enumera-se ao Tubal como a um dos filhos do Jafet. Este nomeie figura em SA. 66: 19, onde a LXX pe tambm ao Mesec (ver com. Mesec). No Ezequiel aparece cinco vezes (27: 13; 32: 26; 38: 2-3; 39: 1), sempre junto com o Mesec. A forma composta do nome, Tubal-can, aparece duas vezes no Gn. 4: 22, como nome do filho do Lamec e Zila. identificou-se historicamente ao Tubal com os tibarenios (em grego tibareni) mencionados pelo Herodoto (i. 94) e com tabal das inscries assrias (ver com. Gn. 10: 2). Quem afirma que Ro'sh representa a Rssia procuram relacionar ao Tubal com Tobolsk 736 cidade do centro da Rssia. A nica razo de identificar a um com o outro que h algum parecido no som de seus nomes, razo pouco slida. Tobolsk no foi fundada at 1587 pelos cossacos. O fato de que houve outras naes que ocuparam um lugar muito mais importante na histria que as que se mencionam no cap. 38, sugere que talvez o propsito da profecia no foi dar a identidade especfica desses povos. srael devia saber que se levantaria um grande grupo de naes que se oporia a seu futuro surgimento e a sua grandeza nacional e espiritual. No tinha maior importncia o precisar quem dirigiria essa imensa confederao, posto que quase todos os poderes pagos que se opunham a Deus estavam includos nela. provvel que a seleo e a contagem de certas naes no fora mais que uma figura potica. Do mesmo modo, ao aplicar-se esta profecia presente, posto que todas as naes se uniro com Satans em seu luta final contra o governo do cu, no ganha nada tentando identificar a umas poucas delas. 4. Quebrantarei-te. Heb. "eu te farei voltar". "Eu te farei dar meia volta" (BJ). Deus no faz voltar para o Gog da Palestina, mas sim de alguma outra empresa, a fim de que se dirija contra a Terra Santa. O contexto destes versculos e do cap. 39: 2 indicam isto. A figura a de um animal indmito que se dispe a fazer o que lhe agrada, mas que dirigido por um poder superior. Aqui se apresenta a esse poder como se fora o poder do Jehov, posto que com freqncia se afirma nas Escrituras que Deus faz o que permite que Satans faa (ver com. 2 Crn. 18: 18; Eze. 38: 10). Ganchos de ferro em suas queixadas. Cf. cap. 29: 4. Todo seu exrcito. Este vasto conjunto de povos vai contra srael plenamente equipado. Aparentemente seus planos foram riscados em forma cuidadosa e se feito preparativos adequados. De um ponto de vista militar, tudo parecesse favorecer aos atacantes. Mas estando Yahweh contra Gog, srael no tem nada que temer. 5. Persia. O profeta tinha convocado anteriormente s naes que viviam ao norte. O segundo grupo vivia ao este e ao sul: entretanto, no se mencionam naes imediatamente vizinhas. S se convoca a esta batalha s que vivem nos limites do mundo conhecido; por possveis raciocine disto, ver neste cap. com. vers. 2, no pargrafo final da seo "Tubal". Para encontrar um bosquejo da histria da Persia ver T. , PP. 53-66. Qs. Heb. Kush, foi um dos filhos do CAM (Gn. 10: 6). Seus descendentes se estabeleceram no sul do Egito no que mais tarde foi Nubia, atualmente ao extremo sul do Egito e ao norte de Suam (ver com. Gn. 10: 6). Fut. Ver com. cap. 27: 10. 6. Gomer. Um dos filhos do Jafet (Gn. 10: 2; 1 Crn. 1: 5). Tambm se menciona a Gomer como a esposa do Oseas (Ouse. 1: 3). O nico outro caso bblico em que aparece dito nome nesta referncia ao Gomer e todas suas tropas. Nada de isto arroja muita luz para poder determinar quem foram estes povos que se uniram ao Gog contra srael. Nas fontes seculares se faz freqente meno dos gmirrai ou cimerios (ver Homero, Odissia x. 14), de quem se acredita que eram o mesmo povo aqui descrito com o nome do Gomer e "suas tropas". Foram uma horda Brbara de iranianos que procedendo do que agora o sul da Rssia, derrubou-se no sculo V A. C. sobre o territrio de Assria e seus vizinhos, causando distrbios e derramamento de sangue (ver Herodoto . 15. 16; por informao adicional, ver com. Gn. 10: 2). Togarma. Togarma foi filho do Gomer, neto do Jafet, irmo do Askenaz e do Rifat (Gn. 10: 3; 1 Crn. 1: 6). Com exceo destas duas referncias, o nome s aparece aqui e no Eze. 27: 14, onde se afirma que os da Togarma comercializavam em cavalos e mulas no mercado de Tiro. identificou-se a este povo com os tilgarimmu das inscries assrias (ver com. Gn. 10: 3). 7. te prepare. O profeta parece usar de ironia ao animar ao Gog a que faa todos seus preparativos blicos e rena a todas suas foras a fim de que todos os inimigos de Deus peream juntos. Gog mesmo tem que ser guarda de todo esse exrcito, para dirigir o ataque. 8. Ser visitado. "Receber ordens" (BJ). O hebreu paqad pode traduzir-se tambm como "passar revista" (SA. 13: 4), ou "ser chamado . Ao cabo de anos. Cf. Gn. 49: 1; Nm. 24: 14; Do. 10: 14; Miq. 4: 1; ver com. SA. 2: 2. No h como saber quo comprido seria este 737 perodo. Ficavam ainda por diante muitos anos de cativeiro, depois do qual transcorreriam anos at que se restabelecesse o Estado judeu e se encontrasse na condio que aqui se descreve. Sempre. Heb. tamid, "continuamente" (ver com. Do. 8: 11). Os Montes do srael no sempre tinham estado desolados, mas durante o cativeiro o tinham estado de contnuo. Ainda depois do retorno do cativeiro, a reabilitao seria um processo gradual, e a plena restaurao no se produziria at depois da destruio dos inimigos do novo Estado. 9. Como tempestade. Cf. Prov. 1: 27; SA. 21: 1; 28: 2; Eze. 13: 11. Como nublado. Atribuindo esta profecia aos acontecimentos do que seria agora um futuro imediato, alguns aplicaram este simbolismo s modernas foras areas. sto mera conjetura. No h como saber se Satans empregar foras areas em sua ltima campanha, depois do milnio (Apoc. 20: 9; ver com. Eze. 38: 1). 10. Conceber mau pensamento. "Conceber perversos planos" (BJ). Nos vers. 4-16 se apresenta a Deus como que faz que Gog ataque a terra do srael. Aqui evidente que Deus o faz no sentido de que permite que Gog leve a cabo os intentos de seu mpio corao. 11. Sem muros. Cf. Zac. 2: 4-5. Esta falta de defesa faria que Gog confiasse na vitria. 12. A parte central da terra. Heb. "umbigo da terra". Esta figura s aparece aqui e no Juec. 9: 37, onde se aplica sem dvida a uma colina perto do Siquem, provavelmente por causa de sua localizao central respeito ao Jordo e ao Mediterrneo. Aqui a Palestina aparece como centro da terra, possivelmente no mesmo sentido em que se diz que Jerusalm foi posta "em meio das naes" (Eze. 5: 5). 13. Sab. Aqui o profeta acrescenta trs nomes mais a sua lista de naes. No se diz que estas se uniriam com as hostes invasoras, mas sim perguntariam pelo bota de cano longo que se tomaria. Possivelmente teriam a esperana de que parte do bota de cano longo passasse a suas mos. Ver em com. cap. 27: 22 a identificao do Sab. Dedn. Ver com. cap. 25: 13. Tarsis. acredita-se que teria sido a colnia fencia do Tartesos na Espanha. h-se procurado identificar este lugar com pases vizinhos da Palestina, mas pelo que se diz na Bblia, fica claro que Tarsis ficava a alguma distncia, alm do mar. Os minerais que se traziam do Tarsis ainda existem em Espanha. Tartesos parece corresponder bem com a descrio bblica do Tarsis (ver com. Gn. 10: 4). possvel que os "mercados do Tarsis" fossem os fencios. 16. Quando for santificado em ti. Nos vers. 14-16 se repete em boa parte o que j se havia dito respeito da aprazvel segurana do srael e de que Deus permitia que a capitalista confederao do Gog subisse contra seu povo. O carter de Deus estar plenamente vindicado na destruio do Gog. Assim tambm, quando Satans e a vasta multido dos mpios sejam destrudos ao fim do milnio, a sabedoria, a justia e a bondade de Deus sero plenamente vindicadas. De lbios de todos os seres criados, j sejam leais ou rebeldes, ouviro-se estas palavras: "Justos e verdadeiros som seus caminhos, Rei dos Santos" (Apoc. 15: 3; cf. CS 726-729). 17. De quem falei. No existe agora nenhuma profecia anterior na qual se mencione por nomeie a Gog, nem precisamos nos preocupar de que tal profecia se perdeu. Vista em seu sentido mais amplo, a batalha que aqui se descreve no mais que a culminao da antiga luta entre os poderes do mal e o povo de Deus. em relao a isto h freqentes menes em profecias anteriores. A primeira insinuao desta luta provm do jardim do den, na maldio pronunciada sobre a serpente. Deus predisse que haveria constante guerra entre a semente da mulher -a igreja- e Satans. O triunfo final sobre o mal foi predito na frase, "esta [a semente da mulher] ferir-te na cabea" (Gn. 3: 15). Outras referncias ao conflito e ao triunfo final do bem se encontram nos Salmos e em livros profticos posteriores (Sal. 2: 1-10; SA. 26: 20-21; etc.). Era de esperar que qualquer xito de parte do povo de Deus deveria enfrentar-se com a mais violenta oposio do grande adversrio. O que se diz do Gog neste captulo um esboo do tipo de resistncia que haveria encontrado no perodo postexlico o povo regenerado que ao fim houvesse completo a misso que Deus lhe tinha encomendado. Posto que a profecia era condicional e as condies nunca foram cumpridas, as predies no acharam seu cumprimento no srael literal. Tampouco possvel projetar 738 ao futuro todos os detalhes a fim de que se cumpram ento. S aqueles elementos profticos reiterados mais tarde por autores inspirados ho de aplicar-se no futuro (ver PP. 38-40; com. vers. 1). 18. Subir minha ira. chamam-se antropomorfismos aquelas figuras que atribuem a Deus atributos humanos. Deus descreve seus atos com frases que resultam conhecidas para os homens. Em realidade, Deus est muito por cima do raciocnio humano. "Meus pensamentos no so seus pensamentos, nem seus caminhos meus caminhos, disse Jehov" (SA. 55: 8). 19. Grande tremor. Aqui h um detalhe ao qual chamam a ateno os autores do NT Falam de terrveis convulsione naturais que precedero vinda do Filho do Homem. Jesus falou do "bramido do mar e das ondas", e dos homens que desfaleceriam por "o temor e a espera", nem tanto por causa de alguma ameaa militar mas sim porque a natureza pareceria estar totalmente alterada (Luc. 21: 25-26; CS 693). Juan o revelador apresenta uma descrio mais viva dos grandes cataclismos do mundo natural (Apoc. 16: 18-20). Os homens sempre dependeram que a natureza. At onde se saiba, nem uma vez no comprido transcurso da histria do mundo, salvo em relao com o que se registra no Jos. 10: 12-13 e 2 Rei. 20: 8-11, deixou o sol de fazer seu percorrido normal. Toda lei natural sempre operou com plena regularidade. Os homens confiaram na permanncia dessas leis, esquecendo a Aquele em quem "todas as coisas... subsistem" (Couve. 1: 17). Em lugar de Deus, ho eleito ao dolo da cincia que na verdade "o Deus deste sculo" (2 Cor. 4: 4). O "grande tremor" no mundo natural lhes far reconhecer a terrvel realidade de que o Deus a quem escolheram, o "prncipe da potestad do ar" (F. 2: 2), no tem poder sobre os elementos. Entretanto pretendeu ter uma posio e um poder iguais aos do Filho de Deus (ver com. Eze. 28: 13) e afirmou que se lhe desse a oportunidade de faz-lo, exerceria sobre o mundo um domnio mais eqitativo que o que exercia Cristo. Lhe deu uma oportunidade de realizar essa demonstrao. Agora, em meio de uma terra cambaleante todos os homens vem a falsidade e a arrogncia de seus pretenses e descobrem embora muito tarde, que o tempo de graa se h acabado para sempre. 21. A espada de cada qual. sto tambm acontecer durante o tempo de terrvel desiluso, quando as multides descubram que seus dirigentes religiosos as enganaram, e com furor se derrubem sobre eles. "As espadas que deviam servir para destruir ao povo de Deus se empregam agora para matar a seus inimigos. Por toda parte h lutas e derramamento de sangue" (CS 714). Tal como se registra no AT, em numerosas ocasies Deus liberou a seu povo, fazendo que seus inimigos combatessem entre si Juec. 7: 22; 1 Sam. 14: 20; 2 Crn. 20: 22-24). 22. Pedras de granizo. Este acontecimento corresponde com o granizo da stima praga, quando cairo pedras de como um talento de peso para aumentar a destruio j realizada (Apoc. 16: 21). possvel que o "fogo" ache seu equivalente em os "relmpagos" do Apoc. 16: 18. Esta profecia se aplica ao final da histria do mundo da seguinte forma: "Ferozes relmpagos rasgam o cu com fragor, envolvendo terra em claridade de labaredas" (CS 695). 23. Sabero. Assim como Gog tinha que ser completamente derrotado e os homens tinham que reconhecer a superioridade do Deus do cu, assim tambm, medida que se aproxima o pinculo do grande conflito, sero completamente desmascarados os planos do grande enganador, to cuidadosamente riscados, e ficaro ao descoberto a falsidade e a debilidade das pretenses de Satans. Tanto homens como demnios devero reconhecer que h Um que supremo, e que todos seus atos no grande conflito foram levados a cabo para obter o eterno bem de seu povo e do universo inteiro (ver CS 729). Com referncia a este estribilho que aparece com freqncia no livro de Ezequiel, ver com. cap. 6: 7. Aparece duas vezes aqui (cap. 38: 16, 23) e quatro vezes no cap. 39 (vers. 6-7, 22, 28). COMENTROS DO ELENA G. DO WHTE 22 PP 544 739 CAPTULO 39 1 julgamentos de Deus contra Gog. 8 Vitria do srael. 11 Sepultura do Gog em Hamn-gog. 17 Festim das aves. 23 o srael, castigado por seus pecados, ser restaurado de novo com favor eterno. 1 SEU POS, filho de homem, profetiza contra Gog, e dava: Assim h dito Jehov o Senhor: Hei aqui eu estou contra ti, OH Gog, prncipe soberano do Mesec e Tubal. 2 E te quebrantarei, e te conduzirei e te farei subir das partes do norte, e trarei-te sobre os Montes do srael; 3 e tirarei seu arco de sua mo esquerda, e derrubarei suas setas de sua mo direita. 4 Sobre os Montes do srael cair voc e todas suas tropas, e os povos que foram contigo; a aves de rapina de toda espcie, e s feras do campo, lhe dei por comida. 5 Sobre a face do campo cair; porque eu falei, diz Jehov o Senhor. 6 E enviarei fogo sobre o Magog, e sobre os que moram com segurana nas costas; e sabero que eu sou Jehov. 7 E farei notrio meu santo nome em meio de meu povo o srael, e nunca mais deixarei profanar meu santo nome; e sabero as naes que eu sou Jehov, o Santo do srael. 8 Hei aqui vem, e se cumprir, diz Jehov o Senhor; este o dia do qual falei. 9 E os moradores das cidades do srael sairo, e acendero e queimaro armas, escudos, paveses, arcos e setas, dardos de mo e lanas; e os queimaro no fogo por sete anos. 10 No traro lenha do campo, nem cortaro dos bosques, a no ser queimaro as arma no fogo; e despojaro a seus despojadores, e roubaro aos que os roubaram, diz Jehov o Senhor. 11 Naquele tempo eu darei ao Gog lugar para sepultura ali no srael, o vale dos que acontecem oriente do mar; e obstruir o passo aos transeuntes, pois ali enterraro ao Gog e a toda sua multido; e o chamaro o Vale de Hamn-gog. 12 E a casa do srael os estar enterrando por sete meses, para limpar a terra. 