panorama de ezequiel

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 Panorama do Antigo Testamento

Sobre o Livro de Ezequiel


O Livro de Ezequiel foi escrito pelo próprio profeta Ezequiel,
provavelmente entre 593 e 565 a.C durante o cativeiro babilônico dos
judeus.

1 - Primeira Parte

Capítulos 1 até 24
Profecias sobre a ruína de Jerusalém
Roger Liebi: Referem-se a um período anterior à destruição de Jerusalém.
Neles é anunciado o juízo definitivo de Deus sobre Jerusalém, o templo, o
povo, o reino de Judá e sobre a terra de Israel [9]

2 - Segunda Parte
Capítulos 25 até 32
Profecias de juízo de Deus sobre as nações vizinhas
Anunciam o juízo de Deus sobre as sete nações ou cidades não judaicas.
Israel, por ser o povo escolhido de Deus, tem uma responsabilidade maior
do que as demais nações. Por isso o juízo sobre Israel é colocado antes do
juízo sobre as nações.

- Profecias contra várias nações vizinhas:


Moabitas (Ezequiel 8 ao 11)
Edomitas (Ezequiel 12 ao 14)
Filisteus (Ezequiel 15 ao 17)
Amonitas (Ezequiel 25:1-7)
Tiro e Sidom (Ezequiel 26 ao 28)
Egito (Ezequiel 29-32)

3 - Terceira Parte
Capítulos 33 até 48
Uma última chamada para o arrependimento de Israel
Profecias sobre a futura restauração de Israel
Mostram o maravilhoso plano de Deus para a restauração de Israel, na
terra de seus antepassados.

- Profecias sobre o Triunfo de Israel e do reino de Deus na terra (Ez.33 ao


39)
- Profecias sobre o Tempo do Messias
- Profecias sobre o estabelecimento e prosperidade do reino de Deus (Ez
40 e Ez 48)

II - Sobre o Profeta

1 - Identidade

"Veio expressamente a palavra do Senhor a Ezequiel"


"Veio expressamente a palavra do Senhor a Ezequiel, filho de Buzi, o
sacerdote, na terra dos caldeus, junto ao rio Quebar, e ali esteve sobre
ele a mão do Senhor." (Ez 1.3)
A frase "veio expressamente a palavra do Senhor" indica que a visão
estava vindo diretamente do trono de Deus a Ezequiel. Aqui, Ezequiel
escreve de si mesmo em terceira pessoa recebendo a palavra eficaz da
mão do Senhor.

Onde Morava?
O profeta Ezequiel morava em uma casa provavelmente em um
assentamento de judeus exilados em Tel-Abibe (75 quilômetros do atual
Iraque).
"Então entrou em mim o Espírito, e me pôs em pé, e falou comigo, e me
disse: Entra, encerra-te dentro da tua casa." (Ez 3.24)
"Sucedeu, pois, no sexto ano, no sexto mês, no quinto dia do mês,
estando eu assentado na minha casa, e os anciãos de Judá assentado
diante de mim, que ali a mão do Senhor Deus caiu sobre mim." (Ez 8.1)

Era casado e ficou viúvo


O profeta Ezequiel era casado, e conforme profecia ficou viúvo:
"Filho do homem, eis que, de um golpe tirarei de ti o desejo dos teus
olhos, mas não lamentarás, nem chorarás, nem te correrão as lágrimas.
Geme em silêncio, não faça luto por mortos; ata o teu turbante, e põe
nos pés os teus sapatos, e não cubras os teus lábios, e não comas o pão
dos homens. E Falei ao povo pela manhã, e à tarde morreu minha
mulher; e fiz pela manhã como me foi mandado." (Ez 24.16-18)

Como era Época em que viveu?


