Texto e Formas Do Discurso

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1.

14 O ato de escrever
Considerando que o redator só alcança o objetivo de produzir resposta,
tornar comum suas ideias e persuadir se estiver usando um código
conhecido do leitor, que é seu receptor, e que em certas circunstâncias a
redação é feita para satisfazer necessidades curriculares, a pessoa que
escreve uma redação escolar ou de vestibular, por exemplo, não pode
esquecer que os examinadores estarão sempre levando em conta os
conhecimentos básicos de Língua Portuguesa, bem como a clareza de
raciocínio, demonstrada no modo como a redação é estruturada.

De forma simplificada, isso significa que toda boa redação deve ter
começo, meio e fim. Cada uma dessas partes deve ter ligação com a
parte anterior, para dar unidade (coesão) ao texto. Não se deve esquecer
que o emissor codifica a mensagem que será enviada ao receptor e que
este, ao recebê-la, inicia o processo de decodificação, interpretando-a.
Por isso, é fundamental que os códigos utilizados pelo emissor sejam
conhecidos do receptor. No caso de uma redação, o código (a Língua
Portuguesa) deve ser entendido por todos os que escrevem e leem. Daí, ser
uma necessidade básica de quem escreve ter conhecimentos da Língua
Portuguesa.

Tipologia textual
A tipologia textual indica a forma como o sujeito da escrita apreende o
objeto do qual está tratando, essa forma pode ser influenciada pelo
próprio objeto. Uma corrida ou partida de futebol encaminham uma
narração, um acidente requer uma descrição, a defesa de uma postura
origina uma dissertação. A divisão tipológica de construção textual em
Narração, Descrição e Dissertação nos possibilita, como emissor da
mensagem/texto, estabelecer a finalidade, o objetivo da mensagem.

Você se lembra de que em nossa trajetória escolar produzíamos textos


narrativos, descritivos e dissertativos? O tema de redação “Minhas férias”,
que acompanhou muitos de nós nas primeiras séries escolares, contemplou
a narração, a descrição e a dissertação. Hoje necessitamos trabalhar com
textos diferentes de uma redação escolar.

Além disso, há três tipos de redação: a dissertação, a narração e a


descrição. Essa divisão é meramente didática, pois, em um texto, um único
autor pode usar os três tipos de redação, se julgar que os três gêneros
facultam-lhe uma forma mais clara e eficiente para o que ele quer
comunicar. Dificilmente serão encontrados textos puramente dissertativos,
narrativos ou descritivos.

1.15 Texto narrativo, descritivo e dissertativo


Texto narrativo
Narração é uma redação por meio da qual se escreve uma história, uma
piada, um conto, uma novela ou qualquer outro tipo de texto que tenha
dois elementos essenciais: ação e personagem. Quando se trata de uma
narração literária, tentar narrar algo de maneira diferente do que as
pessoas costumam imaginar é o primeiro passo para quem pensa em
"escrever bem".

Quem escreve não deve esquecer que "escrever bem" é fazer boas
escolhas, ter boas ideias, é dedicar atenção no trato dos padrões
linguísticos já apontados aqui, é ser criativo procurando sempre ser
entendido pelas pessoas que estão lendo o texto escrito. Lembramos,
ainda, que você deve considerar os componentes básicos da narração, já
comentados neste caderno, pois eles o auxiliarão a obter sucesso na
escrita de sua narrativa.

Assim, será sempre importante que as narrativas respondam às seguintes


questões:

 QUEM? A resposta a esta pergunta aponta o personagem ou os


personagens da narração.
 O QUÊ? Conduz ao fato central; é o que se pode chamar de "fio
condutor". É como se fosse a estrutura do enredo (assunto). Na
narração, poderíamos simplificar e dizer que se trata do conteúdo.
 QUANDO? É o tempo em que os fatos narrados ocorreram.
 ONDE? Marca o espaço, o local onde os fatos ocorreram ou estão
ocorrendo.
 COMO? O enredo, ou seja, o conteúdo baseia-se nas respostas a
essa pergunta.
 POR QUÊ? As razões, os motivos, as causas que levaram ao fato que
se está narrando.

Como podemos ver, a narração carrega, em si, uma ideia de ação, de


movimento. É como se quem narra estivesse acompanhando os fatos no
exato momento em que se desenrolam. O narrador seria, pois, uma
espécie de testemunha ocular do que está acontecendo, enquanto narra.
Ao contarmos um fato na forma oral ou escrita, estamos simplesmente
narrando, assumindo a função de narrador. Narrar é encadear fatos em
uma sequência lógica, as personagens da narração transitam em um
determinado espaço e tempo cronológico. Ao construirmos uma narrativa,
devemos considerar que há diferenciações entre a narrativa oral e a
escrita. Em uma narrativa escrita, temos que levar em consideração que
há um código linguístico a ser seguido, ou seja, nossa língua possui formas e
regras estabelecidas.

