Abordagem Sistêmica Do Jogo
Abordagem Sistêmica Do Jogo
Abordagem Sistêmica Do Jogo
J. Garganta*
J. F. Gréhaigne**
INTRODUÇÃO
Várias tentativas têm sido feitas para descrever a estrutura do Os JDC caracterizam-se, entre outros factores, pela
rendimento no Futebol. No entanto, apesar de alguns factores aciclicidade técnica, por solicitações e efeitos cumulati-
poderem já ser reunidos, os catálogos de prioridades e as estruturas vos morfológico-funcionais e motores e por uma intensa
hierárquicas estabelecidas pouco mais têm conseguido do que participação psíquica (Teodorescu, 1977).
reproduzir pequenas e desarticuladas fracções do jogo. Todavia, a
realidade tem demonstrado que a pertinência do estudo dos As acções de jogo realizam-se num contexto diver-
problemas inerentes ao jogo e ao jogador deverá situar-se mais ao sificado, configurado a partir de uma intrincada trama de
nível da interacção dos factores do que em cada um deles per se. relações de oposição e de cooperação. Os jogadores e as
Diversas conclusões decorrentes de vários estudos realizados, fazem equipas procuram resolver em situação, várias vezes e si-
emergir a necessidade de encontrar métodos que permitam reunir e multaneamente, cascatas de problemas que encerram uma
organizar os conhecimentos, a partir do reconhecimento da elevada imprevisibilidade (Metzler, 1987). A questão fun-
complexidade do jogo de Futebol e das propriedades de interacção
damental pode ser enunciada da seguinte forma (Gréhaigne
dinâmica das equipas implicadas, enquanto conjuntos ou & Guillon, 1992): face a situações de oposição dos adver-
totalidades. No presente artigo pretendemos evidenciar que a
sários, os jogadores devem coordenar as acções com a
abordagem sistêmica do jogo de Futebol constitui uma importante
finalidade de recuperar, conservar e fazer progredir o móbil
referência a considerar nos processos de ensino e treino do Futebol,
do jogo (bola), tendo como objectivo criar situações de
na medida em que oferece a possibilidade de identificar e avaliar
finalização e marcar golo ou ponto.
acções/sequências de jogo que, peia sua frequente ocorrência, ou por
Tratando-se de uma actividade fértil em aconteci-
induzirem desequilíbrios (ofensivos e defensivos) importantes, se
mentos cuja frequência, ordem cronológica c complexi-
afiguram representativas da dinâmica das partidas.
dade não podem ser determinados antecipadamente
(Metzler, 1987), o factor estratégico-táctico assume uma
Abstract importância capital (Gréhaigne, 1989; Deleplace, 1994;
Mombaerts, 1996; Garganta, 1997). Deste modo, orien-
tando-se para um objectivo de produção - ganhar o jogo -
Systemic approach of soccer game: a case of fashion or need? a identidade dos diferentes JDC é indissociável de um
quadro de actividades particular, dado por:
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• uma relação de forças materializada no confronto entre o facto da representação do conteúdo do jogo e do siste-
dois grupos de jogadores de equipas diferentes que dispu ma de relações dos elementos que o compõem se revestir
tam ou trocam um objecto, ou móbil do jogo (na maior de grande importância, na medida em que ao permitir evi-
parte dos casos uma bola); denciar os aspectos relativos à sua lógica interior, possi-
bilita o aperfeiçoamento contínuo, quer do treino quer do
• uma escolha de habilidades motoras realizada a partir próprio jogo.
do repertório motor do praticante;
Tal entendimento vem na linha do já expresso por
• estratégias individuais e colectivas que condicionam as Ferreira & Queiroz (1982), segundo os quais a identifica-
decisões implícitas e explícitas, tomadas com o intuito de ção, a definição e a caracterização das fases, componen-
levar de vencida o adversário. tes e factores da competição são aspectos que viabilizam
a conceptualização do "modelo de treino".
De acordo com Gréhaigne & Guillon (1992), este
modo de perspectivar os JDC coloca três grandes catego- Castelo (1994) refere que da reflexão conceptual
rias de problemas: do jogo de Futebol emerge a necessidade da construção e
unificação de um modelo técnico-táctico do jogo, de for-
• no plano espacial e temporal: na fase ofensiva - proble ma a definir a sua lógica interna, a partir da observação e
mas de utilização da bola, individual e colectivamente, na análise das equipas mais representativas de um nível su-
tentativa de ultrapassar obstáculos moveis não uniformes perior de rendimento.
