Di - Apostila
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UNAÍ-MG
2013
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APRESENTAÇÃO
Prezado(a) Cursista
Este curso: “Educação Especial com ênfase em Deficiência Intelectual” visa possibilitar
aos educadores, através de capacitação continuada, fundamentação básica sobre a temática
da Educação Especial, de forma a conscientizá-los da importância de conhecer para entender
o processo de aprendizagem do aluno com necessidades educacionais especiais em
deficiência intelectual. E, partindo da premissa de que todos podem aprender, possam
contribuir para ampliar suas competências e habilidades, colaborando na construção de uma
sociedade sem preconceitos e sem discriminação, uma sociedade da inclusão e da dignidade
humana.
As bases legais da Educação a Distância no Brasil foram estabelecidas pela Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional (Lei n.º 9394, de 20 de dezembro de 1996), a saber:
PLANO DE ENSINO
I- DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
INSTITUIÇÃO EDUCACIONAL Instituto de Educação Superior Intellectus
CURSO Educação Especial com ênfase em Deficiência Intelectual
CARGA HORÁRIA 80h
II- EMENTA
A presente disciplina oferece ao Especialista em Educação Especial um estudo
aprofundado sobre a Deficiência Intelectual, que auxilia no processo de formação do
pedagogo, destacando a Educação Especial de forma geral e dando ênfase à deficiência
Intelectual.
III- OBJETIVOS
Objetivo Geral
A disciplina tem como objetivo geral, versar sobre a educação Especial enfatizando a
deficiência Intelectual.
Objetivos Específicos
2- Valoração
As atividades de estudo serão valorizadas mediante a execução da prova, cujo valor
mínimo é de 8,0 (oito) que constará de questões objetivas e subjetivas.
Você deverá realizar a avaliação após assegurar-se de ter dominado todo o conteúdo.
Para isso reveja os objetivos propostos no módulo de estudo.
VIII- REFERÊNCIAS
AMIRALIAN, Maria Lúcia T.M. Psicologia do Excepcional. Volume 08, São Paulo:
E.P.U.1986.
BAGATINI, Vilson. Educação Física para deficientes. Porto Alegre: Sagra, 1987.
Unaí-MG/ 2013
SUMÁRIO
1 A EDUCAÇÃO ESPECIAL
Algo que tem preocupado muito os estudiosos é o fato de que cada ano que passa aumenta o
número de alunos que apresentam dificuldades na área acadêmica e que estes alunos, ou estão
sendo retidos em uma mesma série por anos seguidos, ou então encaminhados par avaliação
educacional com destino à sala especial.
O primeiro fator, que é a retenção por vários anos em uma mesma série, os leva em muitos
casos à evasão escolar e o segundo fator (avaliação educacional) os faz ficarem “num canto” na
sala de aula, pois o processo de avaliação ainda é lento (burocrático) e o aluno fica sem
atendimento adequado por muito tempo, o que o leva a ficar cada vez mais desestimulado.
Essa situação incômoda fez com que reflexões sejam feitas, buscando respostas do porque
das coisas estarem acontecendo assim. Um dos motivos que se apresenta como causa dessas
dificuldades é a condição sócio-econômica da que os alunos provêm. Diversos autores acreditam
que as intervenções devem ser preventivas e não só curativas.
Segundo Nunes (1990), é importante a discriminação dos fatores de risco e o peso de cada
fator para propostas de programas preventivos. O conceito de risco é probalístico, podendo
aumentar a chance de uma pessoa exibir a condição excepcional.
Tirando-se os casos extremos de disfunção biológica, é o número, mais que a natureza dos
fatores de riscos, que melhor determina a condição de excepcionalidade. Com esse pensamento
de (Lampréia 1983) amadurece a idéia de que a intervenção deve acontecer antes da idade
escolar e compatível com o período crítico.
Estão subjacentes à adoção de programas de intervenção precoce, teorias de
desenvolvimento que consideram as primeiras experiências da criança como especiais, por
colocarem as bases para o desenvolvimento futuro e por terem um grande impacto sobre o curso
do desenvolvimento.
