Renascimento e Maneirismo

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 159

TEORIA E HISTÓRIA DAS

ARTES E ARQUITETURA 1
“A estética renascentista: formas
clássicas e a apoteose do gênio”
RAMOS, D.M.S.
“Renascimento, época de
grandes transformações na
mentalidade europeia”

AULA 10_ARTE E ARQUITETURA RENASCIMENTO

CENTRO UNIVERSITÁRIO UNILASALLE RJ


CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
UNIDADE VIII – ARQUITETURA RENASCENTISTA E MANEIRISTA
1. O Humanismo e o início dos tempos modernos – Origem e difusão da
Arquitetura Renascentista
2. Definições construtivas e características do Renascimento.
3. O Primeiro Renascimento – Florença: A Tríade: Brunelleschi – Masaccio e
Donatello.
4. O Renascimento na Itália.
5. Arquitetura e significado: o espaço renascimento/A cidade e o edifício.
6. Arquitetura e significado: o espaço maneirista/A cidade e o edifício.
AULA 12_ARTE E ARQUITETURA RENASCIMENTO

.CONTEXTO DO INÍCIO DO RENASCIMENTO


.ESCULTURA RENASCENTISTA
.FASES DO RENASCIMENTO
- Características
- O Trecento
- Pietà do Vaticano
- O Quattrocento
- David, Michelangelo
- O Cinquecento
- David, Donatello
.IDEAIS RENASCENTISTAS
- Humanismo .PINTURA RENASCENTISTA
- Individualismo - Características
- Racionalismo - Leonardo Da Vinci
- Naturalismo - Sandro Botticelli
- Classicismo - Michelangelo
.ARQUITETURA DO RENASCIMENTO
.LITERATURA RENASCENTISTA
- Características Gerais
- Dante Alighieri
- Filippo Brunelleschi
- Boccacio
- Leon Battista Alberti
- Miguel de Cervantes
- Donato Bramante
- William Shakespeare
- Michelangelo
- Luís Vaz de Camões
- Arquitetura Religiosa
- Arquitetura Civil
- Novo Urbanismo
- Arquitetura Manuelina
A partir de 1453, com a queda de Constantinopla (capital do Império Nas escolas, os burgueses estudavam a cultura
romano do Oriente) nas mãos dos Turcos muitos homens cultos grega e romana
fogem para Roma e trazem manuscritos antigos.
EXTRACTO DE PANTAGRUEL (1532): RABELAIS
ilustra o espírito do renascimento:

“Todas as disciplinas são agora ressuscitadas, as línguas estabelecidas: Grego, sem o conhecimento do
qual é uma vergonha alguém chamar-se erudito, Hebraico, Caldeu, Latim (...) O mundo inteiro está cheio
de acadêmicos, pedagogos altamente cultivados, bibliotecas muito ricas, de tal modo que me parece que
nem nos tempos de Platão , de Cícero ou Papinianus , o estudo era tão confortável como o que se vê a
nossa volta. (...) Eu vejo que os ladrões de rua, os carrascos, os empregados do estábulo hoje em dia são
mais eruditos do que os doutores e pregadores do meu tempo.”
O RENASCIMENTO FOI UM MOVIMENTO CULTURAL e simultaneamente um
período da história europeia, sendo considerado o marco final da Idade Média
e o início da Idade Moderna.

Normalmente considera-se que tenha começado no século XIV na Itália e no


século XVI no norte da Europa . Também é conhecido como Rinascimento (em
italiano).

Nos séculos XIV e XV o comércio marítimo com os árabes tinha enriquecido


muitas cidades italianas. Nelas surgiram os mecenas, burgueses ricos que
gostavam de apoiar os sábios e os artistas.

*Mecenas – Patrocinadores da arte, ciência e cultura, sendo os governantes, os


representantes da Igreja, os nobres e burgueses.
O RENASCIMENTO surge numa época conturbada
pela Crise Feudal e pelo fim da Idade Média. Esta
crise contribuiu para a origem de uma outra crise
na agricultura e no comércio; para o agravamento
das fomes e doenças e para o aparecimento de
conflitos, guerras e rebeliões.

Nesta época surgiu UMA NOVA MANEIRA DE


PENSAR, ASSOCIADA AO HUMANISMO E
CLASSICISMO, e também doutrinas como o
NATURALISMO E O RACIONALISMO. É também
associado ao Renascimento o surgimento da ideia
do HOMEM IDEAL: UM HOMEM COMPLETO A
TODOS OS NÍVEIS (FÍSICO, INTELECTUAL E
CÍVICO).

O Renascimento em Portugal foi tardio e


portanto as obras ditas renascentistas acabaram
por receber algumas influências maneiristas e
góticas, sendo que são poucas as obras
renascentistas em Portugal. Porém, na literatura
são vários os exemplos de literatura portuguesa da
época do Renascimento, tais como Gil Vicente no
gênero Dramático e Poético; Bernardino Ribeiro
que introduz a poesia pastoril em Portugal, Sá de
Miranda na poesia lírica, Luís de Camões na poesia
épica e na epopeia e Francisco de Morais na prosa.
Começaram a dar VALOR AOS
ANTIGOS VESTÍGIOS ROMANOS
existentes nas cidades italianas

RIVALIDADE ENTRE AS CIDADES


ITALIANAS

A riqueza de algumas cidades


italianas como GÉNOVA, VENEZA E
FLORENÇA FAZIA COM QUE
RIVALIZASSEM ENTRE SI
Todas elas queriam construir os
melhores monumentos e ter os
melhores artistas.
No século XVI encontramos paralelamente ao interesse pela civilização clássica,
UM MENOSPREZO PELA IDADE MÉDIA , associada a expressões como:

Barbarismo
Ignorância
Escuridão
Gótico
Noite de Mil Anos
Sombrio

(Bernard Cottret)
CONTEXTOS DO SURGIMENTO DO RENASCIMENTO

Final da Idade Média deu-se devido a uma série de crises interligadas entre si que foram de ordem Social, Política, Agrícola e Econômica.

Crise na Agricultura e no Comércio:


Nos séculos XI, XII e na primeira metade do séc. XIII a utilização de novas terras assim como o avanço das técnicas permitiram um
aumento significativo da produção agrícola e, consequentemente, a ampliação do mercado. No entanto, na última década do séc. XIII, a
quantidade terras para se ocupar era mínima assim como a qualidade das terras ocupadas, uma vez que estavam saturadas – com
baixo teor de nutrientes devido à sua utilização excessiva – levando A AGRICULTURA A ENTRAR NUMA PROFUNDA CRISE E
CONSEQUENTEMENTE, O MERCADO. Juntamente ao decréscimo dos mercados, a falta de moeda foi mais um contributo para aprofunda
crise econômica que se deu no final deste século.

Fome e Doenças:
Devido à INSUFICIENTE PRODUÇÃO AGRÍCOLA e à ESTAGNAÇÃO DO COMÉRCIO, A FOME PASSOU A SER UM GRAVE PROBLEMA, ASSIM
COMO A CONSEQUENTE DESNUTRIÇÃO QUE, JUNTAMENTE COM A FALTA DE HIGIENE, LEVOU AO INÍCIO DE UMA SÉRIE DE SURTOS
EPIDÊMICOS, DENTRE OS QUAIS, A PESTE NEGRA, que se alastrou por todo o Continente Europeu durante o séc. XIV, sendo responsável
pela morte de cerca de um terço da sua população, ou seja, aproximadamente 75 milhões de habitantes causando uma enorme crise
demográfica.

Conflitos, Guerras e Rebeliões:


Paralelamente à FOME e à PESTE, A SOCIEDADE FEUDAL DO SÉCULO XIV DEPAROU-SE COM UM GRANDE NÚMERO DE GUERRAS E
REVOLTAS. Das quais a mais importante foi a GUERRA DOS CEM ANOS, ENTRE FRANÇA E INGLATERRA.
Por fim, um fator fundamental para a quebra das estruturas do sistema feudal foi a longa série de rebeliões que se formaram dos servos
contra os senhores feudais. Ainda que momentaneamente derrotados, os levantes dos servos foram tornando inviável a manutenção
das relações de servidão. A partir do século XIV as obrigações feudais foram se extinguindo.
O RENASCIMENTO É DIVIDIDO EM TRÊS GRANDES
FASES, correspondentes aos séculos XIV ao XVI:

TRECENTO
QUATTROCENTO
CINQUECENTO
O TRECENTO (EM REFERÊNCIA AO SÉCULO XIV)

Manifesta-se predominantemente na ITÁLIA, mais especificamente na cidade de Afresco da Capela Peruzzi (1320). Giotto di
FLORENÇA, polo político, econômico e cultural da região. Giotto , Boccaccio e Petrarca Bondone. Igreja de Santa Cruz, Florença (Itália)
estão entre seus representantes.
Características gerais: rompimento com o imobilismo e a hierarquia da pintura
medieval - valorização do individualismo e dos detalhes humanos
A CAPELA SCROVEGNI é
considerada a mais importante
obra de Bondone. Localizada na
cidade de Pádua, a capela é
dedicada à Santa Maria della
Carità e foi construída a pedido do
nobre Enrico Scrovegni para servir
de capela funerária de sua
família.

