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IX ENCONTRO AMAZÔNICO DE AGRÁRIAS - ENAAG

Extensão rural: perspectivas para o desenvolvimento na


Amazônia

Iris Lettieri do Socorro Santos da Silva


Helene Estéfany de Castro Costa Correa
Nicolas França dos Santos Rodrigues

Organizadores

ANAIS DO IX ENCONTRO AMAZÔNICO DE AGRÁRIAS

Belém
2017
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
JOSÉ MENDONÇA BEZERRA FILHO
MINISTRO
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA
SUEO NUMAZAWA
REITOR
PAULO DE JESUS SANTOS
VICE-REITOR
PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO – PROEX
DJACY BARBOSA RIBEIRO
PRÓ-REITOR DE EXTENSÃO
PRÓ-REITORIA DE ENSINO – PROEN
MARCEL DO NASCIMENTO BOTELHO
PRÓ-REITOR DE ENSINO
PRÓ-REITORIA DE ASSUNTOS ESTUDANTIS - PROAES
IRIS LETTIERE DO SOCORRO SANTOS SILVA
PRÓ-REITORA DE ASSUNTOS ESTUDANTIS
Antônio José Figueiredo Moreira
DIRETOR DO INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
Manoel Euclides do Nascimento
VICE-DIRETOR DO INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
Pedro Silvestre da Silva Campos
DIRETOR DO INSTITUTO CIBER ESPACIAL
Rosemiro dos Santos Galate
VICE-DIRETOR DO INSTITUTO CIBER ESPACIAL
Paulo Jorge de Oliveira Ponte de Souza
DIRETOR DO INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL E DOS RECURSOS HÍDRICOS
Israel Hidenburgo Aniceto Cintra
VICE-DIRETOR DO INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL E DOS RECURSOS HÍDRICOS
Cristian Faturi
DIRETOR DO INSTITUTO DA SAÚDE E PRODUÇÃO ANIMAL
Érica Renata Branco
VICE-DIRETORA DO INSTITUTO DA SAÚDE E PRODUÇÃO ANIMAL
HELENE ESTEFANY DE CASTRO COSTA CORREA
EDITORAÇÃO
ALBA GIZELLE DAMASCENO ROCHA
AMANDA LOBATO TEIXEIRA
HELENE ESTEFANY DE CASTRO COSTA CORREA
MARCUS VINICIUS SANTIAGO DE OLIVEIRA E SILVA
TINAYRA TEYLLER ALVES COSTA
COMISSÃO EDITORIAL

__________________________________________________________________________________

Encontro Amazônico de Agrária (9. : 2017 : Belem, PA)


Anais do IX Encontro Amazônico de Agrárias / Iris Lettieri do Socorro Santos da Silva, Helene Estéfany
de Castro Costa Correa, Nicolas França dos Santos Rodrigues, Organizadores. - Belém: ENAAG, 2018.
1021 p.: il.

Tema: Extensão rural: perspectivas para o desenvolvimento na Amazônia.


Disponível em:

ISBN: 978-85-7295-125-8.

1. Ciências Agrárias. 2. Extensão rural. 3. Amazônia. I. Silva, Iris Lettieri do Socorro Santos da, Org. II.
Correa, Helene Estéfany de Castro Costa, Org. III. Rodrigues, Nicolas França dos Santos, Org. IV. Título.

CDD 630
MONITORAMENTO DE UMA FLORESTA SECUNDÁRIA NO NORDESTE
PARAENSE

Mário Morais Oliveira Neto 1; Paula Priscila Ferreira Gomes 2; Maria do Socorro
Gonçalves Ferreira 3.