13 Os enterrar todo o povo da terra; e ser para eles clebre o dia em que eu seja glorificado, diz Jehov o Senhor. 14 E tomaro homens a jornal que vo pelo pas com os que viajem, para enterrar aos que fiquem sobre a face da terra, a fim de limp-la; ao cabo de sete meses faro o reconhecimento. 15 E passaro os que iro pelo pas, e o que veja os ossos de algum homem por junto a eles um sinal, at que os enterrem os coveiros no vale do Hamngog. 16 E tambm o nome da cidade ser Hamona; e limparo a terra. 17 E voc, filho de homem, assim h dito Jehov o Senhor: Dava s aves de toda espcie, e a toda fera do campo: lhes junte, e venham; reunos de todas partes de minha vtima que sacrifico para vs, um sacrifcio grande sobre os Montes do srael; e comero carne e bebero sangue. 18 Comero carne de fortes, e bebero sangue de prncipes da terra; de carneiros, de cordeiros, de machos caibros, de bois e de touros, engordados todos em Apiam. 19 Comero grosura at lhes saciar, e bebero at embriagasse de sangue de as vtimas que para vs sacrifiquei. 20 E lhes saciaro sobre minha mesa, de cavalos e de cavaleiros fortes e de todos os homens de guerra, diz Jehov o Senhor. 21 E porei minha glria entre as naes, e todas as naes vero meu julgamento que terei feito, e minha mo que sobre eles pus. 22 E daquele dia em adiante saber a casa do srael que eu sou seu Jehov Deus. 23 E sabero as naes que a casa do srael foi levada cativa por seu pecado, por quanto se rebelaram contra mim, e eu escondi deles meu rosto, e entreguei-os em mos de seus inimigos, e caram todos a espada. 24 Conforme a sua imundcie e conforme a suas rebelies fiz com eles, e de eles escondi meu rosto. 25 portanto, assim h dito Jehov o Senhor: Agora voltarei a cautividad de Jacob, e terei misericrdia de toda a casa do srael, e me mostrarei ciumento por meu santo nome. 740 26 E eles sentiro sua vergonha, e toda sua rebelio com que prevaricaram contra mim, quando habitarem em sua terra com segurana, e no haja quem os espante; 27 quando os saque de entre os povos, e os rena da terra de seus inimigos, e seja santificado neles ante os olhos de muitas naes. 28 E sabero que eu sou Jehov seu Deus, quando depois de hav-los levado a cativeiro entre as naes, os rena sobre sua terra, sem deixar ali a nenhum deles. 29 Nem esconderei mais deles meu rosto; porque terei derramado de meu Esprito sobre a casa do srael, diz Jehov o Senhor. 1. Profetiza contra Gog. Este captulo prossegue com o tema do anterior, repetindo em parte o que j h-se dito a respeito do Gog mas acrescentando maiores detalhes quanto amplitude do bota de cano longo (vers. 9-10), o sistema de sepultar aos mortos (vers. 11-16), e a extenso da matana (vers. 17-20). Nos vers. 21-29 se recapitulam as bondosas promessas de Deus para a restaurao. Gog. Ver com. cap. 38: 2. 2. Conduzirei-te. " idia que d o verbo hebreu shasha' "conduzir como a um menino que aprende a caminhar". Os trgumes empregam o verbo nasha', "enganar", "levar a engano". A LXX emprega o verbo kathodego, "conduzir para baixo". Estas diferenas correspondem com a combinao de idias do cap. 38: 4, 16. 3. Tirarei seu arco. Esta frase indica que os invasores seriam arqueiros. 4. Aves... feras. Os abutres e os chacais estavam sempre preparados para alimentar-se dos corpos dos mortos em batalha (1 Sam. 17: 46; Eze. 33: 27). 6. Fogo sobre o Magog. Magog o pas do Gog (ver com. cap. 38: 2). O castigo cai sobre esse pas tambm, e se estende s costas e as ilhas do mar. 7. Sabero as naes. O nome de Deus seria vindicado mediante estes castigos (ver com. cap. 38: 16). 9. Fogo por sete anos. claro que esta parte da profecia no se cumprir em forma literal em relao com a segunda vinda de Cristo e o milnio. Segundo o princpio que apresentou-se (com. cap. 38: 1), a histria teria sido muito diferente se o srael tivesse permitido que Deus realizasse os planos que tinha para seu povo. Em o transcurso natural dos acontecimentos, a nao prspera e restabelecida seria o objeto do ataque de naes pags invejosas que teriam recusado aceitar a mensagem do srael sobre o verdadeiro Deus. Na guerra que aqui descreve-se, Deus protegeria a seu povo lhes dando uma vitria entristecedora. Esta descrio proftico do grande conflito sem dvida se teria completo literalmente como se teriam completo as promessas de restaurao nacional e misso de alcances mundiais para o srael repatriado. Poderia perguntar-se ento, por que no poderiam cumprir-se estas coisas agora que uma vez mais existe um Estado do srael na Palestina? Deve responder-se que desde que se fizeram estas predies, por ter rechaado ao Jesus, os judeus foram rechaados como nao Por Deus, e as promessas que pertenceram durante dois mil anos igreja crist, tero que cumprir-se em um sentido espiritual no srael espiritual (PP. 37-38). 11. Lugar para sepultura. Gog, que tinha esperado ganhar uma completa vitria sobre o srael, no receberia de parte do Senhor mais que um lugar para sepultura nesse pas. O texto masortico diz "lugar ali", mas a LXX e a Vulgata traduzem "lugar de renome". O vale dos que acontecem. No pode se localizar-se com preciso este vale. diz-se que est "ao oriente do mar", sem dvida com referncia ao mar Morto. A localizao especfica no importa para a interpretao da passagem. Obstruir o passo. Poderia entender-se que quo viajantes por ali passassem deveriam deter-se em este lugar notrio para considerar o castigo infligido sobre os inimigos do povo de Deus, ou talvez que o vale no teria sada. Vale do Hamn-gog. Quer dizer, "vale da multido do Gog". 14. Homens a jornal. Heb., "homens de contnuo", homens designados para realizar essa tarefa at cumpri-la. A obra tinha que realizar-se em forma sistemtica. Com os que viajem. A preposio hebria 'eth, aqui traduzida "com", pode tambm indicar que a palavra que segue o objeto direto do verbo. Assim se leria "que percorrem a terra para enterrar aos que acontecem, aos que 741 ficam sobre a face de a terra". A LXX e as verses siracas omitem esta frase. Da que a BJ s diga, "enterrem aos que tenham ficado pelo cho". 15. Um sinal. Para atrair a ateno dos coveiros. 16. Hamona. possvel que esta palavra seja derivada de hamon, em hebreu, "multido". 17. Aves de toda espcie. No deve considerar-se que as figuras dos vers. 17-20 representem acontecimentos que transcorreriam depois dos que se descrevem na primeira parte do captulo. Simplesmente descrevem os mesmos acontecimentos sob outra figura. Esta nova figura serve para magnificar a descrio da imensa matana. Na SA. 34: 6 e Jer. 46: 10 se apresentam tambm os castigos destrutivos de Deus como se fossem sacrifcios. Toda esta seo tem um notvel parecido com o Apoc. 19:17-18, passagem que indica como e quando esta parte das Escrituras achar um certeiro cumprimento com relao era crist. Com algumas das mesmas figuras, Juan representa a tremenda matana dos mpios em ocasio da segunda vinda de Cristo, destruio que nesse caso ser to completa que no ficar ningum que enterre os mortos. 21. Minha glria entre as naes. Ezequiel predisse o curso que teria seguido a histria se o srael, j no cativeiro, tivesse aproveitado plenamente de seu castigo (ver com. cap. 38: 1). A derrota das multides do Gog no representa a aniquilao final de todos os elementos pecaminosos e o comeo de cus novos e uma terra nova, totalmente renovados. Mas bem descreve um passo intermdio. A grandiosidade da cena provocaria tal admirao em todo mundo, que a ateno dos homens por onde quer se dirigiria para Deus e seus propsitos para os habitantes da terra. sto seria um motivo para que se acrescentasse muito a obra missionria do srael, o que culminaria com a presena do reino de Deus. 23. Sabero as naes. J no afirmariam, como o tinham feito antes, que os sofrimentos do srael eram o resultado de que Deus no tinha suficiente poder para proteg-los. Por o contrrio, veriam a justia e a eqidade dos propsitos divinos, e por ende, seriam atrados a seu reino e procurariam entrar nele. 29. Terei derramado de meu Esprito. O reavivamiento do srael teria sido acompanhado por um grande derramamento do Esprito. Este poder prometido os teria capacitado para evangelizar rapidamente o mundo e preparar-se para a vinda do Mesas. CAPTULO 40 1 Tempo, forma e Depsito da viso. 6 Descrio da porta do este, 20 do norte, 24 do sul, 32 do este, 35 e do norte. 39 E oito mesas. 44 As cmaras. 48 O prtico do templo. 1 NO ano vinte e cinco de nosso cativeiro, ao princpio do ano, aos dez dias do ms, aos quatorze anos depois que a cidade foi conquistada, em aquele mesmo dia veio sobre mim a mo do Jehov, e me levou l. 2 Em vises de Deus me levou a terra do srael, e me ps sobre um monte muito alto, sobre o qual havia um edifcio parecido a uma grande cidade, para a parte sul. 3 Me levou ali, e hei aqui um varo, cujo aspecto era como aspecto de bronze; e tinha uma corda de linho em sua mo, e um cano de medir; e ele estava porta. 4 E me falou aquele varo, dizendo: Filho de homem, olhe com seus olhos, e oua com seus ouvidos, e ponha seu corao a todas as coisas que te mostro; porque para que eu lhe mostrasse foste isso gasto aqui. Conta tudo o que v a casa do srael. 5 E hei aqui um muro fora da casa; e o cano de medir que aquele varo tinha na mo era de seis cotovelos da cotovelo e palmo menor; e mediu a espessura do muro, de um cano, e a altura, de outro cano. 742 6 Depois veio porta que olhe para o oriente, e subiu por seus degraus, e mediu um poste da porta, de um cano de largura, e o outro poste, de outra cano de largura. 7 E cada cmara tinha um cano de comprimento, e um cano de largura; e entre as cmaras havia cinco cotovelos de largura; e cada poste da porta junto entrada da porta por dentro, um cano. 8 Mediu deste modo a entrada da porta por dentro, um cano. 9 Mediu logo a entrada do portal, de oito cotovelos, e seus postes de dois cotovelos; e a porta do portal estava pelo lado de dentro. 10 E a porta oriental tinha trs cmaras a cada lado, as trs de uma medida; tambm de uma medida os portais de cada lado. 11 Mediu o largo da entrada da porta, de dez cotovelos, e a longitude do portal, de treze cotovelos. 12 O espao diante das cmaras era de um cotovelo a um lado, e de outro cotovelo ao outro lado; e cada cmara tinha seis cotovelos por um lado, e seis cotovelos pelo outro. 13 Mediu a porta do teto de uma cmara at o teto da outra, vinte e cinco cotovelos de largura, porta contra porta. 14 E mediu os postes, de sessenta cotovelos, cada poste do trio e do portal todo em redor. 15 E do fronte da porta da entrada at o fronte da entrada da porta interior, cinqenta cotovelos. 16 E havia janelas estreitas nas cmaras, e em seus portais por dentro de a porta ao redor, e deste modo nos corredores; e as janelas estavam ao redor por dentro; e em cada poste havia palmeiras. 17 Me levou logo ao trio exterior, e hei aqui havia cmaras, e estava lajeado tudo em redor; trinta cmaras havia ao redor naquele trio. 18 O lajeamento aos lados das portas, em proporo longitude dos portais, era o lajeamento mais baixo. 19 E mediu a largura do fronte da porta de abaixo at o fronte do trio interior por fora, de cem cotovelos para o oriente e o norte. 20 E da porta que estava para o norte no trio exterior, mediu seu longitude e sua largura. 21 Suas cmaras eram trs de um lado, e trs do outro; e seus postes e seus arcos eram como a medida da primeira porta: cinqenta cotovelos de longitude, e vinte e cinco de largura. 22 E suas janelas e seus arcos e suas palmeiras eram conforme medida da porta que estava para o oriente; e subia a ela por sete degraus, e diante delas estavam seus arcos. 23 A porta do trio interior estava em frente da porta para o norte, e assim ao oriente; e mediu de porta a porta, cem cotovelos. 24 Me levou depois para o sul, e hei aqui uma porta para o sul; e mediu seus portais e seus arcos conforme a estas medidas. 25 E tinha suas janelas e seus arcos ao redor, como as outras janelas; a longitude era de cinqenta cotovelos, e o largo de vinte e cinco cotovelos. 26 Seus degraus eram de sete degraus, com seus arcos diante delas; e tinha palmeiras, uma de um lado, e outra do outro lado, em seus postes. 27 Havia tambm porta para o sul do trio interior; e mediu de porta a porta para o sul cem cotovelos. 28 Me levou depois no trio de dentro porta do sul, e mediu a porta do sul conforme a estas medidas. 29 Suas cmaras e seus postes e seus arcos eram conforme a estas medidas, e tinha suas janelas e seus arcos ao redor; a longitude era de cinqenta cotovelos, e de vinte e cinco cotovelos o largo. 30 Os arcos ao redor eram de vinte e cinco cotovelos de comprimento, e cinco cotovelos de largo. 31 E seus arcos caam fora ao trio, com palmeiras em seus postes; e seus degraus eram de oito degraus. 32 E me levou a trio interior para o oriente, e mediu a porta conforme a estas medidas. 33 Eram suas cmaras e seus postes e seus arcos conforme a estas medidas, e tinha suas janelas e seus arcos ao redor; a longitude era de cinqenta cotovelos, e a largura de vinte e cinco cotovelos. 34 E seus arcos caam fora ao trio, com palmeiras em seus postes de um lado e de outro; e seus degraus eram de oito degraus. 35 Me levou logo porta do norte, e mediu conforme a estas medidas; 36 suas cmaras, seus postes, seus arcos e suas janelas ao redor; a longitude era de cinqenta 743 cotovelos, e de vinte e cinco cotovelos o largo. 37 Seus postes caam fora ao trio, com palmeiras a cada um de seus postes de um lado e de outro; e seus degraus eram de oito degraus. 38 E havia ali uma cmara, e sua porta com postes de portais; ali lavaro o holocausto. 39 E na entrada da porta havia duas mesas a um lado, e outras dois ao outro, para degolar sobre elas o holocausto e a expiao e o sacrifcio pelo pecado. 40 A um lado, por fora dos degraus, entrada da porta do norte, havia duas mesas; e ao outro lado que estava entrada da porta, dois mesas. 41 E quatro mesas a um lado, e quatro mesas ao outro lado, junto porta; oito mesas, sobre as quais degolaro as vtimas. 42 As quatro mesas para o holocausto eram de pedra lavrada, de um cotovelo e meio de longitude, e cotovelo e meio de largura, e de um cotovelo de altura; sobre estas poro os utenslios com que degolaro o holocausto e o sacrifcio. 43 E dentro, ganchos, de um palmo menor, dispostos em redor; e sobre as mesas a carne das vtimas. 44 E fora da porta interior, no trio de dentro que estava ao lado de a porta do norte, estavam as cmaras dos cantores, as quais olhavam para o sul; algum estava ao lado da porta do oriente que olhava para o norte. 45 E me disse: Esta cmara que olhe para o sul dos sacerdotes que fazem o guarda do templo. 46 E a cmara que olhe para o norte dos sacerdotes que fazem a guarda do altar; estes so os filhos do Sadoc, os quais so chamados dos filhos do Lev para ministrar ao Jehov. 