Paulo César Alves de Oliveira Medeiros - Dissertação

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Universidade Federal do Tocantins

Campus Universitário de Gurupi


Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais

PAULO CÉSAR ALVES DE OLIVEIRA MEDEIROS

MODELOS VOLUMÉTRICOS E FATOR DE FORMA NA


ESTIMATIVA DO VOLUME DE ÁRVORES EM CERRADO SENSU
STRICTO

GURUPI - TO
2018
Universidade Federal do Tocantins
Campus Universitário de Gurupi
Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais

PAULO CÉSAR ALVES DE OLIVEIRA MEDEIROS

MODELOS VOLUMÉTRICOS E FATOR DE FORMA NA


ESTIMATIVA DO VOLUME DE ÁRVORES EM CERRADO SENSU
STRICTO

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-


graduação em Ciências Florestais e Ambientais
da Universidade Federal do Tocantins como parte
dos requisitos para a obtenção do título de Mestre
em Ciências Florestais e Ambientais.

Orientador: Prof. Dr. Marcos Giongo


Coorientadora: Prof. Dra. Maria Cristina B. Coelho

GURUPI - TO
2018
DEDICATÓRIA E AGRADECIMENTO

Inicialmente, agradeço a Deus por ter saúde e discernimento para


compreender as situações ao logo do tempo.
Aos meus familiares, em especial aos avós Giselda e Manoel Machado, a
minha mãe Maria Aparecida, pelo amor compartilhado, incentivo em todos os
momentos e por não medirem esforços para a realização desta conquista.
Ao meu orientador, Prof. Dr. Marcos Giongo pela orientação e oportunidade
de desenvolver essa pesquisa, pela amizade e pelos conceitos e ideias que sempre
levam a um crescimento pessoal e profissional.
Agradeço ao CeMAF, pela estrutura e fornecimento de todo o material
utilizado durante a coleta de dados e principalmente pela equipe técnica
disponibilizada durante todo esse processo.
Aos acadêmicos do curso de Engenharia Florestal-UFT que participaram da
coleta de dados e que de certa forma foram essenciais para a realização dessa
pesquisa. Aos colegas de Pós-Graduação, pelos momentos partilhados, pelas ideias
e artigos publicados durante esse processo.
Agradeço aos meus amigos Yunes, Vanildo Jr., Ana Clara, Kerolla, Tayanne,
Rhonan, Filipe, Euclides, André, Túlio, Guilherme e ao meu primo Eduardo Rizzi que
disponibilizaram tempo para coleta de dados, mesmo em período de férias sem eles
seria impossível realizar essa conquista. Por fim, todos aqueles que de alguma forma
tiveram contribuição neste trabalho.
Ao programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais
(PGCFA), aos docentes que contribuíram com seus conhecimentos de pesquisa e
propiciaram um ganho intelectual durante esse período.
Agradeço a coordenação de aperfeiçoamento de pessoal de Nível Superior-
CAPES pela concessão da bolsa de estudo.
OBRIGADO A TODOS!
RESUMO

O trabalho objetivou fazer a caracterização da estrutura horizontal por meio do índice


de valor de importância (IVI) e como objetivos específicos de determinar o volume de
madeira de dez espécies com maior domínio em um fragmento de Cerrado sensu
stricto no município de Gurupi-TO, através da utilização de equação volumétricas e
do fator de forma. Os dados foram provenientes de cubagem relativa de árvores em
pé e seus volumes obtidos pela equação de Hohenadl (10 seções). Foram coletados
diâmetros de 323 árvores-amostras em 5 classes diamétricas, com intervalos de 2cm.
Foram selecionados 10 modelos volumétricos, sendo estes denominados: Ogaya,
Stoate, Rezende et al. (2006), Scolforo e Silva (1993), Meyer, Spurr (Logaritmo),
Kopezky-Gehrhardt, Hohenadl-Krenn, Brennac e Schumacher-Hall, para o ajuste dos
dados. Para a avaliação adotou-se critérios estatísticos: R² aj, Syx, além da análise
gráfica da distribuição dos resíduos. Para as 10 espécies obteve-se uma produtividade
média em termos de área basal de 7,05 m² ha-1 e volumes estimados pela equação e
pelo fator de forma, valores de 25,25 m3 ha-1 e 26,87 m3 ha-1, respectivamente. O fator
de forma médio foi de 0,67 para as 10 espécies avaliadas. Conclui-se que fator de
forma pode ser utilizado para as estimativas de volume em áreas onde predominam
uma dominância de espécies ou grupos de espécies com características semelhantes
ao deste estudo, especialmente em áreas de Cerrado sensu stricto em alternativa as
equações volumétricas e que o modelo de Meyer apresentou o melhor desempenho
para estimativa do volume em 10 espécies em uma área de Cerrado sensu stricto.

Palavras-chave: volume; cubagem relativa; modelos volumétricos; fator de forma;


cerrado.
ABSTRACT

The work aimed to make the horizontal structure characterization through the
importance value index (IVI) and specific objectives to determine the volume of ten
wood species with larger field in a Cerrado sensu stricto fragment in the municipality
Gurupi-TO, through the use of volumetric and equation of the form factor. The data
was from standing trees relative space and their volumes obtained by the Hohenadl
equation (10 sections). 323 diameters were collected trees-samples in 5 diamétricas
classes, with intervals of 2 cm. 10 volumetric models were selected, these being called:
Ogaya, Stoate, Raj et al. (2006), Scolforo and Silva (1993), Meyer, Spurr (Logarithm)
Kopezky-Gehrhardt, Hohenadl-Krenn, Brennac and Schumacher-Hall, for the
adjustment of the data. For evaluating statistical criteria adopted: R ² aj, Syx, in addition
to the graphical analysis of the distribution of waste. For the 10 species obtained an
average productivity in terms of basal area of 7.05 m ² ha-1 and volumes estimated by
equation and by form factor, 25.25 values m3 ha-1 and 26.87 m3 ha-1, respectively.
The average form factor was 0.67 for the 10 species evaluated. It is concluded that
form factor can be used for the volume estimates in areas where a dominance of
species or groups of species with similar characteristics to this study, especially in
areas of Cerrado sensu stricto as an alternative the volumetric and equations that
model of Meyer presented the best performance for volume estimation in 10 species
in an area of Cerrado sensu stricto.

Keywords: volume; relative incubation; volumetric models; form factor; cerrado.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 7
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................................................... 9
2.1 CERRADO BRASILEIRO ...................................................................................................................................... 9
2.2 DESMATAMENTO NO CERRADO....................................................................................................................... 10
2.3 REMANESCENTE FLORESTAL DE CERRADO .......................................................................................................... 10
2.4 INVENTÁRIO FLORESTAL................................................................................................................................. 14
2.5 EQUAÇÕES VOLUMÉTRICAS ............................................................................................................................ 15
2.6 FATOR DE FORMA ........................................................................................................................................ 16
2.7 CUBAGEM DE ÁRVORES ................................................................................................................................. 16
2.8 ESTIMATIVAS DE VOLUME DE ÁRVORES ............................................................................................................. 19
3 MATERIAL E MÉTODOS .....................................................................................................................21
3.1 REGIÃO DE ESTUDO ...................................................................................................................................... 21
3.1.1 Área de estudo ............................................................................................................................... 21
3.2 COLETA DE DADOS ........................................................................................................................................ 23
3.2.1 Parâmetros fitossociológicos da estrutura horizontal ................................................................... 24
3.2.2 Distribuição de pontos amostrais .................................................................................................. 26
3.2.3 Cubagem absoluta ......................................................................................................................... 27
3.2.4 Estimativa do volume .................................................................................................................... 28
3.2.5 Estatísticas de avaliação do ajuste dos modelos volumétricos ..................................................... 29
3.2.6 Fator de forma ............................................................................................................................... 30
3.2.7 Cálculo do volume estimado pela equação de melhor ajuste ........................................................ 30
3.2.8 Cálculo do volume estimado pelo fator de forma .......................................................................... 30
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ...............................................................................................................31
4.1 LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO ................................................................................................................ 31
4.2 AJUSTE DE EQUAÇÕES VOLUMÉTRICAS NAS ESTIMATIVAS DE VOLUMES .................................................................... 34
4.3 FATOR DE FORMA ........................................................................................................................................ 39
5 CONCLUSÕES.....................................................................................................................................47
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................................................48
LISTA DE TABELAS

TABELA 1. CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS ESPÉCIES DOMINANTES EM ÁREA DE CERRADO SENSU STRICTO. ..................................... 12
TABELA 2. ESPÉCIES SELECIONADAS PARA AJUSTE DE MODELOS CONFORME A IMPORTÂNCIA ECOLÓGICA. ................................ 26
TABELA 3. MODELOS SELECIONADOS NA LITERATURA PARA AVALIAR AS ESTIMATIVAS DO VOLUME.............................................. 28
TABELA 4. PARÂMETROS FITOSSOCIOLÓGICOS DO CENSO REALIZADO NA ESTAÇÃO EXPERIMENTAL CEMAF (EEC) DAS 10 ESPÉCIES
DE MAIOR DOMÍNIO NA ÁREA. ............................................................................................................................. 31
TABELA 5. DISTRIBUIÇÃO DIAMÉTRICA DAS ESPÉCIES ESTUDADAS NA ESTAÇÃO EXPERIMENTAL CEMAF-EEC. .............................. 33
TABELA 7. NÚMERO DE INDIVÍDUOS AMOSTRADOS POR ESPÉCIE E CLASSE DIAMÉTRICA............................................................. 33
TABELA 8. ESTATÍSTICAS DE AJUSTE E COEFICIENTES ESTIMADOS DOS 2 MELHORES MODELOS DE VOLUME PARA CADA ESPÉCIE. ........ 35
TABELA 9. FATOR DE FORMA INDIVIDUAL PARA 10 ESPÉCIES ESTUDADAS NA EEC.................................................................... 40
TABELA 10. PRODUTIVIDADE EM ÁREA BASAL NA ESTAÇÃO ECOLÓGICA CEMAF (EEC) ........................................................... 40
TABELA 11. VOLUMES ESTIMADOS ATRAVÉS DO FATOR DE FORMA E DA EQUAÇÃO VOLUMÉTRICA PARA CADA ESPÉCIE. ................... 41
TABELA 12. VALOR PONDERADO DOS SCORES ESTATÍSTICOS (VP). ....................................................................................... 42
LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1. POSIÇÕES DE CUBAGEM DA ÁRVORE. ............................................................................................................... 18


