Plano de Manejo Ee Bananal-3

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Estação Ecológica Bananal

Estação Ecológica de Bananal

Estação Ecológica de Bananal


GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
Rodrigo Garcia

SECRETARIA DE ESTADO DE INFRAESTRUTURA E MEIO AMBIENTE


Fernando Chucre

SUBSECRETARIA DO MEIO AMBIENTE


Eduardo Trani

Fundação Florestal
PRESIDENTE
Mário Mantovani

DIRETORIA EXECUTIVA
Rodrigo Levkovicz

DIRETORIA LITORAL NORTE


Diego Hernandes Rodrigues Laranja

GERÊNCIA REGIONAL VALE DO PARAÍBA E MANTIQUEIRA


Aparecida Pereira Déscio

ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE BANANAL


Thiago José Filete Nogueira

NÚCLEO PLANOS DE MANEJO


Fernanda Lemes de Santana

Estação Ecológica de Bananal


CRÉDITOS

INFORMAÇÕES GERAIS DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO

ATOS NORMATIVOS, GESTÃO, INFRAESTRUTURAS e ATRATIVOS TURÍSTICOS

Adriana de Arruda Bueno, Fundação Florestal


Aleph Bönecker da Palma, Fundação Florestal
Anne Karoline Oliveira, Fundação Florestal
Aparecida Déscio, Fundação Florestal
Bianca Dias Damazio, Fundação Florestal
Diego Hernandes Rodrigues Laranja, Fundação Florestal
Fernanda Lemes de Santana, Fundação Florestal
Geraldo Neto, Fundação Florestal
Suellen França Oliveira Lima, Fundação Florestal
Tatiana Yamauchi Ashino, Fundação Florestal
Thais dos Santos Santana, Fundação Florestal
Thiago José Filete Nogueira, Fundação Florestal
Victor del Mazo Quartier, Fundação Florestal

ASPECTOS FUNDIÁRIOS

Ana Fernandes Xavier, Fundação Florestal


Angélica Barradas, Fundação Florestal
Kátia Carolino, Nerita Consultoria Ambiental Ltda
Maria Aparecida Cândico Salles Resende, Fundação Florestal
Matheus Menegatto, Fundação Florestal
Ricardo Stanziola Vieira, Nerita Consultoria Ambiental Ltda
Tatiana Vieira Bressan, Fundação Florestal

MEIO BIÓTICO

VEGETAÇÃO

Natália Macedo Ivanauskas, Instituto de Pesquisas Ambientais


Marina Mitsue Kanashiro, Instituto de Pesquisas Ambientais
Isabel Fernandes de Aguiar Mattos, Instituto de Pesquisas Ambientais
Flaviana Maluf de Souza, Instituto de Pesquisas Ambientais
Alexandre Salino, Universidade Federal de Minas Gerais
Geraldo A. D. Corrêa Franco, Instituto de Pesquisas Ambientais
João Aurélio Pastore, Instituto de Pesquisas Ambientais
João Batista Baitello, Instituto de Pesquisas Ambientais
Lucia Rossi, Instituto de Pesquisas Ambientais
Osny Tadeu Aguiar, Instituto de Pesquisas Ambientais
Marco Nalon, Instituto de Pesquisas Ambientais

FAUNA

Alexsander Z. Antunes, Instituto de Pesquisas Ambientais – Avifauna, Vertebrados - Revisão e Síntese


Erika Hingst-Zaher, Instituto Butantan – Herpetofauna e Mastofauna
Fabio Andrade Machado, Museu de Zoologia da USP - Herpetofauna e Mastofauna
Hussam Zaher, Museu de Zoologia da USP - Herpetofauna e Mastofauna
José L. O. Birindelli, Museu de Zoologia da USP – Ictiofauna
José Cezar Nolasco, Museu de Zoologia da USP – Ictiofauna
Luís Fábio Silveira, Museu de Zoologia da USP – Avifauna
Mariana Galera Soler, Museu de Zoologia da USP - Herpetofauna
Mauricio Forlani, Museu de Zoologia da USP - Herpetofauna e Mastofauna

Estação Ecológica de Bananal


Osvaldo T. Oyakawa, Museu de Zoologia da USP - Ictiofauna

MEIO FÍSICO

GEOLOGIA, GEOMORFOLOGIA, PEDOLOGIA, SENSIBILIDADE GEOAMBIENTAL

Antônio Gonçalves Pires Neto, consultor


Márcio Rossi, Instituto de Pesquisas Ambientais
Marina Mitsue Kanashiro, Instituto de Pesquisas Ambientais

CLIMATOLOGIA

Mirian Ramos Gutjahr, Instituto de Pesquisas Ambientais


Renato Tavares, Instituto de Pesquisas Ambientais
Márcia Vieira Silva, Instituto de Pesquisas Ambientais

ÁGUAS SUPERFICIAIS

Maurício Ranzini, Instituto de Pesquisas Ambientais


Valdir de Cicco, Instituto de Pesquisas Ambientais
Francisco Carlos Soriano Arcova, Instituto de Pesquisas Ambientais
Yuri Veneziani, MM Ambiental
João Batista Amaro dos Santos, Instituto de Pesquisas Ambientais
José Roberto Alves Suarez†, Estação Ecológica de Bananal
Débora Cubateli Redivo, Consultora
Iara Viviane e Souza, Fundação Florestal

PERIGO, VULNERABILIDADE E RISCO

Cláudio José Ferreira, Instituto de Pesquisas Ambientais


Denise Rossini Penteado, Instituto de Pesquisas Ambientais

ATIVIDADE DE MINERAÇÃO

Sonia Aparecida Abissi Nogueira, Instituto de Pesquisas Ambientais


Francisneide Soares Ribeiro, Instituto de Pesquisas Ambientais

MEIO ANTRÓPICO

HISTÓRIA E PATRIMÔNIO

Cristina Maria do Amaral Azevedo, CPLA/SIMA


Florencia Chapuis, CPLA/SIMA
Isadora Le Senechal Parada, CPLA/SIMA
Plácido Calis, Gestão Arqueológica Consultoria
Tatiana Yamauchi Ashino, Fundação Florestal
Antonia Carolina Gomes, CPLA/SIMA (estagiário)
Marcus Vinicius Rodrigues, CPLA/SIMA (estagiário)

OCUPAÇÃO HUMANA, DINÂMICA DEMOGRÁFICA E SOCIOECONÔMICA

Cristina Maria do Amaral Azevedo, CPLA/SIMA


Florencia Chapuis, CPLA/SIMA
Isadora Le Senechal Parada, CPLA/SIMA
Térsia Mary Ribeiro Miranda, CPLA/SIMA
Antonia Carolina Gomes, CPLA/SIMA (estagiário)

Estação Ecológica de Bananal


Marcus Vinicius Rodrigues, CPLA/SIMA (estagiário)

DINÁMINCA TERRITORIAL

Beatriz Truffi Alves, CFB/SIMA


Cristina Maria do Amaral Azevedo, CPLA/SIMA
Florencia Chapuis, CPLA/SIMA
Iracy Xavier, CETESB
Isadora Le Senechal Parada, CPLA/SIMA
Antonia Carolina Gomes, CPLA/SIMA (estagiário)
Marcus Vinicius Rodrigues, CPLA/SIMA (estagiário)

USO DO SOLO

Ciro Koiti Matsukuma, Instituto de Pesquisas Ambientais


Dimas Antônio da Silva, Instituto de Pesquisas Ambientais
Mônica Pavão, Instituto de Pesquisas Ambientais

JURÍDICO INSTITUCIONAL

Cristina Maria do Amaral Azevedo, CPLA/SIMA


Florencia Chapuis, CPLA/SIMA
Isadora Le Senechal Parada, CPLA/SIMA
Antonia Carolina Gomes, CPLA/SIMA (estagiário)
Marcus Vinicius Rodrigues, CPLA/SIMA (estagiário)

ZONEAMENTO

Adriana de Arruda Bueno, Fundação Florestal


Aleph Bönecker da Palma, Fundação Florestal
Alexsander Z. Antunes, Instituto de Pesquisas Ambientais
Anne Karoline Oliveira, Fundação Florestal
Beatriz Truffi Alves, CFB/SIMA
Bianca Dias Damazio, Fundação Florestal
Cristina Maria do Amaral Azevedo, CPLA/SIMA
Dimas Antônio da Silva, Instituto de Pesquisas Ambientais
Fernanda Lemes de Santana, Fundação Florestal
Florencia Chapuis, CPLA/SIMA
Geraldo Neto, Fundação Florestal
Iracy Xavier, CETESB
Márcio Rossi, Instituto de Pesquisas Ambientais
Mirian Ramos Gutjahr, Instituto de Pesquisas Ambientais
Mônica Pavão, Instituto de Pesquisas Ambientais
Natália Macedo Ivanauskas, Instituto de Pesquisas Ambientais
Suellen França Oliveira Lima, Fundação Florestal
Tatiana Yamauchi Ashino, Fundação Florestal
Tatiane Veiga, Fundação Florestal
Thais dos Santos Santana, Fundação Florestal
Thiago José Filete Nogueira, Fundação Florestal
Victor del Mazo Quartier, Fundação Florestal
CONSELHO GESTOR DA ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE BANANAL, BIÊNIO 2017-2019

PROGRAMAS DE GESTÃO

Adriana de Arruda Bueno, Fundação Florestal


Adriana Neves da Silva, Fundação Florestal
Alessandra Freire dos Reis, Consultora

Estação Ecológica de Bananal


Aleph Bönecker da Palma, Fundação Florestal
Alexsander Z. Antunes, Instituto de Pesquisas Ambientais
Ana Carolina Linardi, Consultora
Anne Karoline Oliveira, Fundação Florestal
Beatriz Truffi Alves, CFB/SIMA
Bianca Dias Damazio, Fundação Florestal
Cristiane Leonel, Fundação Florestal
Cristina Maria do Amaral Azevedo, CPLA/SIMA
Débora Cubateli Redivo, Consultora
Fernanda Lemes de Santana, Fundação Florestal
Florencia Chapuis, CPLA/SIMA
Geraldo Neto, Fundação Florestal
Iracy Xavier, CETESB
Márcio Rossi, Instituto de Pesquisas Ambientais
Mirian Ramos Gutjahr, Instituto de Pesquisas Ambientais
Mônica Pavão, Instituto de Pesquisas Ambientais
Natália Macedo Ivanauskas, Instituto de Pesquisas Ambientais
Natália Santo Lisboa, Fundação Florestal
Suellen França Oliveira Lima, Fundação Florestal
Tatiana Yamauchi Ashino, Fundação Florestal
Tatiane Veiga, Fundação Florestal
Thais dos Santos Santana, Fundação Florestal
Thiago José Filete Nogueira, Fundação Florestal
Victor del Mazo Quartier, Fundação Florestal
CONSELHO GESTOR DA ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE BANANAL, BIÊNIO 2017-2019

CONSOLIDAÇÃO DO RELATÓRIO

Adriana de Arruda Bueno, Fundação Florestal


Bianca Dias Damazio, Fundação Florestal
Thais dos Santos Santana, Fundação Florestal

In Memoriam
José Roberto Alves Suarez foi gestor da EE Bananal entre 2008 e 2013. Desempenhou funções
diversas, sempre trabalhando pela conservação, razão pela qual era muito respeitado por colegas
de trabalho de diferentes níveis hierárquicos, tanto no Instituto Florestal como na Fundação
Florestal, por profissionais das instituições de pesquisa e da academia, além da comunidade do
município que admirava o incansável servidor engajado na defesa do patrimônio natural da
Estação Ecológica.
Recebeu a honraria de ser reconhecido e condecorado com o título de “Cidadão Bananalense”
pela Câmara Municipal de Bananal, em 18/03/2010.
Em razão de seu envolvimento, persuasão e sensibilidade, além de bom observador da natureza,
descobriu dois anfíbios, que enriqueceram os registros da ciência e da lista de fauna da EE
Bananal, sendo um deles classificado como Partelmatobios gaigeae, cujo nome popular é sapo
da barriga vermelha, mas na realidade uma redescoberta. O outro, Holoaden suarezi,
homenageia o autor da descoberta.

Estação Ecológica de Bananal


Conteúdo

1. INFORMAÇÕES GERAIS DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO (UC) .............................................................. 1


2. MEIO BIÓTICO .................................................................................................................................... 13
2.1. Vegetação .................................................................................................................................. 13
2.2. Fauna ......................................................................................................................................... 19
3. MEIO FÍSICO ....................................................................................................................................... 24
3.1. Geologia (Substrato Rochoso) .................................................................................................... 24
3.2. Geomorfologia (Relevo) ............................................................................................................. 28
3.3. Pedologia (Solos)........................................................................................................................ 30
3.4. Análise de Terenos e Sensibilidade Geoambiental...................................................................... 34
3.5. Clima.......................................................................................................................................... 36
3.6. Recursos hídricos superficiais..................................................................................................... 39
3.7. Perigo, Vulnerabilidade e Risco .................................................................................................. 58
3.8. Atividade de Mineração ............................................................................................................. 60
4. MEIO ANTRÓPICO ............................................................................................................................... 61
4.1. História e patrimônio ................................................................................................................. 61
4.2. Ocupação humana ..................................................................................................................... 64
4.3. Dinâmica demográfica ............................................................................................................... 64
4.4. Dinâmica econômica .................................................................................................................. 65
4.5. Dinâmica social .......................................................................................................................... 66
4.6. Dinâmica territorial .................................................................................................................... 68
5. JURÍDICO-INSTITUCIONAL ................................................................................................................... 78
6. ANÁLISE INTEGRADA........................................................................................................................... 83
7. CORREDORES ECOLÓGICOS ................................................................................................................ 88
8. ZONEAMENTO .................................................................................................................................... 95
8.1. Objetivos da UC ......................................................................................................................... 95
8.2. Do Zoneamento ......................................................................................................................... 95
8.3. Do Zoneamento Interno............................................................................................................. 96
8.4. Da Zona de Amortecimento ..................................................................................................... 108
8.5. Do Corredor Ecológico ............................................................................................................. 113
8.6. ITEM 1 – MAPA DO ZONEAMENTO INTERNO (ZONAS E ÁREAS) ............................................... 116
8.7. ITEM 2 – MAPA DA ZONA DE AMORTECIMENTO...................................................................... 117
8.8. ITEM 3 – MAPA DO CORREDOR ECOLÓGICO ............................................................................ 118
8.9. ITEM 4 – CONTEÚDO MÍNIMO PARA TERMO DE COMPROMISSO ............................................ 119
8.10. ITEM 5- LISTA EXEMPLIFICATIVA DO ENQUADRAMENTO DE ATIVIDADES E INFRAESTRUTURA
CONFORME NÍVEL DE IMPACTO QUE SERÃO PARAMETRIZADAS NO AMBITO DO PROGRAMA DE USO
PÚBLICO ................................................................................................................................................ 120
9. PROGRAMAS DE GESTÃO .................................................................................................................. 121
9.1. Apresentação ........................................................................................................................... 121

Estação Ecológica de Bananal


9.2. PROGRAMA DE MANEJO E RECUPERAÇÃO............................................................................... 123
9.3. PROGRAMA DE USO PÚBLICO (EDUCAÇÃO AMBIENTAL) ......................................................... 124
9.4. PROGRAMA DE INTERAÇÃO SOCIAMBIENTAL .......................................................................... 125
9.5. PROGRAMA DE PROTEÇÃO E FISCALIZAÇÃO ............................................................................ 126
9.6. PROGRAMA DE PESQUISA E MONITORAMENTO ...................................................................... 127
10. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................................... 128
10.1. Aspectos Fundiários ................................................................................................................. 128
10.2. Meio Biótico ............................................................................................................................ 129
10.3. Meio Físico............................................................................................................................... 133
10.4. Meio Antrópico ........................................................................................................................ 140
10.5. Jurídico Institucional ................................................................................................................ 143
10.6. Corredores Ecológicos ............................................................................................................. 143
ANEXO I – INFORMAÇÕES GERAIS DA UC .................................................................................................. 146
1.1. Aspectos Fundiários ................................................................................................................. 146
1.2. Atividades promovidas pela UC ................................................................................................ 151
ANEXO II – MEIO BIÓTICO.......................................................................................................................... 154
2.1. Vegetação....................................................................................................................................... 154
2.2. Fauna.............................................................................................................................................. 194
ANEXO III – MEIO FÍSICO............................................................................................................................ 222
3.1. Geologia (Substrato Rochoso) ......................................................................................................... 222
3.2. Geomorfologia................................................................................................................................ 226
3.3. Pedologia ........................................................................................................................................ 239
3.4. Análise de Terenos e Sensibilidade Geoambiental .......................................................................... 248
3.5. Clima .............................................................................................................................................. 270
3.6. Recursos Hídricos Superficiais ......................................................................................................... 279
3.7. Perigo, Vulnerabilidade e Risco ....................................................................................................... 303
3.9. Atividade de Mineração .................................................................................................................. 318
ANEXO IV – MEIO ANTRÓPICO................................................................................................................... 320
4.1. História e Patrimônio ...................................................................................................................... 320
4.2. Ocupação humana .......................................................................................................................... 331
4.3. Dinâmica demográfica .................................................................................................................... 331
4.4. Dinâmica econômica....................................................................................................................... 333
4.5. Dinâmica social ............................................................................................................................... 337
4.6. Dinâmica territorial ......................................................................................................................... 340
ANEXO V – JURÍDICO INSTITUCIONAL ........................................................................................................ 351

Estação Ecológica de Bananal


1. INFORMAÇÕES GERAIS DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO (UC)

Nome da UC Estação Ecológica de Bananal (EE de Bananal)

Código da UC (CNUC) 0000.35.0820

Fundação para Conservação e a Produção Florestal do


Órgão Gestor
Estado de São Paulo (FF)

Grupo de UC Proteção Integral

Estação Ecológica (EE), cujo objetivo é a preservação da


natureza e a realização de pesquisas científicas. A EE é de
posse e domínio públicos, sendo que as áreas particulares
incluídas em seus limites devem ser desapropriadas de
acordo com o que dispõe a lei. A visitação pública é
proibida, exceto quando tiver objetivos educacionais, de
acordo com o que dispuser o plano de manejo. A pesquisa
depende de autorização do órgão responsável pela
administração da Unidade e está sujeita às condições e
restrições por este estabelecidas. Na EE só podem ser
Categoria de Manejo permitidas alterações dos ecossistemas nos casos de: (i)
medidas que visem à restauração de ecossistemas
modificados; (ii) manejo de espécies com o fim de
preservar a diversidade biológica; (iii) coleta e
componentes dos ecossistemas com finalidades
científicas; e (iv) pesquisas científicas, cujo impacto sobre
o ambiente seja maior do que o causado pela simples
observação ou pela coleta controlada de componentes
dos ecossistemas em uma área correspondente a, no
máximo, três por cento da extensão total da Unidade até
o limite de um mil e quinhentos hectares.

Bioma Mata Atlântica

Proteção ao ambiente natural, realização de pesquisas


Objetivos da UC básicas e aplicadas e desenvolvimento de programas de
educação conservacionista.

Floresta Ombrófila Densa Montana e Alto Montana,


Atributos da UC refúgios vegetacionais e espécies de flora e fauna
ameaçadas de extinção

Municípios abrangidos Bananal

UGRHI URGHI 02 (Bacia do Rio Paraíba do Sul)

Estação Ecológica de Bananal


Conselho Consultivo – biênio 2017/2019, instituído pela
Resolução SMA n° 148, de 08 de novembro de 2017;
Conselho Gestor
biênio 2019/2021, instituído pela Resolução SIMA nº 148,
de 29 de dezembro de 2021.

Aprovado pela Resolução SIMA n° 53 de 14 de junho de


Plano de Manejo
2022.

Plano de Bacia do Rio Paraíba do Sul (2006, 2016), Plano


Diretor do município de Bananal (Lei Complementar nº
016/2014), Reserva da Biosfera da Mata Atlântica,
Mosaico da Bocaina (Portaria MMA no 349, de
Instrumentos de 11/12/2006), APA Paraíba do Sul (Decreto Federal no
Planejamento e Gestão 87.561/1982), Zoneamento agroambiental da cana-de-
Incidentes na UC açúcar(Resolução Conjunta SMA-SAA no 04/2008,alterada
pela Resolução Conjunta SMA-SAA no 6/2009), Áreas
prioritárias para a conservação (Portaria MMA no 463 de
18 de dezembro de 2018), e Áreas prioritárias para
conectividade do Programa Biota Fapesp (2008).

Situação quanto à Sim


conformidade ao SNUC

1) Educação Ambiental
Cronograma baseado no calendário escolar;
Parceria: Prefeitura Municipal de Bananal (Secretaria
Municipal de Educação; Secretaria Municipal de
Transportes); e Núcleos Escolares Municipais e Estaduais.
2) Pesquisa Científica
Parceria: Universidades de São Paulo e Rio de Janeiro
3) Fiscalização
Cronograma de fiscalização baseado no Sistema
Integrado de Monitoramento
Ações existentes de Parceria: Coordenadoria de Fiscalização Ambiental e
manejo e gestão Polícia Militar do Estado de São Paulo.
4) Monitoramento
Cronograma anual de monitoramento de visitação
pública;
Ações internas.
5) Restauração
Cronograma apresentado por organização social local
Parceria: Associação de Moradores e Amigos do Vale da
Bocaina (AMOVALE)
Ações de restauração de Áreas de Preservação
Permanente (APP) – microbacia do Rio Bananal.

Estação Ecológica de Bananal


01 Assistente Administrativo (concursado-FF)
01 Assistente Administrativo (terceirizado - Finatec)
01 Analista de Projetos (terceirizado - Finatec)
Recursos humanos e 01 Monitor (terceirizado – BK)
financeiros disponíveis 02 Serviços Gerais/Manutenção (concursado-IF)
01 Serviço de Limpeza (terceirizado)
02 Vigilantes Noturnos (terceirizado)
01 Gestor (contratado-FF)

Endereço da Unidade Estrada do Ariró, km 15

CEP 12850-000

Bairro Sertão do Ariró

UF São Paulo

Município (s) Bananal

Site da UC http://fflorestal.sp.gov.br/bananal/home/

Telefone da UC (12)3116-2008

E-mail da UC [email protected]

ACESSOS À UC

Acesso pela Rodovia SP 247, Km 15 mais 10 Km pela


Estrada da Madeirite
Endereço
Acesso pela Rodovia SP 247, Km 10, mais 10 Km pela
Estrada do Sertão do Ariró

Latitude 22º 15′ a 22º 37º S. Longitude 44º07′ a 44º22′


Coordenadas
W

ATOS LEGAIS

Decreto Estadual nº 43.193, de03 de abril de 1964


(declara reserva florestal do Estado de São Paulo);
Instrumento legal
Decreto Estadual 26.890 de 12 de março de 1987 (Cria a
Estação Ecológica).

Decreto Estadual 26.890/1987 - Cria as Estações


Ecológicas de Bananal, Bauru, Ibicatu, Itaberá, Itapeti,
Ementa
São Carlos, Valinhos e Xitué e dá outras providências
correlatas.

Instrumento de Publicação DOE de 12/03/1987.

Área da UC 884 hectares


3

Estação Ecológica de Bananal


Memorial Descritivo Decreto Estadual 26.890 de 03 de abril de 1964

ASPECTOS FUNDIÁRIOS

Situação fundiária da Integralmente regularizado (APÊNDICE 1.1.A)


Unidade.

Consistência dos dados do Integralmente regularizado (APÊNDICE 1.1.A)


limite da UC

Percentual de área 100%


devoluta

Percentual de área titulada 0%

Percentual de área 100% Estado


particular

Percentual de área com 0%


titulação desconhecida

Situação da área quanto à 0%


ocupação

Percentual de demarcação 30%


dos limites

Área da poligonal da UC 884 ha

GESTÃO E INFRAESTRUTURA DA UC

Há três edificações para funções administrativas,


receptivo de visitantes, alojamento para funcionários,
pesquisadores, voluntários e estagiários, depósito e
garagem, sendo:
01 sede administrativa/Centro de Visitantes;
01 alojamento para funcionários, pesquisadores,
Edificações e estruturas voluntários e estagiários;
01 depósito de materiais, equipamentos e ferramentas;
01 garagem coberta para veículos de uso interno.
A sede administrativa/Centro de Visitantes possui
acessibilidade para cadeirantes (rampa).
As edificações encontram-se em bom estado de
conservação.

A sede da UC possui:
Equipamentos Eletrônicos/ ● Telefonia;
Comunicação ● Acesso à Internet;
● Sistema de rádio;

Estação Ecológica de Bananal


● três computadores e um notebook;
● 02 impressoras.

02 Veículos com tração 4x4(ano: 1996 e 2004);


01 Trator (necessita manutenção) (ano de aquisição:
2007-reg.Instituto Florestal);
Meio de Transporte em
02 Motocicletas (necessita manutenção) (ano: 1993 e
Operação
1996)
Os meios de transporte encontram-se em estado regular
de conservação.

A sede da UC possui energia proveniente da


concessionária Elektro;
Sistema de energia renovável para alimentar sistema de
Energia
comunicação via rádio;
01 Gerador diesel/gasolina;
Voltagem (110 V).

A sede possui:
● 01 banheiro para uso masculino, 01 para uso
feminino; 01 banheiro de uso coletivo no
alojamento;
● Abastecimento de água por gravidade,
Saneamento Básico proveniente de nascente localizada próxima a
Sede Administrativa;
● Destinação do esgoto por fossa séptica do tipo
sumidouro;
● Seleção e destino de resíduos para lixeira de uso
comunitário localizada na rodovia SP 247, Km 15.

Atendimento e Emergência Inexistente

INFRAESTRUTURA DE APOIO AO USO PÚBLICO


(Inclui atividades educativas, de interpretação ambiental e pesquisa)

Não possui portaria


Portaria Atendimento realizado no Centro de Visitante, no
período entre 08:00 e 17:00 horas.

O Centro de Visitantes possui:


Área 49 m²;
Centro de visitantes Capacidade para 35 pessoas;
01 Auditório;
01 Espaço para exposição.

Sede dentro do limite da Sim


UC

Estação Ecológica de Bananal


Inexistente
Guarita Presença de vigilância noturna entre 19:00 e 07:00
horas

Alojamento para pesquisadores com 01 cozinha coletiva;


01 banheiro (uso coletivo); 02 quartos (01 masculino; 01
feminino); sala; 01 área de lavanderia;
Hospedagem Necessidade de agendamento;
Separação de material orgânico e reciclável;
Não é permitido piquenique, churrasco, entrada e
permanência de animais domésticos.

Alimentação Inexistente

Sanitários 03 sanitários, sendo 01 com acessibilidade.

Lojas Inexistente

Estacionamento / Estacionamento para visitantes com capacidade para


atracadouro até 15 veículos leves

ATIVIDADES PROMOVIDAS PELA UC

ATIVIDADE 1 (Cachoeira Sete Quedas)

Trilha da Cachoeira Sete Quedas, com acesso as duas


últimas quedas do Córrego das Cobras (APÊNDICE
Breve descrição do tipo de
1.2.A.), é permitido o visitante banhar-se, desde que
atividade
não utilize filtro solar e ou bronzeador. Neste local
também há local de descanso.

Tipologia Ecológico, Histórico e Pedagógico.

Status Em funcionamento.

Interesses e atividades Educação Ambiental; Pesquisa Científica;


associadas Interpretação; Vivência; Banho.

Situação da visitação Aberta.

Acessos e tipo Trilha com 450 metros.

Forma de acesso Linear e sinuosa.

Grau de dificuldade e Grau de dificuldade baixo, devido ao percurso ser de


justificativa curta distância e por possuir obstáculos de fácil
transposição.

Sinalização de caminho Placas Indicativas

Estação Ecológica de Bananal


Infraestrutura Placa interpretativa, indicativa; ponte; banco
APÊNDICE 1.2.C.

Paisagem Fauna: anfíbios, répteis, mamíferos, aves;


Flora: orquídeas, bromélias, palmeiras, araucária;
ambiente natural associado, relevo, ecossistemas,
diversidade natural.

Impactos associados existentes Compactação do solo, efeito de borda.


ou potenciais, positivos ou
negativos

Agendamento obrigatório Sim.

Condução Autoguiada; monitorada.

Perfil indicado de visitante Todos os públicos.

Característica do visitante Local, regional, nacional, Mercosul, não pagantes.

Acessibilidade Parcial.

Melhor período de visitação Junho – Julho (inverno).

Capacidade de visitantes/dia 30 pessoas/dia.

Cadastro de visitantes Livro de visitantes; banco de dados.

ATIVIDADE 2 (Trilha do Ouro e mirante)

Trata-se de um trecho de 800 metros preservado do


histórico caminho real, com acesso a mirante
Breve descrição do tipo de
(APÊNDICE 1.2.B.). A trilha possui atributos históricos
atividade
culturais que são utilizados em atividades de
Educação Ambiental.

Tipologia Ecológico, histórico, pedagógico.

Status Em funcionamento.

Educação ambiental; Pesquisa Científica;


Interesses e atividades
Interpretação Ambiental; Vivência.

Situação da visitação Aberta.

Acessos e tipo 900m; trilha calçada por rochas.

Forma de acesso Linear.

Grau de dificuldade e Médio; aclividade acentuada.


justificativa
7

Estação Ecológica de Bananal


Sinalização de caminho Placas indicativas.

Infraestrutura Placa interpretativa; corrimão; deck; banco.

Paisagem Fauna (mamíferos, aves, répteis); flora (araucária,


palmeiras, samambaias, bromélias, orquídeas,
cogumelos).

Impactos associados existentes Efeito de borda, alteração em rotas de fauna.


ou potenciais, positivos ou
negativos

Agendamento obrigatório Sim.

Condução Autoguiada; monitorada.

Perfil indicado de visitante Todos os públicos.

Estação Ecológica de Bananal


LINHAS DE PESQUISA

1. Botânica;
Temas 2. Ecologia Vegetal;
prioritários 3. Fauna (Insetos e Aves);
4. Gestão de Áreas Naturais Protegidas.

1. Taxonomia, filogenia;
2. Ecofisiologia;
3. Sementes florestais;
4. Biogeografia;
Temas
5. Ecologia da paisagem;
correlatos
6. Micologia;
7. Gestão de Áreas Naturais Protegidas;
8. Zoologia – avifauna, anfíbios (anuros), ostracídeos, opilionídeos,
lepdópteros;

Temas Período

1. Levantamento florístico de um trecho de Mata


01/1999 -
Atlântica na Estação Ecológica de Bananal a leste do 12/2000
Vale do Paraíba Paulista;

2. Diversidade alfa, beta, funcional e filogenética de


25/01/2014 -
Opiliões na Mata Atlântica: Padrões e relação com 31/01/2018
fatores ecológicos e históricos;

3. Taxonomia e biologia de Ostráceos 02/01/2002 -


semiterrestres do Estado de São Paulo; 01/01/2003

4. Anacardiaceae R. Brown. nom. cons. na Flora 12/01/2009 -


Fanerogâmica do Estado de São Paulo; 12/01/2011

5. Avaliação de populações de minhocas (Annelida:


02/01/2006 -
Oligochaeta) em sistemas agrícolas e naturais, e seu 12/01/2007
potencial como bioindicadoras ambientais;

6. Interação Biosfera-Atmosfera Fase 2: Cerrados e


Pesquisas Concluídas

09/01/2004 -
mudanças de uso da terra; 09/01/2008

7. Os Vertebrados Terrestres do Brasil: Sistemática, 04/01/2004 -


Biodiversidade e relações Faunísticas Continentais; 12/01/2004

8. Revisão taxonômica do gênero Macropeplus 01/1998 -


perklins (Monimiaceae, Monimioideae); 11/1999

Estação Ecológica de Bananal


9. Lepidoptera do Estado de São Paulo:
01/01/2000 -
Diversidade, distribuição, recursos e uso para análise e 09/01/2003
monitoramento ambiental;

10. Revisão taxonômica e filogenia de Solanum sect. 30/03/2009 -


Gonatotrichum Bitter (Solanoideae, Solanacea); 30/10/2010

11. Filogenia e Taxonomia de Solanum L. Clado 05/01/2011 -


Brevantherum (Solanoideae, Solanaceae); 05/01/2014

12. Análise filogenética e biogeográfica e revisão


04/01/2000 –
sistemática de Gomiosomadinae (Arachnida, 03/01/2002
Opiliones,Gonyletidade);

13. Estudos taxonômicos e anatômicos em 03/01/2005 -


Mayacaceae Kunth; 31/03/2007

14. Educação ambiental em áreas protegidas do


01/08/2014 -
Estado de São Paulo e sua contribuição à prática 31/12/2017
docente;

15. Conflitos Ambientais em Unidades de


01/01/2017 -
Conservação de proteção integral no âmbito do Estado 06/01/2017
de São Paulo;

16. Floresta Ombrófila Mista: avaliação da


11/2007 -
diversidade vegetal em florestas de Araucária no Estado 11/2009
de São Paulo;

17. Composição florística da vegetação arbórea - 01/01/1999 -


arbustiva da Estação Ecológica de Bananal, São Paulo; 12/01/2001

18. Ecologia e Taxonomia de insetos aquáticos de 07/01/2004 -


riachos; 31/12/2008

19. Diversidade de Fungos Conidiais na serrapilheira


03/10/2008 -
de plantas do Estado de São Paulo (Thozetella kuntze no 28/02/2011
Estado de São Paulo, Brasil);

20. Taxonomia e Filogenia Molecular das Espécies


04/01/2007 -
Neotropiciais de Micropolypodium Hayata 30/03/2010
(Polypodiceae);

21. Variação Morfológica e Molecular em


09/01/2011 –
populações de Brachycephalus (Anura: 31/08/2013
Brachycephalidae);

10

Estação Ecológica de Bananal


22. Ecologia e Biogeografia do gênero
07/01/2010 -
Brachycephalus Fitzinger 1971 (Anura: 30/04/2018
Brachycephalidae);

23. Palmeiras na Mata Atlântica como modelo para 10/01/2006 -


estratégias de conservação Ex situ; 31/10/2006

24. Palmeiras na Mata Atlântica como modelo para 10/01/2005 -


estratégias de conservação Ex Situ; 10/01/2007

25. Diagnóstico da percepção dos gestores sobre os


01/01/2017 -
efeitos marginais da malha viária em Unidades de 30/10/2017
Conservação;

10/01/2006 -
26. Invasões Biológicas no Estado de São Paulo; 30/09/2010

27. Biodiversidade da macrofauna edáfica e outras


10/01/2008 -
variáveis explicativas como indicadores da qualidade do 30/09/2010
solo em florestas de araucárias;

28. Reconhecimento da avifauna do Estado de São 08/01/2008 -


Paulo; 08/01/2013

29. Estrutura de floresta de araucária em Unidades Sem


de Conservação do Estado de São Paulo; informação

30. Estrutura e dinâmica de Florestas com Araucária 09/01/2016 -


no Sudeste do Brasil; 09/01/2019

31. Efeitos da variação geográfica e da altitude sobre


09/12/2011 -
a fisiologia termal e o balanço hídrico de anfíbios 31/12/2014
anuros;

32. Diversificação e regionalização da coleta de


01/01/2001 –
sementes de espécies arbóreas nativas do Estado de 31/12/2002
São Paulo;

33. Flora e Estrutura das Florestas de Araucária


Sem
presentes em Unidades de Conservação do Estado de informação
São Paulo.

Período (Início e
Temas
Andament
Pesquisas

Término)

1. Diagnóstico e monitoramento da avifauna das 08/01/2009 -


em

Unidades de Conservação do Estado de São Paulo; 31/12/2020


o

11

Estação Ecológica de Bananal


2. Sistemática do gênero Vitalius Silva, Lucas &
27/09/2017 –
Bertani: evidências morfológicas, moleculares e 27/09/2021
biogeográficas;

3. Entender para manejar: Quais os efeitos da atual


01/02/2019 -
política de exclusão do fogo no sistema de conservação 29/12/2021
paulista?;

4. História evolutiva do grupo de Brachycephalus 02/01/2019 -


pernix (Anura: Brachycephalidae); 30/09/2025

5. Padrões de diversidade biológica e coexistência


01/02/2019 –
humano-fauna: componentes que sustentam os 31/12/2019
serviços ecossistêmicos;

6. Priorização de áreas para conservação da


03/01/2019 -
biodiversidade: ecologia de movimento de queixadas e 31/12/2021
onças como ferramenta para guiar políticas públicas;

7. A tendência à Poliandria em espécies da família 02/03/2016 -


Hylidae (Amphibia: Anura); 02/02/2020

8. Influência da desconexão de habitat na


09/01/2018 -
quitridiomicose e na microbiota cutânea de anfíbios 20/12/2019
anuros;

9. Monitoramento de fauna (Projeto Conexão Mata


Em andamento
Atlântica);

10. Monitoramento do estoque de carbono (Projeto


Em andamento
Conexão Mata Atlântica)

12

Estação Ecológica de Bananal


2. MEIO BIÓTICO

2.1. Vegetação

Fitofisionomias da Estação Ecológica de Bananal

A formação mais característica da Estação Ecológica é a Floresta Ombrófila Densa, que é


uma floresta perenifólia presente em clima de altas temperaturas e precipitação elevada
e bem distribuída durante o ano (Veloso et al. 1991). Cerca de 75% (664 ha) do território
está em bom estado de conservação e 19% (167 ha) está ocupado por vegetação
secundária (APÊNDICES 2.1.B. e 2.1.C. e 2.1.D.). O métodos e pontos amostrais
encontram-se no APÊNDICE 2.1.A..

A separação entre formações vegetais se dá de acordo com uma combinação entre os


limites altitudinais e a latitude do local: na Estação, onde a latitude é de 22°S, a Floresta
Ombrófila está representada pelas formações Alto-montana (em cotas altitudinais
superiores a 1.500 m) e Montana (entre 500 e 1.000 m), além da formação Aluvial, que
ocorre ao longo dos cursos d’água (Veloso et al. 1991).

A Floresta Ombrófila Densa Alto-montana é a floresta perenifólia presente no topo dos


morros acima de 1.000 m de altitude, denominada de matinha nebular (Klein 1978) ou
mata de neblina (Hueck 1956), em virtude da presença de neblina em muitas horas por
dia, em quase todos os dias do ano, mesmo na estação seca. Associados à neblina, outros
fatores condicionantes são os solos rasos (litossolos), usualmente com afloramentos
rochosos, e o clima frio (Garcia 2003), que resultam em menores taxas de decomposição
da serapilheira, de absorção de nutrientes e de produtividade primária (Leigh 1975). Estas
florestas que ocupam as porções mais elevadas de montanhas apresentam composição
florística e estrutura diferentes daquelas presentes nas cotas mais baixas, sendo
característico o pequeno porte das espécies arbustivas e arbóreas, que se apresentam
com ramos tortuosos e copas de folhas pequenas e coriáceas (Scheer et al. 2011). O
nanismo dessas espécies é atribuído à oligotrofia e também aos efeitos do vento, como
desgaste físico devido ao atrito e maior perda d’água (Garcia 2003). Essas florestas
apresentam também, em seu interior, populações densas de bromélias e orquídeas
terrícolas, pteridófitas, liquens, musgos e espécies de Chusquea (taquaras), que dão a
esta formação uma fisionomia característica (Mantovani et al. 1990, Joly et al. 1991).

Na Estação Ecológica de Bananal as florestas alto-montanas foram mapeadas acima de


1.000m de altitude, conforme o sistema de classificação de Veloso et al. (1991) para a
latitude da unidade (22°S). Para Oliveira Filho et al. (2006), na mesma cota altitudinal as
florestas alto-montanas ocorreriam acima de 1.100 m de altitude. No entanto, a
ocorrência dessa vegetação mais baixa e sujeita à neblina em altitudes inferiores às
estabelecidas pelos autores já foi relatada em levantamentos na Serra do Mar (Araújoet
al. 2005, Bertoncello et al. 2011) e de Paranapiacaba (Mantovani et al. 2009, Toniato et
al. 2011, Ivanauskas et al. 2012).

13

Estação Ecológica de Bananal


Presente em áreas ao longo dos cursos d’água, sujeitas à inundação temporária ou
permanente, a formação Floresta Ombrófila Densa Aluvial, também conhecida como
floresta “ribeirinha” ou “ciliar”, é representada por comunidades vegetais que refletem
os efeitos das cheias dos rios nas épocas chuvosas ou nas depressões alagáveis todos os
anos (Veloso et al. 1991). No caso da Estação Ecológica de Bananal, foram amostradas
áreas de inundação temporária e trechos permanentemente alagados.

Parte dos trechos de Floresta Ombrófila Densa Montana e Aluvial próximos à Sede da
unidade já sofreram corte raso e, portanto, foram classificados como vegetação
secundária (Vs). Foram mapeados como capoeirão os trechos de vegetação de porte
arbóreo médio a alto, com estrutura de dossel fechado (Vs1), em torno de 15 m de altura.
Os trechos denominados de capoeira apresentaram vegetação de porte arbóreo mais
baixo (cerca de 5 m), com dossel fechado (Vs2) e a capoeira rala porte arbóreo baixo a
arbustivo (Vs3).

Durante o Inventário Florestal do Estado de São Paulo, área considerável de Floresta


Ombrófila Mista foi mapeada no município de Bananal, inclusive trechos contidos na
Estação Ecológica de Bananal (Kronka et al. 2005). Contudo, através de vistorias em
campo a posteriori, constatou-se que esses trechos se tratavam exclusivamente de
formações secundárias, encravadas numa matriz de Floresta Ombrófila Densa, a qual é a
vegetação predominante na unidade. Este fato é corroborado por Castro (2001), o qual
classifica as áreas com araucária no interior da unidade como antropizadas e em vias de
regeneração. A partir de entrevistas com antigos moradores locais, a fim de auferir
informações sobre a origem da população presente no interior da Estação, verificou-se
que estas foram introduzidas em área de lavoura abandonada, a partir de mudas trazidas
do Paraná.

Portanto, além das áreas naturais, foram mapeados trechos de antigos reflorestamentos
com castanha-portuguesa (Castanea sativa Mill) e araucária (Araucaria angustifolia
(Bertol.) Kuntze).

Flora da Estação Ecológica de Bananal

Foram registradas 709 espécies de plantas, dentre estas 225 samambaias e licófitas, cinco
gimnospermas e 679 angiospermas. Desse total, 621 registros foram provenientes de
dados secundários e 211 dos levantamentos de campo, sendo que 56 espécies
amostradas durante as expedições para o plano de manejo foram novas citações para a
unidade (APÊNDICE 2.1.E). A maior parte das exsicatas encontra-se depositadas no
Herbário SPSF.

Plantas ameaçadas de extinção

Com relação às espécies de alto valor para a conservação, 34 espécies constam em uma
ou mais listas de espécies ameaçadas de extinção em nível estadual, nacional ou global
(APÊNDICE 2.1.F). Vinte e uma espécies apresentam baixo risco de extinção (APÊNDICE
2.1.G).

14

Estação Ecológica de Bananal


O número de espécies ameaçadas registradas na Estação deve ser ainda maior, já que o
esforço amostral empregado no inventário de espécies herbáceas, arbustivas ou
arbóreas foi superior ao das demais formas de vida. Certamente é necessário maior
estudo da flora epifítica da unidade, pois em relato sobre a Estação Ecológica (São Paulo,
1998), os autores destacaram a quantidade e a variedade de bromélias, enfatizando que
esta unidade de conservação talvez seja a única do mundo que abriga populações de duas
bromélias (Neoregelia pontualli Leme e Nidularium corallinum (Leme) Leme) descritas em
1991 e 1992 em área contígua à unidade. Além destas, ocorrem outras bromélias raras
como Fernseea bocainensis E.Pereira & Moutinho e Vriesea hieroglyphica (Carrière)
E.Morren.

Plantas Exóticas

Dentre as 18 espécies exóticas registradas na Estação (APÊNDICE 2.1.H), muitas são


frutíferas e de provável introdução por populações humanas ou propagadas em áreas de
vegetação nativa por serem apreciadas pela fauna. É o caso da nespereira (Eryobotrya
japonica (Thunb.) Lindl.), da goiabeira (Psidium guajava L.), do abacateiro (Persea
americana Mill.) e do limão-rosa (Citrus x limon L. Osbeck). Grande parte destas espécies
foi registrada em pontos isolados e representados por poucos indivíduos, aparentemente
ainda não causando impactos significativos sobre a vegetação nativa. No entanto, como
o processo de invasão biológica é gradativo, muitas vezes não é percebido enquanto
ainda está na melhor fase para controle (Dechoum e Ziller 2013). Dessa maneira, ainda
que muitas frutíferas registradas na Estação não tenham sido caracterizadas como
espécies-problema, recomenda-se a erradicação daquelas já estabelecidas ou invasoras
de áreas naturais como medida preventiva.

Muitas espécies exóticas foram introduzidas na unidade por meio de reflorestamentos,


como o já comentado plantio de araucária e também um pequeno talhão de castanha-
portuguesa (Castanea sativa Mill.). Como nenhuma destas espécies foi registrada
invadindo áreas naturais, não é necessário o manejo dessas populações. Com relação à
araucária, deve-se até mesmo recomendar o seu uso econômico na área de entorno da
EE de Bananal: o estudo de Ribeiro et al. (2013) concluiu que a espécie apresenta
potencial para aplicação em projetos de restauração de áreas alteradas próximas a
remanescentes naturais de Floresta Ombrófila Densa na Serra da Bocaina. Certas
características da espécie, tais como a atratividade de suas sementes à fauna silvestre,
sua capacidade de associações micorrízicas e seu caráter pioneiro, favorecem a
catalisação da sucessão secundária sob suas copas, ainda que exótica neste ambiente.

Cenário oposto é atribuído às plantações de Pinus elliottii L. que se encontram em área


contígua à Estação Ecológica, próxima à Trilha do Ouro e ao redor do heliponto. Embora
não se tenha observado impacto aparente ao longo das trilhas percorridas, esta espécie
tem reconhecido potencial invasor de áreas naturais e, por isso, recomenda-se a
erradicação destes plantios e sua conversão em floresta nativa. Qualquer árvore isolada
desta espécie no interior da unidade de conservação deve ser eliminada antes que atinja
a maturidade reprodutiva.O uso de espécies exóticas para fins ornamentais também foi
detectado na unidade, seja no plantio de arbustos de bordadura (hortênsia - Hydrangea
macrophylla (Thunb.) Ser), por meio de árvores isoladas (cedro-japonês - Cryptomeria

15

Estação Ecológica de Bananal


japonica (Thunb. ex L. f.) D. Don), ou no gramado ao redor da sede. Embora não se
recomende o uso de espécies exóticas para esta finalidade, nenhuma das espécies citadas
oferece risco de invasão biológica, exceto a gramínea. Esta tende a se proliferar com o
revolvimento do solo durante a manutenção de caminhos e dispersar-se ao longo das
trilhas por meio dos calçados dos usuários. Gramíneas e outras espécies ruderais também
invadem caminhos abandonados, ambientes ciliares sem cobertura florestal e, em menor
escala, o interior das áreas onde há incidência de luz solar direta. Nesse contexto,
também merece destaque a presença da tritônia (Crocosmia crocosmiiflora (Lemoine ex
Morren) N.E.Br., espécie observada com comportamento ruderal invadindo ambientes
ciliares degradados.

Além das espécies exóticas invasoras detectadas no interior da Estação Ecológica,


atenção especial deve ser empregada na avaliação de potenciais invasões biológicas
oriundas de propágulos de espécies já estabelecidas no entorno da unidade. Este é o caso
de Hedychium coronarium Koenig, espécie muito abundante em vários trechos
ribeirinhos no entorno e de alta periculosidade devido à capacidade de reprodução
vegetativa, facilidade de dispersão e alta densidade populacional em áreas degradadas
pelo assoreamento dos cursos d’água. Sem predadores naturais, o lírio-do-brejo se
desenvolve mais rapidamente que espécies nativas e é capaz de invadir florestas de
dossel fechado, limitando a sobrevivência de plântulas e brotos nativos (Maciel 2012).

Outra espécie exótica que necessita de monitoramento é Toona ciliata M.Roem,


cultivada em reflorestamentos no entorno da Estação Ecológica. Populações desta
espécie arbórea popularmente conhecida como cedro-australiano vêm apresentando
crescimento e forma satisfatórios para a exploração madeireira no estado de São Paulo
e países fronteiriços com o Paraná (Carpanezi et al.2010). De ocorrência natural na Índia,
sudeste da Ásia e Austrália, é considerada exótica invasora em regiões de climas quentes
do sul e leste da África e na Polinésia (Bionet-Eafrinet 2011 e Pier 2012). Segundo Weber
(2003), o cedro-australiano é uma espécie heliófita de crescimento rápido, portanto uma
pioneira que se espalha rapidamente em florestas perturbadas e áreas desmatadas,
podendo invadir clareiras de florestas e habitats ribeirinhos.

Ocorrências de degradação

A Estação Ecológica foi criada em 1987 (Decreto Estadual 26.890), mas há poucos
registros de seu uso e ocupação no período anterior à unidade de conservação. Sabe-se
que o vale do rio Paraíba sempre esteve nas principais rotas dos viajantes no Brasil
Colonial. A ocupação da região data do final do século XVII e início do século XVIII, quando
o ouro que vinha das minas gerais passava por ali, atravessando a Serra do Mar em
direção ao porto de Paraty, para ser embarcado para o Rio de Janeiro e Europa. Uma das
estradas que faz limite com a Estação é a histórica trilha do Ouro, conhecida como
estrada do Ariró, construída por escravos para o transporte, em lombo de mulas, de
mercadorias entre as minas do interior e do litoral. Na década de 50, a abertura da Via
Dutra, rodovia ligando São Paulo ao Rio de Janeiro, praticamente desativou a estrada dos
tropeiros que passava por Bananal.

16

Estação Ecológica de Bananal


Bastos et al. (2007) relatam que na bacia do Rio Bananal ocorriam seis diferentes tipos
de florestas em 1700, mas não os detalha. Segundo os mesmos autores, a conversão da
matriz florestal para a agricultura teve início em 1854. Entre 1890 e 1930 deu-se um
período de maior atividade econômica, que culminou na degradação já relatada em 1967
e nas fotos aéreas geradas a partir de 1969.

Em toda a Estação, por causa da alta declividade e do relevo escarpado, os trechos de


fundo de vale e planícies nas cotas mais baixas foram historicamente o meio utilizado
pelas populações humanas para a ocupação do território. Assim, trechos ao redor da sede
encontram-se mais degradados, em função do corte raso da vegetação para a instalação
de roças ou reflorestamentos e também para o extrativismo para lenha e carvão. Essas
áreas de vegetação secundária foram identificadas em vários estágios sucessionais,
inferidos sobretudo pelo porte da vegetação e pela cobertura. Tais regiões foram
provavelmente objeto de corte raso com finalidade agrícola ou de retirada intensa de
árvores para a produção de carvão, e, portanto, são áreas abandonadas e sujeitas à
regeneração natural, cujo sucesso e velocidade de colonização dependem do tempo de
abandono, do uso ao qual foram submetidas e da disponibilidade de propágulos e
dispersores no entorno.

Pesquisadores do Instituto Florestal (São Paulo 1998) realizaram uma visita técnica à
Estação Ecológica de Bananal e descreveram de forma sucinta as fisionomias que lá
encontraram e seus respectivos estádios serais. Nesta época, utilizando fotos aéreas na
escala de 1:45.000 do voo de 1977, foi produzido o primeiro mapeamento das
fitofisionomias da Estação Ecológica, no qual 30% da área era ocupada com floresta
primária e o restante com floresta em estádio avançado (25%), médio (31%) e inicial
(12%) de sucessão e campos antrópicos (cerca de 1%).

O mapeamento atual da vegetação obteve 75% da área da Estação Ecológica com floresta
primária ou em estado avançado de sucessão e 19% de vegetação secundária (APÊNDICE
2.1.B. e 2.1.C.). Do percentual ocupado com vegetação secundária, a maior parte foi
classificada como capoeirão (13%) ou capoeira (5%), o que indica que houve avanço nos
estádios sucessionais dos trechos mapeados em 1977.

Por fim, cabe destacar como vetor de degradação o corte ilegal de palmito-juçara
(Euterpe edulis L.). Os frutos da juçara são importantes para várias espécies de aves e
mamíferos, especialmente em regiões montanhosas, quando no inverno, período em que
esses frutos estão maduros, há uma diminuição na disponibilidade de recursos
alimentares (Galetti e Aleixo 1998). O corte das palmeiras adultas afeta a dinâmica da
população, pois são estas que produzem as sementes necessárias para a contínua
reposição de indivíduos e, com a sua morte, o banco de sementes é afetado (Chediack e
Baqueiro 2005).

Áreas prioritárias para conservação e conectividade

Para avaliar a conexão espacial dos fragmentos de vegetação nativa foram feitas análises
de proximidade considerando três distâncias: 50 metros, 150 metros e 200 metros.

17

Estação Ecológica de Bananal


Para cada uma delas levantou-se o número de fragmentos conectados entre si,
agrupados nas seguintes classes:
 classe 1: fragmentos isolados
 classe 2: de 2 a 10 fragmentos conectados
 classe 3: de 11 a 100 fragmentos conectados
 classe 4: de 101 a 1.000 fragmentos conectados
 classe 5: de 1.001 a 10.000 fragmentos conectados
 classe 6: mais que 10.000 fragmentos conectados

A partir dessas classes, considerando todas as distâncias, os fragmentos foram


classificados da seguinte forma:
 fragmento isolado: classe 1 em todas as distâncias
 fragmento com conectividade muito baixa: classe 3 ou inferior para todas as
distâncias
 fragmento com conectividade baixa: classe 4 ou superior para apenas uma
distância
 fragmento com conectividade média: classe 4 ou superior para duas distâncias
 fragmento com conectividade alta: classe 4 ou superior para todas as distâncias

A área de estudo para análise da conectividade compreendeu as bacias dos Rios Bananal,
Turvo e Quilombo, do Braço, Paca Grande e Ariró que estão contíguas a E. E de Bananal
e aos Parques Nacional Serra da Bocaina e Estadual Cunhambebe, totalizando 32077,7
ha.

A tabela abaixo e o APÊNDICE 2.1.I. mostram a área de cobertura vegetal nativa por classe
de conectividade espacial, na área de entorno:

Classe Área (ha) (%)


Isolado 0,0 0
muito baixa 0,0 0
Baixa 165,74 0,52
Média 125,16 0,39
Alta 20468,72 63,81
Total vegetação nativa 20759,63 64,72

18

Estação Ecológica de Bananal


2.2. Fauna

Riqueza de fauna

São conhecidas para a Estação Ecológica de Bananal 413 espécies de Vertebrados


(APÊNDICES 2.2.B e 2.2.C), sendo cinco espécies de Peixes de Água Doce (Oyakawa et al.,
2012), 45 de Anfíbios (Forlani et al., 2017; Martins & Zaher, 2013; Zaher et al., 2005;
Zaher et al., 2012a), 72 de Mamíferos (Abreu-Jr. & Percequillo, 2019; Brancalion &
Percequillo, 2009; Garbino, 2016; Olmos & Martuscelli, 1995; Zaher et al., 2012b), 33 de
Répteis (Zaher et al., 2012a) e 258 de Aves (Antunes & Silveira, 2011; Schunck et al.,
2018). Os métodos e pontos de amostragem encontram-se nos APÊNDICES 2.2.A e 2.2.D.

A baixa riqueza local de peixes, quando comparada à encontrada para os demais grupos,
provavelmente resulta das características dos corpos d’água da UC. Os riachos que
drenam a Estação apresentam pequeno porte, atravessam áreas florestadas acima de
1000m de altitude e têm fluxo de água relativamente rápido. Assim, oferecem uma
menor diversidade de hábitats para os peixes quando comparados a rios mais extensos.

Também, a Cachoeira do Rio do Braço funciona como uma barreira à movimentação de


várias espécies rio acima (Oyakawa et al., 2012).

A Estação Ecológica de Bananal é a localidade-tipo de duas espécies de anfíbios, Holoaden


suarezi Martins & Zaher, 2013, que homenageia o saudoso funcionário da UC José
Roberto Alves Suarez, e Chiasmocleis altomontana Forlani, Tonini, Cruz, Zaher & Sá, 2017,
e de uma espécie de roedor, Brucepattersonius nebulosus Abreu-Júnior, Vilela, Christoff,
Valiati & Percequillo, 2019.

A Estação está entre as poucas áreas do estado de São Paulo a apresentar cinco espécies
de primatas simpátricos. Entretanto, faz-se necessário um censo dessas espécies após a
epizootia de Febre Amarela que assolou o estado em 2018 (Fioravanti, 2018).

Cabe destacar também, que a EE de Bananal integra a Área Internacionalmente


Importante para a Conservação das Aves – IBA RJ/SP01 Serra da Bocaina/Paraty/Angra
dos Reis (Bencke et al., 2006).

Inventários exaustivos deverão revelar mais espécies para todos os grupos. As áreas com
campos de altitude e afloramentos rochosos nos topos de morro não foram amostradas
adequadamente. No entorno da UC foram registradas várias espécies não encontradas
em seu interior (Oyakawa et al., 2012; Schunck et al., 2018; Zaher et al., 2012a, b). Por
exemplo, para toda a bacia do Rio do Braço, incluindo vários pontos amostrais fora da
UC, Oyakawa et al. (2012) encontraram 17 espécies, entre elas o cascudo-piririca
Hemipsilichthys gobio, espécie endêmica da bacia do Paraíba do Sul e em perigo de
extinção (MMA, 2014; São Paulo, 2018). Algumas aves não detectadas na Estação
provavelmente ocorrem somente a intervalos de alguns anos, por exemplo as espécies
que se alimentam de sementes de taquaras como o pixoxó Sporophila frontalis e a
cigarra-verdadeira Sporophila falcirostris.

19

Estação Ecológica de Bananal


A riqueza já encontrada é surpreendente quando se considera o tamanho da UC.
Contudo, o elevado número de espécies e a presença de mamíferos e aves de grande
porte que requerem extensas áreas de vida decorrem da continuidade das florestas da
Estação com áreas similares do entorno, localizadas em propriedades privadas e no
Parque Nacional da Serra da Bocaina, nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Incêndios
como o ocorrido em setembro de 2017 no entorno da Estação, entre outros impactos
causados, degradam essa conexão.

Os remanescentes de Floresta Ombrófila Altomontana e de Campos de Altitude a


sudoeste da Estação, nos municípios de Bananal e São José do Barreiro, são reconhecidos
como área prioritária para a implantação de Unidade de Conservação (Rodrigues &
Bononi, 2008).

Concluindo, sugere-se como ações prioritárias para a preservação da fauna terrestre local
a manutenção ou ampliação da conectividade dos remanescentes florestais tanto ao
longo da Serra quanto em direção ao Vale do Paraíba do Sul e do litoral, por exemplo, via
cumprimento da Lei Florestal, estímulo à criação de RPPNs, pagamento por serviços
ambientais, etc. Quanto à fauna aquática, sugere-se priorizar ações de
conservação/restauração na bacia do Rio do Braço.

Espécies migratórias

A Estação não é local de parada e nem está dentro das rotas migratórias de aves vindas
do Hemisfério Norte (Oliveira et al., 2016). O principal grupo de espécies migratórias que
ocorre na UC inclui 14 espécies de aves que se reproduzem na região durante a estação
chuvosa (setembro-abril), mas migram para o Brasil Central ou para a Amazônia durante
o outono-inverno (maio-agosto; Somenzari et al., 2018): o gavião-bombachinha
Harpagus diodon, o tuju Lurocalis semitorquatus, o andorinhão-do-temporal Chaetura
meridionalis, o capitão-castanho Attila phoenicurus, o bem-te-vi-pirata Legatus
leucophaius, a irré Myiarchus swainsoni, o bem-te-vi-rajado Myiodynastes maculatus, a
peitica Empidonomus varius, a tesourinha Tyrannus savana, o caneleiro-preto
Pachyramphus polychopterus, o caneleiro-de-chapéu-preto Pachyramphus validus, a
juruviara Vireo chivi, a andorinha-doméstica-grande Progne chalybea e o bigodinho
Sporophila lineola.

Já a guaracava-de-crista-branca Elaenia chilensis reproduz na Patagônia e passa pelo


sudeste do Brasil durante o inverno em direção ao Norte e Nordeste, chegando ao Peru
(Somenzari et al., 2018).

O sabiá-una Turdus flavipesapresenta migração altitudinal na região de Bananal, se


reproduzindo lá durante o verão e descendo para altitudes mais baixas da Serra do Mar
e do Vale do Paraíba do Sul durante o inverno. Outras espécies que apresentam esse
padrão de ocorrência são o beija-flor-preto Florisuga fusca e o beija-flor-de-veste-preta
Anthracothorax nigricollis.
Certas espécies de aves apresentam variações sazonais em suas detecções na Serra da
Bocaina, mas é preciso mais pesquisas para confirmar se são migratórias e, em caso
afirmativo, qual é seu padrão de deslocamento. Outras espécies como certos gaviões,

20

Estação Ecológica de Bananal


alguns morcegos e o queixada Tayassu pecari, apresentam áreas de vida extensas
aparecendo na Estação irregularmente, mas não podem ser consideradas migratórias.

Espécies endêmicas/raras locais

Entre os peixes, o cascudinho Neoplecostomus microps e a cambeva Trichomycterus


nigroauratus são endêmicos da Bacia do Rio Paraíba do Sul (Barbosa & Costa, 2008;
Oyakawa & Menezes, 2011). A rãzinha Chiasmocleis altomontana até o momento só foi
encontrada na Estação Ecológica de Bananal (Forlani et al., 2017) e a rãzinha
Paratelmatobius gaigeae é endêmica da Serra da Bocaina, com registros recentes
restritos à EE de Bananal (Zaher et al., 2005). O rato-ferrugíneo Phaenomys ferrugineus é
uma espécie coletada nas montanhas da Serra do Mar no estado do Rio de Janeiro, com
limite sul de distribuição na região de Bananal (Brancalion & Percequillo, 2009). Espécies
restritas ao bioma Mata Atlântica, mas com distribuição geográfica bem mais extensa do
que as discutidas acima estão discriminadas no APÊNDICE 2.2.B. Em conjunto com as
endêmicas totalizam 165 espécies e correspondem a 40% dos vertebrados assinalados
para a EE de Bananal.

Espécies em extinção de acordo com listas vermelhas (SP, BR, IUCN)

Vinte e uma espécies de vertebrados são consideradas ameaçadas de extinção em pelo


menos uma das listas consultadas (APÊNDICES 2.2.B e 2.2.C.). Os mamíferos representam
58% desse total (n = 11): a catita-de-três-listras Monodelphis iheringi, a cuíca Marmosops
paulensis, o bugio-ruivo Alouatta guariba, o muriqui-do-sul Brachyteles arachnoides, o
sagui-da-serra-escuro Callithrix aurita, o rato-do-mato-vermelho Rhagomys rufescens,o
rato-ferrugíneo Phaenomys ferrugineus, o gato-do-mato-pequeno Leopardus guttulus, a
jaguatirica Leopardus pardalis, o gato-maracajá Leopardus wiedii, a onça-parda Puma
concolor, a anta Tapirus terrestris e o queixada Tayassu pecari. As oito aves que
completam esse conjunto são: o macuco Tinamus solitarius, o gavião-pombo Pseudastur
polionotus, o gavião-pato Spizaetus melanoleucus, o araçari-poca Selenidera
maculirostris, o apuim-de-costas-pretas Touit melanonotus, a maria-leque-do-sudeste
Onychorhynchus swainsoni, a araponga Procnias nudicollis e o caneleirinho-de-chapéu-
preto Piprites pileata. Para as espécies de maior porte de ambos os grupos, além da perda
de habitat, a caça foi um fator importante para seu declínio populacional.

Espécies exóticas/invasoras/sinantrópicas

Duas espécies domésticas que vagam livremente no entorno da UC podem causar


impactos à biodiversidade local, o gato-doméstico Felis catus e o cachorro-doméstico
Canis lupus. Faz-se necessária a conscientização dos moradores locais sobre a guarda
responsável desses animais.

A única espécie sinantrópica registrada foi a lagartixa-de-parede Hemidactylus mabouia.


Por não ter sido encontrada em habitats naturais, não necessita de manejo, pois no
momento seu potencial de impacto à biota nativa é baixo.

21

Estação Ecológica de Bananal


Espécies exóticas frequentes em outras UCs não foram encontradas na EE de Bananal.
Não há saguis invasores Callithrix spp., o que torna a população local do sagui-da-serra-
escuro Callithrix aurita mais importante ainda para a conservação da espécie.

O monitoramento é fundamental, pois espécies como o javali ou javaporco Sus scrofa


poderão vir a colonizar a região no futuro e o manejo no início do processo de invasão
pode ser bem sucedido em mitigar os impactos.

Na bacia do Rio do Braço, fora da UC, foi detectada a presença da tilápia Coptodon rendalli
(Oyakawa et al., 2012). A truta-arco-íris Oncorhynchus mykiss é criada na região e pode
vir a se estabelecer na bacia. Seu potencial de impacto à fauna aquática nativa
provavelmente é maior do que o da tilápia, pois é espécie adaptada a águas frias e
rápidas.

Outro problema indicado em oficinas de uso público durante a realização do Plano de


Manejo em 2011 foi a presença de muitas colmeias de abelhas Apis mellifera no entorno
da unidade. As colmeias localizam-se a partir de aproximadamente 2 km a até 20 km da
Estação Ecológica, com número de colmeias variável entre 10 e 50 unidades. Apesar de
conseguirem alcançar distâncias maiores, as abelhas africanizadas costumam forragear
somente num raio de 1 a 2 km do ninho (Free 1970 apud Imperatriz-Fonseca et al. 1993),
portanto pressupõe-se que estariam a uma distância segura para evitar danos à fauna e
à flora presente na Estação.

Espera-se que o entorno da unidade seja mais atrativo para a Apis mellifera, por esta
apresentar comportamento oportunista, explorando floradas de espécies que se
encontram agrupadas e em alta densidade (Lorenzon et al. 2003). Em áreas abertas com
a presença de plantas pioneiras e ruderais, as operárias possuem maior facilidade de
encontrar recursos e, provavelmente, esse seria um dos motivos pelos quais elas não
penetram em florestas preservadas, onde a dificuldade de circulação e de encontrar
recursos são maiores (Oliveira e Cunha 2005). A exemplo disso, em um estudo em
campos rupestres foi observado que Apis mellifera, a abelha mais abundante na
amostragem, visitou somente espécies com grandes floradas (Faria-Muci et al. 2003).
Apesar de bem-sucedida no processo de invasão em diversos ambientes, nenhuma
abelha africanizada foi observada no interior de florestas preservadas no Equador
(Roubik 2000) ou na floresta amazônica brasileira (Oliveira e Cunha 2005).

Mesmo havendo poucos estudos sobre os impactos da presença da A. mellifera, para


Freitas et al. (2009) a introdução e disseminação de espécies exóticas, como a abelha
africanizada, está entre as maiores ameaças às abelhas nativas, ao lado do
desmatamento e da intensificação da agricultura.

Entre os trabalhos existentes, há aqueles que apontam a abundância da A. mellifera e a


polinização de muitas espécies realizada por ela (Faria-Muci et al., 2003; Silva e Pinheiro,
2007). Porém, num estudo realizado com Clusia arrudae, verificou-se que a presença de
Apis mellifera é prejudicial a essa planta, apesar de não competir por recursos com a sua
polinizadora efetiva, Eufriesea nigrohirta, que visita C. arrudae em busca de resina de
suas flores masculinas e femininas (Carmo et al. 2004). Nesse trabalho, a produção de
22

Estação Ecológica de Bananal


sementes de C. arrudae foi negativamente correlacionada com a frequência das visitas
de A. mellifera pelo fato de a abelha africanizada ter sido amostrada apenas em flores
masculinas e coletar 99 porcento dos grãos de pólen das flores visitadas. Com a menor
disponibilidade de pólen nas flores masculinas já visitadas pela abelha exótica, E.
nigrohirta carrega, acidentalmente enquanto coleta resina, pouco pólen até as flores
femininas ocorrendo a baixa produtividade de sementes destas, o que poderá ocasionar
a diminuição da população da planta, de recurso para E. nigrohirta e consequente
diminuição da população da abelha nativa também.

Como medida de precaução para a Estação Ecológica de Bananal, recomenda-se a


realização de um inventário de Apis mellifera, em diversos locais da unidade e no raio de
2 km de seu entorno, ao longo de pelo menos um ano. Com isso, será possível saber quais
são as áreas mais atrativas para as abelhas africanizadas de acordo com a época do ano
e qual a densidade da espécie na área para que o contato com ela seja evitado.

Espécies que sofrem pressão de caça/pesca/manejo

A caça e a captura de animais relacionadas a aspectos culturais, como recreação e


consumo de carnes exóticas, estão em declínio em todo o estado de São Paulo devido à
maior conscientização das pessoas quanto à proibição legal e sobre o impacto dessa
atividade nos ecossistemas, e mesmo ao aumento da empatia em relação aos demais
seres vivos. Contudo, decorrente da pouca área remanescente de hábitats, as populações
das espécies cinegéticas são extremamente vulneráveis à caça, tanto que um único
caçador diligente que atuasse na EE de Bananal teria o potencial de extinguir localmente
várias espécies em poucos anos. Outro fator de risco é a exploração da palmeira-juçara
Euterpe edulis, que além de dizimar esta espécie, reduzir o recurso alimentar de animais
frugívoros e degradar a floresta, geralmente está associada com a caça de subsistência
pelos palmiteiros. A fiscalização rotineira da UC e seu entorno é fundamental para coibir
esses ilícitos.

Entre as espécies prezadas por caçadores para consumo da carne estão: o tatu-galinha
Dasypus novemcinctus, o muriqui-do-sul Brachyteles arachnoides, a cutia Dasyprocta cf.
iacki, a paca Cuniculus paca, o tapeti Sylvilagus brasiliensis, o quati Nasua nasua, a anta
Tapirus terrestris, o cateto Pecari tajacu, o queixada Tayassu pecari, o veado-catingueiro
Mazama gouazoubira, o macuco Tinamus solitarius, os inhambus Crypturellus spp., o
jacuguaçu Penelope obscura e o uru Odontophorus capueira.

A captura para cativeiro pode ter como alvos: os primatas, a araponga Procnias nudicollis,
o canário-da-terra Sicalis flaveola, o bigodinho Sporophila lineola, o baiano Sporophila
nigricollis, o coleirinho Sporophila caerulescens, o curió Sporophila angolensis, o trinca-
ferro-verdadeiro Saltator similis e o azulão Cyanocompsa brissonii.
Nas propriedades do entorno da UC pode ocorrer outra modalidade de caça, como
retaliação por consumo de cultivos por herbívoros e granívoros ou devido à predação de
animais domésticos por carnívoros.

23

Estação Ecológica de Bananal


Geralmente, as adequações de instalações como galinheiros, redis, currais, cercas, etc. e
de manejo, são suficientes para diminuir significativamente ou mesmo cessar as perdas
ligadas à predação.

Espécies indicadoras (de áreas conservadas e degradadas)

Os anfíbios que se reproduzem em riachos (ex. Cycloramphus spp. e Hylodes spp.) e as


espécies de serapilheira que apresentam desenvolvimento direto, Brachycephalus spp.,
Ischnocnema spp., Haddadus binotatus e Holoaden suarezi, são indicadores de áreas
florestais conservadas. Suas populações devem ser monitoradas, inclusive com a
avaliação da presença ou prevalência do fungo Batrachochytrium dendrobatidis (Bd) nos
indivíduos. Esse fungo de origem asiática causou declínios e extinções de anfíbios em
várias partes do planeta, inclusive nas Serras do Mar e Mantiqueira (Carvalho et al.,
2017). Os grupos ecológicos citados são mais suscetíveis a alta mortalidade do que as
espécies de brejos de áreas abertas, poças temporárias etc. (Mesquita et al., 2017).

O muriqui Brachyteles arachnoides é indicador de floresta em bom estado de


conservação, é espécie arborícola que raramente desce ao solo, precisa de árvores de
grande porte para forragear, se deslocar e descansar.

Os anfíbios de serapilheira e duas espécies de aves comuns na UC, mas que ocorrem
somente acima de 1.100m de altitude, podem ser monitorados para avaliar o impacto de
alterações climáticas à biota. As aves são a choquinha-da-serra Drymophila genei, que
habitat os taquarais, e a saudade Lipaugus ater, da Floresta Altomontana.

Variações na abundância relativa ou na densidade das espécies cinegéticas elencadas


acima podem ser um indicador da intensidade de caça.

Espécies de interesse em saúde pública

A coral-verdadeira Micrurus decoratus, a cotiara-estrela Bothrops fonsecai e a jararaca


Bothrops jararaca são serpentes peçonhentas. As duas últimas são mais propensas a
causar acidentes com trabalhadores rurais no entrono da UC. O bugio-ruivo Alouatta
guariba serve como sentinela para a presença do vírus da Febre Amarela

3. MEIO FÍSICO
Os aspectos metodológicos e os materiais utilizados para os temas geologia,
geomorfologia, pedologia, análise de terrenos e sensibilidade geoambientalencontram-
se descritos nosAPÊNDICES 3, 3.1.A, 3.2.A,3.3.A., 3.4.A. e 3.6.A.

3.1. Geologia (Substrato Rochoso)

Área de abrangência dos estudos da Estação Ecológica de Bananal

24

Estação Ecológica de Bananal


A área de estudo está inseridaa na Província Mantiqueira que é caracterizada pelo
registro de uma longa e complexa evolução Neoproterozóica entre 880 e 480 Ma
(HEILBRON et al., 2004), onde se encontram remanescentes de unidades paleotectônicas
arqueanas, paleoproterozóicas e mesoproterozóicas. Na área ocorrem ainda sedimentos
coluviais e fluviais cenozóicos que se associam à deposição de detritos provenientes de
processos gravitacionais e fluviais, que se intercalam e formam corpos de tálus, cones de
dejeção e planícies fluvio-coluviais.

A área de estudo se encontra no segmento central da Província Mantiqueira, que


constitui Orogeno Ribeira, que apresenta trend estrutural NE-SW, resultante da colisão
entre o Craton do São Francisco e outra(s) placa(s) e/ou microplaca(s) e/ou arco-de-ilhas
situados a sudeste, em como com a porção sudoeste do Craton do Congo.

Esta etapa de colisão continental ocorrida a 580 Ma resultou no empilhamento de


terrenos de leste para oeste-noroeste, que constituem cinco terrenos tectono-
estratigráficos (no sentido de HOWELL, 1989), que foram denominados de: Ocidental,
Paraíba do Sul, Embú, Oriental e Cabo Frio, que se encontram separados por falhas de
empurrão e por zonas de cisalhamento oblíquas transpressivas (HEILBRON et al., 2007).
As principais unidades lito-estruturais que ocorrem na região onde estão situadas a EE de
Bananal e sua área de estudo de 3 km são mostradas no APÊNDICE3.1.B.

Terreno Paraíba do Sul

O Terreno Paraíba do Sul, que predomina na porção centro - noroeste da região mapeada
no APÊNDICE3.1.B., é representado pelo Complexo Quirino (paleoproterozóico) e pelo
Complexo Paraíba do Sul (neoproterozóico).

O Complexo Quirino segundo HEILBRON et al. (2007) é considerado como a unidade basal
do Terreno Paraíba do Sul, sendo formado por extensos corpos de ortognaisses
homogêneos, leuco amesocráticos, de granulometria variando de média à grossa,com
foliação descontínua marcada por aglomerados minerais de hornblenda e enclaves
máficos alongados,que constituem a unidade de mapeamento denominada de
hornblenda-biotita gnaisse migmatitico.

Sua composição varia de granitóides tonalíticos/granodioríticos a graníticos e apresenta


enclaves de rochas ultramáficas, máficas e calcissilicáticas (ricas em tremolita). Duas
variedades petrográficas ocorrem nesta unidade: hornblenda gnaisse e biotita gnaisse.
As rochas do domínio tecno-estratigrafico Klippe do Paraíba do Sul são representadas na
área mapeada pelo Complexo Paraíba do Sul que é constituído por duas unidades de
mapeamento, metamorfizadas na fácies anfibolito superior (ALMEIDA et al., 1993 / in
HEILBRON et al., 2007). Uma rica em gnaisses quartzo-feldspáticos (basal) e outra,
constituída por gnaisses pelíticos, ricos em granada e sillimanita (seção mediana e topo)
(HEILBRON et al., 2007).

Domínio Juiz de Fora do Terreno Ocidental

25

Estação Ecológica de Bananal


O Domínio Juiz de Fora do Terreno Ocidental é representado por rochas da cobertura
metassedimentar neoproterozóica da Megaseqüência Andrelândia, que abrigam
intercalações de ortognaisses migmatíticos, portadores de paragêneses metamórficas da
facies granulito. A Megaseqüência Andrelândia que ocorre na porção sudeste da região
mapeada no APÊNDICE3.1.B. é representada pela unidade superior, constituída pela
associação litológica Silimannita-granada-biotita gnaisses bandados, com abundantes
intercalações métricas a centimétricas de rochas manganesíferas (gonditos), biotita
gnaisses bandados, rochas calcissilicáticas, sillimanita quartzitos, quartzitos puros e
granada-plagioclásio gnaisse (ou biotita xisto Santo Antônio, como denominado por
TROUW et al., 1986; in HEILBRON et al., 2007).

Granitóides do período sin-colisional I

O Granito Bananal na região mapeada é representativo dos granitóides híbridos Biotita


granitos porfiróides peraluminosos com granada, turmalina e mica branca, que ocorrem
como corpos lenticulares de dimensões variadas, constituídos de (granada)-biotita
gnaisse porfiroblástico de composição granítica, encaixados em rochas do Terreno
Paraíba do Sul. Esses corpos possuem enclaves de rochas supracrustais (paragnaisses,
calcissilicáticas e gonditos), schlierens biotíticos, por vezes com granada e/ou sillimanita,
e mantém contatos gradacionais com os paragnaisses do Grupo Paraíba do Sul. As
características apresentadas sugerem que estes granitos tenham sido gerados por fusão
parcial dos paragnaisses do Complexo Paraíba do Sul (HEILBRON et al., 2007).
O Granito Resgate compreende um extenso corpo alongado de granada-turmalina-
biotita-muscovita gnaisse de composição granítica, representativo dos leucogranitos
peraluminosos a duas micas subordinados (Tipo S). O Granito Resgate ocorre como um
corpo lenticular, bastante deformado de direção NE-SW, intrusivo nos metassedimentos
do Complexo Paraíba do Sul. Quando alterado apresenta aspecto de rocha xistosa, rica
em mica branca, quartzo, feldspato e sempre com turmalina.

Granitóide do período sin-colisional II

Os granitóides do período sim colisional II (ca. 535-520 Ma) ocorrem na forma de diques
sub-verticais e plutons alongados NE-SW relacionados a estruturas do evento
deformacional tardio (zonas de cisalhamento D3). As rochas geradas nesse evento são
representadas no APÊNDICE3.1.B. pelo Granito Fortaleza. Este é constituído por
leucogranitos fracamente peraluminosos / tipo I diferenciado, que apresentam
composição homogênea variando de monzo a sienogranitos, tendo a biotita como único
mineral máfico. Predominam rochas de granulação média a grossa, inequigranulares a
porfiríticas, que podem apresentar fraca foliação NE-SW, que é interpretada como
foliação de fluxo magmático (HEILBRON & MACHADO, 1995 / in HEILBRON et al., 2007).
Essas rochas podem apresentar estruturas deformacionais nas bordas, onde são
frequentes tipos protomiloníticos e miloníticos, ao lado de gnaisses listrados com
bandamento fino, centimétrico a milimétrico (MACHADO & DEMANGE 1984, MACHADO
1977/ in NUMMER et al., 2007).

Os sedimentos cenozóicos constituem depósitos coluviais e fluvio-coluviais associados


aos processos morfogenéticos gravitacionais e fluviais de desenvolvimento das encostas
26

Estação Ecológica de Bananal


e dos vales que caracterizam a região. Os sedimentos cenozóicos de origem continental
ocorrem ao longo de planícies fluvio-coluviais, e no sopé das encostas íngremes onde
formam depósitos fluvio-coluviais de Cones de Dejeção e depósitos coluviais de Corpos
de Tálus.

Nas planícies fluvio-coluviais, formadas no fundo dos vales dos diferentes tipos de relevos
que ocorrem na região mapeada pelo APÊNDICE 3.1.B. e, a montante de soleiras
litoestruturais, ocorrem sedimentos inconsolidados, com baixa capacidade de suporte.
Esses depósitos são arenosos em superfície (areias médias, grossas, micáceas, com
grânulos angulosos de quartzo e feldspato), apresentando intercalações de argila e
cascalho constituídos por seixos e blocos de quartzo, quartzito, granitos e gnaisses.
Quando próximos a escarpas e/ou encostas muito íngremes podem apresentar matacões
imersos nos sedimentos. Nas partes mais suaves predomina material areno-argiloso com
grânulos e pequenos seixos, que comumente se associam com pequenas e estreitas
planícies de inundação onde ocorre também a deposição de matéria orgânica.
No sopé e na meia encosta das montanhas e das escarpas os sedimentos continentais
formam os cones de dejeção e corpos de tálus constituídos por matacões, blocos e seixos
polimíticos, angulosos a sub-arredondados, semi-alterados a alterados imersos em matriz
areno-argilosa arcoseana ou arenosa. Nos cones de dejeção onde se tem uma franca
participação das torrentes fluviais intercalam-se areias médias e grossas, micáceas, por
vezes argilosas e níveis de seixos orientados.

A Estação Ecológica de Bananal é constituída por rochas metamórficas


paleoproterozóicas do Complexo Quirino, ocorrendo ainda sedimentos continentais
cenozóicos coluviais e fluvio-coluviais, depositados no sopé das montanhas, morros, e
escarpas e nos fundos de vales.

A alteração das rochas metamórficas do Complexo Quirino resulta na formação de solos


areno-siltosos ou argilo-siltosos e micáceos, sendo que o teor de areia e silte varia em
consequência do teor de quartzo e feldspato das rochas. Assim, predominam termos
argilosos e siltosos nas porções mais feldspáticas e micáceas, e termos argilo-arenosos e
areno-argilosos, com grânulos e fragmentos de quartzo e feldspato, nas porções quartzo-
feldspáticas. O solo superficial é argilo-arenoso e argiloso e tem espessuras de 1 a 2 m,
enquanto o solo de alteração pode atingir ocasionalmente maiores espessuras nos topos.
Nos relevos mais íngremes o solo superficial tem espessura inferior a 1 m, e a alteração
é mais delgada, com espessuras de até 5 m, sendo comum à presença de afloramentos
rochosos e campos de matacões.

Essas rochas na EE de Bananal sustentam relevo de Montanhas e Morros, com


associações de solos formadas por Cambissolos, Neossolos Litólicos e Afloramentos de
Rocha, que formam extensas paredes rochosas e lajeiros, ocorrendo ainda Argissolos.
Os sedimentos coluviais e fluvio-coluviais continentais cenozóicos que ocorrem na EE de
Bananal estão associados à presença de depósitos na forma de corpos de tálus e cones
de dejeção. Os solos provenientes desses dos corpos de tálus são argilo-arenosos e
argilosos e se associam a Argissolos e Cambissolos. Os solos desenvolvidos sobre esses
sedimentos de cones de dejeção são areno-argilosos e argilosos estando associados à
Neossolos flúvicos, Cambissolos e Gleissolos
27

Estação Ecológica de Bananal


Os principais atributos dos materiais que ocorrem na EE de Bananal e na região de
entorno são apresentados no APÊNDICE3.1.C.

3.2. Geomorfologia (Relevo)

A área de estudo da EE de Bananal está inserida no Planalto da Bocaina, que é um planalto


elevado e adernado, com altitudes de 1900 a 2080 m na sua borda noroeste, e altitudes
de 1000 a 1100 m na borda sudeste, que constitui os cimos da Serra do Mar. Nesse
planalto a área de estudo ocupa trechos das subzonas: Planaltos Isolados e Serrania da
Bocaina (PONÇANO et al., 1981).

Os Planaltos Isolados constituem remanescentes dissecados de uma antiga superfície de


aplanamento elevada e fragmentada por processos neotectônicos possivelmente
pliocênicos, atuantes durante o período de desenvolvimento das serras do Mar e da
Mantiqueira (ALMEIDA, 1976). Esses Planaltos Isolados encontram-se separados por
vales profundamente dissecados pelas drenagens instaladas ao longo de antigas zonas
de cizalhamento reativadas, que deram origem a relevos íngremes e de grande amplitude
que constituem a Serrania da Bocaina.

A Serrania da Bocaina é constituída por relevo do tipo Serras Alongadas com marcante
orientação NE-SW e altitudes de 1400 a 1900 m, sendo representada pelas serras da
Carioca, do Campestre, das Perobeiras, dos Palmares e do Turvo, que abriga a EE de
Bananal.

Para a Estação Ecológica de Bananal e da sua área de estudo os relevos foram detalhados
por meio de interpretação de fotografias aéreas nas escalas 1:60.000 e 1:25.000, sendo
diferenciados seis (06) tipos de relevo: Montanhas e Morros (MHM), Morros dissecados
(Md), Morrotes pequenos (MTpq), Corpos de Tálus (Ct), Cones de dejeção (Cd), Planícies
Fluvio-coluviais (Pfc). As características dos relevos mapeados são apresentadas no
APÊNDICE 3.2.B. sendo que a sua distribuição é mostrada no APÊNDICE 3.2.C.

Para subsidiar a análise da dinâmica superficial dos relevos da região onde estão inseridas
a área de estudo foi elaborada uma carta de inclinações das encostas com cinco classes
onde se estabelece a relação entre elas e os processos morfogenéticos atuantes. As
classes de declividade adotadas e as suas relações com a dinâmica superficial foi
elaborada com base em Scholz (in DEMECK, 1972), IBGE (1992) e GILSANZ (1996) e estão
apresentadas nosAPÊNDICES 3.2.D. e APÊNDICE 3.2.E. Um detalhamento da declividade
foi elaborado com cartas topográficas na escala de 1:10.000 e mostrado no APÊNDICE
3.2.F

A análise da distribuição da inclinação na região mapeada indica um predomínio das


classes acima de 30% (60,9% da região mapeada) o que evidencia a sua susceptibilidade
a ocorrência de processos erosivos bem como restringe a possibilidade de ocupação com
atividades agropecuárias, e favorecem o seu uso como área para abrigo e proteção da
fauna e da flora silvestre e como ambiente para recreação e lazer.

28

Estação Ecológica de Bananal


A EE de Bananal é constituída por relevos de Montanhas e Morros, que predominam e
por relevos de Corpo de Tálus e Cones de Dejeção que ocorrem no sopé das encostas e
ao longo dos vales (APÊNDICE3.2.G).

O relevo de Montanhas e Morros caracteriza as áreas mais elevadas da Unidade com


altitudes de 1400 a 1900 m e que abrigam as nascentes dos córregos do Barbosa e das
Cobras. As encostas desse relevo apresentam segmentos com inclinações superiores a
30%, que predominam na porção superior da vertente e segmentos com inclinações de
15 a 30% que caracterizam a meia encosta e o sopé.

Nos setores de encostas mais inclinados predominam processos de escoamento difuso e


concentrado muito rápido, escoamento fluvial torrencial e deslocamentos rápidos de
solo e rochas, que dão origem a processos de erosão laminar e em sulco e a processos de
escorregamentos e queda de blocos, de media a alta intensidade, cujos detritos se
acumulam na meia encosta e no sopé das vertentes formando Corpos de Tálus e Cones
de Dejeção. Nos setores com inclinação entre 15 e 30% os processos que ocorrem são
semelhantes tendo, porém, menor frequência e intensidade.

Os Corpos de Tálus são relevos de acumulação detrítica formadapor ação gravitacional e


pluvial, no sopé e na meia encosta de vertentes íngremes e escarpas, sendo cortados por
canais erosivos com escoamento torrencial. Esses relevos constituídos por matacões,
blocos de rocha e seixos polimiticos, angulosos a subarredondados, semi-alterados a
alterados imersos em matriz areno-argilosa arcoseana, arenosa ou argilosa, na EE de
Bananal ocorrem em altitudes de 1400 m e entre 1200 e 1100m, tendo inclinações
predominantes entre 15 a 30% que condiciona a ocorrência de escoamentos difuso,
concentrado e fluvial rápidos, que entalham os depósitos e remobilizam o material para
jusante. Nesse relevo, ocorrem processos de erosão laminar e em sulco (ravinas),
frequentes e de média intensidade, e ainda rastejo, escorregamentos rotacionais e
entalhe fluvial, frequentes e de média a alta intensidade.

Os Cones de Dejeção são relevos de acumulação detrítica constituídos por matacões,


blocos e seixos polimiticos, angulosos a subarredondados, semi-alterados a alterados
imersos em matriz areno-argilosa arcoseana, arenosa ou argilosa, que se intercalam com
camadas de areias médias e grossas, micáceas, por vezes argilosas, níveis de seixos
orientados, e camadas ricas em matéria orgânica. Esses depósitos formados por ação
fluvial, gravitacional e pluvial, associadas ao fundo de vales no sopé de vertentes
íngremes, na EE de Bananal ocorrem em altitudes de 1300 a 1100 m, e apresenta
inclinações de 2 a 15%, constituindo os terrenos mais suaves da unidade, e passíveis de
ocupação de baixa densidade. Os Cones de Dejeção apresentam ainda setores com
inclinação inferior a 2% onde normalmente ocorrem áreas encharcadas, com risco de
contaminação.

Nos setores mais inclinados o escoamento difuso e concentrado apresenta velocidade


moderada, dando origem a processos de erosão laminar e em sulco, localizados e de
média a baixa intensidade. Os movimentos de massa são lentos causando processos de
rastejo localizados e de baixa intensidade.

29

Estação Ecológica de Bananal


3.3. Pedologia (Solos)

Unidades de Mapeamento de Solos da Área de Estudo

O mapa de solos da área de estudo foi adaptado de ROSSI et al., (2013) para o Plano de
Manejo (APÊNDICE 3.3.B.) e resultou na identificação de nove unidades de
mapeamento de solo, sendo algumas simples e outras compostas por associações de
dois ou mais elementos. As principais características das unidades mapeadas são
apresentadas no APÊNDICE 3.3.C.

Os Argissolos de maneira geral ocorrem na porção inferior das vertentes em relevo mais
suavizado, e associado às intercalações de quartzitos feldspáticos e micáceos, sillimanita
quartzitos e quartzitos puro abundantes no Silimanita-granada-biotita gnaisses
bandados. Esses solos ocorrem também nos Cones de dejeção, onde se associam a
Cambissolos.

Os Latossolos se localizam em áreas mais suavisadas dos relevos de Morros Dissecados


e de Morros e Morrotes Paralelos e associados aos granitoides.

Os Cambissolos estão distribuídos por toda a área estudada e se desenvolvem em


diferentes tipos de rocha e de relevos, apresentando normalmente presença de
pedregosidade e rochosidade em diferentes graus e distribuição de acordo com a
litologia, relevo e declividade em que se encontram.

Os Neossolos Litólicos também ocorrem disseminados por toda a área, normalmente


associados aos Cambissolos, principalmente em declives acentuados (> 30%) e em
relevos mais movimentados e de maior amplitude.

As unidades de mapeamento foram relacionadas ao relevo predominante e avaliadas


quanto à área ocupada e a porcentagem de ocorrência, sendo o resultado desta
avaliação apresentado no APÊNDICE 3.3.D.

Dominam as unidades de mapeamento CX+RL e RL+CX com, respectivamente, 40,65% e


28,11% da área. A região apresenta relevo bem movimentado com predominância de
declives entre 15 e 30 % e maior que 30 %, imprimindo uma dissecação onde
predominam os solos pouco profundos a rasos como os cambissolos e neossolos
litólicos. A textura desse material não varia muito, passando de média a argilosa com
teores ao redor de 35% de argila.

Assim constata-se que o relevo fortemente dissecado da região, com predominância de


inclinações entre 15 e 30 % e maior que 30 %, condiciona a presença de solos pouco
profundos a rasos como os Cambissolos e Neossolos Litólicos, que constituem as
unidades de mapeamento predominantes na área de estudo.

