TCC Guilherme Henrique Ribeiro Rodrigues (Versão Final)

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS

CÂMPUS DE GURUPI
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA FLORESTAL

Guilherme Henrique Ribeiro Rodrigues

Estudo de caso: licenciamento ambiental em uma área de cerrado em Almas-TO

Gurupi/TO
2022
Guilherme Henrique Ribeiro Rodrigues

Estudo de caso: licenciamento ambiemtal em uma área de cerrado em


Almas-TO

Monografia foi avaliada e apresentada à UFT –


Universidade Federal do Tocantins – Campus
Universitário de Gurupi, Curso de Engenharia Florestal
para obtenção do título de Bacharel em Engenharia
Florestal e aprovada em sua forma final pelo Orientador
e pela Banca Examinadora.

Orientador: Prof.:Dr. Saulo Boldrini Gonçalves

Gurupi/TO
2022
Guilherme Henrique Ribeiro Rodrigues

Estudo de caso: licenciamento ambiental de uma área de cerrado em Almas-TO

Monografia foi avaliada e apresentada à UFT –


Universidade Federal do Tocantins – Câmpus
Universitário de Gurupi, Curso de Engenharia florestal
para obtenção do título de Engenheiro Florestal e
aprovada em sua forma final pelo Orientador e pela
Banca Examinadora.

Data de aprovação: / /

Banca Examinadora

Jean Carlos Trindade, Nativa

Prof. Dr. José de Oliveira Melo Neto, UFT

Prof. Dr. Saulo Boldrini Gonçalves, UFT


Dedico este trabalho a cada pessoa que teve
importância na minha jornada até aqui, aos
meus pais, aos meus amigos, aos meus colegas,
digo obrigado de forma sincera e verdadeira.
AGRADECIMENTOS

Meu primeiro agradecimento é a Deus pelo dom da vida, e por ter permitido viver cada
momento nesta excelente universidade.
Agradeço a minha mãe Maria do Socorro R. do Nascimento por me ensinar a
importância de sempre buscar conhecimento, agradeço ao meu pai Guilhermino Cesário
Rodrigues, por me ensinar a importância do trabalho duro e da persistência. Agradeço a minha
noiva Hemilly Cerqueira Gomes pela força amizade e apoio durante todo o processo que foi
muito importante.
Ao Professor Dr. Saulo Boldrini Gonçalves pela orientação e parceria de trabalho ao
longo do tempo, e a Jean Carlos Trindade por ter aberto as portas da sua empresa para meu
estagio que me permitiu a oportunidade de ser um profissional melhor.
E agradeço a grandes amigos que me ajudaram ao longo da jornada, a Karolayne
Ferreira Saraiva e Romilda Cardoso por terem se tornado minha família na UFT.
Agradeço a todos os amigos que me ajudaram, mas sito alguns nomes em especial que
foram: Kledisson Bezera , Valdirene de Sousa Martins, Roniel de Oliveira Porto, Admilton
Sales, Yasmin Martins, Paulo Alves Filho, Ed Wilson Cesar. Agradeço a todos pelo apoio e
conselhos que foram essenciais.
RESUMO

Este trabalho tem como objetivo obter um levantamento através de inventário florestal com
amostragem sistemática, da composição florística e diversidade em uma propriedade rural no
estado do Tocantins, com o intuito de ceder ao proprietário autorização do órgão ambiental
competente para supressão vegetal. Foram alocadas 26 parcelas de 10x100 m, sendo medidas a
altura total, altura comercial e CAP (≥20 cm), das árvores mensuradas obteve-se o volume de
madeira, as espécies foram classificas entre a destinação a lenha, ou imune ao corte. A espécie
mais importante foi Curatella americana L., conhecida como Sambaíba ou Lixeira. A família
Fabaceae foi a mais representativa com 12 espécies. O volume estimado de madeira para toda
a área a ser desmatada foi de 1.254,28 m3. Sendo que 803,1903 m3 é de madeira imune ao corte.
Sendo que a área apresentou uma grande predominância dos fustes mensurados se destina a
lenha, em 100% da área total da propriedade se encontra com vegetação características de
cerrado, com predominância do Cerrado Sentido Restrito Ralo.

Palavras-chaves: Composição florística. Inventário florestal. Supressão vegetal. Volume de


madeira.
ABSTRACT
This work aims to obtain a survey through forest inventory with systematic sampling, of the
floristic composition and diversity in a rural property in the state of Tocantins, with the aim of
granting the owner authorization from the competent environmental agency for vegetation
suppression. 26 plots of 10x100 m were allocated, measuring the total height, commercial
height and CAP (≥20 cm). From the trees measured, the volume of wood was obtained, the
species were classified between the destination of firewood, or immune to cutting. The most
important species was Curatella americana L., known as Sambaíba or Trash. The Fabaceae
family was the most representative with 12 species. The estimated volume of wood for the
entire area to be deforested was 1,254.28 m3. 803.1903 m3 of wood is immune to cutting. Since
the area showed a great predominance of measured stems intended for firewood, 100% of the
total area of the property has vegetation characteristic of cerrado, with predominance of Cerrado
Sentido Restricto Ralo.

Key-words: floristic composition. Forest Inventory. Vegetal supression. volume of wood.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Tipos de cerrados ..................................................................................................... 14


Figura 2 - Localização Fazenda Olho d´agua de Pedra ............................................................ 17
Figura 3 - Uso do solo .............................................................................................................. 18
Figura 4 - Procedimentos de inventário florestal: (A) Localização da parcela, (B) Lavrando a
árvore, (C) Enumerando as Árvores da parcela, (D) Delimitação da parcela, (E)
Medição do CAP, (F) Anotações ............................................................................. 21
Figura 5 - Áreas de APP e áreas de nascentes .......................................................................... 23
Figura 6 - Área de supressão .................................................................................................... 24
Figura 7 - Distribuição das Unidades Amostrais ...................................................................... 24
Figura 8 - Número de espécies cumulativa na área .................................................................. 30
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Códigos de uso do solo............................................................................................ 18


Tabela 2 - Equações ................................................................................................................. 22
Tabela 3 - Descrição da área..................................................................................................... 24
Tabela 4 - Espécies encontrada no inventário florestal ........................................................... 25
Tabela 5 - Volume por espécie e classe diâmetrica .................................................................. 27
Tabela 6 - Fitossociológia........................................................................................................ 28
Tabela 7 - Relação de volume por parcela ............................................................................... 30
Tabela 8 - Analise estatística .................................................................................................... 31
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