(adversários); na fase defensiva - problemas na produção
de obstáculos, com a finalidade de dificultar ou parar o
movimento da bola e dos jogadores adversários, no intui DO TREINO AO JOGO E DO JOGO AO TREINO
to de conseguir a posse da bola;
No Futebol diz-se, frequentemente, que conforme
• no plano informacional: problemas ligados à produção se quer jogar assim se deve treinar, o que sugere uma rela-
de incerteza para os adversários e de certeza para os com ção de interdependência e reciprocidade entre a prepara-
panheiros; ção e a competição.
• no plano organizacional: problemas relacionados com Esta relação é consubstanciada por um dos princí-
a integração do projecto colectivo na acção individual e pios do treino, o princípio da especificidade, que preconi-
vice-versa. za que sejam treinados os aspectos que se prendem
directamente com o jogo (estrutura do movimento, estru-
tura da carga, natureza das tarefas, etc.), no sentido de
PERCEBER A LÓGICA DO JOGO DE FUTEBOL viabilizar a maior transferência possível das aquisições
operadas no treino para o contexto específico das partidas.
As situações que ocorrem no contexto dos JDC de-
vem ser entendidas como unidades de acção que possuem Deste modo, pretende-se que a preparação seja ade-
uma natureza complexa, decorrente não apenas do número quada, isto é, induza adaptações específicas que viabilizem
de variáveis em jogo, mas também da imprevisibilidade e uma maior eficácia de processos na competição (Figura 1).
aleatoriedade' das situações que se colocam aos jogadores
e às equipas (Konzag, 1991; Riera, 1995; Reilly, 1996).
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Thiess (1994), num artigo publicado no periódico estrutura do rendimento no Futebol. No entanto, apesar
Leistungssport, e tendo como base o princípio da unidade de alguns factores poderem já ser reunidos com alguma
e do condicionamento mútuo entre treino e competição, extensão, os catálogos de prioridades e as estruturas hie-
invoca a necessidade de, paralelamente a uma teoria do rárquicas estabelecidas pouco mais têm conseguido do que
treino, se desenvolver uma teoria da competição, indis- reproduzir pequenas e desarticuladas fracções do jogo.
pensável, não apenas para o desenvolvimento da prática Ora a realidade tem demonstrado que a pertinência do
desportiva, mas também para a evolução das ciências do estudo dos problemas inerentes ao jogo e ao jogador de-
desporto. verá situar-se mais ao nível da inter-relação dos factores
do que em cada um deles per se (Bauer & Ueberle, 1988).
Este entendimento, que é corroborado por Tschiene
(1994), tem implicações importantes no domínio particu- As conclusões decorrentes de grande parte dos es-
lar dos jogos desportivos colectivos. tudos realizados, fazem emergir a necessidade de encon-
trar métodos que permitam reunir e organizar os conheci-
Reconhecendo-se que o jogo configura o perfil das mentos, a partir do reconhecimento da complexidade do
exigências específicas impostas aos jogadores (Gréhaigne, jogo de Futebol e das propriedades de interacção3 dinâ-
1989; Garganta, 1997), e que o treino viabiliza ou limita a mica das equipas implicadas, enquanto conjuntos ou tota-
expressão de tais exigências no jogo, quanto mais a rela- 1 idades.
ção entre estas realidades interdependentes for privada
do esforço de compreensão, menos ajustada e eficaz se No concurso das equipas para um objectivo comum
torna a intervenção dos treinadores e dos investigadores e no permanente antagonismo destas, de acordo com as
(Castelo, 1994). diferentes fases que atravessa, o jogo de Futebol apresen-
ta-se como um fenómeno de contornos variáveis no qual
A natureza e diversidade dos factores que concor- as ocorrências se intrincam umas nas outras. As compe-
rem para o rendimento em Futebol deixam perceber uma tências dos jogadores e das equipas não se confinam, por-
estrutura de grande complexidade, devido: i) à extensão tanto, a aspectos pontuais mas reportam-se a grandes ca-
das relações de envolvimento dos jogadores (Worthington, tegorias de problemas, pelo que se torna necessário per-
1974): ii) ao facto das acções de jogo não corresponderem ceber o jogo na sua complexidade.
