Plano de Manejo Ee Bananal-3
Plano de Manejo Ee Bananal-3
Plano de Manejo Ee Bananal-3
Fundação Florestal
PRESIDENTE
Mário Mantovani
DIRETORIA EXECUTIVA
Rodrigo Levkovicz
ASPECTOS FUNDIÁRIOS
MEIO BIÓTICO
VEGETAÇÃO
FAUNA
MEIO FÍSICO
CLIMATOLOGIA
ÁGUAS SUPERFICIAIS
ATIVIDADE DE MINERAÇÃO
MEIO ANTRÓPICO
HISTÓRIA E PATRIMÔNIO
DINÁMINCA TERRITORIAL
USO DO SOLO
JURÍDICO INSTITUCIONAL
ZONEAMENTO
PROGRAMAS DE GESTÃO
CONSOLIDAÇÃO DO RELATÓRIO
In Memoriam
José Roberto Alves Suarez foi gestor da EE Bananal entre 2008 e 2013. Desempenhou funções
diversas, sempre trabalhando pela conservação, razão pela qual era muito respeitado por colegas
de trabalho de diferentes níveis hierárquicos, tanto no Instituto Florestal como na Fundação
Florestal, por profissionais das instituições de pesquisa e da academia, além da comunidade do
município que admirava o incansável servidor engajado na defesa do patrimônio natural da
Estação Ecológica.
Recebeu a honraria de ser reconhecido e condecorado com o título de “Cidadão Bananalense”
pela Câmara Municipal de Bananal, em 18/03/2010.
Em razão de seu envolvimento, persuasão e sensibilidade, além de bom observador da natureza,
descobriu dois anfíbios, que enriqueceram os registros da ciência e da lista de fauna da EE
Bananal, sendo um deles classificado como Partelmatobios gaigeae, cujo nome popular é sapo
da barriga vermelha, mas na realidade uma redescoberta. O outro, Holoaden suarezi,
homenageia o autor da descoberta.
1) Educação Ambiental
Cronograma baseado no calendário escolar;
Parceria: Prefeitura Municipal de Bananal (Secretaria
Municipal de Educação; Secretaria Municipal de
Transportes); e Núcleos Escolares Municipais e Estaduais.
2) Pesquisa Científica
Parceria: Universidades de São Paulo e Rio de Janeiro
3) Fiscalização
Cronograma de fiscalização baseado no Sistema
Integrado de Monitoramento
Ações existentes de Parceria: Coordenadoria de Fiscalização Ambiental e
manejo e gestão Polícia Militar do Estado de São Paulo.
4) Monitoramento
Cronograma anual de monitoramento de visitação
pública;
Ações internas.
5) Restauração
Cronograma apresentado por organização social local
Parceria: Associação de Moradores e Amigos do Vale da
Bocaina (AMOVALE)
Ações de restauração de Áreas de Preservação
Permanente (APP) – microbacia do Rio Bananal.
CEP 12850-000
UF São Paulo
Site da UC http://fflorestal.sp.gov.br/bananal/home/
Telefone da UC (12)3116-2008
E-mail da UC [email protected]
ACESSOS À UC
ATOS LEGAIS
ASPECTOS FUNDIÁRIOS
GESTÃO E INFRAESTRUTURA DA UC
A sede da UC possui:
Equipamentos Eletrônicos/ ● Telefonia;
Comunicação ● Acesso à Internet;
● Sistema de rádio;
A sede possui:
● 01 banheiro para uso masculino, 01 para uso
feminino; 01 banheiro de uso coletivo no
alojamento;
● Abastecimento de água por gravidade,
Saneamento Básico proveniente de nascente localizada próxima a
Sede Administrativa;
● Destinação do esgoto por fossa séptica do tipo
sumidouro;
● Seleção e destino de resíduos para lixeira de uso
comunitário localizada na rodovia SP 247, Km 15.
Alimentação Inexistente
Lojas Inexistente
Status Em funcionamento.
Acessibilidade Parcial.
Status Em funcionamento.
1. Botânica;
Temas 2. Ecologia Vegetal;
prioritários 3. Fauna (Insetos e Aves);
4. Gestão de Áreas Naturais Protegidas.
1. Taxonomia, filogenia;
2. Ecofisiologia;
3. Sementes florestais;
4. Biogeografia;
Temas
5. Ecologia da paisagem;
correlatos
6. Micologia;
7. Gestão de Áreas Naturais Protegidas;
8. Zoologia – avifauna, anfíbios (anuros), ostracídeos, opilionídeos,
lepdópteros;
Temas Período
09/01/2004 -
mudanças de uso da terra; 09/01/2008
10
10/01/2006 -
26. Invasões Biológicas no Estado de São Paulo; 30/09/2010
Período (Início e
Temas
Andament
Pesquisas
Término)
11
12
2.1. Vegetação
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Parte dos trechos de Floresta Ombrófila Densa Montana e Aluvial próximos à Sede da
unidade já sofreram corte raso e, portanto, foram classificados como vegetação
secundária (Vs). Foram mapeados como capoeirão os trechos de vegetação de porte
arbóreo médio a alto, com estrutura de dossel fechado (Vs1), em torno de 15 m de altura.
Os trechos denominados de capoeira apresentaram vegetação de porte arbóreo mais
baixo (cerca de 5 m), com dossel fechado (Vs2) e a capoeira rala porte arbóreo baixo a
arbustivo (Vs3).
Portanto, além das áreas naturais, foram mapeados trechos de antigos reflorestamentos
com castanha-portuguesa (Castanea sativa Mill) e araucária (Araucaria angustifolia
(Bertol.) Kuntze).
Foram registradas 709 espécies de plantas, dentre estas 225 samambaias e licófitas, cinco
gimnospermas e 679 angiospermas. Desse total, 621 registros foram provenientes de
dados secundários e 211 dos levantamentos de campo, sendo que 56 espécies
amostradas durante as expedições para o plano de manejo foram novas citações para a
unidade (APÊNDICE 2.1.E). A maior parte das exsicatas encontra-se depositadas no
Herbário SPSF.
Com relação às espécies de alto valor para a conservação, 34 espécies constam em uma
ou mais listas de espécies ameaçadas de extinção em nível estadual, nacional ou global
(APÊNDICE 2.1.F). Vinte e uma espécies apresentam baixo risco de extinção (APÊNDICE
2.1.G).
14
Plantas Exóticas
15
Ocorrências de degradação
A Estação Ecológica foi criada em 1987 (Decreto Estadual 26.890), mas há poucos
registros de seu uso e ocupação no período anterior à unidade de conservação. Sabe-se
que o vale do rio Paraíba sempre esteve nas principais rotas dos viajantes no Brasil
Colonial. A ocupação da região data do final do século XVII e início do século XVIII, quando
o ouro que vinha das minas gerais passava por ali, atravessando a Serra do Mar em
direção ao porto de Paraty, para ser embarcado para o Rio de Janeiro e Europa. Uma das
estradas que faz limite com a Estação é a histórica trilha do Ouro, conhecida como
estrada do Ariró, construída por escravos para o transporte, em lombo de mulas, de
mercadorias entre as minas do interior e do litoral. Na década de 50, a abertura da Via
Dutra, rodovia ligando São Paulo ao Rio de Janeiro, praticamente desativou a estrada dos
tropeiros que passava por Bananal.
16
Pesquisadores do Instituto Florestal (São Paulo 1998) realizaram uma visita técnica à
Estação Ecológica de Bananal e descreveram de forma sucinta as fisionomias que lá
encontraram e seus respectivos estádios serais. Nesta época, utilizando fotos aéreas na
escala de 1:45.000 do voo de 1977, foi produzido o primeiro mapeamento das
fitofisionomias da Estação Ecológica, no qual 30% da área era ocupada com floresta
primária e o restante com floresta em estádio avançado (25%), médio (31%) e inicial
(12%) de sucessão e campos antrópicos (cerca de 1%).
O mapeamento atual da vegetação obteve 75% da área da Estação Ecológica com floresta
primária ou em estado avançado de sucessão e 19% de vegetação secundária (APÊNDICE
2.1.B. e 2.1.C.). Do percentual ocupado com vegetação secundária, a maior parte foi
classificada como capoeirão (13%) ou capoeira (5%), o que indica que houve avanço nos
estádios sucessionais dos trechos mapeados em 1977.
Por fim, cabe destacar como vetor de degradação o corte ilegal de palmito-juçara
(Euterpe edulis L.). Os frutos da juçara são importantes para várias espécies de aves e
mamíferos, especialmente em regiões montanhosas, quando no inverno, período em que
esses frutos estão maduros, há uma diminuição na disponibilidade de recursos
alimentares (Galetti e Aleixo 1998). O corte das palmeiras adultas afeta a dinâmica da
população, pois são estas que produzem as sementes necessárias para a contínua
reposição de indivíduos e, com a sua morte, o banco de sementes é afetado (Chediack e
Baqueiro 2005).
Para avaliar a conexão espacial dos fragmentos de vegetação nativa foram feitas análises
de proximidade considerando três distâncias: 50 metros, 150 metros e 200 metros.
17
A área de estudo para análise da conectividade compreendeu as bacias dos Rios Bananal,
Turvo e Quilombo, do Braço, Paca Grande e Ariró que estão contíguas a E. E de Bananal
e aos Parques Nacional Serra da Bocaina e Estadual Cunhambebe, totalizando 32077,7
ha.
A tabela abaixo e o APÊNDICE 2.1.I. mostram a área de cobertura vegetal nativa por classe
de conectividade espacial, na área de entorno:
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Riqueza de fauna
A baixa riqueza local de peixes, quando comparada à encontrada para os demais grupos,
provavelmente resulta das características dos corpos d’água da UC. Os riachos que
drenam a Estação apresentam pequeno porte, atravessam áreas florestadas acima de
1000m de altitude e têm fluxo de água relativamente rápido. Assim, oferecem uma
menor diversidade de hábitats para os peixes quando comparados a rios mais extensos.
A Estação está entre as poucas áreas do estado de São Paulo a apresentar cinco espécies
de primatas simpátricos. Entretanto, faz-se necessário um censo dessas espécies após a
epizootia de Febre Amarela que assolou o estado em 2018 (Fioravanti, 2018).
Inventários exaustivos deverão revelar mais espécies para todos os grupos. As áreas com
campos de altitude e afloramentos rochosos nos topos de morro não foram amostradas
adequadamente. No entorno da UC foram registradas várias espécies não encontradas
em seu interior (Oyakawa et al., 2012; Schunck et al., 2018; Zaher et al., 2012a, b). Por
exemplo, para toda a bacia do Rio do Braço, incluindo vários pontos amostrais fora da
UC, Oyakawa et al. (2012) encontraram 17 espécies, entre elas o cascudo-piririca
Hemipsilichthys gobio, espécie endêmica da bacia do Paraíba do Sul e em perigo de
extinção (MMA, 2014; São Paulo, 2018). Algumas aves não detectadas na Estação
provavelmente ocorrem somente a intervalos de alguns anos, por exemplo as espécies
que se alimentam de sementes de taquaras como o pixoxó Sporophila frontalis e a
cigarra-verdadeira Sporophila falcirostris.
19
Concluindo, sugere-se como ações prioritárias para a preservação da fauna terrestre local
a manutenção ou ampliação da conectividade dos remanescentes florestais tanto ao
longo da Serra quanto em direção ao Vale do Paraíba do Sul e do litoral, por exemplo, via
cumprimento da Lei Florestal, estímulo à criação de RPPNs, pagamento por serviços
ambientais, etc. Quanto à fauna aquática, sugere-se priorizar ações de
conservação/restauração na bacia do Rio do Braço.
Espécies migratórias
A Estação não é local de parada e nem está dentro das rotas migratórias de aves vindas
do Hemisfério Norte (Oliveira et al., 2016). O principal grupo de espécies migratórias que
ocorre na UC inclui 14 espécies de aves que se reproduzem na região durante a estação
chuvosa (setembro-abril), mas migram para o Brasil Central ou para a Amazônia durante
o outono-inverno (maio-agosto; Somenzari et al., 2018): o gavião-bombachinha
Harpagus diodon, o tuju Lurocalis semitorquatus, o andorinhão-do-temporal Chaetura
meridionalis, o capitão-castanho Attila phoenicurus, o bem-te-vi-pirata Legatus
leucophaius, a irré Myiarchus swainsoni, o bem-te-vi-rajado Myiodynastes maculatus, a
peitica Empidonomus varius, a tesourinha Tyrannus savana, o caneleiro-preto
Pachyramphus polychopterus, o caneleiro-de-chapéu-preto Pachyramphus validus, a
juruviara Vireo chivi, a andorinha-doméstica-grande Progne chalybea e o bigodinho
Sporophila lineola.
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Espécies exóticas/invasoras/sinantrópicas
21
Na bacia do Rio do Braço, fora da UC, foi detectada a presença da tilápia Coptodon rendalli
(Oyakawa et al., 2012). A truta-arco-íris Oncorhynchus mykiss é criada na região e pode
vir a se estabelecer na bacia. Seu potencial de impacto à fauna aquática nativa
provavelmente é maior do que o da tilápia, pois é espécie adaptada a águas frias e
rápidas.
Espera-se que o entorno da unidade seja mais atrativo para a Apis mellifera, por esta
apresentar comportamento oportunista, explorando floradas de espécies que se
encontram agrupadas e em alta densidade (Lorenzon et al. 2003). Em áreas abertas com
a presença de plantas pioneiras e ruderais, as operárias possuem maior facilidade de
encontrar recursos e, provavelmente, esse seria um dos motivos pelos quais elas não
penetram em florestas preservadas, onde a dificuldade de circulação e de encontrar
recursos são maiores (Oliveira e Cunha 2005). A exemplo disso, em um estudo em
campos rupestres foi observado que Apis mellifera, a abelha mais abundante na
amostragem, visitou somente espécies com grandes floradas (Faria-Muci et al. 2003).
Apesar de bem-sucedida no processo de invasão em diversos ambientes, nenhuma
abelha africanizada foi observada no interior de florestas preservadas no Equador
(Roubik 2000) ou na floresta amazônica brasileira (Oliveira e Cunha 2005).
Entre as espécies prezadas por caçadores para consumo da carne estão: o tatu-galinha
Dasypus novemcinctus, o muriqui-do-sul Brachyteles arachnoides, a cutia Dasyprocta cf.
iacki, a paca Cuniculus paca, o tapeti Sylvilagus brasiliensis, o quati Nasua nasua, a anta
Tapirus terrestris, o cateto Pecari tajacu, o queixada Tayassu pecari, o veado-catingueiro
Mazama gouazoubira, o macuco Tinamus solitarius, os inhambus Crypturellus spp., o
jacuguaçu Penelope obscura e o uru Odontophorus capueira.
A captura para cativeiro pode ter como alvos: os primatas, a araponga Procnias nudicollis,
o canário-da-terra Sicalis flaveola, o bigodinho Sporophila lineola, o baiano Sporophila
nigricollis, o coleirinho Sporophila caerulescens, o curió Sporophila angolensis, o trinca-
ferro-verdadeiro Saltator similis e o azulão Cyanocompsa brissonii.
Nas propriedades do entorno da UC pode ocorrer outra modalidade de caça, como
retaliação por consumo de cultivos por herbívoros e granívoros ou devido à predação de
animais domésticos por carnívoros.
23
Os anfíbios de serapilheira e duas espécies de aves comuns na UC, mas que ocorrem
somente acima de 1.100m de altitude, podem ser monitorados para avaliar o impacto de
alterações climáticas à biota. As aves são a choquinha-da-serra Drymophila genei, que
habitat os taquarais, e a saudade Lipaugus ater, da Floresta Altomontana.
3. MEIO FÍSICO
Os aspectos metodológicos e os materiais utilizados para os temas geologia,
geomorfologia, pedologia, análise de terrenos e sensibilidade geoambientalencontram-
se descritos nosAPÊNDICES 3, 3.1.A, 3.2.A,3.3.A., 3.4.A. e 3.6.A.
24
O Terreno Paraíba do Sul, que predomina na porção centro - noroeste da região mapeada
no APÊNDICE3.1.B., é representado pelo Complexo Quirino (paleoproterozóico) e pelo
Complexo Paraíba do Sul (neoproterozóico).
O Complexo Quirino segundo HEILBRON et al. (2007) é considerado como a unidade basal
do Terreno Paraíba do Sul, sendo formado por extensos corpos de ortognaisses
homogêneos, leuco amesocráticos, de granulometria variando de média à grossa,com
foliação descontínua marcada por aglomerados minerais de hornblenda e enclaves
máficos alongados,que constituem a unidade de mapeamento denominada de
hornblenda-biotita gnaisse migmatitico.
25
Os granitóides do período sim colisional II (ca. 535-520 Ma) ocorrem na forma de diques
sub-verticais e plutons alongados NE-SW relacionados a estruturas do evento
deformacional tardio (zonas de cisalhamento D3). As rochas geradas nesse evento são
representadas no APÊNDICE3.1.B. pelo Granito Fortaleza. Este é constituído por
leucogranitos fracamente peraluminosos / tipo I diferenciado, que apresentam
composição homogênea variando de monzo a sienogranitos, tendo a biotita como único
mineral máfico. Predominam rochas de granulação média a grossa, inequigranulares a
porfiríticas, que podem apresentar fraca foliação NE-SW, que é interpretada como
foliação de fluxo magmático (HEILBRON & MACHADO, 1995 / in HEILBRON et al., 2007).
Essas rochas podem apresentar estruturas deformacionais nas bordas, onde são
frequentes tipos protomiloníticos e miloníticos, ao lado de gnaisses listrados com
bandamento fino, centimétrico a milimétrico (MACHADO & DEMANGE 1984, MACHADO
1977/ in NUMMER et al., 2007).
Nas planícies fluvio-coluviais, formadas no fundo dos vales dos diferentes tipos de relevos
que ocorrem na região mapeada pelo APÊNDICE 3.1.B. e, a montante de soleiras
litoestruturais, ocorrem sedimentos inconsolidados, com baixa capacidade de suporte.
Esses depósitos são arenosos em superfície (areias médias, grossas, micáceas, com
grânulos angulosos de quartzo e feldspato), apresentando intercalações de argila e
cascalho constituídos por seixos e blocos de quartzo, quartzito, granitos e gnaisses.
Quando próximos a escarpas e/ou encostas muito íngremes podem apresentar matacões
imersos nos sedimentos. Nas partes mais suaves predomina material areno-argiloso com
grânulos e pequenos seixos, que comumente se associam com pequenas e estreitas
planícies de inundação onde ocorre também a deposição de matéria orgânica.
No sopé e na meia encosta das montanhas e das escarpas os sedimentos continentais
formam os cones de dejeção e corpos de tálus constituídos por matacões, blocos e seixos
polimíticos, angulosos a sub-arredondados, semi-alterados a alterados imersos em matriz
areno-argilosa arcoseana ou arenosa. Nos cones de dejeção onde se tem uma franca
participação das torrentes fluviais intercalam-se areias médias e grossas, micáceas, por
vezes argilosas e níveis de seixos orientados.
A Serrania da Bocaina é constituída por relevo do tipo Serras Alongadas com marcante
orientação NE-SW e altitudes de 1400 a 1900 m, sendo representada pelas serras da
Carioca, do Campestre, das Perobeiras, dos Palmares e do Turvo, que abriga a EE de
Bananal.
Para a Estação Ecológica de Bananal e da sua área de estudo os relevos foram detalhados
por meio de interpretação de fotografias aéreas nas escalas 1:60.000 e 1:25.000, sendo
diferenciados seis (06) tipos de relevo: Montanhas e Morros (MHM), Morros dissecados
(Md), Morrotes pequenos (MTpq), Corpos de Tálus (Ct), Cones de dejeção (Cd), Planícies
Fluvio-coluviais (Pfc). As características dos relevos mapeados são apresentadas no
APÊNDICE 3.2.B. sendo que a sua distribuição é mostrada no APÊNDICE 3.2.C.
Para subsidiar a análise da dinâmica superficial dos relevos da região onde estão inseridas
a área de estudo foi elaborada uma carta de inclinações das encostas com cinco classes
onde se estabelece a relação entre elas e os processos morfogenéticos atuantes. As
classes de declividade adotadas e as suas relações com a dinâmica superficial foi
elaborada com base em Scholz (in DEMECK, 1972), IBGE (1992) e GILSANZ (1996) e estão
apresentadas nosAPÊNDICES 3.2.D. e APÊNDICE 3.2.E. Um detalhamento da declividade
foi elaborado com cartas topográficas na escala de 1:10.000 e mostrado no APÊNDICE
3.2.F
28
29
O mapa de solos da área de estudo foi adaptado de ROSSI et al., (2013) para o Plano de
Manejo (APÊNDICE 3.3.B.) e resultou na identificação de nove unidades de
mapeamento de solo, sendo algumas simples e outras compostas por associações de
dois ou mais elementos. As principais características das unidades mapeadas são
apresentadas no APÊNDICE 3.3.C.
Os Argissolos de maneira geral ocorrem na porção inferior das vertentes em relevo mais
suavizado, e associado às intercalações de quartzitos feldspáticos e micáceos, sillimanita
quartzitos e quartzitos puro abundantes no Silimanita-granada-biotita gnaisses
bandados. Esses solos ocorrem também nos Cones de dejeção, onde se associam a
Cambissolos.
Solos na EE de Bananal
30
As principais características desses solos, sua relação com o relevo e com a inclinação
predominante das encostas em que ocorrem e a extensão em área que ocupam dentro
da unidade são apresentadas no APÊNDICE 3.3.F.
Para avaliar a proporção em área que cada tipo de solo ocorre na EE de Bananal, foi feita
uma análise considerando-se os seguintes critérios:
Assim, como mostra o APÊNDICE 3.3.G. se pode estimar a área absoluta e relativa de
ocorrência de cada ordem de solo na área da EE de Bananal.
31
Nessa análise são considerados os seguintes atributos: textura do solo, espessura do solo,
declive e presença de impedimentos, que permitem a diferenciação de três graus de
fragilidade (alto, moderado e baixo) conforme MATTOS, ROSSI & ROCHA (2004).
Considerando-se que a presença de solos com textura binária e/ou arenosa em declives
acentuados são extremamente frágeis, estes quando ocorreram nas unidades
analisadas, são considerados como de Alta a Muito Alta fragilidade independente dos
valores alcançados. A categoria muito alta foi subdividida em muito alta 1, com presença
de textura binária e rochosidade e muito alta 2, áreas com impedimentos como
encharcamento e risco de contaminação.
Com base nesses critérios foi avaliado o grau de fragilidade das unidades de
mapeamento de solo encontradas na área de estudo, sendo os resultados apresentados
no APÊNDICE 3.3.I.
32
33
Com base nos tipos de relevo e nos demais informações sobre o substrato rochoso, o
solo (cobertura detrítica) e a dinâmica superficial, foram estabelecidas as fragilidades e
a sensibilidade geoambiental de cincotipos de terrenos, denominados de: Montanhosos
e Escarpados, Amorreados, Amorreados Baixos, Detríticos Coluviais (Corpos de Tálus) e
Detríticos fluvio-coluviais (Cones de Dejeção e Planícies fluvio-coluviais).
Com base na análise dos diferentes atributos dos terrenos, bem como de sua dinâmica
superficial e das restrições que apresentam foram estabelecidos quatro graus de
Sensibilidade Geoambiental, classificados como: Média ou Moderada, Alta,Muito Alta 1
e Muito Alta 2.
A categoria Muito Alta foi subdividida em Muito Alta 1, com propensão a movimentos
de massa e quedas de blocos e Muito Alta 2, com assoreamento e impedimentos como
encharcamento e risco de contaminação. O APÊNDICE 3.4.I mostra os terrenos com sua
sensibilidade e porcentagem de ocorrência.
34
Os terrenos com Sensibilidade Geoambiental Muito Alta 2 ocupam 11,14% da área total,
sendo caracterizados pelos terrenos Detríticos Fluvio-Coluviais, que apresentam setores
pouco inclinados em que predominam o aporte de material de montante, sujeitos aos
processos de inundação, assoreamentos e soterramento.
A exceção está relacionada aos Terrenos Amorreados Baixos, no Planalto Isolado do Rio
do Braço, que apresentam Sensibilidade Geoambiental Média, onde é possivel o uso e
a ocupação com atividades de baixo impacto e localizada no fundo dos vales onde as
inclinações são inferiores a 15%. Essas condições permitem que nessas áreas possa
ocorrer processos de ocupação e uso incompativeis com os objetivos da unidade e que
acabem precionando as atividades de proteção da Estação Ecológica. Nesse sentido
seria interessante o uso desses terrenos mais estáveis para a implantação de atividades
de ecoturismo e associados a preservação.
3.5. Clima
Verão - a intensa evaporação que ocorre sobre os oceanos satura a atmosfera com
grande volume de vapor d'água, instabilizando-a e provocando precipitação em toda a
região Sudeste. Ocasionalmente, a umidade de origem marítima é parcialmente
bloqueada pelo relevo, ocasionando excepcional acréscimo na queda das chuvas nas
áreas serranas e graves problemas ambientais, com escorregamento de encostas,
enchentes, assoreamentos.
Pluviosidade
Temperatura
38
Caracterização regional
39
Os dados do posto D1-026 são referentes ao período compreendido entre 1983 a 2003,
contendo dados sistematizados diariamente. A média pluviométrica calculada para o
ponto foi de 1885 mm por ano e apresentou evolução anual de precipitação que consta
no APÊNDICE 3.6.E.
40
O posto D1-001 apresentou série histórica de dados mais extensa que aquela relativa ao
posto D1-026, computando totais anuais de 63 anos, iniciando em 1939 e encerrando em
2004. Tal extensão de dados climáticos permite, através da leitura da evolução anual das
precipitações, contextualizar o período relativo aos dados de 1941 e 1961, sobre os quais
se produziu o balanço hídrico-climatológico (APÊNDICE 3.6.G.).
41
42
De maneira geral, as maiores declividades são encontradas nos setores dos altos cursos
dos rios, nas áreas contíguas ao longo das drenagens perenes e pluviais, nas zonas de
nascentes e de nichos de nascentes, nos divisores de águas quando estes assumem
morfologias de cristas, escarpas festonadas e parte-águas cumeados aguçados, setores
de vertentes convexas ou próximos às rupturas convexas de topo de morro, e,
particularmente, em regiões nas quais ocorrem afloramentos de corpos intrusivos, em
geral graníticos.
