AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NO ENSINO SUPERIOR - Apresentação

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UNIUOL FACULDADES

Pós-graduação em Qualidade e Produtividade


Disciplina: Didática do Ensino Superior

AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
NO ENSINO SUPERIOR

MSC. PATRICIA AGUIAR DE OLIVEIRA


INTRODUÇÃO

• Esta aula dedica-se à análise do processo de


avaliação no Ensino Superior, destacando: os
aspectos críticos, sua importância, os princípios que
contribuem para torná-la mais eficaz, no intuito de
colaborar na decisão sobre a modalidade de
avaliação mais adequada. Para tanto, traz aspectos
positivos, recomendações e sugestões para um
trabalho que objetive emancipação e promoção da
aprendizagem dos estudantes universitários, sem,
no entanto, se configurar em normas ou
procedimentos que devem ser seguidos.
Dentre os aspectos críticos da avaliação,
destacam-se:
• A avaliação é fonte de ansiedade e de stress. Os exames
finais das diferentes disciplinas são realizados em poucos dias
e de forma consecutiva, e as avaliações intermediárias
durante o ano ou semestre letivo; muitas vezes, ocorrem num
clima de tensão, pois alguns professores utilizam as provas de
maneira terrorista, com propósitos implícitos e, algumas
vezes, explícitos de vingança.
• A avaliação conduz a injustiças. Essa crítica refere-se às
situações em que os professores ministram aulas em escolas
com alunos diferentes, mas avaliam todos com o mesmo
rigor; esforçam-se para se adaptar ao nível dos estudantes;
utilizam provas com Poucas questões pela facilidade de
correção; elaboram questões que abrangem todo o conteúdo.
Dentre os aspectos críticos da avaliação,
destacam-se:
• A avaliação privilegia o controle da retenção de
conhecimentos, deixando de lado aspectos
importantes da aprendizagem. Privilegia-se a
memorização. Existem muitas disciplinas com objetivos
afetivos e que não podem ser avaliadas pelos
procedimentos tradicionalmente utilizados nos cursos
superiores.
• Muitas avaliações têm pouco a ver com o que foi
ensinado no curso. Ocorre quando o professor não
possui conhecimentos técnicos suficientes para
elaborar provas adequadas e quando não tem muita
clareza acerca dos objetivos pretendidos.
Dentre os aspectos críticos da avaliação,
destacam-se:
• A avaliação tradicional favorece o imobilismo social. As
notas obtidas num curso seguem as pessoas por toda a vida,
definindo, de alguma forma, o seu grau na hierarquia
profissional, o seu nível de remuneração e o poder de que irá
dispor. A escola tem, como principal função, fornecer às
pessoas os conhecimentos e as habilidades necessárias para
bem viver na sociedade; a existência de exames contribui
para torná-la uma instituição ultrapassada.
• As avaliações são influenciadas por estereótipos dos
professores. Refere-se à estereotipia (contaminação dos
resultados, quando o primeiro trabalho é medíocre, o
professor admite que o próximo também o será) e ao efeito
de halo (caráter afetivo exagerado, quando o professor
valoriza a resposta de um estudante que considera simpático
ou que impressiona pela caligrafia).
Dentre os aspectos críticos da avaliação,
destacam-se:
• As avaliações consomem demasiado tempo e energia dos
professores e dos alunos. A correção conscienciosa das provas
exige muito trabalho e energia, e quando é feita de forma
superficial, acarreta consequências graves.
• As provas enfatizam mais a forma do que o conteúdo. Valorização
da aptidão para se exprimir em detrimento dos conhecimentos
específicos.
• A questão da validade das provas é critica. Quando o professor
considera, na avaliação, os fatores frequência, assiduidade e
comportamento da classe.
• A questão da fidedignidade das provas é crítica. Um instrumento
de avaliação é considerado fidedigno quando utilizado por
diferentes avaliadores ou pelo mesmo avaliador em momentos
diferentes; produz, consistentemente, os mesmos resultados.
Dentre os aspectos críticos da avaliação,
destacam-se:
• As avaliações desestimulam a expressão dos juízos pessoais
dos alunos. Quando os alunos direcionam seus estudos para
o que acreditam ter maior possibilidade de ser solicitado ou
respondem de acordo com o que pensam que o professor
gostaria que respondessem e, consequentemente, são
desestimulados a exprimir seus juízos pessoais.
• As avaliações recompensam aprendizagens efêmeras. O
conhecimento que é aprendido com a finalidade de ser
avaliado desaparece algum tempo depois.
• As avaliações contribuem para encurtar o período letivo.
Uma avaliação adequada não se restringe à prova final. Várias
provas, durante o ano ou semestre, diminuem o tempo
destinado ao ensino e, além disso, são geralmente
antecedidas por um período de preparação e sucedidas por
um período de esgotamento.
Dentre os aspectos críticos da avaliação,
destacam-se:
• As provas tradicionais favorecem a especulação com a sorte.
Nestas, há poucas questões e refletem as características dos
professores, sendo facilmente reconhecidas pelos estudantes,
até mesmo porque muitos repetem as provas nos períodos
letivos seguintes.
• Os exames tradicionais desestimulam o trabalho em grupo.
Exaltam o trabalho individual e, consequentemente, o
egoísmo. São incoerentes e difíceis de serem justificados
quando o professor utiliza técnicas de grupo durante as aulas
e propõe avaliações individuais.
• As provas tradicionais incentivam a fraude. Ao invés de se
preparar para a prova, o estudante “prepara a cola”, sem
contar que, atualmente, esse problema agrava-se em função
das modernas tecnologias de comunicação.
Dentre os aspectos críticos da avaliação,
destacam-se:
• A exigência da avaliação dificulta o avanço dos estudantes.
O programa a ser cumprido e avaliado não encoraja o avanço
do estudante de acordo com seu próprio ritmo.
• Os exames dificultam a prática de uma pedagogia da
descoberta. A preparação de provas voltadas para conteúdos
definidos dificulta a adoção de estratégias que estimulem a
exploração e a descoberta pessoal.