RFPR Regularização Florestal da Propriedade Rural


AEF Autorização para Exploração Florestal
SIG Sistemas de Informações Geográficas
LFPR Licenciamento Florestal da Propriedade Rural
ARL Área de Reserva Legal
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 11
1.1 Objetivos.................................................................................................................... 12
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................... 13
2.1 Cerrado...................................................................................................................... 13
2.2 Legislação .................................................................................................................. 14
2.3 Geoprocessamento .................................................................................................... 16
3 METODOLOGIA .................................................................................................... 17
3.1 Caracterização da área de estudo ........................................................................... 17
3.2 Mapeamento da área ................................................................................................ 17
3.3 Inventário florestal e fitossociologia........................................................................ 19
3.3.1 Inventário Florestal ..................................................................................................... 19
3.3.2 Fitossociológia............................................................................................................ 22
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 23
4.1 Áreas mapeadas ........................................................................................................ 23
4.2 Inventário florestal e fitofisionomia ........................................................................ 25
5 CONCLUSÃO .......................................................................................................... 33
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 34
11

1 INTRODUÇÃO

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o bioma Cerrado


possui uma área de 2 036 448 km2 de extensão no Brasil. Diferente dos outros biomas, possui
uma característica singular: é o único bioma da América do Sul a limitar-se com vários outros
biomas. Ao Norte, faz fronteira com a Amazônia; ao nordeste e a leste, com a Caatinga; a
sudeste, faz limite com a Mata Atlântica; e a sudoeste, com o Pantanal.
No cerrado existe uma grande diversidade de habitat e alternância de espécies (RATTER
et al., 2003), sendo constituído de arbustos e gramíneas, com árvores baixas e tortuosas
(LOPES, 1984) espalhadas pela área que ocupa em torno de dois milhões de km2 , ou seja, cerca
de 24% do território brasileiro (IBGE, 2004). Metade da área original do Cerrado foi
transformado em pastagens, culturas anuais e outros tipos de uso (KLINK; MACHADO, 2005).
O termo cerrado é comumente utilizado para designar o conjunto de ecossistemas
(savanas, matas de galeria, matas e campos) que ocorrem no Brasil Central. É a formação que
ocupa a totalidade do Distrito Federal e mais da metade dos estados de Goiás (97%), Maranhão
(65%), Mato Grosso do Sul (61%), Minas Gerais (57%) e Tocantins (91%), além de porções de
outros seis estados (IBGE, 2004). Existem manchas periféricas ou ecótonos - áreas de transições
entre dois hábitats distintos - com os biomas Amazônia, Floresta Atlântica e Caatinga.
O Cerrado é uma das regiões de maior biodiversidade do mundo, e estima-se que possua
mais de 6 mil espécies de árvores e 800 espécies de aves. Acredita-se que mais de 40% das
espécies de plantas lenhosas e 50% das abelhas sejam endêmicas. Ao lado da Mata Atlântica, é
considerado um dos hotspots mundiais, ou seja, um dos biomas mais ricos e ameaçados do
mundo (MMA, 2002).
Assim como ocorre nos outros biomas do Brasil, a posição e extensão do Cerrado são
determinadas pelo clima, que é do tipo tropical, com precipitação variando de 750 a 2000 mm
por ano, em média, embora na maior parte do estado ocorram chuvas entre 1100 e 1600 mm
por ano. Ocorrem duas estações climáticas por ano, a estação seca, que dura
aproximadamentecinco meses (de maio a outubro) e a estação chuvosa, no restante do ano (de
outubro a maio) (EITEN, 1994).
Para ocupação de áreas naturais florestadas é necessário a Regularização Florestal da
Propriedade Rural (RFPR), que é o procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental
competente aprova a exploração de recursos florestais (TOCANTINS, 2011). No estado do
Tocantins, a autorização para exploração florestal (AEF) é concedida pelo NATURATINS –
órgão ambiental estadual. A AEF autoriza o corte raso de vegetação, supressão de vegetação
12

nativa em áreas de preservação permanente, corte seletivo de árvores sem fins lucrativos,
aproveitamento de material lenhoso e coleta de produtos florestais não-madeireiros
(NATURATINS, 2014).
O requerimento para AEF deve conter um projeto de desmatamento com informações
sobre a tipologia florestal, áreas de uso restrito, áreas de uso alternativo do solo, áreas de
vegetação nativa remanescente, além das informações dos inventários florestal e florístico
com: tipos de amostragem; erro amostral; volumetria de madeira e lenha; densidade das
espécies; e, identificação de espécies protegidas.

1.1 Objetivos

1.1.1 Objetivo Geral

Avaliar a área onde será realizada a supressão vegetal numa propriedade rural sob
domínio do cerrado, em Almas-Tocantins, para que o proprietário obtenha a autorização de
exploração florestal do órgão ambiental competente.

1.1.2 Objetivos Específicos

1. Fazer o levantamento das áreas de preservação permanente, reserva legal, nascentes e


supressão da fazenda, por meio de também geoprocessamento;
2. Realizar o inventário florestal da área da fazenda;
3. Realizar análise estatística dos dados do inventário florestal conforme parâmetros
exigidos pelo órgão ambiental.
13

