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Resumo
1. INTRODUÇÃO
2. REFERENCIAL TEÓRICO
Para melhor compreensão, serão expostos nos próximos tópicos conceitos sobre os
elementos e comportamento dos motores de indução e inversores de frequência na melhoria da
eficiência energética.
O termo “Eficiência Energética” pode ser definido como um método de trabalho que
tem como objetivo a otimização do uso da energia elétrica por meio de orientações,
direcionamentos, ações e controles dos recursos aplicados, reduzindo, assim, os índices
específicos de quantidade de energia necessária para a obtenção do mesmo resultado ou produto
(CAPELLI, 2013).
Panesi (2006) pontua a diferença entre eficiência energética e racionamento de energia,
explicando que o racionamento é a redução do serviço energético, enquanto o termo “eficiência
energética” refere-se à redução de energia necessária para realizar o mesmo trabalho.
Considerando a crise energética vivida pelo país desde 2001, com as recorrentes ameaças de
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racionamento de energia elétrica nos últimos anos e com a preocupação eminente do
desenvolvimento sustentável e preservação do meio ambiente, o uso eficiente de energia
elétrica tem sido tema recorrente de estudos e discussões, que visam meios para viabilizar a
economia de energia, sem que ocorram prejuízos na produção.
Levando em consideração que a maior parte da energia elétrica disponível para
comercialização é gerada por fontes que, de alguma forma, geram impactos ao meio ambiente,
Mamede (2002) defende a necessidade de aumentar a eficiência dos equipamentos
consumidores, para que seja possível preservar as fontes geradoras existentes, diminuindo
assim, os impactos negativos ao meio ambiente. Como benefícios resultantes dos programas de
eficiência energética pode-se destacar o impacto positivo na economia, aumento da
produtividade e competitividade nas empresas e redução de emissões atmosféricas e impacto
negativo ao meio ambiente (PANESI, 2006).
Considerando o crescente aumento do preço da energia elétrica no Brasil, o mercado da
Eficiência Energética, principalmente no segmento industrial, apresenta-se também como uma
alternativa de redução de custos necessária para que a indústria possa manter-se competitiva.
Uma unidade consumidora de energia pode ser considerada eficiente quando consegue
implementar ações capazes de aumentar ou manter sua produtividade otimizando o uso de
energia. Essas ações vão desde a readequação de um sistema de iluminação ou climatização até
a substituição de equipamentos produtivos por outros mais eficientes, com baixo consumo de
energia.
O motor de indução foi patenteado em 1888 por Nikola Tesla, e representa cerca de 90%
dos motores utilizados na indústria atualmente. É classificado como uma máquina robusta e de
fácil construção. (FRANCISCO, 2006, p.12). O motor de indução tem um baixo investimento
e manutenção, fácil deslocamento, extensa vida útil, alta eficiência de funcionamento; entre
outros.
As correntes rotóricas (corrente que circula pelas espiras do rotor, mostrado na figura 1,
proveniente da força eletromotriz induzida) são geradas eletromagneticamente pelo estator,
único elemento do motor ligado à linha de alimentação. (FRANCHI,2008). A corrente alternada
do estator produz um campo magnético rotativo, esse campo percorre os enrolamentos do rotor
gerando assim uma corrente alternada que criará um campo magnético no rotor. O fluxo
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magnético do rotor busca se alinhar com o campo girante do estator, provocando rotação
constante do rotor.
Os elementos do motor são mostrados conforme indicado na figura 1 e suas respectivas
funções descritas na tabela 1.
ELEMENTO FUNÇÃO
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ELEMENTO FUNÇÃO
Caixa de Bornes Local onde é feita a ligação elétrica do motor com a rede.
Um grande problema com acionamento dos motores é a corrente de partida, que é cerca
de seis vezes maior que a do motor corrente nominal. Esta condição pode interferir seriamente
na operação do motor. Entretanto, existem alguns métodos de partida para regular a corrente
inicial, bem como a velocidade e o torque. São elas:
1. Partida direta: a partida direta do motor trifásico é a maneira mais fácil de dar partida
em um motor, onde três fases são conectadas diretamente ao motor, causando picos de
corrente. A simplicidade está no fato de que nenhum acionamento de motor especial é
usado. Nesse método a corrente de partida é de 6 a 10 vezes a corrente nominal.
2. Partida estrela-triângulo: nesse tipo de partida, o processo de partida do motor é feito
inicialmente ligando-o na configuração estrela, logo realiza uma partida mais suave
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onde tem maior impedância e menor tensão nas bobinas. A corrente de partida é
reduzida a cerca de 1/3 ocasionando também a redução do torque.
3. Partida com autotransformador: a partida com autotransformador é usada para motores
de alta potência acima de 50 CV, onde fornece tensão reduzida aos enrolamentos do
motor na partida. A tensão é reduzida colocando um autotransformador em série com a
bobina. A redução da corrente de partida depende do Tap em que estiver ligado o
autotransformador.
