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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM

DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE

NÍVEL MESTRADO

CAMILLA CAROLINE FONTES NASCIMENTO

CARACTERIZAÇÃO DE ABERTURA DO DOSSEL EM ÁREAS


REFLORESTADAS COMBINANDO IMAGENS DE AERONAVE
REMOTAMENTE PILOTADA (ARP) E DADOS DE CAMPO

São Cristóvão, SE

2024
CAMILLA CAROLINE FONTES NASCIMENTO

CARACTERIZAÇÃO DE ABERTURA DO DOSSEL EM ÁREAS


REFLORESTADAS COMBINANDO IMAGENS DE AERONAVE
REMOTAMENTE PILOTADA (ARP) E DADOS DE CAMPO

Dissertação apresentada como requisito


final para a obtenção do título de Mestre
pelo Programa de pós-graduação em
Desenvolvimento e Meio Ambiente da
Universidade Federal de Sergipe

Orientador: Dr. Milton Marques Fernandes

São Cristóvão, SE

2024
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

Nascimento, Camilla Caroline Fontes.


N244c Caracterização de abertura do dossel em áreas reflorestadas
combinando imagens de aeronave remotamente pilotada (ARP) e
dados de campo / José Adilson de Freitas; orientador Milton
Marques Fernandes . – São Cristóvão, SE, 2024.
84 f.; il.

Dissertação (mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente)


– Universidade Federal de Sergipe, 2024.

1. Meio ambiente. 2. Sensoriamento remoto. 3.


Reflorestamento. 4. Mata atlântica. I. Fernandes, Milton Marques,
orient. II. Título.

CDU 528.811(813.7)

3
CAMILLA CAROLINE FONTES NASCIMENTO

CARACTERIZAÇÃO DE ABERTURA DO DOSSEL EM ÁREAS


REFLORESTADAS COMBINANDO IMAGENS DE AERONAVE
REMOTAMENTE PILOTADA (ARP) E DADOS DE CAMPO

Dissertação apresentada como requisito


final para a obtenção do título de Mestre
pelo Programa de pós-graduação em
Desenvolvimento e Meio Ambiente da
Universidade Federal de Sergipe.

Banca Examinadora

Prof. Dr. Milton Marques Fernandes-Universidade Federal de Sergipe (Presidente-Orientador)

Prof. Dr. Adauto de Souza Ribeiro -Universidade Federal de Sergipe (Examinador Interno)

Prof. Dra. Márcia Rodrigues de Moura Fernandes (Examinador Externo)

4
DECLARAÇÃO DE VERSÃO FINAL

Este exemplar corresponde à versão final da Dissertação de Mestrado em


Desenvolvimento e Meio Ambiente concluído no Programa de Pós-Graduação em
Desenvolvimento e Meio Ambiente (PRODEMA) da Universidade Federal de Sergipe
(UFS).

Prof. Drº. Milton Marques Fernandes –


Orientador Programa de Pós-Graduação em
Desenvolvimento e Meio Ambiente -PRODEMA
Universidade Federal de Sergipe – UFS

CESSÃO DE DIREITOS

5
É concedido ao Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio
Ambiente (PRODEMA) da Universidade Federal de Sergipe (UFS) responsável pelo
Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente permissão para disponibilizar,
reproduzir cópia desta Dissertação e emprestar ou vender tais cópias.

Camilla Caroline Fontes Nascimento

Programa de Pós-Graduação em

Desenvolvimento e Meio Ambiente –PRODEMA

Universidade Federal de Sergipe – UFS

Prof. Drº. Milton Marques Fernandes –


Orientador Programa de Pós-Graduação em
Desenvolvimento e Meio Ambiente -PRODEMA
Universidade Federal de Sergipe – UFS

6
Dedicatória

Dedico este trabalho primeiramente а Deus, pоr ser essencial еm minha vida, autor dе
mеu destino, mеu guia, socorro presente nа hora dа angústia e a minha família que sempre
esteve presente

7
Agradecimentos

Gostaria de dedicar este espaço para expressar minha mais profunda gratidão a todas
as pessoas que desempenharam um papel crucial na realização desta dissertação.

Primeiramente, agradeço a minha mãe, Josinete, e meu pai, José Carlos, por seu amor
incondicional, apoio inabalável e constante incentivo ao longo de toda minha jornada
acadêmica. Seu apoio foi essencial para minha perseverança e sucesso.

Agradeço também aos meus irmãos, Tauanne e João Victor, por estarem sempre
presentes, compreendendo minhas ausências e celebrando meus triunfos. Sua presença é uma
fonte constante de motivação e alegria em minha vida.

Ao meu esposo, João Marcelo, expresso minha mais profunda gratidão por sua
compreensão, paciência e apoio incondicional. Seu amor e encorajamento foram
fundamentais para enfrentar os desafios desta jornada acadêmica.

Ao meu orientador, Milton Fernandes, agradeço por sua orientação diligente,


sabedoria e apoio contínuo ao longo deste processo. Suas sugestões valiosas e feedback
construtivo foram fundamentais para o desenvolvimento deste trabalho.

Expresso minha gratidão aos meus colegas de classe, que compartilharam comigo suas
experiências, conhecimentos e camaradagem ao longo deste percurso acadêmico.

Agradeço também à minha parceira, Anny Bianca, por seu apoio incondicional,
compreensão e incentivo nos momentos mais desafiadores desta jornada.

À CAPES, por meio da concessão da bolsa de estudos, expresso minha sincera


gratidão pelo apoio financeiro que possibilitou a realização deste estudo.

Aos meus professores, pelo seu ensino dedicado, orientação e inspiração ao longo dos
anos, expresso minha profunda gratidão.

8
À minha família e amigos, cujo apoio e encorajamento foram fundamentais em todas
as etapas deste processo, agradeço do fundo do meu coração. Em especial meus primos
Emilly e Júnior, que foram meu ombro e aconchego.

E, por último, mas não menos importante, agradeço a Deus por Sua orientação, força e
bênçãos ao longo desta jornada acadêmica.

Este trabalho não teria sido possível sem o apoio e contribuições de todos vocês.
Obrigado por fazerem parte desta jornada e por ajudarem a tornar este projeto uma realidade.

9
“O que verdadeiramente somos é aquilo que o
impossível cria em nós,”

-Clarice Lispector

10
Resumo

O estudo foi realizado na Fazenda Rio Fundo em Itaporanga D’Ajuda, Sergipe, teve como
objetivo quantificar a abertura do dossel em áreas de restauração florestal ativa e passiva,
utilizando fotogrametria a partir de imagens de Aeronave Remotamente Pilotada (ARP). O
inventário de campo foi conduzido entre dezembro de 2021 e junho de 2022, utilizando
amostragem sistemática em 30 parcelas quadradas permanentes de aproximadamente 25 x 25
m (∼ 0,062 ha). Dessas, 10 foram alocadas para áreas de restauração ativa com colheita de
rebrotas de eucaliptos (RAM), 10 para áreas de restauração ativa com rebrotas de eucaliptos
intocadas (RAR) e 10 para áreas de restauração passiva (RPA). Os resultados indicam que a
altura média mensurada pelo ARP foi inferior à medida em campo, com a maior discrepância
observada em RPA. A validação da altura calculada pelo ARP revelou um r2 baixo de 0,09 e
um RMSE de 1,27 m em RPA, destacando a dificuldade em estimar precisamente a altura das
árvores nesse contexto. Em contraste, RAM apresentou um r2 de 0,60 e um RMSE de 0,52 m,
enquanto RAR obteve um alto r2 de 0,82 e um RMSE de 0,64 m, indicando maior precisão
nestas áreas. Quanto à abertura do dossel, RAM mostrou a menor abertura, seguida por RAR,
enquanto RPA apresentou a maior abertura. A avaliação da precisão da classificação do
ForestGap para distinguir áreas com abertura de dossel mostrou acurácias semelhantes à
classificação manual. Na detecção de abertura do dossel, o ForestGap apresentou uma taxa de
detecção de 88%, com um Índice Kappa de 0,8. A comparação entre medições em campo e
medições utilizando o ForestGap revelou diferenças na amplitude de área para as lacunas no
tratamento RPA, que apresentou maior porcentagem de abertura do dossel nos dados do drone
e na classificação manual, alcançando 70,99% e 91,22%, respectivamente. Em resumo, o
monitoramento eficiente da altura e abertura do dossel em restaurações ecológicas ativas
(RAM e RAR) foi bem-sucedido com o ARP, apesar de limitações na avaliação da altura em
restaurações passivas (RPA). O ARP é eficaz para monitorar com precisão a abertura do
dossel em restaurações ativas, mas pode superestimar em restaurações passivas devido à
regeneração natural não contabilizada, evidenciando a superioridade da abordagem ativa
(RAM) na restauração florestal na Mata Atlântica.

Palavras-chave: Sensoriamento Remoto; Recuperação ambiental; Abertura do dossel;


ForestGap.

11
Abstract

The study was carried out at Fazenda Rio Fundo in Itaporanga D’Ajuda, Sergipe, and aimed
to quantify canopy opening in active and passive forest restoration areas, using
photogrammetry from Remotely Piloted Aircraft (ARP) images. The field inventory was
conducted between December 2021 and June 2022, using systematic sampling in 30
permanent square plots of approximately 25 x 25 m (∼0.062 ha). Of these, 10 were allocated
to active restoration areas with harvesting of eucalyptus regrowth (RAM), 10 to active
restoration areas with untouched eucalyptus regrowth (RAR) and 10 to passive restoration
areas (RPA). The results indicate that the average height measured by ARP was lower than
that measured in the field, with the greatest discrepancy observed in RPA. Validation of the
height calculated by ARP revealed a low r2 of 0.09 and an RMSE of 1.27 m in RPA,
highlighting the difficulty in accurately estimating tree height in this context. In contrast,
RAM had an r2 of 0.60 and an RMSE of 0.52 m, while RAR had a high r2 of 0.82 and an
RMSE of 0.64 m, indicating greater accuracy in these areas. Regarding canopy opening,
RAM showed the smallest opening, followed by RAR, while RPA showed the largest
opening. Assessment of ForestGap classification accuracy to distinguish areas with canopy
opening showed similar accuracies to manual classification. When detecting canopy opening,
ForestGap presented a detection rate of 88%, with a Kappa Index of 0.8. The comparison
between field measurements and measurements using ForestGap revealed differences in the
area amplitude for the gaps in the RPA treatment, which showed a higher percentage of
canopy opening in the drone data and in the manual classification, reaching 70.99% and 91.22
%, respectively. In summary, efficient monitoring of canopy height and openness in active
ecological restorations (RAM and RAR) has been successful with ARP, despite limitations in
assessing height in passive restorations (RPA). ARP is effective for accurately monitoring
canopy opening in active restorations, but may overestimate in passive restorations due to
unaccounted for natural regeneration, highlighting the superiority of the active approach
(RAM) in forest restoration in the Atlantic Forest.

Keywords: Remote Sensing; Environmental recovery; Canopy opening; ForestGap.