a uma sequência previsível de codificações (Garganta,
1994), revelando um elevado grau de indeterminismo O desenvolvimento do jogo decorre duma inte-
(Dufour, 1993); (iii) à presença de sistemas sujeitos a rá- racção entre uma dimensão mais previsível, induzida pe-
pidas alterações (Schubert, 1990), com componentes nu- las leis e princípios do jogo, e uma dimensão mais
merosas e variadas. imprevisível, materializada a partir da autonomia dos jo-
gadores, que introduzem a diversidade e singularidade
Assim, na aparência simples de um jogo de Fute- espácio-temporal dos acontecimentos. As equipas em con-
bol esconde-se um fenómeno que assenta numa lógica fronto operam como colectivos, organizados de acordo
complexa, a qual é responsável pela opacidade de que o com uma lógica particular, em função de regras, princípi-
jogo se reveste quando perspectivado como objecto de os e prescrições. As acções dos jogadores da mesma equipa
conhecimento científico, nomeadamente no que diz res- tendem a ser convergentes, na medida em que as estraté-
peito à sua expressão táctica. gias e acções individuais são direccionadas no sentido de
satisfazer finalidades e objectivos comuns.
Neste contexto, a elevação do jogo a objecto de
estudo constitui um imperativo, porquanto o conhecimento Face a uma situação de jogo, cada jogador privile-
da sua lógica e dos seus princípios tem implicações im- gia determinadas acções em detrimento de outras, estabe-
portantes nos planos do ensino, treino e controlo da pres- lecendo uma hierarquia de relações de exclusão e de pre-
tação dos jogadores e das equipas. ferência, com implicações no comportamento da equipa
enquanto sistema. Assim, a equipa constitui uma totalida-
de em permanente construção, na qual as acções pontu-
CARÁCTER HEURÍSTICO E POLIFACETADO DO JOGO ais, mesmo que aparentemente isoladas, influem no com-
portamento colectivo. Trata-se de uma actividade colec-
Várias tentativas têm sido feitas para descrever a tiva, que consiste numa rede de interacções complexas de
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cooperação e oposição, integrando distintos níveis de or- A relação entre as equipas configura os contornos
ganização (Gréhaigne, 1992). do jogo que pode ser considerado um sistema constituído
por outros sistemas que procuram alcançar determinadas
Numa partida, o quadro do jogo é organizado e co- finalidades (Gréhaigne, 1989).
nhecido, mas o seu conteúdo é sempre surpreendente,
imprevisível, incerto, aleatório. Não é possível estandar- Conforme sustenta Castelo (1994), trata-se de um
dizar as sequências de acções. Pode mesmo dizer-se que sistema aberto6, dinâmico, complexo e não-linear, no qual
não existem duas situações absolutamente idênticas e que coexistem subsistemas hierarquizados que interagem atra-
as possibilidades de combinação são inúmeras, o que tor- vés de conexões múltiplas. De acordo com o mesmo au-
na impossível recriá-las no treino. tor, sua condição de sistema aberto faz emergir o consen-
so que a estrutura do jogo7 deve ser observada e analisada
Todavia, não obstante essas características, as situ- na identificação, conceptualização e interreíação dos
ações podem ser "categorizáveis", isto é, reconvertíveis factores que a constituem.
num número restrito de categorias ou tipos de situações.
Se assim não acontecesse, ou seja, se não houvesse algo Identificam-se dois grandes sistemas em confron-
que ligasse o jogo a um território de possíveis previsíveis, to, as equipas, que exibem a capacidade de se auto-orga-
no qual pontificam os designados modelos ou representa- nizar e de se auto-transformar, comportando-se como uni-
ções, a preparação dos jogadores e das equipas tomar-se- dades organizadas com uma rede de processos de auto-
ia obsoleta. produção e auto-transformação de comportamentos dos
seus componentes.
