Aula 01 - Gêneros Textuais e Conceitos - CM - 6º Ano 2024
Aula 01 - Gêneros Textuais e Conceitos - CM - 6º Ano 2024
Aula 01 - Gêneros Textuais e Conceitos - CM - 6º Ano 2024
ª Fabíola Soares
Sumário
1. Introdução ........................................................................................................................................ 3
2. O que são gêneros textuais?........................................................................................................... 4
3. O que são tipos textuais? ………………..………………..................................................……….. 5
5. Gêneros textuais (conto, romance, novela, fábula, crônica, lenda, mito, biografia)
...............................................................................................................................................................12
1. Introdução
Nesta aula, a minha proposta é apresentar os principais gêneros textuais que costumam
aparecer nas provas dos Colégios Militares. Então, iniciaremos com alguns conceitos e
exemplos de cada um e, depois, partiremos para a prática, que é a feitura dos exercícios, tudo
bem?!
Para tudo ficar mais claro e para reconhecerem o objetivo da aula, vamos relembrar o
que vem escrito em seu edital sobre essa parte?!
Em outras palavras, quem fará sua prova quer que você entenda e interprete as
informações presentes nos textos que podem vir por meio de palavras e/ou imagens. E, na
maioria das vezes, esses textos serão do tipo narrativo.
Vamos lá?!
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Ao nos depararmos com um texto que se inicia com “Querido amigo, lhe escrevo para
que possa diminuir a distância entre nós e a saudade que estou sentindo...”, sabemos que se
trata de um bilhete ou de uma carta pessoal. Se o texto se iniciar com “Prezados Senhores,
vendo por meio desta...”, sabemos que se trata de uma correspondência formal. Se você se
colocar na situação de remetente (quem envia a carta), saberá como iniciar, pois todos nós
temos um “modelo de carta” na mente; isso é tão marcante que uma pessoa não alfabetizada
tem interiorizado esse “modelo” e, se tiver de ditar uma carta para que outra pessoa escreva,
saberá o que precisa ser dito e como deve ser dito. Não sei se já viu o filme brasileiro “Central
do Brasil”, que conta a história de uma professora aposentada que vive de escrever cartas
ditadas por pessoas não alfabetizadas; esse filme exemplifica muito bem essa situação.
Mas vamos continuar a nossa ideia inicial. Ao nos depararmos, por exemplo, com um
texto que se inicia com “Alô? Quem fala?”, sabemos que se trata de uma conversa telefônica.
O mesmo ocorre ao lermos uma bula de remédio, as instruções de uso de um produto
qualquer, um horóscopo, um cardápio de restaurante, etc.
Identificar o gênero textual é um dos primeiros passos para uma competente leitura de
texto. Pense em uma situação bem comum: um colega se aproxima e começa a contar algo
que, em determinado momento, passa a soar esquisito, até que um dos ouvintes indaga “É
piada ou você está falando sério?”. Observe que o interlocutor quer confirmar o gênero
textual, uma vez que, dependendo do gênero, temos um ou outro entendimento.
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Como já vimos, os gêneros textuais são inúmeros, dependendo da função de cada texto
e das diferentes situações comunicacionais. O mesmo NÃO acontece com os tipos textuais,
que são poucos:
Narrativo;
Descritivo;
Injuntivo ou instrucional.
Resumindo...
4. Tipos textuais
É muito importante que você saiba que esse é o tipo textual mais
cobrado em sua prova e os gêneros textuais que se apropriam dessa
estrutura narrativa também. Alguns deles são: contos, crônicas, fábulas,
romance, biografias, entre outros.
Sendo assim, o tipo textual narrativo apresenta elementos como narrador, espaço
(lugar), tempo, personagens e enredo com a finalidade de narrar algum acontecimento ou
contar uma história, podendo essa história ser verdadeira ou não.
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Os gêneros que utilizam desse tipo textual são: cardápio, guia de viagem,
laudo, relatório, entre outros.
Desse modo, os textos descritivos buscam realizar uma descrição objetiva ou subjetiva.
Assim sendo, nesse tipo de texto há predominantemente o tempo presente e o pretérito
imperfeito. Além disso, nesse tipo textual há frases nominais (frases sem verbos) e verbos de
ligação. Vejamos um exemplo de texto descritivo.
O texto a seguir é o início do conto “Uma história de Natal”, do escritor inglês Charles
Dickens.