FIGURA 2. LOCALIZAÇÃO DA REGIÃO DE ESTUDO. .............................................................................................................. 21
FIGURA 3. ÁREA DE CERRADO SENSU STRICTO DENOMINADA ESTAÇÃO EXPERIMENTAL CEMAF (EEC). .................................. 22
FIGURA 4. CODIFICAÇÃO DOS BLOCOS NA ESTAÇÃO EXPERIMENTAL CEMAF(EEC). ................................................................ 22
FIGURA 5. BLOCOS SELECIONADOS ALEATORIAMENTE PARA A COLETA DE DADOS DO VOLUME INDIVIDUAL
DAS ESPÉCIES AVALIADAS. ................................................................................................................................... 26
FIGURA 6. PROCEDIMENTO EM CAMPO PARA AS MEDIÇÕES DOS DIÂMETROS NAS DIFERENTES POSIÇÕES
RELATIVA DO TRONCO. ....................................................................................................................................... 27
FIGURA 7. DISTRIBUIÇÃO DIAMÉTRICA DOS INDIVÍDUOS NA EEC. ......................................................................................... 32
FIGURA 8. GRÁFICOS DE RESÍDUOS REFERENTE AOS AJUSTES DAS EQUAÇÕES 5 E 10 PARA AS ESPÉCIES MACHAERIUM
BRASILIENSE E QUALEA MULTIFLORA. .................................................................................................................... 36
FIGURA 9. GRÁFICOS DE RESÍDUOS REFERENTE AOS AJUSTES DAS EQUAÇÕES 2, 3, 5 E 10 PARA AS ESPÉCIES MYRCIA
SPLENDENS, ASTRONIUM FRAXINIFOLIUM, MAGONIA PUBESCENS E VAITERA MACROCARPA. ............................................ 37
FIGURA 10. GRÁFICOS DE RESÍDUOS REFERENTE AOS AJUSTES DAS EQUAÇÕES 2, 5 E 10 PARA AS ESPÉCIES TACHIGALI
AUREA, PROTIUM HEPTAPHYLLUM, QUALEA PARVIFLORA E CURATELLA AMERICANA ....................................................... 38
FIGURA 11. GRÁFICOS DE RESÍDUOS REFERENTE A MELHOR EQUAÇÃO (5) EM COMPARAÇÃO COM
O FATOR DE FORMA ESPECÍFICO PARA CADA ESPÉCIE (FFE). (CONTINUA...) ............................................ 43
7

1 INTRODUÇÃO

O Brasil apresenta regiões com extensão territorial continental que dificulta e


inviabiliza financeiramente e logisticamente os processos de monitoramento dessas
áreas. Normalmente esse monitoramento é feito através da utilização de sensores de
satélites, que consiste na comparação de imagens com datas distintas, no entanto a
forma mais eficaz de fazer esse tipo de monitoramento, como o estudo da dinâmica
da vegetação e o volume de árvores, é através de um Inventário Florestal.
Nesse sentido, determinados autores propuseram a implementação de
parcelas permanentes com o intuito de monitorar a vegetação, em Cerrado sensu
stricto (e.g. FELFILI e SILVA JÚNIOR 1988, 1993; FELFILI et al., 2000). A parcela
permanente é considerada uma área previamente demarcada permanentemente em
determinado tipo de vegetação visando a obtenção de parâmetros como o estoque e
volume de madeira, além da dinâmica das espécies (ALDER e SYNNOT 1992;
CURTIS e MARSHALL, 2005) ao longo do tempo.
O inventário Florestal, permite a quantificação e qualificação dos produtos de
uma determinada área. Esse levantamento é realizado através de técnicas de
amostragem, pois as medições no campo demandam tempo, e recursos financeiros
na obtenção dessas informações.
O volume é uma das informações essenciais para o inventário florestal,
portanto é fundamental saber quantifica-lo de forma correta e precisa (CAMPOS,
2014). E essa compreensão do estoque de madeira e do crescimento da floresta é
importante pois as árvores têm um papel relevante na captação e minimização dos
gases de efeito estufa, e consequentemente, as mudanças climáticas, provenientes
de atividades antrópicas, devido a estocagem de parte do carbono da fração CO 2
presente na atmosfera (SANTOS et al., 2016)
A quantificação de volume de uma floresta pode ser realizada de maneiras
distintas, sendo por meio da quantificação total dos indivíduos ou através de técnicas
de amostragem, no caso de árvores individuais, existe uma grande variedade de
formas para quantificar o volume, nesse caso pode-se citar a cubagem absoluta que
consiste no seccionamento do tronco em diversas porções e a cubagem através da
altura relativa.
8

O método original de Hohenadl é caracterizado pela medição do tronco em


cinco secções de igual comprimento, que são estabelecidas pelo tamanho da árvore
ou altura total. Esse método consiste na medição de apenas um diâmetro no centro
de cada seção, sendo este volume calculado por Huber (MACHADO e FIGUEIREDO
FILHO, 2003).
Na forma original do método supracitado pode se obter volumes menos
precisos, pois quanto maior for a altura da árvore maior será seção, desta forma, tem
se preferido mensurar mais diâmetros ao longo do tronco, sendo este, divido em 10
ou mais seções relativas (MACHADO e FIGUEIREDO FILHO, 2009).
No Brasil existe uma diversidade de espécies que compõem os vários biomas
brasileiros, além disso, grande variação em relação ao tamanho das árvores. Nesse
contexto, é necessário o ajuste de equações de volume para espécies individuais ou
para grupo de espécies com características semelhantes com intenção de aumentar
a exatidão das estimativas de volume.
Scolforo et al. (1998) afirmam que cada espécie, em diferentes estágios de
desenvolvimento, apresenta características de afilamento diferente. Uma árvore com
o mesmo diâmetro e mesma altura tende a apresentar volumes distintos se a forma
do fuste for diferente. Portanto, a variação existente na forma do fuste tem sido
estudada no intuito de buscar maior acurácia na estimativa do volume.
Um dos métodos utilizados na estimativa do volume é o emprego de equações
volumétricas, onde o volume é uma variável dependente e o diâmetro a altura do peito
(DAP) e a altura total são as variáveis independentes e facilmente mensuradas
(ALMEIDA et al., 2016).
Machado et al. (2002) afirmam que é necessário testar diversos modelos e
que com suporte estatístico, é possível identificar e determinar o melhor para cada
situação. Cerqueira et al. (2017), relatam que apesar de diversos trabalhos dessa
natureza já terem sido desenvolvidos, existe a necessidade de avaliar modelos e seus
ajustes para condições especificas, especialmente para espécies em particular.
Desta forma, o presente estudo tem como objetivo geral fazer a
caracterização da estrutura horizontal através do índice de valor de importância (IVI)
e como objetivos específicos de determinar o volume de madeira de dez espécies com
maior domínio em um fragmento de cerrado sensu stricto no município de Gurupi-TO,
através do estudo do estrato arbóreo em parcelas permanentes e comparar as
estimativas de volume entre a equação volumétrica e o fator de forma.
9

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Cerrado brasileiro

O bioma Cerrado apresenta-se como o segundo maior na América do Sul,


ocupando área de 2.036.448 km² (cerca de 22% do território brasileiro). A área desse
bioma está presente nos estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do
Sul, Minas Gerais, Bahia, Maranhão, Piauí, Rondônia, Paraná, São Paulo e Distrito
Federal (MMA, 2011). Bordino (2018) relata que antes de ser modificado, o Cerrado
brasileiro apresentava 204 milhões de hectares, sendo que hoje 57% não existe mais,
e ainda estima-se uma existência de 12.000 espécies de plantas nas quais 50% são
endêmicas desse tipo de vegetação. Ainda, este bioma, também é considerado como
um hotspots mundial de biodiversidade, devido apresentar uma extrema abundância
de espécies endêmicas.
No ponto de vista da diversidade biológica, o Cerrado brasileiro é visto e
reconhecido como a savana mais rica do mundo, apresentando mais de 11.627
espécies nativas catalogadas (MMA, 2011). Dentro do bioma existe grande
alternância de espécies entre diferentes fisionomias. De acordo com estimativas
recentes, o Cerrado é o refúgio de 13% das borboletas, 35% das abelhas e 23% dos
cupins dos trópicos. O Cerrado é caracterizado por duas estações bem definidas, uma
seca, que inicia em maio e termina em setembro e outra chuvosa, que vai de outubro
a abril (ASSAD, 1994). Apresenta características climáticas próprias, com
precipitações variando entre 600 a 800mm nos limites da Caatinga e de 2.000 a
2.200mm na fronteira com a Amazônia (REATTO e MARTINS, 2005).
Além disso, apresenta vegetação marcante com presença de galhos
tortuosos e de pequeno porte, inclinada, com ramificações irregulares e retorcidas e
geralmente com evidências de queimadas (RIBEIRO e WALTER, 1998). Ainda, os
troncos das árvores lenhosas são de cortiça grossa, fendida ou sulcada e as gemas
apicais de várias espécies são protegidas por densa pilosidade (RIBEIRO e WALTER,
1998).
Os solos do bioma Cerrado se caracterizam por apresentarem cor
avermelhada, em função da grande presença de oxido ferroso. Outra característica
bastante marcante é a presença de um pH baixo nessas regiões. Alguns autores
relatam que a densidade de espécies pode ser afetada por vários fatores, alguns
10

citados por Ribeiro e Walter (1998), como as condições edáficas, pH e saturação de


alumínio, fertilidade, condições hídricas e profundidade do solo. Além do mais, ações
antrópicas (frequência de incêndios florestais e queimadas) refletem na estrutura,
distribuição espacial dos indivíduos lenhosos como também na composição florística.

2.2 Desmatamento no Cerrado

Devido ao grande avanço da agricultura nesta região, principalmente pela


monocultura de soja, grande extensão territorial de cerrado vem diminuindo ao longo
do tempo. O crescimento da pecuária também é outro fator que vem colaborado para
a diminuição desse tipo de vegetação. Segundo Fernandes (2011), as principais
ameaças a biodiversidade do bioma Cerrado são a expansão da agricultura e da
pecuária, mediante a conversão dessas áreas que efetivamente promovem redução
na vegetação primária.
O desmatamento do Cerrado apresenta ritmo muito alto e estima-se que até
2050 o pouco que resta desse domínio de vegetação pode desaparecer sem que haja
um estudo, além de que, a regeneração natural é totalmente comprometida pela
presença do fogo e de gramíneas e em apenas quatro décadas, mais da metade da
paisagem natural deste bioma já foi modificada (BORDINO, 2018).
Em virtude do aumento do processo de ocupação do cerrado, várias
atividades contribuem de forma agressiva ao ambiente natural. Marinho et al. (2017)
em mapeamento do uso da cobertura do solo apresentam um aumento de 10,21% na
área ocupada pela atividade de agropecuária no município de Sucupira-TO, o fato em
destaque é a redução de área de vegetação, corpo hídrico e solo exposto que são
convertidas em agricultura/pastagem no intervalo de 10 anos.
Santos et al. (2017) realizaram analise temporal do uso e cobertura da terra
em nove municípios do sul do Tocantins, constataram uma redução na área de
Cerrado sensu stricto em 316.364,18 ha, enquanto no mesmo período área de
agropecuária teve um aumento de 390.795,32 ha. O estudo ainda mostra dados
referente a cidade de Gurupi-TO, cujo o aumento na atividade agropecuária foi de
13,4% neste mesmo período.