4. Partida com soft starter: nesse tipo de partida, é acionada por uma placa eletrônica de
controle com a finalidade de controlar a tensão de saída. Ao dar a partida no motor, o
sistema não apresenta picos de corrente. O ângulo de condução do tiristor reduz o pico
de corrente, ou seja, a tensão será aumentada gradualmente assegurando uma partida
suave. A diferença na utilização de uma soft starter é o desempenho da proteção do
motor porque este método permite proteção na sobrecarga, subcorrente, sobre corrente,
falta de fase, etc.
5. Partida com inversores de frequência: os inversores de frequência, também chamados
de conversores de frequência, têm a função de variar/controlar a velocidade de um motor
trifásico, alterando a frequência e a amplitude da tensão de saída e com isso
proporcionar um controle mais avançado nos motores. O acionamento de motores
elétricos de indução por inversores de frequência é uma solução relativamente nova,
porém, já amplamente utilizada na indústria (WEG, 2016).
A classificação dos inversores pode ser dada a partir de sua geometria, sendo a primeira
parte a retificação de entrada, a segunda parte o tipo de controle do circuito intermediário e a
terceira a saída, conforme mostrado na figura 2. Pode ser considerado uma fonte de tensão
alternada de frequência variável. (FRANCHI, 2013).
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Figura 2 – Diagrama simplificado dos blocos principais dos inversores de frequência
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O inversor usado em nosso estudo de caso foi o PowerFlex 753, da Rockwell
Automation, conforme mostrado na figura 3, que é uma linha de inversores mais robustos, com
uma grande variedade de aplicações industriais. Seus elementos estão detalhados na tabela 2,
conforme mostrado abaixo.
Figura 3 - Inversor de frequência PowerFlex 753
ELEMENTO FUNÇÃO
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ELEMENTO FUNÇÃO
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A soft-starter tem como princípio de funcionamento a utilização de uma ligação de uma
ponte tiristorizada na configuração antiparalelo, comandada por uma placa eletrônica para o
ajuste da tensão de saída. A Figura 4 representa o esquema de um soft-starter.
Figura 4 – Diagrama em blocos de um soft-starter
Como mostrado na figura 4, a soft starter por meio de um circuito de potência controla a
tensão da rede por tiristores que varia o ângulo de disparo, variando a tensão eficaz do motor
elétrico. As principais funções da soft starter são:
detectar desequilíbrio ou a falta de fase no motor;
controlar o tempo de aceleração e desaceleração do motor;
proteger o motor contra aquecimento;
limitar a corrente;
proteger do acionamento de sobrecarga;
conjugado de partida;
frenagem por corrente contínua.
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fator de potência, consumo de energia e demanda. Com isso, o monitoramento e gerenciamento
da energia elétrica tende a tornar o consumo transparente, permitindo otimizar o uso da energia.
Além dessa função, os analisadores de energia também servem para identificar a qualidade do
fornecimento de energia para alguma área ou carga crítica, trazendo assim maior confiabilidade
à operação.
Conforme mostrado na figura 4, o analisador de energia Fluke 345, tem como função
realizar e monitorar as medições de qualidade de energia.
3. METODOLOGIA
O estudo de caso foi iniciado a partir da realização de algumas medições para identificar
uma solução de melhoria visando a economia de energia em um dos motores existentes em uma
indústria do setor alimentício localizada na cidade de Araxá, no estado de Minas Gerais. O
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estudo consiste em realizar a substituição de uma soft starter por um inversor de frequência do
fabricante Rockwell. A solução é fundamentada pelas medições do consumo retirado de um
analisador de energia, realizadas no local e dispostas em gráficos e cálculos referentes aos
valores obtidos.
Com o intuito de realizar as medições e comparar os resultados, primeiramente o
analisador de energia foi instalado no sistema de acionamento atual (soft-starter) onde são
registrados valores por um período de tempo. Ao término destas medições, a soft-starter
instalada na planta foi substituída por um inversor de frequência Rockwell de mesma potência
e parametrizado para trabalhar no modo de controle Economizer, que é uma tecnologia
desenvolvida pelo fabricante visando a economia de energia.
O ajuste do modo de controle do motor P35 [Motor Ctrl Mode] como Induct
Econ (2) ou Induction Economizer habilitará economia adicional de energia junto ao
inversor. Para ser específico, a economia adicional de energia pode ser realizada em
aplicados de torque constante que possuem períodos de carga reduzida de velocidade
constante. O modo Induction Economizer é formado por um controle vetorial sem
sensores com uma função de ganho de energia adicional. Quando a velocidade de
regime permanente é atingida, o economizador torna-se ativo e ajusta automaticamente
a tensão de saída do inversor com base na carga aplicada. Ao corresponder a tensão de
saída à carga aplicada, a eficiência do motor é otimizada. A carga reduzida comanda
uma redução na corrente de fluxo do motor (ROCKWELL, 2013, p.280).
