04-2024 - Atualização Da Recomendação HPV

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COMUNICADO DIVISÃO DE IMUNIZAÇÃO – 04/2024

ATUALIZAÇÃO DAS RECOMENDAÇÕES DA VACINAÇÃO CONTRA O HPV

08/04/2024

Considerando a Nota Técnica nº 41/2024-CGICI/DPNI/SVSA/MS, que versa sobre a


atualização das recomendações da vacinação contra o HPV no Brasil, a Secretaria de Estado da
Saúde, por meio do Programa Estadual de Imunização (PEI), está consonante com o
Departamento do Programa Nacional de Imunizações (DPNI) e recomenda:

• dose única da vacina HPV no Calendário de Vacinação para de 09 a 14 anos de idade,


mantendo as recomendações para imunodeprimidos e vítimas de violência sexual;
• realização de estratégia de resgate de adolescentes até 19 anos não vacinados;
• inclusão das pessoas portadoras de papilomatose respiratória recorrente (PRR), como
grupo prioritário da vacina HPV (haverá um documento específico para PRR).

O HPV é um vírus com DNA de fita dupla, pertencente à família Papillomaviridae, com mais
de 200 tipos descritos; infecta pele e mucosas e atinge mulheres e homens. As infecções pelo
HPV variam, na sua maioria, de infecção clinicamente inaparente a verrugas genitais e lesões
mucosas, nos seus vários graus, podendo evoluir até o câncer. Dentre os 12 genótipos
oncogênicos do vírus HPV descritos, os tipos 16 e 18 são responsáveis por cerca de 71% dos
casos de câncer de colo de útero e por mais da metade dos casos de outros cânceres relacionados
ao HPV, enquanto os tipos 6 e 11 são responsáveis por cerca de 90% dos casos de verrugas
genitais.

A infecção pelo papilomavírus humano (HPV) é a mais frequente infecção sexualmente


transmissível (IST) na mulher e no homem. A estimativa de exposição na população varia de 70%
nos Estados Unidos a 95% em alguns países da África. Segundo a Organização Mundial da Saúde
(OMS), cerca de oito em cada dez homens e mulheres serão infectados com um ou mais tipos de
HPV sexualmente transmissíveis em algum momento das suas vidas. As taxas mais altas de
infecção por HPV ocorrem em homens e mulheres sexualmente ativos até os 25 anos.

A importância da infecção pelo HPV como problema de saúde pública em todo o mundo se
dá pela sua elevada frequência e associação com vários tipos de neoplasias como câncer de colo
de útero, pênis, vulva, canal anal e boca e em orofaringe. A infecção pelo HPV também está
associada ao desenvolvimento de verrugas anogenitais e papilomatose respiratória recorrente
(PRR), patologias classificadas como benignas, do ponto de vista oncogênico, mas que causam
grave comprometimento clínico e psicológico nos indivíduos afetados.

É bem conhecida a relação entre o vírus HPV e o câncer do colo do útero, sendo uma das
causas mais comuns de morte para as mulheres, ocupando a quarta posição dentre os cânceres
que mais afetam o sexo feminino em todo o mundo. Em 2020, as estatísticas globais aumentaram
para mais de 340.000 óbitos anuais e é provável que continuem a crescer, especialmente em
comunidades carentes e mais vulneráveis. Sem novas medidas, o número de novos casos deve
aumentar de 570 mil para 700 mil até 2030. E as mortes deverão subir para mais de 400 mil a
cada ano. No Brasil, é a quarta neoplasia maligna mais comum entre as mulheres, sendo superado
apenas pelo câncer de pele não melanoma, mama e colorretal, e a quarta causa de morte por
câncer em mulheres. Estima-se cerca de 16.050 novos casos e uma média de 6.500 mortes/ano.
Um estudo realizado em 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal (Estudo Epidemiológico sobre
a Prevalência Nacional da Infecção HPV/POP Brasil), que incluiu homens e mulheres entre 16 e
25 anos de idade, identificou taxas de prevalência de 52,3% a 63,5% de qualquer tipo de HPV, e
taxas de HPV de alto risco de 39,8% a 53,1%.

A vacina Papilomavírus Humano 6, 11, 16 e 18 (recombinante) (HPV) foi introduzida no


Calendário Nacional de Vacinação como uma estratégia de saúde pública em março de 2014. O
público-alvo para vacinação e ano de inclusão pode ser observado no Quadro 1.

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Quadro 1. Público-alvo para vacinação contra o HPV e ano de introdução da recomendação.
Brasil, 2014 a 2023.