O profeta Ezequiel viveu em uma época no Oriente Médio que estava
agitada, especificamente, durante todo o período entre 606 e 582 a.C., os
babilônicos realizaram várias guerras vitoriosas contra o reino de Judá.
O ministério e vida do profeta Ezequiel foi repleto de adversidades:
(1) O Povo não aceitava as suas mensagens de condenação e juízo
(2) Foi um profeta que pagou o preço de ser Fiel a ordem de Deus, na
verdade, mesmo sendo um servo fiel, por permissão de Deus foi
deportado para a Babilônia juntamente com os infiéis.

O que Deus revelou para o Profeta Ezequiel?


Deus reservou para o profeta Ezequiel as revelações mais maravilhosas
da Bíblia, é certo que tenha revelado o juízo e cativeiro do povo de Judá,
mas também viu a glória de Deus, e as revelações futuras acerca da
restauração da nação e novos tempos de prosperidade e paz.

2 - Procedência
Como vimos no quadro anterior, o Profeta Ezequiel era filho de Buzi um
sacerdote. Em 597 a.C foi levado como cativo a Babilônia, atuou em terra
estranha no meio do povo exilado.
O Profeta Ezequiel resumidamente:
(1) Profetizou sobre o motivo do povo estar exilado como severo juízo de
Deus contra Judá, a saber: Idolatria, apostasia, mistura com outros
povos, falsos pastores e falsos profetas. .
As deportações foram a consequência da crescente infidelidade do
povo diante de seu Deus.
Desde o reinado do rei Manassés de Judá (697-642 a.C), a maior parte
dos judeus se afastou do único Deus verdadeiro e passou a servir a
ídolos.
(2) Profetizou também mensagens de esperança para o povo de Judá.
Deus prometera restaurar a terra por amor aos que permanecessem
fiéis a Ele.

III - Sobre o Atalaia

1 - Atalaia
A palavra Atalaia significa "sentinela", "vigia" ou "Guarda".
A Bíblia apresenta a função de Atalaia tanto no sentido literal como no
sentido espiritual.

Sentido Literal
O Atalaia tinha a função de guardar um acampamento, cidade, aldeia.
Eles ficavam andando sobre os muros e torres da cidade vigiando,
guardando, espiando e se visse algo fora do normal que estivesse
colocando a segurança em perigo, avisava com certa antecedência. O
Atalaia fazia um importante trabalho de estratégia militar.
Por certo, o Atalaia que estava guardando o rei Saul no acampamento,
dormiu ... e Davi tomou a lança e o jarro com água que estavam perto de
Saul para demonstrar sua justiça e fidelidade ao rei:
"Então, Davi apanhou a lança e o jarro que estavam perto da cabeça de
Saul, e eles foram embora. Ninguém os viu, ninguém percebeu e
ninguém acordou. Estavam todos dormindo, pois um sono pesado vindo
do Senhor havia caído sobre eles." (1Sm 26.12).

Sentido Espiritual
"Filho do homem: Eu te dei por atalaia sobre a casa de Israel; e tu da
minha boca ouvirás a palavra e avisá-los-às da minha parte." (Ez 3.17).
"A ti, pois, ó filho do homem, te constituí por atalaia sobre a casa de
Israel; tu, pois, ouvirás a palavra da minha boca, e lha anunciarás da
minha parte." (Ez 33.7)
Quando Deus diz que estava constituindo Ezequiel como atalaia, ele bem
sabia o que significava: deveria apresentar ao povo as advertências
divinas, sendo fiel na proclamação das mensagens.

O Profeta Ezequiel foi fiel a sua chamada como Atalaia da casa de Israel,
mas nem todos os que foram chamados foram zelosos e aplicados no
cumprimento dessa nobre missão:
"Todos os seus atalaias são cegos, nada sabem; todos são cães mudos,
não podem ladrar; andam adormecidos, estão deitados, e gostam do
sono" (Is 56.10)

2 - "O Fim dos Sete Dias"