12
Sumário

NÍVEL MESTRADO............................................................................................1
DECLARAÇÃO DE VERSÃO FINAL.................................................................5
CESSÃO DE DIREITOS.....................................................................................6
Abstract............................................................................................................. 12
Lista de Figuras................................................................................................ 14
Lista de Siglas....................................................................................................15
CAP- Circunferência a altura do peito.................................................. 16
DAP- Diâmetro a altura do peito........................................................... 16
Lista de Tabela.................................................................................................. 16
1. Introdução..................................................................................................... 17
2. Referencial teórico........................................................................................ 22
2.1. Mata Atlântica....................................................................................... 22
2.1.1 O Desmatamento e a Fragmentação da Mata Atlântica: Um Desafio
para a Conservação Ambiental..................................................................... 25
2.1.2 A Mata Atlântica em Sergipe: Desafios e Oportunidades para a
Preservação...................................................................................................26
2.2. Restauração Florestal.............................................................................30
2.3. Monitoramento da restauração Florestal............................................... 35
2.4. Uso de Drone no monitoramento da Restauração Florestal.................. 37
2.5. Indicadores.............................................................................................41
3. Materiais e Métodos..................................................................................... 44
3.1 Área de estudo........................................................................................ 44
3.2 Modelos de restauração......................................................................... 46
3.3 Inventário florestal..................................................................................46
3.4 Fotogrametria Aérea Digital (FAD)....................................................... 49
3.4.1 Aquisição das fotografias aéreas................................................... 49
3.4.2 Processamento fotogramétrico...................................................... 49
3.4.3 Métricas FAD-RPA derivadas da nuvem de pontos.............................................51
Tabela 1. Métricas tradicionais extraídas de valores normalizados de
alturas derivadas de fotogrametria aérea digital (FAD)..........................52
3.4.4 Avaliação da fotogrametria aérea digital....................................... 53
3.5 Obtenção da abertura do dossel.............................................................. 55
3.5.1 Mapeamento da abertura do dossel da floresta..............................55
3.5.2 Avaliação de precisão e validação de dados.................................. 56
4. Resultados......................................................................................................58
5. Discussão........................................................................................................62
7. Referências.................................................................................................... 66

13
Lista de Figuras

Figura 1. Mapa de localização do Bioma Mata Atlântica em Sergipe.


............................................................................................................................................... 27

Figura 2. Mapa de localização da Fazenda Rio Fundo, Itaporanga d’Ajuda, Sergipe, Brasil.
.............................................................................................................................................. 45

Figura 3. Campanha de inventário de campo nas parcelas alocadas na Fazenda Rio Fundo,
Itaporanga d’Ajuda e no Campus Rural da Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão,
Sergipe, Brasil.……………………………………………………………………………. 47

Figura 4. Parcelas em diferentes tipos de restauração na Fazenda Rio Fundo. RAM=


Restauração Ativa; RAR = Restauração Ativa consorciada com eucalipto; RPA= Restauração
Passiva. ………………………………………………………………………………….. 48

Figura 5. Equipamentos utilizados para a obtenção dos dados de sensoriamento remoto via
RPA: (A) drone multi-rotor; (B) receptor móvel para coleta de coordenadas em tempo real;
(C) estação rover, a qual consiste numa base fixa que recebe e armazena as informações
transmitidas pelo receptor
móvel.…………………………………………………………………………….……….. 50

Figura 6. Exemplo de métricas tradicionais baseadas na altura das nuvens de pontos 3D


obtidas por fotogrametria aérea digital (FAD) com imagens coletadas com aeronave
remotamente pilotada (RPA). …………………………………………………….……….. 51

14
Figura 7. Parcelas em diferentes tipos de restauração na Fazenda Rio Fundo. RAM =
Restauração Ativa; RAR = Restauração Ativa consorciada com eucalipto; RPA = Restauração
Passiva. …………………………………………………………………...…. 56

Figura 8. Regressão linear com os dados de altura obtidos através do drone e em medição no
campo. …………………………………………………….………………………………. 61

15
Lista de Siglas

FR - Recuperação Florestal

ARP- Aeronave remotamente pilotada

RAM- Restauração Ativa

RAR- Restauração Ativa com eucalipto

RPA- Restauração passiva

CHM- Canopy height model

DTM - Modelo Digital de Terreno

DSM - Modelo Digital de Superfície

RGB - Red, Green, Blue

CAP- Circunferência a altura do peito

DAP- Diâmetro a altura do peito

16
Lista de Tabela

Tabela 1 - Métricas tradicionais extraídas de valores normalizados de alturas derivadas de


fotogrametria aérea digital (FAD)......................................................................................... 52

Tabela 2 - Dados da altura média obtidos pelo ARP e no campo…………….…………… 58

Tabela 3 - Validação da altura calculada pelo ARP. …………………………………….… 59

Tabela 4 - Dados de abertura do dossel obtidos por drone e manualmente. …………….... 61

17
1. Introdução

A Mata Atlântica cobre parte do litoral brasileiro, e atinge o interior austral do


continente, onde abrange regiões do Paraguai e Argentina, sendo um dos hotspots de
biodiversidade mais bem conhecidos do planeta. Neste sentido, por apresentar elevada riqueza
de espécies, nível de endemismo e impacto antrópico, foi observado no período de 2019 a
2020 um crescimento no desflorestamento, o que mantém em um grau elevado de ameaça e
risco todo o bioma. Assim sendo, o bioma é considerado como área prioritária para
conservação da biodiversidade (FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA; INPE, 2021).

As formações florestais nativas do bioma Mata Atlântica incluem a Floresta


Ombrófila Densa - uma floresta densa, úmida e exuberante, com uma grande variedade de
espécies vegetais e animais (Campanilli et al., 2010). Ocorre em áreas de clima tropical
úmido, com chuvas bem distribuídas ao longo do ano, a Floresta Ombrófila Mista (também
conhecida como Mata de Araucárias) - uma formação florestal que ocorre em regiões mais
frias e de maior altitude, principalmente na porção sul da Mata Atlântica, a Floresta
Ombrófila Aberta, a Floresta Estacional Semidecidual e a Floresta Estacional Decidual. Além
disso, existem vários ecossistemas associados, como manguezais, vegetações de restingas,
campos de altitude, brejos interioranos e encraves florestais do Nordeste (Bittencourt Junior et
al., 2021).

Com o desaparecimento e isolamento das áreas de florestas nativas, a restauração


florestal de áreas degradadas se torna uma ferramenta importante para reconstituir
comunidades florestais e estabelecer corredores entre fragmentos vegetacionais. No entanto,
além da restauração florestal em si, a avaliação e o monitoramento adequado são
fundamentais para indicar o sucesso da restauração ou a necessidade de correções (Volpato et
al., 2018).

18
Diversos indicadores de avaliação e monitoramento da restauração florestal (FR) têm
sido utilizados, como a produção de serapilheira (Bello et al., 2023), a composição florística e
estrutura da vegetação (Pequeno et al., 2016), a cobertura de copas/fechamento do dossel
(Correia et al., 2016) e o banco de sementes do solo (Costa et al., 2020). Os projetos de RF
visam proporcionar benefícios, como a provisão de serviços ecossistêmicos e o bem-estar
social, quando bem-sucedido, a RF busca alcançar características

semelhantes às florestas não perturbadas, que apresentam um dossel fechado,


diversificado e heterogêneo, mas é essencial monitorar a RF para garantir uma prestação
adequada desses benefícios (Sousa et al., 2021; Holl el al., 2023).

A recuperação de uma área degradada ocorre por meio do processo de sucessão


ecológica, que é lenta e gradual. Pode ocorrer em uma área antes desabitada, sendo
denominada de sucessão primária, ou em uma área onde antes já se constituía um
ecossistema, como uma área florestal desmatada, denominada de sucessão secundária
(Kühlewein et al., 2021).

Essa abordagem visa não apenas a reconstrução física das áreas afetadas, mas também
a restauração dos processos ecológicos essenciais. Ao permitir que a vegetação nativa se
regenere e se desenvolva ao longo do tempo, a sucessão secundária contribui para a
recuperação da biodiversidade, a melhoria da qualidade do solo, a regulação dos recursos
hídricos e a mitigação das mudanças climáticas (Polisel et al., 2022).

A abertura do dossel exerce uma influência crucial na regeneração natural e na


composição das espécies florestais por grupo ecológico. Quando o dossel está muito fechado,
a quantidade de luz que atinge o solo é limitada, o que pode inibir o estabelecimento de
mudas e o crescimento de plantas de espécies pioneiras. Isso pode favorecer espécies de

19
sombra, resultando em uma composição de espécies florestais dominada por grupos
ecológicos de sombra. Por outro lado, se o dossel estiver parcialmente aberto, uma maior
quantidade de luz solar pode atingir o solo, estimulando o crescimento de espécies pioneiras,
que frequentemente pertencem a grupos ecológicos mais adaptados a condições de maior
luminosidade (Goes et al., 2023).

O crescimento em altura possibilita uma competição mais eficiente por luz solar,
essencial para a fotossíntese, promovendo a diversidade de estratos na floresta e contribuindo
para a formação de microambientes favoráveis à biodiversidade (Vera et al., 2023). Além
disso, plantas mais altas têm uma vantagem competitiva contra invasoras, essas espécies
apresentam crescimento e desenvolvimento mais rápido e proporcionam condições
edafoclimáticas favoráveis ao desenvolvimento das espécies tardias protegendo contra
espécies invasoras como gramíneas, sendo um fato desejável em áreas de restauração. A
criação de habitats complexos e estruturados, a utilização de espécies zoocóricas em plantios
de restauração é importante para a atração da fauna, estimulando o recrutamento natural e
promovendo a regeneração eficaz dos ecossistemas, garantindo resiliência e sustentabilidade a
longo prazo na restauração florestal (Silva et al., 2016).

O sensoriamento remoto desempenha um papel crucial no estudo e monitoramento da


sucessão secundária, um processo dinâmico de regeneração ecológica após perturbações
naturais ou humanas. Por meio de tecnologias como imagens de satélite e ARPs, é possível
obter informações detalhadas sobre a cobertura vegetal, a estrutura do habitat e o
desenvolvimento da vegetação em diferentes estágios de sucessão (Siqueira et al., 2023).
Esses dados permitem aos pesquisadores e gestores ambientais avaliar a eficácia das
estratégias de restauração e conservação, identificar áreas prioritárias para intervenção e
monitorar mudanças ao longo do tempo. O sensoriamento remoto oferece uma perspectiva
abrangente e precisa que facilita a compreensão dos processos ecológicos envolvidos na
sucessão secundária, contribuindo assim para o planejamento e a implementação de práticas
de manejo mais eficazes e sustentáveis (Santos et al., 2023).

20
As aeronaves remotamente pilotadas (ARP), também conhecidas como drones,
possuem um alto potencial para o monitoramento eficiente de projetos de FR, pois podem
coletar dados em alta resolução e evitar as influências das nuvens. Como observado em
estudos recentes, os drones têm a capacidade de inferir dados que são indicadores de
restauração e diversidade, como medir estruturas da vegetação (Jiang et al., 2023), estimar a
biomassa (Meng et al., 2023), cobertura e altura das árvores (Mahmud et al., 2023), abertura
do dossel (Papa, 2019), índices de diversidade (Shokirov et al., 2023) e índices de vegetação
(Pan et al., 2023). Essas medições são especialmente precisas em condições de dossel aberto.

A utilização de drones apresenta diversas vantagens em comparação aos métodos de


monitoramento tradicionais. Sua eficiência e rapidez são notáveis, permitindo a abrangência
de vastas áreas em um período de tempo reduzido. Sendo os dados coletados por meio dessa
tecnologia são altamente precisos na aquisição de informações e imagens ortorretificadas de
alta resolução, permitindo superar as limitações das técnicas tradicionais de sensoriamento
remoto e de campo.

A despeito do atual estado de devastação da Mata Atlântica, faz-se presente a


implementação de medidas que visem à restauração florestal das áreas degradadas. Nesse
contexto, emerge como uma alternativa promissora o emprego do monitoramento das
atividades de restauração por meio de drones, uma solução de baixo custo e eficiente. No
entanto, cabe ressaltar que são escassos os estudos que abordam detalhadamente essa
abordagem em projetos de restauração florestal na Mata Atlântica do Nordeste do Brasil.

Objetivo Geral

21
Avaliar a eficiência do uso de ARP para o monitoramento da abertura do
dossel e da altura dos diferentes modelos de restauração florestal na Mata
Atlântica.

Objetivos específicos

● Estimar a abertura de dossel de diferentes modelos de restauração florestal na Mata


Atlântica de Sergipe com uso de aeronave remotamente pilotada (ARP).

