Trabalho Certo 01111

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CENTRO EDUCACIONAL SANTA HELENA

CURSO AUXILIAR DE ENFERMAGEM

SÉRGIO RODRIGO SANTIAGO DOS SANTOS


MARIVALDA DAS GRAÇAS NERI
AMANDA MAYARA FERREIRA
DOMINIQUE DOS ANJOS MOREIRA

A IMPORTÂNCIA DE INFORMAR E ORIENTAR PARA A SAÚDE


O NEGACINISMO DAS VACINAS CONTRA O HPV

SÃO PAULO
2024
SÉRGIO RODRIGO SANTIAGO DOS SANTOS
MARIVALDA DAS GRAÇAS NERI
AMANDA MAYARA FERREIRA
DOMINIQUE DOS ANJOS MOREIRA

A IMPORTÂNCIA DE INFORMAR E ORIENTAR PARA A SAÚDE


O NEGACIONISMO DAS VACINAS CONTRA O HPV

Trabalho apresentado à disciplina de


Metodologia da Pesquisa, pelo Curso de
Auxiliar de Enfermagem, do Centro
Educacional Santa Helena – Itaim Paulista,
ministrada pelo Prof. Thiago Vieira da Silva.

SÃO PAULO
2
2024
“Lutem e lutem novamente, até que cordeiros se
tornem leões.”

Augusto Branco.
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RESUMO

Este trabalho aborda a relevância da informação e orientação para a saúde, com


enfoque no fenômeno do negacionismo das vacinas contra o Papilomavírus Humano (HPV).
Através da análise de três artigos científicos recentes, examinamos as estratégias para
combater a hesitação vacinal, promover a aceitação da vacinação contra o HPV e garantir uma
comunicação eficaz sobre os benefícios e segurança da vacina. Destacamos a necessidade de
uma abordagem abrangente e bem fundamentada, envolvendo profissionais de saúde,
educadores e a sociedade em geral, para enfrentar os desafios associados à vacinação contra o
HPV e superar o negacionismo das vacinas. Este trabalho contribui para uma compreensão
mais ampla do tema e ressalta a importância da informação e orientação na promoção da
saúde pública.

Palavras-chave: HPV, vacinação, informação em saúde, negacionismo das vacinas,


comunicação em saúde.
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SUMÁRIO
6
1. INTRODUÇÃO

A vacinação é uma das intervenções mais eficazes para prevenir doenças infecciosas e
promover a saúde pública em todo o mundo. No entanto, apesar dos avanços significativos
alcançados pela imunização, nos deparamos com um desafio crescente: a indecisão vacinal.
Esse fenômeno, caracterizado por dúvidas, preocupações e recusas em relação à vacinação,
tem se tornado cada vez mais proeminente, comprometendo os esforços de saúde pública e
colocando em risco a conquista de metas de erradicação e controle de doenças.

Um exemplo destacado desse desafio é a indecisão em relação à vacina contra o


Papilomavírus Humano (HPV). O HPV é um vírus sexualmente transmissível que infecta a
pele e as mucosas, podendo levar ao desenvolvimento de câncer cervical, vulvar, vaginal,
peniano, anal e orofaríngeo. A introdução da vacina contra o HPV representou um marco
significativo na prevenção dessas doenças, oferecendo proteção contra as cepas virais mais
comuns associadas ao câncer e às verrugas genitais. No entanto, a indecisão em relação a essa
vacina tem sido observada em diversos contextos, refletindo-se em taxas de cobertura vacinal
aquém do desejado e comprometendo os esforços de saúde pública para controlar a
disseminação do vírus e reduzir o ônus das doenças relacionadas ao HPV.

Um dos principais desafios associados à indecisão vacinal contra o HPV é o


surgimento do negacionismo das vacinas, que se baseia em ideias infundadas e desinformação
sobre os riscos e benefícios da vacinação. Esse fenômeno é alimentado por uma série de
fatores, incluindo desconfiança nas autoridades de saúde, disseminação de teorias
conspiratórias nas redes sociais e falta de compreensão sobre a importância da vacinação na
prevenção de doenças.