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Cerrado

O bioma Cerrado pode ser dividido em diferentes fitofisionomias, como: cerrado sentido
restrito; cerradão; mata ciliar; mata de galeria; parque de cerrado; e vereda. O Cerradão é a
formação florestal com aspectos xeromórficos, ou seja, plantas com características típicas
daquelas adaptadas aos ambientes secos. No Cerradão, podem ocorrer tantas espécies do
Cerrado Sentido Restrito quanto de mata. A Mata Ciliar é composta pela vegetação florestal
que acompanha os rios de médio e grande porte da região do Cerrado (AQUINO e AGUIAR,
2007.
Nas Matas de Galeria, a vegetação acompanha os rios de pequeno porte, formando
corredores de fechados, diferindo da mata ciliar, sua fisionomia é perenifólia, não apresentando
caducifólia durante a estação seca. O Parque de Cerrado é uma formação típica de Cerrado
caracterizada pela presença de árvores agrupadas em pequenas elevações do terreno, algumas
vezes imperceptíveis, conhecidas como “murundus” ou “mochões”. A Vereda é a vegetação
que ocorre sobre solos úmidos, caracterizando-se pela presença da palmeira Mauriti flexuosa
L.F., o buriti. O Cerrado sentido restrito é a formação savânica, com presença de árvores baixas,
inclinadas, tortuosas, com ramificações irregulares e retorcidas, com alturas inferiores a 15m
(RATTER et al., 2003) e com evidências de queimadas. Ocorrem arbustos espalhados e estrato
herbáceo exuberante, principalmente na época chuvosa (AQUINO e AGUIAR, 2007).
De acordo com RIBEIRO e WALTER (1998) o Cerrado sentido restrito possui quatro
subdivisões:
• Denso: é um subtipo de vegetação predominantemente arbóreo, com cobertura de
50% a 70% e altura média de cinco a oito metros. As camadas de ervas e arbustos são menos
adensadas, provavelmente devido ao sombreamento resultante da maior cobertura das árvores
• Típico: é um subtipo de vegetação predominantemente arbóreo-arbustivo, com
cobertura arbórea de 20% a 50% e altura média de três a seis metros. Trata-se de uma forma
comum e intermediária entre o cerrado denso e o cerrado ralo.
• Ralo: é um subtipo de vegetação constituída de árvores e arbustos, com
cobertura arbórea de 5% a 20% e altura média de dois a três metros. Representa a forma mais
baixa e menos densa de cerrado sentido restrito.
• Rupestre: é um subtipo de vegetação arbóreo-arbustivo que ocorre em
ambientes rochosos. Possui cobertura arbórea variável de 5% a 20%, com altura média de
14

dois a quatro metros, e camada arbustivo-herbácea destacada. Pode ocorrer em trechos


contínuos, mas geralmente aparece em mosaicos.
Apesar de sua importância biológica, o Cerrado é o bioma que possui a menor
porcentagem de áreas sobre proteção — apenas 8,21% de seu território é legalmente protegido
por unidades de conservação, desse total, 2,85% são unidades de conservação de proteção
integral e 5,36% de unidades de conservação de uso sustentável. Outros 0,07% correspondem
à Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) (Agência Senado 2022).

Figura 1 - Tipos de cerrados

Fonte: RIBEIRO e WALTER (1998).

2.2 Legislação

A Licença Ambiental é o ato administrativo pelo qual o órgão competente estabelece as


condições, restrições e medidas de controle ambiental que deverão ser obedecidas pelo
empreendedor, pessoa física ou jurídica, para localizar, instalar, ampliar e operar
empreendimentos ou atividades utilizadoras dos recursos naturais, consideradas efetiva ou
potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação
ambiental (Resolução CONAMA n° 237).
15

Os procedimentos de Licenciamento Ambiental estão previstos em leis, decretos,


resoluções federais ou portarias estaduais. É através de procedimentos técnicos e
administrativos que o NATURATINS (Instituto Natureza do Tocantins) realiza ações de
licenciamento ambiental dos empreendimentos cujas atividades constituem-se na utilização dos
recursos naturais e que, via de regra, apresentam um potencial poluidor e/ou degradador do
meio ambiente (NATURATINS, 2008).
Estas ações tornam-se essenciais para se assegurar o desenvolvimento sustentável dos
recursos naturais. No Estado do Tocantins as principais atividades impactantes licenciadas pelo
órgão são ligadas às agroindústrias e obras civis diversas, tais como: Projetos Agrícolas,
Pisciculturas, Frigoríficos, Laticínios, Rodovias, Usinas Hidrelétricas, etc. (NATURATINS,
2012).
Considerando a necessidade de integrar as agendas de procedimentos e sistematizar o
processo de regularização ambiental das atividades modificadoras do meio ambiente ou
poluidoras e que exploram os recursos naturais, foi instituído, no âmbito do NATURATINS, o
Sistema Integrado de Gestão Ambiental (SIGAM) criado com o objetivo de estabelecer
controle de processos e documentos relacionados à Secretaria de Infraestrutura e Meio
Ambiente (SIMA) e órgãos vinculados, tendo mecanismos de gestão voltados para o controle
do uso dos recursos naturais, em conformidade com as políticas públicas de meio ambiente. O
SIGAM tem por objetivo estabelecer e integrar procedimentos e rotinas de controle para, na
forma da legislação, disciplinar e instruir o recebimento de requerimentos, as análises
pertinentes e a emissão de atos administrativos voltados para o licenciamento ambiental, a
outorga do direito de uso de recursos hídricos, a regularização da propriedade rural e a
certificação de regularidade ambiental.
A Autorização de Exploração Florestal (AEF) autoriza: o corte raso de vegetação;
supressão de vegetação nativa em áreas de preservação permanente; corte seletivo de árvores
sem fins lucrativos; aproveitamento de material lenhoso; coleta de produtos florestais não-
madeireiros. De acordo com o artigo 4°, inciso I, da Resolução COEMA/TO n° 07
(TOCANTINS, 2005), na avaliação de requerimentos protocolados, em quaisquer de suas
modalidades, o NATURATINS utilizará critérios diferenciados para o sistema de controle
ambiental, em função das características, do porte, da localização, do potencial poluidor e/ou
degradador dos empreendimentos, obras ou atividades. Trata-se na seção II “dos Instrumentos
de Avaliação Ambiental” a instrução sobre os requerimentos, com Estudos Ambientais,
definidos para cada caso. Nesse requerimento deve conter um “Projeto de Desmatamento” com
informações sobre a tipologia florestal, áreas de uso restrito, áreas de uso alternativo do solo,
16

áreas de vegetação nativa remanescente, além das informações dos inventários florestal e
florístico, contendo: tipo de amostragem; erro amostral; volumetria de madeira e lenha;
densidade das espécies; identificação de espécies protegidas. Os estudos ambientais devem ser
elaborados com base no termo de referência fornecido pelo NATURATINS.

