3º Forum de Didactica de Literatura - 034535

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Boa tarde!

Sou Maria Filipe Alberto, estudante do curso de Licenciatura em língua portuguesa.

1. Qual é o papel da escola/professor na formação de um cidadão crítico, participativo, de


um cidadão-leitor?
O professor deve, em primeiro lugar, ser um exemplo de leitor e promover o amor pela
leitura no ambiente escolar. É importante que ele incentive seus alunos a lerem e compartilhem
suas experiências de leitura. Além disso, o professor deve utilizar estratégias que despertem o
interesse dos alunos pela leitura, como o uso de textos motivadores e desafiadores, a diversidade
de géneros literários, a exploração de diferentes mídias e tecnologias.
Na formação de um cidadão crítico e participativo, o professor desempenha um papel
essencial ao incentivar a reflexão e o debate sobre questões sociais e políticas. Ele deve estimular
o pensamento crítico dos alunos, desenvolver a capacidade de argumentação e apresentar
diferentes pontos de vista sobre determinados assuntos. Além disso, o professor pode promover a
participação activa dos alunos em actividades escolares, como projectos, simulações, grupos de
estudos e debates.
É claro que o professor, por si só, não é capaz de transformar a realidade que ultrapassa a
escola e tem suas origens no económico e sociopolítico, mas sua competência com profissional
da educação é, com certeza, um dos factores de grande peso quando pensamos na melhoria da
qualidade do ensino (MOISÉS, 1999).
A escola deve se configurar num ambiente de estímulo à leitura e em que ganha espaço o
papel do professor leitor e estimulador da prática de leitura. Desse modo, tem-se escola e
professor como responsáveis pelo ensino da leitura, sendo o docente um agente de grande
importância nesse processo, já que diariamente convive com os alunos, interagindo e
vivenciando experiências. O professor, de acordo com Souza (2020), durante a sua formação
aufere saberes técnicos e teóricos durante suas práticas em sala de aula, ao longo da sua carreira
docente a partir dos erros, acertos e reflexões sobre suas próprias práticas.
Vilela (2017) salienta a importância de que o professor, como mediador e representante
mais próximo da escola na sala de aula, promova no aluno o gosto pela leitura a partir do
desenvolvimento de estratégias que propiciem o hábito da leitura.
O papel da escola e do professor na formação de cidadãos críticos e participativos — cidadãos-
leitores — é central e multifacetado, permeando todas as áreas do conhecimento, mas com um
destaque particular nas aulas de Língua Portuguesa. Neste contexto, a escola não é apenas um
espaço para o desenvolvimento de habilidades técnicas de leitura e escrita, mas também um
ambiente para o cultivo de pensamento crítico, empatia, consciência social e participação ativa.
Vamos explorar como isso se manifesta na prática educacional e o estado atual dessa
preocupação com a formação de leitores.

O Papel da Escola e do Professor


a) Desenvolvimento do Pensamento Crítico: A escola deve oferecer um ambiente seguro
para questionamentos e reflexões. Os professores têm a tarefa de incentivar os alunos a
questionar, analisar e avaliar criticamente as informações, promovendo assim uma
compreensão mais profunda do mundo ao seu redor. Isso envolve discutir temas
complexos, estimular a curiosidade e fornecer as ferramentas necessárias para uma
análise crítica.
b) Promoção da Empatia e da Consciência Social: Através da literatura e de outras
atividades de leitura, os professores podem introduzir perspectivas e experiências
diversas, ajudando os alunos a desenvolver empatia e a compreender realidades diferentes
das suas. Isso é fundamental para formar cidadãos que respeitam e valorizam a
diversidade e que estão preparados para agir de maneira ética e responsável na sociedade.
c) Estímulo à Participação Ativa: A escola deve encorajar os alunos a aplicar o
conhecimento e o pensamento crítico na resolução de problemas reais da comunidade e
da sociedade em geral. Isso pode incluir projetos de serviço comunitário, debates sobre
questões atuais e a utilização de mídias e tecnologias para expressão de ideias e
engajamento cívico.

