Revisão - EFEITOS DO TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO
Revisão - EFEITOS DO TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO
Revisão - EFEITOS DO TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO
RESUMO
O objetivo deste estudo foi analisar na literatura os efeitos das condutas
fisioterapêuticas no tratamento da bexiga neurogênica. O presente estudo trata de
uma revisão integrativa da literatura desenvolvida por intermédio de artigos
publicados nos últimos 10 anos. A revisão de literatura foi realizada nos meses de
abril e maio de 2021, porém, foi atribuída uma atualização desta revisão em março
de 2022. A busca foi organizada por meio das bases de dados eletrônicas:
Physiotherapy Evidence Database (PEDRO), Biblioteca Virtual da Saúde (BVS) e
PUBMED. Diante da pergunta norteadora definida como: Quais os efeitos do
tratamento fisioterapêutico no distúrbio de bexiga neurogênica? foram utilizados
Caio Erick Vieira de Sousa os Descritores de Ciência em Saúde (DeCS) em português e inglês. Os critérios de
inclusão foram: estudos publicados nos últimos 10 anos; artigos disponibilizados
Centro Universitário Católica de Quixadá, de forma completa e disponível para download de forma gratuita; estudos que
abordassem o tema e que atendessem ao objetivo proposto; estudos
UNICATÓLICA, Brasil experimentais, observacionais, meta-análise, estudos prospectivos e retrospectivos
[email protected] e coorte. Foram encontrados 12.936 artigos, sendo que, 12.929 foram excluídos,
restando assim, 7 artigos para inclusão, na qual, abordavam aspectos relacionados
ao tratamento fisioterapêutico na bexiga neurogênica, ou assistência da qual o
Cinthia Solange Silva Quadros fisioterapeuta pode se responsabilizar em realizar. Fica evidente, então, que a
fisioterapia se torna importante nas causas associadas à bexiga neurogênica.
Centro Universitário Católica de Quixadá, Contudo, nos últimos 10 anos as pesquisas ainda são restritas quanto ao
tratamento fisioterapêutico na bexiga neurogênica.
UNICATÓLICA, Brasil
[email protected] Palavras-chave: Doenças Urológicas. Bexiga Urinária Neurogênica. Modalidades
de Fisioterapia. Tratamento.
10.25191/recs.v7i2.141
36
1 INTRODUÇÃO
Em síntese, bexiga neurogênica é definida como uma disfunção da bexiga e uretra devido doenças do
sistema nervoso central ou até mesmo de nervos periféricos (LIAO, 2015).
Etiologicamente, pode ser resultado de patologias, dentre elas, a Esclerose Múltipla (EM), doença de
Parkinson, diabetes, infecções do cérebro ou da medula espinhal, envenenamento, AVC, ou até mesmo
cirurgias de grande porte. De certa forma, são inúmeros fatores que podem não só acarretar o
desenvolvimento da patologia, como também afetam diretamente a qualidade de vida dos acometidos (FANG
et al., 2019).
O trato urinário inferior, tem como princípio o armazenamento da urina, bem como eliminação dela.
O armazenamento se dá pelo relaxamento da bexiga e a micção ocorre voluntariamente por mecanismos do
sistema nervoso central, na qual, o músculo detrusor se contrai e o esfíncter relaxa permitindo a saída da urina.
Contudo, pode ocorrer distúrbio comprometedores do armazenamento e descarga de urina, como exemplo,
a bexiga neurogênica, onde o principal sintoma é a incontinência de urgência. Cabe ainda citar outros sintomas,
como, complacência da bexiga, bexiga hiperativa ou hipoativa, retenção urinária ou função dissinérgica entre
detrusor e esfíncter (JÁROMI et al., 2021).
Tendo em vista o quadro clínico, é necessário realizar uma boa avaliação, incluindo a data de início,
duração de reclamação, precipitantes, frequência, gravidade, quantidade de absorventes, constipação, doenças
associadas e medicamentos, devendo ser seguida pelo exame físico para determinar fatores que podem
contribuir para o desenvolvimento da patologia. Além disso, a avaliação urodinâmica é de extrema importância
para o manejo clínico. Vale destacar que dados quantitativos relacionados a micção podem ser obtidos por
meio do diário miccional (AMARENCO et al., 2017).