2.3 Geoprocessamento

O geoprocessamento pode ser definido como um conjunto de procedimentos


computacionais que, operando sobre bases de dados georreferenciados existentes e originados
do sensoriamento remoto, da cartografia digital ou de qualquer outra fonte, executa
classificações e outras transformações dirigidas à elucidação da organização do espaço
geográfico (ROMERO, CRISTHY WS et al. 2016). Sensoriamento remoto é a tecnologia que
permite obter imagens e outros tipos de dados da superfície terrestre (PENA, Rodolfo F.
Alves.2022).
As imagens de sensores remotos são cada vez mais utilizadas para elaboração de
diferentes tipos de mapas temáticos, após passarem por um processo de interpretação. Técnicas
modernas de obtenção de imagens, associadas aos novos sistemas de informações geográficas
(SIG), facilitam a obtenção de uma grande quantidade de dados, muitas vezes impossíveis de
serem obtidos sem a utilização das mesmas (BLASCHKE, Thomas; KUX, Hermann.2005).
A interpretação de uma imagem é baseada em elementos básicos, a partir dos quais se
extraem informações de objetos, áreas ou fenômenos considerando a cor/tonalidade, textura,
tamanho, forma, sombra, altura padrão e localização. O trabalho de campo é praticamente
indispensável ao estudo e mapeamento do meio ambiente por meio de imagens de sensores
remotos. Por meio dele, o resultado da interpretação torna-se mais confiável (BLASCHKE,
Thomas; KUX, Hermann.2005).
Os SIG’s têm sido muito utilizados no mapeamento do uso da terra (PINTO, Sergio dos
Anjos Ferreira.1991), permitindo um melhor planejamento para a ocupação do solo. De uma
forma mais ampla, esses sistemas consistem num ambiente de armazenamento, tratamento e
análise de dados, aplicação de modelos e processamento de séries temporais, onde é possível
visualizar cenários passados, atuais e simular cenários futuros (RODRIGUES, Marcus Antonio
Souza 2011).
17

3 METODOLOGIA

3.1 Caracterização da área de estudo

O estudo foi conduzido na propriedade rural Fazenda Olho d´agua de Pedra, esta
propriedade se localiza no município de Almas, no estado do Tocantins, a propriedade tem área
total vetorizada de 200,31 ha, se localiza em uma região sob cerrado, com uma cota de 397 m
acima do nível do mar. A área a ser inventariada na propriedade correspondeu a cerca de 128,71
ha.
Figura 2 - Localização Fazenda Olho d´agua de Pedra

Fonte: Autor (2022).

3.2 Mapeamento da área

Foram utilizadas imagens do Sentinel-2, orbita do dia 9 de outubro de 2021, e


georreferenciadas na projeção SIRGAS-2000/ UTM zona 23 S. Foi efeituado a composição
RGB 4-3-2.
O mapeamento do uso do solo foi gerado através pontos obtidos com GPS GARMIN
78s no campo, onde foram registrados os limites dessas áreas. Para cursos d’água e estradas
utilizou-se a vetorização. Os dados foram processados no Qgiss 3.26.3. Os distintos usos do
18

solo e seus códigos são descritos na Tabela 1.


Tabela 1 - Códigos de uso do solo
Uso do solo Código
Área de Preservação Permanente APP
Área Requerida para Desbaste ARD
Nascentes Na
Área de Reserva Legal ARL
Fonte: Autor (2022).

Figura 3 - Uso do solo

Fonte: Autor (2022).

A área de preservação permanente foi marcada de acordo com o previsto no Código


Florestal e Resoluções CONAMA, e compreenderam as margens de rios. A área de reserva
legal (ARL) também foi delimitada de acordo com o Código Florestal brasileiro e sua Lei
Florestal 12.651, de 2012 (35% da propriedade). A área requerida para corte raso corresponde
à área a ser inventariada, onde irá ocorrer a supressão vegetal.
Quanto à fitofisionomias do cerrado, a vegetação foi classificada em 2 tipos, sendo
Cerrado Sentido Restrito Denso e Cerrado Sentido Restrito Ralo. Os diferentes tipos de cerrado
foram definidos de acordo com a altura média e cobertura arbórea segundo RIBEIRO e
WALTER (1998).
19

3.3 Inventário florestal e fitossociologia

3.3.1 Inventário Florestal

As solicitações para AEF somente serão concedidas mediante o Licenciamento


Florestal da Propriedade Rural (LFPR), ressalvados os casos de supressão de APP em
processos de licenciamento ambiental e serão emitidas para atender as seguintes demandas:
 Desmatamento ou corte seletivo;
 Supressão de Áreas Nativas;
 Aproveitamento de material lenhoso.
 O inventário florestal, segundo o NATURATINS, deverá ser realizado conforme o
Roteiro Técnico para elaboração de Projeto para Exploração Florestal. Para áreas acima de 20
ha, deve apresentar para fins de análise técnica:
 Mapa vetorial da área do projeto, constatando as unidades amostrais e a tabela com as
respectivas coordenadas geográficas, bem como o arquivo digital no formato shapefile;
 A abordagem dos indivíduos com DAP acima de 7,0 cm de diâmetro (CAP > 22cm)
ou menor dependendo da destinação que será dada ao material lenhoso marcando cada
indivíduo inventariado com um corte no caule;
 Para cada indivíduo acima do diâmetro mínimo medir obrigatoriamente o CAP ou
DAP, altura comercial (até a primeira bifurcação significativa), altura total e a qualidade do
fuste;
 Classificar o fuste quanto à qualidade:
 Fuste 1 - retilíneo (estaca, lapidado ou serraria);
 Fuste 2 - levemente tortuoso (lenha ou estaca);
 Fuste 3 - tortuoso ou danificado (lenha).
 O indivíduo com bifurcação abaixo de 1,30m deve ser medido cada bifurcação
 Fator de forma utilizado deve ser no máximo 0,65;
 Grade de sorteio com as coordenadas UTM das unidades amostrais (do meio da
unidade de amostra), em meio digital e analógico;
 A unidade amostral deve ter obrigatoriamente a dimensão mínima de 10x50m. Em
campo fazer a delimitação física da unidade amostral com picada central visível no sentido do
maior comprimento. O início e o fim da picada deverão ser demarcados em campo com
estacas ou, quando coincidir com uma árvore, a mesma deve ser cortada no caule com facão
20

ou marcada com tinta;


