LEI #997 - 1976 - Controle de Poluição

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A

Ficha informativa
Texto com alterações
LEI Nº 997, DE 31 DE MAIO DE 1976
(Atualizada até a Lei nº 9.477, de 30 de dezembro de 1996)

Dispõe sobre o controle da poluição do meio ambiente

O GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO:


Faço saber que, nos termos dos §§ 1º e 3º do Artigo 24 da Constituição do Estado (Emenda n. 2),
promulgo a seguinte lei:
Artigo 1º - Fica instituído o sistema de prevenção e controle da poluição do meio ambiente, na
forma prevista nesta lei.
Artigo 2º - Considera-se poluição do meio ambiente a presença, o lançamento ou a liberação, nas
águas, no ar ou no solo, de toda e qualquer forma de matéria ou energia, com intensidade em
quantidade, de concentração ou com características em desacordo com as que forem
estabelecidas em decorrência desta lei, ou que tornem ou possam tornar as águas, o ar ou o solo:
I - impróprios, nocivos ou ofensivos à saúde;
II - inconvenientes ao bem-estar público;
III - danosos aos materiais, à fauna e à flora;
IV - prejudiciais à segurança, ao uso e gozo da propriedade e às atividades normais, da
comunidade.
Artigo 3º - Fica proibido o lançamento ou liberação de poluentes nas águas, no ar ou no solo.
Parágrafo único - Considera-se poluente toda e qualquer forma de matéria ou energia que, direta
ou indiretamente, causa poluição do meio ambiente de que trata o artigo anterior.
Artigo 4º - A atividade fiscalizadora e repressiva, de que trata esta lei, será exercida no que diz
respeito a despejos, pelo órgão estadual de controle da poluição do meio ambiente, em todo e
qualquer corpo ou curso de água situado nos limites do território do Estado, ainda que não
pertencendo ao seu domínio, não estejam sob sua jurisdição.
Parágrafo único - Para cumprimento do disposto neste artigo, o órgão estadual representará ao
federal competente, sempre que a poluição tiver origem fora do território do Estado, ocasionando
consequências que se façam sentir dentro de seus limites.
Artigo 5° - A instalação, a construção ou a ampliação, bem como a operação ou o funcionamento
das fontes de poluição que forem enumeradas no Regulamento desta lei, ficam sujeitos à prévia
autorização do órgão estadual de controle da poluição do meio-ambiente, mediante expedição,
quando for o caso, de Licença Ambiental Prévia (LAP), de Licença Ambiental de Instalação (LAI)
e/ou de Licença Ambiental de Operação (LAO). (NR)
§ 1.º - Para os fins do disposto neste artigo, considera-se "fonte de poluição" qualquer atividade,
sistema, processo, operação, maquinária, equipamento ou dispositivo, móvel ou não, previsto no
Regulamento desta lei, que cause ou possa causar poluição ambiental através da emissão de
poluentes. (NR)
§ 2.º - A Licença Ambiental Prévia - LAP será expedida na parte preliminar do planejamento de
uma "fonte de poluição", conterá os requisitos básicos a serem atendidos nas fases de localização,
instalação e operação e será outorgada por prazo determinado. (NR)
§ 3.º - A Licença Ambiental de instalação - LAI autorizará o início da implantação, de acordo com
as especificações constantes do projeto aprovado e será outorgada por prazo determinado. (NR)
§ 4.º - A Licença Ambiental de Operação - LAO autorizará o início da atividade licenciada e,
quando couber, o funcionamento dos equipamentos de controle ambiental exigidos, de acordo com
o previsto nas licenças ambientais prévia e de instalação e será outorgada por prazo determinado,
sem prejuízo da eventual declaração de desconformidade do empreendimento ou atividade, do
ponto de vista ambiental, ocorrida posteriormente, ensejando a adoção, pelo empreendedor, de
medidas corretivas a serem implantadas de acordo com programas fixados pela autoridade
competente. (NR)
§ 5.º - Na hipótese de declaração de desconformidade, o descumprimento, pelo empreendedor,
dos programas previstos no parágrafo anterior, nos prazos neles estabelecidos pela autoridade,
implicará na pena de suspensão das atividades enquanto não adotar as medidas corretivas. (NR)
§ 6.º - A Administração Pública estabelecerá o prazo de validade das licenças ambientais, em cada
caso concreto, considerando as características, a natureza, a complexidade e o potencial poluidor
do empreendimento ou atividade. (NR)
§ 7.º - Os empreendimentos que, na data de vigência desta lei, já tiverem obtido a licença
ambiental ficarão obrigados a sua renovação quinquenal, tendo como data de início de contagem
do prazo a da última licença expedida pelo órgão ambiental estadual. (NR)
- Artigo 5º com redação dada pela Lei nº 9.477, de 30/12/1996.