RESUMO

As atividades humanas têm provocado grandes alterações ambientais demandando proteção


para as florestas secundárias. O presente trabalho teve como objetivo monitorar as parcelas
permanentes em uma floresta secundária no município de Capitão Poço/PA. Foram instaladas
quatro parcelas permanentes divididas em nove subparcelas, nas quais foram realizadas
medições nos anos 2001, 2002 e 2013. Na área foram registradas sessenta espécies. A classe
diamétrica de 5cm - 14,2cm foi a que apresentou maior quantidade de indivíduos em todas as
medições, as espécies com maior taxa de abundância foram Vismia guianensis, Annona
paludosa, Guatteria poeppigiana, Vismia japurensis e Lacistema polystachyum. A maior taxa
de mortalidade foi registrada na avaliação do ano de 2013, porém neste mesmo ano houve uma
grande quantidade de indivíduos ingressos na área. Esta área apresenta grande potencial de
fonte de renda para os produtores, oferecendo produtos madeiráveis e não madeiráveis, com
isso são necessários estudos mais aprofundados para que haja o manejo adequado dessas
espécies.

PALAVRAS-CHAVE: Floresta secundária. Monitoramento. Pará.

ABSTRACT

Human activities have led to major environmental changes requiring protection for secondary
forests. The present work had the objective of monitoring as permanent plots in a secondary
forest in the municipality of Capitão Poço / PA. Four permanent plots were divided into nine
subplots, in which measurements were taken in the years 2001, 2002 and 2013. Sixty species
were registered in the area. The diameter class of 5cm-14.2cm was the one with the highest
number of individuals in all measurements, as species with higher abundance were Visonia
guianensis, Annona paludosa, Guatteria poeppigiana, Vismia japurensis and Lacistema
polystachyum. The highest mortality rate was recorded in the assessment for the year 2013,
despite a large number of individuals entering the area. This area presents a great potential of
production for the producers, offers the wood products and non-wood products.

KEYWORDS: Secondary forest. Monitoring. Pará.

1 Acadêmico de Engenharia Florestal; ICA (Instituto de Ciências Agrárias); Universidade Federal Rural da
Amazônia, Campus Belém. E-mail: [email protected];
2
Engenheira Florestal Formada pela Universidade Federal Rural da Amazônia, Campus Belém;
3
Dra. Pesquisadora da Embrapa Amazônia Oriental.

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4
INTRODUÇÃO

A floresta secundária é a regeneração arbórea após um corte raso da vegetação nativa.


Estima-se que na América Latina 40% das coberturas florestais sejam formadas por vegetação
secundária, das quais 70% foram originadas do processo de colonização (VEIRA et al., 2007).
Na região amazônica brasileira também ocorre um processo intenso de desmatamento, apesar
de atualmente haver um decréscimo nos índices anuais dessa atividade que deixou sua marca
nos ecossistemas da região (CARIN, 2007).
Apesar do processo de regeneração florestal em regiões tropicais não substituir o papel
da floresta primária, ela oferece uma gama de recursos (CHAZDON, 2012). Desempenha
importante função como provedor de produtos, tais como: madeira para uso rural, lenha, frutos,
plantas medicinais (ROSA, 2002). Além disso, oferecendo habitats adequados a várias espécies
florestais e são grandes acumuladores de carbono, compensando parcialmente as emissões
globais (VIEIRA et al., 2007). Por consequência, há uma demanda para a proteção das florestas
secundárias, objetivando o avanço sucessional, com a finalidade da conservação da
biodiversidade e expandindo os serviços ambientais que esta floresta pode oferecer para a
sociedade (BRANCALION et al., 2012).
No presente trabalho objetivou-se monitorar as parcelas permanentes em uma floresta
secundária no Município de Capitão Poço.

MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi realizado em uma área de floresta secundária no município de Capitão


Poço, localizado no Nordeste Paraense com coordenadas 01°45’S e 47°01’W. O clima da
região, segundo a classificação de Köppen, é do tipo Am com precipitação anual em torno de
2.500mm, com uma curta estação seca entre setembro e novembro (precipitação mensal em
torno de 60mm), temperatura média de 26° e umidade relativa do ar entre 75% e 89% nos meses
com menor e maior precipitação, respectivamente.
A área de estudo foi abandonada em 1986, após sucessivos cultivos anuais (milho,
mandioca, arroz), acumulando no presente estudo (ano 2013) atualmente 27 anos de sucessão
florestal secundária.
Foram instaladas quatro parcelas permanentes (PPM) com as seguintes dimensões: 30
x 30 m (0,09 ha) (Figura 01), divididas em nove subparcelas de 10 x 10 m, Foram identificados
todos os indivíduos com DAP ≥ 5cm e numerados sequencialmente com placa de alumínio

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contendo a identificação do número da parcela, da subparcela e do individuo. As medições
foram realizadas nos anos de 2001, 2003 e 2013.
O reconhecimento dendrológico das espécies foi realizado em campo, onde o material
botânico foi coletado para posterior identificação, por meio de comparações com o material do
Herbário da Embrapa – Amazônia Oriental.
A metodologia de medição seguiu o protocolo de monitoramento de parcelas
permanentes desenvolvido pela Embrapa (SILVA et al., 2005).

Figura 1 - Croqui esquemático da área de estudo no município de Capitão Poço, Estado do Pará.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Durante todo o período do monitoramento (12 anos) foram registradas sessenta espécies
na área distribuídas em 443 indivíduos (1.640,74 ind.ha-1). Na primeira medição(2001) foram
registrados 388 indivíduos, dois anos posterires (2003), 373 indivíduos e 10 anos passados
(2013), 443 indivíduos. Entre a primeira e a segunda medição houve uma redução de 15

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indivíduos (55,55 ind.ha-1), enquanto que entre a segunda e a terceira medição um acréscimo
de 69indivíduos (255,55 ind.ha-1).
Os indivíduos registrados foram distribuídos em sete classes diamétricas sendo que a
classe diamétrica de 5-14,2cm registrou o maior número de indivíduos nas três medições
realizadas (Figura 1). Característica fundamental em áreas de regeneração natural, onde os
indivíduos ficam concentrados nas primeiras classes diamétricas, o mesmo pode ser observado
nas áreas de parcelas permanentes em Bragança – PA (CARIM, 2007).

400
Número de Indivíduos (0,36 ha)

350
Indivíduos 2001
300
Indivíduos 2003
250
Indivíduos 2013
200
150
100
50
0
5 cm - 14,2 cm 14,3 cm - 23,5 cm 23,6 cm - 32,8 cm > 32,9 cm
Classes de Diâmetro
Figura 2 - Número de indivíduos por classe diamétrica registrados nas medições realizadas nos
anos de 2001, 2003 e 2013 em floresta secundária, município de Capitão Poço, Pará.

As espécies mais abundantes ao longo do período de monitoramento foram Vismia


guianensis (Aubl.) Pers., Annona paludosa (Aubl.), Guatteria poeppigiana Mart, Vismia
japurensis Reichardt e Lacistema polystachyum Schnizl (Figura 3). Espécies comumente
encontradas em áreas de regeneração natural como se vê no trabalho de (CARIM, 2007)
realizado no município de Bragança, onde foram encontradas as espécies Guatteria
poeppigiana e Annona paludosa dentre as mais abundantes e representaram 6,74% juntas.
A taxa de mortalidade na área, entre a primeira e segunda medição foi 8,5% da
população total (33 indivíduos; 122,2 ha-¹), a V. guianensis apresentou a maior taxa de
mortalidade, 2,57% (10 indivíduos; 37 ha-¹),). No ano de 2013 houve mortalidade de 217
indivíduos; 803,7 ha-¹),, representando 58,17% da população total, acumulando taxa anual de
mortalidade de 5,82%. A maior contribuição na mortalidade foi para V. guianensis, 59
indivíduos (218,5 ha-¹; 15,81%). Por outro lado, a saída de indivíduos foi compensada neste

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período pelo ingresso de 287 indivíduos (1062,96 ha-¹), resultando uma taxa anual de
recrutamento de 7,69% (Tabela 1).