As bacias dos rios do Braço, Ariró e Paca Grande, por outro lado, apresentam menor
margem percentual de suas áreas com declividades intensas. Os desníveis altimétricos
entre a cabeceira e a foz destes rios são menos amplas, o que produz, inevitavelmente,
menor quantidade de planos fortemente inclinados, fato que, no entanto, não se traduz
na quantidade de rupturas de relevo existência, de knick points, quebra do nível de base,
etc., amplamente mais abundantes nestas bacias ao longo dos rios principais.
Sobre as imagens orbitais foram mapeadas as duas classes de uso da terra para cada
bacia, e suas áreas foram calculadas com base nas feições poligonais geradas em software
de geoprocessamento (APÊNDICE 3.6.N.).
Nas bacias hidrográficas da área estudada ao redor da UC, que possuem eixo de
drenagem N-S, NW-SE, em função da ocupação dificultada seja pela menor densidade de
redes viárias de acesso, seja pela dificuldade de ocupação humana devido à obstrução
topográfica desempenhada pelo relevo fortemente dissecado nessas bacias, ou ainda,
pela existência de áreas de preservação e UCs nestas regiões, a densidade humana é
menor, bem como o domínio não vegetado.
O estudo da rede hidrográfica que envolve a Estação Ecológica de Bananal, bem como o
levantamento de campo, desenvolveu-se de acordo com os setores dos rios que fluem e
adentram a UC (áreas de influxos) e setores dos rios que saem da UC (área de efluxos).
Essa distinção é empregada apenas para a bacia do rio das Cobras, uma vez que a sub-
bacia do córrego do Rufino possui apenas áreas de efluxos.
Assim, o diagnóstico das águas da Estação Ecológica de Bananal ocorreu nos corpos
d’água que adentram e naqueles que saem da UC, e envolveu os levantamentos de alguns
parâmetros básicos de qualidade das águas e das vazões instantâneas.
A bacia hidrográfica do rio das Cobras a altura da EE de Bananal é formado pelas sub-
bacias do córrego do Rufino, do córrego da Invernada (ambos contribuintes da margem
direita do rio das Cobras), do córrego dos Coqueiros (tributário da margem esquerda do
rio das Cobras) e do próprio rio das Cobras, sendo que os dois primeiros deságuam neste
último já no interior da UC, e apenas o terceiro possui toda sua área de contribuição
localizada dentro da Estação Ecológica.
Por se tratarem de rios serranos, cujas áreas drenadas estão sobre embasamento
cristalino, em que há determinante, genericamente, controle estrutural sobre os cursos
hídricos e desenvolvimento apenas de algumas restritas planícies alveolares, conforme
coloca o Plano de Gestão Ambiental (PGA, 1998), e em função do alto nível de
preservação vegetal das áreas de drenagem, os cursos d’água, em geral, apresentamcor
cristalina e baixa quantidade de material erosivo em suspensão.
Além destes pontos, foram realizados levantamentos na captação de água que abastece
a sede e a residência do diretor da EE de Bananal; e na fonte Roquete Pinto, próxima ao
limite sul da UC.
48
Reserva-se, ainda, a análise de pH dos pontos 1, 5 e 11, uma vez que todos os demais
cursos d’águas medidos apresentaram-se dentro dos intervalos priorizados pelo
CONAMA. Destaca-se, portanto, a não conformidade constatada no ponto 11, no qual o
local da medição foi a Fonte Roquete Pinto.
Por advir diretamente do lençol, onde fica em contato com os minerais do solo e das
rochas em fase de intemperização, as águas daí oriundas, possivelmente, carregam
quantidades de sais em solução que podem interferir nos resultados dos parâmetros de
qualidade de água, como é o caso do valor obtido para C.E. e pH, sendo que o primeiro
superou os demais resultados em cerca de 9,5 µS/cm, e em quase 12 µS/cm o valor
medido na captação da sede da UC, cujo valor de C.E. foi o mais baixo encontrado e o
qual o papel desempenhado de abastecimento é similar ao do ponto 11. Em relação ao
pH, encontrou-se o valor mais básico dentre todos os pontos analisados.
Outros valores de condutividade mais altos foram encontrados nos rios da Divisa 1, rio
da Divisa 2 e rio da Divisa 3, no extremo leste da UC. A provável razão para terem sido
identificados resultados brevemente maiores em rios próximos uns aos outros dentro de
uma mesma zona, no limiar da EE, pode estar relacionado à existência de pontos de
travessia de carro por pontes ou, diretamente, através dos cursos d’água. As
49
Embora esses fatores indiquem razões para o aumento da C.E., a precisa natureza de tais
alterações demanda análises mais apuradas que são dispensáveis uma vez que os valores
de condutividade não indicam anomalias exorbitantes.
Apesar de nenhum resultado encontrado nas medições estar abaixo do limite inferior
preconizado pelo CONAMA, é incomum os rios serranos, com grande turbulência da
superfície da água e altas velocidades de fluxos apresentarem valores de O.D. tão
próximos a aquele limiar. Como explicação para terem sido registrados resultados abaixo
daquilo que inicialmente se esperava encontrar, levanta-se as possíveis limitações
técnicas dos aparelhos utilizados, os quais, embora tenham passado por calibrações
constantes ao longo do trabalho de campo, apresentaram algumas dificuldades de
funcionamento; a precedência de um certo período sem chuvas abundantes,
considerando a realização dos levantamento no fim do período seco; e a ocorrência de
valores de O.D. naturalmente reduzidos, em função de condições ecológicas originais do
meio aquático. A raridade em se presenciar quantidades significativas de peixes e/ou
espécimes de maior porte podem ser indicadores biológicos da concentração de oxigênio
dissolvido abaixo do esperado.
Quantidade de Água
Vazões Instantâneas
Destacam-se como importantes corpos d’água o rio das Cobras na saída da EE de Bananal,
com 116 L/s, que drena uma área aproximada de 664,14 ha, sendo que destes 7,42% está
dentro da UC; e o rio Invernada, importante tributário do rio das Cobras e que abrange
uma área de contribuição de 661,18 ha, dos quais pouco menos de 1% se encontra no
interior da Estação Ecológica. Tal condição revela a importância em se preservar as
condições superficiais de vegetação e de se aumentar a compatibilidade dos usos na
bacia hidrográfica do referido rio.
Uma vez que os dados de qualidade de água não apontaram para comprometimento do
uso da água, inclusive para o abastecimento humano, afirma-se que a saída de água da
Estação Ecológica caracteriza um dos principais serviços ambientais prestados por essa
unidade de conservação, de maneira que, a regularização da vazão e a manutenção dos
parâmetros de físicos, químicos e biológicos da qualidade hídrica são primordiais para a
continuidade da prestação deste serviço.
51
Considerando apenas as bacias que influem para a UC temos a soma das bacias 7, 8 e 9,
cujo total é de 0,318 m³/s (318 L/s). Em termos de disponibilidade hídrica, ou seja, a
metade do Q7,10 obtém-se o valor de 0,073 m³/s, o que equivale à 73 L/s de água que
influi para a UC. Esta quantia representa, aproximadamente, 59% de toda a
disponibilidade hídrica que eflui da Estação Ecológica.
Considerando apenas a sub-bacia do rio das Cobras, a produção hídrica referente a 50%
do Q7,10 foi de 91 L/s, sendo que, deste total, apenas 18 L/s são produzidos pelas áreas
de drenagem da UC, ou seja, mais de 75% advém de fora e passam pela Estação,
constituindo-se, este percentual, um parâmetro que revela a importância das áreas de
contribuição localizada à montante da UC na sub-bacia do rio das Cobras, importância
essa, não apenas relativa à produção hídrica, mas também sobre a qualidade da água e,
portanto, sobre seu grau de preservação, adequação do uso do solo, regularização das
captações e lançamentos, entre outros aspectos melhor explorados nos capítulos de
vetores de pressão.
Além dos dados de qualidade e quantidade da água, que oferecem parâmetros para se
analisar o valor dos recursos hídricos envolvidos pela Estação Ecológica de Bananal, deve-
se notar ainda a existência de elementos dos sistemas hidrológicos estudados que são
constituintes de paisagens singulares na UC. Dentre eles, destacam-se as cachoeiras
referentes aos dois últimos saltos que compõem a sequência de sete quedas ao longo do
rio das Cobras, cujo início está a alguns quilômetros à montante da UC (APÊNDICE 3.6.V.).
52
As belezas cênicas não se restringem aos limites da UC, mas extrapolam estes,
particularmente, para a montante do próprio rio das Cobras, com os quatro primeiros
saltos da cachoeira sete quedas (APÊNDICE 3.6.V.). Por estarem localizadas em área de
influência da UC, uma vez que toda área de contribuição delas adentram à EE, os usos
diretos que são praticados nos saltos e nas piscinas naturais refletem em áreas a jusante,
e assim, na UC de maneira ainda pouco conhecida.
Apesar disso, por estarem fora da UC, em propriedade de terceiro, e, portanto, por não
compartilharem da administração da EE, os primeiros saltos das sete quedas possuem
usos públicos descontrolados e isentos de fiscalização, estando submetida à
espontaneidade do público e aos impactos oriundos das práticas divergentes à
conservação e preservação ambientais.
Vetores de Pressão sobre as águas superficiais das Sub-bacias do Rio das Cobras e do
Córrego do Barbosa
Córrego do Barbosa
A Sub-bacia do rio das Cobras apresenta área de aproximadamente 15,64 km², dos quais
12,65 km², ou seja, aproximadamente, 80% estão localizados fora da Estação Ecológica
de Bananal. Nestes setores externos à UC é que se desenvolvem usos superficiais que
intervém sobre a área de contribuição da sub bacia e, às vezes, sobre o próprio canal,
incluindo sua área alagável, suas cabeceiras e nascentes.
Em função do alto valor percentual de vazão do rio das Cobras produzido em áreas de
contribuição externas a EE de Bananal, esta bacia é de grande relevância em termos
hidrológicos para o manejo da UC, de modo que é importante se despender maior
atenção à caracterização do entorno à montante da Estação Ecológica, tanto com a
finalidade de se constituir o limite espacial para a Zona de Amortecimento que interfira
diretamente sobre a UC, quanto para, sobre este limite, determinar metas de ações para
mitigação de impactos, regularização fundiária e cumprimento à legislação ambiental
vigente nas propriedades, e monitoramento da proposta de ordenamento territorial
contido no Plano de Manejo.
O rio das Cobras, à montante de sua saída da UC, possui contribuição de três importantes
sub-bacias, associadas aos seguintes rios: rio da Invernada, córrego do Rufino e o próprio
curso superior do rio das Cobras. No trabalho de campo foi percorrido a extensão do rio
das Cobras desde sua confluência com o rio Invernada até próximo de suas principais
cabeceiras, passando pelas cachoeiras sete quedas. Em campo não foram contemplados,
no entanto, os outros dois cursos mencionados.
O trecho das nascentes e das cabeceiras no setor superior do rio das Cobras se localiza
em propriedades particulares, nas quais se desenvolvem, como mencionado
anteriormente, usos agropastoris de pequeno porte, cujas estruturas de funcionamento
são pequenas e, a princípio, apresentam impacto reduzido sobre o meio físico. Associado
à prática agrícola, há ainda edificações residenciais de moradores locais e veranistas.
Apesar de serem notáveis, a cobertura do solo predominante é de vegetação nativa
primária ou secundária com alto grau de regeneração, tendo sido encontrados
fragmentos de vegetação nativa em outros estágios de sucessão dentro das
propriedades, e glebas importantes de plantios de eucaliptos. Neste contexto, impera-se
mencionar algumas intervenções sobre os cursos d’água passiveis de licenciamento e
requerimento de outorga, como pequenas retificações e barramentos de cursos d’água
de baixa ordem, captações e lançamentos.
54
Embora não tenham sido detectada contaminação por rejeitos domésticos ou derivados
das práticas agropastoris, é fundamental essa observância à lei para garantir a
preservação e a qualidade do recurso hídrico, sua manutenção e viabilidade de consumo
in natura nas regiões à jusante.
Foco de atenção mais detida, a estrada do Ariró (via municipal de terra), que oferece
acesso à Estação Ecológica de Bananal, apresentou, nos trechos da bacia do rio das
Cobras analisados em campo, evidências de intensificação da erosividade e ativação de
processos erosivos significativos em sub-bacia.
Estes pontos são marcas verticais de dimensão média na paisagem, apresentando entre
1 e 2 m de altura e de 3 a 4 m² de área, e estão preferencialmente dispostas no talude da
estrada. Apresentam certo grau de arqueamento côncavo, sugerindo uma evolução no
sentido da retirada do material da vertente; exposição dos horizontes pedológicos, em
alguns casos notando-se inclusive alteritas e rochas sã; notáveis canais de escoamentos
subsuperficial no contato entre solo e rocha que afloram no talude; sinais de erosão
laminar concentrada realizada por fluxos pluviais, como sulcos, e sinais de ravinamentos;
carreamento de material em suspensão e solubilização ao longo da estrada, evidenciado
pela deposição, no pavimento e à jusante na encosta, de minerais e de partículas de
diversas texturas oriundas do solos expostos destes cortes, cujo acúmulo tende a
apresentar aspecto lodoso, em função da presença abundante de argilas. Esses pacotes
erodidos também podem ser compostos por cascalhos, elementos mais grosseiros vindos
por rolamento e saltação, misturado com material orgânico vegetal.
O impacto que esses focos de erosividade intensificada tem sobre os recursos hídricos é
desconhecido e extremamente complexo de ser monitorado. Porém, é fundamental
considerar, primeiramente, que estes pontos são indicadores ambientais, denunciam um
55
Por último, deve-se mencionar a exposição dos quatro primeiros saltos da cachoeira Sete
Quedas à visitação e uso público descontrolado à montante da UC. Esta situação é
considerada um vetor de pressão a medida que caracteriza um potencial de impacto e
degradação do meio, uma vez que não se desconhece todas as suas decorrências sobre
a dinâmica do meio físico e sobre os recursos hídricos.
Frente aos vetores de pressão sobre os recursos hídricos da Estação Ecológica de Bananal
e sua possível Zona de Amortecimento, são apresentados no APÊNDICE 3.6.X algumas
recomendações de ações para minimização e mitigação de impactos ambientais sobre as
águas da UC, e regulação dos usos dos cursos d’água no sentido de adequar as práticas
de visitação e pesquisa.
Considerando o enfoque dado à bacia do rio das Cobras são particularmente destacadas
recomendações sobre os trechos externos dessa sub-bacia e à montante da EE de
Bananal.
56
Essa mesma defasagem pode ser afirmada com relação ao efeito dos usos do solo do
entorno sobre as águas da UC, desembocando na inexistência de informações
paramétricas ou que sirvam de comparação para os resultados de futuros estudos.
- Identificação dos fatores envolvidos nos processos erosivos na sub-bacia do rio das
Cobras;
- Avaliação dos impactos do uso do solo na sub-bacia do rio das Cobras sobre a qualidade
das águas superficiais e na produção de sedimentos, recomendando-se a quantificação
da perda de solo e do nível de assoreamento através da aplicação de modelos de
fundamentação qualitativa e/ou quantitativa;
- Avaliação temporal das características físicas, químicas e microbiológicas das águas
naturais, visando subsidiar seu enquadramento na classe especial dos corpos hídricos
superficiais, conforme preconizado pela Resolução CONAMA 357/05 para unidades de
conservação de proteção integral;
- Estudos direcionados à evolução hidrográfica e hidrogeomorfológicas dos cursos e
capturas fluviais, ao desenvolvimento de planícies e terraços alveolares, à modelação das
vertentes e rupturas convexas, dentre outros aspectos geomorfológicos, com intuito de
contribuir para a consolidação de um cenário de fragilidade ambiental integrada;
- Classificação climática e análise temporal dos ritmos das normais climatológicas com
dados obtidos em Estação Meteorológica instalada na UC. Neste caso, recomenda-se que
57
A Estação Ecológica de Bananal apresenta uma área de 8,84 km2.A UC e seu entorno
estão situados na morfoestrutura Cinturão Orogênico do Atlântico, na morfoescultura
Planalto e Serra da Bocaina, do Planalto Atlântico (ROSS e MOROZ, 1997). As litologias
predominantes referem-se ao Complexo Paraíba do Sul (gnaisses com intercalações
carbonáticas) e secundariamente, granitos (PERROTTA et al., 2005).
Segundo PIRES NETO et al. (2011), a Estação Ecológica de Bananal é drenada pelos
córregos das Cobras e dos Barbosas, afluentes do Rio do Braço, afluente do Rio Piraí, que
por sua vez é afluente do Rio Paraíba do Sul. Os autores mapeiam depósitos detríticos
formados por ação gravitacional e pluvial, no sopé e na meia encosta de vertentes
íngremes e escarpas, em altitudes de 1400 m e entre 1200 e 1100 m, tendo inclinações
predominantes entre 15 a 30%, constituindo corpos de tálus. Outra feição
geomorfológica mapeada pelos autores são os cones de Dejeção formados por ação
fluvial, gravitacional e pluvial, associadas ao fundo de vales no sopé de vertentes
íngremes, em altitudes de 1300 a 1100 m, e apresentando inclinações de 2 a 15%,
constituindo os terrenos mais suaves da unidade.
Não foram mapeadas áreas com perigo de inundação, considerando que na escala do
mapeamento não foram mapeadas as planícies fluviais dos córregos que cortam a área.
O mapa de vulnerabilidade das áreas edificadas do tipo Residencial/Comercial/Serviço
(APÊNDICE 3.7.D.) mostra apenas uma ocorrência com dois polígonos, de densidade de
ocupação muito baixa, característica de sítios e chácaras, da zona rural, situada no limite
da zona de abrangência em sua porção nordeste. A vulnerabilidade é alta (V10).
60
A cidade de Bananal situa-se a 325 km de São Paulo e a 135 km do Rio de Janeiro, com
acesso principal pela Rodovia Presidente Dutra (BR116) em Barra Mansa –RJ. Também se
pode chegar pela Rodovia dos Tropeiros (SP 068) a partir da BR116, em Cachoeira
Paulista.
Paulo Pereira dos Reis (1979), baseado em relatos de viajantes e fontes textuais
primárias, descreveu a presença de diversos grupos indígenas na região, comprovando a
diversidade cultural e o grande potencial que o local oferece para estudos arqueológicos.
As etnias indígenas que ocuparam o Vale do Paraíba foram: Maramomis, Terminós,
Tupiniquins, Guarulhos, Guaianás, Tamoios, Tupinambas, Goitacás e Puris. Os Puri, do
tronco linguístico Macro-Jê, deram ao rio local o nome de Banani, que significa rio sinuoso
(Bananal, 2019). Também há relatos de que os índios Guaianás (Guaianases) utilizavam
uma trilha ligando o Vale do Paraíba com o litoral, em Parati.
A cidade surgiu como entreposto para tropeiros que traziam ouro de Minas Gerais para
embarcá-lo para a Europa, em Parati e no Rio de Janeiro, integrando o “Caminho Velho
das Minas” no século XVII, também utilizado para o transporte de mantimentos, animais
e escravos (APÊNDICE 4.1.C.) (Motta, 1999 apudGagliardi,2017). Ainda no século XVII a
região teve um ciclo de extração de argila para a produção de tijolos e cerâmicas
(Gagliardi, 2017). Bananal foi fundada em 1785, tornou-se Freguesia de Lorena em 1811,
elevada à condição de Vila em 1832 e à de Cidade em 1849.
Após o ciclo do ouro, a região tornou-se uma das maiores produtoras de café do estado
de São Paulo, o que motivou seu apogeu no século XIX. Em 1836, Bananal era o segundo
maior e em 1854 era o maior produtor de café da província de São Paulo. No segundo
reinado, Bananal era o centro da economia nacional e a terceira receita municipal do
Estado. Também houve grande movimentação monetária envolvendo o tráfico de
61
Três fatores principais são atribuídos para a crise do café no Vale do Paraíba, no final do
século XIX, o esgotamento dos nutrientes do solo e a consequente queda da
produtividade, a questão escravista e o crescimento do cultivo do café no oeste paulista.
Este testemunho histórico dos Ciclos do Ouro e Café, aliado às riquezas naturais da
região, fornece um potencial turístico a Bananal, o qual, desde 1983, é classificado como
Estância Turística pelo Governo do Estado de São Paulo. Na década de 1970, Bananal
iniciou novo ciclo produtivo, voltado para o artesanato, com destaque para os trabalhos
em crochê de barbante, a produção de cachaça e doces artesanais (BANANAL, 2019).
Alguns municípios vizinhos ganharam importância econômica como Angra dos Reis,
fundada em 1556, onde estão instalados o TEBIG - Terminal Marítimo da Baía da Ilha
Grande da Petrobrás (1977) e as usinas nucleares Angra I (1972) e Angra II (1985). O EIA
– Estudo de Impacto Ambiental da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto - Angra 3
inclui o município de Bananal como AII - Área de Influência Indireta no raio de 50km
(APÊNDICE 4.1.E). A EE de Bananal fica, em linha reta, a 25km das usinas, que se situam
no distrito de Cunhambebe, município de Angra dos Reis, Estado do Rio de Janeiro
(ELETROBRÁS, 2006).
Com a inauguração da rodovia Presidente Dutra na década de 1950, que liga São Paulo
ao Rio de Janeiro, a importância da “Trilha do Ouro” em termos de circulação de
mercadorias e passageiros foi sendo paulatinamente diminuída, permanecendo apenas
seu caráter histórico-cultural (SÃO PAULO, 2009). Seu potencial turístico foi bem descrito
no Plano de Desenvolvimento Turístico de Bananal de 2017 (Gagliardi, 2017).
62
Sítios arqueológicos
Trilha do Ouro
Este bem arqueológico não está cadastrado no Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos
- CNSA, do IPHAN.
A existência deste caminho, insere-se no contexto da hoje chamada “Estrada Real”, que
foi criada pela Coroa portuguesa no século XVII com a intenção de fiscalizar a circulação
das riquezas e mercadorias que transitavam entre Minas Gerais (ouro e diamante) e o
litoral do Rio de Janeiro, então capital da colônia e por onde saíam os navios para
Portugal. Sua extensão teria 1.200 km. Salienta-se que o trecho do caminho no município
não está presente na rota oficial da Estrada Real. É possível se pensar que este caminho
fosse parte do chamado Caminho Velho, que, vindo de Paraty, subia a Serra até o Vale do
Paraíba (APÊNDICE 4.1.F.).
A trilha no trecho da EE de Bananal não segue as curvas de nível do terreno, sendo suas
curvas direcionadas para o encontro de retas. Registram-se várias canaletas de
escoamento de águas pluviais, bem elaboradas e eficientes. Ao descer, a água encontra
uma barreira de rocha, com 0,20 m de altura, inclinada, que direciona a água pluvial para
fora da trilha, morro abaixo (APÊNDICE 4.1.G.) .
Também são visíveis alguns recuos nas laterais da trilha, cuja função não pôde ser
determinada (APÊNDICE 4.1.I.). O calçamento da trilha não apresenta significativas
variações no tamanho ou forma de assentamento. Destaca-se que foram utilizados seixos
de rio, pois na época não havia a pólvora para estourar as pedras em loco, e o caminho,
portanto, era feito com pedras de mão.
É possível que a trilha tenha sido reformada em algum momento, mas não há vestígios
no trecho estudado. Com a chegada das estradas de ferro no Vale do Paraíba e com o
63
Patrimônio Imaterial
A UGRHI 2 abrange 34 municípios com suas sedes na bacia, em uma área de drenagem
de 14.444 km2 (5,8% do estado). Bananal, com seus 616 km², possui 10.560 habitantes
(0,024% da população do estado) (SEADE, 2018). É um dos 391 municípios com menos
de 20.000 habitantes do estado, que somados são 61% dos municípios, reúnem 7% da
população e ocupam 48% da área total do estado (APÊNDICE 4.3.B.).
64
Produção
Empregos
No comparativo da tabela Relação Anual de Informações Sociais - RAIS entre 2010 e 2016,
houve diminuição no número de empregos referentes à criação de bovinos, que passou
de 208 para 185 em 2016 e à construção de rodovias e ferrovias, que passou de 502
empregos para 292. A administração pública teve pequeno acréscimo, passando de 431
para 455 empregos (RAIS, 2016) (APÊNDICES 4.4.D, 4.4.E. e 4.4.F.).
Atividades econômicas
65
Na lavoura temporária a maior área plantada é de milho, que, entre 2010 e 2017, teve
diminuição de 11,7%, de 300 ha para 265 ha. A produção de mandioca, que em 2010 era
de 8 ha foi praticamente extinta. A área plantada de feijão permaneceu em 35 ha, e a de
cana-de-açúcar aumentou 400%, de 20 para 100 ha (APÊNDICE 4.4.I.).
Na produção de origem animal, a produção de leite aumentou 63,7% entre 2010 e 2017,
de 8.311 mil litros para 13.608 mil litros. A produção de mel de abelha saltou 245%, de
3.000 para 10.350 kg. A produção de ovos de galinha reduziu de 24 para 8 mil dúzias
(APÊNDICE 4.4.J.).
Os bovinos são o maior rebanho da pecuária, entretanto, entre 2010 e 2017, houve
diminuição de 26,8% no número de cabeças, de 22.000 para 16.101. Também houve
redução de suínos, de cerca de 50%. Outros rebanhos aumentaram o número de cabeças
no período 2010 a 2017, por exemplo, os bubalinos, tiveram aumento 53,75% e os ovinos
de 83,47% (APÊNDICE 4.4.K.).
Condições de vida
Na área de estudo, que é rural, predomina o abastecimento de água por poços. Na área
urbana o abastecimento por água de rede é feito com captação no rio Bananal onde há
uma ETA – Estação de Tratamento de Água. Na área de estudo, nos três principais setores
censitários que envolvem a EE de Bananal, predominam domicílios com fossa séptica e
fossa rudimentar (APÊNDICE 4.5.B.). Na área urbana, o esgoto é coletado e tratado em
uma ETE (IBGE, 2011).
O município de Bananal faz disposição final dos resíduos sólidos coletados em aterro
sanitário em Barra Mansa no estado do Rio de Janeiro, procedimento também adotado
pelo município de Arapeí. Nas áreas rurais a coleta de lixo é intermitente ou não ocorre,
já nas áreas urbanas há coleta regular. O plano municipal de resíduos sólidos ainda não
foi elaborado (APÊNDICE 4.5.C.) (CETESB, 2019).
