Especies Ameaçadas Do ES
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Conselho fiscal
Marcelo Passamani
Roberta Fassarela
Valéria Fagundes
Equipe técnica
Andressa Gatti
Deusdedet Ale Son
Monica Toniato
Edição
Linda Kogure
Catalogação
Ana Maria de Mattos Mariani
CRB 12/ES, n. 425.
Impressão
Gráfica JEP
CDD: 581.98152
CDU: 577.4(815.2)
Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção
no Estado do Espírito Santo
Organizadores
Marcelo Simonelli - Claudio Nicoletti de Fraga
Vitória
2007
Agradecimentos
Para a sua oficialização, a lista foi encaminhada em março de 2005 para o Con-
sema e o decreto estadual de homologação nº 1499-R foi assinado pelo governador
em 11 de junho de 2005, no Museu de Biologia Prof. Mello Leitão e, em 14 de junho
daquele mesmo ano, foi publicado no Diário Oficial Estadual. A partir de então, o
Espírito Santo passou a ser um dos seletos Estados do Brasil a ter uma lista oficial
de espécies ameaçadas de extinção.
Esta obra está dividida em duas partes: a primeira, com sete artigos, aborda os
ecossistemas existentes no Espírito Santo, suas características, estado de conserva-
ção e flora. A segunda parte sintetiza os aspectos relativos à metodologia e aos
resultados obtidos na confecção da lista, além de discutir as espécies ameaçadas
por grupo de plantas, apresentando ao final de cada capítulo a listagem e o status
de conservação para cada uma das espécies.
Todo esse impacto certamente levaria a uma das principais conseqüências da ocu-
pação desordenada do território estadual: a extinção prematura de espécies. Preocupa-
do com esse fenômeno e seguindo as diretrizes do Programa Nacional de Biodiversidade,
o IPEMA – Instituto de Pesquisas da Mata Atlântica – buscou financiamento externo e
parceria com instituições públicas estaduais para executar o projeto “Conservação da
Biodiversidade da Mata Atlântica no Estado do Espírito Santo”.
Com recursos do CEPF (Critical Ecosystems Partnership Fund) e apoio do IEMA
(Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos), INCAPER (Instituto
Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural), IDAF (Instituto de
Defesa Agropecuária e Florestal) e IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e
dos Recursos Naturais Renováveis), o IPEMA viabilizou três subprojetos envolven-
do um diagnóstico de manejo de 20 unidades de conservação do Espírito Santo, a
definição das áreas prioritárias para a conservação da Mata Atlântica no Estado e a
lista de flora e fauna ameaças de extinção em nível estadual.
Parte I
Vegetação e flora do Estado do Espírito Santo
Capítulo 1 ................................................................................................................ 17
A cobertura vegetal no Estado do Espírito Santo
Oberdan José Pereira
Capítulo 2 ................................................................................................................ 21
Formações pioneiras: manguezais
Renato de Almeida e Claudia Câmara do Vale
Capítulo 3 ................................................................................................................ 27
Formações pioneiras: restingas
Oberdan José Pereira
Capítulo 4 ................................................................................................................ 33
Florestas de tabuleiro
Ariane Luna Peixoto e Marcelo Simonelli
Capítulo 5 ................................................................................................................ 45
Floresta ombrófila densa submontana, montana e alto-montana
Luiz Fernando Silva Magnago, André Moreira de Assis
Hélio Queiroz Boudet Fernandes
Capítulo 6 ................................................................................................................ 51
Floresta estacional semidecidual de terras baixas, submontana e montana
André Moreira de Assis, Luiz Fernando Silva Magnago
Hélio Queiroz Boudet Fernandes
Capítulo 7 ................................................................................................................ 55
Refúgio ecológico
Hélio Queiroz Boudet Fernandes, André Moreira de Assis
Luiz Fernando Silva Magnago
Sumário
Parte II
Flora ameaçada no Estado do Espírito Santo
Capítulo 8 ................................................................................................................ 59
Metodologia utilizada na elaboração da lista da flora ameaçada
de extinção no Estado do Espírito Santo.
Claudio Nicoletti de Fraga, Marcelo Simonelli
Hélio Queiroz Boudet Fernandes
Capítulo 9 ................................................................................................................ 73
Situação atual da flora ameaçada no Estado do Espírito Santo.
Marcelo Simonelli, Claudio Nicoletti de Fraga
Hélio Queiroz Boudet Fernandes
Capítulo 10 .............................................................................................................. 81
As briófitas ameaçadas de extinção no Estado do Espírito Santo.
Olga Yano e Denilson Fernandes Peralta
Capítulo 11 .............................................................................................................. 89
As pteridófitas ameaçadas de extinção no Estado do Espírito Santo.
Lana da Silva Sylvestre
Capítulo 12 .............................................................................................................. 97
As gimnospermas ameaçadas de extinção no Estado do Espírito Santo.
Ingrid Koch, Leonardo Dias Meireles, Claudio Nicoletti de Fraga
Marcos Sobral
A
vegetação que cobre o ter- nas e Formações Pioneiras (Restin-
ritório do Espírito Santo se de- ga e Manguezal).
senvolve em diferentes tipos
de solos, enquadrados por Brasil A cobertura vegetal do Espírito San-
(1978) em pelo menos 13 classes, em to foi originalmente constituída pela
terrenos pertencentes a períodos geo- Mata Atlântica (sentido amplo), que co-
lógicos distintos, estando os mais an- bria aproximadamente 90% do territó-
tigos do Pré-Cambriano (Costa, 1997) rio e o restante por outras fisionomias
em nível topográfico acima dos 100 como restingas, mangues, brejos, campos
metros do nível do mar, principalmen- de altitude e rupestres (Fundação SOS
te nos municípios serranos; do Terci- Mata Atlântica et al., 1993). Entretanto,
ário, nos municípios costeiros em ter- a devastação das florestas vem ocorren-
renos planos, os denominados Tabu- do praticamente desde o período do des-
leiros, em cotas inferiores aos 100 cobrimento, diminuindo drasticamente
metros (Rizzini, 1997); e do Quaterná- sua cobertura vegetal original. Da área pri-
rio (Holoceno e Pleistoceno) represen- mitiva, resta um percentual muito peque-
tado por sedimento arenoso (Martin et no: em torno de 8,95% (Fundação SOS
al. 1997) e lodoso que vem sendo de- Mata Atlântica et al., 1998) que ainda
positado no período atual em cotas pode ser encontrado em diferentes pon-
muito próximas ao nível do mar, em- tos desta Unidade da Federação.
bora sua formação tenha início no Ter-
ciário (Yokoya, 1995). A erradicação de grandes extensões
das diferentes fisionomias vegetais e os
Na classificação das regiões fi- contatos entre estas causa a fragmenta-
toecológicas apresentada pelo IBGE ção dos habitats, o que se constitui num
(1992) e, considerando as diferen- dos mais graves problemas ecológicos
tes cotas altitudinais e de solo do da atualidade (Bourlegat, 2003). Esta si-
Bioma Mata Atlântica, as fisionomi- tuação tem como conseqüência uma
as da vegetação do Espírito Santo série de fatores, dentre eles, a perda de
são constituídas por formações flo- diversidade específica, ampliação da
restais e não florestais, que o IBGE borda florestal e seus efeitos, limitação
(1983) enquadrou como Floresta de uma espécie para dispersão e colo-
Ombrófila Densa Sub-Montana, nização, redução de oferta de alimen-
Montana, Alto-Montana e de Terras tos para animais nativos, declínio e ex-
Baixas; Floresta Estacional Semide- tinção de populações (Primack & Rodri-
cidual, Refúgios Ecológicos, Sava- gues, 2001).