“Ah! Mas esse Scrooge era um mão-fechada, se era! Um velho avarento, mesquinho,
sovina somítico, unha de fome, pão-duro. Um coração de pedra, de onde jamais saíra uma
faísca generosa. Secreto e trancadão, fechado e solitário como uma ostra. O frio dentro dele
gelava suas feições velhas, afilava seu nariz pontudo, chupava seu rosto, endurecia seu andar,
avermelhava seus olhos, azulava seus lábios finos e falava agudo em sua voz rascante. Havia
uma moldura de gelo em sua cabeça, em suas sobrancelhas, em seu queixo de fios espetados.
Para onde ia, levava sua temperatura glacial. Gelava o escritório nos dias de calor. E não
derretia nem um grau na época de Natal.”
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4.3 Dissertativo-argumentativo
Argumentativo: a característica determinante de um texto dissertativo-argumentativo é
ser um texto opinativo. Dessa forma, as ideias do texto são desenvolvidas por intermédio de
estratégias argumentativas que possuem como finalidade convencer o leitor.
4.4 Expositivo
O tipo textual expositivo tem a finalidade de apresentar informações sobre um objeto
ou fato específico, apresentando as suas características por intermédio de uma linguagem
concisa e clara.
4.5 Injunção
O tipo textual conhecido por injuntivo apresenta como finalidade a instrução do
interlocutor, por meio de verbos no imperativo para atingir sua finalidade.
5. Gêneros textuais
Como já vimos, são muitos os gêneros textuais, por isso, vou apresentar alguns dos gêneros
verbais narrativos mais recorrentes em sua prova.
Mas, antes disso, atenção! Esses textos apresentarão uma estrutura semelhante.
Estrutura da narrativa
❖ Conto
A moça tecelã conta a história de uma menina que passava os seus dias tecendo e tudo o que tecia ganhava
vida - o sol, as nuvens, a chuva. Se lhe dava fome, tecia um peixe e logo havia um peixe em sua mesa, se tecia
leite, o leite aparecia.
Se era forte demais o sol, e no jardim pendiam as pétalas, a moça colocava na lançadeira grossos
fios cinzentos do algodão mais felpudo. Em breve, na penumbra trazida pelas nuvens, escolhia
um fio de prata, que em pontos longos rebordava sobre o tecido. Leve, a chuva vinha
cumprimentá-la à janela.
Tudo o que a moça fazia era tecer, mas um dia sentiu-se sozinha e teceu um marido. Ao terminar de tecê-lo, o
homem abriu a porta de sua casa e entrou. A moça pensava no que mais teceria para sentir-se ainda mais feliz
e teceu os filhos.
E feliz foi, durante algum tempo. Mas se o homem tinha pensado em filhos, logo os esqueceu.
Porque tinha descoberto o poder do tear, em nada mais pensou a não ser nas coisas todas que
ele poderia lhe dar.
O homem, então, passou a exigir que a moça trabalhasse para comprar uma casa maior e então um palácio. A
moça passou a tecer para oferecer ao marido os luxos que desejava. Sentiu-se triste e pensou em como seria
bom estar sozinha novamente.
Em uma noite, esperou o marido dormir, levantou-se e foi até seu tear. Começou a desfazer os palácios, as
carruagens e tudo o que havia nele.
A noite acabava quando o marido estranhando a cama dura, acordou, e, espantado, olhou em
volta. Não teve tempo de se levantar. Ela já desfazia o desenho escuro dos sapatos, e ele viu seus
pés desaparecendo, sumindo as pernas. Rápido, o nada subiu-lhe pelo corpo, tomou o peito
aprumado, o emplumado chapéu.
❖ Romance
Os romances são narrativas longas, cheias de desdobramentos da vida de cada
personagem que, ao final, irão se entrelaçar.
É oriundo dos contos épicos e revela ações em conjunto com a distribuição de
personagens ao longo da trama. Entre as características marcantes desse gênero está a
proximidade com a realidade.
A obra Dom Quixote, do espanhol Miguel Cervantes, é apontada como precursora do
romance moderno.
No Brasil, os principais autores são Machado de Assis, Jorge Amado e Graciliano Ramos.
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Existem outros tipos, mas para o nosso estudo, esses já estão de bom tamanho, tá bom?!
❖ Novela
A Novela é um gênero literário do tipo narrativo, caracterizado por ser breve. Ainda assim,
ela apresenta mais personagens que o conto e é menor que um romance, por isso, é
intermediário entre esses dois. Para entender mesmo o que são novelas, você ainda precisa
saber diferenciá-la das telenovelas, ver exemplos e conhecer sua origem.