Formação de Leitores
As aulas de Língua Portuguesa, em particular, têm um papel crucial na formação de
leitores críticos e engajados. Este objetivo vai além de ensinar a ler e escrever corretamente;
trata-se de cultivar o amor pela leitura, a capacidade de interpretar textos diversos e a habilidade
de se expressar de maneira clara e convincente.
a) Diversidade de Textos: A exposição a uma ampla variedade de textos — literários,
jornalísticos, científicos, entre outros — permite aos alunos entender diferentes estilos de
escrita, perspectivas e contextos, enriquecendo sua compreensão do mundo.
b) Discussões e Análises em Sala de Aula: As aulas devem incluir discussões regulares
sobre os textos lidos, onde os alunos podem expressar suas ideias, questionar
interpretações e explorar significados mais profundos, aplicando seu pensamento crítico.
c) Conexão com a Realidade: Os textos e temas abordados em sala de aula devem ser
relevantes para a vida dos alunos, conectando-se com suas experiências, interesses e
preocupações, e estimulando-os a ver a leitura como uma atividade valiosa e
significativa.

Reflexão sobre a Atualidade


Apesar da importância indiscutível desses objetivos, a realidade nas escolas pode variar
consideravelmente. Enquanto algumas instituições e professores adotam plenamente essa
abordagem, promovendo um ambiente rico em leitura, reflexão e debate, outras ainda enfrentam
desafios, como falta de recursos, formação docente inadequada ou currículos rígidos e
desatualizados, que limitam a capacidade de formar leitores críticos e ativos.
Para superar esses desafios, é essencial o comprometimento contínuo com a formação
docente, a atualização dos currículos e a criação de políticas educacionais que valorizem e
promovam a leitura crítica, a expressão individual e a participação cidadã. Assim, o papel da
escola e do professor na formação do cidadão-leitor permanece sendo uma questão de vital
importância, requerendo atenção, recursos e inovação constantes.
A promoção da leitura requer também disposição para a pesquisa e planejamento das
atividades por parte do professor, ou seja, ela precisa fazer parte da sequência didática da aula.
Conforme Silva e Silva (2020), ao escolher os tipos de textos para os alunos, o professor deve
fazer um planejamento prévio e buscar conhecer a realidade deles. Conforme os autores, esses
textos precisam ser atrativos para os alunos, pois só assim o aluno criará o gosto pela leitura.
No entanto, a pratica da leitura e a visão de que ela é importante ainda passa por certos
infortúnios, principalmente na educação pública brasileira, em que ela, por certo período, era
vista apenas como algo da escola e como sendo uma prática obrigatória, um requisito para ser
aprovado, sendo obrigatória muitas vezes vista como algo chato e insuportável, e não se dava
importância para os benefícios que a leitura proporciona quando realizada com prazer, com
satisfação, sendo algo que se faz por gostar (Silva; Silva, 2020).
Desse modo, o professor deve planejar as atividades de leitura promovendo o diálogo do
aluno com a obra, permitindo que ele seja atraído. Para tanto, é necessário que o professor
conheça a obra ou, pelo menos, a tenha lido.
Com essa compreensão, constatamos o quão importante se faz que o professor se mostre
como um bom leitor e que estimule em seus alunos o desenvolvimento desse sentimento e de
como a formação de alunos leitores depende fundamentalmente da relação do professor com essa
prática. É na vivência de experiências e na interação com o professor que os alunos poderão
desenvolver esse hábito e essa prática.
Duma forma geral o papel da escola é de formar cidadãos conscientes, que entendem o
funcionamento da sociedade em que vivem e buscam formas melhora-la.
O professor coopera o diálogo e reforça o respeito mútuo tão determinante para convívio
democrático.
A escola tem um papel importante na formação do cidadão ela estimula o pensamento crítico dos
alunos para que eles saibam questionar e tirar próprias conclusões de informações encontradas de
uma forma independente.
A escola contribuem Ainda para o desenvolvimento de habilidades socio emocionais
importante para convívio dentro e fora da escola, dessa forma a escola contribuem para a
formação integral do aluno nas mais diferentes áreas formativas, quer seja social, académica e
profissional, ajudando o aluno a encontrar o desafio da vida.
Por sua vez o professor deve considerar no exercício da sua função o aluno como sujeito de
múltipla relações, que por estar em processo de formação deve ser considerado em sua
totalidade. assim o professor deve assegurar ao educando uma formação crítica capaz de levá-lo
a refletir sobre temática cotidiano e interferir positivamente em seu meio e, sobretudo em sua
vida para transforma-lo.
Segundo Moisés (1999)competente é o professor que não mede esforços na formação de
um cidadão crítico e informado, capaz de correspondente atuar na sua realidade.
A escola precisa oferecer serviços de qualidade e um produto de qualidade de modo que os
alunos que passam por ela ganhem melhores e mais efetivas condições do exercício da liberdade
política e intelectual (Libanêo,1998,p.10).
Segundo Faria, (2015), O papel da escola e do professor na formação de um cidadão
crítico, participativo e leitor é fundamental para o desenvolvimento de uma sociedade
democrática e educada. Aqui estão algumas maneiras pelas quais a escola e as aulas de Língua
Portuguesa podem contribuir para essa formação:
 Desenvolvimento de habilidades de leitura crítica: Os professores podem ensinar aos
alunos não apenas como ler, mas também como ler criticamente, analisando textos de
diversas perspectivas, questionando suas premissas e identificando pontos de vista
implícitos (Faria, 2015).
 Fomento ao hábito de leitura: A escola pode incentivar os alunos a lerem regularmente,
oferecendo acesso a uma variedade de materiais de leitura, desde clássicos da literatura
até jornais, revistas e conteúdo online relevante (Faria, 2015).
 Estímulo à expressão escrita: As aulas de Língua Portuguesa devem proporcionar
oportunidades para os alunos praticarem a expressão escrita, permitindo-lhes articular
suas próprias ideias e opiniões de forma clara e coerente (Faria, 2015).
 Discussão de temas relevantes: Os professores podem facilitar discussões em sala de aula
sobre questões sociais, políticas e culturais, ajudando os alunos a desenvolverem uma
compreensão mais profunda do mundo ao seu redor e a formarem suas próprias opiniões
informadas (Soares, 2003).
 Ensino de competências digitais: Em um mundo cada vez mais digital, é importante que
os alunos aprendam a navegar e avaliar criticamente informações online, discernindo
entre fontes confiáveis e não confiáveis (Soares, 2003).
 Modelagem de comportamento cívico: Os professores podem servir como modelos de
cidadania ativa, incentivando os alunos a participarem de atividades comunitárias e a se
envolverem em questões sociais e políticas relevantes (Soares, 2003).