Exemplo:
O Coveiro

Ele foi cavando, cavando, cavando, pois sua profissão - coveiro - era
cavar. Mas, de repente, na distração do ofício que amava, percebeu que
cavara demais. Tentou sair da cova e não conseguiu. Levantou o olhar
para cima e viu que sozinho não conseguiria sair. Gritou. Ninguém atendeu.
Gritou mais forte. Ninguém veio. Enrouqueceu de gritar, cansou de
esbravejar, desistiu com a noite. Sentou-se no fundo da cova,
desesperado. A noite chegou, subiu, fez-se o silêncio das horas tardias.
Bateu o frio da madrugada e, na noite escura, não se ouviu um som
humano, embora o cemitério estivesse cheio de pipilos e coaxares naturais
dos matos. Só pouco depois da meia-noite é que vieram uns passos.
Deitado no fundo da cova o coveiro gritou. Os passos se aproximaram.
Uma cabeça ébria apareceu lá em cima, perguntou o que havia: O que é
que há?
O coveiro então gritou, desesperado: Tire-me daqui, por favor. Estou com
um frio terrível! Mas, coitado! - condoeu-se o bêbado - Tem toda razão de
estar com frio. Alguém tirou a terra de cima de você, meu pobre mortinho!
E, pegando a pá, encheu-a e pôs-se a cobri-lo cuidadosamente.
(Millôr Fernandes)

Texto dissertativo
Todos nós, em algum momento, já fomos solicitados a dissertar, e em muitos
desses momentos não tínhamos clareza do que isso significava. Ao colocar
no papel nossas ideias e pensamentos, estamos dissertando, ou seja,
expondo aquilo que pensamos.

Assim, dissertar ou produzir um texto dissertativo é explicar, avaliar,


classificar, apresentar ideias sobre um determinado assunto, porém essas
ideias devem estar fundamentadas, por isso temos os textos dissertativo-
argumentativos. Nesses textos prevalece o poder de persuasão do emissor,
o qual apresenta exemplos, demonstra e comprova fatos a fim de
convencer o receptor/leitor das ideias expostas. Um texto dissertativo não
se confunde com um texto narrativo ou descritivo, à medida que nesses
dois últimos tipos textuais, pessoas, objetos e situações constituem-se os
temas.

Agora pense em ARGUMENTAR e CONVENCER. A vida cotidiana traz


constantemente a necessidade de exposição de ideias pessoais, opiniões
e pontos de vista. Em alguns casos, é preciso persuadir os outros a
adotarem ou aceitarem uma nova forma de pensar. Em todas essas
situações e em muitas outras, utiliza-se a linguagem para dissertar, ou seja,
organizam-se palavras, frases, textos, a fim de, por meio da apresentação
de ideias, dados e conceitos, chegar a conclusões.

Em suma, dissertar ou escrever uma dissertação implica apresentar uma


discussão de ideias, oferecer argumentação e organização do
pensamento, expor a defesa de pontos de vista, oferecer a descoberta de
soluções. É, portanto, necessário que se tenha conhecimento sobre o
assunto que se vai abordar, aliado a uma tomada de posição diante dele.

Nas dissertações aceita-se o uso do plural majestático, ou seja, o uso da


primeira pessoa do plural, e, modernamente, passou-se a aceitar o uso da
primeira pessoa do singular. Mas, se você optar pela primeira pessoa do
singular, evite "aparecer" no texto, usando inteligentemente essa escolha
como um instrumento argumentativo, fazendo parecer ao leitor que as
ideias expostas por você são de aceitação universal.

A dissertação expõe ideias, defende opiniões, apresenta reflexões sobre


essas pessoas, objetos, situações, sobre fatos concretos etc. Logo, há
também uma estrutura que organiza a produção de textos dissertativos: a
introdução, o desenvolvimento e a conclusão.

Vamos identificar os elementos que compõem essa estrutura?

 Introdução: é o início do texto. É a exposição do assunto ou tema


que será tratado, desenvolvido e concluído ao longo da redação.
Ela pode ser iniciada por uma citação, por uma afirmativa ou até
mesmo por um questionamento, a fim de despertar o interesse do
leitor.
 Desenvolvimento: é o desenrolar do assunto, a parte em que as
ideias, as informações, os conceitos e os argumentos serão
desenvolvidos progressivamente.
 Conclusão: é a parte final do texto. Uma avaliação final do assunto,
um fechamento, em que o assunto é retomado para ser concluído.