A palavra “novela” veio do italiano e significa “notícia e narração de um acontecimento”,
seja real ou imaginário. Portanto, fica fácil entender que a novela é um dos gêneros literários
que se enquadra no gênero narrativo e é de duração mais breve.
Mas e a novela da TV?
Na realidade, as coisas que passam na TV são filmes, séries ou Telenovelas. Acontece
que, no Brasil, nós abreviamos a palavra e cortamos o “tele”. Mas não confunda! A novela
mesmo, que estamos aprendendo agora, é um gênero literário.
E como temos certeza disso? É porque ela possui os elementos típicos de uma narração, como
já vimos: o narrador ou foco narrativo, personagens, conflito, tempo, espaço e enredo.
essenciais para a narrativa, por isso a novela tornou-se um texto que pode ser facilmente
adaptado para a TV ou rádio.
Pluralidade dramática: Ao contrário do que acontece com o conto, a novela desenvolve mais
de um enredo ao longo da narrativa.
Personagens: Não há limite de personagens e, ao longo da trama, novos podem surgir, assim
como outros podem ser retirados.
Sucessividade: O enredo é desenvolvido de maneira sequencial, embora essa sequência
possa ser alterada ao longo da narrativa.
Tempo: Na novela, o tempo é histórico, ou seja, determinado pelo calendário e pelo relógio.
Espaço: há pluralidade dramática, pois as ações dos personagens são responsáveis por
deslocá-los para diferentes ambientes na narrativa.
❖ Fábula
As fábulas são narrativas curtas seguidas de uma moral. Em geral, são protagonizadas por
animais inteligentes e falantes que nos ensinam como nos devemos comportar em diferentes
situações ao longo da vida.
Grande parte das fábulas que conhecemos hoje foram escritas pelo grego Esopo, há dois
mil anos.
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A cigarra e a formiga
Havia uma cigarra que passou todo o verão a cantar, aproveitando os agradáveis fins de tarde
e curtindo o tempo de forma despreocupada.
Mas quando chegou o gelado inverno, a cigarra já não estava alegre, pois estava faminta e
tremendo de frio.
Assim, foi pedir ajuda à formiga, que havia trabalhado muito no verão. Pediu que a colega lhe
desse alimento e abrigo. Ao que a formiga perguntou:
O que você fez durante todo o verão?
— Estive a cantar - respondeu a cigarra.
E a formiga lhe deu uma resposta grosseira:
— Pois então, agora dance!
Moral da história
Essa é uma das fábulas em que a moral pode ser comparada a um ditado popular, no
caso: “Deus ajuda a quem cedo madruga”. Aqui, percebemos a importância do planejamento
e do trabalho.
A formiga, por trabalhar incansavelmente durante o verão, conseguiu poupar recursos para
a chegada do inverno. Já a cigarra, que passou muito tempo a cantar, não se preparou para
momentos de escassez e padeceu no inverno.
Prof. ª Fabíola Soares
O coelho e a tartaruga
Era uma vez uma tartaruga e um coelho que viviam na floresta. O coelho era muito rápido e,
sempre que podia, zombava da tartaruga, dizendo que ela era lerda demais.
A tartaruga um belo dia se cansou das "brincadeiras" e desafiou o coelho para uma corrida.
O coelho achou graça e aceitou o desafio.
Assim, os dois partiram para a disputa. A tartaruga andava determinada com passos lentos,
enquanto o coelho corria veloz.
Percebendo estar bem à frente da tartaruga, o coelho resolveu parar para dar um cochilo.
Quando acordou viu a tartaruga quase na linha de chegada e tentou alcançá-la, mas não
conseguiu.
Assim, a lenta tartaruga venceu a corrida com o rápido coelho.
Moral da história
Não subestime a capacidade dos outros. Devagar se vai longe.
Por conta de sua arrogância e comportamento de superioridade, o coelho acabou se
dando mal.
❖ Crônica
A crônica é um gênero textual curto escrito em parágrafos, geralmente produzido para
meios de comunicação, por exemplo, jornais, revistas, etc. Além de ser um texto curto, possui
uma "vida curta", ou seja, as crônicas tratam de acontecimentos simples do nosso dia a dia.
Tipos de crônicas
Crônica Jornalística: mais comum das crônicas da atualidade são as crônicas chamadas de
“crônicas jornalísticas” produzidas para os meios de comunicação, onde utilizam temas da
atualidade para fazerem reflexões. Aproxima-se da crônica dissertativa.