● Analisar a altura de diferentes modelos de restauração florestal na Mata Atlântica de


Sergipe com uso de aeronave remotamente pilotada (ARP)

2. Referencial teórico

2.1. Mata Atlântica

A Mata Atlântica é um dos mais ricos em flora e fauna e importante bioma do Brasil,
sendo um verdadeiro patrimônio natural a ser preservado. Com uma história milenar e uma
diversidade incomparável, essa floresta tropical abrange uma extensa área ao longo da costa
brasileira, estendendo-se por cerca de 17 estados (Paes et al., 2021).

Em termos de biodiversidade, a Mata Atlântica é considerada um dos biomas mais


diversos do planeta. Ela abriga uma ampla gama de espécies animais e vegetais, muitas das
quais são endêmicas (Branco et al., 2022).O bioma é composto por aproximadamente 15.700
espécies de plantas, sendo 8 mil endêmicas; 2.208 espécies de vertebrados registrados pela

22
ciência; 298 espécies de mamíferos; 992 espécies de aves; 200 répteis; 370 anfíbios e 350
espécies de peixes (SOS Mata Atlântica, 2021), sendo um dos ecossistemas mais diversos do
Brasil, perdendo apenas para a Amazônia.

Mamíferos como o mico-leão-dourado (Jesus et al., 2020), aves como o


papagaio-de-cara-roxa (Sato et al., 2020) e anfíbios como a perereca-verde (Silva et al., 2021)
representam apenas algumas das espécies emblemáticas desse bioma. Além disso, a Mata
Atlântica possui uma diversidade de formações vegetais, incluindo florestas tropicais,
restingas, manguezais e campos de altitude (Martins et al., 2021). A degradação desse bioma
pode levar à escassez de água, afetando não apenas a biodiversidade, mas também as
comunidades humanas que dependem desses recursos para sua subsistência (BRASIL, 2020).

No entanto, apesar de sua relevância, a Mata Atlântica enfrenta desafios significativos


e está ameaçada pela ação humana e pelo avanço desenfreado do desenvolvimento urbano e
agropecuário (Amaral et al., 2020). Segundo dados do IBGE (2019), o Bioma habitado por
70% dos brasileiros, enfrenta uma significativa perda de sua configuração original, com
apenas 24,3% de seu território preservado como formação florestal, comparado a 27,1% em
1985. Estados como Alagoas, Goiás e Pernambuco apresentaram as menores coberturas
nativas em 2021, enquanto a agricultura e a silvicultura cresceram, ocupando agora um quinto
do Bioma. A urbanização também avançou, afetando 87,5% sobre áreas já alteradas,
comprometendo serviços ambientais e evidenciando a necessidade urgente de preservação e
restauração (MAPBIOMAS, 2022).

As formações florestais nativas do Bioma Mata Atlântica incluem a floresta ombrófila


densa - uma floresta densa, úmida e exuberante, com uma grande variedade de espécies
vegetais e animais. Ocorre em áreas de clima tropical úmido, com chuvas bem distribuídas ao
longo do ano. A floresta ombrófila mista (também conhecida como Mata de Araucárias) -
uma formação florestal que ocorre em regiões mais frias e de maior altitude, principalmente

23
na porção sul da Mata Atlântica, a floresta ombrófila aberta, a floresta estacional semidecidual
e a floresta estacional decidual. Além disso, existem vários ecossistemas associados, como
manguezais, vegetações de restingas, campos de altitude, brejos interioranos e encraves
florestais do Nordeste (Bittencourt Junior et al., 2021).

Além disso, a Mata Atlântica desempenha um papel crucial na manutenção dos


recursos hídricos e na regulação do clima regional. Suas florestas ajudam a evitar a erosão do
solo, protegem os mananciais de água e contribuem para a formação de chuvas. A degradação
desse bioma trás consequências devastadoras para a disponibilidade de água, a estabilidade
climática e a qualidade de vida das comunidades que dependem desses serviços
ecossistêmicos (BRASIL, 2020).

No entanto, a Mata Atlântica está ameaçada por diversos fatores, como a expansão
desordenada das áreas urbanas, o desflorestamento ilegal, a exploração predatória de recursos
naturais e a fragmentação dos habitats são apenas algumas das pressões enfrentadas por esse
ecossistema frágil. Como resultado, mais de 90% da cobertura original da Mata Atlântica foi
perdida ao longo dos séculos, tornando-a um dos biomas mais ameaçados do mundo
(Fundação? SOS Mata Atlântica & INPE, 2017).

O desflorestamento da Mata Atlântica observado no período dos oito primeiros meses


de 2023 reforça a tendência de redução no desflorestamento do bioma, mantendo em um grau
elevado de ameaça e risco, apontando como um dos biomas prioritários no mundo para ser
restaurado, considerando a conservação da rica biodiversidade e o combate às mudanças
climáticas (Fundação SOS Mata Atlântica; INPE, 2023). Felizmente, existem esforços em
andamento para preservar e restaurar a Mata Atlântica. Organizações não governamentais,
governos, comunidades locais e a sociedade civil têm se mobilizado para combater o
desflorestamento ilegal, promover o reflorestamento e criar áreas protegidas (Faria et al.,
2021). Além disso, a conscientização sobre a importância da preservação da Mata Atlântica é

24
de suma importância, sendo de interesse a inserção da comunidade que engaja em práticas
sustentáveis e na promoção da conservação desse bioma (Lopes et al., 2019).

A preservação da Mata Atlântica não é apenas uma questão ambiental, mas também
econômica e social. O ecoturismo, por exemplo, pode impulsionar a economia local,
promovendo o desenvolvimento sustentável e a geração de empregos (Fonseca et al., 2018).
Além disso, a floresta oferece serviços ambientais essenciais, como a produção de água limpa
e a mitigação das mudanças climáticas, que beneficiam toda a sociedade (Layrargue et al.,
2004).

2.1.1 O Desmatamento e a Fragmentação da Mata Atlântica: Um


Desafio para a Conservação Ambiental

A Mata Atlântica, um dos biomas mais ricos e diversificados do planeta, tem


enfrentado um grande desafio: o desflorestamento e a fragmentação florestal causadas pela
ação humana sendo uma das principais vítimas dentre os hotspots globais de biodiversidade
(Matias et al., 2020). Ao longo dos séculos, a expansão das atividades agrícolas, urbanas e
industriais tem levado à perda de grandes áreas de floresta, comprometendo sua integridade e
funcionalidade (Moreira et al., 2020).

A degradação da Mata Atlântica ocorre de várias formas, como o desflorestamento


ilegal, impulsionado pela demanda por madeira, pela expansão da agricultura, pecuária e pela
ocupação irregular de áreas protegidas (Santos et al., 2020). A exploração predatória de
recursos naturais, como a caça e a pesca excessiva, também contribui para a perda de espécies
e o desequilíbrio dos ecossistemas.

Com o avanço do desenvolvimento humano, áreas antes contínuas de floresta são


divididas em pequenos fragmentos isolados, cercados por áreas desflorestadas. Essa
fragmentação compromete a conectividade entre os habitats e dificulta a movimentação e o

25
fluxo gênico das espécies (Dantas et al., 2017). Como resultado, muitas espécies
encontram-se confinadas em pequenos remanescentes de floresta, sujeitas a uma série de
ameaças, como a redução de recursos alimentares, o aumento da vulnerabilidade a predadores
e a maior incidência de doenças, causando extinção de espécies (Fiorese et al., 2021).

O desflorestamento e a fragmentação da Mata Atlântica têm consequências profundas


para a biodiversidade e para os serviços ecossistêmicos que esse bioma oferece. A perda de
habitat afeta diretamente as espécies que dependem da floresta para sua sobrevivência,
resultando em extinções locais e na redução da diversidade genética (Campostrini et al.,
2021). Além disso, a fragmentação dificulta a manutenção dos ciclos naturais, como a
polinização das plantas, a dispersão de sementes e a regulação das populações de animais
(Araújo et al., 2019).

Diante desse cenário preocupante, é fundamental que a preservação da Mata Atlântica


seja uma prioridade para o Brasil. É necessário fortalecer a aplicação das leis ambientais,
combater o desflorestamento ilegal e promover a conscientização sobre a importância desse
bioma para a sociedade. Além disso, é fundamental investir em iniciativas de restauração
florestal, visando à conservação e à sustentabilidade desse ecossistema (Rajão et al., 2021).

2.1.2 A Mata Atlântica em Sergipe: Desafios e Oportunidades para


a Preservação

De acordo com os dados da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica - RBMA, a Mata


Atlântica ocupava originalmente toda a faixa litorânea de Sergipe. A chegada dos
colonizadores europeus em 1501 resultou na exploração do pau-brasil, criação de gado e
plantação de cana-de-açúcar, levando à redução da extensão da floresta. Após mais de 500
anos, restam apenas alguns corredores ao longo do litoral sergipano, abrangendo cerca de 40
km². Esses corredores contêm diferentes ecossistemas, como faixas litorâneas, praias, dunas e
formações florestais costeiras. As áreas mais preservadas estão localizadas nas colinas mais
elevadas e encostas íngremes, enquanto as áreas fortemente devastadas foram convertidas em
cultivos perenes, temporários e pastagens. A Mata Atlântica de Sergipe se estende desde

26
municípios próximos ao Rio São Francisco até Mangue Seco, na divisa com a Bahia (INPE,
2009).

Figura 1: Localização do Bioma Mata Atlântica em Sergipe. Fonte: RBMA, 2002.

Sergipe é um pequeno estado localizado na região Nordeste do Brasil (Santos et al.


2012), abriga uma parte importante da Mata Atlântica, um bioma de extrema relevância para a
biodiversidade e para a conservação ambiental. A presença desse ecossistema em Sergipe traz
consigo uma série de desafios e oportunidades, exigindo uma atenção especial para sua
preservação e uso sustentável.

Apesar da degradação, a Mata Atlântica ainda abriga espécies de plantas raras, muitas
das quais são endêmicas, e continua sendo o maior bloco de floresta no Estado (Santos

27
Franças et ., 2023). A zona costeira de Sergipe é dividida em Litoral Norte e Litoral Sul (
Ramos et al., 2021).

A Mata Atlântica abriga uma diversidade biológica impressionante, mesmo com a


perda significativa de habitat. Nas áreas preservadas desse bioma, encontramos uma grande
quantidade de espécies de mamíferos, aves, répteis e anfíbios que garantem a sobrevivência e
a reprodução da fauna local. Muitas dessas espécies são endêmicas, ou seja, são encontradas
exclusivamente na Mata Atlântica. Um exemplo marcante dessa importância é a recente
descoberta do macaco-guigó, uma nova espécie de primata encontrada nas matas de Sergipe,
reforçando a relevância das áreas preservadas desse bioma (Rodrigues et al., 2023).

O ecossistema da Mata Atlântica em Sergipe abrange uma área de 5.750 km².


Atualmente, a cobertura vegetal original se restringe a floresta estacional semidecidual, áreas
de savana, áreas de tensão ecológica (savana/floresta estacional) e formações pioneiras
(restingas e manguezais). Essa região, também conhecida como mata costeira, estende-se do
sul ao norte, desde a Bahia até Alagoas (INPE, 2009). A região apresenta diversas associações
com praias, dunas e vegetação herbácea, que desempenham o papel de fixar as areias das
dunas móveis (Santos et al., 2023). Algumas das plantas características incluem
salsa-da-praia, grama-da-praia, feijão-da-praia, capim-gengibre e xique-xique ou
guizo-de-cascavel.