Ao que se sabe, o tratamento da bexiga neurogênica em anos passados era realizado basicamente por
meio da terapia medicamentosa, na qual não possuía efeito significativo, bem como impulsionava efeitos
adversos ao paciente. Com o avanço e novas perspectivas acerca do tratamento, proporcionou à fisioterapia
uma abordagem abrangente e de caráter significativo para o tratamento das disfunções do trato urinário
(SCHMOELLER et al., 2019).
Para um tratamento global, é indispensável o trabalho da equipe multidisciplinar envolto da qualidade
de vida e aumento da sobrevida de acometidos com disfunção do trato vesical e renal (KOSMALISKI;
FURLANETTO, 2020).
Pensando na crescente descoberta científica, e importância que se tem em colaborar com o
desenvolvimento dela, em especial no âmbito da fisioterapia atuante nas causas e impactos na saúde por
consequência da bexiga neurogênica, tem-se justificado assim, o motivo pelo qual, este estudo foi
desenvolvido.
Sendo assim, o objetivo deste estudo foi analisar na literatura os efeitos das condutas fisioterapêuticas
no tratamento da bexiga neurogênica.
2 METODOLOGIA
O presente estudo trata de uma revisão integrativa da literatura, fruto do Programa de Iniciação
Científica (PIC) do curso de Fisioterapia do Centro Universitário Católica de Quixadá.
Esta revisão foi desenvolvida através de artigos publicados nos últimos 10 anos, na qual o período de
desenvolvimento foi de abril a maio de 2021, entretanto, este artigo passou por uma nova revisão, sendo
atualizado em março de 2022. As bases de dados correspondentes foram: Physiotherapy Evidence Database
(PEDRO), Biblioteca Virtual da Saúde (BVS) e PUBMED.
Foram utilizados na busca online, os seguintes descritores em português e inglês: Doenças Urológicas
(Urological Diseases), Bexiga Urinária Neurogênica (Neurogenic Urinary Bladder), Modalidades de Fisioterapia
(Physiotherapy Modalities), Tratamento (Treatment), utilizando o booleano AND para combinação dos
descritores.
Para delimitar a questão norteadora deste estudo, foi utilizada a estratégia P.V.O, na qual, P
corresponde à população, o V as variações e O, o desfecho, ambos destacados no Quadro 1. Sendo assim, por
meio desta estratégia, foi possível estabelecer a seguinte pergunta norteadora: Quais os efeitos do tratamento
fisioterapêutico no distúrbio de bexiga neurogênica?
Os critérios de inclusão foram: estudos publicados nos últimos 10 anos; artigos disponibilizados de
forma completa e disponível para download de forma gratuita; estudos que abordassem o tema e que
atendessem ao objetivo proposto; estudos experimentais, observacionais, meta-análise, estudos prospectivos
e retrospectivos e coorte.
Assim sendo, foram excluídos artigos com mais de 10 anos de publicação; artigos incompletos e
indisponíveis de forma gratuita na íntegra nas bases de dados utilizadas; estudos que não atenderam ao tema
e objetivo determinado; revisões, cartilhas, manuais, e guia prático.
A seguir, foi realizada de maneira aprofundada a leitura dos resumos dos artigos encontrados, a fim
de filtrar os estudos que atendessem aos critérios de inclusão previamente estabelecidos, excluindo assim,
artigos que contradissessem ao que foi determinado nos critérios de inclusão. Assim sendo, os artigos que
atenderam aos critérios desenvolvidos foram incluídos como resultados e posteriormente discutidos.
Dessa forma, os estudos selecionados foram agrupados em duas tabelas de forma quantitativa, para
que assim fosse possível uma melhor organização e compreensão. Os termos incluídos nas tabelas foram:
Autor/Ano; Base de dados; Título; Tipo de Estudo/Nível de Evidência; Número de participantes; Objetivo;
Resultados; Conclusão.
