Teoria Da Cor Aula 1
Teoria Da Cor Aula 1
Teoria Da Cor Aula 1
AULA 1
CONTEXTUALIZANDO
Assim, como a luz está por todo o lado na natureza, também está a cor.
A clorofila da maioria das plantas (que também dá o tom verde delas), por
exemplo, é o resultado da absorção a radiação das cores do espectro da luz
banca (vermelho, amarelo, azul e violeta), exceto o verde, que é refletido. A
clorofila (que é verde) é necessária para realizar a fotossíntese (Trsic, 2012).
Flores e frutas transformam o calor e a energia luminosa do sol em pigmentos
que lhes dão cor (Figura 1), mas que têm também funções protetoras contra a
incidência das radiações ambientais e também contra a ação de alguns minerais
do solo onde estão plantadas.
3
Figura 1 – Cores na natureza
Nas flores, a cor serve ainda para atrair certos insetos, como as abelhas
(Figura 2), que são vetores importantes para a polinização e a reprodução de
algumas espécies (Seixas, 2019).
Crédito: Roman_P/Shutterstock.
5
1.4 Cor e subjetividade
Crédito: Jan Vermeer Van Delf, The Girl With The Pearl Earring, (1632-1675).
7
A criada, apesar de limitados conhecimentos, começava a se interessar
por arte e, com certa perspicácia, argumenta com a patroa: “Com relação ao
ateliê, senhora, quer que eu limpe as janelas [...] é que pode mudar a luz” (e
consequentemente as cores dos quadros de Vermeer, conhecido exatamente
como o “mestre da luz”).
8
2.4 Percepção da cor na cor
Crédito: Picturepartners/Shutterstock.
9
Conhecer o comportamento da cor no tocante às relações de tamanho,
extensão e configuração ou estrutura da superfície sobre a qual ela repousa
(independentemente do significado cultural, estético ou simbólico), pode ser útil
no desenvolvimento de um projeto de produto (Figura 7) ou de um ambiente
construído (Silveira, 2015). Por exemplo: pintar uma grande extensão de parede
de vermelho ou um objeto muito pequeno de preto pode influenciar na percepção
de ambos, por conta da maior ou menor intensidade de exposição à cor em si.
Outro fator a ser considerado é a densidade dos materiais dos quais são
feitos os objetos que recebem cores, porque ela influencia e, alguns casos,
determina a maneira como a cor se manifesta e se comporta: um copo de cristal,
a água límpida (Figura 8) e os isótopos de um átomo, por exemplo, são
atravessados pela luz sem no entanto interagirem com ela, de modo que
permanecem praticamente incolores (De Grandis,1985).
A concentração de material também pode influenciar a percepção da cor.
Refrigerantes a base de cola ou café têm um tom vermelho-rubiáceo quando
vistos em pequena quantidade, mas parecem pretos dentro da garrafa ou na
cafeteira de vidro. Isso acontece porque o volume de material dificulta a
penetração da luz. Quando olhamos uma montanha ao longe, temos a impressão
de que ela é ligeiramente azulada ou acinzentada. Quanto mais distante ela
10
estiver de nós, mais intensos serão esses tons. Isso acontece porque a
espessura da camada de ar existente entre nós e a montanha observada tem
essa coloração. A esse fenômeno dá-se o nome de perspectiva tonal,
perspectiva atmosférica ou perspectiva aérea, que foi conceituada inclusive
por Leonardo da Vinci, como veremos à frente (Vaz; Silva, 2016).
11
Na arte primitiva, por exemplo, a obtenção das cores verde e amarela se
dava por meio de resinas extraídas de plantas e flores; o preto e o cinza eram
extraídos da queima de materiais; tons de ocre e marrom vinham da terra; e o
vermelho do sangue (Lopera et al., 1995). As cores estavam presentes também
na decoração dos primeiros utensílios e do espaço habitado, nas máscaras e
nas pinturas rituais e corporais.
Crédito: Photoff/Shutterstock.
Crédito: Blackmac/Shutterstock.
13
4.3 A cor na Idade Média e no Renascimento
14
O trabalho de Leonardo foi particularmente importante para o estudo da
cor porque, ao dissecar olhos de cadáveres, ele entendeu a dinâmica interna da
visão humana. O conjunto de escritos produzidos por ele é de grande relevância
para o estudo da cor. Eles foram, posteriormente, organizados na forma de livro
por algum dos seus discípulos, chegando ao que ficou conhecido por Trattato
della Pittura. Em seu livro, Leonardo aborda diversos temas ligados à arte, dando
conselhos sobre como executar trabalhos de desenho e pintura, incluindo a
abordagem da cor em diferentes contextos e usos, com instruções sobre os tipos
de pigmentos e as quantidades de tinta para cada tipo de representação de luz
e de cor. Leonardo foi o primeiro a formular de fato uma Teoria da Cor. Cópias
dos seus escritos circulavam pelos ateliês de artistas italianos, sendo um
importante instrumento didático (Silveira, 2015).
Leonardo foi também o primeiro a descrever o fenômeno da perspectiva
atmosférica (já citada), tendo sido utilizada por ele na tela “A Virgem e o Menino
com Santa Ana” (Figura 13), por exemplo, onde as montanhas ao fundo do
quadro são representadas com tons azulados (Silveira, 2015).
Crédito: Leonardo Da Vinci, The Virgin And Child With St. Anne, 1519, Musée Du Louvre, França.
15
4.4 Newton e uma ciência da cor
Na Era Moderna, a principal contribuição ao estudo da cor foi dada por Sir
Isaac Newton (1643-1727) nascido na Inglaterra. Ele foi astrônomo, filósofo
natural, teólogo e cientista; porém, ficou mais conhecido como físico e
matemático (Figura 14).
16
Figura 15 – Experimento do prisma
17
Figura 17 – Johann Wolfgang von Goethe
18
Figura 18 – Disco cromático de Goethe
19
TROCANDO IDEIAS
Veja o filme Moça com brinco de pérola e observe um pouco como era o
trabalho com a cor no período artístico chamado de Barroco Holandês. Na sua
região, existe alguma cor que recebe um nome diferente do convencional? Você
sabe dizer por quê?
NA PRÁTICA
Para fixarmos melhor os conteúdos que vimos até aqui, faça os exercícios
que se seguem:
20
Crédito: Brutuxu/Shutterstock.
Crédito: Angelbandala/Shutterstock.
Crédito: Angelbandala/Shutterstock.
21
FINALIZANDO
22
REFERÊNCIAS
LOPERA, J. A. et al. História geral da arte: pintura. Madri: Edições del Prado,
1995.
23