Solos na EE de Bananal

30

Estação Ecológica de Bananal


Na EE do Bananal foram identificadas seis unidades de mapeamento de solos,
compostas principalmente por Cambissolos e Neossolos Litólicos e, secundariamente
por Argissolos, Neossolos Flúvicos, Gleissolos e Organossolos, cuja distribuição é
apresentada no mapa de solos da Estação Ecológica de Bananal (APÊNDICE 3.3.E).

As principais características desses solos, sua relação com o relevo e com a inclinação
predominante das encostas em que ocorrem e a extensão em área que ocupam dentro
da unidade são apresentadas no APÊNDICE 3.3.F.

Para avaliar a proporção em área que cada tipo de solo ocorre na EE de Bananal, foi feita
uma análise considerando-se os seguintes critérios:

 Se a unidade de mapeamento é composta por dois elementos considera-se que


há 60% do primeiro e 40% do segundo elemento;
 Se a unidade de mapeamento é composta por três elementos considera-se que
há 50% do primeiro, 30% do segundo e 20% do terceiro elemento.

Assim, como mostra o APÊNDICE 3.3.G. se pode estimar a área absoluta e relativa de
ocorrência de cada ordem de solo na área da EE de Bananal.

31

Estação Ecológica de Bananal


Fragilidade dos Solos

Para a interpretação da fragilidade dos solos da área de estudo adotou-se o conceito e


os procedimentos propostos por ROSS (1990) e MATTOS et al., (1996).

Nessa análise são considerados os seguintes atributos: textura do solo, espessura do solo,
declive e presença de impedimentos, que permitem a diferenciação de três graus de
fragilidade (alto, moderado e baixo) conforme MATTOS, ROSSI & ROCHA (2004).

A textura do solo é um elemento importante na estabilidade e na morfodinâmica de uma


área. Assim, textura mais grossa implica em maior desagregação, menor estabilidade e
maior capacidade de arraste, enquanto os materiais mais finos são mais estáveis.

No que se refere aos impedimentos são considerados os seguintes atributos: presença


de pedregosidade ou rochosidade, lençol freático próximo à superfície, pouca
profundidade efetiva do solo e relevo com inclinação acentuada. Esses atributos
configuram um alto grau de fragilidade, na medida em que, qualquer uso nessas áreas
pode acarretar prejuízos à conservação do solo e à recuperação da cobertura vegetal
natural, possibilitando o aparecimento de processos erosivos dos solos e o assoreamento
de nascentes e canais fluviais. A relação entre os atributos do solo e seu grau de
fragilidade é apresentada no APÊNDICE 3.3.H.

Para avaliação das unidades de solo estabeleceu-se para os atributos isoladamente um


grau de fragilidade baixo, moderado, alto e muito alto, arbitrando os valores 1, 2, 3 e 4,
respectivamente. Assim para a soma dos atributos considerou-se os seguintes índices:

 Baixo = Somatória < 5


 Moderado = Somatória entre 6 a 8
 Alto = Somatória entre 9 a 10
 Muito alto = Somatória entre 11 a 15

Considerando-se que a presença de solos com textura binária e/ou arenosa em declives
acentuados são extremamente frágeis, estes quando ocorreram nas unidades
analisadas, são considerados como de Alta a Muito Alta fragilidade independente dos
valores alcançados. A categoria muito alta foi subdividida em muito alta 1, com presença
de textura binária e rochosidade e muito alta 2, áreas com impedimentos como
encharcamento e risco de contaminação.

Com base nesses critérios foi avaliado o grau de fragilidade das unidades de
mapeamento de solo encontradas na área de estudo, sendo os resultados apresentados
no APÊNDICE 3.3.I.

O APÊNDICE 3.3.J. espacializa o APÊNDICE 3.3.I. e demonstra a fragilidade quanto aos


solos da área estudada. Nota-se que apenas 3% da área apresenta fragilidade dos solos
moderada; 39% com fragilidade alta; e 58% com fragilidade muito alta, sendo 46% quanto

32

Estação Ecológica de Bananal


aos aspectos de declive, presença de rochosidade e pequena profundidade do solo,
enquanto 12%, quanto aos riscos de contaminação e presença de lençol freático elevado.

33

Estação Ecológica de Bananal


3.4. Análise de Terenos e Sensibilidade Geoambiental

As amplitudes das formas de relevo e a declividade das encostas são fatores


preponderantes na dinâmica superficial dos terrenos da área de estudo. Esses atributos
do relevo associados à constituição do substrato rochoso e dos solos condicionam o
comportamento geotécnico, dos terrenos que ocorrem na região da Estação Ecológica
do Bananal e da área de estudo.

O substrato rochoso que sustenta os terrenos na área de estudo é constituido porrochas


metamorficas representadas por: Sillimanita-granada-biotita gnaisse bandado com
intercalações de anfibolitos, quartzitos e calcissilicaticas; Sillimanita-granada-
muscovita-biotita gnaisse bandado com intercalações de biotita gnaisses, mármore,
calcissilicaticas, gondito, anfibolito e quartzito; Biotita gnaisse bandado com
intercalações de sillimanita-granada-muscovita- biotita xistos e calcissilicaticas; e rochas
ígneas do tipo: Leucogranitos e Muscovita leucogranito fortemente foliados e
Hornblenda granito porfiróide foliado.

Nesses terrenos em que são frequentes inclinações superiores a 30% os solos


predominantes são os Cambissolos e os Neossolos Litólicos que se desenvolvem em
diferentes tipos de rocha e de relevos, apresentando normalmente pedregosidade e
rochosidade associada a paredes rochosas, lageiros e campos de matacões.

Os Argissolos e Latossolos ocorrem nos relevos menos inclinados e associados a


depósitos detriticos de Corpo de Tálus e Cones de Dejeção. Os Gleissolos e os Neossolos
Flúvicos associam-se aos relevos de Planície Flúvio-coluvial e Cones de Dejeção, onde
nas áreas mais planas e encharcadas ocorrem Organossolos.

Com base nos tipos de relevo e nos demais informações sobre o substrato rochoso, o
solo (cobertura detrítica) e a dinâmica superficial, foram estabelecidas as fragilidades e
a sensibilidade geoambiental de cincotipos de terrenos, denominados de: Montanhosos
e Escarpados, Amorreados, Amorreados Baixos, Detríticos Coluviais (Corpos de Tálus) e
Detríticos fluvio-coluviais (Cones de Dejeção e Planícies fluvio-coluviais).

Esses terrenos diferenciados na área de estudo são apresentados no APÊNDICE 3.4.B. e


no APÊNDICE 3.4.C. Seus principais atributos encontram-se descritos nos APÊNDICES
3.4.D. a 3.4.H.

Com base na análise dos diferentes atributos dos terrenos, bem como de sua dinâmica
superficial e das restrições que apresentam foram estabelecidos quatro graus de
Sensibilidade Geoambiental, classificados como: Média ou Moderada, Alta,Muito Alta 1
e Muito Alta 2.

A categoria Muito Alta foi subdividida em Muito Alta 1, com propensão a movimentos
de massa e quedas de blocos e Muito Alta 2, com assoreamento e impedimentos como
encharcamento e risco de contaminação. O APÊNDICE 3.4.I mostra os terrenos com sua
sensibilidade e porcentagem de ocorrência.

34

Estação Ecológica de Bananal


Os terrernos com Sensibilidade Geoambiental Média ou Moderada representam 9,11%
da área, sendo ocupada pelos terrenos Amorreados Baixos, situação esperada devido
aos declives menos acentuados destes terrenos.

Os terrenos com Sensibilidade Geoambiental Alta ocorrem em aproximadamente 0,90%


da área e correspondem aos terrenos Amorreados, aqui os declives dominantes estão
entre 15 e 30% e a suscetibilidade dos mantos de intemperismo aos processos erosivos
e de massa são mais frequentes.

Os terrenos com Sensibilidade Geoambiental Muito Alta 1 ocupam 78,85% da área, e


constituem a classe dominante em toda a área de estudo, sendo caracterizado pelos
terrenos Montanhosos e Escarpados, com Afloramentos Rochosos e pelos terrenos
Detríticos Coluviais. Nesses terrenos a inclinação das encostas é acentuada
predominando valores superiores a 30%, que se associam a inclinações de 15 a 30%. Os
solos geralmente são rasos e com suscetibilidade aos processos de movimentos de
massa e queda de blocos.

Os terrenos com Sensibilidade Geoambiental Muito Alta 2 ocupam 11,14% da área total,
sendo caracterizados pelos terrenos Detríticos Fluvio-Coluviais, que apresentam setores
pouco inclinados em que predominam o aporte de material de montante, sujeitos aos
processos de inundação, assoreamentos e soterramento.

A análise do mapa de Terrenos da EE do Bananal e da área de estudo (APÊNDICE 3.4.C.)


e do APÊNDICE 3.4.I. que apresenta as extensão das áreas ocupadas por cada tipo de
terreno, e sua proporção de distribuição na área de estudo, espacializado no APÊNDICE
3.4.J., mostra que há predomínio de terrenos com Sensibilidade Geoambiental Alta a
Muito Alta (1 e 2)- (89,99% da área), o que confere à área de estudo potencial para a
implantação de usos e atividades que visem a proteção da fauna e da flora silvestre e a
recreação e o lazer.

A exceção está relacionada aos Terrenos Amorreados Baixos, no Planalto Isolado do Rio
do Braço, que apresentam Sensibilidade Geoambiental Média, onde é possivel o uso e
a ocupação com atividades de baixo impacto e localizada no fundo dos vales onde as
inclinações são inferiores a 15%. Essas condições permitem que nessas áreas possa
ocorrer processos de ocupação e uso incompativeis com os objetivos da unidade e que
acabem precionando as atividades de proteção da Estação Ecológica. Nesse sentido
seria interessante o uso desses terrenos mais estáveis para a implantação de atividades
de ecoturismo e associados a preservação.

Na Estação Ecológica de Bananal embora os terrenos apresentem Sensibilidade


Geoambiental Muito Alta (100% da área), deve-se considerar que eles se diferenciam
pela constituição, pela dinâmica superficial, pelo tipo de restrição a ocupação e pelo
padrão de inclinação das encostas.

Os Terrenos Montanhosos Escarpados e os Terrenos Detríticos Coluviais, de


Sensibilidade Geoambiental Muito Alta 1,que ocupam 85% da área, devem ser
considerados de máxima restrição, e inadequados para qualquer tipo de uso e
35

Estação Ecológica de Bananal


ocupação, a medida que nesses terrenos ocorre um predomínio de inclinações acima de
15%; tendo-se 48% da área, com inclinações entre 15-30%; e 31% da área, com
inclinações acima de 30%. Nesses terrenos dominam os processos erosivos de remoção
e transporte de detritos e solos rasos e de alta erodibilidade, e com restrições devido à
rochosidade e pedregosidade.

Os Terrenos Detriticos Fluvio-Coluviais, com Sensibilidade Geoambiental Muito Alta 2


ocupam apenas 15% da área da Unidade. Esses terrenos muito sensíveis à interferência
são áreas que recebem o material detritico escorregado das encostas adjacentes,
podendo sofrer soterramento generalizado, quando da ocorrência de grandes eventos
de chuva e de escoamento torrencial. A sua localização no fundo dos vales faz com que
em muitos locais o freático seja elevado e aflore formando áreas encharcadas nos
setores mais planos e com risco de contaminação do aqüífero. No entanto são terrenos
que apresentam inclinações inferiores a 15 % o que permite a ocupação de baixa
intensidade, com medidas severas de controle implantação e uso para minimizar os
riscos de inundação, contaminação e soterramento.

Os estudos do meio físico evidenciaram a adequação da localização da EE do Bananal, à


medida que são terrenos inadequados a outras atividades agropastoris, que quando
ocorrem causam sérios problemas de erosão e assoreamento nas encostas e nos
mananciais que nascem nessa região serrana.

3.5. Clima

Classificação e caracterização climática regional


Os parâmetros climáticos de maior destaque para regiões tropicais e subtropicais em
geral, e para a área em estudo, são a pluviometria e a temperatura em sintonia com o
bioma característico da área estudada. São esses os parâmetros também utilizados para
a grande maioria de classificações climáticas disponíveis. É compreensível então que o
monitoramento dos mesmos, através de postos pluviométricos e estações
meteorológicas, adquira nível de importância elevado. A região de Bananal, entretanto,
carece desses tipos de observação e possui no momento apenas uma estação
pluviométrica do DAEE – Departamento de Águas e Energia Elétrica/SP – D1-001.

Sob a influência do Trópico de Capricórnio, em faixa de transição entre os domínios


climáticos zonais Tropical e Temperado, onde ocorre um padrão de circulação
atmosférica complexa, a Estação Ecológica de Bananal encontra-se em área controlada
por sistemas atmosféricos equatoriais e tropicais em pelo menos 50% do ano e na outra
metade do período é influenciada por sistemas polares – Polar Atlântico e Polar
Continental e pela Frente Polar Atlântica. (Monteiro, 1973, APÊNDICE 3.5.A).

A localização da Estação Ecológica de Bananal, próxima do Trópico de Capricórnio,


justifica a classificação de ‘tropical’ e em área montanhosa, com altitude variando de
1100 a 1900 metros, permite que se denomine de ‘altitude’ – tropical de altitude. A
existência de alta porcentagem de Mata Atlântica na área da Estação permite que haja
sintonia com os fundamentos de diversas classificações climáticas disponíveis que
36

Estação Ecológica de Bananal


afirmam que a vegetação natural de cada região do planeta é essencialmente uma
expressão do clima que nela prevalece.

O clima tropical de altitude (Classificação climática de Köppen-Geiger Cwa) é um tipo


climático que predomina nos planaltos e serras do Sudeste brasileiro. Em São Paulo esse
domínio tropical de marcante individualidade abrange áreas onde altitudes acima de 600
metros determinam condições especiais de clima.

As temperaturas médias anuais caem para menos de 23°C e a pluviosidade se acentua


(sobretudo nas encostas litorâneas) em posição de barlavento, com ventos do quadrante
sul. No inverno, as frentes frias originárias da Massa Polar Atlântica podem provocar
geadas.

Os climas de altitude apresentam características térmicas e de precipitação que são


impostas pela altitude, correspondendo a um agravamento das condições climáticas das
áreas envolventes. No verão, as temperaturas raramente ultrapassam os 34°C. O inverno
é relativamente frio.

Dinâmica Atmosférica - é basicamente controlada pela célula de alta pressão subtropical


do Atlântico Sul (que configura a Massa Tropical Marítima), sendo ocasionalmente
afetada pela Massa Tropical Continental (originária da região do Pantanal), além dos
efeitos desestabilizadores desencadeados pelos avanços da frente polar e oscilações da
Zona de Convergência Intertropical (ZCIT).

Inverno - A ação dos anticiclones móveis, associada à dinâmica da frente polar é


particularmente intensa no inverno, especialmente quando reforçada pelo ar polar do
Pacífico, de trajetória continental, portanto, menos úmido e mais estável. Nessa época
do ano, o Anticiclone Subtropical do Atlântico Sul tende a deslocar-se para o continente,
reduzindo a nebulosidade e as precipitações e apresentando tempo bom.

Verão - a intensa evaporação que ocorre sobre os oceanos satura a atmosfera com
grande volume de vapor d'água, instabilizando-a e provocando precipitação em toda a
região Sudeste. Ocasionalmente, a umidade de origem marítima é parcialmente
bloqueada pelo relevo, ocasionando excepcional acréscimo na queda das chuvas nas
áreas serranas e graves problemas ambientais, com escorregamento de encostas,
enchentes, assoreamentos.

A estreita faixa do Planalto Atlântico entre a costa e o Vale do Paraíba apresenta-se


geneticamente ligado ao litoral norte do estado de São Paulo. A diferença verifica-se na
distribuição das chuvas, pois que a diminuição ocorrida no outono-inverno é tal que se
pode distinguir um período semi-seco. Ainda é o fator relevo que responde por esta
diminuição das chuvas (aliadas a temperaturas menos elevadas pela altitude do planalto),
já que é uma consequência própria da natural remoção da umidade após a ascensão da
borda do planalto.

O APÊNDICE 3.5.B. descreve a proposta de Monteiro (1973) de uma classificação das


feições climáticas individualizadas no território paulista dentro das células climáticas
37

Estação Ecológica de Bananal


regionais e das articulações destas nas faixas zonais, com base na porcentagem de
atuação anual dos sistemas atmosféricos sobre as diversas características topográficas.
De acordo com essa proposta a região onde a EE de Bananal encontra-se inserida no
Clima Regional A1I – Climas Úmidos das costas expostas às massas mT, que abrange o
Litoral Norte e a Bacia Superior do Paraíba.

Pluviosidade

No que se refere à pluviometria observa-se no APÊNDICE 3.5.C a distribuição sazonal da


chuva em ano padrão médio no Estado de São Paulo e que a área de estudo recebe
chuvas anuais da ordem de 2000 a 3000 mm. O verão e a primavera são as estações do
ano que recebe as maiores quantidades de chuva. Já o APÊNDICE3.5.D.e 3.5.G.-
Pluviograma Acumulado Médio Mensal do posto pluviométrico Bananal de prefixo D1-
001, que se encontra na cidade de Bananal a 460m de altitude, que o regime pluvial é de
chuvas mais intensas no período primavera-verão com totais mensais acima de
100mm.Os meses de dezembro, janeiro e fevereiro são os que mais se destacam com
chuvas mensais acima de 200mm. O período que caracteriza o outono-inverno destaca-
se por serem os menos chuvosos, sem, no entanto, apresentarem seca. Nesse período os
totais mensais variam de 70 a 20 mm, sendo que junho e julho são os menos chuvosos.
A média anual para esse posto é de 1350mm.

O posto pluviométrico Bocaina de prefixo D1-026 é o segundo posto pluviométrico no


município de Bananal – APÊNDICES3.5.E. e 3.5.F. Apresenta apenas 20 anos de dados, de
1982 a 2002. Por encontrar-se em altitude de 1180 m, assemelha-se em localização à EE
de Bananal. Observa-se no Pluviograma do período o contraste de totais mensais entre o
posto D1-001 e D1-026. O regime de chuvas indica chuvas mais intensas nos meses de
dezembro a março com totais de 250mm a mais de 350mm e chuvas menos intensas de
abril a agosto, variando de 100 a 30mm. Há um período intermediário que consiste de
setembro a novembro com totais de 120 a 170mm. A média anual para esse posto é de
2000mm.

Temperatura

As temperaturas médias mensais para a área da Estação Ecológica de Bananal foram


selecionadas a partir das estimativas encontradas no trabalho "Estimativa das
Temperaturas Médias Mensais do Estado de São Paulo em função de altitude e latitude"
de Pinto, Ortolani e Alfonsi (1972). A altitude dentro da EE de Bananal encontra-se
distribuída entre 1100 metros na posição sudoeste no vale do Córrego das Cobras e 1918
metros a norte-noroeste da unidade de conservação. A partir da planilha de
temperaturas – APENDICE 3.5.H., foram elaborados os mapas que descrevem a variação
anual da temperatura com a Média das Médias Estimadas (APENDICE 3.5.I.) , Julho – Mês
mais frio (APENDICE 3.5.J.) e Fevereiro – Mês mais quente (APENDICE 3.5.K.) .
São observadas duas células (parciais) de temperaturas mais aquecidas que
compreendem a posição sudoeste – vale do Córrego das Cobras e a porção sul da parte
norte da EE de Bananal – calha de drenagem a montante do Córrego do Barbosa. Nestas
porções a temperatura média anual varia de 13°C a 17°C.

38

Estação Ecológica de Bananal


A porção que apresenta as temperaturas mais baixas durante o ano é a área a norte-
noroeste representada pela maior altitude da EE de Bananal onde a temperatura média
anual varia de 10°C a 15°C.

Os dados utilizados de temperaturas médias estimadas e de dois postos pluviométricos


fora da Estação Ecológica de Bananal não permitem que se possa oferecer uma
compartimentação climática da área. Entretanto pode-se inferir que há duas células
principais: uma representada grosso modo pela parte sul da unidade (40%) com altitudes
mais reduzidas 1100 a 1330 metros e temperaturas mais elevadas, e outra (60%)
representada pela parte norte apresentando uma porção com altitude mais elevada,
atingindo 1918 metros e temperaturas mais reduzidas. Células secundárias podem ser
delineadas dentro de cada célula principal obedecendo a critérios topográficos e de
vegetação.

Sugere-se a instalação de uma estação meteorológica eletrônica adaptada ao clima local


e com manutenção permanente.

3.6. Recursos hídricos superficiais

Caracterização regional

A Estação Ecológica de Bananal e sua área de abrangência dos estudos de 3


kmestãoinseridos na bacia hidrográfica do rio Paraíba do Sul, definida como Unidade
Hidrográfica de Gerenciamento de Recursos Hídricos 2 (UGRHI 2) (APÊNDICE 3.6.B).

A área de estudo engloba parcial ou totalmente seis subbacias hidrográficas, a saber:


bacia do rio Paca Grande, bacia do rio Ariró, bacia do rio do Braço, bacia do rio Turvo,
bacia do rio Pirapitinga e bacia do rio Bananal. Apesar de algumas subbacias não estarem
incluídas totalmente na área de abrangência dos estudos, as seis subbacias acima listadas
foram estudas. Essa área não apresenta conflitos hídricos relevantes que afetem
diretamente às águas da UC, escopo de análise deste trabalho. Porém, serão delineados
alguns aspectos que podem ser considerados como fatores de pressão sobre os recursos
hídricos, dentro os quais, preliminarmente, podem-se destacar os usos da terra
encontrados na área de abrangência dos estudos.

Foram destacados três elementos relevantes no apontamento das fragilidades


ambientais e hídricas necessários à conservação: (1) aspectos do meio físico, envolvendo
particularmente, características hidrográficas e hidrogeomorfológicas (além de
parâmetros morfométricos elementares na análise de bacias hidrográficas); (2) produção
e relevância hídrica (vazões mínimas e de longo termo, e suas contribuições ao
abastecimento público); e (3) características de preservação/conservação da cobertura
vegetal (para inferência de vetores de pressão relacionadas à ocupação da terra).

Os aspectos do meio físico, hidrográficos e morfométricos e os aspectos hidrodinâmicos


encontram-sesistematizados, respectivamente, nos APÊNDICES 3.6.C e3.6.D.

39

Estação Ecológica de Bananal


Os aspectos relativos à capacidade de prestação de serviço de produção hídrica e os
fatores hídricos climatológicos relacionados a eles foram constituídos em duas etapas
diferentes do tratamento dos dados. O balanço hídrico climatológico baseou-se no
método de Thornthwaite e Matter (1955), utilizando-se como informações os dados de
normais climatológicas contidas na tabela desenvolvida pelo Departamento de Física e
Meteorologia da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ – USP), que
compreende a série histórica que se estende de 1941 a 1961. Embora existam séries
históricas de pluviometria mais recentes do que aquela contemplada pelo cálculo do
balanço hídrico-climatológico, a inexistência de dados de normais térmicas simultâneas
a estes dados mais atuais, impossibilita a atualização do cálculo e dos resultados. Esta
constitui uma limitação importante para a compreensão dos processos atuais que
incidem sobre o processo de entrada e saída de água no sistema.

Preliminarmente ao cálculo do balanço hídrico-climatológico realizou-se a sistematização


de informações de precipitação existentes para pluviógrafos administrados pelo
Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo (DAEE) próximos à
Estação Ecológica de Bananal, com o intuito de constituir um contexto hidrográfico no
qual o balanço hídrico-climatológico está inserido. Os dados foram obtidos no Banco de
Dados Pluviométricos do Estado e São Paulo no sítio eletrônico do Sistema Integrado de
Gerenciamento dos Recursos Hídricos de São Paulo (SIGRH).

Foram utilizados dados de duas estações pluviométricas. A primeira, denominada de


estação Bocaina, possui prefixo D1-026 e está localizada sob as coordenadas geográficas
22°48’ de latitude sul e 44°28’ de longitude oeste, e altitude 1180 m. Está alocada a uma
distância aproximada de 10,20 km em linha reta da sede da Estação Ecológica de Bananal,
no rumo oeste em relação a esta, inserindo-se na bacia hidrográfica do rio Paca Grande.
A outra estação pluviométrica utilizada possui prefixo D1-001, se localiza sob
coordenadas 22°41’’ de latitude sul e 44°19’’ longitude oeste, a uma altitude de 460 m.
A estação está a uma distância aproximada de 15 km em linha reta, no rumo norte em
relação à sede da EE de Bananal, dentro da cidade de Bananal e da bacia hidrográfica do
rio Bananal.

Os dados do posto D1-026 são referentes ao período compreendido entre 1983 a 2003,
contendo dados sistematizados diariamente. A média pluviométrica calculada para o
ponto foi de 1885 mm por ano e apresentou evolução anual de precipitação que consta
no APÊNDICE 3.6.E.

Tratando-se de uma província serrana localizada próxima ao mar, e mais precisamente à


bacia de Angra (cerca de 15 km em linha reta), é esperado que a atuação da maritimidade
associada à unidade topográfica referente à Serra da Bocaina seja marcante sob as
características climáticas da região. Desta maneira, em síntese, o sistema de brisas
fortemente atuante ao longo da faixa litorânea do sudeste brasileiro, ao encontrar o
desnível topográfico representado pelas escarpas do cinturão orogênico do atlântico, que
produzem uma dinâmica de elevação e resfriamento das massas úmidas oriundas das
brisas marítimas. Essa dinâmica em geral é responsável pelos altos índices de
pluviosidade no front das Serras Atlânticas. Deduz-se, portanto, que esta atuação

40

Estação Ecológica de Bananal


marcante sobre a dinâmica local, caracteriza este sistema de circulação regional como
preponderante na dinâmica climática (CONTI, 1973).

O regime anual de precipitação apresentou oscilação de valores de acumulados, ora com


picos máximos que superam os 2500 mm anuais, ora com valores abaixo dos 1000 mm.
De maneira genérica, é possível perceber que na primeira metade do gráfico há certa
tendência de ascendência dos acumulados anuais. Por outro lado, os últimos dez anos
apresentaram uma descendência gradual dos valores totais, atingindo um pico mínimo
em 2002, cujo valor foi de 862mm. Apesar de não haver indícios claros de aspectos
temporais típicos de ciclicidade climática, ocorreram picos máximos em intervalos de 10
anos, sendo o primeiro em 1986 e o segundo em 1997, com valores totais de 2722,5 e
2705,5, respectivamente.

A evolução mensal do regime de precipitações para o ponto D1-026 apresentou-se com


perfil que podemos entender como de curva habitual considerando os sistemas
climáticos de meso e macroescalas, e as oscilações e sazonalidades de seus mecanismos
de precipitação (APÊNDICE 3.6.F.).

As sazonalidades que permitem distinguir o intervalo anual em período seco e período


úmido são marcantes ao se analisar os dados mensais de chuva. O período em que se
concentram as maiores precipitações estende-se nos dois últimos meses da primavera,
em particular o mês de novembro, e durante todo o verão. Dentro deste intervalo, os
acumulados mensais ultrapassam os 200 mm no verão, e são os que contribuem
fortemente para a geração de importantes excedentes hídricos dentro dos sistemas. O
intervalo complementar, referente ao período seco, define-se pelos baixos acumulados
de precipitação e caracteriza a fase do balanço hídrico no qual a saída de água do sistema
é mais importante, e, portanto, é responsável por gerar déficit hídrico. Neste período de
estiagem os valores dos acumulados mensais de precipitação raramente totalizam os 100
mm, e contribuem com aproximada 20% do total anual.

O posto D1-001 apresentou série histórica de dados mais extensa que aquela relativa ao
posto D1-026, computando totais anuais de 63 anos, iniciando em 1939 e encerrando em
2004. Tal extensão de dados climáticos permite, através da leitura da evolução anual das
precipitações, contextualizar o período relativo aos dados de 1941 e 1961, sobre os quais
se produziu o balanço hídrico-climatológico (APÊNDICE 3.6.G.).

Localizado mais ao interior do continente, na bacia do Paraíba do Sul, a média


pluviométrica calculada para o período apresentado no gráfico do APÊNDICE 3.6.G. foi de
1302 mm, abaixo daquela obtida para o ponto D1-026. O regime anual de chuvas
demonstrou-se com oscilações consideráveis, apresentando picos máximos que
ultrapassam os 1500 mm, com destaque para o ano de 1996 cujo valor acumulado foi de
2117 mm. É valido observar que, apesar de não estarem evidentes ritmos cíclicos nestes
63 anos de dados, nem tendências positivas ou negativas dos totais anuais, há um
aumento da ocorrência de totais que ultrapassam os 1500 mm após o ano de 1963.
Anteriormente a este ano, apenas três anos haviam superado essa marca, posterior a ele,
por outro lado, os picos foram mais recorrentes, e foram registrados em 11 situações.

41

Estação Ecológica de Bananal


Os acumulados mais baixos, a exemplo dos valores mais altos, repetiram-se mais vezes
após o período de 1963 e podem ser considerados mais vigorosos. Em relação a estes,
devem ser destacados os acumulados de 1969, 1984 e 1994, cujos totais foram,
respectivamente, 523,8 mm; 748,5 mm e 858,6 mm. Anteriormente ao ano de 1963, o
valor mais baixo ocorreu em 1945, cujo total foi de 949,9mm. Apesar dos valores
extremos terem suas recorrências ampliadas no período entre 1964 a 2004, a
comparação das médias calculadas para os dois períodos aponta para uma
compatibilidade da evolução anual e uma plausível aceitação dos valores do balanço
hídrico-climatológico baseado nos dados registrados entre 1941 a 1961. Para este
primeiro intervalo, obteve-se média pluviométrica igual a 1289 mm, aproximadamente
13mm abaixo da média de chuva para todo o período.

Diferentemente da evolução mensal apresentada para o ponto D1-026, o ponto D1 001


não apresentou distinção pronunciada entre sazonalidade úmida e seca. Apesar disso, há
evidente concentração da pluviometria nos meses de verão, e diminuição dos totais
acumulados durante o inverno (APÊNDICE 3.6.H.).

O mês de janeiro junto com dezembro apresentaram os maiores valores pluviométricos


com 239 mm e 214 mm, respectivamente, representando cerca de 35% do total
acumulado anual. Por sua vez, os meses de junho e julho representam os extremos de
estiagem no ponto D1-001, cujos valores totais foram de 28,67 mm e 23,27 mm. Com
base nesta distribuição mensal do total anual de precipitação calculou se os valores de
balanço hídrico-climatológico de Thornthwaite e Matter (1955).

O balanço hídrico climatológico de Bananal para o período de 1941 a 1961, apesar do


distanciamento temporal em relação ao momento atual, permite uma contextualização
dos períodos de entrada e de saída de água das bacias hidrográficas da área ao redor da
EE de Bananal, e a delimitação mais precisa dos períodos úmido e seco em um ano
(APÊNDICE 3.6.I).

A evapotranspiração real total sobre a precipitação anual total foi elevada,


correspondendo a 78,89%. Apesar deste valor, é notória a produção de excedentes
hídricos durante o ano, concentrada nos três primeiros meses do ano e durante
dezembro, cujos valores somados totalizam 392,7 mm anuais (APÊNDICE 3.6.J). Tal fator
caracteriza o ambiente através da persistente umidade do solo e dos estratos florestais,
que reduzem o valor de déficit hídrico para apenas 91,9 mm anuais. Tal condição
restringe o período de reposição hídrica a apenas três meses por ano (outubro, novembro
e dezembro), sendo que os totais pluviométricos dos dois primeiros perfizeram 87,91%
do total de reposição. O período de deficiência hídrica estendeu-se de abril a setembro,
período considerado de estiagem nos APÊNDICES 3.6.F e 3.6.H., encontrando picos de
secura em agosto e setembro, com 29,1 mm e 24,1 mm.

Os processos de precipitação-vazão de uma bacia hidrográfica se caracterizam pela


dinamicidade e pela complexidade de elementos e relações que envolvem, nos quais não
está apenas englobada a influência hidrológica, mas, sobretudo, variações de diversas
naturezas, espaciais e temporais, entre as quais estão elementos abióticos (geologia,

42

Estação Ecológica de Bananal


relevo e aspectos pedológicos) e bióticos (vegetação), que expressam as condições
ecológicas dos estudos ambientais envolvendo a dinâmica de um sistema hidrológico.

Considerando a distribuição desigual da água no tempo e no espaço, denotados no


regime pluviométrico e nas variações espaciais internas às bacias hidrográficas, é
conclusivo o fato de que os débitos fluviais, suas frequências e magnitudes, encontram-
se subordinados a todos esses demais fatores salientados.

Considerando a inexistência de dados atuais e bem consistidos em fluviometria, fez-se


uso da regionalização hidrológica estadual que compõem o Sistema Integrado de
Gerenciamento de Recursos Hídricos de São Paulo (SIGRH). Nota-se que as
regionalizações hidrológicas são modelos algorítmicos que não vinculam dados
geográficos às suas estruturas, de maneira que os fundamentos que determinam regiões
homogêneas não implicam em continuidade geográfica, e regiões contíguas e
geograficamente similares não possuem características hidrológicas
compatíveis/análogas.

Legalmente, a disponibilidade hídrica superficial de uma bacia hidrográfica é dada a partir


das vazões médias de longo termo (QLT) e dos débitos fluviais habituais nos períodos de
estiagem, denominados de vazões mínimas. Estas últimas são determinadas por leis
estaduais específicas que balizam o planejamento e dimensionamento das obras de
abastecimento público. Em São Paulo, é frequente a utilização do valor do Q95% e Q7-10,
que são, respectivamente, as vazões relativas à 95% do tempo da curva de permanência;
e vazões mínimas durantes 7 dias seguidos com tempo de retorno de 10 anos.

A disponibilidade hídrica da área ao redor da EE de Bananal foi sistematizada de acordo


com as seis bacias hidrográficas subdividas. A partir da regionalização hidrológica
estadual foram calculados o QLT, Q7-10 e o Q7-50 (APÊNDICE 3.6.K.). Como dados de entrada
foram utilizadas áreas das bacias hidrográficas, as coordenadas X e Y do ponto de saída
da bacia de interesse e a longitude do meridiano central da mesma. Tais valores foram
obtidos em sistema de informações geográficas, a partir das bases hidrográficas
vetorizadas das cartas 1:50.000 do IBGE.

O Departamento de Águas e Energia Elétrica considera como disponibilidade hídrica de


um determinado corpo d’água 50% de sua descarga mínima para um tempo de retorno
esperado de 10 anos, ou seja, metade do Q7-10 deve ser calculado para se definir a
capacidade real de abastecimento público (APÊNDICE 3.6.L.).

A somatória dos valores de disponibilidade hídricas das bacias hidrográficas da região de


entorno da EE de Bananal resulta em uma capacidade de abastecimento de 1,87 m³/s,
ou seja, 1870 L/s. Dividindo-se este valor pela somatória das áreas das bacias tem-se que
a produção hídrica é de 5,79 L/s/km².

Em virtude da carência de informações secundárias sistematizadas da qualidade das


águas baseada em análises de parâmetros físicos, químicos e biológicos, utilizaram-se as
variáveis declividade, na qual estão sintetizadas informações de dissecação do relevo e
grau de fragilidade natural ambiental, e usos compatíveis e incompatíveis, que se referem
43

Estação Ecológica de Bananal


à existência ou não de cobertura vegetal nativa (ou com extratos que permitam
identificar estrutura vegetal que desempenhe papel de preservação).

Primeiramente, a partir da geração do TIN (Triangulated Irregular Network) e do MDT as


declividades obtidas foram classificadas nas duas classes de interesse identificadas no
APÊNDICE 3.6.M. Gerando-se feições vetorizadas desses setores do relevo, foi possível
calcular suas áreas e analisar suas distribuições ao longo das bacias hidrográficas
estudadas.

De maneira geral, as maiores declividades são encontradas nos setores dos altos cursos
dos rios, nas áreas contíguas ao longo das drenagens perenes e pluviais, nas zonas de
nascentes e de nichos de nascentes, nos divisores de águas quando estes assumem
morfologias de cristas, escarpas festonadas e parte-águas cumeados aguçados, setores
de vertentes convexas ou próximos às rupturas convexas de topo de morro, e,
particularmente, em regiões nas quais ocorrem afloramentos de corpos intrusivos, em
geral graníticos.

Em termos percentuais, as áreas de declividades de 25°a 45° e aquelas com inclinação


superiores a 45° são mais significativas nas bacias que possuem orientação da drenagem
prioritariamente no sentido S/SW – N/NE e são tributárias diretas do rio Paraíba do Sul.
Endossa essa informação, os perfis longitudinais dos rios principais apresentados no
APÊNDICE 3.6.D., cujos desníveis observados entre nascente e saída da bacia são muito
mais acentuados nas bacias dos rios Bananal, Turvo e Pirapitinga, com destaque para esta
última cujo percentual de áreas com altas declividades totalizam 40,84% do total contida
na área estudada no entorno da UC. Este resultado, por outro lado, deve ser ponderado
pelo fato de que desta bacia, faz parte da zona estudada ao redor da EE de Bananal o
trecho superior, das cabeceiras e divisores de água, identificados como trechos de
concentração das inclinações mais agudas.

As bacias dos rios do Braço, Ariró e Paca Grande, por outro lado, apresentam menor
margem percentual de suas áreas com declividades intensas. Os desníveis altimétricos
entre a cabeceira e a foz destes rios são menos amplas, o que produz, inevitavelmente,
menor quantidade de planos fortemente inclinados, fato que, no entanto, não se traduz
na quantidade de rupturas de relevo existência, de knick points, quebra do nível de base,
etc., amplamente mais abundantes nestas bacias ao longo dos rios principais.

Sobre as imagens orbitais foram mapeadas as duas classes de uso da terra para cada
bacia, e suas áreas foram calculadas com base nas feições poligonais geradas em software
de geoprocessamento (APÊNDICE 3.6.N.).

Os níveis de preservação das bacias hidrográficas da área ao redor da UC variaram


significativamente de uma para outra. Em termos de comprometimento do domínio
vegetado é marcante a ocupação humana sobre as bacias dos rios Turvo, rio Pirapitinga
e rio Bananal, com domínios não-vegetado de 61,47%, 54,81% e 38,47%,
respectivamente, cujas origens se remetem a ocupação da região pelos usos
agropastoris, inicialmente fundado no plantio do café e, atualmente, baseado no
pastoreio de gado que caracteriza a paisagem dos vales do rio Bananal e Turvo. Vale
44

Estação Ecológica de Bananal


notar, entretanto, que tais usos não vegetados estão concentrados nas partes baixas das
bacias hidrográficas, nos fundos de vale e em setores de relevos mais suaves, apesar da
prática de pecuária extensiva ser responsável pela ocupação em vertentes fortemente
inclinadas, interflúvios e divisores de sub-bacias.

Nas bacias hidrográficas da área estudada ao redor da UC, que possuem eixo de
drenagem N-S, NW-SE, em função da ocupação dificultada seja pela menor densidade de
redes viárias de acesso, seja pela dificuldade de ocupação humana devido à obstrução
topográfica desempenhada pelo relevo fortemente dissecado nessas bacias, ou ainda,
pela existência de áreas de preservação e UCs nestas regiões, a densidade humana é
menor, bem como o domínio não vegetado.

A combinação entre as duas informações espaciais geradas de declividade e de usos


permite apontar para áreas em que ocorrem situações de incompatibilidade entre usos
e morfologias de relevo, e entre ocupação e restrições legais.

O APÊNDICE 3.6.O. sintetiza em números de áreas esta combinação, cujas informações


espaciais derivadas devem contribuir para fixação de metas de conservação, preservação
e recuperação, compatibilização e restrição de usos, aplicação de ações de manejo
voltadas à contenção da ocupação agropastoril nas vertentes e nas proximidades da EE
de Bananal.

Percentualmente, os usos incompatíveis nas bacias hidrográficas apresentaram


distribuição desigual, sendo muito mais significativos nas bacias do rio Bananal,
Pirapitinga e Turvo, nos quais os valores percentuais superaram os 30% do total das
respectivas bacias, destacando-se dentre elas o grau de comprometimento atingido na
bacia do rio Bananal, no qual a combinação entre superfícies não vegetadas e
declividades entre 45° e 25° totalizaram 50,58% da área da bacia. Desta maneira, a
despeito da transgressão à determinação legal de ocupação, deve-se atentar para o
agravamento da fragilidade ambiental que, de maneira simplificada, dá-se em função da
susceptibilidade natural e do nível de preservação da cobertura vegetal. Por outro lado,
as bacias do rio do Braço (na qual está localizada a EE de Bananal), Ariró e Paca Grande
apresentam percentuais de incompatibilidade menores, indicando uma tendência maior
à estabilidade do meio e o favorecimento de condições ambientais mais propícias à
atenuação da fragilidade natural conhecida.

Estes valores percentuais são significantes conforme subsidiam informações relativas ao


cenário constituído para o grau de preservação superficial que, em última instância
apontam para os níveis potenciais de comprometimento dos recursos hídricos nas bacias
estudadas. Em outras palavras, os valores de incompatibilidade, em particular aqueles
relativos às inclinações acima de 45°, informam sobre a direção da tendência de
ocupação e agravamento das fragilidades ambientais relacionadas diretamente aos
fatores morfogenéticos e hidromorfodinâmicos de cada uma das bacias hidrográficas, e
assim, constituem cenários importantes em termos morfodinâmicos, sugerindo alguns
dos principais gargalos à preservação.

Levantamentos primários: Pontos de Coleta e Observações de Campo


45

Estação Ecológica de Bananal


Com relação às descargas das sub-bacias da estação e seus potenciais de abastecimento,
bem como o regime de vazões mínimas, os dados foram obtidos a partir da aplicação da
regionalização hidrológica estadual, conforme aplicação dada às bacias da Área de
Abrangência (DAEE, 1988).

O estudo da rede hidrográfica que envolve a Estação Ecológica de Bananal, bem como o
levantamento de campo, desenvolveu-se de acordo com os setores dos rios que fluem e
adentram a UC (áreas de influxos) e setores dos rios que saem da UC (área de efluxos).
Essa distinção é empregada apenas para a bacia do rio das Cobras, uma vez que a sub-
bacia do córrego do Rufino possui apenas áreas de efluxos.

Assim, o diagnóstico das águas da Estação Ecológica de Bananal ocorreu nos corpos
d’água que adentram e naqueles que saem da UC, e envolveu os levantamentos de alguns
parâmetros básicos de qualidade das águas e das vazões instantâneas.

Os principais cursos d’água da EE de Bananal e de seu entorno próximo estão


representados no APÊNDICE 3.6.P., no qual também estão localizados os pontos de coleta
dos dados de qualidade de água e de vazão.

De maneira sucinta, a EE de Bananal, a exemplo de toda região da Serra da Bocaina,


apresenta abundância de cursos d’água superficiais perenes resultantes dos altos valores
pluviométricos analisados acima associados à composição do embasamento litológico de
rochas coerentes, predominantemente, graníticas e de corpos intrusivos, que dificultam
a infiltração das águas pluviais, limita a profundidade do escoamento de base, e promove
o escoamento superficial mais abundante. Este cenário permite que haja grande
quantidade de água em superfície, e, consequentemente, alta densidade de drenagem,
como observado para as bacias que compõem a área de estudo.

Totalmente inserida na bacia hidrográfica do rio do Braço, a drenagem da UC se divide


em duas sub-bacias, a saber: sub-bacia hidrográfica do rio das Cobras, localizada à
sudoeste na EE de Bananal; e sub-bacia hidrográfica do córrego do Barbosa, alocada no
outro extremo UC.

A bacia hidrográfica do rio das Cobras a altura da EE de Bananal é formado pelas sub-
bacias do córrego do Rufino, do córrego da Invernada (ambos contribuintes da margem
direita do rio das Cobras), do córrego dos Coqueiros (tributário da margem esquerda do
rio das Cobras) e do próprio rio das Cobras, sendo que os dois primeiros deságuam neste
último já no interior da UC, e apenas o terceiro possui toda sua área de contribuição
localizada dentro da Estação Ecológica.

As áreas de drenagens localizadas fora da UC apresentam usos rurais diversos, sendo


compostas, de maneira geral, por propriedades de terceiros em que há predomínio de
atividades agropastoris de pequeno porte, com suporte de pequenas estruturas de
currais e granjas, e glebas com reflorestamento de eucaliptos. É abundante, por outro
lado, mesmo nestas propriedades particulares, a existência de vegetação nativa com alto
nível de preservação ou em estágio sucessivo de regeneração avançado.
46

Estação Ecológica de Bananal


A investigação feita a essas áreas durante o trabalho de campo realizado entre os dias 05
e 09 de setembro de 2011, recobriu parte da vertente oeste do rio das cobras ao longo
de seu trecho superior, à montante da UC. As análises expeditas preliminares permitem
afirmar que, apesar dos citados usos rurais estarem se sobrepondo à sub-bacia do rio das
Cobras, do córrego do Rufino e do córrego da Invernada, os níveis de interferência
antrópica na dinâmica do meio e na qualidade das águas são ligeiros, e, dentre aqueles
que podem apresentar potencial de comprometimento ou que correspondam a
fenômenos preliminares de processos erosivos que podem se agravar, deve-se destacar
as condições estruturais das estradas rurais, como taludes de estabilidade, condições do
corte, manutenção do recapeamento, etc.; e os acessos e os usos realizados por
visitantes no rio das Cobras à cachoeira Sete Quedas. Tais situações foram consideradas
vetores de pressão e pontos críticos à qualidade da água na UC e serão discutidos em
capítulos próprios na sequência do estudo.

O nordeste da UC compõe, integralmente, as áreas de drenagens das bacias hidrográficas


do córrego do Barbosa e do rio Pedra Vermelha, fato que lhe confere homogeneidade de
uso composto por Mata Atlântica preservada. Essa condição é determinante para a
manutenção do equilíbrio/estabilidade do meio, dos processos hidrodinâmicos e,
portanto, para a hidromorfologia local, considerando-se o controle da morfogênese e da
qualidade da água dessas sub-bacias.

Por se tratarem de rios serranos, cujas áreas drenadas estão sobre embasamento
cristalino, em que há determinante, genericamente, controle estrutural sobre os cursos
hídricos e desenvolvimento apenas de algumas restritas planícies alveolares, conforme
coloca o Plano de Gestão Ambiental (PGA, 1998), e em função do alto nível de
preservação vegetal das áreas de drenagem, os cursos d’água, em geral, apresentamcor
cristalina e baixa quantidade de material erosivo em suspensão.

Deve-se notar que a competência para carreamento e deslocamento de materiais


grosseiros, em rios serranos, varia de acordo com débito fluvial que apresentam em
determinado instante. Períodos chuvosos em que a vazão destes córregos e rios são
geometricamente aumentadas em intervalos de tempo relativamente breves, permitem
que eles movimentem materiais mais grosseiros, e os depositem à jusante, no próprio
canal, em canais intermitentes, ou em suas restritas planícies de inundação, nas bacias
dos rios da Cobra, da Pedra Vermelha e no córrego do Barbosa. Por outro lado, em
períodos mais secos as vazões são reduzidas e a competência dos corpos d’água em
carrear materiais ficam limitadas aos elementos mais finos como argilas e materiais em
solução, como era o caso dos rios estudados durante o trabalho de campo. As
características gerais dos pontos de coleta encontram-se no APÊNDICE 3.6.Q.

Qualidade das Águas

A análise de qualidade de água em 12 pontos na UC e em seu entorno próximo foi


realizada. Seguindo o princípio de áreas de influxos e efluxos preconizado, foram
levantadas informações de parâmetros físicos e químicos das águas em dois pontos do
rio das Cobras sendo um à montante da UC e outro pouco após a confluência com o rio
47

Estação Ecológica de Bananal


Invernada, próximo ao limite sul da Estação Ecológica. Em relação aos afluentes do rio
das Cobras foram realizadas medições no córrego do Rufino, no limite com a UC antes de
adentrá-la; no rio da Invernada próximo à confluência com o rio das Cobras; e no Córrego
dos Coqueiros, à montante da junção do rio das Cobras, próximo à sede da UC.

Na bacia hidrográfica do córrego do Barbosa foram feitas análises de qualidade de água


no córrego do Barbosa à montante de sua confluência com o rio Pedra Vermelha, e neste
último curso d’água antes de se juntar ao córrego do Barbosa. Foram levantados dados
em mais três córregos à jusante da confluência entre o rio da Pedra Vermelha e o córrego
do Barbosa, inclusive em áreas externas da UC, cujas nascentes encontram-se no interior
da Estação Ecológica. Estes corpos hídricos de pequeno porte foram denominados de
Córrego da Divisa 1, 2 e 3, ordenados de montante para jusante, na sequência de suas
confluências com o córrego do Barbosa.

Além destes pontos, foram realizados levantamentos na captação de água que abastece
a sede e a residência do diretor da EE de Bananal; e na fonte Roquete Pinto, próxima ao
limite sul da UC.

As análises preliminares resultantes dos levantamentos expeditos em campo apontaram


para boa qualidade das águas que envolvem a Estação Ecológica de Bananal. Tanto as
águas que influem, quanto as que efluem, apresentaram resultados compatíveis, na
maioria dos casos e para alguns parâmetros, com níveis de qualidade de água esperados
para corpos de classe 1, respeitando, portanto, o previsto na legislação concernente.

Em função destes primeiros resultados, referentes apenas ao princípio do período seco,


dispensou-se as análises mais aprofundadas e complexas envolvendo a identificação de
elementos químicos, metais pesados, indicadores orgânicos entre outros realizados em
laboratórios específicos.

Assim, os dados obtidos ficaram resumidos a apenas três parâmetros de qualidade de


água realizados em campo: Oxigênio Dissolvido (OD), Condutividade Elétrica (CE) e pH.
Os resultados dos parâmetros de cada ponto (APÊNDICE 3.6.R) foram discutidos a partir
dos intervalos legais dos mesmos parâmetros, previstos para corpos de água de classe 1.
Essa discussão corrobora os enquadramentos já mencionados para os rios e córregos da
EE e endossa a importância de se manter o nível de preservação da cobertura vegetal e
a compatibilidade dos usos do entorno.

O pH (potencial hidrogeniônico) é o parâmetro que define o caráter ácido, básico ou


neutro de um líquido. Em um rio, a maior parte dos organismos aquáticos estão
adaptados às condições de neutralidade das águas, e por isso, alterações abruptas ou
mesmo graduais do pH, podem acarretar o comprometimento da qualidade da vida
aquática, mortandade de animais e, inclusive, desaparecimento de espécies num corpo
hídrico. A resolução CONAMA 357, que define os parâmetros de qualidade de água que
cada enquadramento de corpo hídrico deve ter, estipula que, para rios de Classe 1, o
valor de pH deve estar no intervalo entre 6 e 9.

48

Estação Ecológica de Bananal


Quanto à condutividade elétrica, sua medição reflete a capacidade de um corpo hídrico
em conduzir corrente elétrica, logo, os resultados deste parâmetro oferecem indicativos
da quantidade de carga iônica em solução na água, ou seja, está diretamente relacionada
à concentração mineral existente.

Os resultados encontrados nos levantamentos realizados estiveram dentro de uma


estreita margem de dados, variando, em sua maioria, entre 10,8 μS e 13,14 μS, os quais
são reconhecidos pela CETESB (2005) como valores de referência, indicando boa
qualidade da água, com exceção dos pontos 11 e 12.

Reserva-se, ainda, a análise de pH dos pontos 1, 5 e 11, uma vez que todos os demais
cursos d’águas medidos apresentaram-se dentro dos intervalos priorizados pelo
CONAMA. Destaca-se, portanto, a não conformidade constatada no ponto 11, no qual o
local da medição foi a Fonte Roquete Pinto.

Primeiramente, devemos atentar para o fato de que o ponto de coleta 11 se encontra


fora da EE de Bananal, a aproximadamente 950 metros dos limites da UC. O entorno do
local da nascente encontra-se com modificações diversas do ambiente natural, embora
se mantenham preservadas algumas áreas à montante. Dentre as interferências está a
construção de um acesso sobre um trecho da cabeceira em anfiteatro que possibilita a
chegada de visitantes, o cascalhamento do entorno imediato do olho d’água num raio
aproximado de 8 m e a construção de bancos de concretos (APÊNDICE 3.6.AR.). Além
disso, com o intuito de proteger a nascente, o proprietário da área construiu uma cúpula
de concreto envolvendo o ponto exato do olho d’água e represando uma parte de sua
vazão dentro desta caixa/envoltório.

Por advir diretamente do lençol, onde fica em contato com os minerais do solo e das
rochas em fase de intemperização, as águas daí oriundas, possivelmente, carregam
quantidades de sais em solução que podem interferir nos resultados dos parâmetros de
qualidade de água, como é o caso do valor obtido para C.E. e pH, sendo que o primeiro
superou os demais resultados em cerca de 9,5 µS/cm, e em quase 12 µS/cm o valor
medido na captação da sede da UC, cujo valor de C.E. foi o mais baixo encontrado e o
qual o papel desempenhado de abastecimento é similar ao do ponto 11. Em relação ao
pH, encontrou-se o valor mais básico dentre todos os pontos analisados.

Apesar disso, os impactos dos usos do solo agropastoris observados em campo, se


tomados em escala de generalização nas bacias hidrográficas estudadas, podem ser
considerados relativamente baixos, embora tenham sido notados aspectos da ocupação
que, além de contrariarem as diretrizes legais que regulam o uso do solo, podem
comprometer significativamente a qualidade dos cursos d’água por poluição difusa,
alterando também seus fluxos e as morfologias originais dos canais e suas dinâmicas.

Outros valores de condutividade mais altos foram encontrados nos rios da Divisa 1, rio
da Divisa 2 e rio da Divisa 3, no extremo leste da UC. A provável razão para terem sido
identificados resultados brevemente maiores em rios próximos uns aos outros dentro de
uma mesma zona, no limiar da EE, pode estar relacionado à existência de pontos de
travessia de carro por pontes ou, diretamente, através dos cursos d’água. As
49

Estação Ecológica de Bananal


reconhecidas condições das pequenas vias de acesso ao local podem estar contribuindo
como áreas fontes de sedimentos e minerais pequenos, considerando à inexistência de
elementos de perenização das estradas, que atuem no controle da erosão mecânica e do
carreamento de materiais, e a carência de obras e ações que regulem o tráfico nestes
pontos de travessia.

Embora esses fatores indiquem razões para o aumento da C.E., a precisa natureza de tais
alterações demanda análises mais apuradas que são dispensáveis uma vez que os valores
de condutividade não indicam anomalias exorbitantes.

O último parâmetro levantado em campo foi o oxigênio dissolvido. Principalmente


advindo da atmosfera, os níveis de O.D. em um dado momento estão vinculados à
turbulência da água e sua mistura com o ar atmosférico, às atividades bioquímicas das
plantas aquáticas e das algas, e à temperatura da água.

Assim, a quantidade de oxigênio dissolvido está intrinsecamente relacionada à


produtividade dos ecossistemas aquáticos, inibindo-a ou ampliando-a, de maneira que
sintetiza as condições bioquímicas da água em um dado momento e em um dado lugar.
Hewllet (1982) considera as flutuações dos níveis de O.D. da seguinte maneira: situações
em que as concentrações de oxigênio dissolvido estejam entre 6 mg/L e 14 mg/L apontam
para existência de condições aeróbicas de vida, ou seja, o ecossistema suporta a
existência de seres que exigem essas condições. Abaixo dos 5 mg/L, as condições de vida
aeróbia ficam comprometidas, e, em geral, são tóxicas a muitos peixes. O CONAMA, por
sua vez, estabelece o nível mínimo de 6mg/L para que corpos hídricos sejam enquadrados
como cursos de Classe 1.

Apesar de nenhum resultado encontrado nas medições estar abaixo do limite inferior
preconizado pelo CONAMA, é incomum os rios serranos, com grande turbulência da
superfície da água e altas velocidades de fluxos apresentarem valores de O.D. tão
próximos a aquele limiar. Como explicação para terem sido registrados resultados abaixo
daquilo que inicialmente se esperava encontrar, levanta-se as possíveis limitações
técnicas dos aparelhos utilizados, os quais, embora tenham passado por calibrações
constantes ao longo do trabalho de campo, apresentaram algumas dificuldades de
funcionamento; a precedência de um certo período sem chuvas abundantes,
considerando a realização dos levantamento no fim do período seco; e a ocorrência de
valores de O.D. naturalmente reduzidos, em função de condições ecológicas originais do
meio aquático. A raridade em se presenciar quantidades significativas de peixes e/ou
espécimes de maior porte podem ser indicadores biológicos da concentração de oxigênio
dissolvido abaixo do esperado.

A captação da sede (APÊNDICE 3.6.AS.) da UC também apresentou valores de O.D. 1,23


mg/L abaixo do definido pela resolução CONAMA 357 para corpos d’água de Classe 1,
com finalidade recomendada também para o abastecimento humano após tratamento
simplificado.

Apesar disso, a Portaria n° 1.469, de 29 de dezembro de 2000, do Ministério da Saúde,


que descreve e define os parâmetros de potabilidade para águas de consumo humano
50

Estação Ecológica de Bananal


doméstico através de seu anexo, não fixa valores de O.D., sendo muito mais enfática
sobre parâmetros químicos orgânicos e inorgânicos, radioativos e bacteriológicos.

Contudo, considerando que a finalidade da captação é suprir toda demanda hídrica da


sede, das estruturas e edificações da UC e todos os seus funcionários e visitantes, é
prudente recomendar que novas avaliações de qualidade da água, inclusive envolvendo
análises de potabilidade sejam frequentemente realizadas, bem como reformas nos
dutos, eventuais canalizações, e nas caixas e reservatórios em que a água permanece
estocada, adequando-as ao abastecimento humano.

Quantidade de Água

Reservando-se a qualidade das águas analisadas, a Estação Ecológica de Bananal e o


contexto da Serra da Bocaina de modo geral, têm a característica de produção de água
como sendo um importante serviço ambiental prestado.

Desta maneira optou-se por realizar duas sistematizações de dados referentes ao


aspectos das vazões: uma relativa às medições instantâneas de vazão; e outra, obtendo-
se, por meio da regionalização hidrológica estadual, os valores de vazões mínimas para
os córregos que saem da UC, a exemplo do que foi realizado para a Zona circundante
estudada.

Vazões Instantâneas

Foram levantadas as vazões de nove pontos em oito corpos d’água diferentes. Os


resultados das medições de descargas obtidos estão relacionados na APÊNDICE 3.6.T. As
vazões dos corpos d’água que drenam importantes áreas da UC foram significativas,
considerando-se que o levantamento foi realizado no auge do período seco, e diversas
entre as bacias estudadas.

Destacam-se como importantes corpos d’água o rio das Cobras na saída da EE de Bananal,
com 116 L/s, que drena uma área aproximada de 664,14 ha, sendo que destes 7,42% está
dentro da UC; e o rio Invernada, importante tributário do rio das Cobras e que abrange
uma área de contribuição de 661,18 ha, dos quais pouco menos de 1% se encontra no
interior da Estação Ecológica. Tal condição revela a importância em se preservar as
condições superficiais de vegetação e de se aumentar a compatibilidade dos usos na
bacia hidrográfica do referido rio.

Uma vez que os dados de qualidade de água não apontaram para comprometimento do
uso da água, inclusive para o abastecimento humano, afirma-se que a saída de água da
Estação Ecológica caracteriza um dos principais serviços ambientais prestados por essa
unidade de conservação, de maneira que, a regularização da vazão e a manutenção dos
parâmetros de físicos, químicos e biológicos da qualidade hídrica são primordiais para a
continuidade da prestação deste serviço.

Vazões mínimas e produção de água

51

Estação Ecológica de Bananal


Dentre os mais importantes serviços ambientais prestado pela Estação Ecológica de
Bananal, a produção de água certamente ocupa papel de destaque, tanto em função da
abundância de fluxos superficiais perenes, quanto em virtude da quantidade de
nascentes, nichos de nascentes, cabeceiras de drenagem pluvial e cursos intermitentes,
os quais são considerados importantes estoques de água nas regiões serranas.

Com a finalidade de se conhecer e estimar a produção e a relevância hídrica da UC e da


área de entorno calculou-se as vazões de longo termo (QLT) e as vazões mínimas de sete
dias consecutivos com tempo de retorno de 10 anos e de 50 anos (Q7,10 e (Q7,50) para
todas as sub-bacias que envolvem a Estação Ecológica. Para tanto, dividiu-se as bacias
hidrográficas em seus setores à montante e à jusante dos limites, obtendo-se as áreas de
contribuição e os débitos fluviais que influem para a UC e que efluem dela (APÊNDICE
3.6.U.).

Toda a produção hídrica da Estação Ecológica de Bananal é a soma das bacias de


numeração 1 e 10, onde estão contemplados toda a área das sub-bacias do córrego do
Barbosa e do rio das Cobras. Em relação às vazões médias, ou de longo termo, temos
como resultado dessa adição o valor de 0,745 m³/s, ou de 745 L/s. Calculando-se a
produção hídrica como equivalente à 50% da vazão mínima esperada para o tempo de
retorno de 10 anos, temos que a produção da UC é de 0,124m³/s, ou 124 L/s.

Considerando apenas as bacias que influem para a UC temos a soma das bacias 7, 8 e 9,
cujo total é de 0,318 m³/s (318 L/s). Em termos de disponibilidade hídrica, ou seja, a
metade do Q7,10 obtém-se o valor de 0,073 m³/s, o que equivale à 73 L/s de água que
influi para a UC. Esta quantia representa, aproximadamente, 59% de toda a
disponibilidade hídrica que eflui da Estação Ecológica.

Considerando apenas a sub-bacia do rio das Cobras, a produção hídrica referente a 50%
do Q7,10 foi de 91 L/s, sendo que, deste total, apenas 18 L/s são produzidos pelas áreas
de drenagem da UC, ou seja, mais de 75% advém de fora e passam pela Estação,
constituindo-se, este percentual, um parâmetro que revela a importância das áreas de
contribuição localizada à montante da UC na sub-bacia do rio das Cobras, importância
essa, não apenas relativa à produção hídrica, mas também sobre a qualidade da água e,
portanto, sobre seu grau de preservação, adequação do uso do solo, regularização das
captações e lançamentos, entre outros aspectos melhor explorados nos capítulos de
vetores de pressão.

Aspectos de Beleza Cênica

Além dos dados de qualidade e quantidade da água, que oferecem parâmetros para se
analisar o valor dos recursos hídricos envolvidos pela Estação Ecológica de Bananal, deve-
se notar ainda a existência de elementos dos sistemas hidrológicos estudados que são
constituintes de paisagens singulares na UC. Dentre eles, destacam-se as cachoeiras
referentes aos dois últimos saltos que compõem a sequência de sete quedas ao longo do
rio das Cobras, cujo início está a alguns quilômetros à montante da UC (APÊNDICE 3.6.V.).

52

Estação Ecológica de Bananal


É fundamental destacar, sobre esses elementos, seus valores imateriais relacionados à
contemplação e admiração, ressaltados pelo papel de harmonização ecológica que
desempenham. Além deste uso remoto, pontuam-se os usos diretos envolvendo a prática
de natação e mergulho, destoantes da finalidade de preservação da UC e cujos impactos
sobre a fauna local e sobre a qualidade das águas não são ainda totalmente conhecidos.

As belezas cênicas não se restringem aos limites da UC, mas extrapolam estes,
particularmente, para a montante do próprio rio das Cobras, com os quatro primeiros
saltos da cachoeira sete quedas (APÊNDICE 3.6.V.). Por estarem localizadas em área de
influência da UC, uma vez que toda área de contribuição delas adentram à EE, os usos
diretos que são praticados nos saltos e nas piscinas naturais refletem em áreas a jusante,
e assim, na UC de maneira ainda pouco conhecida.

Apesar disso, por estarem fora da UC, em propriedade de terceiro, e, portanto, por não
compartilharem da administração da EE, os primeiros saltos das sete quedas possuem
usos públicos descontrolados e isentos de fiscalização, estando submetida à
espontaneidade do público e aos impactos oriundos das práticas divergentes à
conservação e preservação ambientais.

Vetores de Pressão sobre as águas superficiais das Sub-bacias do Rio das Cobras e do
Córrego do Barbosa

Hidrologicamente, as microbacias hidrográficas são reconhecidas na literatura como


áreas frágeis e altamente sensíveis às perturbações que nelas ocorrem. Em função da
própria dimensão espacial que apresentam, a dinâmica de funcionamento do sistema
hidrológico, as formas superficiais que possuem, os arranjos espaciais que representam,
bem como os materiais que nela se encontram, estão submetidos a um grau de ajuste
altamente sensível, sobre os quais uma breve alteração do meio pode produzir
modificações de grande magnitude no equilíbrio deste sistema.

Dessa maneira, ao se considerar as fragilidades ambientais, impera-se reconhecer a


unidade microbacia hidrográfica como um importante limite espacial para o
ordenamento e planejamento espaciais, de maneira que se aconselha realizar o mesmo
de apreensão para o manejo das áreas da Estação Ecológica de Bananal.

Córrego do Barbosa

Particularmente, a sub-bacia do córrego do Barbosa não apresentou alterações


consideráveis para ajustamento, sobretudo nos dados de qualidade da água, em função
da inexistência de vetores de pressão significativos sobre está microbacia.

Assim, os potenciais impactos que podem ocorrer sobre a superfície de contribuição do


córrego do Barbosa seriam oriundos dos limites da UC, somente podendo ocorrer se
advirem de jusante para montante, por meio de ocupação agropastoril de pequeno porte
que ultrapasse os limites da EE de Bananal, ou pelo avanço de espécies invasoras que
integrem plantios de reflorestamento, como eucalipto (abundante no entorno da UC),
53

Estação Ecológica de Bananal


para o interior da Unidade, ou ainda, pelos impactos relacionados à visitação e
particularmente, ao trânsito de veículos sobre as travessias de rios, pontes e pinguelas,
nas quais não há estrutura de contenção de sedimentos.

Nestes casos, reafirma-se a importância em se restringir a circulação de veículos aos


carros oficiais ou de terceiros quando estes estiverem a serviço de pesquisa ou de
monitoramento ambiental previstos, mediante aprovação de plano de trabalho
submetido à direção da UC, e com o acompanhamento de monitor da Estação Ecológica
destacado pela gestão.

Rio das Cobras

A Sub-bacia do rio das Cobras apresenta área de aproximadamente 15,64 km², dos quais
12,65 km², ou seja, aproximadamente, 80% estão localizados fora da Estação Ecológica
de Bananal. Nestes setores externos à UC é que se desenvolvem usos superficiais que
intervém sobre a área de contribuição da sub bacia e, às vezes, sobre o próprio canal,
incluindo sua área alagável, suas cabeceiras e nascentes.

Em função do alto valor percentual de vazão do rio das Cobras produzido em áreas de
contribuição externas a EE de Bananal, esta bacia é de grande relevância em termos
hidrológicos para o manejo da UC, de modo que é importante se despender maior
atenção à caracterização do entorno à montante da Estação Ecológica, tanto com a
finalidade de se constituir o limite espacial para a Zona de Amortecimento que interfira
diretamente sobre a UC, quanto para, sobre este limite, determinar metas de ações para
mitigação de impactos, regularização fundiária e cumprimento à legislação ambiental
vigente nas propriedades, e monitoramento da proposta de ordenamento territorial
contido no Plano de Manejo.

O rio das Cobras, à montante de sua saída da UC, possui contribuição de três importantes
sub-bacias, associadas aos seguintes rios: rio da Invernada, córrego do Rufino e o próprio
curso superior do rio das Cobras. No trabalho de campo foi percorrido a extensão do rio
das Cobras desde sua confluência com o rio Invernada até próximo de suas principais
cabeceiras, passando pelas cachoeiras sete quedas. Em campo não foram contemplados,
no entanto, os outros dois cursos mencionados.

O trecho das nascentes e das cabeceiras no setor superior do rio das Cobras se localiza
em propriedades particulares, nas quais se desenvolvem, como mencionado
anteriormente, usos agropastoris de pequeno porte, cujas estruturas de funcionamento
são pequenas e, a princípio, apresentam impacto reduzido sobre o meio físico. Associado
à prática agrícola, há ainda edificações residenciais de moradores locais e veranistas.
Apesar de serem notáveis, a cobertura do solo predominante é de vegetação nativa
primária ou secundária com alto grau de regeneração, tendo sido encontrados
fragmentos de vegetação nativa em outros estágios de sucessão dentro das
propriedades, e glebas importantes de plantios de eucaliptos. Neste contexto, impera-se
mencionar algumas intervenções sobre os cursos d’água passiveis de licenciamento e
requerimento de outorga, como pequenas retificações e barramentos de cursos d’água
de baixa ordem, captações e lançamentos.
54

Estação Ecológica de Bananal


Por não serem estes usos extensivos, e devido à proteção natural oferecida pela vasta
cobertura de floresta ombrófila densa, os cursos perenes apresentaram grau de
preservação importante, de maneira que, não há deflagração significativa de processos
erosivos de montante que comprometam rios de pequena ordem e a bacia como um
todo.

Por outro lado, como objeto de manejo da EE de Bananal e de sua Zona de


Amortecimento, é importante refinar o cenário de regularidade legal das propriedades e
suas práticas, considerando suas edificações e respectivos usos que atribuem a
superfícies. Neste sentido, mostra-se primordial analisar cautelosamente e
individualmente, a obediência, por seus respectivos proprietários, às leis ambientais
vigentes em todas as instâncias governamentais que regulam o território e o uso da água.

Embora não tenham sido detectada contaminação por rejeitos domésticos ou derivados
das práticas agropastoris, é fundamental essa observância à lei para garantir a
preservação e a qualidade do recurso hídrico, sua manutenção e viabilidade de consumo
in natura nas regiões à jusante.

Foco de atenção mais detida, a estrada do Ariró (via municipal de terra), que oferece
acesso à Estação Ecológica de Bananal, apresentou, nos trechos da bacia do rio das
Cobras analisados em campo, evidências de intensificação da erosividade e ativação de
processos erosivos significativos em sub-bacia.

Localizada, aproximadamente, no meio da vertente direita do canal principal da sub-bacia


do rio das Cobras, a estrada do Ariró está a, aproximadamente, 100 m de desnível em
relação ao curso d’água no fundo do vale, e constitui um corte na encosta conferindo-a
certo grau de instabilidade, notado pela deflagração de processos erosivos superficiais
em alguns pontos ao longo da estrada.

Estes pontos são marcas verticais de dimensão média na paisagem, apresentando entre
1 e 2 m de altura e de 3 a 4 m² de área, e estão preferencialmente dispostas no talude da
estrada. Apresentam certo grau de arqueamento côncavo, sugerindo uma evolução no
sentido da retirada do material da vertente; exposição dos horizontes pedológicos, em
alguns casos notando-se inclusive alteritas e rochas sã; notáveis canais de escoamentos
subsuperficial no contato entre solo e rocha que afloram no talude; sinais de erosão
laminar concentrada realizada por fluxos pluviais, como sulcos, e sinais de ravinamentos;
carreamento de material em suspensão e solubilização ao longo da estrada, evidenciado
pela deposição, no pavimento e à jusante na encosta, de minerais e de partículas de
diversas texturas oriundas do solos expostos destes cortes, cujo acúmulo tende a
apresentar aspecto lodoso, em função da presença abundante de argilas. Esses pacotes
erodidos também podem ser compostos por cascalhos, elementos mais grosseiros vindos
por rolamento e saltação, misturado com material orgânico vegetal.

O impacto que esses focos de erosividade intensificada tem sobre os recursos hídricos é
desconhecido e extremamente complexo de ser monitorado. Porém, é fundamental
considerar, primeiramente, que estes pontos são indicadores ambientais, denunciam um
55

Estação Ecológica de Bananal


impacto no meio e, mais do que isso, conotam o grau de fragilidade que este ambiente
constitui, e podem submeter os recursos hídricos. Em segundo lugar, deve-se ter em
mente que, se por um lado, os pontos de erosão analisados são breves frente a amplidão
da bacia, por outro, a presença notável deles no auge do período seco (final de outubro
e início de novembro) sugere que os mesmo processos denunciados pelas evidência de
erosão laminar sejam intensificados geometricamente no período chuvoso, aumentado
a morfogênese e, assim, o grau de instabilidade do meio.

Por último, deve-se mencionar a exposição dos quatro primeiros saltos da cachoeira Sete
Quedas à visitação e uso público descontrolado à montante da UC. Esta situação é
considerada um vetor de pressão a medida que caracteriza um potencial de impacto e
degradação do meio, uma vez que não se desconhece todas as suas decorrências sobre
a dinâmica do meio físico e sobre os recursos hídricos.

Ações de Manejo (APÊNDICE 3.6.X.)

Frente aos vetores de pressão sobre os recursos hídricos da Estação Ecológica de Bananal
e sua possível Zona de Amortecimento, são apresentados no APÊNDICE 3.6.X algumas
recomendações de ações para minimização e mitigação de impactos ambientais sobre as
águas da UC, e regulação dos usos dos cursos d’água no sentido de adequar as práticas
de visitação e pesquisa.

Considerando o enfoque dado à bacia do rio das Cobras são particularmente destacadas
recomendações sobre os trechos externos dessa sub-bacia e à montante da EE de
Bananal.

56

Estação Ecológica de Bananal


Linhas de Pesquisa

Dentre as principais dificuldades encontradas ao longo do desenvolvimento do


diagnóstico ambiental do meio físico referente aos recursos hídricos da Estação Ecológica
de Bananal, destacam-se a inexistência de produção científica concernente ao referido
tema e a carência de dados primários obtidos na UC. Essa carência é relativa,
particularmente, (1) à série de dados meteorológicos, cuja produção está comprometida
pelo funcionamento intermitente e/ou não funcionamento da estação meteorológica, e
(2) em relação às informações hidrológicas, tanto voltadas ao monitoramento das vazões
e produções de água, quanto relativas à qualidade dos recursos hídricos.

Em virtude disso, existe pouca produção científica voltada ao conhecimento sobre os


processos naturais atuantes na dinâmica dos recursos hídricos das sub-bacias da UC,
resultando em uma defasagem do aprofundamento deste saber, de tal magnitude que
não é possível determinar, ou mesmo inferir, como os diferentes aspectos da dinâmica
hidrológica influenciam a qualidade e a quantidade de água da UC, e como eles podem
originar/alterar processos erosivos, pedogêneticos e morfodinâmicos, entre outros.

Essa mesma defasagem pode ser afirmada com relação ao efeito dos usos do solo do
entorno sobre as águas da UC, desembocando na inexistência de informações
paramétricas ou que sirvam de comparação para os resultados de futuros estudos.

Tendo em vista essas lacunas, o programa de pesquisas científicas da Unidade de


Conservação deve fomentar o desenvolvimento de estudos e o estabelecimento de
programas de monitoramento meteorológico e fluviométrico, no sentido de constituir
um acervo de informações composto tanto por publicações acadêmicas, quanto por
séries históricas e bancos de dados.

As principais linhas de estudo a serem estimuladas e desenvolvidas são elencadas a


seguir:

- Identificação dos fatores envolvidos nos processos erosivos na sub-bacia do rio das
Cobras;
- Avaliação dos impactos do uso do solo na sub-bacia do rio das Cobras sobre a qualidade
das águas superficiais e na produção de sedimentos, recomendando-se a quantificação
da perda de solo e do nível de assoreamento através da aplicação de modelos de
fundamentação qualitativa e/ou quantitativa;
- Avaliação temporal das características físicas, químicas e microbiológicas das águas
naturais, visando subsidiar seu enquadramento na classe especial dos corpos hídricos
superficiais, conforme preconizado pela Resolução CONAMA 357/05 para unidades de
conservação de proteção integral;
- Estudos direcionados à evolução hidrográfica e hidrogeomorfológicas dos cursos e
capturas fluviais, ao desenvolvimento de planícies e terraços alveolares, à modelação das
vertentes e rupturas convexas, dentre outros aspectos geomorfológicos, com intuito de
contribuir para a consolidação de um cenário de fragilidade ambiental integrada;
- Classificação climática e análise temporal dos ritmos das normais climatológicas com
dados obtidos em Estação Meteorológica instalada na UC. Neste caso, recomenda-se que
57

Estação Ecológica de Bananal


os dados sejam gerados com o máximo detalhe temporal possível, e seja organizado e
consistido em um banco de dados envolvendo quantas variáveis meteorológicas
couberem.

3.7. Perigo, Vulnerabilidade e Risco


A metodologia para avaliação do Perigo, Vulnerabilidade e Risco encontra-se no
APÊNDICE 3.7.A.

A Estação Ecológica de Bananal apresenta uma área de 8,84 km2.A UC e seu entorno
estão situados na morfoestrutura Cinturão Orogênico do Atlântico, na morfoescultura
Planalto e Serra da Bocaina, do Planalto Atlântico (ROSS e MOROZ, 1997). As litologias
predominantes referem-se ao Complexo Paraíba do Sul (gnaisses com intercalações
carbonáticas) e secundariamente, granitos (PERROTTA et al., 2005).

Segundo PIRES NETO et al. (2011), a Estação Ecológica de Bananal é drenada pelos
córregos das Cobras e dos Barbosas, afluentes do Rio do Braço, afluente do Rio Piraí, que
por sua vez é afluente do Rio Paraíba do Sul. Os autores mapeiam depósitos detríticos
formados por ação gravitacional e pluvial, no sopé e na meia encosta de vertentes
íngremes e escarpas, em altitudes de 1400 m e entre 1200 e 1100 m, tendo inclinações
predominantes entre 15 a 30%, constituindo corpos de tálus. Outra feição
geomorfológica mapeada pelos autores são os cones de Dejeção formados por ação
fluvial, gravitacional e pluvial, associadas ao fundo de vales no sopé de vertentes
íngremes, em altitudes de 1300 a 1100 m, e apresentando inclinações de 2 a 15%,
constituindo os terrenos mais suaves da unidade.

Os atributos relacionados ao substrato geológico-geomorfológico-pedológico na área de


estudo apresentam as seguintes variações quanto aos valores médios: declividade de
13,7 a 68,8°; amplitude de 493 a 778m; densidade de drenagem variando de 9,4 a 18,6
m/m2; excedente hídrico de 642 a 727mm; grau de foliação 0,3 (granitos) e 0,7 (rochas
metamórficas) e erodibilidade constante de 0,050800. O potencial de indução, dado pela
variação do uso e cobertura da terra, conforme descrito na tabela 3, apresenta valores
que variam de 0,1 a 0,9 para os processos de escorregamento e de inundação. A tabela
7 do APÊNDICE 3.7.A. apresenta, para fins de comparação, os intervalos de valores médios
obtidos para cada atributo condicionante dos processos perigosos, bem como seu
enquadramento em classes, variando de muito baixa a muito alta, considerando a
amostragem para todo o Estado de São Paulo.

Com relação ao uso e cobertura da terra (APÊNDICE 3.7.B.), no interior da Estação


Ecológica de Bananal ocorre exclusivamente vegetação arbórea. No entorno da área de
estudo destacam-se a cobertura arbórea e secundariamente a cobertura herbáceo-
arbustiva e solo exposto, além de áreas edificadas do Residencial/Comercial/Serviço,
caracterizadas, predominantemente, pela ocupação de muito baixa densidade, em
estágio consolidado e de médio ordenamento.
Unidades do tipo Residencial-Comercial-Serviços mapeados ocorrem em apenas em dois
locais nos limites da área de abrangência. Em uma das ocorrências não houve coleta dos
dados censitários do IBGE, o que não permitiu o cálculo de atributos socioeconômicos e
58

Estação Ecológica de Bananal


de infraestrutura sanitária. A outra ocorrência apresenta os seguintes valores médios:
índice de abastecimento de água, 53 (alta criticidade); índice de coleta de esgoto, 45
(moderada criticidade); índice de coleta de lixo, 32 (baixa criticidade); índice do grau de
alfabetização 12 (muito alta criticidade);e índice renda, 2,5 (muito alta criticidade). Estes
valores médios indicam as condições de criticidade dos serviços sanitários, de
alfabetização e dos níveis de renda na área de estudo. O indicador do número relativo de
habitantes em cada unidade territorial, expresso pela variável Dano Potencial (DAP)
enquadra-se na classe muito baixa quanto ao número de habitantes, conforme mostra a
tabela 7 do APÊNDICE 3.7.A. que discrimina os intervalos de valores médios obtidos para
cada atributo condicionante dos socioeconômicos, bem como seu enquadramento em
classes, variando de muito baixa a muito alta, considerando a amostragem para todo o
Estado de São Paulo.

O mapa de perigo de escorregamento planar (APÊNDICE 3.7.C.) mostra um amplo


predomínio das classes de perigo muito alto (P14esc e P13esc) que ocorrem em terrenos
geralmente com inclinações altas a muito altas com probabilidade muito alta de
ocorrência de escorregamentos planares esparsos, de volumes pequenos a grandes,
associados, inicialmente, com acumulados de chuva muito baixos, podendo evoluir para
escorregamentos de elevadas proporções com acumulados de chuva baixo a muito altos.

Não foram mapeadas áreas com perigo de inundação, considerando que na escala do
mapeamento não foram mapeadas as planícies fluviais dos córregos que cortam a área.
O mapa de vulnerabilidade das áreas edificadas do tipo Residencial/Comercial/Serviço
(APÊNDICE 3.7.D.) mostra apenas uma ocorrência com dois polígonos, de densidade de
ocupação muito baixa, característica de sítios e chácaras, da zona rural, situada no limite
da zona de abrangência em sua porção nordeste. A vulnerabilidade é alta (V10).

Essa classificação de vulnerabilidade é decorrente das condições socioeconômicas e de


ordenamento urbano, descritas anteriormente, correspondendo a setores residenciais
predominantemente de médio a baixo ordenamento urbano; de alta a média criticidade
quanto à infraestrutura sanitária e de baixa a média renda. Correspondem, em geral, aos
setores mais periféricos ou isolados da mancha urbana.

O mapa de risco de ocorrência de processos de escorregamento (APÊNDICE 3.7.E.) se


aplica à mesma ocorrência com dois polígonos, de densidade de ocupação muito baixa,
característica de sítios e chácaras, da zona rural, situada no limite da zona de abrangência
em sua porção nordeste, caracterizada quanto à vulnerabilidade. O risco é alto (Resc12)
e muito alto (Resc13), caracterizado por vulnerabilidade variando de alta a muito alta;
com probabilidade de ocorrer eventos perigosos severos variando de alta a muito alta e
com índices de dano potencial à população variando de alto a muito alto, podendo
resultar em danos e prejuízos de alto a muito alto impacto.

Como não houve mapeamento de perigo de inundação na área, o risco de inundação é


nulo na totalidade da área.

O estudo dos perigos, vulnerabilidade e riscos da EE de Bananal indica os graus de


criticidade, considerando fragilidades e potencialidades relacionados à ocorrência de
59

Estação Ecológica de Bananal


processos de escorregamento e inundação da área de estudo. De acordo com os
resultados obtidos para a EE de Bananal, recomenda-se:

● manutenção da vegetação nativa do tipo arbórea no interior da unidade de


conservação (UC) e recuperação na área de abrangência, principalmente ao longo dos
córregos, visando diminuir o perigo de escorregamento planar e de inundação associado
às áreas de solo exposto e vegetação herbácea;
● O perigo de escorregamento muito alto presente em quase toda a área da UC
impõe restrições que podem condicionar seu zoneamento no sentido de estabelecer
políticas de restrição de uso, principalmente em épocas de chuvas intensas;
● Os resultados foram obtidos por meio da análise de dados levantados para o
Estado de São Paulo. A realização de estudo das unidades territoriais básicas (UTB),
específico para a área da UC, pode ser realizado para detalhar a definição das unidades e
dos atributos de análise.

3.8. Atividade de Mineração

A espacialização dos dados do SIGMINE/ANM revela a ausência de títulos minerários


incidentes na área de estudo. Nos APÊNDICES 3.9.A e B.,acham-se descritos os métodos
de trabalhos e espacializados os títulos minerários localizados regionalmente e que foram
classificados, de acordo com a fase de desenvolvimento junto à ANM, na categoria de
áreas de interesse futuro de lavra, em fase de requerimento ou de desenvolvimento de
pesquisa para comprovação de depósitos de recursos minerais junto à ANM.

A ausência de títulos minerários incidentes na área de estudo e a baixa incidência destes


títulos nas circunvizinhanças, resultam num quadro de ausência de impactos ao meio
físico e de conflitos com outros usos da terra, e sinaliza que a atividade de mineração não
representa um vetor de pressão para a UC.

60

Estação Ecológica de Bananal


4. MEIO ANTRÓPICO

Os métodos para elaboração dos temas relacionados ao Meio Antrópico encontram-se


descritos nos APÊNDICES 4.1.A., 4.3.A.,4.4.A., 4.5.A, 4.6.A.

4.1. História e patrimônio

Histórico de ocupação da área de estudo

O município de Bananal, que se localiza no extremo leste do estado de São Paulo, é um


dos 39 municípios pertencentes à Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral
Norte, pertencendo à Mesorregião Vale do Paraíba Paulista. Faz limite com três
municípios do estado do Rio de Janeiro: Barra Mansa a norte, Rio Claro a leste e Angra
dos Reis a sul, e, a oeste, com 2 municípios de São Paulo, São José do Barreiro e Arapeí.
Bananal. Com mais 33 municípios, constitui a UGRHI 2 - Paraíba do Sul, sendo um dos
municípios da região da Serra da Bocaina, juntamente com Arapeí, Areias, Cruzeiro,
Cunha, Queluz e São José do Barreiro (APÊNDICE 4.1.B.).

A cidade de Bananal situa-se a 325 km de São Paulo e a 135 km do Rio de Janeiro, com
acesso principal pela Rodovia Presidente Dutra (BR116) em Barra Mansa –RJ. Também se
pode chegar pela Rodovia dos Tropeiros (SP 068) a partir da BR116, em Cachoeira
Paulista.

Paulo Pereira dos Reis (1979), baseado em relatos de viajantes e fontes textuais
primárias, descreveu a presença de diversos grupos indígenas na região, comprovando a
diversidade cultural e o grande potencial que o local oferece para estudos arqueológicos.
As etnias indígenas que ocuparam o Vale do Paraíba foram: Maramomis, Terminós,
Tupiniquins, Guarulhos, Guaianás, Tamoios, Tupinambas, Goitacás e Puris. Os Puri, do
tronco linguístico Macro-Jê, deram ao rio local o nome de Banani, que significa rio sinuoso
(Bananal, 2019). Também há relatos de que os índios Guaianás (Guaianases) utilizavam
uma trilha ligando o Vale do Paraíba com o litoral, em Parati.

A cidade surgiu como entreposto para tropeiros que traziam ouro de Minas Gerais para
embarcá-lo para a Europa, em Parati e no Rio de Janeiro, integrando o “Caminho Velho
das Minas” no século XVII, também utilizado para o transporte de mantimentos, animais
e escravos (APÊNDICE 4.1.C.) (Motta, 1999 apudGagliardi,2017). Ainda no século XVII a
região teve um ciclo de extração de argila para a produção de tijolos e cerâmicas
(Gagliardi, 2017). Bananal foi fundada em 1785, tornou-se Freguesia de Lorena em 1811,
elevada à condição de Vila em 1832 e à de Cidade em 1849.

Após o ciclo do ouro, a região tornou-se uma das maiores produtoras de café do estado
de São Paulo, o que motivou seu apogeu no século XIX. Em 1836, Bananal era o segundo
maior e em 1854 era o maior produtor de café da província de São Paulo. No segundo
reinado, Bananal era o centro da economia nacional e a terceira receita municipal do
Estado. Também houve grande movimentação monetária envolvendo o tráfico de

61

Estação Ecológica de Bananal


escravos, que perdurou mesmo após a lei de 1850 que estabelecia o fim do tráfico
negreiro.

A cafeicultura fortaleceu a economia da região, fazendo surgir grandes fazendas,


palacetes e melhoramentos públicos no núcleo urbano. Em 1864 foi inaugurado o trecho
do Rio de Janeiro até Barra do Piraí da Estrada de Ferro Dom Pedro II (em 1889 mudou o
nome para Estrada de Ferro Central do Brasil – EFCB), por onde o café do Vale do Paraíba
passou a ser escoado. Os Barões do Café, elite do Império, financiaram obras como a
construção do ramal bananalense da estrada de ferro, que passava pelas fazendas mais
ricas e ia até Barra Mansa-RJ escoar a produção (Gagliardi, 2017) (APÊNDICE 4.1.D.).

Três fatores principais são atribuídos para a crise do café no Vale do Paraíba, no final do
século XIX, o esgotamento dos nutrientes do solo e a consequente queda da
produtividade, a questão escravista e o crescimento do cultivo do café no oeste paulista.
Este testemunho histórico dos Ciclos do Ouro e Café, aliado às riquezas naturais da
região, fornece um potencial turístico a Bananal, o qual, desde 1983, é classificado como
Estância Turística pelo Governo do Estado de São Paulo. Na década de 1970, Bananal
iniciou novo ciclo produtivo, voltado para o artesanato, com destaque para os trabalhos
em crochê de barbante, a produção de cachaça e doces artesanais (BANANAL, 2019).

Alguns municípios vizinhos ganharam importância econômica como Angra dos Reis,
fundada em 1556, onde estão instalados o TEBIG - Terminal Marítimo da Baía da Ilha
Grande da Petrobrás (1977) e as usinas nucleares Angra I (1972) e Angra II (1985). O EIA
– Estudo de Impacto Ambiental da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto - Angra 3
inclui o município de Bananal como AII - Área de Influência Indireta no raio de 50km
(APÊNDICE 4.1.E). A EE de Bananal fica, em linha reta, a 25km das usinas, que se situam
no distrito de Cunhambebe, município de Angra dos Reis, Estado do Rio de Janeiro
(ELETROBRÁS, 2006).

Em 1946 foi implantada a CSN – Companhia Siderúrgica Nacional em Volta Redonda,


vizinho a Barra Mansa, e utiliza um ramal ferroviário até o porto de Angra dos Reis para
seu abastecimento de carvão de coque e minério de ferro proveniente de Minas Gerais,
e para exportação de aço.

Com a inauguração da rodovia Presidente Dutra na década de 1950, que liga São Paulo
ao Rio de Janeiro, a importância da “Trilha do Ouro” em termos de circulação de
mercadorias e passageiros foi sendo paulatinamente diminuída, permanecendo apenas
seu caráter histórico-cultural (SÃO PAULO, 2009). Seu potencial turístico foi bem descrito
no Plano de Desenvolvimento Turístico de Bananal de 2017 (Gagliardi, 2017).

A Estação Ecológica de Bananal foi instituída pelo Decreto nº 26.890, de 12 de março de


1987, mas desde 1964 (Decreto nº 43.193) era considerada Reserva Florestal do Estado
de São Paulo.

Patrimônio Histórico, Cultural e Artístico

62

Estação Ecológica de Bananal


Em 1985 o CONDEPHAAT promoveu o tombamento do núcleo urbano da cidade por seu
valor histórico e arquitetônico - Centro Histórico de Bananal. Também foram tombados:
a Estação Ferroviária de Bananal, inaugurada em 1889;a estação metálica pré-moldada
em chapas duplas almofadadas e assoalhos de pinho de riga importada da Bélgica,
tombada em 1974; a sede da fazenda Resgate, também tombada pelo Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN e localizada a 10 km ao norte da cidade
de Bananal; e o Sobrado Aguiar Vallim, tombado em 1972, obra do século XIX em estilo
neoclássico (CONDEPHAAT, 2019). Nenhum destes bens, entretanto, localiza-se na área
de estudo.

Sítios arqueológicos

Trilha do Ouro

De acordo com FUNDAÇÃO FLORESTAL (2012), há um sítio arqueológico conhecido como


“Trilha do Ouro” dentro da EE de Bananal, descoberta por acaso por funcionários da
Estação; o caminho de pedra é mantido conservado e aberto à visitação pública
monitorada.