Exemplo:

Sem limites

Não há limites para o imaginário humano. Mesmo em condições adversas,


o homem é capaz de criar representações da realidade, seja com a
intenção de mudar uma situação vigente, seja para sair da rotina
monótona do cotidiano ou fugir de uma realidade hostil à vida. Essas
imagens exercem um importante papel na alma humana e vão muito
além da conotação recreativa, elas formam a esperança e, em alguns
casos, podem determinar a sobrevivência do indivíduo.
No filme “A vida é bela”, cujo contexto é o da Segunda Guerra Mundial,
um homem, prisioneiro em um campo de concentração, tece uma gama
de imagens positivas e divertidas para que seu filho, uma criança, pense
estar em meio a uma brincadeira. Nesse caso, a fuga da realidade por
meio da inventividade humana, significou o alheamento do indivíduo, mas
isso lhe garantiu a sobrevivência, pois o garoto resiste até o fim para que
possa receber sua recompensa.
No filme “O náufrago”, o personagem interpretado por Tom Hanks imagina
uma bola falante dotada de pensamento, a qual foi dada o nome de
Wilson. Essa criação do náufrago evitou que a solidão o levasse à loucura e
ao suicídio até ser resgatado. Ambos os exemplos dados são substituições
da realidade por imagens, visando o “eu”, assim como ocorre na
sociedade atual, em que o individuo cresce, a competição acirra-se e
cria-se uma realidade hostil; a fuga torna-se uma questão de
sobrevivência.
Luther King, ao proferir a frase “I have a dream”, referia-se à imagem
criada por ele de um mundo melhor, em que o convívio entre brancos e
negos fosse pacífico. A realidade, entretanto, era marcada por um
verdadeiro apartheid, ataques de organizações como a ku klux klan, numa
espécie de caça às bruxas. Após King, muito da intolerância diminuiu.
A imagem criada por um homem salvou o coletivo. Dessa forma, nem
somente para fugir da realidade servem as imagens. Elas exercem papel
fundamental na transformação do mundo, o qual de hostil pode tornar-se
melhor, como o conseguido por King.

Fonte: letrasmundosaber.logspot.com/2008/12/texto-dissertativo-argumentativo.html

Elaborar textos dissertativos é uma atividade em que você deve considerar


os objetivos do seu texto e a quem se destina, pois devemos escrever para
responder indagações, questionamentos e posicionamentos que
objetivamos inicialmente alcançar.

Texto descritivo
Enquanto, por meio da dissertação, quem escreve defende uma ideia e se
posiciona a respeito do assunto sobre o qual escolheu dissertar, em uma
descrição, a ênfase objetivará com maior detalhe descrever objetos,
ambientes, estado de espírito, etc.

O importante da descrição é que quem escreve consiga fazer com que o


leitor entenda claramente aquilo que é descrito. Lembramos que outro
fator importante na descrição é que o redator tenta apenas descrever
algo, sem tomar partido, sem se envolver, apenas descrevendo de modo
distanciado o que está observando. Descrever é representar verbalmente
algo ou alguém, a partir de um ponto de vista.

Enfatizamos, ainda, que a descrição "pura" não existe e que descrever é


colocar no papel as características de objetos, de imagens, de locais, de
pessoas, da forma mais próxima possível do real para, assim, o leitor ser
capaz de reconstruir o que foi descrito. É como se o tempo não existisse e o
leitor mergulhasse no assunto com a sensação de que a descrição é atual,
não importando o tempo a que ela remete ou em que foi escrita.
Exemplo:

Às 7h30min da manhã, o escritório está vazio; às 8h00, recebe os primeiros


funcionários; às 10h00 é uma verdadeira feira [...] (nesse caso, há narrativa,
pois há transformação temporal; os fatos apresentados distribuem-se entre
7h30min e 10h00) (MEDEIROS, 2000, p. 135).

Medeiros (2000, p 135) informa que as etapas para construção de um


processo descritivo são:

 Pesquisa e seleção dos dados a serem apresentados;


 Rascunhar o que se escreve;
 Correção – revisão e redação final.

O texto descritivo tem como característica principal a exatidão da


comunicação, pois seu objetivo é esclarecer, informar, comunicar.

1.16 Redação científica


Ao longo do tempo, percebemos que a falta de conhecimento linguístico
e de normas que possam facilitar a vida dos alunos, professores e
pesquisadores na elaboração dos seus trabalhos é uma constante quando
se trabalha a língua como pressuposto científico.