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Cap.1 - A cobertura vegetal do Espírito Santo
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Capítulo 2
Renato de Almeida
Instituto BiomaBrasil
O
manguezal é um ecossistema bilidade de sítios para o estabeleci-
costeiro tropical, típico da mento dos manguezais. Dos vários
faixa do entremarés. Presente ambientes propostos por Thom (1982),
em todo o litoral capixaba ocupa cer- os estuários alimentados por rios, ca-
ca de 70,35 km² (Vale & Ferreira, 1998). racterizados por sedimentos terrígenos
Coloniza depósitos sedimentares (vasas em ambientes intermarés, são os
lamosas, argilosas ou arenosas) até o li- habitats por excelência para
mite superior das preamares equinociais os manguezais. Carências de
e pode apresentar estrutura caracteriza- reentrâncias, de baixios praiais, de
da por um continuum de feições: “lava- costas abrigadas, protegidas do emba-
do”, “mangue” e “apicum” (Schaeffer- te das ondas e marés, restringem a ex-
Novelli, 2005). O “lavado” é a feição pansão dos manguezais, os quais,
exposta à maior freqüência de inunda- muitas vezes ocupam uma estreita fai-
ção, apresentando substrato lodoso ex- xa costeira e são, freqüentemente, alvo
posto desprovido de cobertura vegetal. da energia das ondas e não conseguem
O “mangue” apresenta cobertura vege- desenvolver-se. O estabelecimento das
tal típica, constituída por espécies plântulas requer lugares abrigados, li-
arbóreas que lhe conferem fisionomia vres da ação das ondas. De outro
peculiar. A feição “apicum” limita-se ao modo, não há tempo hábil para a co-
aspecto mangue, e é atingido nas prea- lonização dos sítios, a despeito da
mares de sizígia, equinociais ou devido viviparidade.
a eventos meteorológicos. O “apicum”
pode apresentar-se hipersalino, limitan- A fisionomia e as características
do a ocorrência de espécies arbóreas e funcionais dos bosques de mangue
dando falsa impressão de que não faz refletem respostas das espécies a fato-
parte do manguezal e que nele não há res ecofisiológicos locais. Lugo &
vida. A ocorrência de apicuns está as- Snedaker (1974) reconheceram seis
sociada, em parte, com a existência de tipos fisiográficos para os manguezais,
déficit hídrico. cada qual compartilhando fontes si-
milares (intensidade e periodicidade)
Os fatores geológico- de energias subsidiárias e conseqüen-
geomorfológicos referem-se à disponi- te similar ao desenvolvimento estru-
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Cap.2 - Formações pioneiras: manguezais
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Rio São Mateus 8,1 – 29,6 5,5 – 14,8 7,2 – 30,9 Silva et al. (2000)
Rio Reis Magos 6,5 – 10,0 3,8 – 5,1 9,4 – 17,9 Carmo et al. (1998a)
Baía de Vitória 2,9 – 26,3 2,0 – 17,0 1,5 – 66,3 Ferreira (1989)
Baía de Vitória 4,2 – 18,9 5,0 – 17,0 5,4 – 26,0 Carmo et al. (1995)
Baía de Vitória 7,2 – 12,6 4,4 – 9,6 4,9 – 10,7 Carmo et al. (1998b)
Baía de Vitória 6,8 6,0 18,8 Carmo et al. (2000)
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Cap.2 - Formações pioneiras: manguezais
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Capítulo 3
A
restinga é aqui entendida ta permanentemente inundada, aber-
como sendo o conjunto da ta de Clusia e aberta de Ericaceae.
vegetação litorânea sobre de-
pósitos arenosos marinhos do A classificação das comunidades
Quaternário (Suguio & Tessler, 1984), da restinga tem sofrido adaptações ao
depositados tanto no Pleistoceno longo desses anos, sendo que Thomaz
como no Holoceno (Martin et al., & Monteiro (1997) estabeleceram, por
1997), estando também, segundo Pe- fusão, a formação halófila-psamófila,
reira (2003), associados em alguns por considerarem difícil a delimitação
pontos da costa a sedimentos entre estes ambientes, em função de
fluviomarinhos. suas espécies serem tolerantes aos for-
tes ventos, com conseqüente
No Espírito Santo a restinga tem soterramento de suas porções aéreas,
sua ocorrência por quase toda a exten- assim como a alta salinidade, portan-
são da costa, sendo interrompida em to, psamófilas e halófilas, respectiva-
alguns trechos pela foz de rios, algu- mente. Outro agrupamento estabeleci-
mas vezes associados a estes o do é o de Assis et al., (2004) que pro-
manguezal, como na Barra do Jucu, em põem a denominação formação flores-
Vila Velha. Em outros pontos, a tal não inundável, baseados nos estu-
restinga não tem sua ocorrência, hoje, dos de Sandro Menezes da Silva, em
em função do avanço do mar sobre a 1998 (Silva & Britez, 2005), por enten-
costa que chega até o Terciário (Perei- derem que a fisionomia na floresta de
ra, 2002), formando as denominadas Myrtaceae, em Guarapari, não se deve
falésias, encontradas no litoral Sul, unicamente a esta família que se en-
entre Guaraparí e Marataízes. contra também com grande
representatividade na mata seca.
A diversidade de fisionomias nas
restingas foi reconhecida no Espírito Considerando as diferentes pro-
Santo por Pereira (1990) para uma postas relacionadas à nomenclatura
restinga em Guarapari, sendo denomi- para as formações vegetais da restinga,
nadas com base em Araujo & Pereira (2003) propõe as terminologi-
Henriques (1984) como formação as Herbácea não inundável, inundável
halófila, psamófila reptante, pós-praia, e inundada; Arbustiva fechada não
Palmae, mata seca, brejo herbáceo, flo- inundável e inundável; Arbustiva
resta periodicamente inundada, flores- aberta não inundável e inundada; Flo-
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Cap.3 - Formações pioneiras: restingas
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das, entre outras espécies, por Ditassa Lagoa do Juparanã, e as bacias dos rios
arianeae Fontella & E. A. Schwarz Itapemirim e São Mateus. A Reserva
(Macroditassa melantha ssp. Biológica de Sooretama e a Reserva
arianeae (Fontella & E. A. Schwarz) Natural da Vale do Rio Doce também
Fontella & T.U.P. Konno); Aechmea incluem diversidade de ambientes,
blanchetiana (Baker) L. B. Sm., ocorrendo restinga apenas na Reser-
Pilosocereus brasiliensis (Britton & va da CVRD, resultante de deposição
Rose) Backer. subsp. brasiliensis, no Quaternário (Pleistoceno) (Martin
Scaevola plumieri (L.) Vahl, et al. 1997).
Axonopus pressus (Ness ex Steud.)
Parodi, Rhodostemonodaphne Na história da devastação das flo-
capixabensis Baitello & Coe-Teixeira, restas do Espírito Santo, os relatos de
Heteropteris oberdanii Amorim, Saint-Hilaire (1974) entre os anos de
Cattleya guttata Lindl., Piper 1816 e 1822, indicam quanto os
sprengelianum C.DC. e Jacquinia ecossistemas litorâneos vinham sen-
armillaris Jacq. do substituídos, principalmente por
culturas de subsistência. Na atualida-
No Espírito Santo, a vegetação de de, os impactos sobre a vegetação da
restinga encontra-se conservada ao restinga são, principalmente, extração
Sul de Vitória, no município de de areia, madeira como combustível
Guarapari, representada pelo Parque e ocupação urbana (CCREMAD,
Estadual Paulo César Vinha e, em Vila 1992). A expansão imobiliária volta
Velha, o Parque Natural Municipal de a se acelerar na região Norte e ao Sul,
Jacarenema. Em Vitória, a Reserva em antigas cidades, como Guarapari
Ecológica Municipal Restinga de e Vila Velha. Impactos, como a extra-
Camburi. Ao norte se destacam, em ção de areia e drenagem como repor-
Linhares, a Reserva Biológica de Com- tado por Pereira & Assis (2000), in-
boios e, em Conceição da Barra, o terferem nas comunidades de manei-
Parque Estadual de Itaúnas. Em ra a alterar sua composição florística
www.iema.es.gov.br é discriminada a ou mesmo substituição total da vege-
totalidade das Unidades de Conser- tação natural na restinga por exóticas
vação e áreas protegidas, sendo que o a este ecossistema.
IPEMA (2005) faz uma breve descri-
ção de algumas delas. A situação de ocupação da pla-
nície quaternária no Espírito Santo
As áreas elencadas como para os próximos anos tende a não ser
prioritárias para conservação da ve- diferente do que vem ocorrendo até o
getação de restinga podem ser momento. Entretanto, esta pressão
acessadas em www.ipema-es.gov.br, antrópica deverá ser ampliada em
abrangendo grande parte do litoral do função do desenvolvimento deste es-
Espírito Santo, como na Foz do Rio tado, aumentando áreas de cultivo
Doce, no município de Linhares, Con- (principalmente de coco e abacaxi),
ceição da Barra, Praia das Neves, estabelecimento de novos empreen-
Setiba, Guanandy e Anchieta. Em CIB dimentos imobiliários e industriais
et al. (2000), as áreas para conserva- nos balneários até então pouco ocu-
ção delimitadas são o delta do Rio pados, como os extremos Norte e Sul
Doce e os remanescentes florestais na da costa.