"E sucedeu que, ao fim de sete dias, veio a palavra do SENHOR..." (Ez
3.16)
Depois de ver a glória de Deus, o profeta Ezequiel ficou sete dias em
silêncio, ou seja, ele ficou esperando receber a mensagem da parte de
Deus, porque não entendeu claramente o que deveria dizer e por onde
deveria começar. Aqui Deus dá os deveres e trabalhos que o profeta
Ezequiel deve cumprir.
3 - A expressão "Filho do Homem"
"Filho do homem..." (Ez 3.17a)
Depois que Deus deu a mensagem para o profeta Ezequiel, agora, pela
primeira vez, ele aprendeu que foi escolhido por Deus e recebe uma
advertência a se comportar com coragem, e não ceder a ameaças ou
terrores. Deus ao dizer "Filho do homem, eu te dei por atalaia sobre a
casa de Israel;" parece anunciar que chegara o momento em que o
Profeta se cingiria à sua obra.

Antigo Testamento
O Profeta Ezequiel foi chamado por 93 vezes de "Filho do homem" e o
profeta Daniel também foi chamado de "Filho do homem" (Dn 8.17).
Foi uma maneira de Deus identificar esses profetas, aqui vejo "Filho do
homem" sendo usado como sinônimo de "homem", em Isaías, fica claro o
entendimento de "homem" e "filho de homem" com suas respectivas
fragilidades e limitações:
"Eu, eu sou aquele que vos consola; quem, pois, és tu, para que temas o
homem, que é mortal, ou o filho do homem, que não passa de erva?" (Is
51.12)
Já no versículo abaixo, Daniel numa visão, vê "um como o Filho do
homem" que recebeu autoridade para reinar eternamente, podemos aqui
interpretar um sentido diferente do anterior, ou seja, aqui a expressão
refere a Cristo:
"Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha nas
nuvens do céu um como o filho do homem; e dirigiu-se ao ancião de dias,
e o fizeram chegar até ele." (Dn 7.13)

4 - O "Atalaia sobre a casa de Israel"


"... eu te dei por atalaia sobre a casa de Israel;" (Ez 3.17b)
Deus colocou Ezequiel por atalaia, a fim de trazer a Sua mensagem ao
povo de Judá.
O Atalaia deve ser uma pessoa que saiba interpretar a palavra de Deus,
ou a mensagem a ser replicada, deve ter uma boa visão espiritual e
ousadia do Espírito Santo para entregar a mensagem, seja de juízo ou de
paz, de vida ou de morte, de condenação ou de redenção.
O Profeta não ficou olhando para o rio Quebar, para a situação do povo
deportado, para as circunstâncias adversas, mas, olhou para o céu, para
o trono de Deus, se prontificando a executar a tarefa ao qual foi chamado.
IV - Sobre a Responsabilidade

1 - A Responsabilidade do Cristão
"Quando eu disser ao ímpio: Certamente morrerás; não o avisando tu,
não falando para avisar o ímpio acerca do seu caminho ímpio, para salvar
a sua vida, aquele ímpio morrerá na sua maldade, mas o seu sangue da
tua mão o requererei." (Ez 3.18).

Podemos enfatizar a responsabilidade confiada a Ezequiel. A


responsabilidade do cristão no sentido de avisar uma geração perdida,
não é, por certo, menos aterrorizadora.

Cada cristão é enviado ao mundo para anunciar, no poder do Espírito


Santo, tanto a salvação como o juízo vindouro. Aquele que negligenciar o
seu chamado, não avisar ou alertar a Igreja do juízo de Deus e concordar
com o pecado, passar a mão por cima do erro, deixará a Igreja morna e
iludida [Ap 3.15-18].
Ser negligente é acomodar-se diante das conveniências e se acovardar,
não proclamando a verdade com medo de represálias ou algum erro.