Segundo o conceito de período crítico, o impacto das primeiras experiências seria tão forte
que no caso da aquisição de repertórios comportamentais, seria praticamente impossível reverter
seus efeitos no futuro. No caso da falta de aquisição de determinados comportamentos, neste
período, isto implicaria em que dificilmente esses comportamentos seriam adquiridos no futuro, ou
então, segundo uma posição intermediária, haveria períodos ótimos para a apresentação de
estimulação com o fim de desenvolver certos comportamentos na criança; eles talvez pudessem
Uma análise retrospectiva da história da educação especial no Brasil evidencia que sua
trajetória acompanha a evolução da conquista dos direitos humanos.
Houve época em que as pessoas com deficiências eram sacrificadas, porque nada de útil
representavam para a sociedade.
A filosofia humanística ainda não tinha seus contornos delineados, o que explica os choques
de ideias quanto ao posicionamento do homem na vida social, econômica, política e religiosa.
Durante séculos, os deficientes foram considerados seres distintos e à margem dos grupos
sociais, mas, à medida que o direito do homem à igualdade e à cidadania tornou-se motivo de
preocupação dos pensadores, a história da educação especial começou a mudar.
A histórica rejeição aos deficientes cedeu lugar à compaixão e às atitudes de proteção e
filantropia, que até hoje perduram e muitas vezes prevalecem, apesar de todos os esforços que
têm sido realizados para que essa postura seja substituída pelo reconhecimento da igualdade de
direitos a todo cidadão, sem discriminações.
Nas duas últimas décadas, registraram-se consideráveis avanços na conquista da igualdade e
do exercício de direitos.
No âmbito legal, merecem destaque:
- A Lei 5.692/71, das Diretrizes e Bases do Ensino de 1º e 2º graus, que no Art. 9 confere
destaque ao atendimento aos deficientes e aos superdotados.
- A Constituição Federal de 1988, que no Art. 208, inciso III, garante o atendimento
educacional especializado às pessoas com deficiências em igualdade de condições com qualquer
outro aluno. Além deste inciso, todo o texto da Carta Magna aplica-se às pessoas com
necessidades especiais, o que é compatível com o ideário da democracia.
No âmbito político-administrativo, ainda em 1971, o MEC criou um grupo-tarefa, através da
Portaria número 86, de 17 de junho, para realizar uma completa avaliação da educação especial no
Brasil, que resultou na apresentação de um relatório, em dezembro do mesmo ano, com
sugestões, diretrizes e propostas para a criação de um setor especializado, destinado a lidar
exclusivamente com a educação especial.
Naquele momento, a centralização administrativa era aconselhada, porque as decisões em
torno da educação especial, além de assistemáticas, permaneciam apenas no âmbito dos
Conselhos Estaduais de Educação. Era, portanto, necessário criar um órgão que centralizasse e
direcionasse tais ações.
Mais que uma referência cronológica, este fato tem um significado sócio-político, com
desdobramentos que perduram até os dias atuais.
A educação deve ser, por princípio, liberal, democrática e não doutrinária. Dentro desta
concepção o educando é, acima de tudo, digno de respeito e do direito à educação de melhor
qualidade.
A principal preocupação da educação, desta forma, deve ser o desenvolvimento integral do
homem e a sua preparação para uma vida produtiva na sociedade, fundada no equilíbrio entre os
interesses individuais e as regras de vida nos grupos sociais.
Comumente, ouve-se dizer que a escola não está preparada para receber este ou aquele
aluno que apresente algum comprometimento acentuado de suas faculdades físicas, sensoriais ou
mentais.
Via de regra, recomenda-se o encaminhamento para uma escola especial ou exige-se uma
avaliação autorizada de que o aluno está em condições de acompanhar os demais.