Sendo assim, o principal objetivo da redação científica é fazer com que os


trabalhos comumente realizados em cursos que você realiza sejam feitos
por meio da pesquisa e dos seus embasamentos técnico-científicos, bem
como sociais. Para Medeiros (1997, p. 12), apud Câmara Jr. (1978, p. 58): “A
leitura exige objetivo preestabelecido, análise, síntese, reflexão, aplicação
do que se leu”.

Ou seja, “Ninguém é capaz de escrever bem, se não sabe bem o que quer
escrever”. No curso que está realizando e diante dos textos das aulas,
acreditamos que você já percebeu que “A leitura exige objetivo
preestabelecido, análise, síntese, reflexão, aplicação do que se leu”
(MEDEIROS, 1997, p. 12) e temos que concordar com Câmara Jr. (1978)
quando ele afirma que não é possível escrever bem quando não se sabe
exatamente o que se pretende escrever.

Fichamento
O fichamento é um processo utilizado para elaborar fichas de leitura na
qual devem constar as informações mais relevantes de um texto lido. São
anotações que servirão posteriormente para consulta, na elaboração do
seu trabalho. Lembramos que fichamento não é um resumo, mas sim um
apontamento das principais ideias contidas num artigo ou obra lida. É
válido ressaltar que o fichamento, segundo Medeiros (1997, p. 93), é
precedido por uma leitura que atenta para o texto. Assim teremos: fichas
de comentário, citação direta, resumo e crítica/analítica. A diferença entre
os vários tipos de fichas é só o seu texto. As fichas compreendem o
cabeçalho, referências bibliográficas, corpo da ficha e local onde se
encontra a obra. O cabeçalho engloba título genérico ou específico e
letra indicativa da sequência das fichas, se for utilizar mais de uma.

Resumo
É a captação da ideia maior do texto, o ponto central. A norma NBR
6028:1990 define resumo como “apresentação concisa dos pontos
relevantes de um texto”. Segundo Medeiros (1997, p. 142), resumo é "uma
apresentação sucinta, compacta dos pontos mais importantes de um
texto".

Resenha
Para Andrade (1995, p. 60), apud Medeiros (1997, p.132), a resenha é um
tipo de trabalho que “exige conhecimento do assunto, para estabelecer
comparação com outras obras da mesma área e maturidade intelectual
para fazer avaliação e emitir juízo de valor”. Logo, observamos a resenha
com algumas condições estruturais: delimitação, análise textual, temática,
interpretativa, problematização e síntese pessoal.

Segundo Santos (2001), as partes essenciais de uma resenha são:


identificação da obra (referência bibliográfica), credenciais do autor,
conteúdo (resumo da obra/digesto), a crítica e a indicação do resenhista.
A resenha não é um resumo. Medeiros afirma que enquanto o resumo não
aceita o juízo valorativo, o comentário e a crítica à resenha exige esse
elemento.

Para estruturar uma resenha deve-se compor os seguintes itens: referências


bibliográficas, credenciais do autor, resumo da obra (digesto), apreciação
(crítica do resenhista) e indicações do resenhista.

O estudo dessa tipologia é uma necessidade prática, que atende ao


desempenho dos trabalhos técnicos voltados às áreas comerciais,
administrativas e financeiras, lembrando que redigir é aprender manusear
a língua (viva) como essência material na linguagem, seja técnica ou
científica.

1.17 Textos técnicos e de instrução


Mensagem eletrônica (e-mail)
As mensagens eletrônicas, que também podem ter cunho técnico-
administrativo, estão sendo muito usadas atualmente, e a celeridade de
sua circulação requer cuidados quando utilizadas para fins profissionais. O
emissor da mensagem deve atentar para sua clareza, coerência e coesão,
não se esquecendo do uso de uma linguagem padrão, formal, uma vez
que nas mensagens eletrônicas institucionais e profissionais não cabem
abreviaturas, gírias, linguagem coloquial, tal qual usamos em mensagens
eletrônicas pessoais.

Convocação
A convocação é uma produção textual utilizada para convocar, chamar,
convidar alguém para uma reunião, encontro. É necessário especificar o
local, a hora, a data e o objetivo da convocação, a exemplo da pauta de
uma reunião ou assembleia.