Crônica Histórica: marcada por relatar fatos ou acontecimentos históricos, com personagens,
tempo e espaço definidos. Aproxima-se da crônica narrativa.
Crônica Humorística: Esse tipo de crônica apela para o humor como forma de entreter o
público, ao mesmo tempo que utiliza da ironia e do humor como ferramenta essencial para
criticar alguns aspectos seja da sociedade, política, cultura, economia, etc.
Importante destacar que muitas crônicas podem ser formadas por dois ou mais tipos, por
exemplo: uma crônica jornalística e humorística.
Vejamos um exemplo de crônica:
Fernando Sabino (1923 — 2004), escritor e jornalista nascido em Belo Horizonte, faz uma
viagem bem-humorada às suas origens na crônica "Conversinha mineira".
O texto publicado na obra A Mulher do Vizinho (1962) utiliza um registro de linguagem
bastante próximo da oralidade, reproduzindo uma conversa banal.
Aquilo que chama a atenção no diálogo são as respostas estranhas do dono do
estabelecimento que parece não ter consciência daquilo que o rodeia.
Além de não se interessar pelo próprio negócio, se desviando das várias questões colocadas,
ele também não se importa com a situação política do local e prefere não tomar uma posição.
❖ Lenda
O Brasil é um país riquíssimo de cultura popular e, uma das características que ajuda a
reconhecer este título, é justamente a grande quantidade de lendas folclóricas.
De Norte a Sul, cada região brasileira tem as suas lendas próprias, como a lenda do
Saci-Pererê, lenda do Curupira, lenda da Iara, lenda da Caipora, lenda da Mula-sem-
Cabeça, do Boto cor-de-rosa, e muitos outros.
Lenda urbana
❖ Mito
Mitos são narrativas utilizadas pelos povos gregos antigos para explicar fatos da realidade
e fenômenos da natureza, as origens do mundo e dos seres humanos. Os mitos se utilizam de
muita simbologia, personagens sobrenaturais, deuses e heróis. Esses componentes são
interligados com fatos, características humanas e pessoas que realmente existiram.
O objetivo principal do mito era transmitir conhecimento e explicar tudo aquilo que era
importante na vida das pessoas.
O conhecimento mítico era transmitido através de rituais, danças, sacrifícios e orações, mas
principalmente pela figura do rapsodo. Acompanhados de um instrumento musical, a lira,
esses poetas declamavam as narrativas míticas, entretinham e educavam as pessoas.
Um mito também pode ter a função de manifestar alguma ideia de forma clara ou de dar
explicações e tornar o mundo conhecido para as pessoas.
Prof. ª Fabíola Soares
Mito nem sempre é utilizado no seu sentido original, também é usado em referência às
crenças comuns que não têm fundamento objetivo ou científico. Porém, acontecimentos
históricos podem se transformar em mitos, se tiver uma simbologia muito importante para uma
determinada cultura.
Os mitos têm caráter simbólico e didático, explicam a origem dos seres humanos através
da união de fatos históricos com personagens sobrenaturais e histórias sagradas.
Um mito não é um conto de fadas ou uma lenda, mas a própria verdade para aqueles que
compartilham desse tipo de conhecimento.
A mitologia é o estudo do mito, das suas origens e significados. Alguns dos mitos mais
conhecidos fazem parte da mitologia grega, que exprime a maneira de pensar, conhecer e
falar da cultura grega. Alguns exemplos da mitologia grega são os deuses do Olimpo, os
Titãs, e outras figuras mitológicas como minotauros e centauros.
❖ Biografia
A biografia é um tipo de texto que conta a história da vida de alguém. Ela é escrita na
terceira pessoa, ou seja, por um narrador que não participa dos fatos contados.
Os fatos seguem a ordem dos acontecimentos durante as fases da vida de alguém, que
pode ser uma pessoa ou personagem.
Características da biografia:
Narração da história da vida de uma pessoa ou personagem;
Escrita em terceira pessoa;
Sequência cronológica dos fatos;
Utilização de marcadores temporais (na infância, na adolescência, naquela época, etc.);
predomínio de verbos no pretérito perfeito (foi) e imperfeito (era).
Exemplo de biografia:
Biografia de Clarice Lispector
Haya Pinkhasovna Lispector nasceu no dia 10 de dezembro de 1920 na cidade
ucraniana de Tchetchelnik.
Descendente de judeus, seus pais, Pinkhas Lispector e Mania Krimgold Lispector,
passaram os primeiros momentos de vida de Clarice fugindo da perseguição aos judeus.