47 E mediu o trio, cem cotovelos de longitude, e cem cotovelos de largura; era quadrado; e o altar estava diante da casa. 48 E me levou a prtico do templo, e mediu cada poste do prtico, cinco cotovelos de um lado, e cinco cotovelos de outro; e a largura da porta trs cotovelos de um lado, e trs cotovelos de outro. 49 A longitude do prtico, vinte cotovelos, e o largo onze cotovelos, ao qual subiam por degraus; e havia colunas junto aos postes, uma de um lado, e outra de outro. 1. O ano vinte e cinco. Sem dvida se refere ao cativeiro do Joaqun (ver com. cap. 1: 2), sempre que siga-se o mesmo esquema de datas em todo o livro. O fato de que o vers. 1 refira-se a "nosso" cativeiro (ao igual ao cap. 33: 21) indica que Ezequiel foi levado cativo, junto com o Joaqun. Princpio do ano. Heb. ro'sh hashshanah, "cabea do ano". Posto que a palavra ro'sh algumas vezes significa "primeiro", h quem considera que aqui se indica o primeiro ms do ano, quer dizer, o ms do Nisn. Se assim fora, esta data corresponderia com o ms de abril de 573 ou de 572 A. C. (dependendo de se Ezequiel computou os anos a partir da primavera ou a partir do outono). Entretanto, se Ezequiel se referia ao "princpio do ano", e computava o cativeiro segundo o ano civil judeu, que comeava com o 7. ms (Tisri), faz-se referncia aqui ao dia da expiao em outubro de 573 (ver P. 602). interessante notar que esta a nica vez em que aparece na Bblia a frase ro'sh hashshanah, nome que ainda do os judeus ao primeiro dia do ms do Tisri, quando se celebra o Ano Novo judeu. Entretanto, isto no prova que nesse tempo a frase tivesse tido o mesmo significado. O dia que se menciona o 10', no o 1.. Quatorze anos. O ano 25 do cativeiro do Joaqun pode fazer-se coincidir com o ano 14 da queda de Jerusalm, a fim de fazer concordar as trs datas possveis mencionadas no pargrafo anterior (ver T. 111, PP. 9596). Os cap. 40-48 constituem tina profecia nica, muito singular. Apresentam com luxo de detalhes a viso de um novo templo. Tambm aparece um novo e notvel plano para dividir a terra e uma viso de guas vivas que emanam de esse magnfico templo. Esta profecia apresenta vrios problemas de interpretao. adotaram-se frente a ela trs posies principais: 1. A posio literal. Segundo ela, Ezequiel proporcionou o esboo de uma nova constituio para o srael, que em realidade se teria posto em prtica em algum momento futuro, j fora em seguida depois do exlio, ou mais tarde. Segundo esta teoria, a construo do templo, a instituio de um culto e a diviso de a terra teriam seguido precisamente as especificaes dadas pelo Ezequiel. 2. A posio futurista. Segundo ela, a viso do templo proporcionaria uma nova 744 constituio para o srael restaurado e reunido. Entretanto, a pesar de conceder que em um pequeno grau esta constituio pde ter tido vigncia depois do exlio, espera uma futura idade de ouro, quando a viso se cumprir em forma exata e completa. 3. A posio alegrica. Nega todo cumprimento literal e espera algum cumprimento simblico, imediatamente depois do exlio, na era crist, ou ao final da histria do mundo. Com referncia a estas trs posies poderia coment-lo seguinte: Contra a posio literalista, deve fazer-se notar que inconcebvel que no haja aluso linguagem do Ezequiel nos livros histricos do Esdras e Nehemas, nem nas profecias do Hageo, todos eles relacionados com este perodo. Embora nestes livros se descreve o retorno, a distribuio da terra e a reconstruo do templo, no h nenhuma referncia a esta profecia, nem se nota de parte dos construtores nenhum desejo de ater-se a as instrues do Ezequiel. Contra a posio futurista, poderia dizer-se que em vista da relao existente entre a antiga dispensa e a nova, conforme se pode ler nas Escrituras, impossvel conceber que alguma vez Deus mandasse de novo que se oferecessem sacrifcios animais que fossem aceptos para ele. Contra a posio alegrico, deve fazer-se notar que no justifica adequadamente os mltiplos detalhes da viso e no apresenta um modelo de interpretao suficientemente significativo para justificar a grande extenso do tema. A posio mais simples a que segue os princpios esboados no com. cap. 38: 1. Segundo esses princpios, a viso do templo se teria completo em forma literal se o povo tivesse sido fiel a seu encargo, mas porque fracassou, a profecia no pde cumprir-se de acordo com sua inteno original. Relativamente poucos judeus voltaram para a Palestina, e distaram muito de cumprir o propsito de Deus para eles. Certos elementos (cap. 47) cumpriro-se parcialmente na igreja crist, como o fazem notar autores inspirados posteriores. A viso do templo uma profecia pictrica, e lhe devem aplicar os princpios esboados nos comentrios do cap. 1:10. Ezequiel viu representaes do real, e no a realidade mesma. O grau de identificao segue sendo um problema que dever ainda ser interpretado. Entretanto, sem tomar em conta at onde chegam as diferenas entre a realidade e o smbolo, um estudo comparativo das outras profecias relacionadas com a restaurao nos leva a pensar que aqui o profeta descreve um estado literal, com uma capital literal e um templo literal. Seria difcil conceber que os judeus, a quem se dirigia esta profecia, pudessem hav-la entendido de outra forma. O fato de que os autores bblicos postexlicos nunca fizessem referncia a esta profecia, e o fato de que os construtores do templo, evidentemente, no emprestaram nenhuma ateno a este plano, possivelmente poderia explicar-se se se supe que os construtores sabiam muito bem que as condies ainda no se deram para que estas promessas pudessem cumprir-se. Tampouco h nesta srie de profecias insinuao alguma de que esses planos tinham que executar-se em seguida da volta dos repatriados. Sem dvida as considerava como uma meta futura, que deviam esforar-se por alcanar. Se Deus sabia que seu templo nunca seria edificado, por que se esforaria tanto em proporcionar um modelo to cheio de pormenores do estado futuro? A resposta que Deus no deixou de utilizar mtodo algum para que o srael fora induzido a aceitar o excelso destino que originalmente tinha sido preparado para ele. At este momento, a histria do srael tinha significado uma srie de fracassos. Deus agora lhe oferecia outra oportunidade para que comeasse de novo. O passado seria esquecido e nunca mais seria apresentado contra ele. srael como nao, e seu povo pessoalmente, estavam convidados a aferrar-se desta gloriosa promessa. razovel supor que, a fim de convencer a seu povo da segurana da promessa, Deus mandou a seu servo que riscasse um plano exato do templo que teria que ser o centro de culto do novo Estado. Deus poderia ter apresentado esta promessa s em trminos gerais. Poderia meramente lhes haver dito que em o futuro o templo teria que ser reconstrudo. Mas essa comunicao haveria sido imprecisa. No haveria duvida quanto seriedade das intenes de Deus se descrevia cuidadosamente cada detalhe da construo e do servio. dedicam-se em total nove captulos ao templo e a seus servios, e a detalhes relacionados com a cidade 745 PLANO DO TEMPLO DO Ezequiel 746 e a nova diviso da terra. Esta a ltima viso importante do Ezequiel (s a que respeita ao Egito, dada no cap. 29: 17-21, foi posterior), e sua magnitude e grandeza so um pinculo apropriado para a carreira proftico do Ezequiel. deu-se a seguinte descrio pitoresca dessa carreira: "Ezequiel irrompe na cena como a nuvem de tormenta descrita em sua primeira profecia. O progresso de seus vises nos deslumbra como as luzes cromticas que giram em meio da nuvem em movimento, at que a tormenta se passa, a nuvem se dissipa no espao e fica tanta luz que podem ver-se os esplendores de uma cidade, de um templo, e de uma nao iluminados com a glria inmarcesible de um Deus onipresente" (Homiletic Commentary [Comentrio homiltico]). 2. Um monte muito alto. O profeta foi colocado em um ponto elevado a fim de que de ali pudesse examinar os detalhes da viso. Parecido a uma grande cidade. O templo e seus trios, rodeados de muros, davam a impresso de uma cidade murada (com referncia ao tamanho, ver com. vers. 5). 3. Um varo. No se identifica este personagem. Corda de linho. Esta corda se empregaria para medir as distncias maiores (cf. cap. 47: 3). Cano de medir. Ver Apoc. 11: 1; 21: 15. Este instrumento teria que empregar-se para as medidas pequenas (ver com. Eze. 40: 5).4. Conta todo. O propsito de apresentar ao profeta todos estes complicados detalhes era o de fazer conhecer os filhos do srael o glorioso plano que Deus tinha para eles. A descrio destes detalhes sem dvida tinha o propsito de servir como um grande estmulo para que o povo cumprisse com as condies necessrias. Deste modo lhe assegurava que os pensamentos de Deus para o srael eram de paz e no de mau (ver Jer. 29: 11). A apresentao de um plano completo os mostrava que Deus falava a srio em relao a seus propsitos e que cumpriria com sua parte se o povo fazia o que lhe correspondia (ver PP. 31-32). 5. Da cotovelo e palmo menor. Se se computar o cotovelo como 44,45 cm, e o palmo como a sexta parte do cotovelo, ou seja 7,4 cm, chega-se a um cotovelo de 51,86 cm. O cano de medir teria tido ento um comprido total de 3,12 M. Espessura. fala-se aqui da espessura do muro que rodeava o trio. No plano da P. 745, designa-se este muro com a letra A. Este esquema se apresenta para dar uma idia aproximada do edifcio e dos trios (ver nota sob o plano). Aqui se d a mesma medida para o alto e para o largo do muro. No se d o comprido, mas parece ter sido de 500 cotovelos (250 m; ver com. cap. 42:16) por cada um dos quatro lados. Este muro rodeava todo o complexo do templo. No era alto (3 m), de modo que os que se aproximassem para adorar poderiam facilmente ver a distncia o templo em toda sua formosura e glria, brilhando por cima dos muros. 6. Porta que olhe para o oriente. Nos vers. 6-16 se descreve a porta oriental (P. 745, B), ou porta principal que levava diretamente entrada ao templo. A descreve com todos seus detalhes. As dimenses das portas exteriores do norte e do sul so idnticas (P. 745, F, G). Degraus. A porta se achava a maior elevao que o terreno que rodeava o recinto do templo. supe-se que, ao igual s portas do norte e do sul, tinha sete degraus (vers. 22, 26; ver P. 745, a). Um poste. Melhor "soleira" (BJ) da porta. Quer dizer, a entrada da porta desde fora. Um cano de largura. A mesma dimenso da espessura dos muros (vers. 5), ou seja 3,60 M. A outra dimenso desta entrada era de 6 m (vers. 11). 7. Cmara. Segundo o que diz o vers. 10, havia trs cmaras a cada lado da entrada central. Estas peas mediam 3 m de lado. Poste. Melhor, "soleira". por dentro. Literalmente, "da casa'. Sem dvida se faz referncia aqui soleira que estava do lado interior da estrutura da porta, que levava a trio (vers. 8). 8. A entrada da porta. O "vestbulo do prtico"(BJ). Da porta. Muitos manuscritos e as verses antigas omitem a passagem que comea aqui e termina no vers. 9. Evidentemente consideraram que se tratava de uma ditografa* (ver nota da BJ). Quem aceita o texto cortado, afirmam que havia um 747 s vestbulo nesta porta. Os que aceitam toda a passagem, afirmam que eram dois os vestbulos. Por isso, so diferentes os desenhos que fazem-se da estrutura da porta. Ver a nota debaixo do plano na P. 745, onde se destacam os problemas que surgem por falta de preciso em quanto aos detalhes arquitetnicos. 9. Oito cotovelos. Quer dizer, 4 M. Alguns afirmam que esta a medida do portal deste a oeste; outros afirmam que a medida do sul ao norte. Postes. Heb. 'ayil, "pilar". A mesma palavra se traduz como "grande rvore". 10. Cmaras. Ver com. vers. 7. 11. Entrada. Quer dizer, a soleira exterior. A longitude do portal. No se sabe com segurana o que o que se mede aqui. Alguns pensam que esta medida corresponde com a parte coberta do portal; outros pensam que era o corredor entre as cmaras laterais, o qual possivelmente no tinha teto. 12. Espao. Possivelmente um "parapeito" (BJ) diante das cmaras do guarda. Ao parecer havia alguma barreira que me sobressaa um cotovelo na passagem frente cmara da guarda, a fim de que o sentinela pudesse sair sem impedimento ao corredor para ver bem tudo o que ali ocorria. 13. Do teto. Esta medida de 25 cotovelos (13 m) corresponde com o largo do portal, de norte ao sul. 14. Os postes, de sessenta cotovelos. A LXX da edio Rahlfs diz: "E o espao do prtico da porta, sessenta cotovelos". Os cdices Vaticano e Alexandrino dizem: "E o espao do prtico da porta, fora, vinte cotovelos". possvel que a palavra 'elim, "postes", confundiu-se com 'ulam, "trio", e que "sessenta", hexekonta, confundiu-se com "fora", xthen, no grego, mas a mudana de 60 a 20 no fcil de explicar. Por outra parte, uma coluna de 60 cotovelos de altura (30 m) seria realmente imponente. 15. Cinqenta cotovelos. 25 M. O comprido do edifcio da porta era duas vezes o largo (vers. 13). O mtodo de reconstruo que imagina que havia um prtico ou vestbulo (ver com. vers. 8) divide o comprido total da seguinte forma: entrada exterior, 6 cotovelos; trs cmaras de 6 cotovelos cada uma, 18 cotovelos; dois espaos ou pilares de 5 cotovelos cada um, 10 cotovelos; soleira interior, 6 cotovelos; prtico, 8 cotovelos; quiciales, 2 cotovelos, o que d um total de 50 cotovelos. Se se reconstruir este edifcio com dois prticos, estas cifras se modificam. 16. Janelas estreitas. Heb., "janelas fechadas", possivelmente "janelas gradeadas" (BJ); ver com. 1 Rei. 6: 4. No clara a localizao exata destas janelas. Palmeiras. empregou-se decoraes similares nos esculpidos do templo do Salomn (1 Rei. 6: 29,32). 17. trio exterior. O templo tinha dois trios: um interior e outro exterior (P. 745, R e C respectivamente). Lajeado. O lajeamento, ou pavimento (P. 745, D), rodeava o trio exterior. Trinta cmaras. No se d nem a localizao nem o tamanho destas cmaras (P. 745, E, E, E, E, E, E). Do ponto de vista da simetria, pode pensar-se que eram dez em cada um dos muros no ocupados pelo edifcio do templo. No se diz se estavam construdas em blocos ou em unidades individuais. 18. Em proporo longitude. Este pavimento parece ter sido to largo como a longitude dos edifcios do prtico, ou seja 50 cotovelos (cap. 40: 15). Disto se subtrairia a espessura do muro exterior (6 cotovelos, vers. 5), o que deixaria um pavimento de 44 cotovelos (aproximadamente 22 m). Mais baixo. possvel que o designasse desse modo para distingui-lo do trio interior, que era mais elevado (cap. 41: 8). 19. Cem cotovelos. Quer dizer, 50 M. Esta medida abrangia da entrada interior da porta do edifcio exterior do prtico at a entrada exterior do edifcio do prtico interior (vers. 23, 27). 