Arquitetura e Os Sentidos - Resumo

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FACULDADE DE ENGENHARIAS E ARQUITETURA - FEITEP

DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO

Aluna: Danieli Adami Araujo RA: 2644 Turma: AUM8S


Disciplina: Teoria da Arquitetura
Professora: Hanna Beatriz El Ghoz Kopp

OS OLHOS DA PELE
A ARQUITETURA E OS SENTIDOS

O corpo no centro
• A filosofia de Merleau-Ponty diz que corpo humano é o centro do mundo
das experiências, que a experiência dos sentidos é instável e alheia à
percepção natural.

• O corpo humano e seus movimentos estão em constante interação com


o ambiente, se redefinem um ao outro constantemente.

• “A percepção do corpo e a imagem do mundo se tornam uma experiência


existencial contínua; não há corpo separado de seu domicílio no espaço,
não há espaço desvinculado da imagem inconsciente de nossa identidade
pessoal perceptiva.”

• Como enxergamos as coisas, dependem totalmente de como adquirimos


experiências visuais, táteis, auditivas, olfativas e palatáveis ao longo da
nossa vida, de como nossas imagens visuais se desenvolveram.

A experiência multissensorial
• A arquitetura é uma extensão antropogênica (feito pelo ser humano). A
partir dela é possível perceber e compreender o mundo.

• “Toda experiência comovente (que desperta emoção) com a arquitetura é


multissensorial;” todas as características do espaço são medidas
igualmente por todos os nossos sentidos, ela envolve diversas esferas da
experiência sensorial que interagem e fundem entre si. “A arquitetura
reforça a experiência existencial, nossa sensação de pertencer ao mundo,
e essa é essencialmente uma experiência de reforço da identidade
pessoal.”
• “O psicólogo James J. Gibson categoriza os sentidos como sistemas
sensoriais: sistema visual, sistema auditivo, sistema palato-olfativo,
sistema de orientação básica e sistema tátil.”

• “A filosofia de Steiner pressupõe que na verdade usamos nada menos do


que 12 sentidos.”
• “Na visão de René Spitz, "toda percepção começa na cavidade oral, que
serve como a ponte primitiva da recepção interna à percepção externa"

• Segundo Berkeley, a visão desvinculada do tato não poderia "ter qualquer


idéia de distância, exterioridade ou profundidade, e consequentemente,
nem de espaço ou corpo".

• De acordo com o filósofo, Hegel afirmava que o único sentido que pode
dar uma sensação de profundidade espacial é o tato, pois o tato "sente o
peso, a resistência e a forma tridimensional (gestalt) dos corpos materiais,
e, portanto, nos faz ciente de que as coisas se afastam de nós em todas
as direções".

• Segundo Bernard Berenson, “uma obra de arte autêntica simula nossas


sensações idealizadas de toque, e esse estímulo intensifica a vida”. Ou
seja, uma arquitetura gera um todo invisível de impressões.

• O corpo é enriquecido pela memória, sonhos, passado e futuro.

• “Cada forma de arte elabora pensamentos metafísicos e existenciais com


seus meios característicos e seu envolvimento sensorial.”

A importância das sombras


• O olho é o órgão da distância e da separação, pois ele analisa, controla e
investida, enquanto o tato é o sentido da proximidade, intimidade e
afeição, pois aproxima e acaricia.

• As sombras são importantes pois ela instiga nossa curiosidade e


imaginação. A sombra dá forma e vida ao objeto. “A luz forte e homogênea
paralisa a imaginação do mesmo modo que a homogeneização do espaço
enfraquece a experiência da vida humana e arrasa o senso de lugar.”

• As sombras na arquitetura têm o poder de deixa-la mais interessante,


intrigante e agradável.
A intimidade acústica
• “A visão isola, enquanto o som incorpora,” a visão foca em um lugar só,
ela é exterior, enquanto o som vem de todos os lados e é sentida no
interior, ela te conecta a vida, ao contrário da visão. As edificações não
reagem ao nosso olhar, mas os sons são ouvidos.

• A audição nos permite experenciar e entender o espaço. Também aguça


nossa imaginação sobre aquele lugar.

• O som faz os olhos se lembrarem.

Silêncio, tempo e solidão


• “A arquitetura é a arte do silêncio petrificado.” Ela trás tranquilidade. É um
silêncio agradável e memorável, quando a arquitetura silencia todo ruído
externo, nos tornando cientes da nossa existência.

• As edificações são museus do tempo, a arquitetura nos permite ver e


entender o passar do tempo, da história, fazendo parte dela. Algumas
edificações conseguem manter o tempo imóvel, onde você consegue
imaginar as histórias que passaram por ali.