No entanto, a Mata Atlântica em Sergipe enfrenta uma série de desafios. O avanço da


urbanização desordenada, o desflorestamento ilegal, a exploração predatória de recursos
naturais e a fragmentação dos habitats são ameaças constantes a esse ecossistema frágil. A
pressão exercida pela agricultura, pecuária e expansão das áreas urbanas tem levado à perda
de áreas naturais e à redução da biodiversidade em Sergipe (Soares et al., 2020). É
fundamental reconhecer a importância da preservação da Mata Atlântica em Sergipe não
apenas por sua riqueza biológica, mas também pelos serviços ecossistêmicos que ela oferece
(Milaré et al., 2020).

28
A preservação da Mata Atlântica em Sergipe não é apenas uma responsabilidade do
governo, mas também de toda a sociedade. É necessário fortalecer a aplicação das leis
ambientais, promover a conscientização sobre a importância desse bioma e fomentar a
participação da população local na conservação e na recuperação florestal (Andrade et al.,
2016).

Apesar dos desafios, a Mata Atlântica em Sergipe também apresenta oportunidades. O


ecoturismo, por exemplo, pode ser uma fonte de renda e desenvolvimento sustentável para as
comunidades locais. Atrativos naturais, como trilhas, cachoeiras e belas paisagens, podem
atrair visitantes interessados em vivenciar a natureza e contribuir para a conservação do bioma
(Fonseca et al., 2018).

A Mata Atlântica do Nordeste, incluindo Sergipe, sofreu intensa degradação ao longo


dos últimos séculos, resultado do modelo de desenvolvimento econômico adotado na região.
Com menos de 13% de sua área original restante e fragmentada em pequenas áreas
(SERGIPE, 2014), a ocupação e exploração dos recursos naturais em Sergipe muitas vezes
não foram devidamente contabilizadas, levando à perda de informações sobre os serviços
ecossistêmicos (Ferraz et al., 2019).

As leis voltadas à temática ambiental no estado de Sergipe surgem a partir da criação


da Administração Estadual do Meio Ambiente (ADEMA) por meio da Lei nº 2.181/1978, que
contribui para o direcionamento das ações legislativas ambientais necessárias até os anos
atuais. Nas últimas duas décadas, a proteção ambiental no estado avançou significativamente
com aprovações de leis para a preservação de mangues, criação de comitê da Mata Atlântica e
ênfase na importância do licenciamento ambiental para promover o desenvolvimento
sustentável.

29
A ONU declarou o período de 2021 a 2030 como a Década da Restauração de
Ecossistemas, com o objetivo de reverter a degradação global. Essa ação é urgente devido aos
impactos na vida, economia e disponibilidade de água e alimentos. A iniciativa convoca
governos, empresas e organizações a se envolverem. No Brasil, a Mata Atlântica é prioritária
para restauração devido ao seu potencial na luta contra as mudanças climáticas e conservação
da biodiversidade. Com políticas robustas e oportunidades de negócios florestais, o país pode
liderar soluções baseadas na natureza. O reconhecimento da Mata Atlântica como
ecossistema-bandeira na COP-15 fortalece a proteção e restauração do bioma (Pinto et al.,
2023).

2.2. Restauração Florestal

A restauração florestal vem ganhando espaço na agenda ambiental internacional nos


últimos anos, como uma forma de mitigar os impactos causados pelo desflorestamento e até
mesmo recuperar a vegetação para posterior uso econômico de sua biodiversidade, produtos,
serviços ambientais e turismo (Assis et al., 2022). A RFdesempenha um papel crucial no
combate às mudanças climáticas e no sequestro de carbono. Ao recuperar áreas degradadas e
promover o reflorestamento, a restauração florestal permite o aumento da capacidade de
absorção de carbono da vegetação. As florestas saudáveis atuam como sumidouros naturais de
carbono, capturando e armazenando grandes quantidades desse gás de efeito estufa. Além
disso, as florestas restauradas contribuem para a redução do desflorestamento, conservação da
biodiversidade e manutenção dos serviços ecossistêmicos essenciais (Calmon et al., 2021).

Gandolfi, Rodrigues e Brancalion (2015) desenvolveram um quadro conceitual que


descreve o processo de restauração de florestas tropicais e subtropicais mésicas, úmidas e
chuvosas. Nesse quadro, a restauração é dividida em três fases distintas:

1. Fase de Estruturação: Nesta fase, o foco está na criação de um dossel florestal e no


estabelecimento de um habitat propício para o desenvolvimento das espécies. Além disso, é

30
necessário eliminar plantas competidoras que possam prejudicar o crescimento das espécies
desejadas. Nesta fase, os indicadores sugeridos são de taxa de germinação e sobrevivência de
mudas pioneiras, cobertura vegetal inicial, taxa de crescimento e desenvolvimento das
espécies pioneiras. Tendo uma frequência de monitoramento a cada 6 meses para capturar as
mudanças rápidas no estabelecimento das espécies pioneiras.

2. Fase de Consolidação: Durante esta fase, ocorre a morte gradual das espécies que
formaram o dossel inicial e é estabelecido um novo dossel, composto por espécies
secundárias. Esse novo dossel é fundamental para garantir a manutenção do habitat florestal
por décadas, permitindo que o processo de restauração prossiga. Nesta fase, os indicadores
sugeridos são de diversidade e densidade das espécies secundárias, taxa de crescimento das
espécies secundárias, estrutura do dossel, taxa de recrutamento de novas espécies secundárias.
Tendo uma frequência de monitoramento anualmente para acompanhar as mudanças no
estabelecimento das espécies secundárias e a evolução da estrutura do dossel.

3. Fase de Maturação: Essa fase é caracterizada por um período prolongado, sem um


fim definido, no qual a floresta em restauração continua acumulando biomassa, diversidade de
espécies, interações e processos. Ao longo do tempo, esses fatores gradualmente levam ao
surgimento de uma floresta restaurada que se assemelha às florestas maduras preservadas.
Nesta fase, os indicadores sugeridos são de diversidade e densidade das espécies clímax,
estrutura e altura do dossel, taxa de crescimento e recrutamento de espécies clímax. Tendo
uma frequência de monitoramento a cada 2-3 anos para avaliar as mudanças na comunidade
de espécies clímax e a estabilidade do dossel.

Esse quadro conceitual permite salientar três importantes aspectos. Primeiro, ele
permite que se identifique que fatores favoráveis e desfavoráveis à restauração estão presentes
numa dada área a ser restaurada e, portanto, qual deve ser o melhor método a ser empregado;
Segundo, ele indica que a composição e a estrutura da comunidade florestal existente em cada

31
momento do processo são fundamentais para, em grande parte, determinar se no período
seguinte essa floresta tenderá à mudança progressiva, regressiva, ou se a floresta permanecerá
num estado estacionário estável. Terceiro, ele, ao reconhecer a existência de três fases, sugere
que seja qual for o método de restauração a ser empregado, deve ser capaz de garantir, direta
ou indiretamente, que todas as fases do processo de restauração desenvolvam‐se, sobretudo as
duas primeiras (Chazdon et al, 2017). Em síntese, o quadro conceitual proposto destaca a
importância de identificar os fatores relevantes para a restauração, considerar a composição e
a estrutura da comunidade florestal em cada fase do processo e garantir o desenvolvimento
adequado de todas as etapas para o sucesso da restauração florestal.

A degradação dos ecossistemas está atrelada ao desenvolvimento econômico na


maioria dos países, tendo o reflorestamento intuito de restaurar bacias hidrográficas e áreas
produtivas degradadas, controlar processos de desertificação, restaurar a biodiversidade,
trazendo benefícios tanto para o produtor como para a sociedade, também tendo como
objetivo mitigar as mudanças climáticas e produzir serviços ecossistêmicos (Luz et al., 2021).
O debate internacional sobre governança de florestas se intensificou na escala global a partir
dos acordos estabelecidos na Conferência das Nações Unidas (ONU) sobre o Meio Ambiente
e o Desenvolvimento (CNUMAD, Rio92). Nessa ocasião, foram assinadas as Convenções da
Diversidade Biológica (CDB), da Desertificação, das Mudanças Climáticas e diversos outros
tratados e declarações que influenciam o debate sobre o desenvolvimento sustentável. No
Brasil, a Rio-92 teve repercussões na agenda pública nacional, especialmente em questões
relacionadas à perda das florestas, da biodiversidade e dos recursos naturais. Essas
repercussões foram resultado dos acordos assinados durante uma conferência e também das
ansiedades da população no período de redemocratização nacional (Cordeiros-Beduschi et al.,
2022).

O avanço dos acordos e os debates em torno deles destacam os desafios da governança


no desenvolvimento de políticas e instituições para promover a FR. Nesse contexto, surgiram
novos modelos de governança que atribuem um papel significativo a atores não
governamentais, como parcerias públicas-privadas, negociação de mercado e financeiro

32
(como REDD e Pagamento por Serviços Ambientais - PSA) e redes de trabalho (Adams et al.,
2021).

Esses novos modelos de governança buscam envolver setores diferentes da sociedade,


além do governo, no esforço de promover a restauração florestal e alcançar resultados
ambiciosos. As parcerias públicas-privadas permitem que os interesses e recursos das
empresas sejam reservados com as metas de FR, enquanto o PSA (pagamento por serviços
Ambientais) oferece incentivos para a conservação e o uso sustentável das florestas. A
transação voluntária de pagamento por serviços ambientais é um processo em que um pagador
de serviços ambientais, de acordo com a Lei nº 14.119/2021, transfere recursos financeiros ou
outra forma de remuneração a um provedor desses serviços. Essa transação deve ocorrer de
acordo com as disposições legais e regulamentares.

Uma das modalidades de pagamento por serviços ambientais é conhecida como títulos
verdes, ou green bonds. Esses títulos são instrumentos financeiros certificados por terceiros,
nos quais as empresas emitem títulos verdes para arrecadar capital para financiar seus
investimentos valiosos. Os green bonds são desenvolvidos com o objetivo específico de
melhorar o bem-estar social e reduzir os impactos ambientais, como a redução das emissões
de gás carbônico (CO2) e a prevenção da poluição. A certificação, por sua vez, ajuda a
garantir práticas responsáveis na gestão florestal. (Tang; Zhang et al., 2020).

Exatamente, conforme definido na Lei nº 14.119/2021, os serviços ecossistêmicos são


os benefícios que os ecossistemas fornecem para a sociedade. Eles desempenham um papel
fundamental na manutenção, restauração e melhoria das condições ambientais (BRASIL,
2021). Esses serviços são classificados em quatro modalidades principais:

● Serviços de Provisão: São os serviços que envolvem a produção ou fornecimento


de bens tangíveis pelos ecossistemas. Isso inclui alimentos, água doce, madeira, fibras,

33
energia renovável, entre outros recursos naturais essenciais para a subsistência humana e o
desenvolvimento econômico.

● Serviços de Suporte: Referem-se aos processos ecológicos que sustentam os


ecossistemas e permitem que eles funcionem corretamente. Esses serviços incluem a
formação do solo, a ciclagem de nutrientes, a polinização, a regulação do clima, a purificação
do ar e da água, entre outros processos fundamentais para a manutenção da vida na Terra.

● Serviços Culturais: São os serviços que têm valor estético, espiritual, recreativo ou
educacional para as pessoas. Isso inclui a contemplação da natureza, atividades de lazer ao ar
livre, turismo ecológico, práticas religiosas e culturais relacionadas à natureza, além do
conhecimento tradicional e científico sobre a biodiversidade.

● Serviços de Regulação: Referem-se aos serviços que regulam os processos


ambientais e contribuem para a estabilidade e o equilíbrio dos ecossistemas. Isso inclui a
regulação do clima, a regulação hídrica (como a retenção e o armazenamento de água), a
prevenção de enchentes, o controle de doenças e pragas, a poluição do ar e da água, entre
outros processos que mantêm a qualidade e a saúde do ambiente.