Matriz social
67
O APÊNDICE 4.5.F. ilustra o resultado obtido em oficina com o Conselho Consultivo para
mapeamento dos atores estratégicos que tem relação com a UC, ocorrida em fevereiro
de 2019 em Bananal. Os atores mapeados foram classificados segundo sua proximidade
com a UC e tipo de relacionamento (bom, médio ou conflituoso). A maioria foi classificada
como parceiros, embora nem todos estejam próximos da UC, indicando a necessidade de
aproximação como a mídia da região, ONG AMO Bocaina, pesquisadores, moradores de
Bananal, CETESB entre outros. Entre os atores conflituosos foram citados os caçadores e
palmiteiros, produtores rurais, turistas do Rio de Janeiro e Rodovia SP 247. os conflitos
foram mapeados como vetores de pressão como caça, extração de recurso vegetais,
fogo, falta de informação sobre a categoria Estação Ecológica e seus usos admitidos e
acesso à UC.
1
Tipo de relevo onde predominam declividades médias a altas, acima de 15% e amplitudes locais acima e
300 metros. (Ponçano et al., 1981).
2
Serras alongadas – forma de relevo com topos angulosos, vertentes ravinadas com perfis retilíneos, por
vezes abruptas. Drenagem de alta densidade, padrão paralelo pinulado e vales fechados. (Ponçano et al.,
1981).
68
Conforme Carvalho et al. (1998) as áreas rurais do Vale do Paraíba passaram por vários
estágios agrícolas nos últimos cinquenta anos, substituindo-se o cultivo do café pelas
pastagens e pela criação extensiva de gado e diversificando-se a agricultura. Pode-se
dizer que a fisionomia da vegetação secundária atual em seus vários estágios de
regeneração é resultante do histórico de ocupação da área caracterizado pela sucessão
de atividades econômicas.
Segundo IBGE (2012), toda e qualquer vegetação diferenciada nos aspectos florístico e
fisionômico-ecológico da flora dominante na região fitoecológica pode ser considerada
como um “refúgio ecológico”. Este, muitas vezes, constitui uma “vegetação relíquia”,
com espécies endêmicas, que persiste em situações especialíssimas, como é o caso das
comunidades localizadas em altitudes acima de 1800 metros. Os refúgios ecológicos,
condicionados por parâmetros ambientais muito específicos, apresentam, geralmente,
alta sensibilidade a qualquer tipo de intervenção. Áreas turfosas, em diferentes altitudes
e os cumes litólicos das serras, normalmente, suportam relictos vegetacionais. Estes
ambientes podem apresentar vegetação com fisionomia campestre, também conhecida
como campos de altitude ou arbustiva.
Para o grupo “Outros Usos” destaca-se Área queimada que ocupa 17,3 ha (0,2%). Está
situada ao norte, cerca de 2 km do limite da Estação Ecológica de Bananal. Esta Área
queimada é apenas uma pequena parcela do incêndio florestal que ocorreu na Serra da
Bocaina no final de setembro de 2017 e que consumiu cerca de 1,2 mil hectares
(https://g1.globo.com/sp/vale-do-paraiba-regiao/noticia/serra-da-bocaina-e-
monitorada-apos-incendio-na-mata-ser-controlado.ghtml).
Infraestrutura linear
A avaliação dos pontos de outorga para uso dos recursos hídricos foi feita com base em
dados disponibilizados pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São
Paulo (DAEE) referentes ao ano 2015. No município de Bananal há seis outorgas para
água subterrânea e seis para água superficial, entre as quais uma outorga para
abastecimento público, três para indústria e três para uso rural. Na área de estudo não
há pontos de outorga.
Assim, foram considerados para essa análise dois grandes empreendimentos que tem o
município de Bananal como área de influência direta (AID) – como é o caso da PCH do
71
PCH do Braço
Para o meio antrópico, a AII do empreendimento englobou o município que possui terras
afetadas pelo empreendimento. Por este critério, foram considerados os seguintes
municípios: (1) Rio Claro - RJ, com 619,0 km² de área, pertencente à mesorregião Sul
Fluminense e à Região de Governo Médio Paraíba; e (2) Bananal - SP, com 841,0 km2 de
área, pertencente à região administrativa de São José dos Campos e à Região de Governo
de Cruzeiro. Os impactos verificados para este meio não implicaram influência na
dinâmica socioeconômica dos polos municipais de atração regional, sendo estes
impactos, em sua maioria, de pequena ou média importância e magnitude para os
próprios municípios contemplados na área de influência indireta do empreendimento.
Para o meio físico e biótico, foi considerado um recorte geográfico marcado pela
homogeneidade de paisagem, definindo-se, desta maneira, uma região que se aproxima
de uma área natural de análise. Desta forma, adotou-se a bacia do rio do Braço, com área
de 170.785,5 km², como trecho sob influência indireta do empreendimento, tendo como
limites norte e sul da bacia, a Serra da Carioca e a Serra do Mar (APÊNDICE 4.6.F.).
Os estudos apontam que a totalidade do município de Bananal está inserido na área de
influência indireta – AII em relação ao meio antrópico, e parcialmente em relação ao meio
físico e biótico. A área de influência direta - AID abrange uma parcela pequena do
município e Bananal (APÊNDICE 4.6.G.).
Segundo EIA-RIMA do empreendimento (2009), a AII para este estudo foi definida como
a área limitada por uma circunferência de raio 50 quilômetros (AII-50 km) e centro no
local previsto para a construção do reator da Unidade 3 da Central Nuclear Almirante
Álvaro Alberto (CNAAA), conforme mapa abaixo (APÊNDICE 4.6.I.).
Foram definidas duas áreas de influência direta, limitadas por circunferências centradas
no local previsto para a instalação do reator da Unidade 3 da CNAAA, porém com raios
distintos: 15 (AID-15 km) e 5 quilômetros (AID-5 km), conforme APÊNDICE 4.6.J. A área
de influência direta com raio de 15 km (AID-15 km) abrangeu os distritos de Angra dos
Reis, Mambucaba, Cunhambebe e Tarituba, situados nos municípios de Angra dos Reis e
Parati, no Estado do Rio de Janeiro. A área de influência direta com raio de 5 km (AID-5
km) abrangeu a localidade do Frade, o Sertãozinho do Frade, o Condomínio do Frade e a
área em torno da CNAAA, no distrito de Cunhambebe; a vila residencial de Praia Brava
(vila dos funcionários da CNAAA), os condomínios Barlavento, Praia Vermelha e Goiabas
e a Vila Histórica de Mambucaba, no distrito de Mambucaba.
Os municípios localizados no estado de São Paulo que estão na área de influência indireta
(Bananal, São José do Barreiro, Arapeí, Cunha, Areias, Silveira) foram pouco citados no
EIA.
73
O EIA RIMA de Angra III propõe alguns programas relacionados à Saúde Pública e
Monitoramento Radiológico. Entretanto não foi descrito nesse documento um Plano
Integrado de Emergências para Angra III, como o APELL (UNEP,1988), por exemplo.
Encontramos no site: http://www.eletronuclear.gov.br/seguranca/ uma citação do plano
de emergência da Central Nuclear - Angra 1 e Angra 2, prevendo a proteção da população
residente em uma área de até 5 km em torno da Central Nuclear.
A partir dos levantamentos foi realizada a análise quantitativa e qualitativa dos dados
secundários, a fim de identificar as dinâmicas do território e subsidiar o mapeamento de
indicativos negativos de pressão e conflitos, bem como as áreas de maior vulnerabilidade
na área da Estação Ecológica de Bananal, conforme APÊNDICE 4.6.K.
74
Os dados da Operação Corta – Fogo, levantados entre os anos de 2014 e 2018, indicam
o registro de cinco incêndios florestais na área de entorno da Estação Ecológica de
Bananal, sendo um incêndio em 2014 e quatro no ano de 2017 (APÊNDICE 4.6.L. e
4.6.M.).A maior parte dos incêndios teve como origem atividades criminosas e foi
combatida com esforços dos funcionários da Fundação Florestal e do Instituto Florestal,
contando com o apoio de moradores do entorno e de órgãos e instituições parceiras,
como Prefeitura Municipal, Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e Polícia Militar Ambiental.
A ocorrência de maior proporção ocorreu no mês de setembro de 2017, atingindo cerca
de 586 hectares de propriedades no entorno da unidade e abrangendo vegetação nativa
da Mata Atlântica e vegetação em regeneração. O combate ao incêndio contou com a
colaboração do grupamento aéreo da Polícia Militar e com a atuação de mais de 130
pessoas.
75
De acordo com relatório interno (Fundação Florestal, 2012), os esforços para proteção
da Estação Ecológica de Bananal foram impulsionados a partir de 1994, no âmbito do
Projeto de Preservação da Mata Atlântica (PPMA), com aplicação de recursos de
cooperação financeira entre o governo brasileiro e a República Federal da Alemanha, por
intermédio do banco estatal KfW Entwicklungsbank.
Entre os anos de 1998 a 2007, como segundo componente do PPMA, foi desenvolvido o
Plano Operacional de Controle – POC, que visava a união de esforços para a proteção e o
planejamento de ações conjuntas de fiscalização das áreas de Mata Atlântica,
englobando instituições com atribuição de fiscalização e licenciamento e a realização de
reuniões periódicas para o estabelecimento de ações e avaliação de seus resultados.
76
Nas ações de fiscalização e vistorias realizadas pela unidade e pela Polícia Militar
Ambiental, entre os anos de 2013 e 2018 no âmbito do SIM, observa-se que a grande
maioria dos registros, 493 ações, não indica indícios de ocorrências, o que segue o mesmo
padrão de anos anteriores (Fundação Florestal, 2012). No entanto, dentre as ocorrências
identificadas no período, a maior parte está associada ao fogo, com 11 registros
localizados nas porções de maior vulnerabilidade (Alto da Bocaina à Sudoeste; Serra da
Bocaina ao Norte; e Bairro dos Coqueiros à Nordeste). Há registro de ocorrências
relacionadas à supressão de vegetação, com um total de quatro registros que indicam
extração irregular de palmito Jussara e abertura de trilhas ou estradas, em especial na
porção à Nordeste da Estação, além de um registro relativo à apanha de passeriformes e
um de vandalismo.
De acordo com os registros de autos de infração ambiental lavrados pela Polícia Militar
Ambiental na área da Estação Ecológica e entorno, entre os anos de 2013 a 2018, verifica-
se um total de 40 autuações, todas localizadas no entorno da unidade, em especial nas
áreas à Sudoeste e à Nordeste. Dentre as infrações registradas, 33 autuações estão
relacionadas à supressão de vegetação nativa, na maioria em áreas de preservação
permanente e há três registros que indicam o armazenamento ou depósito irregular de
produtos e subprodutos florestais. As demais autuações se relacionam à fauna,
particularmente à manutenção de animais em cativeiro.
77
O Plano Diretor de Bananal, instituído pela Lei Complementar nº 016/2014, define cinco
Macroáreas e Núcleos Urbanos, entre elas a Macroárea de Proteção Ambiental (MAPA).
Não há mapa do zoneamento rural, apenas do zoneamento interno ao perímetro urbano
(BANANAL, 2014).
O Plano Diretor determina que todas as áreas categorizadas como ZIA (matas nativas,
matas regeneradas ou em estado de regeneração, áreas reflorestadas, desde que não
homogêneas, áreas de vegetação expressiva, áreas da Estação Ecológica e áreas
contíguas ao Parque Nacional da Serra da Bocaina serão preservadas em conformidade
com a política ambiental do município, ou recuperadas quando for o caso (Art.115).
Ainda que não componham a área territorial da MAPA, todas as áreas de vegetação
expressiva, matas naturais e/ou em regeneração, denominadas ZIAs, passam a ter seus
usos e ocupação regulados pelos mesmos critérios atribuídos à MAPA (Art.114, §1º).
78
Além da MAPA, o Plano Diretor definiu a MARU – Macroárea Rural, que compreende toda
a porção do território externa ao perímetro urbano, onde indica que deve ser incentivada
a diversificação da produção agrícola. Compõem a MARU, as zonas de interesse
ambiental – ZIAs, as zonas de desenvolvimento agropecuário – ZDA e os bairros rurais.
O Plano Diretor institui, por fim, Projetos Estratégicos Ambientais. O Projeto Estratégico
Ambiental 01, PEA 01, prevê a implantação da Zona de Recuperação Ambiental (ZORA)
na área do Sertão da Bocaina, iniciando a 500m (quinhentos metros) do entroncamento
da SP-247, com estrada que liga a São José do Barreiro e terminando na divisa com o
município de Angra dos Reis. O Projeto Estratégico Ambiental 02, PEA 02, tem, entre
outros, o objetivo de implantar espaço de referência à cultura do Meio Ambiente e à
realização de cursos de Educação Ambiental na Estação Ecológica de cunho laboratorial
e, como estratégia, articulação com o Governo do Estado de São Paulo visando a
formalização de um convênio que viabilize o Projeto Estratégico (Arts. 409 a 416).
A Reserva da Biosfera da Mata Atlântica - RBMA, cuja área foi reconhecida pela UNESCO
em seis fases sucessivas entre 1991 e 2008, foi a primeira unidade da Rede Mundial de
Reservas da Biosfera declarada no Brasil. A Estação Ecológica de Bananal é uma Zona
Núcleo - ZN – da RBMA, que são áreas legalmente protegidas e claramente delimitadas
no território. A maior parte da área de estudo da EE de Bananal está incluída na Zona de
Amortecimento da RBMA (APÊNDICES 5.1.e 5.2.).
A RBMA tem como principais funções: conservar a biodiversidade e seus demais atributos
naturais, inclusive a paisagem e os recursos hídricos; valorizar o patrimônio social, étnico
e cultural das comunidades a elas vinculadas; incentivar o desenvolvimento econômico,
social e cultural, de forma sustentável; e apoiar e divulgar os projetos de educação
ambiental, capacitação e pesquisa científica (BRASIL, 2016).
79
A APA da Bacia do Rio Paraíba do Sul, criada pelo Decreto Federal no 87.561/1982, dispõe
sobre as medidas de recuperação e proteção ambiental da Bacia Hidrográfica do Rio
Paraíba do Sul (GOVERNO FEDERAL, 1982). A APA abrange os estados de São Paulo, Rio
de Janeiro e Minas Gerais, entretanto, somente os trechos da bacia que se encontram
em território paulista foram mapeados pelo ICMBio e constam no Cadastro Nacional de
Unidades de Conservação. O trecho da APA mais a Leste no estado de São Paulo
sobrepõe-se à parte noroeste da área de estudo da EE de Bananal, ficando a apenas 150m
da UC (APÊNDICE 5.3, 5.4 e 5.5). O Decreto prevê o estabelecimento de zoneamento e de
normas a fim de proteger os mananciais de abastecimento da bacia hidrográfica do Rio
Paraíba do Sul, a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a
sustentabilidade do uso dos recursos naturais. Está prevista, por exemplo, a proibição de
implantação de indústrias potencialmente poluidoras, capazes de afetar mananciais de
água; a realização de obras de terraplenagem e a abertura de canais, quando essas
iniciativas importarem em sensível alteração das condições ecológicas locais; o exercício
de atividades capazes de provocar acelerada erosão das terras ou acentuado
assoreamento das coleções hídricas; o exercício de atividades que ameacem extinguir as
espécies raras da biota regional. Segundo o Cadastro Nacional de Unidades de
Conservação, a referida UC não possui Plano de Manejo nem Conselho Consultivo
(BRASIL, 2019).
Políticas públicas
81
O segundo e terceiro encontros tiveram como objetivo a reflexão e debate com vistas a
ampliação e aprofundamento da compreensão do coletivo em relação ao problema
"vetores de pressão do entorno da UC". Na análise, destacaram-se três causas
consideradas críticas: 1) a falta de ação da sociedade civil e pressão no poder público
(fiscalização); 2) a falta de alternativa de renda; e 3) a capacitação insuficiente de gestores
locais. Às causas críticas foram dirigidos esforços dos participantes para o debate a partir
do espaço do Conselho, no sentido de enfrentamento do problema dos vetores de
pressão à UC. O quarto encontro foi dedicado ao planejamento de intervenções na
realidade socioambiental apreendida a partir da definição de um problema de
fiscalização. O último encontro foi dedicado especialmente à definição de ações práticas
para dar cabo daquelas consideradas estratégicas (construídas no encontro anterior). O
relato de cada encontro na íntegra pode ser acessado em
http://www.sigam.ambiente.sp.gov.br/sigam3/Default.aspx?idPagina=14165.
O ICMS Ecológico constitui um dos critérios para o cálculo desse repasse no Estado de
São Paulo, sendo ele próprio calculado em função da existência de espaços territoriais
especialmente protegidos nos municípios paulistas, conforme prevê a Lei Estadual nº.
8.510/93 (SÃO PAULO, 2019). Em 2018, em valores absolutos, Bananal recebeu
aproximadamente R$ 171.858,00 em função da existência da EE de Bananal em seu
território, o que representa cerca de 3,6% de todo o ICMS que cabe ao município. É
possível concluir, portanto, que o ICMS Ecológico constitui uma importante ferramenta
de política pública, com observância do princípio do “provedor-recebedor”, para que os
estados estimulem os municípios a participarem de um processo de desenvolvimento
sustentável em larga escala, por meio de retribuição à execução de atividades
ambientalmente positivas em seus respectivos espaços territoriais (SÃO PAULO, 2019).
6. ANÁLISE INTEGRADA
A Estação Ecológica de Bananal (EEB) possui em torno de 884 ha e seu território está
integralmente regularizado, sendo 100% área do Estado. Foi criada com o objetivo de
proteger remanescentes de Floresta Ombrófila Densa Montana e Alto Montana, refúgios
vegetacionais, espécies de flora e fauna ameaçadas de extinção, além de permitir o
desenvolvimento de pesquisas e atividades de educação ambiental. Possui duas trilhas
para desenvolvimento de atividades de educação ambiental: Trilha Cachoeira Sete
Quedas, com 450 m, que dá acesso a duas quedas no Córrego das Cobras, e a Trilha do
Ouro, com 800 m preservados do histórico caminho real e que serve de acesso ao
mirante.
A EEB é coberta por Floresta Ombrófila Densa Montana e Alto Montana, com 75% da sua
extensão em bom estado de conservação e apenas 19% ocupada por vegetação
secundária em fases quarta e quinta de sucessão. A presença de araucárias no interior da
unidade foi classificada como de origem antrópica, tendo sido introduzidas em área de
lavoura abandonada. Foram registradas 709 espécies de plantas, dentre estas 225
samambaias e licófitas, cinco gimnospermas e 679 angiospermas. Trinta e quatro
espécies constam em ao menos uma lista de espécies ameaçadas de extinção em nível
estadual, nacional ou global. Destaca-se também a quantidade e a variedade de
bromélias, enfatizando-se que esta unidade de conservação provavelmente seja a única
localidade do mundo que abriga populações de duas delas, Neoregelia pontualli Leme e
Nidularium corallinum (Leme) Leme, descritas em 1991 e 1992, respectivamente, em
área contígua à unidade. Além destas, ocorrem outras bromélias raras como Fernseea
bocainensis E.Pereira & Moutinho e Vriesea hieroglyphica (Carrière) E.Morren. Dentre as
18 espécies exóticas registradas na EEB, muitas são frutíferas como a nespereira, a
goiabeira, o abacateiro e o limoeiro-rosa; ornamentais como a hortênsia, o cedro-
japonês, a tritônia e gramíneas, mas outras foram introduzidas por meio de
reflorestamentos, como a castanha-portuguesa (Castanea sativa Mill.) e o pinheiro Pinus
elliottii L. Entre as exóticas invasoras detectadas no entorno da UC que necessitam de
ações de controle e manejo estão o lírio-do-brejo, o cedro-australiano e o P. elliottii.
83
São conhecidas para a EEB 402 espécies de vertebrados, sendo cinco espécies de peixes
de água Doce, 45 de anfíbios, 61 de mamíferos, 33 de répteis e 258 de aves. Dezenove
espécies de vertebrados são consideradas ameaçadas de extinção em pelo menos uma
das listas consultadas. A EEB é a localidade-tipo de duas espécies de anfíbios, a Holoaden
suarezi, e a Chiasmocleis altomontana, esta última até o momento só foi encontrada na
UC. Está entre as poucas áreas do estado de São Paulo a apresentar cinco espécies de
primatas. Abriga espécies extremante importantes por serem dispersoras de sementes
grandes como jacu, tucanos, araponga, pavó, muriqui-do-sul e anta. A EEB integra a Área
Internacionalmente Importante para a Conservação das Aves – IBA RJ/SP01 Serra da
Bocaina/Paraty/Angra dos Reis e abriga pelo menos 18 espécies de aves migratórias ou
que apresentam algum padrão de variação sazonal na sua detecção. A riqueza
encontrada é surpreendente quando se considera o tamanho da UC. Contudo, o elevado
número de espécies e a presença de mamíferos e aves de grande porte que requerem
extensas áreas de vida decorrem da continuidade das florestas da Estação com áreas
similares do entorno, localizadas em propriedades privadas, no Parque Nacional da Serra
da Bocaina e no Parque Estadual Cunhambebe, nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro,
respectivamente. Dentre as espécies exóticas que causam prejuízos às nativas, foram
citados o gato-doméstico Felis catus e o cachorro-doméstico Canis lupus, que andam
livremente no entorno da UC; a tilápia (Coptodon rendalli), detectada na bacia do Rio do
Braço, fora da UC; a truta-arco-íris (Oncorhynchus mykiss), criada na região e que pode
vir a se estabelecer na bacia, pois é adaptada a águas frias e rápidas; e as abelhas Apis
mellifera citadas como grande ameaça às abelhas nativas da UC.
A área de estudo está inserida no Planalto da Bocaina e ocupa trechos das subzonas
Planaltos Isolados e Serrania da Bocaina. Esta última é constituída por relevo do tipo
Serras Alongadas com marcante orientação NE-SW e altitudes de 1400 a 1900 m, sendo
representada pelas serras da Carioca, do Campestre, das Perobeiras, dos Palmares e do
Turvo. As análises diferenciaram seis tipos de relevo na área de estudo: Montanhas e
Morros, Morros dissecados, Morrotes pequenos, Corpos de Tálus, Cones de dejeção e
Planícies Fluvio-coluviais. A distribuição da inclinação na região mapeada indica um
predomínio das classes acima de 30°, o que evidencia a sua propensão à ocorrência de
processos erosivos, bem como dificulta a possibilidade de ocupação com atividades
agropecuárias, e favorecem o seu uso como área para abrigo e proteção da fauna e da
flora silvestre e como ambiente para recreação e lazer. A EEB é constituída por relevos
de Montanhas e Morros, que predominam, e por relevos de Corpo de Tálus e Cones de
Dejeção que ocorrem no sopé das encostas e ao longo dos vales. Quanto à fragilidade
dos solos, 58% da área de estudo apresentam fragilidade muito alta, 39%, fragilidade alta
e apenas 3%, fragilidade moderada. Para as áreas classificadas como fragilidade muito
alta, 46% destas apresentam altas declividades, presença de rochosidade e pequena
profundidade do solo, enquanto 12% apresentam riscos de contaminação e presença de
lençol freático elevado. A análise do mapa de terrenos da área de estudo mostra que há
84
Desde 1983, o município de Bananal é classificado como Estância Turística pelo Governo
do Estado de São Paulo, pelo testemunho histórico dos ciclos do ouro e do café, aliado às
riquezas naturais da região. Um trecho de caminho de pedra, conhecido localmente
como “Trilha do Ouro”, passa na E. E. de Bananal.
85
Nas ações de fiscalização e vistorias realizadas pela gestão da unidade e pela Polícia
Militar Ambiental, entre os anos de 2013 e 2018 no âmbito do Sistema Integrado de
Monitoramento (SIM), observa-se que a maior parte das ocorrências está associada ao
fogo, com 11 registros localizados nas porções de maior vulnerabilidade (Alto da Bocaina
86
Assim, diante do acima exposto – alta riqueza de espécies de fauna e flora, incluindo
espécies com área de vida superior ao tamanho da UC, a integridade de suas matas, a
presença de extensas áreas de vegetação nativa no entorno ligando-a a outras unidades
de conservação, a alta fragilidade geoambiental e alto perigo de escorregamentos,
dificultando o uso e ocupação do solo e resultando em baixa densidade de ocupação, faz-
se necessária a ampliação da unidade e/ou a criação de Corredores Ecológicos para
assegurar a manutenção desse cenário satisfatório para a conservação da biodiversidade,
como já apontado em outros estudos. Em relação à Zona de Amortecimento, destacamos
como vetores de pressão para a EEB o emprego do fogo e a perda de vegetação ao norte,
os usos incompatíveis nas drenagens de influxo para UC a oeste, as atividades de
silvicultura, principalmente ao sul, as atividades ilegais de caça/extração de palmito a
leste e a presença de espécies exóticas, como o Pinus, a truta, a abelha-africanizada e os
animais domésticos.
7. CORREDORES ECOLÓGICOS
O §2º do artigo 25 da referida lei traz que os limites da zona de amortecimento e dos
corredores ecológicos e as respectivas normas regulamentando a ocupação e o uso dos
recursos poderão ser definidos no ato de criação da unidade ou posteriormente, sendo
que, o Plano de Manejo deve abranger a área da unidade de conservação, sua zona de
amortecimento e os corredores ecológicos (§1º, artigo 27). De acordo com o Decreto
Estadual 60.302/2014, que instituiu o Sistema de Informação e Gestão de Áreas
Protegidas e de Interesse Ambiental do Estado de São Paulo (SIGAP), para o
estabelecimento das zonas de amortecimento e corredores ecológicos nas unidades de
conservação deverão ser observados os procedimentos, os critérios técnicos e as
diretrizes, indicados em resolução do Secretário do Meio Ambiente (artigo 18, §1º).
O termo Conectividade, introduzido por Merriam (1984) e formalizado por Taylor et al.
(1993), foi originalmente definido como o grau com que a paisagem facilita ou impede o
movimento dos organismos entre fragmentos-fonte e pode apresentar tanto aspectos
estruturais como funcionais (Naxara 2008). Essa definição destaca que os tipos,
quantidade e arranjo das manchas de habitat e da matriz influenciam o movimento e, por
último, as dinâmicas populacionais e a estrutura da comunidade (Taylor et al., 2006).