Diante desse cenário, torna-se fundamental explorar a importância da informação e


orientação para a saúde no contexto da vacinação contra o HPV. Este trabalho propõe-se a
analisar criticamente os desafios enfrentados na promoção da vacinação contra o HPV,
examinando as razões subjacentes à indecisão vacinal, as estratégias de comunicação em
saúde e as abordagens para enfrentar o negacionismo das vacinas. Por meio de evidências
cientificas recentes, esperamos contribuir para uma melhor compreensão do tema e destacar a
importância da orientação e informação na saúde pública.
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2. DIFERENÇA ENTRE ORIENTAÇÃO E INFORMAÇÃO NO
CONTEXTO DA SAÚDE

No âmbito da saúde pública, a distinção entre informação e orientação desempenha


um papel crucial na promoção de comportamentos saudáveis e na tomada de decisões
informadas pelos indivíduos. A informação refere-se à transmissão de dados objetivos, fatos e
conhecimentos sobre determinado assunto, enquanto a orientação vai além, fornecendo
direcionamento, aconselhamento e insights práticos sobre como aplicar essa informação em
situações específicas.

No caso da vacinação contra o Papilomavírus Humano (HPV), a informação pode


abranger uma variedade de tópicos, incluindo a eficácia da vacina, os riscos associados à
infecção pelo HPV, os diferentes tipos de vacinas disponíveis e os cronogramas de
imunização recomendados. Essa informação é essencial para capacitar os indivíduos a
entenderem os benefícios da vacinação e os impactos potenciais na prevenção de doenças
relacionadas ao HPV.

Por outro lado, a orientação fornece uma perspectiva mais prática e personalizada
sobre como os indivíduos podem aplicar essa informação em suas próprias vidas. Isso pode
incluir recomendações específicas sobre quem deve ser vacinado, quando e onde buscar
assistência médica para a vacinação, como lidar com possíveis efeitos colaterais da vacina e
como manter-se informado sobre atualizações e desenvolvimentos relacionados à vacinação
contra o HPV. A orientação ajuda os indivíduos a interpretarem a informação disponível de
maneira significativa e a tomar decisões informadas que melhor atendam às suas necessidades
e circunstâncias individuais.

Portanto, enquanto a informação proporciona a base de conhecimento necessária, a


orientação desempenha um papel crucial na aplicação prática desses conhecimentos,
garantindo que os indivíduos possam tomar decisões informadas e eficazes em relação à sua
saúde e bem-estar.
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2.1 O QUE É O HPV

O HPV (sigla em inglês para Papilomavírus Humano), é responsável pela infecção


sexualmente transmissível mais frequente no mundo. Está associado ao desenvolvimento da
quase totalidade dos canceres de colo de útero, bem como a diversos outros tumores em
homens e mulheres. Além disso, provoca verrugas anogenitais (região genital e no ânus) e
câncer, a depender do tipo de vírus. A infecção pelo HPV é uma Infecção Sexualmente
Transmissível (IST).

A infecção pelo HPV não apresenta sintomas na maioria das pessoas. Em alguns
casos, o HPV pode ficar latente de meses a anos, sem manifestar sinais (visíveis a olho nu),
ou apresentar manifestações subclínicas (não visíveis a olho nu). A diminuição da resistência
do organismo pode desencadear a multiplicação do HPV e, consequentemente, provocar o
aparecimento de lesões. A maioria das infecções (sobretudo em adolescentes) tem resolução
espontânea, pelo próprio organismo, em um período aproximado de até 24 meses.

As primeiras manifestações da infecção pelo HPV surgem entre, aproximadamente, 2


a 8 meses, mas pode demorar até 20 anos para aparecer algum sinal da infecção. As
manifestações costumam ser mais comuns em gestantes e em pessoas com imunidade baixa.
O diagnóstico do HPV é atualmente realizado por meio de exames clínicos e laboratoriais,
dependendo do tipo de lesão, se clínica ou subclínica.
9
2.2 TIPOS DO HPV

Existem mais de 150 tipos diferentes de HPV, dos quais podemos destacar 12 tipos
considerados de alto risco por estarem relacionados com o desenvolvimento de câncer de colo
do útero, vagina, vulva, pênis, ânus e orofaringe. Temos ainda vírus de baixo risco, que não
estão associados com o desenvolvimento de tumores.
Os 12 tipos de HPV de alto risco são os 16, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56, 58 e 59.
Os vírus dos tipos 16 e 18 destacam-se por serem responsáveis pela maioria dos casos de
câncer de colo do útero identificados. Além de estarem relacionados com esse câncer, esses
vírus são responsáveis por provocar o desenvolvimento de câncer de ânus, vagina e vulva,
termo que diz respeito ao conjunto dos órgãos sexuas femininos externos.
Não podemos esquecer ainda os tipos 6 e 11, que, apesar de não serem responsáveis
por desenvolver câncer, provocam verrugas genitais (condiloma acuminado).
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2.3 SINTOMAS DO HPV

O HPV manifesta-se de maneira diferente em cada organismo. Em algumas pessoas, o


HPV é assintomático, e o próprio organismo é responsável por eliminar esse vírus. Entretanto,
em algumas pessoas e dependendo do tipo de HPV contraído, podem surgir sinais e sintomas,
tais como verrugas genitais e lesões precursoras de câncer.