2.3 Remanescente florestal de Cerrado

O Cerrado constitui o segundo maior bioma brasileiro, está entre as mais ricas
floras do mundo, e conta com 6.420 espécies vasculares (MENDONÇA et al., 1998).
11

O Cerrado sensu stricto que ocupa cerca de 70% do território deste bioma, tem sua
paisagem composta por um estrato herbáceo, este dominado principalmente por
gramíneas e um estrato de árvores e arbustos tortuosos, com ramificações irregulares
e retorcidas, variando em cobertura de 10 a 60% (EITEN, 1994). A frequência dos
incêndios florestais e queimadas nesses locais, a profundidade dos lençóis freáticos
e os fatores associados ao homem têm influência significativa na distribuição dessas
espécies arbóreas (RIBEIRO e WALTER, 1998).
Atualmente, o Código Florestal Brasileiro (Lei nº 12.651 de 25 de maio de
2012) define estratégias de proteção das formações florestais, do uso do solo e de
exploração florestal, no entanto, a inadequação e a incoerência de gestão pública,
atreladas a uma fiscalização ineficiente, tem resultado na supressão e fragmentação
dessas áreas florestais, o que provoca principalmente a perda das características
locais e de toda a biodiversidade (BRASIL, 2012).
SCOLFORO et al. (1996) reiteram que as florestas nativas possuem uma
grande diversidade na sua composição, com presença de espécies com
características silviculturais, ecológicas e tecnológicas distintas, sendo poucas as
informações contidas de como essas plantas crescem, sejam em áreas intactas, áreas
exploradas ou manejadas.
A cobertura vegetal do cerrado, já teve redução de aproximadamente 37%
(FELFILI et al., 2002), sendo inegável que essa redução compromete muito sua
biodiversidade. O conhecimento sobre a distribuição e o arranjo das espécies no
Cerrado ainda são pouco estudadas, compreende-se assim que essas informações
são fundamentais para o entendimento da dinâmica da vegetação, e de
grandessíssima importância para avaliar os impactos antrópicos, e em contrapartida
planejar a criação de unidades de conservação, além da adoção de técnicas de
manejo. Nesse sentido, a tabela 1 apresenta características gerais, distribuição
geográfica e domínios fitogeográficos de 10 espécies dominantes em Cerrado sensu
stricto.
12

Tabela 1. Características gerais das espécies dominantes em área de Cerrado sensu stricto.

Características Gerais das Espécies

Nome Endemismo Domínios Distribuição


Nome Científico Família Origem
Popular no Brasil Fitogeográficos geográfica

Amazônia,
Caatinga, Norte, Nordeste,
Araçá do Myrtaceae
Myrcia splendens (Sw.) DC. Nativa sim Cerrado, Mata Centro-Oeste,
Mato Juss.
Atlântica, Sudeste e Sul
Pantanal
Amazônia, Norte, Nordeste,
Astronium fraxinifolium Gonçalo Anacardiaceae
Nativa não Cerrado e Mata Centro-Oeste e
Schott Alves R.Br.
Atlântica Sudeste.
Amazônia, Norte, Nordeste,
Magonia pubescens A.St.- Sapindaceae
Tingui Nativa não Cerrado e Centro-Oeste e
Hil. Juss.
Caatinga Sudeste.
Amazônia, Norte, Nordeste,
Vatairea macrocarpa
Amargoso Fabaceae Lindl. Nativa não Cerrado e Centro-Oeste e
(Benth.) Ducke
Caatinga Sudeste.
Norte, Nordeste,
Tachigali aurea Tul. Tatarena Fabaceae Lindl. Nativa não Cerrado Centro-Oeste e
Sudeste.
Amazônia,
Norte, Nordeste,
Protium heptaphyllum (Aubl.) Burseraceae Caatinga,
Amescla Nativa não Centro-Oeste e
Marchand Kunth Cerrado e Mata
Sudeste.
Atlântica.
Fonte: Flora do Brasil 2020 em construção. (Continua...)
13

Tabela 1. Características gerais das espécies dominantes em área de Cerrado sensu stricto. (continuação)
Características Gerais das Espécies

Nome Endemismo Domínios Distribuição


Nome Científico Família Origem
Popular no Brasil Fitogeográficos geográfica

Amazônia,
Norte, Nordeste,
Vochysiaceae Caatinga,
Qualea parviflora Mart. Pau terra Nativa não Centro-Oeste e
A. St.-Hil. Cerrado e Mata
Sudeste.
Atlântica.

Amazônia,
Norte, Nordeste,
Dilleniaceae Caatinga,
Curatella americana L. Lixeira Nativa não Centro-Oeste e
Salisb. Cerrado e Mata
Sudeste.
Atlântica.

Amazônia,
Norte, Nordeste,
Machaerium brasiliense Caatinga,
Jacarandá Fabaceae Lindl. Nativa não Centro-Oeste,
Vogel Cerrado e Mata
Sudeste e Sul
Atlântica.

Amazônia,
Norte, Nordeste,
Vochysiaceae Caatinga,
Qualea multiflora Mart. Pau terra liso Nativa não Centro-Oeste,
A. St.-Hil. Cerrado e Mata
Sudeste e Sul
Atlântica.
Fonte: Flora do Brasil 2020 em construção.
14

2.4 Inventário Florestal

O inventário florestal consiste na quantificação dos produtos de uma


determinada área. É um levantamento importante utilizado para diagnosticar a
capacidade produtiva de uma floresta, fornece características quantitativas e
qualitativas da vegetação que darão subsídios para implementação de estratégias de
manejo e conservação de um determinado local.
De acordo com Vibrans et al. (2010), o inventário florestal é o processo da
obtenção de dados qualitativos e quantitativos dos recursos florestais. Nesse sentido,
ele é base para implementação de manejo, para a conservação das florestas. Soares
et al. (2006) afirmam que existem diferentes tipos de inventários florestais, citando o
censo ou inventário 100%; Amostragem; Temporários; Contínuos; Exploratório; De
reconhecimento; e Detalhado.
No Inventário 100% é realizado a medição dos indivíduos de toda a
população. No Geral, a maioria dos estados brasileiros não possuem informações
atualizadas, detalhadas e confiáveis sobre a cobertura vegetal (VIBRANS et al., 2010).
Nesse sentido, é necessário a realização de inventário florestal em áreas naturais,
como a do Cerrado, pois o conhecimento da composição florística, dinâmica, estrutura
e estado de conservação da vegetação são informações imprescindíveis para
formulação de políticas florestais.
Informações sobre o estoque de madeira são obtidas através de um inventário
florestal, essas informações podem ser obtidas por procedimentos distintos, através
de técnicas de amostragem ou enumeração total dos indivíduos.
Segundo Cesaro et al. (1994), a enumeração total ou censo, só é praticável
em áreas pequenas e de grande importância econômica devido apresentar alto custo
operacional. Para áreas de Cerrado, a grande importância ecológica, alta
biodiversidade e o grande interesse manter esse bioma preservado é imprescindível
monitorar essas áreas ao longo do tempo.
Outro procedimento utilizado são técnicas de amostragem, as quais devem
ser aplicadas de acordo com as características da população com o principal intuito
de diminuir o tempo e custo da operação. O método de área fixa destaca-se por ser
antigo e bastante difundido no meio florestal, sendo a seleção das árvores feita de
acordo com a frequência que os indivíduos estão na área e com tamanho da unidade
amostral (SANQUETA et al., 2006).
15

2.5 Equações Volumétricas

O volume de árvores é uma informação importante para tomada de decisões


no meio florestal. Tais informações são obtidas principalmente através de análise de
regressão, vários são os modelos propostos na literatura florestal, muitos deles
bastante difundidos pelo uso e eficiência. Vários são os modelos utilizados por
diversos autores para estimativa de volume de árvores no cerrado, e podemos listar
em trabalhos realizados por Scolforo e Silva (1993), Rezende et al. (2006), Imaña-
Encinas et al. (2009) e Rufini et al, (2009), dentre outros.
Para estimativas volumétricas os modelos utilizados, destacam-se os
propostos por Rezende et al. (2006) e Scolforo e Silva (1993) e os modelos
denominados de Schumacher-Hall, Berkhout, Spurr, Meyer, Stoate, Husch. Tais
modelos apresentaram bons desempenhos em áreas de Cerrado, sendo esses
utilizados pelos autores supracitados.
Uma forma de reduzir o alto custo de um inventário, é através do ajuste de
modelos volumétricos a partir de variáveis de fáceis medições, como o DAP e altura
total, utilizadas individualmente ou nas combinações entre ambas as variáveis
(CORREIA et al., 2015). Vale salientar que para espécies do Cerrado as informações
são escassas, especialmente para a fisionomia de Cerrado sensu stricto,
evidenciando a necessidade de expandir pesquisas nessa fitofisionomia.
Nessa perspectiva, considerando a importância de conservação e
manutenção da biodiversidade destas áreas do Cerrado, informações são
indispensável para subsidiar propostas de conservação do Cerrado sensu stricto. Nas
quais, o volume individual e por área, estimado pelas equações volumétricas
possibilitam inferir o estoque de madeira e a produtividade dessas áreas.
A determinação do volume individual de espécies florestais é um processo
minucioso e consequentemente de alto custo. Tal motivo, a obtenção do volume,
através da cubagem rigorosa a partir de árvores amostras, que fornece de base para
utilização e ajuste de equações que descrevem a relação nas diferentes posições da
árvore e seu volume (FINGER, 1992; MACHADO e FIGUEIREDO FILHO, 2003;
CORREIA et al., 2015).
16

2.6 Fator de Forma

O fuste das árvores pode apresentar diferentes formas, assemelhando-se a,


pelo menos, quatro diferentes formas de sólidos geométricos. Sendo eles
semelhantes a um cone, parabolóide, neilóide e cilindro (HUSCH et al., 2003;
SOARES et al., 2007; GIMENEZ, 2013).
Os principais fatores associados a forma do fuste descritos por Soares et al.
(2007) são inteiramente ligado a espécie, idade e Região. A forma do fuste de uma
árvore varia na espécie, gênero devido principalmente as taxas de crescimento e suas
características genéticas (GIMENEZ, 2013).
Outro fator descrito por Scolforo e Figueiredo Filho (1993) é que a conicidade
tende a ser menos acentuada em árvores mais velhas. Soares et al. (2007) ainda
afirmaram que os biomas e consequentemente as tipologias florestais apresentam
diferentes espécies e, portanto, as formas do fuste distintas.
Segundo Scolforo e Figueiredo Filho (1993), espécies de reflorestamento
tende a ser mais cônico que florestas nativas, ou seja, a conicidade de uma árvore
pode variar conforme os tipos de floresta.
Em estudo sobre a dinâmica e balanço do carbono na Amazônia Central feito
por Higuchi et al. (2004), relataram que os volumes obtidos eram estimados pelo fator
de forma médio, para todas as espécies da Amazônia, o que poderia levar a
estimativas tendenciosas, visto que o fator de forma pode variar de espécie para
espécie e de um local para outro.
Uma alternativa para minimizar estes erros, que geralmente tende a
superestimar o volume de madeira e a obtenção de estimativas de fator de forma
específico para cada gênero ou grupo de espécies (GIMENEZ, 2013).