Ano Público-alvo
2014 Adolescentes do sexo feminino de 11 a 13 anos de idade
Meninas e adolescentes do Meninas e mulheres de 9 a 26 anos de idade vivendo
2015 sexo feminino de 9 a 13 com HIV/Aids
anos de idade
Meninas e adolescentes do Adolescentes do sexo Meninos e homens de 9 a 26
2017 sexo feminino de 9 a 14 masculino de 11 e 14 anos de idade vivendo com
anos de idade anos HIV/Aids.
Meninos, meninas, homens e mulheres de 9 a 26 anos, vivendo com HIV/Aids,
2018 transplantados de órgãos sólidos e de medula óssea e pacientes oncológicos
Meninas e mulheres de 9 a 45 anos, vivendo com HIV/Aids, transplantados de órgãos
2021 sólidos e de medula óssea e pacientes oncológicos
Meninos e adolescentes do Meninos, meninas, homens e mulheres de 9 a 45 anos,
2022 sexo masculino de 9 a 14 vivendo com HIV/Aids, transplantados de órgãos sólidos
anos de idade e de medula óssea e pacientes oncológicos

2023 Vítimas de violência sexual de 9 a 45 anos

Fonte: Programa Nacional de Imunizações

Até o momento 137 países em todo o mundo adotaram a vacinação contra HPV em seus
programas de imunizações. No entanto, 4 países implantaram de forma parcial e 53 países
localizados na Ásia e África, e 3 no continente americano, ainda não iniciaram essa vacinação.

Apesar da vacina HPV ser segura e muito efetiva na prevenção dos desfechos desfavoráveis
da infecção pelo vírus HPV, visto que os países com altas coberturas vacinais já conseguiram
diminuir o risco do câncer de colo do útero em mais de 80% e quase eliminar as verrugas genitais,
sua cobertura global é muito baixa, atingindo somente 12% das meninas de 9 a 14 anos. Tal
situação, sugere a existência de obstáculos ao sucesso da implementação dessa vacina, tais como:
restrições financeiras, falta de disponibilidade da vacina e dificuldades logísticas decorrentes das
iniquidades existentes entre os países de média e baixa renda. No Brasil, a coberturas vacinal
para meninas com a primeira dose atinge 76%, no entanto, para a segunda dose não alcança
60%. Em relação aos meninos, a cobertura com a primeira dose é de 42% e a segunda de 27%.
A cobertura vacinal no estado de São Paulo é de 77,1% (1ª dose) e 60,6% (2ª dose) para
meninas, já para os meninos a cobertura vacinal atingida é de 53,2% (1ª dose) e 33,7% (2ª
dose).

A idade ideal para a vacinação contra o HPV é 9 e 10 anos, no início da adolescência, antes
da exposição ao HPV.

A OMS lançou, em 2020, a Estratégia Global para a Eliminação do Câncer de Câncer do


Colo do Útero, e pela primeira vez 194 países se comprometeram em eliminar essa neoplasia,
após adoção da resolução na Assembleia Mundial da Saúde. O Brasil é um dos signatários dessa
estratégia, tendo como meta que 90% das meninas de até 15 anos de idade recebam a vacina
HPV; 70% das mulheres sejam rastreadasde por meio de um teste de alto desempenho, primeiro
aos 35 e depois aos 45 anos; e 90% das mulheres diagnosticadas com doença cervical recebam
tratamento adequado.

Nos últimos 10 anos, diversos estudos realizados mostram evidências robustas de que uma
dose da vacina HPV, pode fornecer proteção igual a duas ou três doses (a depender da idade),
em áreas com altas coberturas vacinais. Tais resultados, somados as dificuldades enfrentadas por
muitos países na incorporação da vacinação contra o HPV, motivou a OMS em 2022, e a
Organização Pan-Americana da Saúde ( OPAS) em 2023, após minuciosa análise dos seus comitês
técnico-científicos (Grupo Consultivo Estratégico de Especialistas em Imunização/SAGE/OMS)_e
Grupo Consultivo Técnico/TAG/OPAS), o posicionamento favorável à adoção de um esquema
vacinal de dose única da vacina HPV até 20 anos de idade; de duas doses com intervalo de 6
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meses, a partir de 21 anos, e de 3 doses para pessoas imunocomprometidas, deixando a critério
dos países a adoção ou não essa recomendação.

Nos estudos de controle randomizados avaliando vacinação de dose única versus não
vacinação, a dose única demonstrou ser altamente eficaz na prevenção de infecções persistentes
pelos HPV oncogênicos relacionados ao tipo contidos na vacina. Foi demonstrado que dose única
da vacina HPV fornece um nível de proteção semelhante ao esquema de vacinação de 3 doses na
prevenção de infecções por HPV-16/18; o nível de proteção foi mantido até pelo menos 10 anos
após a vacinação. Dados de dose única foram gerados em diferentes regiões geográficas, inclusive
em meninas e mulheres jovens africanas. A imunogenicidade após uma única dose é semelhante
em meninos e meninas. Os dados em pessoas vivendo com HIV e Aids (PVHA) são limitados.