As verrugas genitais causadas pelo HPV podem ou não ser vistas a olho nu, sendo
necessária, no caso de lesões muito pequenas, a utilização de equipamentos com lente de
aumento para a visualização. De acordo com dados do Ministério da Saúde, estima-se que,
aproximadamente, 10% das pessoas terão verrugas genitais ao longo de suas vidas. É
importante destacar que, além das verrugas na região genital, algumas lesões podem surgir na
cavidade oral.
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2.4 HPV E O CÂNCER DE COLO DE UTERO

De acordo com dados atuais, estima-se que mais de 90% dos casos de câncer do colo
do útero estão associados à infecção pelo HPV. Dentre os diversos tipos de HPV, os tipos de
alto risco, como o HPV 16 e o HPV 18, são os mais frequentemente associados ao câncer
cervical. Esses tipos de HPV podem causar alterações nas células do colo do útero, levando ao
desenvolvimento de lesões pré-cancerígenas, conhecidas como neoplasia intraepitelial
cervical (NIC), que podem progredir para câncer invasivo se não forem detectadas e tratadas
precocemente.

A relação entre HPV e câncer do colo do útero destaca a importância da prevenção e


detecção precoce. A vacinação contra o HPV tem se mostrado altamente eficaz na prevenção
da infecção pelos tipos virais mais comuns associados ao câncer cervical. Além disso, os
exames de rastreamento, como o teste de Papanicolau e a colposcopia, são fundamentais para
identificar precocemente lesões pré-cancerígenas e cânceres em estágios iniciais, quando as
opções de tratamento são mais eficazes.
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2.4 VACINA CONTRA O HPV

A vacina contra HPV pode ser do tipo bivalente, que protege contra os tipos 16 e 18,
ou quadrivalente, que protege contra os tipos 6, 11, 16 e 18. Os vírus 16 e 18 estão
relacionados com o surgimento de lesões que podem causar câncer de colo do útero, vulva,
vagina, pênis e ânus. Já os tipos 6 e 11 estão relacionados com o surgimento de verrugas
genitais. Desse modo, a vacina quadrivalente protege contra os principais tipos causadores de
verruga e contra os causadores de câncer. Já a vacina bivalente não protege contra verrugas
genitais.

Tanto meninas quanto meninos devem vacinar-se contra HPV. Essa vacina é
distribuída gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para meninas com idades entre
9 anos e 14 anos e para meninos com idades entre 11 anos e 14 anos. Vale destacar ainda que
adolescentes que chegaram aos 15 anos e não receberam as duas doses da vacina,
transplantados, pacientes com câncer e pessoas com idades entre 9 anos e 26 anos que vivem
com HIV também podem receber a vacina. O governo brasileiro começou as campanhas de
vacinação contra o HPV no ano de 2014.
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2.5 PREVENÇÃO CONTRA HPV

O HPV é transmitido pelo contato direto entre a pele e a mucosa infectada.


Geralmente, esse contato acontece por via sexual. Entretanto, esse vírus pode ser transmitido
também por objetos contaminados por secreções com vírus, sendo esses casos menos
frequentes. Desse modo, para prevenir-se do HPV, deve-se:

 Utilizar camisinha em toda relação sexual. Vale destacar que, muitas vezes, observam-
se lesões em áreas que não são protegidas pela camisinha. Portanto, mesmo com a
camisinha, pode ocorrer a transmissão. Quando comparamos a camisinha feminina
com a masculina, percebemos que a feminina é mais eficiente na prevenção contra
HPV, pois ela consegue cobrir a região da vulva, diminuindo o contato direto durante
o ato sexual.

 Reduzir o número de parceiros sexuais.

 Cuidar da higiene e não compartilhar objetos de uso pessoal.

 Realizar a vacinação, obedecendo sempre ao número de doses recomendadas.