20. Para o norte. Nos vers. 20-22 se descreve o prtico do norte (P. 745, F), que era idntico porta oriental (P. 745, B), descrita j nos vers. 6-16. Se acrescenta a informao adicional de que havia sete degraus(P. 745, a) que levavam a porta (vers.22). 23. A porta do trio interior. Quem estivesse no trio exterior (vers. 17), junto porta norte exterior (P. 745, F) poderia ver as portas interiores que davam ao norte e ao este (, H), cada uma das quais estava frente a sua correspondente porta exterior, j fora do norte ou do este, e separada delas por um espao de 100 cotovelos (50 m). 24. Para o sul. Nos vers. 24-27 se descreve o prtico sul (P. 745, G), que idntico 748 s portas do norte e do este, j descritas. 27. Porta para o sul do trio interior. A localizao desta porta (P. 745, j) corresponde com a das portas do norte e do este. 28. A porta do sul. As trs portas do trio interior (P. 745, H, 1, j) eram basicamente iguais s portas exteriores. Uma diferena era que nas portas interiores havia uma escalinata de oito degraus (P. 745, b), e as exteriores tinham sete degraus (P. 745, a). 32. Mediu a porta. Nos vers. 32-37 se apresenta a descrio das portas norte e leste do trio interior, as quais eram idnticas porta sul, j descrita (vers. 28-31). 38. Ali lavaro. A proximidade desta passagem com a descrio da porta norte (vers. 35-37) induziu a alguns a pensar que os mveis que agora se descrevem pertenciam a essa porta. Outros acreditam que aqui comea uma nova seo e que trata-se da porta oriental (vers. 40, 44; cap. 43:17; 46:1-2). 39. Mesas. Nos vers. 39-41 se descrevem as oito mesas onde se degolavam as vtimas para os sacrifcios. Com referncia a possvel localizao destas mesas, ver com. vers. 40 (P. 745, c, c). 40. A porta do norte. Alguns comentadores entendem que a palavra que aqui se traduz como "do norte", significa "ao norte' (BJ), quer dizer, ao norte da porta oriental. No h certeza quanto a se estas mesas estavam neste porta, na norte, ou nas trs. 43. Ganchos. Heb. shefattyim, palavra que se traduziu como "pedras do fogo", s pressas", ou "alforjas". A palavra s aparece aqui e em Sal. 68: 13, onde a RVR traduz "vasos" (ver com. Sal. 68: 13). A LXX diz "cornija", "saliente". Os trgumes dizem , ganchos". 44. Cmaras. No se especifica nem o tamanho nem a localizao exata destas cmaras. Segundo a LXX eram dois: uma, na porta norte, olhando para o sul; e a outra, na porta sul, olhando para o norte. Por outra parte, o hebreu parece indicar que se encontravam ao lado das portas do norte e do este, e bem poderiam ter estado em algum ponto entre a porta norte e este porta, e entre a este porta e a porta sul. No diagrama da P. 745, P, P assinalam uma possvel localizao destas cmaras, em harmonia com o que diz o hebreu. 46. Filhos de Saco. Com referncia ao sacerdcio dos sadoquitas, ver com. 2 Sam. 8: 17. 47. Mediu o trio. Este era o trio do altar (p.745, R), um quadrado de 100 cotovelos (50 m) de lado, no centro do trio interior. 48. Prtico do templo. Nos vers. 48-49 se do as dimenses do vestbulo do templo (P. 745, M). Poste. "Pilares" (ver com. vers. 9). Aqui se d a medida da espessura das duas projees a ambos os lados da entrada. Trs cotovelos. Quer dizer, aproximadamente 1,5 M. possvel que esta fora a dimenso das projees a cada lado da entrada. 49. Vinte cotovelos. Alguns consideram que esta medida se tomou na direo norte sul, e supem que as cmaras laterais (cap. 41: 6-7) estendiam-se pela parte posterior do edifcio assim como pelos lados. Outros localizam as cmaras laterais s nos lados norte e sul, e consideram que esta medida de 20 cotovelos se estende deste ao oeste. Onze cotovelos. A LXX e a BJ dizem "doze". Degraus. Assim como se chegava aos dois trios por escadas, tambm subia casa por degraus. Segundo a LXX e a BJ, eram dez os degraus. A casa estava mais acima que o trio interior. Ver a P. 745, d. Colunas junto aos postes. gual ao templo do Salomn, este novo edifcio devia ter uma coluna a cada lado dos degraus (p.745, N, N; ver 1 Rei. 7: 15-22). 749 CAPTULO 41 Medidas, divises, cmaras e adornos do templo. 1 ME NTRODUZU logo no templo, e mediu os postes, sendo o largo seis cotovelos de um lado, e seis cotovelos de outro, que era o largo do tabernculo. 2 O largo da porta era de dez cotovelos, e os lados da porta, de cinco cotovelos de um lado, e cinco do outro. E mediu sua longitude, de quarenta cotovelos, e a largura de vinte cotovelos. 3 E passou ao interior, e mediu cada poste da porta, de dois cotovelos; e a porta, de seis cotovelos; e a largura da entrada, de sete cotovelos. 4 Mediu tambm sua longitude, de vinte cotovelos, e a largura de vinte cotovelos, diante do templo; e me disse: Este o lugar muito santo. 5 Depois mediu o muro da casa, de seis cotovelos; e de quatro cotovelos a largura das cmaras, em volto da casa ao redor. 6 As cmaras laterais estavam sobrepostas umas a outras, trinta em cada um dos trs pisos; e entravam suportes na parede da casa ao redor, sobre os que estribassem as cmaras, para que no estribassem na parede da casa. 7 E havia maior largura nas cmaras de mais acima; a escada de caracol de a casa subia muito alto ao redor por dentro da casa; portanto, a casa tinha mais largura acima. Do piso inferior se podia subir ao de no meio, e de este ao superior. 8 E olhei a altura da casa ao redor; os alicerces das amar eram de um cano inteiro de seis cotovelos largos. 9 O largo da parede de fora das cmaras era de cinco cotovelos, igual ao espao que ficava das cmaras da casa por dentro. 10 E entre as cmaras havia largura de vinte cotovelos por todos lados ao redor da casa. 11 A porta de cada cmara saa ao espao que ficava, uma porta para o norte, e outra porta para o sul; e o largo do espao que ficava era de cinco cotovelos por tudo ao redor. 12 E o edifcio que estava diante do espao aberto ao lado do ocidente era de setenta cotovelos; e a parede do edifcio, de cinco cotovelos de grosso ao redor, e noventa cotovelos de comprimento. 13 Logo mediu a casa, cem cotovelos de comprimento; e o espao aberto e o edifcio e suas paredes, de cem cotovelos de longitude. 14 E o largo do frente da casa e do espao aberto ao oriente era de cem cotovelos. 15 E mediu a longitude do edifcio que estava diante do espao aberto que havia detrs dele, e as cmaras de um e outro lado, cem cotovelos; e o templo de dentro, e os portais do trio. 16 As soleiras e as janelas estreitas e as cmaras ao redor dos trs pisos estava todo talher de madeira do cho at as janelas; e as janelas tambm cobertas. 17 por cima da porta, e at a casa de dentro, e para fora dela, e por toda a parede em redor por dentro e por fora, tomou medidas. 18 E estava lavrada com querubins e palmeiras, entre querubim e querubim uma palmeira; e cada querubim tinha dois rostos; 19 um rosto de homem para a palmeira do um lado, e um rosto de leo para a palmeira do outro lado, por toda a casa ao redor. 20 Do cho at em cima da porta havia querubins lavrados e palmeiras, por toda a parede do templo. 21 Cada poste do templo era quadrado, e o fronte do santurio era como o outro frente. 22 A altura do altar de madeira era de trs cotovelos, e sua longitude de dois cotovelos; e suas esquinas, sua superfcie e suas paredes eram de madeira. E me disse: Esta a mesa que est diante do Jehov. 23 O templo e o santurio tinham duas portas. 24 E em cada porta havia duas folhas, duas folhas que giravam; duas folhas em uma porta, e outras dois na outra. 25 Nas portas do templo tinha lavrados de querubins e palmeiras, assim como os que havia nas paredes; e na fachada do trio ao exterior havia um portal de madeira. 750 26 E havia janelas estreitas, e palmeiras de um e outro lado aos lados do prtico; assim eram as cmaras da casa e as soleiras. 1. O templo. Aqui se fala do lugar santo (P. 745, L; ver 1 Rei. 6: 17; 7: 50). Postes. Quer dizer, os "pilares" (BJ). Achavam-se a cada lado da entrada e mediam 6 cotovelos (3 m) de espessura, medida igual a dos muros (vers. 5). 2. Os lados da porta. d-se a medida da porta at o muro. Quarenta cotovelos. Estas dimenses so idnticas s do lugar santo do templo do Salomn (1 Rei. 6: 2, 20), com a nica diferena de que Ezequiel empregou o cotovelo comprido (ver com. Eze. 40: 5). 3. Passou ao interior. O anjo entrou sozinho no lugar muito santo (ver Heb. 9: 7). Poste. Ou "pilar" (BJ) da porta entre o lugar santo e o muito santo. Este pilar tinha s 2 cotovelos (aproximadamente 1 m) de espessura enquanto que o da entrada do lugar santo tinha 6 cotovelos (Aproximadamente 3 m; cf. vers. 1). Porta, de seis cotovelos. Quer dizer, o espao livre entre os dois postes. Largura da entrada. Segundo a LXX a medida de 7 cotovelos (4 m) corresponde com a longitude da muralha de 2 cotovelos da porta at as paredes laterais. Dois destas muralhas mais a abertura de 6 cotovelos para a porta dariam o largo total do recinto. 4. Lugar muito santo. Um quadrado perfeito de 20 cotovelos de lado (P. 745, K), do mesmo tamanho do lugar muito santo do templo do Salomn (1 Rei. 6: 20). 5. Muro da casa. A espessura que se d aqui (aproximadamente 3 m) o mesmo que tinha o muro exterior do trio exterior (cap. 40: 5). Esta espessura quadra bem dentro de as propores macias da antiga arquitetura oriental. 6. As cmaras laterais. Estas cmaras eram similares s que havia no templo do Salomn. O largo de 4 cotovelos para as cmaras (vers. 5) sem dvida corresponde com as do piso baixo. 7. Havia maior largura. Os detalhes da construo e do maior tamanho das cmaras de acima se do em 1 Rei. 6: 5- 6 (ver ali o comentrio). Posto que no existe acordo em quanto a se havia um total de 30 cmaras em cada piso, ou um total de 30 nos trs nveis, no se indicam paredes divisrias no diagrama (P. 745, f). 8. Altura da casa. Quer dizer, os fundamentos visveis sobre os quais descansava a casa. Esta plataforma parece haver-se estendido 5 cotovelos (2,6 m) alm da parede exterior das cmaras (vers. 9, 11), formando uma espcie de calada por fora das cmaras (P. 745, e). Cotovelos largos. Heb. 'atstsilah, que significa literalmente "junta", mas que neste contexto tem um sentido arquitetnico tcnico, desconhecido para ns. 9. O largo da parede de fora. Este muro tinha um cotovelo menos de espessura que os muros principais do templo mesmo, os quais deviam suportar o peso do teto. Que ficava. Ver com. vers. 8. 10. Entre as cmaras. Quer dizer, entre as cmaras que se descrevem no cap. 42: 1-14. Havia um espao aberto (P. 745, S) de 20 cotovelos (10 m) que se estendia alm de a plataforma pelos trs lados onde se encontravam as cmaras. 11. Espao que ficava. Quer dizer, a plataforma. 12. O edifcio. No se diz para que era este edifcio (P. 745, O). Possivelmente corresponda com as "cmaras dos utenslios" do templo anterior (1 Crn. 26: 18). Espao aberto. Heb. gizrah, do verbo gazar, "cortar", "separar", portanto, um espao delimitado. Esta espao se encontrava (P. 745, S) no extremo oeste do templo, entre o templo e o edifcio (P. 745, O), e possivelmente designava tambm o espao que ficava ao norte e ao sul do templo (ver com. vers. 10). 13. A casa. d-se aqui a medida exterior do templo (50 m), na qual estava includo tambm o prtico (vers. 1-5). O edifcio. Esta medida, de 50 m, corresponde com a distncia entre o muro traseiro do templo e o exterior do muro oeste do edifcio 0 (P. 745). 14. O largo. Esta medida, 50 m, corresponde com o largo total do templo e o espao aberto a cada lado (P. 745, S, S). 15. A longitude do edifcio. Estas so as medidas exteriores do edifcio Ou, incluindo seus muros de 5 cotovelos de espessura. As cmaras. desconhece-se o significado especfico da palavra hebria assim traduzida na RVR. Tanto a traduo "cmaras" 751 (RVR) como "galerias" (BJ) so conjeturasse. O templo de dentro. A descrio que segue corresponde com o templo mesmo, no com o edifcio localizado atrs do templo. 16. Talher de madeira. O hebreu aqui no fcil de interpretar. Segundo a LXX, o que se descreve o revestimento do prtico (cap. 40: 48), e dos lugares santo e muito santo. 18. Querubins e palmeiras. Compare-se isto com os artsticos esculpidos do templo do Salomn (1 Rei. 6: 29). 20. Em cima da porta. Sem dvida, o revestimento de madeira cobria toda a parede interior (cf. 1 Rei. 6: 18). 21. Poste. O hebreu deste versculo escuro. 22. Altar de madeira. sto pareceria corresponder com o altar do incenso no tabernculo (Exo. 30: 1-3), e o altar de ouro do primeiro templo (1 Rei. 7: 48), embora o fato de que o chame tambm "mesa" poderia levar a pensar que se tratava da mesa dos pes da proposio. 23. Duas portas. Algum se encontrava entrada do lugar santo, e a outra entrada do lugar muito santo. 24. Duas folhas que giravam. As portas eram similares s do templo do Salomn (1 Rei. 6: 31-35). 25. Portal de madeira. Heb. 'ab, palavra que s aparece aqui e em 1 Rei. 7: 6, e cujo significado desconhece-se. Sem dvida algum trmino arquitetnico. 26. Janelas estreitas. Ver com. Eze. 40: 16,1 Rei. 6: 4. CAPTULO 42 1 As cmaras dos sacerdotes. 13 O uso destas. 19 Medidas exteriores do templo. 1 ME TROUXE logo ao trio exterior para o norte, e me levou a cmara que estava diante do espao aberto que ficava em frente do edifcio, para o norte. 2 Por diante da porta do norte sua longitude era de cem cotovelos, e o largo de cinqenta cotovelos. 3 Frente aos vinte cotovelos que havia no trio interior, e em frente do lajeado que Havia no trio exterior, estavam as cmaras, as umas em frente das outras em trs pisos. 4 E diante das cmaras havia um corredor de dez cotovelos de largura para dentro, com uma via de um cotovelo; e suas portas davam ao norte. 5 E as cmaras mais altas eram mais estreitas; porque as galerias tiravam de elas mais que das baixas e das de no meio do edifcio. 6 Porque estavam em trs pisos, e no tinham colunas como as colunas dos trios; portanto, eram mais estreitas que as de abaixo e as de no meio, desde o cho. 7 E o muro que estava fora em frente das cmaras, para o trio exterior diante das cmaras, tinha cinqenta cotovelos de comprimento. 8 Porque a longitude das cmaras do trio de fora era de cinqenta cotovelos; e diante da fachada do templo havia cem cotovelos. 9 E debaixo das cmaras estava a entrada ao lado oriental, para entrar nele do trio exterior. 10 Com o passar do muro do trio, para o oriente, em frente do espao aberto, e diante do edifcio, havia cmaras. 11 E o corredor que havia diante delas era semelhante ao das cmaras que estavam para o norte; tanto sua longitude como seu largo eram o mesmo, e todas suas sadas, conforme a suas portas e conforme a suas entradas. 12 Assim tambm eram as portas das cmaras que estavam para o sul; havia uma porta ao comeo do corredor que havia em frente do muro ao lado oriental, para quem entrava nas cmaras. 13 E me disse: As cmaras do norte e as do sul, que esto diante do espao aberto, so cmaras santas nas quais os sacerdotes que se aproximam ao Jehov comero 752 as santas oferendas; ali poro as oferendas santas, a oferenda e a expiao e o sacrifcio pelo pecado, porque o lugar santo. 