Alguns historiadores discordam da


autoria de Giotto em relação à
arquitetura da capela, todavia, as
PINTURAS SÃO ATRIBUÍDAS AO
PINTOR SEM DIVERGÊNCIAS.

A abóbada da Capela Scrovegni


segue os costumes bizantinos: é
colorida em azul e adornada com
estrelas douradas. Todas as
paredes foram pintadas, formando
uma composição dividida em
conjuntos de imagens que
retratam cenas bíblicas.

Interior da Capela Scrovegni: além de


representações, mais de 35 afrescos
compõem as paredes da capela
A ARTE

É NESTA ÉPOCA QUE SE DÁ A VERDADEIRA E


EXPLÍCITA LIGAÇÃO ENTRE A ARTE E A
CIÊNCIA PORQUE TEM COMO OBJETIVO A
REPRESENTAÇÃO RIGOROSA DA NATUREZA E
DO QUE É OBSERVADO EMBORA TUDO PASSE
POR UM PROCESSO RACIONAL E
MATEMÁTICO QUE PERMITE AO ARTISTA NÃO
SÓ REPRESENTAR O QUE VÊ COM RIGOR
COMO LHE PERMITE PERCEBER AS FORMAS,
AS DIMENSÕES E AS PROPORÇÕES.

Arquitetura: A permanência de vários


vestígios arquitetônicos, assim como de
edifícios, nunca deixaram de influenciar
tecnicamente e esteticamente a arquitetura
na Itália.

No entanto, no Trecento, o Gótico continua a


ser a linha dominante e o renascer do
Classicismo é visível em força no século
seguinte devido ao interesse pelas realizações
passadas das quais, a grande influência foi a
redescoberta da obra clássica.
RAFAEL SANZIO
O QUATTROCENTO (SÉCULO XV) Stanza della Segnatura

O Renascimento espalha-se pela península itálica, atingindo seu auge. Neste período atuam
Botticelli , Leonardo da Vinci , Rafael e, no seu final, Michelangelo (que já prenuncia certos
ideais anti-clássicos utilizando-se da linguagem clássica, o que caracteriza o Maneirismo, a
etapa final do Renascimento), considerados os três últimos o “trio sagrado”;
Características gerais:
INSPIRAÇÃO GRECO-ROMANA (PAGANISMO E LÍNGUAS CLÁSSICAS),
RACIONALISMO RAFAEL SANZIO
EXPERIMENTALISMO. O Casamento da Virgem de 1504, feito em Florença
SURGIMENTO DA IMPRENSA:

Entre 1440 e 1450, na Alemanha, surge a


Imprensa. Esta grande revolução que chega
a Portugal a 1494 SERÁ O PRINCIPAL
DIFUSOR DO HUMANISMO. Com a
possibilidade da produção em massa de
livros, dá-se um grande progresso na vida
cultural quatrocentista. Não só como meio
facilitador do estudo e do ensino, mas
também como meio divulgador e difusor
de correntes culturais, ideias e saberes, a
imprensa vai alargar horizontes
geográficos e principalmente culturais.

Deste modo a descoberta da imprensa


aliada à incessante busca e leitura de
manuscritos e textos clássicos conduziu à
publicação de novos manuscritos e novos
textos que CONTRIBUÍRAM para o
desenvolvimento de um NOVO SABER E
NOVO ENSINO.

Temos assim A CULTURA AO SERVIÇO


DA COLETIVIDADE.
CINQUECENTO (SÉCULO XVI)
Movimento universal europeu, tendo, no entanto, iniciado sua
decadência. Ocorrem as primeiras manifestações maneiristas e a
Contra Reforma instaura o Barroco como estilo oficial da Igreja
Católica. Na literatura atuaram Ludovico Ariosto , Torquato Tasso e
Nicolau Maquiavel. Já na pintura, continuam se destacando Rafael
e Michelangelo .
O HUMANISMO

Princípios gerais o ANTROPOCENTRISMO E O


CLASSICISMO. Com a ajuda da imprensa influenciou
áreas como a filosofia, a literatura e a arte um pouco
por toda a Europa (principalmente a Ocidental)
durante apogeu do Renascimento, em meados do
século XV.

O Homem de Vitrúvio.
“O Homem como a medida de todas as coisas”
O Antropocentrismo é uma doutrina segundo a qual
o Homem é tomado como modelo referência; como
centro do Universo, a medida de todas as coisas.
Surge como uma alternativa ao pensamento
Teocêntrico da Idade Média que colocava Deus como
São exemplos de humanistas Thomas
elemento central. No entanto, NÃO SE PASSOU A
More, Nicolau Maquiavel, Rebelais,
REJEITAR A IDEIA DE DEUS, esta passou apenas para
Damião de Góis, Montaigne e Erasmo
de Roterdão. Este último serviu-se da pensamento secundário.
crítica social e da ironia para procurar
recuperar valores cristãos primitivos Esta doutrina contribuiu para o desenvolvimento
como a humildade, caridade e intelectual e artístico no Renascimento, promovendo
fraternidade. Por sua vez, Montaigne, o interesse pelo Homem, as suas características e
humanista francês, defendia que as potencialidades.
letras deviam enriquecer e adornar por
dentro e que o mais importante é fazer Está ASSOCIADO AO HUMANISMO , o interesse
uso da razão para discernir, escolher, crescente entre os acadêmicos europeus pelos textos
julgar e duvidar das autoridades clássicos, em latim e em grego , dos períodos
antigas. anteriores ao triunfo do Cristianismo na Europa.
INDIVIDUALISMO E O RACIONALISMO.

O INDIVIDUALISMO dá valor ao homem como indivíduo, sendo que o valor que este
tem sozinho é maior do que quando se engloba na sociedade; pretendia-se assim
promover a formação da personalidade individual, e a individualização da arte. Os
artistas passaram a aplicar o seu gênio com rigor conceitual e técnico, guiando-se por
novas regras, novos cânones, e novos temas; deu-se o aparecimento de obras
assinadas criando deste modo uma ligação obra/autor.

O RACIONALISMO por sua vez aludiu ao espírito crítico que tanto influenciou as obras
renascentistas, é exemplo disso a Utopia de Thomas More. O espírito e os valores da
antiguidade clássica foram a outra grande característica do Humanismo. O classicismo
apareceu como inspiração. A par do classicismo desenvolveu-se a valorização do
presente: promove-se a língua nacional, predominam temas utópicos e de crítica
social e existe uma preocupação com a educação dos jovens que formarão as futuras
gerações. Por exemplo, nas obras de luís de Camões ou Shakespeare podemos
identificar o estilo literário e o reportório mitológico classicistas conjugados com os
saberes modernos. Toma-se a chamada consciência da modernidade. Na formação
pessoal, acima da sabedoria livresca, dá-se importância à experiência pessoal, à razão
e ao espírito crítico.
UMA NOVA MANEIRA DE PENSAR

O Renascimento deu-se na Itália devido ao aparecimento de vestígios


da Antiguidade Clássica, entre os quais, monumentos, ruínas, obras de
arte e livros que transmitiam a maneira de pensar dessa época e que
despertaram o interesse de intelectuais, estudiosos, escritores e
artistas tendo todo apoio dos mecenas que começaram por ser
governantes ricos e burgueses que deram um forte apoio às artes e à
cultura criando um meio de sustentabilidade para artistas, escritores e
intelectuais.

O NATURALISMO foi uma doutrina filosófica e estética que valorizou a


observação e a imitação rigorosa da Natureza.

O Racionalismo segue os princípios do Naturalismo embora com a


confirmação necessária por parte da razão de valores ou
conhecimentos adquiridos resultantes da observação da Natureza. O
Homem Ideal em conjunto com uma série de avanços a todos os níveis
e com a confirmação das capacidades do homem dá-se o aparecimento
da imposição dos cânones clássicos em todos os aspectos, incluindo o
Homem como cidadão e ser social. É então idealizado o Homem
Perfeito e Completo que cultiva a formação física, intelectual e cívica,
utilizando ao máximo todas as suas capacidades mantendo uma atitude
individualista, experiencialista e racionalista assim como um forte
espírito crítico e contributivo para a sociedade.
O CLASSICISMO

Um movimento estético renascentista que procura


inspiração na antiguidade clássica greco-romana.
Assim como o Renascimento, tem início na Itália no
século XV e estende-se ao século XVI. Teve como
principais intervenientes Dante, Petrarca e
Boccaccio, que se inspiraram em autores como
Platão, Aristóteles e Cícero.

“Imitar os clássicos, imitar a natureza”


Os textos clássicos foram recuperados e até
mesmo recriados com um novo espírito criativo,
crítico e intervencionista. A procura entusiasta de
manuscritos clássicos conduziu revalorização do
ensino de línguas clássicas como o grego, hebreu e
latim, visto que a literatura clássica procurada pelos
humanistas se encontrava na língua original.