Outro estudo realizado na Escócia, sobre a incidência do câncer de colo de útero por idade,
número de doses e situação sócio-econômica com a vacina bivalente, demostrou que em meninas
com 12 e 13 anos de idade, vacinada com 1 ou 2 doses da vacina HPV, tiveram zero casos de
câncer cervical. Naquelas vacinadas com idade entre 14 a 22 anos houve redução significativa
desse câncer e as mulheres com privação sócio econômica foram as que tiveram a maior redução.

Segundo a OMS, a adoção da dose única, para a faixa etária de 9 a 20 anos de idade traria
as seguintes vantagens: uma maior adesão à vacinação, aumento da cobertura vacinal e
consequentemente imunidade de rebanho, oportunidade para a inclusão de outros públicos
prioritários, melhor logística e facilitação da introdução da vacina HPV em programas de
imunizações nos países de média e baixa renda, e aceleração da eliminação do câncer de colo do
útero, não só no Brasil, mas em nível mundial.

Relação dos países que adotaram a dose única está disponível pelo link
https://app.powerbi.com/view?r=eyJrIjoiNDIxZTFkZGUtMDQ1Ny00MDZkLThiZDktYWFlYTdkOGU
2NDcwIiwidCI6ImY2MTBjMGI3LWJkMjQtNGIzOS04MTBiLTNkYzI4MGFmYjU5MCIsImMiOjh9.

Um estudo da Agência Internacional de Pesquisa sobre Câncer (IARC) , em parceria com


o INCA apresentou uma proposta de modelagem para o Brasil na adoção da dose única, mostrando
que a velocidade da eliminação do câncer cervical varia de acordo com as diferentes coberturas
vacinais e a incidência de câncer em cada região. De acordo com esse estudo, cerca de 70% do
câncer de colo do útero pode ser eliminado, considerando inclusive a coorte de não vacinadas.
Para essa modelagem, utilizou-se dados de comportamento sexual e prevalência de HPV.
Diferentes cenários foram projetados utilizando-se as taxas de cobertura e adoção do
rastreamento por intermédio de teste de HPV-DNA. Utilizando os dados de resposta de anticorpos
do estudo realizado na Índia, foram elaborados 3 cenários: o primeiro cenário assume que não
existem diferenças nas taxas de proteção entre a dose única e duas doses; o segundo assume
uma proteção de 80% ao longo da vida; e o terceiro assume uma proteção de 75% ao longo da
vida.

Em qualquer um dos cenários a eliminação do câncer de colo do útero pode ser alcançada.
O impacto da vacinação nas coortes vacinadas é de uma redução da incidência de câncer de 69-
79% e o tempo de eliminação depende das taxas de prevalência de HPV em cada estado ou região
e da cobertura vacinal. A região norte do Brasil seria a última região a alcançar a eliminação do
câncer de colo uterino, e o sudeste, a primeira. Logo, a adesão do esquema de dose única, bem
como a introdução do screening com DNA/HPV no país, aceleraria o alcance das metas. Ressalta-
se que o IARC fará essa modelagem em todos os estados, o que será importante para o
redirecionamento das ações nessa área.

Em relação a papilomatose respiratória recorrente (PPR), uma neoplasia benigna causada


pelo vírus HPV, sendo a forma de transmissão mais aceita é através de contato sexual e via
vaginal durante o parto. Caracterizada pelas múltiplas lesões proliferativas mais comum em
laringe, geralmente no terço anterior das cordas vocais, podendo atingir outras regiões da árvore
respiratória também, geralmente no terço anterior das cordas vocais. A doença pode acometer
crianças ou adultos, sendo mais agressiva na população pediátrica e evolui com recorrências
frequentes e necessidade de repetidas intervenções cirúrgicas. O tratamento é extremamente
custoso e ineficaz em muitos casos, sem contar com o impacto dramático na vida das pessoas
acometidas.

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Desde a disponibilidade de vacinas contra o vírus HPV 6 e 11, tem-se estudado o papel
das vacinas contra o HPV na prevenção da PRR, oferecendo melhor qualidade de vida aos
pacientes, com menos episódios de recorrência e menor necessidade de cirurgias. A evidência do
benefício da vacina HPV na PRR vem sendo construída desde 2006, ano da introdução da vacina.
Goon P e cols recentemente publicaram uma metanálise sobre o uso da vacina de HPV como um
adjuvante no tratamento da papilomatose respiratória recorrente (PRR). Seu objetivo foi mediar
a diferença no número de intervenções cirúrgicas e/ou recorrências por mês, a partir da vacinação.
Dados da Austrália mostram uma redução expressiva da ocorrência de PRR na população com
elevada cobertura vacinal. A mesma tendência tem sido observada nos EUA. Estima-se que idade
mais precoces de aparecimento da PRR nas crianças (< 3 anos de idade) está relacionada com
pior prognostico.

