Aula 1
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Avançada
Aula 1 - Comportamento de alguns solos típicos
1.1. Introdução
A mecânica dos solos clássica estuda o comportamento dos solos por meio de um sistema bifásico linear
no qual o solo é caracterizado por possuir duas fases distintas: solo completamente seco (ou seja, com
grau de saturação igual a zero), ou solo completamente saturado (ou seja, com grau de saturação igual a
100%).
Este modelo não representa a totalidade dos solos em determinadas condições, portanto, é importante
atentarmos para o fato de que o conteúdo absorvido no curso clássico deve servir como embasamento, ou
ponto de partida, para a compreensão de alguns comportamentos não usuais dos solos, apresentados
neste curso.
Em alguns casos, conforme Pinto (2000), o estudo dos diversos tipos de solo parte de premissas clássicas
mas “[...] são incorporados conhecimentos peculiares, detectados pela observação experimental. Para
cada um deles, existem estudos aprofundados, baseados em observações e em modelos construtivos que
procuram sintetizar os conhecimentos que vão se acumulando na Engenharia de Solos”.
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Figura 2. Planos de
Figura 1. Planos de desenvolvimento de ruptura em fundações superficiais. desenvolvimento de ruptura
Fonte: Pinto (2000) em taludes. Fonte: Pinto
(2000)
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Figura 3. Transmissão da força pela tensão superficial da água. Fonte: Lollo (2013).
𝜎1 +𝜎3 𝜎1 −𝜎3
𝜎𝛼 = + cos(2𝛼) (1)
2 2
𝜎1 −𝜎3
𝜏𝛼 = 𝑠𝑒𝑛(2𝛼) (2)
2
Envoltória
s
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Figura 11. Exemplo de resultado de ensaio de Figura 12. Determinação da envoltória de esforços por meio de ensaio
cisalhamento direto. Fonte: Barbosa e Lima (2013) de cisalhamento direto. Fonte: Barbosa e Lima (2013)
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Tensão de Cedência
Figura 14. Comportamento típico em solos cimentados. Fonte: Adaptado Figura 15. Exemplo de tensão de cedência em ensaio de adensamento
de Pinto (2000) inundado. Fonte: Adaptado de Al Rawas (2000)
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𝜓𝑡 = 𝜓𝑚 + 𝜓0 (8)
𝜓𝑚 = (𝑢𝑎 − 𝑢𝑤 ) (9)
Figura 18. Ensaio UU em solo não saturado demonstrando pressões neutras e efetivas após o
carregamento em comparação com um solo totalmente saturado. Fonte: Pinto (2000).
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Figura 19. Envoltórias de resistência em ensaios triaxiais drenados, CD, em solos não
saturados.Fonte: Pinto (2000).
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Figura 21. Subsidência por colapso. Fonte: Silva (2018) Figura 22. Colapso de solo. Fonte: Silva (2018)
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Figura 23. Mecanismo de Colapso: Estrutura de solo antes e depois de uma inundação. Fonte:
Adaptado de Al Rawas (2000)
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𝜎𝑐𝑠 −𝜎𝑣0
𝐶= (11)
𝜎𝑐𝑛 −𝜎𝑣0
Onde,
C – Coeficiente de Colapsibilidade;
𝜎𝑐𝑠 – Tensão de pré-adensamento ou de cedência virtual do solo inundado;
𝜎𝑐𝑛 – Tensão de pré-adensamento ou de cedência virtual do solo na umidade natural;
𝜎𝑣0 – Tensão vertical devida ao peso próprio do solo em campo.
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Potencial de IP IC LL Potencial de IP LL
expansão expansão (Chen, 1974) (Chen, 1983)
Baixo < 18 >15 20 a 35 Baixo 0 a 15 < 30
Médio 15 a 28 10 a 15 35 a 50 Médio 10 a 35 30 a 40
Alto 25 a 41 7 a 12 50 a 70 Alto 20 a 55 40 a 60
Muito alto > 35 < 11 > 70 Muito alto > 35 > 60
Tabela 3. Potencial de Expansão por Bowles. Fonte: Tabela 4. Potencial de Expansão por Chen (1974) e Chen
Soares et al (2013) (1983). Fonte: Soares et al (2013)
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Exercícios
01) Determinar a resistência ao cisalhamento para uma amostra indicada no perfil abaixo considerando os
valores obtidos no ensaio triaxial.
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Exercícios
02) Considere que um solo esteja submetido a uma pressão total de terra equivalente a 20kN/m² e a uma
pressão neutra equivalente à 8kN/m². Quais são os valores das resistências ao cisalhamento de cada
amostra.
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Referências Bibliográficas
Cavalcante, E. H.; Santos ; Souza Neto. Propriedades geotécnicas de um solo expansivo de Sergipe. In: II
GEOJOVEM, 2006, Nova Friburgo - RJ. GEOJOVEM 2006. Nova Friburgo, 2006.
Ibañez, J.P. Modelagem Micro-mecânica Discreta de solos Residuais. Tese de Doutorado, PUC-Rio, 2008.
Lollo, J.A. (org). Solos Colapsíveis: Identificação, Comportamento, Impactos, Riscos e Soluções
Tecnológicas. UNESP, 2008.
Pereira, E.M. (2004). Estudo do comportamento à expansão de materiais sedimentares da Formação
Guabirotuba em ensaios com sucção controlada. Tese de Doutorado em Engenharia Geotécnica – USP –
Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo.
Pinto, C.S. Curso Básico de Mecânica dos Solos em 16 Aulas. Ed. Oficina de Textos, 2000.
Pires, R.R.; Ribeiro Júnior, I. Estudo da Resistência ao Cisalhamento dos Solos Residuais Saprolíticos de
Filito da Baixada Cuiabana. In: XVIII Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia
Geotécnica - COBRAMSEG, 2016.
Santos. R.A. Comportamento Anisotrópico de um Solo Laterítico Compactado. Dissertação de Mestrado,
EESC, 2015.
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Referências Bibliográficas
Silva, J.L.M. Curso Básico de Percepção e Mapeamento do Risco Geológico – Colapso e Subsidência.
Serviço Geológico do Brasil. Vitória /ES, 2018. Disponível em <
https://defesacivil.es.gov.br/Media/defesacivil/Capacitacao/CBPRG2018/Vit%C3%B3ria_Subsid%C3%AAn
cia%20e%20Colapso_Jo%C3%A3o.pdf > acessado em 24 de fevereiro de 2020.
Soares, J.M.D., Pires, G.M., Conterato, T.M. Solos Expansivos: Estudo de Caso em Santa Maria/RS. In:
GEORS – VII Seminário de Engenharia Geotécnica do Rio Grande do Sul