Para adequar os níveis de evidências, foi seguida a proposta de Melnyk e Fineout-Overholt (2011), da
qual se baseia em sete níveis: Nível I – evidências de revisão sistemática ou metanálise de ensaios clínicos
randomizados e controlados; nível II – ensaio clínico randomizado controlado; nível III – evidências obtidas por
meio de ensaio clínico sem randomização; nível IV – estudos de coorte e caso-controle; nível V – revisão
sistemática de estudos descritivos e qualitativos; nível VI – estudo descritivo ou qualitativo; nível VII – opiniões
de autoridades e/ou relatório de comitês de especialistas.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na presente revisão integrativa, inicialmente foram encontrados 12.936 artigos, disponíveis nas bases
de dados, destes 12.929 foram excluídos. Entretanto, apenas 7 artigos que abordavam aspectos relacionados
ao tratamento fisioterapêutico na bexiga neurogênica, ou assistência na qual o fisioterapeuta pode se
responsabilizar em realizar, foram incluídos. A figura 1 correlaciona os critérios de inclusão e exclusão utilizados
para seleção dos estudos nas bases de dados selecionadas.
Figura 1 – Fluxograma delimitando os critérios de inclusão e exclusão utilizados para seleção dos artigos nas bases de
dados
Na BVS foram encontrados 5.467, destes, 3.794 foram excluídos pois o ano de publicação excedia a 10
anos, como também eram artigos incompletos. Além disso, 1.672 foram excluídos devido ao tipo de estudo e
assunto abordado, ou seja, artigos que não incluía bexiga neurogênica na pesquisa. Nessa perspectiva, apenas
2 atenderam aos critérios de inclusão definidos.
Foram encontrados 7.454 artigos na base de dados PUBMED, sendo que, apenas 4 foram incluídos e
5.447 foram excluídos devido ao ano de publicação e disponibilidade limitada, sendo artigos incompletos.
Ainda assim, mais 2.003 estudos não foram inseridos para discussão pois o tipo de estudo não se enquadrava,
como também os assuntos abordados não possuíam aspectos acerca da bexiga neurogênica ou causas
associadas à patologia.
Por conseguinte, na plataforma PEDRO, apenas 15 artigos foram encontrados, sendo que deste, apenas
1 seguiu os critérios de inclusão, e os demais foram excluídos, na qual, 4 possuíam ano de publicação superior
a 10 anos e os demais artigos, não abordavam sobre tratamento fisioterapêutico da bexiga neurogênica e
destes, 3 eram revisões sistemática e 2 diretrizes de prática.
A tabela 1 apresenta características dos estudos, quanto ao autor/ano, título, base de dados, desenho
metodológico e número de participantes.
Tabela 1 – Estudos incluídos categorizados quanto ao autor/ano, título, base de dados, desenho metodológico e número
de participantes
Tipo de
Base de Número de
Autor/Ano Título Estudo/ Nível
Dados Participantes
de Evidência
LÚCIO et al., Um estudo comparativo do treinamento BVS Estudo 35
2011. dos músculos do assoalho pélvico em prospectivo
mulheres com esclerose múltipla: seu randomizado
impacto nos sintomas do trato urinário controlado/II
inferior e na qualidade de vida.
XIA et al., 2014. Efeitos da eletroacupuntura combinada PEDRO Ensaio clínico/II 42
com o treinamento da bexiga na função
da bexiga de pacientes com bexiga
neurogênica após lesão da medula
espinhal.
CHEN et al., A estimulação elétrica de nervos PUBMED Ensaio clínico/III 11
2015. aferentes somáticos no pé aumenta a
capacidade da bexiga em pacientes com
bexiga neurogênica após cistoplastia
sigmóide.