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3. DESAFIOS E ESTRATÉGIAS NA ABORDAGEM AO


NEGACIONISMO DAS VACINAS CONTRA O HPV

Agora que compreendemos os aspectos básicos do Papilomavírus Humano (HPV),


incluindo sua transmissão, riscos, tratamento e prevenção, é importante aprofundar nossa
análise sobre a importância de informar e orientar para a saúde, especialmente sobre o
negacionismo das vacinas contra o HPV. Neste contexto, o fenômeno do negacionismo das
vacinas tem sido observado em diversas situações, incluindo a atual pandemia da COVID-19.

Ao abordar o negacionismo das vacinas contra o Papilomavírus Humano (HPV), é


fundamental compreender os desafios específicos enfrentados nesse contexto. A falta de
confiança nas autoridades de saúde, a propagação de informações imprecisas e a hesitação em
relação à segurança e eficácia das vacinas, são apenas algumas das questões críticas que
exigem atenção.

É essencial compreender os desafios enfrentados e as estratégias eficazes para abordar


o negacionismo das vacinas contra o Papilomavírus Humano (HPV). A disseminação de
desinformação e teorias conspiratórias neste contexto representa um desafio significativo para
os esforços de saúde pública, destacando a importância crítica da comunicação clara e da
educação para promover a aceitação e a adesão às vacinas.
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3.1 O NEGACIONISMO DAS VACINAS CONTRA O HPV

O negacionismo das vacinas é um fenômeno complexo e multifacetado, influenciado


por uma série de fatores sociais, culturais e individuais. No contexto do HPV, algumas das
razões para a hesitação vacinal incluem preocupações sobre segurança e eficácia da vacina,
desconfiança nas autoridades de saúde e disseminação de desinformação através das mídias
sociais. Para enfrentar esse desafio, é crucial adotar abordagens abrangentes que vão além da
simples oferta de informações, buscando construir confiança, esclarecer equívocos e fornecer
orientação adequada sobre a vacinação contra o HPV.
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3.2 ESTUDO SOBRE AS RAZÕES PARA A HESITAÇÃO VACINAL

O estudo conduzido por Zilda Alves de SouzaI, Marco Antonio Moreira PugaII, Inês
Aparecida TozettiII, Marcella Naglis de Oliveira LimaIII, Milena Sonchine de SouzaII,
Marisa de Fátima Lomba de FariasIV, Estela Márcia Rondina ScandolaIII e Cacilda Tezelli
Junqueira PadovaniII (2023), para a revista de saúde pública, investigou em profundidade as
razões por trás da hesitação em relação à vacinação contra o HPV no Brasil.

O estudo foi realizado no complexo de assentamentos Santa Mônica - Rural II, em


Terenos (MS), entre junho e agosto de 2018. Foram analisados dados quantitativos e
qualitativos sobre a cobertura vacinal e a percepção dos profissionais de saúde e da
comunidade sobre a vacinação contra o HPV.

Os resultados mostraram que a cobertura vacinal completa foi superior entre meninas
(73,17%) em comparação com meninos (53,85%). A adesão vacinal aumentou com a idade,
mas diminuiu no último ano de contemplação da vacina. Diversos motivos para hesitação ou
recusa à vacina foram identificados, incluindo falta de informação, medo de efeitos adversos,
desconfiança nos profissionais de saúde e crença de que a vacinação pode estimular a
atividade sexual precoce.

Os profissionais de saúde destacaram a necessidade de estratégias para melhorar a


adesão à vacinação, como campanhas de conscientização, abordagem inclusiva dos meninos
17
como público-alvo, e esclarecimento sobre os benefícios da vacinação. Além disso,
apontaram desafios logísticos, como a distância das unidades de saúde, e questões
burocráticas, como a exigência do cartão do SUS do município de residência.

O estudo ressalta a importância de políticas públicas que promovam a vacinação


contra o HPV, incluindo a formação dos profissionais de saúde e o envolvimento da
comunidade. Os resultados obtidos podem subsidiar ações para melhorar a cobertura vacinal
não apenas no contexto do estudo, mas em outros assentamentos rurais do Brasil.