Assim, a cultura clássica era vista como um


instrumento pedagógico e de formação da
personalidade do indivíduo e da moral,
promovendo o desenvolvimento das capacidades
intelectuais, valores morais e o conhecimento de
si próprio e do mundo exterior.
SALA DELLA SEGNATURA, Rafael CELEBRA OS IDEAIS HUMANISTAS DA ROMA renascentista
Rafael 1483 -1520 Autorretrato dos papas, sintetizando a herança clássica com a espiritualidade cristã.
ESCOLA DE ATENAS: RAFAEL SANZIO

PLATÃO ARISTÓTELES

PITÁGORAS
ARQUITETURA

• Procura de uma harmonia racional


• Regras modulares e proporções modulares: Geometrismo
• Simetria
• Regularidade
• Alinhamento e proporção
• Racionalidade
• Equilíbrio
• Riqueza da ornamentação

BRUNELLESCHI - Santa Maria das Flores 1420-36, Florença


MICHELANGELO - Cúpula de S. Pedro 1546-61, Vaticano
Projeto de Piero della Francesca
CARACTERÍSTICAS DA ARQUITETURA
DO RENASCIMENTO:

• Equilíbrio e simetria das formas e


volumes;

• Utilização de elementos clássicos:


colunas, frontões triangulares,
arcos de volta inteira, abóbadas
de berço e cúpulas;

• Uso de pilastras e de motivos


decorativos inspirados em
elementos naturais e mitológicos.
A pintura La ciudad ideal, atribuída a Piero della Francesca.
O OBJETIVO DA ARQUITETURA RENASCENTISTA ERA:

• Criar a cidade ideal


• Perspectiva de cidade ideal
• Obra atribuída a Piero della Francesca, 1460.

A descoberta das leis da perspectiva permite a REPRESENTAÇÃO


BIDIMENSIONAL DE OBJETOS TRIDIMENSIONAIS. Esta descoberta
determina a passagem da Idade Média para o Renascimento e não
tem uma base empírica MAS RACIONAL E GEOMÉTRICA.

Trata-se de um instrumento de conhecimento científico e de


apropriação das regras de representação espacial.
ABÓBODA DE BERÇO
PALÁCIO FARNESE, ROMA (INÍCIO DO SÉC. XVI)

Os edifícios ABANDONAM A VERTICALIDADE, típica do estilo gótico, e passam a ser marcadas pela HORIZONTALIDADE
INSPIRAÇAO –PANTHEON: A arquitetura renascentista inspirou-se na arquitetura clássica, REJEITANDO OS MODELOS MEDIEVAIS.
FILIPPO BRUNELLESCHI Reaparecimento da cúpula, esquecida
(Florença: 1377-1446) durante o Gótico- os óculos e a lanterna
no topo permitiam a iluminação do
cruzeiro.
Um dos pioneiros e dos mais
importantes arquitetos renascentistas.
INVENTOR DO MÉTODO DA
PERSPECTIVA.

Em 1418, ganha o concurso para


concluir a cúpula de Santa Maria del
Fiore.
A catedral gótica havia sido iniciada por
Arnolfo di Cambio .

Começou a arquitetura classicista embora sem um referencial teórico concreto. Foi


no século XV e início do século XVI, considerado o período do Alto Renascimento, que
a arquitetura renascentista atingiu o seu auge, pois respeitava todos os cânones
clássicos como a simetria, a horizontalidade e a proporção.
Catedral de Santa Maria del Fiore
O desafio consistia em COBRIR O EDIFÍCIO, COM UMA DIMENSÃO
PRÓXIMA DO PANTEÃO, sem recorrer aos arcos ogivados, nem às soluções
góticas. Brunelleschi construiu duas cúpulas, de secção octogonal, uma Primeira grande obra do Renascimento arquitetônico -
envolvendo a outra. levanta-se sobre um tambor octogonal e é de elegantes
proporções. - a cúpula exterior é pontiaguda, o que permite
A cúpula só seria concluída em 1461 ganhar altura e resistir às forças laterais.
FILIPPO BRUNELLESCHI decoração do interior da cúpula, criando ilusão de ótica no sentido da
Interior da Cúpula de Santa Maria del Fiore verticalidade, de ascensão aos céus
FILIPPO BRUNELLESCHI
Arquiteto e escultor italiano. Estudou na sua juventude os
monumentos clássicos de Roma. - Construtor de:
- Cúpula da Catedral de Florença.
- Sacristia de San Lorenzo (capela funerária dos Médicis)
- Reconstrução da Igreja do Santo Espírito -Capela dos Pazzi
• Ponto de fuga
• Preocupação pelo equilíbrio
geométrico
• Rigorosa simetria na
distribuição dos volumes
• Procura de uma ordem
matemática

Capela estruturada segundo formas


geométricas puras: quadrados e círculos -
pórtico -Cúpula sobre pendentes
A Brunelleschi se deve
ainda a criação da
perspectiva linear,
caracterizada por um
ponto de fuga único:

Igreja de S. Lourenço -
interior; 1440-1465
LEON BATTISTA ALBERTI
• Traçados geométricos
rigorosos
• Volutas como forma de
disfarçar a verticalidade
gótica da fachada da
igreja primitiva

Restauro da Igreja de Santa


Maria Novella
IGREJA DE SANTO ANDRÉ, MÂNTUA
LEON BATTISTA ALBERTI

Planta de igreja
- salão, com capelas laterais

- Fachada com um frontão, inspirando-se


nos arcos de triunfo (entrada nas igrejas
como uma entrada triunfal)

- Introdutor da ordem colossal (a altura


das colunas ou pilastras atinge um ou
mais andares)
LEON BATTISTA
ALBERTI
(Florença 1404
– Roma 1472)

Palácio Rucellai de
Florença inspira-se
no modelo do
Coliseu.

TRÊS ANDARES COM


AS 3 ORDENS
SOBREPOSTAS:
DONATO BRAMANTE

Tempietto de S. Pedro, em Montorio


(Roma, 1502), edificado no local onde,
segundo a tradição S. Pedro fora
crucificado.
Arquiteto e pintor italiano.

Em 1500 transferiu-se de Milão para Roma.


Projetou a Igreja de S.Pedro in Montorio
e a Basílica de S. Pedro do Vaticano.

O projeto original foi modificado


por Michelangelo e Rafael.
Tempietto de S. Pedro, ROMA
PILARES SOMBRAS
As pilastras formam pares
com cada coluna do
entablamento, como se
fossem as sombras

Edifício harmonioso
• Planta centrada
• Colunas dórico- toscanas
• Pórtico contínuo de 3 degraus
• Balaustrada - corpo central cilíndrico com nichos encravados
• Cúpula semiesférica
MIGUEL ÂNGELO
Basílica de S. Pedro; Roma

Uma só nave, de planta centrada, larga, coberta


com uma cúpula, que através da iluminação criava
uma VISÃO DO ESPAÇO ABSOLUTO.

Referência e citação dos elementos e princípios


clássicos, de forma a quebrar o estabelecido:

- Janelas voltadas para o interior


- Brinca-se com os efeitos de ilusão ótica proporcionados pela
perspectiva, através de jogos dimensionais fora de propósito.
SÍNTESE DA ARQUITETURA RELIGIOSA
A ocupação do espaço pelo edifício baseia-se em relações
matemáticas:
- Ideal de simetria absoluta
- Ponto de fuga

inspirou-se nas obras greco-romanas


- Classicismo:
- Abóbadas de berço
- Cúpulas
- Frontões nas portas e nas janelas
- Arcos de volta perfeita
- Sobreposição de ordens arquitetônicas; Pilastras e colunas
encimadas por capitéis clássicos (dóricos, jónicos ou coríntios);

PLANTA:
• Evoluiu de planta basilical em cruz latina para plantas quadradas
ou de cruz centrada
• No corpo principal a nave central alonga-se e nas capelas laterais
surgem pequenas capelas

INOVAÇÕES DO RENASCIMENTO
- Equilíbrio geométrico;
- Simetria das formas e volumes;
- Horizontalidade conseguida através de elementos como
cornijas, frisos e balaustradas.
ARQUITETURA CIVIL
Palácio enquanto representação
e exaltação do Homem

- Estrutura cúbica ou
paralelepipédica
- Três andares separados por
entablamentos fingidos; por
vezes com um “andar de
ático” (4º andar atrás do ático)

- Porta centrada
- Janelas alinhadas e rodeadas
por colunas ou por pilastras,
cujos capitéis apresentam as
ordens arquitetônicas
sobrepostas
- Decoração exterior sóbria
- Interior organizado em torno
de um pátio central aberto (o
cortile) e ladeado por 4
arcadas (loggia) Palácio
Rucellai
Arquitetura civil -Villas ou palácios rurais: estruturas mais livres e
inovadoras Villa Rotonda, Vicenza (Andrea Palladio, século XVI)

ARQUITETURA CIVIL
- Simetria
- Rigor geométrico
- Imitação das fachadas
antigas
- Plantas centradas
- Jardins à volta de fontes e
repuxos

ANDREA PALLADIO
Andrea Palladio , cuja obra mais famosa é a Villa Capra , em Vicenza, conhecida por La Rotonda . 1572 VILLA CAPRA (VICENZA)
O NOVO URBANISMO
O NOVO URBANISMO
Em Portugal, desenvolve-se a arte manuelina .