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Capítulo 4
Florestas de tabuleiro
Marcelo Simonelli
Faculdades Integradas São Pedro (FAESA)
N
o Espírito Santo são expres- Köppen, tropical quente e úmido, com
sivas as áreas cobertas por Flo- estação chuvosa no verão e seca no inver-
restas de Tabuleiros ao Norte no. Com base em dados dos anos de 1975
do Rio Doce. Estas florestas encon- a 2000, recolhidos na estação
tram-se estabelecidas sobre os Tabu- meteorológica instalada na Reserva Na-
leiros Terciários da série Barreiras e tural da Vale do Rio Doce, Jesus & Rolim
estão localizados entre a região serra- (2005) informam que a precipitação
na e a planície quaternária. O conta- pluviométrica média anual é de 1.202
to com a planície quaternária é feito mm, a temperatura média de 23,3o C, sen-
através de pequenas escarpas ou de do a média das mínimas de 14,8o C e a
maneira gradativa e, neste contato, média das máximas de 34,2o C. Informam
têm início os terraços marinhos pleis- ainda que a precipitação total tem uma
tocênicos formados por sedimentos, forte variabilidade anual, com valores
que são os mais antigos da planície abaixo de 1.000 mm, em alguns anos com-
quaternária (Martin et al., 1993). pensados por outros, com precipitação
de até 1.640 mm.
Os Tabuleiros Terciários se caracteri-
zam por uma seqüência de colinas tabu- A Floresta de Tabuleiros do Norte do
lares, com altitude entre 28 e 65 m, Espírito Santo está inserida na Floresta
entrecortados por vales amplos e rasos Ombrófila Densa de Terras Baixas no sis-
pontilhados de lagoas e brejos. Os vales, tema de classificação apresentado por
em sua maioria, apresentam-se com fun- Veloso et al. (1991). Entretanto, este
dos chatos e colmatados por sedimentos posicionamento é contestado por diferen-
quaternários, por onde correm os rios e tes autores que a classificam como Flo-
riachos. Os sedimentos são de caráter ar- resta Estacional Semidecídua de Terras
giloso, argilo-arenoso ou arenoso e as áre- Baixas. Engel (2001), embasado no acom-
as de quaternário distribuem-se em alu- panhamento de fenofases envolvendo 41
viões, atuais ou antigos, ao longo dos va- espécies do dossel florestal, onde encon-
les e vias fluviais (Martin et al., 1993). trou 43,9% de espécies sempre-verdes,
43,9% como brevi-decíduas e 12%
O clima, na área de ocorrência destas como caduciflolias, a denominou
florestas, é ‘Awi’ na classificação de como Floresta Tropical Estacional
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Cap.4 - Floresta de tabuleiro
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Capítulo 5
S
obre as regiões originadas no restas no Espírito Santo pertencem às
Pré-Cambriano, em terrenos famílias Orchidaceae, Bromeliaceae e
montanhosos com alta precipi- Araceae (Assis, 2007). Além disso, é
tação e umidade e ausência de perío- característico das Florestas Ombrófilas
do seco pronunciado, ocorre a Flores- Densas primárias ou em estágios avan-
ta Ombrófila Densa, que é subdividi- çados de regeneração, a presença de
da em Submontana, Montana e Alto- árvores de grande porte, atingindo até
Montana (IBGE, 1983). 30 metros de altura e a formação de
estratos (superior ou dossel, médio e
A distribuição vertical de tempe- inferior).
ratura e umidade nas montanhas in-
fluencia fortemente a florística e a es- Embora as áreas com formações da
trutura destas florestas, constituindo Floresta Ombrófila Densa ocupem a
um gradiente vegetacional acentuado maior parte do território capixaba
(Koehler et al., 2002), abrigando espé- (IPEMA, 2005), publicações a respei-
cies com distribuição restrita à Mata to de sua vegetação e flora são escas-
Atlântica, sendo algumas limitadas a sas, estando a maior parte das infor-
determinadas localidades, constituin- mações sobre esses temas presentes
do os endemismos restritos (Kurtz & apenas em estudos técnicos, tais como
Araujo, 2000). EIA/RIMA e Planos de Manejos, ou em
monografias de conclusão de curso de
A elevada umidade que caracteri- graduação.
za as Florestas Ombrófilas Densas, fa-
vorece o estabelecimento de uma rica Em estudos realizados na região
e diversificada comunidade epifítica, de Santa Teresa, foram encontrados
destacando-se por sua alta altos índices de diversidade no estra-
representatividade na fitofisionomia to arbóreo entre os maiores encontra-
do interior das florestas. Os principais dos em florestas tropicais (Thomaz &
representantes de epífitas destas flo- Monteiro, 1997; Assis et al., 2007). O
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na Estação Ecológica Estadual do Paraíso, Van Den Berg, E. 1995. Estudo florístico e
Cachoeiras de Macacu, Rio de Janeiro, Bra- fitossociológico de uma floresta ripária em
sil. Rodriguésia, 51 (78/79): 69-112. Itutinga, MG, e análise das correlações en-
tre variáveis ambientais e a distribuição das
Lima, A. L. & Soares, J. J. 2003. Aspectos espécies de porte arbóreo-arbustivo. Dis-
florísticos e ecológicos de palmeiras sertação de Mestrado em Engenharia Flo-
(Arecaceae) da Reserva Biológica de Duas restal, Universidade Federal de Lavras.
50
IPEMA 2007
Capítulo 6
O
corre também sobre terrenos os podem atingir alturas superiores
do Pré-Cambriano em regiões a 25 metros.
em que os regimes hídricos
apresentam uma estacionalidade de O IBGE (1983) indica a presença
períodos chuvosos e secos demarcados. das formações de Floresta Estacional
Esse fator climático limitante à vegeta- Semidecidual das Terras Baixas e Sub-
ção (mais de 60 dias secos) faz com que montana e Montana na porção Sul do
os elementos arbóreos apresentem ca- Estado. Ao Norte, em função do ele-
ducifolia parcial (20% a 50% dos indi- vado desmatamento, o IBGE (1987)
víduos) como forma de adaptação ao não determinou nenhuma área natu-
estresse hídrico e/ou climático (IBGE, ral dessa região fitoecológica. No en-
1987; Silva, 2000; Tonhasca-Junior, tanto, considerando uma escala mais
2005), bem como armazenamento de detalhada, podem ser encontrados
água em partes da planta, órgãos para
absorção da umidade atmosférica ou de
chuvas, perda de turgescência foliar e
outras estratégias (Ivanauskas & Rodri-
gues, 2000).
51
IPEMA 2007
Espécies da Flora ameaçadas de Extinção no Estado do Espírito Santo
52
IPEMA 2007
Cap.6 - Floresta Estacional Semidecidual de Terras Baixas, Submontana e Montana
André Moreira de Assis - Luiz Fernando Silva Magnago - Hélio Queiroz Boudet Fernandes
As vegetações de afloramentos
rochosos em Florestas Estacionais
Semideciduais brasileiras são en-
contradas em diferentes tipos vege-
tacionais, como citado por Caiafa &
Silva (2005) nos Campos de Altitu-
de da Serra do Brigadeiro/MG, por
Figura 6.3 – Aspecto da vegetação Oliveira-Filho & Fluminhan-Filho
rupestre de Floresta Estacional
(1999) no Campo Rupestre e de Al-
Semidecidual no município de Águia
Branca. Foto: Luiz Magnago titude do Parque Florestal Quedas
do Rio Bonito/MG, por Benites et al.
fila Densa e com trechos represen- (2003) nos Complexos Rupestres de
tativos de fragmentos em bom esta- Altitude das Serras da Mantiqueira
do de conservação, está o complexo e do Espinhaço/MG e BA e por Po-
montanhoso da Serra das Torres, lo- rembski et al., (1998) na vegetação
calizado nas divisas dos municípi- de Inselbergs/BA.
os de Atílio Vivácqua, Muqui e Mi-
moso do Sul, possuindo cotas ali- Dentre as espécies ameaçadas
métricas que variam em cerca de 30 que ocorrem na Região Fitoecológi-
a 1.200 metros de altitude. Estudos ca da Floresta Estacional Semideci-
recentes desenvolvidos pelo IPEMA dual destacam-se Syagrus romanzo-
demonstram alta heterogeneidade ffiana (Cham.) Glassman, Parateco-
de foramções vegetacionais e de ri- ma peroba (Record & Mell) Kuhlm.,
queza de espécies, bem como a pre- Cavanillesia arborea (Willdenow)
sença de espécies ameaçadas de ex- K. Schum., Orthophytum foliosum
tinção para o Estado. Estes dados in- L.B. Sm., Mezilaurus crassiramea
dicam a região da Serra das Torres ( M e i s n . ) Ta u b . e x M e z , Bulbo-
como um dos remanescentes de Flo- phyllum plumosum (Barb. Rodr.)
restas Estacional Semidecidual mais Cogn., Cogniauxiocharis euphlebia
representativos do Espírito Santo. (Oliv. ex Rchb. f.) Hoehne e Epiden-
drum polyanthum Lindl.