3.3 ABORDAGENS DE COMUNICAÇÃO EM SAÚDE

O estudo realizado por Isabella de Alcântara Gomes Silva, Ana Carolina Micheletti
Gomide Nogueira de Sá, Elton Junio Sady Prates, Deborah Carvalho Malta, Fernanda Penido
Matozinhos e Tércia Moreira Ribeiro da Silva, para a Revista Latino-Americana de
Enfermagem em 2022, examina as abordagens de comunicação em saúde e sua relevância no
contexto da prevalência de vacinação e das razões para não vacinação contra o papilomavírus
humano (HPV) entre alunos brasileiros. Diante do cenário atual de aumento do negacionismo
da vacina e da disseminação de desinformação sobre a saúde, é fundamental ressaltar a
importância da orientação e da informação adequadas. Utilizando dados da Pesquisa Nacional
de Saúde da Escola de 2019, uma amostra de 160.721 estudantes com idades entre 13 e 17
anos foi investigada. Observou-se que a maioria dos estudantes foi vacinada (62,9%), com
uma prevalência mais alta entre as meninas (76,1%) do que entre os meninos (49,1%). O
motivo mais comum para a não vacinação foi a falta de informação sobre a necessidade da
vacinação (46,8%). A análise também revelou disparidades na prevalência de vacinação entre
escolas públicas e privadas, assim como entre regiões do país, com as regiões Norte e
Nordeste apresentando as maiores prevalências de não vacinados. Conclui-se que é crucial
implementar abordagens eficazes de comunicação em saúde para melhorar os indicadores de
vacinação contra o HPV entre os adolescentes brasileiros. Destaca-se ainda o papel
18
fundamental dos enfermeiros como educadores em saúde, auxiliando na disseminação de
informações sobre a vacinação contra o HPV para aumentar a adesão entre os estudantes.

3.4 IMPACTO DO NEGACIONISMO DAS VACINAS

Um estudo realizado por Maria Aparecida Paulo dos Santos, Fábia Cheyenne Gomes de
Morais Fernandes, Kenio Costa de Lima, Isabelle Ribeiro Barbosa, investiga o impacto do
negacionismo das vacinas, particularmente no contexto da vacinação contra o HPV entre
adolescentes brasileiros, com base em dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar
(PeNSE) de 2015. A análise abrange uma variedade de fatores individuais e contextuais
associados ao desconhecimento sobre essa vacinação.

Os resultados revelam que o desconhecimento sobre a campanha de vacinação contra o


HPV está significativamente ligado a características individuais, comportamentais e
contextuais. Entre as variáveis identificadas, destacam-se sexo, faixa etária, acesso à internet,
comportamentos de saúde, tipo de escola e índice de desigualdade social.

Utilizando análise estatística multinível, foram ajustados modelos para avaliar o efeito
contextual das Unidades da Federação. Os resultados ressaltam a complexidade do problema e
a necessidade de abordagens integradas na promoção da conscientização sobre a vacinação
contra o HPV.
19
Conclui-se que o negacionismo das vacinas afeta diretamente o conhecimento sobre a
vacinação contra o HPV entre os adolescentes no Brasil. Isso demanda a implementação de
estratégias educativas abrangentes, políticas de saúde pública eficazes e a avaliação contínua
da qualidade dos serviços de saúde, visando melhorar a conscientização, acesso e qualidade
da vacinação em todo o país.

4. CONCLUSÃO

A promoção da saúde pública através da informação e orientação desempenha um


papel fundamental na prevenção de doenças e na proteção da saúde da população. No
contexto do negacionismo das vacinas contra o Papilomavírus Humano (HPV), é evidente a
importância de estratégias abrangentes e eficazes para enfrentar os desafios associados à
hesitação vacinal.

Os estudos analisados demonstraram que a hesitação em relação à vacinação contra o


HPV no Brasil é influenciada por uma variedade de fatores, incluindo preocupações sobre
segurança e eficácia da vacina, desconfiança nas autoridades de saúde e disseminação de
desinformação. É essencial reconhecer e abordar essas preocupações de maneira sensível e
eficaz para promover a aceitação da vacinação e proteger a saúde pública.

Uma abordagem integrada que combine informação precisa, comunicação eficaz e


orientação adequada é crucial para enfrentar o negacionismo das vacinas contra o HPV.
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Estratégias de comunicação baseadas em evidências, que enfatizem os benefícios da
vacinação e abordem preocupações específicas dos diferentes públicos-alvo, têm o potencial
de aumentar a aceitação da vacina e reduzir a hesitação vacinal.