 Realizar o inventário piloto com intensidade amostral de no mínimo 2,0% da área
requerida para desmatamento (ARD). A intensidade amostral do inventário definitivo será
calculada em função da variância obtida no inventário piloto, caso necessário completar as
parcelas em campo;
 Erro amostral de 20% para volume até 50m³/ha e de 10% para volume acima de
50m³/ha com intervalo de confiança de 95% de nível probabilidade;
 Quantificação das espécies para lapidados com DAP acima de 25cm, altura comercial
e com qualidade de fuste 1 ou 2 (descrever o índice da qualidade do fuste);
 Quantificação das espécies aptas para serraria com DAP acima de 40cm, altura
comercial e com qualidade de fuste 1 ou 2 (descrever o índice da qualidade do fuste);
 Rendimento lenhoso por espécie para área requerida;
 Parâmetros fitossociológicos - apresentar por espécie o número de indivíduos, a área
basal, quantidade de unidade amostral que o indivíduo ocorreu, densidade relativa e absoluta,
dominância relativa e absoluta, frequência relativa e absoluta e abundância relativa e absoluta;
 O resumo do volume por unidade amostral com respectivas coordenadas UTM;
 O responsável técnico deve apresentar todos os dados do inventário em meio digital
em planilha (Excel ou Open Office) e a planilha de campo. De acordo com o artigo 16o do
Código Florestal Brasileiro (Lei nº 12.651, de 2012) a reserva legal deverá ser de 35%, na
propriedade rural sob domínio cerrado localizado na Amazônia Legal, sendo no mínimo 20%
na propriedade.
A área amostrada foi de 2,6 ha, que correspondeu a 26 unidades amostrais com
10x100 m (0,1 ha) distribuídas de forma sistemática e localizadas através de GPS modelo
Garmin Etrexv 78s. Essa área atendeu ao determinado pelo NATURANTINS, pois
correspondeu a 2% da área requerida para desbaste (123,98 ha).
O início de cada parcela teve uma árvore descascada e marcada com a numeração da
referente parcela, foi utilizada uma trena de 50 m para medir em campo o comprimento da
parcela, todas as árvores dentro da parcela foram marcadas com um facão, e mensuradas a
Circunferência a Altura do Peito (CAP) a 1,30 m, utilizando-se uma fita métrica, somente as
árvore com CAP igual ou acima de 20 cm , foi mensurada a altura comercial e altura total
utilizando um hipsômetro de mão modelo (EC II CLINÔMETRO HAGLOF), sendo a altura
comercial a altura correspondente até o ponto que possa ser utilizada de forma comercial.
Na Figura 4 mostra a sequência de mensuração árvores foram identificadas quanto à
21

família, gênero e espécie, O fuste foi classificado quanto à qualidade: retilíneo (serraria),
levemente tortuoso (estaca), tortuoso ou danificado (lenha). O volume estimado de madeira
foi calculado através do produto da área basal (AB), altura e fator de forma (0,65), conforme
determinado pelo Roteiro Técnico para Elaboração de Projeto de Exploração Florestal
(NATURATINS).
Utilizando-se do software EXCEL, foi calculado o erro amostral de acordo com o
número de volume de madeira obtido. O NATURANTINS determina que o erro amostral seja
de 20% para volume até 50m³/ha e de 10% para volume acima de 50m³/ha, com intervalo de
confiança de 95% de nível probabilidade.

Figura 4 - Procedimentos de inventário florestal: (A) Localização da parcela, (B) Lavrando a


árvore, (C) Enumerando as Árvores da parcela, (D) Delimitação da parcela, (E) Medição do
CAP, (F) Anotações

D E F

A B C
Fonte: Autor (2022).
22

3.3.2 Fitossociológia

Foi gerada uma curva do coletor, com o número de espécies acumulativo em função
do número de amostras (parcelas), para verificar a eficiência na intensidade amostral. Para
cada espécie foram calculados os seguintes parâmetros fitossociológicos (Tabela 2):
frequência relativa (FR), frequência absoluta (FA), dominância relativa (DoR), dominância
absoluta (DoA), densidade relativa (DR), densidade absoluta (DA), índice de valor de
importância (IVI). Todos estes índices foram calculados utilizando-se as equações a seguir:

Tabela 2 - Equações
Diâmetro a Altura do Peito (DAP) CAP
𝐷𝐴𝑃 =
π
Área Basal (AB) DAP 2
AB = π ( )
4
Frequência Absoluta (FA) ρ
FA =
p
Frequência Relativa (FR) FA
FR = ∑n
I=1 FA
n
Densidade Absoluta (DA) DA = S

Densidade Relativa (DR) DA


DR =
∑nI=1 DA
Dominância Absoluta (DoA) AB
DoA =
S
Dominância relativa (DoR) DoA
DoR = n
∑I=1 DoA
Índice valor de importância (IVI) IVI = FR + DR + DoR
Nota: p = número de parcelas em que a espécie ocorre; P = número total de parcelas; n = número de indivíduos
de uma espécie; S = área amostrada.
23

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Áreas mapeadas

A área foi demarcada segundo a legislação, que impõe a determinação das Áreas de
Preservação Permanente (APP), Área de Reserva Legal (ARL), e Área Requerida para
Desbaste (ARD). Junto a áreas de APP foram identificadas 4 nascentes (Na), que foram
demarcadas segundo a Lei, de 2012, onde define o Raio de 50 m de APP em torno da
nascente. A área de APP em torno dos córregos também foi demarcada de acordo com a
legislação, sendo 30 metros de APP para cursos d´agua de até 10 m.

Figura 5 - Áreas de APP e áreas de nascentes

Fonte: Autor (2022).

A área para supressão foi devidamente demarcada para posteriormente ser


inventariada, observa-se que demostrado na Figura 6.
24

Figura 6 - Área de supressão

Fonte: Autor (2022).

Tabela 3 - Descrição da área


Área escriturada: 200,31 ha Área Vetorizada: 200,31 ha
Área de reserva legal: 70,1 ha Área de Preservação Permanente: 1,503
ha
Área de supressão: 128,71 Área Remanescente:0,0
Fonte: Autor (2022).

Figura 7 - Distribuição das Unidades Amostrais

Fonte: Autor (2022).


25

Na figura 6 acima, mostra a disposição das unidades amostrais na área que será
suprimida, onde pela resolução deve informar a entradas e saídas das unidades amostrais,
sendo assim os pontos acima estão em pares, onde a cada dois pontos a uma distância de 100
metros é igual a uma unidade amostral, e a distância entre as unidades amostrais está em 100
metros também.