Nas diferentes tipologias das
Florestas Estacionais Semideciduais A região das Florestas Estacio-
também são encontradas as Vegeta- nais Semideciduais, embora ocupas-
ções Rupestres (Figura 6.3), sendo se 23% do território capixaba, IPE-
que alguns trechos destas formações MA (2005), foi quase totalmente
foram estudados por Porembski et substituída por pastagens e cultu-
al. (1998) sobre os complexos rocho- ras agrícolas como o café, cana-de-
sos de inselbergs dos municípios de açúcar e extração de rochas orna-
Pancas e na divisa de Santa Teresa mentais, sendo que a última atinge
com Itarana. Para o autor loc. cit., principalmente a Vegetação Rupes-
devido ao desmatamento das Flores- tre que, outrora, estava imune à ex-
tas Estacionais Semideciduais para pansão agrícola.
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IPEMA 2007
Espécies da Flora ameaçadas de Extinção no Estado do Espírito Santo
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IPEMA 2007
Capítulo 7
O
s Refúgios Ecológicos, segun-
do o IBGE (1983), são áreas
geralmente isoladas ou relí-
quias de algum paleoclima que ainda
estão praticamente intactos, estando
situados nos pontos mais altos dos pla-
naltos, onde estes ambientes formam
agrupamentos vegetais que destoam
das sinúsias dominantes da vegetação
regional.
Figura 7.1 – Aspecto de um trecho de
Para o Estado do Espírito Santo, o
Refúgio Ecológico (Campo de Altitude)
IBGE (1983) menciona o Refúgio Eco- Alto-Montano na Serra do Caparaó. Foto
lógico Alto-Montano que é caracteri- Ludovic Kollmann
zado por apresentar vegetação com co-
bertura herbáceo-graminóide e arbus- Os Campos de Altitudes ocorrem
tiva e é encontrado em áreas revesti- sobre geoformas mais arredondadas de
das por solos litólicos de embasamen- rochas graníticas e/ou rochas intrusi-
to cristalino, integrados aos afloramen- vas ácidas ricas em sílica e alumínio,
tos rochosos nos terrenos acima de inseridos na área de abrangência da
1.500 metros na Serra do Caparaó (Fi- mata atlântica (senso amplo) nas es-
gura 7.1). Para o IPEMA (2005), esta carpas mais altas e íngremes das ser-
região abriga a única área de Campo ras do Sudeste brasileiro, apresentan-
de Altitude existente no Espírito San- do uma vegetação predominantemen-
to como também é citado por Tonhas- te campestre, de características fisio-
ca-Junior (2005), que ressalta a impor- nômicas e ecológicas ímpares (Caifa &
tância dos Campos de Altitude como Silva, 2005).
centros de riqueza endemismos de es-
pécies, mesmo ocupando áreas relati- Segundo Safford (1999), os agru-
vamente pequenas. pamentos de vegetação nos Campos de
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IPEMA 2007
Espécies da Flora ameaçadas de Extinção no Estado do Espírito Santo
Referências
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IPEMA 2007
Parte II
Marcelo Simonelli
Faculdades Integradas São Pedro (FAESA)
U
ma lista de espécies espécies listadas pelo Herbário
ameaçadas tem como princi- CVRD para a Reserva Natural da Vale
pal objetivo produzir um ins- do Rio Doce; o banco de dados com-
trumento para conservar a biodiversi- pleto do acervo do Herbário MBML;
dade e evitar a extinção das espécies, e parte do banco de dados do Herbá-
já que permite reunir e organizar um rio VIES, da Universidade Federal do
sistema de informações sobre as espé- Espírito Santo.
cies de especial interesse para a con-
servação, além de representar um ins- Essas informações locais foram
trumento efetivo na construção de complementadas com dados sobre a
políticas públicas. flora do Espírito Santo, oriundas de
coleções depositadas fora do Estado e
Para elaborar a lista de espécies já informatizadas como: a coleção tipo
ameaçadas do Espírito Santo, tanto de e as famílias Orchidaceae e Bromelia-
flora quanto de fauna, era necessário ceae presentes no banco de dados do
ter um conhecimento sobre a biologia Herbário HB, Herbarium Bradeanum
das espécies ocorrentes no Estado. (pois eram as únicas informatizadas
Entretanto, para a flora, a primeira pre- naquele momento); as informações das
ocupação foi tentar estabelecer, o mais coleções tipo do Herbário RB, herbá-
próximo possível da realidade, quais rio do Instituto de Pesquisas Jardim
os táxons existentes dentro dos limi- Botânico do Rio de Janeiro; e a lista-
tes do Estado. gem das espécies ocorrentes no Espí-
rito Santo e presentes na lista nacio-
Para se alcançar esse conhecimen- nal de espécies ameaçadas, publicada
to, foram agrupadas em um banco de por Mello Filho et al. (1992).
dados, as informações presentes na lis-
ta de espécies das restingas do Espíri- Para todas as fontes de informa-
to Santo, publicada por Pereira & Ara- ção foram considerados apenas os es-
ujo (2000) e atualizada ao longo do pécimes determinados em nível espe-
tempo no site www.restinga.net; as cífico ou infra-específico, permane-
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IPEMA 2007
Espécies da Flora ameaçadas de Extinção no Estado do Espírito Santo
Tabela 8.1 - Quantificação e origem das informações para a composição do banco de da-
dos dos espécimes e taxons do Estado do Espírito Santo.
* Espécime aqui se refere ao número de entradas originadas de cada uma das fontes de
informação, significando acessos de coleta apenas para as informações originadas dos
herbários MBML, RB, e HB;
** Táxons aqui se referem a nomes específicos e/ou infra-específicos presentes em cada
uma das fontes de informação, sendo que a soma simples não indica o número real de
táxons, em virtude de um mesmo nome poder ocorrer em mais de uma base.
1- Mello-Filho, 1992;
2- Pereira & Araujo (2000) e banco de dados da UFES.
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IPEMA 2007
Cap.8 - Metodologia utilizada na elaboração da Lista da Flora Ameaçada de Extinção no Espírito Santo
Claudio Nicoletti de Fraga - Marcelo Simonelli - Helio Queiroz Boudet Fernandes
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IPEMA 2007
Espécies da Flora ameaçadas de Extinção no Estado do Espírito Santo
Figura 8.1 – Famílias mais importantes em números de espécies da flora do Espírito Santo
(1. Orchidaceae, 2. Leguminosae, 3. Bromeliaceae, 4. Myrtaceae, 5. Asteraceae, 6. Rubiaceae,
7. Melastomataceae, 8. Euphorbiaceae, 9. Cyperaceae, 10. Bignoniaceae, 11. Sapindaceae,
12. Lauraceae e 13. demais 192 famílias botânicas).
Figura 8.2 - Famílias mais importantes em números de acessos da flora do Espírito Santo
(1. Orchidaceae, 2. Bromeliaceae, 3. Myrtaceae, 4. Leguminosae, 5. Asteraceae, 6. Palmae,
7. Rubiaceae, 8. Melastomataceae, 9. Begoniaceae, 10. Araceae, 11. Malpighiaceae, 12.
Piperaceae e 13 demais 192 famílias botânicas).
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IPEMA 2007
Cap.8 - Metodologia utilizada na elaboração da Lista da Flora Ameaçada de Extinção no Espírito Santo
Claudio Nicoletti de Fraga - Marcelo Simonelli - Helio Queiroz Boudet Fernandes
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IPEMA 2007
Espécies da Flora ameaçadas de Extinção no Estado do Espírito Santo
Figura 8.3 – Esquema das categorias de ameaça adotado na Lista da Flora Ameaçada no
Espírito Santo, adaptado da IUCN (2001).