Além disso, as redes de trabalho desempenham um papel importante na troca de


conhecimentos, experiências e melhores práticas entre os diversos atores envolvidos na
governança florestal. Essas redes facilitam a colaboração e o aprendizado mútuo, permitindo
que diferentes partes interessadas trabalhem em conjunto para abordar os desafios complexos
relacionados à RF(Adams et al., 2022).

34
Em síntese, os novos modelos de governança florestal buscam ampliar a participação e
os envolvimentos de atores não governamentais, promovendo parcerias, negociações
financeiras e redes de trabalho para enfrentar os desafios e alcançar resultados positivos na
restauração florestal (Cordeiro et al., 2022).

2.3. Monitoramento da restauração Florestal

O desaparecimento e isolamento das áreas de florestas nativas destacam a importância


da restauração de áreas degradadas como uma ferramenta crucial para reconstituir
comunidades florestais e estabelecer corredores entre fragmentos vegetacionais. No entanto,
além da restauração ambiental em si, é fundamental realizar uma avaliação e monitoramento
capaz de indicar o sucesso da restauração ou a necessidade de correções (Bigato et al., 2021).

A avaliação e o monitoramento das áreas restauradas desempenham um papel


essencial na verificação dos resultados alcançados e na identificação de possíveis lacunas ou
desafios na restauração florestal (Faleiro et al., 2020). Esses processos envolvem a coleta de
dados e informações sobre a saúde e diversidade da vegetação, a presença de espécies-chave,
o funcionamento dos ecossistemas e a resiliência da área restaurada (Dario et al., 2022).
Através da avaliação e monitoramento, é possível avaliar se os objetivos de restauração estão
sendo atingidos, se a vegetação está se desenvolvendo de forma adequada e se as condições
ambientais estão propícias para o estabelecimento de uma comunidade florestal saudável
(Pilocelli et al., 2020).

Além disso, a avaliação e o monitoramento permitem identificar eventuais problemas


ou necessidades de ajustes no processo de restauração (Guimarães et al., 2021). Por exemplo,
se uma área restaurada apresentar uma baixa diversidade de espécies ou não oferecer

35
condições adequadas para a fauna local, medidas corretivas podem ser tomadas, como o
replantio de espécies adicionais ou a implementação de práticas de manejo específicas (Dario
et al., 2022b).

Monitorar a abertura do dossel torna-se essencial, uma vez que desencadeia alterações
significativas nas condições ambientais, como a entrada direta de luz solar no solo, variações
na temperatura e umidade, e mudanças no ciclo hidrológico. Essas transformações exercem
impactos sobre a flora e fauna, podendo favorecer ou prejudicar diferentes espécies adaptadas
a condições específicas de sombra ou luz (Gomes et a., 2023). Adicionalmente, a abertura do
dossel pode intensificar a vulnerabilidade da floresta a incêndios, especialmente em áreas
onde a vegetação se torna mais seca devido à exposição direta ao sol. Essas mudanças
possuem implicações cruciais na diversidade biológica, na dinâmica do ecossistema e na
resiliência da floresta diante de pressões ambientais (Faria et al., 2021).

Portanto, a avaliação e o monitoramento contínuo das áreas restauradas desempenham


um papel fundamental na garantia do sucesso da restauração florestal, fornecendo
informações valiosas para tomada de decisões e permitindo ajustes necessários para alcançar
os resultados desejados (Santos et al., 2022).

A Constituição Federal do Brasil de 1988, art. 225, “Todos têm direito ao meio
ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia
qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e
preservá-lo para as presentes e futuras gerações”. O §1º do artigo citado, incube a efetividade
desse direito ao poder público da seguinte forma:

I - Preservar e restaurar os processos


ecológicos essenciais e prover o manejo
ecológico das espécies e ecossistemas;

II - Preservar a diversidade e a
integridade do patrimônio genético do País e
fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e
manipulação de material genético;

36
III - Definir, em todas as unidades da
Federação, espaços territoriais e seus
componentes a serem especialmente protegidos,
sendo a alteração e a supressão permitidas
somente através de lei, vedada qualquer
utilização que comprometa a integridade dos
atributos que justifiquem sua proteção;

IV - Exigir, na forma da lei, para


instalação de obra ou atividade potencialmente
causadora de significativa degradação do meio
ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a
que se dará publicidade;

V - Controlar a produção, a
comercialização e o emprego de técnicas,
métodos e substâncias que comportem risco
para a vida, a qualidade de vida e o meio
ambiente;

VI - Promover a educação ambiental


em todos os níveis de ensino e a conscientização
pública para a preservação do meio ambiente;

VII - Proteger a fauna e a flora,


vedadas, na forma da lei, as práticas que
coloquem em risco sua função ecológica,
provoquem a extinção de espécies ou submetam
os animais a crueldade.

O monitoramento da RF consiste em um conjunto de indicadores onde cada indicador


avalia um atributo florestal específico (Bayma et al., 2020). Um importante indicador
ecológico do sucesso inicial do RF é a cobertura do dossel, que é a porcentagem de solo
coberto pelas copas das árvores. Durante o início da RF, a cobertura do dossel deve atingir
pelo menos 70-80% (Piaia et al., 2021). Quando um local fecha o dossel, uma floresta
restaurada sombreia gramíneas invasoras, atrai dispersores de sementes e modifica o
microclima e o solo para o estabelecimento de mudas de árvores (Lòpez et al., 2020). Após o

37
fechamento do dossel, a próxima fase é a densidade e diversidade de recrutas que substituirão
as árvores do dossel nos próximos anos, garantindo uma estrutura florestal de longo prazo e
diversidade de espécies (Albuquerque et al., 2022).

2.4. Uso de Drone no monitoramento da Restauração Florestal

A restauração florestal é uma das estratégias mais importantes para a conservação e


recuperação dos ecossistemas naturais, através dela, é possível promover a reintrodução de
espécies nativas, aumentar a biodiversidade e melhorar a qualidade dos recursos hídricos. No
entanto, monitorar o progresso dessas ações de restauração pode ser um desafio (Martins et
al., 2022).

Com os avanços tecnológicos, novas ferramentas estão surgindo para auxiliar nesse
processo. Uma dessas tecnologias é o uso de Robótica Processual Autônoma com
Sensoriamento Remoto (RPA-SFM, na sigla em inglês), que oferece um método eficiente e
preciso para o monitoramento da restauração florestal (Grohmann et al., 2023).

O RPA-SFM consiste na combinação de drones equipados com sensores remotos,


como câmeras e sistemas de mapeamento 3D, com algoritmos avançados de processamento
de imagens. Esses drones são capazes de voar sobre as áreas de restauração, coletando dados
geoespaciais detalhados, como imagens de alta resolução e modelos digitais do terreno
(Oltmanns et al., 2012).

O uso de aeronaves remotamente pilotadas (ARP), popularmente conhecidas como


drones, demonstra um alto potencial para o monitoramento eficiente de projetos de
restauração florestal (RF). Essa tecnologia permite a obtenção de dados de sensoriamento
remoto de alta resolução, capazes de medir estruturas da vegetação, como biomassa, cobertura
do dossel e altura das árvores (Ciraqui et al., 2022). Além disso, as ARP equipadas com

38
câmeras e sensores especializados possibilitam a coleta de imagens precisas e detalhadas,
fornecendo uma compreensão detalhada do progresso da restauração e permitindo ajustes e
tomadas de decisões mais efetivas (Valente et al., 2021).

As ARP oferecem diversas vantagens em relação aos métodos de monitoramento


tradicionais, sendo mais rápidas, eficientes e capazes de acessar áreas de difícil alcance
(Almeida et al., 2020). A capacidade de monitorar o fechamento do dossel por meio de
imagens em diferentes perspectivas e altitudes, juntamente com sobrevoos periódicos para
monitoramento contínuo, proporciona uma visão tridimensional da vegetação e a identificação
de áreas que requerem intervenção adicional. Essa abordagem oferece uma visão mais precisa
e detalhada do progresso da restauração florestal, contribuindo para uma gestão mais eficaz e
sustentável dos ecossistemas (Torezan et al., 2022).

A possibilidade de utilizar ARP para estimar a abertura do dossel representa uma


abordagem promissora e acessível para o monitoramento de RF, fornecendo insights valiosos
sobre o estágio de sucessão ecológica (Macêdo et al., 2020).

O fechamento do dossel, ou seja, o completo desenvolvimento e cobertura vegetal no


topo das árvores em uma área florestal, é um indicador crucial para avaliar a restauração de
ecossistemas degradados (Brancalion et al., 2012). O monitoramento dessa etapa é essencial
para verificar o progresso da restauração florestal e garantir o sucesso das ações
empreendidas. Nesse contexto, o uso de drones tem se mostrado uma ferramenta eficaz e
promissora.

No estudo de Solano (2022), é discutido que distúrbios naturais podem criar aberturas
no dossel da floresta, também conhecidas como clareiras, as quais iniciam diferentes padrões
e processos de crescimento, dependendo da ecologia do distúrbio. As clareiras geradas por
quedas de árvores são o principal tipo de perturbação em muitos ecossistemas florestais,
influenciando a composição e abundância da regeneração do povoamento. A complexidade

39
estrutural derivada encontrada nas florestas é um indicador fundamental da biodiversidade.
Portanto, compreender a variação vertical da altura do dossel, a cobertura do dossel e as
características das clareiras fornece informações cruciais sobre a dinâmica das florestas
primárias e secundárias (Nery et al., 2023).

Com o uso de ARP, é possível identificar áreas onde o fechamento do dossel está
ocorrendo de forma mais eficiente, bem como identificar locais que necessitam de intervenção
adicional, como a replantação de espécies nativas ou a remoção de vegetação invasora. Dessa
forma, o monitoramento por drone oferece uma visão mais precisa e detalhada do progresso
da restauração florestal, permitindo ajustes e tomadas de decisões mais efetivas (Somonetti et
al., 2023).

O monitoramento da restauração florestal em áreas com dossel fechado apresenta


desafios significativos para o uso de drones. O dossel fechado é caracterizado pela cobertura
densa e contínua das copas das árvores, o que dificulta a obtenção de imagens e dados
precisos por meio de sobrevoos com drones (Albuquerque et al., 2022).

Para superar essas dificuldades, é necessário adotar abordagens alternativas e


complementares para a monitoração da restauração florestal em áreas com dossel fechado.
Uma opção é o uso de sensores remotos mais avançados, como sistemas LiDAR (Light
Detection and Ranging), que podem penetrar na vegetação e gerar modelos tridimensionais do
ambiente florestal (Rex et al., 2020).

Outra abordagem é a combinação de técnicas de sensoriamento remoto com a coleta


de dados em campo. O uso de tecnologias como a fotografia hemisférica, que consiste em
fotografar o dossel a partir do solo, pode fornecer informações complementares sobre a
cobertura e estrutura do dossel, ajudando a preencher as lacunas deixadas pelo monitoramento
via drone (Ribeiro et al., 2022). Há estudos acadêmicos que utilizam ARP de baixo custo com

40
sensores RGB (Red, Green e Blue) o qual tem se mostrado uma alternativa viável e acessível
para monitorar a restauração florestal. Essa abordagem combina a eficiência e automação dos
drones com a simplicidade e custo reduzido dos sensores RGB (Jesus Fagundes et al., 2023).

Os sensores RGB são câmeras convencionais que capturam imagens nas três
principais cores (vermelho, verde e azul). Embora sejam menos sofisticados do que os
sensores multiespectrais e hiperespectrais, eles ainda são capazes de fornecer informações
valiosas sobre a vegetação e a cobertura do dossel (Souza et al., 2020).

A principal vantagem do uso de ARP de baixo custo com sensores RGB é a sua
acessibilidade (Gonçalves et al., 2021). Esses drones são mais econômicos tornando-os mais
acessíveis a pesquisadores, instituições e comunidades locais envolvidas em projetos de
restauração florestal, porém o uso de sensores ainda requer um maior esforço no tratamento
dos dados capturados e uma maior precisão das técnicas empregadas pelo sistema (Fagundes
et al., 2023).