Espaços aromáticos
• As sensações olfativas podem ser mais marcantes em um espaço do que
os outros sentidos, pois são específicos e individuais, o que, por exemplo,
faz com que nos lembremos de memórias esquecidas pela visão, além de
despertar a imaginação.

A forma do toque
• A pele sente a textura, o peso, a densidade e a temperatura da matéria.
O tato nos conecta com o tempo por meio do toque (apertamos as mãos
de incontáveis gerações) e de sensações já sentidas na pele.

• Nossa pele acompanha a temperatura dos espaços, nos trazendo


experiências daquele lugar. A sombra fresca, o calor do sol. O tato nos
mantém parte da natureza.
O sabor da pedra
• “Há uma transferência sutil entre as experiências do tato e do paladar”.
Como a visão se transfere ao tato. Algumas cores, texturas e detalhes
trazem lembranças ao paladar, como se ele estivesse sentindo.

Imagens de músculos e ossos


• Desde os primórdios da humanidade, o homem usava seu corpo como
sistema de dimensionamento e proporção para suas construções. Desde
então o conhecimento era passado de geração por geração, por meio da
imitação corpórea dos ofícios, armazenada nos sentidos muscular e tátil.

• “O significado da arquitetura deriva das respostas arcaicas e reações


lembradas pelo corpo e pelos sentidos.” A arquitetura deve atender os
comportamentos primitivos escondido em nós, que são as sensações de
conforto, proteção e lar.

• “a arquitetura não pode se reduzir a um instrumento da funcionalidade, do


conforto corporal e do prazer sensorial sem perder sua tarefa de mediação
existencial”. (Vai ter sempre alguém julgando o edifício).

• De acordo com Tadao Ando, “a importância da arquitetura é encontrada


na distância entre ela e a função”.

Imagens de ação
• A todo momento nosso corpo cria impressões sobre o que vive, seja pelas
pegadas deixadas, o peso de algum objeto, etc.

• “A reação corporal é um aspecto inseparável da experiência da


arquitetura”. No primeiro momento o corpo buscará uma memória sobre
o que está vendo, sentindo, ouvindo, depois reagirá com determinada
ação.

• O lar é feito a partir das necessidades básicas do ser humano. A


arquitetura tem o compromisso de direcionar e o organizar o
comportamento e o movimento das pessoas naquele lugar. Pois o espaço
arquitetônico é um espaço vivenciado, e não um mero espaço físico.

Identificação corporal
• A autenticidade da arquitetura se fundamenta no ato de construir para os
sentidos. Pois estamos num dialogo constante com o ambiente, seja
tocando, ouvindo ou sentindo.
• De modo inconsciente projetamos nossas emoções e sentimentos em um
projeto.

Mimese do corpo
• Ao projetar, nosso corpo já internalizou todos os aspectos que possam
ser sentidos naquele espaço, os movimentos, equilíbrio, escala.
“Consequentemente, a arquitetura é a comunicação do corpo do arquiteto
diretamente com o corpo da pessoa que encontra a obra, talvez séculos
depois.”

• De acordo com Louis Kahn, ao entender a noção de escala na arquitetura,


significa que inconscientemente medimos o edifício a partir do nosso
próprio corpo, e quando sentimos a construção significa que ela foi
compreendida pelo nosso esqueleto, que nos conectamos a ela.

Espaços da memória e imaginação


• Temos a capacidade de perceber, memorizar e imaginar lugares,
percepções essas que estão em constante interação. Seja ao ver uma
construção, livros, obra de arte, estes projetam a aura do artista e o
espectador projeta as próprias emoções e percepções sobre a obra, o que
faz com que ambos se encontrem na obra.

Uma arquitetura dos sentidos


• “Vários tipos de arquitetura podem ser distinguidos com base na
modalidade sensorial que eles tendem a enfatizar”. Há arquitetura para os
olhos (visão), há arquitetura tátil, há arquitetura que reconhece as esferas
da audição, do olfato e do paladar.

• A arquitetura de Le Corbusier e a de Richard Meyer, favorecem a visão.


Erich Mendelshohn e Hans Scharoun, favorecem a plasticidade muscular
e tátil. Frank Lloud Wright e Alvar Aalto, trabalham todos os sentidos e
reações instintivas do inconsciente humano.

A função da arquitetura
• A arquitetura possui uma função atemporal, apesar da sua constante
mudança, que nos faz conhecer a cultura e o tempo de cada cidade. Pois
ela representa a ação e o poder, a ordem cultura e social, a interação e a
separação, a identidade e a memória.

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