14 Quando os sacerdotes entrem, no sairo do lugar santo ao trio exterior, mas sim ali deixaro suas vestimentas com que ministran, porque so santas; e se vestiro outros vestidos, e assim se aproximaro do que do povo. 15 E logo que acabou as medidas da casa de dentro, tirou-me pelo caminho da porta que olhava para o oriente, e o mediu tudo ao redor. 16 Mediu o lado oriental com o cano de medir quinhentas canos do cano de medir ao redor. 17 Mediu ao lado do norte, quinhentas canos do cano de medir ao redor. 18 Mediu ao lado do sul, quinhentas canos do cano de medir. 19 Rodeou ao lado do ocidente, e mediu quinhentas canos do cano de medir. 20 Aos quatro lados o mediu; tinha um muro todo ao redor, de quinhentas canos de longitude e quinhentas canos de largura, para fazer separao entre o santurio e o lugar profano. 1. trio exterior. Nos vers. 1-14 se descrevem as cmaras dos sacerdotes (P. 745, T, T), ao norte e ao sul do templo. O hebreu desta seo difcil de compreender, pelo qual impossvel captar um quadro claro dos detalhes arquitetnicos. Por isso no se tentou mostrar a forma exata do edifcio no diagrama (ver na P. 745, a explicao do diagrama). 2. Cem cotovelos. 50 M. Segundo a LXX, esta a medida do comprido do edifcio. O comprido o mesmo que o do edifcio do templo (cap. 41: 13). Evidentemente estas cmaras ficavam ao norte e ao sul do templo, com um espao aberto de por mdio (P. 745, S). 3. Vinte cotovelos. 10 este M. o largo do "espao aberto" (P. 745, S) que rodeava ao tempero pelo norte, pelo oeste e pelo sul (ver com. cap. 41: 12). Lajeado. Frente ao lajeamento (P. 745, D) que pertencia ao trio exterior, junto parte interior do muro exterior (cap. 40: 17). Cmaras. O significado da palavra hebria assim traduzida incerto. Trs pisos. Heb. bashshelishim, que tambm poderia traduzir-se, "no terceiro', refirindose ao terceiro piso. No fica claro se esta passagem se referir ao terceiro piso ou aos trs pisos. 4. Um corredor de dez cotovelos. A LXX diz: "E em frente das cmaras um corredor de dez cotovelos de largura, de cem cotovelos [50 m] sua longitude". As verses siracas so similares. 5. Mais estreitas. A razo disto era que as cmaras ocupavam uma parte do espao. 6. Colunas dos trios. No fica claro a quais colunas se faz referncia. Na LXX falta a palavra "trios". Alguns pensam que as colunas eram parte das 30 cmaras (cap. 40: 17). 7. O muro. No fica claro qual era a posio exata deste muro. Alguns pensam que alude-se aqui a um muro exterior de uma fileira mais curta de cmaras (vers. 8). 8. A longitude das cmaras. Alguns consideram que aqui se do as medidas de uma fileira mais curta de cmaras (25 m), paralela fileira mais larga, mas separada dela por o corredor do vers. 4. sto no aparece no diagrama (P. 745) porque a descrio no suficientemente completa para esclarecer os detalhes do plano. 10. Para o oriente. " LXX diz: "para o sul". Cf. vers. 12-13. Os vers. 10-12 parecem descrever outra srie de cmaras construdas para o sul do templo, idntica a a do norte. 13. Comero. Nos vers. 13-14 se descrevem as funes que se realizariam nessas cmaras. Segundo a lei levtica, os sacerdotes deviam comer certas partes de os sacrifcios no "lugar santo" (Lev. 10: 12-13; Nm. 18: 9-10). 14. Deixaro suas vestimentas. Estas cmaras sagradas eram os vesturios dos sacerdotes. 15. A casa de dentro. Esta frase se refere zona do templo, possivelmente tudo o que at este momento se mediu. Ezequiel volta agora para a porta exterior do lado este, de onde tinha comeado a percorrer a zona do templo (cap. 40: 6). 16. Quinhentas canos. Na LXX no aparece a palavra "canos". Se entende que se trata de cotovelos. No hebreu do vers. 20 no aparece a palavra "canos" e tampouco se encontra em cap. 45: 2. Alm disso, a soma das medidas das portas, os trios, etc., de 500 cotovelos em cada direo. 20. Muro. Ver com. cap. 40: 5. 753 CAPTULO 43 1 A glria de Deus retorna ao templo. 7 O pecado do srael impede a presena de Deus. 10 O profeta os precatria ao arrependimento e a cumprir a lei do templo. 13 Medidas, 18 e regulamentos do altar. 1 ME LEVO logo porta, porta que olhe para o oriente; 2 e hei aqui a glria do Deus do srael, que vinha do oriente; e seu som era como o som de muitas guas, e a terra resplandecia por causa de seu glria. 3 E o aspecto do que vi era como uma viso, como aquela viso que vi quando vim para destruir a cidade; e as vises eram como a viso que vi junto ao rio Quebar; e me prostrei sobre meu rosto. 4 E a glria do Jehov entrou na casa pela via da porta que dava ao oriente. 5 E me elevou o Esprito e me levou a trio interior; e hei aqui que a glria do Jehov encheu a casa. 6 E ouvi um que me falava da casa; e um varo estava junto a mim, 7 e me disse: Filho de homem, este o lugar de meu trono, o lugar onde posarei as novelo de meus ps, no qual habitarei entre os filhos do srael para sempre; e nunca mais profanar a casa do srael meu santo nome, nem eles nem seus reis, com suas fornicaes, nem com os corpos mortos de seus reis em seus lugares altos. 8 Porque pondo eles sua soleira junto a minha soleira, e seu contraforte junto a meu contraforte, mediando s uma parede entre mim e eles, poluram meu santo nome com suas abominaes que fizeram; portanto, consumi-os em meu furor. 9 Agora jogaro longe de mim suas fornicaes, e os corpos mortos de seus reis, e habitarei em meio deles para sempre. 10 Voc, filho de homem, mostra casa do srael esta casa, e envergonhem-se de seus pecados; e meam o desenho dela. 11 E se se envergonhassem de tudo o que tm feito, lhes faa entender o desenho de a casa, sua disposio, suas sadas e suas entradas, e todas suas formas, e todas suas descries, e todas suas configuraes, e todas suas leis; e descreve-o diante de seus olhos, para que guardem toda sua forma e todas seus regras, e as ponham por obra. 12 Esta a lei da casa: Sobre a cpula do monte, o recinto inteiro, tudo em redor, ser muito santo. Hei aqui que esta a lei da casa. 13 Estas so as medidas do altar por cotovelos (o cotovelo da cotovelo e palmo menor). A base, de um cotovelo, e de um cotovelo o largo; e seu arremate por seu bordo ao redor, de um palmo. Este ser o zcalo do altar. 14 E da base, sobre o cho, at o lugar de abaixo, dois cotovelos, e a largura de um cotovelo; e da cornija menor at a cornija maior, quatro cotovelos, e o largo de um cotovelo. 15 O altar era de quatro cotovelos, e ainda por cima do altar havia quatro chifres. 16 E o altar tinha doze cotovelos de comprimento, e doze de largura, quadrado a seus quatro lados. 17 O descanso era de quatorze cotovelos de longitude e quatorze de largura em seus quatro lados, e do meio cotovelo o bordo ao redor; e a base de um cotovelo por todos lados; e seus degraus estavam ao oriente. 18 E me disse: Filho de homem, assim h dito Jehov o Senhor: Estas so as regulamentos do altar o dia em que seja feito, para oferecer holocausto sobre ele e para pulverizar sobre ele sangre. 19 Aos sacerdotes levita que so da linhagem do Sadoc, que se aproximem de mim, diz Jehov o Senhor, para ministrar ante mim, dar um bezerro da vacaria para expiao. 20 E tirar de seu sangue, e por nos quatro chifres do altar, e nas quatro esquinas do descanso, e no bordo ao redor; assim o limpar e desencardir. 21 Tomar logo o bezerro da expiao, e o queimar conforme lei de a casa, fora do santurio. 22 Ao segundo dia oferecer um macho caibro sem defeito, para expiao; e desencardiro o altar como o desencardiram com o bezerro. 23 Quando acabar de expiar, oferecer um bezerro da vacaria sem defeito, e um camero sem mancha da manada; 24 e os oferecer diante do Jehov, e os sacerdotes jogaro sal sobre eles, e os 754 oferecero em holocausto ao Jehov. 25 Por sete dias sacrificaro um macho caibro cada dia em expiao; do mesmo modo sacrificaro o bezerro da vacaria e um carneiro sem mancha do rebanho. 26 Por sete dias faro expiao pelo altar, e o limparo, e assim o consagraro. 27 E acabados estes dias, do oitavo dia em adiante, os sacerdotes sacrificaro sobre o altar seus holocaustos e suas oferendas de paz; e sero-me aceptos, diz Jehov o Senhor. 1. porta. Ver com. cap. 42: 15. 2. Vinha do oriente. O profeta tinha visto sair esta glorifica pela porta oriental do templo anterior (cap. 10: 18-19; 11: 1, 23). Som de muitas guas. Compare-se com o Apoc. 1: 15; 14: 2; 19: 6. 3. Aquela viso que vi. Cf. cap. 1: 4-28; 3: 12, 23; 10: 15, 22. As diversas revelaes da glria de Deus que o profeta percebeu foram muito similares. Vim para destruir. As vises anteriores tinham anunciado a destruio de Jerusalm. 5. Encheu a casa. Compare-se isto com o que ocorreu nos santurios anteriores (Exo. 40: 34-35; 1 Rei 8: 10-11). 6. Ouvi um. Sem dvida a voz que ouviu Ezequiel era a voz de Deus. A voz provinha de para dentro da casa, enquanto que o "varo" permanecia com o profeta no trio interior. 7. O lugar de meu trono. A construo hebria enftica, como se se chamasse a ateno ao feito de que este o lugar. Suas fornicaes. O templo anterior tinha sido profanado pela adorao de dolos dentro do recinto sagrado (2 Rei. 16: 11-16; 21: 4-7). Alguns pensam que aqui se fala literalmente de fornicao sexual (2 Rei. 23: 7; cf. 1 Rei. 14: 24; 15: 12). Corpos mortos de seus reis. No h evidncia histrica de que se sepultou a algum rei na rea do templo. Vrios foram sepultados perto dali, na colina do sudeste (1 Rei. 2: 10; 11: 43; 22: 50; etc.). A LXX diz: "Ou pelos homicdios de seus prncipes em meio deles", traduo que poderia refletir a inteno original do texto. 8. S uma parede. Havia s uma parede que separava o recinto do templo do recinto do palcio. No havia nenhum trio exterior como o que tinha o novo plano (cap. 40: 17, 20, 31, 34, 37). 9. Jogaro longe de mim suas fornicaes. Este era o prerrequisito indispensvel para que Jehov morasse entre seu povo. 10. Mostra casa do srael. Quando o srael visse a revelao do amor de Deus nos gloriosos planos do novo templo e nos planos divinos para seu restabelecimento como nao, se envergonharia de "seus pecados" e se separaria deles. Deus desejava que considerassem com ateno seu plano, a fim de que este se convertesse em um incentivo para que abandonassem seus caminhos pecaminosos e aceitassem as novas disposies. 11. Se se envergonhar. Se o srael manifestava algum interesse nos planos, e demonstrava uma mudana de corao, o profeta no s devia revelar cada detalhe do plano, mas tambm tambm descrev-lo "diante de seus olhos" para que o guardassem. O tabernculo, e mais tarde o templo, foi a morada de Deus em meio de seu povo escolhido. A reconstruo do templo representava o restabelecimento de seu propsito de obrar por meio do srael para a salvao do mundo (PP. 28-32). Se o srael agora se envergonhava de sua histria passada de transgresses at o ponto de que estivesse disposto a seguir adiante com o propsito divino para ele, tudo o que Ezequiel predizia sem dvida se cumpriria (ver com. Eze. 40: 1). 12. Esta a lei. Compare-se com a mesma frmula na concluso e o sobrescrito das leis levticas do cdigo sacerdotal (Lev. 6: 9, 14; 7: 1,37; 11: 46; 12: 7; 13: 59; 14: 54; 15: 32). Sem dvida, isto se refere s instrues que se acabavam de dar. 13. Medida-las do altar. Nos vers. 13-17 se apresenta a descrio do altar que no vers. 18 se identifica como o altar dos holocaustos. emprega-se o mesmo cotovelo comprido que usou-se para medir o edifcio (ver com. cap. 40: 5). O altar descansava sobre uma base de 1 cotovelo (50 cm) de alto. Sobre esta base, estavam as partes superiores, cada uma de 1 cotovelo menos que a anterior. A parte mais elevada, onde se prendia o fogo, tinha 12 cotovelos de lado (6 m) e 4 cotovelos (aproximadamente 2 m) de alto. No se diz de que material parecia. O altar do templo do Salomn tinha sido construdo de bronze, e tinha 20 cotovelos de lado e 10 cotovelos de alto (2 755 Crn. 4: 1). O altar de holocaustos do tabernculo tinha sido feito de madeira de accia recubierto de bronze, e era muito mais pequeno. Tinha 5 cotovelos de lado e 3 cotovelos de alto (Exo. 27: 1). Segundo a Misnh, o altar do templo do Herodes descansava sobre uma base de 32 cotovelos de lado, feita de pedra sem cortar. O altar (P. 745, Q) estava diante do templo no centro do trio interior. O altar tinha degraus (Eze. 43: 17), a diferena do anterior (Exo. 20: 26). Por elas subia no lado oriental, possivelmente para que o sacerdote que sacrificava desse as costas ao sol nascente, a fim de que no se insinuasse o culto ao sol. Quanto forma em que Deus aborrecia o culto ao sol, ver com. Eze. 8: 16. 18. Os regulamentos do altar. Nos vers. 18-27 se descrevem as cerimnias que deviam realizar-se em relao com a consagrao do altar. No so as mesmas regras gerais para o culto e o sacrifcio que mais tarde teriam que observar-se. Nos santurios anteriores tambm se celebraram cerimnias de dedicao especiais antes de que o altar fora usado em forma normal (Exo. 29: 1-46; Lev. 8: 11-33; 1 Rei. 8: 63-66; 2 Crn. 7: 4-10). No se do os detalhes do ritual empregado pelo Salomn para a dedicao desse altar. 19. Linhagem do Sadoc. Ver com. 2 Sam. 8: 17. COMENTROS DO ELENA G. DO WHTE 2 P 34, 285 CAPTULO 44 1 A porta do este atribuda s ao prncipe. 4 Recriminao aos sacerdotes por a contaminao do santurio. 9 Os idlatras, incapacitados para o sacerdcio. 15 Os filhos do Sadoc so aceitos. 17 Regulamentos para os sacerdotes. 1 ME FEZ voltar para a porta exterior do santurio, a qual olhe para o oriente; e estava fechada. 2 E me disse Jehov: Esta porta estar fechada; no se abrir, nem entrar por ela homem, porque Jehov Deus do srael entrou por ela; estar, portanto, fechada. 3 Quanto ao prncipe, por ser o prncipe, ele se sentar ali para comer po diante do Jehov; pelo vestbulo da porta entrar, e por esse mesmo caminho sair. 4 E me levou para a porta do norte por diante da casa; e olhei, e hei aqui a glria do Jehov tinha cheio a casa do Jehov; e me prostrei sobre meu rosto. 5 E me disse Jehov: Filho de homem, ponha ateno, e olhe com seus olhos, e oua com seus ouvidos tudo o que eu falo contigo sobre tudo os regulamentos da casa do Jehov, e todas suas leis; e ponha ateno s entradas da casa, e a todas as sadas do santurio. 6 E dir aos rebeldes, casa do srael: Assim h dito Jehov o Senhor: Basta j de todas suas abominaes, OH casa do srael; 7 de trazer estrangeiros, incircuncisos de corao e incircuncisos de carne, para estar em meu santurio e para poluir minha casa; de oferecer meu po, a grosura e o sangue, e de invalidar meu pacto com todas suas abominaes. 8 Pois no guardastes o estabelecido a respeito de minhas coisas santas, mas sim ho posto estrangeiros como guardas dos regulamentos de meu santurio. 