89
A análise integrada deste Plano de Manejo (6. Análise Integrada) traz um sumário das
principais características da EEB e seu entorno do ponto de vista dos meios biótico, físico,
antrópico e jurídico institucional, indicando ao final a necessidade de criação de
Corredores Ecológicos para assegurar a manutenção da biodiversidade da EEB.
Com base nos dados dos Planos de Manejo das Unidades de Conservação próximas à EEB
foi feita uma análise qualitativa quanto à similaridade de fauna e tipos vegetacionais
entre as três UCs.
O Parque Estadual Cunhambebe (PEC) localiza-se desde a divisa dos estados do Rio de
Janeiro e São Paulo, na fronteira entre os municípios de Angra dos Reis (RJ), Rio Claro (RJ)
e Bananal (SP). Está há menos de 5 km da Estação Ecológica. De acordo com dados
extraídos do Plano de Manejo da referida UC (2015), a vegetação do PEC é a Floresta
Ombrófila Densa (submontana a alto-montana) e Floresta Estacional Semidecidual
(submontana e montana). Grande parte da área do PEC é composta por vegetação em
estágio médio/avançado de regeneração, perfazendo aproximadamente 90% da área da
UC, totalizando mais de 34.000 ha. Das 10 espécies destacadas abaixo no plano de
manejo do PEC, cinco fazem parte da lista de flora da EEB: cedros (Cedrela odorata,
Cedrela fissilis), angicos (Piptadenia sp.), canela-branca (Cryptocaria moschata), jatobá
(Hymenaea coubaril), peroba (Aspidosperma sp), canela-preta (Nectandra mollis),
jequitibá (Cariniana estrellensis), assim como espécies ameaçadas de extinção, como
palmito-juçara (Euterpe edulis) e xaxim (Dicksonia sellowiana).
91
O Parque Nacional da Serra da Bocaina (PARNASB) abrange desde áreas costeiras até
vertentes íngremes no alto do planalto dissecado da Bocaina, do nível do mar a 2.088
metros de altitude. É coberto pela Floresta Ombrófila Densa (Submontana, Montana e
Alto Montana), Floresta Ombrófila Mista Alto Montana e Campos de Altitude. Localiza-se
na divisa entre os Estados do Rio de Janeiro (Angra dos Reis, Mambucaba, Paraty) e São
Paulo (Ubatuba, Cunha, Areias, São José do Barreiro e Bananal). Está há 10 km da EEB.
No Plano de Manejo do Parque (2002) descreve-se, no item 5.3.2 – Fauna, a existência
de 40 espécies de mamíferos, sendo 25% ameaçado de extinção. São citados: ouriço-
cacheiro (Coendou spinosus), sagui-da-serra-escuro (Callithrix aurita), bugio (Alouatta
guariba), macaco-prego (Sapajus nigritus), mono-carvoeiro (Brachyteles arachnoides),
lontra (Lontra longicaudis), o cateto (Pecari tajacu), queixada (Tayassu pecari), a anta
(Tapirus terrestris), os felinos como a jaguatirica (Leopardus pardalis) e a onça-parda
(Puma concolor). Dentre os 11 mamíferos citados, oito também se encontram na EEB.
Foram levantadas, 294 espécies de aves, doze delas ameaçadas de extinção e 26
presumidamente ameaçadas. São citadas: Tinamus solitarius, Aburria jacutinga, Claravis
geoffroyi, Touit melanonotus, Triclaria malachitacea, Hydropsalis forcipa, Campephilus
robustus, Myrmotherula minor, Hylopezus nattereri, Xiphocolaptes albicollis,
Phylloscartes paulista, Onychorhynchus swainsoni, Lipaugus ater, Carpornis cucullata e
Piprites pileata. Dentre as 15 aves citadas, cinco também se encontram na EEB.
Relativo ao meio físico, o terreno com Sensibilidade Geoambiental Alta a Muito Alta
(89,99% da área, APÊNDICES 3.4.I. e 3.4.J.), com predomínio das classes de perigo muito
alto (P14esc e P13esc, APÊNDICES 3.7.C.) e a distribuição da inclinação na região estudada
com predomínio das classes acima de 30° (APÊNDICE 3.2.E), evidencia a susceptibilidade
à ocorrência de processos erosivos, restringe a possibilidade de ocupação com atividades
agropecuárias e explica o uso e cobertura da terra na área de entorno da EEB descritos
abaixo.
Além dos dois parques relativamente próximos à EEB e com grandes extensões de
vegetação nativa, seu entorno imediato (3km – 7398,7 ha) é coberto por vegetal natural
(Floresta Ombrófila Densa, Campo de Altitude e Sistema Secundário da Floresta
Ombrófila Densa), somando 6.267,6 ha (84,7%). Os demais usos, pastagens e/ou campos
antrópicos, reflorestamentos (pinus, eucalipto e araucária) e pequenos sítios e chácaras
ocupam apenas 1.114,0 ha (15,1%) (APÊNDICES 4.6.B. e 4.6.C.). A área de 31.385 ha no
entorno da EEB somou 23.203,72 ha (71,92%) de vegetação nativa, seguido por
pastagens/campos antrópicos e reflorestamentos (8.752,09 ou 27,12%) (APÊNDICES
4.6.D. e 4.6.E.).
Por fim, cabe destacar que a EEB está inserida na zona núcleo e seu entorno na zona de
amortecimento da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (RBMA – Fase VI, APÊNDICE
5.2), cuja função é conservação, desenvolvimento sustentável, conhecimento e gestão
participativa. As zonas de amortecimento são estabelecidas no entorno das zonas núcleo
ou entre elas, formando corredores ecológicos e permitindo a conectividade e a
cooperação entre as diversas áreas que compõem a RBMA (UNESCO, 2008).
94
8.1. Objetivos da UC
8.2. Do Zoneamento
ZONAS
I. ZONA DE PRESERVAÇÃO (ZP);
II. ZONA DE CONSERVAÇÃO (ZC);
III. ZONA DE RECUPERAÇÃO (ZR);
IV. ZONA DE USO EXTENSIVO (ZUE).
ÁREAS3
I. ÁREA DE USO PÚBLICO (AUP);
II. ÁREA DE ADMINISTRAÇÃO (AA);
III. ÁREA HISTÓRICO-CULTURAL (AHC);
IV. ÁREA DE INTERFERÊNCIA EXPERIMENTAL (AIE).
3 As áreas não foram detalhadas na tabela 1, pois são flexíveis e poderão ser mapeadas durante a implantação do
Plano de Manejo.
95
96
97
ZONA DE PRESERVAÇÃO
98
Objetivos específicos:
I. Preservar trechos da UC com elevada diversidade biológica, servindo como
banco genético da fauna e flora;
II. Proteger regiões de alta fragilidade do meio físico, constituídos por ecossistemas
íntegros;
III. Preservar espécies da flora e da fauna raras, ameaçadas de extinção ou
endêmicas;
IV. Proteger sítios de pouso, reprodução e forrageamento de espécies migratórias;
V. Preservar regiões que apresentem potencial de abrigar representantes da flora
e da fauna ainda desconhecidos ou pouco conhecidos para a ciência.
Atividades permitidas:
I. Proteção, fiscalização e monitoramento;
II. Pesquisa científica, desde que justificada a impossibilidade de realização
em outra zona;
Normas:
I. Não é permitida a visitação pública;
II. Não é permitida a instalação de infraestrutura;
III. É permitida a coleta de exemplares da flora e da fauna vinculada a planos de
reprodução de espécies ameaçadas de extinção, mediante projeto específico e
desde que comprovada a não ocorrência da espécie-alvo nas demais zonas;
IV. Não são permitidos deslocamentos em veículos motorizados em trilhas, exceto
para o desenvolvimento das atividades de proteção, fiscalização e de
manutenção dos acessos;
V. É permitido o uso de aparelhos sonoros apenas com finalidade científica ou para
fiscalização;
VI. A proteção, fiscalização e o monitoramento deverão ser permanentes, visando
diminuir possíveis vetores de pressão e outras formas de degradação.
ZONA DE CONSERVAÇÃO
Atividades permitidas:
I. Pesquisa científica e educação ambiental, com acesso restrito e mínimo
impacto sobre os atributos ambientais da UC;
II. Proteção, fiscalização e monitoramento;
III. Coleta de sementes ou outro material de propagação, nas condições
estabelecidas neste instrumento;
Normas:
I. A infraestrutura de proteção, fiscalização, monitoramento e pesquisa científica
deve circunscrever-se às Áreas de Administração, ser de mínimo impacto e pode
incluir, dentre outras, aceiros, guaritas, postos de controle e abrigos para
pesquisadores;
II. As atividades de educação ambiental devem circunscrever-se às Áreas de Uso
Público e às Áreas Histórico-Culturais e atender às normas estabelecidas para
essas áreas;
III. A infraestrutura para as atividades de educação ambiental deve circunscrever-
se às Áreas de Uso Público, ser de mínimo impacto e pode incluir, dentre outras,
trilhas, sinalização e equipamentos de segurança, tais como corrimões, escadas
ou pontes;
IV. A coleta de propágulos para fins de restauração será autorizada pela entidade
gestora mediante projeto específico, observando-se o disposto na Resolução
SMA n° 68/2008;
V. A pesquisa científica de alto impacto deve circunscrever-se às Áreas de
Interferência Experimental e observar as normas estabelecidas para essas áreas;
VI. É permitido o uso de aparelhos sonoros apenas com finalidade científica ou de
fiscalização.
100
Definição: É aquela constituída por ambientes naturais degradados que devem ser
recuperados para atingir um melhor estado de conservação e que, uma vez recuperada,
deverá ser reclassificada.
Objetivos específicos:
I. Implantar projetos de recuperação do patrimônio natural e histórico-cultural;
II. Implantar projetos de restauração ecológica, visando ao aumento da cobertura
de vegetação nativa;
III. Incentivar pesquisas em Ecologia da Restauração que subsidiem técnicas
adequadas a diferentes situações de degradação;
IV. Recuperar regiões de alta fragilidade do meio físico que representem riscos aos
usuários ou aos atributos da UC.
Atividades permitidas:
I. Recuperação e manutenção do patrimônio natural e histórico-cultural;
II. Pesquisa científica e educação ambiental;
III. Proteção, fiscalização e monitoramento.
Normas:
I. A infraestrutura de proteção, fiscalização, monitoramento e pesquisa científica
deve circunscrever-se às Áreas de Administração, ser de mínimo impacto e
poderá incluir, dentre outras, aceiros, guaritas, postos de controle e abrigos para
pesquisadores;
II. As atividades de educação ambiental devem circunscrever-se às Áreas de Uso
Público e às Áreas Histórico-Culturais e atender às normas estabelecidas para
essas áreas;
III. A infraestrutura para as atividades de educação ambiental deve circunscrever-se
às Áreas de Uso Público, ser de mínimo impacto e poderá incluir trilhas, dentre
outras, sinalização e equipamentos de segurança, tais como corrimões, escadas
ou pontes;
IV. A pesquisa científica de alto impacto deve circunscrever-se às Áreas de
Interferência Experimental e observar as normas estabelecidas para essas áreas;
V. As atividades de pesquisa científica de alto impacto devem circunscrever-se às
Áreas de Experimentação, ser autorizadas pelo órgão competente mediante
projeto específico e observar as normas estabelecidas para essas áreas;
101
Definição: É aquela constituída em sua maior parte por regiões naturais conservadas,
podendo apresentar efeitos de intervenção humana e atrativos passíveis de visitação
pública com objetivos educacionais.
102
Atividades permitidas:
I. Atividades de educação ambiental com baixo impacto sobre os recursos
ambientais;
II. Pesquisa científica;
III. Proteção, fiscalização e monitoramento;
IV. Gestão e Administração;
Normas:
I. A infraestrutura de proteção, fiscalização, monitoramento e pesquisa científica
deve circunscrever-se às Áreas de Administração, ser de até médio impacto e
poderá incluir, dentre outras, aceiros, guaritas, postos de controle e abrigos para
pesquisadores;
II. As atividades de educação ambiental devem circunscrever-se às Áreas de Uso
Público e às Áreas Histórico-culturais e atender às normas estabelecidas para
essas áreas;
III. A infraestrutura para educação ambiental deve circunscrever-se às Áreas de Uso
Público, ser de até médio impacto e poderá incluir, além daquela permitida nas
zonas anteriores, estacionamento, centro de visitantes, museu, dentre outros
compatíveis com atividades educacionais, ressaltando que:
a. As edificações e a infraestrutura devem estar harmoniosamente
integradas à paisagem;
b. Devem ser adotadas medidas de saneamento para tratamento dos
resíduos e efluentes gerados na unidade de conservação, priorizando
tecnologias e destinação de baixo impacto e ambientalmente adequadas;
c. É permitida a implantação de projetos de paisagismo, desde que
utilizadas espécies nativas regionais, mediante aprovação pela entidade
gestora;
d. As espécies exóticas utilizadas em projetos de paisagismo já implantados
devem ser substituídas, ainda que gradualmente;
IV. Atividades de observação de aves só poderão ser realizadas no âmbito de
atividades e projetos de educação ambiental obedecendo às diretrizes
especificas da entidade gestora;
V. A pesquisa científica de alto impacto deverá circunscrever-se às Áreas de
Interferência Experimental e observar as normas estabelecidas para essas áreas;
103
Descrição: Corresponde à Trilha da Cachoeira Sete Quedas, com acesso as duas últimas
quedas do Córrego das Cobras, com 450 m de comprimento.
Objetivos específicos:
I. Propiciar atividades de educação ambiental voltadas à interpretação, vivência e
contato com a paisagem e os recursos naturais;
II. Sensibilizar o usuário para a importância da conservação dos recursos
naturais;
III. Comportar a infraestrutura de apoio às atividades permitidas na zona.
Atividades permitidas:
I. Nas Áreas de Uso Público sobrepostas às Zonas de Conservação e Recuperação
são permitidas atividades de pesquisa científica e educação ambiental, com
acesso restrito e de mínimo impacto sobre os atributos ambientais da unidade
de conservação;
II. Nas Áreas de Uso Público sobrepostas à Zona de Uso Extensivo são permitidas
atividades de pesquisa científica e educação ambiental, com até médio impacto
sobre os atributos ambientais da unidade de conservação;
Normas:
I. Nas Áreas de Uso Público sobrepostas às Zonas de Conservação e de
Recuperação:
a. A infraestrutura deve ser de mínimo impacto e pode incluir trilhas,
sinalização e equipamentos de segurança, tais como corrimões, escadas
ou pontes compatíveis com as características da zona;
b. O acesso à Área deve ser limitado, controlado e previamente agendado
com a entidade gestora da unidade de conservação;
104
Objetivos específicos:
I. Abrigar a sede administrativa, o alojamento para pesquisadores, o centro de
educação ambiental e as estruturas necessárias às atividades de gestão da
UC;
II. Garantir a operacionalização das atividades de fiscalização, pesquisa e
manutenção do patrimônio físico.
Atividades permitidas:
I. Administração;
II. Pesquisa científica e educação ambiental;
III. Manutenção do patrimônio físico;
IV. Proteção, fiscalização e monitoramento.
105
Descrição: Compreende a Trilha do Ouro, calçada por rochas, com 800 metros
preservado do histórico caminho real e acesso a mirante.
Objetivos Específicos:
I. Assegurar a conservação do patrimônio histórico-cultural ou
arqueopaleontógico;
II. Promover a pesquisa científica e a educação ambiental;
III. Sensibilizar o usuário para a importância da conservação do patrimônio
histórico-cultural ou arqueopaleontógico.
Atividades Permitidas:
I. Nas Áreas Histórico-Culturais sobrepostas às Zonas de Conservação e
Recuperação são permitidas atividades de pesquisa científica e educação
ambiental, com acesso restrito e de mínimo impacto sobre os atributos da
unidade de conservação;
II. Nas Áreas Histórico-Culturais sobrepostas à Zona de Uso Extensivo são
permitidas atividades de pesquisa científica e educação ambiental, com mínimo,
baixo ou médio impacto sobre os atributos da unidade de conservação;
Normas:
I. São permitidos o restauro e a manutenção de estruturas objetivando sua
conservação, valorização e visitação;
106
Descrição: Poderá abranger diferentes fisionomias da vegetação, desde que não exceda
3% do território da UC, por isso não se encontra mapeada ou descrita.
Objetivos Específicos:
I. Possibilitar experimentação controlada para avaliação do impacto de
distúrbios sobre ecossistemas naturais e compreensão dos processos de
regeneração;
II. Possibilitar o desenvolvimento de técnicas de restauração que possam ser
aplicadas após a ocorrência de diferentes tipos de distúrbios.
Atividades Permitidas:
I. Experimentação controlada, mesmo que de alto impacto, desde que
aprovada pelo órgão competente;
II. Pesquisa científica e educação ambiental;
III. Proteção, fiscalização e monitoramento.
Normas:
I. A localização de cada Área de Interferência Experimental será definida de acordo
com o projeto de pesquisa aprovado;
II. As Áreas de Interferência Experimental, em sua totalidade, podem ocupar, no
máximo, três por cento da extensão total da unidade de conservação e até o
limite de um mil e quinhentos hectares;
III. É permitida a realização de atividades de alto impacto, como o uso de
agroquímicos em caráter experimental, desde que o projeto específico inclua
justificativa e medidas de mitigação e controle dos impactos previstos, mediante
orientação técnica;
IV. As atividades e interferências ambientais nessa área não podem comprometer a
integridade do ecossistema ou colocar em perigo a sobrevivência das populações
das espécies existentes nas demais áreas da unidade de conservação;
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119
Sinalização, orientação e
SIM SIM
interpretação
SIM
Construções
Infraestrutura de segurança primitivas, tais como
(escada, corrimão, ponte, SIM pinguela de tronco,
degrau, etc.) ripados, falsa-baiana,
baixios, cordas,
pontes, etc.
em Zona de Uso
em Zona de
Operacionalidade da atividade Extensivo /
Conservação
de educação ambiental Recuperação
(Mínimo impacto)
(Baixo impacto)
Obrigatoriedade de
SIM SIM
agendamento
Limite de visitantes/dia SIM SIM
Identificação do responsável
pelo grupo SIM SIM
120
9.1. Apresentação
Os Programas de Gestão correspondem aos objetivos, diretrizes, ações e metas
necessárias para o alcance dos objetivos da UC, com o propósito de transformar a
realidade identificada na etapa de Diagnóstico em uma situação desejada. Além disso, os
Programas de Gestão contribuem para que os objetivos das Áreas, definidas na etapa
Zoneamento, sejam alcançados.
O Objetivo Geral representa o estado ou condição ideal, altamente desejável, no qual são
abordados os atributos naturais e culturais, as funções ecológicas que a UC desempenha
e o seu papel perante a sociedade; é objetivo não quantificável e abrangente, que orienta
a gestão em escala macro. O Objetivo Estratégico é a declaração expressa do que se
pretende atingir quanto ao tema do programa na UC ao fim do período de
implementação do Plano de Manejo. As Diretrizes são as orientações, guias, rumos, linhas
que definem e regulam um traçado ou um caminho a seguir. São instruções ou indicações
para se estabelecer um plano, uma ação. As Ações são os resultados esperados
necessários, que, juntos e conquistados, atingem os objetivos estratégicos. As ações são
classificadas em temas pré-estabelecidos (Classificação de Ações). O item
Responsabilidades e Parcerias indica quem ou quais instituições devem cumpri-la e o
item Cronograma anual estabelece o período de cinco anos de implementação do
Programa.
122
123
124
125
126
127
Leis
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. 1988. Disponível em:
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BRASIL. Lei Federal nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II,
III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação
da Natureza e da outras providências. Disponível em:
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BRASIL. Lei Municipal nº 33, de 15 de setembro de 1997 – Dispõe sobre a criação da Área de
Proteção Ambiental da Serra da Bocaina e dá outras providências.
Decretos
BRASIL. Decreto Federal nº 19.924, de 27 de abril de 1931 - Dispõe sobre as terras devolutas.
BRASIL. Decreto Estadual nº 43.193, de 03 de abril de 1964 – declara reserva florestal do Estado
de São Paulo as terras situadas no 6º perímetro do município de Bananal, glebas 8 e 9,
necessárias à conservação das matas e preservação da flora e da fauna.
BRASIL. Decreto Estadual nº 26.890, de 12 de março de 1987 - cria as Estações Ecológicas de
Bananal, juntamente com as Estações Ecológicas de Bauru, Ibicatu, Itaberá, Itapeti, São
Carlos, Valinhos e Xitué, e dá outras providências.
Resoluções
BRASIL. Resolução nº 40, de 06 de Junho de 1985. Disponível em:
<http://www.tombamentodaserradomar.org.br/doc/ResolucaoSC40_1985.doc>.Acesso
em 03 ago. 2010.
BRASIL. Resolução nº 39, de 2 de junho de 1997.
BRASIL. Resolução CONAMA nº 428, de 17 de dezembro de 2010. Dispõe, no âmbito do
licenciamento ambiental sobre a autorização do órgão responsável pela administração da
Unidade de Conservação (UC), de que trata o § 3º do artigo 36 da Lei nº 9.985 de 18 de
julho de 2000, bem como sobre a ciência do órgão responsável pela administração da UC
no caso de licenciamento ambiental de empreendimentos não sujeitos a EIA-RIMA e dá
outras providências.
128
Vegetação
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mar. 2019.
FUNDAÇÃO FLORESTAL. Plano de Manejo Estação Ecológica de Bananal. Relatório final de
diagnóstico do patrimônio cultural material da Estação Ecológica de Bananal. Relatório
Interno. 2012.
GAGLIARDI, C. M. R., org. Plano Diretor de Desenvolvimento Turístico de Bananal. São Paulo: ECA-
USP e Prefeitura Municipal de Bananal. 2017.
140
Densidade Demográfica
FUNDAÇÃO SISTEMA ESTADUAL DE ANÁLISE DE DADOS (SEADE). Informações dos Municípios
Paulistas. São Paulo: Seade, 2019a. Disponível em:
<http://www.seade.gov.br/produtos/imp/>. Acesso em: mar. 2019.
FUNDAÇÃO SISTEMA ESTADUAL DE ANÁLISE DE DADOS (SEADE). Projeções Populacionais. São
Paulo: Seade, 2019b. Disponível em: <http://produtos.seade.gov.br/produtos/projpop/>.
Acesso em: mar. 2019.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Censo Demográfico 2010. Rio de
Janeiro: IBGE, 2010. Disponível em: <http://censo2010.ibge.gov.br/>. Acesso em: mar. 2019.
Dinâmica Econômica
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Relação Anual de Informações Sociais (RAIS). Brasília
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INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Produção Agrícola Municipal (PAM).
Rio de Janeiro: IBGE, 2019a. Disponível em:
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Silvicultura (PEVS). Rio de Janeiro: IBGE, 2019b. Disponível em:
<https://sidra.ibge.gov.br/pesquisa/pevs/tabelas>. Acesso em: mar. 2019.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Produção da Pecuária Municipal
(PPM). Rio de Janeiro: IBGE, 2019c. Disponível em:
<https://sidra.ibge.gov.br/pesquisa/ppm/tabelas>. Acesso em: mar. 2019.
SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Agricultura e Abastecimento. Coordenadoria de Assistência
Técnica Integral. Instituto de Economia Agrícola. Levantamento censitário de unidades de
produção agrícola do Estado de São Paulo - LUPA 2007/2008. São Paulo: SAA/CATI/IEA, 2008.
Disponível em: <http://www.cati.sp.gov.br/projetolupa/dadosmunicipais/pdf/t56.pdf>.
Acesso em: mar. 2019.
Dinâmica Social
ASSOCIAÇÃO DE MORADORES E AMIGOS DO VALE DA BOCAINA - BANANAL/SP (São Paulo).
Amovale. Quem somos. Disponível em: <https://www.amovale.org.br/p/a-amovale-
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CETESB. Inventário Estadual de Resíduos Sólidos Urbanos 2017. São Paulo, 2018b. Disponível em:
<http://www.cetesb.sp.gov.br>. Acesso em: mar. 2019
141
Dinâmica Territorial
Cobertura e uso do solo
CARVALHO, J. L. de; RAIMUNDO, S.; MARETTI, C. Planos de Manejos das Unidades de Conservação
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Ambientais, São Paulo, SMA, 1998 e caderno 02 do suplemento do Diário Oficial do Estado,
de 28 de março de 1998. São Paulo, p. 1-108, 1998.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Manual Técnico da Vegetação
Brasileira: sistema fitogeográfico; inventário das formações florestais e campestres: técnicas
e manejo de coleções botânicas: procedimentos para mapeamentos. Série Manuais Técnicos
de Geociências número 1, Rio de Janeiro, 276 p, 2012.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE. Manual Técnico de Uso da Terra,
Manuais Técnicos em Geociências. 3ª Edição, Rio de Janeiro, 2013.
IVANAUSKAS et al. Plano de Manejo Estação Ecológica de Bananal. Relatório Final Módulo de
Vegetação e Flora, Instituto Florestal, 2012. Relatório Interno.
PONÇANO, W. L. et al . Mapa Geomorfológico do Estado de São Paulo. São Paulo: Instituto de
Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo, v. 1 e v. 2, 1981. Escala 1:1.000.000.
(Monografia 5).
Ocorrência e Infrações Ambientais
FUNDAÇÃO FLORESTAL. Plano de Manejo Estação Ecológica de Bananal. Relatório final de
diagnóstico das ações de fiscalização da Estação Ecológica de Bananal. Relatório Interno.
2012.
NETO, G. Avaliação do comportamento espaço-temporal de focos de calor no entorno da Estação
Ecológica de Bananal. Relatório interno, 2019.
SÃO PAULO (ESTADO). Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente (SIMA). Coordenadoria de
Fiscalização e Biodiversidade (CFB). Dados do Sistema Integrado de Monitoramento de
Unidades de Conservação – SIM, Incêndios Florestais registrados no âmbito da Operação
Corta Fogo, Autos de Infrações Ambientais lavrados pela Polícia Militar Ambiental. São Paulo:
SIMA/CFB, 2019.
142
BANANAL (Município). Lei Complementar nº 016, de 08 de dezembro de 2014, que institui o Plano
Diretor Participativo do Município de BANANAL. 224p.
BRASIL. Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). Plano de
Manejo do Parque Nacional da Serra da Bocaina. Portaria IBAMA nº 112/2002. Disponível
em: <http://www.icmbio.gov.br/parnaserradabocaina/extras/62-plano-de-manejo-e-
monitorias.html>. Acesso em: mar. 2019.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente (MMA). Rede Brasileira de Reservas da Biosfera. 2016.