2.7 Cubagem de árvores

O volume é uma das informações essenciais para o inventário florestal,


portanto é fundamental saber quantifica-lo de forma correta e precisa (CAMPOS,
2014). Devido ao aumento das concentrações de gases do efeito estufa, e
consequentemente as mudanças climáticas globais, as árvores tem um papel
importante para minimização da concentração pois captam parte do carbono presente
na atmosfera (SANTOS et al., 2016).
17

O conhecimento e a quantificação do volume, juntamente com o potencial da


estocagem de carbono das florestas, pode servir para ações de redução das
concentrações de gases do efeito estufa (SANTOS et al., 2016). Além disso, dará
subsídios para formulação de políticas públicas de fomento ao uso sustentável no
cerrado (MMA, 2009).
A prática sustentável de uma floresta, seja ela natural ou plantada, necessita
de desenvolvimento de alternativas adequadas para cada tipo de vegetação, floresta
ou ambiente (DOMENE, 2016). E o conhecimento de características ecológicas,
estruturais, bem como do crescimento de espécies são importantes para a criação de
alternativas de conservação das mesmas.
Entretanto, para diversas espécies arbóreas do Cerrado ainda não se possui
informações sobre a dinâmica e crescimento em determinada condição ambiental, o
que pode se tornar um fator limitante para propostas de manejo, uso e conservação
das espécies (DOMENE, 2016).
O volume de uma árvore pode ser determinado de diversas maneiras, nesse
caso pode-se citar o método analítico, onde é feito através da cubagem rigorosa
(seccionamento do tronco ou tora), graficamente, em função de diâmetros e altura da
árvore ao logo do feste, por meio do deslocamento da água e a partir do peso da
árvore (MACHADO e FIGUEIREDO FILHO, 2003).
De acordo com Sternadt (2001), o método do xilômetro é considerado o mais
preciso para determinar o volume de uma árvore, porem isto é inviável e impossível
de ser realizado em árvores em pé. Alguns autores desenvolveram formulas para
calcular o volume de uma tora e dentre elas pode-se citar as equações de Huber,
Smalian e Newton para os métodos absolutos e a equação de Hohenadl para os
métodos relativos, sendo os ambos bem difundidos no meio florestal (MACHADO e
FIGUIREDO FILHO, 2003; STERNADT, 2001).
A cubagem pelo método de Hohenadl original consiste na divisão da árvore
em cinco porções (secções) de comprimento igual. Esse comprimento é caracterizado
em função da altura da árvore (h), sendo que o volume é calculado por apenas uma
medida de diâmetro ou circunferência no centro de cada seção, como no método de
Huber (MACHADO e FIGUEIREDO FILHO, 2003).
Queiroz et al. (2006) e Machado et al. (2006) usaram o método relativo de
Hohenadl constantemente, porém medindo mais diâmetros ao longo do tronco,
variando de 10 a mais medidas. Tal fato está em função de que a equação original
18

obtém o volume de maneira menos precisa, pois em maiores árvores, mais longo será
o cumprimento da secção (MACHADO e FIGUEIREDO FILHO, 2003).
Ao considerar que o tronco da árvore não é perfeitamente regular, o método
de cubagem, implica na divisão da árvore em várias seções (toras). Esse processo
leva a medição de vários diâmetros sucessivamente ao logo do tronco e
posteriormente a utilização de equações para obtenção do volume, nas seções
estabelecidas (CODEVASF, 2009).
A medição dos diâmetros ao logo do fuste é feita através de alturas relativas
ou absolutas da árvore, ou na combinação de ambas. O volume é obtido através da
soma das seções da árvore (Figura 1).

Fonte: Adaptado de CODEVASF (2009)


Figura 1. Posições de cubagem da árvore.

Alguns métodos permitem o cálculo do volume, e segundo SANQUETTA et


al. (2009) existem métodos bastante difundidos (Huber, Smalian e Newton), além do
método de Hohenadl, que permitem o cálculo do volume real da árvore. Com isso é
possível, através do emprego de equações de volume, obter estimativas de volume
para árvores em pé medidas na parcela do inventário.
19

2.8 Estimativas de volume de árvores

Os levantamentos florestais têm como objetivo, na maioria das vezes, a


finalidade de estimar o volume das árvores, no intuito de quantificar o estoque de
madeira daquela área. Geralmente, a medição de todas as árvores da floresta é uma
tarefa inviável e impraticável, nesse caso, é feito uma amostragem, ou seja, uma parte
da população é medida, extrapolando as características dessa amostra para toda a
floresta (CODEVASF, 2009).
Assim, Machado e Figueiredo Filho (2003) relatam que a partir dessas
medições, os volumes estimados podem ser obtidos indiretamente através de fator de
forma, equações de volume e funções de afilamento. Sanquetta et al. (2009) relatam
que o fator de forma é um método empregado para estimar o volume de árvore que é
considerado fator de redução que deve ser multiplicado pelo produto da área basal (g)
com a altura (h) para estimar o volume de árvores em pé. Comumente utiliza-se o fator
de forma médio, onde é calculado através de um número representativo de árvores
da população para aproximação do volume das árvores.
Segundo Sanquetta et al. (2009), o processo de cálculo do fator de forma pode
ser chamado de artificial quando tem a relação entre o volume da árvore e o volume
de um cilindro a 1,30 m da árvore ou fator de forma natural obtido pela relação entre
o volume de um cilindro medido a 1/10 da altura total da árvore.
O uso de equações é procedimento eficiente na estimativa do volume de
árvores em pé e ainda, esse processo é mais acessível devido as variáveis
independentes serem de fácil medição na floresta, como o DAP e a altura total
(MACHADO et al., 2002).
Devido as fisionomias existentes no Brasil e a variabilidade entre elas por
diversos fatores climáticos, fisiológicos e edáficos, os estudos sobre a quantificação
do volume ainda estão localizados em regiões e em fisionomias onde se tem um
interesse específico (SCOLFORO et al., 2004). No entanto, vários pesquisadores
procuram desenvolver metodologias que possam atender as necessidades de
obtenção do volume de forma precisa, que na maioria das vezes é a principal
finalidade dos levantamentos florestais (MACHADO e FIGUEIREDO FILHO, 2003).
O ajuste de equações é empírico e por isso é necessário ajustá-las para
diferentes espécies, idades, sítios entre outros (MIRANDA et al., 2014). Thomas et al.
(2006) ressaltam que diversas equações foram propostas e utilizadas para estimar o
20

volume em áreas florestais. Entretanto, apesar de encontrar eficiência em algumas


equações, no geral não são ajustados a todas as espécies e condições que essas
populações apresentam, sendo recomendável testa-las. No geral isso é feito mediante
o emprego de análises estatísticas como o erro padrão da estimativa (Syx) e o
coeficiente de determinação R² aj.
21

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Região de estudo

A área de estudo fica localizada na região sul do estado do Tocantins, no


município de Gurupi-TO, com coordenadas centrais de 11º 43' 45" S e 49º 04' 07" W
(Figura 2). A classificação climática de acordo com Thornthwaite é C2wA’a’’ (úmido
subúmido e de moderada deficiência hídrica no inverno) com temperatura média anual
variando de 18 a 23 °C e precipitação média anual é de 1.450mm (SEPLAN, 2012).

Fonte: Autor (2018)


Figura 2. Localização da região de estudo.

3.1.1 Área de estudo

O local da coleta de dados está situado no município de Gurupi-TO,


denominada Estação Experimental CeMAF (EEC) e ocupa uma área de 6,7 hectares
(Figura 3). De acordo com a classificação de Eiten (1994), a fitofisionomia é do tipo
Cerrado sensu stricto.
22

Fonte: Autor (2018)


Figura 3. Área de Cerrado sensu stricto denominada Estação Experimental CeMAF
(EEC).

Para realização das pesquisas foram feitas as medições dentro de parcelas


fixas de 1.600 m² (40 x 40 m) alocadas em toda a área do experimento, totalizando 52
parcelas. A área foi previamente dividida em blocos (B), com cada bloco codificado de
maneira de facilitar a identificação, portanto a ordem quanto a linhas e colunas foi: as
colunas (sentido nordeste a sudoeste) em sequência que vai de A até E, e as linhas
(sentido sudeste a nordeste) de 1 a 11 (Figura 4).

Fonte: Autor (2018)


Figura 4. Codificação dos blocos na Estação Experimental CeMAF(EEC).
23

A figura 4, ilustra a codificação dos vértices, de acordo com sua localização,


tomando base um plano cartesiano, onde os eixos estão enumerados
sequencialmente. No campo, cada vértice está representado por um marco de
concreto codificado com placas de metal.

3.2 Coleta de dados

A coleta de dados foi realizada através da medição de todos os indivíduos por


meio de um censo (inventário 100%) a fim de se conhecer características de
densidade, frequência, dominância e do valor de importância das espécies. Foram
medidas todas as árvores com diâmetro a altura do peito (DAP) superior ou igual a
4,77 cm ou 15 cm de circunferência a altura do Peito (CAP). No fuste, foram
consideradas algumas variáveis como CAP, Cb (circunferência da base igual a 0,10
cm do solo), altura total da árvore por meio do hipsômetro Blume-leiss e as
coordenadas N e E de cada indivíduo.
Com base nas informações do censo da área, foram selecionadas as 10
espécies com maior dominância na área de estudo, mediante a (Equação 1) obtemos
o seguinte parâmetro.

𝒏
𝑵= (1)
𝑨

Onde:
𝑁= número de árvores por hectare;
𝑛= número de árvores total do censo;
𝐴= área de estudo (ha).

A área basal foi calculada através de soma de todas as áreas transversais


sobre a área total (Equações 2 e 3):

𝝅 ∗ 𝑫𝑨𝑷𝟐
𝒈= (2)
𝟒𝟎. 𝟎𝟎𝟎

Onde:
𝑔 = área transversal da árvore em estudo (m²);
𝐷𝐴𝑃= diâmetro altura do peito (cm).
24

∑𝒈
𝑮= (3)
𝑨

Onde:
𝐺 = área basal por hectare (m². ha-1);
𝐴 = área total de estudo (ha).
𝑔 = área transversal da árvore em estudo (m²);

3.2.1 Parâmetros fitossociológicos da estrutura horizontal

Lamprecht (1990) destaca as combinações mais importantes, sob os aspectos


ecológicos e estruturais da vegetação sendo os parâmetros de densidade, frequência
e dominância. As frequências absolutas e relativas podem ser obtidas pelas equações
4 e 5.

𝒖𝒊
𝑭𝑨𝒊 = ( ) 𝒙 𝟏𝟎𝟎 (4)
𝒖𝒕

𝑭𝑨𝒊
𝑭𝑹𝒊 = ( 𝑷
) 𝒙 𝟏𝟎𝟎 (5)
∑𝒊=𝟏 𝑭𝑨𝒊

Onde:
𝐹𝐴𝑖 = frequência absoluta da i-ésima espécie na comunidade vegetal;
𝐹𝑅𝑖 = frequência relativa da i-ésima espécie na comunidade vegetal;
𝑢𝑖 = número de unidades amostrais em que a i-ésima espécie ocorre;
𝑢𝑡 = número total de unidades amostrais;
P= número de espécies amostradas;

A densidade absoluta e relativa foi obtida pelas equações 6 e 7.