Este bem arqueológico não está cadastrado no Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos
- CNSA, do IPHAN.
A existência deste caminho, insere-se no contexto da hoje chamada “Estrada Real”, que
foi criada pela Coroa portuguesa no século XVII com a intenção de fiscalizar a circulação
das riquezas e mercadorias que transitavam entre Minas Gerais (ouro e diamante) e o
litoral do Rio de Janeiro, então capital da colônia e por onde saíam os navios para
Portugal. Sua extensão teria 1.200 km. Salienta-se que o trecho do caminho no município
não está presente na rota oficial da Estrada Real. É possível se pensar que este caminho
fosse parte do chamado Caminho Velho, que, vindo de Paraty, subia a Serra até o Vale do
Paraíba (APÊNDICE 4.1.F.).

A trilha no trecho da EE de Bananal não segue as curvas de nível do terreno, sendo suas
curvas direcionadas para o encontro de retas. Registram-se várias canaletas de
escoamento de águas pluviais, bem elaboradas e eficientes. Ao descer, a água encontra
uma barreira de rocha, com 0,20 m de altura, inclinada, que direciona a água pluvial para
fora da trilha, morro abaixo (APÊNDICE 4.1.G.) .

Ao todo, o trecho preservado da trilha na Estação Ecológica de Bananal apresenta 11


canaletas de escoamento de águas pluviais (APÊNDICE 4.1.H.).

Também são visíveis alguns recuos nas laterais da trilha, cuja função não pôde ser
determinada (APÊNDICE 4.1.I.). O calçamento da trilha não apresenta significativas
variações no tamanho ou forma de assentamento. Destaca-se que foram utilizados seixos
de rio, pois na época não havia a pólvora para estourar as pedras em loco, e o caminho,
portanto, era feito com pedras de mão.
É possível que a trilha tenha sido reformada em algum momento, mas não há vestígios
no trecho estudado. Com a chegada das estradas de ferro no Vale do Paraíba e com o

63

Estação Ecológica de Bananal


declínio do tráfico de escravos na segunda metade do XIX, o Caminho Velho do Ouro vai
deixando de ser utilizado, até ser abandonado em definitivo, em 1925.

O APÊNDICE 4.1.J. traz a ficha catalográfica do sítio arqueológico Trilha do Ouro. Os


APÊNDICES 4.1.K., 4.1.L., 4.1.M., 4.1.N., 4.1.O., 4.1.P., 4.1.Q e 4.1.R. ilustram outras
ocorrências arqueológicas na EE de Bananal, na sua área envoltória e no município de
Bananal.

Patrimônio Imaterial

O Plano de Desenvolvimento Turístico de Bananal (2017) indica algumas festas como


típicas de Bananal, embora não sejam tombadas como bens imateriais. São elas: carnaval
com blocos de rua (único na região); semana santa com baile de rua, no sábado de aleluia;
Corpus Christi, com ruas ornamentadas com tapetes feitos a mão pela população; festa
junina; festa de Santana em julho; e festa Senhor Bom Jesus do Livramento, padroeiro,
em agosto com shows e queima de fogos. É mencionado ainda o Encontro de
Motociclistas, que ocorre em setembro há 15 anos.

O município de Bananal faz parte do Circuito Vale Histórico, juntamente com os


municípios de Arapeí, Areias, Queluz, São José do Barreiro e Silveiras.

4.2. Ocupação humana

A situação fundiária da Estação Ecológica de Bananal encontra-se regularizada, é terra de


domínio público, não havendo moradores em seu interior.

4.3. Dinâmica demográfica

A UGRHI 2 abrange 34 municípios com suas sedes na bacia, em uma área de drenagem
de 14.444 km2 (5,8% do estado). Bananal, com seus 616 km², possui 10.560 habitantes
(0,024% da população do estado) (SEADE, 2018). É um dos 391 municípios com menos
de 20.000 habitantes do estado, que somados são 61% dos municípios, reúnem 7% da
população e ocupam 48% da área total do estado (APÊNDICE 4.3.B.).

A densidade demográfica de Bananal é de 17,13 hab/km², o que evidencia um baixo


adensamento populacional, equivalente a um décimo da densidade do estado, 177,2
hab/km² (Seade, 2017a).

Entre 2000 e 2010, a Taxa Geométrica de Crescimento Populacional Anual (TGCA) do


município de Bananal foi de 0,52% a.a., quase metade da taxa do estado no mesmo
período (1,09% a.a.). Entre 2010 e 2018 houve diminuição da TGCA do município, para
0,41% a.a., acompanhando uma dinâmica de diminuição generalizada para o estado
(0,82% a.a.). Fazendo uma projeção de crescimento demográfico com base na TGCA
registrada entre 2010 e 2018, a Fundação Seade prevê que a população de Bananal
chegue a 11.001 habitantes em 2030 (APÊNDICE 4.3.C.).

64

Estação Ecológica de Bananal


O grau de urbanização (% da população urbana) do município de Bananal foi de 79,79%
em 2010 e de 83,60% em 2018, enquanto para o Estado de São Paulo foi de 95,94% e de
94,52%, respectivamente. Os três principais setores censitários da área de estudo
analisados na presente caracterização são rurais e englobam uma população de 276
habitantes e 92 domicílios (SEADE, 2019) (APÊNDICE 4.3.D.).

4.4. Dinâmica econômica

Produção

O município de Bananal apresentou, em 2010, um PIB de R$ 120 milhões. Em 2016, seu


PIB foi de R$ 217 milhões, acréscimo de 81,6%, sendo que para o Estado de São Paulo o
acréscimo, no mesmo período, foi de 57,4%.

O Valor Adicionado Total de Bananal em 2010 foi de R$ 111 milhões. Na distribuição do


Valor Adicionado por setor da economia em 2010, percebe-se que o setor de serviços
predominou, com 60,8% do Valor Adicionado (seguindo a tendência do estado de SP)
seguido pelo setor de indústria (35%) e de agropecuária (4,3%). Em 2016 houve pequenas
alterações. O percentual dos setores de serviços e de agropecuária aumentaram,
chegando a 62,2% e 4,8% do Valor Adicionado total do município (R$ 202 milhões). A
participação do setor de indústria caiu para 32,9%, com um valor total de R$ 67 milhões
(IBGE, 2019) (APÊNDICES 4.4.B. e 4.4.C.).

Empregos

As principais atividades exercidas pelos municípios da microrregião de Bananal são a


pecuária, a agricultura, o artesanato e o pequeno comércio, além do turismo. A maior
fonte de renda do município encontra-se na rede de serviços, que agrega maior volume
de pessoas empregadas. A área de serviços é basicamente composta por serviços
administrativos, cargos públicos, transporte, alimentos e alojamentos (hotéis, pousadas
e afins) (GAGLIARDI, 2017).

No comparativo da tabela Relação Anual de Informações Sociais - RAIS entre 2010 e 2016,
houve diminuição no número de empregos referentes à criação de bovinos, que passou
de 208 para 185 em 2016 e à construção de rodovias e ferrovias, que passou de 502
empregos para 292. A administração pública teve pequeno acréscimo, passando de 431
para 455 empregos (RAIS, 2016) (APÊNDICES 4.4.D, 4.4.E. e 4.4.F.).

Atividades econômicas

O Levantamento Censitário das Unidades de Produção Agropecuária – LUPA, 2007/08,


descreve o número e a área total das Unidades de Produção Agropecuária – UPA,
diferenciando cada tipo de uso. Em Bananal, em 2007, 47% da área das UPA era de
vegetação natural seguida pela pastagem, 45%. Todas as UPA tinham área com
pastagem, dois terços tinham vegetação natural e metade delas tinham área com cultura
temporária. (SÃO PAULO, 2008) (APÊNDICE 4.4.G.).

65

Estação Ecológica de Bananal


Conforme indicada no APÊNDICE 4.4.A, foram analisados dados das pesquisas PAM, PVS
e PPM. A maior área colhida de lavoura permanente é a da banana, que entre 2010 e
2017, aumentou de cinco para oito hectares. A laranja permaneceu com três hectares de
área colhida (APÊNDICE 4.4.H.).

Na lavoura temporária a maior área plantada é de milho, que, entre 2010 e 2017, teve
diminuição de 11,7%, de 300 ha para 265 ha. A produção de mandioca, que em 2010 era
de 8 ha foi praticamente extinta. A área plantada de feijão permaneceu em 35 ha, e a de
cana-de-açúcar aumentou 400%, de 20 para 100 ha (APÊNDICE 4.4.I.).

Em 2010, a produção de madeira em tora originada da Silvicultura foi de 4.301m³. Na


aquicultura, em 2017, as produções de tilápia e truta foram de 35.000kg e 2.300kg
respectivamente, totalizando uma produção de 37.300kg para o setor.

Na produção de origem animal, a produção de leite aumentou 63,7% entre 2010 e 2017,
de 8.311 mil litros para 13.608 mil litros. A produção de mel de abelha saltou 245%, de
3.000 para 10.350 kg. A produção de ovos de galinha reduziu de 24 para 8 mil dúzias
(APÊNDICE 4.4.J.).

Os bovinos são o maior rebanho da pecuária, entretanto, entre 2010 e 2017, houve
diminuição de 26,8% no número de cabeças, de 22.000 para 16.101. Também houve
redução de suínos, de cerca de 50%. Outros rebanhos aumentaram o número de cabeças
no período 2010 a 2017, por exemplo, os bubalinos, tiveram aumento 53,75% e os ovinos
de 83,47% (APÊNDICE 4.4.K.).

4.5. Dinâmica social

Condições de vida

No município de Bananal não foram identificados aglomerados subnormais (APÊNDICE


4.5.A.).

Na área de estudo, que é rural, predomina o abastecimento de água por poços. Na área
urbana o abastecimento por água de rede é feito com captação no rio Bananal onde há
uma ETA – Estação de Tratamento de Água. Na área de estudo, nos três principais setores
censitários que envolvem a EE de Bananal, predominam domicílios com fossa séptica e
fossa rudimentar (APÊNDICE 4.5.B.). Na área urbana, o esgoto é coletado e tratado em
uma ETE (IBGE, 2011).

O município de Bananal faz disposição final dos resíduos sólidos coletados em aterro
sanitário em Barra Mansa no estado do Rio de Janeiro, procedimento também adotado
pelo município de Arapeí. Nas áreas rurais a coleta de lixo é intermitente ou não ocorre,
já nas áreas urbanas há coleta regular. O plano municipal de resíduos sólidos ainda não
foi elaborado (APÊNDICE 4.5.C.) (CETESB, 2019).

O município de Bananal apresentou um Índice de Desenvolvimento Humano Municipal


(IDH-M), em 2010, de 0,733, considerado um índice alto.
66

Estação Ecológica de Bananal


O Índice Paulista de Responsabilidade Social (IPRS) do município de Bananal permaneceu
com a classificação do Grupo 4, pois, tanto em 2008 quanto em 2014, o município
apresentou níveis baixos de riqueza, altos de longevidade e baixos de escolaridade.

Tanto o IDH-M quanto o IPRS não evidenciam possíveis desigualdades no interior do


município. Já o Índice Paulista de Vulnerabilidade Social (IPVS) deixa claro a desigualdade
social entre as porções urbanas e rurais do município de Bananal, pois é calculado por
setor censitário.

Na distribuição percentual da população em cada grupo de IPVS, Bananal tem a maioria


da população, 58%, no grupo 4, vulnerabilidade média. No grupo 2, vulnerabilidade muito
baixa, estão 10,6%. E nos grupos 5 e 7, vulnerabilidade alta, para áreas urbanas e rurais,
estão respectivamente 13,4% e 18% da população (APÊNDICE 4.5.D.).

Os setores censitários rurais estão no grupo 7 – Vulnerabilidade Alta ou estão sem


classificação. Os setores “não classificados” referem-se àqueles excluídos da análise.
Destaca-se que os quatro setores censitários da área de estudo não foram classificados
por terem baixa população (APÊNDICE 4.5.E.) (SEADE, 2019)

Matriz social

O município tem vocação para o desenvolvimento de atividades de turismo histórico,


rural, de paisagem e de esportes radicais, aproveitando sua estratégica situação
geográfica, entre as regiões metropolitanas de São Paulo e Rio de Janeiro. Destaca-se o
potencial de desenvolvimento do agroturismo por meio da produção de frutas e
hortaliças, bem como de queijos, cachaças e geleias artesanais.

Algumas associações se destacam, como Associação de Moradores e Proprietários do


Sertão do Ariró (AMPSA), que reúne proprietários das fazendas ao longo do Caminho do
Ariró, estrada de terra que dá acesso à EE de Bananal.

Algumas associações de caráter regional contam com representantes de Bananal, caso


da Associação Roteiros Caminhos da Corte (ARCCO), fundada em 2010 por empresários
do Vale Histórico. Entre as entidades locais, destaca-se a Associação Bananalense do
Turismo (ABATUR), fundada em maio de 2006, entidade com foco no desenvolvimento
do turismo do município que está com as atividades descontinuadas no município. Sua
função era fazer o receptivo aos turistas, através da apresentação e divulgação dos
atrativos, restaurantes e meios de hospedagem.

A Associação de Moradores e Amigos do Vale da Bocaina (AMOVALE), fundada em 2013,


tem como foco a preservação do meio ambiente e o estímulo ao desenvolvimento
socioeconômico e cultural da comunidade. Um dos eventos que promove é a Feira de
Bananal, em que os produtores locais vendem seus produtos orgânicos certificados e
produtos livres de agrotóxicos. Essa feira é realizada todos os sábados no Solar Aguiar
Valim. Outro projeto da AMOVALE é o “Som da Bocaina”, pelo qual músicos de várias

67

Estação Ecológica de Bananal


regiões do país se apresentam no Solar Aguiar Valim. Esse projeto atrai turistas
principalmente de regiões próximas a Bananal além de um público local.

O Sindicato Rural de Bananal é uma entidade tradicional da cidade, fundado em 1990,


com cerca de 300 sócios filiados, dentre os trabalhadores rurais da cidade.

O APÊNDICE 4.5.F. ilustra o resultado obtido em oficina com o Conselho Consultivo para
mapeamento dos atores estratégicos que tem relação com a UC, ocorrida em fevereiro
de 2019 em Bananal. Os atores mapeados foram classificados segundo sua proximidade
com a UC e tipo de relacionamento (bom, médio ou conflituoso). A maioria foi classificada
como parceiros, embora nem todos estejam próximos da UC, indicando a necessidade de
aproximação como a mídia da região, ONG AMO Bocaina, pesquisadores, moradores de
Bananal, CETESB entre outros. Entre os atores conflituosos foram citados os caçadores e
palmiteiros, produtores rurais, turistas do Rio de Janeiro e Rodovia SP 247. os conflitos
foram mapeados como vetores de pressão como caça, extração de recurso vegetais,
fogo, falta de informação sobre a categoria Estação Ecológica e seus usos admitidos e
acesso à UC.

4.6. Dinâmica territorial

Cobertura e uso do solo

Os APÊNDICES 4.6.B. e 4.6.C. apresentam o resultado do mapeamento do uso e ocupação


da terra no entorno de 3 km da Estação Ecológica de Bananal.

A cobertura vegetal natural, formada pela Floresta Ombrófila Densa, Refúgio


Vegetacional e Sistema Secundário da Floresta Ombrófila Densa, ocupa a maior parte do
entorno da EE de Bananal, somando 6.267,6 ha (84,7%). Essas florestas localizam-se em
áreas de relevo montanhoso1 onde predominam as serras alongadas2, sendo elas: Serra
da Carioca, Serra do Turvo, Sertão da Invernada e parte da Serra da Bocaina.

Conforme IBGE (2012), a característica ombrotérmica da Floresta Ombrófila Densa está


presa aos fatores climáticos tropicais de elevadas temperaturas (médias de 25º) e de alta
precipitação bem distribuída durante o ano (de 0 a 60 dias secos), o que determina uma
situação bioecológica praticamente sem período biologicamente seco. As áreas de
Floresta Ombrófila Densa são alvos de caçadores e palmiteiros por ainda abrigarem ricos
exemplares da fauna e flora local.

Além das Florestas Primárias, o entorno da EE de Bananal é ocupado por Florestas de


Formação Secundária da Floresta Ombrófila Densa. Esse tipo vegetacional soma 3.215,9
hectares (43,5 %), ocupando quase a metade da área de estudo. Distribui-se por todo o

1
Tipo de relevo onde predominam declividades médias a altas, acima de 15% e amplitudes locais acima e
300 metros. (Ponçano et al., 1981).
2
Serras alongadas – forma de relevo com topos angulosos, vertentes ravinadas com perfis retilíneos, por
vezes abruptas. Drenagem de alta densidade, padrão paralelo pinulado e vales fechados. (Ponçano et al.,
1981).
68

Estação Ecológica de Bananal


entorno da EEB, independentemente do tipo de relevo, exceto no setor norte da área
onde predominam pastagens e/ou campos antrópicos.

Segundo IBGE (2012), no sistema secundário (antrópico) estão incluídas todas as


comunidades secundárias brasileiras. São aquelas áreas onde houve intervenção humana
para uso da terra, seja com a finalidade mineradora, agrícola ou pecuária,
descaracterizando a vegetação primária. Assim sendo, essas áreas, quando abandonadas,
logo depois do seu uso antrópico, reagem diferentemente de acordo com o tempo e com
o uso. Porém, a vegetação que surge reflete sempre, e de maneira bastante uniforme, os
parâmetros ecológicos do ambiente. A sucessão vegetal obedece a um ritmo, ao refazer
o solo degradado pela ação predatória do homem. As perdas da matéria orgânica pelas
queimadas e dos elementos químicos do solo e pela lixiviação provocada pelas águas das
chuvas, empobrecem rapidamente os solos tropicais, que custam a se recuperar
naturalmente. A chamada vegetação secundária surge com o abandono da terra, após o
uso pela agricultura, pela pecuária e finalmente pelo reflorestamento e/ou florestamento
de áreas campestres naturais.

Conforme Carvalho et al. (1998) as áreas rurais do Vale do Paraíba passaram por vários
estágios agrícolas nos últimos cinquenta anos, substituindo-se o cultivo do café pelas
pastagens e pela criação extensiva de gado e diversificando-se a agricultura. Pode-se
dizer que a fisionomia da vegetação secundária atual em seus vários estágios de
regeneração é resultante do histórico de ocupação da área caracterizado pela sucessão
de atividades econômicas.

O “Refúgio Vegetacional” é constituído por cobertura vegetal arbórea baixa esparsa e


saxícolas que ocorrem em exposições rochosas e por cobertura vegetal de porte
herbáceo ou arbustivo, formando os campos de altitude. Ocupam 117,5 ha, (1,6%).
Localizam-se predominantemente nos “cumes litólicos” da Serra da Carioca e Serra do
Turvo.

Segundo IBGE (2012), toda e qualquer vegetação diferenciada nos aspectos florístico e
fisionômico-ecológico da flora dominante na região fitoecológica pode ser considerada
como um “refúgio ecológico”. Este, muitas vezes, constitui uma “vegetação relíquia”,
com espécies endêmicas, que persiste em situações especialíssimas, como é o caso das
comunidades localizadas em altitudes acima de 1800 metros. Os refúgios ecológicos,
condicionados por parâmetros ambientais muito específicos, apresentam, geralmente,
alta sensibilidade a qualquer tipo de intervenção. Áreas turfosas, em diferentes altitudes
e os cumes litólicos das serras, normalmente, suportam relictos vegetacionais. Estes
ambientes podem apresentar vegetação com fisionomia campestre, também conhecida
como campos de altitude ou arbustiva.

Os “Usos Agrícolas” são formados por pastagens e/ou campos antrópicos,


reflorestamentos (pinus, eucalipto e araucária), além de pequenos sítios e chácaras, que
ocupam 1.114,0 ha (15,1%) do entorno da EEB.

As áreas de pastagens e/ou campos antrópicos situam-se predominantemente no setor


norte da área de estudo e nos Vales dos Rios Bananal e Turvo. As pastagens do entorno
69

Estação Ecológica de Bananal


da EEB são formadas pela gramínea Urochloa(Brachiaria) decumbens, considerada como
espécie com alto potencial invasor em campos nativos. As pastagens localizadas nos Vales
dos Rios Bananal e Turvo apresentam alto grau de degradação ocasionado
principalmente pelo emprego de técnicas primitivas como o uso do fogo para renovação
das mesmas por parte dos produtores rurais, fato observado durante trabalho de campo.

Além disso, constatou-se a ocorrência de erosões generalizadas em forma de sulcos e


voçorocas, e ao longo de vertentes nessas áreas de pastagem, fato acentuado pelas
declividades acentuadas da região. Esses processos erosivos são desencadeados a partir
do desmatamento, manejo inadequado do solo e o pisoteio animal intensivo.

Já os Reflorestamentos, de espécies exóticas (pinus e eucaliptos) e araucária com sub-


bosque nativo, somam 335,9 ha (6,7 %) do entorno e localizam-se predominantemente
ao sul da EE de Bananal em relevo de morros paralelos. São encontrados na Fazenda
Conceição do Rio do Braço e no Sertão do Rufino. Sítios e chácaras ocupam áreas de
pequenas extensões, localizando-se preferencialmente no Vale do Rio Bananal.

Os reflorestamentos de araucária ocupados por sub-bosque de espécies nativas (27,4 ha


- 0,4%) apresentam aspecto florestal, com fisionomia não relacionada à exploração
comercial. Tal situação permite a regeneração de parte da vegetação nativa que ocorre
no entorno propiciando o retorno de espécies da fauna a esses locais. Nesse caso, a
retirada da madeira seria extremamente danosa à vegetação nativa, que ao longo das
décadas se recuperou. Em favor do contínuo estabelecido pelos reflorestamentos
sugere-se que não haja retirada dos reflorestamentos, que agora tem a função de
proteção à flora, fauna e solo. Além disso, as condições topográficas não são favoráveis
a quaisquer formas de exploração comercial nessas áreas de reflorestamento.

A categoria sítio e/ou chácara ocupa apenas 3,3 ha (0,04%) e é encontrada


principalmente no Vale do rio Bananal. Por outro lado, conforme Carvalho et al. (1998),
os confrontantes com a EEB são, em sua maioria, grandes propriedades. As principais
áreas rurais do entorno (Sertão do Turvo, Sertão da Madeirit e Fazenda Conceição do Rio
do Braço) exercem as seguintes pressões antrópicas sobre a EEB: extração ilegal de
recursos florestais, dentre eles o palmito e a caça (principalmente na região da Serra do
Turvo); extração de recursos madeireiros; e transformação da paisagem em áreas de
pasto com a consequente invasão de braquiária.

Para o grupo “Outros Usos” destaca-se Área queimada que ocupa 17,3 ha (0,2%). Está
situada ao norte, cerca de 2 km do limite da Estação Ecológica de Bananal. Esta Área
queimada é apenas uma pequena parcela do incêndio florestal que ocorreu na Serra da
Bocaina no final de setembro de 2017 e que consumiu cerca de 1,2 mil hectares
(https://g1.globo.com/sp/vale-do-paraiba-regiao/noticia/serra-da-bocaina-e-
monitorada-apos-incendio-na-mata-ser-controlado.ghtml).

O uso da terra predominante no entorno de 3 km da Estação Ecológica de Bananal é


caracterizado pela presença de cobertura vegetal natural. Os remanescentes de
vegetação nativa formam um contínuo florestal com duas outras importantes Unidades
de Conservação, o Parque Nacional da Bocaina e o Parque Estadual Cunhambebe,
70

Estação Ecológica de Bananal


localizados no estado de São Paulo e no Rio de Janeiro, respectivamente. A conexão das
florestas primárias e secundárias do entorno de 3 km da Estação Ecológica de Bananal
com as referidas Unidades de Conservação, propiciam condições para a recomposição e
enriquecimento da flora e fauna locais que, no entanto, sofrem ação de caçadores e
palmiteiros e com a transformação da paisagem natural e o turismo desordenado.

O mapeamento do Uso e Ocupação da Terra realizado em 2012 também foi


disponibilizado nos APÊNDICES 4.6.D e 4.6.E para uma área maior do que os 3km. Embora
a área e as porcentagens de cobertura sejam diferentes em termos absolutos para cada
classe nos dois anos, é possível perceber que os usos continuaram os mesmos, sendo a
porcentagem de vegetação natural predominante, seguido por pastagens/campos
antrópicos e reflorestamentos.

Infraestrutura linear

A Estrada da Madeirith,localizada no Sertão do Ariró, possui cerca de 30 Km de pista de


rodagem desprovida de impermeabilização e suporte operacional rotineiro de
manutenção (cantoneiro), possuindo dois trechos de aproximadamente 800 metros que
perpassam pelo interior da unidade de conservação. Atualmente, a gestão está apoiando
a Prefeitura Municipal de Bananal na elaboração de um Plano de Gestão Operacional,
prerrogativa técnica que se encontra no Decreto estadual nº 53.146 de 20 de junho de
2008.

Infraestrutura de saneamento ambiental

Conforme indicado no item 4.5. (Dinâmica Social), na área de estudo predomina o


abastecimento de água por poço, o esgoto com fossas sépticas ou rudimentares e a
coleta de lixo é intermitente.

Consumo de água e energia

A avaliação dos pontos de outorga para uso dos recursos hídricos foi feita com base em
dados disponibilizados pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São
Paulo (DAEE) referentes ao ano 2015. No município de Bananal há seis outorgas para
água subterrânea e seis para água superficial, entre as quais uma outorga para
abastecimento público, três para indústria e três para uso rural. Na área de estudo não
há pontos de outorga.

Empreendimentos e autorizações de supressão de vegetação

Em consulta aos arquivos da CETESB, na área de estudo não foram identificados


empreendimentos sujeitos ao licenciamento. Isso pode ser explicado em função da
localização da UC em região de ocorrência de maciço montanhoso com vegetação em
estágio avançado de preservação e, portanto, de baixo nível de ocupação humana.

Assim, foram considerados para essa análise dois grandes empreendimentos que tem o
município de Bananal como área de influência direta (AID) – como é o caso da PCH do
71

Estação Ecológica de Bananal


Braço localizado a 10km a jusante da EE de Bananal - e como área de influência indireta
(AII), como é o caso de Angra III.

PCH do Braço

Para o meio antrópico, a AII do empreendimento englobou o município que possui terras
afetadas pelo empreendimento. Por este critério, foram considerados os seguintes
municípios: (1) Rio Claro - RJ, com 619,0 km² de área, pertencente à mesorregião Sul
Fluminense e à Região de Governo Médio Paraíba; e (2) Bananal - SP, com 841,0 km2 de
área, pertencente à região administrativa de São José dos Campos e à Região de Governo
de Cruzeiro. Os impactos verificados para este meio não implicaram influência na
dinâmica socioeconômica dos polos municipais de atração regional, sendo estes
impactos, em sua maioria, de pequena ou média importância e magnitude para os
próprios municípios contemplados na área de influência indireta do empreendimento.

Para o meio físico e biótico, foi considerado um recorte geográfico marcado pela
homogeneidade de paisagem, definindo-se, desta maneira, uma região que se aproxima
de uma área natural de análise. Desta forma, adotou-se a bacia do rio do Braço, com área
de 170.785,5 km², como trecho sob influência indireta do empreendimento, tendo como
limites norte e sul da bacia, a Serra da Carioca e a Serra do Mar (APÊNDICE 4.6.F.).
Os estudos apontam que a totalidade do município de Bananal está inserido na área de
influência indireta – AII em relação ao meio antrópico, e parcialmente em relação ao meio
físico e biótico. A área de influência direta - AID abrange uma parcela pequena do
município e Bananal (APÊNDICE 4.6.G.).

Dentro da Área de Influência do empreendimento (Rio Claro (RJ) e Bananal (SP),


localizados na fronteira entre Rio de Janeiro e São Paulo), foram identificadas quatro
unidades de conservação, estando duas sobrepostas, sendo que três delas estão no
município de Bananal. São elas: APA de Bananal, Estação Ecológica de Bananal e APA da
Bacia do Rio Paraíba do Sul (APÊNDICE 4.6.H.).

A APA Municipal do Bananal atinge cerca de 50% do município de Bananal, e se encontra


totalmente inserida dentro dos limites da AII tanto em relação ao meio físico e biótico
como em relação ao meio antrópico. A Estação Ecológica de Bananal também está
totalmente inserida dentro dos limites da AII, tanto em relação ao meio físico e biótico,
como em relação ao meio antrópico. A APA da Bacia do Rio Paraíba do Sul encontra-se
inserida apenas na AII em relação ao meio antrópico.

No Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental (EIA RIMA) destaca-


se como medida mitigadora e compensatória recomendada o Programa de Consolidação
de Unidade de Conservação, pelo qual o órgão ambiental competente deve definir as
ações a serem adotadas pelo empreendedor. Este estudo indicou a presença de
fragmentos florestais importantes na área de influência da PCH do Braço, recomendando
sua proteção e conexão através do estabelecimento de corredor ecológico. Já existem
tratativas da atual empresa responsável pelo empreendimento com a Fundação Florestal,
para viabilizar as medidas compensatórias, entretanto este empreendimento está sendo
vendido, o que talvez dificulte as tratativas iniciadas.
72

Estação Ecológica de Bananal


Usina Angra III

Segundo EIA-RIMA do empreendimento (2009), a AII para este estudo foi definida como
a área limitada por uma circunferência de raio 50 quilômetros (AII-50 km) e centro no
local previsto para a construção do reator da Unidade 3 da Central Nuclear Almirante
Álvaro Alberto (CNAAA), conforme mapa abaixo (APÊNDICE 4.6.I.).

Nos estudos do meio socioeconômico, a AII abrangeu parcialmente ou totalmente a área


de 14 municípios, pertencentes aos Estados do Rio de Janeiro e de São Paulo: Ubatuba,
Cunha, Lorena, Silveiras, Areias, São José do Barreiro, Araperi e Bananal, integrantes da
mesorregião Vale do Paraíba, e Parati, Angra dos Reis, Mangaratiba, Rio Claro, Barra
Mansa e Resende, pertencentes à mesorregião Sul Fluminense.

Foram definidas duas áreas de influência direta, limitadas por circunferências centradas
no local previsto para a instalação do reator da Unidade 3 da CNAAA, porém com raios
distintos: 15 (AID-15 km) e 5 quilômetros (AID-5 km), conforme APÊNDICE 4.6.J. A área
de influência direta com raio de 15 km (AID-15 km) abrangeu os distritos de Angra dos
Reis, Mambucaba, Cunhambebe e Tarituba, situados nos municípios de Angra dos Reis e
Parati, no Estado do Rio de Janeiro. A área de influência direta com raio de 5 km (AID-5
km) abrangeu a localidade do Frade, o Sertãozinho do Frade, o Condomínio do Frade e a
área em torno da CNAAA, no distrito de Cunhambebe; a vila residencial de Praia Brava
(vila dos funcionários da CNAAA), os condomínios Barlavento, Praia Vermelha e Goiabas
e a Vila Histórica de Mambucaba, no distrito de Mambucaba.

Os impactos sobre o meio biótico durante a fase de implantação do empreendimento


ficarão restritos basicamente ao ambiente terrestre. Desta maneira, os impactos que
poderão repercutir negativamente serão aqueles decorrentes especialmente das
atividades mínimas de terraplanagem, do ruído e da movimentação de pessoas. Segundo
o EIA, os possíveis impactos ambientais em relação ao meio biótico, na fase de
implantação, não atingiriam o município de Bananal assim como a Estação Ecológica de
mesmo nome. O impacto mais próximo se dá através da Pressão para a ocupação de
áreas protegidas:“pressão para a ocupação de áreas protegidas - Potencialmente, a APA
de Tamoios e o Parque Nacional da Serra da Bocaina, nas proximidades das áreas
urbanas”(EIA ANGRA III, 2009).

A maioria dos impactos citados para o meio antrópico, na fase de implantação do


empreendimento, refere-se ao aumento de população. Esse fator é decorrente da oferta
de trabalho direto e indireto. Os locais mais atingidos são os distritos de Cunhambebe,
onde se localiza a CNAAA, e de Mambucaba, onde se encontra a vila residencial de Praia
Brava, da Eletronuclear, no distrito de Tarituba, local da vila residencial de parte dos
funcionários da empresa, e nos municípios de Parati, Angra dos Reis e Rio Claro.

Os municípios localizados no estado de São Paulo que estão na área de influência indireta
(Bananal, São José do Barreiro, Arapeí, Cunha, Areias, Silveira) foram pouco citados no
EIA.

73

Estação Ecológica de Bananal


Pouca informação se tem sobre as Unidades de Conservação no EIA - o Volume 3. Meio
Biótico - cita apenas as Unidades de Conservação do Estado do Rio de Janeiro. Apenas no
Volume 4. Meio Socioeconômico - onde há uma descrição sucinta sobre as UCs - é citada
a Estação Ecológica de Bananal.

O EIA RIMA de Angra III propõe alguns programas relacionados à Saúde Pública e
Monitoramento Radiológico. Entretanto não foi descrito nesse documento um Plano
Integrado de Emergências para Angra III, como o APELL (UNEP,1988), por exemplo.
Encontramos no site: http://www.eletronuclear.gov.br/seguranca/ uma citação do plano
de emergência da Central Nuclear - Angra 1 e Angra 2, prevendo a proteção da população
residente em uma área de até 5 km em torno da Central Nuclear.

O Programa de Saúde Pública ocorre na forma de ações de convênios, apenas com as


prefeituras de Angra dos Reis e Parati. O Programa de Monitoração Ambiental
Radiológico Operacional tem como objetivo o monitoramento dos níveis de radiação,
verificando se os valores obtidos se encontram dentro das normas vigentes.

Com respeito a Unidades de Conservação, foi previsto um Programa de Controle


Ambiental da Área da Estação Ecológica de Tamoios, onde se pretende auxiliar a ESEC,
na forma de ações de apoio e suporte à Unidade de Conservação, por meio de seus
programas ambientais, principalmente, o de Educação Ambiental.

Ocorrências e infrações ambientais

A caracterização das ocorrências e infrações ambientais que afetam a unidade de


conservação tem por objetivo apresentar indicativos dos vetores de pressão e conflitos
negativos identificados e espacializados na área da Estação Ecológica de Bananal, tanto
dentro dos limites da unidade como em seu entorno.

O levantamento contou com dados secundários, priorizando-se:

• Informações do Plano de Ação de Fiscalização da Estação Ecológica de Bananal;


• Dados e registros:
o das ocorrências de incêndio florestal registradas pela Estação Ecológica de
Bananal no âmbito da Operação Corta Fogo, entre os anos de 2014 e 2018;
o das ações e ocorrências registradas pela Estação Ecológica de Bananal nas
ações de fiscalização realizadas no âmbito do Sistema Integrado de
Monitoramento de Unidades de Conservação (SIM) e espacializadas no
território da UC, entre os anos de 2013 e 2018;
o dos Autos de Infração Ambientais lavrados e espacializados na área da
Estação Ecológica de Bananal, entre os anos de 2013 e 2018.

A partir dos levantamentos foi realizada a análise quantitativa e qualitativa dos dados
secundários, a fim de identificar as dinâmicas do território e subsidiar o mapeamento de
indicativos negativos de pressão e conflitos, bem como as áreas de maior vulnerabilidade
na área da Estação Ecológica de Bananal, conforme APÊNDICE 4.6.K.

74

Estação Ecológica de Bananal


Incêndios Florestais

Foi realizada uma avaliação do comportamento espaço-temporal de focos de calor no


território do entorno da unidade de conservação, entre os anos de 2001 a 2018,
utilizando-se dados teledetectados por satélites (geoestacionários e polares), e
disponibilizados gratuitamente pelo Programa Queimadas (INPE/CPTEC) baseados na
frequência absoluta e coordenadas geográficas dos focos de calor para o município de
Bananal-SP.

A maior concentração de focos de calor, representados pelas machas vermelhas, indica


que na região do vale do Rio Bananal, próximo a Serra dos Palhares, região limítrofe com
a unidade de conservação, a atividade do fogo é mais intensa e frequente. Sendo assim,
os resultados obtidos, com base na configuração do adensamento de focos de calor em
machas, apontaram para intensa atividade do fogo nas proximidades do limite da zona
de amortecimento (buffer de 3 Km), colocando o interior da unidade de conservação sob
status de vulnerabilidade(Neto, 2019) (APÊNDICE 4.6.L.).

Este resultado encontra-se relacionado ao uso e a ocupação do solo na área,


representada por pastagens degradas e sob baixa intensidade de manejo, onde o fogo é
ferramenta secular empregada na “renovação” do pasto – principalmente na época de
estiagem (inverno/primavera). Além disso, podemos citar também, como fator favorável
à ocorrência de incêndios florestais e queimadas, a presença de um trecho da rodovia
estadual SP-247, via de intenso fluxo de veículos e pessoas (NETO, 2019).

Baseando-se em dados qualitativos, obtidos por meio do diálogo com munícipes e


agentes públicos, o uso do fogo na região encontra-se arraigado à cultura local. Na
história de uso e ocupação desta paisagem, é frequente a menção de queimadas e
incêndios florestais, relacionados diretamente as atividades agrossivilpastoris seculares
(cafeicultura/Século XIX) e marcantes para o processo econômico do território
(pecuária/Século XX) (Neto, 2019).

Os dados da Operação Corta – Fogo, levantados entre os anos de 2014 e 2018, indicam
o registro de cinco incêndios florestais na área de entorno da Estação Ecológica de
Bananal, sendo um incêndio em 2014 e quatro no ano de 2017 (APÊNDICE 4.6.L. e
4.6.M.).A maior parte dos incêndios teve como origem atividades criminosas e foi
combatida com esforços dos funcionários da Fundação Florestal e do Instituto Florestal,
contando com o apoio de moradores do entorno e de órgãos e instituições parceiras,
como Prefeitura Municipal, Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e Polícia Militar Ambiental.
A ocorrência de maior proporção ocorreu no mês de setembro de 2017, atingindo cerca
de 586 hectares de propriedades no entorno da unidade e abrangendo vegetação nativa
da Mata Atlântica e vegetação em regeneração. O combate ao incêndio contou com a
colaboração do grupamento aéreo da Polícia Militar e com a atuação de mais de 130
pessoas.

75

Estação Ecológica de Bananal


Apesar da parceria da EEB com a Polícia Militar Ambiental, que atua em diligências de
fiscalização rotineira, o impedimento do uso do fogo é tarefa árdua, e requer ações que
vão de encontro à formação de uma nova consciência ambiental e econômica. Ressalta-
se, por fim, a importância de campanhas educativas, que debatam o tema
transversalmente, nas mais diferentes instâncias municipais, envolvendo o poder
público, unidade de conservação e sociedade (Neto, 2019).

Obras irregulares e atividades ilegais

De acordo com relatório interno (Fundação Florestal, 2012), os esforços para proteção
da Estação Ecológica de Bananal foram impulsionados a partir de 1994, no âmbito do
Projeto de Preservação da Mata Atlântica (PPMA), com aplicação de recursos de
cooperação financeira entre o governo brasileiro e a República Federal da Alemanha, por
intermédio do banco estatal KfW Entwicklungsbank.

O desenvolvimento do projeto priorizou a estruturação e operacionalização das


atividades de proteção e fiscalização, com contratação de obras, aquisição de
equipamentos, além de elaboração do Plano de Gestão Ambiental – PGA, que teve como
objetivo mapear os principais problemas da unidade, dentre os quais foram destacados:
extração de palmito, em especial na parte norte da Estação; caça de animais silvestres,
principalmente por motivos esportivos e praticada por grupos de outras regiões do Vale
do Paraíba; visitação desordenada e despejo de resíduos na porção compreendida pelo
Rio das Cobras; desconhecimento da UC e de seus limites; uso do fogo em atividades
agrossilvipastoris em áreas contíguas à Estação; extração de recursos florestais, em
especial de madeira para uso doméstico (mourões, tora, lenha).

Entre os anos de 1998 a 2007, como segundo componente do PPMA, foi desenvolvido o
Plano Operacional de Controle – POC, que visava a união de esforços para a proteção e o
planejamento de ações conjuntas de fiscalização das áreas de Mata Atlântica,
englobando instituições com atribuição de fiscalização e licenciamento e a realização de
reuniões periódicas para o estabelecimento de ações e avaliação de seus resultados.

Com a implantação do Sistema Integrado de Monitoramento de Unidades de


Conservação – SIM (Resolução SMA 76/2012), em 2012, envolvendo a articulação entre
a Fundação Florestal, a então Coordenadoria de Fiscalização Ambiental e a Polícia Militar
Ambiental, foi realizado novo diagnóstico situacional de problemas da unidade, o qual foi
revisado em 2017, com participação do gestor da unidade e do comando local de
policiamento ambiental. Neste diagnóstico, que compõe o Plano de Ação de Fiscalização
da Estação Ecológica de Bananal (SÃO PAULO – SIMA – CFB, 2019), as áreas com maior
vulnerabilidade se localizam no entorno da unidade, em especial nas porções sudoeste
(Alto da Bocaina), norte (Serra da Bocaina) e nordeste (Bairro dos Coqueiros), com
apontamento de problemas caracterizados como muito críticos como a caça, os
incêndios e queimadas, a extração de palmito e de produtos e subprodutos da flora. Nas
áreas com maior adensamento populacional (antropizadas) localizadas à Norte e à
Sudoeste, também são identificados problemas relacionados à ocupação humana, ao
acesso irregular, à captação irregular de água e ao descarte de resíduos sólidos. Ainda, à

76

Estação Ecológica de Bananal


Sudoeste da unidade, registra-se preocupação com a visitação desordenada em área de
entorno imediato da Estação, devido à existência de cachoeiras.

Nas ações de fiscalização e vistorias realizadas pela unidade e pela Polícia Militar
Ambiental, entre os anos de 2013 e 2018 no âmbito do SIM, observa-se que a grande
maioria dos registros, 493 ações, não indica indícios de ocorrências, o que segue o mesmo
padrão de anos anteriores (Fundação Florestal, 2012). No entanto, dentre as ocorrências
identificadas no período, a maior parte está associada ao fogo, com 11 registros
localizados nas porções de maior vulnerabilidade (Alto da Bocaina à Sudoeste; Serra da
Bocaina ao Norte; e Bairro dos Coqueiros à Nordeste). Há registro de ocorrências
relacionadas à supressão de vegetação, com um total de quatro registros que indicam
extração irregular de palmito Jussara e abertura de trilhas ou estradas, em especial na
porção à Nordeste da Estação, além de um registro relativo à apanha de passeriformes e
um de vandalismo.

Embora haja baixo número de registros de ocorrências, verifica-se necessidade de


monitorar e aprimorar a atuação da fiscalização ambiental, a fim de alcançar áreas de
maior dificuldade de acesso e planejar estratégias para combate à caça, à extração
irregular de produtos florestais e à visitação desordenada.

Autos de Infração Ambiental

De acordo com os registros de autos de infração ambiental lavrados pela Polícia Militar
Ambiental na área da Estação Ecológica e entorno, entre os anos de 2013 a 2018, verifica-
se um total de 40 autuações, todas localizadas no entorno da unidade, em especial nas
áreas à Sudoeste e à Nordeste. Dentre as infrações registradas, 33 autuações estão
relacionadas à supressão de vegetação nativa, na maioria em áreas de preservação
permanente e há três registros que indicam o armazenamento ou depósito irregular de
produtos e subprodutos florestais. As demais autuações se relacionam à fauna,
particularmente à manutenção de animais em cativeiro.

77

Estação Ecológica de Bananal


5. JURÍDICO-INSTITUCIONAL

Instrumentos de ordenamento territorial

Plano de Bacia do Rio Paraíba do Sul


O Plano de Bacia do Rio Paraíba do Sul foi elaborado em 2006 e revisto e atualizado em
2016 (VALE VERDE, 2006). O documento apresenta a caracterização física da UGRHI, com
enfoque na disponibilidade e demanda hídrica, qualidade das águas, situação com
relação ao saneamento básico, e programa de investimentos (SÃO PAULO, 2016)

Plano Diretor de Bananal

O Plano Diretor de Bananal, instituído pela Lei Complementar nº 016/2014, define cinco
Macroáreas e Núcleos Urbanos, entre elas a Macroárea de Proteção Ambiental (MAPA).
Não há mapa do zoneamento rural, apenas do zoneamento interno ao perímetro urbano
(BANANAL, 2014).

A MAPA (Macroárea de Proteção Ambiental) é composta por três categorias de zonas: a


Estação Ecológica de Bananal, a Zona de Recuperação Ambiental – ZORA e as ZIAs - Zonas
de Interesse Ambiental, constituídas por áreas de APPs e áreas de vegetação expressiva,
de mata heterogênea, apresentando expressiva formação arbórea, comportando
espécies em regeneração, disseminadas pela MAPA e por todo o território municipal (Art.
126).

O Plano Diretor determina que todas as áreas categorizadas como ZIA (matas nativas,
matas regeneradas ou em estado de regeneração, áreas reflorestadas, desde que não
homogêneas, áreas de vegetação expressiva, áreas da Estação Ecológica e áreas
contíguas ao Parque Nacional da Serra da Bocaina serão preservadas em conformidade
com a política ambiental do município, ou recuperadas quando for o caso (Art.115).

Ainda que não componham a área territorial da MAPA, todas as áreas de vegetação
expressiva, matas naturais e/ou em regeneração, denominadas ZIAs, passam a ter seus
usos e ocupação regulados pelos mesmos critérios atribuídos à MAPA (Art.114, §1º).

As áreas pertencentes à EE de Bananal e as que vierem a ser definidas como Zonas de


Amortecimento da Estação Ecológica e do Parque Nacional da Serra da Bocaina, e, ainda,
as áreas definidas como Corredores Ecológicos e as Reservas Particulares do Patrimônio
Natural – as RPPN que vierem a ser criadas, obedecerão a restrições específicas de usos
e ocupação (Art. 114, §2º).

Foram atribuídas as seguintes diretrizes de conservação para a MAPA: I- preservação dos


recursos naturais e a biodiversidade; II- proteção da fauna, da vegetação nativa e
mananciais; III- recuperação de áreas que se demonstrem adequadas à proteção e/ou
recuperação dos mananciais; e IV- ocupação admitida com taxas de 5% da área,

78

Estação Ecológica de Bananal


atividades de lazer e de cultura, silvicultura e outras formas de ocupação sustentável (Art
127).

Na MAPA foram permitidos os usos: exploração agrícola sustentável (apicultura,


agricultura familiar, cultivo de essências naturais, flores, criação de trutas);
lazer/recreação e outras que não constituam risco ambiental; práticas ecológicas e de
educação ambiental; chácaras de lazer (com parcelamentos de área mínima de
20.000m²); e áreas para campings e áreas para esportes radicais, desde que respeitem as
condicionantes estabelecidas (Art. 128).

O Plano Diretor proibiu na MAPA (Art. 129) o emprego de agrotóxicos e culturas


transgênicas; os desmatamentos e quaisquer intervenções em ZIA, APP e APM; plantio
de pinus e eucalipto; instalações industriais, empresariais ou empreendimentos
condominiais de qualquer natureza e convalidou, nos termos da legislação federal (Art.
3, IV da Lei 12.651/12), as edificações e benfeitorias ou atividades agrossilvipastoris,
preexistentes a 22 de julho de 2008.

Além da MAPA, o Plano Diretor definiu a MARU – Macroárea Rural, que compreende toda
a porção do território externa ao perímetro urbano, onde indica que deve ser incentivada
a diversificação da produção agrícola. Compõem a MARU, as zonas de interesse
ambiental – ZIAs, as zonas de desenvolvimento agropecuário – ZDA e os bairros rurais.

O Plano Diretor institui, por fim, Projetos Estratégicos Ambientais. O Projeto Estratégico
Ambiental 01, PEA 01, prevê a implantação da Zona de Recuperação Ambiental (ZORA)
na área do Sertão da Bocaina, iniciando a 500m (quinhentos metros) do entroncamento
da SP-247, com estrada que liga a São José do Barreiro e terminando na divisa com o
município de Angra dos Reis. O Projeto Estratégico Ambiental 02, PEA 02, tem, entre
outros, o objetivo de implantar espaço de referência à cultura do Meio Ambiente e à
realização de cursos de Educação Ambiental na Estação Ecológica de cunho laboratorial
e, como estratégia, articulação com o Governo do Estado de São Paulo visando a
formalização de um convênio que viabilize o Projeto Estratégico (Arts. 409 a 416).

Outras Unidades de Conservação e Áreas Protegidas

A Reserva da Biosfera da Mata Atlântica - RBMA, cuja área foi reconhecida pela UNESCO
em seis fases sucessivas entre 1991 e 2008, foi a primeira unidade da Rede Mundial de
Reservas da Biosfera declarada no Brasil. A Estação Ecológica de Bananal é uma Zona
Núcleo - ZN – da RBMA, que são áreas legalmente protegidas e claramente delimitadas
no território. A maior parte da área de estudo da EE de Bananal está incluída na Zona de
Amortecimento da RBMA (APÊNDICES 5.1.e 5.2.).

A RBMA tem como principais funções: conservar a biodiversidade e seus demais atributos
naturais, inclusive a paisagem e os recursos hídricos; valorizar o patrimônio social, étnico
e cultural das comunidades a elas vinculadas; incentivar o desenvolvimento econômico,
social e cultural, de forma sustentável; e apoiar e divulgar os projetos de educação
ambiental, capacitação e pesquisa científica (BRASIL, 2016).

79

Estação Ecológica de Bananal


A Estação Ecológica de Bananal compõe o Mosaico Bocaina, reconhecido pela Portaria
MMA no 349, de 11/12/2006. O mosaico de unidades de conservação da região da Serra
da Bocaina abrange as unidades de conservação e suas zonas de amortecimento,
localizadas no Vale do Paraíba do Sul, litoral do Estado do Rio de Janeiro e litoral norte do
Estado de São Paulo (Parque Nacional da Serra da Bocaina, Estação Ecológica Tamoios,
APA Cairuçu, APA de Tamoios, Reserva Biológica da Praia do Sul, Parque Estadual Marinho
do Aventureiro, APA Baia de Parati, Parati-Mirim e Saco do Mamanguá, Parque Estadual
da Serra do Mar - Núcleos Picinguaba, Cunha e Santa Virgínia, Parque Estadual Ilha
Anchieta e Estação Ecológica de Bananal). Ao Conselho Consultivo compete, entre outras
atividades, propor diretrizes e ações para compatibilizar, integrar e otimizar as atividades
desenvolvidas em cada unidade de conservação e a relação com a população residente
na área do mosaico (BRASIL, 2006).
O Parque Nacional da Serra da Bocaina, foi criado pelo Decreto no 68.172/1971 e alterado
pelo Decreto no 70.694/1972. Apesar de o Parque Nacional estar localizado a mais de 10
km da EE de Bananal, pequeno trecho de sua zona de amortecimento (aproximadamente
1.185 ha) sobrepõe-se à parte sudoeste da área de estudo (BRASIL, 2002) (APÊNDICE 5.3
e 5.4.).

A APA da Bacia do Rio Paraíba do Sul, criada pelo Decreto Federal no 87.561/1982, dispõe
sobre as medidas de recuperação e proteção ambiental da Bacia Hidrográfica do Rio
Paraíba do Sul (GOVERNO FEDERAL, 1982). A APA abrange os estados de São Paulo, Rio
de Janeiro e Minas Gerais, entretanto, somente os trechos da bacia que se encontram
em território paulista foram mapeados pelo ICMBio e constam no Cadastro Nacional de
Unidades de Conservação. O trecho da APA mais a Leste no estado de São Paulo
sobrepõe-se à parte noroeste da área de estudo da EE de Bananal, ficando a apenas 150m
da UC (APÊNDICE 5.3, 5.4 e 5.5). O Decreto prevê o estabelecimento de zoneamento e de
normas a fim de proteger os mananciais de abastecimento da bacia hidrográfica do Rio
Paraíba do Sul, a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a
sustentabilidade do uso dos recursos naturais. Está prevista, por exemplo, a proibição de
implantação de indústrias potencialmente poluidoras, capazes de afetar mananciais de
água; a realização de obras de terraplenagem e a abertura de canais, quando essas
iniciativas importarem em sensível alteração das condições ecológicas locais; o exercício
de atividades capazes de provocar acelerada erosão das terras ou acentuado
assoreamento das coleções hídricas; o exercício de atividades que ameacem extinguir as
espécies raras da biota regional. Segundo o Cadastro Nacional de Unidades de
Conservação, a referida UC não possui Plano de Manejo nem Conselho Consultivo
(BRASIL, 2019).

Ressalta-se que 28,8% da área de estudo possui regramentos específicos em função de


Unidades de Conservação vizinhas à EE: 12,8% da área encontram-se sobrepostos à APA
da Bacia do Rio Paraíba do Sul e 16% encontram-se sobrepostos à Zona de
Amortecimento do PARNA da Bocaina, segundo a delimitação constante do Plano de
Manejo deste Parque (APÊNDICE 5.5.).

Há duas Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN) no município de Bananal: a


RPPN da Chácara Santa Inês e a RPPN do Rio Vermelho. (USP, 2017). A primeira, instituída
pela Resolução SMA no 33 de 19 de maio de 2015, possui 5,5 hectares. A RPPN do Rio
80

Estação Ecológica de Bananal


Vermelho, instituída pela Portaria ICMBIO 176/2013, possui 22,91 ha. Nenhuma das duas
está localizada na área de estudo (APÊNDICE 5.6.).

Políticas públicas

O Zoneamento Agroambiental (ZAA) da cana-de-açúcar, instituído por meio da Resolução


Conjunta SMA-SAA no 04/2008 (alterada pela Resolução Conjunta SMA-SAA no 6/2009),
consiste em um instrumento de planejamento ambiental que tem por objetivo disciplinar
a expansão e ocupação do solo pela atividade canavieira, além de subsidiar os processos
de licenciamento ambiental das atividades do setor sucroenergético e a formulação de
políticas públicas. Segundo este zoneamento a área de estudo é enquadrada como
inadequada (APÊNDICE 5.7.).

A EE de Bananal recebeu recursos de Compensação Ambiental, em 2008 e 2010, que


foram utilizados para a realização de oficinas e contratação de empresas responsáveis, a
época, pela produção de parte dos dados do Plano de Manejo. Os recursos foram
oriundos da empresa Açucareira Virgulino.

A área de estudo está totalmente incluída na área de prioridade extremamente alta do


mapeamento do MMA, segundo indicação das áreas prioritárias para a conservação,
utilização sustentável e repartição de benefícios da biodiversidade brasileira, instituídas
por meio da Portaria MMA no 463 de 18 de dezembro de 2018. As ações de formulação e
implementação de políticas públicas, programas, projetos e atividades serão
implementadas considerando as classes de importância biológica e de priorização de
ação (BRASIL, 2018).

Já segundo o mapeamento de áreas prioritárias para conectividade do Programa Biota


Fapesp 2008, 17,6% da área de estudo está classificada como área prioritária para criação
e ampliação de UCs (APÊNDICE 5.8.). Já com base nos Critérios das Áreas Prioritárias para
a restauração da Vegetação Nativa, todo o município de Bananal, onde se insere a área
de estudo, foi classificada como de alta prioridade, para fins de atendimento à Resolução
SMA nº 07/2017 alterada pela Resolução SMA 20/2017, que trata da compensação pela
supressão de vegetação nativa (RODRIGUES, 2008).

A Formação Socioambiental é um programa conduzido pelas Coordenadorias de


Fiscalização e Biodiversidade (CFB) e Educação Ambiental (CEA) da SIMA, que subsidia
reflexões, debates e ações no campo da gestão ambiental pública. Desenvolve-se nos
espaços dos Conselhos Gestores de Unidades de Conservação com o objetivo de
trabalhar questões de fiscalização cujas origens recaem sobre questões econômicas,
sociais, culturais, políticas, entre outras. Ocorre em quatro momentos, que envolvem
reflexões e debates, mapeamento de problemas, seus efeitos, causas e agentes,
planejamento de ações de enfrentamento e monitoramento.

A EE de Bananal foi a primeira Estação Ecológica em que a Formação Socioambiental


efetivamente começou a se desenvolver, a qual foi executada em cinco encontros, entre
setembro de 2015 e maio de 2016. No primeiro, destacou-se que esta UC possuía uma
condição bastante peculiar conforme informações de sua gestão e os dados do SIM no

81

Estação Ecológica de Bananal


SIGAM a época, destacada pela inexistência de autos de infração no interior da unidade
- apenas em seu entorno. A justificativa para esse fato relacionou-se a uma articulação
da gestão da UC com os proprietários residentes no entorno que, interessados em
proteger a biodiversidade conservada pela Estação Ecológica, apoiam de forma
expressiva as ações de monitoramento na região.

O segundo e terceiro encontros tiveram como objetivo a reflexão e debate com vistas a
ampliação e aprofundamento da compreensão do coletivo em relação ao problema
"vetores de pressão do entorno da UC". Na análise, destacaram-se três causas
consideradas críticas: 1) a falta de ação da sociedade civil e pressão no poder público
(fiscalização); 2) a falta de alternativa de renda; e 3) a capacitação insuficiente de gestores
locais. Às causas críticas foram dirigidos esforços dos participantes para o debate a partir
do espaço do Conselho, no sentido de enfrentamento do problema dos vetores de
pressão à UC. O quarto encontro foi dedicado ao planejamento de intervenções na
realidade socioambiental apreendida a partir da definição de um problema de
fiscalização. O último encontro foi dedicado especialmente à definição de ações práticas
para dar cabo daquelas consideradas estratégicas (construídas no encontro anterior). O
relato de cada encontro na íntegra pode ser acessado em
http://www.sigam.ambiente.sp.gov.br/sigam3/Default.aspx?idPagina=14165.

O ICMS Ecológico constitui um dos critérios para o cálculo desse repasse no Estado de
São Paulo, sendo ele próprio calculado em função da existência de espaços territoriais
especialmente protegidos nos municípios paulistas, conforme prevê a Lei Estadual nº.
8.510/93 (SÃO PAULO, 2019). Em 2018, em valores absolutos, Bananal recebeu
aproximadamente R$ 171.858,00 em função da existência da EE de Bananal em seu
território, o que representa cerca de 3,6% de todo o ICMS que cabe ao município. É
possível concluir, portanto, que o ICMS Ecológico constitui uma importante ferramenta
de política pública, com observância do princípio do “provedor-recebedor”, para que os
estados estimulem os municípios a participarem de um processo de desenvolvimento
sustentável em larga escala, por meio de retribuição à execução de atividades
ambientalmente positivas em seus respectivos espaços territoriais (SÃO PAULO, 2019).

Projeto Conexão Mata Atlântica

O Projeto “Recuperação de Serviços de Clima e Biodiversidade no Corredor Sudeste da


Mata Atlântica Brasileira” – Conexão Mata Atlântica, financiado com recursos do Global
Environment Facility – GEF (Convênio de Financiamento Não-Reembolsável nº GRT/FM-
14550-BR), por meio do Banco Interamericano do Desenvolvimento – BID, tem como
órgão executor dos recursos a Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos
– Finatec. Os órgãos responsáveis pelas ações previstas são o Ministério da Ciência,
Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), além de órgãos ambientais e de
pesquisa dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. O projeto tem como
objetivos: aumentar a proteção da biodiversidade e da água, e combater mudanças
climáticas. Para isso, promove atividades de conservação da vegetação nativa, adoção de
sistemas produtivos sustentáveis, e o melhoramento da gestão de unidades de
conservação no Estado de São Paulo. Neste último, a responsabilidade conjunta de
execução, formalizada na Resolução Conjunta SAA/SIMA - 1, de 12/03/2019, fica a cargo
82

Estação Ecológica de Bananal


da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA) e da Secretaria de Infraestrutura e
Meio Ambiente (SIMA), está em parceria com a Fundação Florestal, a qual promove o
gerenciamento de quatro unidades de conservação integradas ao Projeto, que são:
Estação Ecológica de Bananal, Área de Proteção Ambiental de São Francisco Xavier,
Parque Estadual da Serra do Mar (PESM) – representando pelos Núcleos de Santa Virgínia
(São Luiz do Paraítinga) e Itariru (Peruíbe). Suas ações estão orientadas por componentes
de acordo com objetivos específicos, e os chamamentos para participação da sociedade
são feitos por meio de editais e chamadas públicas. Todas as atividades de pagamentos
por serviços ambientais e certificação envolvidas no projeto dependem fortemente da
participação das comunidades locais, cujas necessidades e preferências orientam a
escolha de serviços, modalidades dos pagamentos e sistemas de certificação. O prazo de
execução do projeto é janeiro de 2021.

6. ANÁLISE INTEGRADA

A Estação Ecológica de Bananal (EEB) possui em torno de 884 ha e seu território está
integralmente regularizado, sendo 100% área do Estado. Foi criada com o objetivo de
proteger remanescentes de Floresta Ombrófila Densa Montana e Alto Montana, refúgios
vegetacionais, espécies de flora e fauna ameaçadas de extinção, além de permitir o
desenvolvimento de pesquisas e atividades de educação ambiental. Possui duas trilhas
para desenvolvimento de atividades de educação ambiental: Trilha Cachoeira Sete
Quedas, com 450 m, que dá acesso a duas quedas no Córrego das Cobras, e a Trilha do
Ouro, com 800 m preservados do histórico caminho real e que serve de acesso ao
mirante.

A EEB é coberta por Floresta Ombrófila Densa Montana e Alto Montana, com 75% da sua
extensão em bom estado de conservação e apenas 19% ocupada por vegetação
secundária em fases quarta e quinta de sucessão. A presença de araucárias no interior da
unidade foi classificada como de origem antrópica, tendo sido introduzidas em área de
lavoura abandonada. Foram registradas 709 espécies de plantas, dentre estas 225
samambaias e licófitas, cinco gimnospermas e 679 angiospermas. Trinta e quatro
espécies constam em ao menos uma lista de espécies ameaçadas de extinção em nível
estadual, nacional ou global. Destaca-se também a quantidade e a variedade de
bromélias, enfatizando-se que esta unidade de conservação provavelmente seja a única
localidade do mundo que abriga populações de duas delas, Neoregelia pontualli Leme e
Nidularium corallinum (Leme) Leme, descritas em 1991 e 1992, respectivamente, em
área contígua à unidade. Além destas, ocorrem outras bromélias raras como Fernseea
bocainensis E.Pereira & Moutinho e Vriesea hieroglyphica (Carrière) E.Morren. Dentre as
18 espécies exóticas registradas na EEB, muitas são frutíferas como a nespereira, a
goiabeira, o abacateiro e o limoeiro-rosa; ornamentais como a hortênsia, o cedro-
japonês, a tritônia e gramíneas, mas outras foram introduzidas por meio de
reflorestamentos, como a castanha-portuguesa (Castanea sativa Mill.) e o pinheiro Pinus
elliottii L. Entre as exóticas invasoras detectadas no entorno da UC que necessitam de
ações de controle e manejo estão o lírio-do-brejo, o cedro-australiano e o P. elliottii.

83

Estação Ecológica de Bananal


As análises de conexão espacial dos fragmentos de vegetação nativa na região que
compreende as bacias dos rios Bananal, Turvo e Quilombo, do Braço, Paca Grande e Ariró,
na qual se encontra a EEB e a vizinhança com o Parque Nacional Serra da Bocaina e o
Parque Estadual Cunhambebe - RJ, mostram que essa região possui 64,7% de vegetação
nativa, sendo 63,8% classificada como de alta conectividade (APÊNDICE 2.1.I.).

São conhecidas para a EEB 402 espécies de vertebrados, sendo cinco espécies de peixes
de água Doce, 45 de anfíbios, 61 de mamíferos, 33 de répteis e 258 de aves. Dezenove
espécies de vertebrados são consideradas ameaçadas de extinção em pelo menos uma
das listas consultadas. A EEB é a localidade-tipo de duas espécies de anfíbios, a Holoaden
suarezi, e a Chiasmocleis altomontana, esta última até o momento só foi encontrada na
UC. Está entre as poucas áreas do estado de São Paulo a apresentar cinco espécies de
primatas. Abriga espécies extremante importantes por serem dispersoras de sementes
grandes como jacu, tucanos, araponga, pavó, muriqui-do-sul e anta. A EEB integra a Área
Internacionalmente Importante para a Conservação das Aves – IBA RJ/SP01 Serra da
Bocaina/Paraty/Angra dos Reis e abriga pelo menos 18 espécies de aves migratórias ou
que apresentam algum padrão de variação sazonal na sua detecção. A riqueza
encontrada é surpreendente quando se considera o tamanho da UC. Contudo, o elevado
número de espécies e a presença de mamíferos e aves de grande porte que requerem
extensas áreas de vida decorrem da continuidade das florestas da Estação com áreas
similares do entorno, localizadas em propriedades privadas, no Parque Nacional da Serra
da Bocaina e no Parque Estadual Cunhambebe, nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro,
respectivamente. Dentre as espécies exóticas que causam prejuízos às nativas, foram
citados o gato-doméstico Felis catus e o cachorro-doméstico Canis lupus, que andam
livremente no entorno da UC; a tilápia (Coptodon rendalli), detectada na bacia do Rio do
Braço, fora da UC; a truta-arco-íris (Oncorhynchus mykiss), criada na região e que pode
vir a se estabelecer na bacia, pois é adaptada a águas frias e rápidas; e as abelhas Apis
mellifera citadas como grande ameaça às abelhas nativas da UC.

A área de estudo está inserida no Planalto da Bocaina e ocupa trechos das subzonas
Planaltos Isolados e Serrania da Bocaina. Esta última é constituída por relevo do tipo
Serras Alongadas com marcante orientação NE-SW e altitudes de 1400 a 1900 m, sendo
representada pelas serras da Carioca, do Campestre, das Perobeiras, dos Palmares e do
Turvo. As análises diferenciaram seis tipos de relevo na área de estudo: Montanhas e
Morros, Morros dissecados, Morrotes pequenos, Corpos de Tálus, Cones de dejeção e
Planícies Fluvio-coluviais. A distribuição da inclinação na região mapeada indica um
predomínio das classes acima de 30°, o que evidencia a sua propensão à ocorrência de
processos erosivos, bem como dificulta a possibilidade de ocupação com atividades
agropecuárias, e favorecem o seu uso como área para abrigo e proteção da fauna e da
flora silvestre e como ambiente para recreação e lazer. A EEB é constituída por relevos
de Montanhas e Morros, que predominam, e por relevos de Corpo de Tálus e Cones de
Dejeção que ocorrem no sopé das encostas e ao longo dos vales. Quanto à fragilidade
dos solos, 58% da área de estudo apresentam fragilidade muito alta, 39%, fragilidade alta
e apenas 3%, fragilidade moderada. Para as áreas classificadas como fragilidade muito
alta, 46% destas apresentam altas declividades, presença de rochosidade e pequena
profundidade do solo, enquanto 12% apresentam riscos de contaminação e presença de
lençol freático elevado. A análise do mapa de terrenos da área de estudo mostra que há
84

Estação Ecológica de Bananal


predomínio de terrenos com Sensibilidade Geoambiental Alta a Muito Alta (1 - com
propensão a movimentos de massa e quedas de blocos e 2 - com assoreamento e
impedimentos como encharcamento e risco de contaminação), correspondendo a
89,99% do território, o que confere à área de estudo potencial para a implantação de
usos e atividades que visem à proteção da fauna e da flora silvestre e a recreação e o
lazer.

A área de estudo engloba parcial ou totalmente seis sub-bacias hidrográficas, a saber:


bacia do Rio Paca Grande, bacia do Rio Ariró, bacia do Rio do Braço, bacia do Rio Turvo,
bacia do Rio Pirapitinga e bacia do Rio Bananal. Apenas as sub-bacias do Rio das Cobras,
Córrego do Rufino, Coqueiros e Invernada, inseridas na Bacia do Rio do Braço, drenam
para dentro da UC. Essas áreas apresentam usos rurais diversos, sendo compostas, de
maneira geral, por propriedades particulares em que há predomínio de atividades
agropastoris de pequeno porte, com suporte de pequenas estruturas de currais e granjas,
e glebas com reflorestamento de eucaliptos. É abundante, por outro lado, mesmo nestas
propriedades particulares, a existência de vegetação nativa com alto nível de preservação
ou em estágio sucessivo de regeneração avançado. Destacam-se como vetores de
pressão sobre essa área, as condições estruturais das estradas rurais, como taludes de
estabilidade, condições do corte, manutenção do recapeamento, etc.; e os acessos e os
usos realizados por visitantes no rio das Cobras nas cachoeiras Primeira a Quinta Quedas
(fora da UC) e Sexta e Sétima Quedas (dento da UC).

O mapa de perigo de escorregamento planar mostra um amplo predomínio das classes


de perigo muito alto (P14esc e P13esc), que ocorrem em terrenos geralmente com
inclinações altas a muito altas com probabilidade muito alta de ocorrência de
escorregamentos planares esparsos, de volumes pequenos a grandes, associados,
inicialmente, com acumulados de chuva muito baixos, podendo evoluir para
escorregamentos de elevadas proporções com acumulados de chuva baixos a muito
altos.

Desde 1983, o município de Bananal é classificado como Estância Turística pelo Governo
do Estado de São Paulo, pelo testemunho histórico dos ciclos do ouro e do café, aliado às
riquezas naturais da região. Um trecho de caminho de pedra, conhecido localmente
como “Trilha do Ouro”, passa na E. E. de Bananal.

O município de Bananal possui 10.560 habitantes e apenas 17,13 hab/km2. A Fundação


Seade prevê que a população de Bananal chegue a 11.001 habitantes em 2030. Os três
principais setores censitários da área de estudo analisados são rurais e englobam uma
população de 276 habitantes e 92 domicílios.

As principais atividades exercidas pelos municípios da microrregião de Bananal são a


pecuária, a agricultura, o artesanato e o pequeno comércio, além do turismo. A maior
fonte de renda do município encontra-se na rede de serviços. Nas Unidades de Produção
Agropecuária predominam a vegetação natural e a pastagem, a maior área colhida de
lavoura permanente é a da banana, seguida da laranja, e, na lavoura temporária, a maior
área plantada é a de milho, seguida da cana de açúcar e feijão. Destaca-se ainda a

85

Estação Ecológica de Bananal


produção de madeira em tora originada da silvicultura e as produções de tilápia e truta,
leite, mel de abelha e ovos de galinha.
Na área de estudo, que é rural, predomina o abastecimento de água por poços e
domicílios com fossa séptica e fossa rudimentar e, na área urbana de Bananal, o
abastecimento por água de rede com captação no rio Bananal e esgoto coletado e tratado
em uma ETE. Nas áreas rurais a coleta de lixo é intermitente ou não ocorre, já nas áreas
urbanas há coleta regular com disposição final dos resíduos sólidos em aterro sanitário
em Barra Mansa, no estado do Rio de Janeiro.

O Índice Paulista de Vulnerabilidade Social (IPVS) evidencia a desigualdade social entre as


porções urbanas e rurais do município de Bananal. Todos setores censitários rurais estão
no grupo 7 – Vulnerabilidade Alta ou estão sem classificação por terem baixa população.

Segundo a análise de cobertura e uso do solo realizada em 2019, em um raio de 3km em


volta da UC, a cobertura vegetal natural, formada pela Floresta Ombrófila Densa,
Refúgios Vegetacionais e Sistema Secundário da Floresta Ombrófila Densa, ocupa a maior
parte do entorno da EE de Bananal, somando 6.267,6 ha (84,7%). Além das Florestas
Primárias, o entorno da EE de Bananal é ocupado por Florestas de Formação Secundária
da Floresta Ombrófila Densa, que soma 3.215,9 hectares (43,5 %), ocupando quase a
metade da área de estudo de 3 km. Os “Usos Agrícolas” são formados por pastagens e/ou
campos antrópicos, reflorestamentos (pinus, eucalipto e araucária), além de pequenos
sítios e chácaras. Ocupam 1.114,0 ha (15,1%) do entorno da EEB. As áreas de pastagens
e/ou campos antrópicos situam-se predominantemente no setor norte da área de estudo
e nos vales dos Rios Bananal e Turvo. As pastagens do entorno da EEB são formadas pela
gramínea Urochloa decumbens(braquiária), considerada como espécie com alto
potencial invasor em campos nativos. As pastagens localizadas nos vales dos Rios Bananal
e Turvo apresentam alto grau de degradação ocasionado principalmente pelo emprego
de técnicas primitivas como o uso do fogo para renovação das mesmas por parte dos
produtores rurais, um dos principais vetores de pressão sobre a UC nessa região. Já os
reflorestamentos com espécies exóticas (pinus e eucaliptos) e com nativas (araucária)
com sub-bosque somam 335,9 ha (6,7 %) do entorno, e localizam-se predominantemente
ao sul da EE de Bananal em relevo de morros paralelos, sendo encontrados na Fazenda
Conceição do Rio do Braço e no Sertão do Rufino. As principais áreas rurais do entorno
(Sertão do Turvo, Sertão da Madeirit e Fazenda Conceição do Rio do Braço) exercem as
seguintes pressões antrópicas sobre a EEB: extração ilegal de recursos florestais, dentre
eles o palmito e a caça (principalmente na região da Serra do Turvo); extração de recursos
madeireiros; e transformação de habitats em áreas de pasto com a consequente invasão
por braquiária. Comparando-se as análises de cobertura e uso do solo realizadas em 2012
e 2019, embora a área e as porcentagens de cobertura sejam diferentes em termos
absolutos para cada classe nos dois anos, é possível perceber que os usos continuaram
os mesmos, sendo a porcentagem de vegetação natural predominante, seguido por
pastagens/campos antrópicos e reflorestamentos.

Nas ações de fiscalização e vistorias realizadas pela gestão da unidade e pela Polícia
Militar Ambiental, entre os anos de 2013 e 2018 no âmbito do Sistema Integrado de
Monitoramento (SIM), observa-se que a maior parte das ocorrências está associada ao
fogo, com 11 registros localizados nas porções de maior vulnerabilidade (Alto da Bocaina
86

Estação Ecológica de Bananal


à Sudoeste; Serra da Bocaina ao Norte e; Bairro dos Coqueiros a Nordeste). De acordo
com os registros de autos de infração ambiental lavrados pela Polícia Militar Ambiental
na área da Estação Ecológica e entorno, entre os anos de 2013 a 2018, verifica-se um
total de 40 autuações, todas localizadas no entorno da unidade, em especial nas áreas à
Sudoeste e à Nordeste. Dentre as infrações registradas, 33 autuações estão relacionadas
à supressão de vegetação nativa, na maioria em áreas de preservação permanente, e há
três registros que indicam o armazenamento ou depósito irregular de produtos e
subprodutos florestais; as demais autuações se relacionam à fauna, particularmente à
manutenção de animais em cativeiro.

A EEB está localizada na Macroárea denominada Macroárea de Proteção Ambiental


(MAPA) pelo Plano Diretor de Bananal(instituído pela Lei Complementar nº 016/2014),
sendo esta composta por três categorias de zonas: Estação Ecológica de Bananal, pela
Zona de Recuperação Ambiental – ZORA e pelas ZIAs - Zonas de Interesse Ambiental,
constituídas por áreas de APPs e áreas de vegetação expressiva, de mata heterogênea,
apresentando ampla formação arbórea, comportando espécies em regeneração,
disseminadas pela Macroárea MAPA e por todo o território municipal.

Foram atribuídas, dentre outras, as seguintes diretrizes de conservação para a MAPA:


preservação dos recursos naturais e a biodiversidade; proteção da fauna, da vegetação
nativa e mananciais; e ocupação admitida com taxas de 5% da área. E foram permitidos
os usos: exploração agrícola sustentável; lazer/recreação; práticas ecológicas e de
educação ambiental; e chácaras de lazer (com parcelamentos de área mínima de
20.000m²). O Plano Diretor proibiu na MAPA o emprego de agrotóxicos e culturas
transgênicas; os desmatamentos e quaisquer intervenções em ZIA, APP e APM; o plantio
de pinus e eucalipto; instalações industriais, empresariais ou empreendimentos
condominiais, e convalidou as edificações e benfeitorias ou atividades agrossilvipastoris,
preexistentes a 2008.

Dentre os instrumentos ou normativas que demonstram a relevância da EEB para a


conservação da Biodiversidade, destaca-se o título de Zona Núcleo da Reserva da Biosfera
da Mata Atlântica (RBMA). A maior parte da área de estudo está incluída na Zona de
Amortecimento da RBMA. A EEB integra o Mosaico Bocaina, que abrange as unidades de
conservação e suas zonas de amortecimento da região da Serra da Bocaina, localizadas
no vale do Paraíba do Sul, litoral do Estado do Rio de Janeiro e litoral norte do Estado de
São Paulo. Além disso, o trecho da APA Bacia do Rio Paraíba do Sul mais a Leste no estado
de São Paulo sobrepõe-se à parte noroeste da área de estudo da EEB, ficando a apenas
150 m da UC.

A área de estudo está totalmente incluída na área de prioridade extremamente alta do


mapeamento do MMA, segundo indicação das áreas prioritárias para a conservação,
utilização sustentável e repartição de benefícios da biodiversidade brasileira, instituídas
por meio da Portaria MMA no 463 de 18 de dezembro de 2018. Segundo o mapeamento
de áreas prioritárias para conectividade do Programa Biota Fapesp 2008, 17,6% da área
de estudo está classificada como área prioritária para criação e ampliação de UCs. Já com
base nos Critérios das Áreas Prioritárias para a restauração da Vegetação Nativa, todo o
município de Bananal, onde se insere a área de estudo foi classificada como de alta
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Estação Ecológica de Bananal


prioridade, para fins de atendimento à Resolução SMA nº 07/2017 alterada pela
Resolução SMA 20/2017, que trata da compensação pela supressão de vegetação nativa.

Assim, diante do acima exposto – alta riqueza de espécies de fauna e flora, incluindo
espécies com área de vida superior ao tamanho da UC, a integridade de suas matas, a
presença de extensas áreas de vegetação nativa no entorno ligando-a a outras unidades
de conservação, a alta fragilidade geoambiental e alto perigo de escorregamentos,
dificultando o uso e ocupação do solo e resultando em baixa densidade de ocupação, faz-
se necessária a ampliação da unidade e/ou a criação de Corredores Ecológicos para
assegurar a manutenção desse cenário satisfatório para a conservação da biodiversidade,
como já apontado em outros estudos. Em relação à Zona de Amortecimento, destacamos
como vetores de pressão para a EEB o emprego do fogo e a perda de vegetação ao norte,
os usos incompatíveis nas drenagens de influxo para UC a oeste, as atividades de
silvicultura, principalmente ao sul, as atividades ilegais de caça/extração de palmito a
leste e a presença de espécies exóticas, como o Pinus, a truta, a abelha-africanizada e os
animais domésticos.

7. CORREDORES ECOLÓGICOS

Bases Legais para instituição de Corredores Ecológicos

A Lei Federal n° 9.985 de 2002 instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação


da Natureza - SNUC, e definiu Corredores Ecológicos (CE) como porções de ecossistemas
naturais ou seminaturais, ligando unidades de conservação, que possibilitam entre elas o
fluxo de genes e o movimento da biota, facilitando a dispersão de espécies e a
recolonização de áreas degradadas, bem como a manutenção de populações que
demandam, para sua sobrevivência, áreas com extensão maior do que aquela das
unidades individuais (artigo 2º, XIX). Diferentemente da Zona de Amortecimento (ZA),
cujo objetivo é minimizar impactos negativos sobre a UC advindos das atividades
humanas que ocorrem em seu entorno (artigo 2°, inciso XVIII), o CE objetiva a
manutenção da conectividade (estrutural ou funcional), seja por meio de áreas naturais
com vegetação nativa madura ou secundária ou por áreas modificadas permeáveis.

O §2º do artigo 25 da referida lei traz que os limites da zona de amortecimento e dos
corredores ecológicos e as respectivas normas regulamentando a ocupação e o uso dos
recursos poderão ser definidos no ato de criação da unidade ou posteriormente, sendo
que, o Plano de Manejo deve abranger a área da unidade de conservação, sua zona de
amortecimento e os corredores ecológicos (§1º, artigo 27). De acordo com o Decreto
Estadual 60.302/2014, que instituiu o Sistema de Informação e Gestão de Áreas
Protegidas e de Interesse Ambiental do Estado de São Paulo (SIGAP), para o
estabelecimento das zonas de amortecimento e corredores ecológicos nas unidades de
conservação deverão ser observados os procedimentos, os critérios técnicos e as
diretrizes, indicados em resolução do Secretário do Meio Ambiente (artigo 18, §1º).

As legislações que versam sobre o tema equiparam a natureza jurídica da Zona de


Amortecimento à do Corredor Ecológico, destacando-se: (1) As ações ou omissões de
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Estação Ecológica de Bananal


pessoas físicas ou jurídicas que descumprem os preceitos da Lei n° 9985/2002e seus
regulamentos, resultando em dano à flora, à fauna e aos demais atributos naturais das
unidades de conservação, bem como às suas instalações e às zonas de amortecimento e
corredores ecológicos, estão sujeitos às sanções previstas em lei (Lei n° 9985/2002, artigo
38); (2) o corredor ecológico que interliga unidades de conservação terá o mesmo
tratamento da sua zona de amortecimento (Decreto n° 4340/ 2002, artigo 11); e (3)
compete ao conselho de unidade de conservação manifestar-se sobre obras ou
atividades que são potencialmente causadoras de impacto na unidade de conservação,
em sua zona de amortecimento, mosaicos ou corredores ecológicos (Decreto n° 4340/
2002, artigo 20, inciso VIII).

Dentre os incentivos e mecanismos previstos no Decreto Estadual 60.302/2014 para


gestão desses espaços protegidos, citamos: (1) as áreas que compõem a zona de
amortecimento e os eventuais corredores ecológicos deverão ser objeto prioritário
quando da instituição de políticas públicas de estímulos econômicos para a preservação
do meio ambiente, com vistas à efetiva proteção do entorno da respectiva unidade de
conservação (artigo 19); (2) O Plano de Fiscalização Integrada, a ser editado mediante
resolução do Secretário de Infraestrutura e Meio Ambiente, deve contemplar ações de
monitoramento e fiscalização no interior e nas zonas de amortecimento e corredores
ecológicos das unidades de conservação (artigo 29 § 1º -1); e (3) Relativo aos mecanismos
financeiros de apoio à gestão das unidades de conservação, haverá o mecanismo de
pagamento por serviços ambientais em unidade de conservação que possa legalmente
ser instituída em área privada ou em zona de amortecimento e corredores ecológicos das
unidades de conservação (artigo 38, inciso III).

A Resolução SIMA n° 17/2020 estabelece os procedimentos, os critérios técnicos e as


diretrizes para instituição dos Corredores Ecológicos no Estado de São Paulo.

Bases conceituais para instituição de Corredores Ecológicos

De acordo com Metzger (2006), a teoria das metapopulações e as análises de viabilidade


genética e de populações propuseram que a manutenção de uma espécie em uma
paisagem fragmentada depende do equilíbrio entre a extinção local, influenciada pela
área e qualidade do habitat e as possibilidades de recolonização que, por sua vez,
depende da conectividade dos fragmentos vizinhos.

O termo Conectividade, introduzido por Merriam (1984) e formalizado por Taylor et al.
(1993), foi originalmente definido como o grau com que a paisagem facilita ou impede o
movimento dos organismos entre fragmentos-fonte e pode apresentar tanto aspectos
estruturais como funcionais (Naxara 2008). Essa definição destaca que os tipos,
quantidade e arranjo das manchas de habitat e da matriz influenciam o movimento e, por
último, as dinâmicas populacionais e a estrutura da comunidade (Taylor et al., 2006).

A conectividade estrutural da paisagem descreve as relações físicas entre fragmentos


naturais, a qual pode ser definida e quantificada baseada na distância entre os mesmos,
densidade, largura e qualidade de rede de conexões, densidade de trampolins ecológicos

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Estação Ecológica de Bananal


e permeabilidade da matriz predominante na paisagem, sem considerar qualquer
característica das populações de espécies de interesse.

A conectividade funcional pode ser definida e quantificada pelas respostas


comportamentais dos organismos aos elementos da estrutura da paisagem, porque esses
estão conectados por meio de uma continuidade estrutural, os organismos usam a matriz
em que os fragmentos naturais estão inseridos ou as habilidades de dispersão dos
organismos lhes permitem se deslocar entre fragmentos, percebendo-os como
funcionalmente conectados.

De acordo com Santos (2014), as matrizes mais permeáveis podem desempenhar a


mesma função dos corredores nas paisagens, como diminuir o grau de isolamento e
aumentar a taxa de imigração das populações, estabelecendo o equilíbrio no número de
fragmentos ocupados, bem como oferecer fontes de recurso e habitat complementar e
facilitar o deslocamento das espécies.

O corredor ecológico é um instrumento estratégico para a conservação biológica, pois


permite o movimento da biota e o fluxo gênico entre habitats, processos ecológicos
essenciais para a manutenção da diversidade biológica e da proteção de espécies.

De acordo com Brito (2012), “percebeu-se que apenas a criação de unidades de


conservação, de forma isolada, não era suficiente para manter populações
geneticamente viáveis. Em pouco tempo, elas sofriam os danos dos efeitos de bordas, e
muitas espécies viáveis estavam fadadas à extinção. Era necessário que, no entorno das
unidades de conservação, existissem paisagens capazes de contribuir para a manutenção
dos processos naturais, que dessem sustentabilidade ecológica às espécies da fauna
silvestre e desempenhassem o seu papel de manter a integridade biológica dos diferentes
ecossistemas e biomas brasileiros. A alternativa viável encontrada para mitigar os efeitos
do isolamento das espécies dentro dos espaços das UCs, da interrupção do fluxo gênico,
foi o estabelecimento de corredores ecológicos para permitir o trânsito de animais
silvestres e a dispersão de plantas entre essas unidades e as áreas naturais”.

No caso de unidades de conservação com menores extensões, a importância dos


corredores se torna ainda mais crítica, pois essas UCs estão mais vulneráveis aos impactos
da fragmentação, como o isolamento, efeitos do aumento da densidade populacional
(crowding effects), extinções locais e regionais, efeitos de borda, mudanças na
composição de espécies, invasão de espécies exóticas, dentre outros.

O desenho e a dimensão de um corredor ecológico dependem de alguns fatores básicos


como a distância entre as UCs a serem conectadas e a disponibilidade de ambientes
naturais e seminaturais na paisagem, ambos variam dependendo da situação do
território. O enfoque de um corredor deve considerar a variação de ambientes para
manter viável o fluxo e o deslocamento do maior número de espécies nativas possível, e
sustentar os processos ecológicos necessários para a manutenção da biodiversidade.
Para isso, é fundamental que a conexão de um sistema de unidades de conservação inclua
um amplo gradiente de ambientes, que apresentem características heterogêneas de uso
e cobertura da terra compatíveis com a conservação biológica.
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Estação Ecológica de Bananal


Existem grandes diferenças na capacidade de dispersão de espécies. Algumas buscam
áreas mais secas, evitando o deslocamento em áreas úmidas. Outras realizam
sazonalmente deslocamentos altitudinais, variando entre áreas mais elevadas e vales
mais próximos. Um corredor estreito, restrito a um tipo de ambiente, pode bloquear o
movimento de um grupo de espécies, tornando-se, na verdade, um filtro seletivo. Ainda
pode ser catalisador da proliferação de espécies exóticas-invasoras, parasitas e
patógenos, direcionando-as direto para a UC, por ser formado totalmente por áreas de
borda.

Corredor Ecológico Bocaina-Bananal-Cunhambebe

A análise integrada deste Plano de Manejo (6. Análise Integrada) traz um sumário das
principais características da EEB e seu entorno do ponto de vista dos meios biótico, físico,
antrópico e jurídico institucional, indicando ao final a necessidade de criação de
Corredores Ecológicos para assegurar a manutenção da biodiversidade da EEB.

O Corredor Ecológico Bocaina-Bananal-Cunhambebe atende os procedimentos, critérios


técnicos e diretrizes para a instituição de Corredores Ecológicos, estabelecidos na
Resolução SIMA n° 17/2020. Entre os estudos técnicos considerados, ressaltamos os que
indicam a alta riqueza de espécies de fauna e flora na EEB (Meio Biótico 2.1 - Vegetação
e 2.2 - Fauna e APÊNDICES 2.1.B.,2.1.C., 2.1.D., 2.2.B e 2.2.C), algumas das quais
consideradas ameaçadas de extinção; a presença de espécies de mamíferos e aves de
grande porte cujas demandas de área de vida são superiores ao tamanho da área da EEB,
a presença de UCs próximas com características similares à EEB, a alta conectividade da
paisagem (APÊNDICE 2.1.I.), o mosaico de tipos vegetacionais e altitudinais do entorno
(heterogeneidade de ambientes), a dinâmica de ocupação e uso do solo (APÊNDICES
3.2.E, 3.4.I., 3.4.J., 3.7.C., 4.6.B., 4.6.C., 4.6.D. e 4.6.E.) e o contexto socioeconômico do
território analisado.

Com base nos dados dos Planos de Manejo das Unidades de Conservação próximas à EEB
foi feita uma análise qualitativa quanto à similaridade de fauna e tipos vegetacionais
entre as três UCs.

O Parque Estadual Cunhambebe (PEC) localiza-se desde a divisa dos estados do Rio de
Janeiro e São Paulo, na fronteira entre os municípios de Angra dos Reis (RJ), Rio Claro (RJ)
e Bananal (SP). Está há menos de 5 km da Estação Ecológica. De acordo com dados
extraídos do Plano de Manejo da referida UC (2015), a vegetação do PEC é a Floresta
Ombrófila Densa (submontana a alto-montana) e Floresta Estacional Semidecidual
(submontana e montana). Grande parte da área do PEC é composta por vegetação em
estágio médio/avançado de regeneração, perfazendo aproximadamente 90% da área da
UC, totalizando mais de 34.000 ha. Das 10 espécies destacadas abaixo no plano de
manejo do PEC, cinco fazem parte da lista de flora da EEB: cedros (Cedrela odorata,
Cedrela fissilis), angicos (Piptadenia sp.), canela-branca (Cryptocaria moschata), jatobá
(Hymenaea coubaril), peroba (Aspidosperma sp), canela-preta (Nectandra mollis),
jequitibá (Cariniana estrellensis), assim como espécies ameaçadas de extinção, como
palmito-juçara (Euterpe edulis) e xaxim (Dicksonia sellowiana).
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Estação Ecológica de Bananal


O PEC possui uma alta riqueza de espécies faunística dentre as quais podemos citar o
muriqui (Brachyteles arachnoides), a jaguatirica (Leopardus pardalis), a onça-parda
(Puma concolor) e a paca (Cuniculus paca), que estão presentes na lista de espécies da
fauna ameaçadas de extinção. Com relação à avifauna, há, na região do Parque, de
acordo com os dados do Plano de Manejo, uma notável diversidade de espécies de
interesse conservacionista, tais como a jacutinga (Aburria jacutinga), o gavião-pombo-
pequeno (Amadonastur lacernulatus) e o papa-moscas-estrela (Hemitriccus furcatus).
Entre os anuros, a espécie Cycloramphus eleutherodactylus está na lista de espécies
provavelmente ameaçadas do Estado do Rio de Janeiro. Dentre as oito espécies citadas
acima, cinco fazem parte da lista de fauna da EEB.

O Parque Nacional da Serra da Bocaina (PARNASB) abrange desde áreas costeiras até
vertentes íngremes no alto do planalto dissecado da Bocaina, do nível do mar a 2.088
metros de altitude. É coberto pela Floresta Ombrófila Densa (Submontana, Montana e
Alto Montana), Floresta Ombrófila Mista Alto Montana e Campos de Altitude. Localiza-se
na divisa entre os Estados do Rio de Janeiro (Angra dos Reis, Mambucaba, Paraty) e São
Paulo (Ubatuba, Cunha, Areias, São José do Barreiro e Bananal). Está há 10 km da EEB.
No Plano de Manejo do Parque (2002) descreve-se, no item 5.3.2 – Fauna, a existência
de 40 espécies de mamíferos, sendo 25% ameaçado de extinção. São citados: ouriço-
cacheiro (Coendou spinosus), sagui-da-serra-escuro (Callithrix aurita), bugio (Alouatta
guariba), macaco-prego (Sapajus nigritus), mono-carvoeiro (Brachyteles arachnoides),
lontra (Lontra longicaudis), o cateto (Pecari tajacu), queixada (Tayassu pecari), a anta
(Tapirus terrestris), os felinos como a jaguatirica (Leopardus pardalis) e a onça-parda
(Puma concolor). Dentre os 11 mamíferos citados, oito também se encontram na EEB.
Foram levantadas, 294 espécies de aves, doze delas ameaçadas de extinção e 26
presumidamente ameaçadas. São citadas: Tinamus solitarius, Aburria jacutinga, Claravis
geoffroyi, Touit melanonotus, Triclaria malachitacea, Hydropsalis forcipa, Campephilus
robustus, Myrmotherula minor, Hylopezus nattereri, Xiphocolaptes albicollis,
Phylloscartes paulista, Onychorhynchus swainsoni, Lipaugus ater, Carpornis cucullata e
Piprites pileata. Dentre as 15 aves citadas, cinco também se encontram na EEB.