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IPEMA 2007
Cap.8 - Metodologia utilizada na elaboração da Lista da Flora Ameaçada de Extinção no Espírito Santo
Claudio Nicoletti de Fraga - Marcelo Simonelli - Helio Queiroz Boudet Fernandes
que deve ser considerado um táxon res do Grupo Flora trabalharam jun-
que enfrenta perigo muito alto de tos e elaboraram a lista de espécies
extinção na natureza. candidatas a partir da confecção do
banco de dados da flora do Espírito
Vulnerável (VU) - Um táxon está Santo, sendo que o primeiro passo foi
Vulnerável quando a melhor evidên- retirar os táxons que possuiam ampla
cia disponível indica que ele se en- distibuição no estado do Espírito San-
quadra em qualquer um dos critérios to, táxons comuns em ambientes per-
de A a E para Vulnerável (Tabela 3) e turbados e os táxons cujas populações
que deve ser considerado um táxon são predominantemente de estados
que enfrenta um alto risco de extin- limítrofes e estão em expansão no es-
ção na natureza. tado. Com base nesses critérios, os
coordenadores fizeram uma avaliação
Baixo Risco (LR) - Um táxon está geral das espécies, resultando em uma
na categoria Baixo Risco quando a lista de 3.328 espécies candidatas.
melhor evidência disponível indica
que ele não se enquadra em qualquer Assim como para fauna, o grupo
um dos critérios de A a E para Critica- de flora preocupou-se em não produ-
mente em Perigo, Em Perigo ou Vul- zir uma lista muito extensa, que difi-
nerável (Tabela 3) e que deve ser con- cultasse e/ou desestimulasse a análi-
siderado um táxon que enfrenta um se por parte dos especialistas a serem
baixo risco de extinção na natureza. consultados. Entretanto, em virtude da
especialidade botânica trabalhar com
Deficiente em Dados (DD) - Um grupos taxonômicos em nível de fa-
táxon está na categoria Deficiente em mília (diferente do que ocorre em fau-
Dados quando as informações exis- na onde se trabalha em nível de Or-
tentes sobre ele são inadequadas para dem), a listagem de Angiospermas teve
se fazer uma avaliação direta ou in- que ser fragmentada em pequenos ban-
direta sobre seu risco de extinção com cos com as planilhas ESPÉCIES e
base em sua distribuição e/ou status ACESSOS, totalizando 158 bancos me-
de suas populações. Um táxon nesta nores, o que facilitaria a resposta por
categoria pode ser bem estudado e sua parte dos especialistas.
biologia ser bem conhecida, mas fal-
tam informações apropriadas sobre Para as Briófitas, Pteridófitas e
sua abundância e/ou distribuição ge- Gimnospermas não houve a divisão do
ográfica. Assim, a categoria Deficien- banco em famílias em função do me-
te em Dados não é uma categoria de nor número de informações no banco
ameaça. A colocação de um táxon e por terem sido subcoordenadas por
nesta categoria indica que mais infor- Olga Yano, Lana da Silva Silvestre e
mações são necessárias sobre ele, re- Claudio Fraga, respectivamente.
conhecendo-se a possibilidade de
futuras pesquisas mostrarem que o A tabela ESPÉCIES continha as
táxon se enquadra em alguma das ca- colunas: família, gênero, termo espe-
tegorias de ameaça. cífico, autor, subespécie ou variedade,
autor da subespécie ou variedade, sta-
Elaboração da relação das espéci- tus sugerido e comentário. Os dois
es candidatas à lista: Os coordenado- últimos estavam preenchidos tempo-
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IPEMA 2007
Espécies da Flora ameaçadas de Extinção no Estado do Espírito Santo
Tabela 3 – Sumário das categorias e critérios utilizados pela IUCN (extraído de Fundação
Biodiversitas).
Critérios Vulnerável Em perigo Criticamente
em perigo
A. População em declínio
Redução populacional
(observada, estimada,
inferida ou suspeita) com
base em qualquer um
dos itens abaixo
1 - Redução já ocorrida. 50% em dez anos 70% em dez anos 90% em dez anos
Causas de redução ou três gerações ou três gerações ou três gerações
reversíveis, bem conhecidas
e já ausentes. Taxa de
redução de
1 - Extensão da ocorrência: < 20.000 km2 < 5.000 km2 < 100 km2
2 – ou área de ocupação: < 2.000 km2 < 500 km2 < 10 km2
e pelo menos duas das três
características seguintes:
a – Distribuição geográfica Não mais que Não mais que Uma só
altamente fragmentada. 10 localidades 5 localidades localidade
Táxon assinalado em:
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IPEMA 2007
Cap.8 - Metodologia utilizada na elaboração da Lista da Flora Ameaçada de Extinção no Espírito Santo
Claudio Nicoletti de Fraga - Marcelo Simonelli - Helio Queiroz Boudet Fernandes
2 - Declínio populacional
contínuo em pelo menos
uma das seguintes situações:
a - Populações estruturadas
da seguinte forma:
(I) Nenhuma subpopulação 1000 250 50
com mais de:
(II) Número de indivíduos 100% pelo menos pelo menos
em uma subpopulação: 95% 90%
b - Flutuações populacionais Qualquer taxa Qualquer taxa Qualquer taxa
extremas
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IPEMA 2007
Espécies da Flora ameaçadas de Extinção no Estado do Espírito Santo
Figura 8.4 – Banco de dados da flora do Espírito Santo, tabela ESPÉCIES, analisado pelos
coordenadores e enviados posteriormente para o especialista. Exemplo: família Acanthaceae,
Mendoncia velloziana (linha 37, marcada de laranja)
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IPEMA 2007
Cap.8 - Metodologia utilizada na elaboração da Lista da Flora Ameaçada de Extinção no Espírito Santo
Claudio Nicoletti de Fraga - Marcelo Simonelli - Helio Queiroz Boudet Fernandes
Figura 8.5 – Banco de dados da flora do Espírito Santo, tabela ACESSOS, analisado pelos
coordenadores e enviados posteriormente para os especialistas. Exemplo: família
Acanthaceae, Mendoncia velloziana (linhas 125 a 127, marcadas de laranja).
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IPEMA 2007
Espécies da Flora ameaçadas de Extinção no Estado do Espírito Santo
Figura 8.6 – Resposta dada pelo especialista Vinícius Castro Souza para as Scrophulariaceae
da lista de espécies candidatas, demonstrando as inclusões (linhas 19 a 24, marcadas de
laranja), algumas correções de grafia de nomes de espécies (linha 13) e de nomes de auto-
res de espécies (linhas 8, 14, 15 e 18), estando todas as modificações em negrito.
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IPEMA 2007
Cap.8 - Metodologia utilizada na elaboração da Lista da Flora Ameaçada de Extinção no Espírito Santo
Claudio Nicoletti de Fraga - Marcelo Simonelli - Helio Queiroz Boudet Fernandes
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IPEMA 2007
Capítulo 9
Marcelo Simonelli
Faculdades Integradas São Pedro (FAESA)
O
Brasil é um país privilegiado tem transformado as áreas de florestas
em relação à diversidade de tropicais nas regiões mais ameaçadas
seus biomas, sendo possivel- do planeta em termos de perda de es-
mente o país com maior biodiversida- pécies (Lugo, 1988).
de do planeta. Segundo Myers et al.
(2000) é um dos principais países en- O complexo vegetacional deno-
tre aqueles detentores de megadiver- minado Mata Atlântica, que outrora
sidade, possuindo entre 15% e 20% recobria a parte do litoral brasileiro
do total de espécies do planeta, dis- se adentrando pelo continente em
tribuídas entre diversos tipos de ecos- uma área de 1.360.000 Km² (16% do
sistemas. Alguns destes ecossistemas, território brasileiro), representa uma
como a Mata Atlântica foram muito destas florestas tropicais considera-
mais degradados do que outros mas, das entre as mais ameaçadas do mun-
apesar disso, apresenta ainda uma do (Scarano, 2002). Extensas matas
magnífica biodiversidade (Camargo et foram reduzidas a um conjunto de pe-
al., 2002). quenos fragmentos que podem sofrer
processos de erosão de diversidade
Gerir essa riqueza demanda ações biológica em grande escala (Fonseca,
urgentes fundamentadas em uma me- 1992), conseqüência de cinco sécu-
todologia de conservação, espelhada los de ocupação desordenada que
em políticas públicas que representem teve início com o extrativismo do
as aspirações da sociedade, dada a in- pau-brasil, expandiu-se para outras
tensa e rápida destruição de habitats madeiras e, posteriormente, para a
no globo (Wilson, 1988). Os fatores agricultura e a pecuária. Segundo
mais importantes no estudo florístico Peixoto et al. (2002), não existem da-
para análise de conservação em regi- dos efetivamente confiáveis sobre a
ões tropicais residem no fato de que é superfície total remanescente e os
nesta porção do mundo que ocorre a autores divergem quanto a esse valor,
maior sobreposição entre diversidade que está entre 5% e 15%, sendo os
biológica e pressão antrópica, o que resíduos florestais, muitas vezes, pe-
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Espécies da Flora ameaçadas de Extinção no Estado do Espírito Santo
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Cap.9 - Situação atual da flora ameaçada no Espírito Santo
Marcelo Simonelli - Claudio Nicoletti de Fraga - Helio Queiroz Boudet Fernandes
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Espécies da Flora ameaçadas de Extinção no Estado do Espírito Santo
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Cap.9 - Situação atual da flora ameaçada no Espírito Santo
Marcelo Simonelli - Claudio Nicoletti de Fraga - Helio Queiroz Boudet Fernandes
Figura 9.3 - Número de espécies da flora do Espírito Santo ameaçadas nas diferentes catego-
rias separadas por grupo. VU = Vulnerável, EP = Em Perigo, CR = Criticamente em Perigo
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IPEMA 2007
Espécies da Flora ameaçadas de Extinção no Estado do Espírito Santo
Tabela 9.1 – Comparação do total de espécies ameaçadas nos Estados brasileiros já avalia-
dos, com sua extensão territorial e área necessária para se encontrar uma espécie ameaçada.