Disponível em: <http://www.mma.gov.br/areas-protegidas/instrumentos-de-
gestao/reserva-da-biosfera>. Acesso em: maio. 2017.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente (MMA). Áreas Prioritárias para Conservação, Uso
Sustentável e Repartição dos Benefícios da Biodiversidade Brasileira – 2ª atualização.
Portaria MMA 463/2018. MMA, 2018.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente (MMA). Cadastro Nacional de Unidades de Conservação –
CNUC. Banco de Dados. Disponível em: <http://mma.gov.br/areas-protegidas/cadastro-
nacional-de-ucs>. Acesso em: abr. 2019.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente (MMA). Portaria nº 349, de 11 de dezembro de 2006.
Reconhece o Mosaico de Unidades de Conservação da Serra da Bocaina, Mosaico Bocaina.
Acesso em: mar. 2019.
GAGLIARDI, C. M. R., org. Plano Diretor de Desenvolvimento Turístico de Bananal. São Paulo: ECA-
USP e Prefeitura Municipal de Bananal. 320 p, 2017.
GOVERNO FEDERAL. Decreto de lei nº 87.561. Dispõe sobre as medidas de recuperação e
proteção ambiental da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul. Diário Oficial da União -
Seção 1 - 14/9/1982, p. 17150, 1982. Disponível em:
<https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1980-1987/decreto-87561-13-setembro-
1982-437707-publicacaooriginal-1-pe.html>. Acesso em: mar. 2019.
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2015 (MUNIC). São Paulo, 2019. Disponível em:
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RODRIGUES, R.R.; BONONI, V.L.R., orgs. Diretrizes para conservação e restauração da
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Botânica. 248p, 2008.
SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos. Comitê da Bacia do Rio
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SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente (SIMA). Coordenadoria de
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VALE VERDE Associação de Defesa do Meio Ambiente. Revisão e Atualização do Plano de Bacia
da UGRHI 02 – Paraíba do Sul. Síntese do Plano de Bacia - 2016-2019. 52p. 2016.
143
144
145
A segunda etapa do diagnóstico – consulta aos dados primários, foi realizada através da
pesquisa aos documentos da Assessoria de Estudos Patrimoniais (AEP) do Instituo
Florestal (IF), incorporados ao acervo do Núcleo de Regularização Fundiária (NRF) da
Fundação Florestal (FF), bem como em outros documentos técnicos da Procuradoria
Geral do Estado (PGE), Procuradoria do Patrimônio Imobiliário (PPI) e Centro de
Engenharia e Cadastro Imobiliário (CECI).
Por conta do indício da existência de terras devolutas4 na região abrangida pela área de
estudo, a FESP, representada pela PGE, iniciou na década de 1930 a propositura de ações
discriminatórias5 no Vale do Paraíba com o intuito de arrecadá-las ao seu patrimônio.
Em consulta aos órgãos públicos, verificou-se que a área em estudo se encontra inserida
no 6º Perímetro do Município de Bananal. Foram feitas as citações pessoais de todos os
4
De acordo com o artigo 5º do Decreto-Lei nº 9.760, de 07 de dezembro de 1976, “são devolutas, na faixa da fronteira, nos Territórios
Federais e no Distrito Federal, as terras que, não sendo próprias nem aplicadas a algum uso público federal, estadual territorial ou
municipal, não se incorporaram ao domínio privado”
5 As ações discriminatórias têm como objetivo definir e delimitar o domínio das terras públicas e particulares, cabendo à União e aos
Estados promover a identificação e a separação destas terras. A discriminatória pode ser por via administrativa ou judicial, cabendo
ao Poder Público optar pelo procedimento mais adequado. Para iniciá-lo, primeiramente delimitam-se um perímetro, assim
denominadas as áreas definidas como unidades de trabalho para os levantamentos das terras que serão objetos da propositura da
ação discriminatória. Posteriormente todos os ocupantes das áreas são chamados pelo Poder Público com vistas a exibirem seus
títulos de domínio. Os exames dos documentos visam apurar a legitimidade dos títulos de propriedade.
146
Ficou declarado que o total de 3.676,02 hectares do perímetro foram julgados terras
devolutas 1.824,16 hectares, e particulares 1.851,86 hectares6.
Também é possível verificar, com base no referido mapa, a localização das glebas
declaradas de domínio particular na ação discriminatória, cujos nomes dos titulares e a
extensão das áreas encontram-se elencadas na Tabela 1.
6
Informações contidas no mapa da Secretaria da Justiça e Negócios do Interior - Procuradoria do Patrimônio Imobiliário do Estado -
Planta do 6º Perímetro de Bananal
147
Em relação às demais glebas devolutas, conforme artigo 2º, § 2º da Lei Estadual nº 3.962,
de 24 de julho de 1957, estavam em condição de receber título de domínio do Estado os
ocupantes da Tabela 3.
Como complemento, foi anexada ao processo uma planta do perímetro com a localização
das glebas (Figura 2), e a Figura 3 apresenta mapa contendo a localização das glebas 8 e
9 do 6º Perímetro de Bananal.
Figura 3. Mapa contendo a localização das glebas dos ocupantes em condições de receber
título de domínio do Estado
149
Consta no PGA (1998) que a linha perimetral da Estação Ecológica de Bananal foi 100%
demarcada com implantação de marcos. Alguns trechos, porém, não tiveram as picadas
de divisa abertas por constituírem-se em acidentes geográficos. A demarcação foi feita
de conformidade com os títulos, sentença, acórdão, laudo dos arbitradores, vestígios e
informações de antigos moradores. Atualmente não é possível identificar estes marcos
em campo.
A garantia da proteção do meio ambiente no entorno da Unidade pode ocorrer por meio
da criação de novas categorias de UC - públicas ou particulares, ou através da
incorporação de novas áreas à Estação Ecológica de Bananal. No caso de incorporação de
novas áreas à Unidade, as terras a serem integradas a Estação Ecológica de Bananal
devem ser de posse e de domínio público.
Deste modo, a aquisição efetiva de áreas particulares abrangidas pela Unidade deve ser
realizada, pelo Poder Público, por meio da cessão de uso, aquisição amigável,
desapropriação e/ou doação.
150
APÊNDICE 1.2.A.: Croqui do percurso da Trilha da Cachoeira Sete Quedas mostrando os seus
atrativos e as placas interpretativas e informativas existentes em todo o trajeto.
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2.1. Vegetação
APÊNDICE 2.1.A. Material e Métodos
A análise das fotografias foi realizada com base nos procedimentos adotados por Lueder
(1959) e Spurr (1960), que identificam e classificam a vegetação utilizando os elementos
da imagem fotográfica como cor, tonalidade, textura, entre outros. A observação de
atributos como porte, densidade da vegetação e abundância de bambus
complementaram essa análise e orientaram a definição das manchas de vegetação
possibilitando a realização de um mapeamento detalhado.
Adotou-se o conceito de espécie nativa apresentado por Moro et al. (2012): espécie que
ocorre naturalmente em um dado local, devendo sua presença na área à sua própria
capacidade dispersiva e competência ecológica. Espécies nativas estão em dado local ou
porque evoluíram ali, ou porque evoluíram em outros locais e se dispersaram sem ajuda
humana até atingir sua atual distribuição geográfica. Nesse contexto, foram consideradas
nativas as espécies de ocorrência natural em Floresta Ombrófila Densa e em refúgios
vegetacionais alto montanos no Estado de São Paulo (Nalon et al. 2010).
Para avaliar a situação atual da invasão das áreas naturais da Estação Ecológica por cada
espécie exótica foram utilizadas as seguintes classes, adaptadas de Zalba (2005): 1 -
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Vs3 arbóreo baixo a arbustivo dossel aberto segunda fase de sucessão (capoeirinha) 4,89 0,55
Outros Usos
A Reflorestamento com araucárias 1,01 0,11
R Reflorestamento 1,71 0,19
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Família/Espécie SP BR GL
Samambaias e Licófitas
CULCITACEAE Culcita coniifolia (Hook.) Maxon EN NT
DICKSONIACEAE Dicksonia sellowiana Hook. VU EN NE
DRYOPTERIDACEAE Elaphoglossum edwallii Rosenst. VU LC
DRYOPTERIDACEAE Elaphoglossum strictum (Raddi) T. Moore VU
LYCOPODIACEAE Diphasium jussiaei (Desv. ex Poir.) C. Presl ex Rothm VU EN
POLYPODIACEAE Grammitis fluminensis Fée EN
POLYPODIACEAE Lellingeria brasiliensis (Rosenst.) Labiak VU
Gimnospermas
ARAUCARIACEAE Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze * EN EN CR
PODOCARPACEAE Podocarpus sellowii Klotzsch ex Endl. EN
Angiospermas
ACANTHACEAE Staurogyne itatiaiae (Wawra) Leonard EN VU
ANNONACEAE Duguetia salicifolia R.E.Fr. VU LC
ARECACEAE Euterpe edulis Mart. VU CR
BORAGINACEAE Cordia silvestris Fresen. VU
BROMELIACEAE Fernseea bocainensis E.Pereira & Moutinho CR EN
BROMELIACEAE Neoregelia pontualli Leme VU
BROMELIACEAE Nidularium corallinum (Leme) Leme EN EN
BROMELIACEAE Vriesea hieroglyphica (Carrière) E.Morren NT
CUNONIACEAE Weinmannia paulliniifolia Pohl ex Ser. NT
LAURACEAE Ocotea catharinensis Mez VU VU VU
LAURACEAE Ocotea daphnifolia Mez VU LC
LAURACEAE Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer EN EN
LAURACEAE Ocotea porosa (Nees) Barroso EN EN VU
LAURACEAE Ocotea vaccinioides (Meisn.) Mez VU
MELIACEAE Cedrela fissilis Vell. VU VU EN
MELIACEAE Cedrela odorata L. VU VU VU
MONIMIACEAE Mollinedia gilgiana Perkins NT LC CR
MONIMIACEAE Mollinedia salicifolia Perkins VU NT
MYRTACEAE Eugenia prasina O.Berg NT VU
MYRTACEAE Myrceugenia campestris (DC.) D.Legrand & Kausel VU
MYRTACEAE Myrceugenia pilotantha (Kiaersk.) Landrum NT VU
NYCTAGINACEAE Guapira nitida (Schmidt) Lundell VU
SAPINDACEAE Cupaniafurfuracea Radlk. VU VU
SAPINDACEAE Cupania concolor Radlk. VU VU
SAPOTACEAE Pouteria psammophila (Mart.) Radlk. EN
190
Família/Espécie SP BR GL
Samambaias e Licófitas
HYMENOPHYLLACEAE Trichomanes lucens Sw. LC
Gimnospermas
PODOCARPACEAE Podocarpus lambertii Klotzsch ex Endl. NT
Angiospermas
AQUIFOLIACEAE Ilex paraguariensis St.Hil. NT
BROMELIACEAE Vriesea hieroglyphica (Carrière) E.Morren NT
COMBRETACEAE Buchenavia kleinii Exell NT
CUNONIACEAE Weinmannia paulliniifolia Pohl ex Ser. NT
FABACEAE Tachigali denudata (Vogel) Oliveira-Filho NT NT
LAURACEAE Ocotea aciphylla (Nees & Mart.) Mez NT LC
MELASTOMATACEAE Meriania paniculata (DC.) Triana NT
MELASTOMATACEAE Pleiochiton parasiticum (Triana) Reginato et al. NT
MONIMIACEAE Mollinedia argyrogyna Perkins NT
MONIMIACEAE Mollinedia boracensis Peixoto NT NT
MYRTACEAE Marlierea suaveolens Cambess. NT
MYRTACEAE Myrceugenia miersiana (Gardner) D.Legrand & Kausel NT
MYRTACEAE Myrceugenia myrcioides (Cambess.) O. Berg NT
OLEACEAE Chionanthus filiformis (Vell.) P.S. Green NT
SAPOTACEAE Micropholis crassipedicellata (Mart. & Eichler) Pierre NT
SOLANACEAE Solanum bullatum Vell. NT
SOLANACEAE Solanum cinnamomeum Sendtn. NT
SOLANACEAE Solanum latiflorum Bohs NT
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192
193
Introdução
Nos ecossistemas brasileiros os vertebrados constituem o segundo grupo de animais em
número de espécies conhecidas, 9.000, perdendo apenas para os artrópodes com 94.000
(Catálogo Taxonômico da Fauna do Brasil, 2019). Em comparação a este filo megadiverso,
os vertebrados apresentam sua sistemática, ecologia, comportamento e estado de
conservação mais bem conhecidos. Portanto, é compreensível que os vertebrados sejam
o grupo de animais geralmente utilizado na caracterização inicial da composição da fauna
em estudos para a criação de unidades de conservação e planos de manejo de áreas
protegidas.
194
Riqueza de fauna:
195
Algumas permanecem por aqui até abril, enquanto outras estão de passagem até áreas
mais ricas em alimento no Rio Grande do Sul, Uruguai e Argentina.
Outro movimento migratório bem conhecido no nosso estado está ligado à reprodução
de algumas espécies de peixes que vivem nos rios, a chamada piracema. Durante a
estação chuvosa estas espécies sobem os cursos dos rios, por vezes até dezenas de
quilômetros, para desovar mais próximo da cabeceira, onde os alevinos estarão mais
protegidos e obterão mais alimento para o seu desenvolvimento inicial.
Para os objetivos dos planos de manejo entende-se que neste item seria de suma
relevância mapear as áreas de concentração das aves migratórias de longa distância, as
que vêm da América do Norte e do sul da América do Sul, e os trechos de rio em que
ocorre a reprodução dos peixes de piracema.
Raridade é um conceito ligado ao tamanho populacional. Nós não temos esta informação
para as áreas trabalhadas. Cabe destacar que na região tropical a maioria das espécies é
naturalmente rara. Por outro lado, as espécies abundantes são de alta relevância para a
manutenção dos ecossistemas. No interior das unidades de conservação as espécies
comuns devem permanecer abundantes e as ameaçadas de extinção apresentar
recuperação no seu tamanho populacional.
196
Não há informações detalhadas sobre as espécies alvo destas ações no interior da UC.
Optou-se por elencar espécies que no estado de São Paulo, de uma forma geral, são
conhecidas como suscetíveis à caça, pesca e captura para cativeiro. Para estas espécies
ocorre um esforço de captura dirigido, porém o impacto destas intervenções pode afetar
outras mais, devido ao uso de armadilhas ou petrechos de pesca pouco seletivos e ao
abate de forma oportunista de qualquer animal de maior porte encontrado.
Lista elaborada com base no mapa de fitofisionomias produzido pela equipe de vegetação
para a UC e considerando-se a ocorrência verificada ou potencial das espécies nas
manchas.
Foram destacadas como espécies de interesse em saúde pública aquelas que participam
do ciclo epidemiológico de doenças em que possa existir relação animal-homem e vice-
versa (zoonoses), seja diretamente ou atuando como hospedeiro intermediário,
reservatório, amplificador, etc, com especial atenção àquelas transmitidas por vetores.
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Os estudos do relevo tiveram como referência os trabalhos de Ponçano et. al., (1981) em
escala 1:1.000.000 e os mapas geomorfológicos preliminares na escala 1:50.000 do Plano
de Manejo do Parque Nacional da Bocaina (IBAMA/Probocaina, 2001).
As informações sobre os solos foram obtidas do Mapa de Solos do Estado de São Paulo
(Oliveira et al., 1999) e do mapa de reconhecimento de solos da EE de Bananal (Rossi et
al., 2002). A classificação taxonômica foi feita de acordo com sistema recomendado pela
EMBRAPA Santos et al. (2006).
Para seleção da base geológica a ser adotada na elaboração do mapa geológico da área
de estudo tem-se como critério básico a existência de mapa que compreenda totalmente
a área, de modo a ser obedecido um modelo homogêneo de mapeamento e de
designação das unidades litoestratigráficas.
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Para se atingir os objetivos propostos pelo projeto foram adotados dois níveis de
abordagem geomorfológica, apontados por Ganeshin (1967), que considerou que o
mapeamento geomorfológico deve ser feito segundo duas perspectivas: (a) a sintética
que é baseada no estudo dos tipos morfogenéticos de relevo, e (b) a analítica, realizada
por meio do estudo do conjunto de elementos das formas de relevo.
Esses dois níveis de abordagem foram analisados e sintetizados por Pires Neto (1992) que
considera que: "A cartografia geomorfológica deve adotar perspectivas diferenciadas
para a análise de grandes áreas e longos períodos de tempo e para pequenas áreas e
curtos períodos de tempo, desde que se mantenha uma associação tipológica entre os
componentes do relevo. Essa perspectiva deve permitir passar do conceito de gênero ao
de espécie, ou seja, do estudo sintético ao analítico, e do mapeamento regional para o
de detalhe e vice-versa".
Dessa forma, dentro desses níveis de análise, podem ser caracterizadas diferentes
unidades taxonômicas de relevo, como foi apontado por Demeck (1967), nos quais se
tem como unidades de análise os componentes das formas (superfícies geneticamente
homogêneas) e os tipos de relevo, as quais seriam respectivamente estudadas dentro das
escalas grandes e pequenas.
Cada uma dessas unidades taxonômicas de relevo tem uma correspondência específica
em dimensão de espaço e tempo: quanto menor a fração de relevo assinalada, menor é
o seu tempo de evolução, o que ocorre de maneira oposta, durante a análise de grandes
áreas em que a avaliação dos grandes períodos de tempo é obrigatória. Assim, as
unidades taxonômicas do relevo guardam equivalência com os conceitos temporais de
Schumm & Licht (1973), evidenciando-se uma estreita relação e complementaridade
entre unidades de tempo, unidades taxonômicas de relevo e níveis de análise
geomorfológica.
Com base nessas ponderações Pires Neto (1992) propôs dois níveis de mapeamento e
análise geomorfológicos, denominados Abordagens Sintético-Histórica e Analítico-
Dinâmica, que são caracterizadas quanto ao conteúdo, escala e método de trabalho.
Perspectiva sintética
Os estudos realizados dentro da perspectiva sintética devem ser elaborados em escalas
relativamente pequenas e baseados na análise de tipos de relevo, que têm recebido
diferentes denominações:
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FORMAS DE RELEVO
É um relevo plano ou suavemente ondulado, elaborado pela ação da erosão subaérea,
que truncou indistintamente estruturas geológicas de natureza e resistência
diferenciadas e que ocupa grande extensão territorial, podendo ou não apresentar
Superfície
pavimento detritico e depósitos sedimentares. A origem desse relevo é controversa,
Aplanada
existindo atualmente quatro modelos para a explicação da sua gênese e evolução, os
(Ollier,1981)
quais envolvem também modelos evolutivos de encostas: Peneplanação (DAVIS, 1899),
Primärrumpf (escadaria de piemont) (Penk,1924), Pediplanação (King,1953, 1956a,b e
1962) e Etchplanação (Wayland, 1933).
Superfície suavemente inclinada (2% a 10%°), que ocorre no sopé de relevos mais
elevados, dissecados ou escarpas, e apresentam cobertura detritica descontínua,
Pedimento delgada ou pavimentos rochosos com blocos angulosos e subarredondados em
movimento, por vezes associados cones de dejeção. Essas formas de relevo também
denominadas de Glacis desenvolvem-se cortando rochas diferentes ou homogêneas.
Forma de relevo de dissecação de inclinação suave e aspecto suave ondulado a
Colina
ondulado, que por suas dimensões pode ser denominada de: ampla, média e pequena.
Forma de relevo de dissecação de inclinação média e aspecto ondulado, também
Morrotes
denominado de outeiro ou cêrro.
Forma de relevo de dissecação com inclinação forte e aspecto ondulado a forte
Morros
ondulado.
Montanha Forma de dissecação com inclinação forte e muito forte e aspecto alcantilado.
Forma assimétrica, íngreme, abrupta e com inclinação forte a muito forte de origem
Escarpa erosiva (dissecação) ou tectônica. Podem ser também denominadas de aparado e
itaimbé.
Quadro 2 – Formas de relevo de dissecação caracterizadas pela metodologia adotada.
O critério de intensidade refere-se à magnitude com que o processo afeta o relevo, como
por exemplo, o tamanho da área destruída pela erosão laminar, por uma boçoroca, pelo
rastejo ou por um escorregamento; ou a profundidade dos sulcos de erosão e do entalhe
fluvial. Como na escala de mapeamento utilizada os processos não podem ser
cartografados, adota-se a descrição qualitativa da intensidade do processo que são
classificados como tendo intensidade:
• Baixa: processos que afetam pequenas áreas ou tem pouca profundidade;
• Média: processos que afetam áreas com dimensões e profundidades moderadas; e
• Alta: processos que afetam grandes áreas ou tem grandes profundidades.
Perspectiva analítica
Trabalhos realizados
231
Tipo de Relevo
Morfografia, Substrato Rochoso e Cobertura Detrítica Morfodinâmica
Morfometria
Freático elevado, alagadiços e
enchentes sazonais.
.Áreas planas, estreitas, descontinuas e com alagadiços, que Deposição de finos durante as
Planícies lateralmente passam a rampas pouco inclinadas, formadas por enchentes por decantação, de areias
Fluvio-Coluvial processos fluviais, gravitacionais e pluviais. Canais sinuosos aluviais por acréscimo lateral, e de fluxos de
(Pfc) e erosivos em blocos. detritos por movimentos de massa
Inclinação: nas encostas adjacentes.
2 a 5% Constituídos por camadas de areias médias e grossas, micáceas, por Erosão em sulcos de baixa
Elevados acima do vezes arcoseanas e ou argilosas, que predominam no topo e níveis intensidade, na margem dos canais.
rio de 3 a 6 m de seixos orientados, blocos arredondados e matacões. Por vezes Erosão lateral e vertical do canal.
Altitudes variáveis ocorrem camadas de areia média arcoseana e areia argilosa rica em Terrenos muito sensíveis à
matéria orgânica. interferência devido ao risco de
inundação, contaminação e
assoreamento
Entalhe remontante das torrentes
fluviais e escorregamentos planares
Rampas de acumulação subhorizontais e/ou convexas formadas por
pequenos são frequentes de média
ação fluvial, gravitacional e pluvial, associadas ao fundo de vales no
intensidade.
Cones de dejeção sopé de vertentes íngremes. Canais aluviais e erosivos em blocos e Erosão vertical e lateral de canais é
(Cd) rocha. frequente e de media a alta
intensidade.
Inclinação: Constituídos por matacões, blocos e seixos polimiticos, angulosos a Aporte de detritos finos e grossos
10 a 25% subarredondados, semi-alterados a alterados imersos em matriz localizados e de média intensidade.
Altitudes variáveis areno-argilosa arcoseana, arenosa ou argilosa, que se intercalam Ocorrência de piping e sumidouros.
com camadas de areias médias e grossas, micáceas, por vezes Terrenos muito sensíveis à
argilosas, níveis de seixos orientados, e camadas ricas em matéria interferência devido à mobilidade dos
orgânica. depósitos e ao risco de inundação,
contaminação e soterramento
Erosão laminar, em sulco (ravinas)
Rampas de acumulação íngremes e/ou convexas com blocos e frequente e de média intensidade.
Corpos de tálus matacões formadas por ação gravitacional e pluvial, no sopé e na Rastejo, escorregamentos rotacionais
(Ct) meia encosta de vertentes íngremes e escarpas. Canais erosivos e entalhe fluvial são freqüentes e de
superficiais em solo e rocha. média a alta intensidade.
Inclinação: Ocorrência de piping..
15 a 30% Constituídos por matacões, blocos e seixos polimiticos, angulosos a Terrenos muito sensíveis à
Altitudes variáveis subarredondados, semi-alterados a alterados imersos em matriz interferência devido à inclinação, à
areno-argilosa arcoseana, arenosa ou argilosa. mobilidade dos depósitos e ao risco de
escorregamento e soterramento
Morrotes Pequenos
(MTp)
Topos subnivelados, estreitos angulosos e/ou convexos. Perfis de
vertente contínuos e descontínuos com segmentos retilíneos e/ou Erosão laminar, em sulcos, rastejo e
Amplitude:
convexos. Vales erosivos encaixados e erosivos acumulativos com pequenos escorregamentos são
40 a 90 m
planícies fluvio-coluviais. Padrão de drenagem subdendritico e em
ocasionais e de baixa intensidade.
Compr de Rampa:
treliça, de alta densidade. Terrenos sensíveis a interferências,
200 a 500 m
devido a erodibilidade dos solos e a
Inclinação:
Sustentados por Sillimanita-granada-biotita gnaisse bandado com setores de encostas mais íngrimes
20 a 50%
intercalações de anfibolitos, quartzitos e calcissilicaticas.
Altitudes:
1050 a 1.200 m
Morros Dissecados Erosão laminar, em sulcos, rastejo,
Topos subnivelados, estreitos e angulosos. Perfis de vertente
(Md) pequenos escorregamentos
descontínuos, com segmentos retilíneos e convexos. Vales erosivos
Amplitude: rotacionais e entalhe fluvial são
e erosivo-acumulativos encaixados, com alvéolos, pedimentos e
90 a 260 m freqüentes e de média a alta
planícies fluvio-coluviais estreitas e descontínuas. Padrão de
Compr de Rampa: intensidade.
drenagem subdendrítico e sub paralelo de alta densidade.