ANDRADE et al., Efeitos da fisioterapia no tratamento da PUBMED Ensaio clínico/II 21
2015. bexiga neurogênica em pacientes
infectados com o vírus linfotrópico T
humano 1 (HTLV-1).
BOURBEAU et al., A estimulação do nervo genital aumenta PUBMED Meta-análise/I 33
2018. a capacidade da bexiga após a lesão
medular: uma meta-análise.
TANG et al., Efeito da intervenção de cuidado PUBMED Estudo 82
2019. contínuo na qualidade de vida em retrospectivo/III
pacientes com bexiga neurogênica
disfunção.
BOARETTO et al., Comparação entre oxibutinina, BVS Estudo 57
2019. eletroestimulação do nervo tibial prospectivo
posterior e exercícios perineais no randomizado/II
tratamento da síndrome da bexiga
hiperativa.
Fonte: Autores (2021).
Já a Tabela 2 demonstra dados dos estudos incluídos como autor/ano, objetivo, resultados prévios e
conclusão.
Os estudos inseridos nos resultados possuem em comum os efeitos que determinadas técnicas podem
proporcionar positivamente na saúde de pessoas acometidas com bexiga neurogênica. A citar, as técnicas
listadas são: treinamento dos músculos do assoalho pélvico; eletroacupuntura combinada com treinamento
vesical; eletroestimulação.
Foi notado diante a coleta de dados, que estudos sobre bexiga neurogênica, como também da atuação
do fisioterapeuta atuante no tratamento dos sintomas do trato urinário inferior, ainda são restritos,
principalmente quando é levado em consideração a atualização das pesquisas.
Portanto, o cuidado contínuo da fisioterapia no âmbito da saúde das pessoas acometidas pela bexiga
neurogênica se faz necessário. Diante do estudo de Tang (2019), a intervenção proporciona redução das
complicações do trato urinário, como também deixa o paciente mais à vontade, ou seja, a adesão será maior
por consequência da melhora da qualidade de vida.
O tratamento das disfunções urinárias, incluindo a bexiga neurogênica, pode ser direcionado a partir
de uma boa avaliação, como por exemplo, o Neurogenic Bladder Symptom Score, na qual avalia o impacto da
hiperatividade neurogênica do músculo detrusor, além disso, auxilia no rastreio dos sintomas da bexiga ao
longo do tempo. Além dos questionários, os diários miccionais, bem como a urodinâmica, também são
relevantes nessa primeira conduta em pacientes com disfunção urinárias decorrente da EM. Partindo para o
tratamento propriamente dito, é incluído nele, orientações quanto a ingesta de líquidos, como água, café e
álcool. A fisioterapia então, tem como objetivo, potencializar a melhora da função do assoalho pélvico, como
também facilitar o armazenamento e esvaziamento de urina, realizar estimulação do nervo tibial posterior e
do nervo sacral são condutas fisioterapêuticas que possuem eficácia (TRACEY; STOFFEL, 2016).
Vale ressaltar, a terapia comportamental como uma das intervenções realizadas também de forma
inicial no tratamento da bexiga neurogênica, na qual, consiste na análise de possíveis interferências que podem
ocorrer em determinado contexto envolvendo o meio ambiente e o paciente. A terapia certamente é realizada
por intermédio do diário miccional, onde é possível que a paciente realize o automonitoramento da micção
durante pelo menos 24 horas; educação dos pacientes quanto à anatomia e função do trato urinário;
treinamento vesical, na qual, a principal função é modificar o funcionamento da bexiga; controle da ingesta
hídrica e dieta; exercícios do assoalho pélvico; biofeedback; estratégias para o controle relacionado à micção;
impacto que a patologia pode proporcionar de forma negativa à qualidade de vida (MESQUITA, 2010).
Lane et al. (2020), em seu estudo contendo métodos alternativos para tratamento da bexiga
neurogênica, citou a utilização da estimulação do nervo tibial, como conduta minimamente invasiva para aliviar
a sintomatologia urinária por meio das vias semelhantes à neuromodulação sacral, que é mais invasiva quando
comparadas. Como resultado, a estimulação do nervo tibial posterior demonstrou melhoras nos sintomas da
bexiga. Todavia, ainda permanecem interrogações sobre os parâmetros mais adequados de modulação dessa
corrente, bem como se há diferença para a neuromodulação de uma bexiga hipoativa ou hiperativa.