Os sensores RGB são capazes de capturar imagens de alta resolução espacial,


permitindo uma análise detalhada da vegetação. Essas imagens podem ser processadas
utilizando algoritmos de visão computacional para extrair informações sobre a densidade,
altura, cobertura e saúde da vegetação. Embora os sensores RGB não possam fornecer
informações espectrais específicas, eles ainda podem ser utilizados para identificar tendências
e padrões de restauração florestal (Lacerda et al., 2023).

Outro benefício dos ARP de baixo custo com sensores RGB é a facilidade de
integração com outras tecnologias e técnicas de monitoramento. Por exemplo, é possível
combinar dados coletados por drones com imagens de satélite ou trabalhos de campo para
obter uma visão mais completa e abrangente da restauração florestal. Essa abordagem

41
integrada permite a combinação de diferentes tipos de informações e fornece uma visão mais
precisa do progresso da restauração como no trabalho de Hamamura et al. (2019).

2.5. Indicadores

Conforme descrito por Brancalion, Gandolfi e Rodrigues (2015), os indicadores


desempenham um papel fundamental no monitoramento da restauração florestal. São
variáveis que têm como objetivo medir as alterações ao longo do tempo em um fenômeno ou
processo. No contexto da RF, esses indicadores são utilizados para acompanhar a trajetória do
ecossistema em restauração, avaliar o progresso em relação às metas estabelecidas, identificar
a necessidade de ações corretivas e comunicar os resultados ao público em geral.

Os indicadores de monitoramento da RF podem abranger uma ampla variedade de


aspectos, dependendo dos objetivos e das características específicas de cada projeto. Alguns
exemplos comuns de indicadores incluem:

1. Cobertura Vegetal: Salomão et al. (2019), mede a quantidade e a qualidade da


vegetação presente no local em restauração. Isso pode ser avaliado por meio de
métricas como a área coberta por espécies nativas, a densidade da vegetação, a
diversidade de espécies e a estrutura do dossel florestal.

2. Recrutamento de Espécies Nativas: Avalia a capacidade de espécies nativas se


estabelecerem e se reproduzirem no local restaurado. Isso pode ser medido pela
presença de mudas e plântulas de espécies nativas, a ocorrência de floração e
frutificação, e a taxa de sobrevivência das novas plantas (Fernandes et al., 2020).

3. Na pesquisa de Freitas et al. (2021), utiliza como indicador a Biodiversidade:


Considera a presença e a diversidade de espécies de fauna e flora nativas no local em
restauração. Pode envolver a identificação e o registro de espécies encontradas, a

42
ocorrência de espécies ameaçadas ou endêmicas, e a interação entre diferentes níveis
tróficos.

4. Estrutura e Funcionamento do Ecossistema: Analisa características do ecossistema


restaurado, como o ciclo de nutrientes, a dinâmica da água, a regeneração do solo, e a
conectividade com outros ecossistemas próximos, como o estudo de Rosenfield et al.
(2020). Esses indicadores ajudam a avaliar se o ecossistema está se aproximando de
um estado mais funcional e saudável.

5. Serviços Ecossistêmicos: Avalia a capacidade do ecossistema restaurado em fornecer


serviços ecossistêmicos, como a regulação do clima, a purificação do ar e da água, a
polinização, sequestro de carbono, entre outros. Pode-se medir a quantidade e a
qualidade desses serviços prestados pelo ecossistema (Lima et al., 2019).

Ao considerar os grupos de comportamento ecológico definidos pela tolerância ao


sombreamento (espécies pioneiras, secundárias e clímax) e aplicados à trajetória de sucessão
ecológica em diferentes tipos de florestas (Costa et al., 2022), é importante selecionar os
indicadores de monitoramento adequados para avaliar a trajetória e o sucesso da FR em cada
estágio, auxiliando na tomada de decisões e possibilitam o ajuste de estratégias e ações para
garantir o sucesso do projeto de FR:

1. Estágio Inicial (Pioneirismo):

● Nesse estágio, é essencial avaliar o estabelecimento das espécies pioneiras, que


são mais tolerantes à luz solar direta e têm rápido crescimento.

● Indicadores sugeridos: taxa de germinação e sobrevivência de mudas pioneiras,


abertura do dossel inicial, taxa de crescimento e desenvolvimento das espécies
pioneiras.

2. Estágio Intermediário (Espécies Secundárias):

43
● Nessa fase, as espécies secundárias começam a se estabelecer e competir com
as pioneiras, buscando uma posição no dossel da floresta.

● Indicadores sugeridos: diversidade e densidade das espécies secundárias, taxa


de crescimento das espécies secundárias, abertura do dossel, taxa de
recrutamento de novas espécies secundárias.

3. Estágio Avançado (Espécies Clímax):

● Nessa fase, as espécies clímax, que são mais tolerantes à sombra, começam a
dominar o dossel da floresta.

● Indicadores sugeridos: diversidade e densidade das espécies clímax, estrutura e


altura do dossel, taxa de crescimento e recrutamento de espécies clímax.

3. Materiais e Métodos

3.1 Área de estudo

As áreas de estudo estão localizadas na Figura 2, na Fazenda Rio Fundo, em


Itaporanga D’Ajuda, SE.

44
Figura 2 : Mapa de localização da Fazenda Rio Fundo, Itaporanga d’Ajuda, Sergipe, Brasil.

A Fazenda Rio Fundo está localizada nas coordenadas 11º06’30” latitude Sul e
37º19’60” e longitude Oeste. A área analisada, tem aproximadamente 38,63 ha, refere-se à
área de compensação ambiental, decorrente do desmatamento, sem a devida licença, de
vegetação nativa para plantio de eucalipto. Os principais tipos de solo que ocorrem na bacia
do Rio Fundo são: Argissolos, Gleissolos, Espodossolos e Latossolos. O relevo está
representado, basicamente, pelos seguintes domínios morfológicos: tabuleiro costeiro,
planície litorânea e relevos dissecados em colinas e interflúvios tabulares, (Fontes et al.,
2010), sendo a altitude média em torno de 38 m.

A vegetação nativa da área, corresponde à floresta estacional semidecidual (Mata


Atlântica). O clima da área de estudo apresenta temperatura média anual de aproximadamente
24,8ºC, com baixa amplitude térmica (cerca de 3,4ºC), sendo classificado como megatérmico
subúmido úmido, apresentando bons índices pluviométricos no outono e inverno (julho e

45
agosto) e meses mais secos (dezembro a fevereiro) no verão (Fontes et al., 2010).

3.2 Modelos de restauração

No estudo, foram considerados três modelos de restauração florestal: (i) ativa (RAM),
(ii) ativa consorciada com espécies de Eucalyptus urophylla S.T. Blake (RAR) e, (iii) passiva
(RPA).

No sistema RAM foi realizado o corte raso (retirada 100%) de eucalipto e o plantio de
espécies arbóreas nativas, com espaçamento de 4 x 4 m. No tratamento RAR, foi realizada a
exploração seletiva da espécie de Eucalyptus urophyla (desbaste em torno de 50%) e o plantio
de espécies arbóreas nativas no espaçamento de 4 x 4 m. Já no sistema RPA, foi realizado o
corte raso dos indivíduos de eucalipto, mas não houve plantio de espécies arbóreas nativas,
sendo uma restauração passiva dependendo exclusivamente da regeneração natural.

No Projeto de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) consta que foram plantadas,


dentre outras, as seguintes espécies nativas do bioma Mata Atlântica: ingá (Inga uruguensis
Hook. & Arn.), amescla (Protium heptaphyllum (Aubl.) Marchand.), embiruçu (Pseudobom
bax grandiflorum (Cav.) A. Robyns), embaúba (Cecropia pachystachya Trécul.) e murici
(Byrsonima crassifolia (L.) Kunth).

3.3 Inventário florestal

O inventário de campo foi realizado no período de dezembro de 2021 a junho de 2022


(Figura 3), utilizando um processo de amostragem sistemática com parcelas de área fixa.
Trinta parcelas quadradas permanentes com dimensões aproximadas de 25 x 25 m (∼ 0,062
ha) foram alocadas. Das 30 parcelas, 10 correspondem às áreas de restauração ativa em que
foram colhidas as rebrotas de eucaliptos (RAM); 10 correspondem às áreas de restauração
ativa em que as rebrotas de eucaliptos permaneceram (RAR); 10 correspondem às áreas de

46
restauração passiva (RPA) (Figura 4). A localização dessas parcelas foi previamente planejada
para cobrir toda a variação de altura existente nas áreas analisadas.

Figura 3: Campanha de inventário de campo nas parcelas alocadas na Fazenda Rio Fundo, Itaporanga d’Ajuda.

Os quatro vértices das parcelas da Fazenda Rio Fundo foram georreferenciados


(UTM-24S, SIRGAS 2000) com um receptor GNSS Trimble RTK R6 (www.trimble.com),
resultando em um erro horizontal médio (X e Y) de 0,02 m. O tempo de coleta das
coordenadas de cada vértice no modo diferencial foi de cinco minutos.

47
Figura 4: Parcelas em diferentes tipos de restauração na Fazenda Rio Fundo. RAM = Restauração Ativa; RAR
= Restauração Ativa consorciada com eucalipto; RPA = Restauração Passiva.

A circunferência do fuste (tronco) de cada árvore da parcela foi obtida com fita
métrica na altura de 1,30 m acima do nível do solo (CAP). Nas parcelas, todos os indivíduos
acima de 15 cm de CAP foram medidos e posteriormente convertidos a diâmetro a altura do
peito (DAP). Os valores de altura total (H) das árvores foram coletados com vara graduada
(telescópica) de 10 m. As árvores maiores que 10 m foram estimadas visualmente pelo
operador previamente treinado.

Para a identificação das espécies foram feitas coletas botânicas, as quais


posteriormente foram identificadas por meio de literatura, além do auxílio de um
parabotânico. As espécies não identificadas em campo foram identificadas por comparação no
herbário da Universidade Federal de Sergipe.

48
3.4 Fotogrametria Aérea Digital (FAD)

3.4.1 Aquisição das fotografias aéreas

As fotografias aéreas de alta resolução espacial (~ 0,04 m) foram adquiridas, para


todas as áreas de estudo, por um sensor CMOS 1” (20 megapixels) acoplado a uma
plataforma multirotor DJI Phantom 4 PRO (SZ DJI Technology Co., Ltd., Shenzhen, China)
(Figura 3A). As imagens multiespectrais RGB foram coletadas durante o inventário florestal,
em boas condições, com tempo ensolarado e velocidade do vento inferior a 10 m s-1. A
altitude do voo foi definida para 120 metros acima do nível do solo e sobreposição frontal de
75% e lateral de 70%. O voo foi realizado no dia 14 de junho de 2022 na fazenda Rio Fundo.
Ao todo, foram registradas 170 imagens (no formato .jpg).

3.4.2 Processamento fotogramétrico

O processamento das imagens foi realizado considerando o total de fotos registradas


na área de estudo. As imagens adquiridas pela câmera a bordo da RPA foram processadas no
software Agisoft Metashape Professional Edition 1.1.0 (AGISOFT, 2023) conforme descrito
em Almeida et al. (2020). Esse software de fotogrametria utiliza um conjunto de algoritmos
de visão computacional Structure from Motion (SfM) e algoritmos de correspondência estéreo
fotogramétrica para reconstrução 3D de imagens sobrepostas (IGLHAUT et al., 2019).