Embora os parques sejam maiores, englobem também outras fitofisionomias e


consequentemente faunas e floras correspondentes, ambos possuem certa similaridade
com a EEB em relação às formações vegetacionais (Floresta Ombrófila Densa Montana,
altomontana e campos de altitude) e fauna de vertebrados. Para as aves, destaca-se que,
dentre um total de 258 aves identificadas no Plano de Manejo da EEB, 185 são comuns
entre EEB e PARNA Serra da Bocaina, 148 são comuns entre EEB e PE Cunhambebe, sendo
119 comuns às três unidades. As 17 espécies de serpentes e 25 de anfíbios encontradas
no PEC são também encontradas na EEB, cujos totais chegam a 33, para o primeiro grupo
e 45, para o segundo. Entre os 26 grandes e médios mamíferos registrados na EEB, 15
também são descritos para o PEC e 24 para o PARNASB, 23 sendo comuns as três UCs.

Para a conservação de grandes mamíferos terrestres, como anta (Tapirus terrestris),


queixada (Tayassu pecari), jaguatirica (Leopardus pardalis) e onça-parda (Puma concolor)
e aves como o gavião-pombo (Pseudastur polionotus), o gavião-pato (Spizaetus
melanoleucus) e o gavião-pega-macaco (Spizaetus tyrannus) encontrados na EEB, são
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Estação Ecológica de Bananal


necessárias grandes extensões de habitats preservados que abriguem populações
viáveis, ou seja, com capacidade de sobrevivência em longo prazo.

Exemplos de áreas de vida de alguns mamíferos e aves registrados na EEB demonstram


a inviabilidade de manutenção de suas populações em longo prazo, sem a manutenção
da paisagem conectada. Para os felinos pequenos como a jaguatirica (Leopardus
pardalis), apenas um indivíduo pode usar entre 153 a 680 ha de área de vida (Penteado
2012). Uma onça parda (Puma concolor) chega a ocupar entre 1.700 a 20.000 ha (Laundré
& Hernández 2010). O tamanho da área de vida de uma anta (Tapirus terrestres) varia
entre 100 a 3.914 ha e, a do queixada (Tayassu pecari), entre 1.900 a 20.000 ha (ICMBio
2018).

A densidade de gaviões que ocorrem na EEB, obtida em outras florestas neotropicais,


também sinaliza a necessidade de manutenção da conexão entre as unidades de
conservação. Um par de gaviões-pega-macaco (Spizaetus tyrannus) pode ocupar entre
2.000 a 5.375 ha (20 a 53,75 km2) (Thiollay 1989, 2007, Canuto 2008, Canuto et al. 2012,
Whitacre 2012). A “espécie-irmã” do gavião-pombo (Pseudastur polionotus), o gavião-
branco (Pseudastur albicollis) ocupa aproximadamente 300 ha (2,84 km2) (Whitacre
2012). E um par de gaviões-pato (Spizaetus melanoleucus) necessita de 2.000 a 4.285 ha
(20 a 42,85 km2) para sua sobrevivência (Thiollay 2007, Canuto et al. 2012, Zilio 2017).

Relativo ao meio físico, o terreno com Sensibilidade Geoambiental Alta a Muito Alta
(89,99% da área, APÊNDICES 3.4.I. e 3.4.J.), com predomínio das classes de perigo muito
alto (P14esc e P13esc, APÊNDICES 3.7.C.) e a distribuição da inclinação na região estudada
com predomínio das classes acima de 30° (APÊNDICE 3.2.E), evidencia a susceptibilidade
à ocorrência de processos erosivos, restringe a possibilidade de ocupação com atividades
agropecuárias e explica o uso e cobertura da terra na área de entorno da EEB descritos
abaixo.

Além dos dois parques relativamente próximos à EEB e com grandes extensões de
vegetação nativa, seu entorno imediato (3km – 7398,7 ha) é coberto por vegetal natural
(Floresta Ombrófila Densa, Campo de Altitude e Sistema Secundário da Floresta
Ombrófila Densa), somando 6.267,6 ha (84,7%). Os demais usos, pastagens e/ou campos
antrópicos, reflorestamentos (pinus, eucalipto e araucária) e pequenos sítios e chácaras
ocupam apenas 1.114,0 ha (15,1%) (APÊNDICES 4.6.B. e 4.6.C.). A área de 31.385 ha no
entorno da EEB somou 23.203,72 ha (71,92%) de vegetação nativa, seguido por
pastagens/campos antrópicos e reflorestamentos (8.752,09 ou 27,12%) (APÊNDICES
4.6.D. e 4.6.E.).

O cenário acima descrito corrobora os resultados do Programa Biota – Fapesp “Diretrizes


para a Conservação e Restauração da Biodiversidade no Estado de São Paulo” (Governo
do Estado de São Paulo / Secretaria do Meio Ambiente, FAPESP; 2008).
De acordo com o estudo citado, a área no entorno da EEB foi indicada como área
prioritária para criação e/ou ampliação de UC e para incremento de conectividade
(APÊNDICE 5.8.). Entre as estratégias para aumento da conectividade, são citadas a
criação de Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), restauração de APP,
conversão de reflorestamentos de exóticas em formações naturais, entre outras formas.
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Estação Ecológica de Bananal


Para a conservação dos mamíferos, o mesmo Programa apontou a necessidade de
ampliação e conexão das Unidades de Conservação já existentes e a indicação dos
fragmentos maiores e mais bem preservados como prioritários para a criação de novas
unidades de proteção integral. Fragmentos pequenos, mas próximos uns dos outros (com
possibilidade de conexão), também foram indicados para serem preservados. Foram
ainda escolhidas áreas ainda não protegidas de vegetação nativa, localizadas na borda de
áreas protegidas ou com potencial para interligar Unidades de Conservação (São Paulo
2008).

Por fim, cabe destacar que a EEB está inserida na zona núcleo e seu entorno na zona de
amortecimento da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (RBMA – Fase VI, APÊNDICE
5.2), cuja função é conservação, desenvolvimento sustentável, conhecimento e gestão
participativa. As zonas de amortecimento são estabelecidas no entorno das zonas núcleo
ou entre elas, formando corredores ecológicos e permitindo a conectividade e a
cooperação entre as diversas áreas que compõem a RBMA (UNESCO, 2008).

Desta forma, diante da importância da região para a conservação da biodiversidade


revelada pelos vários estudos acima descritos e seguindo as diretrizes indicadas no
Projeto Biota /FAPESP (2008), a instituição de Corredor Ecológico interligando a EEB e os
parques Serra da Bocaina e Cunhambebe é de suma importância para a manutenção do
atual cenário revelado para a EEB.

Para a delimitação do Corredor Ecológico Bocaina-Bananal-Cunhambebe, partiu-se da


seleção dos fragmentos em melhor estado de conservação classificados como Floresta
Ombrófila Densa e Mista, localizados entre as três unidades; estabeleceu-se um buffer
de 400 m no entorno de cada fragmento para mitigar o efeito de borda, sendo descartado
fragmento que, apesar de classificado como em melhor estado de conservação, não
mantinha conexão com vegetação natural, priorizando áreas naturais, quando havia
opção. Foi incorporada área de reflorestamento em locais estratégicos sem os quais a
conexão seria interrompida. O desenho do corredor foi estabelecido se utilizando os
limites de sub-bacias, cursos d’água, estradas e trilhas, curvas de nível e o limite do estado
de São Paulo.

94

Estação Ecológica de Bananal


8. ZONEAMENTO

8.1. Objetivos da UC

São objetivos da Estação Ecológica de Bananal:

I. Preservar os últimos remanescentes florestais do Estado;


II. Proteger espécies de flora e fauna, ameaçadas de extinção, cuja proteção é dever
do Estado;
III. Realizar pesquisas científicas básicas e aplicadas;
IV. Desenvolver programas de educação conservacionista.

8.2. Do Zoneamento

O zoneamento da Estação Ecológica de Bananal está dividido em zoneamento interno e


zona de amortecimento.

O zoneamento interno é composto por 04 (quatro) Zonas e por 04 (quatro) Áreas


sobrepostas às zonas, sendo:

ZONAS
I. ZONA DE PRESERVAÇÃO (ZP);
II. ZONA DE CONSERVAÇÃO (ZC);
III. ZONA DE RECUPERAÇÃO (ZR);
IV. ZONA DE USO EXTENSIVO (ZUE).

ÁREAS3
I. ÁREA DE USO PÚBLICO (AUP);
II. ÁREA DE ADMINISTRAÇÃO (AA);
III. ÁREA HISTÓRICO-CULTURAL (AHC);
IV. ÁREA DE INTERFERÊNCIA EXPERIMENTAL (AIE).

Zona Dimensão (hectares - ha) % do total da UC


Preservação 611,2 68,97
Conservação 264,9 29,89
Recuperação 4,91 0,55
Uso Extensivo 5,17 0,58
TOTAL 886,2 100
Obs. As dimensões e percentuais são aproximadas.
Tabela 1: Relação das zonas internas da EE de Bananal.

A Zona de Amortecimento totaliza 8.038,9 ha.

3 As áreas não foram detalhadas na tabela 1, pois são flexíveis e poderão ser mapeadas durante a implantação do
Plano de Manejo.
95

Estação Ecológica de Bananal


a. Entende-se por Zona a porção territorial delimitada com base em critérios
socioambientais e no grau de intervenção previsto, que estabelece objetivos,
diretrizes e normas próprias;

b. Entende-se por Área a porção territorial destinada à implantação dos programas


e projetos prioritários de gestão da unidade de conservação, em conformidade
com as características, objetivos e regramentos da zona sobre a qual incide;

c. As normas gerais e específicas do Zoneamento Interno da Estação Ecológica de


Bananal constam no item 8.3. e os respectivos mapas constam no item 8.6 sub-
Item 1. Utilizou-se como base as cartas oficiais do IBGE (1:50.000) e as Imagens
de Satélite WorldView-3 2017 (0,50 m de resolução);

d. As diretrizes e normas da Zona de Amortecimento da Estação Ecológica de


Bananal constam no item 8.4. e os respectivos mapas constam no item 8.7 sub-
item 2. Utilizou-se como base as cartas oficiais do IBGE (1:50.000) e as Imagens
de Satélite WorldView-3 2017 (0,50 m de resolução);

e. As diretrizes e normas do Corredor Ecológico da Estação Ecológica de Bananal


constam no item 8.5. e os respectivos mapas constam no item 8.8 sub-Item 3.
Utilizou-se como base as cartas oficiais do IBGE (1:50.000) e as Imagens de
Satélite WorldView-3 2017 (0,50 m de resolução);

8.3. Do Zoneamento Interno

8.3.1. NORMAS GERAIS

I. As atividades desenvolvidas na unidade de conservação, previstas nos Programas


de Gestão, deverão estar de acordo com a sua categoria e os seus objetivos e não
poderão comprometer a integridade dos recursos naturais e os processos
ecológicos mantenedores da biodiversidade;
II. As atividades incompatíveis com os objetivos da unidade de conservação não são
admitidas em qualquer zona;
III. As atividades de uso público são restritas à educação ambiental e à pesquisa
científica;
IV. Não são permitidos a introdução, o cultivo e a criação de espécies exóticas, salvo
as que sejam necessárias para subsistência de funcionários da entidade gestora
desde que sem potencial de invasão;
V. Não é permitida a coleta, a retirada ou a alteração sem autorização, em parte ou
na totalidade, de qualquer exemplar animal ou vegetal nativo ou mineral, à
exceção da necessária à limpeza e à manutenção de acessos, trilhas ou aceiros
existentes, desde que feitas de forma compatível com a conservação dos
atributos da unidade de conservação;
VI. São admitidas ações emergenciais visando à segurança dos usuários, à
integridade dos atributos da unidade de conservação e ao alcance de seus
objetivos em quaisquer zonas, tais como intervenções em vias de acesso, trilhas

96

Estação Ecológica de Bananal


e aceiros, combate a incêndios, controle de processos erosivos e erradicação de
espécies exóticas invasoras;
VII. Não é permitida a coleta ou a alteração, sem autorização e acompanhamento do
órgão competente, em parte ou na totalidade, de qualquer bem natural,
histórico-cultural, artístico, arqueológico, geológico ou paleontológico,
ressalvados os casos previstos neste instrumento;
VIII. Os resíduos gerados na unidade de conservação deverão ser removidos e ter
destinação adequada;
IX. Não é permitido o lançamento de efluentes ou quaisquer resíduos
potencialmente poluentes diretamente sobre o solo, cursos ou espelhos d´água
sem tratamento adequado, devendo ser priorizadas técnicas sustentáveis;
X. É permitido o uso das estruturas da unidade de conservação como residência
funcional em casos excepcionais e de interesse da gestão, mediante a aprovação
da entidade gestora e do Secretário de Infraestrutura e Meio Ambiente;
XI. A proteção, a fiscalização e o monitoramento deverão ocorrer em toda a unidade
de conservação;
XII. É permitida a realização de pesquisa científica na unidade de conservação,
mediante autorização do órgão competente, observando-se os procedimentos
estabelecidos, ressaltando que:
a) As marcações e os sinais utilizados nas atividades de pesquisa científica
deverão priorizar os materiais biodegradáveis e se limitar aos locais
previamente definidos e acordados com o órgão competente;
b) A coleta de espécimes de flora ou de fauna deverá garantir a manutenção
de populações viáveis in situ;
c) Deverão ser retirados pelo pesquisador quaisquer elementos que tenham
sido introduzidos com fins experimentais, quando do encerramento das
atividades de pesquisa científica;
XIII. É proibida a translocação de anfíbios (girinos e adultos) internamente (de riacho
a riacho ou de lagoa a lagoa), ou a soltura de animais oriundos de outras áreas,
com exceção de ações subsidiadas por estudos que as justifiquem;
XIV. Deverá ser implantado o pedilúvio com hipoclorito de sódio antes da realização
de atividades de pesquisa e fiscalização nas zonas de preservação e outras áreas
definidas pela entidade gestora;
XV. Poderão ser desenvolvidos programas de revigoramento ou de reintrodução de
fauna nativa, desde que recomendados por pesquisa prévia, autorizados pelos
órgãos competentes e observada a legislação vigente;
XVI. A implantação, gestão e operação de estradas públicas no interior da unidade de
conservação deverão observar o disposto no Decreto Estadual nº 53.146/2008;
XVII. É permitido o deslocamento de veículos motorizados nas vias públicas, sendo que
o tráfego fora das vias públicas somente será permitido para atividades de
proteção, fiscalização, monitoramento e pesquisa, quando devidamente
autorizado pela entidade gestora;
XVIII. Os empreendimentos de utilidade pública no interior da unidade de conservação
deverão ser mapeados e as regras de implantação e manutenção dos
empreendimentos e de seu entorno deverão observar ao disposto no item 8.9
subitem 4, sendo que:

97

Estação Ecológica de Bananal


a) A concessionária e a entidade gestora deverão firmar um Termo de
Compromisso detalhando o conteúdo indicado no item 8.9 subitem 4;
b) O Termo de Compromisso será requisito para obtenção da licença de
instalação e para renovação da licença de operação;
XIX. Deverá ser promovido o acesso aos atrativos e à infraestrutura visando à
educação ambiental e a pesquisa científica;
XX. Deverão ser promovidas condições de acessibilidade e inclusão, conforme
legislação específica;
XXI. As atividades e a infraestrutura de educação ambiental e pesquisa permitidas em
cada uma das zonas deverão tomar como referência o disposto no item 8.10 sub-
item5;
XXII. Será promovido o acesso aos atrativos e à infraestrutura para a educação
ambiental e a pesquisa científica nas zonas e áreas que admitam essas atividades;
XXIII. As atividades de educação ambiental só poderão ocorrer mediante agendamento
prévio, e com apresentação de objetivo e justificativa da visita;
XXIV. Não é permitido o cultivo de Organismos Geneticamente Modificados - OGM
dentro da unidade de conservação;
XXV. Não é permitida a prática de pulverização aérea de agrotóxicos na unidade de
conservação;
XXVI. Animais domésticos não são permitidos dentro da UC, à exceção dos casos
autorizados pela entidade gestora;
XXVII. Não é permitida captura de imagens para fins comerciais sem autorização da
entidade gestora;
XXVIII. Não é permitido o uso de aeromodelos (drones, VANTs) para fins recreacionais;
para outros fins, tais como proteção, fiscalização e pesquisa, o uso será permitido
somente com autorização da entidade gestora e de acordo com as normas
vigentes;
XXIX. São proibidos o ingresso e a permanência na Unidade, de pessoas portando armas
de fogo, materiais ou instrumentos destinados ao corte, caça, pesca ou a
quaisquer outras atividades prejudiciais à fauna ou à flora, salvo quando
autorizadas pela entidade gestora.

8.3.2. NORMAS ESPECÍFICAS DAS ZONAS

ZONA DE PRESERVAÇÃO

Definição: É aquela onde os ecossistemas e os processos ecológicos que os mantêm


exibem a máxima expressão de integridade referente à estrutura, à função e à
composição, sendo os efeitos das ações antrópicas insignificantes.

Descrição: Abrange aproximadamente 611,2 hectares, correspondendo a 68,97% da


área total da unidade de conservação. Compreende os polígonos localizados na porção
norte e nordeste da Unidade; abriga Floresta Ombrófila Densa Montana e altomontana,
porte alto a médio e dossel fechado. Inclui o Córrego do Barbosa e o Rio da Pedra
Vermelha.

98

Estação Ecológica de Bananal


Objetivo: Proteger integralmente os ecossistemas e seus processos ecológicos, visando
à manutenção da biodiversidade, recursos hídricos e formações geológicas.

Objetivos específicos:
I. Preservar trechos da UC com elevada diversidade biológica, servindo como
banco genético da fauna e flora;
II. Proteger regiões de alta fragilidade do meio físico, constituídos por ecossistemas
íntegros;
III. Preservar espécies da flora e da fauna raras, ameaçadas de extinção ou
endêmicas;
IV. Proteger sítios de pouso, reprodução e forrageamento de espécies migratórias;
V. Preservar regiões que apresentem potencial de abrigar representantes da flora
e da fauna ainda desconhecidos ou pouco conhecidos para a ciência.

Atividades permitidas:
I. Proteção, fiscalização e monitoramento;
II. Pesquisa científica, desde que justificada a impossibilidade de realização
em outra zona;
Normas:
I. Não é permitida a visitação pública;
II. Não é permitida a instalação de infraestrutura;
III. É permitida a coleta de exemplares da flora e da fauna vinculada a planos de
reprodução de espécies ameaçadas de extinção, mediante projeto específico e
desde que comprovada a não ocorrência da espécie-alvo nas demais zonas;
IV. Não são permitidos deslocamentos em veículos motorizados em trilhas, exceto
para o desenvolvimento das atividades de proteção, fiscalização e de
manutenção dos acessos;
V. É permitido o uso de aparelhos sonoros apenas com finalidade científica ou para
fiscalização;
VI. A proteção, fiscalização e o monitoramento deverão ser permanentes, visando
diminuir possíveis vetores de pressão e outras formas de degradação.

ZONA DE CONSERVAÇÃO

Definição: É aquela onde ocorrem ambientes naturais bem conservados, podendo


apresentar efeitos de intervenção humana não significativos.

Descrição: Apresenta aproximadamente 264,9 hectares, correspondendo a 29,89% da


área total da Unidade de Conservação. Corresponde a polígonos de vegetação
secundária de Floresta Ombrófila Densa Montana (capoeira e capoeira rala) e
reflorestamento com araucária, que não necessitam de nenhum tipo de manejo direto
para recuperação, além de campo de altitude. Inclui o Córrego dos Coqueiros e o das
Cobras.

Objetivo: Conservar a paisagem natural, a biodiversidade e o meio físico, possibilitando


atividades de pesquisa científica e educação ambiental, com mínimo impacto sobre os
atributos ambientais da UC.
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Estação Ecológica de Bananal


Objetivos específicos:
I. Assegurar a conservação da diversidade biológica servindo como banco genético
da fauna e flora;
II. Conservar a representatividade das distintas comunidades naturais da UC;
III. Garantir corredores naturais entre remanescentes de vegetação natural ou
regiões em restauração ecológica;
IV. Garantir sítios de pouso, reprodução e forrageamento de espécies migratórias;
V. Manter as condições ambientais adequadas para assegurar a qualidade e a
quantidade dos recursos hídricos existentes na UC;
VI. Proteger regiões de alta fragilidade do meio físico, com cobertura vegetal pouco
alterada;
VII. Proteger o patrimônio histórico-cultural, arqueológico e geológico;
VIII. Promover a pesquisa científica e a educação ambiental.

Atividades permitidas:
I. Pesquisa científica e educação ambiental, com acesso restrito e mínimo
impacto sobre os atributos ambientais da UC;
II. Proteção, fiscalização e monitoramento;
III. Coleta de sementes ou outro material de propagação, nas condições
estabelecidas neste instrumento;

Normas:
I. A infraestrutura de proteção, fiscalização, monitoramento e pesquisa científica
deve circunscrever-se às Áreas de Administração, ser de mínimo impacto e pode
incluir, dentre outras, aceiros, guaritas, postos de controle e abrigos para
pesquisadores;
II. As atividades de educação ambiental devem circunscrever-se às Áreas de Uso
Público e às Áreas Histórico-Culturais e atender às normas estabelecidas para
essas áreas;
III. A infraestrutura para as atividades de educação ambiental deve circunscrever-
se às Áreas de Uso Público, ser de mínimo impacto e pode incluir, dentre outras,
trilhas, sinalização e equipamentos de segurança, tais como corrimões, escadas
ou pontes;
IV. A coleta de propágulos para fins de restauração será autorizada pela entidade
gestora mediante projeto específico, observando-se o disposto na Resolução
SMA n° 68/2008;
V. A pesquisa científica de alto impacto deve circunscrever-se às Áreas de
Interferência Experimental e observar as normas estabelecidas para essas áreas;
VI. É permitido o uso de aparelhos sonoros apenas com finalidade científica ou de
fiscalização.

100

Estação Ecológica de Bananal


ZONA DE RECUPERAÇÃO

Definição: É aquela constituída por ambientes naturais degradados que devem ser
recuperados para atingir um melhor estado de conservação e que, uma vez recuperada,
deverá ser reclassificada.

Descrição: Abrange aproximadamente 4,91 hectares, correspondendo a 0,55% da área


total da Unidade de Conservação, sendo delimitada pelos trechos ocupados por
reflorestamentos com espécies exóticas (Castanha Portuguesa, eucalipto e pinus) e
áreas antropizadas nas proximidades da Sede Administrativa.

Objetivo: Deter a degradação dos recursos ambientais e recuperar os ecossistemas


naturais quanto à estrutura, à função e à composição, o mais próximo possível da
condição anterior à sua degradação.

Objetivos específicos:
I. Implantar projetos de recuperação do patrimônio natural e histórico-cultural;
II. Implantar projetos de restauração ecológica, visando ao aumento da cobertura
de vegetação nativa;
III. Incentivar pesquisas em Ecologia da Restauração que subsidiem técnicas
adequadas a diferentes situações de degradação;
IV. Recuperar regiões de alta fragilidade do meio físico que representem riscos aos
usuários ou aos atributos da UC.

Atividades permitidas:
I. Recuperação e manutenção do patrimônio natural e histórico-cultural;
II. Pesquisa científica e educação ambiental;
III. Proteção, fiscalização e monitoramento.

Normas:
I. A infraestrutura de proteção, fiscalização, monitoramento e pesquisa científica
deve circunscrever-se às Áreas de Administração, ser de mínimo impacto e
poderá incluir, dentre outras, aceiros, guaritas, postos de controle e abrigos para
pesquisadores;
II. As atividades de educação ambiental devem circunscrever-se às Áreas de Uso
Público e às Áreas Histórico-Culturais e atender às normas estabelecidas para
essas áreas;
III. A infraestrutura para as atividades de educação ambiental deve circunscrever-se
às Áreas de Uso Público, ser de mínimo impacto e poderá incluir trilhas, dentre
outras, sinalização e equipamentos de segurança, tais como corrimões, escadas
ou pontes;
IV. A pesquisa científica de alto impacto deve circunscrever-se às Áreas de
Interferência Experimental e observar as normas estabelecidas para essas áreas;
V. As atividades de pesquisa científica de alto impacto devem circunscrever-se às
Áreas de Experimentação, ser autorizadas pelo órgão competente mediante
projeto específico e observar as normas estabelecidas para essas áreas;
101

Estação Ecológica de Bananal


VI. O projeto de restauração ecológica deve ser aprovado pela entidade gestora, que
pode, a qualquer tempo, realizar vistorias ou solicitar complementações e
adequações conforme regulamentações específicas, inclusive em relação à
eficácia dos métodos e das ações realizadas, considerando ainda que:
a) Em caso de conhecimento incipiente sobre o ecossistema a ser
restaurado, é permitido apenas o isolamento dos fatores de degradação,
devendo ser adotadas técnicas de condução de regeneração natural;
b) Em situações excepcionais, é permitida a introdução de propágulos, que
devem ser coletados em ecossistemas de referência de mesma tipologia
vegetal, existentes na própria unidade de conservação ou em local de
maior proximidade possível, a fim de se evitar contaminação genética;
c) Será incentivada a eliminação de espécies exóticas cultivadas e invasoras,
buscando o baixo impacto sobre as espécies nativas em regeneração e
sobre a fauna, sendo permitida, inclusive, a sua exploração comercial
para garantir a viabilidade da eliminação;
d) É permitido o cultivo temporário de espécies vegetais exóticas não
invasoras, tais como espécies de adubação verde, como estratégia de
manutenção do território para auxiliar o controle de gramíneas invasoras
e favorecer o estabelecimento da vegetação nativa, desde que não
representem risco à conservação dos ambientes naturais;
e) É permitido o manejo de fragmentos de ecossistemas degradados que
necessitem de controle de espécies nativas hiperabundantes,
adensamento ou enriquecimento, a fim de recuperar a composição,
estrutura e função da comunidade;
f) É permitido o uso de agroquímicos para controle de espécies cultivadas
ou invasoras, em caráter experimental ou em larga escala, desde que
justificado tecnicamente;
VII. Devem ser priorizados projetos de restauração ecológica nas áreas ocupadas por
espécies exóticas com potencial de invasão;
VIII. É permitida a circulação de veículos motorizados, máquinas e equipamentos
necessários ao desenvolvimento das atividades previstas na zona.

ZONA DE USO EXTENSIVO

Definição: É aquela constituída em sua maior parte por regiões naturais conservadas,
podendo apresentar efeitos de intervenção humana e atrativos passíveis de visitação
pública com objetivos educacionais.

Descrição: Abrange aproximadamente 5,17 hectares, correspondendo a 0,58% da área


total e contém a sede administrativa localizada próximo à entrada da Unidade.

Objetivo: Conservar a paisagem natural, a biodiversidade e o meio físico, possibilitando


atividades de pesquisa científica e educação ambiental, com baixo impacto sobre os
recursos ambientais.

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Estação Ecológica de Bananal


Objetivos específicos:
I. Promover pesquisa científica e educação ambiental;
II. Abrigar estruturas de apoio à gestão administrativa e às atividades de
pesquisa e educação ambiental;
III. Instalar, operar e manter edificações e equipamentos necessários às
atividades previstas para a zona;
IV. Conservar a representatividade das distintas comunidades naturais;
V. Sensibilizar o usuário para a importância da conservação dos recursos
ambientais;
VI. Manter as condições ambientais adequadas para assegurar a qualidade e a
quantidade dos recursos hídricos existentes na UC;
VII. Proteger regiões de alta fragilidade do meio físico.

Atividades permitidas:
I. Atividades de educação ambiental com baixo impacto sobre os recursos
ambientais;
II. Pesquisa científica;
III. Proteção, fiscalização e monitoramento;
IV. Gestão e Administração;

Normas:
I. A infraestrutura de proteção, fiscalização, monitoramento e pesquisa científica
deve circunscrever-se às Áreas de Administração, ser de até médio impacto e
poderá incluir, dentre outras, aceiros, guaritas, postos de controle e abrigos para
pesquisadores;
II. As atividades de educação ambiental devem circunscrever-se às Áreas de Uso
Público e às Áreas Histórico-culturais e atender às normas estabelecidas para
essas áreas;
III. A infraestrutura para educação ambiental deve circunscrever-se às Áreas de Uso
Público, ser de até médio impacto e poderá incluir, além daquela permitida nas
zonas anteriores, estacionamento, centro de visitantes, museu, dentre outros
compatíveis com atividades educacionais, ressaltando que:
a. As edificações e a infraestrutura devem estar harmoniosamente
integradas à paisagem;
b. Devem ser adotadas medidas de saneamento para tratamento dos
resíduos e efluentes gerados na unidade de conservação, priorizando
tecnologias e destinação de baixo impacto e ambientalmente adequadas;
c. É permitida a implantação de projetos de paisagismo, desde que
utilizadas espécies nativas regionais, mediante aprovação pela entidade
gestora;
d. As espécies exóticas utilizadas em projetos de paisagismo já implantados
devem ser substituídas, ainda que gradualmente;
IV. Atividades de observação de aves só poderão ser realizadas no âmbito de
atividades e projetos de educação ambiental obedecendo às diretrizes
especificas da entidade gestora;
V. A pesquisa científica de alto impacto deverá circunscrever-se às Áreas de
Interferência Experimental e observar as normas estabelecidas para essas áreas;
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Estação Ecológica de Bananal


VI. É permitido o uso de aparelhos sonoros com finalidade científica, educação
ambiental, fiscalização;
VII. São permitidos deslocamentos em veículos motorizados em trilhas para o
desenvolvimento das atividades de proteção, fiscalização, monitoramento,
pesquisa científica e para oferecer acessibilidade.

8.3.3. NORMAS ESPECÍFICAS DAS ÁREAS

ÁREA DE USO PÚBLICO (AUP)

Definição: É aquela que circunscreve as atividades de pesquisa e educação ambiental e


que possibilita a instalação de infraestrutura de suporte às atividades permitidas na zona
em que se insere.

Descrição: Corresponde à Trilha da Cachoeira Sete Quedas, com acesso as duas últimas
quedas do Córrego das Cobras, com 450 m de comprimento.

Incidência: Sobrepõe-se às Zonas de Conservação, de Recuperação e de Uso Extensivo.

Objetivo: Possibilitar o desenvolvimento das atividades de educação ambiental


permitidas na zona em que se insere.

Objetivos específicos:
I. Propiciar atividades de educação ambiental voltadas à interpretação, vivência e
contato com a paisagem e os recursos naturais;
II. Sensibilizar o usuário para a importância da conservação dos recursos
naturais;
III. Comportar a infraestrutura de apoio às atividades permitidas na zona.

Atividades permitidas:
I. Nas Áreas de Uso Público sobrepostas às Zonas de Conservação e Recuperação
são permitidas atividades de pesquisa científica e educação ambiental, com
acesso restrito e de mínimo impacto sobre os atributos ambientais da unidade
de conservação;
II. Nas Áreas de Uso Público sobrepostas à Zona de Uso Extensivo são permitidas
atividades de pesquisa científica e educação ambiental, com até médio impacto
sobre os atributos ambientais da unidade de conservação;

Normas:
I. Nas Áreas de Uso Público sobrepostas às Zonas de Conservação e de
Recuperação:
a. A infraestrutura deve ser de mínimo impacto e pode incluir trilhas,
sinalização e equipamentos de segurança, tais como corrimões, escadas
ou pontes compatíveis com as características da zona;
b. O acesso à Área deve ser limitado, controlado e previamente agendado
com a entidade gestora da unidade de conservação;

104

Estação Ecológica de Bananal


c. As atividades nas Áreas de Uso Público sobrepostas à Zona de
Recuperação serão suspensas durante operações de manutenção,
pesquisa ou quaisquer outras que exijam o emprego de máquinas ou
equipamentos que ofereçam riscos;
d. O uso das cachoeiras em atividades de educação ambiental só é
permitido sem o uso de repelente ou filtro solar;

II. Nas Áreas de Uso Público sobrepostas à Zona de Uso Extensivo:


a. A infraestrutura deve ser de até médio impacto e poderá incluir, além das
anteriores, centro de visitantes, estacionamento, museu, sanitário,
dentre outras;
b. O acesso à área deverá ser limitado, controlado e previamente agendado
com a entidade gestora da unidade de conservação;
c. Será permitida a infraestrutura necessária para o tratamento e/ou
depósito dos resíduos sólidos gerados na unidade de conservação e que
deverão ter a destinação ambientalmente adequada, compatível com a
Unidade;
d. Será permitida a infraestrutura necessária para viabilizar o tratamento
adequado de efluentes.

ÁREA DE ADMINISTRAÇÃO (AA)

Definição: É aquela que circunscreve as atividades e a infraestrutura de apoio aos


serviços administrativos, de proteção, de fiscalização e de pesquisa científica.

Descrição: São áreas destinadas à administração da UC que estão sobrepostas as Zonas


de Uso Extensivo.

Incidência: Sobrepõe-se às Zonas de Conservação, de Recuperação e de Uso Extensivo.

Objetivo: Oferecer suporte ao desenvolvimento das atividades de gestão da UC.

Objetivos específicos:
I. Abrigar a sede administrativa, o alojamento para pesquisadores, o centro de
educação ambiental e as estruturas necessárias às atividades de gestão da
UC;
II. Garantir a operacionalização das atividades de fiscalização, pesquisa e
manutenção do patrimônio físico.

Atividades permitidas:
I. Administração;
II. Pesquisa científica e educação ambiental;
III. Manutenção do patrimônio físico;
IV. Proteção, fiscalização e monitoramento.

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Estação Ecológica de Bananal


Normas:
I. Nas Áreas de Administração sobrepostas à Zona de Conservação e Zona de
Recuperação, a infraestrutura deve ser de mínimo impacto e poderá incluir,
dentre outras, aceiros, guaritas, postos de controle e abrigos para
pesquisadores;
II. Nas Áreas de Administração sobrepostas à Zona de Uso Extensivo:
a. A infraestrutura deve ser de até médio impacto e pode incluir, além das
anteriores, sede administrativa, centro de pesquisa, alojamentos e
almoxarifado, dentre outras;
b. É permitida a infraestrutura necessária para viabilizar o tratamento
adequado de efluentes, bem como para o tratamento ou depósito dos
resíduos sólidos gerados na unidade de conservação, priorizando
tecnologias e destinação de baixo impacto e ambientalmente adequadas,
compatível com a unidade.

ÁREA HISTÓRICO-CULTURAL (AHC)


Definição: É aquela que circunscreve o patrimônio histórico-cultural ou
arqueopaleontógico e as atividades correlatas.

Descrição: Compreende a Trilha do Ouro, calçada por rochas, com 800 metros
preservado do histórico caminho real e acesso a mirante.

Incidência: Sobrepõe-se às Zonas de Conservação, de Recuperação e de Uso Extensivo.

Objetivo: Proteger e difundir a importância do patrimônio histórico-cultural ou


arqueopaleontógico.

Objetivos Específicos:
I. Assegurar a conservação do patrimônio histórico-cultural ou
arqueopaleontógico;
II. Promover a pesquisa científica e a educação ambiental;
III. Sensibilizar o usuário para a importância da conservação do patrimônio
histórico-cultural ou arqueopaleontógico.

Atividades Permitidas:
I. Nas Áreas Histórico-Culturais sobrepostas às Zonas de Conservação e
Recuperação são permitidas atividades de pesquisa científica e educação
ambiental, com acesso restrito e de mínimo impacto sobre os atributos da
unidade de conservação;
II. Nas Áreas Histórico-Culturais sobrepostas à Zona de Uso Extensivo são
permitidas atividades de pesquisa científica e educação ambiental, com mínimo,
baixo ou médio impacto sobre os atributos da unidade de conservação;

Normas:
I. São permitidos o restauro e a manutenção de estruturas objetivando sua
conservação, valorização e visitação;

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Estação Ecológica de Bananal


II. É permitida a instalação de infraestrutura de mínimo impacto para viabilizar as
atividades previstas na área;
III. Não é permitida a alteração das características originais dos sítios histórico-
culturais.

ÁREA DE INTERFERÊNCIA EXPERIMENTAL (AIE)

Definição: É aquela que circunscreve as atividades de pesquisas científicas de maior


impacto.

Descrição: Poderá abranger diferentes fisionomias da vegetação, desde que não exceda
3% do território da UC, por isso não se encontra mapeada ou descrita.

Incidência: Sobrepõe-se às Zonas de Conservação, de Recuperação e Uso Extensivo.

Objetivo: Avaliar o funcionamento dos ecossistemas por meio do desenvolvimento de


pesquisas científicas experimentais, cujos resultados sejam aplicáveis à sua restauração
e conservação.

Objetivos Específicos:
I. Possibilitar experimentação controlada para avaliação do impacto de
distúrbios sobre ecossistemas naturais e compreensão dos processos de
regeneração;
II. Possibilitar o desenvolvimento de técnicas de restauração que possam ser
aplicadas após a ocorrência de diferentes tipos de distúrbios.

Atividades Permitidas:
I. Experimentação controlada, mesmo que de alto impacto, desde que
aprovada pelo órgão competente;
II. Pesquisa científica e educação ambiental;
III. Proteção, fiscalização e monitoramento.

Normas:
I. A localização de cada Área de Interferência Experimental será definida de acordo
com o projeto de pesquisa aprovado;
II. As Áreas de Interferência Experimental, em sua totalidade, podem ocupar, no
máximo, três por cento da extensão total da unidade de conservação e até o
limite de um mil e quinhentos hectares;
III. É permitida a realização de atividades de alto impacto, como o uso de
agroquímicos em caráter experimental, desde que o projeto específico inclua
justificativa e medidas de mitigação e controle dos impactos previstos, mediante
orientação técnica;
IV. As atividades e interferências ambientais nessa área não podem comprometer a
integridade do ecossistema ou colocar em perigo a sobrevivência das populações
das espécies existentes nas demais áreas da unidade de conservação;

107

Estação Ecológica de Bananal


V. Os efeitos ambientais decorrentes dos projetos de pesquisa que interferirem no
equilíbrio ecológico da unidade de conservação serão monitorados, de forma a
embasar a decisão sobre sua continuação ou interrupção;
VI. Projetos de pesquisa cujas medidas de controle e mitigação se mostrarem
ineficientes serão imediatamente suspensos;
VII. É permitida a interdição da área para execução de atividades de pesquisa, desde
que previamente acordada com a entidade gestora da unidade de conservação;
VIII. É permitida a instalação de infraestrutura, desde que estritamente necessária
aos experimentos e previamente acordada com a entidade gestora;
IX. Os proponentes do projeto, uma vez concluída a experimentação, deverão
recuperar o ecossistema alterado pelo experimento;
X. As áreas de intervenção experimental deverão ser monitoradas por técnico não
vinculado (diretamente) ao projeto.

8.4. Da Zona de Amortecimento

Definição: É o entorno da unidade de conservação onde as atividades humanas


potencialmente causadoras de impactos sobre os seus atributos estão sujeitas a
diretrizes e normas específicas.

Descrição: Corresponde a uma área de aproximadamente 8.039,91 ha, delimitada a


noroeste pelo Rio Bananal e córrego do Branco; ao norte por curvas de nível, rios e
estradas; a sudeste pelo Córrego do Bacalhau e Córrego da Encruzilhada; ao sul pelos
Córregos Passa-Anta e do Condado; e a oeste pela microbacia dos Córrego Rufino e
Invernada.

Objetivo: Minimizar os impactos ambientais negativos sobre a unidade de conservação


e incentivar o desenvolvimento de práticas sustentáveis no entorno.

DIRETRIZES E NORMAS GERAIS


I. As diretrizes, normas e incentivos definidos neste Plano de Manejo devem ser
considerados no processo de licenciamento ambiental, sem prejuízo do disposto
na legislação aplicável, em especial as Resoluções CONAMA nº 428/2010 e SMA
nº 85/2012;
II. A entidade gestora deverá dar ciência aos órgãos licenciadores e fiscalizadores, à
Prefeitura do município e à comunidade inserida na Zona de Amortecimento (ZA)
sobre a existência do Plano de Manejo e o conteúdo geral do documento,
devendo ser enfatizadas a delimitação da Zona de Amortecimento e as
recomendações acerca do licenciamento de atividades pretendidas para esta
Zona;
III. É permitido o emprego do fogo para o controle fitossanitário, mediante
autorização específica, e para prevenção e combate a incêndios florestais,
conforme legislação específica;

108

Estação Ecológica de Bananal


IV. Não é permitida a utilização de espécies exóticas com potencial de invasão nas
ações de restauração ecológica, conforme disposto na Resolução SMA nº
32/2014;
V. Não é permitido o cultivo ou criação de espécies exóticas com potencial de
invasão constantes nas normativas do Conselho Estadual do Meio Ambiente -
CONSEMA;
VI. A pessoa física ou jurídica que cultivar ou criar espécies exóticas envolvidas em
processo de invasão biológica e não contempladas nas normativas do CONSEMA
deve adotar ações de controle para evitar seu estabelecimento no interior da
unidade de conservação, sendo que os órgãos ambientais competentes
estabelecerão procedimentos para manejo e controle das espécies;
VII. Os proprietários, os possuidores ou os detentores de propriedades deverão
adotar medidas que impeçam a entrada de animais domésticos ou de criação na
UC;
VIII. São consideradas áreas prioritárias para restauração ecológica e conservação
aquelas que minimizem o efeito de borda e incrementem a conectividade e a
permeabilidade da paisagem, que promovam prevenção e recuperação de áreas
atingidas por erosão e outras medidas de recuperação da qualidade ambiental,
sendo assim consideradas as situadas na faixa de 400 metros do entorno imediato
da unidade de conservação;
IX. São vedados o corte e a supressão de vegetação primária ou nos estágios
avançado e médio de regeneração no entorno imediato de 400 (quatrocentos)
metros da unidade de conservação, conforme o disposto no artigo 11 da Lei
Federal nº 11.428, de 22 de dezembro de 2006, excetuando-se as obras de
utilidade pública de energia, saneamento e transporte, desde que comprovada a
inexistência de alternativa locacional;
X. As áreas de que tratam o inciso VIII são elegíveis para receber apoio técnico-
financeiro da compensação prevista no artigo 36 da Lei nº 9.985, de 18 de julho
de 2000, com a finalidade de recuperação e manutenção, conforme o disposto
no artigo 41, § 6° da Lei Federal nº 12.651, de 25 de maio de 2012;
XI. Todos os projetos de restauração ecológica, incluindo os de recuperação e
manutenção, nas áreas de que tratam o inciso VIII, devem ser aprovados pela
entidade gestora, ressaltando que:
a. Devem ser observadas as diretrizes do Programa de Recuperação
Ambiental da Fundação para a Conservação e a Produção Florestal do
Estado de São Paulo;
b. O projeto deve ser cadastrado no Sistema Informatizado de Apoio à
Restauração Ecológica – SARE;
c. A restauração deve observar o disposto na Resolução SMA n° 32/2014 e
outras normas específicas sobre o tema;

109

Estação Ecológica de Bananal


XII. As áreas particulares podem ser utilizadas como áreas para compensação,
conforme dispõe a Resolução SMA n° 7/2017, desde que seja comprovada a
dominialidade da área e que haja anuência do proprietário e que:
a. Não sejam objeto de obrigações judiciais ou administrativas
estabelecidas em licenças, Termos de Compromisso de Recuperação
Ambiental (TCRA) ou Termos de Ajustamento de Conduta (TAC), firmados
com órgãos do Sistema Ambiental Paulista; e
b. Não sejam submetidas a ações de restauração ecológica executadas com
recursos públicos;
XIII. As Reservas Legais das propriedades inseridas na Zona de Amortecimento devem
estabelecer conectividade estrutural e/ou funcional com a unidade de
conservação;
XIV. A instituição da Reserva Legal deve ser, preferencialmente, no próprio imóvel,
sendo, nesses casos, elegível para receber apoio técnico-financeiro para a sua
recomposição, conforme acima estabelecido;
XV. O cultivo ou criação de Organismos Geneticamente Modificados - OGMs ou seus
derivados deve ocorrer mediante posse de cópia do extrato do parecer técnico
da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança - CTNBio, referente à utilização
comercial, atestando que não trará risco aos atributos da unidade de
conservação, conforme previsto no artigo 27 da Lei federal nº 11.460/2007;
XVI. As atividades agrossilvipastoris não licenciáveis devem observar a Resolução
Conjunta SAA/SMA/SJDC nº 01 de 27 de dezembro de 2011;
XVII. Não é permitida a prática de pulverização aérea de agrotóxicos em toda a Zona
de Amortecimento;
XVIII. As atividades agrossilvipastoris, novas e existentes, devem:
a) Adotar práticas de conservação, uso e manejo adequadas do solo e água em
atendimento ao disposto na legislação vigente, com vistas a evitar:
i. O desencadeamento de processos erosivos e a compactação do solo;
ii. O aumento da turbidez e interrupção do fluxo contínuo dos cursos
d’água;
iii. A contaminação dos corpos hídricos;
iv. A diminuição da disponibilidade hídrica;
v. A perda das características físicas, químicas ou biológicas do solo;
vi. Os impactos à biodiversidade;
vii. A utilização de queimadas como forma de limpeza de terrenos ou para
renovação de pastagens;
viii. A poluição e a disposição inadequada dos resíduos gerados pelas
atividades agrossilvipastoris;
b) Adotar medidas de controle e/ou erradicação de espécies exóticas de plantas ou
animais com potencial de invasão aos remanescentes de ecossistemas naturais;

110

Estação Ecológica de Bananal


c) Evitar o uso de agrotóxicos que comprometam a qualidade ambiental, devendo,
minimamente:
i. Priorizar os de menor risco toxicológico e periculosidade ambiental,
observando-se o disposto na legislação vigente;
ii. Apresentar, sempre que solicitado, o receituário agronômico;
iii. Adotar boas práticas no descarte de embalagens vazias de agrotóxicos,
observando-se as normas vigentes;
iv. Observar as normas vigentes quanto à aplicação do uso de agrotóxicos,
em especial a Instrução Normativa Conjunta nº SDA/ MAPA/ IBAMA
01/2012, que dispõe sobre a aplicação dos ingredientes ativos
Imidacloprido, Clotianidina, Tiametoxam e Fipronil;
v. Observar as orientações para proteção das abelhas descritas em bulas de
produtos com toxicidade para esse grupo;
d) Aderir, sempre que possível, aos protocolos ambientais do Governo do Estado
de São Paulo, como o Protocolo de Transição;
e) Adotar boas práticas no controle de pragas e priorizar o manejo integrado de
pragas e o controle biológico;
f) Adotar, sempre que possível, práticas agroecológicas para minimizar o uso de
agrotóxicos;
g) Prevenir a poluição e promover o gerenciamento ambiental adequado dos
resíduos gerados nas atividades agrossilvipastoris;
h) Destinar adequadamente os resíduos agrícolas ou pecuários provenientes de
granjas, esterqueiros, chiqueiros e lavagens;
i) Impedir a invasão da unidade de conservação por animais de criação, como gado
bovino ou equino, mantendo cercas permanentes em bom estado;
XIX. Não são admitidos novos cultivos de exóticas envolvidas em processo de invasão
biológica, incluindo replantio de espécies do gênero Pinus, em uma faixa de300
(trezentos) metros a partir dos limites da unidade de conservação, e é admitida a
exploração econômica dessa faixa, desde que sejam adotadas ações para mitigar
e monitorar os impactos sobre a unidade de conservação pelo empreendedor;
XX. Novas criações de abelhas exóticas estão proibidas no entorno de 2 km da UC, e
as pré-existentes devem adotar boas práticas, tais como o emprego de técnicas
de tela excluidora de alvado;
XXI. Não é permitida a criação de organismos aquáticos exóticos sem a observância
de medidas que visem impedir sua dispersão, acidental ou não;
XXII. Não será admitida a implantação de atividades e empreedimentos de aquicultura
com espécies exóticas à montante da Cachoeira do Rio do Braço;
XXIII. A supressão de vegetação nativa, o corte de árvores isoladas e as intervenções
em Áreas de Preservação Permanente, quando permitidos, devem ser
compensados, preferencialmente, em áreas a serem recuperadas na própria Zona
de Amortecimento, Corredor Ecológico ou município de Bananal;
111

Estação Ecológica de Bananal


XXIV. As obras, atividades e empreendimentos, incluindo os de utilidade pública e de
interesse social, novos ou existentes, quando da emissão, renovação e
regularização da licença ambiental, devem, quando aplicável tecnicamente:
a. Apresentar programa de monitoramento de fauna silvestre e medidas
mitigadoras para os possíveis impactos, como por exemplo:
i. Passagem de fauna silvestre;
ii. Limitador de velocidade para veículos;
iii. Sinalização da fauna silvestre;
iv. Atividades de educação ambiental;
b. Apresentar plano de ação de emergência de acidentes com produtos
perigosos;
c. Construir em estradas com tráfego de produtos perigosos, sistemas de
drenagem e bacias de retenção nos trechos que cortam a ZA para
contenção de vazamentos e de produtos perigosos decorrentes de
acidentes rodoviários;
d. Apresentar programa de apoio à prevenção e combate a incêndios;
e. Apresentar programa de monitoramento e controle de espécies exóticas
com potencial de invasão aos remanescentes de ecossistemas naturais;
XXV. As obras, atividades e empreendimentos, incluindo os de utilidade pública e de
interesse social, devem, quando pertinente, compatibilizar-se com os objetivos
estabelecidos para a Zona de Amortecimento, devendo ser previstas e
implementadas medidas mitigadoras para os seguintes impactos:
a. Alteração da paisagem cênica;
b. Intensificação dos processos de dinâmica superficial do solo;
c. Fragmentação da vegetação nativa, perda de conectividade e diminuição
da permeabilidade da paisagem;
d. Assoreamento dos cursos d'água e alteração na qualidade e quantidade
da água superficial e subterrânea;
e. Poluição sonora, inclusive em sinergia com fontes de ruídos de origem
antrópica pré-existentes;
f. Indução de ocupação no entorno do empreendimento;
g. Aumento do tráfego de veículos e abertura de novos acessos;
XXVI. Os empreendimentos e atividades que demandem escavações e dragagens
devem comprovar a inexistência de danos ou degradação no interior da UC,
devendo ser previstas e implementadas medidas mitigadoras para os seguintes
impactos:
a. O desencadeamento de processos erosivos;
b. Aumento da turbidez e interrupção do fluxo contínuo dos cursos d’água;
c. A contaminação dos corpos hídricos;
d. A diminuição da disponibilidade hídrica;
e. A perda das características físicas, químicas e biológicas do solo e;
112

Estação Ecológica de Bananal


f. Impactos à biodiversidade;
XXVII. Obras, empreendimentos e atividades devem observar as diretrizes, normas e os
parâmetros urbanísticos estabelecidos na legislação vigente.
XXVIII. Os parcelamentos do solo novos e existentes, conforme disposto na legislação
vigente, devem priorizar:
a. A implantação dos espaços livres considerando os fragmentos existentes
e a proximidade com a unidade de conservação, de modo a contribuir
para a consolidação dos corredores ecológicos;
b. A utilização de espécies nativas regionais no paisagismo das áreas
destinadas a sistemas de circulação, a implantação de equipamento
urbano e comunitário, bem como espaços livres de uso público;
c. A implantação de sistemas de microdrenagem, pavimentos permeáveis,
reservatórios de retenção de águas, cisternas, soluções para a infiltração
e reutilização de águas pluviais e para o retardamento e infiltração das
mesmas;
d. Sistema de iluminação artificial adequado nas áreas adjacentes à unidade
de conservação para minimizar atração e ou desorientação da fauna;
e. A destinação adequada de resíduos sólidos, de acordo com a legislação
vigente.
XXIX. A Zona de Amortecimento deve ser objetivo prioritário das políticas públicas de
estímulo econômico para a preservação do meio ambiente, com vistas ao
desenvolvimento sustentável do entorno da unidade de conservação.

8.5. Do Corredor Ecológico

O Corredor Ecológico, correspondente a áreas no Planalto Rio do Braço e Serra da


Carioca dentro do Estado de São Paulo, com aproximadamente 11.260,82 ha. Liga a
Estação Ecológica de Bananal ao Parque Nacional Serra da Bocaina e ao Parque Estadual
Cunhambebe, conforme o Mapa do Corredor Ecológico que constitui o item 8.8 subitem
3 deste Plano de Manejo. Tem como objetivo possibilitar o fluxo gênico e o movimento
da biota, facilitando a dispersão de espécies e a recolonização de áreas degradadas, bem
como a manutenção de populações que demandam para sua sobrevivência áreas com
extensão maior do que a das unidades por ele conectadas.

DAS NORMATIVAS DO CORREDOR ECOLÓGICO

Constituem-se em diretrizes e normas gerais para o Corredor Ecológico:


I. As diretrizes, normas e incentivos definidos neste Plano de Manejo devem ser
considerados no processo de licenciamento ambiental, sem prejuízo do disposto
na legislação aplicável, em especial as Resoluções CONAMA nº 428/2010 e SMA
nº 85/2012;
113

Estação Ecológica de Bananal


II. A entidade gestora deverá dar ciência aos órgãos licenciadores e fiscalizadores, à
Prefeitura do município e à comunidade inserida no Corredor Ecológico (CE) sobre
a existência do Plano de Manejo e o conteúdo geral do documento, devendo ser
enfatizadas a delimitação do Corredor Ecológico e as recomendações acerca do
licenciamento de atividades pretendidas para o CE;
III. É permitido o emprego do fogo para o controle fitossanitário, mediante
autorização específica, e para prevenção e combate a incêndios florestais,
conforme legislação específica;
IV. Não é permitida a utilização de espécies exóticas com potencial de invasão nas
ações de restauração ecológica, conforme disposto no § 5° do artigo 11 da
Resolução SMA n° 32, de 03 de abril de 2014;
V. Não é permitido o cultivo ou criação de espécies exóticas com potencial de
invasão constantes nas normativas do Conselho Estadual do Meio Ambiente –
CONSEMA;
VI. A pessoa física ou jurídica que cultivar ou criar espécies exóticas envolvidas em
processo de invasão biológica e não contempladas nas normativas do CONSEMA
deve adotar ações de controle para evitar seu estabelecimento no interior das
unidades de conservação, sendo que os órgãos ambientais competentes
estabelecerão procedimentos para manejo e controle das espécies;
VII. São vedados o corte e a supressão de vegetação primária ou nos estágios
avançado e médio de regeneração, conforme o disposto no artigo 11 da Lei nº
11.428, de 22 de dezembro de 2006, excetuando-se os necessários às obras de
utilidade pública de energia, saneamento e transporte, desde que comprovada a
inexistência de alternativa locacional;
VIII. As Reservas Legais das propriedades inseridas no Corredor Ecológico devem
estabelecer conectividade estrutural e/ou funcional com as unidades de
conservação e ser, preferencialmente, no próprio imóvel;
IX. O cultivo ou criação de Organismos Geneticamente Modificados - OGMs ou seus
derivados deve ocorrer deve ocorrer mediante posse de cópia do extrato do
parecer técnico da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança - CTNBio,
referente à utilização comercial, atestando que não trará risco aos atributos da
unidade de conservação, conforme previsto no artigo 27 da Lei federal nº
11.460/2007;
X. As atividades agrossilvipastoris não licenciáveis devem observar a Resolução
Conjunta SAA/SMA/SJDC nº 01 de 27 de dezembro de 2011;
XI. Adotar medidas que impeçam a invasão da Reserva Legal e APP por animais de
criação, como gado bovino, bubalino, equino ou outros, como manutenção de
cercas em bom estado;
XII. É proibida a prática de pulverização aérea de agrotóxicos em todo Corredor
Ecológico;

114

Estação Ecológica de Bananal


XIII. Não é permitida a criação de organismos aquáticos exóticos sem a observância
de medidas que visem impedir sua dispersão, acidental ou não, em todo Corredor
Ecológico;
XIV. Criações de abelhas exóticas devem adotar boas práticas como o emprego de
telas excluidoras de alvado;
XV. As obras, atividades e empreendimentos, incluindo os de utilidade pública e de
interesse social, novos ou existentes, quando da emissão, renovação e
regularização da licença ambiental, devem, quando aplicável tecnicamente:
a. Apresentar programa de monitoramento de fauna silvestre e medidas
mitigadoras para os possíveis impactos, como por exemplo:
i. Passagem de fauna silvestre;
ii. Limitador de velocidade para veículos;
iii. Sinalização da fauna silvestre;
iv. Atividades de educação ambiental;
b. Apresentar programa de apoio à prevenção e combate a incêndios;
c. Apresentar programa de monitoramento e controle de espécies exóticas
com potencial de invasão aos remanescentes de ecossistemas naturais;
XVI. As obras, atividades e empreendimentos, incluindo os de utilidade pública e de
interesse social, devem, quando pertinente, compatibilizar-se com os objetivos
estabelecidos para o Corredor Ecológico, devendo ser previstas e implementadas
medidas mitigadoras para os seguintes impactos:
a. Alteração da paisagem cênica;
b. Fragmentação da vegetação nativa, perda de conectividade e diminuição
da permeabilidade da paisagem;
c. Aumento da turbidez e interrupção do fluxo contínuo dos cursos d’água;
d. Impactos à biodiversidade;
XVII. A supressão de vegetação nativa, o corte de árvores isoladas e as intervenções
em Áreas de Preservação Permanente, quando permitidas, devem ser
compensadas, preferencialmente, em áreas a serem recuperadas na própria Zona
de Amortecimento, Corredor Ecológico ou município de Bananal;
XVIII. O Corredor Ecológico deve ser objeto prioritário das políticas públicas de estímulo
econômico para a preservação do meio ambiente, com vistas ao desenvolvimento
sustentável do entorno da unidade de conservação.

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Estação Ecológica de Bananal


8.6. ITEM 1 – MAPA DO ZONEAMENTO INTERNO (ZONAS E ÁREAS)

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Estação Ecológica de Bananal


8.7. ITEM 2 – MAPA DA ZONA DE AMORTECIMENTO

117

Estação Ecológica de Bananal


8.8. ITEM 3 – MAPA DO CORREDOR ECOLÓGICO

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Estação Ecológica de Bananal


8.9. ITEM 4 – CONTEÚDO MÍNIMO PARA TERMO DE COMPROMISSO

Obrigações da concessionária/órgão, entidade ou empresa, pública ou privada


responsável:
I. Disponibilizar plantas contendo a localização do empreendimento e da área
de servidão/domínio;
II. Acordar com a entidade gestora a agenda dos serviços de manutenção da
área de servidão/domínio e dos empreendimentos;
III. Acordar com a entidade gestora as práticas de manutenção a serem
adotadas, de forma a minimizar os impactos no ambiente;
IV. No caso de concessão de estradas, atender ao disposto no Decreto Estadual
nº 53.146/2008 no que se refere à gestão, manutenção e operação de
estradas no interior de Unidades de Conservação;
V. Remover e destinar quaisquer resíduos gerados durante a implantação e
manutenção do empreendimento e da área de servidão/domínio, em
comum acordo com a entidade gestora da Unidade de Conservação;
VI. Elaborar um Plano de Contingência, aprovado pela entidade gestora, o qual
deverá contemplar a adoção de ações preventivas, mitigadoras e
compensatórias, no caso de acidentes;
VII. Elaborar e implementar um Plano de Fiscalização intensiva nas áreas
afetadas pelo empreendimento, aprovado pela entidade gestora, a fim de
evitar que os acessos às estruturas sejam feitos por pessoas não autorizadas.

Obrigações da entidade gestora:


I. Permitir que a concessionária execute as ações de implantação e
manutenção dos empreendimentos de utilidade pública e da área de
servidão/domínio, conforme acordado;
II. Monitorar o cumprimento dos acordos estabelecidos com a concessionária.

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Estação Ecológica de Bananal


8.10. ITEM 5- LISTA EXEMPLIFICATIVA DO ENQUADRAMENTO DE ATIVIDADES E
INFRAESTRUTURA CONFORME NÍVEL DE IMPACTO QUE SERÃO PARAMETRIZADAS NO
AMBITO DO PROGRAMA DE USO PÚBLICO

Área de Uso Público Área de Uso Público


em Zona de Uso em Zona de
Atividades e práticas possíveis Extensivo Conservação e
(Mínimo, Baixo ou Recuperação
Médio impacto) (Mínimo impacto)
Pesquisa Científica SIM SIM
Educação Ambiental SIM SIM
Área de Uso Público Área de Uso Público
em Zona de Uso em Zona de
Infraestruturas compatíveis Extensivo Conservação e
(Mínimo, Baixo ou Recuperação
MédioImpacto) (Mínimo impacto)

Sanitários SIM NÃO

Lixeiras SIM NÃO

Sinalização, orientação e
SIM SIM
interpretação

Mirante artificial SIM NÃO

Centro de Visitantes e Museu SIM NÃO

SIM
Construções
Infraestrutura de segurança primitivas, tais como
(escada, corrimão, ponte, SIM pinguela de tronco,
degrau, etc.) ripados, falsa-baiana,
baixios, cordas,
pontes, etc.
em Zona de Uso
em Zona de
Operacionalidade da atividade Extensivo /
Conservação
de educação ambiental Recuperação
(Mínimo impacto)
(Baixo impacto)
Obrigatoriedade de
SIM SIM
agendamento
Limite de visitantes/dia SIM SIM

Termo de responsabilidade SIM SIM

Credenciamento SIM SIM

Identificação do responsável
pelo grupo SIM SIM

120

Estação Ecológica de Bananal


9. PROGRAMAS DE GESTÃO

9.1. Apresentação
Os Programas de Gestão correspondem aos objetivos, diretrizes, ações e metas
necessárias para o alcance dos objetivos da UC, com o propósito de transformar a
realidade identificada na etapa de Diagnóstico em uma situação desejada. Além disso, os
Programas de Gestão contribuem para que os objetivos das Áreas, definidas na etapa
Zoneamento, sejam alcançados.

Todos os Programas foram elaborados a partir da leitura do território, resultantes das


etapas de Diagnóstico e Zoneamento, ambos discutidos e trabalhados coletivamente,
junto aos Conselhos Consultivos e diversos atores que compõem o território.

No Plano de Manejo da Estação Ecológica de Bananal foram estabelecidos cinco


Programas de Gestão, sendo: (1) Manejo e Recuperação; (2) Uso Público (Educação
Ambiental); (3) Interação Socioambiental; (4) Proteção e Fiscalização; e (5) Pesquisa e
Monitoramento.

Os Programas de Gestão serão executados no prazo estimado de cinco anos e, a fim de


facilitar o entendimento da sequência lógica estabelecida, foram estruturados em uma
Matriz Lógica, composta por: (i) Objetivo Geral e (ii) Objetivo Estratégico, (iii) Diretrizes,
(iv) Ações, (v) Classificação das Ações, (vi) Responsabilidades e Parcerias, e (vii)
Cronograma.

O Objetivo Geral representa o estado ou condição ideal, altamente desejável, no qual são
abordados os atributos naturais e culturais, as funções ecológicas que a UC desempenha
e o seu papel perante a sociedade; é objetivo não quantificável e abrangente, que orienta
a gestão em escala macro. O Objetivo Estratégico é a declaração expressa do que se
pretende atingir quanto ao tema do programa na UC ao fim do período de
implementação do Plano de Manejo. As Diretrizes são as orientações, guias, rumos, linhas
que definem e regulam um traçado ou um caminho a seguir. São instruções ou indicações
para se estabelecer um plano, uma ação. As Ações são os resultados esperados
necessários, que, juntos e conquistados, atingem os objetivos estratégicos. As ações são
classificadas em temas pré-estabelecidos (Classificação de Ações). O item
Responsabilidades e Parcerias indica quem ou quais instituições devem cumpri-la e o
item Cronograma anual estabelece o período de cinco anos de implementação do
Programa.

Visando subsidiar a fase de implementação do Plano de Manejo, bem como monitorar e


avaliar os desdobramentos das atividades e o alcance dos objetivos, ou seja, a qualidade
do programa, foram lançadas, como mecanismos: (i) as Metas, que expressam de forma
explícita e mensurável os resultados previstos e desejáveis; (ii) os Indicadores,
instrumentos de mensuração associados a cada meta e utilizados para indicar o seu
alcance; e (iii) os Condicionantes, que trazem pressupostos e premissas sem as quais a
conquista das metas e, portanto, a execução do Programa fica impossibilitada. As
121

Estação Ecológica de Bananal


condicionantes podem ser ações que estão fora da governabilidade da gestão da UC,
dependem de esferas superiores de poder ou compreendem fatos ou eventos
imprevisíveis. Manter uma estrutura adequada em termos de recursos humanos e
financeiros é condição essencial para a implantação dos programas de gestão da EE de
Bananal.

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Estação Ecológica de Bananal


9.2. PROGRAMA DE MANEJO E RECUPERAÇÃO

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Estação Ecológica de Bananal


9.3. PROGRAMA DE USO PÚBLICO (EDUCAÇÃO AMBIENTAL)

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Estação Ecológica de Bananal


9.4. PROGRAMA DE INTERAÇÃO SOCIAMBIENTAL

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Estação Ecológica de Bananal


9.5. PROGRAMA DE PROTEÇÃO E FISCALIZAÇÃO

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Estação Ecológica de Bananal


9.6. PROGRAMA DE PESQUISA E MONITORAMENTO

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Estação Ecológica de Bananal


10. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

10.1. Aspectos Fundiários

FUNDAÇÃO FLORESTAL. Levantamento Fundiário e Patrimonial para o Plano de Manejo da


Estação Ecológica de Bananal – Relatório Interno. 2011.

Leis
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. 1988. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao.htm>. Acesso
em: 19 jun. 2010.
BRASIL. Lei Federal nº 4.771, de 15 de setembro de 1965 - Institui o novo Código Florestal.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L4771.htm>. Acesso em: 12
ago. 2010.
BRASIL. Lei Federal nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II,
III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação
da Natureza e da outras providências. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9985.htm>. Acesso em: 19 jun. 2010.
BRASIL. Lei Municipal nº 33, de 15 de setembro de 1997 – Dispõe sobre a criação da Área de
Proteção Ambiental da Serra da Bocaina e dá outras providências.

Decretos
BRASIL. Decreto Federal nº 19.924, de 27 de abril de 1931 - Dispõe sobre as terras devolutas.
BRASIL. Decreto Estadual nº 43.193, de 03 de abril de 1964 – declara reserva florestal do Estado
de São Paulo as terras situadas no 6º perímetro do município de Bananal, glebas 8 e 9,
necessárias à conservação das matas e preservação da flora e da fauna.
BRASIL. Decreto Estadual nº 26.890, de 12 de março de 1987 - cria as Estações Ecológicas de
Bananal, juntamente com as Estações Ecológicas de Bauru, Ibicatu, Itaberá, Itapeti, São
Carlos, Valinhos e Xitué, e dá outras providências.

Resoluções
BRASIL. Resolução nº 40, de 06 de Junho de 1985. Disponível em:
<http://www.tombamentodaserradomar.org.br/doc/ResolucaoSC40_1985.doc>.Acesso
em 03 ago. 2010.
BRASIL. Resolução nº 39, de 2 de junho de 1997.
BRASIL. Resolução CONAMA nº 428, de 17 de dezembro de 2010. Dispõe, no âmbito do
licenciamento ambiental sobre a autorização do órgão responsável pela administração da
Unidade de Conservação (UC), de que trata o § 3º do artigo 36 da Lei nº 9.985 de 18 de
julho de 2000, bem como sobre a ciência do órgão responsável pela administração da UC
no caso de licenciamento ambiental de empreendimentos não sujeitos a EIA-RIMA e dá
outras providências.

128

Estação Ecológica de Bananal


10.2. Meio Biótico

Vegetação
ARAUJO, C.O., SOUZA, F.M., ARZOLLA, F.A.R.D.P., FRANCO, G.A.D.C., BAITELLO, J.B., TONIATO,
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Estação Ecológica de Bananal


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2019.
SEADE. Índice Paulista de Vulnerabilidade Social – Versão 2010. São Paulo, 2019d. Disponível em:
<http://www.iprs.seade.gov.br/ipvs2010/view/index.php?prodCod=2>; Acesso em: mar.
2019.

Dinâmica Territorial
Cobertura e uso do solo
CARVALHO, J. L. de; RAIMUNDO, S.; MARETTI, C. Planos de Manejos das Unidades de Conservação
- Estação Ecológica de Bananal - Plano de gestão ambiental, fase 1. Revista: Documentos
Ambientais, São Paulo, SMA, 1998 e caderno 02 do suplemento do Diário Oficial do Estado,
de 28 de março de 1998. São Paulo, p. 1-108, 1998.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Manual Técnico da Vegetação
Brasileira: sistema fitogeográfico; inventário das formações florestais e campestres: técnicas
e manejo de coleções botânicas: procedimentos para mapeamentos. Série Manuais Técnicos
de Geociências número 1, Rio de Janeiro, 276 p, 2012.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE. Manual Técnico de Uso da Terra,
Manuais Técnicos em Geociências. 3ª Edição, Rio de Janeiro, 2013.
IVANAUSKAS et al. Plano de Manejo Estação Ecológica de Bananal. Relatório Final Módulo de
Vegetação e Flora, Instituto Florestal, 2012. Relatório Interno.
PONÇANO, W. L. et al . Mapa Geomorfológico do Estado de São Paulo. São Paulo: Instituto de
Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo, v. 1 e v. 2, 1981. Escala 1:1.000.000.
(Monografia 5).
Ocorrência e Infrações Ambientais
FUNDAÇÃO FLORESTAL. Plano de Manejo Estação Ecológica de Bananal. Relatório final de
diagnóstico das ações de fiscalização da Estação Ecológica de Bananal. Relatório Interno.
2012.
NETO, G. Avaliação do comportamento espaço-temporal de focos de calor no entorno da Estação
Ecológica de Bananal. Relatório interno, 2019.
SÃO PAULO (ESTADO). Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente (SIMA). Coordenadoria de
Fiscalização e Biodiversidade (CFB). Dados do Sistema Integrado de Monitoramento de
Unidades de Conservação – SIM, Incêndios Florestais registrados no âmbito da Operação
Corta Fogo, Autos de Infrações Ambientais lavrados pela Polícia Militar Ambiental. São Paulo:
SIMA/CFB, 2019.

142

Estação Ecológica de Bananal


10.5. Jurídico Institucional

BANANAL (Município). Lei Complementar nº 016, de 08 de dezembro de 2014, que institui o Plano
Diretor Participativo do Município de BANANAL. 224p.
BRASIL. Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). Plano de
Manejo do Parque Nacional da Serra da Bocaina. Portaria IBAMA nº 112/2002. Disponível
em: <http://www.icmbio.gov.br/parnaserradabocaina/extras/62-plano-de-manejo-e-
monitorias.html>. Acesso em: mar. 2019.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente (MMA). Rede Brasileira de Reservas da Biosfera. 2016.
Disponível em: <http://www.mma.gov.br/areas-protegidas/instrumentos-de-
gestao/reserva-da-biosfera>. Acesso em: maio. 2017.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente (MMA). Áreas Prioritárias para Conservação, Uso
Sustentável e Repartição dos Benefícios da Biodiversidade Brasileira – 2ª atualização.
Portaria MMA 463/2018. MMA, 2018.
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CNUC. Banco de Dados. Disponível em: <http://mma.gov.br/areas-protegidas/cadastro-
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Reconhece o Mosaico de Unidades de Conservação da Serra da Bocaina, Mosaico Bocaina.
Acesso em: mar. 2019.
GAGLIARDI, C. M. R., org. Plano Diretor de Desenvolvimento Turístico de Bananal. São Paulo: ECA-
USP e Prefeitura Municipal de Bananal. 320 p, 2017.
GOVERNO FEDERAL. Decreto de lei nº 87.561. Dispõe sobre as medidas de recuperação e
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Seção 1 - 14/9/1982, p. 17150, 1982. Disponível em:
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RODRIGUES, R.R.; BONONI, V.L.R., orgs. Diretrizes para conservação e restauração da
biodiversidade no Estado de São Paulo. Programa Biota/FAPESP. São Paulo: Instituto de
Botânica. 248p, 2008.
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Planejamento Ambiental (CPLA). ICMS Ecológico. Disponível em:
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VALE VERDE Associação de Defesa do Meio Ambiente. Revisão e Atualização do Plano de Bacia
da UGRHI 02 – Paraíba do Sul. Síntese do Plano de Bacia - 2016-2019. 52p. 2016.

10.6. Corredores Ecológicos

BRITO, F. 2012. Corredores Ecológicos – uma estratégia integradora na gestão de ecossistemas.


Ed UFSC.
CANUTO, M. 2008. Observations of two hawk-eagle species in a humid lowland tropical forest
reserve in central Panama. Journal of Raptor Research 42:287-291.

143

Estação Ecológica de Bananal


CANUTO, M. et al. 2012. Conservation, Management and Expansion of Protected and Non-
Protected Tropical Forest Remnants Through Population Density Estimation, Ecology and
Natural History of Top Predators: Case Studies of Birds of Prey (Spizaetus taxon). In:
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144

Estação Ecológica de Bananal


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ZILIO, F. 2017. Breeding biology and conservation of hawk-eagles (Spizaetus spp.) Aves,
Accipitridae) in southern Atlantic Forest, Brazil

145

Estação Ecológica de Bananal


ANEXO I – INFORMAÇÕES GERAIS DA UC

1.1. Aspectos Fundiários

APÊNDICE 1.1.A. Síntese do relatório de diagnóstico fundiário da EE de Bananal


A primeira fase do diagnóstico – consulta aos dados secundários, consistiu na realização
de pesquisas bibliográficas e documentais que permitiram um diagnóstico preliminar
sobre a situação fundiária da Unidade. Foram pesquisados documentos jurídicos, tais
como leis, decretos, resoluções, portarias, entre outros, além de doutrinas e manuais
técnicos sobre o tema em questão. Também foram consultados os relatórios técnicos e
Planos de Manejo de outras Unidades.

A segunda etapa do diagnóstico – consulta aos dados primários, foi realizada através da
pesquisa aos documentos da Assessoria de Estudos Patrimoniais (AEP) do Instituo
Florestal (IF), incorporados ao acervo do Núcleo de Regularização Fundiária (NRF) da
Fundação Florestal (FF), bem como em outros documentos técnicos da Procuradoria
Geral do Estado (PGE), Procuradoria do Patrimônio Imobiliário (PPI) e Centro de
Engenharia e Cadastro Imobiliário (CECI).

Foram enviados ofícios FF à: Procuradoria do Patrimônio Imobiliário (PPI) do Estado de


São Paulo, solicitando documentos cartográficos e demais informações fundiárias sobre
as terras que compõem a Estação Ecológica de Bananal; à Fundação Instituto de Terras
do Estado de São Paulo (ITESP), solicitando mapas contendo a localização das áreas de
propriedade da Fazenda Estadual do Estado de São Paulo (FESP) e outras de caráter
particular, internas e no entorno da Unidade, indicando eventuais glebas em processo de
expropriação indireta (findo ou em andamento)e solicitando informações a respeito de
possíveis imóveis localizados na região de abrangência da Estação Ecológica de Bananal
cadastrados, respectivamente, junto a Superintendência do Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e a Prefeitura do Município de Bananal; ao
Cartório de Registro de Imóveis (CRI) do município de Bananal solicitando informações
sobre os proprietários de áreas no entorno da Estação Ecológica de Bananal.

Por conta do indício da existência de terras devolutas4 na região abrangida pela área de
estudo, a FESP, representada pela PGE, iniciou na década de 1930 a propositura de ações
discriminatórias5 no Vale do Paraíba com o intuito de arrecadá-las ao seu patrimônio.

Em consulta aos órgãos públicos, verificou-se que a área em estudo se encontra inserida
no 6º Perímetro do Município de Bananal. Foram feitas as citações pessoais de todos os

4
De acordo com o artigo 5º do Decreto-Lei nº 9.760, de 07 de dezembro de 1976, “são devolutas, na faixa da fronteira, nos Territórios
Federais e no Distrito Federal, as terras que, não sendo próprias nem aplicadas a algum uso público federal, estadual territorial ou
municipal, não se incorporaram ao domínio privado”
5 As ações discriminatórias têm como objetivo definir e delimitar o domínio das terras públicas e particulares, cabendo à União e aos

Estados promover a identificação e a separação destas terras. A discriminatória pode ser por via administrativa ou judicial, cabendo
ao Poder Público optar pelo procedimento mais adequado. Para iniciá-lo, primeiramente delimitam-se um perímetro, assim
denominadas as áreas definidas como unidades de trabalho para os levantamentos das terras que serão objetos da propositura da
ação discriminatória. Posteriormente todos os ocupantes das áreas são chamados pelo Poder Público com vistas a exibirem seus
títulos de domínio. Os exames dos documentos visam apurar a legitimidade dos títulos de propriedade.
146

Estação Ecológica de Bananal


ocupantes das ditas terras e de todos os interessados nas mesmas. A ação discriminatória
foi instruída com os mapas de reconhecimentos prévios e memoriais descritivos
referentes às áreas discriminadas. Citados todos os interessados regularmente, estes
ofereceram contestações à ação. Da análise dos documentos apresentados pelos
interessados, a ação foi julgada parcialmente procedente.

Ficou declarado que o total de 3.676,02 hectares do perímetro foram julgados terras
devolutas 1.824,16 hectares, e particulares 1.851,86 hectares6.

Foi certificado na carta de sentença que, no total de 1.824,16 hectares de terras


devolutas, foram identificadas e demarcadas duas glebas devolutas - a primeira com uma
área de 1.470 hectares e a segunda com 354 hectares. Portanto, a obtenção dessa área
pela FESP é decorrente de decisão judicial constante da ação discriminatória acima
referida. De acordo com o mapa da ação discriminatória do 6º Perímetro de Bananal, é
possível verificar a localização das referidas glebas, destacadas em cor vermelha (na
Figura 1).

Figura 1. Mapa do 6º Perímetro de Bananal. Fonte: Secretaria da Justiça e Negócios do Interior.


Procuradoria do Patrimônio Imobiliário do Estado. Planta do 6º Perímetro de Bananal.

Também é possível verificar, com base no referido mapa, a localização das glebas
declaradas de domínio particular na ação discriminatória, cujos nomes dos titulares e a
extensão das áreas encontram-se elencadas na Tabela 1.

6
Informações contidas no mapa da Secretaria da Justiça e Negócios do Interior - Procuradoria do Patrimônio Imobiliário do Estado -
Planta do 6º Perímetro de Bananal
147

Estação Ecológica de Bananal


A área de domínio estadual, adquirida por decisão judicial em ação discriminatória,
passou pelas seguintes fases: decisão de 1ª instância em 04 de novembro de 1941;
acórdão de 21 de janeiro de 1942; homologação dos trabalhos demarcatórios em 11 de
outubro de 1953; expedição da carta de sentença registrada as fls. 23/25 sob o nº 6 do
livro auxiliar do CRI de Bananal em 31 de março de 1959; transcrição das terras devolutas
estaduais (com 1470 hectares e 354 hectares) sob o nº 3.128 às fls. 120 do Livro 3-H junto
ao CRI de Bananal em 28 de outubro de 1960.

Tabela 1. Áreas julgadas particulares na ação discriminatória do 6º Perímetro de Bananal


Proprietário Área (ha)
Mabel Hime Masset 289,60
Mabel Hime Masset 241,20
Carlos A. Diniz Junqueira 637,26
Mabel Hime Masset e Henrique Lage 683,80
Total 1.851,86

A fim de concluir a elaboração do laudo de caracterização de posses, a DTE solicitou um


pronunciamento jurídico sobre como figurar a gleba nº 8 e 9, tendo em vista a informação
de que áreas foram oferecidas para a criação de uma “Reserva Florestal”. Assim sendo,
questiona se as glebas nº 8 e 9 deveriam constar no plano geral como posse vaga, ou se
deveriam ser concedidas como posse legitima, ou ainda se haveria interesse do Estado
na arrecadação dessa área e aquisição da restante, para fins de criação de “Reserva
Florestal”.

Face ao programa governamental de defesa das florestas, com enfoque no Decreto-Lei


estadual nº 14.916, de 5 de agosto de 1945, o parecer jurídico recomendou audiência do
Serviço Florestal do Estado para se manifestar, no sentido de serem incorporadas ao
patrimônio do Estado as glebas 8 e 9, com vistas a criar uma reserva florestal. O parecer
da Secretaria da Agricultura (Serviço Florestal), tendo em vista a política conservacionista
estadual, manifestou-se favorável à criação de uma Reserva Florestal no 6º Perímetro de
Bananal, compreendendo as terras das glebas 8 e 9 e, ainda, previu a possibilidade de se
estudar futuramente a ampliação da área da Reserva, evitando-se, tanto quanto possível,
que isso viesse a afetar sensivelmente a produção agrícola da região.

Foram elaborados dois novos memoriais descritivos das glebas 8 e 9 e em 3 de abril de


1964, e, por meio do Decreto nº 43.193, as glebas 8 e 9 foram declaradas reservadas.

Em relação às demais glebas devolutas, conforme artigo 2º, § 2º da Lei Estadual nº 3.962,
de 24 de julho de 1957, estavam em condição de receber título de domínio do Estado os
ocupantes da Tabela 3.

Tabela 3. Ocupantes considerados em condições de obter título de domínio do


Estado
Glebas Ocupantes Área (ha)
1ª Karl Funch Thonsem 180
2ª Otto Stampe 16
3ª Andreas Funch Thonsem 12
148

Estação Ecológica de Bananal


Glebas Ocupantes Área (ha)
4ª Melanie Funch Thonsem 34
5ª Gertrud Welcke 48
6ª Manoel Nascimento Nunes 60
7ª Johan Bergkirchner 70
8ª Gleba devoluta reservada 152
9ª Gleba devoluta reservada 732
10ª Karl Gayer 136
11ª Espólio de Paulo Walter Seikel 23
12ª Karl Funch Thonsem 8
13ª Nestor Caputo 330
14ª Maria Augusta 24

Como complemento, foi anexada ao processo uma planta do perímetro com a localização
das glebas (Figura 2), e a Figura 3 apresenta mapa contendo a localização das glebas 8 e
9 do 6º Perímetro de Bananal.

Figura 2. Planta do perímetro com a localização das glebas8 e 9 do 6º Perímetro de


Bananal

Fonte: Secretaria da Justiça e Negócios do Interior. Departamento Jurídico do Estado.


Procuradoria do Patrimônio Imobiliário do Estado

Figura 3. Mapa contendo a localização das glebas dos ocupantes em condições de receber
título de domínio do Estado

149

Estação Ecológica de Bananal


Fonte: Secretaria da Agricultura. Serviço Florestal do Estado (1964).

Consta no PGA (1998) que a linha perimetral da Estação Ecológica de Bananal foi 100%
demarcada com implantação de marcos. Alguns trechos, porém, não tiveram as picadas
de divisa abertas por constituírem-se em acidentes geográficos. A demarcação foi feita
de conformidade com os títulos, sentença, acórdão, laudo dos arbitradores, vestígios e
informações de antigos moradores. Atualmente não é possível identificar estes marcos
em campo.

Não consta haver ações de desapropriação incidentes na área da Unidade.

A garantia da proteção do meio ambiente no entorno da Unidade pode ocorrer por meio
da criação de novas categorias de UC - públicas ou particulares, ou através da
incorporação de novas áreas à Estação Ecológica de Bananal. No caso de incorporação de
novas áreas à Unidade, as terras a serem integradas a Estação Ecológica de Bananal
devem ser de posse e de domínio público.

Deste modo, a aquisição efetiva de áreas particulares abrangidas pela Unidade deve ser
realizada, pelo Poder Público, por meio da cessão de uso, aquisição amigável,
desapropriação e/ou doação.

O documento na integra encontra-se em Fundação Florestal (2011).

150

Estação Ecológica de Bananal


1.2. Atividades promovidas pela UC

APÊNDICE 1.2.A.: Croqui do percurso da Trilha da Cachoeira Sete Quedas mostrando os seus
atrativos e as placas interpretativas e informativas existentes em todo o trajeto.

Elaboração: Natália Santo Lisboa

151

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE 1.2.B. Croqui do percurso da Trilha do Ouro com o caminho secundário que vai a Trilha
do Mirante mostrando os seus respectivos atrativos e placas informativas e interpretativas.

Elaboração: Natália Santo Lisboa

152

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE 1.2.C. Placas Interpretativas, Advertência e Educativas da Trilha da Cachoeira Sete
Quedas

Placa de Advertência Placa Educativa – Sucessão Ecológica

Placa Indicativa – Espécies da Flora Placa Educativa – Ciclo da Água

Placa Educativa – Ciclagem de Nutrientes Placa Indicativa – Espécie/Bromélia

153

Estação Ecológica de Bananal


ANEXO II – MEIO BIÓTICO

2.1. Vegetação
APÊNDICE 2.1.A. Material e Métodos

Para o mapeamento da vegetação foram utilizadas fotografias aéreas verticais em


colorido natural, na escala aproximada de 1:35.000, realizadas pela AEROCARTA-BASE-
ENGEFOTO para a SMASP-PPMA-KFW em 2000/2001, e o mosaico aerofotogramétrico
digital do mesmo voo. Foi utilizada também imagem orbital digital multiespectral SPOT
2007/2010, com resolução espacial de 2,5m, fornecida pela Coordenadoria de
Planejamento Ambiental - CPLA da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do
Estado de São Paulo.

A análise das fotografias foi realizada com base nos procedimentos adotados por Lueder
(1959) e Spurr (1960), que identificam e classificam a vegetação utilizando os elementos
da imagem fotográfica como cor, tonalidade, textura, entre outros. A observação de
atributos como porte, densidade da vegetação e abundância de bambus
complementaram essa análise e orientaram a definição das manchas de vegetação
possibilitando a realização de um mapeamento detalhado.

As informações foram digitalizadas e transportadas para as bases cartográficas digitais


das cartas topográficas da Serra da Carioca (SF-23-Z-A-V-3-NE-A), Córrego das Cobras (SF-
23-Z-A-V-3-NE-C), Fazenda Invernada (SF-23-Z-A-V-3-NO-D), escala 1:10.000, do Plano
Cartográfico do Estado de São Paulo, de 1978, elaborando-se, assim, um mapa
preliminar. Durante os trabalhos de campo, fez-se a verificação dos padrões
estabelecidos pela fotointerpretação, apontando-se eventuais divergências para a
realização de ajustes e elaboração do mapa final. O sistema de classificação da vegetação
utilizado foi o de Veloso et al. (1991).

O levantamento das espécies de plantas vasculares da Estação Ecológica de Bananal foi


feito unindo-se dados secundários e dados obtidos em campo. Para a obtenção de dados
secundários, foram compiladas as listagens obtidas em Salino (s.d), São Paulo (1998),
Castro (2001) Ribeiro (2011), Polisel (2011). Também foram incluídos os registros
informatizados das exsicatas depositadas em herbários e disponíveis nas bases de dados
do INCT – Herbário Virtual de Plantas e Fungos (2018). Em todos os casos, apenas as
identificações com binômio completo foram aceitas e de registros com coordenadas
geográficas dentro dos limites da Estação.

O levantamento de campo foi feito percorrendo-se as trilhas e acessos existentes


(APÊNDICE 2.1.A1. e APÊNDICE 2.1.A2.), de forma a abranger a maior variedade de tipos
vegetacionais possível. Durante o caminhamento nas trilhas foram identificados
diferentes “segmentos” da vegetação, diferenciados por características florísticas,
fisionômicas e grau de conservação ou por alterações da vegetação devido à posição no
relevo, solo e/ou hidrografia. Assim, cada trilha foi subdividida em um ou mais
segmentos. Ao longo do caminho foram amostrados predominantemente os indivíduos
154

Estação Ecológica de Bananal


arbustivos e arbóreos e o material fértil foi incorporado ao herbário D. Bento Pickel, do
Instituto Florestal (SPSF). A lista final de espécies, resultante da união dos dados primários
e secundários, seguiu a grafia e sinonimização da Lista de Espécies da Flora do Brasil 2020
(2018). A mesma base de dados foi utilizada para a atualização e grafia de nomes
científicos. As exóticas ausentes nesta fonte foram conferidas no banco de dados The
Plant List (2018).

Adotou-se o conceito de espécie nativa apresentado por Moro et al. (2012): espécie que
ocorre naturalmente em um dado local, devendo sua presença na área à sua própria
capacidade dispersiva e competência ecológica. Espécies nativas estão em dado local ou
porque evoluíram ali, ou porque evoluíram em outros locais e se dispersaram sem ajuda
humana até atingir sua atual distribuição geográfica. Nesse contexto, foram consideradas
nativas as espécies de ocorrência natural em Floresta Ombrófila Densa e em refúgios
vegetacionais alto montanos no Estado de São Paulo (Nalon et al. 2010).

Dentre as espécies nativas registradas na área de estudo, foram destacadas aquelas


consideradas ameaçadas de extinção. As listas oficiais utilizadas para consulta foram: a)
Lista oficial de espécies ameaçadas de extinção no Estado de São Paulo (SÃO PAULO
2016); b) Lista oficial das espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção (BRASIL
2014), com categorias apresentadas no Livro Vermelho da Flora do Brasil (Martinelli e
Moraes 2013); e c) Lista vermelha de espécies ameaçadas de extinção globalmente
(International Union for Conservation of Nature - IUCN 2013). Foram desconsideradas as
espécies que, apesar de listadas no nível mundial, federal ou estadual, pertenciam à
categoria de “baixo risco de ameaça” e “dados insuficientes”.

Foram consideradas exóticas as espécies transportadas de uma dada região geográfica


para outra em que não ocorreriam naturalmente, independentemente de seu eventual
impacto sobre os ecossistemas nativos, sendo o transporte realizado por ação humana
intencional ou acidental (Lockwood et al. 2007). Nesse grupo foram incluídas todas as
espécies de ocorrência fora dos limites geográficos historicamente reconhecidos para as
formações naturais mapeadas para a Estação Ecológica e ausentes na lista oficial de
espécies nativas no Estado de São Paulo (Wanderley et al. 2011). Em geral, foram
consideradas exóticas aquelas provenientes de outro país ou de ocorrência restrita a
outra tipologia vegetal que não a Floresta Estacional ou áreas savânicas do interior
paulista. Espécies nativas da Floresta Estacional e cultivadas em áreas savânicas também
foram consideradas exóticas para esta formação.

De acordo com os atributos da espécie e observações de campo, as exóticas foram


classificadas em potencial de invasividade conforme agrupamento proposto por Durigan
et al. (2013): exóticas transientes e invasoras (dominantes e não dominantes). Foram
ferramentas úteis na busca dos atributos de cada espécie as informações disponíveis no
banco de dados de espécies exóticas invasoras no Brasil (Zenni & Ziller, 2011; Invasive
Information Network – I3N Brasil, 2015) ou no compêndio de espécies exóticas invasoras
(Invasive Species Compedium – CABI, 2015).

Para avaliar a situação atual da invasão das áreas naturais da Estação Ecológica por cada
espécie exótica foram utilizadas as seguintes classes, adaptadas de Zalba (2005): 1 -
155

Estação Ecológica de Bananal


cultivada e observada somente em pomares ou talhões de plantio, nestes sem
descendência ou dispersão aparente; 2 - cultivada em projetos de florestamento com
espécies nativas e se reproduzindo localmente, mas ainda sem descendência aparente;
3 - invasora de áreas naturais, portanto se expandiu a partir do ponto inicial e está em
processo de dispersão.

