Relatorio Compressão Simples

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE – UFCG

CENTRO DE TECNOLOGIA E RECURSOS NATURAIS – CTRN

UNIDADE ACADÊMICA DE ENGENHARIA CIVIL – UAEC

DISCIPLINA: MECÂNICA DOS SOLOS EXPERIMENTAL

COMPRESSÃO SIMPLES

Professora: Veruschka Monteiro

Estagiário de Docência: Rômulo Medeiros

Grupo: Isadora Ribeiro de Andrade

Bruna Silveira Lira

Campina Grande, agosto de 2013


LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Círculo de Mohr.........................................................................................................7


Figura 2: vários círculos de Mohr para os vários estados de tensão.................................7
Figura 3: gráfico da tensão de cisalhamento em função da tensão normal......................8
Figura 4: corpo-de-prova do ensaio de compressão simples.............................................9
Figura 5: gráfico da tensão em função da deformação........................................................9
Figura 6: Moldagem do corpo de prova................................................................................10
Figura 7: Compactação do corpo de prova..........................................................................11
Figura 8: Aplicação do carregamento axial continuo..........................................................11
Figura 9: medição das tensões e deformações verticais do corpo de prova..................12
Figura 10: Gráfico da Tensão de Deformação x Deformação Específica.......................14
Figura 11: Círculo de Mohr....................................................................................................15
ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO...................................................................................................................4
1.1 Justificativa.................................................................................................................4
1.2 Objetivos.....................................................................................................................4
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.............................................................................................5
3. MATERIAIS E MÉTODOS..............................................................................................10
3.1 Materiais...................................................................................................................10
3.2 Métodos....................................................................................................................10
4. RESULTADOS EXPERIMENTAIS................................................................................13
5. CONCLUSÕES................................................................................................................17
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................................18
COMPRESSÃO SIMPLES

1. INTRODUÇÃO

1.1Justificativa

A resistência de um material é a maior tensão que o mesmo pode suportar. Se


a tensão aplicada excede a sua resistência, a ruptura acontece.

A determinação da resistência ao cisalhamento de um solo é necessária para


determinar o tipo de solo adequado a uma obra e seu respectivo carregamento,
como é o caso de estabilidade de taludes, empuxos de terra sobre paredes de
contenção, capacidade de cargas de sapatas e estacas, entre outros.

1.2 Objetivos

Este trabalho tem como objetivo determinar a resistência à compressão não


confinada de um solo coesivo, através do ensaio de compressão simples.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A resistência de qualquer material é a maior tensão que o mesmo pode


suportar. Se a tensão aplicada excede a sua resistência, a ruptura acontece.

Vários materiais empregados na construção civil resistem bem a tensões de


compressão, porém têm uma capacidade bastante limitada de suportar tensões
de tração e de cisalhamento, como ocorre com o concreto e também com os
solos.

As tensões cisalhantes são a principal causa do movimento relativo entre as


partículas do solo. Por estas razões, quando se refere à resistência dos solos,
implicitamente trata-se de sua resistência ao cisalhamento.

A resistência do solo forma, juntamente com a permeabilidade e a


compressibilidade, o suporte básico para resolução dos problemas práticos da
engenharia geotécnica.

Dentre os problemas usuais em que é necessário conhecer a resistência do


solo, destacam-se a estabilidade de taludes, a capacidade de carga de
fundações, os empuxos de terra sobre estruturas de contenção, as escavações
de túneis e as camadas de pavimentos rodoviários.

Nos solos, a ruptura por cisalhamento ocorre quando as tensões entre as


partículas são tais que deslizam ou rolam umas sobre as outras. Portanto, se
pode dizer que a resistência ao cisalhamento depende da interação entre as
partículas, e esta interação pode ser dividida em duas categorias:

 Resistência friccional (de atrito)

 Resistência coesiva (coesão)

Sendo N a força vertical transmitida pelo corpo, a força horizontal T necessária


para provocar o deslizamento do corpo deverá ser superior a N.μ, em que μ é o
coeficiente de atrito na interface entre os dois materiais.

Dessa maneira, verifica-se que há uma proporcionalidade entre as forças


tangencial e normal, que pode ser representada através da seguinte equação:

T = N⋅μ

Onde μ = tan φ

φ = ângulo de atrito interno, o ângulo formado entre a resultante das duas


forças com a normal N.

A resistência friccional é a parcela de resistência predominante nos solos ditos


“não plásticos” ou granulares, nos quais a drenagem é sempre favorecida. Os
parâmetros de resistência, neste caso, são sempre referidos como drenados ou
efetivos.

Os parâmetros que influenciam o ângulo de atrito são:

 Grau de saturação;
 Tamanho das partículas;
 Forma das partículas;
 Estado de tensão atuante.

A resistência ao cisalhamento dos solos é, por natureza, conferida pelo atrito


entre as partículas sólidas. Todavia, dependendo da mineralogia do solo, a
atração química que pode haver entre essas partículas é capaz de ocasionar
uma resistência que independe da tensão normal atuante no plano de
cisalhamento, o que constitui uma coesão verdadeira.