Durante o processo de alinhamento das fotos, 20 pontos de controle do terreno foram


utilizados e 10 pontos de checagem (Figura 5) para a área da Fazenda Rio Fundo. Os pontos
foram materializados em campo com o auxílio de “gabaritos” de plástico na cor vermelha,
com 0,40 m de diâmetro (Figura 5B). Os pontos foram distribuídos aleatoriamente no interior
da área de estudo, considerando os dois polígonos de voo planejados previamente. Todos os
pontos foram coletados com o receptor GNSS Trimble RTK R6 (www.trimble.com) (Figura
5C), resultando em um erro horizontal médio (X e Y) de 0,01 m. Vale destacar que todos os
pontos foram materializados em áreas desprovidas de vegetação (estradas, aceiros e solos
agrícolas em preparo), permitindo, assim, a visualização dos mesmos durante o processo de
alinhamento (Figura 5B). No final do processamento, os valores da RMSE dos pontos de

49
checagem foram de 0,04 (horizontal) e 0,11 (vertical).

Figura 5: Equipamentos utilizados para a obtenção dos dados de sensoriamento remoto via RPA: (A)
drone multi-rotor; (B) receptor móvel para coleta de coordenadas em tempo real; (C) estação rover, a qual
consiste numa base fixa que recebe e armazena as informações transmitidas pelo receptor móvel.

O alinhamento da imagem foi realizado com acurácia alta (accuracy high), com
seleção de par de referência, o número de pontos principais (key points) iguais a 40.000,00 e
pontos de amarração (tie points) iguais a 4.000,00. Para a construção de nuvens densa de
pontos foram definidos qualidade média (quality médium) e modo de filtragem suave
(filtering mode mild).

Os Modelos Digitais do Terreno (MDTs) foram criados a partir da nuvem de pontos

50
3D, aplicando o algoritmo Adaptive Triangulated Irregular Network (TIN) desenvolvido por
Axelsson (2019), implementado no Agisoft Metashape. Nesta etapa, os pontos representativos
do terreno da nuvem de pontos 3D são classificados e posteriormente interpolados. Ao final
do processo, a nuvem de pontos 3D FAD foi exportada no formato de arquivo (“.las”) e o
MDT no formato raster (“.tif”) com resolução espacial de 0,50 m.

3.4.3 Métricas FAD-RPA derivadas da nuvem de pontos

Métricas tradicionais de altura e métricas que representam a cobertura do dossel foram


estimadas a partir da nuvem de pontos normalizada 3D FAD-RAP para descrever a estrutura
de cada parcela. O valor de corte de altura de 1,5 m foi utilizado como limite para separar os
pontos que representam o solo e a vegetação do sub-bosque daqueles associados às árvores de
interesse (DAP ≥ 5 cm). As métricas de altura do dossel incluíram estatísticas básicas de
distribuição (média, modo, variância, máximo, percentis, etc) pontos acima de um limite de
altura especificado para o número total de pontos. Todas as métricas foram extraídas no
softwareFUSION/LDV 4.40 (Mcgaughey, 2018) (Tabela 1).

Figura 6: Exemplo de métricas tradicionais baseadas na altura das nuvens de pontos 3D obtidas por
fotogrametria aérea digital (FAD) com imagens coletadas com aeronave remotamente pilotada (RPA). Adaptado
de Milena Vieira (2023).

51
Tabela 1. Métricas tradicionais extraídas de valores normalizados de alturas
derivadas de fotogrametria aérea digital (FAD).

Tipo de
Nome Descrição
métrica

i) Altura 𝐻mín Altura mínima

𝐻máx Altura máxima

𝐻med Altura média

𝐻mod Altura da moda

𝐻CV Coeficiente de variação

𝐻SD Desvio padrão

𝐻𝑉 Variância

𝐻Que Distância interquartil

𝐻𝑠𝑘ew Assimetria

𝐻curt Curtose

(H01, H05, H10, H20, H25, H30, Valores percentuais (1º, 5º,
H40, H50, H60, H70, H75, H80, H90, H95, 10º, 20º, 25º, 30º, 40º, 50º, 60º, 70º,
H99) 75º, 80º, 90º, 95º, 99º)

Média generalizada para a 2ª


𝐻SQRT média SQ
potência

Média generalizada para a 3ª


𝐻𝐶𝑈𝑅𝑇média cubo potência

52
HAAD Desvio absoluto médio

𝐻MADmediana Mediana dos desvios


absolutos em relação à mediana geral

Moda dos desvios absolutos


𝐻MADmod do modo geral

LH1, HL2, HL3 e HL4 Momentos lineares

𝐻𝐿𝑠𝑘ew Assimetria do momento L

𝐻𝐿curt Curtose em L-momento

Canopy Relief Ratio


CRR (𝐻média − 𝐻mín ) / (𝐻máx − 𝐻mín)

ii)
Cobertura número de pontos acima de
CCH
3,0 m
do dossel

número de pontos acima da


CC𝐻média altura média

número de pontos acima da


CC𝐻mod altura da moda

número de pontos acima de


CC%3metros 3,0 m/total # de pontos × 100

número de pontos acima da


CC%𝐻média altura média/total # de pontos × 100

número de pontos acima da


CC%𝐻mod altura da moda/total # de pontos ×
100

53
3.4.4 Avaliação da fotogrametria aérea digital

A acurácia dos MDTs gerados foi avaliada de duas formas. Primeiro, pela comparação
direta dos valores de elevação extraídos dos DTMs obtidos por FAD-RPA com os valores de
elevação estimados em campo com receptor GNSS Trimble RTK R6 (www.trimble.com).
Nesta etapa, foram utilizados os valores de elevação de alguns vértices de cada uma das
parcelas de inventário, totalizando 50 pontos na fazenda Rio Fundo. Em segundo lugar, foram
comparados os valores de altura dominante das árvores (Hdom) de cada parcela com os valores
do percentil 99 extraídos das nuvens de pontos 3D FAD-RPA normalizadas para cada parcela.
Após recorte das nuvens de pontos para cada parcela de inventário, as mesmas foram
normalizadas a partir da subtração do MDT, ou seja, os valores de elevação foram
transformados em altura. A Hdom foi estimada pela média das 25 árvores mais altas da parcela,
exceto nas parcelas 23 e 29 da restauração passiva (RPA), as quais tinham um número
pequeno de árvores, sendo a Hdom estimada pela média das 10 maiores árvores.

Para avaliação das estimativas geradas pelos modelos, para ajuste e validação, foram
obtidas as seguintes estatísticas: coeficiente de determinação (R2) (Equação 5), raiz quadrada
do erro médio (RQME e RQME%) e o viés (V%).

A avaliação da acurácia foi verificada por meio do erro sistemático, estimando o Viés
(Equações 1 e 2) e do erro total, estimado pelo RMSE (Equações 3 e 4), todos em valores
absolutos e porcentagem. Toda análise foi realizada na linguagem de programação R Core
Team (2021).

𝑛 𝑛
∑𝑖=1 𝑌𝑜𝑏𝑠 − ∑𝑖=1𝑌𝑒𝑠𝑡 (1)
𝑉𝑖𝑒𝑠(𝑎𝑏𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜) = 𝑛

𝑉𝑖𝑒𝑠 (%) =
𝑉𝑖𝑒𝑠(𝑎𝑏𝑠)
* 100 (2)
𝑌𝑚𝑒𝑑

54
𝑛 𝑛
(∑𝑖=1 𝑌𝑜𝑏𝑠 − ∑𝑖=1𝑌𝑒𝑠𝑡)²
(3)
𝑅𝑀𝑆𝐸 (𝑎𝑏𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜) = 𝑛

𝑅𝑀𝑆𝐸(%) =
𝑅𝑀𝑆𝐸 (𝑎𝑏𝑠)
* 100 (4)
𝑌𝑚𝑒𝑑

(5)

Em que:

Yobs = variável observada;

Yest = variável estimada;

Ymed = valor médio da variável observada;

n = número de amostras.

3.5 Obtenção da abertura do dossel

3.5.1 Mapeamento da abertura do dossel da floresta

Nos estudos sobre a abertura do dossel por meio do sensoriamento remoto, os métodos
mais comumente utilizados para detecção são os limites de altura fixos e variáveis. No
entanto, existe uma falta de consenso em relação à definição de fechamento de lacunas.
Diferentes estudos têm considerado diferentes limiares de altura de regeneração, variando de
2 m a 20 m, levando em consideração o contexto biogeográfico, a composição da floresta e o
objetivo da pesquisa, bem como a precisão dos dados para detectar essas lacunas.

55
Da mesma forma, discordâncias também podem ser observadas em relação às
dimensões mínimas aceitáveis para as lacunas, variando de 1 a 1000 m². Com base nessas
considerações, foi adotado uma abordagem com limite de altura fixa de 2 m, com base em
estudos anteriores realizados na área e nas condições ecológicas do ecossistema florestal de
faias (Piovesan et al., 2019).

A definição de clareira utilizada considerou a abertura no dossel, determinada pela


projeção vertical das copas das árvores adjacentes, alcançando o solo em todos os estratos até
2 m de altura da vegetação, com uma área mínima de 2 m². Para avaliar a altura do dossel
acima do solo, medimos a diferença vertical entre o Modelo Digital de Terreno (DTM) e o
Modelo Digital de Superfície (DSM), também conhecido como Modelo de Elevação do
Dossel (CHM),(ou seja, CHM) foi então utilizada para avaliar a altura do dossel florestal
acima do solo, com uma resolução espacial de 4 cm, cobrindo toda a área de estudo.
Utilizamos o pacote R ForestGapR (Silva et al., 2019) para detectar as clareiras no CHM,
permitindo-nos identificar áreas contíguas consistentes com a definição utilizada de clareiras.
A área mapeada de abertura de dossel em cada parcela foi transformada em percentual de
abertura de dossel.

3.5.2 Avaliação de precisão e validação de dados

Os dados de validação de lacunas foram derivados de levantamentos de campo


(coordenadas geográficas das clareiras nas 30 parcelas) e da interpretação visual dos
resultados de altíssima resolução obtidos pelo ARP. Primeiro, inserimos 100 pontos
aleatoriamente nas 30 parcelas de 25 m × 25 m (625 m2) nas áreas de estudo. Dentro de cada
parcela, todas as clareiras visualmente detectáveis foram digitalizadas manualmente como
polígonos vetoriais, representando os limites das clareiras de referência, usando o ortomosaico
e o CHM como camadas de base (Figura 7).

56
Figura 7: Parcelas em diferentes tipos de restauração na Fazenda Rio Fundo. RAM = Restauração Ativa; RAR =
Restauração Ativa consorciada com eucalipto; RPA = Restauração Passiva.

O intérprete não estava ciente da abertura do dossel derivada do CHM para garantir
a independência (White et al., 2018). A precisão da detecção de lacunas foi determinada por
meio de avaliação baseada em objetos (Solano et al., 2022) comparando o número total de
lacunas verdadeiras identificadas no CHM com os dados de validação. Esse processo foi
realizado usando uma amostra independente para recall (r) e precisão (p), ambos usados ​para
calcular o F-score para a precisão geral (equação (1 ) ):

(𝑟 𝑥 𝑝)
𝐹 = 2𝑋 (𝑟 + 𝑝)
(1)

57
onde:

𝑇𝑃
𝑟= 𝑇𝑃 + 𝐹𝑁
(2)

𝑇𝑃
𝑝= 𝑇𝑃 + 𝐹𝑃
(3)

O erro de omissão está relacionado com r (equação (2) ), enquanto o erro de comissão
está relacionado com p (equação (3) ). Esses indicadores de desempenho consideram lacunas
detectadas corretamente (verdadeiros positivos-TP), lacunas detectadas erroneamente (falsos
positivos-FP) e lacunas não detectadas (falsos negativos-FN). A razão entre TP e o número
total de lacunas foi usada como um indicador da taxa de detecção de lacunas. A aquisição de
dados de validação e a avaliação da precisão foram realizadas usando o QGIS (ver. 3.16 LTR)
( QGIS.org, 2021 ).