O profeta (atalaia) não pode ser aventureiro, nem agir com


irresponsabilidade. O profeta é responsável por advertir o povo da
destruição iminente que virá sobre os filhos da desobediência [Cl 3.6],
sob pena de ser culpado do sangue de quem morrer nos seus pecados [4]

O IDE de Jesus é uma ordem direta de Jesus: "Ide por todo o mundo,
pregai o evangelho a toda criatura" (Mc 16.15), portanto é uma obrigação
de todo cristão essa missão, o apóstolo Paulo declarou:
"ai de mim se não anunciar o Evangelho" (1Co 9.16)
"Que pregues a palavra, esteja preparado a tempo e fora de tempo" (2Tm
4.2)
Lembrando aqui que o apóstolo Paulo, assim como o profeta Ezequiel,
cumpriu sua missão com fidelidade, ele se identificou como despenseiro
fiel do ministério de Deus (1Co 4.1-2).

2 - A Responsabilidade do Ímpio
"Mas, se avisares o ímpio, e ele não se converter da sua impiedade e do
seu caminho ímpio, ele morrerá na sua maldade, mas tu livraste a tua
alma." (Ez 3.19)
Essa passagem antecipa o grande princípio moral do governo divino
(Ezequiel 18 com 33.7-16) de que cada homem é individualmente
responsável por suas próprias ações, e será julgado.

"Mas, quando eu falar contigo abrirei a tua boca, e lhe dirás: Assim diz o
SENHOR: Quem ouvir ouça, e quem deixar de ouvir deixe; porque casa
rebelde são eles." (Ez 3.27)

3- A extensão da nossa responsabilidade (Ez 3.20)


3.1. Quando o justo se desvia, precisa igualmente ser alertado
a. É dever nosso cuidar uns dos outros na igreja (1Co 12.25)
b. A nossa preocupação não é somente com o pecador ignorante, mas
também com as ovelhas que se desgarraram do rebanho (Lc 15.4-6)

O Senhor comissiona Ezequiel como vigia (1:1–3:27)


Na sua visão inicial, em 613 AEC, Ezequiel nota um vento violento, do
norte, junto com uma massa de nuvens e um fogo cintilante. De dentro
dele saem quatro criaturas viventes, aladas, com rostos de homem, de
leão, de touro e de águia. Seu aspecto é de brasas ardentes, e cada qual
é acompanhada, como que de uma roda no meio de outra roda de
temível altura, com cambotas cheias de olhos. Locomovem-se em
qualquer direção em constante unidade. Sobre a cabeça das criaturas
viventes há uma semelhança de expansão, e acima da expansão, um
trono no qual está “o aspecto da semelhança da glória do Senhor”. —
1:28.
O Senhor diz ao prostrado Ezequiel: “Filho do homem, põe-te de pé.” Daí
o comissiona a ser profeta para Israel e para as nações rebeldes
circunvizinhas. Não importa que escutem ou deixem de escutar. Pelo
menos, saberão que houve um profeta do Senhor Senhor no meio deles.
O Senhor faz que Ezequiel coma o rolo de um livro, que se torna doce
como mel em sua boca. Ele lhe diz: “Filho do homem, constituí-te vigia
para a casa de Israel.” (2:1; 3:17) Ezequiel tem de dar fielmente o aviso,
senão, morrerá.

Encenando o sítio de Jerusalém (4:1–7:)


O Senhor ordena a Ezequiel que grave num tijolo um esboço de
Jerusalém. Ele tem de encenar um suposto cerco contra ela como sinal
para Israel. Para frisar o ponto, ele tem de se deitar diante do tijolo 390
dias sobre o seu lado esquerdo e 40 dias sobre o seu lado direito,
subsistindo ao mesmo tempo de parco regime alimentar. Que Ezequiel
realmente faz a encenação é indicado pela sua solicitação lamentosa O
Senhor para mudar de combustível para cozer. — 4:9-15.

Cap. 5. 1-5 O Senhor faz com que Ezequiel retrate o fim calamitoso do
sítio, rapando a cabeça e a barba.
Uma terça parte disso tem de queimar, uma terça parte picar com uma
espada e uma terça parte espalhar ao vento.
Assim, no fim do sítio, alguns dos habitantes de Jerusalém morrerão pela
fome, pela pestilência e pela espada, e o restante será espalhado entre
as nações.
O Senhor fará dela uma devastação. Por quê?
Por causa da ofensividade de sua depravada e detestável idolatria.
A riqueza não trará alívio. No dia da fúria de Senhor o povo de Jerusalém
lançará sua prata nas ruas “e terão de saber que eu sou O Senhor”. —
7:27.