2. A escola e as aulas de Língua Portuguesa têm se preocupado com a formação de leitores?


Sim, a formação de leitores é uma preocupação central nas escolas e nas aulas de Língua
Portuguesa. A leitura é fundamental para o desenvolvimento das habilidades linguísticas,
cognitivas e sociais dos estudantes (Setton, 2007).
Nas aulas de Língua Portuguesa, os professores geralmente incluem atividades que visam
estimular o hábito de leitura, a compreensão de textos e a interpretação crítica. Isso pode
envolver a seleção de textos diversos, como contos, poemas, crônicas, artigos e romances, que
sejam adequados ao nível de compreensão e interesse dos alunos. Além disso, os professores
costumam propor debates, análises e reflexões sobre os textos lidos, buscando desenvolver a
capacidade de interpretação e análise crítica (Setton, 2007).
Além das aulas específicas de Língua Portuguesa, muitas escolas também promovem
projetos de leitura, clubes do livro, feiras literárias e outras atividades que incentivam o contato
frequente com os livros e a literatura. Essas iniciativas visam não apenas desenvolver as
habilidades de leitura, mas também promover o prazer pela leitura e a formação de leitores
críticos e autônomos (Setton, 2007).

Referência Bibliográfica
Faria, Ana Maria Leal de. (2015), A Formação do Cidadão Leitor: Desafios e Perspectivas no
Contexto Escolar. Editora Vozes
Soares, Magda, (2003), Leitura e Letramento: Formação do Cidadão Leitor. Editora: Contexto
Setton,
Maria da Graça Jacintho, (2007). O Papel da Escola na Formação do Cidadão Crítico e
Participativo. Cortez Editora

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