ARQUITETURA MANUELINA

Em Portugal a arquitetura renascentista


combina-se com os elementos góticos
(ao nível da estrutura) e com elementos
náuticos (cordas, conchas…) e nacionais
(esfera armilar, cruz de Cristo, escudo).
No reinado de D. João III (1521 – 1557), introduz-se o gosto renascentista.
Capela de Nª. Srª. Da Conceição Tomar
Igreja de Nª Srª da Graça Évora
A PIETÀ DE MICHELANGELO
ESCULTURAS

Grande naturalismo :
• Liberdade das posições e movimentos
• Representações anatómicas
• Expressão
• Monumentalidade
• Rigorosa proporcionalidade
• O Homem como tema privilegiado
• Crescente capacidade e domínio técnico
• Libertação da escultura em relação à arquitetura

MIGUEL ÂNGELO David , 1501-03


DONATELLO David ,1430-40
GHIBERTI Porta do paraíso
MIGUEL ÂNGELO Pietà do Vaticano 1498-1501

Destacam-se nomes como Michelangelo, Verrochio e Ghiberti. Esta


segue os mesmos cânones da pintura e da arquitetura e também teve
uma evolução significativa.
Características da escultura renascentista

• INDIVIDUALIZAÇÃO (a escultura tornou-se


autónoma da arquitetura);
• MONUMENTALIDADE (as esculturas da
figura humana e equestre surgem com um
aspecto majestoso);
• HARMONIA / EQUILÍBRIO GEOMÉTRICO
(simetria das formas e volumes
equilibrados);
• REALISMO (o corpo humano é
representado com rigor expressivo e
anatómico, sendo-lhe atribuindo um efeito
de movimento natural).
- A escultura torna-se independente da arquitetura. Recupera-
se o nu. Miguel Ângelo David Galleria dell'Academia Florença
1501-1504
DONATELLO
(FLORENÇA: 1386-1466)

Em 1434, executou um David para os


Médici. Trata-se da primeira estátua
em vulto perfeito desde a Antiguidade.

A estátua é fundida em bronze pelo


método da cera perdida, técnica
redescoberta pelo artista. David c.
1434 Museo del Bargello Florença
LORENZO GHIBERTI
(1378 – 1455)

Portas do Paraíso; (reprodução);


Baptistério de Florença.
ANDREA VERROCHIO
PINTURA

A pintura foi outra vertente da arte que foi muito, senão a


mais, influenciada pelo Renascimento, não só em questões
temáticas como em questões técnico-formais.

Mais uma vez representa o homem como centro do universo


e como ser um racional. Foi em Flandres que foi inventado o
óleo de têmpera que permitiu uma maior aproximação do
real a partir de uma caracterização mais fiável de texturas,
claro-escuro e transparências. Esta nova técnica foi um
enorme avanço para a pintura.

São feitos estudos da perspectiva, tentando com que ela


fosse a mais rigorosa possível assim como das proporções do
corpo humano em relação aos objetos e dá-se a verdadeira
ligação entre a arte e a ciência.

Um dos grandes nomes não só da pintura mas como de outras


disciplinas foi Leonardo Da Vinci que inovou uma série de
técnicas, entre as quais, o sfumato.

NATURALISMO: a representação do nu valorizava o Homem


na sua beleza natural.

REALISMO: os artistas renascentistas representavam a


realidade tal como a observavam.
PINTURA
Elementos técnicos:
• Perspectiva rigorosa: Ilusão de Profundidade
• Composição geométrica
• Pintura a óleo
• Sfumato
• Utilização da tela
• Elementos formais e estéticos
• Cenários arquiteturais
• Naturalidade e realismo anatômicos
• Equilíbrio e harmonia
• Temas de inspiração religiosa, mitológicos e laicos (retrato)

LEONARDO DA VINCI - Mona Lisa


RAFAEL - Madonna
BOTTICELLI - A Primavera e O Nascimento de Vénus

COMPOSIÇÃO GEOMÉTRICA EM PIRÂMIDE


As figuras são representadas segundo esquemas
geométricos

Transmitem maior equilíbrio ao conjunto


Quais as novas técnicas aplicadas à
pintura?

VIRGEM E MENINO COM SANTA


LEONARDO DA VINCI
(APROXIMADAMENTE EM 1510)

• O “sfumato” foi uma nova técnica


amplamente utilizada no
Renascimento
• Consistia num efeito de gradação das
cores, sem utilizar contornos, onde os
efeitos de luz e sombra davam a
ilusão de distanciamento face ao
objeto central da tela
• Esta nova técnica foi inventada por
Leonardo da Vinci
PINTURA MEDIEVAL PINTURA RENASCENTISTA
Perspectiva: ideia de profundidade
O que está mais afastado é pintado em tamanho menor
LEONARDO DA VINCI (1452-1519)
Estudou profundamente a anatomia humana

TEMAS DA PINTURA RENASCENTISTA


• Pintura informativa
• Formativa
• Representação do nu
• Políticos
• A dimensão dadas às personagens relaciona-se com a sua
importância social
• Preponderância dos temas religiosos
• Representação da Natureza
• Temas da mitologia clássica e religiosos
• Retrato
MONA LISA – LA GIOCONDA - LEONARDO DA VINCI
(1503–1507 — LOUVRE)

A sua obra mais famosa é a Gioconda, atualmente no


Museu do Louvre e onde podemos observar a técnica do
sfumato , isto é, a gradação suave da cor e transição das
zonas sombrias para outras mais iluminadas
MONA LISA – LA GIOCONDA
LEONARDO DA VINCI
(1503–1507 — LOUVRE)
MONA LISA – LA GIOCONDA
LEONARDO DA VINCI
(1503–1507 — LOUVRE)

No Renascimento desenvolveu-
se, também, a arte do retrato

• Assume um importante papel


na valorização do indivíduo

• Reflete o individualismo do
Homem do Renascimento

• Este tipo de obra era


encomendada com alguma
regularidade aos artistas.

1. Pierodella Francesca,
2. Retrato de Federico
Montefeltro
3. Leonardo da Vinci
4. Monalisa - Gioconda
ULTIMA CEIA LEONARDO
(1495 -1496 - MILAO)

As cenas religiosas são temas comuns, como esta ÚLTIMA CEIA que Leonardo pintou entre 1495 e 1496, no refeitório do mosteiro de Santa
Maria delle Grazie, em Milão.

O momento é quando Cristo anuncia que será traído por um dos apóstolos. Cada apóstolo é um ser único, não apenas fisionómica, mas
psicologicamente. Nota a perspectiva linear com o ponto de fuga atrás da cabeça de Cristo.
O NASCIMENTO DE VÊNUS SANDRO BOTTICELLI
(FLORENÇA 1445 – FLORENÇA 1510)

Os pintores inspiraram-se na
observação do mundo natural.

Representa o nascimento da
deusa, da espuma do mar. Brota
de uma concha e é empurrada
para terra pelos ventos que
sopram. Aí, uma mulher
aguarda-a para a cobrir com um
manto. 1486;
A VIRGEM DO CHANCELER ROLIN
JAN VAN EYCK 1435

A pintura a óleo, que permite esse tipo de


trabalho, fora inventada pelo pintor
flamengo Jan van Eyck (1390 - 1441)
Outros autores merecem
referência, como:

FRA ANGELICO
1430 - 1432
MIGUEL ÂNGELO BUONARROTI
(1475-1564)
MIGUEL ÂNGELO BUONARROTI
(1475-1564)

O seu trabalho mais célebre é o teto da Capela Sistina. O trabalho duraria de 1508 até 1512. Miguel Ângelo escolheu como tema principal
a Criação do Mundo e do Homem até ao pecado original.

Representou ainda o Gênesis, começando na separação da luz e da escuridão e acabando no escárnio de Noé.
PAULO III, PAPA EM 1534, NOMEOU MIGUEL ÂNGELO, ARQUITETO, PINTOR E ESCULTOR DO VATICANO, FIXANDO-O EM
ROMA. Dá-lhe depois a missão de pintar um fresco na frontaria da Capela Sistina, o Juízo Final , que concluiu em 1541.