4.2 Inventário florestal e fitofisionomia

Foram encontrados 499 indivíduos, distribuídos em 40 espécies, e pertencentes a 19


famílias, sendo que 15 espécies são imunes ao corte determinado pela legislação do Tocantins,
as espécies são: Angico (Pitadenia ssp) Aroeira (Miracrodum urundeuva) Buriti (Mauritia
flexuosa) Cagaita (Eugenia dysenterica) Caju (Anacardium occidentale) Caraíba(Tabebuia
caraiba) Curriola (Pouteria ramiflora) Gonçalo Alves (Astronium fraxinifolium) Ipê amarelo
(Tabebuia crysotrcha) Jatobá do campo (Hymenaea stignocarpa) Jenipapo (Genipa americana)
Mangaba (Hancornia speciosa) Murici (Byrsonima sericea) Copaíba (Copaifera langsdorfi)
Pequi (Caryocar brasiliensis) Tingui (Ateleia glazioveana) e uma espécie não foi possível
identificar. Na Tabela 4 abaixo, foi separada por família e quantidade encontrada de espécies.

Tabela 4 - Espécies encontrada no inventário florestal


Nome Vulgar Nome Científico Família Nº
ANGELIM Andira anthelmia LEGUMINOSAE 10
ANGICO Pitadenia ssp LEGUMINOSAE 1
ANGÊLICA Guettarda viburnoides RIBIACEAE 1
ARAÇA Psidium incanescens MYRTACEAE 24
AROEIRA Miracrodum ANACARDIACEA 7
urundeuva E
AÇOITA CAVALO Luehea paniculata TILIACEAE 11
Mart
Salvertia
BANANEIRA-DO-CAMPO convallariaeodora GLUSIACEAE 1
BURITI Mauritia flexuosa ARECACEAE 1
BURURE Brosimum gaudichaud LAURACEAE 1
CAGAITA Eugenia dysenterica MYRTACEAE 10
CAJÚ Anacardium ANACARDIACEA 17
occidentale E
CAPITÃO DO CAMPO Terminalia argentea BIGNONIACEAE 23
CARAIBA Tabebuia aurea LEGUMINOSAE 21
CASCO D'ANTA Drimys brasiliensis WINTERACEAE 3
CORAÇÃO DE NEGO Poecilanthe parviflora LEGUMINOSAE 4
CURRIOLA CURIOLA Pouteria ramiflora SAPOTACEAE 1
GOIABINHA Myrciaria sp MYRTACEAE 2
GONÇALO OU GONÇALO Astronium ANACARDIACEA 2
ALVES fraxinifolium E
26

Continuação ....
Pseudobombax
IMBURUSSU ou UMBURUSSU grandiflorum BOMBACACEAE 12
IPE AMARELO DO CERRADO Tabebuia crysotrcha BIGNONIACEAE 1
JACARANDÁ DO CERRADO Machaerium opacum LEGUMINOSAE 1
JATOBÁ DO CERRADO Hymenaea stignocarpa LEGUMINOSAE 3
JENIPAPO Genipa americana RUBIACEAE 2
LIXEIRA OU SAMBAIBA Curatella americana DILLENIACEAE 164
MANGABA Hancornia speciosa APOCYNACEAE 3
MURICI Byrsonima sericea MALPIGHIACEAE 43
MUTAMBA Guazuma ulmifolia RHMNACEAE 14
Lam
NÃO INDENTIFICADO NI NI 18
OLHO DE BOI Diospyros obovata EBENACEAE 3
PARATUDO Hortia arborea RUTACEAE 13
PAU D' ÓLEO OU COPAÍBA Copaifera langsdorfi CAESALPINIACE 1
AE
PAU PEREIRA Platycyamus regnelli LEGUMINOSAE 1
PAU TERRA Qualeae grandiflora VOCHYSIACEAE 6
PEQUI OU PEQUIZEIRO Caryocar brasiliensis CARYOCARACEA 38
E
SAMBAIBINHA OU Davila elliptica DILLENIACEAE 4
LIXEIRINHA
SUCUPIRA BRANCA Pterodon emarginatus FABACEAE 2
SUCUPIRA PRETA Bowdichia virgilioides LEGUMINOSAE 8
Enterolobium
TAMBORIL contortosiliquum LEGUMINOSAE 2
TIMBÓ Ateleia glazioveana LEGUMINOSAE 6
Plathymenia reticulata
VINHÁTICO Benth. LEGUMINOSAE 14
40 espécies em 499 indivíduos amostrados
Fonte: Autor (2022).

Segui abaixo a Tabela 5 onde se encontra todas as espécies imunes ao corte divididas
em suas respectivas classes diâmentricas, área basal e volume divido por espécie e a somatória
do volume estimado. O volume total somando para as espécies imunes ao corte foi de 803,19
m3, é um volume considerável de madeira levando em consideração que o volume estimado
para a área total é de 2.057,46 m3 , representando assim um valor de 39,04% do volume total
sendo de espécies imunes ao corte.
27