Segundo Hansen et al. (2017) em um estudo realizado com 16 pacientes, envolvendo a técnica de
eletroestimulação do nervo pudendo, como tratamento da hiperatividade neurogênica do detrusor,
demonstrou bons resultados, podendo levar em consideração o aumento da capacidade da bexiga e
diminuição da pressão de armazenamento na maioria dos pacientes.
Outro método da eletroestimulação possível de ser realizado, é por meio dos nervos aferentes
somáticos no pé, procedimento na qual, foi possível observar a sensação de retardo do enchimento vesical,
consequentemente, o aumento da capacidade vesical em pacientes pós cistoplastia sigmóide, e aumento do
volume por cateterismo intermintente limpo. O efeito resultante deste método se justifica provavelmente, pelo
fato de que, colocando os eletrodos na superfície do pé, é possível atingir o nervo tibial nas faces plantar
medial e lateral do pé, por meio das ramificações (CHEN et al., 2015).
Muito se utiliza a eletroestimulação seja ela a nível do nervo tibial, nervo sacral, nervo pudendo ou
nervos aferentes somáticos do pé. No entanto, outras alternativas para o tratamento da bexiga neurogênica
estão presentes na literatura, como por exemplo, o treinamento dos músculos do assoalho pélvico e
treinamento vesical, bem como a associação da eletroacupuntura com o treinamento da bexiga.
Os exercícios perineais, por exemplo, podem ter como objetivo, a diminuição do desejo de urinar. Na
qua, l em um estudo proposto por Boaretto et al. (2019), foi observada melhora no quadro patológico, notando
a diminuição da noctúria e aumento da força muscular.
Sendo assim, em um estudo onde foi comparado o treinamento dos músculos envoltos do assoalho
pélvico com a qualidade de vida (QV) dos participantes com EM, tendo em vista os impactos decorrentes da
patologia, os resultados foram eficazes com relação ao enfrentamento do contexto social e redução da
deficiência, além disso, houve melhora no impacto dos problemas urinários na QV, no entanto, não foi
observado melhora do dano neurológico (LÚCIO et al., 2011).
A eletroacupuntura utilizada os pontos Guanyuan e Zhongji, conectados a um estimulador de nervo
acuponto combinada com o treinamento da bexiga, realizado em três nível, onde no primeiro se estabelecia
uma quantidade fixa de ingesta de água em um único intervalo; no segundo estágio a micção era
cronometrada, na qual, os pacientes urinavam uma vez a cada 4 horas e uma vez antes de ir para a cama; por
último, no terceiro momento era realizado o cateterismo intermitente, uma vez a cada 4-6 horas, sendo que
antes disto, o treinamento da bexiga era realizado. A partir da combinação das duas técnicas, a capacidade da
bexiga e a complacência nos dois grupos foram significativas maiores, quando comparadas aos demais
participantes, ainda assim, o grupo de tratamento reduziu o volume residual de urina, pressão da bexiga, como
também a pressão do detrusor (XIA et al., 2014).
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Fica evidente, então, que a fisioterapia se torna importante nas causas associadas à bexiga
neurogênica, quando se utilizando das técnicas isoladas e/ou combinadas presentes na literatura.
Contudo, nos últimos anos as pesquisas ainda são restritas quanto ao tratamento fisioterapêutico na
bexiga neurogênica. O que torna possível afirmar que ainda estamos a passos curtos de se chegar ao
reconhecimento merecido neste âmbito da saúde de pessoas acometidas com esta disfunção urinária.
Entretanto, espera-se que mais pesquisas na área sejam realizadas para que assim, possamos usufruir ainda
mais da prática baseada em evidência para o plano de tratamento fisioterapêutico.
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