Apesar dos aspectos desagradáveis e mesmo injustos da


educação, a avaliação precisa ser entendida como elemento
necessário para que o direito de aprender efetive-se da
melhor maneira possível, sendo que ela faz parte da vida e da
lógica humana, de forma que serve para emancipar e
promover a aprendizagem, justificando-se sua importância.
Em defesa da avaliação, que serve para emancipar e
promover, convém considerar que:
• Pode ser feita com alto grau de cientificidade (respaldo
científico), a aprendizagem pode ser mensurada com
razoável grau de precisão (definir claramente os objetos
e suas propriedades);
• O processo de avaliação fornece dados necessários à
melhoria da aprendizagem e do ensino (verificar
mudanças no comportamento, em que medida ocorre
e definir as que podem ser feitas quando a
aprendizagem não é eficaz);
• Inclui mais procedimentos além do rotineiro exame
escrito (variar de acordo com as características dos
estudantes e os objetivos da aprendizagem);
• Envolve todo o processo de aprendizagem (diagnóstica,
formativa e somativa);
Em defesa da avaliação, que serve para emancipar e
promover, convém considerar que:
• Os professores podem avaliar bem os estudantes (provas
objetivas e avaliação feita por mais de um professor
exemplificam procedimentos que ampliam o grau de
objetividade das avaliações);
• Constitui traço fundamental de nossa civilização;
• Favorece a integração dos conhecimentos;
• Permite que os estudantes se situem em relação aos outros
(um meio para descobrir causa e consequências de suas
fraquezas);
• Fornece feedback para o professor (verificar pertinência do
ensino e validade das ações);
• Serve para avaliar a ação do professor e da própria instituição
(abrange todo curso, a escola, uma região ou mesmo toda a
nação, como o Exame Nacional de Cursos, o qual verifica em
que medida foram cumpridas as funções docentes.
AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NO
ENSINO SUPERIOR
• Mediante alguns princípios, a avaliação torna-se
adequada aos propósitos do Ensino Superior, ou
seja, entendida como parte integrante do processo
de aprendizagem:
– contínua;
– os instrumentos devem apresentar validade e precisão;
– abranger os diferentes domínios de aprendizagem;
– integrada; preparada com razoável antecedência;
– provas múltiplas e diversificadas.
AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NO
ENSINO SUPERIOR
• A preparação dos alunos é um princípio importante e
envolve o preparo intelectual e emocional. O professor
esclarece os objetivos da disciplina e utiliza algumas
estratégias como, por exemplo, informa o tipo de
prova, quantidade de questões e a maneira que devem
ser respondidas.
• Promove revisões estruturadas, nas quais os alunos
respondem questões e depois comparam suas
respostas com a de seus colegas ou com as do
professor, que as apresenta em transparências.
Encoraja os estudantes a apresentar suas dúvidas por
e-mail. São cuidados que ajudam no direcionamento
dos estudos e maximização de esforços.
AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NO
ENSINO SUPERIOR
• As provas devem ser ministradas em clima favorável, e
para que isso ocorra alguns cuidados são importantes.
O professor pode tranquilizar os alunos informando
que chegará mais cedo no dia da prova para responder
eventuais duvidas e garantir que terão tempo suficiente
para as respostas. Diante disso, convém não perder
tempo para iniciá-la e mantê-los informados acerca do