Contudo, para Teodorescu (1985) os JDC, na me-
dida em que não constituem uma sequência de acções Durante uma partida, dado que os acontecimentos
rigorosamente pré-determinadas, não podem ser reduzi- que ocorrem no terreno podem ser entendidos como os
dos a um modelo puramente algorítmico. Referindo-se momentos de passagem de um estado para outro do siste-
particularmente ao Futebol, Gréhaigne (1989) apela para ma, o jogo pode ser considerado, recorrendo a uma ex-
um tipo de raciocínio heurístico e reforça esta ideia re- pressão de Morin (1982), um sistema acontecimental.
ferindo que se a cascata de decisões for restringida a
uma escolha binária do tipo algorítmico, ocorre neces- Adoptando a classificação dos sistemas preconiza-
sariamente um empobrecimento e uma esteriotipia dos da por Beer (1966) e Lesourne (1976), podemos conside-
comportamentos. rar o jogo de Futebol:
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Partindo do princípio de que qualquer sistema pode no discurso sistémico a noção de totalidade é sinónima da
ser decomposto num certo número de sistemas (Durand, noção de sistema (Durand, 1982).
1992), num jogo de Futebol é possível discriminar
(Gréhaigne, 1989): O conhecimento, a identificação e a definição do jogo
de Futebol, passa pela utilização de modelos capazes de o
• o macrosistema jogo, identificado a partir do nível de explicar e interpretar (Gréhaigne, 1989). Trata-se de repre-
confronto global entre duas equipas, consideradas as zo sentar o conteúdo e a lógica do jogo a partir da integração
nas de acção dos jogadores e o espectro da equipa; das dimensões percebidas como essenciais do fenómeno.
• o sub-sistema equipa, primeiro subsistema fundamental Ora, como refere Lê Moigne (1986), se pretende-
do macrosistema, cujos elementos, baseando-se num có mos construir a inteligibilidade de um sistema complexo,
digo de comunicação comum, definem um determinado devemos modela-lo. Modelar um sistema complexo é ela-
nível de cooperação e confronto; borar e conceber modelos, i.e., construções simbólicas,
1 com a ajuda das quais podemos definir projectos de acção,
• o sub-sistema (microsistema) confrontos parciais que avaliar os seus processos e a sua eficácia.
contribui para a transformação do jogo, materializado na
oposição entre uma parte das duas equipas numa dada zona Para Gréhaigne (1989), não é possível compreen-
do terreno; der e explicar a complexidade dos JDC, enquanto sistema
de transformação, senão apeando a modelos que integrem
• o sub-sistema (infra-sistema) confrontos elementares cuja as noções de ordem, desordem, interacção e organização.
expressão se confina às situações de l contra l e aos due-
los (1x1 com contacto físico). Estes infra-sistemas modi- O conceito de sistema, porque a complexidade, o
ficam de forma pontual o sistema dos confrontos parciais paradoxal, o dia lógico, e por isso mesmo o incerto
(Benedek, 1984). (Jantsch, 1980), afigura-se nuclear porque permite focali-
zar a análise nos aspectos da organização do jogo,
consubstanciados num conjunto de regras de gestão e
INTERESSE DA ABORDAGEM SISTÉMICA acção (Catlin, 1994) que derivam de um conceito ou ideia
central, vulgarmente designada por modelo ou concepção
Toda a interacção dotada de alguma estabilidade ou regu- de jogo (Trapp, 1975). .
laridade assume um carácter organizacional e produz um
sistema. (E. Morin, 1990)
Todo este quadro de referências aponta para a ne-
cessidade de realizar uma incursão nas designadas abor-
A noção de sistema exprime a unidade complexa e dagens do tipo sistémico.
o carácter fenomenal do todo, assim como o complexo
das relações entre o todo e as partes (Durand, 1992; Morin, A sistêmica constitui uma abordagem, um método
1982). Um sistema apresenta-se como um todo homogé- de compreensão e de resolução de problemas que visa
neo, se o perspectivarmos a partir do conjunto, mas ele é aumentar a eficácia da acção face a problemas relaciona-
também simultaneamente, pelas características dos seus dos com o modo de observação, de representação, de
constituintes, diverso e heterogéneo. modelação ou de simulação de totaíidades complexas.