𝒏𝒊
𝑫𝑨𝒊 = (6)
𝑨

𝑫𝑨𝒊
𝑫𝑹𝒊 = 𝒙 𝟏𝟎𝟎 (7)
𝑫𝑻
25

Onde:
𝐷𝐴𝑖 = Densidade absoluta da i-ésima espécie, em número de indivíduos por
hectare;
𝐷𝑅𝑖 = Densidade relativa (%) da i-ésima espécie;
𝑛𝑖 = número de indivíduos da i-ésima espécie na amostragem;
𝑛𝑡 = número total de indivíduos amostrados;
A = Área total amostrada, em hectare (ha).

A dominância expressa a influência de cada espécie na área. Para obtenção


das dominâncias absolutas e relativas deve se calcular a soma de áreas transversais
da espécie, conforme as equações 8 e 9.

𝑫𝒐𝑨𝒊 = Ʃ𝒈𝒊 (8)

𝑫𝒐𝑨𝒊
𝑫𝒐𝑹𝒊 = ( ) . 𝟏𝟎𝟎 (9)
𝑮

Onde:
𝐷𝑜𝐴𝑖 = dominância absoluta (m². ha-1) da i-ésima espécie;
𝐷𝑜𝑅𝑖 = dominância relativa (%) da i-ésima espécie;
𝑔𝑖 = área basal da i-ésima espécie (m²);
𝐺 = área basal por hectare (m². ha-1);

O índice de valor de importância caracteriza a importância de cada espécie


na comunidade, em relação a estrutura horizontal reunindo características analisadas
em três parâmetros (DR, FR e DoR) e pode ser calculado através da equação 10.

𝑭𝑹𝒊 + 𝑫𝑹𝒊 + 𝑫𝒐𝑹𝒊


𝑰𝑽𝑰 = (10)
𝟑

Onde:
𝐼𝑉𝐼= Índice de valor de importância (%);
𝐷𝑅𝑖 = densidade relativa da i-ésima espécie;
26

𝐷𝑜𝑅𝑖 = dominância relativa da i-ésima espécie.


𝐹𝑅𝑖 = frequência relativa da i-ésima espécie na comunidade vegetal.
Tais parâmetros serviram de base para a seleção das espécies de maior
domínio na área de estudo como pode ser observado na tabela 2.

Tabela 2. Espécies selecionadas para ajuste de modelos conforme a importância


ecológica.
Nome científico Nome popular N
Myrcia splendens (Sw.) DC. Araçá do Mato 2.453
Astronium fraxinifolium Schott Gonçalo Alves 839
Magonia pubescens A.St.-Hil. Tingui 728
Vatairea macrocarpa (Benth.) Ducke Amargoso 647
Tachigali aurea Tul. Tatarena 635
Protium heptaphyllum (Aubl.) Marchand Amescla 687
Qualea parviflora Mart. Pau terra 695
Curatella americana L. Lixeira 467
Machaerium brasiliense Vogel Jacarandá 621
Qualea multiflora Mart. Pau terra liso 656
N: Número de árvores.

3.2.2 Distribuição de pontos amostrais

Com base nas 10 espécies mais importantes, segundo o parâmetro de IVI


foram alocados no mínimo 15 pontos amostrais distribuídos aleatoriamente na área
de estudo para coleta de dados referente ao volume relativo das árvores (Figura 5).

Fonte: Autor (2018)


Figura 5. Blocos selecionados aleatoriamente para a coleta de dados do volume
individual das espécies avaliadas.
27

3.2.3 Cubagem absoluta

Para a realização das medições das árvores e quantificação do volume das


10 espécies previamente selecionadas, foi necessário estimar a quantidade mínima
de árvores a ser amostrada em cada classe de DAP. Diante disso, foi feito o cálculo
de acordo com a frequência que a espécie ocorre em cada classe, ou seja, foi
determinado que em cada espécie seriam cubadas 30 árvores pelo método absoluto.
Ainda, essas 30 árvores seriam divididas proporcionalmente em relação a frequência
que as espécies se encontram em cada classe diamétrica.
As árvores foram selecionadas e seus diâmetros foram mensurados nas
diferentes posições relativa do tronco (0,05; 0,15; 0,25; 0,35; 0,45; 0,55; 0,65; 0,75;
0,85 e 0,95%) da altura total da árvore. As medições dos diâmetros foram feitas com
auxílio de escada extensível de alumínio e uso de trena esticada da base da árvore
até o topo da árvore, podendo assim ter as medições do comprimento da tora e,
consequentemente, da altura total da árvore.

Fonte: Autor (2018)


Figura 6. Procedimento em campo para as medições dos diâmetros nas diferentes
posições relativa do tronco.

O método usado para determinação do volume total da árvore foi o método


relativo de Hohenadl (10 seções). Queiroz et al. (2006) relatam que o volume de
Hohenadl é dado pela equação 11:
28

𝑯 (11)
𝑽= (𝒈𝟎,𝟎𝟓 + 𝒈𝟎,𝟏𝟓 + 𝒈𝟎,𝟐𝟓 + 𝒈𝟎,𝟑𝟓 + 𝒈𝟎,𝟒𝟓 + 𝒈𝟎,𝟓𝟓 + 𝒈𝟎,𝟔𝟓 + 𝒈𝟎,𝟕𝟓 + 𝒈𝟎,𝟖𝟓 + 𝒈𝟎,𝟗𝟓 )
𝟏𝟎
Onde:
𝑉 = Volume de Árvore (m³)
𝑔0,𝑖 = Área seccional (m²)
𝐻 = Altura total

3.2.4 Estimativa do volume

Os diâmetros e as alturas obtidas através da cubagem absoluta pelo método


de Hohenadl foram utilizados para estimar os volumes mediante a 10 modelos
volumétricos previamente selecionados com base em outros estudos anteriormente
realizados em área de Cerrado sensu stricto. Assim, para a estimativa da variável do
volume foram utilizados os seguintes modelos (Tabela 3):

Tabela 3. Modelos selecionados na literatura para avaliar as estimativas do volume.


Equação Modelo Denominação
1 𝑽 = 𝑫𝑨𝑷𝟐 𝜷𝟎 + 𝜷𝟏 𝒉 + ε Ogaya
2 𝑽 = 𝜷𝟎 + 𝜷𝟏 𝑫𝑨𝑷𝟐 + 𝜷𝟐 𝑫𝑨𝑷𝟐 𝒉 + 𝜷𝟑 𝒉 + ε Stoate
Rezende et al.
3 𝑽 = 𝜷𝟏 𝒅𝒃𝟐𝟎,𝟑 + 𝜷𝟐 𝒅𝒃𝟐𝟎,𝟑 𝒉 + ε
(2006)
Scolforo e Silva
4 𝑽 = 𝜷𝟎 + 𝜷𝟏 𝑪𝑨𝑷² 𝒉𝜷𝟐 + ε
(1993)
𝐥𝐨𝐠 𝑽 = 𝜷𝟎 + 𝜷𝟏 𝑫𝑨𝑷 + 𝜷𝟐 𝑫𝑨𝑷𝟐 + 𝜷𝟑 𝑫𝑨𝑷 𝒉
5 Meyer
+ 𝜷𝟒 𝑫𝑨𝑷𝟐 𝒉 + 𝜷𝟓 𝒉 + ε
6 𝐥𝐨𝐠 𝑽 = 𝜷𝟎 + 𝜷𝟏 𝑫𝑨𝑷 + 𝜷𝟐 𝑫𝑨𝑷𝟐 + ε Spurr (logaritmo)
Kopezky-
7 𝑽 = 𝜷𝟎 + 𝜷𝟏 𝑫𝑨𝑷𝟐 + ε
Gehrhardt
8 𝑽 = 𝜷𝟎 + 𝜷𝟏 𝑫𝑨𝑷 + 𝜷𝟐 𝑫𝑨𝑷𝟐 + ε Hohenadl-Krenn
𝟏
9 𝐥𝐨𝐠 𝑽 = 𝜷𝟎 + 𝜷𝟏 𝐥𝐨𝐠 𝑫𝑨𝑷 + 𝜷𝟐 ( )+ε Brennac
𝑫𝑨𝑷
10 𝑽 = 𝜷𝟎 + 𝑫𝑨𝑷𝜷𝟏 𝑫𝑨𝑷𝜷𝟐 + ε Schumacher-Hall
V: Volume total; log V: Logaritmo do volume; h: Altura total; DAP: Diâmetro a altura do peito (DAP);
𝒅𝒃𝟎,𝟑 : Diâmetro a 0,3 cm do solo; CAP: Circunferência a altura do peito; 𝜷𝟎,𝒊 : Coeficientes de regressão.
29

3.2.5 Estatísticas de avaliação do ajuste dos modelos volumétricos

As estatísticas utilizadas para avaliar os melhores modelos foram o coeficiente


de determinação ajustado (R²aj %), o erro padrão da estimativa (Syx%), além da análise
gráfica dos resíduos, sendo estes os parâmetros adotados por Rezende et al. (2006)
na comparação de modelos matemáticos para estimativa de volume em área de
Cerrado sensu stricto, Imaña-Encinas, J et al. (2009) em estudo referente a um
hectare de Cerrado em Planaltina-GO, Tonini e Borges (2015) em floresta ombrófila
densa no sul de Roraima, Correia et al. (2017) em floresta secundaria do litoral de
Santa Catarina.
Schneider et al. (2009) relatam que o coeficiente de determinação ajustado
(R² aj.) permite medir o grau de ajuste ou a capacidade que o modelo tem de explicar
a estimativa, por meio da medida da proporção total da variação em relação à média.
Segundo Neter et al. (1996), para que as comparações sejam adequadas é
necessário ajustar o R² em razão de os modelos testados apresentarem números
diferentes de coeficientes. Soares et al. (2006) com relação ao erro padrão da
estimativa (Syx) indicam o erro médio associado ao uso da equação.
Assim, o erro padrão da estimativa e o coeficiente de determinação ajustado
foram estimados pelas equações 12 e 13 respectivamente (SOARES et al., 2011).

√𝐒𝐐𝐫𝐞𝐬
𝐆𝐋𝐫𝐞𝐬 (12)
𝐒𝐲𝐱% = ∗ 𝟏𝟎𝟎
Ȳ
Onde:
SQres = soma dos quadrados do resíduo;
GLres = graus de liberdade do resíduo;
Ȳ= média dos volumes reais.