1) Hatschbach & Ziller, 1995; 2) Mendonça & Lins, 2000; 3) Resolução SMA 48 de 21 de
setembro de 2004; 4) www.sema.rs.gov.br; 5) www.museu-goeldi.br.;
6) www.biodiversitas.org.br.
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Cap.9 - Situação atual da flora ameaçada no Espírito Santo
Marcelo Simonelli - Claudio Nicoletti de Fraga - Helio Queiroz Boudet Fernandes
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Espécies da Flora ameaçadas de Extinção no Estado do Espírito Santo
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IPEMA 2007
Capítulo 10
Olga Yano
Instituto de Botânica, São Paulo (IBt – SP)
A
s briófitas (s.l.) comumente em formações bem úmidas, como a
conhecidas como musgos e Mata Atlântica, Mata Amazônica, Ma-
limos, incluem, além destes, tas de Galeria e pântanos; em regiões
as hepáticas e os antóceros. São vege- bastante áridas, como a caatinga do
tais criptogâmicos avasculares que Nordeste brasileiro, as savanas e os
apresentam uma geração gametofítica desertos africanos.
(n) e outra esporofítica (2n). A planta
adulta é o gametófito haplóide sobre A reprodução mais freqüente,
o qual se desenvolve o esporófito di- principalmente nas formações úmi-
plóide de vida efêmera. Sua coloração das, é a assexuada, através de gemas
pode variar do verde-musgo ao verde- ou propágulos ou diferentes partes do
esbranquiçado, tornando-se às vezes gametófito. A reprodução sexuada é
purpúrea como ocorre em algumas es- por oogamia. E as briófitas de regiões
pécies de Sphagnum Dum., Frullania bastante áridas (como caatinga) estão
Raddi, Hookeriopsis (Besch.) A. Jae- sempre com esporófito quando das
ger, Isotachis Mitt. e Rhacocarpus Lin- coletas desses materiais.
db. Podem crescer sobre diferentes
substratos, como cascas de árvore (cor- As briófitas são vegetais peque-
ticícolas), paredões rochosos e pedras nos, cujo comprimento varia de alguns
(rupícolas), solo (terrícolas), troncos e milímetros a aproximadamente 30 cm.
galhos de árvores vivas ou em decom- No Brasil foi encontrada uma espécie
posição e, às vezes, sobre outros ma- de Polytrichum Hedw. de 80 cm, es-
teriais como couro, plástico ou teci- candente, crescendo entre gramíneas
do. São encontradas ainda sobre a su- e outras plantas herbáceas.
perfície de folhas coriáceas e frondes
de vegetais vasculares (foliícolas), Segundo Hirai et al. (1998), as bri-
principalmente em plantas próximas ófitas podem ser confundidas com
ao leito dos rios, riachos e lagos ou pequenas pteridófitas como Azolla
ainda em áreas bem úmidas. São ve- Lam., Grammitis Sw., Hecistopteris J.
getais capazes de suportar grandes Sm., Huperzia Bernh., Hymeno-
variações climáticas, ocorrendo tanto phyllum Sm., Lellingeria A.R. Sm. &
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IPEMA 2007
Espécies da Flora ameaçadas de Extinção no Estado do Espírito Santo
R.C. Moran, Lycopodiella Holub., Lyco- plo Bryum sp., Campylopus sp. e ou-
podium L. e Selaginella P. Beauv. com tras; em jardinagem para transplante de
fanerógamas como Tillandsia L., Lem- mudas, e como substituto de gramas
na L, Spirodela Schleid., Wolffia para forrar o solo;
Horkel ex Schleid., Wolfiella (Hegelm.)
Hegelm., Tristichia Du Petit-Thouars, c) material para decoração especial-
Portulaca L.; e com fungos liqueniza- mente de vitrine de lojas;
dos como Alectoria Ach., Bryoria Bro-
do & D. Hawksw., Cladonia P. Browne, d) erva medicinal na China para trata-
e Usnea Dill. ex Adans. Podem tam- mento principalmente de doenças car-
bém, às vezes, serem confundidas com diovasculares. Ainda o Sphagnum foi
algumas algas marinhas ou outras plan- utilizado como vestimentas cirúrgicas
tas aquáticas. Por isso, há denomina- na Segunda Guerra Mundial e como
ção geral de “musgos” para diferentes substituto do algodão; como absorven-
plantas muito pequenas e rasteiras. te feminino; alimento de peixes, isca
em pescaria, formação de turfeiras e ne-
Hoje, as briófitas constituem três crose dos troncos de árvores frutíferas;
divisões distintas: Anthocerotophyta,
que reúne os antóceros; Bryophyta, que e) turfas são importantes como com-
reúne apenas os musgos verdadeiros e, bustível; na agricultura e horticultu-
Marchantiophyta, que concentra as ra; para tratamento de água; como pa-
hepáticas folhosas e talosas. pel e material de construção e outros
usos e importância ecológica das tur-
Os antóceros são briófitas de hábi- fas pantanosas;
to prostrado; as hepáticas podem ser
folhosas (gametófitos com os filídios f) controle de erosão do solo (Polytrichum
dispostos lateralmente) e talosas (game- sp., Campylopus sp., Bryum sp.) e como
tófitos sem diferenciação em caulídio, sementeiras para plantas superiores, prin-
filídio e rizóide); os musgos são todos cipalmente as Melastomataceae que ne-
folhosos de hábito ereto ou prostrado. cessitam de solo bem ácido para germi-
nação (Sphagnum sp. e Leucobryum sp.);
Além da importância ecológica das
briófitas, estas são utilizadas pelo ho- g) indicadoras de meio ambiente especi-
mem como: ficamente paleoecológicos, depósitos mi-
nerais, poluição da água e do ar (exem-
a) material de enchimento, fardo, etc., plo: briófitas aquáticas);
usado principalmente na construção
de casas; h) substâncias ativas biologicamente
(fragrância odorífera e paladar particu-
b) em horticultura para adição ao solo lar, como amargo, azedo, doce, etc); an-
permitindo a aeração e retenção de timicrobianas; reguladores de cresci-
umidade para germinação de semen- mento de plantas; impede o ataque de
tes e plantio de mudas (exemplo: predadores, incluindo peixes; antitumo-
Sphagnum sp. e Leucobryum sp.); ma- ral e citotóxicas.
terial para cultivo em vasos; para co-
brir o solo de vasos em bonsai, muito De um total de 24 mil espécies de
usado no Japão e no Brasil (por exem- briófitas registradas no mundo, 2.961
82
IPEMA 2007
Cap.10 - As briófitas ameaçadas de extinção no Estado do Espírito Santo
Olga Yano - Denilson Fernandes Peralta
Tabela 10.1 - Número total de espécies Tabela 10. 2 - Número total de espécies
de briófitas no Brasil. de briófitas no Estado do Espírito Santo.
Divisão Espécies Divisão Espécies
Anthocerotophyta 22 Anthocerotophyta 1
Bryophyta 1.960 Bryophyta 226
Marchantiophyta 979 Marchantiophyta 172
83
IPEMA 2007
Espécies da Flora ameaçadas de Extinção no Estado do Espírito Santo
Tabela 10.3. Lista das espécies de Briófitas ameaçadas ou regionalmente extintas no estado
do Espírito Santo com as respectivas categorias de ameaça de acordo com as definições da
IUCN. Categorias de ameaça: Vulnerável (VU), Em Perigo (EN), Criticamente em Perigo
(CR) e Regionalmente Extinta (REX).