Contudo, a discriminação de um sistema tem uma É uma disciplina que emergiu, pouco a pouco, a par-
carga subjectiva, não tendo necessariamente que haver con- tir do estruturalismo, da cibernética e da teoria da informa-
senso sobre a sua existência ou os seus limites (Epstein, ção, nos anos 50, e que, gravitando em torno do conceito
1986). Esta ubiquidade dos sistemas faz com que a sua clas- de sistema, recebeu diversas designações: análise de siste-
sificação possa ser feita a partir de uma diversidade de cri- mas, análise sistêmica, análise estrutural, análise funcio-
térios: natureza dos objectos ou dos atributos, inter-rela- nal, abordagem sistêmica, dinâmica dos sistemas, etc.
ções das partes constitutivas, níveis de complexidade, etc.
Vários autores (Rosnay, 1975; Atlan, 1979; Andree-
O desenvolvimento mais importante da noção de wsky, 1991; Bertrand & Guillemet, 1988) recorreram à
totalidade tem sido realizado a partir da conceptualização expressão abordagem sistêmica para designarem as pers-
do termo sistema. E de tal forma isto tem acontecido, que
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pectivas e metodologias empregues na descrição e estudo conceito de sistema revela-se profícuo para inteligir a ló-
dos sistemas, no sentido de tornar a acção mais eficaz. A gica do jogo. O recurso à abordagem sistêmica parece jus-
abordagem sistêmica consiste portanto numa estratégia de tificar-se porquanto esta, ao salientar pontos sensíveis,
modelação da realidade que compoita a utilização de cer- pode contribuir para a emergência de novas representa-
tos instrumentos conceptuais bem definidos, conduzindo à ções da realidade, e oferecer vias de investigação e de
modelação sistémica8 (Bertrand & Guillemet, 1988). reflexão profícuas nos planos do treino, ensino e compe-
tição (Gréhaigne, 1992).
A modelação sistêmica assenta em quatro catego-
rias fundamentais (Durand, 1979): interacção, globalidade, Não se trata, todavia, de reduzir o jogo a uma no-
complexidade e organização. Neste sentido parece reve- ção abstracta de sistema, mas de procurar inteligir princí-
lar-se profícua para defrontar fenómenos complexos como pios teleológicos que orientem o comportamento e defi-
o jogo de Futebol, porquanto estamos em presença de um nam a organização dos sistemas implicados, através da
processo: (1) interactivo, porque os jogadores que o cons- identificação de regras de gestão e de funcionamento dos
tituem actuam numa relação de reciprocidade; (2) global jogadores e das equipas, e da descrição acontecimental
ou total, porque o valor das equipas pode ser maior ou das regularidades e variações que ocorrem nas acções de
menor do que a soma dos valores individuais dos jogado- jogo.
res que as constituem; (3) complexo (porque existe uma
profusão de relações entre os elementos em jogo); (4) or- Isto significa que, neste âmbito, o conceito de sis-
ganizado, porque a sua estrutura e funcionalidade se con- tema deve exprimir sobretudo a dinâmica do jogo, a qual
figuram a partir das relações de cooperação e de oposi- permite configurar as opções tácticas dos jogadores e das
ção, estabelecidas no respeito por princípios e regras e equipas. Um sistema é uma forma concreta de manifesta-
em função de finalidades e objectivos. ção da táctica, que se organiza de acordo com princípios e
métodos escolhidos de entre uma grande variedade (Godik
De acordo com Wilkinson (1982), o jogo de Fute- & Popov, 1993). Neste sentido, o sistema de jogo consti-
bol pode ser considerado um sistema, na medida em que tui o denominador comum a todos os jogadores da equipa
manifesta as seguintes propriedades: no sentido em que, em situação real de jogo, toda a
actividade de um jogador se inscreve no interior de um
• possui componentes que integram, eles próprios, outros referencial simultaneamente estável e adaptável aos im-
sistemas; perativos do momento (Ripoll, 1979).
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cão óptima entre a universalidade e o nível de Dores decorre de sistemas que não que não se restringem
especialização. Segundo este autor, o futebolista deve ser a uma estrutura de base, ou seja, a uma repartição fixa
das forças no terreno de jogo, mas, pelo contrário, são
capaz de resolver com eficácia as tarefas adstritas à sua
configurados sobretudo a partir da evolução das funções
função específica dentro da formação de base e, quando a (Mombaerts, 1991; Godik&Popov, 1993).