𝐧−𝟏 𝐒𝐐𝐫𝐞𝐬
𝐑𝟐 𝐚𝐣 = 𝟏 − ( )( ) (13)
𝐧−𝐩−𝟏 𝐒𝐐𝐭

Onde:
R2aj = coeficiente de determinação ajustado;
SQres = soma dos quadrados do resíduo;
SQt = soma dos quadrados total;
n = número de dados observados;
p = número de coeficientes do modelo matemático.
30

3.2.6 Fator de forma

O fator de forma reduz o volume do cilindro formado pela área basal e altura,
para o volume verdadeiro, podendo este ser calculado por diversos métodos
(CORREIA et al., 2017). Desta forma, de acordo com Silva e Paula (1979), o fator de
forma normal (𝑓1,30 ) pode ser obtido através da relação entre o volume real obtido
através da cubagem rigorosa da árvore e o volume do cilindro, calculado a partir da
área basal da árvore a 1,30m do nível do solo e da altura total da mesma.
Soares et al. (2011) relatam que o fator de forma pode ser obtido através da
equação 14.
𝑽 𝒓𝒆𝒂𝒍
𝒇𝟏,𝟑𝟎 = ( ) (13)
𝑽 𝒄𝒊𝒍𝒊𝒏𝒅𝒓𝒐

Onde:
𝑓1,30 = fator de forma normal.
V real = volume obtido a partir da cubagem rigorosa (m³).
V cilindro = volume calculado a partir da área basal a 1,30m e altura total (m³).

3.2.7 Cálculo do volume estimado pela equação de melhor ajuste

Para obtenção do volume estimado pela equação volumétrica, foi utilizado a


equação 5 que obteve o melhor ajuste (Equação 14).

𝐥𝐨𝐠 𝑽 = 𝜷𝟎 + 𝜷𝟏 ∗ 𝑫𝑨𝑷 + 𝜷𝟐 𝑫𝑨𝑷𝟐 + 𝜷𝟑 𝑫𝑨𝑷 ∗ 𝑯 + 𝜷𝟒 ( 𝑫𝑨𝑷𝟐 ∗ 𝒉) + 𝜷𝟓 ∗ 𝒉 (14)

Onde:
𝜷𝒊 = Coeficientes de regressão estimados do melhor modelo ajustado;

3.2.8 Cálculo do volume estimado pelo fator de forma

Assim, na obtenção do volume estimado pelo fator de forma, foi utilizada a


seguinte equação:

𝑽 = 𝒈𝒊 ∗ 𝒉 ∗ 𝒇𝒇 (15)

Onde:
𝑔𝑖 = área basal da i-ésima espécie (m²);
ℎ = altura total da árvore (m);
𝑓𝑓= Fator de forma.
31

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Levantamento fitossociológico

As espécies apresentadas na tabela 4 representam 43,91% da importância


ecológica de um censo de 15.463 árvores inventariadas, sendo representadas por:
Myrcia splendens (Sw.) DC. com (IVI - 9,67%); Astronium fraxinifolium Schott,
Magonia pubescens A.St.-Hil., Vatairea macrocarpa (Benth.) Ducke., que tiveram um
(IVI) variando de 4,09 a 4,78% e; as demais espécies Tachigali aurea Tul., Protium
heptaphyllum (Aubl.) Marchand, Qualea parviflora Mart., Curatella americana L.,
Machaerium brasiliense Vogel e Qualea multiflora Mart. apresentaram variação de
3,22 a 3,72%.

Algumas espécies também se destacaram em estudo feito por Felfili et al.


(2002) onde Vatairea macrocarpa (Benth.) Ducke. e Magonia pubescens A.St.-Hil
apresentam valores de IVI de 6,36 e 6,21%, respectivamente, dando indícios que
houve alteração antrópica na área. Maracahipes et al. (2011) também encontraram
valores superiores de IVI aos encontrados nesse trabalho nas espécies Tachigali
aurea Tul. (6,16%), Magonia pubescens A.St.-Hil (4,91%) e Qualea multiflora Mart
(5,49%).

Tabela 4. Parâmetros fitossociológicos do censo realizado na Estação Experimental


CeMAF (EEC) das 10 espécies de maior domínio na área.
Nome científico N FA FR DA DR DoA DoR IVI
Myrcia splendens (Sw.) DC. 2.453 0,16 15,8 0,025 2,51 1,45 10,63 9,67
Astronium fraxinifolium Schott 839 0,05 5,4 0,024 2,45 0,88 6,45 4,78
Magonia pubescens A.St.-Hil. 728 0,05 4,7 0,025 2,51 0,75 5,47 4,23
Vatairea macrocarpa (Benth.) Ducke 647 0,04 4,2 0,025 2,51 0,76 5,58 4,09
Tachigali aurea Tul. 635 0,04 4,1 0,024 2,40 0,64 4,66 3,72
Protium heptaphyllum(Aubl.) Marchand 687 0,04 4,4 0,025 2,56 0,53 3,91 3,64
Qualea parviflora Mart. 695 0,04 4,5 0,022 2,24 0,56 4,09 3,61
Curatella americana L. 467 0,03 3,0 0,022 2,24 0,74 5,45 3,57
Machaerium brasiliense Vogel 621 0,04 4,0 0,023 2,35 0,51 3,77 3,38
Qualea multiflora Mart. 656 0,04 4,2 0,026 2,61 0,38 2,79 3,22
N: Número de árvores; FA: Frequência absoluta; FR: Frequência relativa (%); DA: Densidade absoluta;
DR: Densidade relativa (%); DoA: Dominância absoluta; DoR: Dominância relativa (%); IVI: Índice de
valor de importância (%).
32

A distribuição da vegetação da área nas classes de diâmetros tem tendência


de um “J” invertido (Figura 7), típico de florestas naturais. Assunção e Felfili (2004)
relatam que esse formato de J-invertido, apresentado na distribuição diamétrica,
indica que a comunidade estudada apresenta características auto regenerativa, caso
não seja intensivamente perturbada. A área apresenta 3.556 indivíduos na primeira
classe de diâmetro (4,77-6,77), 2.193 indivíduos na segunda classe de diâmetro (6,78-
8,77), o que representa um total de 67,92% das espécies nas duas menores classes
de diâmetro.

4000

3.556

3000
Número de árvores

2.193

2000

1.341

1000
738
636

0
4,77-6,77 6,78-8,77 8,78-10,77 10,78-12,77 > 12,77

Classes diamétricas (cm)

Figura 7. Distribuição diamétrica dos indivíduos na EEC.

A distribuição das espécies apresenta com tendência de “J” invertido e foram


distribuídas em classes diamétricas com intervalo de 2 cm. Observa-se que o padrão
representativo da área também é observado para cada espécie analisada. As
espécies Myrcia splendens (Sw.) DC., Astronium fraxinifolium Schott., e Magonia
pubescens A.St.-Hil., apresentaram-se como as mais frequentes na área, conforme
apresenta a Tabela 5.
33

Tabela 5. Distribuição diamétrica das espécies estudadas na Estação Experimental


CeMAF-EEC.
Espécies
Classe A B C D E
n
1 1421 228 196 207 145
2 672 222 191 148 166
3 266 169 162 116 165
4 61 116 105 79 108
5 27 104 74 96 51
Total 2.447 839 728 646 635
Espécies
Classe F G H I J
n
1 359 296 70 241 393
2 164 196 69 196 169
3 91 126 64 118 64
4 30 65 107 54 13
5 40 37 157 37 13
Total 684 720 467 646 652
A: Myrcia splendens (Sw.) DC.; B: Astronium fraxinifolium Schott; C: Magonia pubescens A.St.-Hil. D:
Vatairea macrocarpa (Benth.) Ducke; E: Tachigali aurea Tul.; F: Protium heptaphyllum (Aubl.)
Marchand; G: Qualea parviflora Mart.; H: Curatella americana L.; I: Machaerium brasiliense Vogel; J:
Qualea multiflora Mart.

Para a cubagem das árvores, foram amostradas no mínimo 30 árvores para cada
espécie e distribuídas de acordo com a frequência em cada classe diamétrica. A tabela
6 apresenta a quantidade de indivíduos amostrados por espécies e classe diamétrica.

Tabela 6. Número de indivíduos amostrados por espécie e classe diamétrica.


Na
Nome científico 4,77-6,77 6,78-8,77 8,78-10,77 10,78-12,77 > 12,77
Total
Myrcia splendens (Sw.) DC. 17 8 6 2 1 34
Astronium fraxinifolium Schott 9 9 6 5 2 31
Magonia pubescens A.St.-Hil. 9 8 7 5 2 31
Vatairea macrocarpa (Benth.) Ducke 10 8 6 4 2 30
Tachigali aurea Tul. 7 8 8 5 2 30
Protium heptaphyllum (Aubl.) Marchand 16 5 6 2 1 30
Qualea parviflora Mart. 13 8 6 3 3 33
Curatella americana L. 5 5 5 8 7 30
Machaerium brasiliense Vogel 13 9 6 5 4 37
Qualea multiflora Mart. 18 8 3 4 1 34
Total 117 76 59 43 25 323
Na: Número de árvores Amostradas.
34

4.2 Ajuste de equações volumétricas nas estimativas de volumes

Após o processamento dos dados e ajuste das equações de volume, na tabela


7 estão representados os dois modelos com melhores ajustes nas 10 espécies
selecionadas em área de Cerrado, com destaque para o modelo proposto por Meyer
(modelo 5), que aparece pelo menos uma vez entre os dois melhores. Os valores de
R²aj. (%) e Syx (%) destes modelos variaram de 94,08 a 99,16% para o coeficiente de
determinação (R² aj.) e; 7,70 a 19,47%, para o erro padrão da estimativa (Syx).
Imaña-Encinas, J. et al. (2009) encontraram valores de (R² aj) para área de
Cerrado sensu stricto variando de 83 a 99% em ajuste para 18 equações volumétricas
e um Syx entre 10,22 a 25,68%. Rezende et al. (2006) afirmam que erros entre 15 e
30% são considerados aceitáveis no ajuste de dados de diâmetros e altura dos
indivíduos arbóreos para estimativa de volume. Porém com os ajustes deste trabalho
nota-se que os melhores modelos apresentaram erros entre 7,7 a 19,47%,
corroborando aos valores encontrados por Imaña-Encinas, J. et al (2009) que
variaram de 10 a 20%. As espécies com melhores estatísticas de ajuste foram
Astronium fraxinifolium Schott (B) e Qualea parviflora Mart. (G) com valores de R²
ajustado (%) entre 98,49 a 99,16 e, Syx (%) de 8,20 a 9,39 (Tabela 7).
35