Após a análise das lacunas derivadas do CHM, elas foram extraídas e convertidas em
polígonos vetoriais antes do cálculo estatístico para determinar as propriedades estruturais: i)
área da lacuna; ii) altura máxima, mínima e média do dossel; iii) o desvio padrão da altura do
dossel; e iv) coeficiente de Gini da altura do dossel. A análise estatística foi realizada
utilizando o pacote ForestGapR R (Silva et al., 2019).

4. Resultados

Observa-se que de forma geral a altura média mensurada pelo ARP foi inferior à do
campo. A maior amplitude de altura entre o ARP e o campo foi em RPA (Tabela 2).

Tabela 2: Dados da altura média obtidos pelo ARP e no campo.

Altura média (ARP) Altura média (campo)

58
(m) (m)

RAM 3,78 5,78

RAR 2,93 7,14

RPA 2,07 6,85

Media 1,98 6,59

4.1. Resultados da estimação da altura e abertura do dossel

4.1.1. Estimação da altura

Os resultados da validação da altura calculada pelo ARP apresenta um R2 baixo de


0,09 e um RMSE de 1,27 m (Tabela 3).

59
Tabela 3: Validação da altura calculada pelo ARP.

Tratamento R2 RMSE

RAM 0,60 0,52 m

RAR 0,82 0,64 m

RPA 0,09 1,33 m

As análises gráficas da correlação entre as alturas observadas e alturas estimadas e


(distribuição dos erros percentuais, se for calculado) dos dados de ajuste e validação (Figura
8).

60
Total RAM

RAR RPA

Figura 8: Regressão linear com os dados de altura obtidos através do drone e em medição no campo.

Foi avaliado a precisão da classificação pelo ForestGap para distinguir as áreas com
abertura de dossel com as áreas com dossel fechado, com as imagens do ARP, comparando-o
com a classificação manual realizada no software Qgis. O intérprete detectou 94 lacunas

61
distribuídas aleatoriamente em toda a área de estudo após a inspeção. Das 94 lacunas, 86
foram extraídas corretamente e 8 não foram detectadas. Não houve lacunas falsamente
detectadas. A métrica de desempenho de recall (r) foi de 0,87 e o valor de precisão (p) foi de
0.90. O F-score (0,88) determinou a precisão geral, alcançando assim um valor geral de taxa
de detecção de gap de 88%. O valor do Índice Kappa foi de 0.8.

Comparando as medições em campo e as medições utilizando o ForestGap pode-se


notar que a amplitude em área para as lacunas medidas na imagem e com o uso do ForestGap
foi de RAM: 23.739,91 m² e 2.443,00 m², RAR: 1.522,786 m² e 2.431,00 m², RPA: 5.147,421
m² e 4.006,00 m² respectivamente. Considerando a área total de cada tratamento, mostrou-se
que o tratamento RPA possuiu maior porcentagem de abertura do dossel nos dados do ARP e
realizado manualmente, 70,99% e 91,22% respectivamente (Tabela 3).

Tabela 4: Dados de abertura do dossel obtidos por drone e manualmente.

Abertura do Dossel Abertura do Dossel


(ARP) (manual)

(%) (%)

RAM 39,43 38,32

RAR 43,86 27,48

RPA 70,99 91,22

62
5. Discussão

A abertura de dossel desempenha um papel crucial na recuperação ambiental das


florestas tropicais. As clareiras, criadas por árvores derrubadas pelo vento e galhos quebrados,
permitem que maior luz solar alcance os níveis mais baixos da floresta, promovendo a
regeneração das espécies de árvores da copa e fornecendo habitats para espécies pioneiras
(Sanford et al., 1986). A abertura do dossel leva a mudanças na estrutura da floresta, com
florestas mais curtas e mais abertas observadas após distúrbios como extração seletiva de
madeira ou furacões (Dalagnol et al., 2019; Leitold et al., 2021). O processo de recuperação
envolve rebrota e recrutamento de árvores, com camadas de copa abaixo de 1 0 m sendo
responsáveis ​pela maior parte dos aumentos na altura da copa e cobertura fracionada (Leitold
et al., 2021). Estudos demonstraram que as clareiras causadas pela exploração madeireira
podem fechar dentro de um ano após a rebrota.

É importante ressaltar que as clareiras seguem a definição de Brokaw (1982), em que


são consideradas clareiras as aberturas que se estendem desde o dossel superior até o
sub-bosque (ou seja, com pelo menos dois metros sobre o chão). O estudo de Castillo et al.
(2022), mostrou que as imagens de drones e satélites podem oferecer uma qualidade alta
proporcionando um monitoramento eficiente. A verificação de campo geralmente é necessária
para avaliar a precisão da classificação de imagens digitais. Uma grande desvantagem da
verificação de campo é ser trabalhosa e demorada. O seu estudo demonstrou que, ao aplicar
uma abordagem alternativa (embora não seja um substituto) usando ARP, é possível produzir
imagens de referência de resolução espacial muito alta (0,5 m), sendo possível detectar a
abertura do dossel provocada pela exploração de madeira.

A ferramenta ForestGap emerge como uma solução promissora para auxiliar na


recuperação de áreas degradadas, contribuindo para o planejamento mais eficaz e informado
das ações de restauração. É uma ferramenta baseada em tecnologia de sensoriamento remoto e
análise geoespacial. Ela é projetada para mapear a distribuição e a densidade de clareira
(gaps) em uma determinada área florestal.

Esses gaps representam espaços vazios na cobertura vegetal que podem indicar áreas
com menor regeneração natural ou degradadas. Ao identificar esses pontos, a ferramenta

63
oferece insights valiosos para a seleção de locais estratégicos de intervenção na recuperação
ambiental. Além de possibilitar o monitoramento ao longo do tempo, permitindo avaliar a
eficácia das ações de restauração e ajustar estratégias conforme necessário.

Solano et al. (2022), utilizou a ferramenta Forestgap em seu trabalho e obteve uma
acurácia de 0.98, alcançando assim um valor geral de taxa de detecção de gap de 95%. É
relacionado em seu trabalho o erro de omissão com fato de que os espaços entre as copas das
árvores, detectados pelo ortomosaico, apresentavam vegetação acima do limite de altura
definido. Da mesma forma, os espaços cobertos por pequenos galhos resultaram em maior
altura de vegetação ao longo da borda da clareira, o que reduziu a largura total da clareira,
levando à ausência de clareiras mal identificadas. No estudo de Albuquerque et al. (2022) foi
observado que o tamanho da lacuna foi positivamente relacionado com reduções na altura do
dossel, tendo as duas lacunas mais discrepantes detectadas apenas no campo e sem
classificação sistemática prévia.

Detectar pequenas clareiras que afetam principalmente o sub-bosque da floresta é um


desafio. No entanto, pesquisas contínuas de inventário florestal permitem a detecção dessas
lacunas. Assim, mesmo que nenhum sinal claro de abertura no dossel superior seja visível nas
imagens, distúrbios menores podem ser contabilizados com inventário florestal detalhado.
Embora as clareiras de sub-bosque tenham menor perda de biomassa, podem promover
alterações na qualidade e disponibilidade de luz, que levam a efeitos efetivos e persistentes.

O tratamento RPA mostrou-se com maior abertura do dossel. A restauração passiva


refere-se à recuperação espontânea de um ecossistema perturbado ao seu estado anterior,
fazendo uso da interrupção do agente perturbador e da gestão da resiliência remanescente.
Essa abordagem visa reconduzir a estrutura do ecossistema ao seu estado prévio à perturbação
(Yeh et al., 2013). Uma vez que a restauração passiva é aplicada a áreas em estado de
abandono, a remoção de gado e a interrupção das práticas agrícolas são intervenções que
podem acelerar a sucessão secundária (Netteshein et al., 2013).

A área que utiliza o eucalipto sendo uma árvore originária da Austrália, conhecida por
seu rápido crescimento e adaptabilidade a diferentes condições de solo e clima. Essas

64
características fazem com que o eucalipto seja considerado uma opção viável para a
recuperação florestal em determinados contextos (Booth, 2015).

A avaliação da métrica "elevation mean" não representou adequadamente a altura das


restaurações florestais em todas as parcelas. Essa limitação é especialmente evidente na
restauração florestal RPA, caracterizada por baixa densidade de vegetação, resultando em um
R2 de 0,09 e um RMSE de 1,33 m (64,25%).

Um estudo utilizando ARP para avaliar a altura do dossel (Roşca et al., 2018) destacou
a influência da abertura do dossel na altura das árvores. Superfícies côncavas refletem luz
entre si, dificultando a precisão na recriação da forma através da restituição estéreo (Nayar et
al., 1991; Roşca et al., 2018). A imprecisão na modelagem das aberturas do dossel a partir das
nuvens de pontos derivadas do ARP torna essa tecnologia menos adequada para áreas de
regeneração natural muito aberta (Roşca et al., 2018).

Observou-se uma subestimativa da altura derivada dos dados do ARP, considerando


erroneamente os dados de campo como medições precisas. Estudos anteriores em florestas
tropicais também apontaram essa subestimativa (Swinfield et al., 2019), especialmente em
áreas com baixa densidade de vegetação.

Em relação às diferentes áreas de restauração, RAM demonstrou eficiência superior no


fechamento do dossel após dez anos de implantação de diferentes modelos sucessivos.
Contrariamente, RAR, apesar de manter 50% dos eucaliptos plantados, não apresentou um
dossel mais fechado. A discrepância entre RPA e as demais restaurações podem ser atribuída
ao critério de inclusão de árvores em RPA, que considera todas as árvores com DAP maior ou
igual a 5 cm, tornando o processo mais lento em comparação com a restauração ativa.

O protocolo de monitoramento para projetos de restauração florestal na Mata Atlântica


Brasileira enfatiza duas fases distintas. A primeira prioriza o estabelecimento da cobertura do
dossel, enquanto a segunda se concentra em outros indicadores ecológicos após o
estabelecimento inicial.Apesar das limitações do estudo, como a diferença na delimitação de
clareiras entre a imagem RGB e a nuvem de pontos do ARP, o mapeamento das clareiras

65
apresentou resultados promissores, com uma taxa de detecção de 88% e um F score de 0,88,
indicando alta precisão.

A fotointerpretação do ortomosaico do ARP de baixo custo possibilitou a identificação


de trechos com diferentes sucessos de restauração, reforçando a utilidade do monitoramento
de restaurações ecológicas com imagens de alta resolução espacial. Essa abordagem fornece
informações valiosas, mesmo em condições de dossel aberto, sem depender exclusivamente
de dados de campo. A altura da árvore permanece como o único parâmetro estrutural que
requer trabalho de campo tradicional para dados de referência.

6. Conclusão

O monitoramento eficiente da altura e abertura do dossel em restaurações ecológicas


ativas (RAM e RAR) foi alcançado com sucesso utilizando ARP. No entanto, esse método
apresenta limitações ao avaliar a altura do dossel em restaurações ecológicas passivas (RPA),
devido à presença de indivíduos da regeneração natural não contabilizados na coleta de dados
de campo, resultando em uma superestimativa da altura do dossel obtida pelo ARP. Apesar
disso, a abertura de dossel calculada pelo ARP em RPA demonstrou eficácia.

A utilização de um Diâmetro à Altura do Peito (DAP) de inclusão de 5 cm para


espécies arbóreas mensuradas no campo exclui muitos indivíduos da regeneração natural,
levando a uma superestimativa da altura do dossel medida no campo. Assim, a altura do
dossel obtida pelo ARP emerge como uma alternativa mais indicada para monitorar a altura
do dossel em processos de restauração florestal na Mata Atlântica.

Dentre os métodos de restauração florestal avaliados, RAM destacou-se como a


abordagem mais eficaz, apresentando um dossel mais fechado e maior altura. Portanto,
recomenda-se a adoção da restauração ativa com o plantio de espécies nativas da Mata
Atlântica, especialmente considerando a superioridade demonstrada por RAM nesse contexto.

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