O mesmo acontece com os educandos que conseguiram ingressar na escola e não
apresentam aproveitamento compatível com a “performance” exigida. Ficam estagnados vários
anos sem esperança de aprovação. O recurso é encaminhá-los para diagnóstico médico ou
psicológico na expectativa de confirmação da suspeita de deficiência intelectual leve.
As dificuldades específicas de aprendizagem são deslocadas para a escola especial, que é
concebida como uma espécie de “habitat” de excepcionais.
Comunga-se a ideia de que é o lugar propício, porque reúne as condições apropriadas ao
atendimento de sua clientela; número reduzido de alunos em cada turma, classes relativamente
homogêneas, pessoal habilitado, currículos adaptados, equipes interdisciplinares, recursos
materiais e pedagógicos adequados, atendimentos complementares...
Quem garante que tais escolas, a rigor, apresentam as condições apontadas? Até que ponto
a segregação de alunos não serve à ocultação e mascaramento dos problemas escolares?
As escolas especiais, por algum motivo, estarão imunes ao sucateamento e depauperação
das escolas públicas, em geral? Não estará a qualidade do atendimento igualmente
comprometida? Não será uma ilusão ou uma defesa acreditar que estão devidamente capacitadas
para atenderem sua clientela? Qual será de fato, sua legítima clientela?
Para Mazzotta (1993), as classes especiais e as escolas especializadas, públicas ou
particulares, não têm evidenciado os resultados de sua atuação no sistema escolar.
Por outro lado, o desconhecimento de seu papel tem acarretado, muitas vezes, sua disfunção,
transformando-as em depositários dos problemas de aprendizagem, detectados nas escolas,
contribuindo para solidificar mitos e slogans sobre suas desvantagens e prejuízos.
Além disso, tem-lhes sido imputada a função ideológica de discriminação negativa e
dissimulação das dificuldades impostas às crianças das classes populares.
Confundida como panacéia para o fracasso escolar produzido, a educação especial tem sua
validade posta em dúvida, principalmente para as educandos deficientes mentais. Em tal contexto,
fica comprometida a realização do direito à educação escolar. Quando muito, permanece a
possibilidade de educação como parte de programas de habilitação e reabilitação fora do sistema
escolar.
O encaminhamento para superar tal situação envolveria, de um lado, a clarificação do
O enfrentamento destas questões não depende, exclusivamente, dos educadores, que não
podem ser responsabilizados pelo malogro das políticas públicas, mas, não devem eximir-se do
compromisso com a defesa intransigente dos princípios democráticos de universalização do ensino
e garantia da escola pública de boa qualidade para todos, sem qualquer tipo de discriminação.
Para Amiralian (1986), “no decorrer da história da civilização, pode-se constatar que foi
gradativo o reconhecimento das pessoas excepcionais”.
Assim, na Antigüidade predominava a filosofia da eugenia, ou seja, as pessoas excepcionais
eram consideradas como degeneração da raça humana. Acreditava-se que as mesmas deviam ser
abandonadas ou eliminadas pelo incômodo que representavam aos seus familiares e à sociedade.
No entanto, na Idade Média, com o predomínio da igreja e sua filosofia, os excepcionais
começavam a ser vistos como pessoas que mereciam caridade. Todas as explicações
relacionadas ao problema da excepcionalidade da pessoa estavam ligadas a crença de pagamento
de pecados.
Já na Idade Moderna, houve uma valorização do ser humano com o predomínio das filosofias
humanísticas. Iniciou-se as primeiras observações, estudos e experiências relacionadas à pessoa
excepcional e toda a sua problemática era vista sob o enfoque patológico.
Com o advento da Idade Contemporânea, percebeu-se uma preocupação com a educação
das pessoas excepcionais em instituições especiais segregadas.
Atualmente, última metade do século XX, há uma preocupação com a educação das pessoas
excepcionais no sentido de que elas não devem ser segregadas, mas sim terem a oportunidade de
se adaptar à sociedade, ficando assim garantido o seu direito de ser deficiente.