A visão de Ezequiel sobre a Jerusalém apóstata (8:1–11:25)


É então o ano 612 a.C.
Ezequiel é transportado numa visão à distante Jerusalém, onde vê as
coisas detestáveis que sucedem no templo do Senhor.
Há no pátio um símbolo repugnante que incita O Senhor ao ciúme.
Cavando através da parede, Ezequiel vê 70 anciãos adorando diante de
representações, esculpidas na parede, de animais repugnantes e ídolos
sórdidos.
Desculpam-se, dizendo: “O Senhor não nos vê. O Senhor deixou o
país.” (8:10-12)
No portão norte, mulheres choram o deus pagão Tamuz. Mas, isto não é
tudo! 8.14
Na própria entrada do templo há 25 homens, de costas para o templo,
adorando o sol. Estão profanando a O Senhor na sua própria face, e ele
certamente agirá em seu furor! 8.16

Cap. 9.1-11
Eis que surgem então seis homens com armas destruidoras nas mãos.
Entre eles se acha um sétimo, vestido de linho, portando um tinteiro de
secretário.
O Senhor ordena a este homem vestido de linho que passe no meio da
cidade e ponha um sinal na testa dos homens que suspiram e
gemem por causa das coisas detestáveis que se praticam na cidade.
A seguir, ordena aos seis homens que avancem e matem a todos, “o
idoso, o jovem, e a virgem, e a criancinha e as mulheres”, em quem não
haja sinal. Eles assim o fazem, começando com os homens idosos que
estavam diante da casa. O homem vestido de linho relata: “Fiz
exatamente como me ordenaste.” — 9:6, 11.

Ezequiel vê outra vez a glória de O Senhor, que sobe acima dos


querubins. Um querubim atira brasas ardentes do meio da rodagem, e o
homem vestido de linho as apanha e espalha-as sobre a cidade.
Quanto aos dispersos de Israel, O Senhor promete ajuntá-los outra vez e
dar-lhes um novo alento. Mas, que dizer desses iníquos adoradores falsos
de Jerusalém? “Hei de trazer seu próprio procedimento sobre a sua
cabeça”, diz O Senhor. (11:21) A glória do Senhor é vista ascendendo
por cima da cidade, e Ezequiel passa a contar a visão aos exilados.

Profecias adicionais em Babilônia relativas a Jerusalém (12:1–


19:14)
Ezequiel se torna o ator em mais uma cena simbólica. Durante o dia, ele
tira de sua casa a sua bagagem para o exílio, e daí, à noite, passa por um
buraco na parede (provavelmente a parede de sua residência) com o
rosto encoberto. Ele explica que isto é um exemplo: “Irão para o exílio,
para o cativeiro.” (12:11)
Estúpidos profetas esses que andam segundo o seu próprio espírito!
Clamam: “Há paz!”, quando não há paz. (13:10)
Mesmo que Noé, Daniel e Jó estivessem em Jerusalém, não poderiam
salvar a nenhuma alma senão a si próprios. 14.14

Cap. 15. Deus comprara Judá a uma madeira inútil.


A cidade é semelhante a uma videira imprestável. A madeira não serve
para fazer estacas, nem mesmo tarugos! Ambas as extremidades são
queimadas e o meio também fica abrasado — imprestável!
16.3 Quão sem fé e imprestável se tornou Jerusalém! Tendo nascido da
terra dos cananeus, O Senhor a recolheu como bebê abandonado. Ele a
criou e entrou num pacto de casamento com ela. Deixou-a bonita,
“habilitada para a posição de rainha”. (16:13)
Ate que se sentiu auto suficiente, sem Deus. Cap. 16.15
Mas ela se tornou prostituta, voltando-se para as nações, ao passarem
por ela. Adorou as imagens destas e queimou seus próprios filhos no fogo.
O fim dela será a destruição às mãos dessas mesmas nações, seus
amantes.
Ela é pior do que suas irmãs Sodoma e Samaria. Mesmo assim, O Senhor
é Deus misericordioso, fará expiação por ela e a restaurará segundo o seu
pacto.