APÊNDICE 2.1.A1.Trilhas percorridas e segmentos definidos em campo na Estação


Ecológica de Bananal, Bananal-SP.
Trilha Coordenadas
(UTM, SAD 69, Zona 23K)
Segmento Ponto x Y z (m)
TC-I TC1 565361 7477504 1314
TC2 565350 7477533 1314
Morro do carneiro
TC-II TC3 565174 7477559 1245
TC4 565071 7477702 1172
TO1 564472 7477924 1150
Ouro TO-I TO2 563953 7478202 1264
TO3 563911 7478237 1265
MI-I MI1 563923 7478228 1269
Mirante MI2 564034 7478244 1292
MI-II
MI3 564079 7478238 1296
EST1 564489 7478401 1214
Estrada de acesso EST-I
EST2 564472 7477924 1150
BR1 564610 7477782 1128
Araçazal BR-I BR2 564738 7477794 1116
BR3 564787 7477750 1111
CC-I CC3 565792 7480840 1898
CC-II CC2 565796 7480822 1891
Pico do caracol CC-III CC1 565674 7480725 1884
CC-IV CC4 565644 7480678 1860
CC-V CC5 565495 7480577 1776
PS2 565341 7480071 1538
Fazenda do encontro Fe-I
PS1 563892 7479518 1262
CV-I CV1 564941 7477840 1111
CV-II CV2 565005 7477920 1125
Casa velha CV-III CV3 565067 7477938 1128
CV4 565078 7477995 1137
CV-IV
CV5 565088 7478026 1144
CB-I CB1 564757 7477599 1115
CB-II CB2 564804 7477497 1112
Rio das Cabras
CB3 564847 7477481 1111
CB-III
CB4 564944 7477479 1123
Rio invernada INV-I INV1 564765 7477724 1110
Heliporto HEL-I HEL1 564704 7477639 1117
TE1 565356 7477863 1169
Estação TE-I
TE2 565557 7478034 1183
PV1 565856 7478285 1186
PV2 565834 7478285 1174
PV-I PV3 565753 7478713 1235
Pedra Vermelha PV4 565718 7478806 1245
PV5 565719 7478941 1253
PV6 565737 7479000 1253
PV-II
PV7 565754 7479052 1251

156

Estação Ecológica de Bananal


Trilha Coordenadas
(UTM, SAD 69, Zona 23K)
Segmento Ponto x Y z (m)
PV8 565837 7479247 1293
PV9 565918 7479336 1293
PV-III PV10 565944 7479358 1302
PV11 565995 7479468 1340
PV12 566016 7479527 1353
PV-IV PV13 566189 7479708 1400
PV14 566489 7479881 1314
PV15 566605 7479818 1301
PV16 567202 7479995 1210
PV-V
PV17 567333 7480073 1187
PV18 567447 7480012 1168
BB-I BB1 567614 7479748 1147
Barbosa BB2 567586 7479578 1139
BB-II
BB3 567516 7479448 1138

APÊNDICE 2.1.A2. Pontos amostrados em campo na Estação Ecológica de Bananal, Bananal-SP.

157

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE 2.1.B. Tipos vegetacionais presentes na Estação Ecológica de Bananal, estado de São Paulo. Os códigos da legenda correspondem aos
do Apêndice 2.1.C.

158

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE 2.1.C. Descritores dos tipos vegetacionais naturais da Estação Ecológica de Bananal, Bananal-SP. Representação espacial no Apêndice 2.1.B..
Classe Subclasse Subgrupo Área total
Floresta Ombrófila Densa (D)
Código Porte Cobertura Observações (ha) (%)
Dm1 arbóreo alto dossel fechado 545,37 61,68
Dm2 arbóreo alto dossel fechado Algumas alterações antrópicas 24,77 2,80
Dm3 arbóreo médio a alto dossel fechado 48,12 5,44
Dm4 arbóreo médio dossel fechado topos dos morros 35,80 4,05
Da médio a alto dossel fechado 13,45 1,52
Refúgios Vegetacionais (Comunidades Relíquias)
rm arbóreo baixo dossel aberto e saxícolas área de exposição rochosa 31,17 3,53
rl herbáceo a arbustivo Campo de altitude 13,09 1,48
Vegetação Secundária (Vs)
Vs1 arbóreo baixo dossel fechado quinta fase de sucessão (capoeirão) 113,17 12,80
Vs2 arbóreo médio a alto dossel aberto quarta fase de sucessão (capoeira) 48,16 5,45

Vs3 arbóreo baixo a arbustivo dossel aberto segunda fase de sucessão (capoeirinha) 4,89 0,55

C Pomar de castanha portuguesa 0,60 0,07

Outros Usos
A Reflorestamento com araucárias 1,01 0,11
R Reflorestamento 1,71 0,19

U Uso antrópico (sede) 2,90 0,33

159

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE 2.1.D. Fitofisionomias e trilhas percorridas para o Plano de Manejo da Estação Ecológica de Bananal. Pico do Caracol, com áreas de refúgio vegetacional representadas
pelos afloramentos rochosos, campos e florestas nebulares (A, B, C); Morro do Carneiro, onde o histórico de degradação favoreceu a abundância de samambaias
hiperdominantes como Pteridium arachnoideum e Gleichenella pectinata (D); Trechos de Floresta Ombrófila Densa Montana na trilha do Mirante (E) e trilha do Ouro (F); Floresta
Ombrófila Densa Aluvial com predomínio de Psidium cattleianum – araçazal (G); Floresta Ombrófila Densa Montana na trilha do Barbosa (H).

160

Estação Ecológica de Bananal


Apêndice 2.1.E. Espécies de plantas nativas registradas na Estação Ecológica de Bananal, estado de São Paulo. Hábito – arbusto (Ab), árvore (Av), erva terreste
(Ev), epífita (Ep), feto arborescente (Fa), hemi-epífita (HE), palmeira (P), rupícula (Rp), trepadeira (T). Coletor – Coletor e número do voucher depositado em
herbário. Sigla dos coletores: AC - A. Costa, AGC - A.G. Castro, AS – A. Salino, CMG - C.M. Gobbo, D – Dittrich, EHAR - E.H.A.Rodrigues, ELMC - E.L.M. Catharino,GLE
– G.L. Esteves, LLG - L.L. Giacomin, NMI - N.M. Ivanauskas, PLRM - P.L.R. Moraes; POM - P.O. Morais, RTP - R.T.Polisel, RJFG - R.J.F.Garcia, RTS - R.T.Shirasuna,
TMR - T.M.Ribeiro. Fonte de informação: P - Dados primários; S - Dados secundários.
Família/Espécie Hábito Coletor Estéril P S
Samambaias e Licófitas
ANEMIACEAE
Anemia phyllitidis (L.) Sw. Ev AS 6294 X
Anemia raddiana Link Ev AS 7594 X
Anemia villosa Humb. & Bonpl. ex Willd. Ev AS 6254, 7462 X
ASPLENIACEAE
Asplenium auriculatum Sw. Ep AS 6306 X
Asplenium auritum Sw. Ev AS 6281 X
Asplenium cirrhatum Rich. ex Willd. Ev AS 7498, 7563 X
Asplenium cristatum Lam. Ev RTP 611 X
Asplenium harpeodes Kunze Ep AS 6250 X
Asplenium inaequilaterale Willd. Ev AS 6249, 7557 X
Asplenium kunzeanum Klotzsch ex Rosenst. Ev AS 6275 X
Asplenium mourai Hieron. Ev AS 6272 X
Asplenium mucronatum C. Presl Ep AS 7539 X
Asplenium oligophyllum Kaulf. Ep AS 6257 X
Asplenium pseudonitidum Raddi Ev AS 6295, 7490 X
Asplenium raddianum Gaudich. Ep AS 6272, 6312, 7510 X
Asplenium scandicinum Kaulf. Ep AS 6245 X
Asplenium serra Langsd. & Fisch. Ev AS 7553 X
Asplenium uniseriale Raddi Ev AS 6265 X
Asplenium wacketii Rosenst. Ev AS 7497, 7556 X
Hymenasplenium triquetrum (N. Murak.) & R.C. Moran) Regalado & Prada Rp AS 6348 X
ATHYRIACEAE

161

Estação Ecológica de Bananal


Família/Espécie Hábito Coletor Estéril P S
Diplazium cristatum (Desr.) Alston Ev AS 7530 X
Diplazium leptocarpon Fée Ev AS 7532, 7468 X
Diplazium rostratum Fée Ev AS 6342 X
Diplazium turgidum Rosenst. Ev AS 8806 X
BLECHNACEAE
Austroblechnum divergens (Kunze) Gasper & V.A.O. Dittrich Ev D 957, AS 6252 X
Blechnum austrobrasilianum de la Sota Ev D 958, AS 6334, 7591 X
Blechnum occidentale L. Ev AS 7538 X
Blechnum polypodioides Raddi Ev AS 6328 X
Lomaria spannagelii (Rosenst.) Gasper & V.A.O.Dittrich Ev AS 7596 X
Lomaridium plumierii (Desv.) C. Presl Ev AS 7525 X
Lomariocycas schomburgkii (Klotzsch) Gasper & A.R. Sm. Ev AS 6346 X
Neoblechnum brasiliense (Desv.) Gasper & V.A.O. Dittrich Ev AS 6330 X
Parablechnum cordatum (Desv.) Gasper & Salino Ev D 862 X
Parablechnum proliferum (Rosenst.) Gasper & Salino Ev D 865 X
CULCITACEAE
Culcita coniifolia (Hook.) Maxon Ev AS 7552 X
CYATHEACEAE
Alsophila setosa Kaulf. Fa AS 6260 X
Alsophila sternbergii (Sternb.) D. S. Conant Fa AS 7470 X X
Cyathea atrovirens (Langsd. & Fisch.) Domin Fa X X
Cyathea corcovadensis (Raddi) Domin Fa AS 6318 X
Cyathea delgadii Sternb. Fa 7087 X X
Cyathea dichromatolepis (Fée) Domin Fa AS 6317 X
Cyathea glaziovii (Fée) Domin Fa AS 6234 X
Cyathea hirsuta C. Presl Fa AS 6258 X
Cyathea phalerata Mart. Fa AS 6262 X
Cyathea rufa (Fée) Lellinger Fa AS 7478 X
Cyathea uleana (Samp.) Lehnert Ev AS 6231 X

162

Estação Ecológica de Bananal


Família/Espécie Hábito Coletor Estéril P S
DENNSTAEDTIACEAE
Dennstaedtia cicutaria (Sw.) T. Moore Ev AS 7521 X
Dennstaedtia dissecta (Sw.) T. Moore Ev AS 6269, 7472 X
Histiopteris incisa (Thunb.) J. Sm. Ev AS 7483 X
Hypolepis sp. Ev AS 6267 X
Pteridium arachnoideum (Kaulf.) Maxon Ev AS 6374 X X
DICKSONIACEAE
Dicksonia sellowiana Hook. Fa AS 6237 X X
Lophosoria quadripinnata (J.F.Gmel.) C.Chr. Ev AS 7475 X
DRYOPTERIDACEAE
Elaphoglossum edwallii Rosenst. Ev AS 8835 X
Polybotrya cylindrica Kaulf. EV/T AS 8787 X
Polybotrya tomentosa Brade EV/T AS 8837 X
Arachniodes denticulata (Sw.) Ching Rp AS 6314, 7555 X
Ctenitis anniesii (Rosenst.) Copel. Ev AS 6315 X
Ctenitis aspidioides (C. Presl) Copel. Ev AS 6256 X
Ctenitis nervata (Christ) Viveros & Salino Ev AS 6242 X
Ctenitis submarginalis (Langsd. & Fisch.) Ching Ev AS 6238 X
Didymochlaena truncatula (Sw.) J. Sm. Ev AS 6288, 7479 X
Elaphoglossum acutum Brade Rp AS 7509, 7540 X
Elaphoglossum angustum (Fée) H. Christ Ep AS 6381 X
Elaphoglossum burchelii (Baker) C. Chr. Rp AS 6364 X
Elaphoglossum decoratum (Kunze) T. Moore Ep AS 6361 X
Elaphoglossum gardnerianum (Kunze ex Fée) T.Moore Ep AS 6377 X
Elaphoglossum glabellum J. Sm. Ep AS 6352 X
Elaphoglossum glaziovii (Fée) Brade Ep AS 6291, 7507 X
Elaphoglossum hymenodiastrum (Fée) Brade Rp AS 6235, 6363, 6364, 7531 X
Elaphoglossum iguapense Brade Rp AS 6365 X
Elaphoglossum langsdorffii (Hook. & Grev.) T. Moore Rp AS 6351 X

163

Estação Ecológica de Bananal


Família/Espécie Hábito Coletor Estéril P S
Elaphoglossum lineare (Fée) T. Moore Rp AS 7484 X
Elaphoglossum lingua (Raddi) Brack. Ep AS 6376, 7595, 7738 X
Elaphoglossum longifolium (Jacq.) J. Sm. Ep AS 6297 X
Elaphoglossum macahense (Fée) Rosenst. Ev AS 6362, 7562 X
Elaphoglossum nigrescens (Hook.) T.Moore ex Diels Rp AS 6350, 7529 X
Elaphoglossum obliquatum (Fée) C. Chr. Ev AS 7572 X
Elaphoglossum ovalifolium (Fée) H. Christ Ep AS 6251 X
Elaphoglossum scolopendrifolium (Raddi) J. Sm. Ep AS 7518 X
Elaphoglossum squamipes (Hook.) T. Moore Ep AS 7545, 7587 X
Elaphoglossum strictum (Raddi) T. Moore Ep AS 7511 X
Elaphoglossum vagans (Mett.) Hieron. Ep AS 6287, 7561 X
Lastreopsis amplissima (C. Presl) Tindale Ev AS 6263 X
Megalastrum umbrinum (C. Chr.) A. R. Sm. & R. C. Moran Ev AS 6236, 6244, 7474, 7477, 7534 X
Olfersia cervina (L.) Kunze Ev AS 6300 X
Polybotrya speciosa Schott Ev AS 6354, 7465 X
Polystichum platylepis Fée Ev AS 6266 X
Rumohra adiantiformis (G. Forst.) Ching Ev AS 6241 X
Stigmatopteris caudata (Raddi) C. Chr. Ev AS 7527 X
GLEICHENIACEAE
Dicranopteris flexuosa (Schrad.) Underw. Ev AS 6372 X
Dicranopteris nervosa (Kaulf.) Ching Ev AS 6324 X
Gleichenella pectinata (Willd.) Ching Ev AS 6340 X X
Sticherus bifidus (Willd.) Ching Ev AS 6336 X
Sticherus paulistanus (Rosenst.) Copeland Ev AS 6369 X
Sticherus pruinosus (Mart.) Ching Ev AS 6321, 7554 X
Sticherus squamosus (Fée) J. Gonzales Ev AS 8809 X
Sticherus tomentosus (Cav. ex Sw. ) A. R. Sm. Ev AS 7463 X
HYMENOPHYLLACEAE
Abrodictyum rigidum (Sw.) Ebihara & Dubuisson Ev AS 7517 X

164

Estação Ecológica de Bananal


Família/Espécie Hábito Coletor Estéril P S
Crepidomanes pyxidiferum (L.) Dubuisson & Ebihara Ep AS 7508 X
Didymoglossum krausii (Hook. & Grev.) C.Presl Ep AS 7589 X
Didymoglossum reptans (Sw.) C.Presl Ep AS 7514 X
Hymenophyllum asplenioides (Sw.) Sw. Ep AS 6304 X
Hymenophyllum caudiculatum Mart. Ep AS 6299 X
Hymenophyllum elegans Spring Ep AS 6371 X
Hymenophyllum fragile (Hedw.) C. V. Morton Ep AS 6373, 7502 X
Hymenophyllum hirsutum (L.) Sw. Ep AS 6366, 7519, 7548 X
Hymenophyllum microcarpum Desv. Ep AS 6370, 7515 X
Hymenophyllum plumosum Kaulf. Ep AS 7541, 7573 X
Hymenophyllum polyanthos Sw. Ep AS 6240, 6359, 6379, 7586 X
Hymenophyllum pulchellum Schlectd. & Cham. Ep AS 7588 X
Hymenophyllum rufum Fée Ep AS 7574 X
Polyphlebium angustatum (Carmich.) Ebihara & Dubuisson Ep AS 6271 X
Polyphlebium diaphanum (Kunth) Ebihara & Dubuisson Ep AS 6380, 7547 X
Trichomanes cristatum Kaulf. Ev AS 7500, 7559 X
Trichomanes lucens Sw. Ev AS 7568 X
Trichomanes pellucens Kunze Ev AS 6367, 7500, 7559 X
Trichomanes pilosum Raddi Ev AS 7546 X
Trichomanes polypodioides L. Ep AS 7501, 7516 X
Vandenboschia radicans (Sw.) Copel. Ep AS 6298 X
LINDSAEACEAE
Lindsaea arcuata Kunze Ev AS 6368 X
Lindsaea bifida (Kaulf.) Mett. Ex Kuhn Ev AS 7558 X
Lindsaea coarctata Kramer Ev AS 7473 X
LYCOPODIACEAE
Diphasiastrum thyoides (Willd) Holub Ev AS 6323 X
Diphasium jussiaei (Desv. ex Poir.) C. Presl ex Rothm Ev AS 7565 X
Lycopodiella geometra B. Øllg. & P. G. Windisch Ev AS 7549 X

165

Estação Ecológica de Bananal


Família/Espécie Hábito Coletor Estéril P S
Lycopodium clavatum L. Ev AS 6325, 7476, RTP 849 X
Palhinhaea cernua (L.) Franco & Vasc. Ev AS 6326 X
Palhinhaea eichleri (Fée) Holub Ev AS 7467 X
Phleghmariurus biformis (Hook.) B. Øllg. Ep AS 7571 X
Phlegmariurus hexastichus (B. Øllg. & P. G. Windisch) B. Øllg. Ep AS 7570 X
Phlegmariurus mollicomus (Spring) B. Øllg. Ep AS 7567 X
Phlegmariurus reflexus (Lam.) B. Øllg. Ev AS 6320 X
Pseudolycopodiella meridionalis (Underw. & Loyd) Holub Ev AS 7590 X
MARATTIACEAE
Danaea moritziana C.Presl Ev AS 7480, 7526 X
Eupodium kaulfussii (J. Sm.) J. Sm. Ev AS 6313 X
Marattia cicutifolia Kaulf. Ev AS 6349 X
NEPHROLEPIDACEAE
Nephrolepis cordifolia (L.) C. Presl Ev AS 7464 X
OSMUNDACEAE
Osmunda regalis L. Ev AS 6345 X
POLYPODIACEAE
Pecluma paradiseae (Langsd. & Fisch.) M.G.Price Ev AS 8818 X
Alansmia reclinata (Brack) Moguel & M. Kessler Ep AS 6302, 6316, 7499 X
Ceradenia albidula (Baker) L. E. Bishop Ep AS 7576 X
Cochlidium punctatum (Raddi) L. E. Bishop Ep AS 6311, 6358, 7593 X
Cochlidium serrulatum (Sw.) L. E. Bishop Ep AS 6378 X
Grammitis fluminensis Fée Ep AS 7581 X
Lellingeria apiculata (Kunze ex Klotzsch) A. R. Sm. & R. C. Moran Ep AS 6307, 7513, 7577 X
Lellingeria brasiliensis (Rosenst.) Labiak Ep AS 7579 X
Lellingeria brevistipes (Mett. ex Kuhn) A.R.Sm. & R.C.Moran Ep AS 7584 X
Lellingeria depressa (C. Chr.) A. R. Sm. & R. C. Moran Ep AS 7793 X
Leucotrichum schenckii (Hieron.) Labiak Ep AS 6308, 6356, 7512, 7543 X
Melpomene flabelliformis (Poir.) A. R. Sm. & R. C. Moran Ep AS 7585 X

166

Estação Ecológica de Bananal


Família/Espécie Hábito Coletor Estéril P S
Melpomene pilosissima (M.Martens & Galeotti) A. R. Sm. & R. C. Moran Ep AS 6309, 6357, 7578 X
Moranopteris achilleifolia (Kaulf.) R.Y. Hirai & J. Prado Ep AS 6310, 6353 X
Moranopteris gradata (Baker) R.Y. Hirai & J. Prado Ep AS 6355, 7520, 7575 X
Zygophlebia longipilosa (C. Chr.) L. E. Bishop Ep AS s.n. X
Campyloneurum acrocarpon Fée Ep AS 6347 X
Campyloneurum aglaolepis (Alston) de la Sota Ep AS 7491 X
Campyloneurum austrobrasilianum (Alston) de la Sota Ep AS 6273 X
Campyloneurum decurrens (Raddi) C. Presl Ev AS 6289 X
Campyloneurum fallax Fée Ep AS 6360, 7471 X
Campyloneurum minus Fée Ep AS 6284 X
Campyloneurum nitidum (Kaulf.) C. Presl Ep AS 6282 X
Microgramma squamulosa (Kaulf.) de la Sota Ep AS 6259 X
Microgramma tecta (Kaulf.) Alston var. tecta Ep AS 6343, 7495 X
Niphidium crassifolium (L.) Lellinger Ep, Ev AS 6292, RTP 834 X
Pecluma pectinatiformis (Lindm.) M. G. Price Ep AS 6247, 6279 X
Pecluma recurvata (Kaulf.) M. G. Price Ep AS 6277 X
Pecluma robusta (Fée) M.Kessler & A.R.Sm. Ep AS 6274 X
Pecluma sicca (Lindm.) M. G. Price Ep AS 6285 X
Pecluma truncorum (Lindm.) M. G. Price Ep AS 6283 X
Phlebodium pseudoaureum (Cav.) Lellinger Ep AS 6270 X
Pleopeltis astrolepis (Liebm.) E. Fourn. Ep AS 6339 X
Pleopeltis hirsutissima (Raddi) de la Sota Ep AS 6375 X
Pleopeltis macrocarpa (Bory ex Willd.) Kaulf. var. macrocarpa Ep AS 6280 X
Pleopeltis pleopeltidis (Fée) de la Sota Ep AS 6268 X
Serpocaulon catharinae (Langsd. & Fisch.) A.R.Sm. Ep AS 6301 X
Serpocaulon fraxinifolium (Jacq.) A.R.Sm. Ev, Ep AS 6255, RTP 866 X
Serpocaulon laetum (C. Presl) Schwartsb. & A.R. Sm. Ev AS 6276 X
Serpocaulon meniscifolium (Langsd. & Fisch.) A.R.Sm. Ep AS 6296 X
PTERIDACEAE

167

Estação Ecológica de Bananal


Família/Espécie Hábito Coletor Estéril P S
Adiantopsis regularis (Mett.) T.Moore Ev AS 8841 X
Doryopteris crenulans (Fée) Christ Ev AS 8802 X
Doryopteris varians (Raddi) J.Sm. Ev AS 8794 X
Adiantopsis chlorophylla (Sw.) Fée Ev AS 6261, 7486 X
Adiantum raddianum C. Presl Ev AS 7487 X
Doryopteris acutiloba (Prantl) Diels Ev AS 7566 X
Doryopteris lomariacea Kaulf. Ev AS 7550 X
Doryopteris nobilis (T. Moore) C. Chr. Ev AS 6264, 7461 X
Doryopteris sagittifolia (Raddi) J. Sm. Ev AS 7496 X
Polytaenium lineatum (Sw.) J. Sm. Ep AS 7542, 7569 X
Pteris angustata (Fée) C. V. Morton Ev AS 6331 X
Pteris brasiliensis Raddi Ev AS 7560 X
Pteris decurrens C. Presl Ev AS 6243 X
Pteris deflexa Link Ev AS 6290 X
Pteris lechleri Mett. Ev AS 6319 X
Pteris schwackeana H. Christ Ev AS 7551 X
Pteris splendens Kaulf. Ev AS 6232, 7564 X
Radiovittaria gardneriana (Fée) E. H. Crane Ep AS 7494, 7583 X
Tryonia myriophylla (Sw.) Schuettp., J.Prado & A.T.Cochran Ev AS 7505 X
Vittaria graminifolia Kaulf. Ep AS 7503 X
Vittaria lineata (L.) Sm. Ep AS 6286, 6305, 7580, 7582 X
SELAGINELLACEAE
Selaginella contigua Baker Ev AS 7504 X
Selaginella decomposita Spring Ev AS 7537 X
Selaginella flexuosa Spring Ev AS 6233, 7482 X
Selaginella macrostachya (Spring) Spring Ev AS 7492 X
Selaginella marginata (Humb. & Bonpl. ex Willd.) Spring Ev AS 7485 X
Selaginella muscosa Spring Ev AS 6303, 7493 X
Selaginella suavis (Spring) Spring Ev AS 7466 X

168

Estação Ecológica de Bananal


Família/Espécie Hábito Coletor Estéril P S
Selaginella tenuissima Fée Ev AS 7544 X
THELYPTERIDACEAE
Amauropelta amambayensis (Christ) Salino & A.R. Sm. Ev AS 6248 X
Amauropelta ireneae (Brade) Salino & T.E. Almeida Ev AS 6329, 7523 X
Amauropelta opposita (Vahl) Pic. Serm. Ev AS 7524, 7536 X
Amauropelta pachyrhachis (Kunze ex Mett.) Salino & T.E.Almeida Ev AS 7522 X
Amauropelta patula (Fée) Salino & T.E.Almeida Ev AS 6253 X
Amauropelta raddii (Rosenst.) Salino & T.E.Almeida Ev AS 6344 X
Amauropelta retusa (Sw.) Pic.Serm. Ev AS 6338 X
Amauropelta rivularioides (Fée) Salino & T.E.Almeida Ev AS 7488 X
Amauropelta saxicola (Sw.) Salino & T.E. Almeida Ev AS 6246 X
Amauropelta tamandarei Rosenst.) Salino & T.E.Almeida Ev AS 6293 X
Christella conspersa (Schrad.) Á.Löve & D.Löve Ev AS 7533 X
Christella hispidula (Decne.) Holttum Ev AS 6337, 7506 X
Goniopteris monosora (C.Presl) Brade Ev AS 7481 X
Steiropteris gardneriana (Baker) Pic.Serm. Rp AS 6322, 7489 X
Gimnospermas
PODOCARPACEAE
Podocarpus lambertii Klotzsch ex Endl. Ar RTP 932 X
Podocarpus sellowii Klotzsch ex Endl. Ar RTP 687 X
Angiospermas
ACANTHACEAE
Aphelandra sp. Ev RTP 647 X
Mendoncia velloziana Mart. T RTP 882 X
Staurogyne itatiaiae (Wawra) Leonard Ab RTP 533, 719 X
Stenostephanus lobeliiformis Nees Ev V.A.O.D 956 X
AMARANTHACEAE
Celosia corymbifera Didr. Ev RTP 593 X
Hebanthe eriantha (Poir.) Pedersen T P.O.Morais 109 X

169

Estação Ecológica de Bananal


Família/Espécie Hábito Coletor Estéril P S
Hebanthe pulverulenta Mart. Ev RTP 754 X
Pfaffia sp. Ev LLG 872 X
ANACARDIACEAE
Tapirira guianensis Aubl. Ar X
ANNONACEAE
Annona dolabripetala Raddi Ar RTP 783 4518 X X
Annona emarginata (Schltdl.) H.Rainer Ar RTP 572 X
Annona sylvatica A.St.-Hil. Ar RTP 839 7 X
Duguetia salicifolia R.E.Fr. Ar RTP 622 X
Guatteria australis A. St.-Hil. Ar RTP 775, 580, 912 4104 X X
Guatteria cf. latifolia (Mart.) R.E.Fr. Ar X
Guatteria sp. Ar NMI 6401 X
Xylopia langsdorffiana A.St.-Hil. & Tul. Ar NMI 6390 X
APOCYNACEAE
Aspidosperma olivaceum Müll. Arg. Ar X X
Condylocarpon isthmicum (Vell.) A.DC. T RTP 986 X
Ditassa sp. T LLG 868 X
Orthosia urceolata E. Fourn. T X
Peltastes peltatus (Vell.) Woodson T X
Tabernaemontana laeta Mart. Ar RTP 631, 785 4010 X
AQUIFOLIACEAE
Ilex paraguariensis St.Hil. Ar X
Ilex taubertiana Loes Ar 4659 X
Ilex theezans Mart. ex Reissek Ar NMI 6862 5 X
ARACEAE
Anthurium cf. minarum Sakuragui & Mayo Ev RTP 651 X
Anthurium comtum Schott Ev P.O.Morais 101 X
Anthurium itanhaense Engl. Ep X
Asterostigma sp. Ev P.O.Morais 110 X

170

Estação Ecológica de Bananal


Família/Espécie Hábito Coletor Estéril P S
Philodendron appendiculatum Nadruz & Mayo Ep RTP 1033 X
ARALIACEAE
Dendropanax cuneatus (DC.) Decne. & Planch. Ar RTP 825 X X
Hydrocotyle callicephala (Cham).Urb. Ev X
Hydrocotyle leucocephala Cham. & Schltdl. Ev RTP 886 X
Schefflera angustissima (Marchal) Frodin Ar NMI 6358 4450 X X
Schefflera calva (Cham.) Frodin & Fiaschi Ar X X
ARECACEAE
Euterpe edulis Mart. P X X
Geonoma brevispatha Barb.Rodr. P X X
Geonoma gamiova Barb. Rodr. P X
Geonoma pohliana Mart. Ar AC 746 X
Geonoma schottiana Mart. P X
Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman P X
ASTERACEAE
Baccharis crispa Spreng. Ab X
Baccharis dentata (Vell.) G.M. Barroso Ev RTS 57, 58 X
Baccharis glaziovii Baker Ab NMI 6395 X
Baccharis oblongifolia (Ruiz & Pav.) Pers. Ab, Av NMI 6376, RTP 543 5292 X X
Baccharis oreophila Malme Ab NMI 6366 X
Baccharis platypoda DC. Ab NMI 6373 X
Baccharis singularis (Vell.) G.M.Barroso Ab X
Chromolaena laevigata (Lam.) R.M.King & H.Rob. LLG 869 X
Critoniopsis quinqueflora (Less.) H.Rob. Ab NMI 6381 X
Cyrtocymura scorpioides (Lam.) H.Rob. Ar NMI 6388 X
Emilia fosbergii Nicolson Ev X
Eremanthus cf. erythropappus (DC.) MacLeish Ar NMI 6336 X
Eupatorium sp. Ab TMR 32 X
Heterocondylus alatus (Vell.) R.M. King & H. Rob. Ab RTP 838 X

171

Estação Ecológica de Bananal


Família/Espécie Hábito Coletor Estéril P S
Mikania hirsutissima DC. T RTP 751, 795 X
Mikania lindbergii Baker T RTP 790, 796 X
Mikania pteropoda DC. T RTP 616 X
Mikania ternata (Vell.) B.L. Rob. T RTP 615 X
Mikania trinervis Hook. & Arn. T RTP 789 X
Mikania sp. 1 T NMI 6341 X
Mikania sp. 2 T NMI 6340 X
Mutisia speciosa Aiton ex Hook. Ab RTP 893 X
Pentacalia desiderabilis (Vell.) Cuatrec. Ar NMI 6377 X
Piptocarpha macropoda (DC.) Baker Ar RTP 776 5249 X
Piptocarpha cf. notata (Less.) Baker Ar, T RTP 791 X
Piptocarpha organensis Cabrera Ar TMR 36 X
Senecio icoglossus DC. Ab RTS 60 X
Symphyopappus compressus (Gardner) B.L.Rob Ar RTP 942 4417 X
Trixis sp. T LLG 879 X
Vernonanthura discolor (Spreng.) H.Rob. Ar NMI 6394, RTP 799 4222 X
Vernonanthura divaricata (Spreng.) H.Rob. Ar NMI 6393 4058 X X
Vernonanthura montevidensis (Spreng.) H. Rob. Ab NMI 6387, RTP 829; RTS 59 X
Vernonanthura polyanthes (Spreng.) A.J.Vega & Dematt. Ar 8818 X
Vernonanthura puberula (Less.) H.Robinson Ar RTP 902 X
BEGONIACEAE
Begonia angularis Raddi var. angularis Ev RTP 568 X
Begonia cucullata Willd. Ev RTP 878 X
Begonia hookeriana Gardner Ab RTP 612; RJFG 1969 X
Begonia luxurians Scheidw. Ab RTP 589, 596 X
Begonia cf. pulchela Raddi Ev RTP 614 X
Begonia sp.1 Ev AGB 4 X
Begonia sp.2 Ev LLG 862 X
Begonia sp.3 Ev RTP 569 X

172

Estação Ecológica de Bananal


Família/Espécie Hábito Coletor Estéril P S
Begonia sp.4 Ab RTP 744 X
BIGNONIACEAE
Handroanthus chrysotrichus (Mart. ex DC.) Mattos Ar 5135 X
Handroanthus heptaphyllus (Vell.) Mattos Ar 5221 X
Jacaranda micrantha Cham. Ar RTP 733 X
BORAGINACEAE
Cordia sellowiana Cham. Ar X X
Cordia silvestris Fresen. Ar RTP 599 4093 X
BROMELIACEAE
Aechmea sp. Ep LLG 857 X
Bromelia antiacantha Bertol. Ev X
Fernseea bocainensis E.Pereira & Moutinho Ep X
Neoregelia pontualli Leme Ep X
Nidularium corallinum (Leme) Leme Ep X
Nidularium sp. Ev LLG 840 X
Pitcairniaflamea Lindl. Rp RTP 608 X
Racinaea aerisincola (Mez) M.A.Spencer & L.B.Sm Ep LLG 845 X
Vriesea hieroglyphica (Carrière) E.Morren Ep X
CALOPHYLLACEAE
Kyelmeyera decipiens Saddi Ar NMI 6346 X
CAMPANULACEAE
Lobelia sp. Ab LLG 877 X
CANNACEAE
Canna sp. Ev LLG 855 X
CAPRIFOLIACEAE
Valeriana scandens L. T RTP 894 X
CARDIOPTERIDACEAE
Citronella paniculata (Mart.) R.A. Howard Ar X X
CARYOPHYLLACEAE

173

Estação Ecológica de Bananal


Família/Espécie Hábito Coletor Estéril P S
Drymaria cordata (L.) Willd. ex Schult. Ev X
CELASTRACEAE
Hippocratea volubilis L. T X
Maytenus gonoclada Mart. Ar NMI 6344; RTP 779 4249 X X
Monteverdia evonymoides (Reissek) Biral Ar RTP 736 4166 X X
Tontelea miersii (Peyr.) A.C. Smith Ar X
CHLORANTHACEAE
Hedyosmum brasiliense Mart. ex Miq. Ar RTP 542 X X
CLETHRACEAE
Clethra scabra Pers. Ar RTP 909 X X
CLUSIACEAE
Clusia criuva Cambess. Ar NMI 6339 X X
Garcinia gardneriana (Planch. & Triana) Zappi Ar NMI 6367 X X
Tovomitopsis paniculata (Spreng.) Planch. & Triana Ar NMI 6345, 6349; RTP 843 1 X
COMBRETACEAE
Buchenavia kleinii Exell Ar 4016 X
COMMELINACEAE
Commelina obliqua Vahal Ev RTP 575 X
Dichorisandra hexandra (Aubl.) C.B Clarke Ev RTP 578 X
Tripogandra diuretica (Mart.) Handlos Ev X
CUNONIACEAE
Lamanonia ternata Vell. Ar RTP 908 13b X X
Weinmannia paulliniifolia Pohl ex Ser. Ar X X
CYPERACEAE
Rhynchospora sp. Ev LLG 844 X
Scleria latifolia Sw. Ev RTP 577 X
DIOSCOREACEAE
Dioscorea delicata R. Knuth T X
ELAEOCARPACEAE

174

Estação Ecológica de Bananal


Família/Espécie Hábito Coletor Estéril P S
Sloanea guianensis (Aubl.) Benth. Ar X
Sloanea hirsuta (Schott) Planch. ex Benth. Ar X
Sloanea lasiocoma K.Schum. Ar RTP 610 X X
ERICACEAE
Gaultheria eriophylla (Pers.) Sleumer ex Burtt. Ab POM 138 X
Gaultheria serrata (Vell.) Sleum. ex Kin.-Gouv Ab NMI 6337, 6370 X
Gaylussacia sp. Ab POM 139 X
ERYTHROXYLACEAE
Erythroxylum pelleterianum A. St.-Hil. Ar NMI 6865 32 X X
EUPHORBIACEAE
Alchornea sidifolia Müll. Arg. Ar X
Alchornea triplinervia (Spreng.) Müll.Arg Ar RTP 900, 937 X X
Croton organensis Baill. Ar NMI 6391; RTP 945, 824 X X
Croton urucurana Baill. Ar X
Maprounea guianensis Aubl. Ar 4784 X
Sapium glandulosum (L.) Morong Ar X
Tetrorchidiumparvulum Müll. Arg. Ar 7886 X X
Tetrorchidium rubrivenium Poepp. Ar 4297 X
FABACEAE
Abarema brachystachya (DC.) Barneby & J.W.Grimes Ar NMI 6863 9 X X
Copaifera trapezifolia Hayne Ar X
Dahlstedtia pinnata (Benth) Malme Ar X X
Dalbergia frutescens (Vell.) Briton Ar X
Desmodium incanum (Sw.) DC Ab RTP 587 X
Dioclea cf. rufescens Benth. T RTP 910 X
Inga sessilis (Vell.) Mart. Ar RTP 600 X X
Inga cf. tenuis (Vell.) Mart. Ar X
Machaerium nyctitans (Vell.) Benth. Ar 4260 X X
Machaerium oblongifolium Vogel T X

175

Estação Ecológica de Bananal


Família/Espécie Hábito Coletor Estéril P S
Machaerium sp. T RTP817 X
Ormosia arborea (Vell.) Harms Ar X
Senna macranthera (DC. ex Collad.) H.S. Irwin & Barneby Ar X
Senna multijuga (Rich.) H.S. Irwin & Barneby Ar RTP 629 X X
Tachigali denudata (Vogel) Oliveira-Filho Ar X
GENTIANACEAE
Macrocarpaea rubra Malme Ab RTP 561 X
GESNERIACEAE
Besleria longimucronata Hoehne Ab RTP 618 X
Codonanthe cordifolia Chautems Ep POM 104 X
Nematanthus crassifolius (Schott) Wiehler Ep LLG 837 X
Nematanthus fritschii Hoehne Ep RTP 742, 758 X
GRISELINIACEAE
Griselinia ruscifolia (Clos) Taub. T NMI 6371b; POM 115 X
HUMIRIACEAE
Humiriastrum dentatum (Casar.) Cuatrec. Ar NMI 6866 35 X X
Vantanea compacta (Schnizl.) Cuatr. Ar X
HYPERICACEAE
Hypericum sp. Ev LLG 882 X
HYPOXIDACEAE
Hypoxis sp. Ev LLG 850 X
LACISTEMATACEAE
Lacistema hasslerianum Chodat Ar 5564 X
LAMIACEAE
Aegiphila integrifolia (Jacq.) Moldenke Ar X
Hyptis fasciculata Benth Ab X
Peltodon radicans Pohl Ev X
Salvia sp. Ab LLG 888 X
Vitex polygama Cham. Ar RTP 635 31 X X

176

Estação Ecológica de Bananal


Família/Espécie Hábito Coletor Estéril P S
LAURACEAE
Aiouea pseudoglaziovii Lorea-Hern. Ar X X
Aiouea sp. Ar PLRM 2533 X
Aniba viridis Mez Ar RTP 773, 863; NMI 6365 4320 X X
Beilschmiedia emarginata (Nees) Kosterm. Ar X
Cassytha filiformis L. P X
Cryptocarya mandioccana Meisn. Ar PLRM 2537 X X
Cryptocarya subcorymbosa Mez Ar AGB 192 X
Endlicheria paniculata (Spreng.) J.F. Macbr. Ar RTP 573 5040 X X
Nectandra membranacea (Sw.) Griseb. Ar X
Nectandra nitidula Nees Ar RTP 792, 822 4008 X X
Nectandra oppositifolia Nees & Mart. Ar 4520 X X
Nectandra puberula (Schott) Nees Ar NMI 6399, 6400 X
Ocotea aciphylla (Nees & Mart.) Mez Ar RTP 848 15 X X
Ocotea bicolor Vattimo.-Gil Ar 4054 X
Ocotea catharinensis Mez Ar X
Ocotea corymbosa (Meisn.) Mez Ar 4371 X
Ocotea curucutuensis J.B. Baitello Ar NMI 6383 X
Ocotea daphnifolia Mez Ar X
Ocotea dispersa (Nees & Mart.) Mez Ar NMI 6858 53 X X
Ocotea divaricata (Nees) Mez Ar RTP 765 X
Ocotea glaziovii Mez Ar 4048 X
Ocotea indecora (Schott) Mez Ar X
Ocotea cf. notata (Nees) Mez Ar X
Ocotea nutans (Nees) Mez Ar 4231 X
Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer Ar X
Ocotea porosa (Nees) Barroso Ar X
Ocotea puberula (Rich.) Nees Ar X X
Ocotea pulchra Vatt.-Gil Ar X

177

Estação Ecológica de Bananal


Família/Espécie Hábito Coletor Estéril P S
Ocotea aff. sulcata Vattimo-Gil Ar NMI 6855 37 X
Ocotea vaccinioides (Meisn.) Mez Ar RTP 889, 994 X
Persea willdenovii Kosterm. Ar X
Rhodostemonodaphne macrocalyx (Meisn.) Rohwer ex Madriñán Ar 4432 X X
Lauraceae 1 Ar NMI 6856 21 X
Lauraceae 2 Ar NMI 6857 22 X
LENTIBULARIACEAE
Utricularia reniformis A.St.-Hil. Ev LLG 890; CMG 33, 34 X
Utricularia tricolor A. St.-Hil. Ev RTP 896 X
LORANTHACEAE
Strutanthus concinnus (Mart.) Mart. Ep RTP 738 X
LYTHRACEAE
Lafoensia pacari A.St.-Hil. Ar X
MALPIGHIACEAE
Byrsonima variabilis A. Juss. Ar NMI 6427 4 X
Heteropterys intermedia Griseb. T X
Niedenzuella lucida (A. Juss.) W.R. Anderson T RTP 904 X
Tetrapterys phlomoides (Spreng.) Nied. T RTP 800 X
MALVACEAE
Spirotheca rivieri (Decne.) Ulbr. HE X
Triumfetta semitriloba Jacq. Ab X
MELASTOMATACEAE
Chaetogastra clinopodifolia DC. Ar X
Leandra acutiflora (Naudin) Cogn. Ar RTP 555 X
Leandraaurea (Cham.) Cogn. Ar NMI 6343 X
Leandra barbinervis (Cham. ex Triana) Cogn. Ar RTP 885, 752 X X
Leandra bergiana Cogn. Ar RTP 558 X
Leandra fluminensis Cogn. Ar RTP 586,846 X
Leandra foveolata (DC.) Cogn. Ar GLE 2637, NMI 6355 X

178

Estação Ecológica de Bananal


Família/Espécie Hábito Coletor Estéril P S
Leandra fragilis Cogn. Ab RTP 537, 538, 605, 819 X
Leandra glazioviana Cogn. Ar RTP 623 7037 X
Leandra hirtella Cogn. Ar RTP 840, 844, 895, 581 X
Leandra cf. macropora (Triana) Cogn. Ab RTP 868 X
Leandra cf. neurotricha Cogn. Ar NMI 6378 X
Leandra regnellii (Triana) Cogn. Ab RTP 548 X
Leandra xanthocoma (Naudin) Cogn. Ab RTP 872 X
Leandra xantholasia (DC) Cogn Ab RTP 841 X
Meriania paniculata (DC.) Triana Ar NMI 6402; RTP 562, 567 X X
Miconia altissima Swingle Ab AGB 107, 301 X
Miconia brunea Mart. ex DC. Ar NMI 6861 3 X X
Miconia cabucu Hoehne Ar X
Miconia calvescens DC. Ar RTP 545, 752 X
Miconiacubatanensis Hoehne Ar RTP 583, 797 4823 X X
Miconia cinnamomifolia (DC.) Naudin Ar 9055 X
Miconia discolor DC. Ar AGB 118 X
Miconia fasciculata Gard. Ar AGB 359 X
Miconia flammea Casar Ar RTP 603 7038, 27 X X
Miconia goldenbergiana Caddah Ar RTP 565 X
Miconia lepidota Schrank & Mart. ex DC. Ar 8292 X
Miconia ligustroides (DC.) Naudin Ar RTP 544, 594, 939 4079, 12, X X
30
Miconia paniculata (DC.) Naudin Ar RTP 549, 609 X
Miconia petropolitana Cogn. Ar RTP 873 8856 X
Miconia pusilliflora (DC.) Naudin Ar AGB 375, RTP 766, NMI 6868 X X
Miconia racemifera (Schrank & Mart. ex DC.) Triana Ar NMI 6859 7477, 11b X X
Miconia sellowiana Naudin Ar RTP 903 X
Miconia speciosa (A.St.-Hil. & Naudin) Naudin Ar NMI 6406 X
Miconia theaezans (Bonpl.) Cogn. Ar RTP 604, 901, 946 X

179

Estação Ecológica de Bananal


Família/Espécie Hábito Coletor Estéril P S
Miconia sp. Ar AGB 137 X
Ossaea confertiflora (DC.) Triana Ab RTP 851 X
Pleiochiton blepharodes (DC.) Reginato et al. Ab RTP 552 X
Pleiochiton parasiticum (Triana) Reginato et al. Ep RTP 617 X
Pleroma arboreum Gardner Ar RTP 628, 591, NMI 6338 1 X X
Pleroma echinatum Gardner Ar NMI 6375 X
Pleroma foveolatum (Naudin) Triana Ar NMI 6335 X
Pleroma gaudichaudianum (DC.) A. Gray Ar AGB 361 X
Pleroma granulosum (Desr.) D. Don Ar 4152 X
Tibouchina pilosa Cogn. Ar RTP 607, 723 7849 X
Tibouchina pulchra Cogn. Ar 5481 X X
Trembleya parviflora (D.Don) Cogn. Ar NMI 6342 X
MELIACEAE
Cabralea canjerana (Vell.) Mart. Ar RTP 601, 602 5379 X X
Cedrela fissilis Vell. Ar X
Cedrela odorata L. Ar 5026 X
Guarea kunthiana A.Juss. Ar X X
Guarea macrophylla Vahl Ar NMI 6405, RTP 755 X X
MENISPERMACEAE
Abuta selloana Eichler T RTP 985 X
MONIMIACEAE
Macropeplus dentatus (Perkins) I.Santos & Peixoto Ar NMI 6379, 6382 X X
Mollinedia argyrogyna Perkins Ar NMI 6353 X
Mollinedia boracensis Peixoto Ar 4018 X X
Mollinedia elegans Tul. Ar NMI 6403 X X
Mollinedia gilgiana Perkins Ar X
Mollinedia oligantha Perkins Ar NMI 6384 X
Mollinedia salicifolia Perkins Ar RTP 780 X

180

Estação Ecológica de Bananal


Família/Espécie Hábito Coletor Estéril P S
Mollinedia schottiana (Spreng.) Perkins Ar NMI 6396; RTP 554, 750, 869, 4534 X X
877
Mollinedia triflora (Spreng.) Tul. Ar TMR 31, RTP 869, 875 4034 X
Mollinedia uleana Perkins Ar 4457 X
Mollinedia widgrenii A. DC. Ar RTP 768 X
MORACEAE
Ficus luschnathiana (Miq.) Miq. Ar 4069 X
Ficus organensis (Miq.) Miq. Ar RTP 630 X
Sorocea bonplandii (Baill.) W.C.Burger et al. Ar RTP 891 X X
MYRTACEAE
Calyptranthes grandifolia O.Berg Ar 10 X X
Calyptranthes lucida Mart. ex. DC. Ar 8991 X
Calyptranthes sp. 1 Ar 14 X
Calyptranthes sp. 2 Ar 48 X
Campomanesia xanthocarpa (Mart.) O.Berg Ar RTP 772, 847, 947 5380 X
Campomanesia sp. 1 Ar 17 X
Campomanesia sp. 2 Ar 40 X
Eugenia florida DC. Ar RTP 854 X
Eugenia ligustrina (S.W.) Willd Ar RTP 934 X
Eugenia oblongata O. Berg Ar RTP 547 X
Eugenia prasina O.Berg Ar 36 X X
Eugenia sulcata Spring ex Mart. Ar RTP 890 X
Eugenia ternatifolia Cambess. Ar X
Eugenia sp. 1 Ar NMI 6389 X
Eugenia sp. 2 Ar 16 X
Marlierea obscura O. Berg Ar X
Marlierea suaveolens Cambess. Ar X
Marlierea sp. Ar 42 X
Myrceugenia campestris (DC.) D.Legrand & Kausel Ar NMI 6350; RTP 753 7314 X X

181

Estação Ecológica de Bananal


Família/Espécie Hábito Coletor Estéril P S
Myrceugenia miersiana (Gardner) D.Legrand & Kausel Ar RTP 632, POM 107 X X
Myrceugenia myrcioides (Cambess.) O. Berg Ar X
Myrceugenia pilotantha (Kiaersk.) Landrum Ar TMR 37 4707 X
Myrcia multiflora (Lam). DC. Ar RTP 620, 936 7051 X
Myrcia sp. 1 Ar 52 X
Myrcia sp. 2 Ar RTP 802 X
Myrcia spectabilis DC. Ar RTP 906 X X
Myrcia splendens (Sw.) DC. Ar RTP 762, 770, 781, 888, 940; TMR 4006 X X
33
Neomitranthes obscura (DC) Legr Ar X
Pimenta pseudocaryophyllus (Gomes) Landrum Ar X
Plinia sp. Ar 49 X
Psidium cattleianum Sabine Ar RTP 650, 734, 944 5449 X X
Siphoneugena densiflora O. Berg Ar RTP 890 4384, X
7842
Siphoneugena kiaerskoviana (Burret) Kausel Ar X
Myrtaceae 1 Ar NMI 6385 X
Myrtaceae 2 Ar NMI 6407 X
Myrtaceae 3 Ar NMI 6364 X
Myrtaceae 4 Ar 8 X
Myrtaceae 5 Ar 24 X
Myrtaceae 6 Ar 26 X
Myrtaceae 7 Ar 34 X
Myrtaceae 8 Ar 44 X
Myrtaceae 9 Ar 46 X
Myrtaceae 10 Ar 47 X
NYCTAGINACEAE
Guapira hoehnei (Standl.) Lundell Ar X
Guapira nitida (Schmidt) Lundell Ar 7562 X

182

Estação Ecológica de Bananal


Família/Espécie Hábito Coletor Estéril P S
Guapira opposita (Vell.) Reitz Ar NMI 6347, 6408; RTP 852 X X
OCHNACEAE
Quiina glazovii Engl. Ar NMI 6397 X X
Quiina magallano-gomezii Schwacke Ar RTP 830 X X
Sauvagesia vellozii (Vell. ex A.St.-Hil.) Sastre Ev LLG 853 X
OLEACEAE
Chionanthus filiformis (Vell.) P.S. Green Ar X X
ORCHIDACEAE
Buchtienia nitida (Vell.) Fraga & Meneguzzo Ev EHAR 219 X
Cattleya coccinea Lindl. Ep X
Cleistes paranaensis (Barb.Rodr.) Schltr. Ev LLG 892 X
Epidendrum secundum Jacq. Ev ELMC 2029 X
Habenaria macronectar (Vell.) Hoehne Ev LLG 881 X
Habenaria parviflora Lindl. Ev LLG 878 X
Hadrolaelia coccinea (Lindl.) Chiron & V.P.Castro Ep X
Pelexia novofriburgensis (Rchb. f.) Garay Ev POM 112 X
Phymatidium sp. 1 Ep RJFG 1979 X
Phymatidium sp. 2 Ep LLG 846 X
Sacoila lanceolata (Aubl.) Garay Ev EHAR 220 X
OROBANCHACEAE
Esterhazya sp. Ev LLG 891 X
PASSIFLORACEAE
Passiflora sp. T LLG 889 X
PERACEAE
Pera glabrata (Schott) Poepp. ex Baill. Ar 5104 X
PHYLLANTHACEAE
Hieronyma alchorneoides Allemão Ar X X
PICRAMNIACEAE
Picramnia glazioviana Engl. Ar RTP 732, 950 X X

183

Estação Ecológica de Bananal


Família/Espécie Hábito Coletor Estéril P S
PIPERACEAE
Peperomia catharinae Miq. Ev EHAR 218 X
Peperomia corcovadensis (Miq.) C. DC. Ep POM 111 X
Peperomia rotundifolia (L.) Kunth Ev POM 105 X
Piper corcovadensis var. longiracemosum (Yunck.) E.F. Guim. & M. Carvalho-Silva Ab RTS 56 X
Piper crassinervium Kunth Ab RTP 557 X
Piper hispidum Sw. Ab GLE 2636 X
Piper mollicomum Kunth Ab X
Piper pseudopothifolium C.DC. Ab RTP 993 8960 X
Piper strictifolium D.Monteiro & E.F.Guim. Ab RTP 633, 761 X
Piper sp. Ab POM 136 X
Piper sp. Ab LLG 852 X
POACEAE
Chusquea capitata Nees Ab RTP 559, 899 X
Saccharum asperum (Nees) Steud. Ev X
POLYGALACEAE
Polygala sp. Ev LLG 854 X
PRIMULACEAE
Ardisia guianensis (Aubl.) Mez Ar RTP 564 X X
Cybianthus cuneifolius Mart. Ar AGB 6, 9 X X
Myrsine coriacea (Sw.) R.Br. ex Roem. & Schult. Ar X X
Myrsine gardneriana A.DC. Ar RTP 627 X X
Myrsine guianensis (Aubl.) Kuntze Ar X
Myrsine lancifolia Mart. Ar NMI 6372 X
Myrsine lineata (Mez) Imkhan. Ar RTP 535, 556 X X
Myrsine umbellata Mart. Ar RTP 722, 769, 948 4413 X X
Myrsine venosa A.DC. Ar X
Euplassa legalis (Vell) I.M.Johnst. Ar NMI 6864 23 X
Roupala montana Aubl. Ar NMI 6369 51 X

184

Estação Ecológica de Bananal


Família/Espécie Hábito Coletor Estéril P S
RHAMNACEAE
Rhamnidium elaeocarpum Reissek Ar X
ROSACEAE
Prunus myrtifolia (L.) Urb. Ar RTP 649 X X
Rubus rosifolius Sm. ex Baker Ab X
Rubus urticifolius Poir. Ab RTP 760 X
RUBIACEAE
Amaioua intermedia Mart. Ar X X
Bathysa australis (A.St.-Hil.) K.Schum. Ar RTP 597 X X
Bathysastipulata (Vell.) C. Presl. Ar RTP 648, 566 X
Borreria palustris Muell. Arg. Ab X
Borreria verticillata (L.) G.Mey. T RTP 553 X
Coccocypselum cordifolium Nees & Mart. Ev RTP 613 X
Coccocypselum lanceolatum (Ruiz & Pav.) Pers. Ev RTP 539, 763 X
Cordiera concolor (Cham.) Kuntze Ar X
Cordiera myrciifolia (K.Schum.) C.H.Perss. & Delprete Ar AGB 203, 320 X
Emmeorhiza umbellata (Spreng.) K.Schum. T RTP 574 X
Galianthe brasiliensis (Spreng.) E.L.Cabral & Bacigalupo Ab NMI 6392 X X
Galium hypocarpium (L.) Endl. ex Griseb. Ar RTP 880 X
Hexasepalum radula (Willd.) Delprete & J.H. Kirkbr. Ev RTP 585 X
Ixora heterodoxa Müll. Arg. Ar RTP 943 4168 X
Margaritopsis cephalantha (Müll.Arg.) C.M.Taylor Ab RTP 540, 794 X
Posoqueria acutifolia Mart. Ar X
Posoqueria latifolia (Rudge) Schult. Ar NMI 6334 X X
Psychotria leiocarpa Cham. & Schltdl. Ar RTP 546, 864 X
Psychotria nemorosa Gardner Ar NMI 6357 X
Psychotria ruelliifolia (Cham. & Schltdl.) Müll.Arg. Ab RTP 534, 767 X
Psychotria stachyoides Benth. Ab RTP 820, 832 8323 X X
Psychotria subtriflora Müll. Arg. Ab RTP 571 X

185

Estação Ecológica de Bananal


Família/Espécie Hábito Coletor Estéril P S
Psychotria suterella Müll. Arg. Ar AGB 24 X X
Psychotria vellosiana Benth. Ab NMI 6426, RTP 786, 823, 837,737, 905 X X
Rudgea sessilis (Vell.) Müll. Arg. Ar RTP 764, 835 8078 X
Rustia formosa (Cham. & Schltdl.) Klotzsch Ar RTP 634 X
RUTACEAE
Esenbeckia grandiflora Mart. Ar X
Zanthoxylum petiolare A.St.-Hil. & Tul. Ar RTP 845 X X
Zanthoxylum rhoifolium Lam. Ar RTP 598 4593 X
SABIACEAE
Meliosma sellowii Urb. Ar 4451, 45 X X
SALICACEAE
Casearia decandra Jacq. Ar RTP 774, 778 5317 X X
Casearia lasyophylla Eichler Ar X
Casearia sylvestris Sw. Ar X
Xylosma glaberrimum Sleumer Ar RTP 735 X
Xylosma prockia (Turcz.) Turcz. Ar TMR 30 11a X X
SAPINDACEAE
Allophylus petiolulatus Radlk. Ar RTP 606 X
Cupania concolor Radlk. Ar RTP 907, 984 5106 X
Cupaniafurfuracea Radlk. Ar RTP 595 X
Cupania ludowigii Somner & Ferrucci Ar RTP 897 33 X X
Cupania oblongifolia Mart. Ar X
Matayba elaeagnoides Radlk. Ar X X
Matayba guianensis Aubl. Ar 4196 X X
Paullinia bicorniculata Somner T X
Paullinia rhomboidea Radlk. T X
Paullinia trigonia Vell. T RTP 726 X
Serjania macrostachya Radlk. T RTP 987 X
Serjania marginata Casar. T X

186

Estação Ecológica de Bananal


Família/Espécie Hábito Coletor Estéril P S
Serjania multiflora Cambess. T X
SAPOTACEAE
Diploon cuspidatum (Hoehne) Cronquist Ar NMI 6867 50 X X
Micropholis cf. gardneriana (A.DC) Pierre Ar X
Micropholis crassipedicellata (Mart. & Eichler) Pierre Ar PLRM 2540 X
Pouteria caimito (Ruiz & Pav.) Radlk. Ar 5030 X X
Pouteria psammophila (Mart.) Radlk. Ar NMI 6860 41 X X
SIPARUNACEAE
Siparuna brasiliensis (Spreng.) A.DC. Ab RTP 536 X X
SMILACACEAE
Smilax stenophylla A. DC. T X
SOLANACEAE
Aureliana anonacea (Sendtn.) I.M.C. Rodrigues & Stehmann Ar RTP 818 X
Aureliana brasiliana (Hunz.) Barboza & Hunz Ab NMI 6356; LLG 1188 X
Brunfelsia bonodora (Vell.) J.F.Macbr. Ab NMI 6371 X
Brunfelsia hydrangeiformis (Pohl) Benth. Ab NMI 6360; RTP 550 X X
Capsicum schottianum Sendtn. Ab LLG 836 X
Solanum bullatum Vell. Ar NMI 6363 4298 X X
Solanum campaniforme Roem & Schult. Ab LLG 874 X
Solanum cernuum Vell. Ar RTP 724 X
Solanum cinnamomeum Sendtn. Ar RTP 730, 784 X X
Solanum decompositiflorum Sendtn. Ab LLG 863 X
Solanum didymum Dunal Ab LLG 876, NMI 6354 X X
Solanum hexandrum Vell. Ab LLG 875 X
Solanum inodorum Vell. T RTP 798, 871 X
Solanum latiflorum Bohs Ar RTP 892 X
Solanum luridifuscescens Bitter Ab RTP 803 X
Solanum martii Sendtn. Ab RTP 626 X
Solanum pseudocapsicum L. Ab RTP 619 X

187

Estação Ecológica de Bananal


Família/Espécie Hábito Coletor Estéril P S
Solanum pseudoquina A.St.-Hil. Ar 7243 X X
Solanum rufescens Sendtn. Ar NMI 6359, RTP 771 X X
Solanum rufescens Sendtn. var. rufescens Ar RTP 721 X
Solanum stipulatum Vell. Ar NMI 6398 X
Solanum symmetricum Rusby Ar NMI 6351 X
Solanum vellozianum Dunal Ar NMI 6352 X
STYRACACEAE
Styrax sp. Ab AGB 334 X
SYMPLOCACEAE
Symplocos celastrinea Mart. Ar RTP 653, 718 , 782, 801, 876, 935 4059, 13a X
Symplocos estrellensis Casar. Ar RTP 652; NMI 6362 X X
Symplocos falcata Brand Ar 4854 X X
Symplocos revoluta Casar. Ar NMI 6348 X
THEACEAE
Laplacea fruticosa (Schrad.) Kobuski Ar NMI 6380; RTP 793 X X
THYMELAEACEAE
Daphnopsis fasciculata (Meisn.) Nevling Ar X
Daphnopsis schwackeana Taub Ar NMI 6404 X
URTICACEAE
Boehmeria caudata Sw. Ab X X
Cecropia glaziovii Snethl. Ar X X
VIOLACEAE
Anchietea pyrifolia (Mart.) G.Don T RTP 831, 833 X
Pombalia communis (A.St.-Hil.) Paula-Souza Ab RTP 749 X
VITACEAE
Clematicissus striata (Ruiz & Pav.) Lombardi T X
VOCHYSIACEAE
Vochysia bifalcata Warm. Ar RTP 636 X X
Vochysia magnifica Warm. Ar X

188

Estação Ecológica de Bananal


Família/Espécie Hábito Coletor Estéril P S
WINTERACEAE
Drimys brasiliensis Miers Ar NMI 6361; RTP 625 X X
XYRIDACEAE
Xyris sp. Ar X

189

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE 2.1.F. Espécies ameaçadas de extinção registradas na Estação Ecológica de Bananal,
Bananal - SP. Risco de extinção das espécies em escala estadual - SP (SMA, 2016), nacional – BR
(Martinelli; Moraes, 2013 e Forzza et al., 2014) e global - GL (IUCN, 2014). Categorias de risco de
extinção: CR – criticamente em perigo; EN – em perigo; VU– vulnerável. Categorias de baixo risco:
NT – quase ameaçada e LC – pouco preocupante. * Espécie nativa na Serra da Bocaina, mas os
espécimes que deram origem à população local provavelmente foram cultivados.

Família/Espécie SP BR GL
Samambaias e Licófitas
CULCITACEAE Culcita coniifolia (Hook.) Maxon EN NT
DICKSONIACEAE Dicksonia sellowiana Hook. VU EN NE
DRYOPTERIDACEAE Elaphoglossum edwallii Rosenst. VU LC
DRYOPTERIDACEAE Elaphoglossum strictum (Raddi) T. Moore VU
LYCOPODIACEAE Diphasium jussiaei (Desv. ex Poir.) C. Presl ex Rothm VU EN
POLYPODIACEAE Grammitis fluminensis Fée EN
POLYPODIACEAE Lellingeria brasiliensis (Rosenst.) Labiak VU
Gimnospermas
ARAUCARIACEAE Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze * EN EN CR
PODOCARPACEAE Podocarpus sellowii Klotzsch ex Endl. EN
Angiospermas
ACANTHACEAE Staurogyne itatiaiae (Wawra) Leonard EN VU
ANNONACEAE Duguetia salicifolia R.E.Fr. VU LC
ARECACEAE Euterpe edulis Mart. VU CR
BORAGINACEAE Cordia silvestris Fresen. VU
BROMELIACEAE Fernseea bocainensis E.Pereira & Moutinho CR EN
BROMELIACEAE Neoregelia pontualli Leme VU
BROMELIACEAE Nidularium corallinum (Leme) Leme EN EN
BROMELIACEAE Vriesea hieroglyphica (Carrière) E.Morren NT
CUNONIACEAE Weinmannia paulliniifolia Pohl ex Ser. NT
LAURACEAE Ocotea catharinensis Mez VU VU VU
LAURACEAE Ocotea daphnifolia Mez VU LC
LAURACEAE Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer EN EN
LAURACEAE Ocotea porosa (Nees) Barroso EN EN VU
LAURACEAE Ocotea vaccinioides (Meisn.) Mez VU
MELIACEAE Cedrela fissilis Vell. VU VU EN
MELIACEAE Cedrela odorata L. VU VU VU
MONIMIACEAE Mollinedia gilgiana Perkins NT LC CR
MONIMIACEAE Mollinedia salicifolia Perkins VU NT
MYRTACEAE Eugenia prasina O.Berg NT VU
MYRTACEAE Myrceugenia campestris (DC.) D.Legrand & Kausel VU
MYRTACEAE Myrceugenia pilotantha (Kiaersk.) Landrum NT VU
NYCTAGINACEAE Guapira nitida (Schmidt) Lundell VU
SAPINDACEAE Cupaniafurfuracea Radlk. VU VU
SAPINDACEAE Cupania concolor Radlk. VU VU
SAPOTACEAE Pouteria psammophila (Mart.) Radlk. EN

190

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE 2.1.G. Espécies com baixo risco de extinção registradas na Estação Ecológica de
Bananal, Bananal-SP. Risco de extinção das espécies em escala estadual - SP (SMA, 2016), nacional
– BR (Martinelli; Moraes, 2013 e Forzza et al., 2014) e global - GL (IUCN, 2014). Categorias de
baixo risco: NT – quase ameaçada e LC – pouco preocupante

Família/Espécie SP BR GL
Samambaias e Licófitas
HYMENOPHYLLACEAE Trichomanes lucens Sw. LC
Gimnospermas
PODOCARPACEAE Podocarpus lambertii Klotzsch ex Endl. NT
Angiospermas
AQUIFOLIACEAE Ilex paraguariensis St.Hil. NT
BROMELIACEAE Vriesea hieroglyphica (Carrière) E.Morren NT
COMBRETACEAE Buchenavia kleinii Exell NT
CUNONIACEAE Weinmannia paulliniifolia Pohl ex Ser. NT
FABACEAE Tachigali denudata (Vogel) Oliveira-Filho NT NT
LAURACEAE Ocotea aciphylla (Nees & Mart.) Mez NT LC
MELASTOMATACEAE Meriania paniculata (DC.) Triana NT
MELASTOMATACEAE Pleiochiton parasiticum (Triana) Reginato et al. NT
MONIMIACEAE Mollinedia argyrogyna Perkins NT
MONIMIACEAE Mollinedia boracensis Peixoto NT NT
MYRTACEAE Marlierea suaveolens Cambess. NT
MYRTACEAE Myrceugenia miersiana (Gardner) D.Legrand & Kausel NT
MYRTACEAE Myrceugenia myrcioides (Cambess.) O. Berg NT
OLEACEAE Chionanthus filiformis (Vell.) P.S. Green NT
SAPOTACEAE Micropholis crassipedicellata (Mart. & Eichler) Pierre NT
SOLANACEAE Solanum bullatum Vell. NT
SOLANACEAE Solanum cinnamomeum Sendtn. NT
SOLANACEAE Solanum latiflorum Bohs NT

191

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE 2.1.H. Espécies exóticas registradas na Estação Ecológica de Bananal, estado de São Paulo. Espécies exóticas registradas na Estação Ecológica de
Bananal, Bananal-SP. Hábito (H): Av – árvore; Ab – arbusto, Ev - erva. COL – Coletor e número de coleta. Coletores: AS – A. Salino, LLG - L.L.Giacomin, RTP -
R.T.Polisel, FO – Forma de ocorrência (FO): AI – indivíduo adulto isolado, AP – população de indivíduos adultos. Categoria de invasão (CI): ExT – exótica
transiente, ExRnd – ruderal não dominante, ExRd – ruderal dominante, ExInd – Invasora não dominante, ExId – Invasora dominante. *espécie nativa na Serra
da Bocaina, mas introduzida na Estação Ecológica de Bananal.
Família Espécie Nome vulgar H COL P S FO CI
Samambaias e Licófitas
ATHYRIACEAE Deparia petersenii (Kunze) M.Kato samambaia-do-brejo Ev AS 6327 X AP ExInd
THELYPTERIDACEAE Christella dentata (Forssk.) Brownsey & Jermy samambaia Ev AS 6278 X AP ExInd
THELYPTERIDACEAE Macrothelypteris torresiana (Gaudich.) Ching samambaia Ev AS 7469 X AI ExInd
Gimnospermas
ARAUCARIACEAE Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze * araucária Av X X AP ExT
PINACEAE Pinus elliottii L. Pinheiro Av X AI ExInd
TAXODIACEAE Cryptomeria japonica (Thunb. ex L. f.) D. Don cedro-japonês Av X AI ExT
Angiospermas
BALSAMNIACEAE Impatiens walleriana Hook. f. maria-sem-vergonha Ev X AP ExRd
FAGACEAE Castanea sativa Mill. castanha-portuguesa Av X AP ExInd
HORTENSIACEAE Hydrangea macrophylla (Thunb.) Ser Hortensia Ab X AP ExRnd
IRIDACEAE Crocosmia crocosmiiflora (Lemoine ex Morren) N.E.Br. Tritônia Ab X AP ExRd
LAURACEAE Persea americana Mill. Abacateiro Av X AI ExInd
MUSACEAE Strelitzia sp. Ev RTP 884 X AP ExRnd
MYRTACEAE Eucalyptus sp. Eucalipto Ar X AI ExT
MYRTACEAE Psidium guajava L. Goiabeira Av X AI ExId
RANUNCULACEAE Clematis dioica L. Clematis T LLG 886 X AI ExInd
ROSACEAE Eriobotrya japonica (Thunb.) Lindl. ameixa, nespereir Av X AI ExId
RUTACEAE Citrus x limon (L.) Osbeck limão-rosa Av X AI ExInd
SOLANACEAE Physalis peruviana L. fisális Ab LLG 871 X AI ExInd

192

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE 2.1.I. Classes de Conectividade nas bacias dos Rios Bananal, Turvo e Quilombo, do Braço, Paca Grande e Ariró contíguas a E. E de Bananal e
aos Parques Nacional Serra da Bocaina e Estadual Cunhambebe

193

Estação Ecológica de Bananal


2.2. Fauna

APÊNDICE 2.2.A. Síntese da metodologia utilizada para o diagnóstico da fauna da Estação


Ecológica de Bananal.

Introdução
Nos ecossistemas brasileiros os vertebrados constituem o segundo grupo de animais em
número de espécies conhecidas, 9.000, perdendo apenas para os artrópodes com 94.000
(Catálogo Taxonômico da Fauna do Brasil, 2019). Em comparação a este filo megadiverso,
os vertebrados apresentam sua sistemática, ecologia, comportamento e estado de
conservação mais bem conhecidos. Portanto, é compreensível que os vertebrados sejam
o grupo de animais geralmente utilizado na caracterização inicial da composição da fauna
em estudos para a criação de unidades de conservação e planos de manejo de áreas
protegidas.

Contudo, aproveitamos para externar que o conhecimento sobre alguns grupos de


invertebrados é de extrema importância para o monitoramento da qualidade ambiental
de áreas continentais e deve ser priorizado para as unidades de conservação.
Destacamos: 1) as assembleias de água doce (insetos, crustáceos, moluscos, etc.), por
poderem indicar mais rapidamente alterações na qualidade da água do que os
vertebrados; 2) a fauna cavernícola; e 3) as colônias de abelhas pelo seu papel
fundamental na polinização e por sua suscetibilidade aos agroquímicos e 4) colônias da
formiga-de-correição Eciton burchellii (Westwood, 1842), espécie-chave para a
manutenção da diversidade da fauna de sub-bosque florestal.

Há conjuntos de espécies de vertebrados que oferecem informações distintas para


subsidiar estratégias de conservação. Várias espécies de peixes de riachos e anfíbios são
endêmicas a áreas muito restritas e por isso extremamente suscetíveis a alterações
locais. Certas aves, morcegos, mamíferos de grande porte e peixes apresentam
deslocamentos entre habitats, demonstrando a necessidade de conexão de áreas e
proteção de rotas migratórias. Espécies de maior porte de todas as classes são alvo de
caça ou pesca. Algumas espécies, principalmente de peixes, aves e primatas são
capturadas para uso como animais ornamentais ou de estimação.

Os vertebrados desempenham importantes funções na manutenção dos ecossistemas


terrestres, atuando, por exemplo, na ciclagem de nutrientes, polinização de flores e
dispersão de sementes. Atualmente há um crescente reconhecimento da relevância
destas funções para o bem-estar humano e elas foram designadas como Serviços
Ecossistêmicos. A contemplação de vertebrados em ambiente selvagem pode ser
utilizada para a conscientização das pessoas em relação à importância da criação e
manutenção de áreas protegidas.

Nosso objetivo é sintetizar os procedimentos utilizados para a caracterização da fauna de


vertebrados como subsídio ao plano de manejo do Estação Ecológica de Bananal.

194

Estação Ecológica de Bananal


Material e Métodos

As informações foram obtidas principalmente nos relatórios não publicados,


apresentados em 2012 à Fundação Florestal, produzidos pelos pesquisadores do Museu
de Zoologia da USP - MZUSP (Oyakawa et al., 2012; Zaher et al., 2012 a, b). No caso das
aves, além dos dados do MZUSP, foi realizada uma Avaliação Ecológica Rápida - AER no
período de 13 a 16 de setembro de 2011, 30 horas de esforço amostral. Estes dados
foram incluídos no artigo de Schunck et al. (2018), onde são assinaladas todas as espécies
de aves encontradas na EE de Bananal e seu entorno. Efetuamos pesquisa bibliográfica
no Google Acadêmico e, foram verificados:

1) Bancos de dados on line de coleções zoológicas, o VertNet, o Species Link e o


Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira - SiBBr; e
2) Bancos de dados on line de imagens e gravações de aves, Wikiaves e Xenocanto.

Apenas foram considerados os registros obtidos no interior da UC. Verificou-se a data de


coleta da informação descartando dados com mais de 20 anos. Espécies que suscitaram
dúvidas quanto à identificação foram desconsideradas, principalmente pelo registro estar
muito fora da área de distribuição geográfica conhecida. Formas identificadas até gênero
foram mantidas somente quando nenhuma outra espécie do gênero tivesse sido relatada
para a localidade. A nomenclatura utilizada é a do Catálogo Taxonômico da Fauna
Brasileira (Grant et al., 2017; Menezes et al., 2017; Percequillo e Gregorin, 2017;
Piacentini et al., 2017; Zaher e Bérnils, 2017). Assim, vários gêneros e epítetos específicos
estão diferentes em relação aos trabalhos consultados.

A seguir nós apresentamos os critérios utilizados para elaboração do diagnóstico da EE


de Bananal.

Riqueza de fauna:

A riqueza, número de espécies, é influenciada pelo total de habitats presentes, tamanho


da área amostrada, conexão com outras áreas, histórico de perturbação antrópica e pelo
esforço amostral. Por isso, a riqueza não é comparável entre unidades de conservação.
Um conhecimento satisfatório da riqueza de qualquer grupo de animais de uma dada
localidade resulta de um esforço amostral intenso, se avaliando todos os ecossistemas,
cobrindo vários anos e as diferentes estações. Portanto, os valores apresentados para
todas as unidades devem ser considerados preliminares e deverão aumentar
significativamente com a realização de novos inventários.
Espécies migratórias

Popularmente se entende migração como qualquer movimento entre duas áreas, e já


foram detectados gestores e funcionários de unidades de conservação se referindo
incorretamente a uma determinada espécie como sendo migratória. Contudo, considera-
se que migração é um movimento em resposta à variação sazonal na quantidade ou
qualidade dos recursos utilizados, com posterior retorno ao local de origem.

195

Estação Ecológica de Bananal


Devido à localização geográfica do estado de São Paulo parte de sua avifauna migra
durante a estação seca, entre meados de abril e meados de agosto, geralmente indo para
regiões mais quentes dentro do próprio estado, para o centro-oeste do Brasil e mesmo
para a Amazônia. Na mesma época do ano chegam a território paulista espécies do Brasil
meridional e do sul do continente fugindo do frio intenso. Além de aves, no oceano
aparecem cetáceos, pinípedes e certas espécies de peixes e lulas. Já durante a nossa
primavera e verão aparecem espécies que se reproduzem na América do Norte.

Algumas permanecem por aqui até abril, enquanto outras estão de passagem até áreas
mais ricas em alimento no Rio Grande do Sul, Uruguai e Argentina.

Outro movimento migratório bem conhecido no nosso estado está ligado à reprodução
de algumas espécies de peixes que vivem nos rios, a chamada piracema. Durante a
estação chuvosa estas espécies sobem os cursos dos rios, por vezes até dezenas de
quilômetros, para desovar mais próximo da cabeceira, onde os alevinos estarão mais
protegidos e obterão mais alimento para o seu desenvolvimento inicial.

Para os objetivos dos planos de manejo entende-se que neste item seria de suma
relevância mapear as áreas de concentração das aves migratórias de longa distância, as
que vêm da América do Norte e do sul da América do Sul, e os trechos de rio em que
ocorre a reprodução dos peixes de piracema.

Espécies endêmicas/raras locais

Endemismo depende da escala, nós podemos considerar desde espécies endêmicas da


América do Sul, ex. anta Tapirus terrestris (Linnaeus, 1758), até espécies restritas a um
único pico de montanha, como ocorre com vários sapinhos pingo-de-ouro
Brachycephalus spp.

Nos planos de manejo já concluídos frequentemente são consideradas as espécies com


distribuição restrita a um Bioma, são destacadas as endêmicas da Mata Atlântica, do
Cerrado, etc. Contudo, entende-se que esta referência é pouco informativa para as
tomadas de decisão de manejo. As espécies com distribuição muito restrita e para as
quais as ações no interior da unidade podem ter um impacto mais significativo é que
precisam ser enfatizadas, portanto optou-se por relacionar apenas estas últimas.

Geralmente elas também acabam sendo categorizadas como ameaçadas de extinção. A


exceção são os anfíbios, grupo em que muitas espécies endêmicas são consideradas com
informações insuficientes para a classificação quanto ao grau de ameaça (DD).

Raridade é um conceito ligado ao tamanho populacional. Nós não temos esta informação
para as áreas trabalhadas. Cabe destacar que na região tropical a maioria das espécies é
naturalmente rara. Por outro lado, as espécies abundantes são de alta relevância para a
manutenção dos ecossistemas. No interior das unidades de conservação as espécies
comuns devem permanecer abundantes e as ameaçadas de extinção apresentar
recuperação no seu tamanho populacional.

196

Estação Ecológica de Bananal


Espécies ameaçadas de extinção de acordo com listas vermelhas (SP, BR, IUCN)

Utilizou-se as últimas versões disponíveis.

Espécies exóticas/em condições de sinantropia

Para a definição de espécies exóticas utilizou-se a base de dados do Instituto Hórus


(2019). Destacamos a presença de espécies domésticas como categoria separada, pois
estas na maioria das vezes não constituem populações asselvajadas (ferais), se tratando
de casos de posse negligente de animais por parte de moradores do entorno. Somente
relacionaram-se espécies em condições de sinantropia quando foram detectadas no
interior ou entorno de edificações dentro da UC.

Espécies que sofrem pressão de caça/pesca

Não há informações detalhadas sobre as espécies alvo destas ações no interior da UC.
Optou-se por elencar espécies que no estado de São Paulo, de uma forma geral, são
conhecidas como suscetíveis à caça, pesca e captura para cativeiro. Para estas espécies
ocorre um esforço de captura dirigido, porém o impacto destas intervenções pode afetar
outras mais, devido ao uso de armadilhas ou petrechos de pesca pouco seletivos e ao
abate de forma oportunista de qualquer animal de maior porte encontrado.

Espécies indicadoras (de áreas conservadas e degradadas)

Lista elaborada com base no mapa de fitofisionomias produzido pela equipe de vegetação
para a UC e considerando-se a ocorrência verificada ou potencial das espécies nas
manchas.

Espécies de interesse em saúde pública

Foram destacadas como espécies de interesse em saúde pública aquelas que participam
do ciclo epidemiológico de doenças em que possa existir relação animal-homem e vice-
versa (zoonoses), seja diretamente ou atuando como hospedeiro intermediário,
reservatório, amplificador, etc, com especial atenção àquelas transmitidas por vetores.

197

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE 2.2.B. Vertebrados registrados na Estação Ecológica de Bananal. Asterisco indica espécie restrita ao Bioma Mata Atlântica. A coluna
status assinala a situação de conservação global (IUCN, 2019), no Brasil (Ministério do Meio Ambiente – MMA, 2014) e no estado de São Paulo -
SP (São Paulo, 2018). Quando não indicado significa espécie de menor preocupação. EN = em perigo de extinção e VU = vulnerável a extinção. Veg.
= Tipos vegetacionais de registro. AR = reflorestamento com araucárias; BR = brejos e áreas alagadas; CA = campo antrópico e capoeira no entorno
da Sede; CN = campos nativos de altitude e afloramentos rochosos e FO = Floresta Ombrófila Densa Altomontana. Referências = artigos científicos
ou relatórios não publicados que assinalam a presença da espécie na Unidade de Conservação.