JESUS CRISTO É REPRESENTADO COMO UM DEUS OLÍMPICO, O QUE MERECERIA GRANDES CRÍTICAS DURANTE A
CONTRA-REFORMA.
Penachos – Mostram imagens do Velho Testamento, em que são retratados os heroicos e milagrosos acontecimentos da história do povo de
Israel, que são:
4 – Judite e Holofernes – a história de Judite que seduziu e decapitou o general Holofernes, inimigo de seu povo.
6 – Davi e Golias – Davi matando o gigante Golias.
44 – A Serpente de Bronze – a serpente de bronze de Moisés, que salvou os israelitas picados pelas serpentes do deserto.
46 – A Punição de Amã – Amã, ministro do rei Assuero da Pérsia, sendo punido, porque quis exterminar o povo judeu, que ficara sob tal
domínio, após a queda da Babilônia.

Sibilas e Profetas – representam as Sibilas, personagens da mitologia greco-romana, descritas como mulheres que possuíam poderes
proféticos, e os Profetas:
5 – Profeta Zacarias
8 – Sibila Délfica
10 – Profeta Joel
16 – Profeta Isaías
18 – Sibila Eritréia
24 – Sibila Cumana
26 – Profeta Ezequiel
32 – Profeta Daniel
34 – Sibila Pérsica
40 – Sibila Líbica
42 – Profeta Jeremias
45 – Profeta Jonas

Histórias Centrais – simbolizam nove histórias do Gênesis, divididas em grupos de três, representando a origem do universo, do homem e do
mal:
9 – A embriaguez de Noé
13 – O dilúvio
17 – O sacrifício de Noé
21 – O pecado Original
25 – A criação de Eva
29 – A criação de Adão
33 – A separação das águas e da terra
37 – A criação do Sol e da Lua
41 – A separação da luz e das trevas

Velas – refere-se aos espaços triangulares, onde se encontram os ancestrais de Jesus Cristo até Abraão.
Lunetas – Abertura de forma circular, envidraçada, colocada no topo de janelas e portas. Também é um tipo de abóbada. Ali também estão
representados os antepassados de Cristo até Abraão.
1 – Eleazar e Matan
2 – Jacó e José
3 – Aquim e Eliúde
7 – Azor e Sadoque
11 / 12 – Josias, Jeconias e Salatiel
14 / 15 – Zorobabel, Abiúde e Eliaquim
19 / 20 – Osias, Jotão e Acaz
22 / 23 – Ezequias, Manassés e Amon
27 / 28 – Roboão e Abias
30 / 31 – Asa, Josafá e Jorão
35 / 36 – Salmom, Boaz e Obed
38 / 39 – Jessé, Davi e Salomão
43 – Aminadabe
47 – Naassom

Medalhões – retratam cenas do Livro dos Reis que complementam narrativamente as histórias principais. São ao todo dez medalhões.
A parte central do teto da Capela, pintado por Michelangelo, retrata
cronologicamente a história do livro Gênesis do Antigo Testamento. (1) Deus
separando a Luz das Trevas,
(2) Deus criando o Sol e a Lua,
(3) Deus separando a terra das águas,
(4) A Criação de Adão,
(5) A Criação de Eva,
(6) O Pecado Original e A Expulsão do Paraíso,
(7) O Sacrifício de Noé,
(8) O Dilúvio Universal e, por último,
(9) Noé Embriagado com vinho.
JUÍZO FINAL
MIGUEL ÂNGELO BUONARROTI
(1475-1564)
CRIAÇAO DE ADAO
MIGUEL ÂNGELO BUONARROTI
MASACCIO (1401-1428)

Este afresco representa o dogma


da Santíssima Trindade ,
ressaltando as conotações
humanas e terrenas de Deus,
posto que Cristo é colocado no
centro da composição, traçada
com um rigor geométrico
impressionante, de acordo com o
antropocentrismo renascentista.
O espaço é representado de
forma racional e rigorosa.

Destaque para a presença dos dois


encomendantes e para a estrutura
piramidal da composição. 1426:

Santa Maria Novella; Florença


MUSEU NACIONAL DE ARTE - ANTIGA LISBOA
S. JERÔNIMO 1521

Albrecht Durer 1471 - 1528, Munique


APARIÇÃO DE CRISTO À VIRGEM
(1515)

Na pintura devem destacar-se os nomes


de Jorge Afonso (1470 – 1540)

Pintor régio de D. Manuel e D. João IIII


JORGE AFONSO (1510)
Museu Nacional do Azulejo; Lisboa Anunciação;
E Vasco Fernandes, dito A sua obra mais
Grão Vasco, ativo em emblemática é o S.
Viseu entre 1501 e Pedro , executado para
1542. a Sé em 1535.
LITERATURA:

DANTE ALIGHIERI – Grande poeta, na sua famosa ‘’A DIVINA


COMÉDIA’’ ELE DESCREVE O INFERNO, O PARAÍSO E O
PURGATÓRIO. O tema é tipicamente medieval.

BOCCACCIO – Deixou uma coleção de contos eróticos


‘’DECAMERON’’. São histórias engraçadas de mulheres espertas
que traem os maridos, comerciantes vigaristas e autoridades
safadas. Há uma valorização do Hedonismo típica do
renascimento, isto é, da importância do corpo e dos prazeres
terrenos.

Nos séculos XV e XVI a cultura renascentista saiu da Itália e se


espalhou por outros países europeus.

NA ESPANHA destacou-se a célebre obra ‘’DOM QUIXOTE’’, DE


MIGUEL DE CERVANTES.

NA INGLATERRA viveu o mais extraordinário dos poetas e autores


de todos os tempos, WILLIAM SHAKESPEARE. Já se disse que, se
toda civilização fosse destruída, bastariam as peças de
Shakespeare para dar a conhecer o que foi o ser humano. Uma
de suas obras mais conhecida é ‘’Romeu e Julieta’’.

Em Portugal, OS LUSÍADAS - OBRA MAIS EMBLEMÁTICA DE LUÍS


VAZ DE CAMÕES
OS LUSÍADAS

OBRA MAIS EMBLEMÁTICA DE LUÍS VAZ DE CAMÕES, e nela podemos identificar os


ideais humanistas, clássicos e renascentistas que influenciaram o poeta no
desenvolvimento da sua obra.

É considerada uma epopeia humanista onde se destaca um grande empenho em


afirmar as capacidades humanas.

Nesta obra estão espelhadas as qualidades mais nobres do Renascimento: a coragem


e a cultura, esta última baseada não só no saber livresco mas também no saber
derivado da experiência. O Homem explora os seus limites e tenta alcançar uma
realização humana total.

É a obras clássicas como Eneida, Ilíada e Odisseia (da autoria de Virgílio) que Luís de
Camões vai buscar inspiração, sendo que Os Lusíadas seguem a linha épica destas
obras clássicas. Servindo-se de todo o arsenal mitológico da antiguidade.

Os Lusíadas têm bastantes influências Humanistas, Classicistas e Renascentistas; não


só na temática como formalmente. O Antropocentrismo que se traduz pela
colocação do Homem no centro do Universo e tomá-lo como modelo e referência;
como a medida de todas as coisas. Por sua vez, o Classicismo traduz-se no fascínio e
no interesse da nova geração de pensadores e artistas nos autores Greco-Romanos
assim como nas suas obras, dedicando-se á sua leitura, interpretação, tradução e
reprodução assim como á aprendizagem de um valor essencial que se baseia na
procura infindável do conhecimento e do melhoramento de técnicas, no caso
artístico, levando, por vezes, a superar os seus mestres.
TEORIA E HISTÓRIA DAS
ARTES E ARQUITETURA 1
AULA 10_ARTE E ARQUITETURA MANEIRISMO

RAMOS, D.M.S.

CENTRO UNIVERSITÁRIO
UNILASALLE RJ, 2019/2
2019
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
UNIDADE VIII – ARQUITETURA RENASCENTISTA E MANEIRISTA
1. O Humanismo e o início dos tempos modernos – Origem e difusão da Arquitetura Renascentista
2. Definições construtivas e características do Renascimento.
3. O Primeiro Renascimento – Florença: A Tríade: Brunelleschi – Masaccio e Donatello.
4. O Renascimento na Itália.
5. Arquitetura e significado: o espaço renascimento/A cidade e o edifício.
6. Arquitetura e significado o espaço maneirista/A cidade e o edifício.
AULA 13_ARTE E ARQUITETURA MANEIRISMO

.CONTEXTO DO INÍCIO DO MANEIRISMO


.ARQUITETURA DO RENASCIMENTO
- Características Gerais
- Michelangelo
- Andrea Palladio
- Bartolomeo Ammanatti
- Palácios
- Giorgio Vasari
- Palácio de Tè
.PINTURA MANEIRISTA
- Características Gerais
- Rosso Fiorentino
- Jacopo Pontormo
- Parmigianino
- Tintotoretto
- El Greco
- Giuseppe Arcimboldo
.ESCULTURA
- Características Gerais
- Benvenuto Cellini
- Giambologna
MANEIRISMO:
ESTILO X MOVIMENTO

Paralelamente ao renascimento clássico, desenvolve-se em Roma, por volta de 1520 até meados de 1610, um
Rafael, A transfiguração, c. 1518,