O Senhor propõe ao profeta um enigma e daí relata a interpretação. O


enigma ilustra a futilidade de Jerusalém voltar-se para o Egito em busca
de ajuda.
Vem uma grande águia (Nabucodonosor) e arranca o topo (Joaquim)
de um altaneiro cedro, trazendo-o a Babilônia, e planta em seu lugar uma
videira (Zedequias).
A videira estende seus ramos para outra águia, o Egito, mas, será bem
sucedida? É arrancada pelas raízes! O próprio Senhor tomará um tenro
rebento da altaneira copa do cedro e transplantá-lo-á para um monte alto
e elevado. Ali ele tornar-se-á um majestoso cedro como lugar de
residência para “todas as aves de toda asa”.
Todos terão de saber que O Senhor é quem fez isso. — 17:23, 24.

Cap 18-
O Senhor repreende os exilados judeus por causa de sua expressão
proverbial: “Os pais é que comem as uvas verdes, mas são os dentes dos
filhos que ficam embotados.” Não, “a alma que pecar — ela é que
morrerá”. (18:2, 4) Os justos continuarão a viver.
O Senhor não se agrada na morte dos iníquos. O seu agrado é ver o
iníquo desviar-se de seus caminhos maus e viver. Vs. 20-28
Cap. 19.
Quanto aos reis de Judá, semelhantes a leõzinhos novos, foram enlaçados
pelo Egito e pela Babilônia. Não se ouvirá mais “a sua voz nos montes de
Israel”. — 19:9.

Denúncias contra Jerusalém (20:1–23:49)


Chegamos a 611 a.C.
Novamente os anciãos dentre os exilados vêm a Ezequiel para inquirir O
Senhor. O que ouvem é a narração da longa história de rebelião e
depravada idolatria de Israel, e um aviso de que O Senhor pediu uma
espada para executar julgamento contra ela.
Reduzirá Jerusalém a “uma ruína, uma ruína, uma ruína”. Mas, que
esperança gloriosa! O Senhor guardará a realeza (“a coroa”) para aquele
que vem com o “direito legal” e a ele a dará. (21:26, 27)
No cap. 22.1-18
Ezequiel recapitula as coisas detestáveis que se fazem em Jerusalém, “a
cidade culpada de sangue”. A casa de Israel tornou-se como “escória”, e
há de ser ajuntada em Jerusalém e liquefeita ali como numa fornalha.
(22:2, 18)
Cap. 23.
A infidelidade de Samaria (Israel) e de Judá é ilustrada por duas irmãs.
Samaria, qual Oolá, prostitui-se com os assírios e é destruída pelos seus
amantes.
Judá, qual Oolibá, não aprende disso uma lição, mas age até pior,
prostituindo-se primeiro com a Assíria e depois com Babilônia.
Ela será totalmente destruída, “e tereis de saber que eu sou o Soberano
Senhor Deus”. — 23:49.

Começa o sítio final de Jerusalém (24:1-27)


É 609 AEC.
O Senhor anuncia a Ezequiel que o rei de Babilônia cercou Jerusalém
neste décimo dia do décimo mês. Compara a cidade murada a uma
panela de boca larga, sendo os seletos habitantes a carne dentro dela.
Por meio de fervura, tire-se toda a impureza da abominável idolatria de
Jerusalém!
Naquele mesmo dia a esposa de Ezequiel morre, (vs. 16-17) mas, o
profeta, obedecendo O Senhor, não pranteia.
Isto é sinal de que não devem prantear a destruição de Jerusalém, pois é
julgamento da parte do Senhor, para que saibam quem ele é.
O Senhor enviará um fugitivo para notificar a destruição do “belo objeto
de sua exultação” e, até que este chegue, Ezequiel não mais deve falar
aos exilados. — 24:25.