Tabela 5 - Volume por espécie e classe diâmetrica


Classe A.Basal Volume
DAP D M Freq. Alt. (m2) (m3)
Espécie (Nome Vulgar) (cm) 2
(m ) (m)
ANGICO 7-13 5,4 95,77 3,0 0,2202 0,4295
95,77 0,2202 0,4295
7-13 11,2 383,08 4,0 3,8662 10,0520
AROEIRA
14-20 17,4 287,31 5,0 6,9870 23,6588
670,38 10,8531 33,7108
BURITI 14-20 20,7 95,77 5,0 3,2199 10,4646
95,77 3,2199 10,4646
7-13 9,3 383,08 3,0 2,6559 5,1791
CAGAITA
14-20 17,9 574,61 4,2 14,7315 41,3464
957,69 17,3874 46,5254
7-13 11,2 478,84 3,4 4,8500 10,9803
CAJÚ 14-20 16,7 766,15 4,1 16,9492 45,6967
21-27 23,0 383,08 5,0 16,0796 52,2588
1.628,07 37,8789 108,9358
7-13 9,9 478,84 3,6 3,8303 9,0231
CARAIBA 14-20 17,0 1.149,23 4,6 26,4283 79,7968
21-27 25,4 383,08 6,0 19,4908 77,6613
2.011,15 49,7494 166,4812
CURRIOLA CURIOLA 7-13 10,2 95,77 3,0 0,7804 1,5218
95,77 0,7804 1,5218
14-20 17,8 95,77 10,0 2,3900 15,5347
GONÇALO ALVES
21-27 21,0 95,77 7,0 3,3197 15,1048
191,54 5,7097 30,6395
IPE AMARELO
7-13 7,0 95,77 5,0 0,3689 1,1988
DO CERRADO
95,77 0,3689 1,1988
14-20 18,9 191,54 6,0 5,4148 20,7049
JATOBÁ DO CERRADO
28-34 28,3 95,77 7,0 6,0366 27,4667
287,31 11,4514 48,1715
JENIPAPO 7-13 7,5 191,54 3,0 0,8513 1,6600
191,54 0,8513 1,6600
7-13 8,6 191,54 3,0 1,1355 2,2143
MANGABA
14-20 17,5 95,77 4,0 2,3054 5,9940
287,31 3,4409 8,2082
7-13 9,7 3.639,22 3,1 28,0797 57,2383
MURICI
14-20 17,0 478,84 4,6 10,9613 33,7063
4.118,06 39,0411 90,9446
COPAÍBA 21-27 24,5 95,77 6,0 4,5185 17,6222
95,77 4,5185 17,6222
7-13 10,2 1.628,07 3,2 13,6447 29,2282
PEQUI OU 14-20 17,0 1.628,07 4,7 37,0931 113,5393
PEQUIZEIRO 21-27 23,1 287,31 5,0 12,1342 39,4362
28-34 30,2 95,77 5,0 6,8780 22,3535
3.639,22 69,7501 204,5572
28

Continuação...
7-13 12,1 95,77 3,0 1,1005 2,1459
TIMBÓ
14-20 17,1 478,84 4,0 11,1816 29,9732
574,61 12,2821 32,1192
TOTAL DA ESTIMATIVA 15.035,71 267,5032 803,1903
Fonte: Autor (2022).

A fitofisionomia das espécies foi calculada e categorizada pela sua frequência e valor
de importância, buscando entender e concluir a importância de cada espécie que foi encontrada
no inventário florestal sendo a Sambaíba e obteve maior frequência absoluta, estando presente
em 92,3% das parcelas, por consequente obteve maior indicie de valor de importância
(32,12%). As próximas 5 espécies consequentes que obteve maior porcentagem de frequência
absoluta foram o Pequi (69,2%), Murici (53,8%), Capitão do campo (53,8%), Caraíba (50%),
e Araçá (50%).
Já as espécies com menor frequência e menor valor de importância foram o Angico,
Ipê amarelo do cerrado, e Pau pereira tendo ambos tendo 3% de frequência nas parcelas, o
menor valor de índice de importância (0,12%). Segue abaixo Tabela 6.

Tabela 6 - Fitossociológia
DENSI. DOMI. FREQ. FREQ
Espécies (Nome
RELATI RELATI ABS . V.I. I.V.C.
Vulgar)
(%) RELA I.V.I I.V.C
VA VA % %
LIXEIRA OU
32,866 31,392 92,308 11,163 75,420 2,901 64,258 32,129
SAMBAIBA
PEQUI OU
7,615 9,479 69,231 8,372 25,466 0,979 17,094 8,547
PEQUIZEIRO
MURICI 8,617 5,306 53,846 6,512 20,434 0,786 13,923 6,961
CARAIBA 4,208 6,761 50,000 6,047 17,016 0,654 10,969 5,485
CAPITÃO DO
4,609 5,474 53,846 6,512 16,595 0,638 10,083 5,042
CAMPO
ARAÇA 4,810 3,919 50,000 6,047 14,776 0,568 8,729 4,365
CAJÚ 3,407 5,148 38,462 4,651 13,206 0,508 8,554 4,277
NÃO
3,607 3,929 30,769 3,721 11,257 0,433 7,537 3,768
INDENTIFICADO
MUTAMBA 2,806 3,463 26,923 3,256 9,524 0,366 6,268 3,134
IMBIRUÇU 2,204 2,763 30,769 3,721 8,688 0,334 4,967 2,484
CAGAITA 2,004 2,363 34,615 4,186 8,553 0,329 4,367 2,183
PARATUDO 2,605 1,527 30,769 3,721 7,853 0,302 4,132 2,066
AÇOITA CAVALO 2,204 1,959 26,923 3,256 7,420 0,285 4,164 2,082
ANGELIM 2,004 1,325 23,077 2,791 6,120 0,235 3,329 1,665
SUCUPIRA PRETA 1,603 1,365 23,077 2,791 5,759 0,222 2,969 1,484
VINHÁTICO 2,806 1,117 11,538 1,395 5,318 0,205 3,923 1,961
AROEIRA 1,403 1,475 19,231 2,326 5,203 0,200 2,878 1,439
29

Continuação...
TIMBÓ 1,202 1,669 19,231 2,326 5,197 0,200 2,871 1,436
PAU TERRA 1,202 1,365 19,231 2,326 4,893 0,188 2,567 1,284
JATOBÁ DO
0,601 1,556 7,692 0,930 3,088 0,119 2,157 1,079
CERRADO
SAMBAIBINHA
OU
0,802 0,557 11,538 1,395 2,754 0,106 1,359 0,679
LIXEIRINHA
CORAÇÃO DE
0,802 0,487 11,538 1,395 2,684 0,103 1,289 0,645
NEGO
MANGABA 0,601 0,468 11,538 1,395 2,464 0,095 1,069 0,534
OLHO DE BOI 0,601 0,271 7,692 0,930 1,802 0,069 0,872 0,436
CASCO D'ANTA 0,601 0,250 7,692 0,930 1,781 0,069 0,851 0,426
GONÇALO ALVES 0,401 0,776 3,846 0,465 1,642 0,063 1,177 0,588
ANGÊLICA 0,200 0,974 3,846 0,465 1,640 0,063 1,175 0,587
SUCUPIRA
0,401 0,175 7,692 0,930 1,506 0,058 0,575 0,288
BRANCA
PAU D' ÓLEO OU
COPAÍBA 0,200 0,614 3,846 0,465 1,280 0,049 0,814 0,407
GOIABINHA 0,401 0,393 3,846 0,465 1,259 0,048 0,794 0,397
BURITI 0,200 0,438 3,846 0,465 1,103 0,042 0,638 0,319
JENIPAPO 0,401 0,116 3,846 0,465 0,982 0,038 0,516 0,258
TAMBORIL 0,401 0,083 3,846 0,465 0,949 0,036 0,484 0,242
BANANEIRA-DO-
CAMPO 0,200 0,269 3,846 0,465 0,935 0,036 0,470 0,235
JACARANDÁ DO
CERRADO 0,200 0,269 3,846 0,465 0,935 0,036 0,470 0,235
IMBURUÇU 0,200 0,183 3,846 0,465 0,848 0,033 0,383 0,192
CURRIOLA
0,200 0,106 3,846 0,465 0,772 0,030 0,306 0,153
CURIOLA
BURURE 0,200 0,081 3,846 0,465 0,747 0,029 0,282 0,141
PAU PEREIRA 0,200 0,055 3,846 0,465 0,720 0,028 0,255 0,128
IPÊ AMARELO DO
CERRADO 0,200 0,050 3,846 0,465 0,716 0,028 0,251 0,125
ANGICO 0,200 0,030 3,846 0,465 0,695 0,027 0,230 0,115
Total Geral 100 826,923 100 300 200 100
Fonte: Autor (2022).