Para Castro (1989), a conquista desse espaço na sociedade não tem sido fácil, principalmente
BARBOSA, Jorge Nunes. Qual a diferença entre deficiência Mental e doença Mental?
Disponível em: <http://marciaserante. blogspot.com.br/2010/09/qual-diferenca-entre-
deficiencia-mental. html> Acesso em: 25 Jun. 2013.
A maior parte dos estudos, aponta para uma frequência de 2% a 3% sobre as crianças com
mais de 6 anos. Não é a mesma coisa determinar essa freqüência em crianças mais novas ou em
adultos. A Administração dos EUA considera o valor de 3% para efeitos de planificação dos apoios
a conceder a alunos com atraso mental. Esta porcentagem é um valor de referência que merece
bastante credibilidade. Mas não é mais do que um valor de referência.
A educação para pessoas com Deficiência Intelectual é um programa que faz parte da
Educação Especial, sendo esta parte da Educação Geral, destinada a oferecer igualdade de
oportunidades às pessoas com necessidades especiais com o objeto de atender as diferenças
individuais dos educandos, isto através de métodos, técnicas, procedimentos e recursos
adequados ou adaptados, de maneira que possa auxiliar ao máximo o desenvolvimento das
condições e potencialidades reais dos indivíduos, visando assim a sua aprendizagem, integração
social, autorrealização, bem como a sua independência.
Segundo Pérez Ramos (1982) as contribuições relevantes sobre a definição de retardo mental
são numerosas, incluindo enfoques variados. O significado do termo é freqüentemente impreciso e
muitas vezes, seu emprego é incorreto. As ideias de que se reveste dependem, sobretudo da
formação profissional de quem o emprega e dos propósitos de sua utilização.
Especialistas em medicina interessados na etiologia da deficiência definem o termo do ponto
de vista de suas causas determinantes, colocando em evidência fatores como os transtornos
metabólicos e as disfunções neurológicas.
Profissionais de psicologia, motivados com o estudo do comportamento humano, destacam a
importância do desenvolvimento intelectual e social, com suas mensurações pertinentes.
Conselheiros de reabilitação, orientados para o treinamento profissional, acentuam aspectos
relacionados com habilidades vocacionais e nível de adaptação à situação de trabalho.
Pedagogos, considerando o grau de educabilidade do indivíduo, relacionam o conceito de retardo
mental com dificuldades de aprendizagem e com deficiências no acompanhamento dos programas
escolares. Apoiam essas considerações Goldberg (1974); Anderson e Greer (1976), entre outros.
No entanto, a definição mais usada para retardo mental era aquela elaborada por Heber e
aprovada pela AAMD (American Association of Mental Deficiency) que vigora como princípio
orientador das organizações internacionais e de maioria dos trabalhos mais importantes no campo.
Para Grossman (1973), a definição caracteriza-se pelo “funcionamento intelectual
significativamente abaixo da média, que dá lugar a deficiências no comportamento adaptativo e
que tem origem no período de desenvolvimento”.
Além destas categorias principais, existem outras seis suplementares: causas genéticas,
anomalias cranianas secundárias, deficiências sensoriais, transtornos convulsivos, transtornos
psiquiátricos e deficiências motoras.
Uma das características distintivas dos seres humanos em relação a outros animais é a sua
capacidade de habitar e desenvolver-se em um ambiente organizado culturalmente através de
suas crenças, valores e padrões. É nesse ambiente que a criança se desenvolve e adquire suas
habilidades e é, também, nesse meio social que se dá a construção da deficiência intelectual.
ATIVIDADES
1- Segundo Sassaki (2004), a palavra “deficiência” não pode ser confundida com a palavra
"incapacidade". Como você confirma o citado pelo autor?
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2- A expressão “deficiência mental”, substituída por “deficiência intelectual” foi oficializada por
ocasião de um Simpósio chamado “Intelectual Disability: Programs, Policies, and Planning for The
Future” (Deficiência Intelectual: Programas, Políticas e Planejamento para o Futuro). Informe o
ano, o local do evento e a necessidade de mudança.