250 a 750 m
232
233
234
Inclinação das
Processos Dominantes Efeitos Dominantes
Vertentes
Plano Alagamentos, Erosão laminar localizados e de baixa
Escoamento difuso muito lento a lento
0 a 2% intensidade
Suave ondulado Erosão laminar, em sulcos e fluvial localizada e de
Escoamento difuso lento a médio
2 a 8% baixa intensidade
Erosão laminar frequente e de média intensidade
Escoamento difuso é médio a rápido
Suave ondulado a
ondulado Formação de Sulcos ou Ravinas localizados e de
Escoamento concentrado
baixa intensidade
8 a 15 %
Deslocamento lento de massas de solo
Rastejo de solo localizado e de baixa intensidade
Erosão laminar e Sulcos
Ondulado a Escoamento difuso rápido Boçorocas localizadas
Forte ondulado Escoamento concentrado rápido Rastejo e Escorregamentos
Deslocamentos lentos e rápidos de Erosão laminar
15 a 30 % massas de solo Boçorocas freqüentes
Escorregamentos
Erosão laminar e em sulcos
Escoamento difuso muito rápido
Boçorocas freqüentes
Forte Ondulado Escoamento concentrado muito
Escorregamentos
rápido
Quedas de blocos localizadas
30 a 45% Deslocamentos rápidos de massas de
Formação de cones de dejeção e corpos de tálus
solo e rocha
localizadas
Montanhoso a Sulcos ou ravinas
Escoamento concentrado e torrencial
escarpado Escorregamentos e queda de blocos
Deslocamentos rápidos de massas
Formação de cones de dejeção e corpos de tálus
solo e rochas
> 45 % generalizada
235
236
237
238
239
PA= Argissolo Amarelo + Cambissolo Háplico Tb pedregosos ou não e rochosos ou não ambos distróficos textura média e argilosa; PVA= Argissolo Vermelho-Amarelo + Cambissolo Háplico Tb ambos distróficos
textura média e argilosa, pedregosos ou não e rochosos ou não; LVA2= Latossolo Vermelho-Amarelo + Cambissolo Háplico Tb pedregoso ou não e rochoso ou não, ambos distróficos textura argilosa ;CX2=
Cambissolo Háplico Tb pedregosos ou não e rochosos ou não, sobre gnaisses + Argissolo Vermelho-Amarelo ambos distróficos textura média e argilosa; CX4= Cambissolo Háplico + Neossolo Litólico ambos Tb
distróficos textura média e argilosa, pedregosos ou não e rochosos ou não; CX5= Cambissolo Háplico + Neossolo Flúvico + Gleissolo Háplico todos Tb/Ta eutróficos ou distróficos textura média e argilosa; RL1=
Neossolo Litólico + Cambissolo Háplico ambos Tb distróficos textura média e argilosa, pedregosos ou não e rochosos ou não; RL2= Neossolo Litólico Tb distróficos textura média e argilosa + Afloramento Rochoso;
RY= Neossolo Flúvico + Gleissolo Háplico ambos Tb/Ta eutróficos ou distróficos textura média e argilosa.
240
Unidades de
Características
mapeamento
Unidade composta de Latossolo Vermelho-Amarelo + Cambissolo Háplico Tb pedregoso ou não e rochoso ou
LVA2
não, ambos distróficos textura argilosa, predomina em relevo de Morrotes Pequenos, em inclinações inferiores
(LVA+CX)
a 15 %, desenvolvendo-se associado a maficas e ultramaficas que ocorrem como enclaves nos gnaisses.
Unidade composta formada por Argissolo Amarelo + Cambissolo Háplico Tb pedregosos ou não e rochosos ou
PA não ambos distróficos textura média e argilosa, que se apresentam comumente em relevo de Morros Dissecados,
(PA+CX) com inclinações entre 15 a 30 %, e associados à presença de variedades migmatíticas e com xistosidade mais
marcante dos gnaisses.
Unidade composta por Argissolo Vermelho-Amarelo + Cambissolo Háplico Tb pedregosos ou não e rochosos ou
não ambos distróficos textura média e argilosa ocorrem em relevo de: Morrotes Pequenos comumente na
PVA (PVA+CX) porção inferior das encostas, em inclinações de 15 a 30 %, associados à presença de variedades migmatíticas e
com xistosidade mais marcante dos silimanita-granada-biotita gnaisses bandados; e em Cones de dejeção e
Planícies fluvio-coluviais.
Unidade composta por Cambissolo Háplico Tb pedregosos ou não e rochosos ou não, e Argissolo Vermelho-
Amarelo ambos distróficos textura média e argilosa, normalmente em relevo de Morros e Morrotes Paralelos e
CX2 (CX+PVA)
Morrotes Pequenos, em inclinações de 15 a 30%, e associadas a intercalações carbonáticas nos granada-
sillimanita muscovita-biotita gnaisses.
Unidade composta por Cambissolo Háplico + Neossolo Litólico ambos Tb distróficos textura média e argilosa,
pedregosos ou não e rochosos ou não, que se encontra em relevo de Montanhas e Morros, Escarpas, Morros
CX4 (CX+RL)
Dissecados e Morros e Morrotes Paralelos, em encostas com inclinações superiores a 15%, e associado a gnaisses
e granitos.
Unidade composta por Cambissolo Háplico + Neossolo Flúvico + Gleissolo Háplico todos Tb/Ta eutróficos ou
CX5 distróficos textura média e argilosa, que se encontra em relevo de Planície Fluvio-coluvial e Cones de dejeção,
(CX+RY+GX) com inclinações inferiores a 5%, e associados aos sedimentos fluvio-coluviais e a alteração dos blocos e
matracões de hornblenda-biotita gnaisses e granitóides.
Unidade composta por Neossolo Litólico + Cambissolo Háplico ambos Tb distróficos textura média e argilosa,
RL1
pedregosos ou não e rochosos ou não, que se encontram em relevo de Montanhas e Morros, em inclinações
(RL+CX)
superiores a 30 %, e sobre silimanita-granada-biotita gnaisses bandados e granitos.
Unidade composta por Neossolo Litólico Tb distróficos textura média e argilosa + Afloramento Rochoso, que se
RL2 (RL+AR) encontram em relevo de Montanhas e Morros, Escarpas, em inclinações superiores a 30 %, e associados a
silimanita-granada-biotita gnaisses bandados.
Unidade composta por Neossolo Flúvico + Gleissolo Háplico ambos Tb/Ta eutróficos ou distróficos textura média
RY+GX e argilosa, que se encontra em relevo de planície fluvio-coluvial, em inclinações inferiores a 2%, e associados a
sedimentos fluviais e fluvio-coluviais
241
Relevo
Unidade de solo Área
predominante
sigla nome (ha) %
Latossolo Vermelho-Amarelo +
LVA2 MTp 5,58 0,07
Cambissolo Háplico
Argissolo Amarelo + Cambissolo
PA Md 119,56 1,44
Háplico
Argissolo Vermelho-Amarelo +
PVA CT 696,53 8,41
Cambissolo Háplico
Cambissolo Háplico + Argissolo
CX2 MMT e MTp 661,97 7,99
Vermelho-Amarelo
Cambissolo Háplico + Neossolo
CX4 MHM 3367,17 40,65
Litólico
Cambissolo Háplico + Neossolo
CX5 Flúvico + Gleissolo Háplico CD 712,97 8,61
(Melânico)
Neossolo Litólico + Cambissolo
RL1 MHM 2328,66 28,11
Háplico
Neossolo Litólico + Afloramento
RL2 MHM 226,18 2,73
Rochoso
Neossolo Flúvico + Gleissolo
RY Pca 164,10 1,98
Háplico(Gleissolo Melânico)
Total geral 8282,75 100
242
PVA= Argissolo Vermelho-Amarelo + Cambissolo Háplico Tb ambos distróficos textura média e argilosa,
pedregosos ou não e rochosos ou não; CX4= Cambissolo Háplico + Neossolo Litólico ambos Tb distróficos
textura média e argilosa, pedregosos ou não e rochosos ou não; CX5= Cambissolo Háplico + Neossolo
Flúvico + Gleissolo Háplico todos Tb/Ta eutróficos ou distróficos textura média e argilosa; RL1= Neossolo
Litólico + Cambissolo Háplico ambos Tb distróficos textura média e argilosa, pedregosos ou não e rochosos
ou não; RL2= Neossolo Litólico Tb distróficos textura média e argilosa + Afloramento Rochoso; RY= Neossolo
Flúvico + Gleissolo Háplico ambos Tb/Ta eutróficos ou distróficos textura média e argilosa.
243
DECLIVE ÁREA
SOLOS LEGENDA Composição RELEVO
(%) (ha)
Argissolo Vermelho-Amarelo /
Corpos de Tálus e
Amarelo + Cambissolo Háplico Tb
PVA PVA+CX topo de cone de <30 60,73
ambos Distróficos textura argilosa
Dejeção
pedregoso e rochoso
Cambissolo Háplico + Neossolo Sopé das
Litólico ambos Tb Distróficos textura
CX4 CX+RL Montanhas e 15-30 401,95
argilosa emédia fase rochoso,
Morros
granito‐gnaisse
Complexo de Cambissolo Háplico
pedregoso ou não e rochoso ou não +
Neossolo Flúvico textura média e
CX5 CX+RY+GX Cones de Dejeção <8 119,06
arenosa + Gleissolo Háplico ambos
textura média todos Tb Distróficos e
Eutróficos fase sedimentos
Segmentos
Neossolo Litólico + Cambissolo
íngremes e
Háplico ambos Tb Distróficos textura
RL1 RL+CX escarpados na >30 278,43
argilosa e média fase rochoso,
porção superior
granito-gnaisse
das encostas
Neossolo Litólico Tb Distrófico
textura média e argilosa fase
RL2 RL+AR 8,08
granito/gnaisse + Afloramento
Rochoso
Neossolo Flúvico textura média e
Setores aplanados
arenosa + Gleissolo Háplico textura
RY RY+GX e encharcados dos <2 17,09
média ambos Tb Distróficos e
Cones de Dejeção
Eutróficos fase sedimentos
total 885,34
244
Área
Ordem de solo Unidades de mapeamento Absoluta Relativa ao
(ha) total (%)
ARGISSOLO 1º componente = PVA+CX 36,44 4,12
1º componente = CX+RL; CX+RY+GX;
CAMBISSOLO 436,36 49,29
2º componente= PVA+CX; RL+CX
NEOSSOLO 1º componente= RL+CX; RL+AR 2º
332,69 37,58
LITÓLICO componente= CX+RL;
NEOSSOLO 1º componente = RY+GX; 2º
45,97 5,19
FLÚVICO componente= CX+RY+GX
2º componente= RY+GX; 3º
GLEISSOLO 30,65 3,46
componente= CX+ RY +GX
AFLORAMENTO
2º componente = RL+AR 3,23 0,37
ROCHOSO
Total 886,18 100
245
246
247
• Os terrenos são áreas ou regiões que podem ser facilmente reconhecidas pela sua
fisionomia tanto no campo como por meio de imagens de sensores remotos, sendo
caracterizadas com base na forma de relevo, solo e vegetação (Zonneveld, 1992).
• São áreas onde seus principais componentes são interdependentes e tendem a
ocorrerem correlacionados.
• São áreas relacionadas e uniformes pelo tipo de relevo, solo e vegetação, que podem
ser descritas simultaneamente em relação as suas feições mais significativas e com
relação a um propósito prático (Austin & Coocks, 1978).
• O uso do terreno e os impactos associados dependem das combinações e interações
de efeitos dos seus vários atributos (Mabbutt, 1968),
• O conceito de terreno é fundamentado no estudo descritivo e qualitativo dos
parâmetros ambientais: substrato rochoso, relevo, solos, vegetação e de seus recursos.
248
Procedimentos
Para a definição e caracterização dos terrenos será utilizado o método paramétrico que
é baseado no estudo em separado e na classificação individual dos atributos
apresentados nos mapas: geológico, geomorfológico, pedológico, de aptidão agrícola,
cobertura vegetal e o uso do solo.
O substrato rochoso no que se refere aos diferentes tipos de rochas que ocorrem na
região em estudo deverá ser avaliado quanto ao seu comportamento geotécnico, tendo
em vista as diferentes atividades a que estes materiais poderão estar sujeitos.
249
250
251
252
253
254
255
TERRENOS AMORREADOS
Morros e Morrotes Paralelos Topos subnivelados, estreitos, convexos e/ou angulosos. Perfis de
vertentes descontínuos com segmentos retilíneos e convexos.
Amplitude:60 a 150 m Vertentes dissecados por canais sazonais. Vales erosivos e
Compr de Rampa: 250 a 600 m erosivo-acumulativos encaixados, com alvéolos, morrotes,
Inclinação:11 a 45% pedimentos e planícies fluvio-coluviais estreitas e descontínuas.
Altitudes1.400 a 1.520 m Padrão de drenagem em treliça e subparalelos de alta densidade.
500 a 750 m
RELEVO
256
257
258
259
Fotos 1 e 2 - Terreno Detritico Fluvio-coluvial caracterizado por área plana com inclinação de 2 a 5% e elevada de 2 a3 m acima
do rio, que no local é representado pela Planície Fluvio-coluvial do Rio do Barbosa, formada por camadas de argila arenosa cinza
e camada de seixos e blocos arredondados de quartzo.
77 (23 K 565575 7476296) /53 (23 K 566501 7477469)
Fotos 3 e 4 – Área de contato da Planície Fluvio-coluvial do Rio do Braço, plana e levemente inclinada, com Cone de Dejeção
constituído por blocos e matacões e encosta do relevo de Montanhas e Morros.
60 (23 K 565346 7476865) / 44 (23 K 565311 7477070)
Fotos 5 e 6 – Sedimento areno-argiloso, homogêneo com grânulos de quartzo anguloso, que originam Cambissolo Háplico Tb/Ta
eutróficos ou distróficos textura média quase sempre associado ao Neossolo Flúvico e Gleissolo Háplico, na Planície Fluvio-coluvial
do Rio do Braço, que constitui os Terrenos Detriticos Fluvio-coluviais.
59 / 58 (23 K 565346 7476865)
260
Fotos 27 e 28–Areia grossa pouco argilosa com grânulos de quartzo que constituem o topo do depósito de Cone de Dejeção,
onde se formam Cambissolos Háplicos Tb/Ta eutróficos e distróficos textura média.
15 / 14(23 K 564317 7477464)
Fotos 28 e 30 – Cone de Dejeção no Córrego do Barboza constituído por camadas de areia argilosa branca e níveis de areia com
grânulos de quartzo e blocos de granitóide esparsos, que caracterizam Terrenos Fluvio-Coluviais que ocorre em meio aos Terrenos
Montanhosos e Escarpados.
48/46 (23 K 566501 7477469)
261
Fotos 33 e 34 –Área plana e alagadiça nos Terrenos Detriticos Fluvio –Coluviais, constituída por argila arenosa e argila branca, e
Gleissolos Háplicos e Melânicos Tb/Ta textura argilosa e média no Cone de Dejeção do Rio Paca Grande.
Fotos 35 e 36 –Área plana e alagadiça de Cone de Dejeção no Rio do Braço, constituída por areia média e argila arenosa, onde
ocorrem murundus.
223 / 227 (23 K 563730 7479200)
262
Fotos 43 e 44 – Terreno Detritico Coluvial formado por Corpos de Tálus que se desenvolvem a meia encosta e no sopé dos relevos
de Montanhas e Morros, Escarpas e Morros Dissecados, abaixo de ruptura de declive negativa bem marcada, e são constituídos
por matacões, blocos e seixos polimiticos, angulosos a subarredondados, semi-alterados a alterados imersos em matriz areno-
argilosa arcoseana, arenosa ou argilosa..135 / 137 (23 K 562453 7481074)
Fotos 45 e 46– Corpos de Tálus com inclinações de 15 a 30%, que formam segmentos de vertente convexos, a meia encosta e no
sopé de encostas íngremes e escarpadas.
Fotos 47 e 48–Blocos e matacões anguloso em matriz argilo-arenosa rica em fragmentos de muscovita leucogranito fortemente
foliado, que constituem Corpo de Tálus gerados por processos erosivos gravitacionais e pluviais do tipo movimentos de massa,
em que se destacam os escorregamentos e as quedas de bloco. Esses depósitos associam-se a Cambissolo Háplico Tb pedregosos
ou não e rochosos ou não distróficos textura média e argilosa.
153 / 156
263
Fotos 55 e 56 - Rastejo, escorregamentos rotacionais e processos de erosão laminar e em sulco freqüentes e de média a alta
intensidade que ocorrem nos Corpos de Tálus que constituem os Terrenos Detríticos Coluviais.
Fotos 57 e 58–Ocorrência de escorregamentos e processos de erosão laminar e em sulco freqüentes e de média a alta intensidade
e a presença de depósitos constituídos por blocos e fragmentos de rocha em matriz argilo arenosa rica em grânulos de quartzo,
são as características que conferem aos Terrenos Detríticos Coluviais Sensibilidade Geoambiental - Muito Alta.
344/ 345 (23 K 564912 7486194).
264
Fotos 61 e 62 - Os Terrenos Montanhosos e Escarpados estão associados ao relevo de Montanhas e Morros e de Escarpas e
caracterizam-se pela grande amplitude das formas de relevo, pela alta declividade das encostas, pela ocorrência de extensas
paredes rochosas e constituem áreas de grande beleza paisagísticas devido a seu caráter alcantilado e abruto.
126 / 131(23 K 562663 7480759)
Fotos 63 e 64 – Topos e encostas rochosas com inclinação de 25 a 70%, com extensos afloramentos de rochas, e amplitudes de
250 a1.000 mque caracterizam os Terrenos Montanhosos e Escarpados.
136 / 88 (23 K 562453 7481074)
Fotos 65 e 66 - Topos desnivelados, estreitos, por vezes rochosos, formando picos e cristas e perfis de vertente descontínuos,
com segmentos retilíneos e convexos com afloramentos de rocha e campos de matacões, que formam vales profundos e muito
encaixados com canais em rocha, blocos e matacões com cachoeiras e poços, e escoamento torrencial, que constituem os
Terrenos Montanhosos e Escarpados. 50 (23 K 566501 7477469) / 305 (23 K 562666 7481701)
265
Foto 69 e 70 - Hornblenda-biotita gnaisse migmatitico, leuco a mesocráticos, de granulometria variando de média à grossa, com
foliação descontínua marcada por aglomerados minerais de hornblenda e enclaves máficos alongados, do Complexo Quirino,
que sustenta o relevo de Montanhas e Morros que caracteriza os Terrenos Montanhosos e Escarpados.
100 /102 (23 K 563864 7478648)
Fotos 73 e 74 – Queda 6 da Cachoeira Sete Quedas no Rio do Braço, sustentada por Hornblenda-biotita gnaisse migmatiticodo
com porfiroblastos de plagioclásio do Complexo Quirino, nos Terrenos Montanhosos e Escarpados.
286 / 290 (23 K 564815 7478021)
266
Foto 81 e 82– Processo de escorregamentos planar, erosão laminar e em sulcos, freqüentes e de média a alta intensidade e
soterramento no fundo do vale que caracterizam os Terrenos Montanhosos e Escarpados.
211/ 212(23 K 567091 7478781)
Foto 83 e 84 – Escorregamento planar com superfície de ruptura solo rocha que ocorre nas encostas íngremes do relevo de
Montanhas e Morros que constituem os Terrenos Montanhosos e Escarpados.
214 / 215 (23 K 566501 7477469)
267
Foto 91 e 92 - Os Terrenos Amorreados associam-se aos relevos de Morros Dissecados e Morros e Morrotes Paralelos se
caracterizam por apresentar encosta com inclinações de 15 a 30 %, e setores mais inclinados, que se associam a inúmeras áreas
estreitas e contínuas ao longo dos vales com inclinações inferiores a 15% e com inclinações inferiores a 2% que se associam a
presença Planícies Fluvio-coluviais e Cones de Dejeção. 271 / 272 (23 K 555788 7474778)
Fotos 93 e 94 - Topos subnivelados, estreitos e angulosos, com perfis de vertente descontínuos, com segmentos retilíneos e
convexos por vezes rochosos com inclinação de 20 a 53%e vales erosivos e erosivo-acumulativos encaixados, com amplitudes de
90 a260 m que caracterizam o relevo de Morros Dissecados, que constituem os Terrenos Amorreados .
270 / 262
Fotos 95 e 96 - Biotita gnaisses bandados do Complexo Paraíba do Sul com bandamento composicional e migmatítico (milimétrico
a centimétrico) dado pela alternância de níveis máficos ricos em biotita e níveis quartzo-feldspáticos, sãos e alterados que
sustentam o relevo de Morros Dissecados que constituem os Terrenos Amorreados.
159 / 163 (23 K 558529 7478734)
268
Fotos 99 e 100 - Níveis de muscovita-biotita-quartzo xisto e sillimanita-muscovita-biotita gnaisse/xisto, que se associam aos tipos
migmatíticosdo biotita gnaisses bandados do Complexo Paraíba do Sul em área de relevo de Morros e Morrotes Paralelos. O solo
de alteração é areno-siltoso a argilo-siltoso micáceos e rico em grânulos de quartzo e feldspato. O solo superficial raso é
Cambissolo Háplico Tb distráfico textura argilosa a argilo-arenosa.178 / 181 (23 K 555891 7480518)
Fotos 101 e 102 – Encostas com inclinação de 15 a30% e processo de rastejo, freqüentes e de média intensidade, que caracterizam
os Terrenos Amorreados.
244 / 245 (23 K 556194 7477291)
269
Climas
A1
das costas N Bacia Superior do Vale do Serra (Borda
equatoriais e tropicais
massas mT R
T
Controlados
E
C V Norte
O Setor Norte Serra de São
Carlos
270
regionais
segundo as unidades geomorfológicas
Climas
zonais
Climas
Planalto Atlântico Vale do Planalto
Litoral Paraíba Mantiqueira Depressão Ocidental
Climas tropicais N F VI VII
A2 T O “Percée” do Serra de
R R Tiete Botucatu
alternadamente
secos e úmidos A T VIII
E Oeste
S
Climas úmidos C II II IX
massas
da face B E
N Sudoeste
oriental e sub- Bacia Paulistana
T
tropical dos
Controlados por
R
tropicais e polares
continentes O
dominados por
massas mT S Bacia do
U Paranapanema
L
APÊNDICE 3.5.C. Distribuição sazonal da chuva ano padrão médio no Estado de São Paulo.
Fonte: Monteiro, 1973.
271
272
273
274
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278
Assim, genericamente, quanto mais próximo de “1” for o resultado do fator de forma,
maior simetria a bacia tende a apresentar. Quanto menor for este valor, mais alongada
será sua forma; e quanto maior for o resultado, mais larga será a bacia. Estes valores são
indícios quantitativos sobre aspectos morfológicos de seu estado de evolução, podendo
apontar características sobre o grau de controle litológico sobre a morfologia e sobre as
características dos fluxos. Segundo Villela & Mattos (1975), quanto maior a simetria,
maior será a tendência à concentração de fluxos, ou seja, as respostas das vazões serão
mais imediatas aos eventos pluviométricos, refletindo diretamente nos valores de vazões
de picos. Outros fatores de forma, como o grau de compacidade e o índice de
conformação, permitem precisar melhor estas formas simétricas e sua relação com as
vazões de pico.
A densidade de drenagem é a relação entre a extensão total dos cursos d’água de uma
bacia, divida pela área desta mesma bacia (Equação 2). O resultado aponta para a
quantidade de canais existentes em uma unidade de área, sendo um indicador da
abundância de fluxos superficiais e da permeabilidade do solo.
L
Dd .................................................................................................... Equação (2),
A
em que,
L é o comprimento total da rede de drenagem,
A é a área da bacia hidrográfica considerada.
279
Pela inexistência de séries históricas extensas para os rios presentes na área de estudo,
optou-se por utilizar a ferramenta de regionalização hidrológica, de maneira a suprir a
deficiência de informações deste tipo. Nota-se que as técnicas de regionalização não se
fundamentam em continuidades ou variabilidade de aspectos geográficos em áreas
próximas, e não expressando, também, que áreas contíguas possam obter respostas
hidrológicas análogas entre si. Sucintamente, as regionalizações se baseiam em
procedimentos estatísticos empregados na abordagem climático-hidrológica, que
permite a extrapolação de informações destas naturezas de uma área para outra.
Para obtermos tais valores foi utilizado o método de regionalização hidrológica do DAEE
(1988, disponibilizado no SIGRH) na qual se utiliza como dados de entrada apenas os
valores de latitude e longitude das fozes dos cursos principais das bacias hidrográficas, e
suas respectivas áreas.
282
Fonte: https://cetesb.sp.gov.br/aguas-interiores/publicacoes-e-relatorios/
283
Foram mapeadas ocorrências de 24 afloramentos significativos de O mais abundante padrão de drenagem observado na Área de
massas litológicas intrusivas. Concentradas ao longo do eixo Abrangência, no entorno e no interior da Estação Ecológica de
longitudinal das bacias, estes afloramentos estão preferencialmente Bananal foi o caracteristicamente dendrítico de média
localizados nas zonas de cabeceiras do rio do Bananal e de alguns de densidade de drenagem.
seus principais tributários. Significativamente, eles são compostos Este padrão se caracteriza por formas arborecentes da rede de
BANANAL por materiais litológicos ígneos, dos quais merecem destaques os drenagem mapeada. Sua ocorrência é, tipicamente, sobre 56,94 142,41 2,50 399,84 0,479
granitos e leuco-granitos; e rochas metamórficas, cuja composição é litologia sustentada por rochas coerentes, de resistência
mais diversa, podendo ser encontradas, gnaisses com biotitas, uniforme (ou em estruturas sedimentares horizontais, ou em
granadas, xistos e micaxistos. A falha de cisalhamento transcorrente rochas de baixo grau de metamorfismo, como ardósias e filitos)
de Cubatão orienta marcadamente a direção dos fluxos superficiais, horizontais e subhorizontais, que não apresentem fraturas, e
denunciando o forte controle hidrográfico litológico na região. que sejam isotrópicas à ação erosiva da chuva e dos rios.
A bacia do rio Turvo, dada sua dimensão, apresenta baixa Constitui-se de talvegues de variadas formas, larguras e
variabilidade de formações litológicas e menor ocorrência de comprimentos, não possuindo uma orientação preferencial
afloramentos, embora seu contexto de formação geológica seja o para o escoamento superficial ou uma organização da rede
mesmo das demais bacias da região de entorno da EE de Bananal. Há hidrográfica regional e sub-regional.