Nome do Táxon Nome Popular Status Veg. Referências


Chordata Haeckel, 1874
Aves Linnaeus, 1758
Tinamiformes Huxley, 1872
Tinamidae Gray, 1840
Tinamus solitarius (Vieillot, 1819) macuco * SP (VU) FO Schunck et al., 2018
Crypturellus obsoletus (Temminck, 1815) inambuguaçu FO Schunck et al., 2018
Crypturellus parvirostris (Wagler, 1827) inambu-chororó CA Schunck et al., 2018
Crypturellus tataupa (Temminck, 1815) inambu-chintã FO Schunck et al., 2018
Galliformes Linnaeus, 1758
Cracidae Rafinesque, 1815
Penelope obscura Temminck, 1815 jacuguaçu FO Schunck et al., 2018
Odontophoridae Gould, 1844
Odontophorus capueira (Spix, 1825) uru * FO Schunck et al., 2018
Pelecaniformes Sharpe, 1891
Ardeidae Leach, 1820
Syrigma sibilatrix (Temminck, 1824) maria-faceira CA Schunck et al., 2018
Cathartiformes Seebohm, 1890
Cathartidae Lafresnaye, 1839
Cathartes aura (Linnaeus, 1758) urubu-de-cabeça-vermelha CA, CN, Schunck et al., 2018
FO
Coragyps atratus (Bechstein, 1793) urubu CA, CN, Schunck et al., 2018
FO

198

Estação Ecológica de Bananal


Nome do Táxon Nome Popular Status Veg. Referências
Sarcoramphus papa (Linnaeus, 1758) urubu-rei CA, CN, Schunck et al., 2018
FO
Accipitriformes Bonaparte, 1831
Accipitridae Vigors, 1824
Leptodon cayanensis (Latham, 1790) gavião-gato FO Schunck et al., 2018
Harpagus diodon (Temminck, 1823) gavião-bombachinha FO Schunck et al., 2018
Accipiter superciliosus (Linnaeus, 1766) tauató-passarinho FO Schunck et al., 2018
Rupornis magnirostris (Gmelin, 1788) gavião-carijó CA Schunck et al., 2018
Geranoaetus albicaudatus (Vieillot, 1816) gavião-de-rabo-branco CA, CN Schunck et al., 2018
Pseudastur polionotus (Kaup, 1847) gavião-pombo * SP (VU) FO Schunck et al., 2018
Buteo brachyurus Vieillot, 1816 gavião-de-cauda-curta CA, CN, Schunck et al., 2018
FO
Spizaetus tyrannus (Wied, 1820) gavião-pega-macaco FO Schunck et al., 2018
Spizaetus melanoleucus (Vieillot, 1816) gavião-pato SP (EN) FO Schunck et al., 2018
Gruiformes Bonaparte, 1854
Rallidae Rafinesque, 1815
Aramides saracura (Spix, 1825) saracura-do-mato * CA, FO Schunck et al., 2018
Charadriiformes Huxley, 1867
Charadriidae Leach, 1820
Vanellus chilensis (Molina, 1782) quero-quero CA Schunck et al., 2018
Columbiformes Latham, 1790
Columbidae Leach, 1820
Columbina talpacoti (Temminck, 1810) rolinha CA Schunck et al., 2018
Patagioenas picazuro (Temminck, 1813) asa-branca CA Schunck et al., 2018
Patagioenas cayennensis (Bonnaterre, 1792) pomba-galega FO Schunck et al., 2018
Patagioenas plumbea (Vieillot, 1818) pomba-amargosa FO Schunck et al., 2018
Leptotila verreauxi Bonaparte, 1855 juriti-pupu FO Schunck et al., 2018
Leptotila rufaxilla (Richard & Bernard, 1792) juriti-de-testa-branca FO Schunck et al., 2018
Geotrygon montana (Linnaeus, 1758) pariri FO Schunck et al., 2018

199

Estação Ecológica de Bananal


Nome do Táxon Nome Popular Status Veg. Referências
Cuculiformes Wagler, 1830
Cuculidae Leach, 1820
Piaya cayana (Linnaeus, 1766) alma-de-gato FO Schunck et al., 2018
Crotophaga ani Linnaeus, 1758 anu-preto CA Schunck et al., 2018
Guira guira (Gmelin, 1788) anu-branco CA Schunck et al., 2018
Tapera naevia (Linnaeus, 1766) saci FO Schunck et al., 2018
Strigiformes Wagler, 1830
Tytonidae Mathews, 1912
Tyto furcata (Temminck, 1827) suindara CA Schunck et al., 2018
Strigidae Leach, 1820
Megascops choliba (Vieillot, 1817) corujinha-do-mato FO Schunck et al., 2018
Pulsatrix koeniswaldiana (Bertoni & Bertoni, 1901) murucututu-de-barriga- * Schunck et al., 2018
FO
amarela
Strix hylophila Temminck, 1825 coruja-listrada * FO Schunck et al., 2018
Athene cunicularia (Molina, 1782) coruja-buraqueira CA Schunck et al., 2018
Nyctibiiformes Yuri et al., 2013
Nyctibiidae Chenu & Des Murs, 1851
Nyctibius griseus (Gmelin, 1789) urutau FO Schunck et al., 2018
Caprimulgiformes Ridgway, 1881
Caprimulgidae Vigors, 1825
Lurocalis semitorquatus (Gmelin, 1789) tuju FO Schunck et al., 2018
Nyctidromus albicollis (Gmelin, 1789) bacurau CA, FO Schunck et al., 2018
Hydropsalis torquata (Gmelin, 1789) bacurau-tesoura CA,CN Schunck et al., 2018
Hydropsalis forcipata (Nitzsch, 1840) bacurau-tesourão * CA, CN Schunck et al., 2018
Apodiformes Peters, 1940
Apodidae Olphe-Galliard, 1887
Streptoprocne zonaris (Shaw, 1796) taperuçu-de-coleira-branca CA, CN, Schunck et al., 2018
FO
Chaetura cinereiventris Sclater, 1862 andorinhão-de-sobre-cinzento CA, CN, Schunck et al., 2018
FO

200

Estação Ecológica de Bananal


Nome do Táxon Nome Popular Status Veg. Referências
Chaetura meridionalis Hellmayr, 1907 andorinhão-do-temporal CA, CN, Schunck et al., 2018
FO
Trochilidae Vigors, 1825
Phaethornis eurynome (Lesson, 1832) rabo-branco-de-garganta- * Schunck et al., 2018
CA, FO
rajada
Florisuga fusca (Vieillot, 1817) beija-flor-preto CA, FO Schunck et al., 2018
Colibri serrirostris (Vieillot, 1816) beija-flor-de-orelha-violeta CA, CN Schunck et al., 2018
Anthracothorax nigricollis (Vieillot, 1817) beija-flor-de-veste-preta CA, FO Schunck et al., 2018
Stephanoxis lalandi (Vieillot, 1818) beija-flor-de-topete-verde * CA, CN, Schunck et al., 2018
FO
Thalurania glaucopis (Gmelin, 1788) beija-flor-de-fronte-violeta * FO Schunck et al., 2018
Leucochloris albicollis (Vieillot, 1818) beija-flor-de-papo-branco CA, CN, Schunck et al., 2018
FO
Amazilia versicolor (Vieillot, 1818) beija-flor-de-banda-branca CA, FO Schunck et al., 2018
Heliodoxa rubricauda (Boddaert, 1783) beija-flor-rubi * FO Schunck et al., 2018
Calliphlox amethystina (Boddaert, 1783) estrelinha-ametista CA Schunck et al., 2018
Trogoniformes A. O. U., 1886
Trogonidae Lesson, 1828
Trogon surrucura aurantius Spix, 1824 surucuá-variado FO Schunck et al., 2018
Trogon rufus Gmelin, 1788 surucuá-dourado FO Schunck et al., 2018
Coraciiformes Forbes, 1844
Momotidae Gray, 1840
Baryphthengus ruficapillus (Vieillot, 1818) juruva FO Schunck et al., 2018
Galbuliformes Fürbringer, 1888
Bucconidae Horsfield, 1821
Malacoptila striata (Spix, 1824) barbudo-rajado FO Schunck et al., 2018
Piciformes Meyer & Wolf, 1810
Ramphastidae Vigors, 1825
Ramphastos dicolorus Linnaeus, 1766 tucano-de-bico-verde * FO Schunck et al., 2018
Selenidera maculirostris (Lichtenstein, 1823) araçari-poca * SP (VU) FO Schunck et al., 2018

201

Estação Ecológica de Bananal


Nome do Táxon Nome Popular Status Veg. Referências
Picidae Leach, 1820
Picumnus cirratus Temminck, 1825 picapauzinho-barrado FO Schunck et al., 2018
Veniliornis spilogaster (Wagler, 1827) picapauzinho-verde-carijó FO Schunck et al., 2018
Piculus aurulentus (Temminck, 1821) pica-pau-dourado * FO Schunck et al., 2018
Colaptes melanochloros (Gmelin, 1788) pica-pau-verde-barrado FO Schunck et al., 2018
Colaptes campestris (Vieillot, 1818) pica-pau-do-campo CA Schunck et al., 2018
Celeus flavescens (Gmelin, 1788) pica-pau-de-cabeça-amarela FO Schunck et al., 2018
Dryocopus lineatus (Linnaeus, 1766) pica-pau-de-banda-branca FO Schunck et al., 2018
Campephilus robustus (Lichtenstein, 1818) pica-pau-rei * FO Schunck et al., 2018
Cariamiformes Fürbringer, 1888
Cariamidae Bonaparte, 1850
Cariama cristata (Linnaeus, 1766) seriema CA Schunck et al., 2018
Falconiformes Bonaparte, 1831
Falconidae Leach, 1820
Caracara plancus (Miller, 1777) carcará CA Schunck et al., 2018
Milvago chimachima (Vieillot, 1816) carrapateiro CA Schunck et al., 2018
Herpetotheres cachinnans (Linnaeus, 1758) acauã CA, FO Schunck et al., 2018
Micrastur ruficollis (Vieillot, 1817) falcão-caburé FO Schunck et al., 2018
Micrastur semitorquatus (Vieillot, 1817) falcão-relógio FO Schunck et al., 2018
Falco femoralis Temminck, 1822 falcão-de-coleira CA Schunck et al., 2018
Psittaciformes Wagler, 1830
Psittacidae Rafinesque, 1815
Psittacara leucophthalmus (Statius Muller, 1776) periquitão CA Schunck et al., 2018
Pyrrhura frontalis (Vieillot, 1817) tiriba FO Schunck et al., 2018
Forpus xanthopterygius (Spix, 1824) tuim CA Schunck et al., 2018
Brotogeris tirica (Gmelin, 1788) periquito-verde * FO Schunck et al., 2018
Touit melanonotus (Wied, 1820) apuim-de-costas-pretas IUCN (EN) MMA (VU) SP Schunck et al., 2018
* FO
(VU)
Pionopsitta pileata (Scopoli, 1769) cuiú-cuiú * FO Schunck et al., 2018

202

Estação Ecológica de Bananal


Nome do Táxon Nome Popular Status Veg. Referências
Pionus maximiliani (Kuhl, 1820) maitaca FO Schunck et al., 2018
Passeriformes Linnaeus, 1758
Thamnophilidae Swainson, 1824
Terenura maculata (Wied, 1831) zidedê * FO Schunck et al., 2018
Rhopias gularis (Spix, 1825) choquinha-de-garganta- * Schunck et al., 2018
FO
pintada
Dysithamnus mentalis (Temminck, 1823) choquinha-lisa FO Schunck et al., 2018
Dysithamnus xanthopterus Burmeister, 1856 choquinha-de-asa-ferrugem * FO Schunck et al., 2018
Thamnophilus ruficapillus Vieillot, 1816 choca-de-chapéu-vermelho CA, CN Schunck et al., 2018
Thamnophilus caerulescens Vieillot, 1816 choca-da-mata FO Schunck et al., 2018
Batara cinerea (Vieillot, 1819) matracão FO Schunck et al., 2018
Mackenziaena leachii (Such, 1825) borralhara-assobiadora * FO Schunck et al., 2018
Mackenziaena severa (Lichtenstein, 1823) borralhara * FO Schunck et al., 2018
Myrmoderus squamosus (Pelzeln, 1868) papa-formiga-de-grota * FO Schunck et al., 2018
Pyriglena leucoptera (Vieillot, 1818) papa-taoca-do-sul * FO Schunck et al., 2018
Drymophila rubricollis (Bertoni, 1901) trovoada-de-bertoni * FO Schunck et al., 2018
Drymophila genei (Filippi, 1847) choquinha-da-serra * FO Schunck et al., 2018
Drymophila ochropyga (Hellmayr, 1906) choquinha-de-dorso-vermelho * FO Schunck et al., 2018
Drymophila malura (Temminck, 1825) choquinha-carijó * FO Schunck et al., 2018
Conopophagidae Sclater & Salvin, 1873
Conopophaga lineata (Wied, 1831) chupa-dente FO Schunck et al., 2018
Grallariidae Sclater & Salvin, 1873
Grallaria varia (Boddaert, 1783) tovacuçu FO Schunck et al., 2018
Hylopezus nattereri (Pinto, 1937) pinto-do-mato * FO Schunck et al., 2018
Rhinocryptidae Wetmore, 1926 (1837)
Merulaxis ater Lesson, 1830 entufado * FO Schunck et al., 2018
Eleoscytalopus indigoticus (Wied, 1831) macuquinho * FO Schunck et al., 2018
Scytalopus speluncae (Ménétriès, 1835) tapaculo-preto * FO Schunck et al., 2018

203

Estação Ecológica de Bananal


Nome do Táxon Nome Popular Status Veg. Referências
Psilorhamphus guttatus (Ménétriès, 1835) tapaculo-pintado * FO Schunck et al., 2018
Formicariidae Gray, 1840
Chamaeza meruloides Vigors, 1825 tovaca-cantadora * FO Schunck et al., 2018
Chamaeza ruficauda (Cabanis & Heine, 1859) tovaca-de-rabo-vermelho * FO Schunck et al., 2018
Scleruridae Swainson, 1827
Sclerurus scansor (Ménétriès, 1835) vira-folha FO Schunck et al., 2018
Dendrocolaptidae Gray, 1840
Dendrocincla turdina (Lichtenstein, 1820) arapaçu-liso * FO Schunck et al., 2018
Sittasomus griseicapillus (Vieillot, 1818) arapaçu-verde FO Schunck et al., 2018
Xiphorhynchus fuscus (Vieillot, 1818) arapaçu-rajado FO Schunck et al., 2018
Campylorhamphus falcularius (Vieillot, 1822) arapaçu-de-bico-torto * FO Schunck et al., 2018
Lepidocolaptes angustirostris (Vieillot, 1818) arapaçu-de-cerrado CA Schunck et al., 2018
Lepidocolaptes falcinellus (Cabanis & Heine, 1859) arapaçu-escamoso-do-sul * FO Schunck et al., 2018
Dendrocolaptes platyrostris Spix, 1825 arapaçu-grande FO Schunck et al., 2018
Xiphocolaptes albicollis (Vieillot, 1818) arapaçu-de-garganta-branca FO Schunck et al., 2018
Xenopidae Bonaparte, 1854
Xenops minutus (Sparrman, 1788) bico-virado-miúdo FO Schunck et al., 2018
Xenops rutilans Temminck, 1821 bico-virado-carijó FO Schunck et al., 2018
Furnariidae Gray, 1840
Furnarius rufus (Gmelin, 1788) joão-de-barro CA Schunck et al., 2018
Lochmias nematura (Lichtenstein, 1823) joão-porca FO Schunck et al., 2018
Automolus leucophthalmus (Wied, 1821) barranqueiro-de-olho-branco FO Schunck et al., 2018
Anabazenops fuscus (Vieillot, 1816) trepador-coleira * FO Schunck et al., 2018
Anabacerthia amaurotis (Temminck, 1823) limpa-folha-miúdo * FO Schunck et al., 2018
Anabacerthia lichtensteini (Cabanis & Heine, 1859) limpa-folha-ocráceo * FO Schunck et al., 2018
Philydor atricapillus (Wied, 1821) limpa-folha-coroado * FO Schunck et al., 2018
Philydor rufum (Vieillot, 1818) limpa-folha-de-testa-baia FO Schunck et al., 2018
Heliobletus contaminatus Pelzeln, 1859 trepadorzinho * FO Schunck et al., 2018

204

Estação Ecológica de Bananal


Nome do Táxon Nome Popular Status Veg. Referências
Syndactyla rufosuperciliata (Lafresnaye, 1832) trepador-quiete FO Schunck et al., 2018
Cichlocolaptes leucophrus (Jardine & Selby, 1830) trepador-sobrancelha * FO Schunck et al., 2018
Leptasthenura setaria (Temminck, 1824) grimpeiro * AR Schunck et al., 2018
Synallaxis ruficapilla Vieillot, 1819 pichororé * FO Schunck et al., 2018
Synallaxis cinerascens Temminck, 1823 pi-puí FO Schunck et al., 2018
Synallaxis spixi Sclater, 1856 joão-teneném CA,CN Schunck et al., 2018
Cranioleuca pallida (Wied, 1831) arredio-pálido * FO Schunck et al., 2018
Pipridae Rafinesque, 1815
Neopelma chrysolophum Pinto, 1944 fruxu * FO Schunck et al., 2018
Ilicura militaris (Shaw & Nodder, 1809) tangarazinho FO Schunck et al., 2018
Chiroxiphia caudata (Shaw & Nodder, 1793) tangará * FO Schunck et al., 2018
Oxyruncidae Ridgway, 1906 (1831)
Oxyruncus cristatus Swainson, 1821 araponga-do-horto FO Schunck et al., 2018
Onychorhynchidae Tello, Moyle, Marchese & Cracraft, 2009
Onychorhynchus swainsoni (Pelzeln, 1858) maria-leque-do-sudeste * IUCN (VU) SP (VU) FO Schunck et al., 2018
Myiobius atricaudus Lawrence, 1863 assanhadinho-de-cauda-preta FO Schunck et al., 2018
Tityridae Gray, 1840
Schiffornis virescens (Lafresnaye, 1838) flautim FO Schunck et al., 2018
Pachyramphus viridis (Vieillot, 1816) caneleiro-verde FO Schunck et al., 2018
Pachyramphus castaneus (Jardine & Selby, 1827) caneleiro FO Schunck et al., 2018
Pachyramphus polychopterus (Vieillot, 1818) caneleiro-preto FO Schunck et al., 2018
Pachyramphus validus (Lichtenstein, 1823) caneleiro-de-chapéu-preto FO Schunck et al., 2018
Cotingidae Bonaparte, 1849
Carpornis cucullata (Swainson, 1821) corocoxó * FO Schunck et al., 2018
Phibalura flavirostris Vieillot, 1816 tesourinha-da-mata * FO Schunck et al., 2018
Pyroderus scutatus (Shaw, 1792) pavó FO Schunck et al., 2018
Lipaugus ater (Ferrusac, 1829) saudade * FO Schunck et al., 2018
Procnias nudicollis (Vieillot, 1817) araponga * IUCN (VU) FO Schunck et al., 2018

205

Estação Ecológica de Bananal


Nome do Táxon Nome Popular Status Veg. Referências
Pipritidae Ohlson, Irestedt, Ericson & Fjeldså, 2013
Piprites chloris (Temminck, 1822) papinho-amarelo FO Schunck et al., 2018
Piprites pileata (Temminck, 1822) caneleirinho-de-chapéu-preto * IUCN (VU) FO Schunck et al., 2018
Platyrinchidae Bonaparte, 1854
Platyrinchus mystaceus Vieillot, 1818 patinho FO Schunck et al., 2018
Rhynchocyclidae Berlepsch, 1907
Mionectes rufiventris Cabanis, 1846 abre-asa-de-cabeça-cinza FO Schunck et al., 2018
Leptopogon amaurocephalus Tschudi, 1846 cabeçudo FO Schunck et al., 2018
Phylloscartes ventralis (Temminck, 1824) borboletinha-do-mato FO Schunck et al., 2018
Phylloscartes difficilis (Ihering & Ihering, 1907) estalinho * FO Schunck et al., 2018
Tolmomyias sulphurescens (Spix, 1825) bico-chato-de-orelha-preta FO Schunck et al., 2018
Todirostrum poliocephalum (Wied, 1831) teque-teque * FO Schunck et al., 2018
Todirostrum cinereum (Linnaeus, 1766) ferreirinho-relógio CA Schunck et al., 2018
Poecilotriccus plumbeiceps (Lafresnaye, 1846) tororó FO Schunck et al., 2018
Myiornis auricularis (Vieillot, 1818) miudinho * FO Schunck et al., 2018
Hemitriccus diops (Temminck, 1822) olho-falso * FO Schunck et al., 2018
Hemitriccus obsoletus (Miranda-Ribeiro, 1906) catraca * FO Schunck et al., 2018
Hemitriccus nidipendulus (Wied, 1831) tachuri-campainha * CA Schunck et al., 2018
Tyrannidae Vigors, 1825
Hirundinea ferruginea (Gmelin, 1788) gibão-de-couro CA Schunck et al., 2018
Tyranniscus burmeisteri (Cabanis & Heine, 1859) piolhinho-chiador FO Schunck et al., 2018
Camptostoma obsoletum (Temminck, 1824) risadinha CA, FO Schunck et al., 2018
Elaenia flavogaster (Thunberg, 1822) guaracava-de-barriga-amarela CA Schunck et al., 2018
Elaenia chilensis Hellmayr, 1927 guaracava-de-crista-branca CA, FO Schunck et al., 2018
Elaenia mesoleuca (Deppe, 1830) tuque CA, CN, Schunck et al., 2018
FO
Elaenia obscura (d'Orbigny & Lafresnaye, 1837) tucão CA, FO Schunck et al., 2018
Myiopagis caniceps (Swainson, 1835) guaracava-cinzenta FO Schunck et al., 2018

206

Estação Ecológica de Bananal


Nome do Táxon Nome Popular Status Veg. Referências
Phyllomyias virescens (Temminck, 1824) piolhinho-verdoso * FO Schunck et al., 2018
Phyllomyias fasciatus (Thunberg, 1822) piolhinho CA, CN, Schunck et al., 2018
FO
Phyllomyias griseocapilla Sclater, 1862 piolhinho-serrano * FO Schunck et al., 2018
Serpophaga subcristata (Vieillot, 1817) alegrinho CA,CN Schunck et al., 2018
Attila phoenicurus Pelzeln, 1868 capitão-castanho FO Schunck et al., 2018
Attila rufus (Vieillot, 1819) capitão-de-saíra * FO Schunck et al., 2018
Legatus leucophaius (Vieillot, 1818) bem-te-vi-pirata FO Schunck et al., 2018
Myiarchus swainsoni Cabanis & Heine, 1859 irré FO Schunck et al., 2018
Myiarchus ferox (Gmelin, 1789) maria-cavaleira CA, FO Schunck et al., 2018
Sirystes sibilator (Vieillot, 1818) gritador FO Schunck et al., 2018
Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766) bem-te-vi CA, FO Schunck et al., 2018
Machetornis rixosa (Vieillot, 1819) suiriri-cavaleiro CA Schunck et al., 2018
Myiodynastes maculatus (Statius Muller, 1776) bem-te-vi-rajado CA, FO Schunck et al., 2018
Megarynchus pitangua (Linnaeus, 1766) neinei CA, FO Schunck et al., 2018
Myiozetetes similis (Spix, 1825) bentevizinho-de-penacho- Schunck et al., 2018
CA, FO
vermelho
Tyrannus melancholicus Vieillot, 1819 suiriri CA, FO Schunck et al., 2018
Tyrannus savana Daudin, 1802 tesourinha CA Schunck et al., 2018
Empidonomus varius (Vieillot, 1818) peitica CA, FO Schunck et al., 2018
Colonia colonus (Vieillot, 1818) viuvinha FO Schunck et al., 2018
Myiophobus fasciatus (Statius Muller, 1776) filipe CA, FO Schunck et al., 2018
Fluvicola nengeta (Linnaeus, 1766) lavadeira-mascarada CA Schunck et al., 2018
Arundinicola leucocephala (Linnaeus, 1764) freirinha BR Schunck et al., 2018
Lathrotriccus euleri (Cabanis, 1868) enferrujado FO Schunck et al., 2018
Contopus cinereus (Spix, 1825) papa-moscas-cinzento FO Schunck et al., 2018
Knipolegus cyanirostris (Vieillot, 1818) maria-preta-de-bico-azulado FO Schunck et al., 2018

207

Estação Ecológica de Bananal


Nome do Táxon Nome Popular Status Veg. Referências
Knipolegus nigerrimus (Vieillot, 1818) maria-preta-de-garganta- Schunck et al., 2018
CN
vermelha
Satrapa icterophrys (Vieillot, 1818) suiriri-pequeno CA Schunck et al., 2018
Muscipipra vetula (Lichtenstein, 1823) tesoura-cinzenta * CN, FO Schunck et al., 2018
Vireonidae Swainson, 1837
Cyclarhis gujanensis (Gmelin, 1789) pitiguari FO Schunck et al., 2018
Hylophilus poicilotis Temminck, 1822 verdinho-coroado * FO Schunck et al., 2018
Vireo chivi (Vieillot, 1817) juruviara FO Schunck et al., 2018
Hirundinidae Rafinesque, 1815
Pygochelidon cyanoleuca (Vieillot, 1817) andorinha-pequena-de-casa CA, CN, Schunck et al., 2018
FO
Stelgidopteryx ruficollis (Vieillot, 1817) andorinha-serradora CA, CN, Schunck et al., 2018
FO
Progne chalybea (Gmelin, 1789) andorinha-grande CA, CN, Schunck et al., 2018
FO
Troglodytidae Swainson, 1831
Troglodytes musculus Naumann, 1823 corruíra CA Schunck et al., 2018
Turdidae Rafinesque, 1815
Turdus flavipes Vieillot, 1818 sabiá-una FO Schunck et al., 2018
Turdus leucomelas Vieillot, 1818 sabiá-branco CA, FO Schunck et al., 2018
Turdus rufiventris Vieillot, 1818 sabiá-laranjeira CA, FO Schunck et al., 2018
Turdus amaurochalinus Cabanis, 1850 sabiá-poca CA, FO Schunck et al., 2018
Turdus albicollis Vieillot, 1818 sabiá-coleira FO Schunck et al., 2018
Mimidae Bonaparte, 1853
Mimus saturninus (Lichtenstein, 1823) sabiá-do-campo CA Schunck et al., 2018
Passerellidae Cabanis & Heine, 1850
Zonotrichia capensis (Statius Muller, 1776) tico-tico CA, CN Schunck et al., 2018
Arremon semitorquatus Swainson, 1838 tico-tico-do-mato * FO Schunck et al., 2018
Parulidae Wetmore et al., 1947
Setophaga pitiayumi (Vieillot, 1817) mariquita FO Schunck et al., 2018

208

Estação Ecológica de Bananal


Nome do Táxon Nome Popular Status Veg. Referências
Geothlypis aequinoctialis (Gmelin, 1789) pia-cobra BR Schunck et al., 2018
Basileuterus culicivorus (Deppe, 1830) pula-pula FO Schunck et al., 2018
Myiothlypis leucoblephara (Vieillot, 1817) pula-pula-assobiador FO Schunck et al., 2018
Icteridae Vigors, 1825
Psarocolius decumanus (Pallas, 1769) japu CA Schunck et al., 2018
Cacicus chrysopterus (Vigors, 1825) japuíra FO Schunck et al., 2018
Chrysomus ruficapillus (Vieillot, 1819) garibaldi BR Schunck et al., 2018
Molothrus oryzivorus (Gmelin, 1788) iraúna-grande CA Schunck et al., 2018
Molothrus bonariensis (Gmelin, 1789) chupim CA Schunck et al., 2018
Mitrospingidae Barker, Burns, Klicka, Lanyon & Lovette, 2013
Orthogonys chloricterus (Vieillot, 1819) catirumbava * FO Schunck et al., 2018
Thraupidae Cabanis, 1847
Orchesticus abeillei (Lesson, 1839) sanhaço-pardo * FO Schunck et al., 2018
Pipraeidea melanonota (Vieillot, 1819) saíra-viúva CA, FO Schunck et al., 2018
Stephanophorus diadematus (Temminck, 1823) sanhaço-frade CA, CN, Schunck et al., 2018
FO
Cissopis leverianus (Gmelin, 1788) tietinga FO Schunck et al., 2018
Tangara desmaresti (Vieillot, 1819) saíra-lagarta * FO Schunck et al., 2018
Tangara sayaca (Linnaeus, 1766) sanhaço-cinzento CA, FO Schunck et al., 2018
Tangara cyanoptera (Vieillot, 1817) sanhaço-de-encontro-azul * FO Schunck et al., 2018
Tangara palmarum (Wied, 1821) sanhaço-do-coqueiro CA, FO Schunck et al., 2018
Tangara ornata (Sparrman, 1789) sanhaço-de-encontro-amarelo * FO Schunck et al., 2018
Tangara cayana (Linnaeus, 1766) saíra-amarela FO Schunck et al., 2018
Sicalis flaveola (Linnaeus, 1766) canário-da-terra CA Schunck et al., 2018
Haplospiza unicolor Cabanis, 1851 cigarra-bambu * FO Schunck et al., 2018
Hemithraupis ruficapilla (Vieillot, 1818) saíra-ferrugem * FO Schunck et al., 2018
Volatinia jacarina (Linnaeus, 1766) tiziu CA Schunck et al., 2018
Trichothraupis melanops (Vieillot, 1818) tiê-de-topete FO Schunck et al., 2018

209

Estação Ecológica de Bananal


Nome do Táxon Nome Popular Status Veg. Referências
Tachyphonus coronatus (Vieillot, 1822) tiê-preto * FO Schunck et al., 2018
Tersina viridis (Illiger, 1811) saí-andorinha CA, FO Schunck et al., 2018
Dacnis cayana (Linnaeus, 1766) saí-azul CA, FO Schunck et al., 2018
Coereba flaveola (Linnaeus, 1758) cambacica CA, FO Schunck et al., 2018
Sporophila lineola (Linnaeus, 1758) bigodinho CA Schunck et al., 2018
Sporophila nigricollis (Vieillot, 1823) baiano CA Schunck et al., 2018
Sporophila caerulescens (Vieillot, 1823) coleirinho CA Schunck et al., 2018
Sporophila angolensis (Linnaeus, 1766) curió BR, CA Schunck et al., 2018
Saltator similis d'Orbigny & Lafresnaye, 1837 trinca-ferro FO Schunck et al., 2018
Saltator maxillosus Cabanis, 1851 bico-grosso * FO Schunck et al., 2018
Saltator fuliginosus (Daudin, 1800) bico-de-pimenta * FO Schunck et al., 2018
Microspingus lateralis (Nordmann, 1835) quete-do-sudeste * CA, CN, Schunck et al., 2018
FO
Cardinalidae Ridgway, 1901
Habia rubica (Vieillot, 1817) tiê-de-bando FO Schunck et al., 2018
Cyanoloxia brissonii (Lichtenstein, 1823) azulão BR, CA Schunck et al., 2018
Fringillidae Leach, 1820
Spinus magellanicus (Vieillot, 1805) pintassilgo CA, CN Schunck et al., 2018
Euphonia chlorotica (Linnaeus, 1766) fim-fim CA, FO Schunck et al., 2018
Euphonia pectoralis (Latham, 1801) ferro-velho * FO Schunck et al., 2018
Reptilia Laurenti, 1768
Squamata Oppel, 1811
Anguidae Gray, 1825
Ophiodes fragilis (Raddi, 1820) cobra-de-vidro FO Zaher et al., 2012
Gekkonidae Gray, 1825
Hemidactylus mabouia (Moreau de Jonnès, 1818) lagartixa-de-parede CA Zaher et al., 2012
Leiosauridae Frost, Etheridge, Janies, Titus, 2001
Enyalius perditus Jackson, 1978 camaleão * FO Zaher et al., 2012
Urostrophus vautieri Duméril, Bibron, 1837 camaleão FO Zaher et al., 2012

210

Estação Ecológica de Bananal


Nome do Táxon Nome Popular Status Veg. Referências
Tropiduridae Bell in Darwin, 1843
Tropidurus torquatus (Wied, 1820) lagartixa-das-pedras CA, CN Zaher et al., 2012
Gymnophthalmidae Merrem, 1820
Placosoma sp. lagartinho * FO Zaher et al., 2012
Ecpleopus gaudichaudi Duméril, Bibron, 1839 lagartinho * FO Zaher et al., 2012
Scincidae Gray, 1825
Aspronema dorsivittatum (Cope, 1862) briba CA, CN Zaher et al., 2012
Teiidae Merrem, 1820
Salvator merianae (Duméril, Bibron, 1839) teiú CA, FO Zaher et al., 2012
Colubridae Oppel, 1811
Chironius bicarinatus (Wied, 1820) cobra-cipó FO Zaher et al., 2012
Chironius fuscus (Linnaeus, 1758) cobra-cipó FO Zaher et al., 2012
Dipsadidae Bonaparte, 1838
Atractus trihedrurus Amaral, 1926 cobra * FO Zaher et al., 2012
Atractus zebrinus (Jan, 1862) cobra * FO Zaher et al., 2012
Echinanthera cephalostriata Di-Bernardo, 1996 cobra * FO Zaher et al., 2012
Taeniophallus affinis (Günther, 1858) cobra * FO Zaher et al., 2012
Taeniophallus occipitalis (Jan, 1863) cobra FO Zaher et al., 2012
Taeniophallus persimilis (Cope, 1869) cobra * FO Zaher et al., 2012
Elapomorphus quinquelineatus (Raddi, 1820) cobra * FO Zaher et al., 2012
Philodryas olfersii (Lichtenstein, 1823) cobra-verde CA, FO Zaher et al., 2012
Philodryas patagoniensis (Girard, 1858) parelheira CA, FO Zaher et al., 2012
Mussurana montana (Franco, Marques, Puorto, 1997) muçurana * FO Zaher et al., 2012
Oxyrhopus clathratus Duméril, Bibron, Duméril, 1854 cobra * FO Zaher et al., 2012
Pseudoboa haasi (Boettger, 1905) muçurana * FO Zaher et al., 2012
Thamnodynastes hypoconia (Cope, 1860) cobra FO Zaher et al., 2012
Thamnodynastes nattereri (Mikan, 1820) cobra FO Zaher et al., 2012
Tomodon dorsatus Duméril, Bibron, Duméril, 1854 cobra-espada FO Zaher et al., 2012

211

Estação Ecológica de Bananal


Nome do Táxon Nome Popular Status Veg. Referências
Erythrolamprus aesculapii (Linnaeus, 1758) falsa-coral FO Zaher et al., 2012
Erythrolamprus miliaris (Linnaeus, 1758) cobra-d' água BR, FO Zaher et al., 2012
Erythrolamprus poecilogyrus (Wied, 1825) cobra CA, FO Zaher et al., 2012
Xenodon neuwiedii Günther, 1863 boipeva * BR, FO Zaher et al., 2012
Elapidae Boie, 1827
Micrurus decoratus (Jan, 1858) coral-verdadeira * FO Zaher et al., 2012
Viperidae Oppel, 1811
Bothrops fonsecai Hoge, Belluomini, 1959 cotiara-estrela * CA, FO Zaher et al., 2012
Bothrops jararaca (Wied, 1824) jararaca CA, FO Zaher et al., 2012
Mammalia Linnaeus, 1758
Didelphimorphia Gill, 1872
Didelphidae Gray, 1821
Chironectes minimus (Zimmermann, 1780) cuíca-d'água FO Zaher et al., 2012
Didelphis aurita (Wied-Neuwied, 1826) gambá-de-orelha-preta * CA, FO Abreu-Jr. & Percequillo,
2019
Philander quica (Temminck, 1824) cuíca-de-quatro-olhos * FO Abreu-Jr. & Percequillo,
2019
Gracilinanus microtarsus (Wagner 1842) cuíca * FO Abreu-Jr. & Percequillo,
2019
Monodelphis iheringi (Thomas, 1888) catita-de-três-listras * MMA (VU) SP (VU) FO Abreu-Jr. & Percequillo,
2019
Monodelphis scalops (Thomas, 1888) catita * FO Abreu-Jr. & Percequillo,
2019
Marmosops paulensis (Tate, 1931) cuíca * MMA (VU) SP (VU) FO Abreu-Jr. & Percequillo,
2019
Cingulata Illiger, 1821
Dasypodidae Gray, 1821
Dasypus novemcinctus Linnaeus, 1758 tatu-galinha CA, FO Zaher et al., 2012
Pilosa Flower, 1883
Myrmecophagidae Gray, 1825

212

Estação Ecológica de Bananal


Nome do Táxon Nome Popular Status Veg. Referências
Tamandua tetradactyla (Linnaeus, 1758) tamanduá-mirim FO Fotografia/Projeto Conexão
Mata Atlântica, 2019
Primates Linnaeus, 1758
Atelidae Gray, 1825
Alouatta guariba clamitans Cabrera, 1958 bugio-ruivo * MMA (VU) SP (EN) FO Zaher et al., 2012
Brachyteles arachnoides (É. Geoffroy, 1806) muriqui-do-sul * IUCN (EN) MMA (EN) SP FO Zaher et al., 2012
(EN)
Callitrichidae O. Thomas, 1903
Callithrix aurita (É. Geoffroy in Humboldt, 1812) sagui-da-serra-escuro * IUCN (VU) MMA (EN) SP FO Olmos & Martuscelli, 1995
(EN)
Cebidae Bonaparte, 1831
Sapajus nigritus (Goldfuss, 1809) macaco-prego * FO Zaher et al., 2012
Pitheciidae Mivart, 1865
Callicebus nigrifrons (Spix, 1823) sauá * FO Zaher et al., 2012
Rodentia Bowdich, 1821
Caviidae G. Fischer, 1817
Cavia fulgida Wagler, 1831 preá CA, CN Zaher et al., 2012
Cuniculidae Miller & Gidley, 1918
Cuniculus paca (Linnaeus, 1766) paca FO Zaher et al., 2012
Dasyproctidae Bonaparte, 1838
Dasyprocta cf. iacki Feijó & Langguth, 2013 cutia FO Zaher et al., 2012
Echimyidae Gray, 1825
Phyllomys kerri (Moojen 1950) rato-da-árvore * FO Abreu-Jr. & Percequillo,
2019
Phyllomys sulinus Leite, Christoff & Fagundes 2008 rato-da-árvore * FO Abreu-Jr. & Percequillo,
2019
Euryzygomatomys spinosus (G. Fischer 1814) rato-guirá FO Abreu-Jr. & Percequillo,
2019
Trinomys dimidiatus (Günther 1876) rato-de-espinho * FO Abreu-Jr. & Percequillo,
2019
Erethizontidae Bonaparte, 1845

213

Estação Ecológica de Bananal


Nome do Táxon Nome Popular Status Veg. Referências
Coendou spinosus (F. Cuvier, 1823) ouriço-cacheiro FO Fotografia/Projeto Conexão
Mata Atlântica, 2019
Cricetidae G. Fischer, 1817
Abrawayaomys ruschii Cunha & Cruz, 1979 rato-do-mato * FO Abreu-Jr. & Percequillo,
2019
Akodon cursor (Winge, 1887) rato-do-chão FO Abreu-Jr. & Percequillo,
2019
Akodon montensis Thomas 1913 rato-do-chão FO Abreu-Jr. & Percequillo,
2019
Castoria angustidens (Winge, 1887) rato-do-chão * FO Abreu-Jr. & Percequillo,
2019
Blarinomys breviceps (Winge, 1887) rato-toupeirinha * FO Abreu-Jr. & Percequillo,
2019
Brucepattersonius nebulosus Abreu-Júnior, Vilela, Christoff,
Valiati & Percequillo, 2019 rato-do-chão * FO Abreu-Jr. & Percequillo,
2019
Brucepattersonius soricinus Hershkovitz, 1998 rato-do-chão * FO Abreu-Jr. & Percequillo,
2019
Oxymycterus dasytrichus (Schinz 1821) rato-do-brejo * FO Abreu-Jr. & Percequillo,
2019
Thaptomys nigrita (Lichtenstein, 1829) rato-pitoco * FO Abreu-Jr. & Percequillo,
2019
Delomys dorsalis (Hensel, 1873) rato-do-mato * FO Abreu-Jr. & Percequillo,
2019
Delomys sublineatus (Thomas, 1903) rato-do-mato * FO Abreu-Jr. & Percequillo,
2019
Juliomys ossitenuis Costa, Pavan, Leite & Fagundes, 2007 rato-do-mato * FO Abreu-Jr. & Percequillo,
2019
Juliomys pictipes (Osgood, 1933) rato-do-mato * FO Abreu-Jr. & Percequillo,
2019
Drymoreomys albimaculatus Percequillo, Weksler & Costa, 2011 rato-do-mato * FO Abreu-Jr. & Percequillo,
2019

214

Estação Ecológica de Bananal


Nome do Táxon Nome Popular Status Veg. Referências
Euryoryzomys russatus (Wagner 1848) rato-do-mato * FO Abreu-Jr. & Percequillo,
2019
Nectomys squamipes (Brants 1827) rato-d’água FO Abreu-Jr. & Percequillo,
2019
Oligoryzomys flavescens (Waterhouse, 1837) rato-do-mato FO Abreu-Jr. & Percequillo,
2019
Oligoryzomys nigripes (Olfers, 1818) rato-do-mato FO Abreu-Jr. & Percequillo,
2019
Sooretamys angouya (G. Fischer, 1814) rato-do-mato * FO Abreu-Jr. & Percequillo,
2019
Rhagomys rufescens (Thomas 1886) rato-do-mato-vermelho * IUCN (VU) FO Abreu-Jr. & Percequillo,
2019
Phaenomys ferrugineus (O. Thomas, 1894) rato-ferrugíneo * IUCN (VU) MMA (VU) SP FO Abreu-Jr. & Percequillo,
(VU) 2019
Rhipidomys itoan Costa, Geise, Pereira & Costa, 2011 rato-da-árvore * FO Abreu-Jr. & Percequillo,
2019
Sciuridae G. Fischer, 1817
Guerlinguetus brasiliensis ingrami (Thomas, 1901) serelepe * FO Zaher et al., 2012
Lagomorpha Brandt, 1855
Leporidae Fischer, 1817
Sylvilagus brasiliensis (Linnaeus, 1758) tapeti CA, FO Zaher et al., 2012
Chiroptera Blumenbach, 1779
Molossidae Gervais, 1856
Tadarida brasiliensis (I. Geoffroy, 1824) morcego CA, FO Garbino, 2016
Phyllostomidae Gray, 1825
Anoura caudifer (Geoffroy, 1818) morcego-beija-flor FO Zaher et al., 2012
Anoura geoffroyi Gray, 1838 morcego-beija-flor FO Garbino, 2016
Chrotopterus auritus (Peters, 1856) morcego FO Garbino, 2016
Artibeus lituratus (Olfers, 1818) morcego-das-frutas FO Zaher et al., 2012
Artibeus obscurus (Schinz, 1821) morcego-das-frutas FO Garbino, 2016
Artibeus planirostris (Spix, 1823) morcego-das-frutas FO Zaher et al., 2012

215

Estação Ecológica de Bananal


Nome do Táxon Nome Popular Status Veg. Referências
Pygoderma bilabiatum (Wagner, 1843) morcego FO Garbino, 2016
Sturnira lilium (É. Geoffroy St.-Hilaire, 1810) morcego FO Garbino, 2016
Vespertilionidae Gray, 1821
Myotis nigricans (Schinz, 1821) morcego FO Zaher et al., 2012
Carnivora Bowdich, 1821
Canidae Fischer von Waldheim, 1817
Canis lupus Linnaeus, 1758 cachorro-doméstico CA, FO Zaher et al., 2012
Cerdocyon thous (Linnaeus, 1766) cachorro-do-mato CA, FO Zaher et al., 2012
Mustelidae Fischer von Waldheim, 1817
Eira barbara (Linnaeus, 1758) irara FO Zaher et al., 2012
Galictis cuja (Molina, 1782) furão CA, FO Zaher et al., 2012
Procyonidae Gray, 1825
Nasua nasua (Linnaeus, 1766) quati FO Zaher et al., 2012
Procyon cancrivorus G. Cuvier, 1798 mão-pelada BR, CA Zaher et al., 2012
Felidae Fischer von Waldheim, 1817
Felis catus Linnaeus, 1758 gato-doméstico CA Zaher et al., 2012
Leopardus guttulus (Hensel, 1872) gato-do-mato-pequeno IUCN (VU) MMA (VU) SP FO Zaher et al., 2012
(VU)
Leopardus pardalis (Linnaeus, 1758) jaguatirica MMA (VU) SP (VU) FO Zaher et al., 2012
Leopardus wiedii (Schinz, 1821) gato-maracajá MMA (VU) SP (EN) FO Fotografia/Projeto Conexão
Mata Atlântica, 2019
Puma concolor (Linnaeus, 1771) onça-parda MMA (VU) SP (VU) CA, FO Zaher et al., 2012
Perissodactyla Owen, 1848
Tapiriidae Gray, 1821
Tapirus terrestris (Linnaeus, 1758) anta IUCN (VU) MMA (VU) SP FO Zaher et al., 2012
(EN)
Artiodactyla Owen, 1848
Cervidae Goldfuss, 1820
Mazama gouazoubira Fischer, 1814 veado-catingueiro CA, FO Zaher et al., 2012
Tayassuidae Palmer, 1897
Pecari tajacu (Linnaeus, 1758) cateto FO Zaher et al., 2012

216

Estação Ecológica de Bananal


Nome do Táxon Nome Popular Status Veg. Referências
Tayassu pecari (Link, 1795) queixada IUCN (VU) MMA (VU) SP FO José Roberto Alves Suarez
(EN) (foto)
Lissamphibia
Anura
Brachycephalidae
Brachycephalus didactylus (Izecksohn, 1971) sapo-pulga * FO Zaher et al., 2012
Brachycephalus ephippium (Spix, 1824) pingo-de-ouro * FO Zaher et al., 2005
Ischnocnema bolbodactyla (A. Lutz, 1925) sapinho * FO Zaher et al., 2012
Ischnocnema aff. guentheri (Steindachner, 1864) sapinho * FO Zaher et al., 2005
Ischnocnema gr. lactea (Miranda-Ribeiro, 1923) sapinho * FO Zaher et al., 2012
Ischnocnema parva (Girard, 1853) sapinho * FO Zaher et al., 2005
Bufonidae
Dendrophryniscus lauroi Miranda-Ribeiro, 1926 sapinho-do-gravatá * FO Zaher et al., 2012
Rhinella icterica (Spix, 1824) sapo-cururu BR, CA, Zaher et al., 2005
FO
Centrolenidae
Vitreorana uranoscopa (Müller, 1924) rã-de-vidro * FO Zaher et al., 2012
Craugastoridae
Haddadus binotatus (Spix, 1824) sapinho * FO Zaher et al., 2005
Holoaden suarezi Martins & Zaher, 2013 sapinho * FO Martins & Zaher, 2013
Cycloramphidae
Cycloramphus eleutherodactylus (Miranda-Ribeiro, 1920) sapinho * FO Zaher et al., 2005
Cycloramphus stejnegeri (Noble, 1924) sapinho * FO Zaher et al., 2012
Hemiphractidae
Fritziana mitus Walker et al., 2018 perereca-marsupial * FO Zaher et al., 2012
Hylidae
Aplastodiscus arildae (Cruz & Peixoto, 1987 "1985") perereca-verde * FO Zaher et al., 2005
Aplastodiscus leucopygius (Cruz & Peixoto, 1985 "1984") perereca-flautinha * FO Zaher et al., 2005
Bokermannohyla circumdata (Cope, 1871) perereca * FO Zaher et al., 2005

217

Estação Ecológica de Bananal


Nome do Táxon Nome Popular Status Veg. Referências
Dendropsophus elegans (Wied-Neuwied, 1824) perereca-de-moldura * BR, FO Zaher et al., 2005
Dendropsophus microps (Peters, 1872) pererequinha * FO Zaher et al., 2005
Dendropsophus minutus (Peters, 1872) pererequinha BR, FO Zaher et al., 2005
Dendropsophus seniculus (Cope, 1868) pererequinha * FO Zaher et al., 2012
Boana faber (Wied-Neuwied, 1821) sapo-ferreiro BR, FO Zaher et al., 2005
Boana latistriata (Caramaschi & Cruz, 2004) perereca-de-pijama * FO Zaher et al., 2005
Boana pardalis (Spix, 1824) perereca * FO Zaher et al., 2005
Ololygon gr. catharinae (Boulenger, 1888) pererequinha * FO Zaher et al., 2012
Ololygon flavoguttata (A. Lutz & B. Lutz, 1939) pererequinha * FO Zaher et al., 2012
Ololygon perpusilla (A. Lutz & B. Lutz, 1939) pererequinha-do-gravatá * FO Zaher et al., 2005
Scinax fuscovarius (A. Lutz, 1925) perereca-de-banheiro BR, CA, Zaher et al., 2012
FO
Scinax hayii (Barbour, 1909) perereca * BR, CA, Zaher et al., 2005
FO
Sphaenorhynchus platycephalus (Werner, 1894) pererequinha-limão * FO Zaher et al., 2012
Hylodidae
Hylodes gr. lateristrigatus (Baumann, 1912) rã-de-riacho * FO Zaher et al., 2012
Hylodes phyllodes Heyer & Cocroft, 1986 rã-de-riacho * FO Zaher et al., 2005
Hylodes sp. nov. rã-de-riacho * FO Zaher et al., 2005
Leptodactylidae
Physalaemus cuvieri Fitzinger, 1826 foi-não-foi BR, CA Zaher et al., 2012
Physalaemus maculiventris (Lutz, 1925) rãzinha * FO Zaher et al., 2005
Physalaemus olfersii (Lichtenstein & Martens, 1856) rã-rangedora * BR, FO Zaher et al., 2005
Leptodactylus furnarius Sazima & Bokermann, 1978 rãzinha BR, CA, Zaher et al., 2005
FO
Leptodactylus mystacinus (Burmeister, 1861) rãzinha BR, CA, Zaher et al., 2005
FO
Paratelmatobius gaigeae (Cochran, 1938) rãzinha * FO Zaher et al., 2005
Microhylidae

218

Estação Ecológica de Bananal


Nome do Táxon Nome Popular Status Veg. Referências
Chiasmocleis altomontana Forlani, Tonini, Cruz, Zaher & Sá, 2017 rãzinha * FO Forlani et al., 2017
Myersiella microps (Duméril & Bibron, 1841) rãzinha * FO Zaher et al., 2005
Odontophrynidae
Proceratophrys cf. belzebul Dias, Amaro, Carvahlo-e-Silva & sapinho-de-chifre * Zaher et al., 2012
FO
Rodrigues, 2013
Proceratophrys boiei (Wied-Neuwied, 1825) sapinho-de-chifre * FO Zaher et al., 2005
Proceratophrys melanopogon (Miranda-Ribeiro, 1926) sapinho-de-chifre * FO Zaher et al., 2005
Gymnophiona
Siphonopidae
Siphonops cf. hardyi Boulenger, 1888 cobra-cega * FO Zaher et al., 2012
Actinopteri Cope, 1871
Characiformes Goodrich, 1909
Characidae Latreille, 1825
Astyanax cf. scabripinnis (Jenyns, 1842) lambari Riachos Oyakawa et al., 2012
Crenuchidae Günther, 1864
Characidium lauroi Travassos, 1949 mocinha * Riachos Oyakawa et al., 2012
Siluriformes Hay, 1929
Loricariidae Rafinesque, 1815
Neoplecostomus microps (Steindachner, 1877) cascudinho * Riachos Oyakawa et al., 2012
Trichomycteridae Bleeker, 1858
Trichomycterus brasiliensis Lütken, 1874 cambeva Riachos Oyakawa et al., 2012
Trichomycterus nigroauratus Barbosa & Costa, 2008 cambeva * Riachos Oyakawa et al., 2012

219

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE 2.2.C. Pontos de registro de algumas das espécies de vertebrados sugeridas
como alvos da conservação para a Estação Ecológica de Bananal.

220

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE 2.2.D. Pontos de amostragem de espécies de vertebrados na Estação Ecológica de Bananal e entorno.

221

Estação Ecológica de Bananal


ANEXO III – MEIO FÍSICO

APÊNDICE 3. Aspectos Metodológicos e Material Utilizado


O estudo do Meio Físico compreendeu a realização de pesquisa bibliográfica e
cartográfica, a compilação de dados geológicos, geomorfológicos e pedológicos,
trabalhos de campo e análise e integração dos dados.

Para a análise do substrato rochoso foram considerados: a Geologia da folha de Volta


Redonda SF.23-Z-A-V, escala 1:100.000 (Heilbronet al., 2007) e o Mapa Geológico do
Estado de São Paulo em escala 1:750.000 (Perrottaet al., 2005).

Os estudos do relevo tiveram como referência os trabalhos de Ponçano et. al., (1981) em
escala 1:1.000.000 e os mapas geomorfológicos preliminares na escala 1:50.000 do Plano
de Manejo do Parque Nacional da Bocaina (IBAMA/Probocaina, 2001).

As informações sobre os solos foram obtidas do Mapa de Solos do Estado de São Paulo
(Oliveira et al., 1999) e do mapa de reconhecimento de solos da EE de Bananal (Rossi et
al., 2002). A classificação taxonômica foi feita de acordo com sistema recomendado pela
EMBRAPA Santos et al. (2006).

As informações bibliográficas e os trabalhos de interpretação de fotografias aéreas na


escala 1:25.000, correspondente ao levantamento realizado pela Terrafoto 1972/73, que
permitiram a elaboração do mapa preliminar de relevo que foi posteriormente avaliado
e detalhado nos trabalhos de campo. Esses trabalhos compreenderam levantamento
integrado de geologia, geomorfologia e pedologia com descrição de oitenta e dois (82)
pontos de campo, que culminaram com a elaboração do Mapa de Unidades de Terrenos
da Estação Ecológica de Bananal e da área adjacente, apresentado na escala 1:50.000.

Para realização dos estudos geoambientais os trabalhos foram realizados em duas


etapas. A primeira enfocando a análise geomorfológica para a caracterização do relevo
da estação e área envoltória; e uma segunda etapa visando à integração dos atributos
geoambientais dentro da abordagem de terrenos.

3.1. Geologia (Substrato Rochoso)

APÊNDICE 3.1.A. Análise geológica


Os estudos geológicos na EE de Bananal e de sua área envoltória foram realizados com
base na compilação de dados existentes e de trabalhos de campo.

Para seleção da base geológica a ser adotada na elaboração do mapa geológico da área
de estudo tem-se como critério básico a existência de mapa que compreenda totalmente
a área, de modo a ser obedecido um modelo homogêneo de mapeamento e de
designação das unidades litoestratigráficas.
222

Estação Ecológica de Bananal


Com base no conhecimento bibliográfico, foi realizado o trabalho de campo, para a
caracterização e registro fotográfico dos tipos petrográficos e de seus solos derivados.

Os trabalhos de campo foram feitos de modo convencional, adotando-se os seguintes


procedimentos:
• Caminhamento pelas estradas e vias de acesso da área de estudo;
• Localização de afloramentos e exposições que permitam a caracterização do substrato
rochoso e dos solos;
• Descrição dos afloramentos e de suas feições mais características, como constituição
litológica, estruturas tectônicas, grau de decomposição, feições erosivas e de
instabilidade, etc.;
• Anotação das informações obtidas e registro fotográfico dos pontos de observação
quando relevantes.

223

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE3.1.B. Mapa Geológico da EE de Bananal e região, compilado de SILVA et al.
(2007)

224

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE3.1.C. Principais Atributos dos Materiais que ocorrem na EE de Bananal e na
região mapeado no APÊNDICE 3.1.B. Compilado de Campos (1988),
SHDU/CSTDE/EMPLASA/IPT (1990) e Nakazawa (1994).

TIPOS DE MATERIAIS PROBLEMAS ESPERADOS

Gnaisses Migmatíticos - Erosão em sulcos nos cortes e aterros, sendo mais


intensa nos cortes devido a constituição do solo de
São rochas de origem metamórfica, leuco a alteração,
mesocráticos, de granulometria variando de média - Escorregamento em taludes de corte na transição
à grossa, constituídas essencialmente de quartzo, solo/rocha, comumente associado a surgências de
feldspato e mica, com porfiroblastos de plagioclásio água;
e hornblenda, tendo-se como minerais acessórios: - Instabilidade e queda de blocos por descalçamento
zircão, titanita, apatita e epidoto, além de enclaves em taludes de corte e em superfícies de encosta;
de anfibolito, tremolitito e quartzo diorito,. - Dificuldade de escavação, cravação de estacas, e
O solo de alteração é areno-siltoso a argilo-siltoso de terraplanagem devido à presença de matacões;
por vezes micáceos e rico em grânulos de quartzo e - Possibilidade de recalques diferenciais de
feldspato, sendo comum à presença de matacões fundações de estruturas devidos implantação sobre
imersos. O solo superficial é argiloso a argilo- matacões;
arenoso.
-Instabilidade com quedas de blocos por
descalçamento em taludes de corte e em superfícies
de encosta;
-Possibilidade de recalques diferenciais de
fundações de estruturas devidos implantação sobre
Sedimentos fluvio coluviais matacões;
-Ocorrência de processo de piping que pode
Depósitos de corpos de tálus, cones de dejeção e provocar erosão remontante e desestabilização de
planícies fluvio-coluviais constituídos por matacões, blocos e matacões.
blocos e seixos polimíticos, angulosos a sub- -Dificuldades de escavação e de cravação de
arredondados, semi-alterados a alterados imersos estacas, possibilidade de recalques diferenciais em
em matriz areno-argilosa arcoseana ou arenosa. fundações estruturais devido à presença de
Nos cones de dejeção intercalam-se areias médias e matacões disperso no solo.
grossas, micáceas, por vezes argilosas e níveis de -Problemas localizados de instabilidade devido à
seixos orientados. presença de blocos, matacões, processos de rastejo
e pequenos escorregamentos.
-Risco de intensificação de processos erosivos
devido à inclinação acentuada de suas encostas e a
heterogeneidade do material.
-Risco de assoreamento dos canais fluviais próximos
às áreas de interferência.

225

Estação Ecológica de Bananal


3.2. Geomorfologia

APÊNDICE 3.2.A. Análise geomorfológica

Para se atingir os objetivos propostos pelo projeto foram adotados dois níveis de
abordagem geomorfológica, apontados por Ganeshin (1967), que considerou que o
mapeamento geomorfológico deve ser feito segundo duas perspectivas: (a) a sintética
que é baseada no estudo dos tipos morfogenéticos de relevo, e (b) a analítica, realizada
por meio do estudo do conjunto de elementos das formas de relevo.

Esses dois níveis de abordagem foram analisados e sintetizados por Pires Neto (1992) que
considera que: "A cartografia geomorfológica deve adotar perspectivas diferenciadas
para a análise de grandes áreas e longos períodos de tempo e para pequenas áreas e
curtos períodos de tempo, desde que se mantenha uma associação tipológica entre os
componentes do relevo. Essa perspectiva deve permitir passar do conceito de gênero ao
de espécie, ou seja, do estudo sintético ao analítico, e do mapeamento regional para o
de detalhe e vice-versa".

Para que se possam desenvolver mapeamentos e estudos geomorfológicos com caráter


analítico e sintético e complementar entre si, deve-se adotar uma sistemática de
mapeamento que leve em consideração: as classes de unidades de tempo propostas por
Schumm & Licht (1973), as unidades taxonômicas de relevo, propostas por Demeck
(1967) e as unidades taxonômicas da rede hidrográfica.

Dessa forma, dentro desses níveis de análise, podem ser caracterizadas diferentes
unidades taxonômicas de relevo, como foi apontado por Demeck (1967), nos quais se
tem como unidades de análise os componentes das formas (superfícies geneticamente
homogêneas) e os tipos de relevo, as quais seriam respectivamente estudadas dentro das
escalas grandes e pequenas.

Cada uma dessas unidades taxonômicas de relevo tem uma correspondência específica
em dimensão de espaço e tempo: quanto menor a fração de relevo assinalada, menor é
o seu tempo de evolução, o que ocorre de maneira oposta, durante a análise de grandes
áreas em que a avaliação dos grandes períodos de tempo é obrigatória. Assim, as
unidades taxonômicas do relevo guardam equivalência com os conceitos temporais de
Schumm & Licht (1973), evidenciando-se uma estreita relação e complementaridade
entre unidades de tempo, unidades taxonômicas de relevo e níveis de análise
geomorfológica.

Com base nessas ponderações Pires Neto (1992) propôs dois níveis de mapeamento e
análise geomorfológicos, denominados Abordagens Sintético-Histórica e Analítico-
Dinâmica, que são caracterizadas quanto ao conteúdo, escala e método de trabalho.

Perspectiva sintética
Os estudos realizados dentro da perspectiva sintética devem ser elaborados em escalas
relativamente pequenas e baseados na análise de tipos de relevo, que têm recebido
diferentes denominações:
226

Estação Ecológica de Bananal


• Tipo de relevo (Demeck, 1967);
• Tipos morfogenéticos (Morariu et al., 1967);
• Unidades genéticas das geoformas ou unidades genéticas do relevo (Verstappen & Van
Zuidan, 1975).
• Complexos de formas de relevo (Spiridonov, 1980).
• Unidades morfológicas ou padrões de formas semelhantes (Ross, 1992).
Nesta categoria de análise, o tipo de relevo corresponde a uma associação territorial
homogênea de formas de relevo, em que se relacionam os sistemas de interflúvios e
vales, as condições litoestruturais, os condicionantes morfoestruturais, os agentes
morfogenéticos e a história evolutiva. Esses complexos morfográficos naturais devem ser
caracterizados por suas propriedades morfométricas e dinâmicas, bem como pela
regularidade de distribuição das formas de relevo. Por sua extensão, essas unidades
taxonômicas correspondem a longos estágios de desenvolvimento da superfície da Terra
(tempo cíclico).

Segundo a abordagem utilizada o relevo é caracterizado com base nos critérios de


amplitude das formas de relevo, comprimento da vertente em planta e a inclinação das
encostas:

• A amplitude (h) refere-se à altura da feição do relevo, ou seja, a diferença de altitude


entre o topo da saliência e o fundo da reentrância contígua, que é obtida pela diferença
entre a cota do topo e a cota do fundo do vale.
• O comprimento de rampa ou da vertente (l) é a distância entre a linha do divisor de
águas e a linha de talvegue (canal), traçada em planta, perpendicularmente as curvas de
nível que definem a forma de relevo.
• A inclinação (d) ou gradiente refere-se à relação entre a amplitude e o comprimento de
rampa, que pode ser expressa em porcentagem. Onde: inclinação (d) = h / l.
Nessa abordagem as formas de relevo são diferenciadas pela sua amplitude e pela
declividade de suas encostas, conforme critérios apresentados no Quadro 1 e são
caracterizadas no Quadro 2. Quando ocorrem formas associadas os relevos são
diferenciados por nomes compostos, sendo que o primeiro nome indica a forma
predominante.

Dentro da abordagem adotada utiliza-se como procedimento para mapeamento


geomorfológico da área, a proposição de Van Zuidan (1982) que recomenda a elaboração
de mapas geomorfológicos sinóticos de escala média.

A elaboração destes mapas compreende trabalhos de pesquisa bibliográfica e


cartográfica, de compilação de dados preexistentes, complementados por interpretação
de fotos e imagens de satélite e trabalhos de campo, envolvendo também certo nível de
extrapolações.

Para elaboração dos mapas geomorfológicos considera-se também a proposição de


Demeck (1967), que considera o tipo de relevo como a unidade taxonômica dos fatos
geomorfológicos a serem analisados em escalas de 1:1.000.000 a 1:100.000 e
eventualmente em escala 1:50.000, nas áreas de relevo muito acidentado.

227

Estação Ecológica de Bananal


Os tipos de relevo são unidades que apresentam homogeneidade quanto à morfografia
morfometria, gênese e, consequentemente, quanto à dinâmica, podendo ou não
apresentar substrato rochoso homogêneo. Para a caracterização do tipo de relevo
adotou-se os critérios propostos por Ponçano et al. (1981) e modificados por Pires Neto
(1992).

Amplitude Local Inclinação predominante Formas de relevo


<5% Superfície aplanada (Sa)
< 10 % Pedimento (Pd)
< 100 m
5 a 15 % Colinas (Ca, Cm, Cp)
> 15 % Morrotes (MT)
Morros com encostas suaves
5 a 15 %
100 a 300 m (Ms)
> 15 %
Morros (M)
> 300 m > 15 % Montanhas (MH)
Variada Escarpas (E)
Quadro 1 - Classificação de formas de relevo, segundo a amplitude e inclinação. Conforme
a expressão das formas em área (km2) elas são classificadas em: Muito Pequena (< 0,3),
Pequena (0,3 a 2), Média (2 a 4) e Ampla (> 4). Modificada de Ponçano et al., (1981).

FORMAS DE RELEVO
É um relevo plano ou suavemente ondulado, elaborado pela ação da erosão subaérea,
que truncou indistintamente estruturas geológicas de natureza e resistência
diferenciadas e que ocupa grande extensão territorial, podendo ou não apresentar
Superfície
pavimento detritico e depósitos sedimentares. A origem desse relevo é controversa,
Aplanada
existindo atualmente quatro modelos para a explicação da sua gênese e evolução, os
(Ollier,1981)
quais envolvem também modelos evolutivos de encostas: Peneplanação (DAVIS, 1899),
Primärrumpf (escadaria de piemont) (Penk,1924), Pediplanação (King,1953, 1956a,b e
1962) e Etchplanação (Wayland, 1933).
Superfície suavemente inclinada (2% a 10%°), que ocorre no sopé de relevos mais
elevados, dissecados ou escarpas, e apresentam cobertura detritica descontínua,
Pedimento delgada ou pavimentos rochosos com blocos angulosos e subarredondados em
movimento, por vezes associados cones de dejeção. Essas formas de relevo também
denominadas de Glacis desenvolvem-se cortando rochas diferentes ou homogêneas.
Forma de relevo de dissecação de inclinação suave e aspecto suave ondulado a
Colina
ondulado, que por suas dimensões pode ser denominada de: ampla, média e pequena.
Forma de relevo de dissecação de inclinação média e aspecto ondulado, também
Morrotes
denominado de outeiro ou cêrro.
Forma de relevo de dissecação com inclinação forte e aspecto ondulado a forte
Morros
ondulado.
Montanha Forma de dissecação com inclinação forte e muito forte e aspecto alcantilado.
Forma assimétrica, íngreme, abrupta e com inclinação forte a muito forte de origem
Escarpa erosiva (dissecação) ou tectônica. Podem ser também denominadas de aparado e
itaimbé.
Quadro 2 – Formas de relevo de dissecação caracterizadas pela metodologia adotada.

Nesse nível de abordagem para a análise dos fenômenos de dinâmica superficial,


consideraram-se os elementos da terceira categoria taxonômica proposta por Demeck
(1967), que são os elementos das formas ou unidades geneticamente homogêneas. Estes
fatos comumente são avaliados na forma de perfis e desenhos esquemáticos, não sendo
desenhados nas cartas elaboradas, pois somente podem ser representados nos mapas
em escalas de detalhe.
228

Estação Ecológica de Bananal


Dentre os elementos analisados deste modo estão às encostas, as coberturas detríticas,
os depósitos coluviais e aluviais e as cicatrizes de processos erosivos que atuam nesses
elementos do relevo.

Para se caracterizar a dinâmica superficial dos diferentes tipos de relevo, os processos


erosivos do tipo erosão laminar, em sulcos ou ravinas, boçorocas, erosão fluvial, rastejo,
escorregamentos planares e rotacionais e quedas de blocos, são descritos quanto ao
modo de ocorrência e a intensidade.

Quanto ao Modo de Ocorrência os processos podem ser:


• Ocasional - ocorre em alguns locais, de modo fortuito e eventual;
• Frequente - ocorre em vários locais, sendo um processo que se repete no relevo; e
• Generalizado - ocorre em muitos locais sendo comum a sua presença.

O critério de intensidade refere-se à magnitude com que o processo afeta o relevo, como
por exemplo, o tamanho da área destruída pela erosão laminar, por uma boçoroca, pelo
rastejo ou por um escorregamento; ou a profundidade dos sulcos de erosão e do entalhe
fluvial. Como na escala de mapeamento utilizada os processos não podem ser
cartografados, adota-se a descrição qualitativa da intensidade do processo que são
classificados como tendo intensidade:
• Baixa: processos que afetam pequenas áreas ou tem pouca profundidade;
• Média: processos que afetam áreas com dimensões e profundidades moderadas; e
• Alta: processos que afetam grandes áreas ou tem grandes profundidades.

Os aspectos da evolução morfogenética regional serão considerados, quando necessário


para a compreensão da dinâmica atual, não sendo, porém, objeto de estudo detalhado.
Para a análise dos dados considera-se o conhecimento do substrato e da sua inter-relação
com o relevo, que permitem a caracterização de diferentes tipos de relevo, os quais têm
como elementos determinantes, a forma, o substrato rochoso e o tipo de cobertura
detrítica.

Perspectiva analítica

Os estudos realizados dentro da perspectiva analítica compreendem basicamente


mapeamentos em escalas grandes e de detalhe, envolvendo o estudo das formas de
relevo e de seus componentes, que tem recebido diferentes denominações:
• Elementos das formas (Klimaszewski, 1963a; Kugler, 1967);
• Superfícies geneticamente homogêneas (Demeck, 1967);
• Elementos do relevo (Spiridonov, 1980);
• Unidades de formas do terreno (Van Zuidan, 1982);
• Tipos de vertentes (Ross, 1992)

Essas feições correspondem à menor fração taxonômica do relevo. São representadas


por superfícies geométricas elementares, linhas e pontos. Têm dimensões que variam de
dezenas de metros até alguns quilômetros quadrados. Tais superfícies geométricas
elementares articulam-se por meio de linhas, que são representadas pelos divisores de
229

Estação Ecológica de Bananal


água, pelas linhas de ruptura de declive e pelas linhas de talvegue, de maneira que a sua
configuração e posição no espaço determinam o aspecto geral da forma de relevo.
O reconhecimento desses componentes das formas de relevo, de modo geral, permite a
delimitação de superfícies geneticamente homogêneas, de idades diferenciadas,
constituídas por rochas com resistência diferencial à denudação ou ainda superfícies com
processos dinâmicos diversos. A caracterização desses fatos do relevo deve ser feita
baseada em suas propriedades morfográficas, morfométricas, de constituição e
associadas aos depósitos correlativos singenéticos, quando estes existem.

As formas de relevo são consideradas como resultantes dos mesmos processos


responsáveis pela formação das superfícies geneticamente homogêneas que as
constituem, correspondendo a estágios mais longos de desenvolvimento do relevo e a
feições com dimensões que variam desde algumas centenas de metros quadrados até
centenas de quilômetros quadrados.

No que se referem ao conteúdo, os diversos sistemas de mapeamento têm como base


de representação, nas diferentes escalas, as formas de relevo e os depósitos correlativos,
sendo que estes últimos são, de modo geral, analisados como formas de deposição. É
também importante enfatizar os elementos da drenagem, os quais devem ser analisados
em diferentes níveis ou ordens taxonômicas, do mesmo modo que as formas de relevo.

Trabalhos realizados

Para realização dos estudos geomorfológicos é importante considerar a definição das


escalas de trabalho que está, em parte, vinculada à disponibilidade de cartas topográficas
e de mapeamentos geológicos existentes na região de estudo, visto que são elementos
imprescindíveis ao trabalho geomorfológico.

Nesse sentido, os mapeamentos geomorfológicos na área do projeto ou estudo serão


realizados nas escalas 1:50.000 e 1:25.000 tendo-se como referência à disponibilidade de
fotografias aéreas e de cartas topográficas. Por sua vez, os mapeamentos geológicos
disponíveis estão das escalas 1:100.000, 1: 250.000, 1: 500.000 e 1:750.000, fazendo-se
necessária a generalização das informações para sua utilização nos estudos de detalhe.
Nas escalas adotadas os estudos foram baseados na pesquisa bibliográfica e cartográfica,
na compilação de dados preexistentes, complementados por fotointerpretação e
trabalhos de campo, envolvendo também certo nível de extrapolações.

Essas unidades de mapeamento forneceram os elementos básicos para a caracterização


do relevo da área e os subsídios necessários aos estudos dos terrenos (componentes
abióticos dos ecossistemas), visto que o relevo constitui uma primeira síntese dos
processos de interação entre a hidrosfera, litosfera e atmosfera ao longo do tempo
geológico.

Após a identificação de áreas similares, foram feitos estudos geomorfológicos de detalhe


(abordagem analítica) para a análise dos fenômenos de dinâmica superficial. Nessa etapa
foram avaliados os elementos da terceira categoria taxonômica proposta por Demeck
(1967), que são os elementos das formas ou unidades geneticamente homogêneas.
230

Estação Ecológica de Bananal


O reconhecimento dos componentes das formas de relevo (divisores de água, linhas de
ruptura de declive, linhas de talvegue e segmentos de encostas), permite a delimitação
de superfícies geneticamente homogêneas, que se caracterizam por apresentar:
inclinações e/ou idades diferenciadas, constituição por rochas com resistência diferencial
à denudação ou ainda superfícies com processos dinâmicos diversos e/ou com
associações pedológicas específicas. Tais superfícies, como constatado por Simonetti
(2001), geralmente se relacionam com as características estruturais e de composição da
floresta.

Esses fatos do relevo são representados comumente em mapas na escala 1:25.000 e


1:10.000, na forma de perfis e desenhos esquemáticos.

Durante os trabalhos de campo além da caracterização do tipo de relevo foram avaliados


aspectos da dinâmica superficial atual e passada. A atual, avaliada com base na
ocorrência de formas erosivas e de deposição atuais, e a dinâmica passada, através do
reconhecimento das formas de relevo e das feições acumulativas (depósitos
correlativos), os quais refletem, por sua constituição, composição e distribuição, as
condições paleoclimáticas responsáveis pela elaboração do relevo atual.

Para a elaboração dos mapas foram realizadas as seguintes atividades:


• Interpretação de imagens de satélites, nas escalas 1:100.000 e 1:250.000, e fotografias
aéreas, na escala 1:25.000 sendo os limites dos tipos de relevo e das feições
geomorfológicas de interesse lançados em bases topográficas, elaboradas nas mesmas
escalas, para caracterização regional e da área de estudo.
• Descrição morfográfica, caracterização morfométrica dos tipos de relevo e elaboração
da legenda preliminar, utilizada para orientar os trabalhos de campo.
• Após os trabalhos de campo, foi feita a integração e as análises dos dados obtidos, que
permitiram a elaboração do mapa geomorfológico da EE de Bananal e de sua área
envoltória, perfis, tabelas e textos.

231

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE 3.2.B. Características e Atributos dos relevos: Morros e Morrotes Paralelos,
Morros Dissecados, Escarpas e de Montanhas e Morros, identificados na área de estudo
e na EE do Bananal.

Tipo de Relevo
Morfografia, Substrato Rochoso e Cobertura Detrítica Morfodinâmica
Morfometria
Freático elevado, alagadiços e
enchentes sazonais.
.Áreas planas, estreitas, descontinuas e com alagadiços, que Deposição de finos durante as
Planícies lateralmente passam a rampas pouco inclinadas, formadas por enchentes por decantação, de areias
Fluvio-Coluvial processos fluviais, gravitacionais e pluviais. Canais sinuosos aluviais por acréscimo lateral, e de fluxos de
(Pfc) e erosivos em blocos. detritos por movimentos de massa
Inclinação: nas encostas adjacentes.
2 a 5% Constituídos por camadas de areias médias e grossas, micáceas, por Erosão em sulcos de baixa
Elevados acima do vezes arcoseanas e ou argilosas, que predominam no topo e níveis intensidade, na margem dos canais.
rio de 3 a 6 m de seixos orientados, blocos arredondados e matacões. Por vezes Erosão lateral e vertical do canal.
Altitudes variáveis ocorrem camadas de areia média arcoseana e areia argilosa rica em Terrenos muito sensíveis à
matéria orgânica. interferência devido ao risco de
inundação, contaminação e
assoreamento
Entalhe remontante das torrentes
fluviais e escorregamentos planares
Rampas de acumulação subhorizontais e/ou convexas formadas por
pequenos são frequentes de média
ação fluvial, gravitacional e pluvial, associadas ao fundo de vales no
intensidade.
Cones de dejeção sopé de vertentes íngremes. Canais aluviais e erosivos em blocos e Erosão vertical e lateral de canais é
(Cd) rocha. frequente e de media a alta
intensidade.
Inclinação: Constituídos por matacões, blocos e seixos polimiticos, angulosos a Aporte de detritos finos e grossos
10 a 25% subarredondados, semi-alterados a alterados imersos em matriz localizados e de média intensidade.
Altitudes variáveis areno-argilosa arcoseana, arenosa ou argilosa, que se intercalam Ocorrência de piping e sumidouros.
com camadas de areias médias e grossas, micáceas, por vezes Terrenos muito sensíveis à
argilosas, níveis de seixos orientados, e camadas ricas em matéria interferência devido à mobilidade dos
orgânica. depósitos e ao risco de inundação,
contaminação e soterramento
Erosão laminar, em sulco (ravinas)
Rampas de acumulação íngremes e/ou convexas com blocos e frequente e de média intensidade.
Corpos de tálus matacões formadas por ação gravitacional e pluvial, no sopé e na Rastejo, escorregamentos rotacionais
(Ct) meia encosta de vertentes íngremes e escarpas. Canais erosivos e entalhe fluvial são freqüentes e de
superficiais em solo e rocha. média a alta intensidade.
Inclinação: Ocorrência de piping..
15 a 30% Constituídos por matacões, blocos e seixos polimiticos, angulosos a Terrenos muito sensíveis à
Altitudes variáveis subarredondados, semi-alterados a alterados imersos em matriz interferência devido à inclinação, à
areno-argilosa arcoseana, arenosa ou argilosa. mobilidade dos depósitos e ao risco de
escorregamento e soterramento
Morrotes Pequenos
(MTp)
Topos subnivelados, estreitos angulosos e/ou convexos. Perfis de
vertente contínuos e descontínuos com segmentos retilíneos e/ou Erosão laminar, em sulcos, rastejo e
Amplitude:
convexos. Vales erosivos encaixados e erosivos acumulativos com pequenos escorregamentos são
40 a 90 m
planícies fluvio-coluviais. Padrão de drenagem subdendritico e em
ocasionais e de baixa intensidade.
Compr de Rampa:
treliça, de alta densidade. Terrenos sensíveis a interferências,
200 a 500 m
devido a erodibilidade dos solos e a
Inclinação:
Sustentados por Sillimanita-granada-biotita gnaisse bandado com setores de encostas mais íngrimes
20 a 50%
intercalações de anfibolitos, quartzitos e calcissilicaticas.
Altitudes:
1050 a 1.200 m
Morros Dissecados Erosão laminar, em sulcos, rastejo,
Topos subnivelados, estreitos e angulosos. Perfis de vertente
(Md) pequenos escorregamentos
descontínuos, com segmentos retilíneos e convexos. Vales erosivos
Amplitude: rotacionais e entalhe fluvial são
e erosivo-acumulativos encaixados, com alvéolos, pedimentos e
90 a 260 m freqüentes e de média a alta
planícies fluvio-coluviais estreitas e descontínuas. Padrão de
Compr de Rampa: intensidade.
drenagem subdendrítico e sub paralelo de alta densidade.
250 a 750 m

232

Estação Ecológica de Bananal


Inclinação: Sustentados por Sillimanita-granada-muscovita- biotita gnaisse Terrenos sensíveis a interferências,
20 a 53% bandado com intercalações de biotita gnaisses, mármore, devido a erodibilidade dos solos e a
Altitudes: calcissilicaticas, gondito, anfibolito e quartzito; e Biotita gnaisse setores de encostas mais íngremes.
1000 a 1250 m bandado com intercalações de Sillimanita-granada-muscovita-
biotita xistos e calcissilicaticas; Biotita gnaisse bandado com
intercalações de sillimanita-granada-muscovita- biotita xistos e
calcissilicaticas; e Muscovita leucogranito fortemente foliado
Topos desnivelados, estreitos, por vezes rochosos, formando picos Erosão laminar e em sulcos, e
e cristas. Perfis de vertente descontínuos, com segmentos retilíneos movimentos de massa: rastejo,
Montanhas e e convexos com afloramentos de rocha e campos de matacões em escorregamentos planar e rotacional,
Morros Corpos de Tálus. Vales erosivos, encaixados a muito encaixados. queda de blocos são freqüentes de
(MHM) Canais erosivos com cachoeiras, rápidos e alvéolos com cones de média a alta intensidade.
Amplitude: dejeção. Padrão de drenagem subdendrítico e treliça, de alta
250 a 1.000 m densidades. Entalhe, transporte e deposição
Compr de Rampa: Sustentados por Sillimanita-granada-muscovita- biotita gnaisse fluvial é generalizado e de alta
600 a 1800 m bandado com intercalações de biotita gnaisses, mármore, intensidade.
Inclinação: calcissilicaticas, gondito, anfibolito e quartzito; e Biotita gnaisse Terrenos impróprios e/ou muito
25 a 70% bandado com intercalações de Sillimanita-granada-muscovita- sensíveis à interferência devido à
Altitude: biotita xistos e calcissilicaticas; Biotita gnaisse bandado com
inclinação acentuada de suas
700 a 1200 m intercalações de sillimanita-granada-muscovita- biotita xistos e
calcissilicaticas; Hornblenda-biotita gnaisse migmatitico; Muscovita encostas e a intensidade dos
leucogranito e Leucogranitos fortemente foliados processos erosivos
Ocorrência dos processos: Ocasional - ocorre em alguns locais, de modo fortuito e eventual. Frequente - ocorre em
vários locais, sendo um processo que se repete no relevo. Generalizado - ocorre em muitos locais sendo comum a sua
presença. Intensidade dos processos: Baixa: processos que afetam pequenas áreas ou tem pouca profundidade; Alta:
processos que afetam grandes áreas ou tem grandes profundidades; e Média: processos que afetam áreas com
dimensões e profundidades moderadas.

233

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE 3.2.C. Mapa Geomorfológico da Estação Ecológica de Bananal e área de estudo (escala 1: 50.000).

234

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE 3.2.D. Relação entre inclinação das vertentes, processos de erosão e deposição
mais freqüentes. Baseado em IBGE (1992), Scholz (in Demeck, 1972) e Gilsanz (1996).

Inclinação das
Processos Dominantes Efeitos Dominantes
Vertentes
Plano Alagamentos, Erosão laminar localizados e de baixa
Escoamento difuso muito lento a lento
0 a 2% intensidade
Suave ondulado Erosão laminar, em sulcos e fluvial localizada e de
Escoamento difuso lento a médio
2 a 8% baixa intensidade
Erosão laminar frequente e de média intensidade
Escoamento difuso é médio a rápido
Suave ondulado a
ondulado Formação de Sulcos ou Ravinas localizados e de
Escoamento concentrado
baixa intensidade
8 a 15 %
Deslocamento lento de massas de solo
Rastejo de solo localizado e de baixa intensidade
Erosão laminar e Sulcos
Ondulado a Escoamento difuso rápido Boçorocas localizadas
Forte ondulado Escoamento concentrado rápido Rastejo e Escorregamentos
Deslocamentos lentos e rápidos de Erosão laminar
15 a 30 % massas de solo Boçorocas freqüentes
Escorregamentos
Erosão laminar e em sulcos
Escoamento difuso muito rápido
Boçorocas freqüentes
Forte Ondulado Escoamento concentrado muito
Escorregamentos
rápido
Quedas de blocos localizadas
30 a 45% Deslocamentos rápidos de massas de
Formação de cones de dejeção e corpos de tálus
solo e rocha
localizadas
Montanhoso a Sulcos ou ravinas
Escoamento concentrado e torrencial
escarpado Escorregamentos e queda de blocos
Deslocamentos rápidos de massas
Formação de cones de dejeção e corpos de tálus
solo e rochas
> 45 % generalizada

235

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE 3.2.E. Mapa de Declividades da região da Estação Ecológica de Bananal.

236

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE 3.2.F. Mapa de Declividades da Estação Ecológica de Bananal

237

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE3.2.G. Mapa de Geomorfologia da Estação Ecológica de Bananal

238

Estação Ecológica de Bananal


3.3. Pedologia

APÊNDICE 3.3.A. Análise Pedológica


Os estudos pedológicos realizados na Estação Ecológica de Bananal e sua área envoltória
tiveram por objetivo a caracterização dos solos e seus atributos, a definição de
potencialidades e restrições, para posteriormente integrá-los dentro de uma abordagem
sintética conjuntamente com os elementos da geolomorfologia e da geologia. Os
trabalhos realizados seguiram os seguintes procedimentos:

• Compilação e revisão de dados bibliográficos existentes (informações sobre o substrato


rochoso e seus atributos geotécnicos; sobre o relevo, atributos morfométricos e dinâmica
superficial; e, sobre os solos suas potencialidades e restrições);
•Interpretação de fotografias aéreas baseando-se em critérios de fisionomia da paisagem
(relevo e rede de drenagem) visando o estabelecimento das unidades de mapeamento
(Buringh, 1960);
•Seleção de locais para observação/coleta de solos e auxílio nas delimitações dos
polígonos preliminares de solos para o mapeamento;
•Os delineamentos fotointerpretados são transpostos para a carta planialtimétrica da
Unidade, que é utilizada como material cartográfico básico nos trabalhos de campo;
•Trabalhos de levantamento de campo integrado, observando-se o relevo, o substrato
rochoso e os solos com descrições de campo que subsidiam a elaboração dos mapas
finais da área;
•Reconhecimento das classes de solo, buscando-se variações fisiográficas que
representem a área e efetuando-se a descrição morfológica e coleta do solo em locais
selecionados (SANTOS et al., 2005), localizados em barrancos de estradas e em
minitrincheiras, ou por meio de tradagens, classificando-os com base no Sistema
Brasileiro de Classificação de Solos da EMBRAPA (Santos et al., 2006).
•A densidade de observações segue as recomendações da EMBRAPA (1995),
considerando-se a escala de mapeamento, o objetivo, o nível do levantamento e o grau
de heterogeneidade ou uniformidade da área;
•Digitalização e tratamento em um sistema de informações geográficas em programa
ArcView e ArcGIS das informações dos pontos de observação e/ou de coleta de solos.
• Interpolação dos limites das unidades de solos mapeada, com base na carta de declives
e de altimetria, para as áreas de difícil acesso e locomoção;
•Elaboração de tabelas sinóticas de integração e análise dos dados obtidos identificando
o potencial e a fragilidade desses solos, tendo em vista a dinâmica natural e sua
susceptibilidade à interferência antrópica.

Os estudos pedológicos foram ainda utilizados para a caracterização das principais


associações de solo e relevo e para a avaliação da relação morfogênese/pedogênese.

239

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE 3.3.B. Mapa de solos da área de estudo da Estação Ecológica de Bananal.

PA= Argissolo Amarelo + Cambissolo Háplico Tb pedregosos ou não e rochosos ou não ambos distróficos textura média e argilosa; PVA= Argissolo Vermelho-Amarelo + Cambissolo Háplico Tb ambos distróficos
textura média e argilosa, pedregosos ou não e rochosos ou não; LVA2= Latossolo Vermelho-Amarelo + Cambissolo Háplico Tb pedregoso ou não e rochoso ou não, ambos distróficos textura argilosa ;CX2=
Cambissolo Háplico Tb pedregosos ou não e rochosos ou não, sobre gnaisses + Argissolo Vermelho-Amarelo ambos distróficos textura média e argilosa; CX4= Cambissolo Háplico + Neossolo Litólico ambos Tb
distróficos textura média e argilosa, pedregosos ou não e rochosos ou não; CX5= Cambissolo Háplico + Neossolo Flúvico + Gleissolo Háplico todos Tb/Ta eutróficos ou distróficos textura média e argilosa; RL1=
Neossolo Litólico + Cambissolo Háplico ambos Tb distróficos textura média e argilosa, pedregosos ou não e rochosos ou não; RL2= Neossolo Litólico Tb distróficos textura média e argilosa + Afloramento Rochoso;
RY= Neossolo Flúvico + Gleissolo Háplico ambos Tb/Ta eutróficos ou distróficos textura média e argilosa.

240

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE3.3.C. Unidades de mapeamento de solo que ocorrem na Estação Ecológica de
Bananal e na área de estudo.

Unidades de
Características
mapeamento
Unidade composta de Latossolo Vermelho-Amarelo + Cambissolo Háplico Tb pedregoso ou não e rochoso ou
LVA2
não, ambos distróficos textura argilosa, predomina em relevo de Morrotes Pequenos, em inclinações inferiores
(LVA+CX)
a 15 %, desenvolvendo-se associado a maficas e ultramaficas que ocorrem como enclaves nos gnaisses.
Unidade composta formada por Argissolo Amarelo + Cambissolo Háplico Tb pedregosos ou não e rochosos ou
PA não ambos distróficos textura média e argilosa, que se apresentam comumente em relevo de Morros Dissecados,
(PA+CX) com inclinações entre 15 a 30 %, e associados à presença de variedades migmatíticas e com xistosidade mais
marcante dos gnaisses.
Unidade composta por Argissolo Vermelho-Amarelo + Cambissolo Háplico Tb pedregosos ou não e rochosos ou
não ambos distróficos textura média e argilosa ocorrem em relevo de: Morrotes Pequenos comumente na
PVA (PVA+CX) porção inferior das encostas, em inclinações de 15 a 30 %, associados à presença de variedades migmatíticas e
com xistosidade mais marcante dos silimanita-granada-biotita gnaisses bandados; e em Cones de dejeção e
Planícies fluvio-coluviais.
Unidade composta por Cambissolo Háplico Tb pedregosos ou não e rochosos ou não, e Argissolo Vermelho-
Amarelo ambos distróficos textura média e argilosa, normalmente em relevo de Morros e Morrotes Paralelos e
CX2 (CX+PVA)
Morrotes Pequenos, em inclinações de 15 a 30%, e associadas a intercalações carbonáticas nos granada-
sillimanita muscovita-biotita gnaisses.
Unidade composta por Cambissolo Háplico + Neossolo Litólico ambos Tb distróficos textura média e argilosa,
pedregosos ou não e rochosos ou não, que se encontra em relevo de Montanhas e Morros, Escarpas, Morros
CX4 (CX+RL)
Dissecados e Morros e Morrotes Paralelos, em encostas com inclinações superiores a 15%, e associado a gnaisses
e granitos.
Unidade composta por Cambissolo Háplico + Neossolo Flúvico + Gleissolo Háplico todos Tb/Ta eutróficos ou
CX5 distróficos textura média e argilosa, que se encontra em relevo de Planície Fluvio-coluvial e Cones de dejeção,
(CX+RY+GX) com inclinações inferiores a 5%, e associados aos sedimentos fluvio-coluviais e a alteração dos blocos e
matracões de hornblenda-biotita gnaisses e granitóides.
Unidade composta por Neossolo Litólico + Cambissolo Háplico ambos Tb distróficos textura média e argilosa,
RL1
pedregosos ou não e rochosos ou não, que se encontram em relevo de Montanhas e Morros, em inclinações
(RL+CX)
superiores a 30 %, e sobre silimanita-granada-biotita gnaisses bandados e granitos.
Unidade composta por Neossolo Litólico Tb distróficos textura média e argilosa + Afloramento Rochoso, que se
RL2 (RL+AR) encontram em relevo de Montanhas e Morros, Escarpas, em inclinações superiores a 30 %, e associados a
silimanita-granada-biotita gnaisses bandados.
Unidade composta por Neossolo Flúvico + Gleissolo Háplico ambos Tb/Ta eutróficos ou distróficos textura média
RY+GX e argilosa, que se encontra em relevo de planície fluvio-coluvial, em inclinações inferiores a 2%, e associados a
sedimentos fluviais e fluvio-coluviais

241

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE3.3.D. Unidades de mapeamento de solo e sua distribuição nos tipos de relevo.

Relevo
Unidade de solo Área
predominante
sigla nome (ha) %
Latossolo Vermelho-Amarelo +
LVA2 MTp 5,58 0,07
Cambissolo Háplico
Argissolo Amarelo + Cambissolo
PA Md 119,56 1,44
Háplico
Argissolo Vermelho-Amarelo +
PVA CT 696,53 8,41
Cambissolo Háplico
Cambissolo Háplico + Argissolo
CX2 MMT e MTp 661,97 7,99
Vermelho-Amarelo
Cambissolo Háplico + Neossolo
CX4 MHM 3367,17 40,65
Litólico
Cambissolo Háplico + Neossolo
CX5 Flúvico + Gleissolo Háplico CD 712,97 8,61
(Melânico)
Neossolo Litólico + Cambissolo
RL1 MHM 2328,66 28,11
Háplico
Neossolo Litólico + Afloramento
RL2 MHM 226,18 2,73
Rochoso
Neossolo Flúvico + Gleissolo
RY Pca 164,10 1,98
Háplico(Gleissolo Melânico)
Total geral 8282,75 100

242

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE 3.3.E. Mapa de solos da Estação Ecológica de Bananal

PVA= Argissolo Vermelho-Amarelo + Cambissolo Háplico Tb ambos distróficos textura média e argilosa,
pedregosos ou não e rochosos ou não; CX4= Cambissolo Háplico + Neossolo Litólico ambos Tb distróficos
textura média e argilosa, pedregosos ou não e rochosos ou não; CX5= Cambissolo Háplico + Neossolo
Flúvico + Gleissolo Háplico todos Tb/Ta eutróficos ou distróficos textura média e argilosa; RL1= Neossolo
Litólico + Cambissolo Háplico ambos Tb distróficos textura média e argilosa, pedregosos ou não e rochosos
ou não; RL2= Neossolo Litólico Tb distróficos textura média e argilosa + Afloramento Rochoso; RY= Neossolo
Flúvico + Gleissolo Háplico ambos Tb/Ta eutróficos ou distróficos textura média e argilosa.

243

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE 3.3.F. Principais solos da Estação Ecológica de Bananal e sua relação com o
relevo e a inclinação das encostas.

DECLIVE ÁREA
SOLOS LEGENDA Composição RELEVO
(%) (ha)
Argissolo Vermelho-Amarelo /
Corpos de Tálus e
Amarelo + Cambissolo Háplico Tb
PVA PVA+CX topo de cone de <30 60,73
ambos Distróficos textura argilosa
Dejeção
pedregoso e rochoso
Cambissolo Háplico + Neossolo Sopé das
Litólico ambos Tb Distróficos textura
CX4 CX+RL Montanhas e 15-30 401,95
argilosa emédia fase rochoso,
Morros
granito‐gnaisse
Complexo de Cambissolo Háplico
pedregoso ou não e rochoso ou não +
Neossolo Flúvico textura média e
CX5 CX+RY+GX Cones de Dejeção <8 119,06
arenosa + Gleissolo Háplico ambos
textura média todos Tb Distróficos e
Eutróficos fase sedimentos
Segmentos
Neossolo Litólico + Cambissolo
íngremes e
Háplico ambos Tb Distróficos textura
RL1 RL+CX escarpados na >30 278,43
argilosa e média fase rochoso,
porção superior
granito-gnaisse
das encostas
Neossolo Litólico Tb Distrófico
textura média e argilosa fase
RL2 RL+AR 8,08
granito/gnaisse + Afloramento
Rochoso
Neossolo Flúvico textura média e
Setores aplanados
arenosa + Gleissolo Háplico textura
RY RY+GX e encharcados dos <2 17,09
média ambos Tb Distróficos e
Cones de Dejeção
Eutróficos fase sedimentos
total 885,34

244

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE 3.3.G. Área absoluta e relativa ocupada pelas ordens de solo na EE de Bananal

Área
Ordem de solo Unidades de mapeamento Absoluta Relativa ao
(ha) total (%)
ARGISSOLO 1º componente = PVA+CX 36,44 4,12
1º componente = CX+RL; CX+RY+GX;
CAMBISSOLO 436,36 49,29
2º componente= PVA+CX; RL+CX
NEOSSOLO 1º componente= RL+CX; RL+AR 2º
332,69 37,58
LITÓLICO componente= CX+RL;
NEOSSOLO 1º componente = RY+GX; 2º
45,97 5,19
FLÚVICO componente= CX+RY+GX
2º componente= RY+GX; 3º
GLEISSOLO 30,65 3,46
componente= CX+ RY +GX
AFLORAMENTO
2º componente = RL+AR 3,23 0,37
ROCHOSO
Total 886,18 100

APÊNDICE 3.3.H. Atributos do solo e critérios para avaliação da fragilidade potencial

Declive Textura Profundidade Presença de impedimentos (pedregosidade e Grau de


(%) do solo do solo (m) rochosidade, lençol freático, profundidade efetiva, fragilidade
textura binária) potencial
Baixo
<3 Argilosa >1,5 Ausência
(1)
Entre 0,5 e Moderado
3 a 15 Média Parcial (2º componente da unidade de solo)
1,5 (2)
Alto
15 a 30 Arenosa <0,50 Total (1º componente da unidade de solo)
(3)
Muito alto
>30 Binária ---- Mais de um impedimento
(4)

245

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE 3.3.I. Avaliação do grau de fragilidade potencial dos atributos analisados dos
solos da Estação Ecológica de Bananal e da Área envoltória.

Atributos analisados Grau de


Unidade
Textura do Profundidade Declive fragilidade
de solo Restrições
solo (m) (%) (pontuação)
M e Arg 2 – 15
LVA2 100 (2) Rochosidade (2) Moderado (8)
(2) (2)
M/Arg e M 5 – 15
PA 100 (2) Ausência (1) Alto (9)
e Arg (4) (2)
5 – 15
PVA M/Arg (4) 100 (2) Rochosidade (2) Alto (10)
(2)
M e Arg e 15 – 30
CX2 50 – 100 (2) Textura binária (2) Alto (9)
M/Arg (2) (3)
Média e
Rochosidade, 15 – 30
CX4 Argilosa <100 (2) Muito Alto 1 (11)
profundidade (4) (3)
(2)
Are e M e Rochosidade;
CX5 <100 (2) <5 (2) Muito Alto 2 (11)
Arg (3) encharcamento (4)
Arg e M
RL1 < 50 (3) Rochosidade (2) > 30 (4) Muito Alto 1 (11)
(2)
RL2 M (2) < 50 (3) Rochosidade (3) > 30 (4) Muito Alto 1 (12)
Are e M e Pedregosidade,
RY 100 (2) <5 (2) Muito Alta 2 (11)
Arg (3) encharcamento (4)

246

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE 3.3.J. Mapa de fragilidade quanto aos solos da área de abrangência da Estação Ecológica de Bananal. Os índices referem‐se às restrições
quanto à presença de rochosidade, textura do solo, declive e profundidade do solo (Média; Alta; Muito Alta 1) e rochosidade, pedregosidade,
textura e encharcamento (Muito Alta 2).

247

Estação Ecológica de Bananal


3.4. Análise de Terenos e Sensibilidade Geoambiental

APÊNDICE 3.4.A. Métodos

As características do substrato rochoso, do relevo e do solo, quando analisadas de modo


integrado, permitem identificar diferentes tipos de terrenos que são áreas ou regiões que
podem ser facilmente reconhecidas pela sua fisionomia tanto no campo como por meio
de imagens de sensores remotos, sendo caracterizadas com base em seus principais
componentes que são interdependentes e tendem a ocorrer correlacionados.

O conceito de terreno, utilizado nesse trabalho agrega as propostas de Mabbutt (1968),


Austin & Coocks (1978) e Zonneveld (1992) e é fundamentado no estudo descritivo e
qualitativo dos parâmetros ambientais: substrato rochoso, relevo, solos e seus recursos.
O conceito de terreno compreende também as características e atributos da vegetação.
Refere-se a uma porção da superfície terrestre que é caracterizada pela similaridade do
arranjo espacial de seus componentes e atributos, e que pode ser facilmente reconhecida
pela sua fisionomia, tanto no campo quanto por meio de imagens de sensores remotos.
Os terrenos definem-se por sua forma (relevo), sua constituição (substrato rochoso), sua
cobertura detrítica (solos) e por sua dinâmica superficial.
Assim se considera que os terrenos são áreas relacionadas e uniformes pelo tipo de
relevo, solo e vegetação, que podem ser descritas simultaneamente em relação as suas
feições mais significativas e com relação a um propósito prático, onde o uso do terreno
e os impactos associados dependem das combinações e interações de efeitos dos seus
vários atributos.

Assim, no conceito de terreno utilizado, considera-se que:

• Os terrenos são áreas ou regiões que podem ser facilmente reconhecidas pela sua
fisionomia tanto no campo como por meio de imagens de sensores remotos, sendo
caracterizadas com base na forma de relevo, solo e vegetação (Zonneveld, 1992).
• São áreas onde seus principais componentes são interdependentes e tendem a
ocorrerem correlacionados.
• São áreas relacionadas e uniformes pelo tipo de relevo, solo e vegetação, que podem
ser descritas simultaneamente em relação as suas feições mais significativas e com
relação a um propósito prático (Austin & Coocks, 1978).
• O uso do terreno e os impactos associados dependem das combinações e interações
de efeitos dos seus vários atributos (Mabbutt, 1968),
• O conceito de terreno é fundamentado no estudo descritivo e qualitativo dos
parâmetros ambientais: substrato rochoso, relevo, solos, vegetação e de seus recursos.

O estudo do terreno classifica o espaço segundo suas condições ambientais


predominantes, suas qualidades ecológicas e avalia seu potencial de uso, bem como o de
suas várias partes. Tais estudos têm sido utilizados para fornecer uma visão sintética do
meio, para estudos científicos e aplicados ao planejamento das atividades antrópicas no
meio físico.

248

Estação Ecológica de Bananal


A abordagem de terrenos tem como pressuposto a realização de estudos
multidisciplinares integrados, o que se mostra muito mais eficiente para o planejamento
territorial e para a análise ambiental. Esta análise é baseada no relevo que é o aspecto do
meio físico mais facilmente reconhecido pelo leigo, e, portanto pode ser prontamente
identificável no campo, facilitando a implantação e a manutenção do zoneamento
territorial adotado. Por sua vez o relevo reflete a síntese histórica e dinâmica das
interações entre o substrato rochoso, o clima e os movimentos tectônicos. O uso do
relevo e do solo, como fatores determinantes neste tipo de abordagem, são de grande
importância nas regiões tropicais, uma vez que as propriedades e o controle dos
diferentes tipos de rocha na superfície são mascarados por espessos mantos de
alteração, bem como pela presença de extensas superfícies de aplanamento.

O relevo, modelado sobre os diferentes tipos de rocha, controla a distribuição dos


diversos tipos de solo e da vegetação. Os parâmetros morfométricos do relevo como:
comprimento de rampa, amplitude e declividade, e as propriedades físico-químicas dos
solos refletem-se na dinâmica superficial e na frequência e intensidade dos processos
erosivos e de deposição, que ocorrem na superfície do terreno; e nas características das
formas de relevo, que por sua vez determinam as diferentes possibilidades de ocupação
e de manejo do terreno.