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Cap.10 - As briófitas ameaçadas de extinção no Estado do Espírito Santo
Olga Yano - Denilson Fernandes Peralta
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Espécies da Flora ameaçadas de Extinção no Estado do Espírito Santo
2a
2b
4 3
Figura 10. 1. Rhacocarpus inermis Hedw.; 2. Itatiella ulei (Broth. ex Müll. Hal.) G.L. Smith (a. planta
feminina, b. planta masculina); 3. Frullania beyrichiana (Lehm. & Lindenb.) Kachroo & R.M. Schust.;
4. Noteroclada confluens Taylor ex Hook. & Wils. Fotos: 1/3/4 - D. F. Peralta, 2 - O.Yano
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Cap.10 - As briófitas ameaçadas de extinção no Estado do Espírito Santo
Olga Yano - Denilson Fernandes Peralta
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Santo, Brasil. Boletim do Museu de
Biologia Mello Leitão (Nova Série),
16: 21-38.
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IPEMA 2007
Capítulo 11
A
s Pteridófitas compreendem amplamente utilizadas na medici-
as plantas vasculares que na popular (Equisetum , Micro-
possuem alternância de ge- gramma).
rações bem marcadas, ambas de vida
livre, sendo o esporófito a fase do- A região Neotropical é a segun-
minante diplóide. Dispersam-se da mais diversa do grupo em nível
por esporos e não produzem semen- mundial, onde se concentram cer-
tes. Tradicionalmente são classifi- ca de 9.000 espécies de Pteridófi-
cadas em uma única divisão (Pteri- tas (Tryon & Tryon, 1982). Três
dophyta). Entretanto, vários auto- “Centros Primários de Diversidade
res têm demonstrado sua origem pa- e Endemismos” foram reconhecidos
rafilética, o que tem levado ao re- por Tryon (1972): o Andino, o Me-
conhecimento dois grupos distin- xicano e o Brasileiro. O Centro Bra-
tos: Licófitas e Monilófitas (Pryer sileiro localiza-se do Sul da Bahia
et al., 2004; Smith et al., 2006). As ao Rio Grande do Sul, sendo espe-
Licófitas são plantas que possuem cialmente rico nas regiões monta-
microfilos (ou licofilos), estando os nhosas, como as serras do Mar e da
esporângios localizados na base de Mantiqueira (Tryon & Tryon, 1982).
esporofilos. As Monilófitas com- O Espírito Santo está inserido nes-
preendem as demais Pteridófitas, te centro de diversidade, onde é es-
estando representadas pelas cava- timada a ocorrência de 600 espéci-
linhas, samambaias e Psilotum, es muitas delas endêmicas.
possuindo, na maioria, folhas ex-
pandidas denominadas megafilos Poucos foram os estudos que
(eufilos). abordaram as Pteridófitas do Espí-
rito Santo. Brade (1947) divulgou
Muitas Pteridófitas são ampla- o resultado de uma expedição à re-
mente conhecidas como plantas or- gião de Jatiboca, listando 112 espé-
namentais, especialmente os gêne- cies. Vários táxons novos foram
ros Adiantum, Selaginella e Po- descritos para a Ilha de Trindade, a
lypodium, sendo algumas utiliza- maioria oriunda das expedições re-
das como folhagens de corte (Ne- alizadas por J. Becker na década de
phrolepis e Rumohra). Outras são 60 (Brade 1937, 1969).
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Cap.11 - As Pteridófitas ameaçadas de extinção no Estado do Espírito Santo
Lana da Silva Sylvestre
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Espécies da Flora ameaçadas de Extinção no Estado do Espírito Santo
Figura 11.2 - Hábito preferencial das Pteridófitas ameaçadas de extinção no Espírito Santo
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Cap.11 - As Pteridófitas ameaçadas de extinção no Estado do Espírito Santo
Lana da Silva Sylvestre
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Espécies da Flora ameaçadas de Extinção no Estado do Espírito Santo
nar, visto que o conhecimento das ranos, devem ser priorizados pois
Pteridófitas no Estado ainda é inci- têm revelado a ocorrência de muitos
piente. A Figura 11.4 mostra os re- táxons raros e de distribuição geo-
sultados obtidos, por grau de amea- gráfica restrita. Esforços de coleta
ça, entre as diferentes listas de Pte- concentrados são necessários para
ridófitas ameaçadas de extinção. Os incrementar a representatividade de
Estados do Espírito Santo, São Pau- grupos subestimados, como Grammi-
lo e Rio Grande do Sul indicaram tidaceae e Hymenophyllaceae. Em
maior número de espécies Vulnerá- complementação ao esforço de cole-
veis, diferentemente da lista de Mi- ta, coleções de importantes herbári-
nas Gerais que apresentou um núme- os capixabas devem ter seu acervo
ro extremamente alto de espécies identificado, pois ainda existe mui-
Criticamente em Perigo e da flora to material indeterminado (Sylves-
brasileira ameaçada de extinção, que tre, 2003). Portanto, seria necessário
teve um número equivalente de es- implementar esforços no sentido do
pécies criticamente em perigo e em estabelecimento de uma política que
perigo, além de um número menor viabilize a visita de especialistas a
de vulneráveis. estas coleções. Finalmente, muitos
grupos não foram precisamente ana-
A flora do Espírito Santo neces- lisados pela falta de revisões taxo-
sita de estudos para que seja defini- nômicas recentes, não existindo da-
da, com maior precisão, a riqueza das dos suficientes para a correta iden-
Pteridófitas no Estado. Os ambien- tificação dos táxons e a análise de
tes florestais, especialmente os ser- sua distribuição geográfica.
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Cap.11 - As Pteridófitas ameaçadas de extinção no Estado do Espírito Santo
Lana da Silva Sylvestre
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Espécies da Flora ameaçadas de Extinção no Estado do Espírito Santo
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Capítulo 12
Marcos Sobral
Universidade Federal de Minas Gerais
O
termo gimnosperma, literal- seus componentes e os táxons mais
mente “semente nua”, é utili- proximamente relacionados às angios-
zado para designar o conjun- permas permanecem incertas (Soltis et
to de plantas vasculares cujos óvulos al., 2005).
e sementes apresentam-se expostos
sobre esporófilos ou estruturas equi- Os representantes das gimnosper-
valentes (Foster & Gifford, 1958). mas são usualmente tratados como
pertencentes a quatro ordens, Cycada-
Estudos filogenéticos realizados les, Ginkgoales; Pinales e Gnetales
nas últimas décadas baseados princi- (Foster & Gifford, 1958; Soltis et al.,
palmente em caracteres morfológicos, 2005; Stevens, 2006). A ordem mais
sugeriram que as gimnospermas for- representativa pelo número de espé-
mariam um grupo não natural (parafi- cies e importância econômica é Pina-
lético). Entretanto, estes resultados les, com 7 famílias, 69 gêneros e 537
não se mostraram robustos e análises espécies. Ginkgo biloba é o único re-
filogenéticas recentes baseadas na presentante vivo de Ginkgoales, Cyca-
combinação de várias seqüências de dales é constituída por duas famílias,
genes, apontam as gimnospermas 10 gêneros e 305 espécies; Gnetales é
como um grupo monofilético e irmão constituída por três famílias, três gê-
de angiospermas (Soltis et al., 2005; neros e 96 espécies (Stevens, 2006).
Stevens, 2006). Como as gimnosper-
mas são compostas por linhagens bas- No Brasil ocorrem representantes
tante antigas de plantas com semen- de três das quatro ordens de gimnos-
tes, muitas delas já extintas, e as aná- permas: Pinales, com Podocarpaceae
lises filogenéticas baseadas em dados (Podocarpus – 2 a 8 espécies; Retro-
moleculares utilizam os táxons atual- phyllum - 1 espécie) e Araucariaceae
mente existentes, as questões sobre a (Araucaria – 1 espécie); Cycadales,
monofilia do grupo, as relações entre com Zamiaceae (Zamia – 4 espécies);
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Espécies da Flora ameaçadas de Extinção no Estado do Espírito Santo
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Cap.12 - As Gimnospermas ameaçadas de extinção no Estado do Espírito Santo
Ingrid Koch - Leonardo Dias Meireles - Claudio Nicoletti de Fraga - Marcos Sobral
Serra do Caparaó, levou a espécie a ser para o Morro do Sal, na região de Ca-
apresentada como Regionalmente Extin- choeiro do Itapemirim, Sudeste do Es-
ta (REX) (Tabela 12.1). pírito Santo, e ressalta que a espécie
ocorre comumente em solos com aflo-
Podocarpus lambertii (Figura 12.6 ramentos de Quartzito e Arenito, com
e 12.7) ocorre no Sul e Sudeste brasilei- umidade constante e temperaturas ame-
ros e na Bahia (Garcia 2002b) e foi citada nas, características similares àquelas
por Ruschi (1950) como espécie associa- descritas para Araucaria angustifolia.