Além disso, é fundamental fortalecer a infraestrutura de saúde pública para garantir o


acesso equitativo à vacinação contra o HPV e a prestação de serviços de saúde de qualidade.
Isso inclui o desenvolvimento de políticas públicas eficazes, o treinamento de profissionais de
saúde e o envolvimento da comunidade na promoção da vacinação e na educação sobre saúde.

A revisão sistemática dos estudos também destacou o impacto negativo do


negacionismo das vacinas contra o HPV na cobertura vacinal e na incidência de doenças
relacionadas ao HPV no Brasil. Este cenário reforça a urgência de ações coordenadas e
colaborativas para enfrentar o negacionismo das vacinas e promover a vacinação como uma
medida eficaz de prevenção de doenças. É crucial uma colaboração entre governos,
organizações de saúde, profissionais e comunidades para enfrentar os desafios relacionados à
hesitação vacinal, assegurando o acesso universal às vacinas e aos serviços de saúde
essenciais para preservar a saúde e o bem-estar de todos.

5. REFERÊNCIAS

https://oglobo.globo.com/saude/conteudodemarca/na-protecao-contra-hpv-prevencao-
combinada-essencial-25291646

https://g1.globo.com/bemestar/viva-voce/noticia/2021/11/03/vacinacao-contra-o-hpv-
reduz-taxas-de-cancer-de-colo-de-utero-em-ate-87percent-aponta-estudo.ghtml

https://www.researchgate.net/figure/Figura-1-Numero-de-obitos-e-Taxa-de-Mortalidade-
por-Cancer-de-Colo-do-Utero-segundo-ano_fig1_355068110

https://blog.paulatostes.com.br/hpv-causas-tratamentos/

https://clinicafemina.com/hpv/
21
https://hpvonline.com.br/sobre-hpv/hpv-e-especialidades/hpv-e-dermatologia/

https://brasilescola.uol.com.br/biologia/hpv.htm#

https://www.paho.org/pt/topicos/hpv-e-cancer-do-colo-do-utero

https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/h/hpv

https://bvsms.saude.gov.br/vacina-contra-o-hpv-a-melhor-e-mais-eficaz-forma-de-
protecao-contra-o-cancer-de-colo-de-utero/#:~:text=Estima%2Dse%20que%20haja
%20entre,algum%20momento%20de%20sua%20vida.

https://saude.rs.gov.br/hpv#:~:text=HPV%20%C3%A9%20a%20sigla%20em,outros
%20podem%20causar%20verrugas%20genitais.

https://www.scielo.br/j/csc/a/6hhtJ3bwt6yfDzzjQf4Rkbs/?lang=pt

https://www.scielo.br/j/rsp/a/qMRBfTBSmz64Zm8hLsKVd3n/?format=pdf&lang=pt

https://www.scielo.br/j/rlae/a/RdvMZL499WMSLFLfKmjYm8z/?format=pdf&lang=pt

https://www.scielo.br/j/rsp/a/4V3tQGGbPnspVypkk6qRGzf/?format=pdf&lang=pt

https://www.scielo.br/j/csc/a/6hhtJ3bwt6yfDzzjQf4Rkbs/#

Maria Aparecida Paulo dos Santos, Fábia Cheyenne Gomes de Morais Fernandes, Kenio
Costa de Lima, Isabelle Ribeiro Barbosa. Desconhecimento sobre a campanha de
vacinação contra o HPV entre estudantes brasileiros: uma análise multinível, REVISTA:
Ciênc. saúde coletiva 26 (12) • Dez 2021

Isabella de Alcântara Gomes Silva, Ana Carolina Micheletti Gomide Nogueira de Sá,
Elton Junio Sady Prates, Deborah Carvalho Malta, Fernanda Penido Matozinhos e Tércia
22
Moreira Ribeiro da Silva, para a Revista Latino-Americana de Enfermagem em 2022
(Vacinação contra o papilomavírus humano em escolares brasileiros: Pesquisa Nacional
de Saúde do Escolar, 2019).

Zilda Alves de SouzaI, Marco Antonio Moreira PugaII, Inês Aparecida TozettiII, Marcella
Naglis de Oliveira LimaIII, Milena Sonchine de SouzaII, Marisa de Fátima Lomba de
FariasIV, Estela Márcia Rondina ScandolaIII e Cacilda Tezelli Junqueira PadovaniII
(2023), revista de saúde pública. (Importância da vacinação contra o papilomavírus
humano em um assentamento rural em Terenos, Mato Grosso do Sul).
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