Ata
É um texto elaborado a partir de relatos, fatos, deliberações ocorridos em
uma reunião, encontro, assembleia. Suas principais características são:

 Texto constituído sem parágrafos, emendas ou rasuras, uma vez que


a ata é um documento, não se admitindo modificações posteriores.
Caso seja necessária alguma alteração, deve-se usar a expressão
“Em tempo:”, com a anuência do presidente;
 Números são grafados por extenso;
 O texto poderá ser manuscrito em livro próprio para este fim ou
digitado, este último com numeração para cada ata;
 A ata deverá ser assinada, obrigatoriamente, pelo presidente da
reunião e pelo secretário desta. Poderá ser assinada pelos demais
presentes à reunião, desde que necessário;
 Obrigatoriamente, o texto/ata deverá conter dia, mês, ano e hora
da reunião, grafados por extenso; local da reunião; relação nominal
dos presentes à reunião; pauta (ordem do dia) e o fecho da ata

Memorando
É um documento que objetiva a comunicação interna entre setores ou
departamentos de uma mesma instituição ou empresa. A celeridade da
comunicação é uma característica dessa redação. Sua estrutura consiste
em:

 Destinatário (nome ou cargo/função)


 Emissor (nome ou cargo/função)
 Assunto: sobre o que o memorando está tratando
 Data
 Mensagem em si
 Fechamento
 Assinatura
Requerimento
É um texto produzido com a finalidade de solicitar, requerer algo dentro de
uma mesma instituição pública ou privada. Esse documento é elaborado
quando se tem a presunção de que a solicitação tem amparo legal.
Como exemplo, tomemos a solicitação, via requerimento, da licença-
maternidade.

Declaração
É um documento em que se declara, conceitua, ou explica algo a alguém.
Quando queremos comprovar que estamos estudando em determinada
instituição, por exemplo, solicitamos da secretaria escolar uma declaração
de que estamos matriculados.

Procuração
Documento utilizado para que uma pessoa represente outra, legalmente.
Nesse documento, delimitamos ou constituímos amplos poderes, ou seja,
delegamos poderes ao procurador para realizar atos quando estiver nos
representando. A procuração pode ser simples, redigida de próprio punho
ou digitada, ou ainda feita em cartório, também conhecida como
procuração pública. É importante ressaltar que a procuração, tal qual a
ata, deve ser redigida sem parágrafos, uma vez que não são permitidas
emendas ou rasuras. Ela só terá validade se a assinatura for reconhecida
em cartório. Isso vale para os dois tipos de procuração, a simples e a
pública.

Ofício
Documento de uso exclusivo de órgãos públicos, uma vez que os assuntos
tratados nesse documento são sempre oficiais, logo ele pode ser emitido
somente por órgãos públicos, porém o destinatário poderá ser a própria
administração pública ou empresa/instituição particular. Por se tratar de
um documento oficial, deve ser redigido em papel timbrado. Instituições ou
empresas particulares utilizam a carta comercial para se comunicarem
com outras empresas ou com a administração pública, uma vez que não
podem utilizar o ofício.

Relatório administrativo
Com o intuito de comunicar algo a alguém, o relatório administrativo é um
relato, opinião/ponto de vista do autor acerca de fato, ação ou
ocorrência administrativa. Sua organização consiste em introdução do
assunto, desenvolvimento minucioso das ideias/fatos/ocorrências
elencadas na introdução e conclusão do que foi exposto, com possíveis
recomendações.

1.18 Formas de discurso


Discurso direto
É aquele em que o autor reproduz exatamente o que escutou ou leu de
outra pessoa.
Podemos enumerar algumas características do discurso direto:

 Emprego de verbos do tipo: afirmar, negar, perguntar, responder,


entre outros;
 Uso, especificamente para introduzir os diálogos, dos seguintes sinais
de pontuação: dois-pontos e travessão.

Como exemplo de discurso direto, observe o trecho abaixo retirado do


livro Contos da Floresta:

"Então o velho falou para a velha:

- Não sei por que todos foram embora, mas não vamos sair daqui. Esse é
nosso lugar e onde morreremos, quando chegar nossa hora.

- Sim, meu velho, você tem razão, nada nos fará sair daqui."

Yaguarê Yamã - Contos da floresta

Discurso indireto
É aquele em que o narrador reproduz com suas próprias palavras aquilo
que escutou de outra pessoa ou leu sobre ela. No discurso indireto
eliminamos os sinais de pontuação que introduzem o diálogo e usamos
conjunções: que, se, como, etc.

Agora perceba como ficaria o mesmo texto, visto no exemplo interior, caso
o discurso fosse indireto:

"O velho falou para a velha que não sabia por que todos tinham ido
embora, mas não queria sair de lá. Disse que aquele era o lugar deles,
onde morreriam quando chegasse a hora. A velha concordou dizendo
que nada faria eles saírem de lá.".

Discurso indireto livre


É aquele em que o narrador reconstitui o que ouviu ou leu por conta
própria, servindo-se de orações.

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