da à Araucaria, na região do Caparaó. Modelos de distribuição potencial da
Garcia (2002b) cita o Espírito Santo quan- espécie baseados em registros de ocor-
do descreve a distribuição desta espécie, rência e dados de clima, mostram áreas
mas não relaciona os locais de ocorrên- de alta probabilidade em outras locali-
cia. Duarte (1973) descreve a distribui- dades do Estado, inclusive no Caparaó
ção da espécie na serra da Mantiqueira, (Figura 12.3), mas estes dados não fo-
nos Estados de SP, MG e RJ, mas não cita ram ainda confirmados. A ocorrência
o Espírito Santo. No levantamento dos restrita da espécie no Estado permitiu a
dados de herbário para a confecção da inclusão de Podocarpus sellowii na ca-
lista de espécies ameaçadas (Fraga et al., tegoria Vulnerável (VU) (Tabela 1).
capítulo 10), a espécie não foi incluída
entre as ocorrentes no Estado do Espíri- Os dados levantados demonstram
to Santo em função de não haver nenhum que pouco se conhece sobre a distribui-
espécime que suportasse a sua inclusão. ção e o estado de conservação dos repre-
Apesar de fortes indícios da possibilida- sentantes de gimnospermas para o Espí-
de de ocorrência da espécie na região do rito Santo. Os modelos de distribuição
Caparaó, os dados ainda são deficientes potencial confirmam que as regiões de
e poderão ser futuramente investigados, altitude localizadas ao Sul do Estado de
o que justifica a não inclusão da espécie Espírito Santo representam áreas propí-
nem como candidata na lista de espéci- cias para a ocorrência das espécies de
es ameaçadas do Espírito Santo. gimnosperma de Floresta Atlântica. Os
registros encontrados em literatura alia-
Podocarpus sellowii (Figura 12.4 e dos às informações ecológicas das espé-
12.5) ocorre em populações ocasionais cies e a estes modelos sugerem que a au-
no interior de florestas montanas, em al- sência atual destas espécies deve-se
titudes em torno de 1.000 metros, no mu- provavelmente à grande pressão antró-
nicípio de Santa Teresa. Duarte (1973) pica relatada.
cita um registro de ocorrência também
Tabela 12.1. Lista das espécies das gimnospermas ameaçadas ou regionalmente extintas
no Estado do Espírito Santo, com as respectivas categorias de ameaça, de acordo com as
definições da IUCN. Categorias de ameaça: Vulnerável (VU), Criticamente em Perigo (CR) e
Regionalmente Extinta (REX).
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Espécies da Flora ameaçadas de Extinção no Estado do Espírito Santo
Figura 12.1 - Área de ocorrência potencial de Araucaria angustifolia prevista pelo algorit-
mo “Bioclim” a partir de dados de ocorrência da espécie e dados de clima (média anual de
temperaturas máxima no mês mais quente e mínima no mês mais frio, precipitação anual,
mais seco e mais úmido). Círculo vermelho indica a região do Caparaó
Figura 12.2 - Área de ocorrência potencial de Podocarpus lambertii prevista pelo algoritmo
“Bioclim” a partir de dados de ocorrência da espécie e dados de clima (média anual de
temperaturas máxima no mês mais quente e mínima no mês mais frio, precipitação anual,
mais seco e mais úmido). Círculo indica a região do Caparaó
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Cap.12 - As Gimnospermas ameaçadas de extinção no Estado do Espírito Santo
Ingrid Koch - Leonardo Dias Meireles - Claudio Nicoletti de Fraga - Marcos Sobral
Figura 12.3 - Área de ocorrência potencial de Podocarpus sellowii prevista pelo algoritmo
“Bioclim” a partir de dados de ocorrência da espécie e dados de clima (média anual de
temperaturas máxima no mês mais quente e mínima no mês mais frio, precipitação anual,
mais seco e mais úmido). Círculo vermelho indica a região do Caparaó
Figura 12.4. - Podocarpus selowii ocor- Figura 12.5- Podocarpus selowii ocorren-
rente no Espírito Santo (planta masculi- te no Espírito Santo (planta feminina).
na) Foto: Claudio Fraga Foto: Claudio Fraga
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Espécies da Flora ameaçadas de Extinção no Estado do Espírito Santo
Figura 12.6 - Podocarpus lambertii, espé- Figura 12.7 - Podocarpus lambertii, espé-
cie com distribuição potencial para o Es- cie com distribuição potencial para o Es-
pírito Santo (planta masculina). Foto: pírito Santo (planta feminina). Foto: Clau-
Claudio Fraga dio Fraga
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Cap.12 - As Gimnospermas ameaçadas de extinção no Estado do Espírito Santo
Ingrid Koch - Leonardo Dias Meireles - Claudio Nicoletti de Fraga - Marcos Sobral
Secretaria da Coordenação e
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www.biodiversidade.rs.gov.br/
portalindex.php?acao=especies_
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Disponível em:
http:www.biodiversidade.rs.gov.br/
portalindex.php?acao=secoes_portal&id
=31&submenu=19
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Capítulo 13
Marcelo Simonelli
Faculdades Integradas São Pedro (FAESA)
A
s Angiospermas surgiram pro- tão adaptadas para viver sobre troncos e
vavelmente no período ramos de outras plantas, como as epífitas
Cretáceo e divergiram das plan- (Barroso et al., 1978).
tas sem flores e com sementes há aproxi-
madamente 120.000.000 de anos (APG, A característica principal das An-
1998). Elas se expandiram junto com os giospermas é possuir óvulos protegidos
insetos até dominarem a maioria dos am- dentro de um ovário, formando frutos,
bientes no mundo, tomando formas e há- característica que empresta o nome ao
bitos mais diversos (Raven et al., 2001). grupo, angio, derivado do grego an-
geion (recipiente) e sperma (semente).
As Angiospermas comumente cha- As Angiospermas também se caracte-
madas de plantas com flores, constituem rizam por possuírem flores que são
o maior e mais diversificado grupo do rei- mais complexas do que as estruturas
no vegetal atual, estando a maior parte da reprodutivas das Gimnospermas, das
cobertura vegetal da terra representada por quais provavelmente evoluíram.
esse grupo de plantas, que se caracteriza
por grande plasticidade e alto poder de Morfologicamente as flores de Angi-
adaptação às mais diversas condições ospermas são constituídas de quatro séri-
ambientais. Tanto podem ser plantas ver- es de elementos dispostos em espiral ao
des, fotossintetizantes como aclorofiladas, longo de um eixo floral: 1) uma série ex-
vivendo como saprófitas ou parasitas. terna de brácteas ou folhas modificadas
Muitas são aquáticas e vivem nas águas chamadas de sépalas, geralmente verdes
doces dos rios e lagos, enquanto poucas e que possuem uma função de proteção,
se adaptam à vida marinha. Variam des- formando o cálice; 2) uma série interna
de pequenas ervas a árvores de grande de brácteas ou folhas modificadas chama-
porte ou lianas que oferecem uma grande das de pétalas, geralmente coloridas para
variedade de meios para se prenderem a atração, formando a corola; 3) uma ou mais
seus suportes. Muitas angiospermas es- séries de órgãos masculinos, os estames
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Tabela 13.1 - Lista das espécies das angiospermas ameaçadas ou regionalmente extintas
no Estado do Espírito Santo com as respectivas categorias de ameaça e critérios de inclusão,
de acordo com as definições da IUCN. Categorias de ameaça: (VU) Vulnerável , (EN) Em
Perigo , (CR) Criticamente em Perigo e (REX) Regionalmente Extinta.
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Ludovic Jean Charles Kollmann - André Paviotti Fontana - Marcelo Simonelli - Claudio Nicoletti de Fraga
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IPEMA 2007
Ficha Técnica
Coordenadores
Claudio Nicoletti de Fraga*
Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ);
Ivanor Weiler Júnior
Escola das Ciências Físicas - Prefeitura Municipal de Vitória;
Helio Queiroz Boudet Fernandes*
Museu de Biologia Prof. Mello Leitão (MBML);
Marcelo Simonelli*
Faculdades Integradas São Pedro (FAESA).
Monitora
Idalúcia Smidth Bergher*
Instituto de Pesquisas da Mata Atlântica (IPEMA)
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Espécies da Flora ameaçadas de Extinção no Estado do Espírito Santo
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Ficha Técnica
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