Diante do exposto acima e ainda considerando que a menor evidência de proteção da dose
única para cânceres em outros sítios e nos homens, não significa que não haja eficácia, visto que
a imunidade para o HPV funciona em nível celular, e que não haveria razão para não gerar
proteção nos dois sexos, o PEI recomenda em consonância com o DPNI:

1) A adoção da dose única da vacina HPV para os adolescentes de 9 a 14 anos


imunocompetente, mantendo-se as recomendações para os demais grupos
(imunossuprimidos e vítimas de violência sexual). Essa mudança deverá ser acompanhada
de uma forte ação de comunicação, com efetiva divulgação do novo esquema, somado a um
monitoramento frequente das coberturas vacinais para esse público, da prevalência da
infecção pelo HPV e das mortes relacionadas ao vírus, com a continuidade de estudos como
o POP BRASIL. Destaca-se ainda que, promover a vacinação nas escolas também é
fundamental para se alcançar altas coberturas, essencial para o impacto da dose única, além
de melhor adesão á vacinação pelos mais jovens (9 e 10 anos). A seguir serão apresentadas
as especificações das condutas frente à situação vacinal encontrada (Quadro 2)

Quadro 2 - Especificações das condutas frente à situação vacinal contra o HPV econtrada.

Adolescentes de 9 a 14 anos
Situação Conduta Observação
Não vacinados (0 doses) Aplicar dose única Registrar como D1 nos sistemas de
informação enquanto o Mistério da Saúde
realiza ajustes no e-SUS e SI-PNI.
Vacinado com 1 dose, Considerar vacinado A partir da publicação da Nota Técnica nº
independente da idade 41/2024-CGICI/DPNI/SVSA/MS considerar
que recebeu a dose esquema completo com dose única.
Vacinado com 2 doses Considerar vacinado Esquema recomendado antes da
publicação da Nota Técnica.

2) A realização de estratégia de resgate de adolescentes até 19 anos,11 meses e 29 dias


imunocompetentes não vacinados (aqueles com zero dose da vacina HPV), que deverão
receber dose única. Essa estratégia poderá ser iniciada a depender da disponibilidade da
vacina e terá tempo determinado. No Quadro 3 serão apresentadas as especificações das
condutas frente à situação vacinal encontrada.

Quadro 3- Especificações das condutas frente à situação vacinal contra o HPV econtrada.

Adolescentes de 15 a 19 anos, 11 meses e 29 dias


Situação Conduta Observação
Não vacinados (0 doses) Aplicar dose única Registrar como D1 nos sistemas de
informação enquanto o Mistério da Saúde
realiza ajustes no e-SUS e SI-PNI.
Vacinado com 1 dose, Considerar vacinado A partir da publicação da Nota Técnica nº
independente da idade 41/2024-CGICI/DPNI/SVSA/MS considerar
que recebeu a dose esquema completo com dose única.
Vacinado com 2 doses Considerar vacinado Esquema recomendado antes da
publicação da Nota Técnica.

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3) Vacinação contra o HPV as pessoas portadoras de papilomatose respiratória
recorrente (PRR), visto os resultados animadores dos estudos observacionais e de
metanálise realizada. O DPNI publicará Nota Técnica específica contendo orientações quanto
a esquema vacinal e fluxo para vacinação desse grupo.

Referências

1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de


Imunização e Doenças Transmissíveis. Coordenação-Geral do Programa Nacional de
Imunizações. Nota Técnica nº 41/2024-CGICI/DPNI/SVSA/MS - Atualização das
recomendações da vacinação contra o HPV no Brasil. Brasilia, 02 de abril de 2024.
2. São Paulo (Estado) Secretaria da Saúde. Coordenadoria de Controle de Doenças. Centro
de Vigilância Epidemiológica “Prof. Alexandre Vranjac”. Documento Técnico – Vacinação
contra o Papilomavírus Humano (HPV) para vítimas de violência sexual. São Paulo, maio
de 2023.
3. WHO. Weekly epidemiological record. Human papillomavirus vaccines: WHO position
paper (2022 update). December 16, 2022.
4. Australian. Australian Government. Department of Health and Aged Care. Australian
Immunisation Handbook. Australian, May 18, 2022.

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