9 Assim h dito Jehov o Senhor: Nenhum filho de estrangeiro, incircunciso de corao e incircunciso de carne, entrar em meu santurio, de todos os filhos de estrangeiros que esto entre os filhos do srael. 10 E os levita que se separaram de mim quando o srael se afastou de mim, indo-se depois de seus dolos, levaro sua iniqidade. 11 E serviro em meu santurio como porteiros s portas da casa e serventes na casa; eles mataro o holocausto e a vtima para o povo, e estaro ante ele para lhe servir. 756 12 Por quanto lhes serviram diante de seus dolos, e foram casa do srael por tropezadero de maldade; portanto, elevei minha mo e jurado, diz Jehov o Senhor, que eles levaro sua iniqidade. 13 No se aproximaro de mim para me servir como sacerdotes, nem se aproximaro de nenhuma de minhas coisas santas, a minhas coisas muito santos, mas sim levaro seu vergonha e as abominaes que fizeram. 14 Lhes porei, pois, por guardas encarregados da custdia da casa, para todo o servio dela, e para tudo o que nela tenha que fazer-se. 15 Mas os sacerdotes levita filhos do Sadoc, que guardaram o ordenamiento do santurio quando os filhos do srael se separaram de mim, eles se aproximaro para ministrar ante mim, e diante de mim estaro para me oferecer a grosura e a sangue, diz Jehov o Senhor. 16 Eles entraro em meu santurio, e se aproximaro de minha mesa para me servir, e guardaro meus regulamentos. 17 E quando entrarem pelas portas do trio interior, vestiro-se vestimentas de linho; no levaro sobre eles costure de l, quando ministren nas portas do trio interior e dentro da casa. 18 Turbantes de linho tero sobre suas cabeas, e cueca de linho sobre seus lombos; no se atero coisa que os faa suar. 19 Quando sarem ao trio exterior, ao trio de fora, ao povo, tiraro-se as vestimentas com que ministraron, e as deixaro nas cmaras do santurio, e se vestiro de outros vestidos, para no santificar ao povo com seus vestimentas. 20 E no se raparo sua cabea, nem deixaro crescer seu cabelo, mas sim o recortaro somente. 21 Nenhum dos sacerdotes beber vinho quando tiver de entrar no trio interior. 22 Nem viva nem repudiada tomar por mulher, mas sim tomar virgem da linhagem de a casa do srael, ou viva que for viva de sacerdote. 23 E ensinaro a meu povo a fazer diferena entre o santo e o profano, e ensinaro-lhes a discernir entre o limpo e o no limpo. 24 Nos casos de pleito eles estaro para julgar; conforme a meus julgamentos julgaro; e minhas leis e meus decretos guardaro em todas minhas festas solenes, e santificaro meus dias de repouso.* 25 No se aproximaro de homem morto para poluir-se; mas por pai ou me, filho ou filha, irmo, ou irm que no tenha tido marido, sim podero poluir-se. 26 E depois de sua purificao, contaro-lhe sete dias. 27 E o dia que entre ao santurio, ao trio interior, para ministrar no santurio, oferecer sua expiao, diz Jehov o Senhor. 28 E haver para eles herdade; eu serei sua herdade, mas no lhes daro posse no srael; eu sou sua posse. 29 A oferenda e a expiao e o sacrifcio pelo pecado comero, e toda coisa consagrada no srael ser deles. 30 E as primicias de todos os primeiros frutos de tudo, e toda oferenda de tudo o que se presente de todas suas oferendas, ser dos sacerdotes; do mesmo modo daro ao sacerdote as primicias de todas suas massas, para que repouse a bno em suas casas. 31 Nada mortia nem rasgada, assim de aves como de animais, comero os sacerdotes. 1. Fez-me voltar. Quer dizer, do trio interior (cf. cap. 43: 5). A porta exterior do santurio. refere-se porta de entrada a todo o recinto. Ver a P. 745, B. 2. Entrou por ela. Cf. cap. 43: 4. Posto que tinha sido santificada pela presena divina, esta porta no seria usada como uma entrada comum do povo. 3. O prncipe. Quer dizer, o governante civil do futuro reino. Os rabinos referiam este passagem ao Mesas. Mas Jesucristo no poderia ser o prncipe aqui mencionado. O prncipe teria que oferecer uma oferenda por seu pecado (cap. 45: 22), teria filhos (cap. 46: 16), e adoraria a Deus oferecendo sacrifcios (cap. 46: 2). Para comer po. Sem dvida se refere aqui aos mantimentos que se relacionavam com os sacrifcios e que se comiam com certas oferendas (Exo. 18: 12; Lev. 7: 15; Deut. 12: 7, 18). 4. A porta do norte. Posto que se diz que a porta que est "por diante da 757 casa", dbito ser a porta interior do norte (P. 745,). Glria do Jehov. Ver com. cap. 43: 2-5. 7. Estrangeiros. Era permitido que quo estrangeiros viviam no srael participassem da pscoa e de outros ritos religiosos se se deixavam circuncidar (Exo. 12: 48). Em certas circunstncias lhes permitia oferecer sacrifcios (Nm. 15: 14, 26, 29). 8. No guardastes o estabelecido. Em vez de haver-se ocupado do templo como lhes tinha ordenado, levita-os tinham empregado a estrangeiros como servos e lhes tinham permitido que entrassem no trio do templo, sem tomar em conta se eram verdadeiros adoradores de Deus ou no (Jos. 9: 27; Esd. 8: 20; cf. Nm. 16: 40; Zac. 14: 21). 9. Nenhum filho de estrangeiro. tomava esta precauo para impedir que o futuro tempero fora profanado. 10. Levita. Nos vers. 10-14 se descrevem os deveres dos levita no novo sistema. Por causa da apostasia e da idolatria, levita-os teriam que perder o excelso privilgio de ministrar no altar. 15. Filhos do Sadoc. Com referncia ao marco histrico do sacerdcio sadoquita, ver com. 2 Sam. 8: 17; cf. Eze. 40: 46. 17. Vestimentas de linho. Compare-se com o Exo. 28: 40-43; 39: 27-29; Lev. 6: 10. 19. Tiraro-se as vestimentas. Os sacerdotes tinham que usar suas vestimentas sacerdotais s quando estivessem ocupados no servio do templo. Perto do templo havia edifcios especiais (P. 745, T, T), onde os sacerdotes podiam mudar-se antes e depois de ministrar no altar (cap. 42: 13-14). 20. No se raparo. Compare-se com o Lev. 21: 1-5; Deut. 14: 1. Os pagos egpcios tinham por costume rap-la cabea. Possivelmente foi esta uma das razes pelas quais proibiu-se aos sacerdotes do Senhor que o fizessem. Tampouco deviam deixar-se crescer o cabelo como o faziam os brbaros, mas sim deviam cortar-lhe e mant-lo em ordem. S enquanto cumpriam o voto do nazareato lhes havia permitido que o deixassem comprido (Nm. 6: 5; cf. Lev. 10: 6; 21: 10). 21. Veio. Compare-se isto com o Lev. 10: 9; Josefo, Antiguidades i. 12. 2. 22. Viva. Segundo a lei levtica, distinguia-se entre as leis matrimoniais e de luto que se aplicavam ao supremo sacerdote e as que se aplicavam aos sacerdotes comuns. O sacerdote comum no podia casar-se com uma mulher divorciada (Lev. 21: 7), mas evidentemente podia casar-se com uma viva; o supremo sacerdote, em mudana, no podia casar-se com uma mulher divorciada, nem sequer com uma viva, a no ser s com uma virgem do srael (Lev. 21: 14). Nesta passagem, lhe manda ao sacerdote comum que s se case com uma virgem. 23. Ensinaro. Os sacerdotes tinham que ser os professores do povo a fim de que o povo pudesse conhecer a verdade e ser guardado da apostasia. A instruo essencial para o desenvolvimento espiritual. No pode haver verdadeiro crescimento a menos que haja continuo progresso no conhecimento. srael j tinha sido destrudo porque "faltou-lhe conhecimento" (Ouse. 4: 6). sto no tinha que repetir-se no sistema restabelecido. Do mesmo modo, cada cristo recebe hoje esta instruo por meio do estudo da Palavra e por meio dos instrutores da Palavra. Cada dia deveria aumentar seu conhecimento espiritual e deveria proceder de acordo com a nova luz. Uma mudana de corao sempre vai acompanhado por uma clara convico do dever cristo. 24. Estaro para julgar. Esta tinha sido sua funo durante o sistema anterior (Deut. 33: 10). 25. No se aproximaro de homem morto. Esta disposio se assemelha a anterior (Lev. 21: 1-3). 28. Sua herdade. A ordem das oferendas reflete novamente a antiga lei. Com referncia a as oferendas de comidas, aos sacrifcios pelo pecado e pela expiao, ver Lev. 2: 3; 6: 25, 29; 7: 6-7; com referncia aos campos consagrados, ver Lev. 27: 21; com referncia s primicias, ver Exo. 23: 19; 34: 26; Nm. 18: 13; Deut. 18: 3-4; com referncia s oferendas especiais elevadas, ver Nm. 15: 19-21; 18: 19. Aos sacerdotes do novo templo lhes daria um lugar para que residissem na "poro" ou "consagrado-o" da 'terra" (Eze. 45: 1-5). 31. Mortia. Compare-se com o Lev. 17: 15; 22: 8; Deut. 14: 21. COMENTROS DO ELENA G. DO WHTE 10 Ev 373 23-24 1T 195 758 CAPTULO 45 1 A parte da terra para o santurio, 6 para a cidade, 7 e para o prncipe. 9 Regulamentos para o prncipe. 1 QUANDO repartirem por sortes a terra em herdade, apartaro uma poro para o Jehov, que lhe consagraro na terra, de longitude de vinte e cinco mil canos e dez mil de largura; isto ser santificado em todo seu territrio ao redor. 2 Disto ser para o santurio quinhentas canos de longitude e quinhentas de largo, em quadro ao redor; e cinqenta cotovelos em redor para seus ejidos. 3 E desta medida medir em longitude vinte e cinco mil canos, e em largo dez mil, no qual estar o santurio e o lugar muito santo. 4 O consagrado desta terra ser para os sacerdotes, ministros do santurio, que se aproximam para ministrar ao Jehov; e servir de lugar para seus casas, e como recinto sagrado para o santurio. 5 Deste modo vinte e cinco mil canos de longitude e dez mil de largura, o qual ser para os levita ministros da casa, como posse para si, com vinte cmaras. 6 Para propriedade da cidade assinalaro cinco mil de largura e vinte e cinco mil de longitude, diante do que se apartou para o santurio; ser para toda a casa do srael. 7 E a parte do prncipe estar junto ao que se apartou para o santurio, de um e outro lado, e junto posse da cidade, diante do que se apartou para o santurio, e diante da posse da cidade, do extremo ocidental at o extremo oriental, e a longitude ser do limite ocidental at o limite oriental. 8 Esta terra ter por posse no srael, e nunca mais meus prncipes oprimiro a meu povo; e daro a terra casa do srael conforme a seus tribos. 9 Assim h dito Jehov o Senhor: Basta j, OH prncipes do srael! Deixem a violncia e a rapina. Faam julgamento e justia; tirem suas imposies de sobre meu povo, diz Jehov o Senhor. 10 Balanas justas, f justo, e bato justo tero. 11 O f e o bato sero de uma mesma medida: que o bato tenha a dcima parte do homer, e a dcima parte do homer o f; a medida deles ser segundo o homer. 12 E o siclo ser de vinte geras. Vinte ciclos, vinte e cinco ciclos, quinze ciclos, eles sero uma mina. 13 Esta ser a oferenda que oferecero: a sexta parte de um f por cada homer do trigo, e a sexta parte de um f por cada homer da cevada. 14 O regulamento para o azeite ser que oferecero um bato de azeite, que a dcima parte de um coro; dez batos faro um homer; porque dez batos so um homer. 15 E uma cordera do rebanho de duzentas, das engordadas do srael, para sacrifcio, e para holocausto e para oferendas de paz, para expiao por eles, diz Jehov o Senhor. 16 Todo o povo da terra estar obrigado a dar esta oferenda para o prncipe do srael. 17 Mas ao prncipe corresponder o dar o holocausto e o sacrifcio e a libao nas festas solenes, nas luas novas, nos dias de repouso* e em todas as festas da casa do srael; ele dispor a expiao, a oferenda, o holocausto e as oferendas de paz, para fazer expiao pela casa do srael. 18 Assim h dito Jehov o Senhor: O primeiro ms, nos primeiro dia do ms, tirar da vacaria um bezerro sem defeito, e desencardir o santurio. 19 E o sacerdote tirar do sangue da expiao, e por sobre os postes da casa, e sobre os quatro ngulos do descanso do altar, e sobre os postes das portas do trio interior. 20 Assim far o stimo dia do ms para os que pecaram por engano e por engano, e far expiao pela casa. 21 O primeiro ms, aos quatorze dias do ms, tero a pscoa, festa de sete dias; comer-se po sem levedura. 22 Aquele dia o prncipe sacrificar por si 759 mesmo e por todo o povo de a terra, um bezerro pelo pecado. 23 E nos sete dias da festa solene oferecer holocausto ao Jehov, sete bezerros e sete carneiros sem defeito, cada dia dos sete dias; e pelo pecado um macho caibro cada dia. 24 E com cada bezerro oferecer oferenda de um f, e com cada carneiro um f; e por cada f um hin de azeite. 25 No stimo ms, aos quinze dias do ms, na festa, far como em estes sete dias quanto expiao, quanto ao holocausto, assim que presente e quanto ao azeite. 1. Repartam por sorte. Este verbo se traduziria melhor "repartam mediante atribuies". A cada tribo lhe atribuiu uma poro definida (cap. 48: 1-29). Uma poro. Heb. terumh, "o que se eleva", aqui com o sentido de "uma oferenda', "uma contribuio". Uma pequena parte de "consagrado-o desta terra" tinha que ser ocupada pelo santurio. O resto tinha que ser para os sacerdotes e levita. descreve-se com maior detalhe a terumah em cap. 48: 8-22. Canos. No hebreu no aparece esta palavra. A LXX diz "cotovelos". Terei que determinar se se trata de "canos" ou de "cotovelos". Se fosse o primeiro, essa poro seria to enorme que no caberia entre o Mediterrneo e o Jordo. A longitude seria de 80 km. A medida do cotovelo parece mais razovel e mais proporcional com as herdades das outras tribos. Dez mil. Os 10.000 cotovelos equivalem aproximadamente a 5 km. A rea total, como se descreve nos vers. 1-6, era de 25.000 cotovelos (11 km.) quadrados. sto estava dividido em trs partes: 10.000 (cap. 48: 13)ao norte para os levita; 10.000 (cap. 48: 10) no meio para os sacerdotes, em seu centro estava o santurio; e os outros 5.000 (cap. 48: 15) "sero [pores] profanas, para a cidade, para habitao e para ejido". 2. Cinqenta cotovelos em redor. O templo estava se localizado em um trio de 500 cotovelos de lado (ver com. cap. 40: 5). Aqui se diz que deveria deixar uma bandagem adicional de terra de 50 cotovelos de largura (25 m) em torno do muro exterior do templo a fim de impedir seu profanao. Ejidos. Literalmente, "espao aberto" (ver com. Nm. 35: 2). 3. Desta medida. Ver com. vers. 1. 4. Para os sacerdotes. Neste versculo se descreve a propriedade dos sacerdotes (cf. cap. 48: 10). 5. Levita-os. A poro dos levita ficava ao norte da dos sacerdotes e era do mesmo tamanho (cap. 48: 13). Com vinte cmaras. Assim diz o hebreu. A LXX diz: "cidades para viver" (tambm a BJ, o qual entende-se melhor. 6. Toda a casa do srael. Esta parte, do mesmo comprido mas s com a metade do largo, tinha que proporcionar alimento para os que "servem cidade" (cap. 48: 18). 7. Parte do prncipe. A parte do prncipe inclua todas as terras que estivessem para o este e para o oeste da poro consagrada, possivelmente at o Mediterrneo pelo oeste e o Jordo e o mar Morto pelo este. 9. Deixem a violncia. Os vers. 9-10 constituem uma exortao aos prncipes para que sejam justos em seu trato com o povo. 11. Uma mesma medida. Comparar com o Lev. 19: 35-36; Deut. 25: 13-15; Prov. 16: 11; Ouse. 12: 7; Ams 8 :5; Miq. 6: 10. O f se empregava para medir gros, o bato para os lquidos. Aqui se diz que os dois tinham a mesma medida e que equivaliam dcima parte de um homer. Segundo as equivalncias modernas o f ou o bato corresponderiam com 22 lt (ver T. , P. 176). 