Procedimentos

Para a definição e caracterização dos terrenos será utilizado o método paramétrico que
é baseado no estudo em separado e na classificação individual dos atributos
apresentados nos mapas: geológico, geomorfológico, pedológico, de aptidão agrícola,
cobertura vegetal e o uso do solo.

Na análise do meio físico serão avaliados aspectos do embasamento litoestrutural, do


relevo e dos solos que apresentem maior relevância para a caracterização e definição das
potencialidades e fragilidades dos diferentes tipos de terrenos.

O substrato rochoso no que se refere aos diferentes tipos de rochas que ocorrem na
região em estudo deverá ser avaliado quanto ao seu comportamento geotécnico, tendo
em vista as diferentes atividades a que estes materiais poderão estar sujeitos.

A análise do relevo compreenderá a caracterização de compartimentos de relevo que


serão individualizados com base na sua morfografia, morfometria e morfogênese, bem
como com relação ao seu condicionamento litoestrutural e a cobertura pedológica.

Estas informações permitirão identificar, o grau de estabilidade das encostas, do


substrato rochoso e dos solos, apontando áreas de maior fragilidade frente aos processos
erosivos potenciais e aos processos de acumulação. Além desses aspectos podem ser
avaliadas feições específicas tais como a presença de cavernas, grutas, lagoas e áreas de
águas emendadas nos divisores de água, desde que elas ocorram na região de estudo.

249

Estação Ecológica de Bananal


Os estudos dos solos estarão voltados para a caracterização das principais associações de
solo e relevo e para a avaliação estimativa da aptidão agrícola e florestal dos diferentes
terrenos da área de estudo.

Os atributos e parâmetros do meio físico, embora avaliados de modo isolado, devem


subsidiar uma análise geoambiental integrada e voltada para a compreensão da dinâmica
da paisagem. Nessa análise em cada um dos compartimentos de relevo identificados,
verificam-se os condicionantes lito-estruturais, os solos e os processos de erosão e
deposição predominantes, compondo-se assim um mapa que identifica áreas com
constituintes e atributos semelhantes.

A distribuição dos padrões fisiográficos em que se relaciona o clima, o relevo, a dinâmica


superficial e as associações pedológicas pode subsidiar o entendimento das
características estruturais e de composição da vegetação e dos ecossistemas terrestres.

250

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE 3.4.B. Principais atributos dos Tipos de Terreno que ocorrem EE de Bananal e
na Área envoltória

Altitude Tipo de Terreno


Substrato rochoso e cobertura detritica Solos
(m) (Relevo)
Camadas de areias médias e grossas, micáceas,
por vezes arcoseanas e ou argilosas, que
predominam no topo. Associam-se matacões,
Detrítico blocos e seixos polimiticos, angulosos a Cambissolo Háplico + Neossolo
fluvio-coluvial subarredondados, semi-alterados a alterados Flúvico + Gleissolo Háplico todos
Variada
(Cones de dejeção e imersos em matriz areno-argilosa arcoseana, Tb/Ta eutróficos ou distróficos
Planície Fluvio -coluvial) arenosa ou argilosa. Camadas de areia média textura média e argilosa
arcoseana e areia argilosa rica em matéria
orgânica podem ocorrer nas áreas mais planas e
encharcadas.
Argissolo Vermelho-Amarelo +
Matacões, blocos e seixos polimiticos, angulosos Cambissolo Háplico Tb
Detritico coluvial a subarredondados, semi-alterados a alterados
Variada pedregosos ou não e rochosos ou
(Corpo de Tálus) imersos em matriz areno-argilosa arcoseana,
não ambos distróficos textura
arenosa ou argilosa.
média e argilosa
Cambissolo Háplico Tb
pedregosos ou não e rochosos ou
não + Argissolo Vermelho-
Sillimanita-granada-biotita gnaisse bandado Amarelo ambos distróficos
Amorreado Baixo
1050 a 1.200 com intercalações de anfibolitos, quartzitos e textura média e argilosa;
(Morrotes Pequenos)
calcissilicaticas. Latossolo Vermelho-Amarelo +
Cambissolo Háplico Tb pedregoso
ou não e rochoso ou não, ambos
distróficos textura argilosa
Cambissolo Háplico Tb
Sillimanita-granada-muscovita- biotita gnaisse pedregosos ou não e rochosos ou
bandado com intercalações de biotita gnaisses, não + Argissolo Vermelho-
mármore, calcissilicaticas, gondito, anfibolito e Amarelo ambos distróficos
Amorreado quartzito; Biotita gnaisse bandado com textura média e argilosa;
1.400 a 1.520
(Morros e Morrotes intercalações de Sillimanita-granada-muscovita- Argissolo Amarelo + Cambissolo
1000 a 1250
Paralelos e biotita xistos e calcissilicaticas; Biotita gnaisse Háplico Tb distrófico textura
500 a 750 Morros Dissecados) bandado com intercalações de sillimanita- média e argilosa; Latossolo
granada-muscovita- biotita xistos e Vermelho Amarelo textura média
calcissilicaticas; e Muscovita leucogranito e argilosa + Argissolo Vermelho
fortemente foliado Amarelo textura média e
média/argilosa, ambos distróficos

Sillimanita-granada-muscovita- biotita gnaisse


bandado com intercalações de biotita gnaisses, Cambissolo Háplico/Húmico +
mármore, calcissilicaticas, gondito, anfibolito e Neossolo Litólico ambos Tb
quartzito; e Biotita gnaisse bandado com distróficos textura média e
700 a 1200
intercalações de Sillimanita-granada-muscovita- argilosa, pedregosos ou não e
1.400 a 1.500 Montanhoso e Escarpado
biotita xistos e calcissilicaticas; Biotita gnaisse rochosos ou não; e Neossolo
bandado com intercalações de sillimanita- Litólico Tb distróficos textura
granada-muscovita- biotita xistos e média e argilosa + Afloramento
calcissilicaticas; Hornblenda-biotita gnaisse Rochoso
migmatitico; Muscovita leucogranito e
Leucogranitos fortemente foliados

251

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE3.4.C. Mapa de Terrenos na escala 1:50.000 da EE de Bananal e da Área Envoltória

252

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICES 3.4.D. Características e atributos dos terrenos Detríticos Fluvio-coluviais que
ocorrem na EE de Bananal e na Área Envoltória.

TERRENOS DETRÍTICOS FLUVIO-COLUVIAIS


Planícies Fluvio-Coluvial Áreas planas, estreitas, descontínuas e com alagadiços,
Inclinação: 2 a 5% que lateralmente passam a rampas pouco inclinadas,
Altitudes Variadas formadas por processos fluviais, gravitacionais e pluviais.
Canais sinuosos aluviais e erosivos em blocos.
RELEVO
Cones de dejeção Rampas de acumulação subhorizontais e/ou convexas
Inclinação: 10 a 25% formadas por ação fluvial, gravitacional e pluvial,
Altitudes Variadas associadas ao fundo de vales no sopé de vertentes
íngremes. Canais aluviais e erosivos em blocos e rocha.
Camadas de areias médias e grossas, micáceas, por vezes arcoseanas e ou
SUBSTRATO argilosas, que predominam no topo. Associam-se matacões, blocos e seixos
ROCHOSO, polimiticos, angulosos a subarredondados, semi-alterados a alterados imersos em
SEDIMENTOS E matriz areno-argilosa arcoseana, arenosa ou argilosa. Camadas de areia média
COBERTURAS arcoseana e areia argilosa rica em matéria orgânica podem ocorrer nas áreas mais
planas e encharcadas.
ASSOCIAÇÕES DE Cambissolo Háplico + Neossolo Flúvico + Gleissolo Háplico ambos Tb/Ta eutróficos
SOLOS ou distróficos textura média e argilosa,
Freático elevado, alagadiços e enchentes sazonais.
Deposição de finos durante as enchentes por decantação, de areias por acréscimo
lateral, e de fluxos de detritos por movimentos de massa nas encostas adjacentes.
Erosão em sulcos de baixa intensidade, na margem dos canais.
DINÂMICA Erosão lateral e vertical do canal.
SUPERFICIAL Entalhe remontante das torrentes fluviais e escorregamentos planares pequenos
são freqüentes de média intensidade.
Erosão vertical e lateral de canais é frequente e de média a alta intensidade.
Aporte de detritos finos e grossos localizados e de média intensidade.
Ocorrência de piping e sumidouros.
Áreas de Preservação Permanente (APP) para abrigo e proteção da fauna e da flora
POTENCIALIDADES
silvestre e como ambiente para recreação e lazer.
Enchentes anuais, alagadiços e solos moles, erosão lateral e vertical do canal e das
margens,
Estabilidade precária das paredes de escavação, recalque de fundações,
danificação das redes subterrâneas por recalque devido a presença de solos moles
RESTRIÇÕES
e de blocos e matacões.
Freático elevado e Vulnerabilidade do aquífero alta a contaminação
Áreas favoráveis ao assoreamento e soterramento
Áreas de Preservação Permanente (APP)
MUITO ALTA
SENSIBILIDADE
Devido a mobilidade dos materiais e ao risco de enchente, contaminação,
GEOAMBIENTAL
assoreamento e soterramento.
Ocorrência dos processos: Ocasional - ocorre em alguns locais, de modo fortuito e eventual. Frequente - ocorre em
vários locais, sendo um processo que se repete no relevo. Generalizado - ocorre em muitos locais sendo comum a sua
presença. Intensidade dos processos: Baixa: processos que afetam pequenas áreas ou tem pouca profundidade; Alta:
processos que afetam grandes áreas ou tem grandes profundidades; e Média: processos que afetam áreas e tem
profundidades moderadas.

253

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICES 3.4.E. Características e atributos dos terrenos Detríticos Coluviais que
ocorrem na EE de Bananal e na Área Envoltória.
TERRENOS DETRÍTICOS COLUVIAIS
Rampas de acumulação íngremes e/ou convexas
Corpos de tálus com blocos e matacões formadas por ação
RELEVO Inclinação: 15 a 30% gravitacional e pluvial, no sopé e na meia encosta
Altitudes variáveis de vertentes íngremes e escarpas. Canais erosivos
superficiais em solo e rocha.
SUBSTRATO
Constituídos por matacões, blocos e seixos polimiticos, angulosos a
ROCHOSO,
subarredondados, semi-alterados a alterados imersos em matriz areno-
SEDIMENTOS E
argilosa arcoseana, arenosa ou argilosa.
COBERTURAS
ASSOCIAÇÕES DE Argissolo Vermelho-Amarelo + Cambissolo Háplico Tb pedregosos ou não
SOLOS e rochosos ou não ambos distróficos textura média e argilosa
Erosão laminar, em sulco (ravinas) frequente e de média intensidade.
DINÂMICA Rastejo, escorregamentos rotacionais e entalhe fluvial são freqüentes e de
SUPERFICIAL média a alta intensidade.
Ocorrência de piping.
Áreas de Preservação Permanente (APP) para abrigo e proteção da fauna
POTENCIALIDADES
e da flora silvestre e como ambiente para recreação e lazer.
Solos ácidos e pobres em nutrientes, com severas restrições para o uso
agrícola, pastoril ou florestal devido a sua elevada capacidade de
degradação, a elevada erodibilidade.
Dificuldades de escavação e de cravação de estacas, possibilidade de
recalques diferenciais em fundações estruturais devido à presença de
matacões no solo.
RESTRIÇÕES
Problemas localizados de instabilidade devido à presença de blocos,
matacões, processos de rastejo e pequenos escorregamentos.
Risco de intensificação de processos erosivos devido a inclinação
acentuada de suas encostas e a heterogeneidade do material.
Risco de assoreamento dos canais fluviais próximos às áreas de
interferência.
MUITO ALTA
SENSIBILIDADE
Devido à mobilidade dos depósitos e a suscetibilidade alta a
GEOAMBIENTAL
escorregamentos, naturais e induzidos.
Ocorrência dos processos: Ocasional - ocorre em alguns locais, de modo fortuito e eventual. Frequente - ocorre em vários locais,
sendo um processo que se repete no relevo. Generalizado - ocorre em muitos locais sendo comum a sua presença.
Intensidade dos processos: Baixa: processos que afetam pequenas áreas ou tem pouca profundidade; Alta: processos que afetam
grandes áreas ou tem grandes profundidades; e Média: processos que afetam áreas e tem profundidades moderadas.

254

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICES 3.4.F. Características e atributos dos terrenos Montanhosos Escarpados que
constituem a EE de Bananal e a Área Envoltória.
TERRENS MONTANHOSOS E ESCARPADOS
Montanhas e Morros Topos desnivelados, estreitos, por vezes rochosos, formando
picos e cristas. Perfis de vertente descontínuos, com segmentos
Amplitude:250 a 1.000 m retilíneos e convexos com afloramentos de rocha e campos de
Compr de Rampa: 600 a 1800 m matacões em Corpos de Tálus. Vales erosivos, encaixados a muito
Inclinação:25 a 70% encaixados. Canais erosivos com cachoeiras, rápidos e alvéolos
Altitude: 700 a 1200 m com cones de dejeção. Padrão de drenagem subdendrítico e
treliça, de alta densidades.
RELEVO
Escarpas Formas alongadas, assimétricas, sub niveladas e limitadas por
ruptura de declive positiva nítida. Perfis de vertente contínuo
Amplitude:100 a 250 m retilíneo, por vezes rochosos ou descontínuo com segmentos
Compr de Rampa: 300 a 800 m convexos com matacões e blocos devido a presença de corpos de
Inclinação:20 a 40 % tálus. Dissecadas por vales erosivos subparalelos, em V aberto,
Altitude: 1.400 a 1.500 m pouco encaixado. Média densidade de drenagem.
Sillimanita-granada-muscovita- biotita gnaisse bandado com intercalações de biotita gnaisses,
SUBSTRATO ROCHOSO, mármore, calcissilicaticas, gondito, anfibolito e quartzito; e Biotita gnaisse bandado com intercalações
SEDIMENTOS E de Sillimanita-granada-muscovita-biotita xistos e calcissilicaticas; Biotita gnaisse bandado com
COBERTURAS intercalações de sillimanita-granada-muscovita- biotita xistos e calcissilicaticas; Hornblenda-biotita
gnaisse migmatitico; Muscovita leucogranito e Leucogranitos fortemente foliados
Cambissolo Háplico + Cambissolo Húmico + Neossolo Litólico ambos Tb distróficos textura média e
UNIDADES DE SOLOS argilosa, pedregosos ou não e rochosos ou não; e Neossolo Litólico Tb distróficos textura média e
argilosa + Afloramento Rochoso
Erosão laminar e em sulcos, e movimentos de massa: rastejo, escorregamentos planar e rotacional,
DINÂMICA SUPERFICIAL queda de blocos são freqüentes de média a alta intensidade.
Entalhe, transporte e deposição fluvial é generalizado e de alta intensidade
POTENCIALIDADES Aptidão para abrigo e proteção da fauna e da flora silvestre e como ambiente para recreação e lazer.
Declividades altas, solos rasos, afloramentos de rochas e campos de matacões
Susceptibilidade a erosão laminar, em sulcos, rastejo e a movimentos de massa quando da remoção da
cobertura vegetal natural.
Erosão em sulcos nos cortes e aterros, sendo mais intensa nos cortes devido à constituição do solo de
alteração,
Escorregamento em taludes de corte na transição solo/rocha, comumente associado a surgência de
água;
Instabilidade e queda de blocos por descalçamento em taludes de corte e em superfícies de encosta;
Dificuldade de escavação, cravação de encosta e de terraplanagem devido à presença de matacões;
RESTRIÇÕES Possibilidade de recalques diferenciais de fundações de estruturas devido à implantação sobre
matacões.
Queda de blocos em taludes de corte, devido ao sistema de fraturamento intenso que favorece a
percolação de água, nas rochas efusivas básicas
Solos rasos, com baixa fertilidade, problemas de toxidez por alumínio, baixa capacidade de retenção de
umidade, e alta susceptibilidade a erosão hídrica e a movimentos de massa.
Solos ácidos e pobres em nutrientes, com severas restrições para o uso agrícola, pastoril ou florestal
devido a sua elevada capacidade de degradação, e a limitação a trafegabilidade forte a muito forte
Risco de assoreamento dos canais fluviais próximos às áreas de intervenção devido a erodibilidade
elevada dos solos.
MUITO ALTA
SENSIBILIDADE Devido à inclinação acentuada das encostas, a presença de afloramentos rochosos, a erodibilidade dos
GEOAMBIENTAL solos de alteração, a intensidade dos processos erosivos, principalmente escorregamentos, naturais e
induzidos.
Ocorrência dos processos: Ocasional - ocorre em alguns locais, de modo fortuito e eventual. Frequente - ocorre em vários locais,
sendo um processo que se repete no relevo. Generalizado - ocorre em muitos locais sendo comum a sua presença.
Intensidade dos processos: Baixa: processos que afetam pequenas áreas ou tem pouca profundidade; Alta: processos que afetam
grandes áreas ou tem grandes profundidades; e Média: processos que afetam áreas e tem profundidades moderadas.

255

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICES 3.4.G. Características e atributos dos terrenos Amorreados que ocorrem na
Área Envoltória.

TERRENOS AMORREADOS
Morros e Morrotes Paralelos Topos subnivelados, estreitos, convexos e/ou angulosos. Perfis de
vertentes descontínuos com segmentos retilíneos e convexos.
Amplitude:60 a 150 m Vertentes dissecados por canais sazonais. Vales erosivos e
Compr de Rampa: 250 a 600 m erosivo-acumulativos encaixados, com alvéolos, morrotes,
Inclinação:11 a 45% pedimentos e planícies fluvio-coluviais estreitas e descontínuas.
Altitudes1.400 a 1.520 m Padrão de drenagem em treliça e subparalelos de alta densidade.
500 a 750 m
RELEVO

Morros Dissecados Topos subnivelados, estreitos e angulosos. Perfis de vertente


descontínuos, com segmentos retilíneos e convexos. Vales
Amplitude:90 a 260 m erosivos e erosivo-acumulativos encaixados, com alvéolos,
Compr de Rampa: 250 a 750 m pedimentos e planícies fluvio-coluviais estreitas e descontínuas.
Inclinação:20 a 53% Padrão de drenagem subdendrítico e sub paralelo de alta
Altitudes:1000 a 1250 m densidade.
Sillimanita-granada-muscovita- biotita gnaisse bandado com intercalações de biotita gnaisses,
SUBSTRATO ROCHOSO, mármore, calcissilicaticas, gondito, anfibolito e quartzito; Biotita gnaisse bandado com intercalações de
SEDIMENTOS E Sillimanita-granada-muscovita-biotita xistos e calcissilicaticas; Biotita gnaisse bandado com
COBERTURAS intercalações de sillimanita-granada-muscovita- biotita xistos e calcissilicaticas; e Muscovita
leucogranito fortemente foliado
Cambissolo Háplico Tb pedregosos ou não e rochosos ou não + Argissolo Amarelo ambos distróficos
textura média e argilosa; Cambissolo Háplico Tb distrófico textura média e argilosa; Latossolo Vermelho
UNIDADES DE SOLOS
Amarelo textura média e argilosa + Argissolo Vermelho Amarelo textura média e média/argilosa, ambos
distróficos;
Erosão laminar, em sulcos, rastejo, pequenos escorregamentos rotacionais e entalhe fluvial são
DINÂMICA SUPERFICIAL
freqüentes e de média a alta intensidade.
Aptidão para abrigo e proteção da fauna e da flora silvestre e como ambiente para recreação e lazer.
POTENCIALIDADES Setores com aptidão restrita para uso e com medidas severas de controle de escoamento superficial e
implantação.
Declividades altas, solos rasos e campos de matacões
Susceptibilidade a erosão laminar, em sulcos, rastejo e a movimentos de massa quando da remoção da
cobertura vegetal natural.
Erosão em sulcos nos cortes e aterros, sendo mais intensa nos cortes devido à constituição do solo de
alteração,
Escorregamento em taludes de corte na transição solo/rocha, comumente associado a surgência de
água;
RESTRIÇÕES Instabilidade e queda de blocos por descalçamento em taludes de corte e em superfícies de encosta;
Dificuldade de escavação, cravação de encosta e de terraplanagem devido à presença de matacões;
Possibilidade de recalques diferenciais de fundações de estruturas devido à implantação sobre
matacões.
Queda de blocos em taludes de corte, devido ao sistema de fraturamento intenso que favorece a
percolação de água, nas rochas efusivas básicas
Solos rasos, com baixa fertilidade, problemas de toxidez por alumínio, baixa capacidade de retenção de
umidade, e alta susceptibilidade a erosão hídrica e a movimentos de massa.
ALTA
SENSIBILIDADE
Devido à inclinação alta das encostas, a erodibilidade dos solos,
GEOAMBIENTAL
e a presença afloramentos de rocha
Ocorrência dos processos: Ocasional - ocorre em alguns locais, de modo fortuito e eventual. Frequente - ocorre em vários locais,
sendo um processo que se repete no relevo. Generalizado - ocorre em muitos locais sendo comum a sua presença.
Intensidade dos processos: Baixa: processos que afetam pequenas áreas ou tem pouca profundidade; Alta: processos que afetam
grandes áreas ou tem grandes profundidades; e Média: processos que afetam áreas e tem profundidades moderadas.

256

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICES 3.4.H. Características e atributos dos terrenos Amorreados Baixos que
ocorrem na Área Envoltória.
TERRENOS AMORREADOS BAIXOS
Morrotes Pequenos
Topos subnivelados, estreitos angulosos e/ou convexos. Perfis
Amplitude: 40 a 90 m de vertente contínuos e descontínuos com segmentos
RELEVO Compr de Rampa: 200- retilíneos e/ou convexos. Vales erosivos encaixados e erosivos
500m acumulativos com planícies fluvio-coluviais. Padrão de
Inclinação: 20 a 50% drenagem subdendritico e em treliça, de alta densidade.
Altitudes: 1050 a 1.200 m
SUBSTRATO
ROCHOSO, Sustentados por Sillimanita-granada-biotita gnaisse bandado com intercalações de
SEDIMENTOS E anfibolitos, quartzitos e calcissilicaticas
COBERTURAS
ASSOCIAÇÕES DE Cambissolo Háplico Tb pedregosos ou não e rochosos ou não + Argissolo Vermelho-Amarelo
ambos distróficos textura média e argilosa; Latossolo Vermelho-Amarelo + Cambissolo
SOLOS
Háplico Tb pedregoso ou não e rochoso ou não, ambos distróficos textura argilosa
DINÂMICA Erosão laminar, em sulcos, rastejo e pequenos escorregamentos são ocasionais e de baixa
SUPERFICIAL intensidade

Solos com boas drenagens internas. Porosidade e friabilidade elevada favorecem o


enraizamento.
Terras aptas para a agricultura, pastagem e silvicultura, mas que necessitam de práticas
POTENCIALIDADES
complementares de melhoramento.
Setores com aptidão restrita para uso e com medidas de controle de escoamento
superficial.
Podem favorecer a contaminação de aquíferos devido a permeabilidade elevada.
Baixa disponibilidade de nutrientes e toxidade por Al3+
Susceptibilidade a erosão laminar, em sulcos e a pequenos escorregamentos, quando da
RESTRIÇÕES remoção do solo superficial devido à aração, a obras de terraplenagem ou a obras de
drenagem que provocam a concentração do escoamento superficial.
Dificuldades de escavação e de cravação de estacas, possibilidade de recalques diferenciais
em fundações estruturais devido à presença de matacões no solo.
SENSIBILIDADE MODERADA
GEOAMBIENTAL Devido a devido à erodibilidade dos solos e a setores de encostas mais íngrimes
Ocorrência dos processos: Ocasional - ocorre em alguns locais, de modo fortuito e eventual. Frequente - ocorre em vários locais,
sendo um processo que se repete no relevo. Generalizado - ocorre em muitos locais sendo comum a sua presença.
Intensidade dos processos: Baixa: processos que afetam pequenas áreas ou tem pouca profundidade; Alta: processos que afetam
grandes áreas ou tem grandes profundidades; e Média: processos que afetam áreas e tem profundidades moderadas.

257

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICES 3.4.I. Sensibilidade Geoambiental dos Terrenos e sua área de ocorrência na
EE de Bananal e área de estudo.

TERRENOS Fragilidade Geoambiental Área (ha) %


Amorreados Baixos Média 754,26 9,11
Amorreados Alta 74,53 0,90
Dentríticos Coluviais Muito Alta (1) 233,33 2,82
Montanhosos e Escarpados Muito Alta (1) 6270,05 75,70
Afloramento Rochoso Muito Alta (1) 27,79 0,34
Detríticos Fluvio-Coluviais Muito Alta (2) 922,77 11,14
8282,75 100

258

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE 3.4.J. Mapa de Sensibilidade Geoambiental da Estação Ecológica de Bananal e sua área envoltória

259

Estação Ecológica de Bananal


TERRENO DETRITICO FLUVIO-COLUVIAL

Fotos 1 e 2 - Terreno Detritico Fluvio-coluvial caracterizado por área plana com inclinação de 2 a 5% e elevada de 2 a3 m acima
do rio, que no local é representado pela Planície Fluvio-coluvial do Rio do Barbosa, formada por camadas de argila arenosa cinza
e camada de seixos e blocos arredondados de quartzo.
77 (23 K 565575 7476296) /53 (23 K 566501 7477469)

Fotos 3 e 4 – Área de contato da Planície Fluvio-coluvial do Rio do Braço, plana e levemente inclinada, com Cone de Dejeção
constituído por blocos e matacões e encosta do relevo de Montanhas e Morros.
60 (23 K 565346 7476865) / 44 (23 K 565311 7477070)

Fotos 5 e 6 – Sedimento areno-argiloso, homogêneo com grânulos de quartzo anguloso, que originam Cambissolo Háplico Tb/Ta
eutróficos ou distróficos textura média quase sempre associado ao Neossolo Flúvico e Gleissolo Háplico, na Planície Fluvio-coluvial
do Rio do Braço, que constitui os Terrenos Detriticos Fluvio-coluviais.
59 / 58 (23 K 565346 7476865)

260

Estação Ecológica de Bananal


Fotos 25 e 26 – Deposito de Cone de Dejeção formado na basepor matacões, blocos e seixos polimíticos, angulosos a
subarredondados, semi-alterados a alterados, que ocorrem ao longo do canal, e imersos em matriz areno-argilosa arcoseana,
arenosa ou argilosa, que se intercalam com camadas de areias médias e grossas, micáceas, por vezes argilosas, níveis de seixos
orientados, e camadas ricas em matéria orgânica.
12 / 9 (23 K 564317 7477464)

Fotos 27 e 28–Areia grossa pouco argilosa com grânulos de quartzo que constituem o topo do depósito de Cone de Dejeção,
onde se formam Cambissolos Háplicos Tb/Ta eutróficos e distróficos textura média.
15 / 14(23 K 564317 7477464)

Fotos 28 e 30 – Cone de Dejeção no Córrego do Barboza constituído por camadas de areia argilosa branca e níveis de areia com
grânulos de quartzo e blocos de granitóide esparsos, que caracterizam Terrenos Fluvio-Coluviais que ocorre em meio aos Terrenos
Montanhosos e Escarpados.
48/46 (23 K 566501 7477469)

261

Estação Ecológica de Bananal


Fotos 31 e 32 –Terrenos Detriticos Fluvio –Coluvial caracterizado pela presença de área plana-ondulada com canal aluvial
sinuoso, que constitui Cone de Dejeção no Rio Paca Grande.
260 / 264 (23 K 555665 7475316)

Fotos 33 e 34 –Área plana e alagadiça nos Terrenos Detriticos Fluvio –Coluviais, constituída por argila arenosa e argila branca, e
Gleissolos Háplicos e Melânicos Tb/Ta textura argilosa e média no Cone de Dejeção do Rio Paca Grande.

275 / 274 (23 K 554969 7473386)

Fotos 35 e 36 –Área plana e alagadiça de Cone de Dejeção no Rio do Braço, constituída por areia média e argila arenosa, onde
ocorrem murundus.
223 / 227 (23 K 563730 7479200)

262

Estação Ecológica de Bananal


TERRENO DETRITICO COLUVIAL

Fotos 43 e 44 – Terreno Detritico Coluvial formado por Corpos de Tálus que se desenvolvem a meia encosta e no sopé dos relevos
de Montanhas e Morros, Escarpas e Morros Dissecados, abaixo de ruptura de declive negativa bem marcada, e são constituídos
por matacões, blocos e seixos polimiticos, angulosos a subarredondados, semi-alterados a alterados imersos em matriz areno-
argilosa arcoseana, arenosa ou argilosa..135 / 137 (23 K 562453 7481074)

Fotos 45 e 46– Corpos de Tálus com inclinações de 15 a 30%, que formam segmentos de vertente convexos, a meia encosta e no
sopé de encostas íngremes e escarpadas.

228 (23 K 563815 7481084) / 76 (23 K 565575 7476296)

Fotos 47 e 48–Blocos e matacões anguloso em matriz argilo-arenosa rica em fragmentos de muscovita leucogranito fortemente
foliado, que constituem Corpo de Tálus gerados por processos erosivos gravitacionais e pluviais do tipo movimentos de massa,
em que se destacam os escorregamentos e as quedas de bloco. Esses depósitos associam-se a Cambissolo Háplico Tb pedregosos
ou não e rochosos ou não distróficos textura média e argilosa.
153 / 156

263

Estação Ecológica de Bananal


Fotos 53 e 54 - Rastejo, escorregamentos planares e processos de erosão laminar e em sulco freqüentes e de média a alta
intensidade que ocorrem nos Corpos de Tálus que constituem os Terrenos Detríticos Coluviais.

138 / 325(23 K 562843 7482387)

Fotos 55 e 56 - Rastejo, escorregamentos rotacionais e processos de erosão laminar e em sulco freqüentes e de média a alta
intensidade que ocorrem nos Corpos de Tálus que constituem os Terrenos Detríticos Coluviais.

343 /338 (23 K 563393 7483958)

Fotos 57 e 58–Ocorrência de escorregamentos e processos de erosão laminar e em sulco freqüentes e de média a alta intensidade
e a presença de depósitos constituídos por blocos e fragmentos de rocha em matriz argilo arenosa rica em grânulos de quartzo,
são as características que conferem aos Terrenos Detríticos Coluviais Sensibilidade Geoambiental - Muito Alta.
344/ 345 (23 K 564912 7486194).

264

Estação Ecológica de Bananal


TERRENO MONTANHOSO E ESCARPADO

Fotos 61 e 62 - Os Terrenos Montanhosos e Escarpados estão associados ao relevo de Montanhas e Morros e de Escarpas e
caracterizam-se pela grande amplitude das formas de relevo, pela alta declividade das encostas, pela ocorrência de extensas
paredes rochosas e constituem áreas de grande beleza paisagísticas devido a seu caráter alcantilado e abruto.
126 / 131(23 K 562663 7480759)

Fotos 63 e 64 – Topos e encostas rochosas com inclinação de 25 a 70%, com extensos afloramentos de rochas, e amplitudes de
250 a1.000 mque caracterizam os Terrenos Montanhosos e Escarpados.
136 / 88 (23 K 562453 7481074)

Fotos 65 e 66 - Topos desnivelados, estreitos, por vezes rochosos, formando picos e cristas e perfis de vertente descontínuos,
com segmentos retilíneos e convexos com afloramentos de rocha e campos de matacões, que formam vales profundos e muito
encaixados com canais em rocha, blocos e matacões com cachoeiras e poços, e escoamento torrencial, que constituem os
Terrenos Montanhosos e Escarpados. 50 (23 K 566501 7477469) / 305 (23 K 562666 7481701)

265

Estação Ecológica de Bananal


Fotos 67 e 68 – Hornblenda-biotita gnaisse migmatitico do Complexo Quirino, com porfiroblastos de plagioclásio e hornblenda
como máfico principal, que apresentam solo de alteração areno-silto–argiloso e solo residual argiloso que constituem os
Terrenos Montanhosos e Escarpados.
91 /93 (23 K 564301 7478347)

Foto 69 e 70 - Hornblenda-biotita gnaisse migmatitico, leuco a mesocráticos, de granulometria variando de média à grossa, com
foliação descontínua marcada por aglomerados minerais de hornblenda e enclaves máficos alongados, do Complexo Quirino,
que sustenta o relevo de Montanhas e Morros que caracteriza os Terrenos Montanhosos e Escarpados.
100 /102 (23 K 563864 7478648)

Fotos 73 e 74 – Queda 6 da Cachoeira Sete Quedas no Rio do Braço, sustentada por Hornblenda-biotita gnaisse migmatiticodo
com porfiroblastos de plagioclásio do Complexo Quirino, nos Terrenos Montanhosos e Escarpados.
286 / 290 (23 K 564815 7478021)

266

Estação Ecológica de Bananal


Fotos 79 e 80 - Escorregamentos planar, erosão laminar e em sulcos, freqüentes e de média a alta intensidade, que ocorrem no
relevo de Montanhas e Morros que constituem os Terrenos Montanhosos e Escarpados.
115 / 116 (23 K 563815 7481084)

Foto 81 e 82– Processo de escorregamentos planar, erosão laminar e em sulcos, freqüentes e de média a alta intensidade e
soterramento no fundo do vale que caracterizam os Terrenos Montanhosos e Escarpados.
211/ 212(23 K 567091 7478781)

Foto 83 e 84 – Escorregamento planar com superfície de ruptura solo rocha que ocorre nas encostas íngremes do relevo de
Montanhas e Morros que constituem os Terrenos Montanhosos e Escarpados.
214 / 215 (23 K 566501 7477469)

267

Estação Ecológica de Bananal


TERRENO AMORREADOS E AMORREADOS BAIXOS

Foto 91 e 92 - Os Terrenos Amorreados associam-se aos relevos de Morros Dissecados e Morros e Morrotes Paralelos se
caracterizam por apresentar encosta com inclinações de 15 a 30 %, e setores mais inclinados, que se associam a inúmeras áreas
estreitas e contínuas ao longo dos vales com inclinações inferiores a 15% e com inclinações inferiores a 2% que se associam a
presença Planícies Fluvio-coluviais e Cones de Dejeção. 271 / 272 (23 K 555788 7474778)

Fotos 93 e 94 - Topos subnivelados, estreitos e angulosos, com perfis de vertente descontínuos, com segmentos retilíneos e
convexos por vezes rochosos com inclinação de 20 a 53%e vales erosivos e erosivo-acumulativos encaixados, com amplitudes de
90 a260 m que caracterizam o relevo de Morros Dissecados, que constituem os Terrenos Amorreados .
270 / 262

Fotos 95 e 96 - Biotita gnaisses bandados do Complexo Paraíba do Sul com bandamento composicional e migmatítico (milimétrico
a centimétrico) dado pela alternância de níveis máficos ricos em biotita e níveis quartzo-feldspáticos, sãos e alterados que
sustentam o relevo de Morros Dissecados que constituem os Terrenos Amorreados.
159 / 163 (23 K 558529 7478734)

268

Estação Ecológica de Bananal


Fotos 97 e 98 - Bandamento composicional e migmatítico (milimétrico) com porfiroblastos de feldspatos, que constitui o Biotita
gnaisses bandados do Complexo Paraíba do Sul, que sustenta relevo de Morros e Morrotes Paralelos e caracteriza os Terrenos
Amorreados.
172 / 173 (23 K 556719 7479907)

Fotos 99 e 100 - Níveis de muscovita-biotita-quartzo xisto e sillimanita-muscovita-biotita gnaisse/xisto, que se associam aos tipos
migmatíticosdo biotita gnaisses bandados do Complexo Paraíba do Sul em área de relevo de Morros e Morrotes Paralelos. O solo
de alteração é areno-siltoso a argilo-siltoso micáceos e rico em grânulos de quartzo e feldspato. O solo superficial raso é
Cambissolo Háplico Tb distráfico textura argilosa a argilo-arenosa.178 / 181 (23 K 555891 7480518)

Fotos 101 e 102 – Encostas com inclinação de 15 a30% e processo de rastejo, freqüentes e de média intensidade, que caracterizam
os Terrenos Amorreados.
244 / 245 (23 K 556194 7477291)

269

Estação Ecológica de Bananal


3.5. Clima

APÊNDICE3.5.A. Participação percentual das principais correntes da circulação


atmosférica regional no decorrer do ano. Fonte: Monteiro (1973)

APÊNDICE3.5.B. Tentativa de classificação climática para o Estado de São Paulo. Fonte:


Monteiro, 1973

Feições climáticas individualizadas nos climas regionais,


regionais

segundo as unidades geomorfológicas


Climas
zonais

Climas

Planalto Atlântico Vale do Planalto


Litoral Paraíba Mantiqueira Depressão Ocidental
Climas úmidos I I III IV
massas

A1
das costas N Bacia Superior do Vale do Serra (Borda
equatoriais e tropicais

expostas às O Paraíba Paraíba do Planalto)


por

massas mT R
T
Controlados

E
C V Norte
O Setor Norte Serra de São
Carlos

270

Estação Ecológica de Bananal


Feições climáticas individualizadas nos climas regionais,

regionais
segundo as unidades geomorfológicas
Climas
zonais

Climas
Planalto Atlântico Vale do Planalto
Litoral Paraíba Mantiqueira Depressão Ocidental
Climas tropicais N F VI VII
A2 T O “Percée” do Serra de
R R Tiete Botucatu
alternadamente
secos e úmidos A T VIII
E Oeste
S
Climas úmidos C II II IX
massas

da face B E
N Sudoeste
oriental e sub- Bacia Paulistana
T
tropical dos
Controlados por

R
tropicais e polares

continentes O
dominados por
massas mT S Bacia do
U Paranapanema
L

APÊNDICE 3.5.C. Distribuição sazonal da chuva ano padrão médio no Estado de São Paulo.
Fonte: Monteiro, 1973.

APÊNDICE3.5.D. Pluviograma Médio Mensal de 1937 a 2004 – D1-001.


Fonte:http://www.sigrh.sp.gov.br/

Município Prefixo Nome Altitude Latitude Longitude Bacia


Bananal D1-001 Bananal 460 m 22°41' 44°19' Bananal

271

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE3.5.E. Pluviograma Médio Mensal de 1982 a 2002 – D1-026. Fonte:
http://www.sigrh.sp.gov.br/

Município Prefixo Nome Altitude Latitude Longitude Bacia


Bananal D1-026 Bocaina 1180 m 22°48' 44°28' Paca Grande

APÊNDICE3.5.F.Chuva mensal (mm) - Posto pluviométrico Bocaina de prefixo D1-026

Banco de Dados Pluviométricos do Estado de São Paulo


D1-026
1
Prefixos Nome Altitude Latitude Longitude Bacia
Plu
Município
Bananal D1-026 Bocaina 1180 m 22° 48’ 44°28’ Paca Grande

CHUVA MENSAL (mm)


Ano Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
1982 --- --- --- --- 40,3 57,1 47,1 86,9 71,0 152,1 102,2 505,8
1983 305,0 132,0 350,3 96,9 131,4 159,7 59,5 27,6 305,5 160,3 171,3 494,7
1984 327,0 6,1 209,2 213,9 130,9 2,2 25,1 --- 85,0 148,4 170,0 235,5
1985 570,0 625,0 473,9 145,2 58,8 13,2 7,7 62,1 138,4 --- 208,2 ---
1986 389,7 --- --- --- --- 14,7 21,9 --- --- --- --- 543,4
1987 378,2 258,3 129,9 175,1 189,3 --- --- 11,7 124,7 113,3 143,6 241,3
1988 385,1 631,0 210,1 140,3 103,7 28,3 15,7 5,5 37,9 165,2 153,4 330,7
1989 370,5 406,5 257,9 87,5 36,2 40,4 22,6 55,2 85,5 30,3 156,8 461,5
1990 202,5 243,5 197,1 145,5 79,2 9,9 77,2 104,6 115,8 102,6 148,0 163,8
1991 383,1 336,9 552,7 123,0 32,1 46,4 17,6 38,5 82,4 142,2 139,2 311,4
1992 632,4 174,1 239,6 79,4 42,8 0,7 53,6 44,0 174,2 --- 384,4 166,9
1993 282,8 280,7 368,8 62,1 18,6 55,9 14,6 2,9 140,8 195,4 151,0 331,3
1994 277,8 301,4 283,2 108,6 115,9 53,2 46,7 19,1 36,3 138,8 181,7 472,4
1995 430,8 507,8 107,2 67,3 20,7 10,8 35,6 13,4 123,7 217,4 --- 295,2
1996 362,0 639,2 456,5 94,7 85,6 5,2 6,6 48,9 205,5 125,9 --- 332,8
1997 372,3 221,6 114,7 40,1 17,3 14,7 33,7 --- 43,8 204,5 263,3 ---
1998 429,9 450,4 110,2 55,9 73,2 32,8 27,1 34,4 108,9 212,7 182,6 143,4
1999 411,5 292,8 250,1 39,1 42,5 51,3 53,9 13,5 106,3 35,3 118,9 173,4
2000 537,2 --- --- --- 20,8 2,4 55,4 44,0 --- 26,4 47,5 ---
2001 285,7 198,3 --- 136,6 60,1 5,2 48,2 166,6 --- 110,9 136,4 286,8
2002 311,2 251,9 229,4 61,1 119,7 33,5 28,8 35,2 67,1 160,5 307,0 392,3

272

Estação Ecológica de Bananal


300 a 399mm
400 a 499 mm
500 a 599 mm
600 a 699 mm

APÊNDICE3.5.G.Chuva mensal (mm) - posto pluviométrico Bananal de prefixo D1-001

Município Prefixo Nome Altitude Latitude Longitude Bacia


Bananal D1-001 Bananal 460 m 22° 41’ 44°19’ Bananal
D1_001 1 plu

CHUVA MENSAL (mm)


Ano Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
1937 --- --- --- --- --- --- --- --- 20,5 --- --- ---
1938 --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- ---
1939 --- 154,1 146,9 53,3 21,2 45,1 25,9 0,0 29,4 27,5 194,7 199,0
1940 163,5 200,9 142,2 8,6 8,5 4,5 0,9 14,6 32,6 74,8 86,5 174,9
1941 158,8 144,1 83,2 27,9 19,0 19,8 38,0 6,3 231,1 99,3 143,8 211,8
1942 81,6 186,3 102,5 122,6 39,6 0,7 24,7 15,4 79,2 74,1 164,2 160,2
1943 371,9 212,8 146,8 50,9 3,1 18,6 5,1 35,4 64,4 137,6 71,4 267,9
1944 216,0 243,3 137,0 32,4 13,0 2,9 11,5 0,0 18,0 43,0 111,2 121,1
1945 235,8 182,9 171,0 118,8 8,1 75,6 11,9 2,0 9,0 132,9 120,0 214,3
1946 318,0 139,7 123,8 56,5 32,3 17,5 15,2 0,5 40,4 106,5 151,7 169,4
1947 359,0 142,6 321,2 34,9 17,6 22,8 45,8 12,7 37,9 96,6 116,7 189,1
1948 166,3 477,8 286,4 40,8 38,1 2,4 29,0 --- 0,0 75,2 169,5 161,8
1949 294,1 152,4 126,3 11,8 15,2 50,0 2,6 3,8 0,4 110,3 98,4 263,2
1950 585,8 243,7 88,6 108,6 43,3 26,6 --- 0,0 --- 142,3 162,6 235,1
1951 288,4 160,7 217,3 34,7 17,5 1,8 13,9 34,1 --- 100,5 124,6 171,1
1952 314,2 224,6 204,7 85,6 11,6 95,1 1,3 42,3 --- 86,8 180,1 127,9
1953 135,7 205,3 220,9 51,1 36,1 41,0 25,6 40,3 24,9 89,5 212,1 194,7
1954 97,9 172,1 214,9 75,3 146,8 17,6 20,2 0,0 53,7 107,5 98,2 115,8
1955 239,7 64,3 163,3 62,0 19,2 25,7 11,1 7,0 6,4 49,2 105,9 316,0
1956 67,0 347,1 156,6 51,4 60,8 32,1 23,1 70,5 90,6 90,3 110,2 245,0
1957 198,0 211,8 273,5 53,2 54,3 5,6 59,2 77,0 121,6 102,2 149,7 223,1
1958 207,0 120,0 116,9 62,1 68,6 83,8 20,4 10,4 77,6 251,6 274,8 97,2
1959 273,8 123,0 188,9 80,2 9,2 0,0 0,0 77,2 17,4 108,0 166,5 170,8
1960 238,4 302,3 191,0 13,1 80,6 51,9 18,0 20,6 27,0 53,5 189,8 233,0
1961 348,4 263,5 323,0 93,0 11,4 9,4 0,4 8,8 4,0 87,0 194,9 190,6
1962 368,5 236,9 75,0 53,4 61,0 27,2 8,8 29,0 27,2 137,0 103,3 299,2
1963 203,1 316,8 73,2 27,3 0,0 9,4 4,2 7,4 0,9 145,8 168,0 80,4
1964 124,4 283,2 142,7 52,6 71,0 46,8 53,8 11,2 15,8 288,7 105,2 371,2
1965 204,5 391,6 141,6 89,0 59,2 64,2 35,6 39,6 64,7 177,2 190,7 246,3
1966 273,8 173,6 188,5 72,4 71,6 31,4 6,2 27,8 45,6 154,8 228,4 296,6
1967 277,7 482,4 236,5 53,0 4,8 41,6 17,4 7,2 34,0 177,4 109,0 210,4
1968 319,0 124,8 140,2 113,3 7,6 0,0 17,6 21,2 25,0 107,4 37,8 336,2
1969 --- --- --- --- --- --- --- --- --- 99,2 245,2 179,4
1970 264,0 153,5 104,0 72,9 39,7 22,6 66,0 137,1 78,6 108,0 112,2 172,0
1971 108,9 204,0 398,1 53,4 200,6 115,0 21,5 31,5 66,0 161,6 134,6 162,0
1972 200,5 237,4 196,0 71,5 33,3 1,0 27,9 61,4 43,7 105,6 234,8 347,3
1973 217,2 125,2 115,8 77,0 103,0 7,2 78,7 24,4 45,5 151,2 160,8 293,2
1974 215,6 189,9 271,8 173,0 15,6 64,9 8,8 6,6 3,8 231,6 56,6 285,7
1975 339,4 311,9 109,7 50,7 38,9 22,1 4,1 0,0 15,8 143,3 287,3 313,7
1976 244,7 169,8 201,4 231,2 149,2 43,7 73,1 79,3 110,4 92,5 143,4 162,8
1977 305,7 9,2 209,1 114,4 16,2 10,0 14,1 106,6 113,0 121,2 204,6 204,8
1978 177,2 315,2 164,4 64,1 50,3 26,3 39,5 15,5 27,0 57,9 129,4 207,1
1979 194,6 149,4 182,6 37,2 60,8 8,8 36,1 105,8 107,8 84,4 288,5 233,5
1980 208,8 170,2 74,4 118,9 30,4 47,2 14,3 41,2 52,6 66,5 220,2 216,0
1981 217,1 72,5 162,7 119,9 25,4 18,2 --- 25,2 35,0 --- 239,8 ---
1982 230,0 179,3 --- 57,9 13,5 --- 26,2 73,0 14,1 209,7 203,5 ---

273

Estação Ecológica de Bananal


1983 132,1 160,9 --- 147,6 82,7 124,7 65,0 14,1 242,2 --- 162,9 253,1
1984 117,5 9,2 96,6 153,3 112,9 6,5 1,2 32,7 54,8 --- 163,8 ---
1985 329,5 191,1 --- 47,9 28,9 3,8 0,1 --- 119,0 63,5 193,6 265,9
1986 278,6 285,5 108,7 41,4 56,0 21,3 63,4 91,8 20,6 13,3 99,1 480,6
1987 222,1 119,6 107,5 240,4 98,6 49,4 11,1 2,0 94,8 99,4 43,6 181,6
1988 166,9 434,9 142,9 104,5 181,1 32,3 12,0 1,2 18,5 165,3 95,7 153,9
1989 240,8 221,5 131,7 158,5 34,9 41,1 37,6 19,4 81,1 26,8 163,0 126,9
1990 201,9 132,5 198,8 24,4 42,2 1,9 43,1 48,3 69,6 102,3 86,6 57,9
1991 213,1 98,1 328,3 94,6 42,1 25,5 0,3 0,1 67,4 83,8 85,6 252,0
1992 209,4 16,6 164,1 32,8 142,4 4,5 26,0 37,8 123,8 95,4 306,5 171,9
1993 127,2 274,3 184,5 77,2 28,6 29,7 4,0 0,6 71,7 97,7 78,9 ---
1994 159,3 43,2 114,8 46,7 70,8 30,0 13,9 0,4 1,0 40,9 105,0 232,6
1995 172,0 405,1 85,3 24,6 39,7 5,9 24,1 10,0 47,7 223,4 190,1 219,9
1996 302,6 394,4 406,9 44,8 21,7 19,4 1,6 33,7 147,9 139,6 333,1 272,1
1997 395,5 105,0 105,2 56,0 37,4 30,8 9,5 16,6 61,9 77,3 214,5 236,2
1998 189,4 308,6 46,3 48,6 69,8 34,3 1,3 12,5 89,6 129,4 150,3 193,0
1999 450,5 148,5 109,0 44,8 13,1 51,7 15,6 0,5 57,1 14,0 137,9 127,1
2000 499,1 177,0 100,0 92,7 3,5 0,9 45,5 21,5 36,3 23,9 64,1 44,4
2001 158,5 233,3 133,9 96,8 39,8 5,3 25,4 82,5 51,5 113,7 107,0 268,6
2002 238,2 200,3 138,7 45,8 113,5 8,7 26,8 29,7 57,9 67,8 218,5 267,7
2003 315,1 104,4 111,8 29,7 25,8 2,6 8,6 39,2 29,4 209,3 121,6 185,5
2004 151,0 241,8 138,6 166,7 61,8 46,5 72,0 5,1 8,5 --- --- ---

274

Estação Ecológica de Bananal


APENDICE 3.5.H. Temperaturas Médias mensais em função da altitude e da latitude (22°50')
Estação Ecológica de Bananal SP
Temperaturas Médias mensais em função da altitude e da latitude ( 22°50' )
Altitude em metros JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Média
1100 19,9° 20,0° 19,4° 17,8° 15,4° 14,2° 13,9° 15,1° 17,0° 17,9° 18,7° 19,7° 17,4°
1150 19,6° 19,7° 19,1° 17,5° 15,1° 13,9° 13,6° 14,9° 16,7° 17,6° 18,4° 19,4° 17,1°
1200 19,2° 19,4° 18,8° 17,2° 14,8° 13,7° 13,4° 14,6° 16,5° 17,3° 18,1° 19,1° 16,8°
1250 18,9° 19,1° 18,5° 17,0° 14,6° 13,4° 13,1° 14,3° 16,2° 17,0° 17,8° 18,8° 16,5°
1300 18,6° 18,8° 18,2° 16,7° 14,3° 13,2° 12,8° 14,1° 15,9° 16,7° 17,5° 18,5° 16,2°
1350 18,3° 18,5° 17,9° 16,4° 14,0° 12,9° 12,6° 13,8° 15,7° 16,4° 17,1° 18,2° 15,9°
1400 18,0° 18,2° 17,6° 16,1° 13,7° 12,7° 12,3° 13,5° 15,4° 16,1° 16,8° 17,9° 15,6°
1450 17,7° 17,9° 17,3° 15,8° 13,4° 12,4° 12,0° 13,2° 15,1° 15,8° 16,5° 17,5° 15,4°
1500 17,3° 17,6° 17,0° 15,5° 13,2° 12,2° 11,8° 13,0° 14,9° 15,5° 16,2° 17,2° 15,1°
1550 17,0° 17,3° 16,7° 15,2° 12,9° 11,9° 11,5° 12,7° 14,6° 15,2° 15,9° 16,9° 14,8°
1600 16,7° 17,0° 16,4° 14,9° 12,6° 11,6° 11,2° 12,4° 14,3° 14,9° 15,5° 16,3° 14,5°
1650 16,4° 16,7° 16,1° 14,6° 12,3° 11,4° 11,0° 12,1° 14,0° 14,6° 15,2° 16,0° 14,2°
1700 16,1° 16,4° 15,8° 14,3° 12,0° 11,1° 10,7° 11,9° 13,8° 14,4° 14,9° 15,7° 13,9°
1750 15,8° 16,1° 15,5° 14,0° 11,8° 10,9° 10,4° 11,6° 13,5° 14,1 14,6° 15,3° 13,6°
1800 15,5° 15,8° 15,2° 13,7° 11,5° 10,6° 10,2° 11,3° 13,2° 13,8° 14,3° 15,0° 13,3°
1850 15,1° 15,5° 14,8° 13,5° 11,2° 10,4° 9,9° 11,0° 13,0° 13,5° 13,9° 14,7° 13,0°
1900 14,8° 15,2° 14,5° 13,2° 10,9° 10,1° 9,6° 10,8° 12,7° 13,2° 13,6° 14,4° 12,8°
Fonte: PINTO, H.S.; ORTOLANI, A.A.; ALFONSI, R.R. 1972 Org. M. Gutjahr

275

Estação Ecológica de Bananal


APENDICE 3.5.I. Variação anual da temperatura com a Média das Médias Estimadas.

276

Estação Ecológica de Bananal


APENDICE 3.5.J. Variação anual da temperatura com a Média das Médias Estimadas, Julho – Mês mais frio.

277

Estação Ecológica de Bananal


APENDICE 3.5.K. Variação anual da temperatura com a Média das Médias Estimadas, Fevereiro – Mês mais quente.

278

Estação Ecológica de Bananal


3.6. Recursos Hídricos Superficiais

APÊNDICE 3.6.A. Métodos

A caracterização das bacias hidrográficas em seus aspectos do meio físico, hidrográficos


(morfométricos) e hidrogeomorfológicas baseou-se em métricas e morfologias como
área, direção preferencial dos rios, classificação hierárquica de Strahler (1957) e posição
dentro da área de estudo. Informações litológicas e geomorfológicas relevantes para a
compreensão das morfometrias das bacias são articuladas ao fator de forma, aos padrões
de drenagens identificados, bem como ao perfil longitudinal do rio principal, à densidade
de drenagem e ao coeficiente de manutenção (CHRISTOFOLETTI, 1974).
O fato de forma ( F f ) é o quociente da divisão da largura média da bacia hidrográfica
(obtida no cálculo entre as extensões paralelas que interceptam perpendicularmente o
comprimento axial) e comprimento axial (longitudinal). O F f é dado pela equação (1):
B
Ff  ................................................................................................ Equação (1),
L
em que:
1 n
B é a largura média (    Bi );
n 1
L é o comprimento da bacia.

Assim, genericamente, quanto mais próximo de “1” for o resultado do fator de forma,
maior simetria a bacia tende a apresentar. Quanto menor for este valor, mais alongada
será sua forma; e quanto maior for o resultado, mais larga será a bacia. Estes valores são
indícios quantitativos sobre aspectos morfológicos de seu estado de evolução, podendo
apontar características sobre o grau de controle litológico sobre a morfologia e sobre as
características dos fluxos. Segundo Villela & Mattos (1975), quanto maior a simetria,
maior será a tendência à concentração de fluxos, ou seja, as respostas das vazões serão
mais imediatas aos eventos pluviométricos, refletindo diretamente nos valores de vazões
de picos. Outros fatores de forma, como o grau de compacidade e o índice de
conformação, permitem precisar melhor estas formas simétricas e sua relação com as
vazões de pico.

A densidade de drenagem é a relação entre a extensão total dos cursos d’água de uma
bacia, divida pela área desta mesma bacia (Equação 2). O resultado aponta para a
quantidade de canais existentes em uma unidade de área, sendo um indicador da
abundância de fluxos superficiais e da permeabilidade do solo.
L
Dd  .................................................................................................... Equação (2),
A
em que,
L é o comprimento total da rede de drenagem,
A é a área da bacia hidrográfica considerada.

279

Estação Ecológica de Bananal


Desta maneira, a variação do valor de Dd aponta proporcionalmente para uma maior ou
menor eficiência da capacidade de saída dos fluxos, de tal forma que, quanto maior for a
densidade de drenagem mais rapidamente a água de escoamento superficial originada
da chuva chegará à foz, produzindo hidrogramas maiores e de instantes mais cedo. De
outra maneira, a densidade de drenagem está diretamente relacionada ao tempo de
concentração da bacia e, se interpretado deste ponto de vista, fornece indicativos sobre
a fragilidade do sistema e a urgência de preservação da superfície.

O coeficiente de manutenção (Cm), por sua vez, está relacionado à densidade de


drenagem e com a riqueza de água superficial. Tal parâmetro fornece a área mínima
necessária dentro de uma bacia hidrográfica para a manutenção de um metro de canal
de escoamento (SCHUMM, 1956), e por isso gera um indicador importante para se
realizar a preservação superficial da bacia. O Cm é dado pela equação (3):
1
Cm   1000 ................................................................. Equação (3).
Dd

Deve-se considerar, preliminarmente, que os resultados dos parâmetros morfométricos


aqui apresentados constituem-se de valores obtidos a partir de informações cartográficas
secundárias em escala 1:50.000. A rigor, para escalas médias, a extração de valores de
densidade de drenagem e coeficiente de manutenção, diretamente relacionados à
extensão dos canais fluviais, apresenta limitações em função da omissão de informações
de drenagens, particularmente em regiões em que a quantidade de vales e cursos fluviais
é abundante, como é o caso de unidades serranas do planalto orogênico do atlântico.
Desta maneira, os valores dessas variáveis foram abordados, unicamente, na comparação
entre as bacias.

Em relação à produção e relevância hídricaforam avaliados aspectos relativos às


descargas das bacias identificadas através da aplicação da Regionalização Hidrológica do
Estado, disponibilizado pelo SIGRH; e simultaneamente a esses foram discutidos
sucintamente, pontos relativos ao abastecimento público e importância da preservação
em áreas estratégicas à produção de água (como as regiões de cabeceira), entendendo
este como um dos mais importantes e evidentes serviços ambientais a ser priorizado.

Pela inexistência de séries históricas extensas para os rios presentes na área de estudo,
optou-se por utilizar a ferramenta de regionalização hidrológica, de maneira a suprir a
deficiência de informações deste tipo. Nota-se que as técnicas de regionalização não se
fundamentam em continuidades ou variabilidade de aspectos geográficos em áreas
próximas, e não expressando, também, que áreas contíguas possam obter respostas
hidrológicas análogas entre si. Sucintamente, as regionalizações se baseiam em
procedimentos estatísticos empregados na abordagem climático-hidrológica, que
permite a extrapolação de informações destas naturezas de uma área para outra.

Em geral, a análise de disponibilidade hídrica superficial baseia-se nos valores de vazões


de médias de longo termo (QL,T) e das vazões mínimas, relevantes para a caracterização
dos períodos de estiagem. Sobre as vazões mínimas, legislações estaduais específicas
balizam os métodos de estudo e a aplicação desses valores (em São Paulo tem-se a lei
nº9034/94 que dispõe sobre o PERH), sendo frequente o uso do parâmetro Q7,10,
280

Estação Ecológica de Bananal


referente à vazão mínima média de 7 dias consecutivos estimada para um período de
retorno igual a 10 anos.

Para obtermos tais valores foi utilizado o método de regionalização hidrológica do DAEE
(1988, disponibilizado no SIGRH) na qual se utiliza como dados de entrada apenas os
valores de latitude e longitude das fozes dos cursos principais das bacias hidrográficas, e
suas respectivas áreas.

A relevância da produção de água é condicionada pela determinação do DAEE na qual a


disponibilidade hídrica ideal visando um abastecimento sustentável deve ser de 50% das
vazões mínimas anuais para um tempo de retorno de 10 anos, ou seja, 50% do Q7,10.

Considerando que as diversas formas de apropriação física do espaço, traduzidas em


ocupações urbanas e agropastoris na região são, em geral, entendidas como os impacto
mais relevantes sobre os recursos hídricos, destaca-se essa característica como um
importante parâmetro para inferir sobre o potencial de comprometimento a que estão
submetidas as drenagens das bacias da área de estudo. A escassez de informações sobre
as qualidades das águas da região restringe a abordagem deste fundamental aspecto na
análise dos recursos hídricos superficiais, de tal maneira que, esta abordagem espacial
de ocupação é considerada como um artifício de análise geográfica valida para considerar
potencialidades de comprometimento.

No intento de se avaliar, a qualidade das águas superficiais com base na proteção e


comprometimento realizados, respectivamente, pela cobertura vegetal nativa e por sua
retirada, foram realizados dois procedimentos técnicos: um, o qual envolveu, nas seis
bacias abordadas, o mapeamento de duas categorias básicas de recobrimento superficial,
sendo elas: as áreas com cobertura vegetal (sem discriminação dos tipos vegetais ou
estágios de regeneração) e áreas não vegetadas (sem discriminação dos tipos de uso). No
segundo momento, constituiu-se a identificação de setores de relevo com declividades
variando entre 25° e 45° e acima de 45°, representativos de áreas naturalmente instáveis,
produtoras de materiais deposicionais, cujo entendimento e controle de processos tais
como movimentos coletivos, escoamento superficial e infiltração, são prioritários para a
se caracterizar a estabilidade da paisagem e manutenção da qualidade das águas em
setores à jusante. Além disso, esses intervalos de inclinação dizem respeito a limiares
legais de ocupação e preservação, de maneira que as declividades acima de 45°
constituem Áreas de Preservação Permanente (APP) e as áreas contidas entre 25° e 45°
são restritivas ao corte de vegetação nativa.

As declividades foram definidas em software de sistema de informação geográfica (SIG)


por meio da geração de um modelo digital de terreno (MDT) baseado em um TIN
(Triangulated Irregular Network), criado a partir das curvas de nível e pontos cotados
vetorizados das cartas 1:50.000 do IBGE.

É valido observar dois aspectos importantes destes procedimentos. Primeiramente, em


termos teóricos, as concepções envolvidas remetem-se às contribuições fundamentais
da ecodinâmica e da classificação dinâmica dos meios ambientes desenvolvidas por
Tricart (1975), e ainda mais bem descrita e aplicada por Ross (1994) no mapeamento
281

Estação Ecológica de Bananal


geomorfológico e na análise ambiental integrada de fragilidade. Apesar de ambos os
autores não mencionarem em suas obras os parâmetros aqui utilizados para avaliação da
instabilidade à morfogênese, é valido assumir que os limiares de declividades (1) de 25°
a 45º e (2) superior a este último, associados a uma modificação estrutural no espaço
decorrida da retirada da vegetação nativa, e substituição desta por outros usos que não
desempenham com a mesma eficácia e qualidade o papel de proteção superficial,
inevitavelmente, decorre em alteração das taxas naturais dos sistemas ambientais, em
desequilíbrio do meio e ampliação da morfogênese, caracteristicamente maior em
ambientes instáveis.

282

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE 3.6.B. Rede hidrográfica simplificada, sedes municipais e postos de monitoramento da CETESB na UGRHI Paraíba do sul.

Fonte: https://cetesb.sp.gov.br/aguas-interiores/publicacoes-e-relatorios/

283

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE 3.6.C. Descrição das principais características geológicas, geomorfológicas das bacias da área envoltória, e enumeração dos principais valores morfométricos
Aspectos do meio físico, hidrográficos e morfométricos
DESCRIÇÃO GEOLÓGICA ATRIBUTOS MORFOMÉTRICOS
PADRÕES DE DRENAGEM E CARACTERÍSTICAS DENSIDADE DE COEFICIENTE DE
BACIA EXTENSÃO DOS FATOR DE
ASPECTOS GERAIS ASPECTOS ESPECÍFICOS GEOMORFOLÓGICAS ÁREA (km²) DRENAGEM MANUTENÇÃO (km-
CANAIS (km) FORMA
(km.km-2) 2/km)

Foram mapeadas ocorrências de 24 afloramentos significativos de O mais abundante padrão de drenagem observado na Área de
massas litológicas intrusivas. Concentradas ao longo do eixo Abrangência, no entorno e no interior da Estação Ecológica de
longitudinal das bacias, estes afloramentos estão preferencialmente Bananal foi o caracteristicamente dendrítico de média
localizados nas zonas de cabeceiras do rio do Bananal e de alguns de densidade de drenagem.
seus principais tributários. Significativamente, eles são compostos Este padrão se caracteriza por formas arborecentes da rede de
BANANAL por materiais litológicos ígneos, dos quais merecem destaques os drenagem mapeada. Sua ocorrência é, tipicamente, sobre 56,94 142,41 2,50 399,84 0,479
granitos e leuco-granitos; e rochas metamórficas, cuja composição é litologia sustentada por rochas coerentes, de resistência
mais diversa, podendo ser encontradas, gnaisses com biotitas, uniforme (ou em estruturas sedimentares horizontais, ou em
granadas, xistos e micaxistos. A falha de cisalhamento transcorrente rochas de baixo grau de metamorfismo, como ardósias e filitos)
de Cubatão orienta marcadamente a direção dos fluxos superficiais, horizontais e subhorizontais, que não apresentem fraturas, e
denunciando o forte controle hidrográfico litológico na região. que sejam isotrópicas à ação erosiva da chuva e dos rios.
A bacia do rio Turvo, dada sua dimensão, apresenta baixa Constitui-se de talvegues de variadas formas, larguras e
variabilidade de formações litológicas e menor ocorrência de comprimentos, não possuindo uma orientação preferencial
afloramentos, embora seu contexto de formação geológica seja o para o escoamento superficial ou uma organização da rede
mesmo das demais bacias da região de entorno da EE de Bananal. Há hidrográfica regional e sub-regional.
Em domínio cristalino, a maior parte das áreas dessas bacias
ocorrência de pelo menos cinco afloramentos significativos na bacia, Os padrões de treliça típico estão intimamente associados à
está sobre estruturas pré-cambrianas e cambrianas dobradas
sendo que três deles compõem-se de gnaisses acompanhados de ocorrência de corpos intrusivos aflorantes ou não, em geral,
e falhadas, com idades de corpos intrusivos diferenciados,
TURVO biotitas, e os demais são formados por rochas instrusivas concomitantes à granitóides, ou ainda, à ardósias e/ou filitos 23,02 45,74 1,98 503,38 0,508
orientados na direção preferencial NE-SW. Nessas bacias, a
magmáticas, um leuco-granito e um granitóide, localizado no centro com intercalações de quatizitos e meta-conglomerados. Este
geologia é composta por duas unidades: complexo
da bacia. A zona de cisalhamento do Paraíba do Sul não determina, padrão é bastante ocorrente nos trechos superiores do rio do
proterozóico sideriano do Paraíba do Sul, e corpo fanerozóico
na escala de abordagem regional, a direção dos fluxos hídricos Braço e do Bananal, onde está a unidade geomorfológica da
cambriano do Granito da Serra da Bocaina/Suíte Getulândia,
superficiais em toda bacia, sendo mais evidente seu controle nos Serra do Carioca.
ambos caracterizados por sistemas geológicos
fluxos encaixados dos tributários da margem esquerda do rio Porém, também foram identificados padrões hidrográficos
estratigráficos, composto por rochas cristalinas,
principal. dendríticos associados a rios encaixados e fluxos paralelos,
cristalofilianas e metamórficas de diversos graus de
conformando padrões dendrítico-treliça.
metamorfismo. A Suíte Getulândia da Serra da Bocaina é
A existência de fralhamentos, e diaclasamentos em alguns
formada, essencialmente, por granitos e outras rochas ígneas
corpos graníticos, bem como de contato de litologias no alto da
de formação plutônica. O complexo do Paraíba do Sul possui Com domínio de áreas rebaixadas em relação ao entorno e em
escarpa da Serra do Bananal, com cume no pico do Caracol, na
uma diversidade mais significativa de rochas, de naturezas comparação com as demais bacias da região de entorno da EE de
EE de Bananal, deve contribuir para a instalação de talvegue
plutônicas, metamorfismos regionais e vulcânicas, dentre as Bananal, o número de afloramentos é menor, e a presença de falhas
bem encaixados e vales em “V” com vertentes fortemente
quais estão xistos, charnockitos, metacalcários calcíticos, e sistemas de dobramentos também são menos significativas. Os
inclinadas, nas quais se desenvolvem cursos de pequena ordem
gnaisses, kinzigito e outras rochas calcissilicatadas. afloramentos, conforme observado nas outras bacias, compõem-se
que podem constituir sub-bacias de padrão dendrítico.
ARIRÓ Mencionasse ainda, a importante presença das zonas de de gnaisses acompanhados de biotitas, e, com menor destaque, 24,64 62,62 2,54 393,48 0,477
Os padrões dendrítico típico e dendrítico-treliça encontram situ
cisalhamento transcorrente nas bacias dos rios Paca Grande, ocorrem exposição de litologias extrusivas, basicamente formadas
nos altos e médios cursos do rio Bananal (FIGURA A), rio do
Bananal e Turvo, no sentido NE-SW. Mapeou-se na escala por basaltos. O final da zona de cisalhamento transcorrente que
Braço; e no entorno e interior da EE de Bananal (FIGURA B),
estadual duas faixas de falhas transcorrentes denominadas divide em duas porções a bacia do rio do Braço, atinge a bacia do
respectivamente.
de Zona de Cisalhamento do Paraíba do Sul (faz limite com o Ariró e, de maneira discreta, orienta os fluxos hídricos locais em
As sub-bacias dos rios Ariró e Turvo apresentam padrão
corpo granítico da Serra da Bocaina) e de Zona de superfície.
dendrítico nos médio e baixo setores, e sub-paralelo nos altos,
Cisalhamento Cubatão, ambas com origem na Serra da
nos quais os cursos apresentam direção preferencial e
Mantiqueira, responsáveis por orogenia regional brasiliana.
convergência.
Em termos teóricos, as regiões em que a hidrografia é marcada
por direções estruturais as quais, em geral, são determinadas
por diversidades de resistências do embasamento litológico
influenciada pela disposição de estruturas paralelas ou de
A bacia apresenta mais de 30 afloramentos significativos mapeados
feições tectônicas regionais e sub-regionais, é comum a rede de
entre rochas graníticas e metamórficas, todos em forma de cacimba
drenagem ser caracterizada por padrão em treliça.
ou poço distribuídos heterogeneamente ao longo do eixo longitudinal
Este padrão constitui-se de ângulos de confluência de 90º ou
PACA GRANDE da bacia. São marcantes as presenças de gnaisses, biotitas e 108,37 309,41 2,85 350,26 0,446
que tendem à perpendicularidade na junção. Também é feição
hornblenda próximo à saída da área de drenagem do rio Paca Grande.
comum em bacias em treliça que os rios de maior ordem se
Além desses, foram mapeados afloramentos leuco-graníticos, de
instalem em direções em feições tectônicas ou litológicas que
mica, xistos e granadas, mais próximos às cabeceiras.
determinam suas direções, como em falhas, por exemplo.
Este padrão encontra ocorrência nas cabeceiras dos rios Paca
Grande e São Pedro, ambos na bacia do rio Paca Grande
(FIGURA c).

284

Estação Ecológica de Bananal


Aspectos do meio físico, hidrográficos e morfométricos
DESCRIÇÃO GEOLÓGICA ATRIBUTOS MORFOMÉTRICOS
PADRÕES DE DRENAGEM E CARACTERÍSTICAS DENSIDADE DE COEFICIENTE DE
BACIA EXTENSÃO DOS FATOR DE
ASPECTOS GERAIS ASPECTOS ESPECÍFICOS GEOMORFOLÓGICAS ÁREA (km²) DRENAGEM MANUTENÇÃO (km-
CANAIS (km) FORMA
(km.km-2) 2/km)

Apresentando a menor dimensão aerolar dentre todas as bacias no


entorno imediato da UC abordadas neste estudo, a bacia hidrográfica
do rio Pirapitinga é a única que não apresenta em sua área a
ocorrência de sistemas de falhas significativos na escala de
mapeamento estadual. A despeito da direção axial da bacia, os fluxos
hídricos superficiais não apresentam direção preferencial de
PIRAPITINGA escoamento, com exceção de ocorrências localizadas em função de 15,83 35,76 2,25 442,66 0,721
intrusões e orientações litológicas restritas. Os afloramentos também
são menos abundantes quando comparadas às demais bacias, tendo
Além das unidades do complexo do Paraíba do Sul e do sido mapeados apenas três distribuídos não uniformemente e de
Granito da Serra da Bocaina, as bacias do Pirapitinga e do maneira desconcentrada ao longo da bacia. Suas formações
Braço dentro da região de entorno da EE de Bananal, intrusivas oriundas do complexo sideriano do Paraíba do Sul, são os
apresentam no extremo leste de suas áreas de contribuição principais responsáveis pelos afloramentos de granitóides na bacia.
o domínio do complexo proterozóico do Quirino. Datado do Com 20 afloramentos significativos, a bacia do rio do Braço apresenta
período Riaciano, o referido complexo possui sistema baixa variabilidade de rochas expostas, sendo que todas apresentam
geológico Isotópico Radiogênico e se compõem de litologia estrutura de foliação. Dentre a gama litológica são recorrentes
cristalina ígnea intrusiva, com granitos, quartizos dioritos e hornblendas, gnaisses acompanhados por biotitas e gabros. Com
Conforme mencionado para o rio Bananal, a bacia do rio do
granodioritos. menor número de ocorrências, também foram mapeados materiais
Braço, particularmente, nos setores de cabeceiras é marcada
afaníticos vulcânicos, como basaltos. A distribuição desses
pelos padrões dendríticos típico e dendrítco-treliça,
afloramentos ocorre caracteristicamente de maneira longitudinal,
BRAÇO observando-se ainda, a ocorrência no médio baixo trechos do 93,87 198,50 2,11 472,91 0,657
mais ou menos distribuído ao longo do eixo L-W da bacia. É marcante
rio principal, padrões dendrítico associado à planície semi-
ainda a presença de uma zona de cisalhamento transcorrente dextral
meandrante (incipiente) instalada sobre geologia critalina, à
orientada no sentido NE-SW, com origem na Mantiqueira. Esse
jusante da UC e pouco representativa no conjunto hidrográfico.
sistema de falha com origem na orogenia do planalto atlântico,
acompanha a orientação da estrutura geológica regional e aplica
importante controle estrutural sobre a direção dos fluxos e processos
hidrológicos superficiais.

FIGURA A – Trecho amostral de padrão dendrítico típico no alto curso da sub-bacia do rio FIGURA B – Trecho amostral de padrão dendrítico-treliça no alto curso da sub-baca do rio FIGURA C – Trecho amostral de padrão treliça nas cabeceiras do rio Paca Grande
Bananal. do Braço.

285

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE 3.6.D. Aspectos hidrodinâmicos - perfis longitudinais dos canais principais das bacias hidrográficas da Área de Abrangência e descrição sobre suas características morfológicas.
BACIA HIDROGRÁFICA PERIL LONGITUDINAL DESCRIÇÃO

O perfil longitudinal do canal principal da bacia hidrográfica do rio Bananal apresenta declividades de forte inclinação, variando de 80° a 45° no alto trecho
de drenagem, compreendido entre as altitudes de 1500m e 1390m. A evolução do perfil de montante à jusante aponta para um perfil que tende ao
equilíbrio morfológico, conformando um semi arco com declividades variando no sentido da suavização do terreno e aplainamento de áreas contíguas ao
canal e, portanto, caminhando para a limitação de processos morfogenéticos e ampliação da pedogênese e aprofundamento do manto de intemperismo,
além do alargamento de setores de planícies, intensificação da dinâmica de cheias e de deposição. Este setor é evidente abaixo dos 550m. Apesar de
BANANAL tratar-se de relevo dissecado, com vales profundo e encaixados, e certamente conter cachoeiras, corredeiras, o canal principal da bacia do Bananal não
(14,161 km) apresenta dentro do contexto de sua evolução espacial, rupturas marcantes de declividades. Nota-se, nas altitudes de 1380m e 1400m um degrau do
relevo, constituído de uma estreita superfície aplainada associada a uma quebra declividade e uma sucessão de rupturas de menor intensidade à jusante,
com destaque para as que se observa na altitude de 1000m e 900m. A partir das quais, há ocorrência de níveis aplainados intercalados com superfícies
escarpadas, denotando um intervalo de transição entre diferentes ambientes morfológicos próximos ao canal. A homogênea evolução do perfil entre
montante e jusante aponta para o papel significativo que desempenha a baixa diversidade litológica da qual se que compõem o substrato geológico da
bacia.

Também com orientação preferencial de escoamento ocorrendo de SW-NE e S-N, o perfil longitudinal do canal principal da bacia do rio Turvo apresenta
significativa semelhança com o primeiro perfil longitudinal descrito. Cabeceiras localizadas em setores fortemente escarpados da Serra da Bocaina, o alto
trecho da drenagem do rio Turvo é delineado por inclinações intensas que ultrapassam os 75° de declividade. Apesar de encontrar-se localizado, em sua
maior parte no planalto orogênico do atlântico, destacando-se suas unidades estruturais de maciços cristalinos orogênicos, o perfil longitudinal não contém
TURVO denunciadas rupturas significativas do relevo, muito embora é dedutível sua a existência de uma séries de quedas d’água, cachoeiras e corredeiras ao
(7,898 km) longo de seu leito. Tal característica pode estar associada à inexistência de variabilidade da estrutura geológica sobre a qual o canal se encaixa. Por outro
lado, neste perfil a transição entre ambientes de maior energia cinética do rio e de menor energia não é flagrante, e a existência de patamares aplainados
é discreta, demonstrando um distanciamento do perfil de equilíbrio fluvial. É importante notar a inexistência dentro da amplitude do gráfico de um setor
de planície bem definido, uma vez que, mesmo nas altitudes mais baixas mapeadas, em torno da cota de 500 m, há ocorrência de rupturas incomuns em
ambientes preferenciais de deposição, nos quais o canal escava seus próprios sedimentos.

O canal principal da bacia hidrográfica do rio Ariró apresenta perfil longitudinal cuja evolução pode ser destacada em quatro intervalos diferentes, os quais
estão intrinsecamente relacionados ao modelado articulado ao desenvolvimento do vale. O primeiro intervalo contempla a nascente e cabeceira de
drenagem, com declividades menos acentuadas (se comparadas às dos perfis anteriormente analisados). Em seguida, destaca-se um típico modelado de
desequilíbrio do canal, entre as altitudes de 1300m e 1550m, apontando para uma área da bacia com características geomorfológicas de vertentes mais
escarpadas, tendência de processos naturais mais intensos em direção à morfogênese, movimentos de solo e carreamento de materiais e, de maneira
ARIRÓ
geral, à instabilidade natural agravada. Este trecho é delineado pela ocorrência dentro do perfil longitudinal de modelado convexo. O terceiro momento a
(11,724 km)
ser destacado é subsequente a esse e possui inflexão exatamente contrária com tendência à concavidade do leito, e, em função disso, diminuição severa
da energia potencial e cinética, e menor capacidade de trabalho fluvial. A partir da altitude de 1500m em direção à jusante, o canal estabelece-se em
modelado menos dissecado, fluindo por superfícies aplainadas. Este quarto intervalo espacial denota menor capacidade de entalhe do rio e, por isso, é
marcado por desníveis menos acentuados no curso inferior do canal. À despeito destes quatro trechos demarcados e seus intervalos de transição ao longo
do perfil, knick points e rupturas abruptas de declividades são evidentes, apenas, nas altitudes de 1550m e1400m, que limitam à montante e à jusante,
respectivamente, o intervalo convexo do perfil.

286

Estação Ecológica de Bananal


BACIA HIDROGRÁFICA PERIL LONGITUDINAL DESCRIÇÃO

O perfil longitudinal do rio Paca Grande, ao contrário dos demais canais principais das bacias hidrográficas localizadas no entorno da UC, demonstra o
maior desequilíbrio natural, afastando-se do perfil esquemático de equilíbrio de um canal fluvial. À despeito da orientação e lineamento dos fluxos hídricos
em regiões serranas, a diversidade litológica habitual de unidades cristalinas submetidas à processos associados à orogenia como dobramentos,
falhamentos e lineamentos produzem relevos bem dissecados, com intervalos interfluviais mais estreitos e com forte tendência a processos
morfogenéticos, cujos resultados sobre os canais perenes são tipicamente traduzidos em intensas e sucessivas rupturas de declividade, para além daquelas
PACA GRANDE
localizadas nos altos cursos dos rios e próximos às cabeceiras. São facilmente identificadas quatro importantes rupturas de declividade que indicam o grau
(27,004 km)
de fragilidade natural envolvida pela bacia do rio Paca Grande: um entre 1550m e 1500m; outra entre 1480m e 1400m; uma terceira e mais significativa
dentro do perfil que se alonga em aproximadamente 200m de altura, indo de 1380m e 1180m; e a última e mais breve que decai de 1170m para pouco
mais de 1100m. Essas sucessivas rupturas sugerem um desequilíbrio do canal fluvial, e obriga a ocupação humana se vincular inevitavelmente a um
planejamento territorial mais rigoroso e voltado, prioritariamente, ao desenvolvimento de anteparo de impactos ambientais nesta bacia, dado seu grau
de fragilidade natural apresentado apenas pelo perfil.

Diferentemente das bacias do rio Bananal e rio do Turvo que possuem seus fluxos vertendo no sentido SW-NE e S-N, a bacia do rio Ariró, apresenta com
maior evidência rupturas de declividade mais salientes, intervalos de declividade intensos e sucessivos trechos de convexidade do canal, interrompidos
pelo início de outro trecho convexizado. Não são recorrentes superfícies aplainadas ou com tendência de aplainamento, com exceção de estreitos trechos
PIRAPITINGA
com poucos menos de uma dezena de metros de extensão localizados próximos à cabeceira ou antecedendo rupturas de declividade à jusante da cota de
(5,658 km)
750m. O perfil longitudinal do canal principal da bacia do rio Ariró demonstra desequilíbrio do canal fluvial e importante tendência à processos naturais
de morfogênese, escorregamentos, carreamento de material superficial deslocamento de blocos graníticos, intenso escoamento superficial e
subsuperficial, e incipiente desenvolvimento de manto pedológico, que facilitam os movimentos coletivos de solo.

O perfil longitudinal do rio principal da bacia hidrográfica do rio do Braço aproxima-se de um perfil de equilíbrio fluvial, com altas declividades no alto curso
do rio, próximo às cabeceiras de drenagem, tendência à concavidade do perfil no médio curso sem importantes rupturas de declividade ao longo desta
transição; e considerável tendência ao aplainamento no curso inferior do rio, conformando a planície de inundação do mesmo. Ainda que o perfil
longitudinal do rio principal da bacia do Braço apresente traços marcantes de um canal em equilíbrio, não é imediata a correlação com o estado de
BRAÇO estabilidade ambiental e baixos níveis de fragilidade natural, dado que, considerando o substrato geológico sobre o qual está instalada a rede de drenagem
(16,355 km) da bacia e as características geomorfológica da província serrana da Serra da Bocaina, particularmente aquelas relativas aos processos que se desenvolvem
nas vertentes, espera-se que a instabilidade potencial fomentada pela tendência à morfogênese, constitua uma paisagem naturalmente frágil na bacia
hidrográfica, sobre a qual, a realização de qualquer interferência submete a dinâmica do ambiente à maior instabilidade, podendo agravar os processos
morfogenéticos originalmente em curso (que ocorrem em taxas de equilíbrio natural) e disparar eventos espasmódicos, alteração de dinâmicas naturais e
promover mudanças que ampliem os riscos aos agrupamentos humanos e ao equilíbrio ecológico.

287

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE 3.6.E. Regime anual da precipitação no posto D1-026 (Bocaina), entre 1984 e
2002 (foram considerados apenas os 18 anos completos).

APÊNDICE 3.6.F. Evolução mensal da precipitação no ponto D1-026 (Bocaina), separação


entre período úmido (outubro a março) e seco (abril a setembro).

288

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE 3.6.G. Precipitação anual entre 1939 e 2004 no ponto D1-001 (Bananal). As
barras de tons de azul escuro representam o intervalo de dados sobre o qual os dados de
balanço hídrico foram calculados.

APÊNDICE 3.6.H. Regime pluviométrico mensal no Ponto D1-001.

289

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE 3.6.I. Valores mensais de precipitação (mm), ETP (evapotranspiração
potencial), ETR (evapotranspiração real), déficit e excedente hídrico entre o período de
1941 e 1961 (dados obtidos diretamente do Departamento de Física e Meteorologia da
ESALQ-USP).

Mês Precipitação (mm) ETP (mm) ETR (mm) Défict (mm) Excedente (mm)
Janeiro 260,0 134,6 134,6 0,0 125,4
Fevereiro 225,0 123,7 123,7 0,0 101,3
Março 211,0 124,6 124,6 0,0 86,4
Abril 65,0 88,1 85,7 2,5 0,0
Maio 38,0 64,9 56,7 8,2 0,0
Junho 29,0 50,6 40,8 9,8 0,0
Julho 19,0 50,4 32,2 18,2 0,0
Agosto 25,0 66,1 37,0 29,1 0,0
Setembro 50,0 80,3 56,2 24,1 0,0
Outubro 118,0 101,0 101,0 0,0 0,0
Novembro 167,0 111,4 111,4 0,0 0,0
Dezembro 218,0 128,4 128,4 0,0 79,6
Total 1425,0 1124,2 1032,3 91,9 392,7

APÊNDICE 3.6.J. Balanço hídrico-climatológico ao longo de um ano médio.

290

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE 3.6.K. Apresenta as áreas das bacias, as coordenadas (X,Y) da saída da bacia, a
longitude do meridiano central, as vazões de longo termo e mínimas, e as precipitações
médias calculadas pela regionalização hidrológica estadual.

COORDENADA DA FOZ (UTM) Vazões (m³/s)


BACIA ÁREA (km²) Pp (mm)

X Y QLT Q7-10 Q7-50


BANANAL 56,94 567320,00 7488930,91 1,624 0,54 0,486 1814,1
TURVO 23,02 570643,35 7488365,53 0,694 0,231 0,208 1891,9
PIRAPITINGA 15,83 572425,63 7486312,78 0,503 0,167 0,151 1945,1
BRAÇO 93,87 571129,28 7474959,25 3,686 1,226 1,103 2182,2
ARIRÓ 24,64 565353,90 7472553,09 0,94 0,312 0,281 2146,1
PACA GRANDE 108,37 556981,57 7470149,57 3,802 1,264 1,138 2049,3

APÊNDICE 3.6.L. Disponibilidade Hídrica por bacia hidrográfica da Área de Abrangência

BACIA ÁREA (km2) Disponibilidade Hídrica (m³/s)

BANANAL 56,94317 0,27


TURVO 23,0287 0,1155
PIRAPITINGA 15,83156 0,0835
BRAÇO 93,87663 0,613
ARIRÓ 24,64059 0,156
PACA GRANDE 108,3732 0,632

APÊNDICE 3.6.M. Áreas (km²) de cada domínio de declividade por bacia hidrográfica
existente ao redor da EE de Bananal.
ÁREAS DE 25° A 45° ÁREAS SUPERIORES A 45°
BACIA ÁREA (km²) DE INCLINAÇÃO DE INCLINAÇÃO
km² % km² %
BANANAL 56,94 18,59 32,65 1,56 2,74
TURVO 23,03 7,74 33,63 0,82 3,58
PIRAPITINGA 15,83 5,91 37,32 0,56 3,52
BRAÇO 93,88 23,18 24,69 1,49 1,58
ARIRÓ 24,64 6,01 24,39 0,27 1,12
PACA GRANDE 108,37 21,79 20,11 0,92 0,85

APÊNDICE 3.6.N. Áreas (km²) de cada domínio por bacia hidrográfica da área de estudo
DOMÍNIO VEGETADO DOMÍNIO NÃO VEGETADO
BACIA ÁREA (km²)
km² % km² %
BANANAL 56,94 35,04 61,53 21,90 38,47
TURVO 23,03 8,87 38,53 14,16 61,47
PIRAPITINGA 15,83 7,15 45,19 8,68 54,81
BRAÇO 93,88 82,08 87,44 11,79 12,56
ARIRÓ 24,64 23,57 95,67 1,07 4,33
PACA GRANDE 108,37 102,30 94,39 6,07 5,61

291

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE 3.6.O. Áreas (km²) dos usos incompatíveis em setores de 25° a 45° e de setores
acima de 45° por bacia hidrográfica da área de estudo
USO INCOMPATÍVEL EM ÁREAS DE 25° USO INCOMPATÍVEL EM ÁREA DE
ÁREA A 45° DE INCLINAÇÃO INCLINAÇÃO SUPERIORA 45°
BACIA
(km²)
Km² % km² %
BANANAL 56,94 28,80 50,58 0,36 0,63
TURVO 23,03 7,17 31,15 0,40 1,75
PIRAPITINGA 15,83 5,64 35,61 0,44 2,77
BRAÇO 93,88 3,84 4,09 0,13 0,14
ARIRÓ 24,64 0,91 3,69 0,00 0,01
PACA GRANDE 108,37 2,07 1,91 0,02 0,02

292

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE 3.6.P. Localização dos pontos de levantamento de campo (qualidade e quantidade de água).

293

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE 3.6.Q. Características Gerais dos Pontos de Coleta.