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4- Responda:
a) Quais as diferenças entre deficiência intelectual e doença mental?
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3 A ESCOLA E A EXCLUSÃO
Deve-se estar sempre atento, mesmo sob a garantia do direito de todos à educação, a
diferença pode ser jogada na vala comum dos preconceitos, da discriminação e da exclusão.
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Inúmeras propostas educacionais que defendem e recomendam a inclusão continuam a diferenciar
alunos pela deficiência, o que está previsto como desconsideração aos preceitos da Convenção da
Guatemala, assimilada pela Constituição Brasileira em 2001, a qual deixa clara:
A afirmativa anterior está de acordo com o princípio da deficiência apenas com o propósito
de permitir o acesso ao direito e não para se negar o exercício do dele. Resta lembrar que a
Constituição de 1988 celebrou o direito de todos à educação e acrescentou às pessoas com
deficiência o direito ao “atendimento educacional especializado” (BRASIL, 1988). Esse atendimento
é complementar ao ensino escolar e assegura aos alunos com deficiência as condições que lhes
são indispensáveis para que tenham acesso e freqüência à escolaridade em escolas comuns.
A diferenciação pela deficiência, nesse caso, não é discriminante, porque o “atendimento
educacional especializado” visa à remoção de obstáculos que impedem esses alunos de
acompanhar as aulas nas turmas comuns. O ensino as língua portuguesa como segunda língua
para os surdos, as noções de mobilidade e locomoção para os cegos e outros conhecimentos
específicos, são exemplos dessa diferenciação. Contudo, o encaminhamento direto de alunos com
deficiência de escolas comuns para escolas especiais, além de ser uma diferenciação pela
deficiência, desrespeita o direito indisponível de todos à educação, dado que o ensino especial é
uma modalidade que perpassa todos os níveis de ensino, das etapas do básico às do superior,
mas não pode substituí-lo.
3.3 As diferenças
Como trabalhar, para que, de forma efetiva aconteça a inclusão social de pessoas que – em
caráter temporário, intermitente ou permanente – possuem necessidades especiais, decorrentes de
sua condição atípica e que, por essa razão, estão enfrentando barreiras para tomar parte ativa na
sociedade com oportunidades iguais às da maioria da população? Além de necessidades
especiais, estas pessoas têm, é claro, necessidades comuns a todo ser humana, a necessidade de
serem valorizadas, amadas e respeitadas, com todas as diferenças que possamos ter entre nós e,
que nos torna únicos no Universo.
Necessidades especiais será um termo aqui utilizado com um significado mais amplo do que
estamos habituados a entender, supor, imaginar. Explica-se: às vezes, na literatura, em palestras e
em conversas informais o uso das expressões pessoas portadoras de necessidades especiais,
pessoas com necessidades especiais e portadores de necessidades especiais como sendo melhor
do que usar as expressões pessoas portadoras de deficiência, pessoas com deficiência e
portadores de deficiência, no sentido de que, assim, seria evitado o uso da palavra ‘deficiência’,
supostamente desagradável ou pejorativa. Todavia, ‘necessidades especiais’ não deve ser tomado
como sinônimo de ‘deficiências’ (mentais, auditivas, visuais, físicas ou múltiplas).
Para que a criança tenha uma educação inclusiva é necessário que a sua escola apresente
alguns componentes como: que os alunos frequentem classes comuns, com colegas não
deficientes da mesma faixa etária. Este princípio assegura aos alunos deficientes e não-deficientes
a oportunidade de aprenderem uns sobre os outros e reduz o estigma experienciado por alunos
separados anteriormente; que a escola seja da vizinhança, pois é positivo que os alunos
frequentem uma escola comum em sua vizinhança ou aquela que a família escolheu por uma razão
particular; que o professor ensine a todos os alunos, já que em escolas inclusivas, o professor tem
responsabilidade de educar, todas as crianças e tem a responsabilidade de assegurar ao aluno
deficiente, ser um membro integrado e valorizado na sala de aula.