MOVIMENTO ARTÍSTICO AFASTADO conscientemente do modelo da Antiguidade Clássica: o Maneirismo (a


palavra maniera, em italiano, significa maneira). UMA EVIDENTE TENDÊNCIA PARA A ESTILIZAÇÃO EXAGERADA E
UM CAPRICHO NOS DETALHES COMEÇA A SER SUA MARCA, extrapolando assim as rígidas linhas dos cânones
clássicos.
óleo sobre madeira

Alguns historiadores o consideram uma transição entre o renascimento e o barroco, enquanto outros preferem vê-
lo como UM ESTILO, PROPRIAMENTE DITO. O certo, porém, é que o maneirismo é uma consequência de um
renascimento clássico que entra em decadência. Os artistas se veem obrigados a partir em busca de elementos que
lhes permitam renovar e desenvolver todas as habilidades e técnicas adquiridas durante o renascimento.
O Maneirismo é mais estudado em suas manifestações na pintura, escultura e arquitetura na ITÁLIA, ONDE SE ORIGINOU, mas teve impacto
também sobre as outras artes e influenciou a cultura de praticamente todas as nações europeias, deixando traços até nas América e no Oriente.
Os artistas passam a procurar elementos que lhes permitam renovar e desenvolver todas as habilidades e técnicas adquiridas no Renascimento.

Miguel Ângelo, A crucificação de S. Pedro,


1545-50, fresco, Capela Paolina, Vaticano

Tem um PERFIL DE DIFÍCIL DEFINIÇÃO, mas em linhas gerais caracterizou-se pela DELIBERADA SOFISTICAÇÃO INTELECTUALISTA, PELA
VALORIZAÇÃO DA ORIGINALIDADE E DAS INTERPRETAÇÕES INDIVIDUAIS, PELO DINAMISMO E COMPLEXIDADE DE SUAS FORMAS

É marcado pela contradição e pelo conflito, e assumiu ,na vasta área em que se manifestou, variadas feições.
INSPIRAÇÃO MANEIRISTA
• Tem como inspiração o espírito religioso reinante na Europa nesse
momento (reformas religiosas);
• O HOMEM já não é a principal e única medida do universo.
• Após O SAQUE E DESTRUIÇÃO DE ROMA POR CARLOS V, OS ARTISTAS
DEIXAM A CIDADE, LEVANDO A ARTE MANEIRISTA PARA TODAS AS
GRANDES CIDADES europeias.
ARQUITETURA: IGREJA
Com prioridade á
construção de
igrejas de plano
longitudinal, com
espaços mais
longos do que
largos, com a
cúpula principal
sobre o transepto,
deixando de lado
as de plano
centralizado,
típicas do
renascimento
clássico. Mas
podemos dizer
que as verdadeiras
mudanças não
estão somente na
construção, mas
na iluminação e
decoração.
IGREJA DE JESUS (II GESU)_ROMA, 1568
GIOCOMO VIGNOLA

Principais características:

Nas igrejas: Naves escuras, coros com escadas em espiral,


guirlandas de frutas e flores, balaustradas povoadas de figuras,
caracóis, conchas e volutas cobrem muros e altares, lembrando
uma exuberante selva de pedra.
CAPELA DOS MÉDICI, SAN LORENZO MICHELANGELO BUONAROTTI

Foi o primeiro a jogar com o estilo antigo,


dando a seus projetos um toque de
subversão. Ele que sempre insistiu em ser
um escultor, provou ser igualmente versado
em arquitetura,

Ele tratava um edifício ou um conjunto de


edifícios como uma massa de sólidos e
vãos esculturais a serem moldados. Na
Capela dos Médici em San Lorenzo,
Florença, Michelangelo citou o vocabulário
clássico apenas como blasfêmia.
Ele rejeitou as ordens usuais,
projetos janelas lisas que se
afilavam mais do que
inscreviam retângulos
perfeitos, excluiu os capitéis
das pilastras e, em geral,
zombou de todos os
preceitos sagrados.
BIBLIOTECA LAURENCIANA

Projetada em 1524 JOGA FORA OS IDEAIS


RENASCENTISTAS DE PROPORÇÃO EQUILIBRADA E
ESTABILIDADE, PONDO O INTERIOR EM
TURBULENTO MOVIMENTO.

Michelangelo comprimiu colunas, como estátuas,


dentro de nichos, mas – contra toda a evidência
visual e intuitiva – elas sustentavam o peso do
telhado.
BIBLIOTECA LAURENCIANA:
Sua imensa escadaria tripla
obstinadamente ocupa a maior
parte do espaço na área. Na arte
inferior, cai como uma cascata.
Tal desafio à tradição fez Vasari
descrever Michelangelo como
tendo “feito quebras tão
bizarras no contorno dos
degraus, distanciando-se tanto
do uso comum, que todos
ficaram admirados”.

Michelangelo tratou todo interior


da biblioteca como um apela de
escultura, dando às paredes e
escadas uma composição
dinâmica.

Miguel Ângelo,
Biblioteca Laurenciana,1525-42
PIZZA CAMPIDOGLIO, EM ROMA (1546)
Seu novo projeto é um TRIUNFO DA COMPOSIÇÃO ORGÂNICA. Essa praça,
no Monte Capitolino, perto do Fórum Romano, onde Rômulo
supostamente fundou a cidade, era pobre e deselegante. MICHELANGELO
CRIOU UM PROJETO PÚBLICO IMPONENTE, NO QUAL TODOS OS
ELEMENTOS INTERAGEM.
PIZZA CAMPIDOGLIO, EM ROMA (1546)
Inscreveu o espaço central ao redor de uma antiga estátua do imperador Marco Aurélio com um desenho oval no piso que, visto de cima, parece
uma abóboda. Projetou escadarias imponentes e novas fachadas para as duas edificações já existentes, e acrescentou outra construção para criar
um espaço trapezoidal. Nos edifícios que ficavam de frente, ele usou primeiro a ordem gigantesca (pilastras coríntias de 14m de altura que se
estendiam por dois pavimentos) para sugerir uma unidade monumental.
PIZZA CAMPIDOGLIO, EM ROMA (1546)
ANDREA PALLADIO (1518-1580)

O interesse que tinha pelas teorias de Vitrúvio se


reflete na totalidade de sua obra arquitetônica,
cujo caráter é rigorosamente clássico e no qual a
clareza de linhas e a harmonia das proporções
preponderam sobre o decorativo, reduzido a
uma expressão mínima. Somente dez anos depois
iria se dedicar à arquitetura sacra em Veneza, com
a construção das igrejas San Giorgio Maggiore e Il
Redentore. Não se pode dizer que Palladio tenha
sido um arquiteto tipicamente maneirista, no
entanto, é um dos mais importantes desse
período. A obra de Palladio foi uma referência
obrigatória para os arquitetos ingleses e franceses
do barroco. A Villa Rotonda ou Casa Redonda,
perto de Vinceza também foi um capricho do
artista, pois têm quatro lados idênticos, cada um
deles com um pórtico em forma de fachada de
templo, agrupados em torno de um corpo central
que recorda o Panteão romano. Por mais bela
que seja a combinação, dificilmente se pode
considerar um edifício em que se gostaria de
viver. A busca de novidade e de efeitos insólitos
interferiu na finalidade essencial da arquitetura.
ANDREA PALLADIO
VILLA CAPRA (VICENZA)

ARQUITETURA CIVIL
- Simetria
- Rigor geométrico
- Imitação das fachadas
antigas
- Plantas centradas
- Jardins à volta de fontes
e repuxos

Andrea Palladio , cuja obra mais famosa é a Villa Capra , em Vicenza, conhecida por La Rotonda . 1572
Arquitetura civil: Villae ou palácios rurais: estruturas mais livres e
inovadoras Villa Rotonda, Vicenza (Andrea Palladio, século XVI)
VILLA ROTONDA
PALLADIO VICENZA

Os arquitetos maneiristas serviram a famílias poderosas, projetando palácios e mansões. A rigidez dos planos renascentistas deu lugar A MAIOR
ATENÇÃO AOS JOGOS DE LUZES E SOMBRAS. OS INTERIORES FORAM ENRIQUECIDOS COM ABÓBADAS E AFRESCOS.

Por sua vez, as igrejas passaram a ter iluminações de ângulos diversos, que valorizavam a penumbra das naves, com escadarias caprichosas. Os
altares ganharam decorações com abundância de motivos, que iam das conchas às guirlandas, prenunciando o gosto barroco.
LA IGLESIA DEL REDENTOR,
EN GIUDECCA (VENEZA)
BASÍLICA, PALLADIO,
SÉCULO XVI, VENEZA, ITÁLIA
BARTOLOMEO AMMANATTI (1511-1592)
Fonte da Piazza della Signoria.
Realizou trabalhos em várias cidades italianas. Decorou também o
palácio dos Mantova e o túmulo do conde da cidade. Conheceu a
poetisa Laura Battiferi, com quem se casou, e juntos se mudaram para
Roma a pedido do papa Júlio II, que o incumbiu da construção de sua
vila na Porta del Popolo. Começaram assim seus primeiros passos
como arquiteto. No ano de 1555, com a morte do papa, voltou para
Florença, onde venceu um concurso para a construção da fonte da
Piazza della Signoria.