A coesão aparente é uma parcela da resistência ao cisalhamento de solos


úmidos, não saturados, que não tem sua origem na cimentação e nem nas
forças intrínsecas de atração.

Esse tipo de coesão deve-se ao efeito de capilaridade na água intersticial.


Saturando-se totalmente o solo, ou secando-o por inteiro, esta parcela
desaparece, donde o nome de aparente.

A sua intensidade cresce com a diminuição do tamanho das partículas. A


coesão aparente pode ser uma parcela bastante considerável da resistência ao
cisalhamento do solo, principalmente nos solos argilosos e/ou siltosos.

A coesão aumenta com os seguintes fatores:

 Quantidade de argila e atividade coloidal;


 Razão de pré-adensamento (over consolidation ration – OCR);
 Diminuição do teor de umidade

O estado de tensões atuantes em todos os planos passando por um ponto


pode ser representado graficamente num sistema de coordenadas em que as
abcissas são as tensões normais e as ordenadas são as tensões cisalhantes,
esta representação gráfica é conhecida como circulo de Mohr, Figura 1.
Figura 1: Círculo de Mohr.

A resistência ao cisalhamento de um solo é a sua resistência a deformação por


deslocamento contínuo ao longo de um plano ou superfície de ruptura. Para
definir este estado de ruptura, existem vários critérios ou teorias de ruptura.
Sendo o mais utilizado, o critério de Mohr-Coulomb.

Conhecidos os vários círculos de Mohr para vários estados de tensão, é


possível traçar a envoltória de ruptura (limite) dos círculos, envoltória de Mohr,
que estabelece a relação entre a tensão de cisalhamento e a tensão normal na
ruptura.

Qualquer círculo localizado abaixo da envoltória representa uma condição


estável, Figura 2. A ruptura ocorre somente quando a combinação das tensões
normal e cisalhante resulta em um círculo que tangencia a envoltória de Mohr.

Figura 2: vários círculos de Mohr para os vários estados de tensão.

Coulomb (1776) constatou que existem dois fatores influenciando a resistência


ao cisalhamento dos solos: um dependente das tensões aplicadas e outro
independente. O fator independente é relacionado com a coesão intrínseca do
material (c).

 R =  tg  + c

 R = resistência ao cisalhamento do solo, kPa;

 = tensão normal aplicada, kPa;

 = ângulo de atrito do solo, graus;

c = coesão do solo, KPa

 e c são chamados de parâmetros de resistência do solo. Estes valores


não são propriedades inerentes do material, ao contrário, eles são
dependentes das condições operativas do ensaio.

Combinando-se as duas teorias, obtemos o critério de ruptura definido como de


Mohr / Coulomb, com a relação entre tensão de cisalhamento e tensão normal
sendo linear.

Para uma areia (c=0), a equação é do tipo:

 R =  tg 

Para uma argila com  = 0, a equação é do tipo:

 R =c

Figura 3: gráfico da tensão de cisalhamento em função da tensão normal.

O ensaio de compressão não confinada também é chamado de ensaio de


compressão simples ou compressão uniaxial. O ensaio consiste na moldagem
de um corpo-de-prova cilíndrico e no seu carregamento pela ação de uma
carga axial. A carga é aplicada em uma única direção, dando liberdade ao
corpo de prova para deformar-se nas outras direções sem qualquer restrição,
Figura 4.

Figura 4: corpo-de-prova do ensaio de compressão simples.

Registrando-se as tensões (carga dividida pela área da seção transversal) pela


deformação longitudinal, εl, obtém-se a curva, Figura 5.

Figura 5: gráfico da tensão em função da deformação.

O solo não é um material elástico, mas admite-se frequentemente um


comportamento elástico-linear para o solo, definindo-se um módulo de
elasticidade, E, para um certo valor de tensão e um coeficiente de Poisson, v.
3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Materiais

Os materiais utilizados para a realização deste ensaio são:

 Prensa que permita aplicação de carga continua;


 Pistão;
 Régua de aço biselada;
 Molde cilíndrico;
 Peneiras;
 Espátula de lâmina flexível;
 Cápsulas;
 Bureta;
 Dinamômetros ou manômetros (medidores de pressões);
 Balança.

3.2 Métodos

A amostra de solo foi moldada, Figura 6, e compactada, Figura 7, com auxilio


de um pistão.

Figura 6: Moldagem do corpo de prova.


Figura 7: Compactação do corpo de prova

Em seguida o corpo de prova foi colocado na prensa, onde é aplicado o


carregamento axial contínuo, Figura 8, a carga é medida pelo dinamômetro.

Figura 8: Aplicação do carregamento axial contínuo.


Durante o carregamento, são medidas as tensões e as respectivas
deformações verticais dos corpos de prova em vários intervalos de tempo,
Figura 9, dividindo pela altura do corpo de prova tem-se a deformação
específica, a partir dela são traçados os gráficos necessários para a
determinação dos parâmetros do ensaio.

Figura 9: medição das tensões e deformações verticais do corpo de prova.