A curva do coletor (Figura 8) identificou que a intensidade amostral foi satisfatória,


estabilizando-se com as 26 parcelas, provando que a metodologia proposta pelo
NATURANTINS tem eficiência. Assim podemos entender de forma mais prática o surgimento
de cada espécie dentro do inventário e o avaliamos se a intensidade amostral conseguiu abranger
a quantidade de espécies presente na área.
30

Figura 8 - Número de espécies cumulativa na área


45

40

35
Nº acumulativo de especies

30

25

20

15

10

0
0 5000 10000 15000 20000 25000 30000
Área inventariada m²
Nota: Curva do coletor, mostrando a quantidade de espécies obtidas de acordo com tamanho da área de
amostragem.

Após a conclusão da parte de fitofisionomia e separação de espécies que por lei são
imunes ao corte, foi calculado os volumes de madeira usando o Software EXCEL, para cálculo
de volume da área total, e a somatória de volume por espécie e por parcela.

Tabela 7 - Relação de volume por parcela


Parcela Indivíduos Volume(m³) Área Basal(m²)
1 19 0,6676 0,2562
2 18 1,4161 0,4649
3 25 1,0268 0,3866
4 39 1,0670 0,4264
5 17 0,4677 0,1905
6 22 0,9332 0,3875
7 13 1,1931 0,4118
8 13 0,6729 0,2612
9 15 0,8263 0,2970
10 15 0,5436 0,2279
11 18 0,5862 0,2159
12 11 0,6497 0,2297
13 15 1,3023 0,3143
14 23 0,7556 0,2649
15 16 0,8711 0,3161
16 5 0,0871 0,0335
17 24 0,6004 0,2608
18 24 0,8391 0,2979
19 27 1,0334 0,3962
20 6 0,2440 0,0858
31

Continuação ...
21 17 1,1274 0,3500
22 19 1,1573 0,4335
23 33 0,4848 0,2289
24 23 0,6432 0,2489
25 29 1,5626 0,4709
26 13 0,7249 0,2262
TOTAL 499 21,4837 7,6837
Fonte: Autor (2022).

Com os dados de volume por espécie, e área basal, como determina o protocolo do
NATURALTINS, deve-se também apresentar tipo de amostragem e o erro amostral. O tipo de
amostragem como já definido anteriormente foi sistemática, onde a localização das parcelas
seguiu um sistema de pré-definido (Tabela 8).

Tabela 8 - Analise estatística


Média x = 0,8263 m³/0,05 há a
16,5259 m³/há
Desvio padrão sx = 0,3495 m³/0,05 há
6,9903 m³/há
Variância 0,1222 m³/0,05 há
48,8640 m³/há
Variância da média 0,0047 m³/0,05 há
0,0940 m³/há
Erro padrão 0,0685 m³/0,05 há
1,3709 m³/há
Coeficiente de variação cv = 42,2989 %

Variância da média relativa 68,10%

Erro de amostragem
17,09%
probabilístico
Intervalo de confiança para a
IC 0,6851 m³/0,05ha < x < 0,9675
média
IC 13,7018 m³/há < x <
19,3500
Total da população 2.057,4659 m³

Intervalo de confiança para o IC [ 1.705,8710 m³ < x < 2.409,0609


total
Estimativa mínima de confiança emc = 0,6560 m³ /0,05ha
13,1192 m³/há
Intensidade amostral n =20
Fonte: Autor (2022).
32

Erro de amostragem, o valor foi de 17,088% o que é menor que 20%, sendo assim como
norma do NATURALTINS, o inventario terro seu erro de amostragem valido, provando por
estimativas estatísticas que os valores de volume estimado para a área toda no ponto, estão
dentro do intervalo de confiança. O coeficiente de variação (cv) está em 42,2989 % o que indica
que os valores dos diâmetros estão variando em uma alta taxa em torno do valor da média, o
que é algo que pode ser considerado normal, se tratando de uma área de floresta nativa, onde
as idades das árvores, o tamanho e o diâmetro dos seus fustes tem uma alta variância. A
estimativa para o volume de madeira para a área total foi de 2.057,46 m3 o que representa um
volume considerável de madeira.
33

5 CONCLUSÃO

O conjunto de ferramentas de geoprocessamento e GPS, foram capazes de realizar o


levantamento das áreas de preservação permanente, reserva legal, nascentes e supressão da
fazenda Olho d’água de Pedra.
A partir do inventário florestal foi possível analisar a fitofisionomia da área obtendo
assim as espécies presentes na área e calcular o índice de importância de cada espécie presente
de forma categórica.
A análise estatística foi realizada com sucesso, obtendo assim valores de volume
estimado para área total, e o erro de amostragem dentro dos paramentos estabelecidos pelo
órgão ambiental NATURALTINS nº 141/2014 e o Coema/TO nº 7/2005, assim demostrando
que o presente trabalho foi feito dentro das normas estabelecidas e apresentando resultando
positivos, assim atendendo o objetivo geral de regularização para obtenção de licenciamento
ambiental para supressão florestal da fazenda Olho d´agua de pedra.
34

REFERÊNCIAS

AQUINO, F. de G.; AGUIAR, LM de S. Caracterização e conservação da biodiversidade


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