Seu interesse pela arquitetura o levou a estudar os tratados de Alberti


e Brunelleschi, com base nos quais planejou uma cidade ideal. De
acordo COM OS PRECEITOS DOS JESUÍTAS, QUE PROIBIAM O NU NAS
OBRAS DE ARTE, LEGOU A ELES TODOS OS SEUS BENS.
ARQUITETURA: PALÁCIOS
Nos ricos palácios e casas: Formas
convexas que permitem o contraste entre
luz e sombras, a decoração de interiores
ricamente adornada e os afrescos das
abóbadas coroam esse caprichoso e
refinado estilo.

Principais características:
– Estilização exagerada;
– Capricho nos detalhes;
– Arte de labirintos, espirais e
proporções estranhas.

PALAZZO PITTI
FLORENÇA NA ITÁLIA
Ponte de Santa Trinitá, Bartolomeu Ammanati,
século XVI, Florença, Itália.
VILA NA PORTA DEL POPOLO
GIORGIO VASARI (1511-1574)

É conhecido por sua obra literária Le Vite (As Vidas), na qual, além de fazer um resumo da arte renascentista, apresenta um relato às vezes pouco
fiel, mas muito interessante sobre os grandes artistas da época, sem deixar de fazer comentários mal-intencionados e elogios exagerados. Sob a
proteção de Aretino, conseguiu realizar uma de suas únicas obras significativas: os afrescos do palácio Cornaro. Vasari também trabalhou em
colaboração com Michelangelo em Roma, na década de 30. Suas biografias, publicadas em 1550, fizeram tanto sucesso que se seguiram várias
edições. Passou os últimos dias de sua vida em Florença, dedicado à arquitetura.
Palácio dos Uffizzi, Giorgio Vassari, século XVI, Florença, Itália
PALAZZO DE TÈ: UM MANIFESTO MANEIRISTA.
GIULIO ROMANO (1492-1546)

Levou o maneirismo ao extremo. Na villa campestre, o Palazzo del Tè (iniciado em 1524), ele deliberadamente violou todas as regras. Cada fachada
é diferente, marcada pelo uso excêntrico dos motivos clássicos. O projeto é intencionalmente assimétrico, com colunas e arcos em ritmo
irregular. No interior, A SENSAÇÃO DE INSEGURANÇA é reforçada por um teto em afresco, mostrando a batalha entre gigantes e deuses. Blocos de
pedra, rochas e colunas inclinadas parecem cair sobre as cabeças dos espectadores. Percorrendo a sala, Vasari observou que: um visitante “só pode
temer que tudo desabe sobre ele”.

Palazzo del Tè, 1524-1535, Giulio Romano,


Mantova, Itália
Sala do Amor e Psique, parede do banquete,
Palazzo del Tè, Mantova, Itália
Sala dos Gigantes: A Queda dos Gigantes,
Palazzo del Tè, Mantova, Itália.
Sala dos Gigantes: A Queda dos Gigantes,
Palazzo del Tè, Mantova, Itália
Sala dos Gigantes: A Queda dos Gigantes, Palazzo del Tè, Mantova, Itália
PINTURA MANEIRISTA

É na pintura que o Maneirismo se manifesta. São os pintores da 2ª década do século


XV que, afastados dos renascentistas criam esse novo estilo, procurando deformar
uma realidade e principalmente inovar.

Principais características:
• Uma multidão de figuras se comprime em espaços arquitetônicos reduzidos.
• Resultando em planos paralelos, completamente irreais.
• No corpo, as formas alongadas substituem os membros bem-torneados do
renascimento.
• Os músculos agora contorções impróprias para o ser humano.
• Rostos melancólicos e misteriosos surgem entre as vestes e cores brilhantes.
• A luz se detém sobre objetos e figuras, produzindo sombras inadmissíveis.
• Os verdadeiros protagonistas do quadro já não se posicionam no centro da
perspectiva, mas em algum ponto da arquitetura, onde o olho atento deve, não
sem certa dificuldade, encontrá-lo.
• Valorização das interpretações individuais, pelo dinamismo e complexidade de
suas formas, a fim de se conseguir maior emoção, elegância, poder e tensão.

Deposição, Rosso Fiorentino, 1521, óleo sobre madeira,


Pinacoteca Comnale di Volterra, Itália.
ROSSO FIORENTINO (1494-1540)

Nascido Giovan Battista di Jacopo, foi pintor e decorador italiano, um dos fundadores da Escola
Fontainebleau, no Castelo de Fontainebleau. Ele foi aprendiz de Andrea del Sarto, combinava influências de
Michelangelo e do gótico do Norte.

Moisés e as Filhas de Jetro, Rosso Fiorentino, 1523-24,


óleo sobre madeira, Galleria degli Uffizi, Florença.
JACOPO PONTORMO (1494-1557)

Nascido Jacopo Carucci, foi um pintor italiano da Escola Florentina. Famoso pelo uso de poses contorcidas,
perspectiva distorcida cores marcadamente incomuns e peculiares, que pareciam espelhar seu temperamento
neurótico e inquieto. Pintou somente em Florença, com o patrocínio da Família Médici. Em 1522, com a peste
em Florença, Pontormo partiu para Certosa di Galuzzo, um monastério da Ordem dos Cartuxos, onde pintou uma
série de afrescos. O grande altar construído por Brunelleschi para a Capela Capponi, na Igreja de Santa Felicita,
em Florença, é considerada sua obra-prima. Seu estilo compartilhava com o maneirismo de Rosso Fiorentino e
Parmigianino. De alguma forma, antecipou o Barroco e as tensões de El Greco.

Ceia de Emaús, Jacopo Pontormo, 1525, óleo sobre tela,


Galeria degli Uffizi, Florença
PARMGIANINO (1503-1540)

Nascido Girolano Francesco Maria Mazzolla, foi influenciado pela obra de Rafael e Michelangelo, afastou o seu
conceito de beleza da realidade observável e natural. Para ele, a função da arte era transmitir sensações
estranhas e excitantes, para o que teria de criar um necessário artificialismo. Assimilaria de Correggio o
classicismo, convertendo-o em maneirismo, mantendo o ilusionismo do primeiro, mas traduzindo-o em
modelos mais decorativos e com maior vitalidade das formas.
TINTORETTO(1518-1594) Reencontro do corpo de São Marcos, c.1562, Jacopo Robusti,
conhecido como Tintoretto, Pinacoteca de Brera, Milão.
Chamava-se Jacopo Robusti, apelidado de Tintoretto,
também estava cansado da beleza simples nas formas e
cores que Ticiano havia mostrado aos venezianos.
Resolveu contar suas HISTÓRIAS DE MANEIRA DIFERENTE
E FAZER COM QUE O ESPECTADOR SENTISSE A EMOÇÃO
E O DRAMA INTENSO DOS EVENTOS QUE PINTAVA. Por
sua energia fenomenal em pintar, foi chamado Il Furioso,
e sua dramática utilização da perspectiva e dos efeitos
da luz fez dele um dos precursores do Barroco. Seu pai,
Battista Comin, trabalhava tingindo seda, o que lhe valeu
o apelido.

O que distingue a pintura de Tintoretto de qualquer outro


pintor é a sua carga energética e a sua capacidade para
tornar plausível o visionário. E se essa energia se liberta,
enche de vida os seus personagens e transmite às cenas
uma força sobrenatural e porque, perante o frio
esteticismo dos maneiristas centro-italianos, cada vez
mais encerrados em questões formais, cada vez mais
afastados dos acontecimentos interiores, Tintoretto
pensa que o fato artístico não se esgota em si próprio,
mas que tem como fim primordial a comunicação, e
ainda mais, a persuasão. Ele soube captar em
Michelangelo o que aqueles que lhe foram mais próximos
não puderam ver: a TENSÃO CRIADORA, A
AUTENTICIDADE, O VALOR SIGNIFICATIVO DA FORMA.
EL GRECO (1541-1614)

Nascido na ilha grega de Creta, com nome de


Doménikos Theotokópoulos, que foi apelidado de El
Grego (“o grego”). Em seu berço natal, deve ter-se
habituado a ver imagens de santos à antiga maneira
bizantina: solenes, rígidas e remotas de qualquer
semelhança com o aspecto natural. Não estando
treinado a estudar quadros pelo seu desenho correto,
nada viu de chocante na arte de Tintoretto, e sim muita
coisa que o fascinou. Pois também ele, ao que parece,
era um homem apaixonado e devoto que sentia uma
necessidade imperiosa de contar as histórias sagradas
de uma nova e emocionante forma. Após sua estada em
Veneza, instalou-se em uma região distante da Europa –