Em domínio cristalino, a maior parte das áreas dessas bacias
ocorrência de pelo menos cinco afloramentos significativos na bacia, Os padrões de treliça típico estão intimamente associados à
está sobre estruturas pré-cambrianas e cambrianas dobradas
sendo que três deles compõem-se de gnaisses acompanhados de ocorrência de corpos intrusivos aflorantes ou não, em geral,
e falhadas, com idades de corpos intrusivos diferenciados,
TURVO biotitas, e os demais são formados por rochas instrusivas concomitantes à granitóides, ou ainda, à ardósias e/ou filitos 23,02 45,74 1,98 503,38 0,508
orientados na direção preferencial NE-SW. Nessas bacias, a
magmáticas, um leuco-granito e um granitóide, localizado no centro com intercalações de quatizitos e meta-conglomerados. Este
geologia é composta por duas unidades: complexo
da bacia. A zona de cisalhamento do Paraíba do Sul não determina, padrão é bastante ocorrente nos trechos superiores do rio do
proterozóico sideriano do Paraíba do Sul, e corpo fanerozóico
na escala de abordagem regional, a direção dos fluxos hídricos Braço e do Bananal, onde está a unidade geomorfológica da
cambriano do Granito da Serra da Bocaina/Suíte Getulândia,
superficiais em toda bacia, sendo mais evidente seu controle nos Serra do Carioca.
ambos caracterizados por sistemas geológicos
fluxos encaixados dos tributários da margem esquerda do rio Porém, também foram identificados padrões hidrográficos
estratigráficos, composto por rochas cristalinas,
principal. dendríticos associados a rios encaixados e fluxos paralelos,
cristalofilianas e metamórficas de diversos graus de
conformando padrões dendrítico-treliça.
metamorfismo. A Suíte Getulândia da Serra da Bocaina é
A existência de fralhamentos, e diaclasamentos em alguns
formada, essencialmente, por granitos e outras rochas ígneas
corpos graníticos, bem como de contato de litologias no alto da
de formação plutônica. O complexo do Paraíba do Sul possui Com domínio de áreas rebaixadas em relação ao entorno e em
escarpa da Serra do Bananal, com cume no pico do Caracol, na
uma diversidade mais significativa de rochas, de naturezas comparação com as demais bacias da região de entorno da EE de
EE de Bananal, deve contribuir para a instalação de talvegue
plutônicas, metamorfismos regionais e vulcânicas, dentre as Bananal, o número de afloramentos é menor, e a presença de falhas
bem encaixados e vales em “V” com vertentes fortemente
quais estão xistos, charnockitos, metacalcários calcíticos, e sistemas de dobramentos também são menos significativas. Os
inclinadas, nas quais se desenvolvem cursos de pequena ordem
gnaisses, kinzigito e outras rochas calcissilicatadas. afloramentos, conforme observado nas outras bacias, compõem-se
que podem constituir sub-bacias de padrão dendrítico.
ARIRÓ Mencionasse ainda, a importante presença das zonas de de gnaisses acompanhados de biotitas, e, com menor destaque, 24,64 62,62 2,54 393,48 0,477
Os padrões dendrítico típico e dendrítico-treliça encontram situ
cisalhamento transcorrente nas bacias dos rios Paca Grande, ocorrem exposição de litologias extrusivas, basicamente formadas
nos altos e médios cursos do rio Bananal (FIGURA A), rio do
Bananal e Turvo, no sentido NE-SW. Mapeou-se na escala por basaltos. O final da zona de cisalhamento transcorrente que
Braço; e no entorno e interior da EE de Bananal (FIGURA B),
estadual duas faixas de falhas transcorrentes denominadas divide em duas porções a bacia do rio do Braço, atinge a bacia do
respectivamente.
de Zona de Cisalhamento do Paraíba do Sul (faz limite com o Ariró e, de maneira discreta, orienta os fluxos hídricos locais em
As sub-bacias dos rios Ariró e Turvo apresentam padrão
corpo granítico da Serra da Bocaina) e de Zona de superfície.
dendrítico nos médio e baixo setores, e sub-paralelo nos altos,
Cisalhamento Cubatão, ambas com origem na Serra da
nos quais os cursos apresentam direção preferencial e
Mantiqueira, responsáveis por orogenia regional brasiliana.
convergência.
Em termos teóricos, as regiões em que a hidrografia é marcada
por direções estruturais as quais, em geral, são determinadas
por diversidades de resistências do embasamento litológico
influenciada pela disposição de estruturas paralelas ou de
A bacia apresenta mais de 30 afloramentos significativos mapeados
feições tectônicas regionais e sub-regionais, é comum a rede de
entre rochas graníticas e metamórficas, todos em forma de cacimba
drenagem ser caracterizada por padrão em treliça.
ou poço distribuídos heterogeneamente ao longo do eixo longitudinal
Este padrão constitui-se de ângulos de confluência de 90º ou
PACA GRANDE da bacia. São marcantes as presenças de gnaisses, biotitas e 108,37 309,41 2,85 350,26 0,446
que tendem à perpendicularidade na junção. Também é feição
hornblenda próximo à saída da área de drenagem do rio Paca Grande.
comum em bacias em treliça que os rios de maior ordem se
Além desses, foram mapeados afloramentos leuco-graníticos, de
instalem em direções em feições tectônicas ou litológicas que
mica, xistos e granadas, mais próximos às cabeceiras.
determinam suas direções, como em falhas, por exemplo.
Este padrão encontra ocorrência nas cabeceiras dos rios Paca
Grande e São Pedro, ambos na bacia do rio Paca Grande
(FIGURA c).
284
FIGURA A – Trecho amostral de padrão dendrítico típico no alto curso da sub-bacia do rio FIGURA B – Trecho amostral de padrão dendrítico-treliça no alto curso da sub-baca do rio FIGURA C – Trecho amostral de padrão treliça nas cabeceiras do rio Paca Grande
Bananal. do Braço.
285
O perfil longitudinal do canal principal da bacia hidrográfica do rio Bananal apresenta declividades de forte inclinação, variando de 80° a 45° no alto trecho
de drenagem, compreendido entre as altitudes de 1500m e 1390m. A evolução do perfil de montante à jusante aponta para um perfil que tende ao
equilíbrio morfológico, conformando um semi arco com declividades variando no sentido da suavização do terreno e aplainamento de áreas contíguas ao
canal e, portanto, caminhando para a limitação de processos morfogenéticos e ampliação da pedogênese e aprofundamento do manto de intemperismo,
além do alargamento de setores de planícies, intensificação da dinâmica de cheias e de deposição. Este setor é evidente abaixo dos 550m. Apesar de
BANANAL tratar-se de relevo dissecado, com vales profundo e encaixados, e certamente conter cachoeiras, corredeiras, o canal principal da bacia do Bananal não
(14,161 km) apresenta dentro do contexto de sua evolução espacial, rupturas marcantes de declividades. Nota-se, nas altitudes de 1380m e 1400m um degrau do
relevo, constituído de uma estreita superfície aplainada associada a uma quebra declividade e uma sucessão de rupturas de menor intensidade à jusante,
com destaque para as que se observa na altitude de 1000m e 900m. A partir das quais, há ocorrência de níveis aplainados intercalados com superfícies
escarpadas, denotando um intervalo de transição entre diferentes ambientes morfológicos próximos ao canal. A homogênea evolução do perfil entre
montante e jusante aponta para o papel significativo que desempenha a baixa diversidade litológica da qual se que compõem o substrato geológico da
bacia.
Também com orientação preferencial de escoamento ocorrendo de SW-NE e S-N, o perfil longitudinal do canal principal da bacia do rio Turvo apresenta
significativa semelhança com o primeiro perfil longitudinal descrito. Cabeceiras localizadas em setores fortemente escarpados da Serra da Bocaina, o alto
trecho da drenagem do rio Turvo é delineado por inclinações intensas que ultrapassam os 75° de declividade. Apesar de encontrar-se localizado, em sua
maior parte no planalto orogênico do atlântico, destacando-se suas unidades estruturais de maciços cristalinos orogênicos, o perfil longitudinal não contém
TURVO denunciadas rupturas significativas do relevo, muito embora é dedutível sua a existência de uma séries de quedas d’água, cachoeiras e corredeiras ao
(7,898 km) longo de seu leito. Tal característica pode estar associada à inexistência de variabilidade da estrutura geológica sobre a qual o canal se encaixa. Por outro
lado, neste perfil a transição entre ambientes de maior energia cinética do rio e de menor energia não é flagrante, e a existência de patamares aplainados
é discreta, demonstrando um distanciamento do perfil de equilíbrio fluvial. É importante notar a inexistência dentro da amplitude do gráfico de um setor
de planície bem definido, uma vez que, mesmo nas altitudes mais baixas mapeadas, em torno da cota de 500 m, há ocorrência de rupturas incomuns em
ambientes preferenciais de deposição, nos quais o canal escava seus próprios sedimentos.
O canal principal da bacia hidrográfica do rio Ariró apresenta perfil longitudinal cuja evolução pode ser destacada em quatro intervalos diferentes, os quais
estão intrinsecamente relacionados ao modelado articulado ao desenvolvimento do vale. O primeiro intervalo contempla a nascente e cabeceira de
drenagem, com declividades menos acentuadas (se comparadas às dos perfis anteriormente analisados). Em seguida, destaca-se um típico modelado de
desequilíbrio do canal, entre as altitudes de 1300m e 1550m, apontando para uma área da bacia com características geomorfológicas de vertentes mais
escarpadas, tendência de processos naturais mais intensos em direção à morfogênese, movimentos de solo e carreamento de materiais e, de maneira
ARIRÓ
geral, à instabilidade natural agravada. Este trecho é delineado pela ocorrência dentro do perfil longitudinal de modelado convexo. O terceiro momento a
(11,724 km)
ser destacado é subsequente a esse e possui inflexão exatamente contrária com tendência à concavidade do leito, e, em função disso, diminuição severa
da energia potencial e cinética, e menor capacidade de trabalho fluvial. A partir da altitude de 1500m em direção à jusante, o canal estabelece-se em
modelado menos dissecado, fluindo por superfícies aplainadas. Este quarto intervalo espacial denota menor capacidade de entalhe do rio e, por isso, é
marcado por desníveis menos acentuados no curso inferior do canal. À despeito destes quatro trechos demarcados e seus intervalos de transição ao longo
do perfil, knick points e rupturas abruptas de declividades são evidentes, apenas, nas altitudes de 1550m e1400m, que limitam à montante e à jusante,
respectivamente, o intervalo convexo do perfil.
286
O perfil longitudinal do rio Paca Grande, ao contrário dos demais canais principais das bacias hidrográficas localizadas no entorno da UC, demonstra o
maior desequilíbrio natural, afastando-se do perfil esquemático de equilíbrio de um canal fluvial. À despeito da orientação e lineamento dos fluxos hídricos
em regiões serranas, a diversidade litológica habitual de unidades cristalinas submetidas à processos associados à orogenia como dobramentos,
falhamentos e lineamentos produzem relevos bem dissecados, com intervalos interfluviais mais estreitos e com forte tendência a processos
morfogenéticos, cujos resultados sobre os canais perenes são tipicamente traduzidos em intensas e sucessivas rupturas de declividade, para além daquelas
PACA GRANDE
localizadas nos altos cursos dos rios e próximos às cabeceiras. São facilmente identificadas quatro importantes rupturas de declividade que indicam o grau
(27,004 km)
de fragilidade natural envolvida pela bacia do rio Paca Grande: um entre 1550m e 1500m; outra entre 1480m e 1400m; uma terceira e mais significativa
dentro do perfil que se alonga em aproximadamente 200m de altura, indo de 1380m e 1180m; e a última e mais breve que decai de 1170m para pouco
mais de 1100m. Essas sucessivas rupturas sugerem um desequilíbrio do canal fluvial, e obriga a ocupação humana se vincular inevitavelmente a um
planejamento territorial mais rigoroso e voltado, prioritariamente, ao desenvolvimento de anteparo de impactos ambientais nesta bacia, dado seu grau
de fragilidade natural apresentado apenas pelo perfil.
Diferentemente das bacias do rio Bananal e rio do Turvo que possuem seus fluxos vertendo no sentido SW-NE e S-N, a bacia do rio Ariró, apresenta com
maior evidência rupturas de declividade mais salientes, intervalos de declividade intensos e sucessivos trechos de convexidade do canal, interrompidos
pelo início de outro trecho convexizado. Não são recorrentes superfícies aplainadas ou com tendência de aplainamento, com exceção de estreitos trechos
PIRAPITINGA
com poucos menos de uma dezena de metros de extensão localizados próximos à cabeceira ou antecedendo rupturas de declividade à jusante da cota de
(5,658 km)
750m. O perfil longitudinal do canal principal da bacia do rio Ariró demonstra desequilíbrio do canal fluvial e importante tendência à processos naturais
de morfogênese, escorregamentos, carreamento de material superficial deslocamento de blocos graníticos, intenso escoamento superficial e
subsuperficial, e incipiente desenvolvimento de manto pedológico, que facilitam os movimentos coletivos de solo.
O perfil longitudinal do rio principal da bacia hidrográfica do rio do Braço aproxima-se de um perfil de equilíbrio fluvial, com altas declividades no alto curso
do rio, próximo às cabeceiras de drenagem, tendência à concavidade do perfil no médio curso sem importantes rupturas de declividade ao longo desta
transição; e considerável tendência ao aplainamento no curso inferior do rio, conformando a planície de inundação do mesmo. Ainda que o perfil
longitudinal do rio principal da bacia do Braço apresente traços marcantes de um canal em equilíbrio, não é imediata a correlação com o estado de
BRAÇO estabilidade ambiental e baixos níveis de fragilidade natural, dado que, considerando o substrato geológico sobre o qual está instalada a rede de drenagem
(16,355 km) da bacia e as características geomorfológica da província serrana da Serra da Bocaina, particularmente aquelas relativas aos processos que se desenvolvem
nas vertentes, espera-se que a instabilidade potencial fomentada pela tendência à morfogênese, constitua uma paisagem naturalmente frágil na bacia
hidrográfica, sobre a qual, a realização de qualquer interferência submete a dinâmica do ambiente à maior instabilidade, podendo agravar os processos
morfogenéticos originalmente em curso (que ocorrem em taxas de equilíbrio natural) e disparar eventos espasmódicos, alteração de dinâmicas naturais e
promover mudanças que ampliem os riscos aos agrupamentos humanos e ao equilíbrio ecológico.
287
288
289
Mês Precipitação (mm) ETP (mm) ETR (mm) Défict (mm) Excedente (mm)
Janeiro 260,0 134,6 134,6 0,0 125,4
Fevereiro 225,0 123,7 123,7 0,0 101,3
Março 211,0 124,6 124,6 0,0 86,4
Abril 65,0 88,1 85,7 2,5 0,0
Maio 38,0 64,9 56,7 8,2 0,0
Junho 29,0 50,6 40,8 9,8 0,0
Julho 19,0 50,4 32,2 18,2 0,0
Agosto 25,0 66,1 37,0 29,1 0,0
Setembro 50,0 80,3 56,2 24,1 0,0
Outubro 118,0 101,0 101,0 0,0 0,0
Novembro 167,0 111,4 111,4 0,0 0,0
Dezembro 218,0 128,4 128,4 0,0 79,6
Total 1425,0 1124,2 1032,3 91,9 392,7
290
APÊNDICE 3.6.M. Áreas (km²) de cada domínio de declividade por bacia hidrográfica
existente ao redor da EE de Bananal.
ÁREAS DE 25° A 45° ÁREAS SUPERIORES A 45°
BACIA ÁREA (km²) DE INCLINAÇÃO DE INCLINAÇÃO
km² % km² %
BANANAL 56,94 18,59 32,65 1,56 2,74
TURVO 23,03 7,74 33,63 0,82 3,58
PIRAPITINGA 15,83 5,91 37,32 0,56 3,52
BRAÇO 93,88 23,18 24,69 1,49 1,58
ARIRÓ 24,64 6,01 24,39 0,27 1,12
PACA GRANDE 108,37 21,79 20,11 0,92 0,85
APÊNDICE 3.6.N. Áreas (km²) de cada domínio por bacia hidrográfica da área de estudo
DOMÍNIO VEGETADO DOMÍNIO NÃO VEGETADO
BACIA ÁREA (km²)
km² % km² %
BANANAL 56,94 35,04 61,53 21,90 38,47
TURVO 23,03 8,87 38,53 14,16 61,47
PIRAPITINGA 15,83 7,15 45,19 8,68 54,81
BRAÇO 93,88 82,08 87,44 11,79 12,56
ARIRÓ 24,64 23,57 95,67 1,07 4,33
PACA GRANDE 108,37 102,30 94,39 6,07 5,61
291
292
293
P1 – Córrego dos Coqueiros P2 – Rio das Cobras P3 – Rio Invernada P4 – Córrego do Rufino (FIGURA 21)
Antes de desaguar no Rio das Cobras. Próximo ao centro de
Localização Antes de receber a foz do córrego dos Coqueiros. Confluência com o rio das Cobras. No limite da EE de Bananal
visitantes da UC;
Com estrato arbustivo denso e presença marcante de vegetação
gramínea, deve ser destacado no entorno do ponto P4 a estrada
Ao lado do P1 seu entorno imediato é similar ao descrito no ponto
e a ponte que são acessos à EE de Bananal. As matas ciliares
Mata ciliar arbórea e arbustiva em avançado grau de anterior, com mata ciliar recomposta em alto nível de Distante 100 m de P1, o rio invernada à altura do local de coletas
Entorno estão presentes em estado de regeneração, todavia, é
regeneração. Fitofisionomia de mata atlântica de influência fluvial regeneração, com presença de estratos arbóreos e arbustivos apresenta mata ciliar densa em alto nível de regeneração, com
Imediato importante mencionar que à margem esquerda há estação
pouco alterada e sem interferências diretas. densos. Os níveis de impacto local em seu entorno imediato são presença de estratos arbóreos alto e médio, e arbustivo.
ecológica e grau de preservação maior em relação à margem
mínimo ou inexistente.
direita, onde há uma chácara e presença de animais domésticos
e modestas criações de pequeno porte (galinhas e patos).
Constituído de blocos graníticos, seixos rolados de variados
diâmetros e formatos conformando corredeiras, stream flows,
rupturas de nível de base com pequenas quedas d’água.
Presença marcante de areias e sedimentos não consolidados,
configurando situação excepcional considerando as situações
Constituído majoritariamente por tamanhos variados de
habituais dos córregos, ribeirões e rios de altitude da província Típico de regiões serranas constitui-se por fragmentos de rochas
Apresenta-se similar ao encontrado no córrego dos Coqueiros fragmentos de rochas, seixos rolados e blocos graníticos. Há
serrana do planalto orogênico do Brasil de sudeste. A presença de variados tamanhos, seixos rolados e blocos graníticos. No
basicamente conformado por fragmentos de rochas, blocos intercalação entre aglomerados de blocos graníticos que formam
Assoalho Fluvial destes materiais deposicionais sugere ocorrência de processos trecho da seção de vazão não há intercalação entre soleiras e
graníticos e seixos, todavia há presença marcante de areias e soleiras (FIGURA 19) e remansos com predomínio de areias e
erosivos superficiais à montante com produção de materiais remansos, de maneira que a maior parte é constituída de
materiais não consolidados, forrando o assoalho fluvial. outros materiais não consolidados (FIGURA 20), que tiveram sua
sedimentares que pode ser potencializada conforme os usos materiais grosseiros e rochas expostas.
deposição facilitada pela menor turbulência hidráulica.
realizados nos trechos mais elevadas do córrego. Este cenário
aponta para uma fragilidade do meio à montante e para uma
susceptibilidade do córrego dos Coqueiros que pode vir a sofrer
com assoreamento do canal, principalmente em sazonalidade
chuvosa.
Talvegue com profundidade irregular devido ao seu assoalho, e
com larguras variando entre poucos centímetros e alguns metros,
A seção de vazão no momento da coleta possuía superfície da Na seção de vazão no período coletado apresentou superfície da
com controle de fluxos orientado pelos fragmentos de rochas e Semelhante ao P3, no rio Invernada, a seção do córrego do
lâmina d’água de 200 cm de largura e cotas variando entre 23 e 3 lâmina d’água de 450 cm de largura e cotas variando entre 50 e 8
Formato do blocos graníticos presentes no rio. No período coletado a seção Rufino possui 210 cm de largura no período seco, e
cm de altura, levemente irregular em formatos de trapézios, em cm de altura, levemente irregular, em formatos trapezoidal e
Canal molhada apresentou largura de superfície de 210 cm e profundidades variando entre 10 e 38 cm, sendo as menores nas
virtude, essencialmente, da presença de blocos graníticos e retangulares, em virtude, essencialmente, da presença de blocos
profundidades entre 2,3 e 39 cm, com menores cotas nas proximidades das margens e as maiores no centro do córrego.
fragmentos de rochas. graníticos e fragmentos de rochas.
proximidades das bordas e maiores no centro do talvegue,
resultando em seção trapezoidal.
Neste trecho do córrego o vale não é fechado como aqueles
Apesar do acentuado controle litológico sobre o Formato do observados nos pontos anteriores, e apresenta alguns patamares
Canal e na constituição do assoalho fluvial, o vale em “V” planos possíveis de serem observados na estação seca. São
Vale em “v” com vertentes fortemente inclinadas e presença de Vale em “v” com vertentes fortemente inclinadas e presença de
presente na região é suavizado, as vertentes tornam-se menos destacado um primeiro patamar baixo, aproximadamente 50 cm
blocos graníticos e matacões expostos. A drenagem na maior blocos graníticos e matacões expostos. A drenagem na maior
inclinadas e destaca-se nas redondezas do ponto de coleta uma acima da superfície do rio, e estreito, com espessura variando
Modelado do parte é encaixada no talvegue, e o vale é entremeado por parte é encaixada no talvegue, e o vale é entremeado por
planície fluvial formada entre o rio Invernada e o rio das Cobras, entre alguns centímetros a um metro, próximo do leito. E outro,
Vale planícies fluviais estreitas e confinadas, com tendência de planícies fluviais estreitas e confinadas, com tendência de
com alguns metros de largura, podendo ser notado em campo, mais amplo e mais alto (acima de um metro do rio no período
espraiamento na confluência entre o córrego dos Coqueiros e o espraiamento na confluência entre o córrego dos Coqueiros e o
presença de um patamar plano e mais elevado, o qual segundo seco), confinado entre os morros presente na redondeza e onde
Rio das Cobras. Rio das Cobras.
relato dos trabalhadores da EE de Bananal, fica encharcada e, estão instaladas algumas chácaras e parte da estrada que é
eventualmente, submersa em períodos de vazões maiores. acesso à sede da EE de Bananal e às outras propriedade do
entorno.
Turbulência constante com intervalos de remanso à montante de Turbulência constante com intervalos de remanso à montante de Turbulenta em função das rochas e seixos à montante do ponto
Características
soleiras e quebras do nível de base. A existência de areias e soleiras e quebras do nível de base. Há areias e outros materiais Turbulenta em função das rochas e seixos à montante do ponto de coleta. Vale pontuar que a coleta dos parâmetros de
da superfície de
outros materiais não consolidados no assoalho fluvial colabora não consolidados no assoalho fluvial colabora com estabilidade de coleta. qualidade da água realizada em campo ocorreu em trecho a
água
com estabilidade relativa da superfície do córrego. relativa da superfície do córrego. alguns metros à montante da estrada e da ponte.
A B
A. Soleira a montante da seção da qual mediu-se a vazão.B. Vista para jusante do córrego do Rufino, momento da medição da
Procedimento de medição de velocidades para obtenção do dado Rio das cobras à montante da confluência com o córrego dos Remanso em inflexão hidrográfica à montante da soleira da qualidade da água. Assoalho fluvial com predominância de
de vazão instantânea. Seção molhada do canal considerada no Coqueiros. Trecho considerado para análise de qualidade de Figura A. matacões, blocos e de cascalhos e seixos. Ao fundo passagem
ponto 1. água e levantamento da vazão instantânea. viária por ponte que dá acesso à EE de Bananal.
294
Vista do córrego do Barbosa em trecho à jusante do ponto 9 selecionado Rio da divisa à altura da seção molhada considerada na obtenção da
Vista do córrego das Cobras à montante do local selecionado para Rio da pedra vermelha. Vista para montante do local selecionado medição de para obtenção dos dados de vazão e qualidade da água. Evidências de vazão. Observa-se à montante e jusante mata ciliar em estágio médio de
medição de vazão. Trecho com corredeiras e importante quantidade de qualidade de água e vazão. Uso do entorno totalmente preservado, com mata processos de movimentos de massa e mobilização de material grosseiro regeneração, contudo, é predominante, no trecho próximo ao local de
blocos e afloramentos graníticos. ciliar em estágio avançado de regeneração ou mata primária. em função da deposição de corpos graníticos em matacões e blocos no medição, a presença de gramíneas e alguns reflorestamentos por pinus
assoalho fluvial. na planície alveolar.
295
296
A B
APÊNDICE 3.6.AS. Entorno próximo da captação da sede (a) e detalhe do recobrimento
da caixa d’água e da condição de armazenamento (b).
297
298
Primeira queda da sequência de sete saltos no rio das Cobras. Trecho à montante da
EEB. Desnível aproximado de 12 metros.
Vista geral do último salto (aproximadamente 12m) da sequência denominada sete Terceira queda (vista lateral) da sequência de sete saltos no rio das Cobras. Trecho
quedas e sua área de visitação. A ruptura do nível de base e a exposição de parte de à montante da EEB.
laje granítica constitui um dos pontos turísticos mais importantes da UC tanto para
contemplação quanto para recreação direta
Quarta queda da sequência de sete saltos no rio das Cobras e amplo remanso
utilizado pelos frequentadores como piscina natural. Trecho à montante da EEB
Segunda queda da sequência de sete saltos no rio das Cobras. Trecho à montante
da EEB. Desnível aproximado de 7 metros.
Sexta queda da sequência de sete saltos no rio das Cobras. Desnível aproximado de
10 metros
299
300
301
Para a análise de risco relacionada aos processos de escorregamento planar e inundação gradual,
foram adotados os seguintes conceitos:
Para os mapeamentos de risco com abordagem regional foi aplicada a metodologia descrita em
FERREIRA & ROSSINI-PENTEADO (2011), a qual utiliza as Unidades Territoriais Básicas (UTB) como
unidades de análise, com um detalhamento da análise compatível com a escala 1:50.000. Foi
realizada a análise de riscos relacionados aos processos de escorregamento planar e de
inundação.
A Unidade Territorial Básica - UTB (SÃO PAULO, 2017) compreende um sistema de classificação
hierarquizado e multinível que abrange todo o território do Estado de São Paulo, resultante da
intersecção dos planos de informação das Unidades Básicas de Compartimentação (UBC) (SÃO
PAULO, 2014, VEDOVELLO et al., 2015) e das Unidades Homogêneas de Uso e Cobertura da Terra
e do Padrão da Ocupação Urbana (UHCT) (SÃO PAULO, 2016). As unidades territoriais, associadas
303
Com base nas UTBs foram obtidos e associados os atributos do meio físico, do uso e cobertura
da terra e do padrão da ocupação urbana, socioeconômicos, de infraestrutura sanitária e de
excedente hídrico. Nesta etapa foram utilizadas ferramentas de geoprocessamento e operações
de análise espacial em Sistemas de Informação Geográfica para a espacialização de dados,
geração de grades numéricas, consultas espaciais, cálculo dos atributos e atualização automática
do banco de dados alfanumérico (FERREIRA & ROSSINI-PENTEADO, 2011; FERREIRA et al., 2013).