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constante como seria no modo vetorial, ele consegue não só variar a velocidade, mas também,
variar no vetor que modifica o torque. Então, ele ajusta o torque de acordo com o que a carga
está necessitando naquele momento. Uma vez ajustado o torque de acordo com a necessidade
da carga, não é mais necessário mandar 100% de torque o tempo todo. Isso significa uma
diminuição no gasto de energia.
O consumo foi registrado pelo analisador de energia Fluke pelo mesmo período de
tempo e, ao final, o dispositivo foi recolhido para análise dos resultados.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
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FIGURA 5 – Resultados das medições realizadas no motor usando soft starter
Conforme análise feita pelo Fluke PowerLog Application Software e mostrada na figura
5, pudemos perceber que o consumo total usando a soft starter em um período de 24 horas foi
de 1.057,64kWh.
Consumo em 24 horas: 1.057,64kWh
Levando-se em consideração que o tempo de trabalho são 18 horas por dia, temos que:
Consumo por hora: 44,068KWh
Consumo em um dia de 18 horas trabalhadas:
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Portanto, o consumo total em um dia foi 793,22KWh.
Levando-se em consideração também que a indústria funciona durante 313 dias no ano,
temos que:
Consumo por dia: 793,22KWh
Consumo em um ano (considerando que o ano em que as medições foram realizadas
tem 313 dias trabalhadas).
Consumo total por ano:
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Tabela 4 – Consumo total em R$ – Soft Starter
Conforme análise feita pelo Fluke PowerLog Application Software e mostrada na figura
6, pudemos perceber que o consumo total usando o inversor de frequência em um período de
24 horas foi de 655,492kWh.
Consumo em 24 horas: 655,492kWh
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Portanto, o consumo por hora foi 27,312KWh.
Levando-se em consideração que o tempo de trabalho são 18 horas por dia, temos que:
Consumo por hora: 27,312KWh
Consumo em um dia de 18 horas trabalhadas:
Levando-se em consideração também que a indústria funciona durante 313 dias no ano,
temos que:
Consumo por dia: 491,616KWh
Consumo em um ano (considerando que o ano em que as medições foram realizadas
tem 313 dias trabalhadas).
Consumo total por ano:
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Consumo em R$ por hora:
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Devido ao método de controle otimizar o consumo de energia somente para o que a
carga (motor) realmente demanda sem afetar no seu desempenho, a energia fornecida pelo
inversor é mais próxima do valor demandado pela carga que realmente irá gerar trabalho
(energia ativa), ou seja, a melhora nesse fator de potência se deu pois esse modo de controle
específico do inversor de frequeência Rockwell permite que só gere a quantidade de energia
necessária para gerar torque, somente a quantidade de energia necessária para gerar trabalho.
Portanto a curva entre as potências aparente e a potência ativa fica mais próxima.
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Fonte: OS AUTORES (2019)
CONCLUSÕES
AGRADECIMENTOS
Agradecemos primeiramente a Deus, por ter nos concedido principalmente a vida, graça
e sabedoria para alcançar nossas metas. Também gostaríamos de agradecer aos nossos pais pelo
suporte e encorajamento na realização dos nossos estudos e por sempre estarem dispostos a
contribuir nessa recompensadora caminhada.
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Ressaltamos ainda os nossos agradecimentos aos docentes, pelos grandes ensinamentos
que contribuíram no nosso crescimento pessoal e profissional. Reconhecemos também o
trabalho de todos os outros profissionais da universidade pelo cuidado, devoção e dedicação
em todos esses anos de vivência.
Aos orientadores Lucas Silvestre Chaves e Juliana Carolina Dias Pereira, gostaríamos de deixar
nossos sinceros agradecimentos por todo empenho, ensinamento e apoio. Agradecemos por
serem profissionais competentes que, junto conosco, tornaram esse sonho realidade.
Agradecemos também à empresa Macrotec e ao engenheiro eletricista Pedro Rodrigues,
que conduziu o estudo de caso junto à aluna Francielle. Nossos sinceros agradecimentos à toda
paciência, dedicação e ensinamentos repassados por ele.
Não podemos deixar de agradecer aos nossos colegas que dessa forma tornaram-se
amigos. Em especial ao nosso amigo em comum Wallace Ryan De Oliveira que contribuiu
muito nessa trajetória.
E por fim, manifestamos nossa gratidão a todas as pessoas que contribuíram com a
construção desse trabalho que é a realização do nosso sonho.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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MACROTEC. CHECKLIST: TUDO QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE
INVERSOR DE FREQUÊNCIA. Disponível em: https://macrotec.ind.br/tudo-que-voce-
precisa-saber-sobre-inversor-de-
frequencia/#:~:text=O%20inversor%20de%20frequ%C3%AAncia%20tem,do%20motor%20c
om%20mais%20efici%C3%AAncia. Acesso em 03/06/2022.
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WEG. GUIA DE ESPECIFICAÇÃO MOTORES ELÉTRICOS. Disponível em:
<https://static2.weg.net/medias/downloadcenter/h32/hc5/WEG-motores-eletricos-guia-de-
especificacao-50032749-brochure-portuguese-web.pdf>. Acesso em 05/06/2022.
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