Em Toledo, na Espanha, onde era também improvável


que não fosse perturbado e mortificado pelos críticos
que exigiam desenho correto e natural – por enquanto,
na Espanha as ideias medievais sobre a arte ainda
persistiam. Isso talvez explique porque a arte de El
Grego supera até a de Tintoretto no audacioso descaso
de formas e cores naturais, e em sua visão dramática e
emocionante. Entre suas obras mais importantes estão
O Enterro do Conde de Orgaz, a meio caminho entre o
retrato e a espiritualidade mística; Homem com a Mão
no Peito; O Sonho de Filipe II e O Martírio de São
Maurício. Esta última lhe custou à expulsão da corte. Lacoonte, El Greco, século XVI, Galeria Nacional de
Arte de Washington, Estados Unidos.
GIUSEPPE ARCIMBOLDO (1527-1593)

Pintor italiano. Trabalhou inicialmente com seu pai Biaggio Arcimboldo, artista que trabalhava em afrescos. A partir de 1562 morou em Praga,
então capital do reino da Boêmia e hoje da República Tcheca, onde consolidou sua carreira como artista. Serviu nas corte dos Habsburgos. Ele foi
admirado como artista pelos monarcas, tornou-se pintor da corte e chegou a ser nomeado Conde Palatino. Praga transformou-se no século XVI
em um dos maiores centros culturais da Europa, de intensa e diversa atividade cultural e científica. Seus governantes eram vistos, além de seus
domínios, como simpatizantes do exótico.

Nesse contexto, as singularidades da arte de Arcimboldo encontraram solo fértil para florescer. Suas obras principais incluem a série “As
Quatro Estações”, onde usou, pela primeira vez, imagens da natureza, tais como frutas, verduras e flores, para compor fisionomias humanas.
ESCULTURA: Principais artistas:
Repetem-se as características da Bartolomeo Ammanati;
arquitetura e da pintura. NÃO Giorgio Vasari;
FALTAM AS FORMAS Palladio.
CAPRICHOSAS AS PROPORÇÕES
ESTRANHAS E PRINCIPALMENTE
O EXAGERO NOS DETALHES. Segue o caminho traçado por Michelangelo: ÀS
FORMAS CLÁSSICAS SOMA-SE O NOVO CONCEITO
Principais características: INTELECTUAL DA ARTE PELA ARTE E O
• Um grupo de figuras dispostas DISTANCIAMENTO DA REALIDADE.
umas sobre as outras, num
equilíbrio aparentemente
frágil, as figuras são unidas por
contorções extremadas e
exagerado alongamento de
músculos.

• Atribui às figuras uma


infinidade de posturas
impossíveis possibilitando
reduzir à base e dar uma
maior graciosidade a peça.

• o exagero nos detalhes,


elementos que criam essa
GIAMBOLOGNA (1529-1608)
atmosfera de tensão tão
característica do NETUNO DA FONTE
espírito maneirista. PIAZZA MAGGIORE
PERSEU SEGURANDO A CABEÇA DE MEDUSA BENVENUTO CELLINI
(1500-71)

Artista típico desse período,


escultor e ourives florentino,
ele descreveu sua própria vida
num livro famoso, que nos
oferece um quadro
imensamente colorido e vívido
de sua época.

Ele era implacável, fútil, mas é


difícil ficar irritado com o
homem porque nos conta a
história de suas aventuras e
façanhas com tanta volúpia e
agilidade que pensamos estar
lendo um romance de Dumas.
Em sua vaidade, extravagância e
temperamento irrequieto, que
o impeliram de cidade em
Perseu segurando a cabeça de Medusa, cidade, e de corte em corte,
Benvenuto Celllini. Encomenda do criando conflitos e brigas, e
duque Cosmo I de Médici. Exposto, ganhando os louros, Cellini é
após recente restauração, na Loggia dei um verdadeiro produto de seu
Lanzi, em frente à Galleria degli Uffizi, tempo.
em Florença.
BENVENUTO CELLINI Saleiro em ouro cinzelado e
esmalte, cobre ébano, Benvenuto
(1500-71), SALEIRO DE COBRE Cellini. Feito para Francisco I da
REI DA FRANÇA França em 1543, Viena,
Kunthistorisches Museum.

Para ele ser artista já não era o ser respeitável e


acomodado proprietário de uma oficina; era ser
um virtuose por cujos favores príncipes e cardeais
deveriam competir. UMA DE SUAS OBRAS
INUSITADAS É UM SALEIRO DE MESA FEITO EM 1543
PARA O REI DA FRANÇA, QUE POSSUI DUAS FIGURAS
QUE REPRESENTAM A TERRA, UMA MULHER, E O
MAR, UM HOMEM.
GIAMBOLOGNA (1529-1608)
MERCÚRIO, FLORENÇA,
Mercúrio, estátua em
bronze, 1567, Giambologna,
Museu Nacional de Bargello,
Florença, Itália.

Enquanto trabalhava no Netuno o delegado papal solicitou a Giambologna uma estátua para ser
instalada no pátio da sede da Universidade de Bolonha, que deveria representar Mercúrio
apontando para o céu, simbolizando a origem divina do saber. O projeto acabou não sendo
realizado, mas resultou num modelo que constitui a primeira de uma série de estátuas do deus que
culmina no célebre Mercúrio voando, muito mais dinâmico do que o projeto original, pousando
apenas a ponta do pé sobre o sopro de um zéfiro, o que lhe confere uma sensação notável de
ausência de peso, liberdade de movimento e graça.
GIAMBOLOGNA (1529-1608)
O RAPTO DAS SABINAS De volta a Florença em 1556, o
escultor apresentou o Mercúrio
aos Médici, que, entusiasmados,
ordenaram a sua fundição para
enviá-lo como presente
diplomático ao imperador
Maximiliano II, como parte dos
entendimentos entre a corte
florentina e a austríaca para a o
casamento de Francesco I com
Joana da Áustria. Considerada
uma obra-prima, O Rapto das
Sabinas, é uma façanha em
termos de técnica, esculpida em
um único bloco de mármore,
com 4,10 m de altura, a
composição é do tipo figura
serpentinata, de movimento
helicoidal que pode ser visto em
qualquer ângulo com sucesso.
GIAMBOLOGNA ESTÁ PARA O
MANEIRISMO ASSIM COMO
MICHELANGELO ESTÁ PARA O
RENASCIMENTO.
O Rapto das Sabinas, mármore,
Giambologna, 1582, Loggia dei Lanzi,
Florença, Itália
GIAMBOLOGNA (1529-1608)
NETUNO DA FONTE
PIAZZA MAGGIORE

Nascido como Jean de Boulogne, de


origem flamenga, a quem os italianos
chamavam Giovanni Bologna, deu seus
primeiros passos como escultor na oficina
do escultor e arquiteto francês Jacques du
Broeucq. Poucos anos depois se mudou
para Roma, em 1550, onde se supõe que
teria colaborado com Michelangelo em
muitas de suas obras. Em 1563, foi
chamado a Bologna para realizar o Netuno
da fonte na Piazza Maggiore, que fazia
parte da renovação urbanística da cidade
ordenada pelo papa Pio IV.
GIAMBOLOGNA (1529-1608)
NETUNO DA FONTE
PIAZZA MAGGIORE
Alegoria de Francisco I de Medici, Giambologna, 1560-61,
escultura em alabastro, escola Italiana, Museu do Prado, Madri
BIBLIOGRAFIA
BÁSICA

JANSON, H.W. Iniciação à História da Arte. São Paulo:


Martins Fontes, 3ª ed. 2009.

PEVSNER, Nikolaus. Panorama da Arquitetura Ocidental.


SP. Ed. Martins Fontes, 3ª ed. 2015.

ZEVI. Bruno. Saber Ver Arquitetura. 6.ed. São Paulo:


Martins Fontes, 2009.

COMPLEMENTAR

ARGAN, Giulio Carlo. Imagem e persuasão: ensaios sobre


o barroco. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.

HAUSER, Arnold. História Social da arte e da


Literatura. Rio de Janeiro: Martins Fontes, 2ª ed.
2000.

JANSON, H.W. História Geral da Arte – Renascimento,


Barroco. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
LIVRO ADOTADO:
COLLE, Emily. A História Ilustrada da Arquitetura. KOCH, Wilfied. Dicionário dos estilos Arquitetônicos.
São Paulo: PUBLIFOLHA, 2011. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

PEVSNER, Nikolaus. Os Pioneiros do Desenho Moderno,


Arquitetura e Urbanismo. SP. Ed. Martins Fontes, 1982.

TRIADÓ, Juan-Ramón. Saber Ver a Arte Barroca. SP. Ed.


Martins Fontes, 1991.
D.M.S. Ramos - Diego Ramos
Arquitetura e Urbanismo - THAA1

[email protected]
[email protected]
www.unilasalle.edu.br/rj

Você também pode gostar