Artigo 6º - Os órgãos da Administração direta ou indireta, do Estado e dos Municípios, deverão
exigir a apresentação das licenças de que trata o artigo anterior, antes de aprovarem projetos de
ampliação, instalação ou construção das fontes de poluição que forem enumeradas no
regulamento desta lei, ou de autorizarem a operação ou o funcionamento dessas fontes, sob pena
de nulidade de seus atos.
Artigo 7.º - As infrações às disposições desta lei, de seu regulamento, bem como das normas,
padrões e exigências técnicas dela decorrentes serão, a critério da autoridade competente,
classificadas em leves, graves e gravíssimas, levando-se em conta: (NR)
I - a intensidade do dano, efetivo ou potencial; (NR)
II - as circunstâncias atenuantes ou agravantes; e (NR)
III - os antecedentes do infrator. (NR)
Parágrafo único - Responderá pela infração quem por qualquer modo a cometer, concorrer para a
sua prática ou dela se beneficiar. (NR)
- Artigo 7º com redação dada pela Lei nº 8.943, de 29/09/1994.
Artigo 8.º - As infrações de que trata o artigo anterior serão punidas com as seguintes
penalidades: (NR)
I - advertência; (NR)
II - multa de 10 a 10.000 vezes o valor da Unidade Fiscal do Estado de São Paulo - Ufesp; (NR)
III - interdição temporária ou definitiva; (NR)
IV - embargo; (NR)
V - demolição; (NR)
VI - suspensão de financiamentos e benefícios fiscais; e (NR)
VII - apreensão ou recolhimento, temporário ou definitivo. (NR)
§ 1.º - A penalidade de multa será imposta observados os seguintes limites: (NR)
1 - de 10 a 1.000 vezes o valor da Ufesp, nas infrações leves; (NR)
2 - de 1.001 a 5.000 vezes o mesmo valor, nas infrações graves; e (NR)
3 - de 5.001 a 10.000 vezes o mesmo valor, nas infrações gravíssimas. (NR)
§ 2.º - A multa será recolhida com base no valor da Ufesp do dia de seu efetivo pagamento. (NR)
§ 3.º - Ocorrendo a extinção da Ufesp adotar-se-á, para efeitos desta lei, o mesmo índice que a
substituir. (NR)
§ 4.º - Nos casos de reincidência, caracterizada pelo cometimento de nova infração da mesma
natureza e gravidade, a multa corresponderá ao dobro da anteriormente imposta. (NR)
§ 5.º - Nos casos de infração continuada, a critério da autoridade competente, poderá ser imposta
multa diária de 1 a 1.000 vezes o valor da Ufesp. (NR)
§ 6.º - A penalidade de interdição, definitiva ou temporária, será imposta nos casos de perigo à
saúde pública, podendo também ser aplicadas, a critério da autoridade competente, nos casos de
infração continuada ou a partir da terceira reincidência. (NR)
§ 7.º - As penalidades de embargo e de demolição poderão ser impostas na hipótese de obras ou
construções feitas sem licença ou com ela desconformes. (NR)
§ 8.º - A penalidade de recolhimento, temporário ou definitivo, será aplicada nos casos de perigo à
saúde pública ou, a critério da autoridade competente, nos de infração continuada, ou a partir da
terceira reincidência. (NR)
§ 9.º - A penalidade de suspensão de financiamento e benefícios fiscais será imposta nos casos e
condições definidos em regulamento. (NR)
§ 10 - As penalidades estabelecidas nos incisos III, IV, V, VI e VII deste artigo poderão ser
impostas cumulativamente com as previstas nos seus incisos I e II. (NR)
§ 11 - Não será renovada a licença de trânsito de veículos em débitos de multas impostas por
infração desta lei, de seu regulamento e das demais normas dela decorrentes. (NR)
- Artigo 8º com redação dada pela Lei nº 8.943, de 29/09/1994.
Artigo 9.º - As multas poderão ter sua exigibilidade suspensa quando o infrator, nos termos e
condições aceitas e aprovadas pela autoridade competente, se obrigar à adoção de medidas
específicas para fazer cessar e corrigir a degradação ambiental. (NR)
§ 1.º - Cumpridas todas as obrigações assumidas pelo infrator, a multa poderá ter redução de até
90% (noventa por cento) de seu valor. (NR)
§ 2.º - O infrator não poderá beneficiar-se da redução da multa prevista neste artigo se deixar de
cumprir, parcial ou totalmente, qualquer das medidas especificadas, nos prazos estabelecidos
(NR)
- Artigo 9º com redação dada pela Lei nº 8.943, de 29/09/1994.
Artigo 10 - Da aplicação das penalidades previstas nesta lei caberá recurso à autoridade
imediatamente superior, no prazo de 20 (vinte) dias contados da data do auto de infração, ouvida a
autoridade recorrida, que poderá reconsiderar sua decisão.
Parágrafo único - No caso de imposição de multa, o recurso somente será processado se
garantida a instância, mediante prévio recolhimento, no órgão arrecadador competente, do valor
da multa aplicada.
Artigo 11 - O produto da arrecadação das multas decorrentes das infrações previstas nesta lei