4. RESULTADOS EXPERIMENTAIS

A Tabela 1 mostra os resultados obtidos no ensaio de compressão simples, a


partir destes é feito o gráfico da tensão em função da deformação específica,
além do círculo de Mohr.

Tabela 1: Resultados do ensaio de compressão simples.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

UNIDADE ACADÊMICA DE ENGENHARIA CIVIL - UAEC

ÁREA DE GEOTECNIA - LABORATÓRIO DE SOLOS

SOLO COESIVO – DETERMINAÇÃO DA RESISTENCIA À

COMPRESSÃO NÃO CONFINADA – NBR 12770/OUT 1992

Interessado: mecânica dos solos Obra: PB 005

Trecho: Furo: 08

Jazida: Shelby Trecho:

Prof.: 1,50 a 2,0 (m) Ph: 127,98 (g) Pss: 35,39 (g)

hig : % h/60°C: 261,63 h/105°C:

Veloc. do Ensaio: 0,02 (in/min.) Const. Anel: 0,158 (Kgf/div.)

Cura: (dias) MEG: 2,073 (g/cm3) h : ______________ (g/cm3)

Data: 22 / 04 / 2005 Técnico: J. N. Sobreira s : ______________ (g/cm3)

Diâmetro: 4,029 cm Altura: 8,00 cm Área: 12,748 cm 2 Volume: 101,98 cm3

Def. Leitura Área Tensão Leitura Def. Tensão Leitura Área Tensão Tensão
do Anel Corrigida obtida do Anel obtida do Anel Corrigida Obtida Média
Vertical Espec.

(Div.) (Div.) (cm2) (KPa) (Div.) (%) (KPa) (Div.) (cm2) (KPa) (KPa)

- - - - - -
05 0,5 12,77 0,61 0,16
- - - - - -
10 0,5 12,79 0,61 0,33

15 1,0 12,81 1,21 - 0,50 - - - - -


- - - - - -
20 1,0 12,84 1,21 0,66

1,20 - - - - - -
25 1,0 12,86 0,83

1,80 - - - - - -
30 1,5 12,88 1,00

2,38 - - - - - -
45 2,0 12,94 1,50

3,56 - - - - - -
60 3,0 13,01 2,00

4,13 - - - - - -
75 3,5 13,08 2,50

5,28 - - - - - -
90 4,5 13,14 3,00

6,41 - - - - - -
105 5,5 13,21 3,50

7,54 - - - - - -
120 6,5 13,28 4,00

8,08 - - - - - -
135 7,0 13,35 4,50

9,19 - - - - - -
150 8,0 13,42 5,00

9,71 - - - - - -
165 8,5 13,49 5,50

10,17 - - - - - -
180 9,0 13,56 6,00

11,18 - - - - - -
210 10,0 13,71 7,00

11,61 - - - - - -
240 10,5 13,86 8,00

12,03 - - - - - -
270 11,0 14,01 9,00

11,90 - - - - - -
300 11,0 14,17 10,00

1,77 - - - - - -
330 11,0 14,32 11,00

Fórmulas usadas:

ΔH
 Deformação Específica: ε(%) =
h0

AO
 Área corrigida: Ac =
ε

F
 Tensão Obtida: σ =
A
Gráfico da Tensão de Deformação x
Deformação Específica
14
Tensão Deformação (KPa)

12
10
8
6
4
2
0
16 33 .5 66 83 1 .5 2 .5 3 .5 4 .5 5 .5 6 7 8 9 10 11
0. 0 . 0 0. 0 . 1 2 3 4 5

Deformação Específica (%)

Figura 10: Gráfico da Tensão de Deformação x Deformação Específica

Figura 11: Círculo de Mohr

A partir do círculo de Mohr e do gráfico de tensão em função da deformação,


encontramos os seguintes resultados para o ensaio:

 Tensão de Cisalhamento = coesão da argila: τ rup = 6 KPa.


 Tensão normal: σrup = 12,03 KPa.
 Ângulo de atrito: ϕ = 0.

De acordo com os gráficos das Figuras 10 e 11, vemos que há um lento


acréscimo de tensão axial com a deformação, ocorre uma resistência de pico e
logo após esse ponto a resistência começa a cair, a envoltória ao contrário das
areias que passa pela origem, tem um valor positivo para a tensão normal nula.
A partir desses dados notamos que o solo se trata de uma argila, mas
precisamente argila mole.
5. CONCLUSÕES

Pode-se concluir que a tensão máxima de compressão suportada pelo solo foi
de 12,03 KPa, com uma tensão de cisalhamento de 6 KPa. O ângulo de atrito
do solo encontrado foi igual a zero, tornando o solo com características
argilosas.

.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. LUCENA, A. E. F. L. Aula 16 – Resistência ao cisalhamento. Paraíba:


Universidade Federal de Campina Grande, 2013. 29 slides, color.
2. PINTO, Carlos de Sousa. Curso Básico de Mecânica dos Solos em 16
aulas. 3 Edição. São Paulo. Oficina de Textos. 2006.

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