Profecias contra as nações (25:1–32:32)


Senhor prevê que as nações circundantes se regozijarão com a queda de
Jerusalém e aproveitarão a ocasião para lançar vitupério sobre o Deus de
Judá.
Não ficarão impunes! Amom será dado aos orientais,
e Moabe também.
Far-se-á de Edom um lugar devastado, e serão executados contra os
filisteus grandes atos de vingança.
Todos eles, diz o Senhor, “terão de saber que eu sou o Senhor, quando eu
trouxer sobre eles a minha vingança”. — 25:17.

Tiro é mencionada de modo especial. Cap. 26


Orgulhando-se de seu próspero comércio, é semelhante a um belo navio
no meio dos mares, mas logo jazerá quebrada nas profundezas das
águas. “Sou deus”, jacta-se o seu líder. (28:9)
o Senhor faz com que seu profeta profira uma composição relativa ao rei
de Tiro:
Qual belo querubim ungido, ele tem estado no Éden, jardim de Deus, mas
Senhor o expulsará do seu monte como profano e será devorado por um
fogo que sai de dentro dele próprio. O Senhor diz que Ele será também
santificado por trazer destruição sobre a desdenhosa Sídon. Vs 14

Senhor manda então que Ezequiel se oponha firmemente ao Egito e seu


Faraó e que profetize contra eles. “Meu rio Nilo é meu, e eu é que o fiz
para mim mesmo”, jacta-se Faraó. (29:3)
Faraó e os egípcios que crêem nele terão de saber que o Senhor é Deus, e
a lição será dada por meio de uma desolação de 40 anos.
Ezequiel insere aqui algumas informações que realmente lhe foram
reveladas mais tarde, em 591 a.C.
Senhor dará o Egito a Nabucodonosor como compensação pelo seu
serviço de desgastar a Tiro. (Nabucodonosor levou muito pouco despojo
de Tiro, visto que os tírios escaparam com a maior parte de sua riqueza
para a sua cidade-ilha.)
Numa profecia, Ezequiel revela que Nabucodonosor despojará o orgulho
do Egito, e “terão de saber que eu sou o Senhor”. — 32:15.

Vigia para os exilados; predita a restauração (33:1–37:28)


Senhor recapitula com Ezequiel a sua responsabilidade qual vigia. O povo
está dizendo: “O caminho do Senhor não é acertado.” Portanto, Ezequiel
precisa tornar-lhes claro quão errados estão. (33:17)
Mas, é agora 607 AEC, o quinto dia do décimo mês.
Chega de Jerusalém um fugitivo, para dizer ao profeta: “A cidade foi
golpeada!” (33:21)
Ezequiel, então livre outra vez para falar aos exilados, diz-lhes que são
fúteis quaisquer pensamentos que tenham quanto a socorrer a Judá.
Vs. 30. Embora venham a Ezequiel para ouvir a palavra do Senhor, ele é
para eles apenas como cantor de canções de amor, alguém que tem voz
bonita e que toca bem um instrumento de cordas. Não prestam atenção.
Todavia, quando isso suceder, saberão que havia no meio deles um
profeta.

Cap. 34. 1-5


Ezequiel repreende os falsos pastores que abandonaram o rebanho para
apascentar a si mesmos.
O Senhor, o Pastor Perfeito, ajuntará as ovelhas dispersas e as trará a um
pasto opulento, nos montes de Israel.
Ali suscitará sobre eles um só pastor, ‘o Seu servo Davi’. (34:23) O
próprio Senhor se tornará o Deus deles.
Fará um pacto de paz e enviará sobre eles chuvas de bênçãos.

Cap. 35. Profecia com os Edomitas


Ezequiel profetiza mais uma vez a desolação para o monte Seir (Edom).
No entanto, os lugares devastados de Israel serão reconstruídos, pois o
Senhor terá compaixão de seu santo nome, para o santificar perante as
nações.