O futuro da inclusão escolar em nosso país dependerá de um esforço coletivo, que obrigará a
uma revisão na postura de pesquisadores, políticos, prestadores de serviços, profissionais da
Quanto mais presentes estiverem estes componentes, maiores serão as chances de que a
escola incluirá crianças e jovens e pessoas com deficiências.
A inclusão da criança, do jovem e do adulto no sistema de ensino não pode, portanto, perder
de vista que as características, habilidades e necessidades de cada um são únicas e merecem
atenção e respeito.
A perspectiva integradora considera a educação principalmente em sua possibilidade de
promover a convivência de desiguais, sem preconceitos, mas com a preocupação constante de
garantir que esse contato seja proveitoso para o crescimento de todos.
Cada membro do grupo dá e recebe dos outros o estímulo para suprir suas deficiências e
desenvolver suas habilidades construindo conhecimento e criando laços de solidariedade.
O que se espera é que essas reflexões sobre o tema tratado tenham eco, neste momento da
História da Educação em que vozes de todas as partes do mundo clamam pelo direito a uma
ATIVIDADES
3- Responda:
a) Em relação à inclusão escolar, o que é mais importante, adaptar o ensino ou mudar as práticas
escolares? Por quê?
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c) A escola deve mudar para receber estes alunos com necessidades especiais. Em que níveis
estas mudanças devem ocorrer?
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4- A inclusão da criança, do jovem e do adulto no sistema de ensino não pode, portanto, perder de
vista que as características, habilidades e necessidades de cada um são únicas e merecem
atenção e respeito. Qual a importância dessa afirmativa para o trabalho do professor?
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5- De acordo com o Censo Escolar de 2012, a política de educação especial adotada pelo
Ministério da Educação trouxe consigo mudanças que permitiram a oferta de vagas na educação
básica, valorizando as diferenças e atendendo às necessidades educacionais de cada aluno,
fundamentando a educação especial na perspectiva da integração. Constata-se um aumento de:
4 REFERÊNCIAS
AMIRALIAN, Maria Lúcia T.M. Psicologia do Excepcional. Volume 08, São Paulo: E.P.U.1986.
BAGATINI, Vilson. Educação Física para deficientes. Porto Alegre: Sagra, 1987.
BARBOSA, Jorge Nunes. Qual a diferença entre deficiência Mental e doença Mental?
Disponível em: <http://marciaserante. blogspot.com.br/2010/09/qual-diferenca-entre-deficiencia-
mental. html> Acesso em: 25 Jun. 2013.
BRASIL. Censo Escolar de 2012. MEC. Brasília-DF. Documento que fornece dados relativos aos
sistemas de ensino brasileiro, 2012.
BRASIL. Lei nº 10.098, de Dezembro de 2000. - Lei específica sobre acessibilidade a portadores
de necessidades especiais, adotada como modelo pela ONU, 2000.
BRASIL. Convenção da Guatemala. (art. I,n 2. § a.). - Reunião internacional que fixou diretrizes
para o atendimento aos direitos dos portadores de necessidades especiais. 1999.
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília: MEC, 1998.
BRASIL. Declaração de Salamanca. Reunião que congregou mais de 180 países, para
estabelecer a educação do século XXI. Brasília: UNESCO, 1994.
BRASIL. A convenção sobre os direitos da Criança. 1989.
BRASIL. Constituição Federal do Brasil. Brasília: Senado, 1988.
BRITO, A.M.W.; DESSEN, M.A. Crianças surdas e suas famílias: um panorama geral.
Psicologia: Reflexão e Crítica, Porto Alegre: Vol. 12, 429-445, 1999.
VYGOTSKY, L. The problem of the environment. Em R. Van der Deer & J. Valsiner (Orgs.), The
Vygotsky Reader (pp. 338-354). Oxford, UK: Basil Blackwell, 1994.