situação o impõe, funcionar no âmbito da super-estrutura
que a universalidade representa. Importa, sobretudo, valorizar o carácter
organizacional do jogo, na medida em que é a organização
No Futebol moderno mantém-se a denominação dos que produz a unidade global do sistema; é ela que
jogadores segundo o seu posicionamento no terreno de jogo transforma, produz, relaciona e mantém o sistema,
(defesa, médio, atacante). No entanto, esta nomenclatura, concedendo características distintas e próprias à totalidade
baseada na posição ocupada pelo jogador no terreno, sistêmica (Morin, 1982).
designa apenas o seu papel dominante (Kacani, 1982), pois
que, dadas as exigências actuais do Futebol, a actividade Pode dizer-se que as equipas de Futebol operam
dos jogadores, ao longo do jogo, transcende largamente o corno sistemas cujos constituintes se organizam de acordo
limite imposto por aquela denominação. com uma lógica particular, em função de princípios e
prescrições, num contexto de oposição e cooperação. Este
Deste modo, cada vez mais se esbatem as fronteiras tipo de sistemas só se mantêm pela acção, pela mudança. A
entre os papéis de defensor, médio e avançado. A sua identidade, ou a sua invariância, não provém da
diferenciação de papéis e funções não se realiza tanto a inalterabilidade dos seus componentes, mas da estabilidade
partir da participação, ou não, de determinados jogadores da sua forma e organização face aos fluxos acontecimentais
nas fases do ataque e da defesa, mas sobretudo a partir das que os atravessam.
características dessa participação, face às configurações
particulares do jogo em determinados momentos e zonas
do terreno. A EVOLUÇÃO DO JOGO
O Futebol actual exige, cada vez mais, que o jogador Em jogos de sorte, em jogos de estratégia e em jogos
seja capaz de cumprir todas as funções, para além do espaço que combinam a sorte com a estratégia, o decurso de cada
que predominantemente ocupa no terreno de jogo, pelo que jogo é "historicamente" único em virtude do grande número
à noção de posição se tem sobreposto a de função. de escolhas possíveis (Eigen & Winkler, 1989). Todavia,
existe uma lógica interna do jogo que decorre da relação de
Todavia, a identificação da táctica com os "sistemas oposição que, em cada sequência de jogo, gera uma
tácticos" tem feito com que a importância atribuída aos dinâmica de movimento global de um alvo ao outro, e cujo
designados sistemas de jogo seja sobrevalorizada. De sentido pode a cada momento inverter-se. Isto impõe uma
facto, duas equipas podem utilizar o mesmo "sistema organização a cada uma das equipas que se defrontam, que
táctico", e.g. 4-3-3, e jogarem de modo compleíamente surge como resposta a esta reversibilidade de
diferente (Hughes, 1994), o que quer dizer que conhecer o comportamentos (Deleplace, 1994).
dispositivo não implica conhecer o modo como ele
funciona (Gréhaigne, 1989). A evolução do jogo, ao longo dos tempos, pode ser
resumida em torno em torno de três grandes fases; (1) o
Os jogadores de Futebol procuram desenvolver ataque como elemento dominante. Neste caso, a disposição
acções durante o jogo que, no seu conjunto, contribuam geométrica dos jogadores caracteriza-se por um triângulo
para dois aspectos importantes: (1) a coerência lógica que cujo cume se orienta para a retaguarda do espaço de jogo;
resulta do carácter unitário dos comportamentos técnico- (2) a defesa é o elemento dominante. A disposição
tácticos, reconhecidos na estabilidade e na organização da geométrica dos jogadores caracteriza-se por um triângulo
própria equipa; (2) a procura de criar desequilíbrio ou cujo cume se orienta para a frente do espaço de jogo; (3) o
ruptura na organização da equipa opositora, com o intuito reforço do meio campo é o elemento dominante dos
de contrariar a lógica interna do adversário (Bacconi & sistemas de jogo modernos. A disposição geométrica dos
Marella, 1995). jogadores pode ser caracterizada por um losango.