TABELA 1. Mortalidade e ingresso nos anos de 2003 e 2013 em área de vegetação secundária,
no município de Capitão Poço, Estado do Pará.
2001 (%) 2003 Anual (%) 2013 Anual (%)
Mortalidade 0 0 33 4,25 217 5,82
Ingresso 0 0 18 2,3 287 7,69
Total de
Indivíduos 388 100 373 100 443 100

90
80 Indivíduos 2001
Número de Indivíduos (0,36 ha)

70 Indivíduos 2003

60 Indivíduos 2013
50
40
30
20
10
0
Vismia Annona Guatteria Vismia Lacistema
Guianensis paludosa poeppigiana japurensis polystachyum

Figura 3 - Número de indivíduos das espécies de maior abundância registradas nas medições
de 2001, 2003 e 2014 em floresta secundária, município de Capitão Poço, Pará.

Na floresta secundária estudada há evidências da dinâmica sucessional estar avançando


para estágios mais avançados e de estrutura vegetacional mais complexa. Dentre essas,
podemos destacar as famílias de Hypericaceae e Lacistemataceae entre a mais representativa
em abundância de indivíduos. Segundo Carim (2007) esta família é típica de início de sucessão
secundária e comuns em capoeiras de até 30 anos. Para Chazdon (2012), a alta mortalidade de
árvores pioneiras de vida curta e a dominância de árvores pioneiras longevas são um dos
inúmeros atributos de floresta secundária de 15 a 50 anos de idade.

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CONCLUSÃO

Percebe-se que a capoeira em estudo demanda um longo período para alcançar o clímax do
estágio sucessional, pois o desenvolvimento da floresta foi lento, levando em conta a evolução
das árvores em diâmetro e as características das espécies presentes na área. Contudo, as
capoeiras podem colaborar consideravelmente para a redução do ritmo de aumento dos gases
causadores do efeito estufa, possibilitando outros benefícios, como a conservação do solo e da
biodiversidade.

REFERÊNCIAS

BRANCALION, P.H.S., R.A.G. VIANI, R. R. RODRIGUES & R. G. CÉSAR,. Estratégias


para auxiliar na conservação das florestas secundárias inseridas em paisagens alteradas.
Boletim do Museu Paraense Emilio Goeldi, Ciências Naturais, v. 7, n. 3, p. 219-234, Belém
– Pará, 2012.

CARIM, S.; Riquezas de espécies, estrutura e composição florística de uma floresta secundária
de 40 anos no leste da Amazônia. Acta Botânica Brasilica 21 (2) 293-308. 2007.

CHAZDON, R. L. 2012. Regeneração de florestas tropicais. Boletim do Museu Paraense


Emilio Goeldi, Ciências Naturais, v. 7, n. 3, p. 195-218, Belém – Pará, 2012.

VIEIRA, I.C.; TOLEDO, P.M. de; ALMEIDA, A. Análise das modificações da paisagem da
região Bragantina, no Pará, integrando diferentes escalas de tempo. Ciência e Cultura [online],
v. 59, n. 3, p. 27-30, 2007. Disponível em:
<http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0009-
67252007000300013&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 09 maio. 2017.

ROSA, L. S. Limites e possibilidades do uso sustentável dos produtos madeireiros e não


madeireiros na Amazônia brasileira: o caso dos pequenos agricultores da Vila Boa Esperança,
em Mojú, no Estado do Pará. 2002. 304p. Tese (Doutorado em Desenvolvimento Sustentável
do Trópico Úmido) - Universidade Federal do Pará/Núcleo de Altos Estudos da Amazônia,
Belém. 2002.

SILVA, J. N. M.; LOPES, J. C. A.; OLIVEIRA, L. C.; SILVA, S. M. A. da.; CARVALHO, J;


O. P.; COSTA, D. H. M.; MELO, M. S.; TAVARES, M. J. M. Diretrizes para instalação e
medição de parcelas permanentes em florestas naturais da Amazônia Brasileira. Livro
Embrapa Amazônia Oriental. Belém, Pará, 2005.

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