Os atributos considerados e seus métodos de obtenção são apresentados nas tabelas 1 a 8.
A modelagem envolveu, inicialmente, a seleção dos fatores de análise que interferem ou tem
influência direta no desencadeamento dos processos e, posteriormente, a aplicação de fórmulas,
regras e pesos aos fatores de análise para a estimativa dos índices simples e compostos de cada
variável da equação de risco. Nesta etapa foram obtidas as variáveis: perigo de escorregamento
e inundação (PESC, PINU), vulnerabilidade de áreas do tipo residencial-comercial-serviço (VRCS), dano
potencial (DAP) e risco de áreas do tipo residencial-comercial-serviço aos processos de
escorregamento e inundação (RESC e RINU).
O índice de vulnerabilidade (VRCS) foi obtido a partir de fatores físicos da ocupação urbana e de
fatores socioeconômicos e de infraestrutura sanitária, obtidos dos dados censitários do IBGE. O
índice de Dano Potencial (DAP) foi calculado a partir da inferência da população residente com
base nos atributos físicos de uso e padrão da ocupação urbana, ponderada pela área de cada
unidade de análise. Os índices de risco (RESC e RINU) foram calculados como uma função do índice
de perigo, do índice de vulnerabilidade e do índice de dano potencial. Estas análises foram
realizadas apenas nas áreas de uso urbano ou edificado do tipo Residencial/Comercial/Serviço
que apresentaram disponíveis dados do IBGE.
304
Representa o desnível entre o topo e a base da encosta, indicando a Obtido a partir da interpolação de valores de
quantidade de solo na encosta. Quanto maior a amplitude maior a cota altimétrica de grades de 10x10m;
Amplitude (AMP) probabilidade de ocorrência do processo. Fator condicionante da variável obtenção da diferença entre cota máxima e
perigo. Fonte: carta topográfica do IBGE - (DAEE, 2008). Unidade: metros. cota mínima e cálculo de média zonal.
Expressa a permeabilidade, grau de fraturamento do terreno e número de Obtido a partir da interpolação de valores de
canais fluviais suscetíveis a inundação. Quanto maior a densidade de Densidade de Drenagem em grades de 10x10m;
Densidade de drenagem, maior a probabilidade de ocorrência dos processos de e cálculo de média zonal.
Drenagem (DED) escorregamento e inundação. Fator condicionante da variável perigo.
Fonte: carta topográfica do IBGE - (DAEE, 2008). Unidade:
metros/10000m2.
Expressa a inclinação das vertentes. Quanto maior a declividade, maior a Obtido a partir da interpolação de valores de
probabilidade de ocorrência de escorregamento e inversamente, quanto cota do MDS em grades de 10x10m; e cálculo
Declividade Média mais plano o terreno, maior a possibilidade de ocorrência de inundação. de média zonal.
(DEC) Fator condicionante da variável perigo. Fonte: carta topográfica do IBGE -
(DAEE, 2008). Unidade: graus.
Expressa a quantidade de chuva. Quanto maior o excedente hídrico, maior Obtido a partir da interpolação de valores de
Excedente Hídrico a probabilidade de ocorrência de escorregamento e inundação. Fator Excedente Hídrico em grades de 10x10m; e
(EXH) condicionante da variável perigo. Fonte: Armani et al. (2007). Unidade: cálculo de média zonal.
milímetros.
Expressa o grau de determinado solo sofrer erosão. Quanto maior o índice Obtido a partir da interpolação de valores de
de erodibilidade, maior a probabilidade de ocorrência do processo. Fator Erodibilidade em grades de 100 x 100m; e
condicionante da variável perigo de escorregamento. Fonte: reclassificação cálculo de média zonal.
Erodibilidade (ERO)
das unidades pedológicas (Oliveira et al. 1999; Silva e Alvares, 2005).
Unidade: t.ha-1.MJ-1mm1-.
Expressa o grau de estruturação do terreno e de descontinuidade das Obtido pela ponderação de classes conforme
rochas. Quanto maior o índice de foliação, maior a probabilidade de Tabela 2
Índice de Foliação ocorrência do processo. Fator condicionante da variável perigo. Fonte:
(FOL) reclassificação das unidades litológicas (Perrota et al. 2005). Unidade:
adimensional.
Corresponde a relação entre o tamanho ou número de lotes por unidade Obtido pela interpretação visual de produtos de
de área. Indica o grau de impermeabilização do terreno. Fator sensoriamento remoto
Densidade de condicionante da variável perigo de inundação e dano potencial. Fonte:
Ocupação (DEO) Ortofotos Digitais (EMPLASA, 2010). Unidade: Adimensional. Classes:
Muito alta, alta, média, baixa e muito baixa densidade.
Representa a porcentagem de lotes efetivamente construídos, sendo o Obtido pela interpretação visual de produtos de
estágio em consolidação apresenta maior influência no desencadeamento sensoriamento remoto.
Estágio de dos processos perigosos. Indica o grau de impermeabilização do terreno.
Ocupação (ESO) Fator condicionante do perigo de escorregamento. Fonte: Ortofotos
Digitais (EMPLASA, 2010). Unidade: Adimensional. Classes: consolidado;
em consolidação e rarefeito.
Expressa o padrão ou qualidade da ocupação, sendo utilizado na Obtido pela interpretação de produtos de
determinação do potencial de indução de perigos. Fator condicionante do sensoriamento remoto.
Ordenamento
perigo de escorregamento e da vulnerabilidade. Fonte: Ortofotos Digitais
Urbano (ORU)
(EMPLASA, 2010). Unidade: Adimensional. Classes: muito alto, alto, médio,
baixo e muito baixo ordenamento.
Expressa as condições de abastecimento de água. Vazamentos e Obtido a partir da interpolação de valores médios
Índice rompimentos de tubulações ocasionam infiltrações que agravam as ponderados dos dados censitários em grades de
Abastecimento de situações de risco. Fator condicionante do perigo de escorregamento e da 10x10m e cálculo de média zonal.
Água (AGU) vulnerabilidade. Fonte: dados censitários do IBGE de 2010. Unidade:
Adimensional.
305
Expressa as condições do esgotamento sanitário. Ausência ou inadequação Obtido a partir da interpolação de valores médios
do sistema pode acarretar o lançamento de águas servidas que agravam ponderados dos dados censitários em grades de
Índice Coleta de
as condições de estabilidade do terreno. Fator condicionante do perigo de 10x10m e cálculo de média zonal.
Esgoto (ESG)
escorregamento e da vulnerabilidade. Fonte: dados censitários do IBGE de
2010. Unidade: Adimensional.
Expressa as condições da coleta e disposição do lixo. Acúmulo de lixo e Obtido a partir da interpolação de valores médios
entulho em propriedades favorecem a absorção de grande quantidade de ponderados dos dados censitários em grades de
Índice Coleta de água que agravam as condições de instabilidade do terreno. Fator 10x10m e cálculo de média zonal.
Lixo (LIX) condicionante do perigo de escorregamento e da vulnerabilidade. Fonte:
dados censitários do IBGE de 2010. Unidade: Adimensional.
Índice de Expressa o número de pessoas não alfabetizadas em relação ao total de Obtido a partir da interpolação de valores médios
Alfabetização (ALF) pessoas (alfabetizadas e não alfabetizadas). Maior índice de pessoas não ponderados dos dados censitários em grades de
alfabetizadas pode determinar menor capacidade de enfrentamento de 10x10m e cálculo de média zonal.
uma situação de risco. Fator condicionante da vulnerabilidade. Fonte:
dados censitários do IBGE de 2010. Unidade: Porcentagem (%).
Índice Renda (REN) Expressa a renda média da população. Condições econômicas precárias Obtido a partir da interpolação de valores médios
pode levar à ocupação inadequada de locais impróprios, aumentando a ponderados dos dados censitários em grades de
exposição da população. Fator condicionante da vulnerabilidade. Fonte: 10x10m e cálculo de média zonal.
dados censitários do IBGE de 2010. Unidade: Salários Mínimos.
Índice de População Expressa o número de pessoas em risco. Fator condicionante da variável Combinação matricial entre os atributos
(POP) dano potencial. Fonte: Ortofotos Digitais (EMPLASA, 2010). Unidade: Densidade de Ocupação, Estágio da Ocupação,
adimensional. Ordenamento Urbano e Área (Tabela 6).
Expressa o grau de influência do uso e cobertura da terra no Obtido pela ponderação de classes e cálculo do
Potencial de
desencadeamento dos processos perigosos de escorregamento e Índice de Infraestrutura, conforme Tabela 3.
Indução do Uso e
inundação. Fator condicionante da variável perigo. Unidade:
Cobertura da Terra
Adimensional.
(POI)
Índice Pavimentação Indica a impermeabilização do terreno. Fator condicionante do perigo de Obtido pela ponderação de classes do
(PAV) inundação. Fonte: Ortofotos Digitais (EMPLASA, 2010). Unidade: Ordenamento Urbano, conforme Tabela 4.
Adimensional. Classes: pavimentada e não pavimentada
Índice Densidade e Indica a impermeabilização do terreno. Fator condicionante do perigo de Obtido pela combinação matricial das classes de
Estágio da Ocupação inundação. Unidade: Adimensional. Fonte: Ortofotos Digitais (EMPLASA, Densidade de Ocupação e Estágio da Ocupação,
(DOEO) 2010). conforme Tabela 5.
306
Tabela 4. Reclassificação das unidades do uso do solo para obtenção do índice de potencial de
indução (POI) para perigos de escorregamento e inundação.
CLASSES DE USO E COBERTURA DA POTENCIAL DE INDUÇÃO
TERRA PERIGO ESCORREGAMENTO PERIGO INUNDAÇÃO
Vegetação Arbórea 0,1 0,1
Espaço Verde Urbano 0,2 0,2
Vegetação Herbáceo-Arbustiva 0,3 0,3
Solo Exposto/Área Desocupada 0,9 0,5
Corpos D'água 0,1 0,9
Loteamento 0,7 0,3
Grande Equipamento 0,5 0,5
Residencial/Comercial/Serviços 0,5 a 1(aplicação da fórmula 0,5 a 1 (aplicação da fórmula
INFESC=(AGU+ESG+LIX+ESO+ORU)/5 INFINU=(ESG+LIX+DOEO+PAV)/4
Sendo: INFESC = índice de infraestrutura para escorregamento; INFINU = índice de infraestrutura
para inundação; AGU= índice abastecimento de água; ESG= índice coleta de esgoto; ESO= estágio
de ocupação; ORU= ordenamento urbano; DOEO = índice densidade/estágio de ocupação; PAV =
índice de pavimentação.
307
DENSIDADE DE ÁREA DA
CLASSE ESTÁGIO DE OCUPAÇÃO ORDENAMENTO URBANO
OCUPAÇÃO UTB
308
Onde:
PESC = perigo de escorregamento; PINU = perigo de inundação; VRCS = vulnerabilidade; DAP = dano
potencial; RESC = risco de escorregamento; RINU = risco de inundação; AMP= amplitude altimétrica;
DECESC = declividade para escorregamento; DECINU = declividade para inundação; DEDESC =
densidade de drenagem; FOL = índice de foliação; EXHESC = excedente hídrico para
escorregamento; EXHINU = excedente hídrico para inundação; POIESC = potencial de indução
para escorregamento; POIINU = potencial de indução para inundação; AGU = abastecimento de
água; LIX = coleta e destinação de lixo; ESG = coleta e destinação de esgoto; ORU = ordenamento
urbano; ALF = índice de alfabetização; REN = renda; POP = índice de população.
Os valores de cada atributo e dos índices referidos na tabela 1, exceto para as variáveis
declividade, erodibilidade e atributos do censo, foram normalizados para o intervalo de 0 a 1,
considerando a amostragem para todo o Estado de São Paulo, da seguinte forma:
C1 = ((Vn-VminC1)/(VmaxC1-VminC1)*0,2) + 0,0;
C2 = ((Vn-VminC2)/(VmaxC1-VminC2)*0,2) + 0,2;
C3 = ((Vn-VminC3)/(VmaxC3-VminC3)*0,2) + 0,4;
C4 = ((Vn-VminC4)/(VmaxC4-VminC4)*0,2) + 0,6;
C5 = ((Vn-VminC5)/(VmaxC5-VminC5)*0,2) + 0,8;
Onde:
C1 = classe Muito Baixa do atributo considerado; C2 = classe Baixa do atributo considerado; C3 =
classe Moderada do atributo considerado; C4 = classe Alta do atributo considerado; C5 = classe
Muito Alta do atributo considerado; Vn= valor a ser normalizado; Vmin= valor mínimo da classe
considerada; Vmax = valor máximo da classe considerada. O valor 0,2 corresponde ao intervalo
de cada classe, considerando-se cinco classes; e 0,0; 0,2; 0,4, 0,6 e 0,8 correspondem aos limites
inferiores das classes 1, 2, 3, 4 e 5, respectivamente.
Para a declividade adotou-se uma composição entre as classes propostas por DE BIASI (1992) e
da EMBRAPA (1979); para a erodibilidade foram adotadas as classes propostas por SILVA &
ALVARES (2005); e para abastecimento de água, coleta de esgoto, coleta de lixo, alfabetização e
renda foi realizada uma normalização linear para o intervalo 0-1.
Para geração dos mapas de perigo, vulnerabilidade e risco, os índices calculados foram
reclassificados em 15 intervalos, utilizando-se o método de “Quebras Naturais”, os quais foram
agrupados, para fins de descrição e legenda, em cinco classes de probabilidade de ocorrência:
Muito Baixa (intervalo 1 a 3), Baixa (intervalo 4 a 6), Moderada (intervalo 7 a 9), Alta (intervalo 10
a 12) e Muito Alta (intervalo 13 a 15). A classe de probabilidade Nula a Quase Nula (0) foi adotada
nos seguintes casos:
309
AMP - 1,77 - 142,26 142,26 - 236,93 236,94 - 407,37 407,37 - 728,13 728,13 - 1997,06
DEDESC - 0,00 - 0,66 0,66 - 1,03 1,03 - 1,54 1,54 - 2,65 2,65 - 11,12
EXHESC - 79,60 - 330,74 330,74 - 529,15 529,15 - 781,62 781,62 - 1265,55 1265,55 - 2443,87
EXHINU - 67,67 - 250,70 250,70 - 425,70 425,70 - 680,96 680,96 - 1179,63 1179,63 - 2154,20
AGU - 0 -16 16 - 33 33 - 49 49 - 66 66 - 82
LIX - 0 - 16 16 - 33 33 - 49 49 - 66 66 - 82
ALF - 0 - 12 12 - 25 25 - 36 36 -42 42 - 62
REN - 0 - 3,7 3,7 - 9,2 9,2 - 11,1 11,1 - 12,9 12,9 - 18,5
PESC - 0 - 0,1679 0,1679 - 0,2885 0,2885 - 0,4277 0,4277 - 0,5992 0,5992 - 0,9242
PINU - 0,1558 - 0,3747 0,3747 - 0,4713 0,4713 - 0,5650 0,5650 - 0,6720 0,6720 - 0,9096
VRCS - 0,0844 - 0,2174 0,2174 - 0,3504 0,3504 - 0,4835 0,4835 - 0,6165 0,6165 - 0,74956
DAP - 16 - 12764 12764 - 47412 47412 - 134859 134859 - 317410 317410 - 1222946
RESC - 0 - 0,0536 0,0536 - 0,0976 0,0976 - 0,1387 0,1387 - 0,1849 0,1849 - 0,3689
RINU - 0 - 0,0234 0,02343 - 0,0620 0,0620 - 0,1169 0,1169 - 0,2133 0,2133 - 0,4225
Sendo: DECESC - declividade para escorregamento (°), DECINU - declividade para inundação (°), AMP
- amplitude altimétrica (m), EXHESC - excedente hídrico para escorregamento (mm), EXHINU -
310
● Perigo de Escorregamento
○ Nulo a quase nulo (P0ESC) - Terrenos planos com probabilidade extremamente
baixa a nula de ocorrência de escorregamentos planares esparsos.
○ Muito Baixo (P1ESC, P2ESC, P3ESC) - Terrenos geralmente pouco inclinados, com
probabilidade muito baixa de ocorrência de escorregamentos planares esparsos,
de pequenos volumes, associados com acumulados de chuva excepcionais.
○ Baixo (P4ESC, P5ESC, P6ESC) - Terrenos geralmente com inclinações muito baixas
a baixas, com probabilidade baixa de ocorrência de escorregamentos planares
esparsos, de pequenos volumes, associados, inicialmente, com acumulados de
chuva moderados, podendo evoluir para escorregamentos de proporções
intermediárias, com acumulados de chuva muito altos a altos.
○ Moderado (P7ESC, P8ESC, P9ESC) - Terrenos geralmente com inclinações
moderadas a altas, com probabilidade moderada de ocorrência de
escorregamentos planares esparsos, de volumes pequenos a intermediários,
associados, inicialmente, com acumulados de chuva baixos, podendo evoluir
para escorregamentos de grandes proporções, com acumulados de chuva altos
a moderados.
○ Alto (P10ESC, P11ESC, P12ESC) - Terrenos geralmente com inclinações altas com
probabilidade alta de ocorrência de escorregamentos planares esparsos, de
volumes pequenos a grandes, associados, inicialmente, com acumulados de
chuva baixos, podendo evoluir para escorregamentos de grandes proporções
com acumulados de chuva maiores moderados a baixos.
○ Muito Alto (P13ESC, P14ESC, P15ESC) - Terrenos geralmente com inclinações
altas a muito altas com probabilidade muito alta de ocorrência de
escorregamentos planares esparsos, de volumes pequenos a grandes,
associados, inicialmente, com acumulados de chuva muito baixos, podendo
evoluir para escorregamentos de elevadas proporções com acumulados de
chuva baixo a muito altos.
● Perigo de Inundação
○ Nulo a Quase Nulo (P0INU) - Terrenos de encosta com probabilidade
extremamente baixa a nula de ocorrência de inundação.
○ Muito Baixo (P1INU, P2INU, P3INU) - Terrenos de planície fluvial ou litorânea com
probabilidade muito baixa de ocorrência de inundação, geralmente com altura
de atingimento muito baixa e associada com acumulados de chuva excepcionais.
311
● Vulnerabilidade
○ Muito Baixa (V1, V2, V3) - Setores residenciais predominantemente de alto a
muito alto ordenamento urbano; de baixa a muito baixa criticidade quanto à
infraestrutura sanitária e de alta renda. Geralmente ocorrem nas porções
centrais dos núcleos urbanos.
○ Baixa (V4, V5, V6) - Setores residenciais predominantemente de médio a muito
alto ordenamento urbano; de média a baixa criticidade quanto à infraestrutura
sanitária e de média a alta renda. Geralmente ocorrem nas porções centrais dos
núcleos urbanos.
○ Moderada (V7, V8, V9) - Setores residenciais predominantemente de médio a
muito alto ordenamento urbano; de média a alta criticidade quanto à
infraestrutura sanitária e de média a alta renda.
○ Alta (V10, V11, V12) - Setores residenciais predominantemente de médio a baixo
ordenamento urbano; de alta a média criticidade quanto à infraestrutura
sanitária e de baixa a média renda. Correspondem, em geral, aos setores mais
periféricos ou isolados da mancha urbana.
○ Muito Alta (V13, V14, V15) - Setores residenciais predominantemente de baixo a
médio ordenamento urbano; de muito alta a alta criticidade quanto à
infraestrutura sanitária e de baixa renda. Correspondem, em geral, aos setores
mais periféricos ou isolados da mancha urbana.
312
Tabela 8. Valores absolutos estimados para as variáveis da legenda dos mapas de escorregamento
planar e de inundação.
CATEGORIAS
VARIÁVEL
MUITO
NULA A QUASE NULA BAIXA MODERADA ALTA MUITO ALTA
BAIXA
Inclinação Inundação (°) Setor de encosta >15 10-15 7-10 5-7 0-5
313
314
315
316
317
A abordagem dos recursos minerais foi realizada por meio da análise de sua dimensão
produtiva, representada pela atividade de mineração. Esta atividade, tecnicamente,
engloba a pesquisa, a lavra e o beneficiamento de bens minerais e se configura como
uma forma de uso temporário do solo.
318
319
320
321
322
DIMENSÕES (M)
COORDENADAS
Nº IMAGEM
COMPRIMENTO LARGURA UTM
Variando de 23 K 564435
1 3,4
0,40 a 0,60 7477952
23 K 564399
2 3,80 0,70
7478008
23 K 564369
3 4,70 0,40
7478020
Variando de 23 K 564349
4 4,30
0,50 a 1,0 7478025
Variando de 23 K 564239
5 4,10
0,30 a 0,70 7478067
Variando de 23 K 564195
6 3,80
0,40 a 0,60 7478076
323
DIMENSÕES (M)
COORDENADAS
Nº IMAGEM
COMPRIMENTO LARGURA UTM
23 K 564170
7 4,50 0,50
7478075
23 K 564152
8 3,60 0,70
7478092
23 K 564021
9 4,70 0,20
7478144
23 K 563995
10 3,30 0,70
7478187
23 K 563985
11 2,30 0,30
7478181
324
DIMENSÕES (M)
COORDENADAS
Nº IMAGEM
COMPRIMENTO LARGURA UTM
1 10,30 23 K 564123
0,50
7478101
2 5,60 23 K 564104
0,50
7478090
23 K 564079
3 6 7478109
0,70
325
326
APÊNDICE 4.1.L. Outros sítios arqueológicos: Trechos da Trilha do Ouro na área envoltória
da Estação Ecológica
TRILHA DO OURO – OUTROS PONTOS FORA DA ESTAÇÃO ECOLÓGICA
Apêndice 4.1.M. Trecho da Trilha com Apêndice 4.1.N. Trecho da Trilha do Ouro
calçamento nas coordenadas mantida conservada em fazenda.
327
Estação
Pedras de Duas pedras de
Histórico Ecológica de 23 K 564460 7477790
Mó mó
Bananal
Caminho com
Trilha do (Estrada de
Histórico calçamento de 23 K 563856 7479119
Ouro acesso)
pedra
Caminho com
Trilha do (Estrada de
Histórico calçamento de 23 K 563705 7479367
AREA ENVOLTÓRIA
Ouro acesso)
pedra
Início: 23 K 564093
Caminho com 7472807
Trilha do Propriedade
Histórico calçamento de
Ouro particular Fim: 23 K 564109
pedra
7472749
Forno para
Propriedade
Forno Histórico produção de 23 K 564178 7472464
particular
carvão vegetal
328
329
330
331
332
Bananal Bananal
ESP 2010 ESP 2016
2010 2016
V.A.
1.071.840.402 100% 1.724.554.931 100% 111.806 100% 202.347 100%
total
V.A.
759.106.475 70,8% 1.319.422.467 76,5% 67.971 60,8% 125.930 62,2%
serviços
V.A.
290.102.478 27,1% 369.304.807 21,4% 39.031 34,9% 66.653 32,9%
indústria
V.A.
22.631.449 2,1% 35.827.657 2,1% 4.803 4,3% 9.764 4,8%
agropec.
333
APÊNDICE 4.4.D. Número de Empregos Formais, por Setores, em Bananal - 2010 e 2017
Agropecuári Emprego formal
Indústria Comércio Serviços Construção
Município
a Total
201
2017 2010 2017 2010 2017 2010 2017 2010 2017 2010 2017
0
Bananal
298 215 286 342 624 751 525 243 301 292 2.034 1.843
Estado de
São Paulo
2.75
2.326. 2.484. 2.653. 6.635. 7.289. 666.4 529.7 329.3 329.0 12.873. 13.128.
7.55
542 504 512 718 378 25 86 99 60 605 278
9
Fonte: Fundação SEADE, Informações dos Municípios Paulistas, 2019 - Elaborado por
SSMA/CPLA
APÊNDICE 4.4.E. Participação dos Empregos Formais por setores (em %), em Bananal -
2010/2017
Bananal 14,65 11,67 14,06 18,56 30,68 40,75 25,81 13,19 14,80 15,84
Estado de
21,42 17,72 19,30 20,21 51,55 55,52 5,08 4,04 2,56 2,51
São Paulo
Fonte: Fundação SEADE, Informações dos Municípios Paulistas, 2019 - Elaborado por
SSMA/CPLA
334
335
Mandioca 8 -100%
336
Aglomerados subnormais são identificados pelo IBGE como conjuntos constituídos de, no
mínimo, 51 unidades habitacionais (barracos, casas etc.) carentes, em sua maioria de
serviços públicos essenciais, ocupando ou tendo ocupado, até período recente, terreno
de propriedade alheia (pública ou particular) e estando dispostas, em geral, de forma
desordenada e densa (IBGE, 2010).
Em fevereiro de 2019 foi realizada oficina com o Conselho Consultivo para mapeamento
dos atores estratégicos da área, seu grau de importância e de envolvimento com a UC,
de acordo com a percepção dos presentes. A Metodologia adotada foi o Diagrama de
Venn.
337
338
3 Vulnerabilidade baixa 18 0
APÊNDICE 4.5.E. Índice Paulista de Vulnerabilidade Social –IPVS por Setor Censitário no
município de Bananal
339
340
O mapeamento das categorias de uso e ocupação da terra foi dividida em três grupos, a
saber:
Cobertura Vegetal Natural: Floresta Ombrófila Densa; Refúgio Vegetacional e
Sistema Secundário da Floresta Ombrófila Densa;
Usos Agrícolas: Pastagem e /ou campo antrópico; Reflorestamento (pinus e
eucalipto); Reflorestamento de araucárias e Sítio e/ou chácara e,
Outros Usos: Lago/Represa e Área queimada.
341
342
343
344
345
346
347
348
349
Boletim de Ocorrência de Incêndio Florestal Mês/Ano Área atingida da UC (ha) Área atingida no entorno da UC (ha) Total Área atingida (ha)
BOI-2014-058 Junho/2014 - 3 3
BOI-2017-051 Setembro/2017 - 4 4
BOI-2017-071 Setembro/2017 - 586 586
BOI-2017-073 Setembro/2017 - 30 30
BOI-2017-109 Novembro/2017 - 8 8
Total Geral - 631 631
350
351
352
353
354