tempo que resta para o fim da mesma, para tanto, é
preciso garantir que possa ser elaborada no período
definido. O ideal é anunciar o final quando faltarem
quinze minutos e proceder ainda a mais dois anúncios:
quando faltarem dez e cinco minutos, por exemplo.
AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NO
ENSINO SUPERIOR
• As provas devem ser corrigidas com cuidado e
devolvidas rapidamente, e o processo deve contar
também com a autoavaliação, não no sentido
simplista em que o professor pede que o aluno
atribua, a si mesmo, uma nota em determinada
disciplina, pois se trata de um processo que requer
o desenvolvimento de habilidades, como as de
observar-se a si mesmo, de comparar e relacionar
seu desempenho com os objetivos propostos, e de
atitudes, como a honestidade pessoal para
reconhecer tanto os seus sucessos como as suas
falhas.
AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NO
ENSINO SUPERIOR
• O desempenho do professor também deve ser avaliado
no sentido de buscar informações dos alunos
referentes a comportamentos e atitudes assumidos em
sala de aula, que contribuem ou não para o processo
de aprendizagem.
• Um item que não poderia passar despercebido refere-
se às modalidades de provas, considerando que o
primeiro passo na avaliação da aprendizagem consiste
na definição dos objetivos que se pretende alcançar, o
que significa que esse processo inicia-se com o
planejamento, antes das aulas em que os conteúdos
foram ministrados. Após a definição dos objetivos,
determina-se a técnica mais adequada.
TIPOS DE PROVA
• Trazemos, algumas provas para que o professor
utilize as que melhor se ajustam aos objetivos
definidos no plano.
– Provas Discursivas.
• Dissertativa.
• Prova de pergunta curta.
– Provas Objetivas.
• Questões de lacuna.
• Questões certo ou errado.
• Questões de múltipla escolha.
– Provas Práticas
– Provas Orais
PROVA DISSERTATIVA
• Conhecida como ensaio, ou de resposta longa, é constituída por
um tema desenvolvido livremente e tem como única limitação o
tempo disponível para a resposta. Para que tenha qualidade,
exige-se alguns cuidados:
– Utilizá-la apenas para avaliação da aprendizagem relativa a conteúdos
complexos (raciocínio analítico, capacidade de síntese e julgamento de
valor);
– Apresentar a tarefa com clareza e precisão (evitar perguntas do tipo
“Escreva tudo o que sabe...ou “Qual sua opinião...”. Solicitar avaliação
crítica apoiada em evidências, não em sentimentos pessoais);
– Advertir acerca da influência dos erros de português na pontuação,
corrigir as provas sem identificar o seu autor (para evitar interferências
no julgamento);
– Não formular questões relacionadas entre si;
– Preparar uma chave de apuração (serve para especificar os elementos a
serem considerados e o seu valor);
– Escrever comentários na prova (serve para justificar a nota, fornecer um
feedback ao estudante).
PROVAS DE RESPOSTAS CURTAS
• Para as provas de respostas curtas, em que o professor apresenta
algumas questões abertas, também existem algumas
recomendações:
– Formular apenas questões que se refiram a conteúdos importantes;
– Iniciar as questões com um verbo de ação (descrever, comparar,
contrastar, definir, relacionar, justificar, criticar e resumir);
– Formular questões que mostrem se o estudante sabe aplicar o que
aprendeu a situações novas;
– Não formular questões relacionadas entre si (quem errar uma já está
prejudicado na seguinte);
