Aula 2 - Resistência Ao Cisalhamento Do Solo

GEOTECNIA II
Aula 2
Resistncia ao Cisalhamento dos Solos
Prof. Msc. Eng. Patricia

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Estado de tenses e critrios de ruptura:

O que foi visto at agora o clculo das tenses verticais num plano horizontal,
em uma posio qualquer no interior de um subsolo, com superfcie horizontal.
Estas tenses so verticais e, portanto, normais ao plano, pois no h qualquer
razo para que elas tenham uma inclinao para qualquer lado.
De particular interesse, so as tenses nos planos verticais. Nestes tambm no
ocorrem tenses de cisalhamento, devido a simetria. As tenses principais so
indicadas na figura 1.
A correlao entre
v
e
h

denominada coeficiente de empuxo em
repouso K
0
. Tenso efetiva vertical
depende da constituio do solo e
histrico de tenses a horizontal
tambm aumenta , mas no do mesmo
valor em virtude do atrito entre as
partculas situando-se entre 0,4 a 0,5
para areias e 0,5 a 0,7 para as argilas.

Figura 1.
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Resultados de laboratrio indicam que ele tanto maior quanto maior o ndice de
plasticidade do solo.
Ensaios de compresso edomtrica num solo colocado inicialmente com elevado
teor de umidade, com um dispositivo que permita determinar as tenses
horizontais devidas a carregamentos verticais, apresentam um resultado como
mostrado na figura 2. Nota-se que a relao entre as duas tenses constante, e,
portanto, o K
0
constantes durante o carregamento.
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Ensaio de compresso edomtrica.

Ou ensaio de compresso confinada, na Mecnica dos Solos generalizou-se
compresso edomtrica.
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Baseado em consideraes tericas e, em dados experimentais, um professor
props a seguinte frmula emprica para a previso de K
0,
que foi confirmada por
vrios pesquisadores conhecida pelo nome de seu autor, a frmula de Jaki:

K
0
= 1 sen

Sendo = ngulo de atrito interno efetivo do solo.

Os dois so correlacionados porque ambos dependem do atrito entre as partculas.

+ argiloso

K
0
quanto mais plstico o solo.

Lembrando K
0
define-se sempre em termos de tenses efetivas.
As presses neutras so iguais em qualquer direo, pois a gua no apresenta
qualquer resistncia ao cisalhamento. As tenses totais, como se sabe, so a soma
das tenses efetivas (horizontal diferente da vertical) e das presses neutras
(horizontal e vertical iguais).
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Para argilas sobre- adensadas, o atrito entre as partculas age no sentido de impedir
o alvio da tenso horizontal quando as tenses verticais so reduzidas. Em virtude
disso, o coeficiente de empuxo em repouso tanto maior quanto maior for a razo
de sobre- adensamento (RSA), podendo mesmo ser superior a um. Dados de outros
pesquisadores permitiram a extenso da frmula de Jaki:

K
0
= (1 sen) (RSA)
sen

Os comentrios sobre a influncia da formao do solo e as frmulas empricas
apresentadas s se aplicam a solos sedimentares. Solos residuais e solos que
sofreram transformaes pedolgicas posteriores apresentam tenses horizontais
que dependem das tenses internas originais da rocha ou do processo de evoluo
que sofreram. O valor de K
0
destes solos de muito difcil avaliao.

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Resistncia ao cisalhamento

Materiais empregados na construo civil, incluindo o concreto, resistem bem s
tenses de compresso, mas apresentam uma capacidade bastante limitada a
suportar as tenses de trao e de cisalhamento, o que ocorre com o concreto e
com os solos em geral.
Qualquer problema de ruptura em Mecnica dos Solos envolve, portanto, uma
superfcie de ruptura a qual poder ser definida a priori como aquela onde, em
todos os seus pontos, a tenso de cisalhamento atinge o valor limite da resistncia
ao cisalhamento. Assim sendo tais problemas envolvem a resistncia ao
cisalhamento dos solos. Por outro lado, j se pode intuir que eles no envolvem
necessariamente deformaes. Em outras palavras, nos problemas de ruptura, as
deformaes so indefinidas.

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Na figura a), onde se mostra o
corte de um talude em terra, o
ngulo de talude limitado pelo
equilbrio entre o peso P do
cilindro deslizante e a
resistncia ao cisalhamento do
solo ao longo da superfcie de
ruptura AB.
Na figura b), o empuxo ativo da
terra sobre o muro de arrimo
limitado pelo equilbrio do pelo
da cunha ABC e as resistncias
ao cisalhamento do solo ao
longo da superfcie de ruptura
AB e do tardoz do muro AC.
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Na figura c), a capacidade de
carga Qr da sapata, ali figurada,
limitada pelo equilbrio do
peso da parte movimentada
ABCD do macio e a resistncia
ao cisalhamento ao longo da
superfcie de ruptura AB e na
base da sapata.
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Tenses num plano genrico
Em Mecnica dos Solos, as tenses
normais so consideradas positivas
quando so de compresso, e as
tenses de cisalhamento so positivas
quando atuantes no sentido anti-
horrio, considerando-se, tambm, os
ngulos como positivos quando no
sentido anti-horrio.

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Devido a natureza friccional do solo (e do concreto), pode mostrar que a ruptura
dos mesmos se d preferencialmente por cisalhamento, em planos, onde a razo
entre a tenso cisalhante e a tenso normal atingem um valor crtico.
Tais planos so denominados planos de ruptura e ocorrem em inclinaes que so
dependentes dos parmetros de resistncia do solo.
Solues de problemas prticos de engenharia geotcnica:
1. Resistncia do solo (resistncia ao cisalhamento);
2. Permeabilidade;
3. Compressibilidade
Exemplos de problemas usuais:
Estabilidade de taludes;
Capacidade de carga de fundaes
Empuxos de terra sobre estruturas de conteno.
Tenso de ruptura corresponde a um estado de deformao.
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Circulo de Mohr
O estado de tenses atuantes em todos os planos passando por um ponto pode
ser representado graficamente num sistema de coordenadas em que as abcissas
so as tenses normais e as ordenadas so as tenses cisalhantes. Neste sistema,
as equaes abaixo definem um crculo, como representado na figura 3. Este o
crculo de Mohr. Ele facilmente construdo quando so conhecidas as duas
tenses principais (como as tenses vertical e horizontal num terreno com
superfcie horizontal) ou as tenses normais e de cisalhamento em dois planos
quaisquer (desde que nesses dois planos as tenses normais no sejam iguais, o
que tornaria o problema indefinido). Construdo o crculo de Mohr, ficam facilmente
determinadas as tenses em qualquer plano.
Identificando um plano pelo ngulo que forma com o plano principal maior, as
componentes da tenso atuante neste plano so determinadas pela interseco da
reta que passa pelo centro do crculo e forma um ngulo 2 com o eixo das
abcissas, com a prpria circunferncia reta que, partindo do ponto representativo
da tenso principal menor, forma um ngulo com o eixo das abcissas.
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Circulo de Mohr
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