Tabela 7. Estatísticas de ajuste e coeficientes estimados dos 2 melhores modelos de volume para cada espécie.
Espécie Modelo β0 β1 β2 β3 β4 β5 Syx (%) R² Aj (%)
A 5 -3,1721 0,1541 -0,0029 0,0048 -0,0004 0,0572 10,99 96,37
A 10 0,0002 1,4522 0,7679 12,13 95,57
B 5 -3,5554 0,2297 -0,0067 -0,0129 0,0005 0,1464 8,2 99,16
B 2 -0,0068 -2,36E-05 3,85E-05 0,0021 8,81 99,04
C 5 -4,2242 0,3806 -0,0140 -0,0342 0,0015 0,2421 19,47 94,1
C 3 2,16E-04 4,01E-06 19,46 94,08
D 5 -2,1215 -0,1287 0,0165 0,0458 -0,0031 -0,1063 9,5 97,33
D 2 -0,0138 0,0003 2,08E-06 0,0023 11,19 96,31
E 2 -0,0198 4,13E-04 -1,60E-05 0,0035 7,70 97,97
E 5 -5,2193 0,5903 -0,0228 -0,0611 0,0026 0,3699 8,14 97,73
F 5 -2,8232 -2,0210 0,0129 0,0122 -0,0019 0,0695 10,41 96,84
F 2 -0,0149 0,0003 -6,00E-06 0,0028 13,73 94,50
G 5 -3,1316 0,1551 -0,0030 0,0059 -0,0004 0,0463 9,37 98,49
G 10 0,0001 1,5538 1,0602 9,39 98,49
H 5 -3,7045 0,2452 -0,0060 -0,0151 0,0004 0,1671 14,38 96,07
H 10 0,0002 1,5970 0,7792 14,52 95,99
I 5 -3,2360 0,1733 -0,0039 0,0006 0,0001 0,0682 16,72 96,11
I 10 0,0001 1,8730 1,0130 17,2 95,9
J 5 -3,0970 0,1887 -0,0112 0,0179 -0,0003 -0,0206 10,38 98,43
J 10 0,0001 1,5081 1,2269 13,71 97,27
𝜷𝟎,𝒊 : Coeficientes de regressão. Syx (%): Erro padrão da Estimativa percentual; R² aj. (%): Coeficiente de determinação percentual. A: Myrcia splendens (Sw.)
DC.; B: Astronium fraxinifolium Schott; C: Magonia pubescens A.St.-Hil. D: Vatairea macrocarpa (Benth.) Ducke; E: Tachigali aurea Tul.; F: Protium
heptaphyllum (Aubl.) Marchand; G: Qualea parviflora Mart.; H: Curatella americana L.; I: Machaerium brasiliense Vogel; J: Qualea multiflora Mart.; 2: Stoate;
5: Meyer; 10: Schumacher-Hall.
36

Soares et al. (2011), destacam que a análise gráfica dos resíduos é bastante
relevante, pois permite a identificação de problemas de heterocedasticidade mesmo
que o modelo demostre ser preciso. Além disso, os gráficos de resíduos permitem
detectar tendências, sejam elas positivas ou negativas resultantes do uso da equação.
As figuras 8, 9 e 10 apresentam a análise gráfica de resíduos dos dois
melhores modelos ajustados para cada espécie. Pela análise gráfica, observa-se que
a dispersão no modelo 5 foi a que melhor se aproxima do eixo 0 em todas as espécies
estudadas, isso denota uma boa qualidade no ajuste da equação. Nota-se que os
modelos que apresentaram melhores ajuste, não possuem erros superiores a 50%.

5 Machaerium brasiliense 10 Machaerium brasiliense


Vogel Vogel

o 100 o 100
Resíduo (%)
Resíduo (%)

50 50

0 0

-50 -50

-100 -100
0 5 10 15 20 0 5 10 15 20

DAP (cm) DAP (%)

5 10
Qualea multiflora Mart. Qualea multiflora Mart.

o 100

50 o 100

50
Resíduo (%)

Resíduo (%)

0 0

-50 -50

-100 -100
0 5 10 15 20 0 5 10 15 20
DAP (cm) DAP (cm)

Figura 8. Gráficos de Resíduos referente aos ajustes das equações 5 e 10 para as


espécies Machaerium brasiliense e Qualea multiflora.
37

5 10
Myrcia splendens (Sw.) DC. Myrcia splendens (Sw.) DC.
100 100
50 50
Resíduo

Resíduo
0 0
-50 -50
-100 -100
0 5 10 15 20 0 5 10 15 20
DAP DAP

5 2
Astronium fraxinifolium Astronium fraxinifolium
100
Schott. 100
Schott.
50 50
Resíduo

Resíduo
0 0
-50 -50
-100 -100
0 5 10 15 20 0 5 10 15 20
DAP DAP

5 3
Magonia pubescens A.St.-Hil. Magonia pubescens A.St.-Hil.
100 100
50 50
Resíduo

Resíduo

0 0
-50 -50
-100 -100
0 5 10 15 20 0 5 10 15 20
DAP DAP

5 10
Vatairea macrocarpa (Benth.) Vatairea macrocarpa (Benth.)
100
Ducke 100
Ducke
50 50
Resíduo

Resíduo

0 0
-50 -50
-100 -100
0 5 10 15 20 0 5 10 15 20
DAP DAP

Figura 9. Gráficos de Resíduos referente aos ajustes das equações 2, 3, 5 e 10


para as espécies Myrcia splendens, Astronium fraxinifolium, Magonia
pubescens e Vaitera macrocarpa.
38

5 2
Tachigali aurea Tul. Tachigali aurea Tul.
100 100
50 50
Resíduo (%)

Resíduo (%)
0 0
-50 -50
-100 -100
0 5 10 15 20 0 5 10 15 20
DAP (cm) DAP (cm)

5 5
Protium heptaphyllum (Aubl.) Protium heptaphyllum (Aubl.)
100
Marchand 100
Marchand
50 50
Resíduo (%)

0 Resíduo (%) 0
-50 -50
-100 -100
0 5 10 15 0 5 10 15
DAP (cm) DAP (cm)

5 10
Qualea parviflora Mart. Qualea parviflora Mart.
100 100
50 50
Resíduo (%)

Resíduo (%)

0 0
-50 -50
-100 -100
0 5 10 15 20 0 5 10 15 20
DAP(cm) DAP (cm)

5 10
Curatella americana L. Curatella americana L.
100 100
50 50
Resíduo (%)

Resíduo (%)

0 0
-50 -50
-100 -100
0 5 10 15 20 0 5 10 15 20
DAP (cm) DAP (cm)

Figura 10. Gráficos de Resíduos referente aos ajustes das equações 2, 5 e 10 para
as espécies Tachigali aurea, Protium heptaphyllum, Qualea parviflora e
Curatella americana
39

Com relação as espécies, observa-se os melhores ajustes para estimativa de


volume foram nas espécies Tachigali aurea pelo (modelo 5), Qualea parviflora e
Astronium fraxinifolium ambas pelo (Modelo 5). Nota-se, ainda, que o modelo 5
proposto por Meyer foi o que melhor obteve a dispersão dos resíduos e não apresenta
tendência de subestimar ou superestimar o volume, sendo este o melhor modelo,
dentre os estimados, para as 10 espécies estudadas.
Em continuidade, a análise gráfica permite observar ainda que nas espécies
Qualea multiflora e Myrcia splendens os modelos apresentaram tendência de
superestimar seus volumes nas classes diamétrica 1 (4,77 a 6,77 cm) e 2 (6,78 a 8,77
cm), apresentando resíduo em torno de 45%. Nas demais classe, há homogeneização
em torno de 10%, corroborando com os padrões apresentado nas outras espécies.

4.3 Fator de Forma

Na tabela 8 estão apresentados os valores de fator de forma individualmente


para cada espécie, e nota-se que os valores variaram de 0,62 a 0,71, com média de
0,67. Embora existam poucos estudos de fatores de forma para espécies nativas em
Cerrado sensu stricto, em outras formações florestais, Borsoi (2005) encontrou fator
de forma de 0,77 para Floresta Ombrófila Mista do Rio Grande do Sul; Scolforo et al.
(1994) em Floresta Estacional Semidecidual de Minas Gerais, encontraram valor de
0,827.
Ainda, trabalhos mais antigos relatam a grande variação de fatores de forma
em diferentes espécies, como por exemplo valores de 0,63; 0,61; 0,70 e 0,68, para as
espécies Cordia trichotoma (Vell.) Arráb. ex Steud.; Cariniana legalis (Mart.) Kuntze,
Bowdichia virgilioides Kunth e Joannesia princeps Vell, respectivamente (SOUZA e
JESUS, 1991).
Correia et al. (2017) encontraram valor médio de 0,8027 para florestas
secundarias de Santa Catarina, além disso, Imaña-Encinas J. e Monti (1989)
encontraram para o Cerrado grosso de Brasília valor médio de 0,6. Desta forma,
denota-se que há grande variabilidade dos valores de fatores de forma em espécies
nativas.
40

Tabela 8. Fator de forma individual para 10 espécies estudadas na EEC.


Nome Científico Nome Popular FF E (%)
Myrcia splendens (Sw.) DC. Araçá do Mato 0,68 - 2,88
Astronium fraxinifolium Schott Gonçalo Alves 0,66 - 2,23
Magonia pubescens A.St.-Hil. Tingui 0,63 - 4,89
Vatairea macrocarpa (Benth.) Ducke Amargoso 0,62 - 0,98
Tachigali aurea Tul. Tatarena 0,66 - 1,79
Protium heptaphyllum (Aubl.) Marchand Amescla 0,68 - 2,47
Qualea parviflora Mart. Pau terra 0,70 - 1,62
Curatella americana L. Lixeira 0,65 - 3,05
Machaerium brasiliense Vogel Jacarandá 0,71 - 2,16
Qualea multiflora Mart. Pau terra liso 0,71 3,94
Média 0,67
FF: Fator de forma individual para espécie; E (%): Resíduo médio percentual para espécie.
O Instituto Natureza do Tocantins (NATURATINS), órgão ambiental do estado
do Tocantins, por meio do Roteiro de Projeto de Exploração Florestal, recomenda a
utilização de fator de forma inferior a 0,65, evitando assim que o volume de madeira
seja superestimado para essa formação de Cerrado (SEPLAN, 2013).
Foi verificado ainda que a produtividade média em termos de área basal,
conforme a tabela 9, foi de 7,05 m².ha-1. Rezende et al. (2006), em estudo realizado
em um Cerrado sensu stricto de Brasília-DF, encontraram valor de 6,64 ±0,84 m2.ha-
1 e Paula et al. (1998), em levantamento quantitativo em três hectares de Cerrado,
encontraram valor médio de 6,40 m2.ha-1.

Tabela 9. Produtividade em área basal na Estação Ecológica CeMAF (EEC)


Área basal
Nome Cientifico Área basal (m²)
(m² ha -1)
Vatairea macrocarpa (Benth.) Ducke 5,26 0,75
Protium heptaphyllum (Aubl.) Marchand 3,69 0,52
Myrcia splendens (Sw.) DC. 10,02 1,42
Astronium fraxinifolium Schott 6,08 0,86
Machaerium brasiliense Vogel 3,55 0,50
Curatella americana L. 5,14 0,73
Qualea parviflora Mart. 3,86 0,55
Qualea multiflora Mart. 2,63 0,37
Tachigali aurea Tul. 4,40 0,62
Magonia pubescens A.St.-Hil. 5,16 0,73
Total 49,79 7,05
41

A tabela 10 apresenta a análise do efeito da utilização do fator de forma médio


em relação a estima do volume pelo modelo volumétrico.

Tabela 10. Volumes estimados através do fator de forma e da equação volumétrica


para cada espécie.
VEE VEFF
Nome cientifico
(m3. ha -1) (m3. ha-1)
Vatairea macrocarpa (Benth.) Ducke 2,7010 3,2267
Protium heptaphyllum (Aubl.) Marchand 1,7941 2,0029
Myrcia splendens (Sw.) DC. 4,6995 4,5868
Astronium fraxinifolium Schott 3,3856 3,7584
Machaerium brasiliense Vogel 1,7755 1,8015
Curatella americana L. 2,5723 2,9234
Qualea parviflora Mart. 1,9534 1,9536
Qualea multiflora Mart. 1,2864 1,2460
Tachigali aurea Tul. 2,3238 2,4071
Magonia pubescens A.St.-Hil. 2,7617 2,9713
Total 25,2532 26,8778
VEE: Volume individual estimado pela equação volumétrica; VEFF: Volume individual estimado pelo
Fator de Forma Médio.