Cap. 36. Fala sobre a restauração de Israel...vs. 26 e 27


Dará a seu povo um coração novo e um espírito novo, e a sua terra se
tornará outra vez “como o jardim do Éden”. (36:35)

Cap. 37. 1-3; 11,12


Ezequiel vê a seguir uma visão de Israel representado por um vale de
ossos secos.
Ezequiel profetiza sobre os ossos.
Estes começam miraculosamente a ter outra vez carne, fôlego e vida.
Assim abrirá o Senhor as sepulturas do cativeiro em Babilônia e
restaurará Israel outra vez na sua terra.
Ezequiel toma duas varetas que representam as duas casas de Israel,
Judá e Efraim.
Tornam-se uma só vareta na sua mão.
Assim, quando o Senhor restaurar a Israel, serão unidos num só pacto de
paz sob o Seu servo “Davi”. — 37:24.

O ataque de Gogue de Magogue contra o Israel restaurado (38:1–


39:29)
Daí virá uma invasão de outra parte! Gogue de Magogue, atraído para o
ataque pela torturante paz e prosperidade do povo restaurado do Senhor,
fará o seu ataque frenético.
Ele se precipitará para os engolfar.
Nisto o Senhor se levantará no fogo da sua fúria.
Fará com que a espada de cada um se volte contra seu irmão, trará sobre
eles a pestilência e o sangue e uma descarga de chuva de pedras, fogo e
enxofre. Sucumbirão sabendo que o Senhor é “o Santo em Israel”. (39:7)
O seu povo acenderá fogos com o destroçado equipamento de guerra do
inimigo e enterrará os ossos no “Vale da Massa de Gente de Gogue”.
(39:11) As aves de rapina comerão a carne e beberão o sangue dos
abatidos.
Dali em diante, Israel habitará em segurança, não havendo ninguém para
os atemorizar, e o Senhor derramará sobre eles o seu espírito.

A visão de Ezequiel sobre o templo (40:1–48:35)


Chegamos ao ano 593 AEC. É o 14.° ano desde a destruição do templo de
Salomão, e os arrependidos dentre os exilados necessitam de
encorajamento e esperança.
O Senhor transporta Ezequiel numa visão à terra de Israel e o coloca
sobre um monte muito alto. Aqui, em visão, ele vê um templo e “ao sul
algo como a estrutura de uma cidade”. Um anjo lhe instrui: “Conta à casa
de Israel tudo o que estás vendo.” (40:2, 4) Daí, mostra a Ezequiel todos
os pormenores do templo e seus pátios, medindo os muros, os portões, as
saletas da guarda, os refeitórios e o próprio templo, com o seu lugar
Santo e o Santíssimo. Leva Ezequiel à porta oriental. “E eis que vinha a
glória do Deus de Israel da direção do leste, e sua voz era como a voz de
vastas águas; e a própria terra brilhava por causa da sua glória.” (43:2)
O anjo instrui plenamente a Ezequiel relativo à Casa (ou templo); o altar e
seus sacrifícios; os direitos e os deveres dos sacerdotes, dos levitas e do
maioral e a repartição das terras.
Cap. 47.
O anjo traz Ezequiel de volta à entrada da Casa, onde o profeta vê saírem
águas do limiar da Casa para a banda do oriente, do lado sul do altar.
Começam como um fio de água que fica cada vez maior até virar uma
torrente. Daí, corre para o mar Morto, onde os peixes passam a viver e
surge uma indústria pesqueira. Em ambos os lados da torrente, árvores
fornecem alimento e cura para as pessoas.
Cap. 48.
A visão dá em seguida as heranças das 12 tribos, não despercebendo os
residentes estrangeiros e o maioral, e descreve a cidade santa ao sul,
com os seus 12 portões chamados segundo as tribos. A cidade há de ser
chamada por um nome mui glorioso: “O Próprio Senhor Está Ali.” —
48:35.

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