– Proporcionar tempo suficiente para o estudante refletir, organizar as
respostas e redigir (dica: para calcular o tempo da prova, o professor
redige a resposta que considera ideal e multiplica por três os minutos
que gastou);
– Indicar o valor dos itens e o tempo aproximado para sua execução;
– Avaliar uma questão de cada vez em todas as provas.
PROVAS OBJETIVAS
• Apresentam brevidade da resposta e exatidão da
correção. Quando bem elaboradas, contribuem
para o fornecimento de informações úteis, a fim de
tornar mais efetivo o processo de aprendizagem.
Aspectos favoráveis:
– Promovem julgamento imparcial;
– Garantem rapidez na correção;
– Proporcionam imediato feedback ao estudante;
– Permitem a verificação extensa da matéria;
– Possibilitam a comparação entre as turmas;
– Permitem a identificação das diferenças individuais,
contribuem para a avaliação do trabalho docente.
PRINCIPAIS TIPOS DE QUESTÃO OBJETIVA:
• Questões de lacuna: são constituídas por frases incompletas,
cujo espaço em branco deve ser preenchido por uma ou mais
palavras.
• Questões certo ou errado: cabe ao estudante indicar o que
julga certo ou errado, mas, mesmo sem conhecer o assunto,
tem chance de acertar 50% das questões.
• Questões de múltipla escolha: são adequadas para classes
numerosas e para professores que lecionam a mesma matéria
em diversas classes. Sua elaboração é tida como atividade de
cunho rigorosamente técnico. Alguns procedimentos devem
ser observados na sua elaboração.
• Questões de associação: cabe ao estudante estabelecer
associações entre os elementos que são apresentados em
dois grupos.
PROCEDIMENTOS PARA ELABORAÇÃO DE
PROVA DE MÚLTIPLA ESCOLHA
• Garantir que cada questão apresente uma única resposta certa;
• Incluir cinco opções e não quatro, para diminuir a probabilidade de acerto devido ao
acaso;
• Expressar o enunciado da questão em linguagem positiva;
• Incluir, no enunciado, o máximo de palavras, mantendo as opções de respostas mais
curtas;
• Variar a posição da resposta correta ao longo da prova;
• Não sobrecarregar o enunciado com elementos inúteis;
• Não retirar frases completas de livros ou apostilas;
• Verificar se o enunciado do problema comporta tantas soluções quantas são as opções
pretendidas. Não sendo possível, recorrer a outro tipo de questão;
• Todas as alternativas gramaticalmente concordantes com o enunciado;
• Formular primeiro a pergunta e sua resposta correta para facilitar a construção das
outras alternativas;
• Elaborar opções com aproximadamente a mesma extensão, pois é evidente a
tendência para que a resposta certa fique mais longa;
• Evitar termos, como: sempre, nunca, somente e todos, porque sugerem escolhas
incorretas;
• Não incluir opções que expressam a mesma coisa, já que, nesse caso, nenhuma das
duas poderá estar certa.
PROVAS PRÁTICAS
• Refere-se tanto à execução de atividades quanto ao
resultado de qualquer execução. A execução pode
consistir numa aula expositiva, num trabalho de
laboratório, clínica ou oficina, no manejo de
equipamentos, maquinaria ou veículos, na
condução de uma entrevista, na execução de uma
peça musical. O resultado pode referir-se a
desenhos, pinturas, esculturas, plantas e casas,
cartazes, maquetes, etc.; pode ser feita através de
folha de cotejo ou de escalas de classificação.
PROVAS ORAIS

• Nos cursos de pós-graduação, são úteis se utilizadas


com o objetivo de verificar habilidades de
argumentação.

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