12. Siclo. Compare-se com o Exo. 30: 13. Mina. Heb. maneh, que correspondia com 50 ciclos (ver o T. , PP. 173-174, 176). Esta mesma palavra aparece tambm em 1 Rei. 10: 17; Esd. 2: 69; Neh. 7: 71-72, onde se traduz como "libra". O sentido do hebreu desta passagem escura. 13. A oferenda. Nos vers. 13-15 se descreve o imposto que deveria pagar-se possivelmente ao prncipe (vers. 16), quem, a sua vez, daria os sacrifcios requeridos. 17. Dispor. Embora o hebreu emprega o verbo 'asah, "fazer", entende-se que se trata de "proporcionar" ou "subministrar". O prncipe seria responsvel por que houvesse todo o necessrio para realizar os diversos sacrifcios correspondentes com as festas. 18. O primeiro ms. Do vers. 18 at o cap. 46: 15 se esboa o ritual dos sacrifcios que deveria seguir-se em ocasies especiais 760 H certas diferenas em relao lei mosaica. No se mencionam nem o dia da expiao nem a festa de pentecosts. Seria vo especular, como o tm feito alguns, se em realidade estas festas teriam que omitir-se por completo do novo ritual. A "PORO" Ou OFERENDA 19. Tirar do sangue. Segundo a lei mosaica, no dia da expiao o sangue dos sacrifcios pelo pecado era orvalhada sobre o propiciatorio e diante dele, dentro do vu (Lev. 16: 14-15). Segundo o novo ritual, em relao com a cerimnia de a purificao, ficava o sangue nos "postes da casa", sobre "os quatro ngulos do descanso do altar, e sobre os postes das portas do trio interior". 20. Por engano. Heb. pethi, "inexperincia", "ingenuidade". 21. A pscoa. Os regulamentos para a observncia da pscoa eram similares aos que apareciam na lei mosaica, mas as oferendas eram maiores (Exo. 12: 6; Lev. 23: 58; Nm. 28: 16-25). 25. No stimo ms. alude-se aqui festa dos tabernculos (Exo. 23: 16; 34: 22; Lev. 23: 34; Deut. 16: 13, 16). Alguns afirmam que a razo pela qual no lhe d o nome acostumado porque se teria que deixar o costume de viver em ramagens ou cabanas. Os sacrifcios so bastante menores que os que exigia a lei mosaica (Nm. 29: 12-38). CAPTULO 46 1 Regulamentos para a adorao do prncipe, 9 e para a do povo. 16 Ordem para a herana do prncipe. 19 Ptios Para cozinhar e assar. 1 ASSM h dito Jehov o Senhor: A porta do trio interior que olhe ao oriente estar fechada os seis dias de trabalho, e o dia de repouso * se abrir; abrir-se tambm o dia da lua nova. 2 E o prncipe entrar pelo caminho do portal da porta exterior, e estar em p 761 junto soleira da porta enquanto os sacerdotes ofeream seu holocausto e suas oferendas de paz, e adorar junto entrada da porta; depois sair; mas no se fechar a porta at a tarde. 3 Deste modo adorar o povo da terra diante do Jehov, entrada da porta, nos dias de repouso* e nas luas novas. 4 O holocausto que o prncipe oferecer ao Jehov no dia de repouso* ser seis cordeiros sem defeito, e um carneiro sem mancha; 5 e por oferenda um f com cada carneiro; e com cada cordeiro uma oferenda conforme a suas possibilidades, e um hin de azeite com o f. 6 Mas o dia da lua nova, um bezerro sem mancha da vacaria, seis cordeiros, e um carneiro; devero ser sem defeito. 7 E far oferenda de um f com o bezerro, e um f com cada carneiro; mas com os cordeiros, conforme a suas possibilidades; e um hin de azeite por cada f. 8 E quando o prncipe entrar, entrar pelo caminho do portal da porta, e pelo mesmo caminho sair. 9 Mas quando o povo da terra entrar diante do Jehov nas festas, que entrar pela porta do norte sair pela porta do sul, e o que entrar pela porta do sul sair pela porta do norte; no voltar pela porta por onde entrou, mas sim sair pela de em frente dela. 10 E o prncipe, quando eles entrarem, entrar em meio deles; e quando eles sarem, ele sair. 11 E nas festas e nas assemblias solenes ser a oferenda um f com cada bezerro, e um f com cada carneiro; e com os cordeiros, conforme a seus possibilidades; e um hin de azeite com cada f. 12 Mas quando o prncipe livremente hiciere holocausto ou oferendas de paz a Jehov, abriro-lhe a porta que olhe ao oriente, e far seu holocausto e seus oferendas de paz, como faz no dia de repouso;* depois sair, e fecharo a porta depois que sair. 13 E oferecer em sacrifcio ao Jehov cada dia em holocausto um cordeiro de um ano sem defeito; cada manh o sacrificar. 14 E com ele far todas as manhs. Oferenda da sexta parte de um f, e a terceira parte de um hin de azeite para mesclar com a flor de farinha; oferenda para o Jehov continuamente, por estatuto perptuo. 15 Oferecero, pois, o cordeiro e a oferenda e o azeite, todas as manhs em holocausto contnuo. 16 Assim h dito Jehov o Senhor: Se o prncipe diere partir de sua herdade a seus filhos, ser deles; posse deles ser por herana. 17 Mas se de sua herdade diere parte para algum de seus servos, ser dele at o ano do jubileu, e voltar para prncipe; mas sua herana ser de seus filhos. 18 E o prncipe no tomar nada da herana do povo, para no defraud-los de sua posse; pelo que ele possui dar herana a seus filhos, a fim de que nenhum de meu povo seja jogado de sua posse. 19 Me trouxe depois pela entrada que . taba para a porta, s cmaras santas dos sacerdotes, as quais olhavam ao norte, e vi que havia ali um lugar no fundo do lado do ocidente. 20 E me disse: Este o lugar onde os sacerdotes cozero a oferenda pelo pecado e a expiao; ali cozero a oferenda, para no tir-la ao trio exterior, santificando assim ao povo. 21 E logo me tirou o trio exterior, e me levou pelos quatro rinces do trio; e em cada rinco havia um ptio. 22 Nos quatro rinces do trio havia ptios cercados, de quarenta cotovelos de longitude e trinta de largura; uma mesma medida tinham os quatro. 23 E havia uma parede ao redor deles, ao redor dos quatro, e abaixo foges ao redor das paredes. 24 E me disse: Estas so as cozinhas, onde os servidores da casa cozero a oferenda do povo. 1. A porta do trio interior. atribua-se uma santidade especial porta do trio interior (P. 745, H). Comparar com as regras da porta oriental exterior (cap. 44: 1-3). 2. Soleira da porta. Esta era possivelmente a soleira da parte interior ou ocidental do prtico. Desde este ponto, o prncipe poderia olhar aos sacerdotes que preparavam o sacrifcio, 762 mas no lhe permitiria entrar no trio interior nem ajudar a oferecer os sacrifcios. 3. entrada. A gente que pudesse apresentar-se a adorar os dias sbados ou de lua nova o faria no trio exterior, junto porta interior. No poderia entrar no prtico como podia faz-lo o prncipe, mas sim devia ficar entrada. 4. No dia de repouso. A oferenda sabtica que lhe ordenava dar ao prncipe era muito maior que a que exigia a lei mosaica que s requeria dois cordeiros de um ano (Nm. 28: 9). 5. Oferenda. A oferenda de cereal (ver com. Lev. 2: 1). 6. Lua nova. Compare-se com o Nm. 28: 11-15. H uma diminuio no nmero de animais que devia-se sacrificam 7. Oferenda. Ver com. Eze. 46: 5. Compare-se com o Nm. 28: 11-15. aumentou grandemente o requerido. 9. Festas. "Solenidades" (BJ). Prescreve-se aqui um acerto peculiar para os que estivessem presentes nas festas solenes s quais deviam assistir todos os vares (Exo. 23: 17; 34: 23; Deut. 16: 16). Possivelmente para ajudar a que houvesse ordem, e talvez tambm a fim de evitar que tivessem que dar-se volta, instrui-se ao povo a que entre pela porta do norte ou do sul, mas que deve sair pela porta oposta. 10. Em meio deles. sto pareceria indicar que nas festas anuais o prncipe devia mesclar-se com o povo, adorando junto com a gente. 11. As assemblias solenes. As propores so as mesmas que se do nos vers. 5, 7; cap. 45: 24. 12. Livremente hiciere holocausto. Com referncia aos holocausto oferecidos livremente, ver Lev. 7: 16; 22: 18, 21, 23; 23: 38. 13. Cada manh. H uma mudana notvel no holocausto dirio. Ezequiel s especifica um sacrifcio matutino, enquanto que, segundo a lei mosaica, devia oferecer-se um pela manh e outro pela tarde (Nm. 28: 3-8). Seja como for, o sacrifcio devia ser, como antes, um cordeiro. A oferenda que acompanhava ao sacrifcio era algo major. 16. Diere parte de sua herdade. Nos vers. 16-18 se do os regulamentos concernentes s terras do prncipe. Lhe tinham atribudo duas pores, uma a cada lado da poro do Jehov (cap. 45: 7-8). 17. Ano do jubileu. Ver Lev. 25: 8-17. 19. Havia ali um lugar. Ver na P. 745, Ou, Ou, a localizao das cozinhas que se descrevem nos vers. 19-20. No se do as medidas precisas. 21. Havia um ptio. Ver a P. 745, V, V, V, V. 22. Ptios cercados. O hebreu desta frase no se entende claramente. A LXX diz "ptios pequenos", e o mesmo a BJ. 24. Os servidores da casa. Sem dvida, levita-os. Cozero. Ali preparariam a comida cerimoniosa. CAPTULO 47 1 Viso das guas santas. 6 Virtude destas. 13 Limites da terra. 22 Seu diviso por sortes 1 ME FEZ voltar logo para a entrada da casa; e hei aqui gua que saam de debaixo da soleira da casa para o oriente; porque a fachada da casa estava ao oriente, e as guas descendiam de debaixo, para o lado direito de a casa, ao sul do altar. 2 E me tirou pelo caminho da porta do norte, e me fez dar a volta por o caminho exterior, fora da porta, ao caminho da que olhe ao oriente; e vi que as guas saam do lado direito. 3 E saiu o varo para o oriente, levando uma corda em sua mo; e mediu mil cotovelos, e me fez passar pelas guas at os tornozelos. 4 Mediu outros mil, e me fez passar pelas guas at os joelhos. Mediu logo outros mil, e me fez passar pelas guas at os lombos. 763 5 Mediu outros mil, e era j um rio que eu no podia passar, porque as guas tinham crescido de maneira que o rio no se podia passar a no ser a nado. 6 E me disse: Viu, filho de homem? Depois me levou, e me fez voltar pela ribeira do rio. 7 E voltando eu, vi que na ribeira do rio havia muitssimas rvores a um e outro lado. 8 E me disse: Estas guas saem regio do oriente, e descendero ao Arar, e entraro no mar; e entradas no mar, recebero sanidade as guas. 9 E toda alma vivente que nadar por em qualquer lugar que entrarem estes dois rios, viver; e haver muitssimos peixes por ter entrado l estas guas, e recebero sanidade; e viver tudo o que entrar neste rio. 10 E junto a ele estaro os pescadores, e desde Em-gadi at Em-eglaim ser seu varal de redes; e por suas espcies sero os peixes to numerosos como os peixes do Mar Grande. 11 Seus pntanos e suas lacunas no se sanearo; ficaro para o Salinas. 12 E junto ao rio, na ribeira, a um e outro lado, crescer toda classe de rvores frutferas; suas folhas nunca cairo, nem faltar seu fruto. A seu tempo maturar, porque suas guas saem do santurio; e seu fruto ser para comer, e sua folha para medicina. 13 Assim h dito Jehov o Senhor: Estes so os limites em que repartiro a terra por herdade entre as doze tribos do srael. Jos ter duas partes. 14 E a herdaro assim os uns como os outros; por ela elevei minha mo jurando que a tinha que dar a seus pais; portanto, esta ser a terra de sua herdade. 15 E este ser o limite da terra para o lado do norte; desde mar Grande, caminho do Hetln vindo ao Zedad, 16 Hamat, Berota, Sibraim, que est entre o limite de Damasco e o limite de Hamat; Hazar-haticn, que o limite do Haurn. 17 E ser o limite do norte desde mar at o Hazar-enn no limite de Damasco ao norte, e ao limite do Hamat ao lado do norte. 18 Do lado do oriente, em meio do Haurn e de Damasco, e do Galaad e da terra do srael, ao Jordo; isto mediro de limite at o mar oriental. 19 Do lado meridional, para o sul, desde o Tamar as guas das rixas; desde o Cades e o arroio at o Mar Grande; e isto ser o lado meridional ao sul. 20 Do lado do ocidente o Mar Grande ser o limite at em frente da entrada do Hamat; este ser o lado ocidental. 21 Repartiro, pois, esta terra entre vs segundo as tribos do srael. 22 E jogaro sobre ela sortes por herdade para vs, e para os estrangeiros que moram entre vs, que entre vs engendraram filhos; e os tero como naturais entre os filhos do srael; jogaro sortes com vs para ter herdade entre as tribos do srael. 23 Na tribo em que morar o estrangeiro, ali lhe daro sua herdade, h dito Jehov o Senhor. 1. A entrada da casa. Quer dizer, a porta do templo mesmo. guas que saam. Deveria se ter em conta o que j se h dito quanto interpretao da viso do templo (ver com. cap. 40: 1). A viso era uma profecia grfica que descrevia um sistema religioso literal. A apresentao mostra as coisas como poderiam ter sido, e parece haver pouco motivo para apartar-se da linguagem literal. Ezequiel no diz se as guas nasciam de um manancial milagroso ou se vinham de outras correntes de gua. Sua responsabilidade era simplesmente a de descrever o que via. Sua inteno deve ter sido razoavelmente clara para os israelitas. A abundncia de gua, tal como se representava-a aqui, era o smbolo de precipitaes adequadas, com a conseguinte prosperidade. Estas bnes foram destacadas alm pela meno de rvores frutferas e abundante vida nas guas (vers. 7-12). Posto que estas predies nunca se cumpriram em sua inteno original, se cumpriro em certa medida na igreja crist. Juan o revelador emprega as figuras destes captulos e explica que partes delas se cumpriro na terra nova (ver por exemplo Eze. 47: 12; cf. Apoc. 22: 2). Muitas vezes as coisas fsicas tm o propsito de ensinar lies espirituais. Aqui o arroio, que tinha comeado muito pequeno, ia aumentando medida que corria para o deserto. Da mesma maneira, as bnes do pacto, que receberam primeiro 764 os israelitas, deviam fluir, sempre aumentando, at que abrangessem a todo mundo. Poderia empreg-la mesma figura para ilustrar a obra do Movimento Adventista (ver 7T 171- 172). Se a correnteza tivesse uma origem milagrosa e fora aumentando de modo inexplicvel, ficaria como uma evidncia perptua do poder de um Deus onipresente que opera em favor de seu povo. Tal demonstrao seria similar a a da presena da coluna de fogo e a nuvem que acompanhou aos israelitas em sua peregrinao pelo deserto (Exo. 13: 21-22) e milagrosa proviso de gua potvel (Exo. 17: 1-7; etc.). 2. A porta do norte. Possivelmente porque a porta interior do lado oriental estava reservada para o prncipe (cap. 46: 1-8) e a porta exterior do lado oriental estava fechada (cap. 44: 1-2). 3. Pelas guas. Medida-las que se do nos vers. 3-6 mostram graficamente o enorme aumento das guas. A uma distncia de aproximadamente 2.000 m o manancial se havia convertido em um caudaloso rio que no se podia vadear (vers. 5). 7. Muitssimas rvores. Compare-se com o Apoc. 22: 2; ver com. Eze. 47: 1. 8. Arar. A depresso do rio Jordo, o mar Morto, e o vale que se estende do mar Morto at o golfo da Akaba. Hoje se emprega a palavra Arar para designar s o vale ao sul do mar Morto. O mar. A descrio que se apresenta aqui confirma que isto inclua o mar Morto. 9. Viver. Devido ao elevado contedo de minerais, os peixes no podem viver no mar Morto. Sem dvida esta situao j existia em tempos do Ezequiel. 