constituirá receita do Departamento de Águas e Energia Elétrica.
Artigo 12 - Revogado.
- Artigo 12 revogado pela Lei nº 8.943, de 29/09/1994.
Artigo 13 - Fica o Poder Executivo autorizado a determinar medidas de emergência a fim de evitar
episódios críticos de poluição ambiental ou impedir sua continuidade, em casos de grave e
iminente risco para vidas humanas ou recursos econômicos.
Parágrafo único - Para a execução das medidas de emergência de que trata este artigo, poderão,
durante o período crítico, ser reduzidas ou impedidas quaisquer atividades em áreas atingidas pela
ocorrência.
Artigo 14 - Para garantir a execução do Sistema de Prevenção e Controle da Poluição do Meio
Ambiente previsto nesta lei, em seu regulamento e nas normas dela decorrentes, ficam
assegurados aos agentes credenciados do órgão competente a entrada, a qualquer dia ou hora, e
a permanência, pelo tempo que se tornar necessário, em estabelecimentos públicos ou privados.
Parágrafo único - Para os fins do disposto neste artigo, o órgão ambiental competente poderá
ainda exigir que os responsáveis pelas atividades efetiva ou potencialmente poluidoras: (NR)
I - apresentem, quando solicitado, o plano completo de desenvolvimento de suas atividades ou de
seu processamento industrial, bem como dos sistemas de tratamento existentes, do lançamento
de resíduos em qualquer estado da matéria ou, ainda, de emissão de ruídos, vibrações, radiações
ou outras formas de energia ou substâncias odoríferas; (NR)
II - apresentem plano de automonitoramento de suas fontes cabendo aquele órgão aprovar a
frequência de realização de amostragens, os pagamentos a serem monitorados e a frequência na
entrega dos relatórios; (NR)
III - instalem e operem equipamentos automáticos de medição, para monitoramento das
quantidades e qualidades dos poluentes emitidos; (NR)
IV - comprovem a quantidade e qualidade dos poluentes emitidos, através de realização de
amostragem e análise, utilizando-se de métodos aprovados pelo referido órgão. (NR)
- Parágrafo único acrescentado pela Lei nº 9.477, de 30/12/1996.
Artigo 15 - Constituirão, também, objeto do regulamento desta lei:
I - a indicação de órgão da Administração, direta ou indireta, competente para a aplicação desta
lei, e a fixação de suas atribuições;
II - a determinação de normas de utilização e preservação das águas, do ar e do solo, bem como
do ambiente ecológico em geral;
III - a enumeração das fontes de poluição referidas nos Artigos 4º e 5º e na Disposição Transitória
desta lei e o preço a ser cobrado pelo órgão competente, pela expedição das licenças e do
certificado neles previstos;
IV - o procedimento administrativo a ser adotado na aplicação das penalidades previstas nesta lei;
V - os "Padrões de Qualidade do Meio Ambiente", como tais entendidas a intensidade, a
concentração, a quantidade e as características de toda e qualquer forma de matéria ou energia,
cuja presença, nas águas, no ar ou no solo, possa ser considerada normal;
VI - os «Padrões de Emissão», como tais entendidas a intensidade, a concentração e as
quantidades máximas de toda e qualquer forma de matéria ou energia, cujo lançamento, ou
liberação, nas águas, no ar ou no solo, seja permitido;
VII - os «Padrões de Condicionamento e Projeto», como tais entendidas as características e as
condições de lançamento, ou liberação, de toda e qualquer matéria ou energia, nas águas, no ar
ou no solo, bem como as características e condições de localização de utilização das fontes de
poluição.
Artigo 16 - Somente poderão ser concedidos financiamentos, com recursos oriundos do Tesouro
do Estado, sob forma de fundos especiais ou de capital, ou de qualquer outra, com taxas e
condições favorecidas pelas instituições financeiras sob controle acionário do Governo do Estado,
a empresas que apresentarem o certificado a que se refere esta lei, emitido pelos órgãos
estaduais de controle da poluição.
Artigo 17 - Vetado.
Disposição Transitória
Artigo único - As fontes de poluição que forem enumeradas em regulamento, existentes à data da
vigência desta lei, ficam obrigadas a registrar-se no órgão estadual de controle da poluição do
meio ambiente e a obter licença de funcionamento, no prazo que lhes for fixado.
Palácio dos Bandeirantes, 31 de maio de 1976.
PAULO EGYDIO MARTINS
Francisco Henrique Fernando de Barros
Secretário de Obras e do Meio Ambiente
Roberto Cerqueira Cesar
Secretário dos Negócios Metropolitanos
Publicada na Assessoria Técnico-Legislativa, aos 31 de maio de 1976.
Nelson Petersen da Costa
Diretor Administrativo - Subst.

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