Os valores observados na tabela 10 apresentam, em relação aos volumes


individuais por espécie estimados pela equação e pelo fator de forma, valores de 25,25
e 26,87 m3 ha-1, respectivamente. Rezende et al. (2006) encontraram valores para a
variável volume de 25 ± 2,83 m3 ha -1 em vegetação de Cerrado sensu stricto em
Brasília-DF utilizando modelo volumétrico com dados provenientes de cubagem
rigorosa utilizando-se o método de Smalian.
De acordo com o inventário florestal do Tocantins por meio do mapeamento
das regiões fitoecológicas e Inventário florestal do Estado do Tocantins, realizado no
ano de 2013, diz que nas áreas de Cerrado Sensu Stricto as estimativas de volume
total variam de 18,87 a 45,61 m3 ha -1. Os valores encontrados pelas estimativas nesse
trabalho estão entre a variação existente no mapeamento supracitado.
Após a análise destes dados, por meio de análise de variância, comprovou-
se que os ajustes do volume obtido pela equação selecionada (Tabela 3), os volumes
obtidos pelo Fator de forma (𝑓1,30 ) e os valores obtidos pela cubagem rigorosa, não
42

possuem diferenças estatísticas entre si em cada espécie analisada e a interação da


classe com o método não tem diferenças significativas em 7 espécies.
As espécies que tiveram diferenças estatísticas na interação classe x modelo
foram Magonia pubescens A.St.-Hil, Machaerium brasiliense Vogel., Qualea multiflora
Mart. respectivamente, sendo as com piores ajustes pela equação volumétrica
conforme pode ser observado através dos valores ponderados dos scores estatísticos
(VP) na tabela 11.

Tabela 11. Valor ponderado dos scores estatísticos (VP).


Espécie Equação E (%) SYX (%) R² Aj (%) VP
Myrcia splendens (Sw.) DC. 5 -0,57 10,99 96,37 28
Myrcia splendens (Sw.) DC. 10 -4,2 12,13 95,57 34
Astronium fraxinifolium Schott 5 -0,4 8,2 99,16 9
Astronium fraxinifolium Schott 2 -1,26 8,81 99,04 22
Magonia pubescens A.St.-Hil 5 -1,15 19,47 94,10 52
Magonia pubescens A.St.-Hil 3 -2,95 19,46 94,08 54
Vatairea macrocarpa (Benth.)
5 -0,29 9,5 97,33 15
Ducke
Vatairea macrocarpa (Benth.)
2 -0,73 11,19 96,31 31
Ducke
Tachigali aurea Tul. 2 -0,85 7,70 97,97 18
Tachigali aurea Tul. 5 -0,35 8,14 97,73 11
Protium heptaphyllum (Aubl.)
5 -0,35 10,41 96,84 22
Marchand
Protium heptaphyllum (Aubl.)
2 -0,53 13,73 94,50 38
Marchand
Qualea parviflora Mart 5 -0,32 9,37 98,49 10
Qualea parviflora Mart 10 -3,07 9,39 98,49 27
Curatella americana L 5 -0,8 14,38 96,07 38
Curatella americana L 10 -7,03 14,52 95,99 49
Machaerium brasiliense Vogel 5 -0,89 16,72 96,11 41
Machaerium brasiliense Vogel 10 -1,13 17,2 95,90 46
Qualea multiflora Mart. 5 -0,83 10,38 98,43 23
Qualea multiflora Mart. 10 -6,42 13,71 97,27 41
E (%): Resíduo médio dos volumes; Syx (%): Erro padrão da Estimativa percentual; R² aj. (%):
Coeficiente de determinação percentual. VP: Valor ponderado dos Scores estatísticos.

Ainda, analisando as diferenças estatísticas significativas que ocorreram


nessas três espécies podem ser observados na tabela 12 que os valores de fator de
forma, para a correção do volume indicado individualmente para cada espécie, foram
43

os que mais variaram em relação à média (0,63, 0,71 e 0,71) respectivamente para
Magonia pubescens A.St.-Hil, Machaerium brasiliense Vogel., Qualea multiflora Mart.
Mediante a análise gráfica entre a equação selecionada e o volume estimado
pelo fator de forma, podemos observar e comprovar a variação existente nessas
espécies (Figura 11).

5 FFe
Myrcia splendens (Sw.) DC. Myrcia splendens (Sw.) DC.
100 100

50 50

Resíduo (%)
Resíduo (%)

0 0
-50 -50
-100 -100
0 5 10 15 20 0 5 10 15 20
DAP (cm) DAP (cm)

5 FFe
Astronium fraxinifolium Astronium fraxinifolium
100
Schott. 100
Schott.
50 50
Resíduo (%)
Resíduo (%)

0 0
-50 -50

-100 -100
0 5 10 15 20 0 5 10 15 20
DAP (cm) DAP (cm)

5 FFe
Magonia pubescens A.St.-Hil. Magonia pubescens A.St.-Hil.
100 100
50 50
Resíduo (%)
Resíduo

0 0

-50 -50

-100 -100
0 5 10 15 20 0 5 10 15 20
DAP DAP (cm)

Figura 11. Gráficos de Resíduos referente a melhor equação (5) em comparação


com o Fator de forma específico para cada espécie (FFe). (continua...)
44

5 FFe
Vatairea macrocarpa (Benth.) Vatairea macrocarpa (Benth.)
100
Ducke 100
Ducke
50 50
Resíduo (%)

Resíduo (%)
0 0

-50 -50

-100 -100
0 5 10 15 20 0 5 10 15 20
DAP (%) DAP (%)

5 FFe
Tachigali aurea Tul. Tachigali aurea Tul.
100 100

50 50
Resíduo (%)

0 Resíduo (%) 0

-50 -50

-100 -100
0 5 10 15 20 0 5 10 15 20
DAP (cm) DAP (cm)

5 FFe
Protium heptaphyllum (Aubl.) Protium heptaphyllum (Aubl.)
Marchand Marchand
100 100

50 50
Resíduo (%)

Resíduo (%)

0 0

-50 -50

-100 -100
0 5 10 15 0 5 10 15
DAP (cm) DAP (cm)

5 FFe
Qualea parviflora Mart. Qualea parviflora Mart.
100 100
Resíduo (%)
Resíduo (%)

50 50

0 0

-50 -50

-100 -100
0 5 10 15 20 0 5 10 15 20
DAP (cm) DAP (%)

Figura 11. Gráficos de Resíduos referente a melhor equação (5) em comparação


com o Fator de forma específico para cada espécie (FFe). (Continua...)
45

5 FFe
Curatella americana L. Curatella americana L.
100 100
Resíduo (%)

Resíduo (%)
50 50

0 0

-50 -50

-100 -100
0 5 10 15 20 0 5 10 15 20
DAP (cm) DAP (cm)

5 FFe
Machaerium brasiliense Vogel Machaerium brasiliense Vogel
100 100
Resíduo (%)

50 Resíduo (%) 50

0 0

-50 -50

-100 -100
0 5 10 15 20 0 5 10 15 20
DAP (cm) DAP (cm)

5 FFe
Qualea multiflora Mart. Qualea multiflora Mart.
100 100
Resíduo (%)

Resíduo (%)

50 50

0 0

-50 -50

-100 -100
0 5 10 15 20 0 5 10 15 20
DAP (cm) DAP (cm)

Figura 11. Gráficos de Resíduos referente a melhor equação (5) em comparação


com o Fator de forma específico para cada espécie (FFe).

A figura 11 confirma a boa dispersão dos resíduos em 7 espécies analisadas


para as espécies Astronium fraxinifolium Schott., Vatairea macrocarpa (Benth.)
Ducke., Tachigali aurea Tul., Protium heptaphyllum (Aubl.) Marchand. e Qualea
parviflora Mart., assim, pela análise gráfica é possível visualizar e considerar boa
46

qualidade nos ajustes tanto para o método estimado pela equação volumétrica, quanto
para o método estimado pelo fator de forma.
No entanto para duas espécies, na análise gráfica podemos perceber que a
distribuição dos resíduos tem uma tendência de superestimar os volumes nas classes
de diâmetros maiores que 10cm, como pode ser visto nas espécies: Magonia
pubescens A.St.-Hil e Myrcia splendens (Sw.) DC. Para as espécies Machaerium
brasiliense Vogel., Qualea multiflora Mart e Curatella americana L. a distribuição dos
resíduos não obtiveram bons ajustes em relação ao padrão encontrados nas outras
espécies analisadas.
Os resultados mostrados indicam que o fator de forma pode ser utilizado em
alternativa ao uso das equações volumétricas para as estimativas do volume árvores
em grupo de espécies ou famílias com características semelhantes as espécies
estudadas nesse trabalho, pois é um método simples de ser utilizado e com apenas
duas variáveis de entrada o DAP e Altura. Nesse sentido, recomenda-se a utilização
de um fator de forma específico por espécie ou grupo de espécies para o cálculo do
volume estimado em uma área de Cerrado Sensu Stricto.
47

5 CONCLUSÕES

Diante dos resultados obtidos neste trabalho, conclui-se que a equação que
obteve o melhor ajuste para as espécies: Astronium fraxinifolium Schott., Vatairea
macrocarpa (Benth.) Ducke., Tachigali aurea Tul., Protium heptaphyllum (Aubl.)
Marchand., Qualea parviflora Mart., Machaerium brasiliense Vogel., Qualea multiflora
Mart., Curatella americana L., Magonia pubescens A.St.-Hil e Myrcia splendens (Sw.)
DC., foi o modelo de Meyer (equação 5).
As espécies Astronium fraxinifolium Schott., Vatairea macrocarpa (Benth.)
Ducke., Tachigali aurea Tul., Protium heptaphyllum (Aubl.) Marchand. e Qualea
parviflora Mart. apresentaram bom desempenho tanto para o modelo quanto para o
fator de forma.
Para as espécies Machaerium brasiliense Vogel., Qualea multiflora Mart e
Curatella americana L. apresentaram os piores desempenhos nos ajustes. Magonia
pubescens A.St.-Hil e Myrcia splendens (Sw.) DC apresentaram tendências de
superestimar os volumes em diâmetros maiores que 10 cm na utilização dos métodos
de estimativas avaliados.
Os resultados indicam que o fator de forma pode ser utilizado para as
estimativas de volume em áreas de Cerrado sensu stricto em alternativa as equações
volumétricas onde predominam uma dominância de espécies ou grupos de espécies
com características semelhantes as encontradas nesse trabalho.
Por fim, o modelo de Meyer é o mais indicado para estimativa de volume em
áreas onde predominam grupos de espécies com características similares as
encontradas nesse trabalho, especialmente, para área de Cerrado sensu stricto.
48

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