10. Em-gadi. Literalmente, "fonte do cabrito". Este lugar se acha sobre a costa ocidental do mar Morto, mais ou menos a metade dela (ver com. 1 Sam. 24: 1). Atualmente se conhece o lugar pelo nome do Enged. Em-eglaim. Este nome s aparece aqui e o stio no foi identificado. 11. Salinas. Certas guas no seriam saneadas, provavelmente a fim de assegurar a existncia de suficiente sal. 12. Fruto ser para comer. A aplicao secundria desta predio se cumprir com a rvore de vida em mdio do novo den de Deus (Apoc. 22: 2). 13. As doze tribos. esperava-se que alguns representantes de cada uma das doze tribos voltariam do cativeiro. As promessas no se limitavam ao Jud e a Benjamim, mas sim eram para todo o srael. Duas partes. Compare-se com o Gn. 48: 22; Jos. 17: 14, 17. A poro do Lev correspondia com a "poro do Jehov" (Eze. 45: 5-6), mas com as duas pores do Jos -Efran e Manass- completavam-se as doze pores. 14. Assim os uns como os outros. Literalmente, "um homem como seu irmo", quer dizer, "em forma eqitativa". Ezequiel define com preciso s os limites pelo norte e pelo sul do pas. Alguns tm suposto que as diversas pores atribudas s tribos eram zonas, mais ou menos de igual largura, que se estendiam deste ao oeste, atravessando o pas. No h modo de comprovar isto. Elevei minha mo. Em sinal de juramento. Com referncia promessa e ao juramento, ver Gn. 12: 7; 17: 8; 26: 3; 28: 13. 15. O limite da terra. H muitos parecidos entre as fronteiras que se do aqui e as que aparecem em Nm. 34: 1-15. Entretanto, nessa passagem se do primeiro as fronteiras do sul, sem dvida porque os israelitas vinham do Egito. Aqui se do primeiro as fronteiras do norte, possivelmente porque os israelitas voltariam para a Palestina do norte. Desde mar Grande. A fronteira comeava no Mediterrneo, mas no se precisa o ponto exato. A julgar pelos outros lugares geogrficos mencionados, provvel que esse ponto se achasse perto do que hoje se conhece como a cidade do Trpoli, no Lbano. Alguns fazem comear a fronteira perto de Tiro. Hetln. S se menciona este lugar aqui e no cap. 48: 1. Sua localizao incerta. Zedad. identificou-se este lugar com o que hoje se chama Tsadad, a 90 km. ao sul do Hamat. 16. Hamat. Se se transpuser a ordem das palavras, l-se como na BJ: "Desde mar Grande, o caminho do Jetln at a Entrada do Jamat, Sedem..." Assim diz a LXX. acredita-se que a "Entrada do Hamat" era o que hoje corresponde ao Lebweh, a 112 km. ao sudoeste do Hamat, ou possivelmente ao vale do Orontes (ver com. Nm. 34: 8). Berota. Possivelmente Berota correspondia com o Berotai (2 Sam. 8: 8), que agora se identifica com o Bereitan, a poucos quilmetros ao sul de 765 Baalbek, no vale que separa o Lbano do Antilbano. Sibraim. Lugar fronteirio cuja localizao precisa desconhecida. Hazar-haticn. Literalmente, a "aldeia do meio". Tudo o que se sabe deste lugar aparece nesta passagem: ficava na fronteira do distrito do Haurn. Haurn. Este nome designa ao territrio que fica ao sul de Damasco, para o Galaad. 17. Hazar-enn. Possivelmente corresponda com o que hoje se chama Qaryatein, a 30 km. ao sudeste do Zedad (ver com. vers. 15) e a 115 km. ao nordeste de Damasco. 18. Do lado do oriente. difcil riscar com preciso esta fronteira. provvel que se inclura parte do territrio da Galilea, ao leste do mar do Cineret. 19. Tamar. Lugar no identificado ainda com preciso. provvel que se encontrasse perto do extremo meridional do mar Morto. Cades. No Nm. 34: 4 se denomina Cadesbarnea a este lugar. Alguns o ho identificado com o Ain Qudeirat, ao redor de 115 km. ao sudoeste do Hebrn; outros com o Ain Qedeis, a 8 km. para o sul. O arroio. Ao comparar esta passagem com o Nm. 34: 5; Jos. 15: 4, 47, v-se que este arroio" corresponde com o "arroio do Egito, identificado com a corrente de inverno, Wadi o Arish, que desemboca no Mediterrneo, a 80 km. ao sudoeste de Gaza. 20. Do lado do ocidente. Assim como ocorre no Nm. 34: 6, o mediterrneo era a fronteira ocidental. 22. Sortes. A hebria fala de repartir a terra (ver com. cap. 45: l); no fala de jogar sortes. Para os estrangeiros. Aqui proporciona aos estrangeiros maiores liberdades que sob a lei mosaica. Segundo a antiga lei, os estrangeiros deviam ser tratados bondosamente (Exo. 22: 21; Lev. 19: 34; Deut. 1: 16; 24: 14), lhes devia permitir que oferecessem sacrifcios (Lev. 17: 8), que participassem da pscoa -sempre que fossem circuncidados (Exo. 12: 48)-, mas difcil que hajam tido direitos limitados de possuir propriedades. A partir deste momento, quem se estabelecesse em forma permanente, tinham que receber uma herana em a tribo com a qual vivessem. Era o propsito de Deus que os estrangeiros se sentissem atrados para o srael, que se estabelecessem entre os israelitas, e aceitassem a religio do verdadeiro Deus (ver PP. 30-3 l). COMENTROS DO ELENA G. DO WHTE 1-23 7T 172 1 7T 171 8 7T 172 8-12 HAp 11; 2JT 485 CAPTULO 48 1, 23 As partes das doze tribos, 8 do santurio, 15 da cidade e os subrbios, 2l e do prncipe. 30 Dimenses e portas da cidade. 1 ESTES so os nomes das tribos: Do extremo norte pela via de Hetln vindo ao Hamat, Hazar-enn, nos limites de Damasco, ao norte, para o Hamat, ter Do uma parte, do lado oriental at o ocidental. 2 junto fronteira de Do, do lado do oriente at o lado do mar, ter Aser uma parte. 3 Junto ao limite do Aser, do lado do oriente at o lado do mar, Neftal, outra. 4 Junto ao limite do Neftal, do lado do oriente at o lado do mar, Manass, outra. 5 Junto ao limite do Manass, do lado do oriente at o lado do mar, Efran, outra. 6 Junto ao limite do Efran, do lado do oriente at o lado do mar, Rubn, outra. 7 Junto ao limite do Rubn, do lado do oriente at o lado do mar, Jud, outra. 766 8 junto ao limite do Jud, do lado do oriente at o lado do mar, estar a poro que reservaro de vinte e cinco mil canos de largura, e de longitude como qualquer das outras partes, isto , do lado do oriente at o lado do mar; e o santurio estar em meio dela. 9 A poro que reservaro para o Jehov ter de longitude vinte e cinco mil canos, e dez mil de largura. 10 A poro Santa que pertencer aos sacerdotes ser de vinte e cinco mil canos ao norte, e de dez mil de largura ao ocidente, e de dez mil de largura ao oriente, e de vinte e cinco mil de longitude ao sul; e e santurio do Jehov estar em meio dela. 11 Os sacerdotes santificados dos filhos do Sadoc que me guardaram fidelidade, que no erraram quando erraram os filhos do srael, como erraram os levita, 12 eles tero como parte muito santo a poro da terra reservada, junto ao limite da dos levita. 13 E a dos levita, ao lado dos limites da dos sacerdotes, ser de vinte e cinco mil canos de longitude, e de dez mil de largura; toda a longitude de vinte e cinco mil, e a largura de dez mil. 14 No vendero nada disso, nem o permutaro, nem transpassaro as primicias de a terra; porque coisa consagrada ao Jehov. 15 E os cinco mil canos de largura que ficam das vinte e cinco mil, sero profanas, para a cidade, para habitao e para ejido; e a cidade estar em mdio. 16 Estas sero suas medidas: ao lado do norte quatro mil e quinhentas canos, ao lado do sul quatro mil e quinhentas, ao lado do oriente quatro mil e quinhentas, e ao lado do ocidente quatro mil e quinhentas. 17 E o ejido da cidade ser ao norte de duzentas e cinqenta canos, ao sul de duzentas e cinqenta, ao oriente de duzentas e cinqenta, e de duzentas cinqenta ao ocidente. 18 E o que ficar de longitude diante da poro Santa, dez mil canos ao oriente e dez mil ao ocidente, que ser o que ficar da poro Santa, ser para semear para os que servem cidade. 19 E os que sirvam cidade sero de todas as tribos do srael. 20 Toda a poro reservada de vinte e cinco mil canos por vinte e cinco mil em quadro, reservaro como poro para o santurio, e para a posse da cidade. 21 E do prncipe ser o que ficar a um e outro lado da poro Santa e da posse da cidade, isto , diante dos vinte e cinco mil canos de a poro at o limite oriental, e ao ocidente diante das vinte e cinco mil at o limite ocidental, diante das partes sortes ser do prncipe; poro Santa ser, e o santurio da casa estar em meio dela. 22 Deste modo a parte do prncipe ser a compreendida da poro de levita-os e a poro da cidade, entre o limite do Jud e o limite de Benjamim. 23 Quanto s demais tribos, do lado do oriente at o lado do mar, ter Benjamim uma poro. 24 junto ao limite de Benjamim, do lado do oriente at o lado do mar, Simen, outra. 25 junto ao limite do Simen, do lado do oriente at o lado do mar, sacar, outra. 26 junto ao limite do sacar, do lado do oriente at o lado do mar, Zabuln, outra. 27 junto ao limite do Zabuln, do lado do oriente at o lado do mar, Gad, outra. 28 junto ao limite do Gad, ao lado meridional ao sul, ser o limite desde Tamar at as guas das rixas, e desde o Cades e o arroio at o Mar Grande. 29 Esta a terra que repartiro por sortes em herdade s tribos de srael, e estas so suas pores, h dito Jehov o Senhor. 30 E estas so as sadas da cidade: ao lado do norte, quatro mil quinhentas canos por medida. 31 E as portas da cidade sero segundo os nomes das tribos do srael: trs portas ao norte: a porta do Rubn, uma; a porta do Jud, outra; a porta do Lev, outra. 32 Ao lado oriental quatro mil e quinhentas canos, e trs portas: a porta de Jos, uma; a porta de Benjamim, outra; a porta de Do, outra. 33 Ao lado do sul, quatro mil e quinhentas canos por medida, e trs portas: a porta do Simen, uma; a porta do sacar, outra; a porta do Zabuln, outra. 34 E ao lado ocidental quatro mil e quinhentas canos, e suas trs portas: a porta do Gad, uma; a porta do Aser, outra; a 767 porta do Neftal, outra. 35 Em redor ter dezoito mil canos. E o nome da cidade desde aquele dia ser Jehov-sama. 1. Os nomes das tribos. O cap. 48 descreve a distribuio da terra, e termina com a descrio do tamanho da cidade e de suas portas. A distribuio da terra (vers. 1-7) no se parece muito distribuio feita pelo Josu (Jos. 13-19). Nem a idade nem a ascendncia materna parecem ter tido muito que ver com o critrio orientador. A parte central da terra tinha que ser ocupada pela "poro do Jehov" (Eze. 45: 1-7). A cada lado desta poro estariam Jud e Benjamim, as tribos que permaneceram fiis por mais tempo que as outras dez. As tribos do Rubn e do Simen, os dois maiores, foram colocadas junto a elas. Do foi localizado no extremo norte, onde uma parte da tribo tinha vivido antes. No parece haver nenhuma razo para a localizao das tribos restantes. 8. A poro que reservaro. A "poro do Jehov", descrita j no cap. 45: 1-7. Com referncia ao cap. 48: 8-14, ver com. cap. 45: 1-7. 15. Para a cidade. As parcelas dos sacerdotes e dos levita mediam 10.000 cotovelos cada uma, do norte ao sul, deixando 5.000 cotovelos de toda a "poro" ao sul da posse dos sacerdotes, "para a cidade". 16. Suas medidas. A cidade devia ocupar um quadrado de 4.500 cotovelos de lado, rodeado de um campo aberto de 250 cotovelos (vers. 17), com o qual o quadrado dedicado cidade tinha 5.000 cotovelos (2,6 km.) de lado. Este era o largo preciso do que ficava ao lado sul da poro do Jehov. 18. O que ficar. As duas sees mediam 10.000 cotovelos por 5.000 cotovelos cada uma. 19. Todas as tribos. Os habitantes de Jerusalm tinham pertencido principalmente s tribos do Jud e de Benjamim. Na nova cidade, que teria que ser propriedade comum de todos, todas as tribos teriam que ter uma parte. 21. Do prncipe. A bandagem de terra que ficava ao este e ao oeste da "poro do Jehov" era do prncipe. Do norte ao sul, seu territrio tinha o mesmo largo que a "poro do Jehov'. Suas terras tocavam no extremo oeste e no extremo este com a poro reservada, e sem dvida chegavam at os limites da terra por ambas as direes. 23. As demais tribos. Nos vers. 23-29 se descreve a designao dos territrios das outras cinco tribos. 28. O limite. Ver com. cap. 47: 19. 30. Sada-las da cidade. Nos vers. 30-34 se repetem as dimenses da cidade a fim de descrever as trs portas que tinha a cada lado. Cada porta levava o nome de uma tribo. Lev tinha uma porta, pelo qual ficava s uma ao Jos. 35. Dezoito mil canos. Quer dizer, 18.000 cotovelos, ou seja aproximadamente 9 km. Nesta medida no se incluem os "ejidos" do vers. 17. A futura cidade, a nova Jerusalm que Juan viu descender de Deus do cu (Apoc. 21) revela um notvel parecido com a cidade da viso do Ezequiel. Ezequiel descreve a cidade que poderia ter sido. Juan descreve a que ser. A figura da nao do srael como povo de Deus, dividida em doze tribos, encontra-se atravs de todo o relato bblico. As portas da nova Jerusalm, cujos habitantes so redimidos de toda nao, tribo, lngua e povo, tm inscritos os nomes das doze tribos. Segundo a figura bblica, redimido-los, no importa de que raa sejam, figuram como se se os atribusse um lugar entre as doze tribos (ROM. 9-11; Gl. 3: 29). O quadro do srael, cativo em terra de Babilnia, a ponto de ser liberado e restaurado em sua prpria terra, junto com a destruio de Babilnia, constitui as figuras que se empregam em uma boa parte do Apocalipse. Se emprega esta figura para descrever o srael de Deus em sua luta final contra as potestades do mal, s quais se chama Babilnia, luta que seguida pela destruio de Babilnia e a gloriosa liberao da igreja. Ver com. Jer. 50: 1. Jehov-sama. Heb. Yahweh-shammah, "Yahveh est ali" (BJ). Com estas palavras, to apropriadas para designar nova cidade, o profeta Ezequiel conclui seus mensagens profticas. Havia-lhe meio doido anunciar o retiro da presena divina por causa da corrupo moral de seu povo. Tambm teve o privilgio de anunciar o remdio para o pecado, e declarar com vvidas figuras a gloriosa 768 perspectiva do futuro que poderia ter sido uma realidade se o srael houvesse aceito o remdio divino que to misericordiosamente foi devotado (ver as PP. 28-34). No h modo de saber se Ezequiel viveu at ver retornar a sua terra a alguns de seus compatriotas sob o benfico decreto do rei da Persia. Se houvesse podido saber que seus escritos foram ser conservados no sagrado canon, poderia haver-se consolado com a perspectiva de que alguma gerao futura aceitaria a mensagem que seus companheiros no cativeiro tinham desprezado. A exortao para ns. O novo o srael de Deus est a ponto de entrar em uma terra muito mais gloriosa que a que foi oferecida gerao do Ezequiel. De novo, a entrada se apia no cumprimento de certos requisitos. J houve uma demora em cumprir de todo corao com as condies. Mas esta vez no pode haver uma prosternao indefinida, porque a restaurao no tem que ser nacional. Quando chegar o momento, Deus juntar de todos os pases a quem tenha feito uma preparao pessoal. Eles tero que herdar as ricas promessas e vivero na cidade, prefigurada na descrio proftico do Ezequiel, e chamada, por ordem de Deus, "Jehov [est] ali" (Apoc. 21: 22). 770 O MNSTRO DO Daniel 771