P1 – Córrego dos Coqueiros P2 – Rio das Cobras P3 – Rio Invernada P4 – Córrego do Rufino (FIGURA 21)
Antes de desaguar no Rio das Cobras. Próximo ao centro de
Localização Antes de receber a foz do córrego dos Coqueiros. Confluência com o rio das Cobras. No limite da EE de Bananal
visitantes da UC;
Com estrato arbustivo denso e presença marcante de vegetação
gramínea, deve ser destacado no entorno do ponto P4 a estrada
Ao lado do P1 seu entorno imediato é similar ao descrito no ponto
e a ponte que são acessos à EE de Bananal. As matas ciliares
Mata ciliar arbórea e arbustiva em avançado grau de anterior, com mata ciliar recomposta em alto nível de Distante 100 m de P1, o rio invernada à altura do local de coletas
Entorno estão presentes em estado de regeneração, todavia, é
regeneração. Fitofisionomia de mata atlântica de influência fluvial regeneração, com presença de estratos arbóreos e arbustivos apresenta mata ciliar densa em alto nível de regeneração, com
Imediato importante mencionar que à margem esquerda há estação
pouco alterada e sem interferências diretas. densos. Os níveis de impacto local em seu entorno imediato são presença de estratos arbóreos alto e médio, e arbustivo.
ecológica e grau de preservação maior em relação à margem
mínimo ou inexistente.
direita, onde há uma chácara e presença de animais domésticos
e modestas criações de pequeno porte (galinhas e patos).
Constituído de blocos graníticos, seixos rolados de variados
diâmetros e formatos conformando corredeiras, stream flows,
rupturas de nível de base com pequenas quedas d’água.
Presença marcante de areias e sedimentos não consolidados,
configurando situação excepcional considerando as situações
Constituído majoritariamente por tamanhos variados de
habituais dos córregos, ribeirões e rios de altitude da província Típico de regiões serranas constitui-se por fragmentos de rochas
Apresenta-se similar ao encontrado no córrego dos Coqueiros fragmentos de rochas, seixos rolados e blocos graníticos. Há
serrana do planalto orogênico do Brasil de sudeste. A presença de variados tamanhos, seixos rolados e blocos graníticos. No
basicamente conformado por fragmentos de rochas, blocos intercalação entre aglomerados de blocos graníticos que formam
Assoalho Fluvial destes materiais deposicionais sugere ocorrência de processos trecho da seção de vazão não há intercalação entre soleiras e
graníticos e seixos, todavia há presença marcante de areias e soleiras (FIGURA 19) e remansos com predomínio de areias e
erosivos superficiais à montante com produção de materiais remansos, de maneira que a maior parte é constituída de
materiais não consolidados, forrando o assoalho fluvial. outros materiais não consolidados (FIGURA 20), que tiveram sua
sedimentares que pode ser potencializada conforme os usos materiais grosseiros e rochas expostas.
deposição facilitada pela menor turbulência hidráulica.
realizados nos trechos mais elevadas do córrego. Este cenário
aponta para uma fragilidade do meio à montante e para uma
susceptibilidade do córrego dos Coqueiros que pode vir a sofrer
com assoreamento do canal, principalmente em sazonalidade
chuvosa.
Talvegue com profundidade irregular devido ao seu assoalho, e
com larguras variando entre poucos centímetros e alguns metros,
A seção de vazão no momento da coleta possuía superfície da Na seção de vazão no período coletado apresentou superfície da
com controle de fluxos orientado pelos fragmentos de rochas e Semelhante ao P3, no rio Invernada, a seção do córrego do
lâmina d’água de 200 cm de largura e cotas variando entre 23 e 3 lâmina d’água de 450 cm de largura e cotas variando entre 50 e 8
Formato do blocos graníticos presentes no rio. No período coletado a seção Rufino possui 210 cm de largura no período seco, e
cm de altura, levemente irregular em formatos de trapézios, em cm de altura, levemente irregular, em formatos trapezoidal e
Canal molhada apresentou largura de superfície de 210 cm e profundidades variando entre 10 e 38 cm, sendo as menores nas
virtude, essencialmente, da presença de blocos graníticos e retangulares, em virtude, essencialmente, da presença de blocos
profundidades entre 2,3 e 39 cm, com menores cotas nas proximidades das margens e as maiores no centro do córrego.
fragmentos de rochas. graníticos e fragmentos de rochas.
proximidades das bordas e maiores no centro do talvegue,
resultando em seção trapezoidal.
Neste trecho do córrego o vale não é fechado como aqueles
Apesar do acentuado controle litológico sobre o Formato do observados nos pontos anteriores, e apresenta alguns patamares
Canal e na constituição do assoalho fluvial, o vale em “V” planos possíveis de serem observados na estação seca. São
Vale em “v” com vertentes fortemente inclinadas e presença de Vale em “v” com vertentes fortemente inclinadas e presença de
presente na região é suavizado, as vertentes tornam-se menos destacado um primeiro patamar baixo, aproximadamente 50 cm
blocos graníticos e matacões expostos. A drenagem na maior blocos graníticos e matacões expostos. A drenagem na maior
inclinadas e destaca-se nas redondezas do ponto de coleta uma acima da superfície do rio, e estreito, com espessura variando
Modelado do parte é encaixada no talvegue, e o vale é entremeado por parte é encaixada no talvegue, e o vale é entremeado por
planície fluvial formada entre o rio Invernada e o rio das Cobras, entre alguns centímetros a um metro, próximo do leito. E outro,
Vale planícies fluviais estreitas e confinadas, com tendência de planícies fluviais estreitas e confinadas, com tendência de
com alguns metros de largura, podendo ser notado em campo, mais amplo e mais alto (acima de um metro do rio no período
espraiamento na confluência entre o córrego dos Coqueiros e o espraiamento na confluência entre o córrego dos Coqueiros e o
presença de um patamar plano e mais elevado, o qual segundo seco), confinado entre os morros presente na redondeza e onde
Rio das Cobras. Rio das Cobras.
relato dos trabalhadores da EE de Bananal, fica encharcada e, estão instaladas algumas chácaras e parte da estrada que é
eventualmente, submersa em períodos de vazões maiores. acesso à sede da EE de Bananal e às outras propriedade do
entorno.
Turbulência constante com intervalos de remanso à montante de Turbulência constante com intervalos de remanso à montante de Turbulenta em função das rochas e seixos à montante do ponto
Características
soleiras e quebras do nível de base. A existência de areias e soleiras e quebras do nível de base. Há areias e outros materiais Turbulenta em função das rochas e seixos à montante do ponto de coleta. Vale pontuar que a coleta dos parâmetros de
da superfície de
outros materiais não consolidados no assoalho fluvial colabora não consolidados no assoalho fluvial colabora com estabilidade de coleta. qualidade da água realizada em campo ocorreu em trecho a
água
com estabilidade relativa da superfície do córrego. relativa da superfície do córrego. alguns metros à montante da estrada e da ponte.

A B

A. Soleira a montante da seção da qual mediu-se a vazão.B. Vista para jusante do córrego do Rufino, momento da medição da
Procedimento de medição de velocidades para obtenção do dado Rio das cobras à montante da confluência com o córrego dos Remanso em inflexão hidrográfica à montante da soleira da qualidade da água. Assoalho fluvial com predominância de
de vazão instantânea. Seção molhada do canal considerada no Coqueiros. Trecho considerado para análise de qualidade de Figura A. matacões, blocos e de cascalhos e seixos. Ao fundo passagem
ponto 1. água e levantamento da vazão instantânea. viária por ponte que dá acesso à EE de Bananal.

294

Estação Ecológica de Bananal


P5 – Rio das Cobras (FIGURA 22) P6 – Rio da Pedra Vermelha (FIGURA 23 P7 – Rio Barbosa (FIGURA 24) P8 – Rio da Divisa (FIGURA 25)
Localização À montante da Estação Ecológica de Bananal. No interior da EEB próximo à confluência com o rio Barbosa à montante da foz do rio da Pedra Vermelha, no interior da UC. Á jusante da Estação Ecológica, porém com nascentes dentro da UC
Nas proximidades do ponto de coleta, por ser uma passagem de veículo,
há presença de três compartimento que merecem ser destacados pois
podem influenciar nos dados de qualidade e quantidade de água. Um
Integrando a sub-bacia do córrego do Barbosa, o rio da Pedra Vermelha se
primeiro, presente à montante e à jusante da seção exata onde se
Distando aproximadamente 1 km da sede da UC, a vegetação ciliar está localiza no trecho leste da EEB, o ponto P5 dita 5 km da sede e 400 metros do Com distâncias similares às registradas em P6, o ponto P7 apresenta
coletou os dados, no qual há preservação de mata ciliar, e regeneração
totalmente preservada, com alto grau de regeneração em todos os limite da estação em linha reta. Afastado, o entorno imediato do rio da Pedra características de preservação equivalentes às mencionadas para o
Entorno Imediato em evolução de vegetação arbórea. No local de coleta, a margem
estratos presentes. O mesmo pode ser dito à cobertura vegetal presenta vermelha, a cobertura vegetal é composta por estrato arbóreo e arbustivo ponto anterior, com estratos arbóreos e arbustivos densos com níveis de
esquerda se caracteriza pela presença de gramíneas e Araucárias, sem
nas encostas íngremes das vertentes. densos, em alto grau de preservação e regeneração, e mata ciliar regeneração avançados, e mata ciliar recomposta.
intercalação com outras espécies vegetativas. À direita do canal, há
reconstituída.
gramínea e, esparsos e reduzidos, pontos de solo exposto, cuja presença
em virtude da passagem de veículo, aparentemente, pouco influencia as
característica do corpo hídrico, em particular sua qualidade
Fragmentos de rochas de variados tamanhos, seixos rolados, blocos
Típico de regiões serranas constitui-se por fragmentos de rochas de
Comuns em regiões de serras, fragmentos de rochas de variados tamanhos, graníticos e rochas expostas constituíram os principais materiais do
variados tamanhos, seixos rolados, blocos graníticos e rochas expostas. Também constituído de fragmentos de rochas, em função de ser rota de
seixos rolados, blocos graníticos e rochas expostas são os principais assoalho deste canal, além da presença de alguns materiais finos e não
Há intercalação entre trechos com aglomerados de blocos graníticos e passagem de veículos, é notável a inexistência de blocos graníticos e
Assoalho Fluvial constituintes deste canal. Não se verificou, no trecho percorrido à montante e consolidados, como areias de diversos diâmetros. As constantes quebras
fragmentos de rochas, onde há a formação de soleiras, e remansos com fragmentos maiores, sendo o assoalho constituído, majoritariamente, por
à jusante da seção de onde se obteve a vazão, setores com remansos ou do canal fluvial formam corredeiras, pequenas quedas d’água,
presença marcante de areias e outros materiais não consolidados, seixos rolados e areias de variados diâmetros
menor turbulência hidráulica. afunilamento e espraiamento do fluxo hídrico, e remansos estreitos,
particularmente localizados à montante das rupturas do canal.
variando entre alguns metros de largura.
No trecho da seção molhada onde se obteve a vazão o talvegue tem No trecho da seção molhada onde se obteve a vazão o talvegue tem
profundidades variadas e leito irregular. Com 75 cm de largura, a profundidades variadas e leito irregular, composto por bloco graníticos, seixos No local onde se obteve a vazão, o talvegue apresentou profundidades A seção onde se obteve a vazão pode ser considerada regular, com
presença de rochas maiores no assoalho faz com que haja bifurcação e rolados e outros materiais grosseiros, com pequena participação de areias e variadas e leito irregular. A largura superficial da lâmina foi de 230 cm, no formato que pode ser esquematicamente aproximado à um trapézio. A
Formato do Canal afunilamento do fluxo, intensificando sua velocidade e aumentando o materiais mais finos. A largura superficial no momento da coleta foi de 135 cm momento da coleta, e as profundidades estiveram entre 39 e 7 cm, superfície da seção molhada medida era de 70 cm de largura, e as
volume de escoamento em algumas divisões da seção. O talvegue neste e as profundidades variaram entre 24 e 13 cm, sendo que não configura uma configurando uma seção não trapezoidal, com as cotas maiores profundidades variaram entre 5 e 17,5 cm, com as menores cotas
caso teve profundidades variando entre 2 e 41 cm, sendo que alguns das seção trapezoidal, em virtude de cotas relativamente mais altas nas bordas do localizadas nas divisões à direita do canal. presentes nas bordas do córrego
maiores cotas encontradas estavam encostadas à margem do rio. rio.
De maneira geral, pode-se afirmar que o vale é irregular, com vertentes
íngremes de acentuados declives à esquerda do canal. As margens ao lado
direito do canal foram percorridas desde o ponto de coleta até a saída do rio Vale em “V”, com drenagem encaixada e vertentes íngremes, com
do Córrego do Barbosa da Estação Ecológica, e não foram verificados morros desenvolvimento mamelonar incipiente, destacando-se a encosta
e vertentes nas proximidades do córrego, de maneira que, de modo geral, há localizada à esquerda do rio Barbosa, onde se constatou rochas expostas Diferentemente da maior parte dos outros rios analisados, o córrego da
Vale em “V”, com drenagem totalmente encaixada, sem qualquer
a configuração de um patamar amplo e plano, na qual fora observada alta e matacões. Apesar da proximidade do rio da Pedra Vermelha, o rio divisa, no ponto onde se obteve os dados de vazão e qualidade da água,
Modelado do Vale espraiamento do vale, e vertentes com inclinações fortemente inclinadas,
densidade de pontos alagados, setores encharcados e numerosos caminhos Barbosa não possui patamares de planícies. Neste rio, tais feições está localizado na planície do rio Barbosa, na qual foram observados
sem suavização entre o topo do morro e o rio.
fluviais intermitentes, que constantemente se bifurcam e, à jusante, constituem tornam-se mais importante à medida que o rio Barbosa recebe a foz do pontos alagadiços e brejos, corpos lênticos e cursos pluviais intermitentes
um único caminho fluvial. Alguns destes pequenos cursos intermitentes rio da Pedra Vermelha e outros tributários, e segue em direção à saída da
apresentaram, inclusive, fragmentos de rochas e seixos rolados de variados Estação Ecológica.
tamanhos, denunciando um importante trabalho fluvial desempenhado por
este corpo hídrico intermitente.
Em função da menor irregularidade constatada no assoalho fluvial e em
Turbulenta à montante da seção registrada na vazão, em função das
função da menor presença de rochas expostas e matacões, devido à
rochas e seixos à montante. Neste caso, é importante mencionar que a
Características da Turbulenta à montante da seção registrada na vazão, em função das rochas e feição geomorfológica onde se encontra o ponto de coleta, a lâmina
Turbulenta em função das rochas e seixos à montante do ponto de coleta densidade de fragmentos maiores de rochas no leito dificultou a
superfície de água seixos à montante, porém com relativa suavização da lâmina d’água era menos turbulenta em relação às demais, sendo brevemente
identificação de uma seção molhada da qual pudesse ser obtido o dado
movimentada por alguns fragmentos de rochas que emergiam à
de vazão
superfície e em função dos seixos que forravam o assoalho.

Vista do córrego do Barbosa em trecho à jusante do ponto 9 selecionado Rio da divisa à altura da seção molhada considerada na obtenção da
Vista do córrego das Cobras à montante do local selecionado para Rio da pedra vermelha. Vista para montante do local selecionado medição de para obtenção dos dados de vazão e qualidade da água. Evidências de vazão. Observa-se à montante e jusante mata ciliar em estágio médio de
medição de vazão. Trecho com corredeiras e importante quantidade de qualidade de água e vazão. Uso do entorno totalmente preservado, com mata processos de movimentos de massa e mobilização de material grosseiro regeneração, contudo, é predominante, no trecho próximo ao local de
blocos e afloramentos graníticos. ciliar em estágio avançado de regeneração ou mata primária. em função da deposição de corpos graníticos em matacões e blocos no medição, a presença de gramíneas e alguns reflorestamentos por pinus
assoalho fluvial. na planície alveolar.

295

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE 3.6.R. Pontos de coleta, horário das medições e resultados dos parâmetros levantados.
Coordenadas UTM Altitude Temperatura Oxigênio Temperatura Condutividade
Ponto Corpo d´água Data Hora pH
(SAD69 - fuso 23S) (m) (ºC) Dissolvido (mg/L) (ºC) Elétrica (µS/cm)
564.791 /
1 Córrego dos Coqueiros 7/9/2011 14:00 1.119 14,5 7,37 12,4 10,86 5,87
7.477.770
564.791 /
2 Rio das Cobras 7/9/2011 14:15 1.119 15,3 7,87 13,6 10,96 6,60
7.477.770
564.780 /
3 Rio Invernada 7/9/2011 14:25 - 16,9 7,75 14,7 11,38 6,54
7.477.703
564.535 /
4 Córrego do Rufino 7/9/2011 14:35 1.120 16,0 7,50 15,3 10,08 6,61
7.477.721
564.384 /
5 Rio das Cobras 6/9/2011 16:15 1.174 - - 13,6 10,63 5,99
7.478.469
567.642 /
6 Rio da Pedra Vermelha 7/9/2011 09:45 1.147 13,4 6,98 14,1 11,92 5,91
7.479.742
567.642 /
7 Rio Barbosa 7/9/2011 10:15 1.147 13,4 6,89 14,2 12,33 6,34
7.479.742
567.359 /
8 Córrego da Divisa 1 7/9/2011 11:00 1.141 14,8 6,63 15,3 13,14 6,33
7.479.140
567.312 /
9 Córrego da Divisa 2 7/9/2011 11:25 1.117 14,6 7,28 15,3 13,53 6,44
7479113
567.259 /
10 Córrego da Divisa 3 7/9/2011 11:35 1.114 18,6 6,56 18,9 13,95 -
7479046
567.469 /
11 Fonte Roquete Pinto 7/9/2011 12:10 1.104 16,7 6,50 17,3 21,3 5,45
7.476.537
12 Captação da Sede da UC 7/9/2011 14:00 -------------------- 15,9 4,77 16,6 9,61 6,04
Obs. Não foram realizadas as análises de turbidez em função de problemas no turbidímetro

296

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE 3.6.AR. Olho d’água protegido por cúpula de concreto (Fonte Roquete Pinto).

A B
APÊNDICE 3.6.AS. Entorno próximo da captação da sede (a) e detalhe do recobrimento
da caixa d’água e da condição de armazenamento (b).

APÊNDICE 3.6.T. Vazões instantâneas medidas em 9 pontos na EE de Bananal durante


campanha no período seco.
Área Drenada % dentro da UC Cota Vazão
Ponto Bacia hidrográfica Local Data
(ha) (ha) cm L/s
100%
P1 Rio das Cobras Córrego dos Coqueiros 6/9/11 226,58 11,6 30,5
226,58 ha
Rio das Cobras 7,42%
P2 Rio das Cobras 6/9/11 664,14 16,0 116,9
(à jusante da sede) 49,27 ha
0,89%
P3 Rio das Cobras Rio Invernada 6/9/11 661,18 27,7 115,9
5,86 ha
0,00%
P4 Rio das Cobras Córrego do Rufino 6/9/11 267,35 19,1 49,3
0,00 ha
Rio das Cobras 0,00%
P5 Rio das Cobras 6/9/11 614,88 27,4 78,5
(à montante da UC) 0,00 ha
100%
P6 Córrego do Barbosa Rio da Pedra Vermelha 7/9/11 208,69 18,5 24,8
208,69 ha
100%
P7 Córrego do Barbosa Rio Barbosa 7/9/11 339,36 18,4 49,0
339,36 ha
28,92%
P8 Córrego do Barbosa Córrego da Divisa 7/9/11 36,27 10,3 5,1
10,49ha
0,00%
P9 Córrego do Barbosa Córrego da Divisa 2 7/9/11 42,55 4,7 4,3
0,00ha

297

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE 3.6.U. Vazões de longo termo (QLT) e mínimas de sete dias consecutivos com tempo retorno de 10 e 50 anos (Q7,10 e Q7,50) paras as sub-
bacias das regiões de entorno e internas à UC. São descritas as posições da sub-bacia em relação aos limites da UC. As linhas em verde claro são
relativas às áreas de contribuição totalmente inseridas na UC; em verde escuro estão as bacias localizadas em sua maior parte fora da UC, porém
com algumas áreas de cabeceiras dentro da EE; em azul escuro contemplam-se as bacias com nascentes e área de drenagem em sua maior parte
localizada fora da UC, mas que influem para ela (bacias que influem); e, por último, em azul claro destaca-se a contribuição da bacia do rio das
Cobras considerando toda sua área, tanto aquela que influi para a EE, quanto aquela que eflui dela.

Coordenada da saída Precipitação Q7,10 Q7,50


Numeração Sub-Bacia Área (km²) QLT (m³/s)
x y (mm) (m³/s) (m³/s)
Barbosa e Pedra Vermelha
1 5,7080 567572,471 7479551,693 2034,3 0,198 0,066 0,059
(jusante da UC)
2 Pedra Vermelha (dentro da UC) 2,0869 567630,494 7479903,702 2034,3 0,072 0,024 0,022
3 Barbosa (dentro da UC) 3,3936 567630,494 7479903,702 2034,3 0,117 0,039 0,034
4 Divisa 1 (fora da UC) 0,3627 567395,647 7479168,761 2056,7 0,013 0,004 0,004
5 Divisa 2 (fora da UC) 0,4255 567292,276 7478995,614 2056,7 0,015 0,005 0,004
6 Coqueiros (dentro da UC) 2,2658 564769,059 7477769,582 2045,9 0,079 0,026 0,024
7 Rufino (montante) 2,6735 564507,895 7477699,434 2045,9 0,094 0,031 0,027
8 Invernada (montante) 3,8335 564488,256 7477652,79 2045,9 0,0134 0,045 0,04
9 Cobras (montante) 6,1479 564515,26 7478413,823 2023,9 0,211 0,07 0,063
10 Cobras (jusante) 15,6452 564797,579 7477461,305 2045,9 0,547 0,182 0,164

298

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE 3.6.V. Paisagens Singulares na EE de Bananal

Primeira queda da sequência de sete saltos no rio das Cobras. Trecho à montante da
EEB. Desnível aproximado de 12 metros.

Vista geral do último salto (aproximadamente 12m) da sequência denominada sete Terceira queda (vista lateral) da sequência de sete saltos no rio das Cobras. Trecho
quedas e sua área de visitação. A ruptura do nível de base e a exposição de parte de à montante da EEB.
laje granítica constitui um dos pontos turísticos mais importantes da UC tanto para
contemplação quanto para recreação direta

Quarta queda da sequência de sete saltos no rio das Cobras e amplo remanso
utilizado pelos frequentadores como piscina natural. Trecho à montante da EEB

Segunda queda da sequência de sete saltos no rio das Cobras. Trecho à montante
da EEB. Desnível aproximado de 7 metros.

Sexta queda da sequência de sete saltos no rio das Cobras. Desnível aproximado de
10 metros

299

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE 3.6.X. Elenca as ações de manejo e suas especificidades para a gestão. Elas foram apontadas com base no diagnóstico realizado pelo
sub-módulo de recursos hídricos
Ações Objetivo Localização Indicador Prazo
Estimar a quantidade de água subtraída do rio
Realizar triagem das captações de água Propriedades, edificações e estruturas
das Cobras e de seus afluentes à montante da Número de captações (regulares e irregulares). Imediato.
presentes nas sub-bacias. agropastoris localizadas na sub-bacia.
EE de Bananal.
Realizar triagem de lançamentos de
Ajustar e monitorar a utilização dos cursos Propriedades, edificações e estruturas Número de lançamentos (regulares e
efluentes in natura nos cursos da bacia Imediato.
perenes como depositários de efluentes. agropastoris localizadas na sub-bacia. irregulares)
do rio das Cobras.
Regularizar o uso dos recursos hídricos à
Solicitar a regularização dos direitos de
montante da UC, validando ou revogando por Rio das Cobras e seus afluentes. Número de outorgas. Médio.
uso e captações e lançamentos.
meio de outorgas as utilizações das águas.
Eliminar fontes de contaminação da Manter a qualidade das águas da sub-bacia do
Fiscalização ambiental e monitoramento
água derivadas dos usos agropastoris e rio das Cobras e garantir que sejam obtidos Rio das Cobras e seus afluentes. Médio a longo.
hidrológico da qualidade das águas.
domésticos. parâmetros de referência quando monitorada.
Plano de manejo da APA municipal da Bocaina.
Evitar riscos de incêndio e seus danos sobre as Propriedades localizadas na bacia do rio Desenvolvimento e consolidação de brigada de
Adotar medidas preventivas e
águas da Zona de Amortecimento e da UC. Bananal e vertentes presentes na APA incêndios, defesa civil e grupo de moradores Imediato.
mitigatórias dos incêndios sobre pastos.
Mitigar os impactos sobre os recursos hídricos. municipal da Bocaina. organizados. Criação de "disque-denúncia” e
outros mecanismos de prevenção.
Em todas as Zonas da UC e em
Adotar medidas preventivas e Evitar riscos de incêndio e seus danos sobre as
propriedades à jusante, Programas de proteção da UC e organização
mitigatórias dos incêndios sobre águas da UC. Mitigar os impactos sobre os Imediato.
particularmente aquelas localizadas à com os proprietários vizinhos à Estação.
Florestas na EE de Bananal. recursos hídricos.
sul, sudeste e leste da Estação.
Identificar e mapear áreas em que Reduzir os impactos de usos incompatíveis Monitoramento do uso do solo e denúncias de
ocorram desmatamento de matas sobre a qualidade das águas e evitar a Propriedades à montante da EE em desrespeito à legislação ambiental, sobretudo
Imediato.
ciliares, ocupação de zonas ripárias e deflagração de processos erosivos à montante todas as sub-bacias do rio das Cobras. no que se refere às APPs, em suas diversas
desrespeito ao código florestal. da UC. modalidades.
Recuperara as matas ciliares, APPs e Combater os impactos sobre as águas da UC Propriedades à montante da EE
cursos d'água à montante da UC quando oriundos das atividades agropastoris ou outros localizadas nas sub-bacias do córrego
TACs com os proprietários. Médio.
identificados o desrespeito à legislação usos, que realizem desmatamento de das Cobras, rio da Invernada e córrego
ambiental vigente. vegetação nativa às margens dos canais. do Rufino.
Cumprimento à legislação ambiental
Proporcionar melhoria no funcionamento Propriedades à montante da EE
vigente quanto a averbação de reserva TACs com os proprietários. Médio a longo.
hidrológico dos solos e proteção superficial, localizadas nas sub-bacias do córrego
legal nos imóveis rurais.

300

Estação Ecológica de Bananal


Ações Objetivo Localização Indicador Prazo
evitando a deflagração de processos erosivos, das Cobras, rio da Invernada e córrego
contribuindo para a estabilidade do meio. do Rufino.
Cessar e evitar a deflagração de processos
Recuperar pontos de erosão superficial
erosivos, carreamento e deposição de Estrada do Ariró que conecta a SP-247 à Número de solapamento do talude da estrada
ao longo da estrada. Do Ariró e Imediato.
sedimentos em cursos d'água à montante da EE de Bananal. e áreas de deposição e assoreamento.
conservação da via.
UC.
Evitar a degradação dos recursos hídricos e
Estabelecer maneiras de controle e Quatro primeiros saltos da cachoeira
impacto sobre o meio físico à montante da UC; Ordenação da visitação, número de punições e
fiscalização à visitação e práticas de sete quedas na sub-bacias do rio das Imediato
e inibir a deflagração de processos erosivos em grau de conscientização dos usuários.
banho em setores à montante da UC. Cobras.
função de práticas de laser inadequadas.
Propor a adoção de práticas de uso, Propriedades rurais à montante da UC
Evitar erosão, assoreamento, rejeitos e outros
conservação e preservação do solo e da no córrego das Cobras, córrego do Monitoramento hidrológico. Médio a longo.
danos que possam deteriorar os corpos d'água.
água nas atividades agropastoris. Rufino e rio da Invernada.
Destinar particular atenção às águas Nível de disseminação, de sensibilização quanto
superficiais nos programas de educação Conscientizar a comunidade do entorno. Todas as zonas da UC. a importância da educação ambiental, e grau de Médio a longo.
ambiental. conscientização.
Estimular pesquisas científicas
dedicadas à compreensão da dinâmica
hidrológica e hidrogeomorfológica, e
Aprofundar o conhecimento científico. Na EE e em sua Zona de Amortecimento. Publicações científicas. Médio a longo.
em relação à qualidade dos recursos
hídricos na região da Serra da Bocainae
na EE de Bananal.

301

Estação Ecológica de Bananal


302

Estação Ecológica de Bananal


3.7. Perigo, Vulnerabilidade e Risco

APÊNDICE 3.7.A. Métodos

Para a análise de risco relacionada aos processos de escorregamento planar e inundação gradual,
foram adotados os seguintes conceitos:

● Risco: a) medida de danos ou prejuízos potenciais, expressa em termos de probabilidade


estatística de ocorrência e de intensidade ou grandeza das consequências previsíveis (BRASIL,
1995).
● Perigo: processo, fenômeno ou atividade humana que pode causar a perda de vida,
ferimentos ou outros impactos à saúde, danos à propriedade, distúrbios sociais e econômicos ou
a degradação ambiental (ONU, 2016).
● Vulnerabilidade: condições determinadas por fatores ou processos físicos, sociais,
econômicos e ambientais que aumentam a predisposição de um indivíduo, uma comunidade,
bens ou sistemas serem afetados pelos impactos dos perigos (ONU, 2016).
● Dano Potencial: a) medida que define a intensidade ou severidade da lesão resultante de
um acidente ou evento adverso ou b) perda humana, material ou ambiental, física ou funcional,
que pode resultar, caso seja perdido o controle sobre o risco ou c) intensidade das perdas
humanas, materiais ou ambientais, induzidas às pessoas, comunidades, instituições, instalações
e/ou ecossistemas, como consequência de um desastre (BRASIL, 1995).
● Escorregamento planar ou translacional: processo onde o material mobilizado desloca-
se ao longo de uma superfície, grosso modo, planar com pouca ou nenhuma rotação ou
curvamento, geralmente associado a encostas muito íngremes (VARNES, 1978).
● Inundação gradual: processo de extravasamento lento e previsível das águas de um curso
d’água para suas áreas marginais (planícies de inundação), onde se mantêm em situação de cheia
durante algum tempo e, a seguir, escoam-se gradualmente (CASTRO et al., 2003).

Para os mapeamentos de risco com abordagem regional foi aplicada a metodologia descrita em
FERREIRA & ROSSINI-PENTEADO (2011), a qual utiliza as Unidades Territoriais Básicas (UTB) como
unidades de análise, com um detalhamento da análise compatível com a escala 1:50.000. Foi
realizada a análise de riscos relacionados aos processos de escorregamento planar e de
inundação.

O método de análise de risco aos processos geodinâmicos envolve, inicialmente, a identificação


e caracterização das variáveis que compõem a equação do risco, que são: perigo, vulnerabilidade
e dano potencial. Entre as etapas metodológicas destacam-se:

a) Delimitação das unidades espaciais de análise: Unidades Territoriais Básicas (UTB);


b) Seleção e obtenção dos atributos que caracterizam os processos perigosos, a vulnerabilidade
e o dano potencial;
c) Modelo e cálculo das variáveis de risco (Perigo; Vulnerabilidade e Dano Potencial);
d) Elaboração dos produtos cartográficos.

A Unidade Territorial Básica - UTB (SÃO PAULO, 2017) compreende um sistema de classificação
hierarquizado e multinível que abrange todo o território do Estado de São Paulo, resultante da
intersecção dos planos de informação das Unidades Básicas de Compartimentação (UBC) (SÃO
PAULO, 2014, VEDOVELLO et al., 2015) e das Unidades Homogêneas de Uso e Cobertura da Terra
e do Padrão da Ocupação Urbana (UHCT) (SÃO PAULO, 2016). As unidades territoriais, associadas

303

Estação Ecológica de Bananal


a um banco de dados relacional, integram informações do substrato geológico-geomorfológico-
pedológico, da cobertura da terra, do uso do solo e do padrão da ocupação urbana.

O método das UTBs possibilita a espacialização de diferentes atributos do território, favorecendo


a análise das inter-relações espaciais entre os sistemas ambientais, socioeconômicos e culturais.
Além disso, permite a identificação das limitações, vulnerabilidades e fragilidades naturais, bem
como dos riscos e potencialidades de uso de uma determinada área.

As UTBs foram obtidas a partir da classificação e interpretação de produtos de sensoriamento


remoto de média e alta resolução espacial do ano de 2010, apresentando polígonos com
expressão espacial na escala adotada (polígonos maiores que 5000m2).

Com base nas UTBs foram obtidos e associados os atributos do meio físico, do uso e cobertura
da terra e do padrão da ocupação urbana, socioeconômicos, de infraestrutura sanitária e de
excedente hídrico. Nesta etapa foram utilizadas ferramentas de geoprocessamento e operações
de análise espacial em Sistemas de Informação Geográfica para a espacialização de dados,
geração de grades numéricas, consultas espaciais, cálculo dos atributos e atualização automática
do banco de dados alfanumérico (FERREIRA & ROSSINI-PENTEADO, 2011; FERREIRA et al., 2013).
Os atributos considerados e seus métodos de obtenção são apresentados nas tabelas 1 a 8.

A modelagem envolveu, inicialmente, a seleção dos fatores de análise que interferem ou tem
influência direta no desencadeamento dos processos e, posteriormente, a aplicação de fórmulas,
regras e pesos aos fatores de análise para a estimativa dos índices simples e compostos de cada
variável da equação de risco. Nesta etapa foram obtidas as variáveis: perigo de escorregamento
e inundação (PESC, PINU), vulnerabilidade de áreas do tipo residencial-comercial-serviço (VRCS), dano
potencial (DAP) e risco de áreas do tipo residencial-comercial-serviço aos processos de
escorregamento e inundação (RESC e RINU).

Os índices de perigo para os processos de escorregamento e inundação (P ESC, PINU) foram


calculados considerando-se os fatores do meio físico que interferem na suscetibilidade natural
do terreno, bem como os fatores relacionados ao padrão de uso e cobertura da terra e padrão
da ocupação urbana que potencializam a ocorrência do processo perigoso.

O índice de vulnerabilidade (VRCS) foi obtido a partir de fatores físicos da ocupação urbana e de
fatores socioeconômicos e de infraestrutura sanitária, obtidos dos dados censitários do IBGE. O
índice de Dano Potencial (DAP) foi calculado a partir da inferência da população residente com
base nos atributos físicos de uso e padrão da ocupação urbana, ponderada pela área de cada
unidade de análise. Os índices de risco (RESC e RINU) foram calculados como uma função do índice
de perigo, do índice de vulnerabilidade e do índice de dano potencial. Estas análises foram
realizadas apenas nas áreas de uso urbano ou edificado do tipo Residencial/Comercial/Serviço
que apresentaram disponíveis dados do IBGE.

304

Estação Ecológica de Bananal


Tabela 1. Atributos das Unidades Territoriais Básicas utilizados para a estimativa do Perigo (P ESC,
PINU), Vulnerabilidade (VRCS) e Dano Potencial (DAP).

ATRIBUTO DESCRIÇÃO FORMA DE OBTENÇÃO

Representa o desnível entre o topo e a base da encosta, indicando a Obtido a partir da interpolação de valores de
quantidade de solo na encosta. Quanto maior a amplitude maior a cota altimétrica de grades de 10x10m;
Amplitude (AMP) probabilidade de ocorrência do processo. Fator condicionante da variável obtenção da diferença entre cota máxima e
perigo. Fonte: carta topográfica do IBGE - (DAEE, 2008). Unidade: metros. cota mínima e cálculo de média zonal.

Expressa a permeabilidade, grau de fraturamento do terreno e número de Obtido a partir da interpolação de valores de
canais fluviais suscetíveis a inundação. Quanto maior a densidade de Densidade de Drenagem em grades de 10x10m;
Densidade de drenagem, maior a probabilidade de ocorrência dos processos de e cálculo de média zonal.
Drenagem (DED) escorregamento e inundação. Fator condicionante da variável perigo.
Fonte: carta topográfica do IBGE - (DAEE, 2008). Unidade:
metros/10000m2.

Expressa a inclinação das vertentes. Quanto maior a declividade, maior a Obtido a partir da interpolação de valores de
probabilidade de ocorrência de escorregamento e inversamente, quanto cota do MDS em grades de 10x10m; e cálculo
Declividade Média mais plano o terreno, maior a possibilidade de ocorrência de inundação. de média zonal.
(DEC) Fator condicionante da variável perigo. Fonte: carta topográfica do IBGE -
(DAEE, 2008). Unidade: graus.

Expressa a quantidade de chuva. Quanto maior o excedente hídrico, maior Obtido a partir da interpolação de valores de
Excedente Hídrico a probabilidade de ocorrência de escorregamento e inundação. Fator Excedente Hídrico em grades de 10x10m; e
(EXH) condicionante da variável perigo. Fonte: Armani et al. (2007). Unidade: cálculo de média zonal.
milímetros.

Expressa o grau de determinado solo sofrer erosão. Quanto maior o índice Obtido a partir da interpolação de valores de
de erodibilidade, maior a probabilidade de ocorrência do processo. Fator Erodibilidade em grades de 100 x 100m; e
condicionante da variável perigo de escorregamento. Fonte: reclassificação cálculo de média zonal.
Erodibilidade (ERO)
das unidades pedológicas (Oliveira et al. 1999; Silva e Alvares, 2005).
Unidade: t.ha-1.MJ-1mm1-.

Expressa o grau de estruturação do terreno e de descontinuidade das Obtido pela ponderação de classes conforme
rochas. Quanto maior o índice de foliação, maior a probabilidade de Tabela 2
Índice de Foliação ocorrência do processo. Fator condicionante da variável perigo. Fonte:
(FOL) reclassificação das unidades litológicas (Perrota et al. 2005). Unidade:
adimensional.

Corresponde a relação entre o tamanho ou número de lotes por unidade Obtido pela interpretação visual de produtos de
de área. Indica o grau de impermeabilização do terreno. Fator sensoriamento remoto
Densidade de condicionante da variável perigo de inundação e dano potencial. Fonte:
Ocupação (DEO) Ortofotos Digitais (EMPLASA, 2010). Unidade: Adimensional. Classes:
Muito alta, alta, média, baixa e muito baixa densidade.

Representa a porcentagem de lotes efetivamente construídos, sendo o Obtido pela interpretação visual de produtos de
estágio em consolidação apresenta maior influência no desencadeamento sensoriamento remoto.
Estágio de dos processos perigosos. Indica o grau de impermeabilização do terreno.
Ocupação (ESO) Fator condicionante do perigo de escorregamento. Fonte: Ortofotos
Digitais (EMPLASA, 2010). Unidade: Adimensional. Classes: consolidado;
em consolidação e rarefeito.

Expressa o padrão ou qualidade da ocupação, sendo utilizado na Obtido pela interpretação de produtos de
determinação do potencial de indução de perigos. Fator condicionante do sensoriamento remoto.
Ordenamento
perigo de escorregamento e da vulnerabilidade. Fonte: Ortofotos Digitais
Urbano (ORU)
(EMPLASA, 2010). Unidade: Adimensional. Classes: muito alto, alto, médio,
baixo e muito baixo ordenamento.

Expressa as condições de abastecimento de água. Vazamentos e Obtido a partir da interpolação de valores médios
Índice rompimentos de tubulações ocasionam infiltrações que agravam as ponderados dos dados censitários em grades de
Abastecimento de situações de risco. Fator condicionante do perigo de escorregamento e da 10x10m e cálculo de média zonal.
Água (AGU) vulnerabilidade. Fonte: dados censitários do IBGE de 2010. Unidade:
Adimensional.

305

Estação Ecológica de Bananal


ATRIBUTO DESCRIÇÃO FORMA DE OBTENÇÃO

Expressa as condições do esgotamento sanitário. Ausência ou inadequação Obtido a partir da interpolação de valores médios
do sistema pode acarretar o lançamento de águas servidas que agravam ponderados dos dados censitários em grades de
Índice Coleta de
as condições de estabilidade do terreno. Fator condicionante do perigo de 10x10m e cálculo de média zonal.
Esgoto (ESG)
escorregamento e da vulnerabilidade. Fonte: dados censitários do IBGE de
2010. Unidade: Adimensional.

Expressa as condições da coleta e disposição do lixo. Acúmulo de lixo e Obtido a partir da interpolação de valores médios
entulho em propriedades favorecem a absorção de grande quantidade de ponderados dos dados censitários em grades de
Índice Coleta de água que agravam as condições de instabilidade do terreno. Fator 10x10m e cálculo de média zonal.
Lixo (LIX) condicionante do perigo de escorregamento e da vulnerabilidade. Fonte:
dados censitários do IBGE de 2010. Unidade: Adimensional.

Índice de Expressa o número de pessoas não alfabetizadas em relação ao total de Obtido a partir da interpolação de valores médios
Alfabetização (ALF) pessoas (alfabetizadas e não alfabetizadas). Maior índice de pessoas não ponderados dos dados censitários em grades de
alfabetizadas pode determinar menor capacidade de enfrentamento de 10x10m e cálculo de média zonal.
uma situação de risco. Fator condicionante da vulnerabilidade. Fonte:
dados censitários do IBGE de 2010. Unidade: Porcentagem (%).

Índice Renda (REN) Expressa a renda média da população. Condições econômicas precárias Obtido a partir da interpolação de valores médios
pode levar à ocupação inadequada de locais impróprios, aumentando a ponderados dos dados censitários em grades de
exposição da população. Fator condicionante da vulnerabilidade. Fonte: 10x10m e cálculo de média zonal.
dados censitários do IBGE de 2010. Unidade: Salários Mínimos.

Índice de População Expressa o número de pessoas em risco. Fator condicionante da variável Combinação matricial entre os atributos
(POP) dano potencial. Fonte: Ortofotos Digitais (EMPLASA, 2010). Unidade: Densidade de Ocupação, Estágio da Ocupação,
adimensional. Ordenamento Urbano e Área (Tabela 6).

Expressa o grau de influência do uso e cobertura da terra no Obtido pela ponderação de classes e cálculo do
Potencial de
desencadeamento dos processos perigosos de escorregamento e Índice de Infraestrutura, conforme Tabela 3.
Indução do Uso e
inundação. Fator condicionante da variável perigo. Unidade:
Cobertura da Terra
Adimensional.
(POI)

Índice Pavimentação Indica a impermeabilização do terreno. Fator condicionante do perigo de Obtido pela ponderação de classes do
(PAV) inundação. Fonte: Ortofotos Digitais (EMPLASA, 2010). Unidade: Ordenamento Urbano, conforme Tabela 4.
Adimensional. Classes: pavimentada e não pavimentada

Índice Densidade e Indica a impermeabilização do terreno. Fator condicionante do perigo de Obtido pela combinação matricial das classes de
Estágio da Ocupação inundação. Unidade: Adimensional. Fonte: Ortofotos Digitais (EMPLASA, Densidade de Ocupação e Estágio da Ocupação,
(DOEO) 2010). conforme Tabela 5.

Tabela 2. Reclassificação das unidades geológicas para obtenção do índice de foliação.


UNIDADE GEOLÓGICA (segundo Perrota et al., 2005) VALOR

Sedimentos inconsolidados, formações sedimentares 0,1

Formação Serra Geral (basaltos), Rochas alcalinas (llhabela, Búzios) 0,3

Granito indiferenciado, Ortognaisses, Gnaisses migmatíticos, Gabro Apiaí 0,5

Paragnaisses, metagrauvacas, meta-arenitos, metabásicas, metavulcanossedimentar, metacarbonáticas 0,7

Milonitos, xistos, filitos 0,9

306

Estação Ecológica de Bananal


Tabela 3. Combinação matricial e notas ponderadas para obtenção do índice Ordenamento
Urbano (ORU).

CLASSE DE ELEMENTOS URBANOS NOTAS NOTAS


ORDENAMENTO TRAÇADO DO PAVIMENTAÇÃO VEGETAÇÃO Ordenamento Pavimentação
URBANO SISTEMA VIÁRIO URBANA Urbano (ORU) inundação (PAV)
Muito Alto sim sim sim 0,1 0,7
Alto sim sim não 0,3 0,7
Médio sim não sim ou não 0,5 0,3
Baixo não não sim 0,7 0,3
Muito Baixo não não não 0,9 0,3

Tabela 4. Reclassificação das unidades do uso do solo para obtenção do índice de potencial de
indução (POI) para perigos de escorregamento e inundação.
CLASSES DE USO E COBERTURA DA POTENCIAL DE INDUÇÃO
TERRA PERIGO ESCORREGAMENTO PERIGO INUNDAÇÃO
Vegetação Arbórea 0,1 0,1
Espaço Verde Urbano 0,2 0,2
Vegetação Herbáceo-Arbustiva 0,3 0,3
Solo Exposto/Área Desocupada 0,9 0,5
Corpos D'água 0,1 0,9
Loteamento 0,7 0,3
Grande Equipamento 0,5 0,5
Residencial/Comercial/Serviços 0,5 a 1(aplicação da fórmula 0,5 a 1 (aplicação da fórmula
INFESC=(AGU+ESG+LIX+ESO+ORU)/5 INFINU=(ESG+LIX+DOEO+PAV)/4
Sendo: INFESC = índice de infraestrutura para escorregamento; INFINU = índice de infraestrutura
para inundação; AGU= índice abastecimento de água; ESG= índice coleta de esgoto; ESO= estágio
de ocupação; ORU= ordenamento urbano; DOEO = índice densidade/estágio de ocupação; PAV =
índice de pavimentação.

Tabela 5. Combinação matricial entre os atributos densidade e estágio da ocupação e notas


ponderadas para obtenção do índice Densidade e Estágio de Ocupação (DOEO).
DENSIDADE DA ESTÁGIO DA OCUPAÇÃO
OCUPAÇÃO CONSOLIDADO EM CONSOLIDAÇÃO RAREFEITO
Muito Alta 0,9 0,7 0,3
Alta 0,9 0,5 0,3
Média 0,7 0,3 0,3
Baixa 0,5 0,3 0,1
Muito Baixa 0,1 0,1 0,1

307

Estação Ecológica de Bananal


Tabela 6. Combinação matricial entre os atributos densidade, estágio da ocupação e
ordenamento urbano para obtenção do índice de população (POP).

DENSIDADE DE ÁREA DA
CLASSE ESTÁGIO DE OCUPAÇÃO ORDENAMENTO URBANO
OCUPAÇÃO UTB

Muito Alta 0,9


Consolidado 0,6666 Presença de
Alta 0,7 sistema viário 0,25
Valores
Em únicos de
Moderada 0,5 0,5
consolidação cada
polígono
Baixa 0,3
Ausência de
Rarefeito 0,33333 0,75
Muito sistema viário
0,1
Baixa

Para operacionalização dos conceitos na quantificação do risco de escorregamento foram


adotadas as seguintes equações e regras:

● Índice de Perigo de Escorregamento Planar (Pesc):


a. Quando setores geomorfológicos de planície ou declividade média < 3:
■ PESC = 0;
b. Quando declividade média >= 3 e declividade média < 7 ou declividade média >=
37:
■ PESC = 0.8 * "DECESC" + 0.02 * "AMP" + 0.02 * "EXHESC" + 0.02 *
"DEDESC" + 0.02 * "FOL" + 0.02 * "ERO" + 0.1 * "POIESC";
c. Quando declividade média >= 7 e declividade média < 17 ou declividade média
>= 25 e declividade média >= 25 e < 37:
■ PESC = 0.5 * "DECESC" + 0.06 * "AMP" + 0.06 * "EXHESC" + 0.06 *
"DEDESC" + 0.06 * "FOL" + 0.06 * "ERO" + 0.2 * "POIESC";
d. Quando declividade média >= 17 e declividade média < 25:
■ PESC = 0.1333 * "DECESC" + 0.1333 * "AMP" + 0.1333 * "EXHESC" + 0.1333
* "DEDESC" + 0.1333 * "FOL" + 0.1333 * "ERO" + 0.2 * "POIESC";
● Índice de Perigo de Inundação (PINU):
a. Quando setor geomorfológico de encosta:
■ PINU = 0;
b. Quando setor geomorfológico de planície fluvial ou costeira:
■ PINU = 0.3 * "DECINU" + 0.2 * "EXHINU" + 0.2 * "DEDINU" + 0.3 *
"POIINU".
● Índice de Vulnerabilidade (VRCS):
a. Quando uso e ocupação diferente de Residencial/Comercial/Serviços:
■ VRCS = não classificado (N_CLASS);
b. Quando uso e ocupação = residencial/comercial/serviços:
■ VRCS = (0.125 * "ESG" + 0.125 * "AGU" + 0.125 * "LIX" + 0.125 * "ORU") +
(0.25 * "ALF" + (0.25 * (1 - "REN").
● Índice de Dano Potencial (DAP):
a. Quando uso e ocupação diferente de Residencial/Comercial/Serviços:
■ DAP = não classificado;

308

Estação Ecológica de Bananal


b. Quando uso e ocupação = Residencial/Comercial/Serviços:
■ DAP = POP.
● Índice de Risco de Escorregamento (RESC) e de Inundação (RINU):
a. Quando uso e ocupação diferente de Residencial/Comercial/Serviços:
■ RESC = não classificado e RINU = não classificado
b. Quando uso e ocupação = Residencial/Comercial/Serviços:
■ RESC= "PESC" * "VUL" * "DAP" e RINU = "PINU" * "VUL" * "DAP".

Onde:
PESC = perigo de escorregamento; PINU = perigo de inundação; VRCS = vulnerabilidade; DAP = dano
potencial; RESC = risco de escorregamento; RINU = risco de inundação; AMP= amplitude altimétrica;
DECESC = declividade para escorregamento; DECINU = declividade para inundação; DEDESC =
densidade de drenagem; FOL = índice de foliação; EXHESC = excedente hídrico para
escorregamento; EXHINU = excedente hídrico para inundação; POIESC = potencial de indução
para escorregamento; POIINU = potencial de indução para inundação; AGU = abastecimento de
água; LIX = coleta e destinação de lixo; ESG = coleta e destinação de esgoto; ORU = ordenamento
urbano; ALF = índice de alfabetização; REN = renda; POP = índice de população.
Os valores de cada atributo e dos índices referidos na tabela 1, exceto para as variáveis
declividade, erodibilidade e atributos do censo, foram normalizados para o intervalo de 0 a 1,
considerando a amostragem para todo o Estado de São Paulo, da seguinte forma:

C1 = ((Vn-VminC1)/(VmaxC1-VminC1)*0,2) + 0,0;
C2 = ((Vn-VminC2)/(VmaxC1-VminC2)*0,2) + 0,2;
C3 = ((Vn-VminC3)/(VmaxC3-VminC3)*0,2) + 0,4;
C4 = ((Vn-VminC4)/(VmaxC4-VminC4)*0,2) + 0,6;
C5 = ((Vn-VminC5)/(VmaxC5-VminC5)*0,2) + 0,8;

Onde:
C1 = classe Muito Baixa do atributo considerado; C2 = classe Baixa do atributo considerado; C3 =
classe Moderada do atributo considerado; C4 = classe Alta do atributo considerado; C5 = classe
Muito Alta do atributo considerado; Vn= valor a ser normalizado; Vmin= valor mínimo da classe
considerada; Vmax = valor máximo da classe considerada. O valor 0,2 corresponde ao intervalo
de cada classe, considerando-se cinco classes; e 0,0; 0,2; 0,4, 0,6 e 0,8 correspondem aos limites
inferiores das classes 1, 2, 3, 4 e 5, respectivamente.

Para a declividade adotou-se uma composição entre as classes propostas por DE BIASI (1992) e
da EMBRAPA (1979); para a erodibilidade foram adotadas as classes propostas por SILVA &
ALVARES (2005); e para abastecimento de água, coleta de esgoto, coleta de lixo, alfabetização e
renda foi realizada uma normalização linear para o intervalo 0-1.

Para geração dos mapas de perigo, vulnerabilidade e risco, os índices calculados foram
reclassificados em 15 intervalos, utilizando-se o método de “Quebras Naturais”, os quais foram
agrupados, para fins de descrição e legenda, em cinco classes de probabilidade de ocorrência:
Muito Baixa (intervalo 1 a 3), Baixa (intervalo 4 a 6), Moderada (intervalo 7 a 9), Alta (intervalo 10
a 12) e Muito Alta (intervalo 13 a 15). A classe de probabilidade Nula a Quase Nula (0) foi adotada
nos seguintes casos:

● para o perigo de escorregamento: nos setores geomorfológicos classificados como


planície ou com declividade média < 3;
● para o perigo de inundação: nos setores geomorfológicos classificados como encosta;

309

Estação Ecológica de Bananal


● para o risco de escorregamento: casos em que o índice de perigo de escorregamento
apresentou valor igual a zero (0);
● para o risco de inundação: casos em que o índice de perigo de inundação apresentou
valor igual a zero (0);

Neste estudo, as áreas edificadas de uso do tipo Residencial/Comercial/Serviço constituem o foco


de análise, sendo consideradas como os elementos expostos aos processos perigosos. Desta
forma, o mapeamento e análise da vulnerabilidade e dos riscos de escorregamento e inundação
foram realizados apenas nestas áreas. A tabela 7 exibe os limites adotados para os atributos
considerados na análise de risco.

Tabela 7. Distribuição em cinco classes de influência/probabilidade de ocorrência dos processos,


dos atributos e índices analisados.
Nula Muito Baixa Baixa Moderada Alta Muito Alta

AMP - 1,77 - 142,26 142,26 - 236,93 236,94 - 407,37 407,37 - 728,13 728,13 - 1997,06

DECESC 0 -3 3-7 7-17 17-25 25-37 37-85

DECINU - 40 - 15 15 - 10 10 - 7 7-5 5-1

DEDESC - 0,00 - 0,66 0,66 - 1,03 1,03 - 1,54 1,54 - 2,65 2,65 - 11,12

DEDINU - 0-0,9 0,9-1,74 1,74-2,57 2,57-3,63 3,63-8,19

EXHESC - 79,60 - 330,74 330,74 - 529,15 529,15 - 781,62 781,62 - 1265,55 1265,55 - 2443,87

EXHINU - 67,67 - 250,70 250,70 - 425,70 425,70 - 680,96 680,96 - 1179,63 1179,63 - 2154,20

ERO - 0 - 0,01529 0,0152 - 0,0305 0,03058 - 0,06100

FOL - 0 - 0,2 0,2-0,4 0,4-0,6 0,6-0,8 0,8-1,0

POIESC - 0 - 0,2 0,2-0,4 0,4-0,6 0,6-0,8 0,8-1,0

POIINU - 0 - 0,2 0,2-0,4 0,4-0,6 0,6-0,8 0,8-1,0

ORU - 0 - 0,2 0,2-0,4 0,4-0,6 0,6-0,8 0,8-1,0

AGU - 0 -16 16 - 33 33 - 49 49 - 66 66 - 82

ESG - 0-17 17-35 35-52 52-70 70-87

LIX - 0 - 16 16 - 33 33 - 49 49 - 66 66 - 82

ALF - 0 - 12 12 - 25 25 - 36 36 -42 42 - 62

REN - 0 - 3,7 3,7 - 9,2 9,2 - 11,1 11,1 - 12,9 12,9 - 18,5

PESC - 0 - 0,1679 0,1679 - 0,2885 0,2885 - 0,4277 0,4277 - 0,5992 0,5992 - 0,9242

PINU - 0,1558 - 0,3747 0,3747 - 0,4713 0,4713 - 0,5650 0,5650 - 0,6720 0,6720 - 0,9096

VRCS - 0,0844 - 0,2174 0,2174 - 0,3504 0,3504 - 0,4835 0,4835 - 0,6165 0,6165 - 0,74956

DAP - 16 - 12764 12764 - 47412 47412 - 134859 134859 - 317410 317410 - 1222946

RESC - 0 - 0,0536 0,0536 - 0,0976 0,0976 - 0,1387 0,1387 - 0,1849 0,1849 - 0,3689

RINU - 0 - 0,0234 0,02343 - 0,0620 0,0620 - 0,1169 0,1169 - 0,2133 0,2133 - 0,4225

Sendo: DECESC - declividade para escorregamento (°), DECINU - declividade para inundação (°), AMP
- amplitude altimétrica (m), EXHESC - excedente hídrico para escorregamento (mm), EXHINU -
310

Estação Ecológica de Bananal


excedente hídrico para inundação (mm), DEDESC - densidade de drenagem para
escorregamento(m/10000m2), DEDINU - densidade de drenagem para inundação (m/m2), ERO -
erodibilidade (t.ha-1.MJ-1.mm-1), FOL - índice de foliação (adimensional), POIESC - potencial de
indução para escorregamento (adimensional), POIINU - potencial de indução para inundação
(adimensional), ORU= ordenamento urbano, AGU = abastecimento de água, ESG = coleta e
destinação de esgoto, LIX = coleta e destinação de lixo, ALF= índice de alfabetização, REN= renda,
PESC - perigo de escorregamento, PINU - perigo de inundação, VRCS = vulnerabilidade, DAP - dano
potencial, RESC= risco de escorregamento e RINU - risco de inundação. Intervalos obtidos pelo
método de quebras naturais, exceto para declividade, erodibilidade, abastecimento de água,
coleta de esgoto, coleta de lixo, alfabetização e renda.

As legendas dos mapas de perigo de escorregamento, inundação, vulnerabilidade e risco de


escorregamento e inundação foram elaboradas com base nos principais atributos dos respectivos
índices e são apresentadas a seguir:

● Perigo de Escorregamento
○ Nulo a quase nulo (P0ESC) - Terrenos planos com probabilidade extremamente
baixa a nula de ocorrência de escorregamentos planares esparsos.
○ Muito Baixo (P1ESC, P2ESC, P3ESC) - Terrenos geralmente pouco inclinados, com
probabilidade muito baixa de ocorrência de escorregamentos planares esparsos,
de pequenos volumes, associados com acumulados de chuva excepcionais.
○ Baixo (P4ESC, P5ESC, P6ESC) - Terrenos geralmente com inclinações muito baixas
a baixas, com probabilidade baixa de ocorrência de escorregamentos planares
esparsos, de pequenos volumes, associados, inicialmente, com acumulados de
chuva moderados, podendo evoluir para escorregamentos de proporções
intermediárias, com acumulados de chuva muito altos a altos.
○ Moderado (P7ESC, P8ESC, P9ESC) - Terrenos geralmente com inclinações
moderadas a altas, com probabilidade moderada de ocorrência de
escorregamentos planares esparsos, de volumes pequenos a intermediários,
associados, inicialmente, com acumulados de chuva baixos, podendo evoluir
para escorregamentos de grandes proporções, com acumulados de chuva altos
a moderados.
○ Alto (P10ESC, P11ESC, P12ESC) - Terrenos geralmente com inclinações altas com
probabilidade alta de ocorrência de escorregamentos planares esparsos, de
volumes pequenos a grandes, associados, inicialmente, com acumulados de
chuva baixos, podendo evoluir para escorregamentos de grandes proporções
com acumulados de chuva maiores moderados a baixos.
○ Muito Alto (P13ESC, P14ESC, P15ESC) - Terrenos geralmente com inclinações
altas a muito altas com probabilidade muito alta de ocorrência de
escorregamentos planares esparsos, de volumes pequenos a grandes,
associados, inicialmente, com acumulados de chuva muito baixos, podendo
evoluir para escorregamentos de elevadas proporções com acumulados de
chuva baixo a muito altos.

● Perigo de Inundação
○ Nulo a Quase Nulo (P0INU) - Terrenos de encosta com probabilidade
extremamente baixa a nula de ocorrência de inundação.
○ Muito Baixo (P1INU, P2INU, P3INU) - Terrenos de planície fluvial ou litorânea com
probabilidade muito baixa de ocorrência de inundação, geralmente com altura
de atingimento muito baixa e associada com acumulados de chuva excepcionais.

311

Estação Ecológica de Bananal


○ Baixo (P4INU, P5INU, P6INU) - Terrenos de planície fluvial ou litorânea com
probabilidade baixa de ocorrência de inundação, geralmente com altura de
atingimento desde muito baixa a baixa, associada, inicialmente, com acumulados
de chuva moderados, podendo evoluir para inundações com altura de
atingimento intermediária com acumulados de chuva muito altos a altos.
○ Moderado (P7INU, P8INU, P9INU) - Terrenos de planície fluvial ou litorânea com
probabilidade moderada de ocorrência de inundação, geralmente com altura de
atingimento desde muito baixa a intermediária, associada, inicialmente, com
acumulados de chuva moderados, podendo evoluir para inundações de altura de
atingimento alta com acumulados de chuva altos a moderados.
○ Alto (P10INU, P11INU, P12INU) - Terrenos de planície fluvial ou litorânea com
probabilidade alta de ocorrência de inundação, geralmente com altura de
atingimento desde muito baixa a alta, associada, inicialmente com acumulados
de chuva baixos a moderados, podendo evoluir para inundações de altura de
atingimento muito alta com acumulados de chuva moderados a baixos.
○ Muito Alto (P13INU, P14INU, P15INU) - Terrenos de planície fluvial ou litorânea
com probabilidade muito alta de ocorrência de inundação, geralmente com
altura de atingimento desde muito baixa a muito alta, associada, inicialmente,
com acumulados de chuva maiores muito baixos a baixos, podendo evoluir para
inundações de altura de atingimento extremamente alta com acumulados de
chuva baixos a muito altos.

● Vulnerabilidade
○ Muito Baixa (V1, V2, V3) - Setores residenciais predominantemente de alto a
muito alto ordenamento urbano; de baixa a muito baixa criticidade quanto à
infraestrutura sanitária e de alta renda. Geralmente ocorrem nas porções
centrais dos núcleos urbanos.
○ Baixa (V4, V5, V6) - Setores residenciais predominantemente de médio a muito
alto ordenamento urbano; de média a baixa criticidade quanto à infraestrutura
sanitária e de média a alta renda. Geralmente ocorrem nas porções centrais dos
núcleos urbanos.
○ Moderada (V7, V8, V9) - Setores residenciais predominantemente de médio a
muito alto ordenamento urbano; de média a alta criticidade quanto à
infraestrutura sanitária e de média a alta renda.
○ Alta (V10, V11, V12) - Setores residenciais predominantemente de médio a baixo
ordenamento urbano; de alta a média criticidade quanto à infraestrutura
sanitária e de baixa a média renda. Correspondem, em geral, aos setores mais
periféricos ou isolados da mancha urbana.
○ Muito Alta (V13, V14, V15) - Setores residenciais predominantemente de baixo a
médio ordenamento urbano; de muito alta a alta criticidade quanto à
infraestrutura sanitária e de baixa renda. Correspondem, em geral, aos setores
mais periféricos ou isolados da mancha urbana.

● Risco de Escorregamento e Risco de Inundação


○ Nulo a Quase Nulo (R0) - Áreas de uso Residencial/Comercial/Serviço em
terrenos planos com probabilidade extremamente baixa a nula de ocorrência de
escorregamentos ou Nulo a Quase Nulo (R0) - Áreas de uso
Residencial/Comercial/Serviço em terrenos de encosta com probabilidade
extremamente baixa a nula de ocorrência de inundação.
○ Muito Baixo (R1, R2, R3) - Predomínio de áreas de uso
Residencial/Comercial/Serviço com vulnerabilidade variando de muita baixa a

312

Estação Ecológica de Bananal


baixa; com probabilidade de ocorrer eventos perigosos severos variando de
muito baixa a baixa e com índices de dano potencial à população variando de
muito baixo a baixo, podendo resultar em danos e prejuízos de muito baixo
impacto.
○ Baixo (R4, R5, R6) - Predomínio de áreas de uso Residencial/Comercial/Serviço
com vulnerabilidade variando de baixa a moderada; com probabilidade de
ocorrer eventos perigosos severos variando de baixa a moderada e com índices
de dano potencial à população variando de baixo a moderado, podendo resultar
em danos e prejuízos de baixo impacto.
○ Moderado (R7, R8, R9) - Predomínio de áreas de uso
Residencial/Comercial/Serviço com vulnerabilidade variando de moderada a
alta; com probabilidade de ocorrer eventos perigosos severos variando de
moderada a alta e com índices de dano potencial à população variando de
moderado a alto, podendo resultar em danos e prejuízos de moderado impacto.
○ Alto (R10, R11, R12) - Predomínio de áreas de uso Residencial/Comercial/Serviço
com vulnerabilidade variando de alta a muito alta; com probabilidade de ocorrer
eventos perigosos severos variando de alta a muito alta e com índices de dano
potencial à população variando de alto a muito alto, podendo resultar em danos
e prejuízos de alto impacto.
○ Muito Alto (R13, R14, R15) - Predomínio de áreas de uso
Residencial/Comercial/Serviço com vulnerabilidade muito alta a alta; com
probabilidade de ocorrer eventos perigosos severos variando de muito alta a alta
e com índices de dano potencial à população variando de muito alto a alto,
podendo resultar em danos e prejuízos de muito alto impacto.

As classes de perigo de escorregamento e de inundação, constantes na legenda dos respectivos


mapas (figuras 1 a 5), foram caracterizadas quanto aos atributos: inclinação do terreno;
probabilidade de ocorrência de um evento perigoso; volume de material escorregado; altura de
atingimento da inundação e acumulados de chuva. A tabela 8 apresenta os valores estimados
para cada classe descrita na legenda.

Tabela 8. Valores absolutos estimados para as variáveis da legenda dos mapas de escorregamento
planar e de inundação.
CATEGORIAS
VARIÁVEL
MUITO
NULA A QUASE NULA BAIXA MODERADA ALTA MUITO ALTA
BAIXA

Inclinação Escorregamento (°) 0-3 3-7 7-17 17-25 25-37 >37

Inclinação Inundação (°) Setor de encosta >15 10-15 7-10 5-7 0-5

Probabilidade (evento/ano) 0-1 1-5 5-10 10-15 15-40 >40

Volume escorregamento (m3) 0 > 0-50 50-100 100-150 150-200 >200

Altura inundação (cm) 0 0-10 10-30 30-50 50-100 >100

Acumulado chuva (mm/24h) 0-40 40-60 60-80 80-120 120-180 >180

313

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE 3.7.B. Relevo sombreado e Unidades do Uso e Cobertura do Solo (SÃO PAULO,
2017). Fonte: autores. Relevo sombreado obtido a partir de Modelo Digital de Superfície
Emplasa; Drenagem: projeto GISAT-1:50.000. Imagem: Google Earth, de 09/11/2017.

314

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE 3.7.C. Mapa de Perigo de Escorregamento da Estação Ecológica de Bananal (SÃO PAULO, 2017).

315

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE 3.7.D. Mapa de Vulnerabilidade de áreas do tipo residencial-comercial-serviço da Estação Ecológica de Bananal.

316

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE 3.7.E. Mapa de Risco de Escorregamento da Estação Ecológica de Bananal.

317

Estação Ecológica de Bananal


3.9. Atividade de Mineração

APÊNDICE 3.9.A. Métodos

A abordagem dos recursos minerais foi realizada por meio da análise de sua dimensão
produtiva, representada pela atividade de mineração. Esta atividade, tecnicamente,
engloba a pesquisa, a lavra e o beneficiamento de bens minerais e se configura como
uma forma de uso temporário do solo.

Os recursos minerais são bens pertencentes à União e representam propriedade distinta


do domínio do solo onde estão contidos. O arcabouço legal, que rege as atividades de
mineração, concede:

• à União os poderes de outorga de direitos e sua fiscalização, por meio Agência


Nacional de Mineração/ANM, órgão do Ministério de Minas e Energia;
• aos Estados os poderes de licenciamento ambiental das atividades e sua
fiscalização, que em São Paulo cabe à Companhia Ambiental de São Paulo/CETESB, e
• aos Municípios dispor sobre os instrumentos de planejamento e gestão com
relação ao uso e ocupação do solo.

A apresentação do aproveitamento dos recursos minerais nos limites da Unidade de


Conservação e em sua zona de amortecimento fundamentou-se na utilização das
informações disponíveis em dois sistemas da ANM: na espacialização dos títulos
minerários registrados no Sistema de Informações Geográficas da Mineração – SIGMINE
(data base de 12/03/2019), e da sua análise apoiada no conjunto de dados do Sistema de
Informações do Cadastro Mineiro.

318

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE 3.9.B. Atividades de Mineração na Estação Ecológica de Bananal

319

Estação Ecológica de Bananal


ANEXO IV – MEIO ANTRÓPICO

4.1. História e Patrimônio

APÊNDICE 4.1.A. Métodos

Para abordar a questão do patrimônio histórico, cultural e artístico relacionados a


Estação Ecológica de Bananal e sua área de estudo, foram feitas consultas aos catálogos
do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e do Conselho de Defesa
do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (CONDEPHAAT); ao portal da
Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, portal da Prefeitura Municipal de Bananal
(BANANAL, 2019) e relatório interno (Fundação Florestal, 2012).

APÊNDICE 4.1.B. Limites de Bananal e Região da Serra da Bocaina

320

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE 4.1.C. Caminhos de escoamento do ouro

APÊNDICE 4.1.D. Estrada de Ferro

321

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE 4.1.E. Área de Influência da Usina Angra III

APÊNDICE 4.1.F. Imagens da Trilha do Ouro APÊNDICE 4.1.G. Canaletas de escoamento


de águas pluviais

322

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE 4.1.H. Canaletas de Escoamento de Águas Pluviais

SÍTIO TRILHA DO OURO - CANALETAS DE ESCOAMENTO DE ÁGUAS PLUVIAIS

DIMENSÕES (M)
COORDENADAS
Nº IMAGEM
COMPRIMENTO LARGURA UTM

Variando de 23 K 564435
1 3,4
0,40 a 0,60 7477952

23 K 564399
2 3,80 0,70
7478008

23 K 564369
3 4,70 0,40
7478020

Variando de 23 K 564349
4 4,30
0,50 a 1,0 7478025

Variando de 23 K 564239
5 4,10
0,30 a 0,70 7478067

Variando de 23 K 564195
6 3,80
0,40 a 0,60 7478076

323

Estação Ecológica de Bananal


SÍTIO TRILHA DO OURO - CANALETAS DE ESCOAMENTO DE ÁGUAS PLUVIAIS

DIMENSÕES (M)
COORDENADAS
Nº IMAGEM
COMPRIMENTO LARGURA UTM

23 K 564170
7 4,50 0,50
7478075

23 K 564152
8 3,60 0,70
7478092

23 K 564021
9 4,70 0,20
7478144

23 K 563995
10 3,30 0,70
7478187

23 K 563985
11 2,30 0,30
7478181

324

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE 4.1.I. Sítio Trilha do Ouro – Recuos Laterais
SÍTIO TRILHA DO OURO – ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE BANANAL RECUOS LATERIAIS

DIMENSÕES (M)
COORDENADAS
Nº IMAGEM
COMPRIMENTO LARGURA UTM

1 10,30 23 K 564123
0,50
7478101

2 5,60 23 K 564104
0,50
7478090

23 K 564079
3 6 7478109
0,70

325

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE 4.1.J. Ficha do Sítio Arqueológico Trilha do Ouro
CADASTRO DE SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS
PLANO DE MANEJO DA ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE BANANAL

Nome do Sítio: Sigla:SP-BN-01 Pré-Colonial Histórico


Trilha do Ouro
Município: Bananal Localidade: Estação Ecológica de Bananal
Descrição Sumária: Sítio contendo trecho de antigo caminho de pedra

Proprietário do Imóvel: Governo Estadual Ocupante atual: não há


Endereço: Estação Ecológica de Bananal

Projeto: Plano de Manejo da Estação Ecológica de Bananal.


Diagnóstico do Patrimônio Cultural
Arqueólogo: Plácido Cali Data da Pesquisa: 2011

Tipo do Sítio: CAMINHO Tradição:


Tamanho (área): Grau de Conservação (0 a 100%): 100% Datação: Séc. XVII ou XVIII
Material arqueológico registrado: Blocos de pedra
Outros vestígios (elementos construtivos, fogueiras, manchas, etc):
Atividades desenvolvidas no local: Coleta de superfície (em 2000).

Coordenadas UTM: Datum: Coordenadas Geográficas: Datum:


Referências Bibliográficas: CALI, P.
Imagem Observações:

326

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE 4.1.K. Outras ocorrências arqueológicas na EE de Bananal: Pedras de Mó
encontradas em meio a mata

APÊNDICE 4.1.L. Outros sítios arqueológicos: Trechos da Trilha do Ouro na área envoltória
da Estação Ecológica
TRILHA DO OURO – OUTROS PONTOS FORA DA ESTAÇÃO ECOLÓGICA

Ponto GPS Local Coordenadas UTM Altitude


003 Trilha 23 K 563705 7479367 1299 m
031 Trilha 23 K 564109 7472749 1090 m
032 Trilha 23 K 564093 7472807 1085 m
033 Trilha 23 K 564778 7477241 1112 m
999 Trilha 23 K 563856 7479119 1304 m

Apêndice 4.1.M. Trecho da Trilha com Apêndice 4.1.N. Trecho da Trilha do Ouro
calçamento nas coordenadas mantida conservada em fazenda.

327

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE 4.1.O. Sítios e Ocorrências Arqueológicas e Bens Protegidos
TIPO DESCRIÇÃO PROPRIEDADE LOCAL COORDENADAS

Trilha do Início: 23 K 564461


Estação
ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE BANANAL

Caminho com 7477923


Ouro
Histórico calçamento de Ecológica de
(Trecho Fim: 23 K 563820
pedra Bananal
preservado) 7478246

Caminho com Estação


Trilha do
Histórico calçamento de Ecológica de 23 K 563897 7478388
Ouro
pedra Bananal

Estação
Pedras de Duas pedras de
Histórico Ecológica de 23 K 564460 7477790
Mó mó
Bananal

Caminho com
Trilha do (Estrada de
Histórico calçamento de 23 K 563856 7479119
Ouro acesso)
pedra

Caminho com
Trilha do (Estrada de
Histórico calçamento de 23 K 563705 7479367
AREA ENVOLTÓRIA

Ouro acesso)
pedra

Início: 23 K 564093
Caminho com 7472807
Trilha do Propriedade
Histórico calçamento de
Ouro particular Fim: 23 K 564109
pedra
7472749

Forno para
Propriedade
Forno Histórico produção de 23 K 564178 7472464
particular
carvão vegetal

328

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE 4.1.P. Bens Históricos e Arquitetônicos no município de Bananal

Casa sede da Fazenda Resgate. Estação Ferroviária.


Fonte Rafael de Bivar Marquese (2010:88). Fonte: Processo Condephaat

Vista do Sobrado Valim Vista da Igreja Matriz


Fonte: Processo Condephaat Fonte: Processo Condephaat

Em destaque prédio da Câmara Municipal.


Fonte: Processo Condephaat

329

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE 4.1.Q. Bens em processo de estudo de tombamento

Sobrado na esquina da Praça da Matriz HOTEL Prédio do Hotel Brasil


BRASIL - Praça Matriz Pedro Ramos

APÊNDICE 4.1.R. Atrativos turísticos de Bananal.

Fonte: IBGE, 2006. Adaptado por Mamberti, 2006

330

Estação Ecológica de Bananal


4.2. Ocupação humana
A situação fundiária da Estação Ecológica de Bananal encontra-se regularizada, é terra de
domínio público, não havendo moradores em seu interior.

4.3. Dinâmica demográfica

APÊNDICE 4.3.A. Material e Métodos

O diagnóstico demográfico foi elaborado por meio de pesquisa e análise de dados


secundários produzidos pelos órgãos municipais, estaduais e federais oficiais. Dados
demográficos e socioeconômicos para os anos de 2010 e 2016/2017/2018: portal da
Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (SEADE), no link “Informações dos
Municípios Paulistas” (SEADE, 2019) e, especificamente para projeção populacional, no
link “Sistema Seade de Projeções Populacionais” (SEADE, 2019); dados do Censo IBGE
2010 (IBGE, 2010) de infraestrutura de saneamento dos domicílios e de número de
moradores, dos setores censitários de Bananal.
De acordo com a Fundação Seade, o grau de urbanização corresponde ao percentual da
população urbana em relação à população total, cálculo normalmente feito com base em
dados censitários. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por sua vez,
classifica os setores censitários e as respectivas populações como urbanas ou rurais
considerando o que estipula a legislação municipal pertinente ao tema à época de
realização dos censos demográficos (IBGE, 2010).

APÊNDICE 4.3.B. Municípios do Estado de São Paulo até 20.000 habitantes

331

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE 4.3.C. Municípios, População, Área, Densidade demográfica, TGCA
Estado de Estado de Municípios % do % do
Bananal Bananal
Demografia São Paulo São Paulo até 20.000 Estado Estado
2010 2018
2010 2018 hab. 2018 2018 2018
Municípios na 645 391 61% na na 0,16%
População
41.223.683 43.993.159 3.071.717 7% 10.219 10.560 0,024%
(hab)
Área (km2) na 248.219,48 120.318,14 48% na 616,27 0,25%
Dens.
Demográfica 166,08 177,2 na na 16,58 17,1 na
(hab/km2)
2000- 2010-
2000-2010: 2010-
TGCA (% a.a.) na na 2010: 2018: na
1,09 2018: 0,82
0,52 0,41
na – não se aplica
Fonte: Fundação SEADE - IMP, 2019.

APÊNDICE 4.3.D. Tipos de Setores Censitários

332

Estação Ecológica de Bananal


4.4. Dinâmica econômica

APÊNDICE 4.4.A. Material e Métodos

O diagnóstico demográfico e socioeconômico foi elaborado por meio de pesquisa e


análise de dados secundários produzidos pelos órgãos municipais, estaduais e federais
oficiais. Dados socioeconômicos para os anos de 2010 e 2016/2017/2018: portal da
Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (SEADE), no link “Informações dos
Municípios Paulistas” (SEADE, 2019) e, especificamente para projeção populacional, no
link “Sistema Seade de Projeções Populacionais” (SEADE, 2019); dados do Censo IBGE
2010 (IBGE, 2010) de infraestrutura de saneamento dos domicílios e de número de
moradores, dos setores censitários de Bananal.

No intuito de identificar a expansão das atividades agrossilvipastoris, foram analisados os


dados disponíveis nas pesquisas Produção Agrícola Municipal (PAM), Produção da
Extração Vegetal e da Silvicultura (PEVS) e Pesquisa Pecuária Municipal (PPM) referentes
aos anos de 2010 e 2017, para as principais culturas e criações animais do município
(IBGE).

APÊNDICE 4.4.B. PIB e Valor Adicionado


PIB e Valor Adicionado (em mil reais)

Bananal Bananal
ESP 2010 ESP 2016
2010 2016

PIB 1.294.695.988 2.038.004.931 119.562 217.166

V.A.
1.071.840.402 100% 1.724.554.931 100% 111.806 100% 202.347 100%
total

V.A.
759.106.475 70,8% 1.319.422.467 76,5% 67.971 60,8% 125.930 62,2%
serviços

V.A.
290.102.478 27,1% 369.304.807 21,4% 39.031 34,9% 66.653 32,9%
indústria

V.A.
22.631.449 2,1% 35.827.657 2,1% 4.803 4,3% 9.764 4,8%
agropec.

Fonte: Fundação SEADE - IMP, 2019.

333

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE 4.4.C. Tipos de Setores Censitários

Fonte: Fundação Seade. Elaborado por SIMA/SSMA/CPLA

APÊNDICE 4.4.D. Número de Empregos Formais, por Setores, em Bananal - 2010 e 2017
Agropecuári Emprego formal
Indústria Comércio Serviços Construção
Município

a Total
201
2017 2010 2017 2010 2017 2010 2017 2010 2017 2010 2017
0
Bananal

298 215 286 342 624 751 525 243 301 292 2.034 1.843
Estado de
São Paulo

2.75
2.326. 2.484. 2.653. 6.635. 7.289. 666.4 529.7 329.3 329.0 12.873. 13.128.
7.55
542 504 512 718 378 25 86 99 60 605 278
9

Fonte: Fundação SEADE, Informações dos Municípios Paulistas, 2019 - Elaborado por
SSMA/CPLA

APÊNDICE 4.4.E. Participação dos Empregos Formais por setores (em %), em Bananal -
2010/2017

Indústria Comércio Serviços Construção Agropecuária


Município
2010 2017 2010 2017 2010 2017 2010 2017 2010 2017

Bananal 14,65 11,67 14,06 18,56 30,68 40,75 25,81 13,19 14,80 15,84

Estado de
21,42 17,72 19,30 20,21 51,55 55,52 5,08 4,04 2,56 2,51
São Paulo
Fonte: Fundação SEADE, Informações dos Municípios Paulistas, 2019 - Elaborado por
SSMA/CPLA

334

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE 4.4.F. Empregos, por Atividades
Atividades com mais
Número Número
de 50 empregos em Atividade
Empregos 2010 Empregos 2016
Bananal - 2010 e 2016

Setor Agropecuária Criação de bovinos 208 185

Administração pública em geral 431 455

Construção de rodovias e ferrovias 502 292


Manutenção e reparação de máquinas e
Setor Serviços 113 106
equipamentos
Comércio varejista de bebidas 87 5
Comércio atacadista de bebidas 57

Restaurantes e outros estabelecimentos 37 55

Setor Indústria Fabricação de alimentos para animais 147 27

Fonte: BRASIL, MTE - RAIS, 2019.

APÊNDICE 4.4.G. Unidades de Produção Agropecuária


Estatísticas Agrícolas, Município de Bananal, ESP, 2007/2008
N° de UPA* % TOTAL (ha) %
ITEM
297 100 55.572,1 100
Área com cultura perene 39 13,13 40,8 0,07
Área com cultura temporária 149 50,17 513,2 0,92
Área com pastagens 297 100 24.879,2 44,77
Área com reflorestamento 35 11,79 2.706,1 4,87
Área com vegetação natural 217 76,03 26.016,8 46,82
Área com vegetação de brejo e várzea 12 4,04 32,0 0,06
Área em descanso 16 5,39 109,6 0,20
Área complementar 285 95,96 1.274,4 2,29
* UPA – Unidades de Produção Agropecuária
Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento, CATI/IEA, Projeto LUPA
Fonte: LUPA – Levantamento Censitário das Unidades de Produção Agropecuária do
Estado de São Paulo, Tabela 56.1 - Estatísticas Agrícolas, Município de Bananal, Estado de
São Paulo, 2007/08.

APÊNDICE 4.4.H. Lavouras Permanentes


Área colhida das lavouras permanentes (hectares)

Bananal 2010 2017 Diferença


2010 – 2017
Banana 5 8 60%
Laranja 3 3 0%
Total Lavoura Permanente 8 11 37,5%
Fonte: IBGE - PAM, 2019

335

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE 4.4.I. Lavouras Temporárias
Área plantada das lavouras temporárias - hectares

Bananal 2010 2017 Diferença 2010-2017

Cana-de-açúcar 20 100 400%


Feijão 35 35 0%

Mandioca 8 -100%

Milho 300 265 -11,7%

Total lavoura temporária 363 400 12,3%


Fonte: IBGE - PAM, 2019

APÊNDICE 4.4.J. Produção de Origem Animal


Produção de origem animal

Bananal 2010 2017 Diferença 2010-


2017

Leite (mil litros) 8311 13.608 63,7%

Ovos de galinha (mil dúzias) 24 8 -66,7%

Mel de abelha (kg) 3000 10.350 245%


Fonte: IBGE - PPM, 2019

APÊNDICE 4.4.K. Rebanhos da Pecuária


Tipos e quantidades de rebanhos da Pecuária (cabeças)

Bananal 2010 2017 Diferença


2010 - 2017
Bovinos 22.000 16.101 -26,8%
Bubalinos 240 369 53,75%
Equinos 828 787 -4,95%
Caprinos 112 148 32,14%
Ovinos 115 211 83,47%
Aves 2.467 2.925 18,56%
Suínos 950 486 -48,84%
Fonte: IBGE - PPM, 2019

336

Estação Ecológica de Bananal


4.5. Dinâmica social

APÊNDICE 4.5.A. Material e Métodos

Aglomerados subnormais são identificados pelo IBGE como conjuntos constituídos de, no
mínimo, 51 unidades habitacionais (barracos, casas etc.) carentes, em sua maioria de
serviços públicos essenciais, ocupando ou tendo ocupado, até período recente, terreno
de propriedade alheia (pública ou particular) e estando dispostas, em geral, de forma
desordenada e densa (IBGE, 2010).

O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) utiliza dados de renda,


longevidade e educação obtidos pelo IBGE nos censos demográficos. Considera renda
municipal per capita, esperança de vida ao nascer e escolaridade da população adulta e
fluxo escolar da população jovem. Os indicadores são calculados e expressos em valores
que vão de 0 a 1, sendo que quanto mais próximo ao 1, melhor o desempenho (PNUD,
2013).

O Índice Paulista de Responsabilidade Social (IPRS) também avalia as condições de vida


da população considerando variáveis de três dimensões: riqueza, longevidade e
escolaridade. O resultado de cada uma delas é um número entre zero e 100, que
corresponde a um determinado nível de qualidade (baixo, médio ou alto). Os indicadores
sintéticos de riqueza, longevidade e escolaridade são aglutinados em um quarto
indicador, o do IPRS, o qual é dividido em cinco grupos distintos.

As áreas de concentração de pobreza dentro de cada município podem ser analisadas


com os resultados do Índice Paulista de Vulnerabilidade Social (IPVS). Também calculado
pela Fundação Seade a partir dos dados dos setores censitários do censo demográfico,
toma como base indicadores de educação, saúde, oferta de bens sociais, renda e ciclo de
vida familiar por setor censitário, e apresenta as situações de maior ou menor
vulnerabilidade às quais a população se encontra exposta. Somente são analisados os
setores censitários a partir de 50 domicílios. Estas situações são traduzidas em sete
grupos que variam de baixíssima vulnerabilidade (1) até vulnerabilidade alta (7).

Em fevereiro de 2019 foi realizada oficina com o Conselho Consultivo para mapeamento
dos atores estratégicos da área, seu grau de importância e de envolvimento com a UC,
de acordo com a percepção dos presentes. A Metodologia adotada foi o Diagrama de
Venn.

337

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE 4.5.B. Esgotamento Sanitário no município de Bananal

APÊNDICE 4.5.C. Coleta de Lixo por Setor Censitário no município de Bananal

338

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE 4.5.D. Distribuição percentual da população em cada grupo de Índice Paulista
de Vulnerabilidade Social –IPVS no Estado de São Paulo e Bananal
Distribuição percentual da população em cada grupo de IPVS – índice paulista de vulnerabilidade social,
2010 %

Grupo IPVS ESP Bananal

1 Baixíssima vulnerabilidade 6,2 0

2 Vulnerabilidade muito baixa 40,1 10,6

3 Vulnerabilidade baixa 18 0

4 Vulnerabilidade média 19,2 58

5 Vulnerabilidade alta (urbanos) 11,1 13,4

6 Vulnerabilidade muito alta (aglomerados subnormais) 4,4 0

7 Vulnerabilidade alta (rurais) 1,0 18


Fonte: Fundação SEADE, 2010

APÊNDICE 4.5.E. Índice Paulista de Vulnerabilidade Social –IPVS por Setor Censitário no
município de Bananal

339

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE 4.5.F. Diagrama de Venn – mapeamento de atores estratégicos da EE de
Bananal e sua área de entorno realizada em oficina com o Conselho Consultivo em
fevereiro de 2019.

4.6. Dinâmica territorial

APÊNDICE 4.6.A. Uso e ocupação da terra -Material e Métodos

A área de estudo representada pela Estação Ecológica de Bananal e seu entorno de 3 km


com 7.399,5 ha. Esse trabalho foi realizado com base em revisão bibliográfica e
cartográfica bem como interpretação de imagens dos satélites:
 World View 02, de 11 de outubro de 2017, com resolução espacial de 0,50
metros e;
 World View 03, de 12 de setembro de 2017, com resolução espacial de 0,30
metros.

Realizou-se o mapeamento do uso e cobertura da terra no entorno de 3km da Estação


Ecológica de Bananal. A definição dos limites da área de estudo baseou-se na Resolução
CONAMA N° 428, de 17 de dezembro de 2010, que determina que o licenciamento de
empreendimento de significativo impacto ambiental, localizado numa faixa de 3 mil
metros a partir do limite da unidade de conservação, cuja zona de amortecimento não
esteja estabelecida (como é o caso da Estação Ecológica de Bananal), só poderá ser

340

Estação Ecológica de Bananal


concedido após a autorização do órgão responsável pela administração da unidade de
conservação.

A classificação do uso e ocupação da terra utilizou os seguintes elementos de


interpretação: tonalidade/cor, textura, tamanho, forma, sombra, altura, padrão e
localização.

O mapeamento das categorias de uso e ocupação da terra foi dividida em três grupos, a
saber:
 Cobertura Vegetal Natural: Floresta Ombrófila Densa; Refúgio Vegetacional e
Sistema Secundário da Floresta Ombrófila Densa;
 Usos Agrícolas: Pastagem e /ou campo antrópico; Reflorestamento (pinus e
eucalipto); Reflorestamento de araucárias e Sítio e/ou chácara e,
 Outros Usos: Lago/Represa e Área queimada.

O mapeamento das classes de cobertura vegetal natural baseou-se em IBGE (2012) e


IVANAUSKAS et al., 2012).

APÊNDICE 4.6.B. Área e porcentagem das diferentes categorias de uso e ocupação da


terra no entorno de 3 km da Estação Ecológica de Bananal

CATEGORIAS DE USO DA TERRA E VEGETAÇÃO NATURAL Área (ha) %


Cobertura Vegetal Natural
Floresta Ombrófila Densa Montana e Submontana
Dm2 - Porte arbóreo alto, dossel fechado. Apresenta alguma alteração de
caráter antrópico 1.602,2 21,7
Dm1 - Porte arbóreo alto, dossel fechado 892,3 12,1
Dm4 - Porte arbóreo médio, dossel fechado (situa-se no topo dos morros) 236,9 3,2
Dm3 - Porte arbóreo médio a alto, dossel fechado 202,8 2,7
Refúgio Vegetacional
rm - Porte arbóreo baixo esparso e saxícolas (exposição rochosa) 96,5 1,3
rl - Porte herbáceo ou arbustivo (campo de altitude) 21,0 0,3
Sistema Secundário
Vs2 - Porte arbóreo médio a alto, dossel aberto - capoeirão 1.887,6 25,5
Vs1 - Porte arbóreo baixo, com estrutura de dossel fechado - capoeira 984,7 13,3
Vs4 - Porte herbáceo a arbustivo - capoeirinha 198,0 2,7
Vs3 - Porte arbóreo baixo a arbustivo - capoeira rala 145,6 2,0
Subtotal 6.267,6 84,7
Usos Agrícolas
Pastagem e/ou campo antrópico 774,9 10,5
Reflorestamento 308,5 4,2
Reflorestamento de araucárias com sub-bosque nativo 27,4 0,4
Sítio e/ou chácara 3,3 0,04
Subtotal 1.114,0 15,1
Outros Usos
Área queimada 17,3 0,2
Lago/Represa 0,5 0,01
Subtotal 17,9 0,2
Total 7.399,5 100,0

341

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE 4.6.C. Mapa de uso e ocupação da terra no entorno de 3 km daEstação
Ecológica de Bananal

342

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE 4.6.D. Mapa de uso e ocupação da terra no entorno da Estação Ecológica de Bananal realizado em 2012

343

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE 4.6.E. Quantificação das classes de uso e ocupação da terra na área entorno da
EE Bananal em 2012.

USO E OCUPAÇÃO DA TERRA ÁREA (HA) %


Vegetação Natural
Samambaial 277,81 0,86
Floresta Ombrófila Densa 3.513,68 10,89
Floresta Ombrófila Mista 1.251,73 3,88
Vegetação Secundária da Floresta Ombrófila Densa 9.425,31 29,21
Vegetação Secundária da Floresta Ombrófila Mista 8.561,76 26,53
Vegetação Secundária da Floresta Estacional Semidecidual 53,20 0,16
Vegetação de Várzea 123,23 0,38
Subtotal 23.206,72 71,92
Usos Agrícolas
Pastagem e/ou Campo Antrópico 6.585,70 20,41
Reflorestamento 1.349,16 4,18
Reflorestamento com sub-bosque de espécies nativas 817,23 2,53
Subtotal 8.752,09 27,12
Outros usos
Serraria - imóvel rural 3,80 0,01
Represa 62,48 0,19
Piscicultura 2,10 0,01
Solo nu 2,92 0,01
Afloramento Rochoso 239,16 0,74
Subtotal 310,46 0,96
TOTAL 32.269,27 100

344

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE 4.6.F. Áreas de Influência Indireta da PCH Braço: Meio Antrópico, Meio Físico
e Biótico

Fonte: Estudos de Impacto Ambiental da PCH do Braço (2004).

APÊNDICE 4.6.G. Áreas de Influência Direta da PCH Braço

Fonte: Estudos de Impacto Ambiental da PCH do Braço (2004).

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Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE 4.6.H. Unidades de Conservação na Área de Influência da PCH do Braço

Fonte: Estudos de Impacto Ambientalda PCH do Braço (2004).

APÊNDICE 4.6.I. Área de Influência Indireta (AII) de Angra 3

Fonte: Estudos de Impacto Ambiental de Angra III. 2009.

346

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE 4.6.J. Área de Influência Direta (AID) de Angra III

Fonte: Estudos de Impacto Ambientalde Angra III. 2009.

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Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE 4.6.K. Ocorrências e infrações ambientais na EE de Bananal e sua área de estudo.

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Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE 4.6.L. Densidade de focos de incêndios ocorridos entre 2001 e 2018 no município de Bananal.

Fonte: Neto, G. 2019

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Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE 4.6.M. Incêndios Florestais registrados na Estação Ecológica de Bananal (SÃO PAULO – SIMA – CFB, 2019).

Boletim de Ocorrência de Incêndio Florestal Mês/Ano Área atingida da UC (ha) Área atingida no entorno da UC (ha) Total Área atingida (ha)
BOI-2014-058 Junho/2014 - 3 3
BOI-2017-051 Setembro/2017 - 4 4
BOI-2017-071 Setembro/2017 - 586 586
BOI-2017-073 Setembro/2017 - 30 30
BOI-2017-109 Novembro/2017 - 8 8
Total Geral - 631 631

350

Estação Ecológica de Bananal


ANEXO V – JURÍDICO INSTITUCIONAL
A caracterização jurídico-institucional foi realizada com base em consulta em fonte
secundária, conforme bibliografia indicada.

APÊNDICE 5.1. Reserva da Biosfera da Mata Atlântica - RBMA

APÊNDICE 5.2. Detalhe da localização da EE de Bananal na Reserva da Biosfera da Mata


Atlântica - RBMA

351

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICES 5.3. Contexto Regional de Áreas Protegidas

APÊNDICES 5.4. Área de Proteção Ambiental (APA) Bacia do Rio Paraíba

352

Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICES 5.5. Sobreposição da EE de Bananal com outras áreas protegidas

APÊNDICE 5.6. Localização das Reservas Particulares de Patrimônio Natural (RPPNs) e


outras Unidades de Conservação

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Estação Ecológica de Bananal


APÊNDICE 5.7. Zoneamento Agroambiental (ZAA) da cana-de-açúcar

APÊNDICE 5.8. Áreas Prioritárias para Conservação e Ampliação de Unidades de


Conservação- Biota FAPESP

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Estação Ecológica de Bananal

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