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Pode pensar-se, em relação a este último tipo de adequado para tratar eficazmente os problemas postos pela
dispositivo, que se passou da noção de "sistema" à noção interacção específica das duas equipas. Este tipo de análi-
de "trama de jogo", que pode ser definida como o conjun- se, que privilegia a oposição e a gestão da desordem como
to de princípios tácticos que materializam a organização fonte de todo o progresso, contribui com novos conceitos
táctica de uma equipa. No Futebol moderno de alto nível, e perspectivas para a edificação de uma metodologia re-
não existem sistemas estritos e rígidos. A partir de uma novada do ensino e treino do Futebol. Para além disso,
trama de jogo comum, em função da importância do en- ela permite reabilitar o jogo como elemento fundamental
contro, da evolução do marcador, do tempo de jogo de- de aprendizagem e, parafraseando um slogan célebre, "de-
corrido, os jogadores podem alterar ou fazer evoluir o seu volver o jogo aos futebolistas".
modo de jogar adoptando diferentes comportamentos.
Assiste-se hoje a uma complexificação crescente QUE CONSEQUÊNCIAS PARA A COMPREENSÃO DO JOGO?
do jogo, com repercussões claras sobre a formação e a
preparação/treino dos jogadores e das equipas. Ao longo O Futebol é um jogo organizado o que, desde logo,
da história do Futebol, as defesas foram-se reforçando pressupõe uma organização das equipas (Hainaut &
progressivamente com o intuito de resistirem a ataques Benoit, 1979). A noção central de oposição conduz-nos a
cada vez mais fortes e organizados. Neste sentido, as tare- considerar as duas equipas como sistemas organizados em
fas de defensor são cada vez mais extensivas a outros jo- interacção. As características estruturais destes sistemas
gadores o que acarreta uma diminuição do número de consistem num programa modificável em função da ex-
potenciais atacantes. periência adquirida, sendo a aprendizagem a sua proprie-
dade fundamental. As condições de funcionamento des-
Neste contexto, os designados sistemas de jogo ori- tes sistemas fazem com que procurem gerar desordem
entam-se para formas cada vez mais defensivas. Contu- preservando uma certa ordem que permite tomar decisões
do, a necessidade de marcar golos fez emergir formas de num contexto não completamente previsível a priori.
jogo cada vez menos esteriotipadas, com o intuito de pro-
vocar maior surpresa nos adversários e bem assim ultra- À luz das características sistémicas do jogo, acres-
passar os "muros" defensivos. centaríamos outros elementos para promover a análise das
relações de força entre as equipas, com o intuito de me-
lhor compreendermos a evolução do jogo. Em particular,
PARA UMA NOVA ABORDAGEM DO JOGO porque as equipas se encontram, ora na fase defensiva ora
na fase ofensiva, a noção de reversibilidade das situações
Do ponto de vista da didáctica dos JDC, uma ca- representa um aspecto fundamental.
racterística importante pode ser retirada da abordagem
sistêmica. Com efeito, na aprendizagem clássica dos jo- O comportamento inteligente de uma equipa resul-
gos desportivos procura-se, antes de mais, ensinar os ges- ta da actividade cognitiva e motora dos jogadores. Esta
tos técnicos e a impor a ordem no terreno de jogo, através visa a resolução dos problemas colocados pela relação
duma repartição formal e estática (esquemas). entre as perturbações relativas ao funcionamento dos di-
ferentes sub-sistemas e das escolhas efectuadas pelos jo-
Somos tentados a dizer que para os jogadores é gadores para compensar ou acentuar os desequilíbrios.
igualmente, ou mais, importante saber gerir a desordem10.
Num encontro, a oposição do adversário gera imprevisi- A abordagem sistêmica tem interesse, sobretudo,
bilidade e necessidade de constante adaptação aos cons- quando desagua no concreto e permite aumentar a eficá-
trangimentos que decorrem da natureza do confronto. cia da acção. Ela deve possibilitar o despiste de regras
essenciais para agir no confronto desportivo, a partir do
Deste modo, a qualidade do jogo não pode vingar conhecimento das propriedades do jogo e do comporta-
com base na aplicação mecânica de combinações tácticas mento das equipas.
aprendidas e repetidas no treino. Assim, no jogo os joga-
dores devem, sobretudo, confrontar-se com a evolução das O enfoque sistémico do jogo de Futebol oferece a
configurações do ataque e da defesa, o que faz com que o possibilidade de identificar, avaliar e regular acções/
recurso ao raciocínio heurístico pareça o caminho mais sequências de jogo que se afiguram representativas da
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dinâmica das partidas, pelo que constitui uma referência DAVIS,R. &HAMSCHER, W. (1988)Model-basedreasoning.
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